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TRIMESTRAL | ABR.MAI.JUN. 2006 • Nº 8 • €2
Magazine de informação
da Ordem dos Engenheiros
REGIÃO NORTE
Xavier Malcata, uma aposta
ganha na Engenharia Química
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editorial
índice
48
12 16
20 28
29 30
31 32
Opinião
Notícias
Luís Ramos
Vice-presidente do Conselho Directivo
Entrevista
Destaque
Vida Associativa
No número de Primavera da INFO Magazine prosseguimos o roteiro,
iniciado há precisamente dois anos, de entrevistas a colegas dos
diferentes ramos da Engenharia e que se destacaram no exercício das
suas profissões. O escolhido deste trimestre é o engenheiro Xavier
Malcata, engenheiro químico de formação e professor catedrático da
Universidade Católica Portuguesa e ainda o coordenador do Colégio
Regional Norte de Engenharia Química da Ordem dos Engenheiros. A
sua carreira académica e profissional está inteira e intensamente
associada à biotecnologia, sendo um dos responsáveis pelo sucesso e
pela excelência alcançados pela Escola Superior de Biotecnologia dessa
universidade, da qual é o actual director, e pelo Centro de Incubação e
Desenvolvimento de Empresas em Biotecnologia, onde exerce o cargo
de administrador executivo.
A secção Perfil Jovem esboça o retrato de uma promessa da Engenharia
Agronómica, de seu nome Sandra Bebiana Carvalho Monteiro, e que foi
contemplada com o melhor Estágio de 2005, atribuído pela Ordem dos
Engenheiros no seu Dia Nacional e que decorreu, no passado mês de
Novembro, em Bragança. Licenciada pela Escola Superior de
Biotecnologia da Universidade Católica, realizou o seu estágio no
Departamento de Qualidade e Segurança Alimentar da CONSAGRA,
Consultoria Agro-alimentar, com um trabalho sobre a “Implementação
do Sistema HACCP na Indústria Agro-Alimentar”.
O destaque deste número inclui ainda um dossier, elaborado pelo
Colégio Regional Norte, sobre o ensino da Engenharia Civil em Portugal.
Com base em informações e estatísticas disponíveis, os seus autores
desenvolvem uma reflexão cuidada sobre os importantes desafios que
temos pela frente, académicos e profissionais, tendo em vista a
exigência de um ensino de qualidade para uma actividade competente.
De realçar ainda a notícia sobre a 1.ª edição do Engineer’s Trophy, um
evento organizado, em Ponte de Lima, de 21 a 23 de Abril, e que teve
por objectivo, para além do indispensável e salutar convívio, colocar à
prova a estratégia, a criatividade, a perseverança e o espírito competitivo
dos mais de 30 de participantes. Objectivo plenamente alcançado e que
deverá conduzir à realização de uma segunda edição desta iniciativa em
tempos próximos.
Finalmente, merecem ainda destaque os artigos de opinião dos colegas
Ricardo Cunha Reis, sobre “Inovação ou investir no Futuro”, e Patrício
Martins, sobre “Internacionalização, que compromisso?”. Ou ainda o
ambicioso programa de encontros que o Conselho Directivo e os
Colégios da Região Norte da Ordem dos Engenheiros vão organizar até
ao final do ano em diferentes localidades da região.
Boa leitura.
Disciplina
Perfil Jovem
Engenharia no Mundo
Lazer
Agenda
12
20
30
3
Ficha Técnica
Propriedade: Ordem dos Engenheiros – Região Norte.
Director: Luís Ramos ([email protected].).
Conselho Editorial: Gerardo Saraiva de Menezes, Luís Leite Ramos, Fernando
Almeida Santos, Maria Teresa Ponce Leão, António Machado e Moura, Joaquim
Ferreira Guedes, José Alberto Gonçalves, Aristides Guedes Coelho, Hipólito Campos
de Sousa, José Ribeiro Pinto, Francisco Antunes Malcata, António Fontainhas
Fernandes, João da Gama Amaral, Carlos Vaz Ribeiro, Fernando Junqueira Martins,
Luís Martins Marinheiro, Eduardo Paiva Rodrigues, Paulo Pinto Rodrigues, António
Rodrigues da Cruz, Maria da Conceição Baixinho.
Redacção: Ana Ferreira (edição), Liliana Marques, Natércia Ribeiro e Susana Branco.
Paginação: Joel Rocha.
Imagens: Arquivo QuidNovi e Getty Images/ImageOne.
Grafismo, Pré-impressão e Impressão: QuidNovi.
Praceta D. Nuno Álvares Pereira, 20 4º DQ – 4450-218 Matosinhos. Tel.229388155.
www.quidnovi.pt. [email protected]
Publicação trimestral: Abr/Mai/Jun – n.º 8/2006. Preço: 2,00 euros. Tiragem: 12 500
exemplares. ICS: 113324. Depósito legal: 29 299/89.
Contactos Ordem dos Engenheiros – Região Norte
Jorge Basílio, secretário-geral da Ordem dos Engenheiros – Região Norte
Sede: Rua Rodrigues Sampaio, 123 – 4000-425 Porto.
Tel. 222 071 300. Fax.222002876. http://norte.ordemdosengenheiros.pt
Delegação de Braga: Largo de S. Paulo, 13 – 4700-042 Braga.
Tel. 253269080. Fax. 253269114.
Delegação de Bragança: Av. Sá Carneiro, 155/1º/Fracção AL. Edifício Celas
– 5300-252 Bragança. Tel. 273333808.
Delegação de Viana do Castelo: Av. Luís de Camões, 28/1º/sala 1
– 4900-473 Viana do Castelo. Tel. 258823522.
Delegação de Vila Real: Av. 1º de Maio, 74/1º dir.
– 5000-651 Vila Real. Tel. 259378473.
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OPINIÃO
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Ricardo da Cunha Reis, engenheiro civil
“Inovação” ou ainda
“investir no futuro”
Poderia iniciar este pequeno artigo de opinião com alguns
chavões, invocando palavras como “inovação” ou ainda
“investir no futuro”, mas não o vou fazer. Irei sim tentar ser
prático e conciso em algumas ideias e reflexões que a seguir
exponho.
Como foi do conhecimento geral, realizou-se em Fevereiro
último o 6º Congresso Internacional da Segurança, Higiene e
Saúde do Trabalho na FEUP de 23 e 24 de Fevereiro,
organizado pela Ordem dos Engenheiros – Região
Norte/FEUP/APSET, com uma adesão fora do comum, o que
tornou, mais uma vez, aquele evento um verdadeiro sucesso,
não só porque intervieram nos seus painéis alguns dos mais
importante nomes ligados a esta área, mas também por
diversos factores, entre outros, os que passo a citar:
1. É um assunto bastante mediático, pois continua a
verificar-se, apesar de ter vindo a decrescer, uma taxa de
sinistralidade no trabalho significativa relativamente ao
resto da Europa;
2. No âmbito da construção civil, foram abordadas algumas
questões relativas à aplicação da “nova” regulamentação
nomeadamente, o Decreto-lei 273/03 de 29 de Outubro e o
Decreto-lei 12/2004 de 9 de Janeiro;
3. E ainda, qual deverá ser o perfil do Coordenador de
Segurança, ainda no âmbito do Decreto-lei 273/03 de 29 de
Outubro, de modo ser possível regulamentar esta
actividade.
Penso, fundamentalmente, que foi este último ponto que
despertou um interesse generalizado, pois na realidade tratase da “criação de novas profissões” que se dão pelo nome
de “Coordenador de Segurança e Saúde em Obra e Projecto”
e de “Técnicos Superiores de Higiene e Segurança no
Trabalho e Técnicos de Higiene e Segurança no Trabalho”.
Funções ou missões essas obrigatórias na generalidade das
obras de construção civil, pois existem, quase sempre, mais
de dois projectistas na realização de um projecto
(Arquitectura e Especialidade) e mais de duas empresas a
executar uma obra (Empreiteiro e Sub-empreiteiros). E a
questão era: quem é que deverá desempenhar essa função?
Bom, não irei pronunciar-me sobre esta questão, mas sim
constatar que de facto estas duas novas “profissões” terão
obrigatoriamente de existir no ramo da Indústria de
Construção Civil e a pergunta que deverá ser feita é:
– E a restante indústria, têxtil, calçado, informática e outras,
não deveriam ter as mesmas obrigatoriedades que a
construção civil? Será que se trata de indústrias de 2ª
categoria e de menor importância?
Para se ter uma ideia, qualquer indústria para se manter em
laboração deverá ter o chamado alvará. No caso da
construção civil, existe uma entidade regulamentadora
chamada IMOPPI – Instituto dos Mercados de Obras
Públicas e Particulares e do Imobiliário, e no caso da
generalidade das indústrias, a entidade regulamentadora é
o Ministério da Economia.
Ora, de acordo com a Portaria 16/2004 de 10 de Janeiro,
regulada pelo IMOPPI, para a obtenção das várias classes
de Alvará de Construção Civil a empresa deverá ter nos seus
quadros os seguintes técnicos, entre outros:
Tec. Hig. Seg. Trabalho
Classes
Engenheiro
Eng. Técnico
6
7
8
9
1
2
4
6
1
2
4
6
CAP nível 5 CAP nível 3
1
1
1
2
1
2
2
Nas restantes indústrias, reguladas pelo Ministério da
Economia, apenas está previsto um «Interlocutor e
responsável técnico do projecto», pessoa ou entidade
designada pelo industrial para efeitos de demonstração de
que o projecto se encontra em conformidade com a
legislação aplicável e para o relacionamento com a
entidade coordenadora e as demais entidades
intervenientes no processo de licenciamento industrial,
conforme mencionado no art. 2º do Decreto-lei 69/2003 de
10 de Abril. Sem mais definições relativamente ao perfil ou
qualificação académica do mesmo, e em temos de
segurança e saúde no trabalho, deverão ser exigidos os
serviços internos, externos ou mistos, conforme Decreto-lei
441/91 de 14 de Novembro.
Ora, poderá ser legítima a argumentação de que: como a
construção civil tem uma componente técnica elevada,
deverá ter quadros mínimos com competência específica
para o desenvolvimento dos trabalhos na empresa. E nas
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restantes indústrias não são necessários esses quadros?
Caso o projecto de construção civil não seja bem
concebido, no seu todo, poderão estar em risco muitas
vidas humanas. E no resto das indústrias não? Como por
exemplo a informática que está, hoje em dia,
constantemente presente em todos os sectores de
actividade?
Mas gostaria de ir mais longe na minha reflexão. É do
conhecimento geral que qualquer empresa com
contabilidade organizada deverá ter um Técnico Oficial de
Contas (TOC) ou eventualmente um Revisor Oficial de
Contas (ROC). Ora estes técnicos terão como função
principal o tratamento dos números numa fase final, ou
seja, irão trabalhar com os valores que são debitados pela
empresa em função do seu desempenho. E será que esse
desempenho será o ideal, será que a indústria estará
OPINIÃO
Página 5
munida de quadros técnicos suficientes, em quantidade e
qualidade, para que as empresas sejam produtivas em
todas as suas vertentes: comercial, planeamento, gestão de
recursos, etc.
Na indústria da construção civil, como o quadro mínimo é
obrigatório, a probabilidade da empresa conseguir obter
um maior desempenho é maior. Nas restantes indústrias,
infelizmente para todos, a probabilidade é muito menor.
Termino este pequeno texto, apesar de não o fazer no
início, com as palavras “inovação” ou ainda “investir no
futuro” porque é disto que o nosso tecido empresarial
necessita, mas para tal deverá ter nos seus quadros
técnicos trabalhadores válidos e qualificados, pois será esta
a mais-valia para vencer as “guerras” com outros mercados
que estão a proliferar de forma desmedida e muitas vezes
sem regras.
