info TRIMESTRAL | ABR.MAI.JUN. 2006 • Nº 8 • €2 Magazine de informação da Ordem dos Engenheiros REGIÃO NORTE Xavier Malcata, uma aposta ganha na Engenharia Química info editorial índice 48 12 16 20 28 29 30 31 32 Opinião Notícias Luís Ramos Vice-presidente do Conselho Directivo Entrevista Destaque Vida Associativa No número de Primavera da INFO Magazine prosseguimos o roteiro, iniciado há precisamente dois anos, de entrevistas a colegas dos diferentes ramos da Engenharia e que se destacaram no exercício das suas profissões. O escolhido deste trimestre é o engenheiro Xavier Malcata, engenheiro químico de formação e professor catedrático da Universidade Católica Portuguesa e ainda o coordenador do Colégio Regional Norte de Engenharia Química da Ordem dos Engenheiros. A sua carreira académica e profissional está inteira e intensamente associada à biotecnologia, sendo um dos responsáveis pelo sucesso e pela excelência alcançados pela Escola Superior de Biotecnologia dessa universidade, da qual é o actual director, e pelo Centro de Incubação e Desenvolvimento de Empresas em Biotecnologia, onde exerce o cargo de administrador executivo. A secção Perfil Jovem esboça o retrato de uma promessa da Engenharia Agronómica, de seu nome Sandra Bebiana Carvalho Monteiro, e que foi contemplada com o melhor Estágio de 2005, atribuído pela Ordem dos Engenheiros no seu Dia Nacional e que decorreu, no passado mês de Novembro, em Bragança. Licenciada pela Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, realizou o seu estágio no Departamento de Qualidade e Segurança Alimentar da CONSAGRA, Consultoria Agro-alimentar, com um trabalho sobre a “Implementação do Sistema HACCP na Indústria Agro-Alimentar”. O destaque deste número inclui ainda um dossier, elaborado pelo Colégio Regional Norte, sobre o ensino da Engenharia Civil em Portugal. Com base em informações e estatísticas disponíveis, os seus autores desenvolvem uma reflexão cuidada sobre os importantes desafios que temos pela frente, académicos e profissionais, tendo em vista a exigência de um ensino de qualidade para uma actividade competente. De realçar ainda a notícia sobre a 1.ª edição do Engineer’s Trophy, um evento organizado, em Ponte de Lima, de 21 a 23 de Abril, e que teve por objectivo, para além do indispensável e salutar convívio, colocar à prova a estratégia, a criatividade, a perseverança e o espírito competitivo dos mais de 30 de participantes. Objectivo plenamente alcançado e que deverá conduzir à realização de uma segunda edição desta iniciativa em tempos próximos. Finalmente, merecem ainda destaque os artigos de opinião dos colegas Ricardo Cunha Reis, sobre “Inovação ou investir no Futuro”, e Patrício Martins, sobre “Internacionalização, que compromisso?”. Ou ainda o ambicioso programa de encontros que o Conselho Directivo e os Colégios da Região Norte da Ordem dos Engenheiros vão organizar até ao final do ano em diferentes localidades da região. Boa leitura. Disciplina Perfil Jovem Engenharia no Mundo Lazer Agenda 12 20 30 3 Ficha Técnica Propriedade: Ordem dos Engenheiros – Região Norte. Director: Luís Ramos ([email protected].). Conselho Editorial: Gerardo Saraiva de Menezes, Luís Leite Ramos, Fernando Almeida Santos, Maria Teresa Ponce Leão, António Machado e Moura, Joaquim Ferreira Guedes, José Alberto Gonçalves, Aristides Guedes Coelho, Hipólito Campos de Sousa, José Ribeiro Pinto, Francisco Antunes Malcata, António Fontainhas Fernandes, João da Gama Amaral, Carlos Vaz Ribeiro, Fernando Junqueira Martins, Luís Martins Marinheiro, Eduardo Paiva Rodrigues, Paulo Pinto Rodrigues, António Rodrigues da Cruz, Maria da Conceição Baixinho. Redacção: Ana Ferreira (edição), Liliana Marques, Natércia Ribeiro e Susana Branco. Paginação: Joel Rocha. Imagens: Arquivo QuidNovi e Getty Images/ImageOne. Grafismo, Pré-impressão e Impressão: QuidNovi. Praceta D. Nuno Álvares Pereira, 20 4º DQ – 4450-218 Matosinhos. Tel.229388155. www.quidnovi.pt. [email protected] Publicação trimestral: Abr/Mai/Jun – n.º 8/2006. Preço: 2,00 euros. Tiragem: 12 500 exemplares. ICS: 113324. Depósito legal: 29 299/89. Contactos Ordem dos Engenheiros – Região Norte Jorge Basílio, secretário-geral da Ordem dos Engenheiros – Região Norte Sede: Rua Rodrigues Sampaio, 123 – 4000-425 Porto. Tel. 222 071 300. Fax.222002876. http://norte.ordemdosengenheiros.pt Delegação de Braga: Largo de S. Paulo, 13 – 4700-042 Braga. Tel. 253269080. Fax. 253269114. Delegação de Bragança: Av. Sá Carneiro, 155/1º/Fracção AL. Edifício Celas – 5300-252 Bragança. Tel. 273333808. Delegação de Viana do Castelo: Av. Luís de Camões, 28/1º/sala 1 – 4900-473 Viana do Castelo. Tel. 258823522. Delegação de Vila Real: Av. 1º de Maio, 74/1º dir. – 5000-651 Vila Real. Tel. 259378473. Página 4 OPINIÃO info Ricardo da Cunha Reis, engenheiro civil “Inovação” ou ainda “investir no futuro” Poderia iniciar este pequeno artigo de opinião com alguns chavões, invocando palavras como “inovação” ou ainda “investir no futuro”, mas não o vou fazer. Irei sim tentar ser prático e conciso em algumas ideias e reflexões que a seguir exponho. Como foi do conhecimento geral, realizou-se em Fevereiro último o 6º Congresso Internacional da Segurança, Higiene e Saúde do Trabalho na FEUP de 23 e 24 de Fevereiro, organizado pela Ordem dos Engenheiros – Região Norte/FEUP/APSET, com uma adesão fora do comum, o que tornou, mais uma vez, aquele evento um verdadeiro sucesso, não só porque intervieram nos seus painéis alguns dos mais importante nomes ligados a esta área, mas também por diversos factores, entre outros, os que passo a citar: 1. É um assunto bastante mediático, pois continua a verificar-se, apesar de ter vindo a decrescer, uma taxa de sinistralidade no trabalho significativa relativamente ao resto da Europa; 2. No âmbito da construção civil, foram abordadas algumas questões relativas à aplicação da “nova” regulamentação nomeadamente, o Decreto-lei 273/03 de 29 de Outubro e o Decreto-lei 12/2004 de 9 de Janeiro; 3. E ainda, qual deverá ser o perfil do Coordenador de Segurança, ainda no âmbito do Decreto-lei 273/03 de 29 de Outubro, de modo ser possível regulamentar esta actividade. Penso, fundamentalmente, que foi este último ponto que despertou um interesse generalizado, pois na realidade tratase da “criação de novas profissões” que se dão pelo nome de “Coordenador de Segurança e Saúde em Obra e Projecto” e de “Técnicos Superiores de Higiene e Segurança no Trabalho e Técnicos de Higiene e Segurança no Trabalho”. Funções ou missões essas obrigatórias na generalidade das obras de construção civil, pois existem, quase sempre, mais de dois projectistas na realização de um projecto (Arquitectura e Especialidade) e mais de duas empresas a executar uma obra (Empreiteiro e Sub-empreiteiros). E a questão era: quem é que deverá desempenhar essa função? Bom, não irei pronunciar-me sobre esta questão, mas sim constatar que de facto estas duas novas “profissões” terão obrigatoriamente de existir no ramo da Indústria de Construção Civil e a pergunta que deverá ser feita é: – E a restante indústria, têxtil, calçado, informática e outras, não deveriam ter as mesmas obrigatoriedades que a construção civil? Será que se trata de indústrias de 2ª categoria e de menor importância? Para se ter uma ideia, qualquer indústria para se manter em laboração deverá ter o chamado alvará. No caso da construção civil, existe uma entidade regulamentadora chamada IMOPPI – Instituto dos Mercados de Obras Públicas e Particulares e do Imobiliário, e no caso da generalidade das indústrias, a entidade regulamentadora é o Ministério da Economia. Ora, de acordo com a Portaria 16/2004 de 10 de Janeiro, regulada pelo IMOPPI, para a obtenção das várias classes de Alvará de Construção Civil a empresa deverá ter nos seus quadros os seguintes técnicos, entre outros: Tec. Hig. Seg. Trabalho Classes Engenheiro Eng. Técnico 6 7 8 9 1 2 4 6 1 2 4 6 CAP nível 5 CAP nível 3 1 1 1 2 1 2 2 Nas restantes indústrias, reguladas pelo Ministério da Economia, apenas está previsto um «Interlocutor e responsável técnico do projecto», pessoa ou entidade designada pelo industrial para efeitos de demonstração de que o projecto se encontra em conformidade com a legislação aplicável e para o relacionamento com a entidade coordenadora e as demais entidades intervenientes no processo de licenciamento industrial, conforme mencionado no art. 2º do Decreto-lei 69/2003 de 10 de Abril. Sem mais definições relativamente ao perfil ou qualificação académica do mesmo, e em temos de segurança e saúde no trabalho, deverão ser exigidos os serviços internos, externos ou mistos, conforme Decreto-lei 441/91 de 14 de Novembro. Ora, poderá ser legítima a argumentação de que: como a construção civil tem uma componente técnica elevada, deverá ter quadros mínimos com competência específica para o desenvolvimento dos trabalhos na empresa. E nas info restantes indústrias não são necessários esses quadros? Caso o projecto de construção civil não seja bem concebido, no seu todo, poderão estar em risco muitas vidas humanas. E no resto das indústrias não? Como por exemplo a informática que está, hoje em dia, constantemente presente em todos os sectores de actividade? Mas gostaria de ir mais longe na minha reflexão. É do conhecimento geral que qualquer empresa com contabilidade organizada deverá ter um Técnico Oficial de Contas (TOC) ou eventualmente um Revisor Oficial de Contas (ROC). Ora estes técnicos terão como função principal o tratamento dos números numa fase final, ou seja, irão trabalhar com os valores que são debitados pela empresa em função do seu desempenho. E será que esse desempenho será o ideal, será que a indústria estará OPINIÃO Página 5 munida de quadros técnicos suficientes, em quantidade e qualidade, para que as empresas sejam produtivas em todas as suas vertentes: comercial, planeamento, gestão de recursos, etc. Na indústria da construção civil, como o quadro mínimo é obrigatório, a probabilidade da empresa conseguir obter um maior desempenho é maior. Nas restantes indústrias, infelizmente para todos, a probabilidade é muito menor. Termino este pequeno texto, apesar de não o fazer no início, com as palavras “inovação” ou ainda “investir no futuro” porque é disto que o nosso tecido empresarial necessita, mas para tal deverá ter nos seus quadros técnicos trabalhadores válidos e qualificados, pois será esta a mais-valia para vencer as “guerras” com outros mercados que estão a proliferar de forma desmedida e muitas vezes sem regras. Página 6 OPINIÃO info Patrício Martins, engenheiro electrotécnico Internacionalização, que compromisso? Nos dias de hoje assiste-se, nos meios de comunicação, nos cafés, nos corredores das empresas…, a uma discussão abusadora e até arrepiante sobre a crise económica do país, sobre o equilíbrio orçamental, sobre o fraco poder de compra dos portugueses, sobre o défice da balança comercial, entre outros temas que fazem a actualidade. Por outro lado, os especialistas em economia e finanças apelam diariamente para a contenção da despesa pública e mais concretamente para o cuidado na concretização de grandes obras. Tendo como objectivo a retoma da economia, estes prestigiados especialistas apontam como uma das principais soluções a aposta na inovação e na penetração em novos mercados exteriores, aumentando desta forma as exportações. Ora, pegando na palavra exportação, pergunto: Para aumentar as exportações não será preciso em primeiro lugar que as empresas se internacionalizem? Não será necessário criar e aproveitar “know-how” interno das grandes realizações? Motivar para inovar conceitos ou motivar para ganhar um dinheiro extra? Não serão precisos decisores que assumam riscos razoáveis? Não serão precisos processos que capacitem a nossa engenharia interna? Não serão precisos métodos de produção eficazes? Não serão precisos métodos