ODEBRECHT
# 144 • ano XXXVI • set/out 2009
Novo
projet
o
g r á f ic
o
I N F O R M A
A segurança como
objetivo e valor
Argentina amplia
sua rede de gasodutos
Indianos recebem
treinamento em Triunfo
Atuação internacional
O olhar contemporâneo
odebrecht informa
2
Líbia, 2009. A Odebrecht participa da
odebrecht informa
foto: almir bindilatti
construção do Terceiro Anel Rodoviário de Trípoli,
uma autopista de 24 km de extensão, com duas vias
e seis faixas de tráfego. Aqui, no verão, as equipes
enfrentam um calor de até 50ºC. Trinta anos depois
de sua estreia internacional em Charcani V, a
Odebrecht vive a experiência da multiculturalidade,
conhece novos cenários e realiza novas obras,
mas com os mesmos compromissos e, sobretudo,
com o mesmo Espírito de Servir.
ODEBRECHT
INFORMA
04 segurança
144
Empresas da Odebrecht atingem marcas históricas
07 gasoduto
Gasduc III: gás natural para cidades fluminenses
A partir da esquerda,
Justino Amaro
(angolano), Ziad
Hage (libanês), Carol
Yeo (singapurense)
e Javier Chuman
(peruano).
Foto de Roberto Rosa.
08 argentina
País amplia sua rede de gasodutos
12 braskem 7 anos
Os números de uma trajetória de crescimento
14 república dominicana
Projeto agrícola muda a vida de 28 famílias
16 atuação internacional
Odebrecht completa 30 anos de trabalho no exterior
24
22
16
12
19
04
19 água
Limeira prorroga contrato com a Foz do Brasil
20 treinamento
Profissionais indianos se capacitam em Triunfo
24 peru
Inaugurado trecho da Rodovia IIRSA Norte
28 produção agrícola
Famílias assentadas se organizam para produzir
14
seções
03
11
22
27
30
32
giro
gente
entrevista
perfil
notas da redação
argumento
02
Olhos novos para o novo
Desde outubro de 1973, quando foi criada no formato de um pequeno boletim
interno, Odebrecht Informa vem acompanhando a trajetória de crescimento da
Organização Odebrecht. Nesse tempo, a revista tem se renovado constantemente
e mudado suas características gráficas e editoriais para se adequar às transformações da Organização em novos ambientes culturais e negócios.
Nesta edição, Odebrecht Informa inaugura outro capítulo em sua história. A
mudança decorre, mais uma vez, das necessidades de comunicação dos integrantes da Organização, a qual, desde o fim de 2008, vive um novo momento, com
novos líderes nos negócios e com um grande número de pessoas recém-chegadas atuando nas diversas empresas.
Além disso, diante das novas demandas do mundo do trabalho e das contínuas
transformações tecnológicas que impactam as comunicações, percebeu-se a
necessidade de produzir uma revista mais ágil, cujo conteúdo possa ser apreendido pelos leitores de forma mais rápida e mais eficaz.
Com o novo projeto, que o leitor começa a conhecer nas 32 páginas desta edição, Odebrecht Informa continuará a lançar, a cada dois meses, um olhar amplo
sobre as realizações dos integrantes da Odebrecht. E, para que isso continue a
ocorrer com eficiência e eficácia, continuará aberta para perceber as mudanças
em curso e adaptar-se a elas com olhos novos. Pois não adianta olhar para o novo
com olhos velhos. A verdadeira renovação só ocorre quando o novo é visto com
novos olhos, como aconselhou o escritor Oswald de Andrade na célebre frase que
dá título a este editorial.
As mudanças buscam oferecer melhor legibilidade e um apuro estético ainda maior à publicação, mas não alteram o seu caráter. A revista continua com
o mesmo objetivo de quando foi criada, há 36 anos: servir de instrumento de
comunicação interna e externa e de elemento de integração para as equipes da
Organização Odebrecht, em apoio aos negócios e ao desenvolvimento pessoal e
profissional de cada um.
ODEBRECHT
Fundada em 1944, a Organização
Odebrecht atua nas áreas de
Engenharia e Construção, Óleo
e Gás, Engenharia Ambiental,
Realizações Imobiliárias,
Investimentos em Infraestrutura,
Química e Petroquímica e Etanol
e Açúcar. Seus 85 mil Integrantes
estão presentes em países da
América do Sul, América Central,
América do Norte, África, Europa
e Oriente Médio
www.odebrechtonline.com.br
Videorreportagem
> Uma viagem pela Rodovia
IIRSA Norte, no Peru
> Cinta Costera e Rodovia
Madden-Colón: obras no Panamá
> Foz do Brasil Limeira:
concessão renovada
> Novo rumo para a Comunidade
de Mata do Sossego
Acervos online
> Acesse os números anteriores
de Odebrecht Informa, dos
Relatórios Anuais da Odebrecht
S.A. desde 2002, da Reunião
Anual da Organização Odebrecht
desde 2002 e de publicações
especiais (Edição Especial sobre
Ações Sociais, 60 anos da
Organização Odebrecht,
40 anos da Fundação Odebrecht e
10 anos da Odeprev)
Responsável por Comunicação Empresarial
na construtora norberto odebrecht s.a. Márcio Polidoro
Responsável por Programas Editoriais
na construtora norberto odebrecht s.a. Karolina Gutiez
Coordenadores nas Áreas de Negócios
Nelson Letaif Química e Petroquímica • Miucha Andrade Etanol e Açúcar • José Cláudio Grossi
Óleo e Gás • Daelcio Freitas Engenharia Ambiental • Sergio Kertész Realizações Imobiliárias
Coordenador na Fundação Odebrecht Vivian Barbosa
Coordenação Editorial Versal Editores
Editor José Enrique Barreiro • Editor Executivo Cláudio Lovato Filho •
Arte e Produção Gráfica Rogério Nunes • Editora de Fotografia Holanda Cavalcanti •
Infografia Adilson Secco • Ilustrações Juliana Russo • Projeto Gráfico Noris Lima
Tiragem 8.350 exemplares • Pré-impressão e impressão Pancrom
Redação Rio de Janeiro (55) 21 2239-1778 • São Paulo (55) 11 3030-9466
email: [email protected]
03
Primeira concretagem
A equipe do Consórcio Construtor Santo Antônio
(CCSA) comemorou em 17 de julho um importante
acontecimento nas obras da Usina Hidrelétrica Santo
Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia: o lançamento
da primeira camada de concreto. Essa etapa da obra
foi antecipada, o que possibilitará que a geração de
energia comece em dezembro de 2011, um ano antes
da data constante do contrato de concessão.
A concretagem foi feita à margem direita do rio, perto
de onde ficarão as casas de força e um grupo de oito
unidades de turbinas tipo Bulbo, do total de 44. O
Governador de Rondônia, Ivo Cassol, o Prefeito de
Porto Velho, Roberto Sobrinho, e o Presidente do
Conselho de Administração da Santo Antônio Energia S/A, Felipe Jens, presenciaram o evento. Santo
Antônio produzirá 3.150 megawatts (MW). Mais de
5.700 pessoas trabalham atualmente na construção
da hidrelétrica.
Etapa concluída
Foi concluído em junho o trecho de 261 m da linha
de recalque (feita de polietileno de alta densidade)
do Sistema de Disposição Oceânica Jaguaribe, obra
mais conhecida como Emissário Submarino de Salvador. O método utilizado foi o Furo Direcional, um
processo que minimiza o impacto socioambiental, pois evita a escavação de valas profundas e
a interdição de ruas e avenidas. A passagem do
tubo consumiu dois dias. O trabalho envolveu a
mobilização da comunidade do bairro da Boca do
Rio, que recebeu informações detalhadas sobre
cada passo da operação. Outra conquista da equipe
da Odebrecht na obra foi a chegada, no dia 12 de
agosto, do Pipe Jacking ao Poço 3, depois de 454 m
perfurados. O equipamento de escavação passará por uma manutenção de rotina e iniciará, em
setembro, a partir do Poço 4, o penúltimo trecho da
etapa terrestre, com 400 m de extensão. O último
trecho, com 490 m, parte do Poço 4 em direção
ao mar, para se conectar ao Emissário Submarino (3.800 m de extensão) numa profundidade de
10 m a 400 m.
Mecanização 100%
Os dados reforçam o compromisso da ETH de praticar as melhores técnicas em sua produção de etanol, energia elétrica e açúcar: os índices de mecanização do plantio e da colheita de cana da
Unidade Eldorado da empresa atingiram 100% e os fornecedores
de cana da unidade também atingiram um índice elevado: 86%.
Na Argentina, obra vai
possibilitar aumento da
produção anual de combustível
O equipamento tem nome grande e sua missão é crucial:
a Planta Reformadora Catalítica Contínua que a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) construirá na cidade de La
Plata, Província de Buenos Aires, para a petrolífera YPF,
expandirá a capacidade da Petroquímica La Ensenada e da
Refinaria de La Plata, e permitirá o aumento da produção
anual de combustível premium de 6 milhões de m3 para
8 milhões de m3. A planta também produzirá 200 mil t de
compostos aromáticos e 15 mil t de hidrogênio por ano.
