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Núcleo de Pesquisa e Estudos Sociolinguísticos, Dialetológicos e Discursivos
• NUPESDD-UEMS
Mestrado em Letras • UEMS / Campo Grande
ISSN: 2178-1486 • Volume 6 • Número 16 • Julho 2015
ESTUDOS ONOMÁSTICOS: UMA ANÁLISE DE NOMES DE
LOGRADOUROS CAMPO-GRANDENSES
Patricia Damasceno Fernandes (PG-UEMS)
[email protected]
Taís Turaça Arantes (PG-UEMS)
[email protected]
Natalina Sierra Assêncio Costas (UEMS)
[email protected]
Nataniel dos Santos Gomes (UEMS)
[email protected]
RESUMO: A onomástica de acordo com Dubois (1997) é o ramo da lexicologia que estuda a origem dos
nomes próprios. É uma subárea da linguística que nasceu na metade do século XIX, tendo fortes ligações
com a história e a geografia. Essa subárea divide-se em duas partes: a antroponímia (diz respeito a nomes
próprios de pessoas) e a toponímia (se relaciona aos nomes de lugares). Esta pesquisa abordará os
pressupostos da toponímia. Ao pesquisarmos os nomes de logradouros da capital do Mato Grosso do Sul,
verificamos que existe uma quantidade considerável de nomes etimologicamente indígenas. Nesta
pesquisa pretende-se explicar por meio dos pressupostos teóricos de Dick (1990) apud Maeda (2006) o
conceito e a classificação dos processos toponímicos e verificar qual é a classificação dominante, tendo
em vista uma amostra de 66 nomes de logradouros de Campo Grande/MS. O corpus coletado foi obtido
no site nacional dos Correios.
PALAVRAS-CHAVE: Onomástica; Toponímia; Logradouros; Campo Grande/MS.
ABSTRACT: onomastic according to Dubois (1997) is the branch of lexicology which studies the origin
of proper names. It is a subarea of linguistics born in the half of XIX century and has strong links with
history and geography. This subarea is divided into anthroponomy (concerns names of people) and
toponymy (relates to place names). This research will cover the assumptions of toponymy. While
studying the playgrounds names of Mato Grosso do Sul, we find that there is a considerable amount of
indigenous names etymologically. This research aims to explain through theoretical assumptions of Dick
(1990) cited Maeda (2006) the concept and the classification of toponymic process and find what is the
dominant classification, from a sample of 66 public parks names of Campo Grande / MS. The collected
corpus was obtained in the national Post Office site
KEYWORDS: Onomastics; Place names; Playgrounds; Campo Grande/MS.
1. Introdução
Os nomes de lugares refletem aspectos históricos e culturais das sociedades que
ali viveram e/ou vivem. Estes aspectos estão relacionados a níveis dialetológicos e
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geográficos linguísticos e contribuem para delimitação da área de estudos onomásticos
de acordo com suas características.
Não é possível dissociar espaço e cultura, “pode-se compreender o ser humano
pelo ambiente em que ele habita. Habitar um lugar significa conhecê-lo, transformá-lo e
humanizá-lo” (BONNEMAISON, 2000, p.39). Então, pode-se dizer que este espaço
será determinado tanto pelos aspectos culturais quanto históricos.
Desta forma, conhecer a origem dos nomes de lugares e as motivações que os
levaram a ser nomeados assim, reflete a evolução da complexidade histórica da
sociedade com seus traços culturais próprios.
A cultura indígena esta presente no estado de Mato Grosso do Sul, influenciando
nossos costumes e tradições, a nomenclatura de cidades, ruas, rios etc. Homenageiam os
indígenas, utilizando palavras em Tupi e Tupi-Guarani.
Neste contexto, esta pesquisa tem por objetivo investigar a partir de um corpus
de 66 nomes de logradouros da cidade de Campo Grande/MS, etimologicamente
indígenas, qual classificação toponímica é predominante na amostra.
Para isso, a organização do trabalho será da seguinte forma: primeiramente
discorreremos sobre a metodologia utilizada, depois a fundamentação teórica (onde
explicaremos quais são as características de cada toponímia).
Em seguida faremos um breve histórico sobre a cidade de Campo Grande com
ênfase na cultura indígena. Posteriormente, a descrição do levantamento de dados e por
fim a análise de dados, que permitirá conhecermos qual classificação toponímica
predomina no corpus.
2. Metodologia
Esta pesquisa é de natureza qualitativo-quantitativa e de tipo bibliográfica. Para
o levantamento de dados, pesquisamos os nomes de logradouros dos 256 bairros da
cidade de Campo Grande/MS e fizemos uma seleção de 66 nomes que
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etimologicamente fossem de origem indígena, para que fizéssemos uma análise.
