2
Coordenação geral:
Núcleo de Acessibilidade e Inclusão da UNIFEI (NAI)
Diretoria de Assistência Estudantil da UNIFEI (DAE)
Comissão organizadora:
Profa. Msc. Paloma Alinne Alves Rodrigues - Coordenadora do Núcleo de Acessibilidade e
Inclusão da UNIFEI (NAI)
Profa. Msc. Lídia Lopes Ozório - Coordenadora da Diretoria de Assistência Estudantil da
UNIFEI (DAE)
Profa. Dra. Denise Alcântara Ferraz - Membro do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão da
UNIFEI (NAI)
Especialista Tiago Vitoi Esaú Ribeiro - Diretor da Divisão de Assuntos Comunitários da UNIFEI
Comissão de apoio:
Pró - Reitoria de Graduação da UNIFEI
Grupo de Pesquisa Núcleo de Estudos em Formação Docente, Tecnologias e Inclusão
(NEFTI).
Comissão científica:
Profa. Msc. Paloma Alinne Alves Rodrigues (UNIFEI)
Profa. Dra. Denise Alcântara Ferraz (UNIFEI)
Profa. Msc. Lídia Lopes Ozório (UNIFEI)
Profa. Msc. Lidia Noronha Pereira (UNIFEI)
Profa. Msc. Soellyn Bataliotti (UNESP)
Profa. Msc. Gabriela Alias - (UNESP)
Profa. Msc. Marcela Dâmaris de Carvalho (UFLA)
Prof. Msc. Adilson Pereira dos Santos (UFOP/MG)
Profa. Dra. Christiane Nascimento Ferreira Guenoun (FVH/MG)
Prof. Dr. Otair Fernandes de Oliveira (UFRRJ)
Mestranda Josirene de Carvalho Barbosa (UNIFEI)
Mestranda Larissa Jorge Silva (UNIFEI)
3
Mestranda Lidia Daniela da Costa Gonçalves (UNIFEI)
Comissão tecnológica:
Ana Carolina Malveira Ferreira
Davi Braga da Cruz
Daniel do Amaral Goulart e Silva
Efraim Rabelo de Almeida
Gustavo Emmanuel Reis Guedes Alves
Lucas Vilela Silva
Wu Lian Kuan
Comissão de recepção:
Carina Barbosa Maduro
Flavia Santana de Freitas
Gabriela Corrêa dos Santos
Comissão de acessibilidade:
Dimas Jackson de Oliveira
Cleandson Dourado Vieira
Larissa de Carvalho Azevedo
Laís de Fátima Oliveira
Comissão de infraestrutura:
Davi Braga da Cruz
Ana Clara Guatura Correa
Vívian Martins Ribeiro
4
TRABALHOS APRESENTADOS NA MODALIDADE PÔSTER
EIXO TEMÁTICO: QUESTÕES DE GÊNERO
A PERCEPÇÃO DAS AGENTES COMUNITÁRIAS DE SAÚDE DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA
FAMÍLIA SOBRE VIOLÊNCIA DE GÊNERO EM UMA CIDADE DO SUL DE MINAS
Autor(es): Maria Vilela Pinto Nakasu; Thalita Torres Sales; Izabela Cristina Silva Morales
Introdução: A Estratégia Saúde da Família (ESF) constitui-se da orientação do Sistema Único
de Saúde (SUS) a partir da atenção básica. Iniciou-se em 1991, com a implantação do
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). As atribuições básicas dos Agentes
Comunitárias de Saúde (ACS) são inúmeras e norteiam promoção da saúde, prevenção de
doenças, abordagem dos direitos humanos e estimulação à participação comunitária para
ações que visam à melhoria da qualidade de vida.1 A ACS executa o seu trabalho tendo como
premissa estar em contato permanente com a comunidade, com o objetivo de unir dois
universos culturais distintos, o científico e o popular. A atuação acontece de forma intensa,
sobretudo no que tange à linha tênue que o separa entre ser agente comunitário de saúde,
morador e usuário do serviço pelo qual trabalha. O ofício de ACS é uma modalidade
intrinsecamente associada ao trabalho doméstico feminino do “cuidado”. A temática de gênero
dialoga com o fato de que o trabalho de ACS está articulado a políticas sociais que se
apropriam da força de trabalho feminina, parte de um processo de socialização de gênero que
sustenta a permanência de uma injusta divisão sexual do trabalho, que acarreta, entre outras
consequências, uma sobrecarga de tarefas que pode contribuir para a deterioração progressiva
da saúde dessas mulheres. Nessa perspectiva, entende-se divisão sexual do trabalho como
violência de gênero, que não se limita somente à violência doméstica contra a mulher.2
Objetivos: Realização de uma análise crítica, a partir das contribuições da Psicanálise, da
percepção das Agentes Comunitárias de Saúde a respeito da violência de gênero e das
ferramentas utilizadas pelo PSF no enfrentamento desta questão. Métodos: A amostragem
segue as regras de amostragem por saturação de “FileldMethods”. São entrevistadas somente
ACS do sexo feminino, devido à escassez de homens trabalhando como ACS e pelo conteúdo
que afeta em especial as mulheres. Foram escolhidos bairros centrais, periféricos e rurais da
cidade, devido as diferentes características físico-espaciais que implicam em diversidade
sociocultural de grupos. A pesquisa iniciou-se após a aprovação pelo Comitê de Ética em
Pesquisa, permissão cedida peça Secretaria Municipal de Saúde de Itajubá e assinatura do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido por cada entrevistada. É realizada a entrevista
não dirigida semiestruturada, com perguntas que norteiam reflexões de trabalho, gênero e
violência de gênero. Entrevistas não-dirigidas constituem o principal instrumento de coleta de
dados nas pesquisas qualitativas em saúde. Os dados coletados serão analisados segundo a
metodologia de análise de conteúdo de Bardin, técnica de pesquisa sobre a comunicação
verbal, que descreve e interpreta o conteúdo das palavras de um texto replicáveis ao seu
contexto social.3 Resultados parciais: As entrevistas refletem uma problemática intrínseca a
cada trabalhadora, quanto ao esgotamento mental no trabalho, limites de atuação no PSF além
de dificuldades encontradas no enfrentamento contra violência doméstica. Conclusões: Uma
nova postura profissional alicerçada na reflexão sobre as relações sociais de gênero para o
enfrentamento da violência doméstica contra as mulheres contribuiria para a efetividade da
função social do trabalho.
Palavras-chave: Agentes Comunitárias de Saúde, Violência de gênero
Referências:
5
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.
Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Sobre a qualificação e a profissionalização
dos agentes de saúde e agentes de vigilância em saúde. Informação para a reunião da
tripartite; 2003
NUNES, Mônica de Oliveira et al. O agente comunitário de saúde: construção da identidade
desse personagem híbrido e polifônico. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 18, n. 6,
p. 1.639-1.646, 2002.
Bardin L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal; 70ª ed. 2009.