Vencedora da licitação para executar a obra, a CNO assumiu o desafio de colocar a nova unidade em operação em
2012. Os investimentos serão de US$ 348 milhões. A YPF,
que possui refinarias nas províncias de Buenos Aires, Mendoza e Neuquén, calcula que a demanda por combustíveis
premium crescerá 33% nos próximos nove anos.
04
segurança
Trabalhador da Base Macaé em plataforma da Petrobras na Bacia de Campos: programas motivacionais, planos e ações de prevenção
odebrecht informa
iuscidu ipsusci psusto
od delisse doluptat.
É um trabalho de
todos e de cada um
Empresas da Odebrecht chegam a marcas históricas de tempo
de trabalho sem acidentes, fruto da consciência e da mobilização
de suas equipes texto Thereza Martins / fotos Eduardo Barcellos
Em terra ou em alto-mar, na escavação de túneis dentro de montanhas
ou na execução de serviços em altitude, a exposição a riscos é inerente à engenharia e construção. Na
Odebrecht, a segurança no trabalho é
discutida em contrato, na composição
do orçamento e no planejamento das
atividades diárias. É um assunto que
faz parte da cultura da Organização.
É um valor – assumido pelas equipes,
onde quer que estejam. O resultado
do comprometimento e do empenho
de todos e de cada um são as marcas
recentemente atingidas (veja quadro).
“O índice de 20 milhões de HHT
(homens/horas trabalhadas) é fruto
de intenso treinamento, conscientização, conversas diárias nos TDTs
(Treinamentos Diários do Trabalho),
comprometimento dos líderes e das
equipes, além dos investimentos em
equipamentos de segurança”, diz
Marcelo Penna, Diretor de Contrato
da Base Macaé (RJ).
A Base Macaé é responsável por
projetos de engenharia, planejamento,
fornecimento de material, montagem
e manutenção industrial de quatro
plataformas de petróleo e gás da
Petrobras instaladas na Bacia de
Campos, no litoral fluminense, entre
outros contratos. Tanto a Base Macaé
quanto o Terminal de Cabiúnas da
Petrobras (também em Macaé e no
qual a Odebrecht realiza a montagem
de tubulações e válvulas) são enormes
canteiros de obra, nos quais há movimentação de cargas pesadas, risco
de deslizamentos, trabalho de solda
em altura e de pintura em espaço
confinado. Nas plataformas offshore,
de exploração de petróleo, o cenário
é ainda mais hostil e as condições,
mais estressantes. A combinação de
óleo e gás em um mesmo ambiente
representa risco de explosão. O grau
de risco 4, o mais alto atribuído pelo
Ministério do Trabalho, indica perigo
máximo.
“A Petrobras e a Odebrecht Óleo
e Gás (OOG) são bastante rigorosas
na classificação de acidente de trabalho. Esse rigor exige a busca da
excelência em tudo o que se faz”, diz
Edney Coutinho dos Santos, da OOG,
Responsável por Saúde, Segurança no
Trabalho e Meio Ambiente (SSTMA).
Nada é mais importante do que o
envolvimento, a dedicação e a persistência das equipes. Os incidentes
(quase acidentes) e os acidentes sem
afastamento são investigados e analisados, o que gera programas motivacionais, planos e ações de correção
e prevenção. Ferramentas como qualimetria, auditoria comportamental e
programas desenvolvidos pela empresa permitem que a OOG mantenha
sua capacidade de produção com eficiência, qualidade e em conformidade
com as metas de SSTMA. As diretrizes
da OOG-Base Macaé atendem aos
requisitos das normas OHSAS 18001:
2007 e à NBR ISO 14001: 2004.
CONQUISTAS NO BRASIL
E NO EXTERIOR
No Polo Petroquímico de
Camaçari, a Construtora Norberto
Odebrecht (CNO) presta serviços de construção e montagem à
Braskem. Desde janeiro de 2004, a
Construtora realizou cinco paradas
para implantação de melhorias operacionais, obras de modernização
em várias unidades da empresa,
muitas vezes com a planta em operação, e outros grandes investimentos nas unidades de negócio.
“Em momentos de pico, chegamos a 6 mil trabalhadores. Isso
significa um acréscimo de seis
odebrecht informa
6
foto: Márcio Lima
Os nÚmeros da OOG e da CNO
vezes em relação ao nosso efetivo
no site. Cada integrante é um multiplicador de padrões e procedimentos; ele faz parte de um grande esforço de valorização da vida”,
diz Rildo Gomes, Responsável por
SSTMA. “O enorme contingente de
pessoas aumenta a complexidade
da rotina em campo. As equipes
parceiras também são treinadas
e conscientizadas com foco em
segurança.”
No Projeto Braskem, as ações de
treinamento correspondem a uma
média de 5,7% das horas trabalhadas. Para a melhoria contínua, a
CNO adota as práticas dos sistemas
internacionais de gestão ISO 9001, ISO
14001 (Meio Ambiente) e OHSAS 18001
(Segurança e Saúde Ocupacional), nos
quais é certificada.
O mesmo rigor com a segurança
é praticado nas obras do Complexo
Portuário da Planta de Exportação
de Gás Natural Liquefeito, da
odebrecht informa
Entre junho e agosto, a Odebrecht Óleo e Gás (OOG)-Base Macaé e a
Construtora Norberto Odebrecht (CNO) atingiram marcas históricas em
segurança no trabalho. Nos últimos 40 meses, foram mais de 38 milhões
de homens/horas trabalhadas sem acidentes com afastamento. O cálculo
da TFCA (Taxa de Frequência de Acidentes com Afastamento) considera o
número de acidentes com afastamento ocorridos a cada milhão de horas
trabalhadas.
Peru LNG, com 5 milhões de HHT
sem acidentes com afastamento
desde o início da obra (Consórcio
CDB Melchorita – Odebrecht Perú,
Saipem e Jan de Nul). “Todos os
esforços e investimentos têm como
meta atender à política de zero
acidente”, afirma Paulo Saldanha,
Responsável por SSTMA.
Na República Dominicana, um outro
marco, construído a partir do início da
obra: integrantes e parceiros que trabalham na construção da Hidrelétrica
de Palomino, no noroeste do país,
comemoraram 4,26 milhões de HHT
sem acidentes com afastamento. O
desafio inicial foi capacitar as pessoas. Boa parte dos trabalhadores foi
contratada nos povoados vizinhos,
cuja atividade de sobrevivência sempre foi a agricultura. “Começamos a
ensinar o básico, como a importância
do uso de botas, capacete e luvas, o
que para eles era novidade. A partir
daí, passamos aos conhecimentos
técnicos e específicos por função e
atividade”, conta Francisco Sawaguthi,
Responsável por SSTMA. As charlas
diárias incluem rezas ou missas campais, em respeito à cultura religiosa
local.
“Em engenharia e construção, os
riscos fazem parte da atividade diária. Por isso precisam ser mapeados
e conhecidos, e esse conhecimento
deve ser compartilhado pelo líder
com sua equipe. A análise, a aplicação de controles e o monitoramento são um processo contínuo”,
avalia Sérgio Leão, Responsável
por Segurança no Trabalho e Meio
Ambiente na Odebrecht. “O excesso
de confiança deve sempre ser evitado. Um ponto comum à história
de recordes e sucessos a que chegamos é o fato de não admitirmos
que mesmo as mais simples tarefas
sejam executadas se não tiverem
sido avaliadas sob a ótica e os critérios da segurança no trabalho.”
gasoduto
07
Um senhor gás
para crescer
foto: ARQUIVO ODEBRECHT
Gasduc III vai escoar gás natural da Petrobras
para municípios fluminenses texto Edilson Lima
Trecho do Gasduc III: transporte
de gás produzido no Espírito
Santo e na Bacia de Campos
Projetado para escoar a produção de gás natural da Petrobras no
Espírito Santo e na Bacia de Campos
para municípios do Rio de Janeiro, o
gasoduto Gasduc III, com 183 km de
extensão, interligará o Terminal de
Cabiúnas, em Macaé (RJ), à Estação
de Compressão de Campos Elíseos
da Refinaria Duque de Caxias (Reduc),
em Duque de Caxias (RJ). Será o
gasoduto de maior capacidade já
construído no país. Poderá transportar até 40 milhões de m3/dia.
Em agosto de 2008, o consórcio
Odetech – formado pela Odebrecht
(líder) e Techint Engenharia – assinou contrato com a Transportadora
Associada de Gás S.A. (TAG), empresa
da Petrobras, no valor de R$ 640
milhões, para construção e montagem da linha-tronco e do sistema
de fibra ótica do gasoduto, com 104
km de extensão, ligando Macaé
(Cabiúnas) a Cachoeiras de Macacu
(embocadura do túnel, na Serra do
Gavião), ambas no Estado do Rio de
Janeiro. A conclusão dessas obras
está prevista para 15 de novembro
de 2009. Os 13 km iniciais já foram
construídos e entraram em operação
em 12 de abril, suprindo as usinas
termelétricas Mario Lago e Norte
Fluminense, em Macaé.