rigorosos de qualidade e produtividade? Não serão precisos métodos de decisão, de concepção e de exploração diferentes do que aqueles que até aqui se têm aplicado? Não serão precisas receitas de inovação? Não será necessário mudar o comportamento das pessoas no seu dia-a-dia? É necessário e determinante criar na nossa cultura uma mentalidade diferente por parte da massa empresarial e governamental porque penso que é unânime que não estamos no bom caminho e que se não mudarmos de atitude irá haver desequilíbrios na balança comercial não corrigível, nem a curto nem a longo prazo. Precisamos de desenvolver a nossa capacidade criativa. Precisamos de aproveitar o que internamente há a fazer, criando, na medida do possível, uma protecção aos concorrentes nacionais para desenvolver ou importar métodos de análise, investigação e desenvolvimento que enriqueçam o país, pegando por exemplo no que de melhor há em países superdesenvolvidos. Tomando como exemplo o aeroporto da OTA. Na realização desta grande e estrutural obra para o país, qual o capital empresarial português que vai ser investido ou empregue? Quantas empresas portuguesas de tecnologia vão contribuir com soluções inovadoras, sem ser com a força da pesada “mão-de-obra”, nesta infra-estrutura? O país e as empresas precisam, sem margem para dúvidas, de pessoas competentes ao nível da sua gestão superior porque assumir o compromisso da internacionalização é assumir a vontade de criar riqueza interna através da venda de produtos/soluções ao exterior. Assumir a internacionalização é expandir a nossa tecnologia exportando o nosso “know-how”. Assumir a internacionalização é aceitar riscos inerentes a este tipo de negócio. Para internacionalizar é necessário criar competências diferenciadoras que permitam elevar o nosso índice de competitividade global (interno e externo). É necessário determinação por parte da governação estratégica do país, para assumir uma engenharia de recrutamento eficaz, virada para o conceito da intermobilidade dos seus colaboradores, da internacionalização dos seus conceitos, da globalização dos seus métodos produtivos. O país precisa de um leque de “indivíduos”, onde os engenheiros têm um papel fundamental e preponderante, capazes de pôr em prática todo o seu “saber” para, em complemento com outras actividades de gestão estratégica, exportar o conceito do país que sabe fazer apresentando um imagem moderna, inovadora e de grande valor tecnológico. Porque no mundo actual só se exporta tecnologia com valores diferenciadores, a exportação não é mais do que saber negociar mais-valias entre duas sociedades/entidades. Capacidade intelectual não falta neste país, portanto vamos lá “arregaçar as mangas”! Página 8 NOTÍCIAS Noel Vieira homenageado na FEUP No passado dia 8 de Março, o Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (DEMEGI) da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) homenageou o engenheiro Noel Vieira, um dos seus mais antigos professores convidados e recentemente jubilado. Do seu vasto currículo destacam-se os vários anos de ensino e a sua participação em diversos projectos de renome internacional, bem como a fundação de uma das empresas de projectos mais bem sucedidas – a FASE. Membro da Ordem dos Engenheiros há mais de 25 anos e exmembro da Comissão de Admissão e Qualificação da Ordem dos Engenheiros, Noel Vieira apresentou a sua Visão sobre o Sector de Serviços de Engenharia em Portugal. Caracterizando a actividade, desde o seu início até ao momento do sector de serviços de Engenharia, o info homenageado prosseguiu a sua apresentação fazendo menção a vários aspectos dos serviços de Engenharia, desde o seu enquadramento legal até à relação entre empresas e universidades, destacando que “há estudos de ambos os lados. Seria desejável um entrosamento maior entre universidades e empresas.” Noel Vieira referiu ainda o papel cada vez mais importante das empresas de serviços de Engenharia no futuro, quer económico quer social do país, e o valor crescente desta área em Portugal que conta, cada vez mais, com profissionais bastante qualificados. Os engenheiros A. Machado e Moura (vogal da OERN) e Eduardo Maldonado (presidente do Colégio Nacional de Engenharia Mecânica), em representação, respectivamente, do Conselho Directivo da Ordem dos Engenheiros da Região Norte e do bastonário da Ordem dos Engenheiros, associaram-se a esta cerimónia. No final da sessão, Noel Vieira recebeu das mãos de Machado e Moura um “pin” de prata, representativo dos 25 anos de inscrição na Ordem dos Engenheiros e foi igualmente presenteado pelo director do DEMEGI – engenheiro Paulo Tavares Castro – com o livro “Memórias da FEUP”, evocativo das antigas instalações da mesma faculdade na Rua dos Bragas. Bons projectos Os bons projectos resultam, apenas e só, de um trabalho de equipa multidisciplinar simultâneo, desde a sua raiz. Esta ideia foi defendida por unanimidade entre os vários engenheiros e arquitectos que protagonizaram as terceiras Jornadas de Direcção e Gestão da Construção. Por outro lado, neste encontro, realizado recentemente na sede da OE e subordinado ao tema “A importância de um bom projecto e da sua coordenação”, ficou ainda claro que um mau projecto é o principal causador de conflitos na construção e poderá ter consequências imprevisíveis no seu desenvolvimento. Por seu lado, a OE advertiu para a importância dos bons projectos, assentes na Especialização de Direcção e Gestão da Construção. Novas leis da construção em debate “A Revisão Legislativa do Sector da Construção” foi tema de debate, promovido pela Ordem dos Engenheiros (OE), em mais um dos jantares-debates, inseridos num ciclo sobre assuntos ligados à Engenharia portuguesa, no âmbito das comemorações do 70º aniversário da info OE. Hipólito Ponce de Leão, presidente do Instituto dos Mercados das Obras Públicas e Particulares do Imobiliário (IMOPPI), foi o orador convidado, tendo abordado os vários diplomas sujeitos a uma reformulação pelo Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, nomeadamente “A contratação pública de empreitadas e serviços”, “A revisão do Decreto 73/73”, “A ficha técnica de habitação” e “O Decreto lei sobre a qualificação profissional dos coordenadores de segurança em sede de projecto e obra”. Na sede da OE e perante uma plateia de cerca de uma centena de engenheiros, Ponce de Leão defendeu ainda uma revisão cuidadosa da Lei dos alvarás. Estabilização na habitação nova O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou, no passado dia 11 de Abril, um relatório sobre o índice de custos de construção de habitação nova. Em Fevereiro registou-se um crescimento de 3,6%, no Continente, face ao período homólogo do ano passado, sendo que o mesmo índice estabilizou relativamente ao mês anterior. Segundo o INE, este crescimento deve-se à proporcionalidade entre a aceleração do crescimento da componente de materiais (em o,1%) e o abrandamento da mão-de-obra. Centro de Engenharia da Maia oficializado José Socrates presidiu, no passado dia 18 de Abril, ao lançamento oficial do Centro de Engenharia do Centro Para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel (CEIIA-CE). Com sede na Maia, esta infra-estrutura tem como objectivo o desenvolvimento de produtos de valor acrescentado para o sector automóvel. Apesar da cerimónia, a CEIIA-CE começou a laborar em 2005 e, em pleno, no início do ano. Com uma área de 4109 metros quadrados, o centro encontra-se nas instalações da Tecmaia e, em 2007, conta triplicar o número de engenheiros empregados que inicialmente era de 20. A realização de programas completos solicitados por clientes ou parceiros, desde o design até à produção, para desenvolvimento de veículos de nicho ou pequenas séries destacam-se entre as actividades desenvolvidas pelo CEIIA. Siemens no Qatar A construção de um terminal aeroportuário temporário no Quatar NOTÍCIAS Página 9 está na base de um contrato celebrado entre a Siemens Portugal e aquele país, num investimento superior a 20 milhões de euros. As soluções a exportar, como os sistemas de raio-X para controlo de bagagens e de detecção de metais e explosivos para passageiros, serão criadas por engenheiros nacionais. A venda de “know-how” português resulta numa estrutura que, segundo um comunicado emitido pela empresa, é um produto directo do Siemens Capacity Plus, um conceito criado pelo Operating Group Industrial Solutions and Services Portugal. Licenciamentos dos edifícios diminuem No mês de Fevereiro, assistiu-se a um decréscimo do número de licenciamentos dos edifícios face ao ano anterior. Uma quebra registada em todas as regiões do país. De acordo Página 10 NOTÍCIAS com dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística, entre as variações médias negativas destacamse as regiões da Madeira, com menos 15,6%, de Lisboa, com menos 11,2%, e do Alentejo, com menos 10,1%. No total, 75,9% destinaram-se ao licenciamento de construções novas, 83% dos quais aplicados à habitação familiar. Nova ponte sobre o Douro O engenheiro Adão da Fonseca deverá ser o autor da nova ponte que ligará o Porto a Gaia. Esta sétima travessia sobre o rio Douro, orçada em 10,5 milhões de euros, será pedonal e info situar-se-á a cerca de 500 metros da ponte D. Luís I, a jusante da Praça da Ribeira (no Porto) e do Largo Sandeman (em Gaia). Ocupando uma área total de 1750 metros quadrados, a ponte suspensa tem cinco metros de largura e 350 metros de comprimento. O tabuleiro, em aço, com o pavimento em madeira em “deck”, ficará a uma cota de cerca de 12 metros do rio. O vão da travessia terá 202 metros e ficará ao mesmo nível do tabuleiro inferior da ponte de D. Luís I, por forma a assegurar a serventia do canal de navegação. O mesmo vão ficará alteado, na saída da margem do Porto, decrescendo depois até à margem gaiense, onde será implantado o único pilar em aço da ponte. De resto, o acesso à nova ponte (a partir de Gaia) far-se-á através de uma rampa com 4% de inclinação, enquanto do lado oposto a rampa terá uma inclinação de 10%, à qual também se poderá aceder de elevador. Além de Adão da Fonseca, responsável pela concepção da ponte e do desenvolvimento da componente das estruturas, a equipa de trabalho envolvida no projecto integra ainda os engenheiros Matos Fernandes (fundações), Elsa Caetano (estruturas), Álvaro Cunha (comportamento dinâmico da ponte) e Veloso Gomes (hidráulica fluvial). Uma fotografia da ponte Pênsil, da autoria de Domingos Alvão, e uma outra imagem representativa da actividade portuária da ribeira do Porto do séc. XIX serviram de inspiração ao engenheiro Adão da Fonseca para a concepção da nova ponte, cuja info integração paisagística e serviços especializados de arquitectura foram assumidos por Álvaro Siza. O novo IMOPPI Instituto da Construção e do Imobiliário é a nova designação do Instituto dos Mercados de Obras Públicas e Particulares (IMOPPI). A alteração do nome insere-se no Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado, depois da nova estrutura do Ministério das Obras Públicas ter sido aprovada parcialmente em Conselho de Ministros. A revisão dos estatutos do organismo liderado por Ponce de Leão estará na base destas alterações. Concurso na REFER O passado dia 2 de Maio foi a data limite estipulada pela REFER para a entrega das propostas de trabalho para as obras na Linha do Norte, avaliadas em 3,867 milhões de euros. As obras contemplam a supressão das passagens de nível nos quilómetros 59/279,59/733 e 648 da Linha do Douro, no concelho de Marco de Canaveses (no distrito do Porto). Reabilitação da baixa do Porto O Salão Ibérico do Mercado Imobiliário e Turismo Residencial, que decorreu até ao passado dia 26 de Março, serviu de pretexto para a Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto (SRU) sublinhar o papel da Porto Vivo no processo de renovação da baixa da cidade. Uma intervenção