A coleta de dados se deu através de buscas no site nacional dos Correios. Os
instrumentos utilizados para a correta classificação dos topônimos foram os dicionários
formais e etimológicos de língua Tupi e Tupi-Guarani, sendo os principais: Dias (1858)
e Chiaradia (2008).
A fundamentação teórica pautou-se em Dick (1990) apud Maeda (2006). O
objetivo foi verificar qual categoria taxonômica dos topônimos é predominante na
amostra. Além disso, pretende-se contribuir para área dos estudos onomásticos,
explicitando que a nomenclatura dos nomes de lugares está relacionada a aspectos
históricos culturais.
3. Fundamentação teórica
A toponímia é uma das disciplinas da linguística, ocupando-se do estudo da
origem e significados dos nomes de lugares. De acordo com Dick (1990b, p. 31-34 apud
Maeda 2006. p. 49), existem 27 taxes na classificação taxonômica das toponímias.
A terminologia dessas taxes é constituída de dois elementos: o primeiro
sintagma se refere à função da classe genérica e a segunda a procedência do campo de
estudo. Por exemplo, em hidrotopônimo, “hidro” se refere à água e topônimo à
procedência do estudo específico.
As taxes toponímicas se dividem em duas naturezas: a de natureza física e a
antropocultural.
3.1 Taxonomias de natureza física
3.1.1 Astrotopônimos
Denomina os topônimos que se remetem a corpos celestes com ou sem luz
própria. Ex.: fazenda Sol Nascente.
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3.1.2 Cardinotopônimos
Quando o topônimo faz referência a posições geográficas. Ex.: Serra do Norte.
3.1.3 Cromotopônimos
Utiliza-se essa classificação quanto se faz referência a escalas cromáticas. Ex.:
Rio Negro.
3.1.4 Dimensiotopônimos
Aplica-se essa nomenclatura em topônimos que se mencionam sentido de
extensão, comprimento, largura, dimensão, profundidade. Ex.: Morro Alto.
3.1.5 Fitotopônimos
Topônimos que retratam o meio ambiente ou aspectos da natureza. Ex.: Fazenda
Carandá.
3.1.6 Geomorfotopônimos
Refere-se a estudos toponímicos sobre as formas topográficas, podendo ser no
sentido de elevação ou depressão. Ex.: Barranco Alto.
3.1.7 Hidrotopônimos
Tem essa denominação os topônimos que fazem menção aos cursos de água. Ex:
Fazenda Corixão.
3.1.8 Litotopônimos
Estão presentes nesta classificação os topônimos de origem mineral como:
pedra, ouro, prata, cobre, etc.; relativos também à constituição do solo. Podem ser
representados por elementos, como o barro. Ex.: Pedreiras.
3.1.9 Meteorotopônimos
Quando o nome se remete a fenômenos oriundos da atmosfera terrestre. Ex.:
Córrego Trovão.
3.1.10 Morfotopônimos
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Quando o topônimo de refere a formas geométricas. Ex.: Lagoa Redonda.
3.1.11 Zootopônimos
Esta classificação faz referência a animais. Ex.: Ribeirão da Boiada.
3.2 Taxonomias de natureza antropocultural
3.2.1 Animotopônimo ou Nootopônimo
Topônimos que contemplam áreas do psiquismo humano. Ex.: Fazenda Vitória.
3.2.2 Antropotopônimos
Topônimos relativos aos nomes próprios constituídos a partir de prenomes,
apelidos de família, hipocorísticos, alcunhas, ou pelo conjunto onomástico completo.
Ex.: Fazenda Lourdes.
3.2.3 Axiotopônimos
Quando o antropotopônimo vem acrescido de um título. Ex: Fazenda General.
3.2.4 Corotopônimos
Ocorrem Corotopônimos se há referência a nomes de cidades, estados, países
etc. Ex: Fazenda Piracicaba.
3.2.5 Cronotopônimos
Se o nome indica tempo. Ex.: Fazenda Antigal.
3.2.6 Ecotopônimos
Nomes relativos à habitação em geral. Ex.: Fazenda Tapera.
3.2.7 Dirrematopônimo
Topônimos constituídos por expressões cristalizadas. Ex.: Fazenda Pé-de-ferro.
3.2.8 Ergotopônimos
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Nome que se refere a elementos da cultura material do homem. Ex.: Fazenda
Sombrero.
3.2.9 Etnotopônimos
Topônimos relacionados a grupos étnicos, isolados ou não. Fazenda Francesa.
3.2.10 Hierotopônimos
Taxe de origem religiosa. Ex.: Fazenda Bom Jesus.
3.2.11 Hagiotopônimos
Topônimos referentes aos nomes de santos e santas da religião católica romana.
Ex: Fazenda Santa Clara.
3.2.12 Mitotopônimos
Nomes referente à entidades de ordem mitológica. Fazenda Tupaceretã.
3.2.13 Historiotopônimos
Topônimos que fazem menção a fatos históricos. Ex.: Rio Bandeirantes.