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OPINIÃO
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Patrício Martins, engenheiro electrotécnico
Internacionalização,
que compromisso?
Nos dias de hoje assiste-se, nos meios de comunicação,
nos cafés, nos corredores das empresas…, a uma discussão
abusadora e até arrepiante sobre a crise económica do país,
sobre o equilíbrio orçamental, sobre o fraco poder de
compra dos portugueses, sobre o défice da balança
comercial, entre outros temas que fazem a actualidade. Por
outro lado, os especialistas em economia e finanças apelam
diariamente para a contenção da despesa pública e mais
concretamente para o cuidado na concretização de grandes
obras. Tendo como objectivo a retoma da economia, estes
prestigiados especialistas apontam como uma das
principais soluções a aposta na inovação e na penetração
em novos mercados exteriores, aumentando desta forma as
exportações.
Ora, pegando na palavra exportação, pergunto: Para
aumentar as exportações não será preciso em primeiro
lugar que as empresas se internacionalizem? Não será
necessário criar e aproveitar “know-how” interno das
grandes realizações? Motivar para inovar conceitos ou
motivar para ganhar um dinheiro extra? Não serão precisos
decisores que assumam riscos razoáveis? Não serão
precisos processos que capacitem a nossa engenharia
interna? Não serão precisos métodos de produção eficazes?
Não serão precisos métodos rigorosos de qualidade e
produtividade? Não serão precisos métodos de decisão, de
concepção e de exploração diferentes do que aqueles que
até aqui se têm aplicado? Não serão precisas receitas de
inovação? Não será necessário mudar o comportamento
das pessoas no seu dia-a-dia?
É necessário e determinante criar na nossa cultura uma
mentalidade diferente por parte da massa empresarial e
governamental porque penso que é unânime que não
estamos no bom caminho e que se não mudarmos de
atitude irá haver desequilíbrios na balança comercial não
corrigível, nem a curto nem a longo prazo.
Precisamos de desenvolver a nossa capacidade criativa.
Precisamos de aproveitar o que internamente há a fazer,
criando, na medida do possível, uma protecção aos
concorrentes nacionais para desenvolver ou importar
métodos de análise, investigação e desenvolvimento que
enriqueçam o país, pegando por exemplo no que de melhor
há em países superdesenvolvidos. Tomando como exemplo
o aeroporto da OTA. Na realização desta grande e estrutural
obra para o país, qual o capital empresarial português que
vai ser investido ou empregue? Quantas empresas
portuguesas de tecnologia vão contribuir com soluções
inovadoras, sem ser com a força da pesada “mão-de-obra”,
nesta infra-estrutura?
O país e as empresas precisam, sem margem para dúvidas,
de pessoas competentes ao nível da sua gestão superior
porque assumir o compromisso da internacionalização é
assumir a vontade de criar riqueza interna através da venda
de produtos/soluções ao exterior. Assumir a
internacionalização é expandir a nossa tecnologia
exportando o nosso “know-how”. Assumir a
internacionalização é aceitar riscos inerentes a este tipo de
negócio. Para internacionalizar é necessário criar
competências diferenciadoras que permitam elevar o nosso
índice de competitividade global (interno e externo).
É necessário determinação por parte da governação
estratégica do país, para assumir uma engenharia de
recrutamento eficaz, virada para o conceito da
intermobilidade dos seus colaboradores, da
internacionalização dos seus conceitos, da globalização dos
seus métodos produtivos. O país precisa de um leque de
“indivíduos”, onde os engenheiros têm um papel
fundamental e preponderante, capazes de pôr em prática
todo o seu “saber” para, em complemento com outras
actividades de gestão estratégica, exportar o conceito do
país que sabe fazer apresentando um imagem moderna,
inovadora e de grande valor tecnológico. Porque no mundo
actual só se exporta tecnologia com valores diferenciadores,
a exportação não é mais do que saber negociar mais-valias
entre duas sociedades/entidades. Capacidade intelectual
não falta neste país, portanto vamos lá “arregaçar as
mangas”!
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NOTÍCIAS
Noel Vieira
homenageado na FEUP
No passado dia 8 de Março, o
Departamento de Engenharia
Mecânica e Gestão Industrial
(DEMEGI) da Faculdade de Engenharia
da Universidade do Porto (FEUP)
homenageou o engenheiro Noel Vieira,
um dos seus mais antigos professores
convidados e recentemente jubilado.
Do seu vasto currículo destacam-se os
vários anos de ensino e a sua
participação em diversos projectos de
renome internacional, bem como a
fundação de uma das empresas de
projectos mais bem sucedidas – a
FASE. Membro da Ordem dos
Engenheiros há mais de 25 anos e exmembro da Comissão de Admissão e
Qualificação da Ordem dos
Engenheiros, Noel Vieira apresentou a
sua Visão sobre o Sector de Serviços de
Engenharia em Portugal.
Caracterizando a actividade, desde o
seu início até ao momento do sector
de serviços de Engenharia, o
info
homenageado prosseguiu a sua
apresentação fazendo menção a vários
aspectos dos serviços de Engenharia,
desde o seu enquadramento legal até à
relação entre empresas e
universidades, destacando que “há
estudos de ambos os lados. Seria
desejável um entrosamento maior
entre universidades e empresas.”
Noel Vieira referiu ainda o papel cada
vez mais importante das empresas de
serviços de Engenharia no futuro, quer
económico quer social do país, e o
valor crescente desta área em Portugal
que conta, cada vez mais, com
profissionais bastante qualificados.
Os engenheiros A. Machado e Moura
(vogal da OERN) e Eduardo
Maldonado (presidente do Colégio
Nacional de Engenharia Mecânica), em
representação, respectivamente, do
Conselho Directivo da Ordem dos
Engenheiros da Região Norte e do
bastonário da Ordem dos Engenheiros,
associaram-se a esta cerimónia. No
final da sessão, Noel Vieira recebeu
das mãos de Machado e Moura um
“pin” de prata, representativo dos 25
anos de inscrição na Ordem dos
Engenheiros e foi igualmente
presenteado pelo director do DEMEGI
– engenheiro Paulo Tavares Castro –
com o livro “Memórias da FEUP”,
evocativo das antigas instalações da
mesma faculdade na Rua dos Bragas.
Bons projectos
Os bons projectos resultam, apenas e
só, de um trabalho de equipa
multidisciplinar simultâneo, desde a
sua raiz. Esta ideia foi defendida por
unanimidade entre os vários
engenheiros e arquitectos que
protagonizaram as terceiras Jornadas de
Direcção e Gestão da Construção. Por
outro lado, neste encontro, realizado
recentemente na sede da OE e
subordinado ao tema “A importância de
um bom projecto e da sua
coordenação”, ficou ainda claro que um
mau projecto é o principal causador de
conflitos na construção e poderá ter
consequências imprevisíveis no seu
desenvolvimento. Por seu lado, a OE
advertiu para a importância dos bons
projectos, assentes na Especialização de
Direcção e Gestão da Construção.
Novas leis
da construção
em debate
“A Revisão Legislativa do Sector da
Construção” foi tema de debate,
promovido pela Ordem dos
Engenheiros (OE), em mais um dos
jantares-debates, inseridos num ciclo
sobre assuntos ligados à Engenharia
portuguesa, no âmbito das
comemorações do 70º aniversário da
info
OE. Hipólito Ponce de Leão,
presidente do Instituto dos Mercados
das Obras Públicas e Particulares do
Imobiliário (IMOPPI), foi o orador
convidado, tendo abordado os vários
diplomas sujeitos a uma reformulação
pelo Ministério das Obras Públicas,
Transportes e Comunicações,
nomeadamente “A contratação pública
de empreitadas e serviços”, “A revisão
do Decreto 73/73”, “A ficha técnica de
habitação” e “O Decreto lei sobre a
qualificação profissional dos
coordenadores de segurança em sede
de projecto e obra”. Na sede da OE e
perante uma plateia de cerca de uma
centena de engenheiros, Ponce de
Leão defendeu ainda uma revisão
cuidadosa da Lei dos alvarás.
Estabilização
na habitação nova
O Instituto Nacional de Estatística
(INE) divulgou, no passado dia 11 de
Abril, um relatório sobre o índice de
custos de construção de habitação
nova. Em Fevereiro registou-se um
crescimento de 3,6%, no Continente,
face ao período homólogo do ano
passado, sendo que o mesmo índice
estabilizou relativamente ao mês
anterior. Segundo o INE, este
crescimento deve-se à
proporcionalidade entre a aceleração
do crescimento da componente de
materiais (em o,1%) e o abrandamento
da mão-de-obra.
Centro de Engenharia
da Maia oficializado
José Socrates presidiu, no passado dia
18 de Abril, ao lançamento oficial do
Centro de Engenharia do Centro Para a
Excelência e Inovação na Indústria
Automóvel (CEIIA-CE). Com sede na
Maia, esta infra-estrutura tem como
objectivo o desenvolvimento de
produtos de valor acrescentado para o
sector automóvel. Apesar da
cerimónia, a CEIIA-CE começou a
laborar em 2005 e, em pleno, no início
do ano. Com uma área de 4109 metros
quadrados, o centro encontra-se nas
instalações da Tecmaia e, em 2007,
conta triplicar o número de
engenheiros empregados que
inicialmente era de 20. A realização de
programas completos solicitados por
clientes ou parceiros, desde o design
até à produção, para desenvolvimento
de veículos de nicho ou pequenas
séries destacam-se entre as actividades
desenvolvidas pelo CEIIA.
Siemens no Qatar
A construção de um terminal
aeroportuário temporário no Quatar
NOTÍCIAS
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está na base de um contrato
celebrado entre a Siemens Portugal e
aquele país, num investimento
superior a 20 milhões de euros. As
soluções a exportar, como os
sistemas de raio-X para controlo de
bagagens e de detecção de metais e
explosivos para passageiros, serão
criadas por engenheiros nacionais. A
venda de “know-how” português
resulta numa estrutura que, segundo
um comunicado emitido pela
empresa, é um produto directo do
Siemens Capacity Plus, um conceito
criado pelo Operating Group
Industrial Solutions and Services
Portugal.
Licenciamentos
dos edifícios diminuem
No mês de Fevereiro, assistiu-se a um
decréscimo do número de
licenciamentos dos edifícios face ao
ano anterior. Uma quebra registada em
todas as regiões do país. De acordo
Página 10
NOTÍCIAS
com dados revelados pelo Instituto
Nacional de Estatística, entre as
variações médias negativas destacamse as regiões da Madeira, com menos
15,6%, de Lisboa, com menos 11,2%, e
do Alentejo, com menos 10,1%. No
total, 75,9% destinaram-se ao
licenciamento de construções novas,
83% dos quais aplicados à habitação
familiar.
Nova ponte
sobre o Douro
O engenheiro Adão da Fonseca deverá
ser o autor da nova ponte que ligará o
Porto a Gaia. Esta sétima travessia
sobre o rio Douro, orçada em 10,5
milhões de euros, será pedonal e
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situar-se-á a cerca de 500 metros da
ponte D. Luís I, a jusante da Praça da
Ribeira (no Porto) e do Largo
Sandeman (em Gaia). Ocupando uma
área total de 1750 metros quadrados, a
ponte suspensa tem cinco metros de
largura e 350 metros de comprimento.