AÇÕES DE ENFRENTAMENTO
SEBASTIÃO/DF
À
VIOLÊNCIA
CONTRA
A
MULHER
EM
SÃO
Autor(es): Letícia Érica Gonçalves Ribeiro; Áquila Borges de Araújo; Franciele Tavares da
Câmara
A violência contra a mulher é um grave problema social que afeta um grande número de
mulheres em todo o mundo, deixando marcas indeléveis no corpo e na alma. No Brasil, os
números são alarmantes; em média, milhões de mulheres são espancadas por ano, uma a
cada 24 segundos, segundo pesquisa da Fundação Perseu Abramo (2010). Mais de 80% dos
casos de agressões são cometidos pelo parceiro, quanto à raça/etnia, 46% das mulheres
agredidas são negras e pardas e somente um terço dos casos é denunciado. (SENADO
FEDERAL, 2013). O mapa da violência (WAISELFISZ, 2012) revelou que mais 43 mil mulheres
foram assassinadas nos últimos 10 anos no Brasil, que ocupa o 7º lugar entre os 84 países
com maior índice de feminicídios. Diante desse grave problema e do papel que a Educação
pode assumir para combatê-lo, este projeto capacita estudantes de Letras do Instituto Federal
de Brasília/São Sebastião, professores e alunos da Educação Básica sobre as relações sociais
de gênero e o combate à violência contra a mulher; organiza as mulheres por meio de ações
que visam o seu empoderamento, a conscientização sobre os seus direitos e o protagonismo
no enfrentamento à violência. Trata-se de um projeto de extensão contemplado pelo Edital
PROEXT/MEC SeSu 2015. Em um primeiro momento os bolsistas selecionados receberam
formação em Gênero e visitaram todos os organismos de proteção à Mulher existentes no DF.
Em seguida, mapeou-se as regiões a serem trabalhadas; realizou-se a primeira formação para
os educadores, uma oficina sobre "Gênero e violência no namoro" com estudantes da
Educação básica e os primeiros encontros com mulheres e lideranças de São Sebastião.
Desde então, são realizadas seis atividades por mês: oficinas com educadores e estudantes,
duas visitas às comunidades e dois encontros com lideranças e mulheres. Os encontros
consistem em atividades culturais e oficinas que contribuam na melhoria da autoestima e em
rodas de conversas sobre gênero, direitos, saúde e cidadania, a fim de contribuir para o
empoderamento e organização das mulheres. Espera-se que este projeto contribua para a
elevação da autoestima, o empoderamento e organização social das mulheres de São
Sebastião e que promova o debate e o trabalho sobre gênero nas escolas de forma
interdisciplinar. Espera-se, principalmente, que essas ações levem à denúncia dos casos de
violência contra a mulher e sua consequente diminuição, a fim de contribuir para a construção
de uma sociedade livre de qualquer tipo de violência.
Palavras-chave: Educação, Gênero, Violência contra a mulher, empoderamento.
Referências:
FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO. Violência doméstica e violência de gênero. Disponível em:
(http://csbh.fpabramo.org.br/galeria/violencia-domestica) Acesso em: 04/03/2013. Acesso em:
26/02/2014.
6
SENADO FEDERAL. Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Violência contra a Mulher no
Brasil: Relatório Final. Brasília, 2013. Disponível em: (http://spm.gov.br/publicacoesteste/publicacoes/relatorio-final) Acesso em: 16/02/2014.
WAISELFISZ, J. J. Mapa da Violência 2012: Atualização – Homicídios de Mulheres no Brasil.
Rio de Janeiro: CEBELA & FLACSO, 2012
ALGUMAS NOTAS SOBRE O EMPODERAMENTO DA MULHER NO CAMPO
Autor(es): Isabela Noronha
Na década de 1960, a chamada Revolução Verde trouxe mudanças tecnológicas radicais para
a agricultura, aumentando a produção de alimentos e a expansão da fronteira agrícola. Esse
processo foi pautado em orientações capitalistas que visaram o lucro com a mercantilização
dos alimentos e sementes, legitimando certo modo de modelo agrícola que fez com que
poucas empresas dominassem os recursos da terra, tanto pelo controle da produção quanto
dos alimentos e da natureza. Tal modelo restringiu o acesso de grupos sociais mais
vulneráveis por reforçar componentes patriarcais, sexistas e destrutivos do ponto de vista
ambiental e social, além de acirrar a especulação do mercado relacionado a alimentos e
combustíveis. Nesse cenário ressurgem movimentos de base camponesa que tivera em sua
fundação lutas históricas por direitos básicos, como condições de trabalho dignas,
aposentadoria e propriedade da terra, acrescentando reivindicações de apoio aos modelos
alternativos de desenvolvimento rural sustentável contra o cultivo dos transgênicos e uso dos
agrotóxicos. Os movimentos sociais e camponeses passam a colocar a agricultura
agroecológica como uma proposta de ampla mudança nas relações sociais e ambientais.
Dentro desses movimentos sociais, as mulheres emergem como protagonistas nas ações e
nos discursos contra os modelos hegemônicos de produção. A agroecologia pode então ser
compreendida como um conhecimento transdisciplinar que busca integrar princípios
agronômicos, socioeconômicos e ecológicos à compreensão e avaliação do efeito das
tecnologias nos sistemas agrícolas. Assim sendo, propõe-se duas abordagens sobre a questão
da mulher no campo: a primeira, enfoca os modos de produção que escancaram a
invisibilidade do trabalho da mulher (atividades do tipo extrativistas, criação de animais,
processamento de alimentos e outras atividades consideradas secundárias em relação ao
cultivo comercial); a segunda, denuncia as diversas formas de violência vividas por essas
mulheres dentro das famílias rurais. É necessário ter em vista que as atividades desenvolvidas
pelas mulheres no campo sempre existiram e constituem os pilares da segurança alimentar,
complementam a renda familiar e criam estratégias de conservação da biodiversidade. Não por
acaso, o paralelo entre dominação homem/natureza e masculino/feminino é desenvolvido e
questionado pela teoria ecofeminista, que possibilita a interpretação da assimetria de gêneros
na percepção de problemas ecológicos e realidades camponesas. A questão levantada em
relação aos espaços de produção e a demanda agroecológica colocam a mulher do campo, da
comunidade, sendo reconhecida como um sujeito produtivo tanto em termos mercadológicos
quanto de empoderamento social. A militância agroecológica pode ser considerada, portanto,
como um espaço de aprendizado político, onde a mulher passaria a manifestar sua
discordância com os modelos atuais vigentes e com a possibilidade de construir propostas
alternativas por se reconhecerem como autoras e responsáveis pela luta da soberania
alimentar. Eis a emergência da identidade mulher camponesa, que tem como base o
compromisso com ações que questionem a desigualdade de gênero e o modelo produtivo
depredador do ambiente. Ou seja, sua emancipação é uma condição inerente e anterior à luta
pela agricultura alternativa.
7
EIXO TEMÁTICO: INCLUSÃO EDUCACIONAL
EM MEIO À DIVERSIDADE, UM OLHAR ESPECIAL PARA A DEFICIÊNCIA:
BUSCANDO CAMINHOS PARA ENSINAR MATEMÁTICA
Autor(es): Bruno Sérgio de Andrade; Lígia Almeida de Andrade; Eliane Matesco Cristovão
O objetivo desta comunicação é relatar as intervenções relacionadas à temática da inclusão
educacional, realizadas por licenciandos que integram o subprojeto matemática do PIBIDUnifei. Nossas ações, junto aos alunos do ensino médio da escola estadual Major João Pereira,
em Itajubá, ocorrem desde março de 2014. Ao ingressarem nas salas para fazer o
acompanhamento das aulas e levantar as problemáticas envolvidas naquele ambiente, chamou
a atenção dos autores a presença um aluno com Síndrome de Down e três alunos com
Deficiência Auditiva em uma sala do segundo ano do Ensino Médio. Após estudos teóricos
(Yokoyama, L. A. e Coutinho, M. D. C.) que pudessem embasar o trabalho a ser realizado com
estes alunos, foram pensadas algumas atividades a fim de subsidiá-los no desenvolvimento de
conceitos matemáticos fundamentais. No caso do aluno com síndrome de Down, foram
realizadas atividades envolvendo problemas e o uso da calculadora durante algumas aulas, por
meio do acompanhamento individualizado. Estas ações fizeram com que o aluno melhorasse
sua auto-estima a ponto de levá-lo a participar das atividades regulares, propostas pelo
professor em sala de aula. Esta participação se efetivou quando, pela primeira vez, ele
resolveu um exercício no quadro. No caso dos alunos com Deficiência Auditiva, foram
realizadas atividades relacionadas ao desenvolvimento do pensamento aleatório e, por meio da
visualização, estas atividades ajudaram a promover aprendizagens significativas tanto para
eles quanto para o restante da sala. Ao final do trabalho, percebeu-se mudanças de opiniões a
respeito dos professores, dos colegas e dos próprios pibidianos sobre o tema inclusão, tendo
em vista que as atividades evidenciaram o potencial desses alunos e a forma como reagiram
frente às limitações foi, sem dúvidas, um momento de reflexão e de aprendizagem mútua.