3.2.14 Hodotopônimos
Nomes relacionados às vias de comunicação rural e urbana. Ex.: Lagoa do
Atalho.
3.2.15 Numerotopônimos
Relativos a adjetivos numerais. Ex.: Fazenda Sete Estrelas.
3.2.16 Poliotopônimos
Taxe relacionada aos aglomerados populacionais, tais como: vilas, cidades,
aldeias, povoados, etc. Ex.: Fazenda Aldeia.
3.2.17 Sociotopônimos
Topônimos relativos às atividades profissionais, aos locais de trabalho e aos
pontos de reunião de um grupo. Ex.: Fazenda Curral Velho.
3.2.18 Somatopônimos
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Nomes interpretados como designativos em relação analógica às partes do corpo
humano ou do animal. Ex.: Rancho Pé de Galinha.
4. Breve histórico sobre Campo Grande e a influência da cultura indígena
No que concerne sobre a criação do município de Campo Grande, atenta-se aos
antecedentes históricos 1872-18991, nos quais os estudos de ocupação de Campo
Grande aconteceu em 21 de junho de 1972 pelo mineiro José Alves Pereira, seus dois
filhos Joaquim e Antônio Luís, junto com mais quatro agregados. Entre todos os
percursos da história do município, devido a sua localização, sua importância
socioeconômica e política concentrou, em 1930, as discussões sobre a divisão do estado,
contudo, somente em 1977 é sancionada a lei que divide o estado e coloca Campo
Grande como capital.
No que tange, atualmente, as suas características socioeconômicas e geográficas,
do município de Campo Grande pode-se dizer que ao seu redor existem vários
assentamentos rurais implantados2. A renda per capita de Campo Grande (R$), de
acordo com dados de 2010 informados no site da prefeitura do município, é entre R$
349,00 a R$ 3.845, 323. O número de pessoas alfabetizadas é de 693. 2354, no total,
englobando todas as faixas etárias. Conta com três instituições públicas de ensino, que
são: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Instituto Federal de Mato
Grosso do Sul (IFMS) e a Universidade Estadual de Mato Grosso do sul (UEMS) e
diversas particulares.
Expostos essas breves informações sobre Campo Grande, atenta-se para o fato
de que o estado de Mato Grosso do Sul se encontra a maior população concentrada de
1
Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/matogrossodosul/campogrande.pdf.
Acesso em 02 de junho de 2015.
2
Disponível
em:
http://www.campogrande.ms.gov.br/egov/imti/perfil-pageflip/perfil-2013.html.
Acesso em 02 de junho de 2015.
3
Disponível
em:
http://www.campogrande.ms.gov.br/egov/imti/perfil-pageflip/perfil-2013.html.
Acesso em 02 de junho de 2015.
4
Disponível
em:
http://www.campogrande.ms.gov.br/egov/imti/perfil-pageflip/perfil-2013.html.
Acesso em 02 de junho de 2015.
208
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indígenas, que são distribuídas nas seguintes etnias: Guarani, Terena, Kadiwéu e Guató
(MACEDO; AZANHA, 2008, p. 15), sendo assim, levanta-se uma questão frente a
essas informações: qual a influência cultural indígena presente em Campo Grande.
Antes de se aprofundar nessa questão, ressalta-se o que os seguintes
pesquisadores, abaixo, escreveram sobre os povos indígenas:
Os povos indígenas, no Mato Grosso do Sul, devem ser
“compreendidos” num contexto histórico, marcado por um processo
de colonização de caráter monocultural, que provocou, além de um
dos mais radicais confinamentos, o seu “apagamento” na história
regional. A ocupação colonial implicou o radical desalojamento
compulsório e muitas vezes violento dos ocupantes indígenas de suas
terras e os buscou “invisibilizar” mediante políticas agressivas de
integração na economia regional. (BRAND; CALDERONI, 2010, p.
63)
A citação vai de encontro com o tema proposto nesse tópico, por apresentar
informações que indicam “apagamentos” da cultura indígena, em suma, quando se trata
dessa questão o que as ações do estado tentam realizar frente aos povos indígenas é a
sua integração, por meio de toda separação étnica, bem como a sua submissão,
incluindo os seus territórios as economias regionais.
Nesse sentido, como Vieira (2008, p.57) explica em sua dissertação que nos
últimos tempos “a escrita da história vem repensando e desempenhando uma função de
não apenas resgatar e dar voz aos esquecidos da história”, ou seja, o próprio campo de
pesquisa está com a tendência de se (re) organizar e (re) elaborar o “questionamento na
perspectiva de que a historiografia se redima de seu papel conivente na tentativa
fracassada de erradicar os índios”.