O tabuleiro, em aço, com o pavimento
em madeira em “deck”, ficará a uma
cota de cerca de 12 metros do rio. O
vão da travessia terá 202 metros e
ficará ao mesmo nível do tabuleiro
inferior da ponte de D. Luís I, por
forma a assegurar a serventia do canal
de navegação. O mesmo vão ficará
alteado, na saída da margem do Porto,
decrescendo depois até à margem
gaiense, onde será implantado o único
pilar em aço da ponte. De resto, o
acesso à nova ponte (a partir de Gaia)
far-se-á através de uma rampa com 4%
de inclinação, enquanto do lado
oposto a rampa terá uma inclinação de
10%, à qual também se poderá aceder
de elevador.
Além de Adão da Fonseca, responsável
pela concepção da ponte e do
desenvolvimento da componente das
estruturas, a equipa de trabalho
envolvida no projecto integra ainda os
engenheiros Matos Fernandes
(fundações), Elsa Caetano (estruturas),
Álvaro Cunha (comportamento
dinâmico da ponte) e Veloso Gomes
(hidráulica fluvial).
Uma fotografia da ponte Pênsil, da
autoria de Domingos Alvão, e uma
outra imagem representativa da
actividade portuária da ribeira do Porto
do séc. XIX serviram de inspiração ao
engenheiro Adão da Fonseca para a
concepção da nova ponte, cuja
info
integração paisagística e serviços
especializados de arquitectura foram
assumidos por Álvaro Siza.
O novo IMOPPI
Instituto da Construção e do
Imobiliário é a nova designação do
Instituto dos Mercados de Obras
Públicas e Particulares (IMOPPI). A
alteração do nome insere-se no
Programa de Reestruturação da
Administração Central do Estado,
depois da nova estrutura do Ministério
das Obras Públicas ter sido aprovada
parcialmente em Conselho de
Ministros. A revisão dos estatutos do
organismo liderado por Ponce de Leão
estará na base destas alterações.
Concurso na REFER
O passado dia 2 de Maio foi a data
limite estipulada pela REFER para a
entrega das propostas de trabalho para
as obras na Linha do Norte, avaliadas
em 3,867 milhões de euros. As obras
contemplam a supressão das
passagens de nível nos quilómetros
59/279,59/733 e 648 da Linha do
Douro, no concelho de Marco de
Canaveses (no distrito do Porto).
Reabilitação da baixa
do Porto
O Salão Ibérico do Mercado
Imobiliário e Turismo Residencial, que
decorreu até ao passado dia 26 de
Março, serviu de pretexto para a
Sociedade de Reabilitação Urbana do
Porto (SRU) sublinhar o papel da Porto
Vivo no processo de renovação da
baixa da cidade. Uma intervenção que
já se iniciou na Praça de Carlos Alberto
e que se estenderá, a partir de
Outubro, em algumas áreas da
Avenida dos Aliados e nas zonas de
Mouzinho da Silveira e do Infante. A
fase inicial dos trabalhos rondará os
dois mil milhões de euros, a crer na
síntese do masterplan da reabilitação
urbana e social da baixa portuense,
apresentada no ano passado.
Segundo dados da SRU, cerca de 40%
das casas situadas no centro histórico
do Porto e mais de 25% do total de
edifícios encontram-se devolutos.
Primeiro parque
empresarial de Gaia
12,5 milhões de euros é o investimento
previsto para a construção da novo
Parque Tecnológico de Gaia, que
deverá ficar concluído em 2008. Um
projecto comparticipado até 70% pelo
Programa de Incentivos à
Modernização da Economia e que
contará como parceiros com as
universidades do Porto e de Aveiro e
com as empresas municipais locais.
Os empreendimentos de São Félix da
Marinha, Sandim e BrandarizPerosinho são as três novas estruturas
apresentadas pela Câmara Municipal
de Gaia com vista a concentrar as
diversas unidades industriais
dispersas.
SICO 2006
recebe Portugal
Entre os próximos dias 21 e 25 de
Junho, Portugal participa na SICO
2006, a Feira de Construção da Galiza,
NOTÍCIAS
Página 11
organizada pela Associação de
Promotores Imobiliários de Pontevedra
(APROIN). Este encontro, considerado
um dos mais importantes do sector na
Península Ibérica, visa incrementar o
interesse e facilitar o investimento no
mercado da construção da Galiza,
sendo que Portugal poderá desde logo
beneficiar do factor da proximidade.
De resto, a participação nacional neste
certame será activa, já que alguns dos
apoios institucionais são portugueses,
como é o caso da Associação
Portuguesa dos Comerciantes de
Materiais de Construção (APCMC).
Primeira estação GPS
do Norte
No dia 4 de Julho, os engenheiros
Sandra Carvalho, da CM de Penafiel,
Helena Kol, do Instituto Geográfico
Português, e Luís Santos, da Leica
Geosystems, presidem a uma sessão
organizada pelo Colégio Regional de
Engenharia Geográfica que terá lugar
na sede da OERN e versará sobre a
estação GPS permanente da Câmara
Municipal de Penafiel.
O sistema GPS é hoje largamente
utilizado em aplicações da topografia
e da geodesia, que requerem um
posicionamento de grande precisão.
Esta estação, a primeira do género
instalada na região Norte,
disponibiliza correcções diferenciais
para utilizadores do sistema GPS. São
desta forma facilitados os
procedimentos de aquisição de
informação geo-referenciada de
grande rigor, fundamental à actividade
de uma câmara municipal. Os
oradores convidados irão fazer uma
exposição dos diferentes aspectos
técnicos da instalação e operação
daquela estação.
Página 12
ENTREVISTA
info
Xavier Malcata, engenheiro químico
A química é a essência da vida
Engenheiro químico de formação, Francisco Xavier Delgado
Domingos Antunes Malcata há muito deixou de dedicar-se
apenas às pesquisas laboratoriais para abraçar outras
actividades que o ocupam a tempo inteiro. Professor
catedrático da Universidade Católica Portuguesa,
administrador executivo do Centro de Incubação e
Desenvolvimento de Empresas em Biotecnologia,
coordenador do Colégio de Engenharia Química na Ordem
dos Engenheiros – Região Norte (OERN), delegado
nacional à Comissão Europeia na Food Quality and Safety,
director da Escola Superior de Biotecnologia, responsável
administrativo de duas associações tecnológicas
recentemente criadas, editor de duas novas publicações da
Ordem dos Engenheiros-Região Norte – Rodrigo Guedes de
Carvalho: um projecto, um percurso, um paradigma e
Engenharia Química: uma engenharia de interface(s) – e
autor de vários artigos e trabalhos são algumas das suas
actividades profissionais que preenchem o seu interminável
currículo. Xavier Malcata considera que um desafio chama
por outro e enfrenta-os de forma arrebatadora, com o
mesmo tipo de abertura e de vontade. No entanto,
considera umas actividades mais motivantes do que outras:
“Há umas que me dão um gosto interior pessoal, que
Para Xavier Malcata, “os engenheiros químicos acabam
por ter uma visão de conjunto integrador que os
diferencia das outras engenharias, que são mais
específicas para o produto e o processo”
compensam outras funções que não me dão uma
satisfação tão grande. Mas todas dão-me paixão”. Desta
forma, revê-se nos desenvolvimentos e resultados dessas
actividades e até nos que os outros que com ele colaboram
também alcançam, pois “são para mim um orgulho pessoal
enorme, sendo a principal recompensa que consigo
recolher da minha intervenção”.
A ideia de ser engenheiro químico acompanhou desde cedo
Xavier Malcata. Na escola secundária sabia bem quais os
passos a seguir em termos profissionais. Embora tivesse
notas elevadas para optar por outro curso superior, como,
por exemplo, Medicina, da preferência de seu pai, que
insistiu para que seguisse esse curso em vez de Engenharia
Química. Mas respondia-lhe sempre que a sua vocação era
Engenharia Química, como explica: “Uma vocação
reforçada pela influência importante das minhas
professoras da escola. Elas mostraram que a química, que é
info
ENTREVISTA
Página 13
Texto de Ana Ferreira . Fotos de Alfredo Pinto
uma álgebra especial, em que dois mais dois não são
necessariamente quatro, está na base de tudo o que
acontece no nosso mundo e, em particular na vida. Se
reparamos bem, a química é a essência da vida, é um
conjunto de reacções, de transformação de moléculas com
átomos, que se vão associando de maneiras diferentes, e se
isso se for fazendo de forma controlada, integrada e
coordenada, acabamos por conseguir um conjunto de
competências e de funções a que nós globalmente
chamamos vida e isso sempre me fascinou. Por outro lado,
a Engenharia é física muito prática. Sempre me dei muito
bem nestas áreas, com uma capacidade de abstracção que
terá vindo das minhas raízes familiares, visto que a minha
mãe é licenciada em Matemática e na minha formação
enquanto pessoa sempre tive uma componente muito forte
nessa disciplina. Esta é base das ciências que lida com a
física, que é a ciência mais distintiva da Engenharia”. Foram
estas duas componentes que acabaram por motivar desde
muito novo Xavier Malcata no sentido de seguir Engenharia
Química, tendo hoje a certeza absoluta que fez a aposta
correcta.
Terminou a licenciatura em Engenharia Química, em 1986,
na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, na
época ainda na Rua dos Bragas. De seguida, foi contratado
como assistente estagiário da Escola de Biotecnologia, que
ainda se encontrava numa fase inicial. Esta foi uma
oportunidade que aceitou de braços abertos, sabendo que
lhe iria dar a possibilidade de crescer e abrir horizontes que
não teria tido nas ofertas que entretanto ocorreram.
De 1988 a 1992, frequentou a Universidade de Wisconsin,
em Madison (Estados Unidos da América), onde concluiu o
doutoramento em Engenharia Química, mas já na interface
com a área dos alimentos. Aí a sorte voltou a bater-lhe à
porta, pois teve a possibilidade de frequentar um dos
departamentos de Engenharia uímica mais conceituados
do mundo.
Esta deslocação foi benéfica em vários aspectos. Primeiro,
porque esteve afastado do seu meio usual, que é o Porto
(não é a sua cidade-natal, pois nasceu em Malange, em
Angola), alargando-lhe horizontes; depois, porque permitiulhe contactar com o país mais desenvolvido do mundo,
designadamente nas componentes científico-tecnológicas.
Engenheiros portugueses entre os melhores do mundo
Mesmo tendo sido uma experiência única nos quatro anos
que ficou nos Estados Unidos, Xavier Malcata nunca
Página 14
ENTREVISTA
info
Xavier Malcata, engenheiro químico
colocou a hipótese de não regressar a Portugal por vários
motivos: os afectos e sobretudo a vontade de ensinar os
outros a fazer melhor.
Se, por um lado, Xavier Malcata incentiva as deslocações
dos seus estudantes como enriquecimento da sua
formação, por outro, defende o regresso e a transmissão
dos seus onhecimentos a outros portugueses. O que o
preocupa é que, uma vez lá fora, dificilmente as pessoas
regressam a Portugal. “Hoje fala-se muito da fuga de
cérebros para o exterior e, de facto, o que acontece é que
temos massa cinzenta muito boa no país. Temos uma boa
capacidade de aprendizagem, temos pessoas muito
competentes, mas infelizmente muitas vezes não lhes
damos condições de realização pessoal e profissional”.
Na opinião do engenheiro químico, não há um tecido
socioeconómico que consiga absorver essas pessoas e as
suas competências, de forma a ser motivador e a garantir
perspectivas de carreira. Para ele, o desafio está na resposta
a esta questão: “Se eles vingam lá fora, porque não vingam
em Portugal se lhes dermos condições? Temos de os fazer
regressar para trazer ensinamentos e novas formas de
pensar mais aberta, pragmática e sistemática, para que em
rede tenham força e contribuam para essa massa crítica
necessária para que o nosso país caminhe para a frente”.