O trecho de 104 km, com Cabiúnas
e Cachoeiras de Macacu em suas
extremidades, é o Pacote I. Cruzará
outros três municípios: Rio das
Ostras, Casimiro de Abreu e Silva
Jardim. No pico da obra, de agosto a
setembro, o número de trabalhadores
chegou a 2.800.
O consórcio está desenvolvendo
programas para formação profissional, dinamização do comércio local
e preservação do meio ambiente.
Implantou três centros de inclusão digital para a comunidade e os
trabalhadores, em Macaé, Rio das
Ostras e Silva Jardim. Até novembro,
serão alfabetizadas mais de 1.400
pessoas, integrantes da comunidade e do consórcio, como resultado
de parcerias com a Secretaria de
Educação de Silva Jardim; Associação
de Moradores do Bairro Aroeira e
provedor de banda larga Via Cabo, em
Macaé; e Associação de Moradores do
Bairro Palmital, em Rio das Ostras.
Será o gasoduto de maior capacidade já construído no país
odebrecht informa
08
argentina
A en
ergi
a pa
ssa
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i
A condução e o tratamento do gás se intensificam durante
o inverno e o ritmo das obras fica mais acelerado
odebrecht informa
Planta compressora
que compõe o projeto:
adequação do gás
para o consumo
•O projeto passará por 13 províncias com diferenças significativas
de topografia, clima e cultura.
•6 plantas compressoras já estão
em funcionamento, três estão em
implantação e seis ainda serão
construídas.
•Cerca de 70% do gás natural é
destinado à Província de Buenos
Aires.
•Todas as plantas compressoras
possuem pequenas plantas ecológicas, cuja função é realizar o tratamento primário dos efluentes
produzidos pelos equipamentos e
assegurar sua destinação correta.
Ampliação de gasodutos é a principal
iniciativa do Governo argentino para aumentar
a distribuição de gás, o mais importante
componente da matriz energética do país
texto Fabiana Cabral / fotos Holanda Cavalcanti
A Argentina possui a maior frota
de veículos movidos a gás natural
do mundo: são mais de 1,7 milhão
de carros. Dotado de grandes
reservas de gás natural, o país, que
consome 15 vezes mais gás por
habitante do que o Brasil, adotou,
na década de 70, o combustível
limpo como fonte de energia, após
a crise do petróleo. De lá para cá, a
população e a economia cresceram,
e os esforços do Governo argentino
para aumentar a distribuição de
gás, também.
O Projeto de Ampliação de
Gasodutos é a principal iniciativa nesse contexto. Há mais de
20 anos presente na Argentina, a
Odebrecht é a responsável pelas
obras desde 2006, contratada pelas
empresas Cammesa (Compañia
Administradora del Mercado
Mayorista Eléctrico S.A.) e Albanesi.
O desafio: instalar 1.800 km de
gasodutos de norte a sul do país
– dos quais 1.000 km já estão executados, com os outros 800 km a
serem instalados até o fim de 2010
– e construir e ampliar a potência
de 15 plantas compressoras para
adicionar 13 milhões de m3/dia de
gás no mercado consumidor até o
mesmo ano. Desta meta, 7 milhões
de m3/dia já estão sendo utilizados
pelo país.
O gás natural deve chegar ao
consumidor final com boa qualidade – em condições de temperatura,
pressão e volume adequadas. Em
sua trajetória, desde a origem nas
reservas naturais até a utilização
em lares e indústrias argentinas,
o gás passa por plantas compressoras, cuja função é, justamente,
adaptá-lo para o consumo.
“Quando o combustível chega a
uma planta compressora, controlada remotamente de Buenos Aires,
passa por quatro etapas”, explica
Arlindo Facadio, da Odebrecht,
Diretor do Contrato. A primeira
é o Sistema de Filtragem, onde
são retirados as impurezas e os
líquidos. Após o processo, o gás é
comprimido e, em seguida, resfriado. Depois do Sistema de Medição,
volta para o gasoduto e segue seu
percurso até o consumidor.
A condução e o tratamento do
gás se intensificam durante o inverno e o ritmo das obras fica mais
acelerado. Entre julho e agosto,
novas plantas compressoras entra-
odebrecht informa
“Este projeto vai ampliar
em 14,3% a capacidade
total de transporte e
fornecimento de gás
natural na Argentina.
Isso significa mais
energia limpa de
norte a sul do país”
[ Flávio Faria ]
ram em operação. No sul, as plantas General Cerri, General Conesa
e Saturno, localizadas na Província
de Buenos Aires, e Rio Seco,
situada na Província de Santa Cruz,
e no norte, a Planta de Leones, na
Província de Córdoba.
“Este projeto vai ampliar em
14,3% a capacidade total de transporte e fornecimento de gás natural
na Argentina. Isso significa mais
energia limpa de norte a sul do
país”, ressalta Flávio Faria, DiretorSuperintendente da Odebrecht na
Argentina.
odebrecht informa
Livros, computadores,
tecidos e argila
“Durante a instalação da planta compressora no município
de General Conesa, na Província de Rio Negro, a Odebrecht
desenvolveu o Projeto Libros y Rincones de Lectura em 16
escolas urbanas e rurais e em uma escola especial.
As instituições de ensino receberam 5.500 livros e materiais
escolares, e foram estimuladas a criar espaços de leitura. A
iniciativa tem auxiliado na educação de 2.200 crianças.
A Odebrecht também impulsionou a inclusão digital com a
instalação de uma sala de informática e a disponibilização
de instrutores para ministrar cursos com o uso de diversos
softwares na Biblioteca Popular de General Conesa. Em sete
meses, 300 pessoas, de 6 a 68 anos, já receberam certificados do curso de informática. “A procura foi tão grande, que
abrimos turmas aos sábados. Mesmo assim temos uma lista
de espera”, conta a professora Paola Molina.
Mais ao sul do país, a Odebrecht, em parceria com a
Prefeitura local, lançou no início de agosto, no município de
San Julián, Província de Santa Cruz (região onde foi instalada a Planta Compressora Rio Seco), programas de capacitação de novos profissionais para o incremento do processo
de industrialização da cerâmica, e de jovens para receberem
conhecimentos transmitidos por tecedeiras experientes. A
empresa forneceu os instrumentos de trabalho, os fornos e
o apoio de técnicos especializados.
11
por eliana simonetti
Vontade de ferro
Com 13 anos de Odebrecht, Dimas Dellamagna Salvia é Diretor de
Contrato das obras do sistema de diques de Nova Orleans, nos Estados
Unidos. Diariamente pedala às margens do Rio Mississipi, pratica corrida
e natação. ”A cidade oferece facilidades, e o clima quente e úmido é
estimulante”, explica. Em outubro, participará do Ironman Triathlon do Havaí.
Vai nadar 3,8 km, pedalar 180 km e correr 42 km, sem interrupção.
Uma grande vitória. Um ano atrás, sedentário e pesando 90 kg, Dimas foi
parar na UTI, com hipertensão. Depois do susto veio a mudança radical.
Hoje, aos 33 anos, ele pesa 70 quilos e é triatleta.
foto: Denise Cruz
Dimas vai disputar o Ironman do Havaí
Família, futebol e o bairro
foto: Denise Cruz
Daphne está sempre nos estádios
Filha de cubanos nascida nos Estados Unidos, Daphne
Di Pasquale (ao centro na foto) foi selecionada, 18 anos
atrás, para uma vaga de recepcionista na Odebrecht, então
recém-instalada no país. Há quatro anos é Responsável
por Pessoas. É casada e mãe de dois filhos – um rapaz e
uma garota, ambos apaixonados praticantes de futebol.
“Passo os fins de semana em estádios”, diz. Mas também
gosta de passear pelas ruas arborizadas do bairro onde
mora, Miami Lakes. Ali, Daphne recomenda um local pouco frequentado por turistas: “O restaurante Italy Today, na
Main Street, oferece pratos, sorvetes e cafés saborosos”.
Um jovem e uma marca
Yuri Tomina Carvalho era estagiário da Braskem quando apresentou seu
trabalho de conclusão do curso de Publicidade sobre o potencial da marca
da companhia. Tinha 23 anos. “A ideia de que a Braskem é uma petroquímica
de classe mundial está consolidada. É preciso avançar, mostrar que ela tem
uma filosofia amadurecida de valorização do ser humano e do meio ambiente,
que desenvolve soluções para melhorar a vida de todos”, defendeu. Passou
dois meses no Canadá, estudando inglês, depois casou-se com Geraldine
Di Lucca, socióloga com militância na causa da sustentabilidade – tema que
passou a ocupar mais espaço no seu dia a dia. Hoje, aos 26 anos, Yuri cursa
MBA em Administração e, satisfeito, compõe a equipe que está inaugurando o
novo posicionamento da marca Braskem.
foto: holanda cavalcanti
Yuri trabalha na nova identidade da Braskem
odebrecht informa
braskem 7 anos
foto: Arquivo braskem
12
Instalações da Braskem em Paulínia: um dos principais investimentos para a expansão da empresa
Uma história em números
Texto Danielle Espósito
A data é marcante, talvez até mística para muitos. Afinal existem muitas teorias em torno do número 7.