que já se iniciou na Praça de Carlos Alberto e que se estenderá, a partir de Outubro, em algumas áreas da Avenida dos Aliados e nas zonas de Mouzinho da Silveira e do Infante. A fase inicial dos trabalhos rondará os dois mil milhões de euros, a crer na síntese do masterplan da reabilitação urbana e social da baixa portuense, apresentada no ano passado. Segundo dados da SRU, cerca de 40% das casas situadas no centro histórico do Porto e mais de 25% do total de edifícios encontram-se devolutos. Primeiro parque empresarial de Gaia 12,5 milhões de euros é o investimento previsto para a construção da novo Parque Tecnológico de Gaia, que deverá ficar concluído em 2008. Um projecto comparticipado até 70% pelo Programa de Incentivos à Modernização da Economia e que contará como parceiros com as universidades do Porto e de Aveiro e com as empresas municipais locais. Os empreendimentos de São Félix da Marinha, Sandim e BrandarizPerosinho são as três novas estruturas apresentadas pela Câmara Municipal de Gaia com vista a concentrar as diversas unidades industriais dispersas. SICO 2006 recebe Portugal Entre os próximos dias 21 e 25 de Junho, Portugal participa na SICO 2006, a Feira de Construção da Galiza, NOTÍCIAS Página 11 organizada pela Associação de Promotores Imobiliários de Pontevedra (APROIN). Este encontro, considerado um dos mais importantes do sector na Península Ibérica, visa incrementar o interesse e facilitar o investimento no mercado da construção da Galiza, sendo que Portugal poderá desde logo beneficiar do factor da proximidade. De resto, a participação nacional neste certame será activa, já que alguns dos apoios institucionais são portugueses, como é o caso da Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção (APCMC). Primeira estação GPS do Norte No dia 4 de Julho, os engenheiros Sandra Carvalho, da CM de Penafiel, Helena Kol, do Instituto Geográfico Português, e Luís Santos, da Leica Geosystems, presidem a uma sessão organizada pelo Colégio Regional de Engenharia Geográfica que terá lugar na sede da OERN e versará sobre a estação GPS permanente da Câmara Municipal de Penafiel. O sistema GPS é hoje largamente utilizado em aplicações da topografia e da geodesia, que requerem um posicionamento de grande precisão. Esta estação, a primeira do género instalada na região Norte, disponibiliza correcções diferenciais para utilizadores do sistema GPS. São desta forma facilitados os procedimentos de aquisição de informação geo-referenciada de grande rigor, fundamental à actividade de uma câmara municipal. Os oradores convidados irão fazer uma exposição dos diferentes aspectos técnicos da instalação e operação daquela estação. Página 12 ENTREVISTA info Xavier Malcata, engenheiro químico A química é a essência da vida Engenheiro químico de formação, Francisco Xavier Delgado Domingos Antunes Malcata há muito deixou de dedicar-se apenas às pesquisas laboratoriais para abraçar outras actividades que o ocupam a tempo inteiro. Professor catedrático da Universidade Católica Portuguesa, administrador executivo do Centro de Incubação e Desenvolvimento de Empresas em Biotecnologia, coordenador do Colégio de Engenharia Química na Ordem dos Engenheiros – Região Norte (OERN), delegado nacional à Comissão Europeia na Food Quality and Safety, director da Escola Superior de Biotecnologia, responsável administrativo de duas associações tecnológicas recentemente criadas, editor de duas novas publicações da Ordem dos Engenheiros-Região Norte – Rodrigo Guedes de Carvalho: um projecto, um percurso, um paradigma e Engenharia Química: uma engenharia de interface(s) – e autor de vários artigos e trabalhos são algumas das suas actividades profissionais que preenchem o seu interminável currículo. Xavier Malcata considera que um desafio chama por outro e enfrenta-os de forma arrebatadora, com o mesmo tipo de abertura e de vontade. No entanto, considera umas actividades mais motivantes do que outras: “Há umas que me dão um gosto interior pessoal, que Para Xavier Malcata, “os engenheiros químicos acabam por ter uma visão de conjunto integrador que os diferencia das outras engenharias, que são mais específicas para o produto e o processo” compensam outras funções que não me dão uma satisfação tão grande. Mas todas dão-me paixão”. Desta forma, revê-se nos desenvolvimentos e resultados dessas actividades e até nos que os outros que com ele colaboram também alcançam, pois “são para mim um orgulho pessoal enorme, sendo a principal recompensa que consigo recolher da minha intervenção”. A ideia de ser engenheiro químico acompanhou desde cedo Xavier Malcata. Na escola secundária sabia bem quais os passos a seguir em termos profissionais. Embora tivesse notas elevadas para optar por outro curso superior, como, por exemplo, Medicina, da preferência de seu pai, que insistiu para que seguisse esse curso em vez de Engenharia Química. Mas respondia-lhe sempre que a sua vocação era Engenharia Química, como explica: “Uma vocação reforçada pela influência importante das minhas professoras da escola. Elas mostraram que a química, que é info ENTREVISTA Página 13 Texto de Ana Ferreira . Fotos de Alfredo Pinto uma álgebra especial, em que dois mais dois não são necessariamente quatro, está na base de tudo o que acontece no nosso mundo e, em particular na vida. Se reparamos bem, a química é a essência da vida, é um conjunto de reacções, de transformação de moléculas com átomos, que se vão associando de maneiras diferentes, e se isso se for fazendo de forma controlada, integrada e coordenada, acabamos por conseguir um conjunto de competências e de funções a que nós globalmente chamamos vida e isso sempre me fascinou. Por outro lado, a Engenharia é física muito prática. Sempre me dei muito bem nestas áreas, com uma capacidade de abstracção que terá vindo das minhas raízes familiares, visto que a minha mãe é licenciada em Matemática e na minha formação enquanto pessoa sempre tive uma componente muito forte nessa disciplina. Esta é base das ciências que lida com a física, que é a ciência mais distintiva da Engenharia”. Foram estas duas componentes que acabaram por motivar desde muito novo Xavier Malcata no sentido de seguir Engenharia Química, tendo hoje a certeza absoluta que fez a aposta correcta. Terminou a licenciatura em Engenharia Química, em 1986, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, na época ainda na Rua dos Bragas. De seguida, foi contratado como assistente estagiário da Escola de Biotecnologia, que ainda se encontrava numa fase inicial. Esta foi uma oportunidade que aceitou de braços abertos, sabendo que lhe iria dar a possibilidade de crescer e abrir horizontes que não teria tido nas ofertas que entretanto ocorreram. De 1988 a 1992, frequentou a Universidade de Wisconsin, em Madison (Estados Unidos da América), onde concluiu o doutoramento em Engenharia Química, mas já na interface com a área dos alimentos. Aí a sorte voltou a bater-lhe à porta, pois teve a possibilidade de frequentar um dos departamentos de Engenharia uímica mais conceituados do mundo. Esta deslocação foi benéfica em vários aspectos. Primeiro, porque esteve afastado do seu meio usual, que é o Porto (não é a sua cidade-natal, pois nasceu em Malange, em Angola), alargando-lhe horizontes; depois, porque permitiulhe contactar com o país mais desenvolvido do mundo, designadamente nas componentes científico-tecnológicas. Engenheiros portugueses entre os melhores do mundo Mesmo tendo sido uma experiência única nos quatro anos que ficou nos Estados Unidos, Xavier Malcata nunca Página 14 ENTREVISTA info Xavier Malcata, engenheiro químico colocou a hipótese de não regressar a Portugal por vários motivos: os afectos e sobretudo a vontade de ensinar os outros a fazer melhor. Se, por um lado, Xavier Malcata incentiva as deslocações dos seus estudantes como enriquecimento da sua formação, por outro, defende o regresso e a transmissão dos seus onhecimentos a outros portugueses. O que o preocupa é que, uma vez lá fora, dificilmente as pessoas regressam a Portugal. “Hoje fala-se muito da fuga de cérebros para o exterior e, de facto, o que acontece é que temos massa cinzenta muito boa no país. Temos uma boa capacidade de aprendizagem, temos pessoas muito competentes, mas infelizmente muitas vezes não lhes damos condições de realização pessoal e profissional”. Na opinião do engenheiro químico, não há um tecido socioeconómico que consiga absorver essas pessoas e as suas competências, de forma a ser motivador e a garantir perspectivas de carreira. Para ele, o desafio está na resposta a esta questão: “Se eles vingam lá fora, porque não vingam em Portugal se lhes dermos condições? Temos de os fazer regressar para trazer ensinamentos e novas formas de pensar mais aberta, pragmática e sistemática, para que em rede tenham força e contribuam para essa massa crítica necessária para que o nosso país caminhe para a frente”. O que provoca esta situação, segundo a sua opinião, é que vivemos num país que tem dificuldade em agir. “É um país em que se for forçado a fazer alguma coisa até é capaz de o fazer, mas é preciso chegar a esse ponto. É um país que dificilmente toma iniciativas e quem as toma normalmente não é bem visto pelos seus pares”. Portugal é o contrário dos Estados Unidos, onde se premeia o empreendedorismo a todos os níveis. Curiosamente, nesse país existem prémios de empregado do mês nas cadeias de fast food. “Nós não incentivamos aqueles que se destacam dos outros pela positiva, porque se acha que esses vão constituir uma ameaça aos que fazem menos”, explica. O engenheiro químico quando se refere à postura actual dos portugueses reporta-se à atitude do Velho do Restelo que Luís de Camões cantava na sua obra épica há cinco séculos atrás: a vontade de ir contra aqueles que querem ir mais longe. “Temos uma perspectiva pessimista e não impulsionamos quem se evidencia pela positiva e enquanto não mudarmos essa postura, que obviamente exige gerações, não vamos ser capazes de estar à altura de países mais desenvolvidos, que há muito tempo enveredaram por essa via”. Não é de agora que Xavier Malcata faz questão de salientar o seu ponto de vista em relação a esta matéria. Não sente, porém, que está sozinho a clamar no deserto, pois outras pessoas manifestam publicamente ideias idênticas, mas muito ainda há a fazer. A começar por descobrir as respostas a estas perguntas: “Agora que as fronteiras se abriram, agora que estamos integrados no pelotão da frente a nível mundial que é a União Europeia, agora que temos financiamentos específicos para modernizar e acompanhar os outros, porque não somos um caso de sucesso como outros países têm sido, como a nossa vizinha Espanha? O que vem de fora é que é bom e nós somos uns coitadinhos, mas não conseguimos porquê? Somos feitos de uma massa genética diferente e de pior qualidade?” Para ele, a organização e a vontade de o fazer, que tem de começar por todos, estão na base destes problemas, sob o lema “think globally, act locally” (pensa globalmente, actua localmente). Além disso, os portugueses, na sua opinião, também têm um problema de auto-estima. Engenharia Química, a mais globalizante das engenharias Para Xavier Malcata ser engenheiro em Portugal é um desafio, que vai ser cada vez maior. Aqueles que são engenheiros, em particular os engenheiros químicos, têm pela frente oportunidades que não devem descurar e para as quais se devem treinar devidamente. Na sua opinião, a Biotecnologia constitui claramente um manancial de oportunidades para a intervenção dos engenheiros químicos e dá como exemplo o seu próprio percurso profissional: começou como engenheiro químico na versão mais clássica e hoje está completamente convertido e operacional na área da Biotecnologia. “A formação em Engenharia foi para mim qualquer coisa de estruturante, pois aprendi a pensar de forma racional e