O que provoca esta situação, segundo a sua opinião, é que
vivemos num país que tem dificuldade em agir. “É um país
em que se for forçado a fazer alguma coisa até é capaz de o
fazer, mas é preciso chegar a esse ponto. É um país que
dificilmente toma iniciativas e quem as toma normalmente
não é bem visto pelos seus pares”. Portugal é o contrário
dos Estados Unidos, onde se premeia o empreendedorismo
a todos os níveis. Curiosamente, nesse país existem
prémios de empregado do mês nas cadeias de fast food.
“Nós não incentivamos aqueles que se destacam dos
outros pela positiva, porque se acha que esses vão
constituir uma ameaça aos que fazem menos”, explica. O
engenheiro químico quando se refere à postura actual dos
portugueses reporta-se à atitude do Velho do Restelo que
Luís de Camões cantava na sua obra épica há cinco séculos
atrás: a vontade de ir contra aqueles que querem ir mais
longe. “Temos uma perspectiva pessimista e não
impulsionamos quem se evidencia pela positiva e enquanto
não mudarmos essa postura, que obviamente exige
gerações, não vamos ser capazes de estar à altura de países
mais desenvolvidos, que há muito tempo enveredaram por
essa via”.
Não é de agora que Xavier Malcata faz questão de salientar
o seu ponto de vista em relação a esta matéria. Não sente,
porém, que está sozinho a clamar no deserto, pois outras
pessoas manifestam publicamente ideias idênticas, mas
muito ainda há a fazer. A começar por descobrir as
respostas a estas perguntas: “Agora que as fronteiras se
abriram, agora que estamos integrados no pelotão da
frente a nível mundial que é a União Europeia, agora que
temos financiamentos específicos para modernizar e
acompanhar os outros, porque não somos um caso de
sucesso como outros países têm sido, como a nossa
vizinha Espanha? O que vem de fora é que é bom e nós
somos uns coitadinhos, mas não conseguimos porquê?
Somos feitos de uma massa genética diferente e de pior
qualidade?” Para ele, a organização e a vontade de o fazer,
que tem de começar por todos, estão na base destes
problemas, sob o lema “think globally, act locally” (pensa
globalmente, actua localmente). Além disso, os
portugueses, na sua opinião, também têm um problema
de auto-estima.
Engenharia Química, a mais globalizante das engenharias
Para Xavier Malcata ser engenheiro em Portugal é um desafio,
que vai ser cada vez maior. Aqueles que são engenheiros, em
particular os engenheiros químicos, têm pela frente
oportunidades que não devem descurar e para as quais se
devem treinar devidamente. Na sua opinião, a Biotecnologia
constitui claramente um manancial de oportunidades para a
intervenção dos engenheiros químicos e dá como exemplo o
seu próprio percurso profissional: começou como engenheiro
químico na versão mais clássica e hoje está completamente
convertido e operacional na área da Biotecnologia.
“A formação em Engenharia foi para mim qualquer coisa de
estruturante, pois aprendi a pensar de forma racional e
pragmática. Como costumo dizer, ser engenheiro não é
meramente ter um diploma que se recebe ao fim de cinco
anos de formação. É muito mais do que isso: é pensar como
um engenheiro, é funcionar como um engenheiro. Ser
engenheiro é uma forma de estar na vida. É isto que tento
ensinar aos meus alunos. Digo-lhes que o que aprenderam
não chega, pois tem de ser operacionalizado no mundo real e
não ideal, num mundo onde faltam sempre dados e onde os
problemas são quase sempre imprevisíveis. Como
engenheiros de formação já têm as ferramentas, mas têm de
aprender a pensar de forma realista adaptada à situação, mas
sobretudo de modo eficiente. Um engenheiro deve fazer
muito bem a gestão do tempo, ou seja, mesmo que seja
possível arranjar uma solução perfeita ou quase perfeita, se
essa demorar muito tempo ou tempo infinito não é útil para
ninguém. É muito importante para quem se está a formar em
Engenharia que fique com esta ideia”.
Xavier Malcata defende que dentro das especializações em
Engenharia, a Química é a mais globalizante, devido à forma
como é feita a abordagem, isto é, “os engenheiros químicos
nos currículos mais clássicos tocam num conjunto muito
variado de áreas e portanto acabam por ter uma visão de
conjunto integrador que os diferencia das outras engenharias,
que são mais específicas para o produto e o processo”. Para
ele, a Engenharia Química tem de tudo um pouco e não é por
acaso a grande percentagem de engenheiros químicos que
info
ENTREVISTA
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ocupam lugares de chefia em relação à total população de
engenheiros em Portugal. “Este é um dos pontos que estou a
tentar desenvolver e será um dos contributos que pretendo
deixar desta minha passagem enquanto coordenador do
Colégio Regional de Engenharia Química da Região Norte”,
diz o engenheiro químico. E acrescenta: “O espírito colectivo
é muito importante e talvez um dos soft skills que mais
precisamos em Portugal é um certo tipo de auto-estima de
classe. Compreender que estar nesta área não é apenas
necessário para uma postura exigente e reivindicativa perante
terceiros, mas é muito mais do que isso: é sobretudo ter
confiança em nós próprios enquanto cidadãos e
profissionais”.
“O grande desafio da Engenharia Química vai passar pelas
ferramentas da Biotecnologia”
O século XXI é o da biologia, tal como o século XX foi o da
física e o século XIX o da química. E quando se trata da
biologia consideram-se ferramentas que se baseiam na vida e
isso é que é a Biotecnologia. “Actualmente um engenheiro
químico tem de saber lidar de forma proficiente com estas
ferramentas e, por isso, sendo eu engenheiro químico de
formação e estando à frente de uma escola de Biotecnologia,
trata-se de um desafio face a uma área que aparentemente
seria nova, mas que no fundo a Engenharia Química inclui, tal
significa lidar com os problemas da bioremediação (ou a
resolução de muitos problemas ambientais a posteriori), mas
significa também o desafio ainda maior dos processos
limpos, ou seja, dos que não são poluentes, e que por isso
tipicamente recorrem a ferramentas da Biotecnologia.
O grande desafio da Engenharia Química vai passar pelas
ferramentas da Biotecnologia, por aquela forma de
implementar processos que replica o que a natureza faz e que
tem vindo a fazer há muito tempo. Hoje em dia, percebemos
o que acontece e conseguimos manipular essas ferramentas”.
Quanto à postura de um cidadão comum, Xavier Malcata
aponta que todos têm a obrigação de participar todos os dias
nos processos que estejam ligados ao ambiente, à
alimentação, etc. Contudo, têm de ser treinados e motivados.
Educação é a palavra-chave para o engenheiro. Tal como não
se sabia reciclar lixo até há alguns anos atrás e hoje em dia
reciclar faz parte do léxico diário dos cidadãos.
Além do ambiente, os hábitos alimentares também o
preocupam. Afirma que a dieta mediterrânica, rica em
vegetais, produtos frescos e peixe joga a nosso favor, mas que
infelizmente está-se a perder cada vez mais em favor da fast
food, devido ao acelerado ritmo de vida dos portugueses.
Contrariamente, o “conceito de slow food, valoriza o retorno às
origens em relação à alimentação. O acto da pessoa se
alimentar é muito importante a nível nutricional e da saúde,
pelo que deve ser muito bem pensado o que é o menu, mas
também é um momento social, de convivência. Temos de
recuperar estes contributos. Felizmente, a nova geração de
chefes de culinária já começou a recuperar o que era a
tradição alimentar portuguesa e a riqueza dos seus
ingredientes, dando-lhes o que faltava para ser apelativa a
uma população mais urbana e mais exigente. (...) A sopa, por
exemplo, que era tradicional, está a ser recuperada e é já um
sucesso, sendo que cadeias de fast food estão a apostar na
sopa e na fruta fresca”.
O futuro é olhado com optimismo. “Sou um optimista por
natureza e se assim não fosse não conseguia ter esta força
anímica para estar sempre a lutar contra a corrente num país
que em vez de nos ajudar a crescer nos cria entraves e
empecilhos”.
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DESTAQUE
info
Colégio Regional de Engenharia Civil
Engenharia Civil – Alguns Indicadores
Pretende-se abordar neste artigo, de forma sintética, as
questões relativas à formação em Engenharia Civil e à
situação do exercício profissional dos Engenheiros Civis.
Para o efeito, apresentam-se alguns indicadores relativos ao
número de escolas, vagas e alunos admitidos, médias de
acesso, relação entre cursos acreditados e não acreditados,
e evolução do número de diplomados.
Relativamente aos Engenheiros Civis membros da OE,
apresentam-se alguns indicadores relativos à sua actividade
profissional.
Escolas
O Sistema de Ensino português, em termos de licenciaturas
em Engenharia Civil, oferece no subsistema do Ensino Público
dez instituições de Ensino Universitário, das quais sete são
acreditadas pela OE e treze instituições de Ensino Politécnico,
sendo uma acreditada. No subsistema do Ensino Não Público
existem seis universidades de Ensino Particular e Cooperativo
e a Universidade Católica Portuguesa. Nenhum destes cursos
é acreditado pela Ordem dos Engenheiros.
da Beira Interior), UM (Universidade do Minho) e da UTAD
(Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro). No que
respeita aos cursos não acreditados é de salientar o
crescimento do número de vagas no período de 2000 e 2002,
passando a sua importância de 52% para 55%. A partir de
2002 não se verificaram alterações significativas.
– Evolução do número de cursos que conferem licenciatura em Engenharia
Civil por tipo de Escola
Exigência no acesso – nota mínima
Pela primeira vez no ano lectivo 2005/2006 não
ingressaram no Ensino Superior estudantes com notas de
candidatura negativas, nas disciplinas de Matemática e
Física, indiciadoras de uma preparação deficiente nas
matérias nucleares para um curso de Engenharia Civil.
Constata-se que a introdução deste critério afectou muito
menos os cursos acreditados pela OE do que os cursos não
acreditados do Ensino Universitário e Politécnico, já que era
frequente alguns destes estabelecimentos admitirem alunos
com classificação inferior a 9,5/20.
– Evolução do número dos diferentes cursos que conferem licenciatura
em Engenharia Civil
Vagas por escola
O número total de vagas das Escolas Universitárias e
Politécnicos que leccionam Engenharia Civil manteve-se em
crescimento entre 2000 e 2002 (2130 e 2310
respectivamente), passando a decrescer a partir desta data,
verificando-se uma diminuição de cerca de 150 vagas, entre
2002 e 2005.
Deste número, os cursos acreditados representam 45% do
total de vagas em 2005/2006, tendo as reduções acima
referidas ocorrido sobretudo nos cursos da UBI (Universidade
– Nota Mínima no acesso a cursos acreditados
info
DESTAQUE
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2000/2001 houve 1104 diplomados e, no ano lectivo
2003/2004, houve 1783 no total, ou seja, um crescimento de
61,5%. No que se refere aos cursos acreditados, o número de
diplomados cresceu 47% enquanto naqueles que não são
reconhecidos pela OE o aumento foi de 81%.
Analisando a evolução do número de diplomados por escolas
verifica-se que as Universidades do Porto, Coimbra, Técnica
de Lisboa, a Nova de Lisboa e o ISEL apresentam um maior
número de diplomados. Nos cursos não acreditados, o ISEP
é o instituto que mais contribuiu para o aumento do referido
número de licenciados em Engenharia Civil.