Palavras-chave: Síndrome de Down, Deficiência Auditiva, PIBID, Matemática.
Referências:
COUTINHO, M. D. C. Resolução de problemas por meio de esquemas por alunos surdos. Rio
de Janeiro: Horizontes, v. 29, n. 1. 2011, p. 41-51.
YOKOYAMA, L. A. Uma abordagem multissensorial para o desenvolvimento do conceito de
número natural em indivíduos com síndrome de Down. 2012. 230 f. Tese (Doutorado - Área de
concentração: Educação Matemática Inclusiva). Universidade Bandeirante de São Paulo. São
Paulo.
DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DE RECURSOS DE ACESSIBILIDADE NO
LEITOR DE TELA NVDA PARA AUXILIAR A INCLUSÃO EDUCACIONAL DE PESSOAS
COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Autor(es): Davi Braga da Cruz; Profa.Msc. Paloma Alinne Alves Rodrigues
O conceito de Inclusão está tornando-se cada vez mais amplo pelo mundo, mas infelizmente a
sua prática ainda é obsoleta. No contexto do Ensino Superior, por exemplo, a inclusão de
alunos com deficiência visual é muito baixa. Além disso, observa-se que há poucos recursos
tecnológicos acessíveis que auxiliem o deficiente visual a utilizar, por exemplo, o computador
para acessar algum curso à distância, que são ofertadas por diversas universidades. Ou até
mesmo acessar os materiais de aula disponibilizados pelo professor em uma turma presencial.
Então não é de se espantar que o acesso ao ensino superior tornou-se uma tarefa muito mais
8
difícil do que deveria ser. A fim de reverter este quadro, elaborou-se um projeto de iniciação
científica visando trabalhar acerca da inclusão social, digital e educacional dos deficientes
visuais. Esta deficiência pode ser definida como a perda parcial ou total da visão. Para
contornar tal barreira, surgem as Tecnologias Assistivas, que têm como intuito substituir ou
estender alguma parte do corpo do ser humano. Para os deficientes visuais, um exemplo é o
Leitores de Tela. Este “substitui” os olhos do indivíduo, garantindo o acesso ao computador por
meio da conversão da informação textual e visual em uma voz sintetizada. Um exemplo destes
leitores é o NonVisual Desktop Access (NVDA), que surgiu em 2006, considerado como um
dos melhores do mercado, além de ser gratuito e de código fonte aberto. Diante do exposto
está sendo desenvolvido um projeto de iniciação científica da Universidade Federal de Itajubá
com o apoio da Fapemig, que tem como objetivo articular ao leitor de tela NVDA um menu
inicial no qual será adicionado recursos que expliquem as funcionalidades desse leitor, suas
principais teclas de navegação, como acessar o item configurações e outras informações sobre
o leitor de tela NVDA. Também mostrará os principais recursos de acessibilidade do próprio
Sistema Operacional Microsoft Windows e como utilizá-los. Além disto, haverá explicações de
como navegar no computador e acessar a internet com a utilização de todos estes recursos.
Sendo assim, a implementação de um novo recurso para que o leitor de tela possa ser utilizado
mais facilmente, oferecerá uma maior possibilidade de aprendizagem aos deficientes visuais e,
consequentemente, promover a inclusão. Atualmente, o software proposto está na fase final de
desenvolvimento e já apresenta uma interface gráfica e diversos componentes que, juntos,
permitem uma boa compatibilidade com o leitor de tela NVDA. Além disto, é possível explorar o
menu auxiliar por completo utilizando, apenas, o teclado numérico do computador. Na segunda
etapa de seu desenvolvimento, o software será disponibilizado para teste entre os deficientes
visuais do Centro de Apoio e Integração do Deficiente de Itajubá (CAIDI) para que possa ser
melhorado, conforme as críticas ou sugestões. Após a conclusão espera-se que o menu
auxiliar possa contribuir com a inclusão social, digital e educacional, ao oportunizar um uso
mais eficiente do computador e internet.
Palavras-chave: Inclusão; Deficiência Visual; Tecnologia Assistiva;
Referências:
MENDES, E. G. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil. Revista brasileira
de educação. Rio de Janeiro, v.11, n.33, dec. 2006. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v11n33/a02v1133.pdf > Acesso em: 26 Ago. 2015.
GALVÃO FILHO, T. A. A Tecnologia Assistiva: de que se trata? In: MACHADO, G. J. C.;
SOBRAL, M. N. (Orgs.). Conexões: educação, comunicação, inclusão e interculturalidade. 1
ed. Porto Alegre: Redes Editora, p. 207-235, 2009.
JUNIOR, Jorge Fiore de Oliveira. Avaliação de Acessibilidade de Softwares Leitores de Tela
por Pessoas com Deficiência Visual Total com Base nas Diretrizes de Acessibilidade Para
Agente de Usuário. Disponível em: <http://bsi.uniriotec.br/tcc/201304Oliveira.pdf>. Acesso em:
18 Set. 2015.
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ACESSO À PRÓTESE AUDITIVA: UM ESTUDO NA
MICRORREGIÃO DE ITAJUBÁ
Autor(es): Lidia Daniela da Costa Gonçalves; Profa.Dra. Denise Pereira de Alcantara Ferraz
Este projeto de pesquisa pretende analisar alguns aspectos das atuais políticas públicas para o
acesso à prótese auditiva na microrregião de Itajubá e a percepção dos atores envolvidos,
visando fomentar uma análise crítica de aspectos nodais. No censo brasileiro de 2010, 23,9%
da população referiu algum tipo de deficiência. A legislação brasileira preconiza uma ação
propositiva para atender esta demanda e estabelece o direito à Tecnologia Assistiva. O
programa Viver sem Limite destina recursos financeiros e abrange políticas sociais que
integram ações de vários Ministérios. A prótese auditiva, como recurso de Tecnologia Assistiva,
9
pode minimizar os efeitos negativos da deficiência auditiva, promovendo a melhoria da
comunicação e inclusão social do usuário. Observa-se um número considerável de abandono
ou subutilização deste recurso de Tecnologia Assistiva dispensado pelo SUS. Vários fatores
influenciam no sucesso ou no fracasso do uso deste recurso tecnológico. Sendo assim,
levantam-se as seguintes questões problematizadoras: Por que a pessoa com deficiência
auditiva abandona o uso da prótese? Existem ações de acompanhamento deste usuário com
vistas à adesão à reabilitação? Qual o grau de satisfação das pessoas que mantém o uso? A
coleta dos dados envolverá aplicação do questionário QI-AASI em pessoas usuárias de
próteses auditivas dispensadas pelo SUS e entrevistas semIestruturadas com os profissionais
responsáveis pelo encaminhamento da pessoa candidata ao uso de prótese auditiva ao ponto
de Atenção Especializada e com pessoas com deficiência auditiva que receberam próteses
auditivas através do SUS e abandonaram seu uso. Os dados serão analisados
qualitativamente a partir da Análise de Conteúdo.