pragmática. Como costumo dizer, ser engenheiro não é meramente ter um diploma que se recebe ao fim de cinco anos de formação. É muito mais do que isso: é pensar como um engenheiro, é funcionar como um engenheiro. Ser engenheiro é uma forma de estar na vida. É isto que tento ensinar aos meus alunos. Digo-lhes que o que aprenderam não chega, pois tem de ser operacionalizado no mundo real e não ideal, num mundo onde faltam sempre dados e onde os problemas são quase sempre imprevisíveis. Como engenheiros de formação já têm as ferramentas, mas têm de aprender a pensar de forma realista adaptada à situação, mas sobretudo de modo eficiente. Um engenheiro deve fazer muito bem a gestão do tempo, ou seja, mesmo que seja possível arranjar uma solução perfeita ou quase perfeita, se essa demorar muito tempo ou tempo infinito não é útil para ninguém. É muito importante para quem se está a formar em Engenharia que fique com esta ideia”. Xavier Malcata defende que dentro das especializações em Engenharia, a Química é a mais globalizante, devido à forma como é feita a abordagem, isto é, “os engenheiros químicos nos currículos mais clássicos tocam num conjunto muito variado de áreas e portanto acabam por ter uma visão de conjunto integrador que os diferencia das outras engenharias, que são mais específicas para o produto e o processo”. Para ele, a Engenharia Química tem de tudo um pouco e não é por acaso a grande percentagem de engenheiros químicos que info ENTREVISTA Página 15 ocupam lugares de chefia em relação à total população de engenheiros em Portugal. “Este é um dos pontos que estou a tentar desenvolver e será um dos contributos que pretendo deixar desta minha passagem enquanto coordenador do Colégio Regional de Engenharia Química da Região Norte”, diz o engenheiro químico. E acrescenta: “O espírito colectivo é muito importante e talvez um dos soft skills que mais precisamos em Portugal é um certo tipo de auto-estima de classe. Compreender que estar nesta área não é apenas necessário para uma postura exigente e reivindicativa perante terceiros, mas é muito mais do que isso: é sobretudo ter confiança em nós próprios enquanto cidadãos e profissionais”. “O grande desafio da Engenharia Química vai passar pelas ferramentas da Biotecnologia” O século XXI é o da biologia, tal como o século XX foi o da física e o século XIX o da química. E quando se trata da biologia consideram-se ferramentas que se baseiam na vida e isso é que é a Biotecnologia. “Actualmente um engenheiro químico tem de saber lidar de forma proficiente com estas ferramentas e, por isso, sendo eu engenheiro químico de formação e estando à frente de uma escola de Biotecnologia, trata-se de um desafio face a uma área que aparentemente seria nova, mas que no fundo a Engenharia Química inclui, tal significa lidar com os problemas da bioremediação (ou a resolução de muitos problemas ambientais a posteriori), mas significa também o desafio ainda maior dos processos limpos, ou seja, dos que não são poluentes, e que por isso tipicamente recorrem a ferramentas da Biotecnologia. O grande desafio da Engenharia Química vai passar pelas ferramentas da Biotecnologia, por aquela forma de implementar processos que replica o que a natureza faz e que tem vindo a fazer há muito tempo. Hoje em dia, percebemos o que acontece e conseguimos manipular essas ferramentas”. Quanto à postura de um cidadão comum, Xavier Malcata aponta que todos têm a obrigação de participar todos os dias nos processos que estejam ligados ao ambiente, à alimentação, etc. Contudo, têm de ser treinados e motivados. Educação é a palavra-chave para o engenheiro. Tal como não se sabia reciclar lixo até há alguns anos atrás e hoje em dia reciclar faz parte do léxico diário dos cidadãos. Além do ambiente, os hábitos alimentares também o preocupam. Afirma que a dieta mediterrânica, rica em vegetais, produtos frescos e peixe joga a nosso favor, mas que infelizmente está-se a perder cada vez mais em favor da fast food, devido ao acelerado ritmo de vida dos portugueses. Contrariamente, o “conceito de slow food, valoriza o retorno às origens em relação à alimentação. O acto da pessoa se alimentar é muito importante a nível nutricional e da saúde, pelo que deve ser muito bem pensado o que é o menu, mas também é um momento social, de convivência. Temos de recuperar estes contributos. Felizmente, a nova geração de chefes de culinária já começou a recuperar o que era a tradição alimentar portuguesa e a riqueza dos seus ingredientes, dando-lhes o que faltava para ser apelativa a uma população mais urbana e mais exigente. (...) A sopa, por exemplo, que era tradicional, está a ser recuperada e é já um sucesso, sendo que cadeias de fast food estão a apostar na sopa e na fruta fresca”. O futuro é olhado com optimismo. “Sou um optimista por natureza e se assim não fosse não conseguia ter esta força anímica para estar sempre a lutar contra a corrente num país que em vez de nos ajudar a crescer nos cria entraves e empecilhos”. Página 16 DESTAQUE info Colégio Regional de Engenharia Civil Engenharia Civil – Alguns Indicadores Pretende-se abordar neste artigo, de forma sintética, as questões relativas à formação em Engenharia Civil e à situação do exercício profissional dos Engenheiros Civis. Para o efeito, apresentam-se alguns indicadores relativos ao número de escolas, vagas e alunos admitidos, médias de acesso, relação entre cursos acreditados e não acreditados, e evolução do número de diplomados. Relativamente aos Engenheiros Civis membros da OE, apresentam-se alguns indicadores relativos à sua actividade profissional. Escolas O Sistema de Ensino português, em termos de licenciaturas em Engenharia Civil, oferece no subsistema do Ensino Público dez instituições de Ensino Universitário, das quais sete são acreditadas pela OE e treze instituições de Ensino Politécnico, sendo uma acreditada. No subsistema do Ensino Não Público existem seis universidades de Ensino Particular e Cooperativo e a Universidade Católica Portuguesa. Nenhum destes cursos é acreditado pela Ordem dos Engenheiros. da Beira Interior), UM (Universidade do Minho) e da UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro). No que respeita aos cursos não acreditados é de salientar o crescimento do número de vagas no período de 2000 e 2002, passando a sua importância de 52% para 55%. A partir de 2002 não se verificaram alterações significativas. – Evolução do número de cursos que conferem licenciatura em Engenharia Civil por tipo de Escola Exigência no acesso – nota mínima Pela primeira vez no ano lectivo 2005/2006 não ingressaram no Ensino Superior estudantes com notas de candidatura negativas, nas disciplinas de Matemática e Física, indiciadoras de uma preparação deficiente nas matérias nucleares para um curso de Engenharia Civil. Constata-se que a introdução deste critério afectou muito menos os cursos acreditados pela OE do que os cursos não acreditados do Ensino Universitário e Politécnico, já que era frequente alguns destes estabelecimentos admitirem alunos com classificação inferior a 9,5/20. – Evolução do número dos diferentes cursos que conferem licenciatura em Engenharia Civil Vagas por escola O número total de vagas das Escolas Universitárias e Politécnicos que leccionam Engenharia Civil manteve-se em crescimento entre 2000 e 2002 (2130 e 2310 respectivamente), passando a decrescer a partir desta data, verificando-se uma diminuição de cerca de 150 vagas, entre 2002 e 2005. Deste número, os cursos acreditados representam 45% do total de vagas em 2005/2006, tendo as reduções acima referidas ocorrido sobretudo nos cursos da UBI (Universidade – Nota Mínima no acesso a cursos acreditados info DESTAQUE Página 17 2000/2001 houve 1104 diplomados e, no ano lectivo 2003/2004, houve 1783 no total, ou seja, um crescimento de 61,5%. No que se refere aos cursos acreditados, o número de diplomados cresceu 47% enquanto naqueles que não são reconhecidos pela OE o aumento foi de 81%. Analisando a evolução do número de diplomados por escolas verifica-se que as Universidades do Porto, Coimbra, Técnica de Lisboa, a Nova de Lisboa e o ISEL apresentam um maior número de diplomados. Nos cursos não acreditados, o ISEP é o instituto que mais contribuiu para o aumento do referido número de licenciados em Engenharia Civil. – Nota Mínima no acesso a cursos não acreditados Relação vagas/colocados No ano lectivo 2005/2006, através do concurso nacional de acesso para ingresso no Ensino Superior Público, foram abertas 1835 vagas, das quais 53% em cursos acreditados e 47% em cursos não acreditados. Dados que não incluem as vagas e os admitidos das escolas privadas, que se desconhecem. Na primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior público foram preenchidas 67% das vagas em cursos acreditados e 33% nos cursos não reconhecidos pela OE. As Universidades que preencheram totalmente as vagas na 1.ª fase de colocações foram as do Porto, a Técnica e a Nova de Lisboa, mesmo com a imposição da nota mínima de 9,5 valores. – Evolução do número de diplomados em Engenharia Civil Os Engenheiros Civis em número A outorga do título de Engenheiro Civil é uma prerrogativa da OE. Sintetiza-se no organograma, em baixo, de forma simplificada o percurso mais frequente e a progressão dos Engenheiros Civis na Ordem. – Relação número de vagas e alunos admitidos em cursos acreditados e não acreditados Diplomados Entre 2000/2001 e 2003/2004, o número total de diplomados em Engenharia Civil teve uma tendência crescente, como se pode verificar pelo respectivo gráfico. No ano lectivo – Vias de admissão e qualificação na Ordem dos Engenheiros Página 18 DESTAQUE info Colégio Regional de Engenharia Civil No que respeita às candidaturas a membros da OE, por parte de licenciados oriundos de cursos não acreditados no período de 2002 a 2005, o acréscimo de candidatos a exame foi superior a 200%, donde resultou um aumento nas admissões à OE por esta via até 2004. Em 2005, apesar do maior número de candidatos, o número de admitidos sofreu um decréscimo de 47%. Quanto à importância da Especialidade de Engenharia Civil na OE, salienta-se que esta se distancia das restantes, correspondendo-lhe o maior número de membros: 13031, em 2004, o que representa cerca de 40,7% dos membros totais da OE. 27,1% no sector público. A percentagem de empresários é de 15,1%, enquanto 5,6% são reformados e 0,8% encontram-se no desemprego. – Ramo de actividade dos Engenheiros Civis membros da Ordem dos Engenheiros – Exames de admissão a OE, Especialidade de Engenharia Civil A maioria dos Engenheiros Civis membros da OE (87,2%) têm qualificação profissional de Membro. 10,2% têm a qualificação de Membro Sénior e 0,6% de Membros Conselheiros. O título de especialista foi atribuído a 3,2% dos membros. Constata-se que os Engenheiros Civis, membros da OE, residem principalmente na Região de Lisboa (41,8%) e em menor grau na Região do Porto (18,7%). Analisando a Região de Trabalho, verifica-se uma tendência semelhante à delineada para a Região de Residência, o mesmo acontecendo com o número de inscritos em cada uma das Regiões (Sul–48,8%; Centro–18,6%; Norte–29%). Tendo em conta a idade, verifica-se que 30,3% dos membros têm entre 40 a 49 anos, 27,5% situam-se entre os 30 e os 39 anos e 18,9% entre 50 e 59 anos, sendo a maioria do sexo masculino (85,3%). Na especialidade de Civil, 79,2% são licenciados, tendo 9,3% adicionalmente uma pós-graduação, 7,6% um mestrado e 3% doutoramento. Os Engenheiros Civis no plano profissional Em relação à situação profissional, a maioria dos Engenheiros Civis membros da Ordem dos Engenheiros é trabalhador por conta de outrem: 40,6% no sector privado e O ramo de actividade que mais se destaca é o da construção, empregando 64.2% dos Engenheiros Civis. O ramo da administração pública, defesa e segurança social representa 12,3% e a educação 6%, seguindo-se outros menos expressivos. Em relação às principais áreas de actividade exercidas, as mais registadas são as de projecto (22,5%), planeamento, controlo ou fiscalização (20%) e direcção e execução de obras (17,6%). No exercício de segundas actividades, a área de projecto é novamente a mais registada, com 28,7%, seguindo-se direcção e execução de obras, com 13,8%, e consultoria com 11,6%. Mais de metade dos membros da OE (57,8%) trabalha em empresas privadas, enquanto na administração local ou regional trabalham 10,9%. Considerando a dimensão da instituição empregadora, verifica-se que 29% dos Engenheiros Civis, membros da Ordem, trabalham em empresas com mais de 500 trabalhadores e que 32,1% trabalham em empresas com menos de 50 trabalhadores. Cerca de 52.1% trabalham há mais de 10 anos e menos de 30. 