E o fato é que o sétimo aniversário da Braskem, celebrado em 16 de agosto de 2009, representa a
conclusão de uma fase para a companhia, para seus integrantes e para o setor petroquímico.
Desde 2002, quando foi criada, a Braskem não para de crescer. Com seu modelo de negócios, que integra
a primeira e a segunda gerações petroquímicas, vem conquistando espaço de ponta no âmbito regional e
destacando-se como líder de mercado na América Latina e como a terceira maior empresa petroquímica
das Américas.
Mais recentemente, a Braskem teve sua condição de líder evidenciada por alavancar, em parceria com a
Petrobras, o novo desenho do setor petroquímico brasileiro, com a integração das empresas nas quais a
estatal detinha participação nos polos de Triunfo (RS) e Paulínia (SP).
Confira a seguir alguns números da trajetória de sete anos da Braskem.
odebrecht informa
fotos: Arquivo braskem
A produção gerada nas 18 unidades da
empresa chega a mais de 60 países em todo o mundo.
R$ 50 milhões, em média, são destinados
anualmente a pesquisa e desenvolvimento.
Os investimentos programados para 2009 devem atingir
R$ 900 milhões, incluindo expansão de capacidade
produtiva, novos projetos e paradas programadas.
11 milhões de toneladas de resinas
termoplásticas e outros petroquímicos e químicos
intermediários são produzidas anualmente.
Mais de 4.500
pessoas trabalham na empresa.
R$ 23 bilhões foi o faturamento da empresa
em 2008.
Mais de 220
patentes já foram depositadas.
A Braskem fechou 2008 com 53% de participação no
mercado brasileiro de polipropileno e 50% de
polietilenos (alta densidade, linear e baixa densidade).
São 1.400 clientes diretos no Brasil e 360 no exterior.
Evolução dos indicadores de ecoeficiência desde 2002:
redução de 13% no consumo de água; redução de
1% no consumo de energia; redução de 48% no
volume de efluentes líquidos; redução de 66% de
resíduos sólidos.
Projetos de internacionalização em desenvolvimento
em três países: Venezuela, Peru e Bolívia.
O número de acionistas saltou de 4.911 em 2002
para 18.412 em 2009.
O valor de mercado da Braskem passou de
US$ 200 milhões em 2002 para
US$ 2,3 bilhões em 2009.
A circulação de ações da empresa (free float)
cresceu de 25% em 2002 para 61,4% em 2009.
odebrecht informa
14
república dominicana
Famílias
produtivas
Programa social na obra da Hidrelétrica de
Palomino tem como foco a agricultura familiar e
também abrange a criação de pequenos animais
e a promoção de ações de saúde e educação
texto Leonardo Maia / fotos Luciano Andrade
Luzia de la Cruz é responsável
pelo controle da produção agrícola
em Guayuyal, pequena comunidade
na zona de influência da Hidrelétrica
de Palomino, que está sendo construída pela Odebrecht na República
Dominicana. Ela cuida do rateio do
faturamento, que é proporcional ao
volume de trabalho de cada uma
das 28 famílias de Guayuyal. Firme
em seu propósito de ser justa, Luzia
nunca deixa de levar consigo o formulário de controle. “A produção
tem melhorado cada vez mais. A
alface, por exemplo, foi uma das
culturas que mais rendeu, então
vamos focar nela e na acelga, na
próxima safra”, diz.
Com tino para a administração,
Luzia é respeitada na comunidade, localizada na província de San
Juan, uma das mais pobres do país,
na região sul. O projeto agrícola,
iniciado pela comunidade em outubro de 2008 como contribuição da
Odebrecht para o desenvolvimento
de Guayuyal, tem previsão de expansão para outras seis localidades.
odebrecht informa
No projeto de Educação
Ambiental, na área de
influência da obra, a
Odebrecht conta com
a parceria da Fundação
Sur Futuro, liderada pela
dominicana Melba Grullón.
Participaram dos cursos
294 estudantes da rede
pública e representantes
das comunidades.
“Nosso papel é identificar a
aptidão, desenvolvê-la e dar todo
o apoio para que a comunidade dê
continuidade ao projeto de forma
independente. Em Guayuyal, 88%
da população tiram da agricultura o seu sustento”, afirma Pedro
Schettino, Diretor de Contrato da
hidrelétrica, que ficará pronta em
2011 e gerará 80 MW, essenciais
para diminuir a dependência da
República Dominicana do petróleo, o
principal componente de sua matriz
energética.
O programa social em Palomino,
além do foco na agricultura familiar, abrange também a criação de
pequenos animais e a promoção de
ações de saúde, mais voltadas às
mulheres e crianças, e educação,
com cursos na área ambiental.
A utilização da irrigação e as técnicas empregadas, como o sistema
de ciclos de produção e a não utilização de agrotóxicos, colaboraram
para o aumento da produtividade.
Em menos de um ano, o programa
já permitiu um acréscimo de US$ 79
na renda de cada uma das famílias.
Entre as principais culturas estão
as de feijão, alface, acelga, couve,
cebola, pimentão, abóbora, milho, e
café. A produção mensal é de mais
de 500 kg, com as vendas somando
“A produção tem melhorado cada vez mais”
US$ 1.100 mensais. A maior parte
ainda é absorvida pelo canteiro de
obras da Odebrecht, mas a intenção
é aumentar a produção e vender
em mercados das comunidades
próximas.
Outra melhoria foi a reforma
da estrada de acesso a Guayuyal,
intransitável em tempos chuvosos.
Jesús Medina, um dos representantes mais atuantes da comunidade,
foi um dos beneficiados. “Antes, as
pessoas trabalhavam separadas.
Hoje somos unidos e temos uma
terra exclusiva para o cultivo. Esse
novo acesso é muito bom, pois
minhas duas filhas que moram
longe podem me visitar”.
A família de Jesus e todas as
outras de Guayuyal serão beneficiadas também com novas casas.
O projeto construtivo saiu de um
concurso realizado entre os jovens
[ Luzia de la Cruz ]
parceiros do contrato. Os vencedores foram William Suzaña, Jose
Guillermo Hernandez e Maria
Victoria Peralta, que vão orientar
os moradores. “Nossos integrantes
darão o apoio técnico de engenharia e nós, os recursos; mas a
casa tem de ser conquistada pela
comunidade. Ela precisa se envolver
diretamente na construção, isso
não se discute”, diz Cláudio Castro,
Responsável pelos Programas
Sociais da Odebrecht na República
Dominicana.
comunidade
recebe
As esposas
dos integrantes
da Odebrecht
na República
Dominicana
arrecadaram e
doaram roupas,
alimentos e
pequenos fogões
para as famílias de
Guayuyal.
Jesús Medina com a família: união e trabalho
odebrecht informa
16
atuação internacional
Um certo jeito
de estar no mundo
Integração cultural marca a presença das equipes da Odebrecht
no exterior, uma história que completa 30 anos em 2009
texto Cláudio Lovato Filho
Javier Chuman é peruano e trabalha como Diretor de Contrato
em Angola. Carol Yeo, nascida em
Singapura, mora em Paris e corre o
mundo como integrante da equipe
de Pessoas e Organização da VicePresidência Internacional. Ziad Hage,
advogado libanês, está na Líbia.
Justino Amaro nasceu em Angola, é
Responsável por Folha de Pagamento
e Relações Sindicais, e permanece
em seu país natal, por enquanto. Eles
estão na foto de capa desta edição.
São a face contemporânea da atuação
internacional da Odebrecht, que em
2009 completa 30 anos.
De 1979, ano do início das atividades fora do Brasil, no Peru, a 2009,
com presença em quatro continentes,
a Odebrecht percorreu um caminho
em que uma certeza, mais do que
todas as outras, prevaleceu: a de
que, esteja onde estiver, seu maior
diferencial sempre será sua cultura
empresarial. Cultura que preconiza
a integração e formação de talentos
locais. Pessoas como Javier, Carol,
Ziad e Justino, preparadas para
fazer a diferença em seus próprios
países e para viver na plenitude a
odebrecht informa
experiência internacional como expatriados, representando a Odebrecht e
seus princípios mundo afora. Como
embaixadores da Organização. “A
Tecnologia Empresarial Odebrecht é
o nosso principal fator de diferenciação aos olhos do cliente internacional, que percebe a nossa prioridade:
a valorização do ser humano”, diz
Genésio Couto, Responsável por
Pessoas e Organização na VicePresidência América Latina (menos
Venezuela) e Angola, país ao qual a
Odebrecht chegou há 25 anos.
Muita coisa mudou nessas três
décadas de trabalho fora do Brasil.
“A empresa amadureceu muito”, afirma José Cláudio Daltro, Responsável
por Administração e Finanças na
Venezuela. Ele próprio um pioneiro
da atuação internacional (trabalhou
na construção da Hidrelétrica de
Charcani V, no Peru, a primeira obra
da Odebrecht fora do Brasil), José
Cláudio ressalta: “Qualificamos muito
a chegada do expatriado aos países,
oferecendo um apoio cada vez mais
amplo para ele e a família, e, com
isso, aprimoramos a nossa capacidade de adaptação”. Experiente na
vida fora do Brasil, com passagens
também pela Argentina e o Chile,
José Cláudio admite que, em 1979,
aos 24 anos de idade, sentiu medo do
desconhecido, mas a vontade de se
desenvolver falou mais alto. “Mudei
para crescer.”