Palavras-chave: Políticas Públicas; Tecnologia Assistiva; Prótese Auditiva.
Referências:
BRASIL. Lei N. 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com
deficiência
(Estatuto
da
Deficiência).
Disponível
em:
<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm>
GARCIA, J.C.D.; GALVÃO FILHO, T.A. Pesquisa Nacional de Tecnologia Assistiva. São Paulo:
Instituto de Tecnologia Social - ITS BRASIL e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação MCTI/SECIS,
2012,
68
p.
Disponível
em:
<http://www.itsbrasil.org.br/sites/itsbrasil.w20.com.br/files/Digite%20o%20texto/miolopesqnacio
nal-grafica.pdf> Acesso em 10 de Abril de 2015.
CRUZ, D.M.C. Papeis ocupacionais e pessoas com deficiências físicas: independência,
tecnologia assistiva e poder aquisitivo. [Tese de Doutorado] São Carlos (SP): Universidade
Federal de São Carlos, 2012.
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE PROFESSORES QUE ATUAM EM SALAS DE ATENDIMENTO
EDUCACIONAL ESPECIALIZADO DA REDE DE ENSINO FUNDAMENTAL DAS ESCOLAS
MUNICIPAIS DE ITAJUBÁ/MG
Autor(es): Rozana de Fátima Francisquini; Prof. Dr.Agenor Pina da Silva; Profa.Dra.Isabel
Cristina de Castro Monteiro
Nos últimos anos tem sido dada bastante ênfase ao tema da inclusão, principalmente no que
concerne ao papel da escola em relação a esse tema. Muitos pontos são relevantes, sendo
que a formação de professores que atuam na educação especial é um dos que mais é
discutido. Apesar disso, estudos mostram que a formação inicial atual dos professores, pouco
ou em quase nada, contempla a educação dos alunos com necessidades educacionais
especiais, ficando a cargo dos processos pessoais de autoformação e formação contínua
municiarem as demandas (MENEZES, 2008). A idéia dessa pesquisa surgiu do
questionamento sobre quais características pessoais e formativas estão presentes no processo
de construção da identidade docente dos professores que atuam com alunos nas salas de
atendimento educacional especializado (AEE) no ensino fundamental das Escolas Municipais
de Itajubá/MG. Aqui será apresentada a primeira parte desta pesquisa, na qual é traçado o
perfil desses professores. A pesquisa é de natureza qualitativa e o procedimento de coleta de
dados utilizado foi o questionário com perguntas abertas e fechadas, aplicado a onze docentes.
Foram investigados os dados referentes à faixa etária, gênero, tempo de atuação no magistério
e na educação especial, tipo de vínculo de trabalho, formação inicial, tipo de instituição de
ensino frequentada na graduação (pública ou particular), pós-graduação e formação
continuada. Os resultados obtidos mostraram que todas as docentes são do sexo feminino, na
faixa etária de 29 a 55 anos, (média 46 anos), sendo que todas apresentam vínculo efetivo com
10
o serviço público municipal. O tempo total de experiência na docência variou de 4 a 32 anos,
(média 20 anos). O tempo de atuação em salas de AEE variou de 2 a 14 anos, (média 4 anos),
sendo que 91% tem até 5 anos de experiência, configurando um grupo com pouca experiência
em relação à atuação em salas de AEE, ainda que a faixa etária média seja de 46 anos. Além
disso, todas têm curso superior, sendo 6 em Pedagogia e 5 em Normal Superior. Apenas duas
realizaram formação inicial em instituições públicas. Em relação à formação em pós-graduação
”latosensu”, 5 concluíram o curso Psicopedagogia, 1 está cursando atualmente essa
especialidade, 1 está cursando Neuropsicopedagogia e as outras 4 concluíram outros cursos
de especialização tais como: Educação Inclusiva, Alfabetização e Gestão Escolar,
Alfabetização e Letramento. Somente uma professora não realizou curso de pós-graduação na
área de Educação, tendo participado do curso de Gestão de Pessoas. Em relação à formação
continuada, todas relataram participar com frequência de atividades diversas na área de
inclusão. Na análise dos dados conclui-se que o corpo docente pesquisado é composto por
professoras com características semelhantes às encontradas nos dados estatísticos nacionais
(BRASIL, 2013). Essas professoras que trabalham com NEE tem maior idade o que nos remete
a ideia de que professores jovens não querem ou não se sentem preparados para tal
prática.Há uma tendência a buscar novas formações, mostrando que a formação inicial não
seria suficiente para garantir o seu conhecimento para atuar na educação especial.
Palavras-chave: Atendimento educacional especializado, Perfil dos professores, Educação
especial.
Referências:
BRASIL. Sinopse do Professor da Educação Básica, MEC, 2013. Disponível em
http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-sinopse-sinopse.
MENEZES, M.A. Formação de Professores de alunos com necessidades educacionais
especiais no ensino regular. Tese de doutorado. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
SP, 2008.
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ANÁLISE NA ESCOLA MUNICIPAL FILOMENA
PEIXOTO FARIA
Autor(es): Marcela Aparecida Nunes Tamura; Prof.Paulo Cezar Nunes Junior
Este trabalho busca investigar a transformação do currículo nas práticas escolares de uma
escola pública de educação básica no município de Delfim Moreira (MG), a partir do ingresso
expressivo de alunos com deficiência na instituição. Utilizando-se de metodologia qualitativa
para o trabalho, a coleta de dados foi feita a partir de uma entrevista semiestruturada com a
direção da escola. Como resultados, pode-se averiguar que a escola fez adaptações de grande
e pequeno porte, embora ainda insuficientes, uma vez que várias das situações problema
enfrentadas no cotidiano escolar dependem de ações concatenadas com outros setores da
políticas públicas, a exemplo da área da saúde. A gestão da escola acredita no vínculo entre
família e escola e seu potencial de criação de vínculos afetivos que garantam o processo
ensino-aprendizagem das crianças. Concluiu-se ainda que a referida escola possui
conhecimentos satisfatórios acerca das discussões sobre currículo e inclusão, e a partir disso
reconhece as dificuldades e desafios do cotidiano escolar, fazendo o possível para que a
inclusão ocorra à revelia das limitações ainda enfrentadas em relação a espaço físico, recursos
humanos e materiais.
Palavras Chave: Currículo, Escola, Aprendizagem, Inclusão.