16,6% há mais de 30 anos. Quanto à mobilidade profissional, os Engenheiros Civis que mudaram de empresa, pelo menos uma vez desde que iniciaram a carreira, rondam os 64,2%. Aqueles que continuam na mesma empresa, mas que desempenham outras funções, aproximam-se dos 17,3%. Relativamente ao plano remuneratório, os escalões de rendimento info intermédio são os que abrangem maior número de Engenheiros. O escalão que compreende vencimentos entre os 15001 e 25000€ obtém a maior percentagem, com 20,1%, seguindo-se o escalão compreendido entre os 25.001 e 35.000€, com 19,6%. Conclusão O acesso aos cursos de Engenharia Civil e a qualidade de ensino têm que ser objecto de exigências mínimas, compatíveis com um exercício profissional competente e socialmente respeitado. A exigência de uma classificação positiva nas provas de ingresso parece ser indispensável para credibilizar o ensino. Perspectiva-se na actualidade um número de vagas disponíveis nos vários tipos de licenciatura em Engenharia Civil claramente superior ao número de candidatos, parecendo evidente a necessidade de descobrir vocações alternativas para a capacidade superabundante instalada nos vários sistemas de ensino. Parece fazer sentido um redireccionamento dessa capacidade e dos meios técnicos subjacentes para um apoio mais directo à actividade de construção, designadamente na formação contínua de técnicos superiores activos e na formação profissional de jovens técnicos intermédios, atenuando o distanciamento entre formações académicas muito semelhantes e as reais necessidades do sector, bem como procurando disponibilizar ao mercado profissionais com competências intermédias onde existe neste momento grande dificuldade em encontrar, ou cujas funções são tendencialmente preenchidas por profissionais sem qualquer formação de base em construção. Este esforço será tendencialmente mais reprodutivo nos locais mais afastados dos grandes centros urbanos, onde as empresas do sector apresentam em geral maiores debilidades. Perante a profusão de escolas com oferta de licenciaturas em Engenharia Civil, a necessidade de garantia de níveis mínimos de qualidade vem reforçar o papel da Ordem dos Engenheiros, com uma postura esclarecida, interventiva e coerente. Por sua vez, o exercício desta responsabilidade por parte da OE fará com que as escolas se apercebam da necessidade urgente de introduzir racionalidade neste sistema global do Ensino da Engenharia Civil, clarificando as indefinições estratégicas sobre as vocações dos sistemas de Ensino Politécnico e Universitário. No plano dos membros Engenheiros Civis, a Ordem dos Engenheiros tem de se aperceber que o seu perfil tem DESTAQUE Página 19 vindo a mudar no que respeita às funções, idade, tipo de entidade empregadora e preocupações. Face à reduzida expressão em número parece poder afirmar-se que o mercado e a generalidade dos Engenheiros não atribui grande importância à classificação dos membros e ao título de especialista. É indispensável que a Ordem dos Engenheiros consiga aproximar os Engenheiros Civis da Organização, contribuindo para uma melhor regulação do sector da construção, sabendo identificar os reais problemas da classe e conseguindo efectuar propostas visando a sua resolução. Fontes: MCTES, Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – www.mctes.pt www.acessoensinosuperior.pt Relatório Preliminar – Caracterização e identificação das necessidades dos membros da Ordem dos Engenheiros Página 20 VIDA ASSOCIATIVA Engineer’s Trophy em Ponte de Lima Entre os passados dias 21 e 23 de Abril o município de Ponte de Lima foi palco da 1.ª edição do Engineer’s Trophy, uma prova de desporto e de aventura organizada pela Ordem dos Engenheiros Região Norte (OERN). Esta iniciativa contou ainda com o apoio da Câmara Municipal de Ponte info de Lima e da empresa Desafios (Consultsport – consultoria e turismo, Lda), que assumiu toda a coordenação das provas. Desta forma, a terra limiana foi, durante o fim-de-semana, a “casa” de diversos profissionais, na sua maioria membros da OERN. Trinta e dois elementos divididos por oito equipas participaram no Engineer’s Trophy, colocando assim à prova a sua estratégia, criatividade, perseverança e espírito competitivo. Acessível a concorrentes com preparação física média, esta prova promoveu o trabalho intelectual associado à actividade física e o contacto com o meio ambiente. Na opinião dos engenheiros Fernando Santos e José Mendes – membros da entidade organizadora – “o desafio foi superado”. Apesar de esta ter sido a primeira edição, o Engineer’s Trophy atraiu diversos profissionais que prometeram desde logo participar num próximo evento do mesmo género, caso seja realizado. As provas e actividades preparadas para a iniciativa realizaram-se ao ar livre e com condições climatéricas bastante agradáveis para a prática desportiva. Os concorrentes ficaram na Quinta de Pentieiros (Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos e de São Pedro de Arcos), onde se instalou a Aldeia Trophy, que, além de ter sido o ponto de partida para as provas, garantiu ainda todas as infra-estruturas necessárias para o bem-estar e convívio de cada elemento participante. Exemplo disso foram: a zona de tendas para o alojamento, zona VIP, onde os patrocinadores ou as empresas inscritas puderam criar um espaço para a promoção da sua imagem e zona de serviços. Diversas provas e percursos garantiram a diversão, o companheirismo e a aventura aos diferentes concorrentes, os quais tiveram ainda oportunidade de conhecer melhor o município de Ponte de Lima e todas as suas riquezas naturais, patrimoniais e culturais. A dinâmica, a capacidade de superação e o divertimento reinaram durante esta primeira edição do Engineer’s Trophy. Canoas, pagaias, coletes de salvação, capacetes de canoagem e de BTT, bússolas, cartas topográficas, bicicletas info de montanha e apitos foram entre outros alguns dos materiais fornecidos pela Desafios (Consultsport – consultoria e turismo, Lda), entidade que coordenou e tratou de garantir e explicar as medidas de segurança e utilização dos diferentes materiais e com a envolvente ambiental. Durante os dias das provas, a boa disposição foi a característica mais marcante do encontro. Cultura geral, boa disposição e uma preparação física média foram os requisitos necessários para a obtenção de bons resultados e para registar momentos inesquecíveis. Risos foram muitos, gargalhadas ainda mais. Quando se olhava para os concorrentes lá estavam com sorriso de orelha a orelha e com bastante vontade de experimentar todos os desportos radicais que se encontravam ao dispor. Todas as equipas deram o seu máximo em cada desafio. Durante as provas não faltaram incentivos por parte dos colegas de equipa. A equipa, identificada com o número três, que representou a GEG (Gabinete de Estruturas e Geotécnica, Lda), com sede na Cidade Invicta, demonstrou que, para além das competências de elaboração de projectos de Engenharia e Arquitectura, fiscalização e coordenação de obras, também possui uma preparação física e intelectual VIDA ASSOCIATIVA Página 21 invejável, pois de outra forma não teria conseguido arrecadar o primeiro prémio. O sorriso de Nuno Santos, capitão da equipa, espelhou a alegria do dever cumprido. Em declarações à revista Info, o engenheiro civil realçou que “mais importante do que vencer foi o acto de participar e de conviver com outras pessoas”. Num tom mais de brincadeira, a equipa GEG defendeu que a sorte foi transmitida através da cor do equipamento – rosa choque. Com a GEG subiram ao pódio mais duas equipas: a IMAGO/IMOBUILD (Imago – atelier de Arquitectura e Engenharia, Lda/IMOBUILD – Sociedade de Promoção Imobiliária, SA) e a TABIQUE (Tabique – Engenharia, Lda). A IMAGO/IMOBUILD, uma equipa de arquitectos e engenheiros, sediada em Braga, conquistou o segundo lugar. Esta empresa dedica-se ao desenvolvimento de promoções Página 22 VIDA ASSOCIATIVA imobiliárias, desde a prospecção dos terrenos à comercialização das habitações construídas, propondo soluções a partir das necessidades habitacionais dos seus clientes. Já a TABIQUE também deu mostras da sua bravura ao alcançar o terceiro prémio. Sediada também em Braga, esta empresa centra-se em actividades como a consultoria, inovação, desenvolvimento, pesquisa e serviços de todas as vertentes que sejam relativas ao desenvolvimento da Engenharia de Segurança. Carlos Neves, engenheiro mecânico, capitão da equipa número sete, ficou muito satisfeito com o fim-de-semana radical. Orientação pedestre, BTT e canoagem foram das provas mais divertidas para este engenheiro, que apenas esperava ter ficado “a meio da tabela” de pontuação. Os prémios para as equipas vencedoras foram vinho de Ponte de info Lima, serigrafias e troféus. Porém, todos os elementos fizeram questão de sublinhar que não participaram pelo prémio, mas sim pelos desportos radicais e pelo convívio. As restantes equipas que participaram neste Engineer’s Trophy foram a RENPP (Rede Eléctrica Nacional), empresa que tem por missão garantir o fornecimento ininterrupto de electricidade, satisfazendo critérios de qualidade e de segurança, mantendo o equilíbrio entre a produção e o consumo (o que passa também pela previsão da evolução dos consumos de electricidade e identificação das necessidades de novos centros produtores do SEP e respectivos locais de implementação), assegurando os interesses legítimos dos intervenientes no mercado de electricidade e conjugando as missões de operador de sistema e operador de mercado que lhe estão cometidas; a AdML (Águas do Minho e Lima SA) tem a responsabilidade de construir, explorar e gerir o Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água e de Saneamento do Minho-Lima, um projecto desenvolvido pelas Águas de Portugal e pelas câmaras municipais integradas no sistema; a DST-DTE (Domingos da Silva e Teixeira, SA/ Domingos da Silva e Teixeira, Empreitadas Eléctricas, S.A) apresentase como uma empresa de construção civil e obras públicas; a Nós Fixos (Nós Fixos – Engenharia Civil, Lda) e a Xispoli (Xispoli-Engenharia, Lda), que têm por finalidade a prevenção e segurança no trabalho. Já na hora da despedida, a organização revelou estar de olhos postos na próxima edição. “Este é um desafio para continuar, um projecto que tem pernas para andar”, concluiu José Mendes. Elogiando a empresa coordenadora das provas (Desafios), o info responsável pela Comissão Organizadora do Engineer’s Trophy afirmou que os participantes “estavam entregues em boas mãos”. Mais do que tudo José Mendes deu importância à componente convívio que esta iniciativa permitiu. O presidente da OERN, Gerardo Saraiva Menezes, entregou com toda a simpatia o prémio à equipa vencedora, aproveitando o momento para elogiar a iniciativa. Satisfeito pela participação das equipas, acrescentou que “a Ordem não organiza só encontros para discutir leis e assuntos relacionados com Engenharia, mas também momentos de descontracção”. “Esta é ainda uma forma de estimular o público”, concluiu. No final da entrega dos prémios ficou bem patente a intenção dos elementos das equipas em participar no segundo Engineer’s Trophy, caso seja organizado. Esta iniciativa foi sem margem para dúvidas uma porta de acesso para o fascinante mundo da aventura no Alto Minho. 