– Nota Mínima no acesso a cursos não acreditados
Relação vagas/colocados
No ano lectivo 2005/2006, através do concurso nacional de
acesso para ingresso no Ensino Superior Público, foram
abertas 1835 vagas, das quais 53% em cursos acreditados e
47% em cursos não acreditados. Dados que não incluem as
vagas e os admitidos das escolas privadas, que se
desconhecem.
Na primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino
superior público foram preenchidas 67% das vagas em
cursos acreditados e 33% nos cursos não reconhecidos
pela OE.
As Universidades que preencheram totalmente as vagas na
1.ª fase de colocações foram as do Porto, a Técnica e a Nova
de Lisboa, mesmo com a imposição da nota mínima de 9,5
valores.
– Evolução do número de diplomados em Engenharia Civil
Os Engenheiros Civis em número
A outorga do título de Engenheiro Civil é uma prerrogativa
da OE. Sintetiza-se no organograma, em baixo, de forma
simplificada o percurso mais frequente e a progressão dos
Engenheiros Civis na Ordem.
– Relação número de vagas e alunos admitidos em cursos acreditados
e não acreditados
Diplomados
Entre 2000/2001 e 2003/2004, o número total de diplomados
em Engenharia Civil teve uma tendência crescente, como se
pode verificar pelo respectivo gráfico. No ano lectivo
– Vias de admissão e qualificação na Ordem dos Engenheiros
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DESTAQUE
info
Colégio Regional de Engenharia Civil
No que respeita às candidaturas a membros da OE, por
parte de licenciados oriundos de cursos não acreditados no
período de 2002 a 2005, o acréscimo de candidatos a
exame foi superior a 200%, donde resultou um aumento
nas admissões à OE por esta via até 2004. Em 2005, apesar
do maior número de candidatos, o número de admitidos
sofreu um decréscimo de 47%.
Quanto à importância da Especialidade de Engenharia Civil
na OE, salienta-se que esta se distancia das restantes,
correspondendo-lhe o maior número de membros: 13031,
em 2004, o que representa cerca de 40,7% dos membros
totais da OE.
27,1% no sector público. A percentagem de empresários é
de 15,1%, enquanto 5,6% são reformados e 0,8%
encontram-se no desemprego.
– Ramo de actividade dos Engenheiros Civis membros
da Ordem dos Engenheiros
– Exames de admissão a OE, Especialidade de Engenharia Civil
A maioria dos Engenheiros Civis membros da OE (87,2%)
têm qualificação profissional de Membro. 10,2% têm a
qualificação de Membro Sénior e 0,6% de Membros
Conselheiros. O título de especialista foi atribuído a 3,2%
dos membros.
Constata-se que os Engenheiros Civis, membros da OE,
residem principalmente na Região de Lisboa (41,8%) e em
menor grau na Região do Porto (18,7%). Analisando a
Região de Trabalho, verifica-se uma tendência semelhante à
delineada para a Região de Residência, o mesmo
acontecendo com o número de inscritos em cada uma das
Regiões (Sul–48,8%; Centro–18,6%; Norte–29%).
Tendo em conta a idade, verifica-se que 30,3% dos
membros têm entre 40 a 49 anos, 27,5% situam-se entre os
30 e os 39 anos e 18,9% entre 50 e 59 anos, sendo a maioria
do sexo masculino (85,3%).
Na especialidade de Civil, 79,2% são licenciados, tendo
9,3% adicionalmente uma pós-graduação, 7,6% um
mestrado e 3% doutoramento.
Os Engenheiros Civis no plano profissional
Em relação à situação profissional, a maioria dos
Engenheiros Civis membros da Ordem dos Engenheiros é
trabalhador por conta de outrem: 40,6% no sector privado e
O ramo de actividade que mais se destaca é o da
construção, empregando 64.2% dos Engenheiros Civis. O
ramo da administração pública, defesa e segurança social
representa 12,3% e a educação 6%, seguindo-se outros
menos expressivos. Em relação às principais áreas de
actividade exercidas, as mais registadas são as de
projecto (22,5%), planeamento, controlo ou fiscalização
(20%) e direcção e execução de obras (17,6%). No
exercício de segundas actividades, a área de projecto é
novamente a mais registada, com 28,7%, seguindo-se
direcção e execução de obras, com 13,8%, e consultoria
com 11,6%.
Mais de metade dos membros da OE (57,8%) trabalha
em empresas privadas, enquanto na administração local
ou regional trabalham 10,9%.
Considerando a dimensão da instituição empregadora,
verifica-se que 29% dos Engenheiros Civis, membros da
Ordem, trabalham em empresas com mais de 500
trabalhadores e que 32,1% trabalham em empresas com
menos de 50 trabalhadores. Cerca de 52.1% trabalham há
mais de 10 anos e menos de 30. 16,6% há mais de 30
anos.
Quanto à mobilidade profissional, os Engenheiros Civis
que mudaram de empresa, pelo menos uma vez desde
que iniciaram a carreira, rondam os 64,2%. Aqueles que
continuam na mesma empresa, mas que desempenham
outras funções, aproximam-se dos 17,3%. Relativamente
ao plano remuneratório, os escalões de rendimento
info
intermédio são os que abrangem maior número de
Engenheiros. O escalão que compreende vencimentos
entre os 15001 e 25000€ obtém a maior percentagem,
com 20,1%, seguindo-se o escalão compreendido entre
os 25.001 e 35.000€, com 19,6%.
Conclusão
O acesso aos cursos de Engenharia Civil e a qualidade de
ensino têm que ser objecto de exigências mínimas,
compatíveis com um exercício profissional competente e
socialmente respeitado. A exigência de uma classificação
positiva nas provas de ingresso parece ser indispensável
para credibilizar o ensino.
Perspectiva-se na actualidade um número de vagas
disponíveis nos vários tipos de licenciatura em
Engenharia Civil claramente superior ao número de
candidatos, parecendo evidente a necessidade de
descobrir vocações alternativas para a capacidade
superabundante instalada nos vários sistemas de ensino.
Parece fazer sentido um redireccionamento dessa
capacidade e dos meios técnicos subjacentes para um
apoio mais directo à actividade de construção,
designadamente na formação contínua de técnicos
superiores activos e na formação profissional de jovens
técnicos intermédios, atenuando o distanciamento entre
formações académicas muito semelhantes e as reais
necessidades do sector, bem como procurando
disponibilizar ao mercado profissionais com
competências intermédias onde existe neste momento
grande dificuldade em encontrar, ou cujas funções são
tendencialmente preenchidas por profissionais sem
qualquer formação de base em construção. Este esforço
será tendencialmente mais reprodutivo nos locais mais
afastados dos grandes centros urbanos, onde as
empresas do sector apresentam em geral maiores
debilidades.
Perante a profusão de escolas com oferta de licenciaturas
em Engenharia Civil, a necessidade de garantia de níveis
mínimos de qualidade vem reforçar o papel da Ordem
dos Engenheiros, com uma postura esclarecida,
interventiva e coerente. Por sua vez, o exercício desta
responsabilidade por parte da OE fará com que as
escolas se apercebam da necessidade urgente de
introduzir racionalidade neste sistema global do Ensino
da Engenharia Civil, clarificando as indefinições
estratégicas sobre as vocações dos sistemas de Ensino
Politécnico e Universitário.
No plano dos membros Engenheiros Civis, a Ordem dos
Engenheiros tem de se aperceber que o seu perfil tem
DESTAQUE
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vindo a mudar no que respeita às funções, idade, tipo de
entidade empregadora e preocupações. Face à reduzida
expressão em número parece poder afirmar-se que o
mercado e a generalidade dos Engenheiros não atribui
grande importância à classificação dos membros e ao
título de especialista. É indispensável que a Ordem dos
Engenheiros consiga aproximar os Engenheiros Civis da
Organização, contribuindo para uma melhor regulação do
sector da construção, sabendo identificar os reais
problemas da classe e conseguindo efectuar propostas
visando a sua resolução.
Fontes:
MCTES, Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – www.mctes.pt
www.acessoensinosuperior.pt
Relatório Preliminar – Caracterização e identificação das necessidades dos
membros da Ordem dos Engenheiros
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VIDA ASSOCIATIVA
Engineer’s Trophy
em Ponte de Lima
Entre os passados dias 21 e 23 de Abril
o município de Ponte de Lima foi palco
da 1.ª edição do Engineer’s Trophy,
uma prova de desporto e de aventura
organizada pela Ordem dos
Engenheiros Região Norte (OERN).
Esta iniciativa contou ainda com o
apoio da Câmara Municipal de Ponte
info
de Lima e da empresa Desafios
(Consultsport – consultoria e turismo,
Lda), que assumiu toda a coordenação
das provas. Desta forma, a terra
limiana foi, durante o fim-de-semana, a
“casa” de diversos profissionais, na
sua maioria membros da OERN.
Trinta e dois elementos divididos por
oito equipas participaram no
Engineer’s Trophy, colocando assim à
prova a sua estratégia, criatividade,
perseverança e espírito competitivo.
Acessível a concorrentes com
preparação física média, esta prova
promoveu o trabalho intelectual
associado à actividade física e o
contacto com o meio ambiente.
Na opinião dos engenheiros Fernando
Santos e José Mendes – membros da
entidade organizadora – “o desafio foi
superado”. Apesar de esta ter sido a
primeira edição, o Engineer’s Trophy
atraiu diversos profissionais que
prometeram desde logo participar num
próximo evento do mesmo género,
caso seja realizado.
As provas e actividades preparadas
para a iniciativa realizaram-se ao ar
livre e com condições climatéricas
bastante agradáveis para a prática
desportiva.
Os concorrentes ficaram na Quinta de
Pentieiros (Paisagem Protegida das
Lagoas de Bertiandos e de São Pedro
de Arcos), onde se instalou a Aldeia
Trophy, que, além de ter sido o ponto
de partida para as provas, garantiu
ainda todas as infra-estruturas
necessárias para o bem-estar e
convívio de cada elemento
participante. Exemplo disso foram: a
zona de tendas para o alojamento,
zona VIP, onde os patrocinadores ou
as empresas inscritas puderam criar
um espaço para a promoção da sua
imagem e zona de serviços.
Diversas provas e percursos
garantiram a diversão, o
companheirismo e a aventura aos
diferentes concorrentes, os quais
tiveram ainda oportunidade de
conhecer melhor o município de Ponte
de Lima e todas as suas riquezas
naturais, patrimoniais e culturais. A
dinâmica, a capacidade de superação e
o divertimento reinaram durante esta
primeira edição do Engineer’s Trophy.
Canoas, pagaias, coletes de salvação,
capacetes de canoagem e de BTT,
bússolas, cartas topográficas, bicicletas
info
de montanha e apitos foram entre
outros alguns dos materiais fornecidos
pela Desafios (Consultsport –
consultoria e turismo, Lda), entidade
que coordenou e tratou de garantir e
explicar as medidas de segurança e
utilização dos diferentes materiais e
com a envolvente ambiental.
Durante os dias das provas, a boa
disposição foi a característica mais
marcante do encontro. Cultura geral,
boa disposição e uma preparação
física média foram os requisitos
necessários para a obtenção de bons
resultados e para registar momentos
inesquecíveis. Risos foram muitos,
gargalhadas ainda mais. Quando se
olhava para os concorrentes lá
estavam com sorriso de orelha a
orelha e com bastante vontade de
experimentar todos os desportos
radicais que se encontravam ao dispor.
Todas as equipas deram o seu máximo
em cada desafio. Durante as provas
não faltaram incentivos por parte dos
colegas de equipa.