Entre os arquivos analisados, pelo pesquisador citado, que contam a história de
MS, verificou-se três grupos: aqueles que devido a uma opção metodológica não
trabalham com a temática indígena; aqueles que colocam a temática indígena de forma
fragmentada e secundária; e os que dedicam os seus estudos a temática indígena. (Idem)
Nessa pesquisa de Vieira, observou-se que os memorialistas e historiadores
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analisados por ele, a maioria não contava sobre os índios no estado do MS, assim como
em Campo Grande. Ressaltando que essas obras não se preocupavam em registrar os
direitos indígenas, mesmo sendo eles os que mais ficaram prejudicados na colonização
do estado. Contudo, há um número considerável de pesquisadores que “dedicam seus
escritos à vida e história dos índios do Estado”. (Ibidem)
O que se tentou realizar antes de apontar alguns aspectos indígenas na cultura do
município de Campo Grande foi uma breve contextualização de como a cultura indígena
está suprimida historicamente e os apontamentos do próximo parágrafo se
contextualizam de forma simples.
Sendo assim, quando se atenta às características perceptíveis têm-se o
monumento presente no Parque das nações indígenas tem como objetivo simbolizar e
homenagear a cultura indígena. Dessa forma, a produção de artesanatos indígenas é
comum na cidade, sendo principalmente terena e kadiwéu, destacando-se os seguintes
produtos: cerâmica, adornos, barro e tecelagem. A feira indígena, que acontece todos os
dias da semana, é onde se comercializa os produtos cultivados nas aldeias, da mesma
forma que o Memorial da Cultura Indígena também destina-se a exposição e
comercialização.
4.
Levantamentos dos dados
A tabela abaixo explicita os 66 nomes de logradouros divididos por bairros da
cidade de Campo Grande/MS, a classificação taxonômica, a motivação que levou a tal
toponímia a ser classificada de determinada forma. Além disso, na última coluna da
tabela também podemos verificar o significado das palavras da amostra em Tupi e TupiGuarani.
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TOPÔNIMO
TAXONOMIA
MOTIVAÇÃO
ETMOLOGIA
Jamanxim
Hidrotopônimo/
Fitotopônimo
Em homenagem ao Rio Jamanxim que pertence à bacia
hidrográfica da Amazônia.
Também é o nome de uma Floresta Nacional criada em
2006, no sul do Pará, num conjunto de medidas para
conter o desmatamento que avançava sobre a
Amazônia.
Seu
significado
em Tupi quer
dizer: de “Cesto
com asas, feito de
timbó
(uma
espécie
de
planta)”.
Embira
Fitotopônimo
Em Tupi-guarani
quer
dizer
árvore do cerne
avermelhado.
Jauaperi
Etnotopônimo
Mapuera
Hidrotopônimo/
Geomorfotopônimo
Nhamundá
Corotopônimo
1. Nome dado a várias espécies de árvores e arbustos da
fam. das timeleáceas, esp. as do gên. Daphnopsis, de
cujas cascas se extraem fibras para confecção de cordas
e estopas.
2. A fibra dessas plantas.
3. Nome comum a numerosas árvores de diferentes
gêneros e famílias que fornecem fibra ou madeira.
Em homenagem a todos os índios que habitam regiões a
oeste da ilha de Maiacá, no estado de Roraima, são
chamados de jauaperi (ou iuaperi) pelos habitantes
brancos da região. Provêm dos campos do rio Orenoco.
1. Rio afluente da margem direita do Rio Trombetas
com barra na localidade de Porteira, no município de
Oriximiná.
2. Serra na margem esquerda das nascentes do rio
Mapuera, no Pará.
Em homenagem a um município brasileiro no interior
do estado do Amazonas.
Tapauá
Corotopônimo/
Hidrotopônimo
1. Cidade e município do estado do Amazonas.
2. Rio afluente da margem esquerda do rio Purus.
Macuim
Zootopônimo
Designação comum de certa variedade de mosquitos.
Jarauçu
Hidrotopônimo
Uatuma
Hidrotopônimo
Paranapebas
Corotopônimo
O rio Jarauçu é considerado um rio de pequeno porte
para os padrões da Amazônia. É afluente do rio Xingu
pela sua margem esquerda, nas proximidades da cidade
de Porto de Moz, estado do Pará.
Dá-se ao nome de um Rio, localizado no Estado do
Amazonas, de águas cristalina, praias, cachoeiras, etc,
denominado Rio Uatumã, a palavra Uatumã é de língua
indígena.
É um município brasileiro do estado do Pará.
Paru
Zootopônimo
Purus
Hidrotopônimo
Cuiabá
Hidrotopônimo/
Corotopônimo
Aporé
Hidrotopônimo/
Corotopônimo
Amambaí
Jardim Colúmbia
BAIRRO
Denominação comum a alguns peixes, marinhos, da
fam. dos pomacantídeos, como o Pomacanthus paru e o
P. arcuatus, encontrados nas águas tropicais e
subtropicais do Atlântico, de corpo alto, chato e
ovalado, de coloração negra ou marrom-acinzentada.