3º Encontro de Engenharia Civil Norte de Portugal – Galiza “A Água” Este ano, cabe ao Colégio Regional de Engenharia Civil da Região Norte da Ordem dos Engenheiros organizar mais um dos “Encontros de Engenharia Civil Norte de Portugal-Galiza”. Desta vez, “A Água” será o tema deste evento, a decorrer na Fundação Cupertino de Miranda (no Porto), dias 25 e 26 de Maio. Desde 2001, o Colégio Regional de Engenharia Civil da Região Norte da Ordem dos Engenheiros e o Colégio de Caminos, Canales y Puertos da Galiza – Demarcacion de Galícia têm vindo a organizar estes encontros que debatem temas actuais de interesse estratégico para o desenvolvimento bilateral e, em geral, com enfoques que ultrapassam a estrita dimensão regional. A sua realização tem ocorrido alternadamente VIDA ASSOCIATIVA Página 23 no Norte de Portugal e na Galiza, com um formato que assenta em conferências de oradores convidados, portugueses e espanhóis, complementadas com períodos de discussão. Os engenheiros Fernando Santo (bastonário da Ordem dos Engenheiros) e Gerardo Saraiva (presidente do Conselho Directivo da Região Norte da Ordem dos Engenheiros), e ainda Edelmiro Rúa (presidente CICCP) e Jorge Antonio Santiso (presidente Aguas de Galicia) estão entre os convidados portugueses e espanhóis para a cerimónia de abertura, seguida de uma conferência inaugural sobre “El Agua en el Mundo” que será presidida por Carlos Fernández Jáuregui, vice-presidente do Programa Mundial Del Agua UNESCO. Falar da relevância do tema é quase desnecessário, numa altura em que se generaliza a consciência social de que a água, nas suas várias formas, é um recurso cuja gestão racional vai ser decisiva no futuro. Mas nos planos estratégicos, de articulação bilateral e técnico, há muito a discutir sobre a água, possibilidades de utilização, gestão racional e riscos. Assim, este terceiro encontro elegeu como temas principais: “Água e a Energia”, “Água Como Recurso”, incluindo águas superficiais e subterrâneas, estuários, problemas de segurança e reservas, “Fenómenos Extremos e Poluição” e “Regimes de Utilização da Água”. Sobre Página 24 VIDA ASSOCIATIVA info cada um destes temas existirão conferências de especialistas de ambos os países, bem como um espaço para discussão em mesas-redondas alargadas, fazendo deste evento um momento de excelência para a reflexão de todos quantos, de uma forma ou de outra, estão envolvidos nesta problemática ou simplesmente se preocupam com os temas vitais do desenvolvimento da nossa comunidade. Para além das sessões de trabalho, um complemento social cuidado tem contribuído para fomentar a aproximação e a troca de experiências bilaterais. De resto, um minicruzeiro no rio Douro e um jantar no Salão Árabe do Palácio da Bolsa encerram os dois dias do encontro. IV Jornadas Internacionais de Suinicultura A Associação Internacional de Estudantes de Agricultura realizou, nos passados dias 12 e 13 de Maio, as IV Jornadas Internacionais de Suinicultura. Estas jornadas tiveram lugar na Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro e fomentaram a troca de ideias e de conhecimentos entre a comunidade científica nacional e internacional, empresários, produtores e a comunidade estudantil. O programa englobou alguns dos aspectos mais importantes na área da suinicultura, desde o maneio alimentar e reprodutivo às instalações, ambiente e bem-estar, melhoramento genético e sanidade animal. A exemplo de edições anteriores, esta iniciativa mereceu o apoio da Ordem dos Engenheiros da Região Norte. Sede da Região Norte recebe propostas do concurso para remodelar instalações A Ordem dos Engenheiros – Região Norte (OERN) abriu no passado dia 6 de Março um concurso público para a elaboração do projecto de “Remodelação das instalações da Sede da Região Norte da Ordem dos Engenheiros” (OERN). A abertura das propostas ocorreu na tarde de 3 de Maio, com a presença do presidente do Conselho Directivo da Região Norte, engenheiro Gerardo Saraiva, dos representantes do Colégio de Engenharia Civil, engenheiro Hipólito de Sousa e engenheiro Matos de Almeida, e também da consultora jurídica da OERN, Teresa Machado Coelho. Após rubricadas pelos presentes, abriram-se as cinco propostas lacradas anteriormente, que serão avaliadas, consoante os critérios de adjudicação definidos aquando da elaboração do concurso. A OERN pretende, assim, seleccionar a melhor proposta de solução, a nível de estudo prévio, para a elaboração dos projectos de arquitectura e engenharias necessários à remodelação da sua sede. Serão atribuídos prémios de 2.500€, 2.000€ e 1.500€ beneficiando as três propostas melhor classificadas. Além disso, prevê-se a celebração do contrato de prestação de serviços com uma das propostas seleccionadas pelo júri. info “Qualificação de Edifícios” em debate na FEUP No passado dia 31 de Março, na Sala de Actos da Faculdade Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), foi apresentado o workshop “Metodologia e Procedimentos para a Qualificação de Edifícios”. Ao adquirir uma habitação, nem sempre o investimento corresponde ao objectivo de qualidade pressuposto. Abordar o problema da “qualificação” torna-se, assim, importante de modo a beneficiar quer o utente, quer o próprio sector da construção através da valorização da qualidade de construção. Este projecto nasce de uma iniciativa da Ordem dos Engenheiros – Região Norte (OERN) e está a ser desenvolvido pela FEUP, nomeadamente pela engenheira Ana Cunha e pelo engenheiro Pedro Magalhães. A abertura do debate contou com a presença do presidente do Conselho Directivo da OERN, Gerardo Saraiva, com o responsável pelo Departamento de Engenharia Civil da FEUP, professor catedrático José Manuel Pinto Ferreira Lemos, e pelo representante da Ordem dos Arquitectos Região Norte, Cristóvão Iken. Presente esteve também o Colégio Regional de Engenharia Civil da OERN, representado pelos engenheiros Hipólito de Sousa, António Matos de Almeida e Paulo Ribeirinho Soares, assim como outros membros do Departamento de Engenharia Civil da FEUP. A workshop iniciou-se com a VIDA ASSOCIATIVA Página 25 apresentação das linhas gerais do projecto começando pelo estado actual de qualificação em vários países e a proposta de metodologia desenvolvida pelos investigadores. Seguiu-se um debate orientado, com o objectivo de auxiliar beneficamente a investigação. Página 26 VIDA ASSOCIATIVA Ética e Deontologia Profissional em tertúlia No dia 6 de Abril, a Sede da Ordem dos Engenheiros – Região Norte (OERN) realizou a primeira tertúlia sobre “Ética e Deontologia Profissional”. Uma iniciativa integrada num conjunto de eventos promovidos pela OERN, com o objectivo de promover o debate de temas relevantes da Engenharia actual. O encontro iniciou-se com uma breve introdução ao tema pelos convidados, o engenheiro Aristides Guedes Coelho, presidente do Conselho Disciplinar da Região Norte, e o engenheiro Armando Lencastre, presidente emérito da Academia de Engenharia, que, de uma forma simples e divertida, exemplificaram o significado da terminologia em causa. Seguiu-se um debate aceso, em que os vários membros presentes manifestaram a sua opinião e receios relativamente à ética e deontologia info praticada por muitos profissionais de Engenharia. O debate encerrou com o agradecimento por parte do presidente do Conselho Directivo da Região Norte, Gerardo Saraiva, dirigido especialmente aos convidados que gentilmente acederam em participar. “Empreendedorismo e Criação de Empresas de Base Tecnológica”. Esta conferência contou com a presença do presidente do Conselho Directivo da OERN , Gerardo Saraiva e do engenheiro José Martins, que apresentou o trabalho desenvolvido pela NET-BIC, no apoio e na dinamização do empreendedorismo, através da promoção do próprio emprego pela criação da sua própria empresa. Através desta apresentação, a NET-BIC e a OERN suscitaram o interesse dos presentes, que questionaram sobre os riscos existentes da criação de uma empresa, as dificuldades de concretização do projecto e a estruturação da ideia que dará origem à empresa. De uma forma contundente, o engenheiro José Martins demonstrou que a construção de uma empresa constitui um estimulante desafio para os mais empreendedores. Valorizou a importância do acompanhamento e apoio dado pela NET – BIC do Porto, desde a estruturação e a concretização da ideia até uma empresa inovadora e de sucesso. “Empreendedorismo e Criação de Empresas” 1.º Encontro Nacional de Engenheiros preenche auditório Municipais da Ordem dos Engenheiros A Ordem dos Engenheiros irá O Conselho Directivo da Ordem dos Engenheiros – Região Norte (OERN) e a NET – BIC (Novas Empresas e Tecnologias, S.A – Bussiness Inovation Center) do Porto realizaram, no passado dia 15 de Maio, pelas 18h30, no auditório da sede da Ordem dos Engenheiros – Região Norte, uma conferência sobre promover, no próximo dia 2 de Junho, em Viseu, o 1.º Encontro Nacional de Engenheiros Municipais, com vista à análise da intervenção dos engenheiros nos municípios e nas empresas públicas municipais. Os engenheiros são uma das classes profissionais mais envolvidas nas info diversas actividades assumidas pelos municípios, com contributos e responsabilidades por demais conhecidas, justificando-se, assim, uma particular atenção para a forma como a sua actividade é exercida. Este encontro, apoiado pela Associação Nacional de Municípios Portugueses, tem comos objectivos conhecer e debater as dificuldades e as expectativas no exercício da profissão, analisar o enquadramento jurídico da carreira de engenheiro e apresentar recomendações que visem contribuir para melhorar a intervenção dos engenheiros na administração local. Eduardo Cabrita, secretário de Estado Adjunto e da Administração Local, Fernando Ruas, presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Fernando Santo, bastonário da Ordem dos Engenheiros, e Celestino Quaresma, presidente do Conselho Directivo da Região Centro da Ordem dos Engenheiros, presidem à cerimónia de abertura, que será seguida de três sessões de debate sobre as temáticas: “A Perspectiva dos Municípios. Os Desafios para as Próximas Décadas”; A Intervenção Técnico-legal do Engenheiro Municipal”; “Gestão da Carreira dos Engenheiros”. Congresso Internacional de Segurança, Higiene e Saúde do Trabalho O 6º Congresso Internacional de Segurança, Higiene e Saúde do Trabalho realizou-se entre os dias 23 e 24 de Fevereiro, no Auditório da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). A iniciativa que contou com a Ordem dos Engenheiros Região Norte (OERN), a FEUP e a APSET teve como objectivo abordar o tema do congresso enquanto competência nas empresas e a prevenção de eventuais riscos. A sessão de abertura, para além dos representantes de diversas empresas de renome contou com José António Vieira da Silva, ministro do Trabalho e da Solidariedade Social. “A formação de profissionais de SHST e a organização de actividades como pilares do desenvolvimento da prevenção” foi o tema que deu voz à primeira sessão. Já de tarde teve lugar “O impacto da legislação nas empresas: há, hoje, maior interiorização das obrigações?”, enquanto o final de tarde ficou marcado com o tema “Saúde no local de trabalho, hoje: onde estamos?”