A equipa, identificada com o número
três, que representou a GEG (Gabinete
de Estruturas e Geotécnica, Lda), com
sede na Cidade Invicta, demonstrou
que, para além das competências de
elaboração de projectos de Engenharia
e Arquitectura, fiscalização e
coordenação de obras, também possui
uma preparação física e intelectual
VIDA ASSOCIATIVA
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invejável, pois de outra forma não teria
conseguido arrecadar o primeiro
prémio.
O sorriso de Nuno Santos, capitão da
equipa, espelhou a alegria do dever
cumprido. Em declarações à revista
Info, o engenheiro civil realçou que
“mais importante do que vencer foi o
acto de participar e de conviver com
outras pessoas”. Num tom mais de
brincadeira, a equipa GEG defendeu
que a sorte foi transmitida através da
cor do equipamento – rosa choque.
Com a GEG subiram ao pódio mais
duas equipas: a IMAGO/IMOBUILD
(Imago – atelier de Arquitectura e
Engenharia, Lda/IMOBUILD –
Sociedade de Promoção Imobiliária,
SA) e a TABIQUE (Tabique –
Engenharia, Lda). A
IMAGO/IMOBUILD, uma equipa de
arquitectos e engenheiros, sediada em
Braga, conquistou o segundo lugar.
Esta empresa dedica-se ao
desenvolvimento de promoções
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VIDA ASSOCIATIVA
imobiliárias, desde a prospecção dos
terrenos à comercialização das
habitações construídas, propondo
soluções a partir das necessidades
habitacionais dos seus clientes.
Já a TABIQUE também deu mostras da
sua bravura ao alcançar o terceiro
prémio. Sediada também em Braga,
esta empresa centra-se em actividades
como a consultoria, inovação,
desenvolvimento, pesquisa e serviços
de todas as vertentes que sejam
relativas ao desenvolvimento da
Engenharia de Segurança. Carlos
Neves, engenheiro mecânico, capitão
da equipa número sete, ficou muito
satisfeito com o fim-de-semana radical.
Orientação pedestre, BTT e canoagem
foram das provas mais divertidas para
este engenheiro, que apenas esperava
ter ficado “a meio da tabela” de
pontuação.
Os prémios para as equipas
vencedoras foram vinho de Ponte de
info
Lima, serigrafias e troféus. Porém,
todos os elementos fizeram questão de
sublinhar que não participaram pelo
prémio, mas sim pelos desportos
radicais e pelo convívio.
As restantes equipas que participaram
neste Engineer’s Trophy foram a RENPP (Rede Eléctrica Nacional), empresa
que tem por missão garantir o
fornecimento ininterrupto de
electricidade, satisfazendo critérios de
qualidade e de segurança, mantendo o
equilíbrio entre a produção e o
consumo (o que passa também pela
previsão da evolução dos consumos de
electricidade e identificação das
necessidades de novos centros
produtores do SEP e respectivos locais
de implementação), assegurando os
interesses legítimos dos intervenientes
no mercado de electricidade e
conjugando as missões de operador de
sistema e operador de mercado que
lhe estão cometidas; a AdML (Águas
do Minho e Lima SA) tem a
responsabilidade de construir, explorar
e gerir o Sistema Multimunicipal de
Abastecimento de Água e de
Saneamento do Minho-Lima, um
projecto desenvolvido pelas Águas de
Portugal e pelas câmaras municipais
integradas no sistema; a DST-DTE
(Domingos da Silva e Teixeira, SA/
Domingos da Silva e Teixeira,
Empreitadas Eléctricas, S.A) apresentase como uma empresa de construção
civil e obras públicas; a Nós Fixos
(Nós Fixos – Engenharia Civil, Lda) e a
Xispoli (Xispoli-Engenharia, Lda), que
têm por finalidade a prevenção e
segurança no trabalho.
Já na hora da despedida, a organização
revelou estar de olhos postos na
próxima edição. “Este é um desafio
para continuar, um projecto que tem
pernas para andar”, concluiu José
Mendes. Elogiando a empresa
coordenadora das provas (Desafios), o
info
responsável pela Comissão
Organizadora do Engineer’s Trophy
afirmou que os participantes “estavam
entregues em boas mãos”. Mais do
que tudo José Mendes deu
importância à componente convívio
que esta iniciativa permitiu.
O presidente da OERN, Gerardo
Saraiva Menezes, entregou com toda a
simpatia o prémio à equipa vencedora,
aproveitando o momento para elogiar
a iniciativa. Satisfeito pela participação
das equipas, acrescentou que “a
Ordem não organiza só encontros para
discutir leis e assuntos relacionados
com Engenharia, mas também
momentos de descontracção”. “Esta é
ainda uma forma de estimular o
público”, concluiu.
No final da entrega dos prémios ficou
bem patente a intenção dos elementos
das equipas em participar no segundo
Engineer’s Trophy, caso seja
organizado. Esta iniciativa foi sem
margem para dúvidas uma porta de
acesso para o fascinante mundo da
aventura no Alto Minho.
3º Encontro
de Engenharia Civil
Norte de Portugal
– Galiza “A Água”
Este ano, cabe ao Colégio Regional de
Engenharia Civil da Região Norte da
Ordem dos Engenheiros organizar mais
um dos “Encontros de Engenharia Civil
Norte de Portugal-Galiza”. Desta vez, “A
Água” será o tema deste evento, a
decorrer na Fundação Cupertino de
Miranda (no Porto), dias 25 e 26 de
Maio.
Desde 2001, o Colégio Regional de
Engenharia Civil da Região Norte da
Ordem dos Engenheiros e o Colégio de
Caminos, Canales y Puertos da Galiza –
Demarcacion de Galícia têm vindo a
organizar estes encontros que debatem
temas actuais de interesse estratégico
para o desenvolvimento bilateral e, em
geral, com enfoques que ultrapassam a
estrita dimensão regional. A sua
realização tem ocorrido alternadamente
VIDA ASSOCIATIVA
Página 23
no Norte de Portugal e na Galiza, com
um formato que assenta em
conferências de oradores convidados,
portugueses e espanhóis,
complementadas com períodos de
discussão.
Os engenheiros Fernando Santo
(bastonário da Ordem dos Engenheiros)
e Gerardo Saraiva (presidente do
Conselho Directivo da Região Norte da
Ordem dos Engenheiros), e ainda
Edelmiro Rúa (presidente CICCP) e Jorge
Antonio Santiso (presidente Aguas de
Galicia) estão entre os convidados
portugueses e espanhóis para a
cerimónia de abertura, seguida de uma
conferência inaugural sobre “El Agua en
el Mundo” que será presidida por Carlos
Fernández Jáuregui, vice-presidente do
Programa Mundial Del Agua UNESCO.
Falar da relevância do tema é quase
desnecessário, numa altura em que se
generaliza a consciência social de que a
água, nas suas várias formas, é um
recurso cuja gestão racional vai ser
decisiva no futuro. Mas nos planos
estratégicos, de articulação bilateral e
técnico, há muito a discutir sobre a
água, possibilidades de utilização,
gestão racional e riscos. Assim, este
terceiro encontro elegeu como temas
principais: “Água e a Energia”, “Água
Como Recurso”, incluindo águas
superficiais e subterrâneas, estuários,
problemas de segurança e reservas,
“Fenómenos Extremos e Poluição” e
“Regimes de Utilização da Água”. Sobre
Página 24
VIDA ASSOCIATIVA
info
cada um destes temas existirão
conferências de especialistas de ambos
os países, bem como um espaço para
discussão em mesas-redondas
alargadas, fazendo deste evento um
momento de excelência para a reflexão
de todos quantos, de uma forma ou de
outra, estão envolvidos nesta
problemática ou simplesmente se
preocupam com os temas vitais do
desenvolvimento da nossa comunidade.
Para além das sessões de trabalho, um
complemento social cuidado tem
contribuído para fomentar a
aproximação e a troca de experiências
bilaterais. De resto, um minicruzeiro no
rio Douro e um jantar no Salão Árabe do
Palácio da Bolsa encerram os dois dias
do encontro.
IV Jornadas
Internacionais
de Suinicultura
A Associação Internacional de
Estudantes de Agricultura realizou, nos
passados dias 12 e 13 de Maio, as IV
Jornadas Internacionais de
Suinicultura. Estas jornadas tiveram
lugar na Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro e fomentaram a
troca de ideias e de conhecimentos
entre a comunidade científica nacional
e internacional, empresários,
produtores e a comunidade estudantil.
O programa englobou alguns dos
aspectos mais importantes na área da
suinicultura, desde o maneio alimentar
e reprodutivo às instalações, ambiente
e bem-estar, melhoramento genético e
sanidade animal.
A exemplo de edições anteriores, esta
iniciativa mereceu o apoio da Ordem
dos Engenheiros da Região Norte.
Sede da Região Norte
recebe propostas
do concurso para
remodelar instalações
A Ordem dos Engenheiros – Região
Norte (OERN) abriu no passado dia 6
de Março um concurso público para a
elaboração do projecto de
“Remodelação das instalações da Sede
da Região Norte da Ordem dos
Engenheiros” (OERN).
A abertura das propostas ocorreu na
tarde de 3 de Maio, com a presença do
presidente do Conselho Directivo da
Região Norte, engenheiro Gerardo
Saraiva, dos representantes do Colégio
de Engenharia Civil, engenheiro
Hipólito de Sousa e engenheiro Matos
de Almeida, e também da consultora
jurídica da OERN, Teresa Machado
Coelho.
Após rubricadas pelos presentes,
abriram-se as cinco propostas lacradas
anteriormente, que serão avaliadas,
consoante os critérios de adjudicação
definidos aquando da elaboração do
concurso.
A OERN pretende, assim, seleccionar a
melhor proposta de solução, a nível de
estudo prévio, para a elaboração dos
projectos de arquitectura e
engenharias necessários à
remodelação da sua sede.
Serão atribuídos prémios de 2.500€,
2.000€ e 1.500€ beneficiando as três
propostas melhor classificadas. Além
disso, prevê-se a celebração do contrato
de prestação de serviços com uma das
propostas seleccionadas pelo júri.
info
“Qualificação
de Edifícios”
em debate na FEUP
No passado dia 31 de Março, na Sala
de Actos da Faculdade Engenharia da
Universidade do Porto (FEUP), foi
apresentado o workshop “Metodologia
e Procedimentos para a Qualificação
de Edifícios”.
Ao adquirir uma habitação, nem
sempre o investimento corresponde
ao objectivo de qualidade
pressuposto. Abordar o problema da
“qualificação” torna-se, assim,
importante de modo a beneficiar quer
o utente, quer o próprio sector da
construção através da valorização da
qualidade de construção. Este
projecto nasce de uma iniciativa da
Ordem dos Engenheiros – Região
Norte (OERN) e está a ser
desenvolvido pela FEUP,
nomeadamente pela engenheira Ana
Cunha e pelo engenheiro Pedro
Magalhães.
A abertura do debate contou com a
presença do presidente do Conselho
Directivo da OERN, Gerardo Saraiva,
com o responsável pelo
Departamento de Engenharia Civil da
FEUP, professor catedrático José
Manuel Pinto Ferreira Lemos, e pelo
representante da Ordem dos
Arquitectos Região Norte, Cristóvão
Iken.
Presente esteve também o Colégio
Regional de Engenharia Civil da
OERN, representado pelos
engenheiros Hipólito de Sousa,
António Matos de Almeida e Paulo
Ribeirinho Soares, assim como
outros membros do Departamento de
Engenharia Civil da FEUP.
A workshop iniciou-se com a
VIDA ASSOCIATIVA
Página 25
apresentação das linhas gerais do
projecto começando pelo estado
actual de qualificação em vários
países e a proposta de metodologia
desenvolvida pelos investigadores.