Nome de um rio brasileiro localizado no estado do
Acre, na Amazônia brasileira.
1. Nome de um rio que fica no estado de Mato Grosso,
possui grande importância histórica em seu estado,
aonde já foi servido como principal fonte de
comunicação de Mato Grosso para o centro-sul do
Brasil.
2. Nome de um município do estado de Mato Grosso
que foi fundado por dois bandeirantes em 1719.
1. Rio afluente da margem direita do rio Parnaíba, nos
estados de Mato Grosso e Goiás.
2. Município brasileiro do estado de Goiás.
Em Tupi-guarani
quer
dizer:
cachorros
do
campo.
Em Tupi-guarani
significa
literalmente:
árvore (madeira)
delgada.
Significa
literalmente:
aquele que furta
ou
povo
de
ladrões.
Em
TupiGuaranise refere a
uma palmeira que
ocorre em áreas
de
várzeas
e
igapós.
Em Tupi significa
inseto.
Em Tupi se refere
à serpente.
Em Tupi significa:
boca grande.
Em Tupi quer
dizer: Rio de
Águas Rasas.
Em Tupi significa
uma espécie de
peixe.
Em Tupi quer
dizer: enfeitado.
Na língua guarani
significa: lontra
brilhante.
Em Tupi-guarani
significa
literalmente: rio
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Conjunto Residencial
Octavio Pécora
Conjunto Habitacional
Jardim Talismã
Conjunto
Cophafama
Habitacional
Estrela D'Alva I
Chácara
das
Mansões
Chácara
Cachoeira
Cabreúva
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que enche.
Em Tupi-guarani
significa:
seios
erguidos.
Em Tupi-guarani,
significa: nascente
em cima da serra.
Em Tupi-Guarani
e significa "mosca
que sempre vem”.
Em Tupi-guarani
quer dizer: água
abundante.
Em Tupi significa:
sapo negro, cujo
leite
produz
cegueira.
Em Tupi significa:
o
gigante
da
floresta.
Camapuã
Corotopônimo
Cidade do estado de Mato Grosso do Sul.
Bodoquena
Corotopônimo
Uma cidade da região Centro-Oeste, localizado no
estado de Mato Grosso do Sul.
Birigui
Corotopônimo
Município do estado de São Paulo.
Iguassu
Hidrotopônimo
Rio no estado brasileiro do Paraná, e faz fronteira com a
Argentina.
Cururu
Sociotopônimo
Cururu é uma [dança folclórica]
da região Centro-Oeste.
Jequitibá
Fitotopônimo/
Corotopônimo
Anajás
Etnotopônimo
1. Árvore da família das lecitidáceas que ocorre do
Nordeste até a região Sul, especialmente junto ao
litoral. Muito alta e de tronco grosso, possui folhas
pontiagudas, flores pequenas e brancas, e fruto em
forma de cápsula.
2. Jequitibá é um município brasileiro do estado de
Minas Gerais.
Nome indígena de uma tribo que habitava o centro da
Ilha Grande de Joannes ou do Marajó.
Guariroba
Fitotopônimo
É uma palmeira nativa brasileira.
Caraguatá
Fitotopônimo
É uma planta da família das Bromeliáceas e do gênero
Bromélia, que faz parte da floresta encontrada nas
vertentes da Serra do Mar, no Paraná.
Em Tupi significa:
erva da folha
fibrosa.
Botucatú
Geomorfotopônimos
/ Corotopônimo
1. Uma formação geológica da Bacia do Paraná.
2. Cidade no interior do estado de São Paulo.
Em Tupi-Guarani
significa:
bons
ares.
Uirapuru
Zootopônimo
É a designação comum de diversas aves florestais, da
ordem Passeriformes, da família dos Certhídeos (subfamília Troglodytinae) ou da família dos Tiranídeos
(sub-família Priprinae), e também pode ser chamado de
Arapuru.
Em Tupi-Guarani
significa: renda ou
tecido.
Maracaju
Geomorfotopônimo/
Corotopônimo
1. Nome de uma serra que divide o estado do Mato
Grosso do Sul em dois, a oeste da capital, Campo
Grande.
2. Um município do estado de Mato Grosso do Sul.
Caiapós
Etnotopônimo
Tribo nativa americana - que vivem numa extensa área
localizada nos estados do Mato Grosso e do Pará, ao
longo dos afluentes do rio Xingu.
Na língua TupiGuarani significa:
Papagaio Verde
da
Cabeça
Amarela.
Em Tupi significa:
homens do poço
d'água.
Jaburu
Zootopônimo
Maguari
Zootopônimo
Ave ciconídea (Jabiru mycteria) do Brasil, de corpo
coberto de penas brancas, exceto na cabeça e no
pescoço que são nus e de cor preta, este com a base
vermelha; é ave de grande porte que vive à margem de
lagoas e pântanos; jabiru, tuinim-de-cabeça-vermelha,
tuiuiú.