O aprofundamento da capacidade
de adaptação aos países é um objetivo levado às últimas – e melhores
– consequências na Odebrecht. O
propósito é ser local onde quer que a
empresa esteja. “Para isso é crucial
que os expatriados se integrem ao
país, no âmbito da comunidade e do
canteiro de obras, e que a empresa
qualifique e integre trabalhadores
locais. Esses dois fatores são decisivos”, diz Genésio Couto.
A necessidade de qualificar e
integrar trabalhadores locais é uma
convicção desde os primórdios da
internacionalização da Odebrecht.
“Não existe possibilidade de sobrevivência sem formar integrantes
locais”, diz Paulo Rocha, Responsável
por Pessoas e Organização na VicePresidência Internacional, que abrange Estados Unidos, Portugal, África
(menos Angola) e Emirados Árabes
fotos: arquivo odebrecht
Ponte Orinoquia, na Venezuela, e Hidrelétrica de Capanda, em Angola: símbolos da trajetória internacional da Odebrecht
odebrecht informa
Odebrecht no mundo: ontem e hoje
Unidos. “Os líderes da Odebrecht
em cada país precisam ser agentes
de transformação, têm de querer
ver florescer talentos, porque isso é
estratégico, já que nossa visão é de
longo prazo. Os locais têm de crescer. É o compromisso e o desafio que
todos devem ter”, ele acrescenta.
Mas como formar e integrar jovens
talentos locais em países de quatro
continentes e preservar a cultura
empresarial? “Nosso grande desafio
é transmitir a filosofia empresarial”,
argumenta José Cláudio Daltro.
Seja através de programas como o
de Introdução à Cultura Odebrecht
e o Jovem Construtor, seja, sobretudo, nas relações interpessoais
no cotidiano de trabalho, os líderes
procuram transmitir os princípios
e os valores da TEO. “São as pessoas que fazem isso”, explica José
Cláudio. Portanto, ele sustenta, não
há nada que seja mais importante
do que contar com pessoas comprometidas com a empresa, motivadas,
que conheçam a sua cultura, se
identifiquem e se motivem com ela,
odebrecht informa
A Odebrecht tem integrantes originários de 54 países.
Depois do Brasil, os países com maior número de
profissionais da Odebrecht
são Angola, Venezuela,
Peru, Panamá e República
Dominicana.
pessoas que queiram mudar para
crescer, que desejem ter vivência e
visão de mundo e que sejam humildes para respeitar e aceitar as idiossincrasias de cada país.
Para isso, um dos atributos daqueles que vão para o exterior é a capacidade de compreender que, em termos individuais, o mais importante é
poder desfrutar da oportunidade de
viver uma valiosa experiência pessoal
e profissional. Com a experiência de
quem já viveu e trabalhou em dois
países além do Brasil (Equador e
Angola), Genésio Couto enfatiza: “É
preciso ser curioso, querer conhecer o país e a sua realidade; ser
humilde, para aceitar a cultura e as
suas diferenças, e ser tolerante com
as dificuldades para poder ensinar.
Quem chega, tem de trazer algo
novo; quem sai, tem que deixar um
legado”.
Aos brasileiros que vão para sua
primeira experiência internacional,
Genésio adverte: “Não se pode ter
o Brasil como referência. Isso atrapalha a inserção na realidade local”.
Aos expatriados, brasileiros ou não,
ele dá um conselho – na verdade, faz
um pedido enfático: “É preciso evitar
o gueto!”
Em seus 65 anos de existência,
a Odebrecht participou de projetos
em 35 países. Hoje atua nas três
Américas, na África, na Ásia (com
destaque para o Oriente Médio) e
na Europa. Seus integrantes falam
português, espanhol, inglês, árabe e
diversos outros idiomas. São várias
religiões e tradições. “É preciso
aguçar a percepção sobre o outro”,
diz Paulo Rocha. “Nosso foco são
as pessoas”, arremata José Cláudio
Daltro.
água
Uma cidade que
sabe o que quer
Em Limeira, no interior
de São Paulo, empresa
Foz do Brasil tem sua
concessão estendida
até 2039
texto Júlio César Soares
fotos Edu Simões
Recém-batizada de Foz do Brasil
Limeira, a então Águas de Limeira chegou à cidade, no interior de São Paulo,
em 1995, para iniciar uma concessão
de 20 anos. Nesses 14 anos, Limeira
viu seu perímetro urbano quase duplicar, de 82 km2 para os atuais 156 km2,
e o número de habitantes saltar de 225
mil para 275 mil. “A cidade cresceu,
precisamos crescer com ela”, diz o
Diretor de Operações da Foz do Brasil
Limeira, Sandro Stroiek.
O Plano Diretor da cidade, aprovado
recentemente pelo poder público municipal, indica os caminhos e o ritmo de
crescimento em Limeira. “A Prefeitura
fez reuniões nos bairros e chegou à
conclusão que eram necessárias medidas para os serviços de água e esgoto
chegarem aos novos consumidores”,
explica Renê Aparecido Franco, DiretorPresidente do Serviço Autônomo de
Água e Esgoto (SAAE), autarquia responsável pela fiscalização do sistema
em Limeira.
Instalações da Foz do
Brasil Limeira: serviços
vão chegar a novos
consumidores
Em junho de 2009 foi publicada
pela Prefeitura a prorrogação do
contrato de concessão com a Foz do
Brasil Limeira, que continuará responsável pelo fornecimento de água
e tratamento de esgoto na cidade
até 2039. O investimento total será
de R$ 286 milhões. “Nos próximos
14 anos, teremos uma nova ampliação da Estação de Tratamento de
Água (ETA), a execução de 16 km de
adutoras e a construção de novos
reservatórios”, anuncia Stroiek.
O apoio da comunidade atesta a qualidade da concessão em
Limeira e justifica sua prorrogação.
Jaqueline dos Santos Conceição,
17 anos, natural de Romaria (MG) e
recém-chegada à cidade, destaca:
“Além do ótimo atendimento, como
o Laboratório Móvel, que vai até as
casas, a água é de excelente qualidade”.
CONTEÚDO EXTRA NA EDIÇÃO ONLINE
www.odebrechtonline.com.br
19
20
treinamento
Profissionais indianos durante seu treinamento em Triunfo: Braskem é referência mundial para a Basell
Indianos, tchê!
Dezoito profissionais da Índia visitam o Polo Petroquímico de
Triunfo para aprender a trabalhar com uma tecnologia de
produção de polietileno que a Braskem adquiriu da Basell
texto Luciana Moglia / fotos Ricardo Chaves
odebrecht informa
Impossível não perceber a presença daquela turma simpática
circulando pelas instalações da
Braskem no Polo de Triunfo (RS).
Eram 18 indianos que estavam em
Triunfo para aprender a trabalhar
com uma tecnologia de produção
de polietileno que a Braskem
adquiriu da Basell. No refeitório, atraíam olhares também por
conta da alimentação diferenciada – muito saudável: os indianos
abusam das saladas e das frutas,
e grande parte do grupo era vegetariana. O que não os impediu de
visitar uma churrascaria gaúcha
para conhecer a dança típica do
Rio Grande do Sul.
Esse não foi o primeiro grupo
estrangeiro a participar de treinamentos nas plantas da Braskem.
Nos últimos três anos, as unidades de polietileno e polipropileno
receberam visitantes da Arábia
Saudita, da Alemanha, da Rússia e
do Irã. A vinda dos indianos confirma que a Basell tem na Braskem
uma referência em âmbito mundial e sua base de treinamento na
América Latina.
Procedente da Indian Oil
Corporation, o grupo chegou ao
Brasil em 20 de julho para participar de um treinamento de
20 dias nas três plantas Slurry
PE 5, que utilizam a tecnologia
Hostalen, desenvolvida pela Basell
para a produção de polietileno.
A mesma tecnologia foi adquirida pela empresa indiana, que
até o fim do ano deverá iniciar
a operação de uma unidade de
polietileno com capacidade de
300 mil t/ano. O grupo foi treinado por instrutores da Basell
procedentes da Alemanha e da
Índia, e teve a supervisão de Eros
Ramos, Responsável pela Unidade
Polietileno da Braskem em
Triunfo, e do engenheiro de produção Rafael Matos, encarregado
de acompanhar todas as visitas às
plantas durante as tardes, após as
aulas teóricas das manhãs, que
abordaram temas como a química
da reação e catalisadores, polimerização e extrusão.
“Encontramos na Braskem um
ótimo ambiente para realizarmos
nossos treinamentos. As plantas
têm excelente nível e todas as
pessoas se mostraram muito
amigas, nos acolheram bem e
nos passaram informações”,
disse Vatti Suresh Babu, um
dos indianos.
Os treinamentos não foram proveitosos apenas para os visitantes.