11
PRINCIPAIS DIFICULDADES DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS E DE APOIO NA
INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA
Autor(es): Mariangela Dias Alves; Profa.Msc. Paloma Alinne Alves Rodrigues
O seguinte trabalho busca apresentar as principais dificuldades que o professor de ciências,
em especial da disciplina de física, assim como o professor de apoio encontram para incluir
alunos com deficiência em salas de aulas regulares. Como se sabe as disciplinas de Ciências,
em especial a de Física, é tida como uma das mais complexas do currículo escolar. Desse
modo, torna-se imprescindível pensar em estratégias que permitam aos alunos com ou sem
deficiência compreender os conteúdos relacionados a essa área do conhecimento. Um dos
motivos que dificultam o processo de inclusão educacional é a ausência de formação dos
docentes para atuar em contextos inclusivos. A partir desse cenário uma alternativa seria a
participação dos docentes em programas de formação continuada buscando o aprimoramento
de suas práticas. Além da formação continuada é fundamental para o processo de inclusão que
o professor da disciplina e o professor de apoio desenvolvam um trabalho colaborativo. A
pesquisa foi realizada em uma escola pública do município de Itajubá-MG. Essa instituição foi
escolhida por possuir um professor de física efetivo, professora de apoio e alunos com
deficiência incluídos na classe regular de ensino. Constitui-se como um estudo de caso e
possui uma abordagem qualitativa. Para a coleta de dados, foi realizada uma entrevista semiestruturada com dois professores, um de física e outro de apoio. A partir dos dados coletados
realizamos uma Análise Textual Discursiva, que teve inicio com uma unitarização que nos
permitiu separar os textos em unidades de significado. A análise nos permitiu concluir que
apesar de a educação especial estar devidamente assegurada por inúmeras leis, há uma
grande defasagem no processo de ensino e aprendizagem de alunos com deficiência. Um dos
motivos que levam a isso é a falta de formação dos docentes para atuar em contextos
inclusivos. Na grande maioria das vezes a formação inicial não contempla as necessidades de
aprendizagem dos alunos, sejam eles deficientes ou não. Um dos motivos que levam a essa
defasagem é a ausência de formação dos próprios professores que atuam como formadores
nos cursos de Licenciatura. Percebe-se que a formação inicial deve ser pensada a fim de
atender a heterogeneidade da sala de aula, deixando de lado a ideia de que todos os alunos,
mesmo os que não possuem deficiência, aprendem da mesma forma. A partir desse cenário
uma alternativa seria a participação dos docentes em programas de formação continuada
buscando o aprimoramento de suas práticas. Outro fator que influencia é a falta de estrutura
da escola para receber o aluno com deficiência. É preciso que haja professores mais
preparados para incluir educacionalmente esses alunos, professores de apoio capacitados e
sala de recursos para o melhor desenvolvimento do educando. Trabalhar no contexto inclusivo
configura-se como um desafio significativo, dessa forma, é necessário que a escola e todos
que atuam nela estejam realmente dispostos a incluir os alunos com deficiência porque a
descrença na inclusão é um fator que dificulta o aprendizado do aluno com deficiência nas
aulas, em especial nas aulas relacionadas ao Ensino de Ciências.
Palavras-chave: Desafios; Física; Incluir.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA: Sobre princípios, políticas e práticas na área das
necessidades
educativas
especiais.
Salamanca,
1994.
Disponível
em:
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf >. Acesso em 08 Jun. 2015
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990,
Brasil, 1990. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>. Acesso em
08 de Jun. de 2015
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M.E.D.A., Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas, Temas
Básicos de Educação e Ensino. Editora Pedagógica e Universitária LTDA, 1986.
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FORMAÇÃO PARA A DOCÊNCIA EM INCLUSÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autor(es): Profa.Msc. Ana Carolina Sales Oliveira
As políticas de inclusão realizadas na contemporaneidade, com especificidade às políticas de
educação inclusivas, exigem dos profissionais de diferentes campos de atuação a ampliação
das reflexões acerca dos processos a serem enfrentados no cotidiano institucional. A
experiência apresentada objetivou a promoção, junto a discentes e docentes de diferentes
licenciaturas, uma prática reflexiva que interpelasse teórica e intervencionalmente a elaboração
de práticas docentes inclusivas não-medicalizantes. Metodologicamente, trata-se do relato de
uma oficina realizada na Universidade Federal de Itajubá, em conjunto com o Projeto EFID,
que compõe o Programa de Ciranda de Formações. A oficina em questão foi desenvolvida sob
o tema inclusão e docência. Em um primeiro momento foi oferecida a parte teórica da oficina
abordando questões sobre a possibilidade de haver uma formação acadêmica adequada para
a atuação de professores nos processos de inclusão escolar e interdisciplinaridade entre
equipe gestora, família, profissionais clinico-terapêuticos e professores. Em um segundo
momento, abordou-se a parte prática dividindo a turma em duplas para as quais foram
distribuídos estudos de casos diferente. Cada dupla deveria montar um plano de aula para uma
sala de aula regular considerando a presença e participação dos alunos com deficiência
apresentados nos estudos de caso. Eram cinco estudos de casos fictícios e diferentes
abordando temas como surdez, baixa visão, deficiências múltiplas, deficiência intelectual e
paralisia cerebral. Os resultados dessa oficina foram colhidos durante a apresentação oral das
aulas planejadas, assim como, da produção escrita dos participantes. Tais resultados
apontaram, por parte de docentes e discentes de diferentes licenciaturas, amplo
desconhecimento das diferentes deficiências que podem ser apresentadas por alunos em
processo de inclusão educacional, acarretando despreparo para a elaboração de práticas
pedagógicas inclusivas. Porém, a participação nessa oficina despertou interesse pela
ampliação do conhecimento sobre o tema. Concluindo, a elaboração e a realização de oficinas
com a temática da relação entre inclusão e docência fazem-se necessárias para que
profissionais de diferentes licenciaturas sejam sensibilizados quanto a importância de
atentarem-se para as diferentes dimensões, tanto particular, que alunos com deficiência
apresentam para o processo de aprendizagem educacional, quanto a dimensão coletiva,
refletindo sobre os processos sociais e políticos da educação.
Palavras-chave: inclusão; formação acadêmica, docência.
Referências
BARROS, R.C.B, de; PAULINO-PEREIRA, F.C; OLIVEIRA. J.P. de. Educação e Saúde:
considerações sobre o processo de integração e inclusão educacional. Jundiaí: Paco Editorial,
2013
OLIVEIRA, A. A. S. de. A inclusão da escola regular e a formação do professor. Universidade
do Estado de Mato Grosso/CEACD/Sinop. Sinop:UNEMAT EDITORA, 2006.
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QUAL A SENSAÇÃO DE ESTAR NO LUGAR DO OUTRO?
Autor(es): Vivian Ariane de Oliveira Costa; Thailla Margareth da Silva Viana; Débora Felício
Farias
Com a finalidade de levarmos para além dos muros da universidade os temas inclusão e
acessibilidade e também conhecermos as diferentes opiniões da comunidade alfenense, nós,
licenciandos do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Alfenas (UNIFALMG), desenvolvemos uma Prática Pedagógica na disciplina de Fundamentos da Educação
Inclusiva I, no segundo semestre de 2013, denominada “Qual a sensação de estar no lugar do
outro?”. A ação ocorreu concomitantemente a um evento empresarial da cidade, atingindo
assim um grande público na praça central. O objetivo principal foi sensibilizar e conscientizar as
pessoas frente aos obstáculos enfrentados cotidianamente pelas pessoas com deficiência.
Foram entregues panfletos explicativos sobre o NAI (Núcleo de Acessibilidade e Inclusão) da
UNIFAL-MG; um painel convidativo com o nome da ação em letras grandes, a fim de despertar
a curiosidade daqueles que passavam por perto; uma cadeira de rodas nos foi cedida pela
Santa Casa de Alfenas para que as pessoas pudessem ter a sensação de um cadeirante; uma
venda para simular a cegueira, onde a pessoa transitou com o auxílio de outra pelo espaço
público, se atentando para os obstáculos que cotidianamente passam despercebidos; foi
disponibilizado o alfabeto em libras e Braille para consulta e conhecimento e por fim aplicado
um questionário aos voluntários, para análise de suas experiências vividas nesta atividade.
Obtivemos um total de 92 questionários, onde 59,78% dos entrevistados disseram que sabiam
o que era educação inclusiva e 40,22% alegaram que não sabiam do que se tratava; 73,9%
disseram ser favoráveis à inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais no
ensino regular e desses, 58,7% afirmaram que esta é importante, porém difícil de ser realizada.