Seguiu-se um debate orientado, com
o objectivo de auxiliar beneficamente
a investigação.
Página 26
VIDA ASSOCIATIVA
Ética e Deontologia
Profissional em tertúlia
No dia 6 de Abril, a Sede da Ordem
dos Engenheiros – Região Norte
(OERN) realizou a primeira tertúlia
sobre “Ética e Deontologia
Profissional”. Uma iniciativa integrada
num conjunto de eventos promovidos
pela OERN, com o objectivo de
promover o debate de temas
relevantes da Engenharia actual.
O encontro iniciou-se com uma breve
introdução ao tema pelos convidados,
o engenheiro Aristides Guedes Coelho,
presidente do Conselho Disciplinar da
Região Norte, e o engenheiro Armando
Lencastre, presidente emérito da
Academia de Engenharia, que, de uma
forma simples e divertida,
exemplificaram o significado da
terminologia em causa.
Seguiu-se um debate aceso, em que os
vários membros presentes
manifestaram a sua opinião e receios
relativamente à ética e deontologia
info
praticada por muitos profissionais de
Engenharia.
O debate encerrou com o
agradecimento por parte do presidente
do Conselho Directivo da Região
Norte, Gerardo Saraiva, dirigido
especialmente aos convidados que
gentilmente acederam em participar.
“Empreendedorismo e Criação de
Empresas de Base Tecnológica”.
Esta conferência contou com a
presença do presidente do Conselho
Directivo da OERN , Gerardo Saraiva e
do engenheiro José Martins, que
apresentou o trabalho desenvolvido
pela NET-BIC, no apoio e na
dinamização do empreendedorismo,
através da promoção do próprio
emprego pela criação da sua própria
empresa.
Através desta apresentação, a NET-BIC
e a OERN suscitaram o interesse dos
presentes, que questionaram sobre os
riscos existentes da criação de uma
empresa, as dificuldades de
concretização do projecto e a
estruturação da ideia que dará origem
à empresa.
De uma forma contundente, o
engenheiro José Martins demonstrou
que a construção de uma empresa
constitui um estimulante desafio para
os mais empreendedores. Valorizou a
importância do acompanhamento e
apoio dado pela NET – BIC do Porto,
desde a estruturação e a concretização
da ideia até uma empresa inovadora e
de sucesso.
“Empreendedorismo
e Criação de Empresas” 1.º Encontro Nacional
de Engenheiros
preenche auditório
Municipais
da Ordem
dos Engenheiros
A Ordem dos Engenheiros irá
O Conselho Directivo da Ordem dos
Engenheiros – Região Norte (OERN) e a
NET – BIC (Novas Empresas e
Tecnologias, S.A – Bussiness Inovation
Center) do Porto realizaram, no passado
dia 15 de Maio, pelas 18h30, no auditório
da sede da Ordem dos Engenheiros –
Região Norte, uma conferência sobre
promover, no próximo dia 2 de Junho,
em Viseu, o 1.º Encontro
Nacional de Engenheiros Municipais,
com vista à análise da intervenção
dos engenheiros nos
municípios e nas empresas públicas
municipais.
Os engenheiros são uma das classes
profissionais mais envolvidas nas
info
diversas actividades assumidas pelos
municípios, com contributos e
responsabilidades por demais
conhecidas, justificando-se, assim,
uma particular atenção para a forma
como a sua actividade é exercida.
Este encontro, apoiado pela
Associação Nacional de Municípios
Portugueses, tem comos objectivos
conhecer e debater as dificuldades e as
expectativas no exercício da profissão,
analisar o enquadramento jurídico da
carreira de engenheiro e apresentar
recomendações que visem contribuir
para melhorar a intervenção dos
engenheiros na administração local.
Eduardo Cabrita, secretário de Estado
Adjunto e da Administração Local,
Fernando Ruas, presidente da
Associação Nacional de Municípios
Portugueses, Fernando Santo,
bastonário da Ordem dos Engenheiros,
e Celestino Quaresma, presidente do
Conselho Directivo da Região Centro
da Ordem dos Engenheiros, presidem
à cerimónia de abertura, que será
seguida de três sessões de debate
sobre as temáticas: “A Perspectiva dos
Municípios. Os Desafios para as
Próximas Décadas”; A Intervenção
Técnico-legal do Engenheiro
Municipal”; “Gestão da Carreira dos
Engenheiros”.
Congresso
Internacional
de Segurança, Higiene
e Saúde do Trabalho
O 6º Congresso Internacional de
Segurança, Higiene e Saúde do
Trabalho realizou-se entre os dias 23
e 24 de Fevereiro, no Auditório da
Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto (FEUP).
A iniciativa que contou com a Ordem
dos Engenheiros Região Norte
(OERN), a FEUP e a APSET teve como
objectivo abordar o tema do congresso
enquanto competência nas empresas e
a prevenção de eventuais riscos.
A sessão de abertura, para além dos
representantes de diversas empresas
de renome contou com José António
Vieira da Silva, ministro do Trabalho
e da Solidariedade Social.
“A formação de profissionais de
SHST e a organização de actividades
como pilares do desenvolvimento da
prevenção” foi o tema que deu voz à
primeira sessão. Já de tarde teve
lugar “O impacto da legislação nas
empresas: há, hoje, maior
interiorização das obrigações?”,
enquanto o final de tarde ficou
marcado com o tema “Saúde no
local de trabalho, hoje: onde
estamos?”.
A manhã de 24 ficou preenchida com
duas sessões: “Riscos Especiais” e
“Boas práticas na prevenção de
riscos profissionais”. Posteriormente
seguiu-se a conferência técnica, que
VIDA ASSOCIATIVA
Página 27
teve como tema “A OIT e a
Segurança e Saúde do Trabalho na
Construção”, e uma mesa redonda,
onde se debateu a questão dos
“Coordenadores de Segurança e
Técnicos de Segurança do Trabalho
da Construção: a complementaridade
necessária”.
A sessão de encerramento ficou a
cargo de Alfredo Soeiro, presidente
da Comissão Organizadora, o qual
realçou que ainda há muito a fazer,
esperando que no próximo congresso
as medidas não sejam só de
“imaginação”. Já Hipólito Ponce de
Leão, presidente do IMOPPI, realçou
que a profissão de engenheiro é uma
profissão de risco, mas que no caso
de Portugal tem havido uma boa
gestão e um louvável funcionamento,
dando como exemplo a construções
dos estádios, onde, felizmente, só se
deu uma vítima mortal. Da mesma
opinião foi Paulo Campos, secretário
de Estado das Obras Públicas e
Comunicações, o qual afirmou que
”nas últimas décadas o país tem
evoluído”.
Página 28
DISCIPLINA
info
Acórdão do Conselho Disciplinar
da Região Norte da Ordem dos Engenheiros
Síntese
Processo CDISN 05/2005
Factos Provados:
Que o arguido foi director técnico da obra de construção civil
de um edifício para habitação e comércio, situado no lugar X,
freguesia Y, concelho Z (Processo de Construção nº W).
Que as licenças de utilização das várias fracções autónomas
daquele edifício foram concedidas, entre 15 de Maio de 2000 e
4 de Março de 2002, mediante a apresentação do termo de
responsabilidade do director técnico da obra, no qual este
declarou que “a obra estava executada de acordo com o
projecto aprovado, as condições de licenciamento e as
normas legais e regulamentares aplicáveis”.
Que, na sequência de uma reclamação apresentada em 7 de
Janeiro de 2003, por três condóminos/proprietários do
edifício acima mencionado, a fiscalização técnica municipal
se deslocou ao local e constatou que as infra-estruturas
eléctricas e de gás não se encontravam executadas de
acordo com o projecto aprovado, apesar das licenças de
utilização das várias fracções autónomas terem sido
emitidas nos termos acima referidos.
Que o arguido afirmou ter assinado o livro de obra apenas
porque foi informado pelo construtor civil que já tinha
entrado na Câmara Municipal e estava em vias de aprovação
a implantação do depósito de gás e a alteração da
localização do armário de electricidade no exterior do prédio,
e os contadores de água e energia eléctrica e TV das partes
comuns já tinham sido colocados.
Que o arguido estava convencido que o termo de
responsabilidade que subscreveu substituiria a licença de
utilização a conceder pela Câmara Municipal e justificou a
sua afirmação de “que a obra estava executada de acordo
com o projecto aprovado, as condições de licenciamento e
as normas legais e regulamentares aplicáveis”, apesar das
infra-estruturas eléctricas e de gás não se encontrarem em
conformidade com o projecto aprovado, com o facto de ter
sido informado pela empresa construtora que as alterações
ao projecto eléctrico tinham sido impostas pela EDP e já
tinham sido aprovadas e vistoriadas por essa entidade, e,
quanto às infra-estruturas de gás, as alterações já tinham
sido aprovadas e vistoriadas pela Portgás.
Que o arguido não tem quaisquer antecedentes disciplinares.
Decisão:
Em face do que acima vem exposto, conclui-se que o arguido,
ao prestar falsas declarações no termo de responsabilidade
que subscreveu, e com base no qual foram concedidas as
licenças de utilização, dizendo “que a obra estava executada
de acordo com o projecto aprovado, as condições de
licenciamento e as normas legais e regulamentares
aplicáveis”, quando as infra-estruturas eléctricas e de gás não
se encontravam, de facto, executadas de acordo com o
projecto aprovado, não pugnou pelo prestígio da profissão
que exerce, desempenhando de uma forma repreensível a sua
actividade profissional e violando, deste modo, os deveres
deontológicos previstos na norma do nº 1 do artigo 88º do
Estatuto da Ordem dos Engenheiros.
Conclui-se, ainda, que a violação da norma deontológica acima
citada foi culposa, pois o arguido tinha a obrigação de
conhecer a legislação aplicável à sua actividade profissional,
acima citada, bem como a norma deontológica em causa, e
bem sabia que as declarações que prestou no termo de
responsabilidade que subscreveu não correspondiam à
verdade dos factos. Não sendo de excluir o dolo, pelo menos
na forma eventual, certo é que o arguido omitiu deveres de
cuidado que seriam exigíveis a um profissional de engenharia
que actuasse com a diligência de um “bom pai de família”
(artigo 487º/nº2 do Código Civil), agindo, por isso, com
negligência. Por conseguinte, nos termos do disposto no
artigo 67º do Estatuto da Ordem dos Engenheiros condena-se
o arguido pela prática de uma infracção disciplinar, consistente
na violação culposa do dever deontológico consagrado no nº 1
do artigo 88º do mesmo Estatuto da Ordem dos Engenheiros.