“Ao participar das aulas práticas
nas plantas, nos atualizamos com
os instrutores da Basell e trocamos informações com os colegas”,
comenta Rafael Matos. O grupo de
brasileiros era formado por gerentes de produção, responsáveis por
operações industriais, engenheiros de produção e operadores com
idades entre 20 e 50 anos. “Esse
tipo de programa é importante
para as equipes se atualizarem
sobre inovações”, afirma Eros
Ramos.
“Encontramos na
Braskem um ótimo
ambiente para
realizarmos nossos
treinamentos. As plantas
têm excelente nível
e todas as pessoas se
mostraram muito amigas,
nos acolheram bem e nos
passaram informações”
[ Vatti Suresh Babu ]
Eros RAMos,
Responsável pela
Unidade Polietileno
da Braskem em
Triunfo
“Esse tipo de
programa é
importante para
as equipes se
atualizarem
sobre
inovações”
odebrecht informa
22
com HERCULANO BARBOSA
O coração
no convés
Nascido em Pedra Azul, no nordeste de Minas Gerais,
Herculano de Almeida Horta Barbosa iniciou a carreira de
engenheiro na Odebrecht Perfurações Ltda (OPL), em 1983.
Trabalhou em plataformas em alto-mar por quatro anos e
assumiu postos de liderança no escritório do Rio de Janeiro,
onde permaneceu até 1998. Naquele ano, a Organização
se retirou do setor. Herculano retornou em 2006 para ser
Diretor de Contratos da Odebrecht Óleo e Gás (OOG),
sucessora da OPL e então recém-constituída. Como DiretorSuperintendente da empresa, está empenhado na formação
de uma nova geração de engenheiros e tripulantes dispostos
a vencer desafios e a crescer junto com a empresa em mais
um capítulo de sua história de pioneirismo.
texto Thereza Martins / foto Américo Vermelho
odebrecht informa
OI – O trabalho em plataformas é
de altíssimo risco, do ponto de vista
da segurança no trabalho. Você
viveu alguma situação difícil nesse
sentido?
Herculano – Vivi algumas. A
mais difícil de todas, em meados
da década de 1980. Eu era Gerente
da Plataforma Norbe V, em Natal,
quando houve um blow out (vazamento de gás) na Norbe III. Toda
a tripulação foi transferida para a
Norbe V. Junto com a Petrobras,
cliente da OPL, formamos uma
equipe – incluindo integrantes que
estão de volta à empresa, como
José Pitta e Pedro Mathias – que
se revezou durante um mês e meio
para controlar a situação. O barulho
do gás vazando era absurdo. Muito
acima da capacidade do ouvido
humano. Além disso, havia risco de
explosão a qualquer momento. Foi
um trabalho de enorme coragem
e competência de toda a equipe.
Houve um acidente, mas, por sorte,
sem nenhuma vítima fatal.
foto: Almir bindilatti
foto: Arquivo odebrecht
Odebrecht Informa – Nos tempos
de estudante, você já tinha vontade
de trabalhar na área de exploração
de petróleo?
Herculano Barbosa – Não. Meu
objetivo era trabalhar em construção civil, fazer pontes e viadutos.
Mas coincidiu de a OPL, constituída
havia poucos anos, estar selecionando jovens engenheiros para um
estágio de três meses na plataforma
de petróleo Norbe I. Fui muito bem
orientado e tive um ótimo aprendizado. Na ocasião, o encarregado do
sistema elevatório da plataforma
deixou a empresa e fiquei como auxiliar no posto. Pouco depois, ainda
durante o estágio, fui convidado para
substituí-lo.
Plataformas Norbe III e Norbe VI: marcos na história da OPL, que têm
prosseguimento com a OOG
OI – Quais foram suas maiores
alegrias profissionais?
Herculano – Sob minha gerência, nunca houve um acidente fatal,
mesmo durante as situações mais críticas. Um importante indicativo do trabalho em equipe. Outra grande alegria
foi ver o desenvolvimento profissional
de pessoas da operação que ajudei
a formar. Muitas delas são agora
encarregados e gerentes em outras
empresas. Há também os colegas e
amigos engenheiros que cresceram
comigo na Odebrecht. Entre eles, José
Pitta, hoje responsável técnico pela
construção da plataforma de exploração semissubmersível Norbe VI, que a
OOG está executando para a Petrobras
em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, e
Pedro Mathias, Diretor de Contrato das
Norbes VIII e IX, dois navios em construção na Coréia do Sul.
OI – Quais são os principais
desafios da OOG neste momento?
Herculano – Com a OOG, a
Odebrecht retornou ao segmento
de perfuração de petróleo em um
momento especialmente oportuno.
A Petrobras está gerando oportunidades para empresas brasileiras
atuarem em águas ultraprofundas,
um setor dominado por companhias
estrangeiras. A OOG participou e
saiu vencedora de duas importantes
licitações para construir e operar as
Norbes VI, VIII e IX, em contratos de
longo prazo. Temos profissionais com
experiência em águas profundas,
mas precisamos de muitos outros. A
tecnologia para perfurar e explorar
poços de até 12 mil metros de profundidade [3 mil metros de lâmina
d’água e 9 mil metros de poço] exige
uma tripulação altamente qualificada, que já está sendo preparada.
OI – Quais são as perspectivas
de atuar na exploração da camada
de pré-sal?
Herculano – Haverá grande
demanda de serviço para o desenvolvimento desses campos. No momento, a OOG está acompanhando o
movimento dos clientes para ampliar
seu leque de atuação.
OI – O futuro aponta em que
direção?
Herculano – A OOG atua em um
segmento dominado por empresas
internacionais, mas temos objetivos
ambiciosos. Queremos aprimorar
nossa qualificação para continuar a
atender clientes em qualquer lugar
do mundo.
odebrecht informa
24
peru
Um corredor
na cordilheira
Trecho I da IIRSA Norte, com 125 km, será um vetor de desenvolvimento para
Yurimaguas e Tarapoto, cidades antes conectadas por uma trilha de terra
texto Rodrigo Vilar / fotos Guilherme Afonso
O ano é 2009, estamos em meados de fevereiro e os últimos 100
m dos 125 km do Trecho I da IIRSA
Norte parecem intransponíveis. A
menos de um mês da inauguração da obra pelo Presidente Alan
García, as equipes de engenharia
e de produção da Odebrecht buscam uma solução para vencer um
dos setores mais complicados da
Cordilheira Escalera, região montanhosa da Alta Floresta peruana:
uma plataforma muito estreita,
espremida por um paredão de
rocha, que limita a passagem da
estrada pela encosta.
Diante dessa barreira natural,
odebrecht informa
a equipe da empresa supervisora,
contratada pelo Governo peruano
e responsável pela fiscalização
do projeto, recomenda ao consórcio construtor (83% Odebrecht e
17% Graña y Montero) que faça
uma única faixa nesse trecho
com extensão de 500 m. O problema parece estar resolvido,
mas quando Ricardo Paredes,
Responsável por Produção, leva a
orientação para Eleuberto Antonio
Martorelli, Diretor de Contrato,
este não concorda. Olhar fixo no
peruano Paredes, Martorelli lança
o desafio: “Há 500 anos vocês
construíram Machu Picchu e não
conseguem finalizar esses 100 m?
O sonho do nosso cliente é o de
uma estrada de integração sulamericana, e a obra não pode ficar
limitada por um trecho de mão
única”.
Ricardo e o Responsável por
Engenharia, o brasileiro André
Guimarães, reúnem suas equipes,
voltam à prancheta e dias depois
retornam com a solução: utilizar
o recurso da Terra Armada, que,
não por coincidência, emprega
o mesmo conceito construtivo
utilizado pelos incas em Machu
Picchu. Assim, a equipe consegue
entregar o Trecho I a tempo para
a inauguração no dia 17 de março,
incluindo o trecho de 500 m com
duas pistas.
Essa história destaca apenas um
dos desafios enfrentados na etapa
entre Yurimaguas e Tarapoto. Em
três anos de trabalho, grandes
obstáculos foram superados. Um
projeto inicial que muitas vezes
não correspondia às características geológicas e topográficas da
região; a necessidade de construir
preservando uma área de proteção ambiental com uma das mais
ricas diversidades de fauna e flora
do mundo; chuvas fortes; deslizamentos de terra e, por fim, a reestruturação, na metade da obra,
do consórcio de construção, são
alguns exemplos. Oscar Salazar,
Responsável AdministrativoFinanceiro, salienta um dos fatores
decisivos para o equacionamento
das dificuldades: “A integração
sul-americana começou dentro da
obra. Víamos peruanos, bolivianos,
chilenos, brasileiros, equatorianos
e argentinos, todos trabalhando
em sinergia”, relata. “A união da
equipe foi crucial.”
O Trecho I é o único que precisou
ser construído a partir do zero,
do total de seis trechos que compõem os 955 km da IIRSA Norte.
Viabilizada dentro de um modelo
de parceria público-privada (PPP)
para construção, reabilitação e
operação da rodovia, a IIRSA Norte
liga o porto marítimo de Paita, no
Oceano Pacífico, ao porto fluvial de
Yurimagua, na Amazônia peruana.
A estrada atravessa as regiões de
Piura, Lambayeque, Cajamarca,
Amazonas, San Martín e Loreto.