Nome
popular
de
uma
ave
da Ordem Ciconiformes, família dos Ciconídeos. É
chamada de cegonha brasileira; ocorre na América do
Sul, sendo comum no Rio Grande do Sul.
regional típica
Em Tupi-guarani
significa: palmeira
alta.
Em Tupi-Guarani
significa:
indivíduo amargo.
Em Tupi significa:
pescoço inchado.
Em Tupi-Guarani
significa:
vagaroso.
212
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Guanandi
Coronel Antonino
Cophatrabalho
Coophamat
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Uiratatá
Zootopônimo
Pássaro cotingídeo (Phoenicircus carnifex) de
plumagem preta no dorso, escarlate na cabeça e
inferiormente; ocorre na Amazônia.
1. Um município brasileiro, de Minas Gerais, e é
localizado na região metropolitana de Belo Horizonte.
2. Igarapé pode ser um estreito ou pequeno canal entre
duas ilhas, ou entre uma ilha e a terra firme.
Ave psitaciforme da família Psittacidae. Também são
conhecida pelos nomes de arara-pequena, ararinha,
maracanã, mulata-maracanã e papagaio-de-cara-branca.
Em Tupi significa:
parecido com a
aurora.
Em Tupi significa:
caminho de canoa.
Igarapé
Corotopônimo/
Cardinotopônimo
Maracanã
Zootopônimo
Guanandi
Fitotopônimo
Guanandi é o nome popular de uma árvore da família
das Clusiáceas (ex-Gutíferas).
Embaúba
Fitotopônimo
Em Tupi significa:
árvore oca.
Araçá
Fitotopônimos
Nome comum a várias árvores da América, de 5 a 10m
de altura, eretas, com ramos alternos pouco ramificados.
O tronco é cheio de cicatrizes, em que vivem formigas
agressivas, do gênero Azteca.
É o nome de uma planta e seus frutos, é semelhante à
goiabeira e pode ser encontrada da região Nordeste até
a região Sul, pois é de fácil adaptação ao ambiente.
Arapongas
Corotopônimo/
Fitotopônimo
1. Um município brasileiro do estado do Paraná.
2. É uma ave existente no Brasil e também no Paraguai
e Argentina.
Do termo Tupi
wi’rápõga,
"pássaro soante".
Caarapó
Corotopônimo
Cidade e município do estado do Mato Grosso do Sul
Catanduva
Corotopônimo
É um município do estado de Santa Catarina, no Brasil.
Iguatemi
Corotopônimo
É um município do estado de Mato Grosso do Sul.
Itaqui
Corotopônimo
Itaqui é um município brasileiro do estado do Rio
Grande do Sul.
Em Tupi-guarani
significa: raiz de
planta. (caá + r +
apó).
Em Tupi significa:
mato cerrado ou
espesso.
Em Tupi-Guarani
quer dizer: lagoa
verde.
Significa em Tupi:
pedra d’água.
Araruama
Corotopônimo
Araruama é um município do estado do Rio de Janeiro.
Guavira
Fitotopônimo
Caramuru
Sociotopônimo
Arapuã
Corotopônimo/
Fitotopônimo
Guaíba
Corotopônimo/
Hidrotopônimo
Guarajá
Corotopônimo/
Hidrotopônimo/
Geomorfotopônimo
É o fruto produzido pela gabirobeira, um arbusto
silvestre que cresce nos campos e pastagens do cerrado
brasileiro.
Diogo Álvares Carreia (Viana do Castelo, Portugal,
c. 1475 - Tatuapara, Salvador, 5 de outubro de 1557) foi
um náufrago português que passou a vida entre
os indígenas da costa do Brasil e que facilitou o contato
dos primeiros viajantes europeus com os povos nativos
do Brasil. Recebeu a alcunha de Caramuru (palavra
Tupi que significa lampreia) pelos Tupinambás. É
considerado o fundador do município baiano
de Cachoeira (Bahia).
1. Arapuã é um município brasileiro do estado do
Paraná.
2. Espécie de abelha da família dos meliponídeos.
1. Guaíba é um município da Microrregião de Porto
Alegre, na Mesorregião Metropolitana de Porto Alegre.
2. É um grande lago localizado no estado do Rio
Grande do Sul, no Brasil.
1. É um município brasileiro do estado de Rondônia,
Região Norte do país.
2. Rio no município de Anajás no Pará.
3. Nome de uma ilha no rio Madeira na sua confluência
com o rio Amazonas.
Em Tupi-guarani
que
significa:
semelhante a um
chocalho.
Em Tupi-Guarani,
vem degwanã’di e
significa: aquilo
que é grudento.
Em Tupi significa:
fruta que tem
olhos.
Em Tupi significa:
terra
dos
papagaios.
Em Tupi-Guarani
significa: árvore
de casca amarga.