. A manhã de 24 ficou preenchida com duas sessões: “Riscos Especiais” e “Boas práticas na prevenção de riscos profissionais”. Posteriormente seguiu-se a conferência técnica, que VIDA ASSOCIATIVA Página 27 teve como tema “A OIT e a Segurança e Saúde do Trabalho na Construção”, e uma mesa redonda, onde se debateu a questão dos “Coordenadores de Segurança e Técnicos de Segurança do Trabalho da Construção: a complementaridade necessária”. A sessão de encerramento ficou a cargo de Alfredo Soeiro, presidente da Comissão Organizadora, o qual realçou que ainda há muito a fazer, esperando que no próximo congresso as medidas não sejam só de “imaginação”. Já Hipólito Ponce de Leão, presidente do IMOPPI, realçou que a profissão de engenheiro é uma profissão de risco, mas que no caso de Portugal tem havido uma boa gestão e um louvável funcionamento, dando como exemplo a construções dos estádios, onde, felizmente, só se deu uma vítima mortal. Da mesma opinião foi Paulo Campos, secretário de Estado das Obras Públicas e Comunicações, o qual afirmou que ”nas últimas décadas o país tem evoluído”. Página 28 DISCIPLINA info Acórdão do Conselho Disciplinar da Região Norte da Ordem dos Engenheiros Síntese Processo CDISN 05/2005 Factos Provados: Que o arguido foi director técnico da obra de construção civil de um edifício para habitação e comércio, situado no lugar X, freguesia Y, concelho Z (Processo de Construção nº W). Que as licenças de utilização das várias fracções autónomas daquele edifício foram concedidas, entre 15 de Maio de 2000 e 4 de Março de 2002, mediante a apresentação do termo de responsabilidade do director técnico da obra, no qual este declarou que “a obra estava executada de acordo com o projecto aprovado, as condições de licenciamento e as normas legais e regulamentares aplicáveis”. Que, na sequência de uma reclamação apresentada em 7 de Janeiro de 2003, por três condóminos/proprietários do edifício acima mencionado, a fiscalização técnica municipal se deslocou ao local e constatou que as infra-estruturas eléctricas e de gás não se encontravam executadas de acordo com o projecto aprovado, apesar das licenças de utilização das várias fracções autónomas terem sido emitidas nos termos acima referidos. Que o arguido afirmou ter assinado o livro de obra apenas porque foi informado pelo construtor civil que já tinha entrado na Câmara Municipal e estava em vias de aprovação a implantação do depósito de gás e a alteração da localização do armário de electricidade no exterior do prédio, e os contadores de água e energia eléctrica e TV das partes comuns já tinham sido colocados. Que o arguido estava convencido que o termo de responsabilidade que subscreveu substituiria a licença de utilização a conceder pela Câmara Municipal e justificou a sua afirmação de “que a obra estava executada de acordo com o projecto aprovado, as condições de licenciamento e as normas legais e regulamentares aplicáveis”, apesar das infra-estruturas eléctricas e de gás não se encontrarem em conformidade com o projecto aprovado, com o facto de ter sido informado pela empresa construtora que as alterações ao projecto eléctrico tinham sido impostas pela EDP e já tinham sido aprovadas e vistoriadas por essa entidade, e, quanto às infra-estruturas de gás, as alterações já tinham sido aprovadas e vistoriadas pela Portgás. Que o arguido não tem quaisquer antecedentes disciplinares. Decisão: Em face do que acima vem exposto, conclui-se que o arguido, ao prestar falsas declarações no termo de responsabilidade que subscreveu, e com base no qual foram concedidas as licenças de utilização, dizendo “que a obra estava executada de acordo com o projecto aprovado, as condições de licenciamento e as normas legais e regulamentares aplicáveis”, quando as infra-estruturas eléctricas e de gás não se encontravam, de facto, executadas de acordo com o projecto aprovado, não pugnou pelo prestígio da profissão que exerce, desempenhando de uma forma repreensível a sua actividade profissional e violando, deste modo, os deveres deontológicos previstos na norma do nº 1 do artigo 88º do Estatuto da Ordem dos Engenheiros. Conclui-se, ainda, que a violação da norma deontológica acima citada foi culposa, pois o arguido tinha a obrigação de conhecer a legislação aplicável à sua actividade profissional, acima citada, bem como a norma deontológica em causa, e bem sabia que as declarações que prestou no termo de responsabilidade que subscreveu não correspondiam à verdade dos factos. Não sendo de excluir o dolo, pelo menos na forma eventual, certo é que o arguido omitiu deveres de cuidado que seriam exigíveis a um profissional de engenharia que actuasse com a diligência de um “bom pai de família” (artigo 487º/nº2 do Código Civil), agindo, por isso, com negligência. Por conseguinte, nos termos do disposto no artigo 67º do Estatuto da Ordem dos Engenheiros condena-se o arguido pela prática de uma infracção disciplinar, consistente na violação culposa do dever deontológico consagrado no nº 1 do artigo 88º do mesmo Estatuto da Ordem dos Engenheiros. Considerando a circunstância atenuante referida no ponto 3 da Fundamentação, mas tendo em conta as exigências de prevenção geral e de defesa do interesse público associadas ao exercício da engenharia, que no caso são elevadas conforme se conclui das considerações acima expostas, decide-se, nos termos do disposto no artigo 71º do Estatuto da Ordem dos Engenheiros e no artigo 5º do Regulamento Disciplinar, pela aplicação ao arguido de uma pena de Censura Registada, prevista na alínea b) do nº 1 do artigo 70º do Estatuto da Ordem dos Engenheiros. info PERFIL JOVEM Página 29 Bebiana Monteiro Melhor Estágio de Engenharia Agronómica de 2005 Com um nome pouco vulgar, Bebiana Monteiro – de nome completo Sandra Bebiana Carvalho Monteiro –, tenta impor-se num mundo dominado na maioria por homens. Foram sete os premiados por melhor estágio por especialidade, entregues no decorrer das comemorações do Dia Nacional do Engenheiro , realizadas nos passados dias 18 e 19 de Novembro, mas apenas duas mulheres foram chamadas ao palco do Teatro Municipal de Bragança para o receber. Bebiana foi uma delas, em representação do Colégio Agronómico. O trabalho que lhe valeu esta distinção intitula-se “Implementação do Sistema HACCP na Indústria AgroAlimentar”. O estágio decorreu no âmbito do Departamento de Qualidade e Segurança Alimentar da CONSAGRA, Consultoria Agro-alimentar – para onde, aliás, foi trabalhar depois de terminar a licenciatura na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa –, alcançando-se os objectivos inicialmente propostos: estruturação de projectos e o respectivo desenvolvimento e implementação de Sistemas de Gestão de Segurança Alimentar na indústria agro-alimentar, nomeadamente no sector dos vinhos e carnes e produtos cárneos, com base na metodologia de HACCP – Hazard Analysis and Critical Control Points (Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controlo), descrita no Codex Alimentarius, na legislação em vigor, nos Códigos de Boas Práticas de Higiene e Fabrico e na Norma DS 3027E. Bebiana Monteiro explica que o HACCP “é um sistema preventivo, que tem como objectivo garantir a segurança dos alimentos através da identificação dos perigos e da probabilidade da sua ocorrência em todas as etapas de produção de alimentos, definindo medidas para o seu controlo; resultante da aplicação do bom senso dos princípios técnicos e científicos inerentes ao processamento alimentar, podendo ser aplicado desde a produção primária até ao consumidor final”. “As actividades desenvolvidas no decorrer deste estágio permitiram adquirir conhecimentos e experiência de trabalho num ambiente empresarial – veículo promotor de um aumento de potencialidade para a subsequente integração profissional no mercado de trabalho em Higiene e Segurança Alimentar, bem como a integração dos conhecimentos adquiridos nas componentes académica e deontológica, sendo esta última de carácter essencial numa profissão de confiança pública como é a engenharia”, afirma a premiada. Com apenas 27 anos e ainda em início de carreira, Bebiana Monteiro é actualmente engenheira alimentar nas Caves Valdarcos, exercendo paralelamente actividade como formadora. Ser engenheira na gestão da produção alimentar infantil é uma ideia que a fascina. Mas o que está completamente fora de questão é a vontade de ser pediatra, um sonho de quando era nova. É com rigor, sensibilidade e motivando as equipas para o cumprimento das especificações dos produtos/serviços, superando as expectativas dos clientes, que esta engenheira pretende-se destacar numa área onde os homens ainda mandam. Página 30 ENGENHARIA NO MUNDO Os estádios do Mundial 2006 1,5 biliões de euros foi o financiamento aplicado na reconstrução e remodelação dos 12 estádios que acolhem o Campeonato Mundial de Futebol da Alemanha. Palco de um total de 64 jogos, os recintos distribuem-se pelas cidades de Hamburgo, Hanover, Leipzig, Berlim, Gelsenkirchen, Dortmund, Colónia, Kaiserslautern, Estugarda, Munique, Nuremberga e Frankfurt. Autênticas obras de arte de engenharia, estes estádios oferecem as melhores condições logísticas e de segurança, diferenciadas pelas características e design ultramodernos de cada um deles. Inaugurado em 2000, o novo estádio de Hamburgo, foi oficialmente classificado pela UEFA com a categoria máxima de cinco estrelas. Pontuação dada depois das obras efectuadas no antigo Volksparkstadion, cujos melhoramentos assentaram na alteração da orientação do campo, na remodelação de todas as áreas funcionais, Vip e de Imprensa, bem como na cobertura integral de todos os lugares e na introdução de um sistema de leitura por microchip para controlar electronicamente o acesso ao recinto. Um ano depois abria as portas o estádio de Gelsenkirchen, que obteve a mesma classificação da UEFA e que logo se info tornou num novo padrão de referência na arte de construção de estádios. Apelidado como «a coroa de glória do futebol», o Gelsenkirchen Stadium poderá mesmo ser um dos mais modernos da Europa graças às técnicas revolucionárias introduzidas, como uma superfície de jogo removível, um cubo de vídeo gigante e um telhado retráctil. O Zentralstadion de Leipzig, construído propositadamente para este Mundial , é um exemplo em que a inovação estética se funde com o passado. Em 1956, o antigo Zentralstadion chegou a ser o maior estádio da Alemanha, com capacidade para 100 mil espectadores. Quarenta anos mais tarde, foi construído um novo estádio dentro dos muros do antigo, através de pontes de conexão entre o novo complexo e as antigas paredes. No estádio de Frankfurt, as vigas mestras e os cabos de aço utilizados na construção do telhado contrastam com as meras 30 toneladas do cubo de vídeo, resultando numa estrutura minimalista atravessada por raios de luz natural através de um telhado translúcido. A ecologia foi uma das preocupações no planeamento de reconstrução dos estádios de Nuremberga e Hanover. O primeiro inclui mesmo uma enorme cisterna de colecta de águas pluviais que opera com base num plano de gestão ecológica e de qualidade sonora, um sistema de optimização ambiental. Já o campo de Hanover é dotado de um sistema de drenagem no subsolo. As secções do tecto de 2.500 toneladas, suportadas por uma estrutura independente, que avançam sobre o campo, foram construídas com placas metálicas permeáveis aos raios ultravioleta, por forma a garantir as melhores condições ao relvado, através de uma iluminação ajustada. Originalmente construído para o Mundial de futebol de 1974, o Westfalenstadion, de Dortmund, foi sujeito a dois programas de remodelação. Um em 2001 e depois em 2005, este último, que seria decisivo para a imagem de marca deste complexo, sustentado por oito pilares de 62 metros de altura, de um amarelo intenso, e cuja uma estrutura metálica exterior poderá ser avistada a quilómetros de distância. Outro dos palcos deste campeonato de futebol é o estádio de Estugarda que, ao longo de várias remodelações ganhou uma nova cobertura do tecto. Uma enorme malha de poliéster revestida com PVC que cobre na íntegra todas as arquibancadas, num total de 34 mil metros quadrados de material com alturas entre os 18 e os 35 metros. A fase final do projecto