“Estamos tornando possível
o surgimento de um corredor
seguro com padrão internacional.
Queremos que a IIRSA Norte seja
um exemplo para o processo de
concessão no país. Por isso, ter
um sócio como a Odebrecht é
muito importante”, explica Hjalmar
Marangunich Rachumi, Diretor
Geral de Concessões e Transportes
do Ministério de Transportes e
Comunicação, ressaltando que a
obra é um vetor de integração e
desenvolvimento para os povos da
região norte do Peru.
É isso o que se vê ocorrer, a
passos largos, em Yurimaguas e
Tarapoto, cidades de 160 mil e 50
mil habitantes, respectivamente,
antes conectadas apenas por uma
trilha de terra, na qual um veículo
demorava em média nove horas
para transpor os 125 km. “Isso
em tempo bom, porque quando
chovia podíamos levar dois dias
para atravessar, muitas vezes em
odebrecht informa
O recurso da Terra Armada emprega o mesmo conceito
construtivo utilizado pelos incas em Machu Picchu
cima de caminhões, sem nenhuma segurança”, relembra Adolfo
Fasanando, jornalista e morador
de Tarapoto. Hoje, o mesmo trecho
é percorrido em duas horas de
carro e já existe uma empresa com
uma frota de oito ônibus novos,
com ar-condicionado, fazendo
transporte regular entre as cidades.
Em um dos locais mais bonitos da estrada, onde a consórcio
construiu um mirante e uma trilha
ecológica que leva à Cachoeira
de Ahuashiyacu, ponto turístico
odebrecht informa
Ricardo Paredes explica o método da Terra
Armada (ao lado): o passado ajudando o futuro.
Acima, Mary Carmen (à esquerda)
no Restaurante El Dorado: nova clientela
da Cordilheira Escalera, Manuel
Bernales, 70 anos, membro da
Associação Alto Ahuashiyacu, diz
nunca ter visto tanto movimento de
turistas. “Tem gente vindo de todas
as regiões do Peru e de outros
países. A associação contou 5 mil
visitantes na cachoeira em julho
deste ano; no mesmo mês do ano
passado foram 2 mil.”
Chegando a Yurimaguas, que só
tinha acesso a outras cidades pela
trilha de terra e pelo porto fluvial,
é possível constatar que o fluxo
recente de pessoas vindas pela
IIRSA Norte está mudando a economia da cidade. A gerente do restaurante El Dorado, Mary Carmen
del Aguila Pérez, comemora a
chegada da nova clientela. “Hoje
temos clientes de todas as partes
dessa região e de outros países,
como Bolívia e Chile. O movimento diário dobrou e passamos de
quatro para seis funcionários.
Tem muito mais trabalho, melhor
assim.”
CONTEÚDO EXTRA NA EDIÇÃO ONLINE
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27
O futuro já é!
texto Marcus Neves / foto Elisa Ramos
Ela é baiana, mas está plenamente adaptada ao estilo de vida
carioca. Ticiana Leon, 28 anos, transferiu-se em 2006 para o
Rio de Janeiro com a missão de coordenar o Tributo ao Futuro.
Criado em 2004 pela Odebrecht S.A., esse programa permite
aos integrantes da Organização Odebrecht investirem em projetos apoiados pela Fundação Odebrecht, com a contrapartida
da dedução dos valores investidos do Imposto de Renda a pagar.
Ticiana, filha única dos dentistas Noel e Leila, formada em
Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e ex-estagiária do Programa Jurídico da Fundação Odebrecht, está feliz com
os resultados que o Tributo ao Futuro vem alcançando. Desde
2006, a arrecadação de recursos do programa tem registrado
um crescimento médio de 100% ao ano. E ela ainda quer mais.
“No início era uma ‘eu quipe’”, diz Ticiana, com seu humor
característico. Hoje ela lidera uma equipe de três pessoas e faz
questão de dividir o sucesso de sua missão com outras duas
pessoas: Renato Baiardi, membro do Conselho de Administração
da Odebrecht S.A., e Maurício Medeiros, Presidente Executivo da
Fundação Odebrecht. “Sem a confiança deles eu não teria conseguido”, diz Ticiana. “Mas ainda há muito trabalho pela frente.”
Uma das maiores razões da motivação de Ticiana vem da
experiência que viveu como integrante da equipe de Projetos
da Fundação. Ela passou dois anos e meio no Programa de
Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Baixo Sul da
Bahia. “Vi de perto como se desenvolvem os capitais produtivo,
humano, social e ambiental, para o crescimento de jovens e
suas comunidades, em uma região historicamenrte carente de
investimentos sociais”, ela diz.
“Vi de perto como se desenvolvem os capitais produtivo, humano,
social e ambiental, para o crescimento de jovens e suas comunidades”
odebrecht informa
28
produção agrícola
Terreno fértil
para a realização
Na comunidade de
Mata do Sossego,
famílias assentadas
Assentamento Mata do
Sossego: desenvolvimento
humano, social e ambiental
vivenciam uma nova
forma de organização
texto Mariana Menezes
fotos Almir Bindilatti
No município de Igrapiúna, no
Baixo Sul da Bahia, a comunidade do assentamento Mata do
Sossego experimenta uma nova
proposta de organização da produção agrícola. Com orientação
técnica e apoio administrativo,
integrou-se à Cooperativa dos
Produtores de Palmito do Baixo
Sul (Coopalm) e aumentou sua
renda média familiar mensal de
R$ 150 para R$ 700.
As 82 famílias assentadas eram
desarticuladas, improdutivas e
conviviam com altos índices de
violência. Após um processo de
mobilização e seleção, 39 delas
iniciaram o cultivo do palmito de
pupunha. A comunidade evoluiu
não só em relação à renda, mas
em termos de desenvolvimento humano, social e ambiental,
tornando-se exemplo de assentamento.
odebrecht informa
“Não houve intervenção.
Construímos
conjuntamente o
futuro desejado, e este
sonho partiu da própria
comunidade”
[ Roberto Lessa ]
Uma parceria com o Banco
do Brasil, com a contratação
de operações de crédito rural
via Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura
Familiar (Pronaf), torna possível
a atividade produtiva. “O recurso
é liberado de uma única vez para
a Coopalm, que repassa as parcelas aos produtores, respeitando
o calendário agrícola”, explica
Roberto Lessa, que acompanhou
a comunidade desde o início do
mobilizados
para aprender
Agenor de Souza
e outros 63
cooperados da Mata
do Sossego se
mobilizaram quando
não conseguiram
a quantidade
necessária de mudas
de pupunha para o
início do plantio em
2007. Aprenderam
novas técnicas
e implantaram
um germinador
comunitário,
passando a produzir
suas próprias mudas.
O resultado foi acima
do esperado e, na
época, o excedente
foi vendido para
abastecer seu antigo
fornecedor.
projeto, em 2005, e hoje é responsável
pelo Núcleo de Aliança Cooperativa da
Fundação Odebrecht, instituição que
também apoia a iniciativa.
A Coopalm acompanha os financiamentos,
a elaboração de projetos e a prestação de
contas. Com assistência técnica, os
moradores da Mata do Sossego plantaram
50 hectares com recursos liberados pelo
Pronaf previstos para apenas 39 ha de
plantio. “Estamos alcançando o que sempre
sonhamos”, comemora o agricultor
José Marculino dos Santos.
palmito certificado
O palmito produzido pela
Coopalm tem os certificados
ISO 9001 (Gestão da Qualidade),
ISO 14001 (Gestão Ambiental),
APPCC (Análise de Perigos e
Pontos Críticos de Controle), além
do Rainforest Alliance Certified, que
auxilia o consumidor a identificar
produtos agrícolas de origem
responsável.
CONTEÚDO EXTRA NA EDIÇÃO ONLINE
www.odebrechtonline.com.br
odebrecht informa
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foto: Acervo FIEB
José Mascarenhas recebe comenda
José de Freitas Mascarenhas, Responsável por Desenvolvimento de Oportunidades
e Representação na Odebrecht S.A, recebeu no dia 20 de agosto a Ordem do Mérito
Industrial 2009, em cerimônia no auditório da Federação das Indústrias do Estado da
Bahia (Fieb), em Salvador. A Ordem do Mérito Industrial é a mais importante comenda
da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e destaca anualmente personalidades
que contribuem para o desenvolvimento da economia. José Mascarenhas foi indicado
pela Fieb e homologado pelo Conselho da Ordem do Mérito da CNI, formado por cinco
presidentes de federações de indústria. A comenda foi entregue por Armando Monteiro,
Presidente da CNI, na presença de líderes empresariais e políticos, além de colegas,
familiares e amigos do homenageado.
Angolanos
na ETH
Howard Gardner, um dos
mais famosos psicólogos
cognitivistas do mundo, participou do
ciclo de palestras Fronteiras Braskem
do Pensamento, em 18 de agosto, no
Teatro Castro Alves, em Salvador. O
tema de sua exposição foi “Educação
no Século XXI”. Professor da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos,
Gardner falou sobre o conceito da
Teoria das Inteligências Múltiplas
(IMs), desenvolvido por ele em 1983.