Em Tupi significa:
homem de fogo.
Em Tupi quer
dizer:
abelha
redonda.
Em tupi significa:
pântano profundo.
Em Tupi significa:
Homem pintado.
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Guanandi II
Guanandi II
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Guarai
Corotopônimo
Guaraí é uma cidade do estado do Tocantins.
Em Tupi-guarani
significa:
lobo
pequeno.
Em Tupi quer
dizer: lábios de
mel.
Iracema
Corotopônmo/
Sociotopônimo/
Hidrotopônimo
Itaguassu
Corotopônmo
1. Um município da microrregião da Serra do Pereiro,
na mesorregião do Jaguaribe, no estado do Ceará,
no Brasil.
2. Nome de um Romance da literatura romântica
brasileira publicada em 1866 e escrito por José de
Alencar.
3. É um rio brasileiro do estado de Santa Catarina.
É um município do estado do Espírito Santo, no Brasil.
Itapura
Corotopônmo
Cidade e município do estado de São Paulo.
Jataí
Zootopônimo/
Corotopônimo
1. Espécie de abelha da sub-família dos Meliponíneos.
2. Jataí é um município brasileiro do estado de Goiás.
Jatobá
Fitotopônimo/
Corotopônimo.
1. Árvore típica do Cerrado brasileiro.
2. É um município brasileiro do estado de Pernambuco.
Javari
Hidrotopônimo
Um rio da região amazônica, afluente do rio Solimões,
onde deságua na altura da cidade de Atalaia do Norte.
Pirituba
Corotopônimo/
Hidrotopônimo
1. É um distrito da Zona Noroeste da cidade de São
Paulo.
2. É um rio brasileiro do estado de São Paulo.
Tabatinguea
Hidrotopônimo
Rio da região de Cananéia, no estado de São Paulo.
Taguatinga
Geomorfotopônimia
/ Corotopônimo
1. Serra no estado de Goiás, na divisa com a Bahia.
2. Cidade e município de Goiás.
Coari
Corotopônimo
Coari é o nome de uma cidade do estado do Amazonas.
Cambará
Corotopônimo
Um município brasileiro do estado do Rio Grande do
Sul.
Guaruva
Corotopônimo
É um município brasileiro do estado de Santa Catarina.
Tupi-guarani quer
dizer: árvore da
canoa.
Gurupi
Corotopônimo/
Hidrotopônimo
1. É um município brasileiro do Estado do Tocantins.
2. É um rio brasileiro que banha o estado do Maranhão
na divisa deste com o estado do Pará.
Em Tupi quer
dizer:
diamante
puro.
Ibicaré
Corotopônimo
Um município brasileiro do estado de Santa Catarina.
Igarassu
Corotopônimo
Um município da Região Metropolitana do Recife.
Ipeúna
Corotopônimo
É um município brasileiro do estado de São Paulo
Em Tupi-guarani
significa:
terra,
(chão)
torto
(curvo (ibi +
carê).
Em Tupi significa:
canoa grande.
Em Tupi-guarani
quer dizer: ipê
preto.
Em
Tupi
se
escreve Itaguaçu e
significa:
pedra
grande.
Em Tupi-guarani
significa: a pedra
que emerge, que
aflora.
(itá
+
bura).
Em Tupi-Guarani
significa: “fruto
duro”.
Em Tupi-Guarani
significa: Fruto de
casca dura.
Em Tupi quer
dizer: rio da onça.
Em Tupi-guarani
significa:
vegetação
de
brejo.
Em Tupi-Guarani
quer dizer: aldeia
do velho.
Em Tupi-guarani
significa:
barro
branco.
Em Tupi-Guarani
quer
dizer:
buraco.
Em Tupi-guarani
significa: folha de
casca rugosa.
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Vila
Vila
Sílvia moreninha III
Regina
Araticum
Fitotopônimo
É uma árvore não pioneira nativa das restingas
brasileiras. Está na lista oficial da flora ameaçada de
extinção de São Paulo e do Rio Grande do Sul
O nome araticum
vem do Tupi e
significa:
fruto
mole.
Capibaribe
Hidrotopônimo
Um dos rios do estado do Pernambuco.
Vila
Piratininga
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Aimoré
Etnotopônimo
Denominação dada a indígenas de grupos de diversas
regiões geográficas que não falavam o Tupi; alguns
passaram a ser chamados gueréns, no XVII,
e botocudos, nos séculos seguintes.
Da língua Tupi e
significa:
rio
das capivaras.
Em Tupi significa:
peixe que morde.
A classificação ficou distribuída da seguinte forma:
5.