relativo ao estádio de Kaiserslautern foi concluída no ano passado e resultou numa nova torre para os meios de comunicação social, outra para os convidados Vip e a ampliação das arquibancadas oeste e sul. Obras que deram ao recinto um aspecto modular invulgar. Além de Gelsenkirchen e Frankfurt, o estádio de Colónia vai receber a selecção portuguesa na fase inicial do Mundial. Com uma forma quadrangular, este estádio sobressai pelos quatro mastros de 72 metros de altura que servem de suporte ao telhado e funcionam como um sinal luminoso. O Allianz Arena, em Munique, e o Olympiastadion, em Berlim, são respectivamente os estádios inaugural e de encerramento do mundial de futebol e curiosamente os mais caros. O novo estádio de Munique, construído de raiz, rondou um investimento na ordem dos 341 milhões de euros, enquanto a reconstrução do estádio de Berlim custou 242 milhões. Mais dois modelos em que o brilhantismo da engenharia se materializou em obras esteticamente magníficas. info LAZER Página 31 Agostinho Peixoto, consultor/especialista em Turismo A Rota do Românico do Vale do Sousa O românico foi introduzido em Portugal numa fase adiantada do século XI, por acção do Conde D. Henrique e da sua Corte. Os primeiros testemunhos desse género surgiram no Norte do Condado, depois Reino, e são sobretudo edifícios religiosos – catedrais, mosteiros, igrejas, capelas –, edifícios militares – castelos e torres senhoriais – e edificações civis – monumentos funerários e pontes. No Vale do Sousa, o românico está associado ao despoletar da nacionalidade, reflectindo a ocupação das terras progressivamente conquistadas. A diversidade dos testemunhos monumentais românicos aí existentes permite oferecer um leque muito completo dos tipos arquitectónicos então construídos, que passavam pelos: - conjuntos monásticos (Mosteiro de Pombeiro de Ribavizela, Igreja de S. Salvador de Unhão, Igreja de S. Vicente de Sousa, Igreja de Santa Maria de Airães, Igreja de S. Pedro de Ferreira, Igreja de S. Pedro de Cête, Igreja de S. Salvador de Paço de Sousa), – igrejas paroquiais e santuários isolados (Igreja Velha de S. Mamede de Vila Verde, Igreja de Santa Maria de Meinedo, Igreja do Salvador de Aveleda, Igreja de S. Gens de Boelhe, Igreja de S. Miguel de Gândara/Cabeça Santa, Igreja de S. Pedro de Abragão, Igreja de S. Miguel de Entre-os-Rios e Ermida de Nossa Senhora do Vale de Cête), – estruturas funerárias (Monumento funerário do Sobrado/Marmoiral, Memorial da Ermida), – torres senhoriais e/ou defensivas e arquitectura civil (Torre/Castelo de Aguiar de Sousa, Torre de Vilar, Ponte de Vilela e Ponte de Espindo). Foi a partir desta singularidade, criada pela memória histórica deste território, no período de afirmação da arte românica, que a RRVS foi estruturada, integrando 21 objectos patrimoniais que, no conjunto, procuram testemunhar o papel que este território outrora desempenhou na história da nobreza portuguesa e das ordens religiosas. Este conjunto empresta à RRVS um carácter único que deve ser valorizado, no sentido de fazer desta Rota e do Vale do Sousa um produto turístico e um destino com especificidades, ancorado a um património com grande valor regional, nacional e ibérico. A Rota do Românico constituiu o arranque de um projecto, que pretende aproveitar um importante património histórico e arquitectónico e criar um produto turístico, que permita a promoção da imagem deste espaço regional, atraindo visitantes nacionais e estrangeiros e promovendo a dinamização e a criação de emprego na área do turismo, da restauração e do alojamento. Aproveitam-se as enormes potencialidades que o Vale do Sousa possui em termos paisagísticos, monumentais, culturais, gastronómicos, entre outros. Página 32 AGENDA info ENCONTRO, CONGRESSOS E SEMINÁRIOS EXTERNOS 4 A 8 DE JUNHO LOCAL: LISBOA ORGANIZAÇÃO: INSTITUTO DE ENGENHARIA MECÂNICA – FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO (IDMEC-FEUP) CONFERÊNCIA – HEALTHY BUILDINGS 2006 Mais informação: Tel: 225081763/Fax: 225082153, e-mail: [email protected] ou www:www.hb2006.org 26 A 29 DE JUNHO LOCAL: LAS VEGAS, EUA ORGANIZAÇÃO: UNIVERSITY OF GEORGIA – DEPARTMENT OF COMPUTER SCIENCE WORLDCOMP’06 – CONGRESSO MUNDIAL EM CIÊNCIA DE COMPUTADORES, ENGENHARIA DE COMPUTADORES E COMPUTAÇÃO APLICADA 2006 Este congresso é antecipado pelo maior encontro anual de investigadores na área das ciências de computadores, engenharia de computadores e computação aplicada. 25 A 29 DE OUTUBRO LOCAL: EXPONOR, PORTO ORGANIZAÇÃO: CONCRETA FEIRA INTERNACIONAL DE CONSTRUÇÃO E OBRAS PÚBLICAS 9 A 12 DE NOVEMBRO LOCAL: FIL, LISBOA ORGANIZAÇÃO: AMBIURBE – SALÃO INTERNACIONAL DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVAEL ENCONTRO, CONGRESSOS E SEMINÁRIOS OE 2, 3, 4 DE OUTUBRO LOCAL: ILHA DE S. MIGUEL - AÇORES ORGANIZAÇÃO: OE XVI CONGRESSO DA ORDEM DOS ENGENHEIROS “A ENGENHARIA AO SERVIÇO DO PAIS” Mais informações: http://www.ordemdosengenheiros.pt 13 DE OUTUBRO LOCAL: PORTO ORGANIZAÇÃO: ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO NORTE SEMINÁRIO “A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DOURO” 14 OUTUBRO LOCAL: PORTO (LOCAL A DESIGNAR) ORGANIZAÇÃO: ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO NORTE 2º DIA REGIONAL NORTE DO ENGENHEIRO E ENCONTRO 2006 DE MEMBROS ELEITOS DA REGIÃO NORTE DA ORDEM DOS ENGENHEIROS 26 E 27 DE OUTUBRO (DATA A CONFIRMAR) LOCAL: PORTO ORGANIZAÇÃO: OERN II CONGRESSO NACIONAL DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL Mais informação: http://norte.ordemdosengenheiros.pt NOVEMBRO/DEZEMBRO LOCAL: PORTO (A DESIGNAR) ORGANIZAÇÃO: OERN COMEMORAÇÕES DOS 70 ANOS DA ORDEM DOS ENGENHEIROS; INÍCIO DAS OBRAS DA SEDE; CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE E LANÇAMENTO DA MONOGRAFIA COMEMORATIVA – HISTÓRIA DA OERN FORMAÇÃO OE 1 A 29 DE JUNHO LOCAL: BRAGANÇA ORGANIZAÇÃO: OERN CURSO DE ITED – INFRA-ESTRUTURAS DE TELECOMUNICAÇÕES EM EDIFÍCIOS O curso é de 30h e será realizado 2ªs, 3ªs e 5ªs, entre 18h30 e as 22h30. 3 A 18 DE JUNHO LOCAL: BRAGANÇA ORGANIZAÇÃO: OERN CURSO DE AUTOCAD O curso é de 30h e será realizado 2ªs, 3ªs e 5ªs, entre 18h30 e as 22h30. 5 A 9 JUNHO LOCAL: VILA REAL ORGANIZAÇÃO: OERN CURSO DE SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO, INTEGRAÇÃO E EFICI NCIA ENERGÉTICA O curso é de 20h. Preço: 220€. info 5 A 22 DE JUNHO LOCAL: BRAGA ORGANIZAÇÃO: OERN CURSO DE FINANÇAS E CONTABILIDADE PARA NÃO FINANCEIROS O curso é de 30h e será realizado 2ªs, 3ªs e 5ªs, entre 18h30 e as 22h30. 5 DE JUNHO A 7 DE JULHO LOCAL: VIANA DO CASTELO ORGANIZAÇÃO: OERN CURSO DE PROJECTISTAS DE REDES DE GÁS NATURAL O curso é de 30h e será realizado 2ªs, 3ªs e 5ªs, entre 18h30 e as 22h30. 16 JUNHO A 1 DE JULHO LOCAL: BRAGA ORGANIZAÇÃO: OERN CURSO DE PROJECTO DE AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA O curso é de 30h e será realizado entre 18h30 e as 22h30. 19 DE JUNHO A 7 DE JULHO LOCAL: PORTO ORGANIZAÇÃO: OERN CURSO DE PROJECTISTA DE SISTEMAS SOLARES TÉRMICOS O curso é de 58h. Preço: 510€. 8 E 15 JULHO LOCAL: SEDE DA OERN ORGANIZAÇÃO: OERN 28º CURSO DE ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL 3 A 18 DE AGOSTO LOCAL: PORTO ORGANIZAÇÃO: OERN CURSO DE INFORMÁTICA O curso é de 30h e será realizado 2ªs, 3ªs e 5ªs, entre 18h30 e as 22h30. 7 A 28 DE OUTUBRO LOCAL: GUIMARÃES ORGANIZAÇÃO: OERN CURSO DE ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL O curso é de 30h e será realizado 2ªs, 3ªs e 5ªs, entre 18h30 e as 22h30. AGENDA Página 33 VISITAS TÉCNICAS 8 JUNHO LOCAL: VIANA DO CASTELO ORGANIZAÇÃO: CONSELHO REGIONAL DO COLÉGIO DE ENGENHARIA MECÂNICA VISITA AO APROVEITAMENTO HIDROELECTRICO DE VENDA NOVA 22 DE JUNHO LOCAL: VIANA DO CASTELO ORGANIZAÇÃO: CONSELHOS REGIONAIS DO COLÉGIOS DE ENGENHARIAS MECÂNICA E ELECTROTÉCNICA VISITA AOS ESTALEIROS NAVAIS DE VIANA DO CASTELO TERTÚLIAS E DEBATES OE 1 DE JUNHO ÀS 20H30 LOCAL: ARCOS DE VALDEVEZ (RESTAURANTE MATADOURO) ORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO DE VIANA DO CASTELO JANTAR-DEBATE ENGENHARIA NA GESTÃO MUNICIPAL (QUESTÕES RURAIS E URBANAS) Oradores: Eng. João Baptista (responsável pela área de Segurança no Trabalho da Estradas de Portugal, EPE) Eng. Matos de Almeida (membro do Colégio Regional de Engenharia Civil - director de Produção da MotaEngil) inspector Fraga de Oliveira (IGT - Inspecção Geral do Trabalho) Moderador: Eng. António Cruz (delegado distrital de Viana do Castelo) e Eng. Gerardo Saraiva (presidente do Conselho Directivo da Região Norte) 7 DE JUNHO ÀS 20H30 LOCAL: PORTO (RESTAURANTE OE) ORGANIZAÇÃO: OERN JANTAR-DEBATE SEGURANÇA NO TRABALHO DA CONSTRUÇÃO Oradores: Eng. João Baptista (responsável pela área de Segurança no Trabalho da Estradas de Portugal, EPE) Eng. Matos de Almeida (membro do Colégio Regional de Engenharia Civil - director de Produção da MotaEngil) inspector Fraga de Oliveira (IGT - Inspecção Geral do Trabalho) Moderador: Eng. João Baptista Página 34 AGENDA info 9 DE JUNHO ÀS 20H30 LOCAL: BRAGANÇA (RESTAURANTE GEADAS) ORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO DE BRAGANÇA JANTAR-DEBATE INOVAÇÃO E ESENVOLVIMENTO (QUALIDADE E AMBIENTE) Oradores: Eng. ª Alexandra Alves (responsável pelo Departamento da Qualidade, Ambiente e Segurança e Saúde ThyssenKrupp Portugal, Lda.) Prof. Francisco Cepeda (ex-professor do Instituto Politécnico de Bragança e actual colaborador da Universidade Católica) Eng.ª Conceição Baixinho (delegada da distrital de Bragança) Moderador: Eng.ª Conceição Baixinho 19 DE JUNHO ÀS 19H LOCAL: FAMALICÃO ORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO DE BRAGA TERTÚLIA SEGURANÇA NO TRABALHO DA CONSTRUÇÃO Oradores: Eng. João Baptista (responsável pela área de Segurança no Trabalho da Estradas de Portugal, EPE) Eng. Zulmiro Ferreira Neves (A. Mesquita e Filhos) Dr. Paulo Lima (IGT - Inspecção Geral do Trabalho) Moderador: Eng. Fernando de Almeida Santos (secretário do CDRN) 29 DE JUNHO ÀS 20H30 LOCAL: BRAGA ORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO DE BRAGA JANTAR-DEBATE ÉTICA E DEONTOLOGIA PARA ENGENHEIROS Oradores: Eng. Adão da Fonseca (FEUP) e Maria Otília Caetano (Conselho Disciplinar da Região Centro) Moderador: Eng. Gerardo Saraiva (presidente do Conselho Directivo da Região Norte) 6 DE JULHO ÀS 20H30 LOCAL: VILA REAL ORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO DE VILA REAL JANTAR-DEBATE INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO Oradores: Eng.ª Teresa Ponce Leão (tesoureira da OE) e Prof. Bulas Cruz (UTAD), Eng. Luís Ramos (vice-presidente do CDRN) Moderador: Eng. Paiva Rodrigues 7 DE JULHO ÀS 21H30 LOCAL: MACEDO DE CAVALEIROS ORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO DE BRAGANÇA TERTÚLIA NOVAS VAL NCIAS DO ENSINO SUPERIOR – O PROCESSO DE BOLONHA/ A FORMAÇÃO CONTÍNUA Oradores: Eng. José Mendes (UMINHO) e Eng.ª Conceição Baixinho (delegada distrital de Bragança) Moderador: Eng. Manuel Ângelo (OE – Delegação de Bragança) 13 DE JULHO ÀS 21H30 LOCAL: BRAGA ORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO DE BRAGA TERTÚLIA GESTÃO DO TERRITÓRIO LOCAL E REGIONAL Oradores: Eng. José Mendes (UMINHO), Eng. André Fontes (IMAGO) e Eng. António Jorge Fontes (IMAGO) Moderador: Eng. Gerardo Saraiva (presidente do Conselho Directivo da Região Norte) 20 DE JULHO ÀS 21H30 LOCAL: PORTO ORGANIZAÇÃO: OERN TERTÚLIA INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO NA ENGENHARIA Oradores: Eng. Pedro Alves (AENOR), Eng. António Limão (Martifer) e Eng. José Mendes (UMINHO) Moderador: Eng.ª Teresa Ponce Leão (tesoureira da OERN) 21 DE JULHO ÀS 21H30 LOCAL: VILA REAL ORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO DE VILA REAL TERTÚLIA SEGURANÇA NO TRABALHO DA CONSTRUÇÃO Oradores: Eng. João Baptista (Estradas de Portugal), Eng. ª Raquel Reis (Segurança Social) e Eng. Miguel Moreira (DHV – Tecnopor) Moderador: Eng. João Baptista (Estradas de Portugal)