Responderam também sobre a atual situação da cidade de Alfenas, no âmbito da
acessibilidade arquitetônica e urbanística e, a grande maioria (90,2%) afirma que a cidade não
está preparada para atender pessoas com deficiência. Dificuldade, insegurança e medo foram
algumas das sensações descritas pelos participantes. Além do questionário observamos a
curiosidade e a vontade das pessoas se colocarem no lugar do outro e, também a preocupação
que alguns tiveram em serem vistos naquela situação. Isto pode ser confirmado pelos autores
Alencar e Gentilli (2001, p. 29) no texto Educar em tempos de desencanto, onde ele diz “A
‘anormalidade’ torna os acontecimentos visíveis, ao mesmo tempo em que a ‘normalidade’
costuma ter a capacidade de ocultá-los. O ‘normal’ se torna cotidiano.” Embora reduzido o
número de entrevistados, os resultados nos evidenciam uma tendência na sociedade sobre
essa discussão; onde a maioria se diz conhecedora da educação inclusiva, mas é falha em sua
implementação de fato. O movimento de acessibilidade merece um olhar profundo e mais
atenção, além de intervenção de pessoas e órgãos capacitados com projetos inclusivos e
educativos na comunidade. Com este trabalho, como futuros docentes, conquistamos
conhecimentos e maturidade, nos sentindo assim seguros para desenvolver ações mais
aprofundadas acerca do assunto, quebrando paradigmas impostos pela sociedade e
preconceitos que adquirimos. Desta maneira, acreditamos na educação inclusiva e na
capacidade de uma sociedade informada, crítica e acessível para todos.
Palavras-chave: Educação Inclusiva; Acessibilidade; Sociedade.
Referências:
ALENCAR, C. Gentilli, P. Educar na esperança em tempos de desencanto. RJ: Vozes, p. 29,
2001.
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ACESSIBILIDADE E ENSINO DE CIÊNCIAS EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS
Autor(es): Natália Alexandrino Pecht; Denise Pereira de Alcantara Ferraz
Este projeto, em nível de iniciação científica, tem como objetivo pesquisar práticas pedagógicas
inclusivas relacionadas ao ensino de ciências, especificamente em espaços não formais, na
cidade de São Paulo/SP. A elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos feita
pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em 1948, inaugurou uma
concepção contemporânea de direitos individuais. Esta mudança ocorreu em consequência
das atrocidades assistidas na Segunda Guerra Mundial e com o intuito de evitar que estas
voltassem a ocorrer, o que fez com que a inclusão social de pessoas com deficiências
ganhasse força. Foram, então, criados mecanismos e instituições de proteção dos direitos
humanos na grande maioria dos países, que incorporaram à sua legislação normas adequadas
à orientação internacional, incluindo normas relacionadas às pessoas com deficiências. Em
consonância com este movimento mundial, o Brasil instituiu a Política Nacional para a
Integração da pessoa Portadora de Deficiência em 1993, tendo em suas diretrizes a
determinação de incluir a pessoa com deficiência em todas as iniciativas governamentais
relacionadas à educação, saúde, trabalho, edificação pública, seguridade social, transporte,
habitação, cultura, esporte e lazer. Dentre as principais regulamentações a respeito do tema,
importante salientar a discussão atual sobre a Lei Brasileira de Inclusão, Lei n. 13.146, de 6 de
julho de 2015. Entendendo essa urgência, a Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), em
especial os Cursos de Licenciatura, desejam incluir em seu Projeto Pedagógico de curso o
debate, a reflexão e a prática de Pedagogias Inclusivas, como forma de qualificar melhor o
futuro profissional. Mesmo que o Projeto Pedagógico do curso contemple disciplinas que tratam
da questão da inclusão, torna-se necessário que as práticas pedagógicas também sejam
inclusivas. Isto nos leva a buscar o conhecimento de experiências de ensino de ciências que
trabalhem de forma inclusiva, o que é o objetivo principal desta pesquisa. O método adotado
será o descritivo-analítico exploratório, a partir de dados coletados em visitas, entrevistas e
coleta de dados em sites de espaços não formais que tenham práticas pedagógicas inclusivas.
A partir deste levantamento, os instrumentos e as práticas pedagógicas utilizadas nestes
espaços serão listados e estudados pelo pesquisador. Os dados também serão analisados
qualitativamente a partir da Análise de Conteúdo de Bardin. Após a análise dos dados
coletados, o pesquisador irá elaborar uma proposta de intervenção institucional para
estruturação de práticas pedagógicas inclusivas no curso de Licenciatura em Ciências
Biológicas na UNIFEI.
Palavras-chave: ensino de ciências; práticas pedagógicas inclusivas; diversidade; espaços não
formais.
Referências
BRASIL. Lei N. 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com
deficiência
(Estatuto
da
Deficiência).
Disponível
em:
<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm>
MANTOAN, M. T. E. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer? Ed. Moderna, São
Paulo, Coleção Cotidiano escolar, 96 p., 2003.
NARDI, R. (Org.), Educação em Ciências da Pesquisa à Prática docente, Ed. Escrituras, V. 3,
p. 117 - 133, 2001.
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ENSINO DE FÍSICA PARA ALUNOS COM BAIXA VISÃO OU CEGUEIRA
Autor(es): Antonio Luiz Fernandes Marques; Isabela Franco Costa
O Espaço InterCiências da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) é um ambiente destinado
a divulgação de conceitos científicos da física e matemática, para alunos do ensino
fundamental I, fundamental II e o ensino médio, tanto de escolas públicas quanto privadas, com
intuito de tornar o espaço inclusivo. Este projeto tem por objetivo transformar um de seus
experimentos, para explicar o comportamento óptico em determinadas lentes. Afim de que os
alunos com deficiência visual possam compreender melhor os conceitos envolvidos na óptica.
A intenção de desenvolver o tema da inclusão no Museu Espaço Interciências deriva das
dificuldades dos mediadores de explicarem os experimentos, na primeira visita de alunos com
baixa visão ou cegos, principalmente, na explicação da óptica. Dessa forma os visitantes
julgaram os experimentos a serem mais fáceis de entender por pessoas sem nenhuma
deficiência visual. Para tornar mais inclusivo o espaço não formal de ensino, portanto, foi
necessário escolher um experimento de óptica, o qual recebeu um replanejamento para ser
construído de forma que pudesse facilitar a compreensão dos visitantes sobre a explicação de
determinado fenômeno óptico. Os materiais escolhidos para serem utilizados no
desenvolvimento das lentes inclusivas são agradáveis ao tato e não são prejudiciais a saúde,
sendo eles: E.V.A, papelão, cartolina, isopor, cola colorida, barbante, lixa e palitos. O próximo
passo do projeto é apresentar o experimento para uma pessoa com baixa visão ou que
apresenta cegueira, com a finalidade de analisar se o experimento é eficaz no alcance do
objetivo proposto e, com isso, poderemos concluir se o experimento adquiriu uma característica
inclusiva de fato.
Palavras-chaves: Museu de ciências inclusivo.
Referências:
CAMARGO, E.P. et al. Representação multissensorial da evolução dos modelos atômicos.
Material construído em uma disciplina de formação inicial de professores de física. XX
Simpósio Nacional do Ensino de Física – SNEF– São Paulo, SP; 2013.
GIACOMETTI, M.S. et al. Experimentos com realidade virtual e aumentada e o ensino de física
para alunos com nenhuma ou pouca visão. XX Simpósio Nacional do Ensino de Física – SNEF
– São Paulo, SP; 2013.
SANTOS, T.H.L.; VERASZTO, E.V. Neurociência Cognitiva no Processo de Aprendizagem de
Alunos com Deficiência Visual: Desenvolvimento de Experimento com Fluídos para o Ensino de
Física. XV Encontro de Pesquisa em Ensino de Física - XV EPEF – Maresias; 2014.