A psicologia tradicional defende que
as pessoas possuem apenas uma
inteligência, enquanto a teoria das
IMs descreve nove tipos: linguística,
lógico-matemática, musical, espacial,
interpessoal, intrapessoal, corporal,
naturalista e existencial. Segundo
Gardner, ao contrário dos testes psicométricos (Q.I.), que reduzem a inteligência da pessoa a um número, as
nove inteligências abrem um mundo
de possibilidades.
Outro tópico bastante discutido:
odebrecht informa
as "cinco mentes" que ele considera
essenciais para o futuro. Segundo
Gardner, os indivíduos do século XXI
têm de saber administrar suas atividades (mente disciplinada), distinguir
as informações que lhes são úteis
(mente sintetizadora), ir além do que
já é conhecido (mente criativa), saber
conviver com a diversidade (mente
respeitosa) e ser bons trabalhadores
e cidadãos (mente ética). “Quem não
é letrado, não tem conhecimentos
básicos ou pelo menos uma área de
expertise estará ou desempregado ou
trabalhando para alguém que tenha
essas habilidades”, resumiu.
O Fronteiras Braskem do Pensamento terá prosseguimento em 29
de setembro, com a participação do
ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 2007, Eric Maskin. No dia 16
de outubro será a vez da psicanalista
Maria Rita Kehl. Fechando o ciclo
2009, o jornalista Tom Wolfe fará
palestra em 11 de novembro.
Sessenta integrantes da Biocom,
empresa angolana que produz açúcar e álcool, estão passando por um
programa de treinamento na Unidade
Eldorado da ETH Bioenergia. Até o fim
de 2009, receberão aulas teóricas e
práticas nas áreas agrícola, industrial
e administrativa. Serão 1.200 horas
de atividades.
Compromisso
nacional
No dia 25 de junho, as cinco unidades da ETH Bioenergia aderiram ao
Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na
Cana-de-açúcar. Ao todo, 303 unidades produtoras, cerca de 75% de todas as unidades em operação no país,
assinaram o documento, que prevê a
regularização e a redução da terceirização de trabalhadores e a criação de
soluções que requalifiquem aqueles
que foram afetados pela crescente
mecanização do plantio e da colheita.
Caminhada
na Venezuela
A Primeira Caminhada Braskem na
Venezuela, realizada em 29 de agosto,
em Caracas, permitiu aos cerca de 100
participantes apreciarem a agradável
paisagem do Parque del Este. O evento
promoveu a integração da equipe da
Braskem e de seus familiares com os
parceiros da estatal Pequiven (Petroquímica da Venezuela) e da Construtora Norberto Odebrecht (CNO), e
celebrou os três anos da Braskem na
Venezuela, além do sétimo aniversário
de formação da empresa.
Segundo João Batista Matos, integrante da Braskem que reside em
Caracas desde setembro de 2008, “a
caminhada proporcionou a integração
das famílias que vivem na Venezuela e
reforçou o compromisso da companhia
com a saúde e a qualidade de vida das
pessoas”. Emma Marisol Delgado,
venezuelana que trabalha na área de
Plantas Industriais da CNO, afirmou:
“Este tipo de evento, mais do que
promover as relações interpessoais,
contribui para estreitar os laços e o
sistema de comunicação, favorecendo
o trabalho em equipe”.
Na opinião de Samir Dib, integrante
da Pequiven alocado ao projeto da Propilsur (empresa constituída pela Pequiven e pela Braskem), a caminhada não
foi apenas um evento de atividade física, mas, sobretudo, uma oportunidade
para “estreitar ainda mais os laços
que unem a Braskem e a Venezuela e,
em particular, a Braskem e a parceira
Pequiven”.
De um lado, medo, culpa e isolamento, decorrentes dos sa-crifícios
pessoais – sobretudo a redução do
tempo para convívio com a família
e os amigos. De outro, aumento da
segurança profissional, da autoconfiança e da disciplina. Tudo isso foi
apon-tado pela pesquisadora Maria
Rosa Trombetta, da Universidade de
São Paulo (USP), em sua dissertação
de mestrado, após ter entrevistado
participantes do Programa de Formação em Finanças da Organização
Odebrecht, com atividades predominantemente online. O trabalho
de Maria Rosa teve como objetivo
verificar os resultados obtidos pelos
“estudantes-executivos” ao incorporarem atividades educacionais
corporativas online a sua rotina.
Conclusão da pesquisadora: “Os
ganhos cognitivos e afetivos em
relação à atividade educacional
online superam as perdas, contribuindo para o desenvolvimento
pessoal e profissional”.
Tiro de Guerra
fotos: almir bindilatti
foto: arquivo braskem
Entre perdas e ganhos,
a busca pelo crescimento
A partir da esquerda,
Heraldo Rocha, Deputado
Estadual; Ramiro Campelo,
Prefeito de Valença e
Diretor do Tiro de Guerra;
General de Divisão
Mário Matheus de Paula
Madureira, Diretor do
Serviço Militar do Exército;
General Marius Teixeira
Neto, Comandante Militar
do Nordeste; Roselidiana
Viana Farias, Presidente
da Câmara de Vereadores
de Valença; Norberto
Odebrecht, Presidente do
Conselho de Curadores
da Fundação Odebrecht,
e General João Francisco
Ferreira, Comandante da
6ª Região Militar
A inauguração do Tiro de Guerra de Valença, no Baixo Sul da Bahia,
em 29 de julho, é fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Valença
e a Fundação Odebrecht, que investiu R$ 871 mil na construção das
instalações. Os Tiros de Guerra são órgãos de formação de reserva
do Exército brasileiro e contribuem para a fixação dos jovens em
suas cidades de origem. O General Marius Teixeira Neto, Comandante
Militar do Nordeste, afirmou: “Um estado ou país só pode crescer e
se desenvolver se agir de forma harmônica, com todos os segmentos
da sociedade envolvidos”.
odebrecht informa
32
por Paulo Nassar
A comunicação é
essencial
a
Por isso, deve ser transparente, percebida como vontade
do gestor, e revelar, em todas as suas relações, o sentido
de perenizar e valorizar a humanidade
A importância da comunicação
para as organizações, como elemento estratégico de gestão, é
inquestionável, sobretudo hoje,
quando a tecnologia faz com
que todos sejam tudo ao mesmo
tempo: funcionário, consumidor,
formador de opinião, acionista, etc. Segundo Philip Kotler,
professor da Kellogg School of
Management, da Universidade
Northwestern, dos Estados
Unidos, “a importância das
informações transmitidas pelas
empresas passou a ser menor
do que a das criadas pelo consumidor”, o que nos dá a medida do deslocamento de forças
no mercado, diante das quais as
empresas buscam o reequilíbrio.
odebrecht informa
Nesse contexto, vale lembrar a
célebre hierarquia das necessidades humanas, representadas
na pirâmide de Abraham Maslow
(1908-1970), em cuja base estão
as necessidades fisiológicas,
seguidas, de baixo para cima,
das necessidades de segurança,
sociais, de estima e autorrealização. O atendimento delas, de
maneira a valorizar a gestão, só
é viabilizado por meio de uma
boa comunicação, cujo eixo está
no desempenho equilibrado da
empresa nos âmbitos econômico, social e ambiental.
Portanto, a comunicação é a
essência das relações – dentro
e fora dos muros da empresa –
e permeia a vida de todos nós.
Dela, muitas vezes resulta o
sucesso ou o fracasso de uma
empreitada. Na organização, ela
é essencial para a sua própria
existência. Por isso, deve ser
transparente, percebida como
vontade do gestor, e revelar,
em todas as suas relações, o
sentido de perenizar e valorizar
a humanidade, além de atuar
diretamente nos rituais, no diálogo, na identidade, na cultura
e na memória daquele grupo de
pessoas que a constitui.
Paulo Nassar é Diretor-Geral
da Associação Brasileira de
Comunicação Empresarial
e Professor da Escola de
Comunicações e Artes da USP
Peru, 1979. A Odebrecht participava da
foto: arquivo odebrecht
construção da Hidrelétrica Charcani V, obra que
exigiu a perfuração de 13 km de túneis nas rochas
fragmentadas do vulcão Misti, na Cordilheira dos
Andes, a uma altitude de 3.600 metros, em região
de frequentes tremores de terra e com temperatura
de até 18ºC negativos. Foi assim, nesse ambiente
desafiador, que um grupo de pioneiros deu início à
atuação internacional da Odebrecht.
foto: Dario de freitas
Acreditar Silvana Maria da Silva conquistou uma profissão. Ela trabalha como
carpinteira em Jeceaba, Minas Gerais. Formou-se em junho no Programa de Qualificação
Profissional Continuada – Acreditar. Criado nas obras da Usina Hidrelétrica Santo Antônio,
em construção no Rio Madeira, em Rondônia, o Acreditar está sendo implantado em projetos
com a participação da Odebrecht em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, e encontra-se
em fase de pré-implantação na Líbia. De Rondônia para o mundo árabe, o Acreditar vai se
consolidando como uma iniciativa de capacitação dotada de potencial para transformar o
cenário da formação profissional no Brasil e em outros países.
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segurança - Odebrecht Informa