Cardinotopônimo: 1

Corotipônimo: 36

Etnotopônimo: 4

Fitotopônimo: 13

Geomorfotopônimo: 5

Hidrotopônimo: 17

Sociotopônimo: 3

Zootopônimo: 9
Análise dos dados
A tabela a seguir apresenta sistematicamente essa distribuição:
Topônimo
Cardinotopônimo
Corotopônimo
Etnotopônimo
Fitotopônimo
Geomorfotopônimo
Hidrotopônimo
Sociotopônimo
Zootopônimo
Percentual
Quant.
1,14%
40,91%
4,55%
14,77%
5,68%
19,32%
3,41%
10,23%
1
36
4
13
5
17
3
9
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A partir da quantidade de acordo com a classificação pôde-se chegar às
porcentagens de cada de cada topônimo. A classificação predominante, levando em
consideração a amostra de 66 nomes de logradouros, foi de Corotopônimos com 36
palavras representando 40,91% do total de palavras.
O gráfico abaixo ilustra mais claramente as quantidades de palavras por
classificação e também à respectiva porcentagem que a quantidade representa.
45,00%
40,91%
40,00%
.
35,00%
30,00%
25,00%
19,32%
20,00%
14,77%
15,00%
10,23%
10,00%
5,00%
4,55%
1,14%
5,68%
3,41%
0,00%
Por meio desta análise verificou-se que os Corotopônimos, ou seja, os topônimos
que se referem a nomes de cidades, estados e países, dentro da natureza antropocultural
dos estudos toponímicos, tiveram maior representatividade, representando 40,91%.
Em segundo lugar ficaram os hidrotopônimos, isto é, aqueles topônimos que
fazem referência a cursos de água, representando 19,32%. E em terceiro lugar ficaram
os fitotopônimos, que fazem menção ao ambiente ou aspectos da natureza, com 14,77%.
Tanto os hidrotopônimos quanto os fitotopônimos pertencem à taxonomia de natureza
física.
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6.
Considerações Finais
Através da presente pesquisa foi possível contribuir para os estudos
onomásticos. Mais precisamente para a subárea das toponímias, mostrando que os
aspectos históricos culturais influenciam na nomenclatura de lugares, logradouros,
cidades, rios etc.
Ao pesquisarmos os 256 bairros da cidade de Campo Grande no estado do Mato
Grosso do Sul, selecionamos 66 nomes de logradouros com a finalidade de
classificarmos os topônimos de acordo com cada taxe e descobrirmos qual era a
classificação predominante.
A partir da análise de dados chegamos ao resultado de que os Corotopônimos se
encaixaram na maioria dos nomes pesquisados, mais precisamente 40,91%
dos
topônimos da amostra.
Pesquisar as toponímias (seja de uma cidade, estado ou país) é uma forma de
recuperar parte de nossa história e explicar o que motivou a nominação dos lugares. É
um exercício semelhante ao de um arqueólogo que encontra e restaura os fósseis e com
isso pode explicar fatos históricos com provas científicas.
Referências bibliográficas
BRAND, A. J.; CALDERONI, V. A. M. O. Ambivalências na identidade de
estudantes indígenas em Campo Grande, MS. In: Currículo sem fronteiras, v. 10, n.
1,
jan/jun
2010,
p.
61-72.
Disponível
em:
http://www.curriculosemfronteiras.org/vol10iss1articles/brand-calderoni.pdf.
Acesso
em 02 de junho de 2015.
CHIARADIA, C. Dicionário de Palavras Brasileiras de Origem Indígena.
Editora Limiar. 2008.
DIAS, G. A. Dicionário da Língua Tupi: chamada geral dos indígenas do Brasil.
Lipsia. Livreiro do S.M.O. Imperador do Brasil. 1858.
DUBOIS, J. Dicionário de linguística. São Paulo, Cultrix, 1997.
MACEDO, C.; AZANHA, G. Centro de trabalho indigenista: situação dos detentos
indígenas do Mato Grosso do Sul. Brasília: CTI, 2008.
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MAEDA, R. M. A. A Toponímia Sul-Mato-Grossense: um Estudo dos Nomes de
Fazendas. Tese. Araraquara. 2006.
SILVA. L. G. R. Dicionário Ilustrado Tupi-Guarani. Disponível em:
<http://dicionarioTupiguarani.blogspot.com.br/p/contato.html>acesso em 05 de
fevereiro de 2015.
VIEIRA, C. M. N. “O que interessa saber sobre o índio?”: um estudo a partir das
manifestações de alunos de escola de Campo Grande sobre as populações indígenas
do Mato Grosso do Sul. 2008. 126 f. Dissertação de Mestrado – Universidade Católica
Dom Bosco, Campo Grande.
YATRA. J.
Dicionário Tupi- Guarani/Português. Disponível em: <
https://pt.scribd.com/doc/117761152/DICIONARIO-TUPI-GUARANI> acesso em: 16
de março de 2015.
Recebido Para Publicação em 16 de junho de 2015.
Aprovado Para Publicação em 30 de julho de 2015.
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estudos onomásticos: uma análise de nomes de logradouros campo