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INCLUSÃO DE ALUNOS NO ENSINO
PREPARADOS PARA ESSE DESAFIO?
REGULAR:
OS
PROFESSORES
ESTÃO
Autor(es): Livia Mara da Silva
A inclusão escolar tem sido um assunto amplamente discutido nos últimos anos, tendo em vista
que as crianças portadoras de deficiência eram matriculadas diretamente em instituições
especiais e agora são amparadas por Lei pelo direito de frequentar uma escola de ensino
regular. A pesquisa realizada teve como objetivo conhecer as dificuldades encontradas pelos
professores ao se deparar com alunos de inclusão em escolas de ensino regular, assim como
saber se os professores estão de fato preparados para encarar esse desafio. Para a realização
desse estudo, optou-se pelo levantamento de dados através de entrevista escrita. Quinze
professores de ensino fundamental II, responderam aos questionamentos. A primeira pergunta
levantada foi: Você tem ou já teve algum aluno de inclusão em sua classe? No caso de
resposta positiva, qual o tipo de inclusão? apenas um professor relata não ter aluno de inclusão
e a grande maioria apresenta mais de um tipo de inclusão em suas classes. A partir deste fato,
analisamos as dificuldades levantadas por esses professores, com a seguinte pergunta: No
caso de já ter trabalhado com alunos de inclusão, você encontrou alguma dificuldade? As
respostas indicam que 80% dos professores apresentam dificuldade em trabalhar com alunos
de inclusão por falta de informação, cursos e apoios e a difícil comunicação entre eles. Há
ainda quem relata a agressividade do aluno e a família distante, o pouco conhecimento em
libras por parte do aluno e a falta de apoio pela escola. Em contradição, 13% dos professores,
não apresentam dificuldade e se justificam pelo fato do aluno ser mais velho e a família estar
presente, e por poder contar com cursos específicos para trabalhar com alunos de inclusão.
7% não opinaram por não ter aluno de inclusão em classe. Apenas oito dos entrevistados,
possuem algum curso ou formação específica para trabalhar com alunos de inclusão, esse fato
pode justificar tal dificuldade entre professores para lidar com alunos inclusivos. Fontes et al
(2007), afirma que a formação dos professores é um fator que pode dificultar a inclusão escolar
dos alunos com deficiência, visto que não basta o ponto de vista técnico, é necessário fazer
uma auto reflexão de suas preparações e tornar as suas atitudes profissionais uma prática
criativa. Podemos concluir que mesmo com cursos preparatórios, os professores ainda
declaram dificuldades e despreparo para lidar com alunos de inclusão em uma sala de ensino
regular, o que nos permite dizer que a inclusão ainda não ocorre de maneira adequada. Nesse
sentido, a inclusão em classes regulares gera circunstâncias e desafios, que tendem a somar
com as dificuldades, assim sendo, a inclusão exige mudanças a fim de melhorar a qualidade da
educação. No entanto, a formação de professores aptos para o trabalho com a inclusão não
basta, é necessário que a inclusão seja tomada como um direito da criança e do adolescente
que além do ensino, tem direito a se sentir participante de um grupo e ser respeitado em suas
diferenças.
Palavras-chave: Inclusão escolar. Ensino regular. Dificuldades.
Referências:
FONTES, R. S. et al. Estratégias pedagógicas para a inclusão de alunos com deficiência
mental no ensino regular. IN: GLAT, R. (Org.). Educação inclusiva: cultura e cotidiano escolar.
Rio de Janeiro: 7letras, p.79-96, 2007.
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MAPEAMENTO DA INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA INCLUSIVA NOS CURSOS
DE
FORMAÇÃO
INICIAL
DE PROFESSORES
DE
MATEMÁTICA
NAS
UNIVERSIDADES FEDERAIS DE MINAS GERAIS E NO INSTITUTO FEDERAL DO SUL DE
MINAS GERAIS
Autor (es): Ana Paula de Souza e Flávia Sueli Fabiani Marcatto
Na busca de uma educação de qualidade, têm-se, com frequência, discussões a respeito de
alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE) nas escolas regulares. Nesta
pesquisa em andamento, investiga-se a inserção da prática inclusiva no processo de Formação
Inicial dos Professores de Matemática e a legislação que dá sustentação a essa questão,
estando inserida no campo da Educação Matemática, na perspectiva da Educação Inclusiva.
Em relação à inclusão escolar dos alunos com NEE é possível identificar dificuldades
enfrentadas pelos educadores para constituir um programa educacional que atenda o público
em questão. Dentre as dificuldades cotidianas para o desenvolvimento desta prática inclusiva,
pode-se destacar a formação dos professores quanto a esse quesito. Para contextualizar e
fundamentar o desenvolvimento deste trabalho foi feita uma revisão de literatura sobre os
temas considerados pertinentes para o mesmo, referente à Educação Inclusiva e Formação de
Professores, tratando inicialmente a temática da inclusão, com um histórico da Educação
Inclusiva, tanto no Brasil quanto em Minas Gerais, pautada nas legislações; posteriormente
uma compilação sobre a Formação de Professores, com o foco na Matemática, para Educação
Inclusiva. O objetivo desta pesquisa consiste em apresentar e discutir como vem sendo tratado
à temática da Educação Matemática Inclusiva, nos Cursos de Formação Inicial de Professores
de Matemática, por meio do mapeamento dos Projetos Pedagógicos de Curso (PPC) de
algumas Universidades Federais do estado Minas Gerais e do Instituto Federal localizado no
Sul de Minas Gerais. A questão que direciona esta pesquisa é: “Como está sendo a inserção
da Educação Matemática Inclusiva nos cursos de Formação Inicial de Professores de
Matemática?”. Este estudo fundamenta na abordagem qualitativa, a produção dos dados está
sendo desenvolvida por meio da análise documental dos PPCs, junto com as 06 (seis)
entrevistas semiestruturadas com coordenadores e alunos das Instituições de Ensino Superior
(IES) selecionados a partir dos respectivos PPCs, sendo selecionados 03 (três) projetos, um
que apresenta a temática da inclusão na forma de disciplina obrigatória, um que apresenta na
forma de disciplina optativa e outro que não apresenta a temática da inclusão. Assim, os dados
serão analisados e interpretados por meio da triangulação dos Projetos Pedagógicos de
Cursos de licenciatura em Matemática, na modalidade presencial, as entrevistas com os
coordenadores e as entrevistas com os alunos, a luz da legislação vigente e do referencial
teórico. Para direcionar a análise dos dados, serão usados alguns conceitos da Análise de
Conteúdo. Após a investigação dos PPCs e as entrevistas com os coordenadores e alunos
será possível fazer um mapeamento de como se dá a Formação Inicial dos Professores na
temática Educação Matemática Inclusiva. Como produto desta pesquisa será elaborado uma
proposta de trabalho para os professores sobre a temática da Educação Matemática Inclusiva
nos Cursos de Formação Inicial de Professores de Matemática, no qual o conteúdo será
definido com o desenvolvimento da investigação, com base nos dados e conhecimentos
adquiridos e aprofundados durante a pesquisa.
Palavras-chave: Formação Inicial de Professores. Educação Matemática. Projeto Pedagógico
de Curso.
Referências
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Tradução Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa:
Edições 70, 279 p. 2011.
CINTRA, V.P. Trabalho com projetos na formação inicial de professores de matemática na
perspectiva da educação inclusiva. 2014. 137 f. Tese (Doutorado) – Instituto de Geociências e
Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro. 2014.
MARCATTO, F.S.F. A prática como componente curricular em projetos pedagógicos de cursos
de licenciatura em matemática. 2012. 160 f. Tese (Doutorado) – Instituto de Geociências e
Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro. 2012.
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EXPERIÊNCIAS EDUCACIONAIS INCLUSIVAS NA MICRORREGIÃO DE ITAJUBÁ
Autor (es): Ana Clara Guatura Correa, Laís de Fátima Oliveira, Larissa de Carvalho Azevedo e
Vivian Martins Ribeiro
A proposta do projeto “Experiências Educacionais Inclusivas na Microrregião de Itajubá” tem
sua origem na análise da avaliação do evento “II Seminário de Inclusão: Ações Afirmativas no
Brasil e as Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais, Relações Étnico-raciais e
Questões de Gênero”, organizado pela Diretoria de Assistência Estudantil (DAE) e pelo NAI, e
realizado nos dias 15 e 16 de outubro de 2014. Dentre as sugestões apresentadas pelos
participantes do evento – professores das redes municipal e estadual de ensino, docentes e
discentes da UNIFEI, profissionais e atendidos de instituições especializadas em atendimento à
pessoa com deficiência – nos chamou a atenção o números de solicitações para que o próximo
seminário (em outubro de 2015) trate de situações práticas de inclusão escolar que sirvam de
diretrizes para professores que trabalham com alunos com algum tipo de deficiência (física,
intelectual, sensorial ou transtornos globais do desenvolvimento). Diante da constatação da
necessidade apresentada pela comunidade, integrantes deste projeto pretendem identificar,
registrar e compartilhar as boas práticas de educação inclusiva, pensadas para propiciar
condições de aprendizagem que não excluam nenhum aluno, de educadores que buscam dar
respostas às necessidades educacionais especiais, realizadas na microrregião de Itajubá/MG.
As cidades a serem visitadas pelo projeto são: Brasópolis, Consolação, Cristina, Delfim
Moreira, Dom Viçoso, Itajubá, Maria da Fé, Marmelópolis, Paraisópolis, Piranguçu, Piranguinho,
Virgínia e Wenceslau Braz. Para o cumprimento de tal meta, esta proposta de extensão
perpassa as seguintes etapas: 1) elaboração e execução de workshop que suscite e construa,
junto aos interlocutores, conhecimentos relacionados à Inclusão Escolar; 2) identificação de
experiências educacionais inclusivas nas cidades da Microrregião de Itajubá, realizadas em
escolas da rede pública ou da rede particular; 3) registro destas experiências por meio de
entrevistas com gestores, professores e demais atores sociais; fotografias de ambientes e
filmagem; 4) compartilhamento das experiências em evento que será organizado no primeiro
semestre de 2016, com a participação da comunidade educacional regional, além de docentes
e discentes da UNIFEI. O objetivo último da proposta é o impacto não apenas nas práticas
inclusivas, mas no diálogo entre Universidade e a microrregião, principalmente porque é a
partir do diálogo que uma necessidade demandada pelo social pode ser atendida e mudanças
sociais, em toda rede que as envolve - família, comunidade, poder público e educação – são
implementadas.
Palavras-chave: experiências inclusivas – inclusão – educação inclusiva – microrregião de
Itajubá
Referências:
AMARO, D. G. Educação Inclusiva, aprendizagem e cotidiano escolar. São Paulo: Casa do
Psicólogo.
ROYO, M. A. L. E URQUÍZAR, N. L. (coord.) Bases Psicopedagógicas da Educação Especial.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
TESSARO, N. S. Inclusão Escolar: Concepções de Professores e Alunos da Educação Regular
e Especial. São Paulo: Casa do Psicólogo.
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INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NAS AULAS EXPERIMENTAIS DO
CURSO DE QUÍMICA DA UNIFEI.
Autor (es): Cleandson Dourado; Profa. Msc. Paloma Alinne Alves Rodrigues.
A química como ciências surgiu em um momento em que a matemática predominava o
conhecimento humano na área das ciências exatas, evoluindo de um conhecimento baseado
na linguajem algébrica e verbal, para uma linguajem internacional no qual a percepção sobre o
universo de fenômenos químicos dependia de memória visual, imaginação visual e
processamento mental de informações visuais (HABRAKEN, 1996). Hoje a química é
observada por meio dos fenômenos químicos e suas reações; por isso é considerada o alicerce
da vida, no qual toda material no universo é constituído pelos elementos químicos e suas
conjunções moleculares. Em vista disso consequentemente a relevância das aulas de química
não está em transmitir os conceitos teóricos, mas possibilitar a formação do aluno como
cidadão capaz de compreender, analisar e finalmente questionar os fenômenos físicos e
químicos. Desta forma observa-se a importância das aulas práticas como forma essencial no
processo de ensino aprendizagem, nas quais as aulas no laboratório proporcionam uma
aproximação dos alunos com a disciplina. De acordo com Azevedo (2004), o aluno que
participa das aulas de prática experimental pode vir a ter um aperfeiçoamento intelectual. E
este contribui para interação do aluno no seu cotidiano propiciando o desenvolvimento de
princípios com relação aos fenômenos químicos e essencialmente, com relação à conduta
como cidadãos perscrutadores e participativos na sociedade. Á vista disso fundamentado na
“Declaração de Salamanca” (1994), considerada um dos mais importantes documentos de
comprometimento em garantir os direitos educacionais a pessoas com deficiência, tem-se que
as escolas devam acolher todas as crianças e jovens independentemente de suas condições
físicas, intelectuais, sociais, emocionais ou linguísticas. Sendo assim, neste projeto deseja-se
chamar a atenção para o Ensino de Química para alunos com Deficiência Visual (DV), uma vez
que por consequência compreende-se que para os alunos DV a prática no curso de Química se
faz ainda mais interessante, já que a compreensão do mundo se faz especialmente por
intermédio do tato. Segundo Sordi (1995), o indivíduo com DV é desprovido de educação
cientifica e por isso, encontra-se prejudicado no exercício de sua cidadania, impossibilitado e
carente dos direitos que lhe permitem exercer o seu papel no mundo em que se encontra
inserido. A partir do exposto está sendo desenvolvido na UNIFEI uma pesquisa de Iniciação
Científica que visa investigar estratégias pedagógicas que promovam a inclusão de alunos com
DV nas aulas experimentais de química. Para tanto, está sendo desenvolvido um estudo
exploratório sobre metodologias que possam possibilitar a inclusão dos alunos DV a
compreender melhor os conteúdos do Ensino de Química; Além disso, será realizada uma
entrevista com professor da disciplina e o técnico de química, para indagar como promover a
inclusão de alunos com DV nas aulas de química da UNIFEI. Espera-se que este trabalho
possa contribuir para a inclusão de alunos com deficiência visual no laboratório de química da
UNIFEI, para que assim eles possam ter acesso aos conhecimentos químicos como os demais
alunos.
Palavras-chave: Inclusão, Deficiência Visual, Ensino de Química.
Referências:
AZEVEDO, M. C. P. S. Ensino por investigação: problematizando as atividades em sala de
aula. In: CARVALHO, A. M. P. (Org.). Ensino de ciências: unindo a pesquisa e a prática. São
Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. p. 19-33.
MEC Ministério da Educação e Cultura, Declaração de Salamanca, 1994.
MÓL, G.S.; RAPOSO, P.N.; PIRES, R.M. Desenvolvimento de estratégias para Ensino de
Química a alunos com deficiência visual. In. SALLES, P.S.B.A.; GAUCHE, R.– Educação
científica, inclusão social e acessibilidade – 1° ed.- Goiânia - Cânone Editorial, 2011.
Download

anais do seminário de acessibilidade