Considerando a circunstância atenuante referida no ponto 3 da
Fundamentação, mas tendo em conta as exigências de
prevenção geral e de defesa do interesse público associadas
ao exercício da engenharia, que no caso são elevadas
conforme se conclui das considerações acima expostas,
decide-se, nos termos do disposto no artigo 71º do Estatuto da
Ordem dos Engenheiros e no artigo 5º do Regulamento
Disciplinar, pela aplicação ao arguido de uma pena de Censura
Registada, prevista na alínea b) do nº 1 do artigo 70º do
Estatuto da Ordem dos Engenheiros.
info
PERFIL JOVEM
Página 29
Bebiana Monteiro
Melhor Estágio de Engenharia
Agronómica de 2005
Com um nome pouco vulgar, Bebiana Monteiro
– de nome completo Sandra Bebiana Carvalho Monteiro
–, tenta impor-se num mundo dominado na maioria por
homens. Foram sete os premiados por melhor estágio
por especialidade, entregues no decorrer das
comemorações do Dia Nacional do Engenheiro ,
realizadas nos passados dias 18 e 19 de Novembro, mas
apenas duas mulheres foram chamadas ao palco do
Teatro Municipal de Bragança para o receber. Bebiana foi
uma delas, em representação do Colégio Agronómico. O
trabalho que lhe valeu esta distinção intitula-se
“Implementação do Sistema HACCP na Indústria AgroAlimentar”. O estágio decorreu no âmbito do
Departamento de Qualidade e Segurança Alimentar da
CONSAGRA, Consultoria Agro-alimentar – para onde,
aliás, foi trabalhar depois de terminar a licenciatura na
Escola Superior de Biotecnologia da Universidade
Católica Portuguesa –, alcançando-se os objectivos
inicialmente propostos: estruturação de projectos e o
respectivo desenvolvimento e implementação de
Sistemas de Gestão de Segurança Alimentar na indústria
agro-alimentar, nomeadamente no sector dos vinhos e
carnes e produtos cárneos, com base na metodologia de
HACCP – Hazard Analysis and Critical Control Points
(Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controlo),
descrita no Codex Alimentarius, na legislação em vigor,
nos Códigos de Boas Práticas de Higiene e Fabrico e na
Norma DS 3027E.
Bebiana Monteiro explica que o HACCP “é um sistema
preventivo, que tem como objectivo garantir a segurança
dos alimentos através da identificação dos perigos e da
probabilidade da sua ocorrência em todas as etapas de
produção de alimentos, definindo medidas para o seu
controlo; resultante da aplicação do bom senso dos
princípios técnicos e científicos inerentes ao
processamento alimentar, podendo ser aplicado desde a
produção primária até ao consumidor final”.
“As actividades desenvolvidas no decorrer deste estágio
permitiram adquirir conhecimentos e experiência de
trabalho num ambiente empresarial – veículo promotor
de um aumento de potencialidade para a subsequente
integração profissional no mercado de trabalho em
Higiene e Segurança Alimentar, bem como a integração
dos conhecimentos adquiridos nas componentes
académica e deontológica, sendo esta última de carácter
essencial numa profissão de confiança pública como é a
engenharia”, afirma a premiada.
Com apenas 27 anos e ainda em início de carreira,
Bebiana Monteiro é actualmente engenheira alimentar
nas Caves Valdarcos, exercendo paralelamente actividade
como formadora. Ser engenheira na gestão da produção
alimentar infantil é uma ideia que a fascina. Mas o que
está completamente fora de questão é a vontade de ser
pediatra, um sonho de quando era nova.
É com rigor, sensibilidade e motivando as equipas para o
cumprimento das especificações dos produtos/serviços,
superando as expectativas dos clientes, que esta
engenheira pretende-se destacar numa área onde os
homens ainda mandam.
Página 30
ENGENHARIA
NO MUNDO
Os estádios
do Mundial 2006
1,5 biliões de euros foi o financiamento
aplicado na reconstrução e remodelação
dos 12 estádios que acolhem o
Campeonato Mundial de Futebol da
Alemanha. Palco de um total de 64
jogos, os recintos distribuem-se pelas
cidades de Hamburgo, Hanover, Leipzig,
Berlim, Gelsenkirchen, Dortmund,
Colónia, Kaiserslautern, Estugarda,
Munique, Nuremberga e Frankfurt.
Autênticas obras de arte de engenharia,
estes estádios oferecem as melhores
condições logísticas e de segurança,
diferenciadas pelas características e
design ultramodernos de cada um deles.
Inaugurado em 2000, o novo estádio de
Hamburgo, foi oficialmente classificado
pela UEFA com a categoria máxima de
cinco estrelas. Pontuação dada depois
das obras efectuadas no antigo
Volksparkstadion, cujos melhoramentos
assentaram na alteração da orientação
do campo, na remodelação de todas as
áreas funcionais, Vip e de Imprensa, bem
como na cobertura integral de todos os
lugares e na introdução de um sistema
de leitura por microchip para controlar
electronicamente o acesso ao recinto.
Um ano depois abria as portas o estádio
de Gelsenkirchen, que obteve a mesma
classificação da UEFA e que logo se
info
tornou num novo padrão de referência
na arte de construção de estádios.
Apelidado como «a coroa de glória do
futebol», o Gelsenkirchen Stadium
poderá mesmo ser um dos mais
modernos da Europa graças às técnicas
revolucionárias introduzidas, como uma
superfície de jogo removível, um cubo de
vídeo gigante e um telhado retráctil.
O Zentralstadion de Leipzig, construído
propositadamente para este Mundial , é
um exemplo em que a inovação estética
se funde com o passado. Em 1956, o
antigo Zentralstadion chegou a ser o
maior estádio da Alemanha, com
capacidade para 100 mil espectadores.
Quarenta anos mais tarde, foi
construído um novo estádio dentro dos
muros do antigo, através de pontes de
conexão entre o novo complexo e as
antigas paredes. No estádio de
Frankfurt, as vigas mestras e os cabos
de aço utilizados na construção do
telhado contrastam com as meras 30
toneladas do cubo de vídeo, resultando
numa estrutura minimalista atravessada
por raios de luz natural através de um
telhado translúcido.
A ecologia foi uma das preocupações no
planeamento de reconstrução dos
estádios de Nuremberga e Hanover. O
primeiro inclui mesmo uma enorme
cisterna de colecta de águas pluviais que
opera com base num plano de gestão
ecológica e de qualidade sonora, um
sistema de optimização ambiental. Já o
campo de Hanover é dotado de um
sistema de drenagem no subsolo. As
secções do tecto de 2.500 toneladas,
suportadas por uma estrutura
independente, que avançam sobre o
campo, foram construídas com placas
metálicas permeáveis aos raios
ultravioleta, por forma a garantir as
melhores condições ao relvado, através
de uma iluminação ajustada.
Originalmente construído para o
Mundial de futebol de 1974, o
Westfalenstadion, de Dortmund, foi
sujeito a dois programas de
remodelação. Um em 2001 e depois em
2005, este último, que seria decisivo
para a imagem de marca deste
complexo, sustentado por oito pilares de
62 metros de altura, de um amarelo
intenso, e cuja uma estrutura metálica
exterior poderá ser avistada a
quilómetros de distância.
Outro dos palcos deste campeonato de
futebol é o estádio de Estugarda que, ao
longo de várias remodelações ganhou
uma nova cobertura do tecto. Uma
enorme malha de poliéster revestida
com PVC que cobre na íntegra todas as
arquibancadas, num total de 34 mil
metros quadrados de material com
alturas entre os 18 e os 35 metros.
A fase final do projecto relativo ao
estádio de Kaiserslautern foi concluída
no ano passado e resultou numa nova
torre para os meios de comunicação
social, outra para os convidados Vip e a
ampliação das arquibancadas oeste e
sul. Obras que deram ao recinto um
aspecto modular invulgar.
Além de Gelsenkirchen e Frankfurt, o
estádio de Colónia vai receber a selecção
portuguesa na fase inicial do Mundial.
Com uma forma quadrangular, este
estádio sobressai pelos quatro mastros
de 72 metros de altura que servem de
suporte ao telhado e funcionam como
um sinal luminoso.
O Allianz Arena, em Munique, e o
Olympiastadion, em Berlim, são
respectivamente os estádios inaugural e
de encerramento do mundial de futebol
e curiosamente os mais caros. O novo
estádio de Munique, construído de raiz,
rondou um investimento na ordem dos
341 milhões de euros, enquanto a
reconstrução do estádio de Berlim
custou 242 milhões. Mais dois modelos
em que o brilhantismo da engenharia se
materializou em obras esteticamente
magníficas.
info
LAZER
Página 31
Agostinho Peixoto, consultor/especialista em Turismo
A Rota do Românico
do Vale do Sousa
O românico foi introduzido em Portugal
numa fase adiantada do século XI, por
acção do Conde D. Henrique e da sua
Corte. Os primeiros testemunhos desse
género surgiram no Norte do Condado,
depois Reino, e são sobretudo edifícios
religiosos – catedrais, mosteiros,
igrejas, capelas –, edifícios militares –
castelos e torres senhoriais – e
edificações civis – monumentos
funerários e pontes.
No Vale do Sousa, o românico está
associado ao despoletar da
nacionalidade, reflectindo a ocupação
das terras progressivamente
conquistadas. A diversidade dos
testemunhos monumentais românicos
aí existentes permite oferecer um leque
muito completo dos tipos
arquitectónicos então construídos, que
passavam pelos:
- conjuntos monásticos (Mosteiro de
Pombeiro de Ribavizela, Igreja de S.
Salvador de Unhão, Igreja de S. Vicente
de Sousa, Igreja de Santa Maria de
Airães, Igreja de S. Pedro de Ferreira,
Igreja de S. Pedro de Cête, Igreja de
S. Salvador de Paço de Sousa),
– igrejas paroquiais e santuários
isolados (Igreja Velha de S. Mamede de
Vila Verde, Igreja de Santa Maria de
Meinedo, Igreja do Salvador de Aveleda,
Igreja de S. Gens de Boelhe, Igreja de S.
Miguel de Gândara/Cabeça Santa, Igreja
de S. Pedro de Abragão, Igreja de S.
Miguel de Entre-os-Rios e Ermida de
Nossa Senhora do Vale de Cête),
– estruturas funerárias (Monumento
funerário do Sobrado/Marmoiral,
Memorial da Ermida),
– torres senhoriais e/ou defensivas e
arquitectura civil (Torre/Castelo de
Aguiar de Sousa, Torre de Vilar, Ponte de
Vilela e Ponte de Espindo).
Foi a partir desta singularidade, criada
pela memória histórica deste território,
no período de afirmação da arte
românica, que a RRVS foi estruturada,
integrando 21 objectos patrimoniais
que, no conjunto, procuram
testemunhar o papel que este território
outrora desempenhou na história da
nobreza portuguesa e das ordens
religiosas. Este conjunto empresta à
RRVS um carácter único que deve ser
valorizado, no sentido de fazer desta
Rota e do Vale do Sousa um produto
turístico e um destino com
especificidades, ancorado a um
património com grande valor regional,
nacional e ibérico.
A Rota do Românico constituiu o
arranque de um projecto, que pretende
aproveitar um importante património
histórico e arquitectónico e criar um
produto turístico, que permita a
promoção da imagem deste espaço
regional, atraindo visitantes nacionais e
estrangeiros e promovendo a
dinamização e a criação de emprego na
área do turismo, da restauração e do
alojamento. Aproveitam-se as enormes
potencialidades que o Vale do Sousa
possui em termos paisagísticos,
monumentais, culturais, gastronómicos,
entre outros.
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AGENDA
info
ENCONTRO, CONGRESSOS E SEMINÁRIOS EXTERNOS
4 A 8 DE JUNHO
LOCAL: LISBOA
ORGANIZAÇÃO: INSTITUTO DE ENGENHARIA
MECÂNICA – FACULDADE DE ENGENHARIA
DA UNIVERSIDADE DO PORTO (IDMEC-FEUP)
CONFERÊNCIA – HEALTHY BUILDINGS 2006
Mais informação: Tel: 225081763/Fax: 225082153,
e-mail: [email protected] ou www:www.hb2006.org
26 A 29 DE JUNHO
LOCAL: LAS VEGAS, EUA
ORGANIZAÇÃO: UNIVERSITY OF GEORGIA
– DEPARTMENT OF COMPUTER SCIENCE
WORLDCOMP’06 – CONGRESSO MUNDIAL
EM CIÊNCIA DE COMPUTADORES,
ENGENHARIA DE COMPUTADORES
E COMPUTAÇÃO APLICADA 2006
Este congresso é antecipado pelo maior encontro anual
de investigadores na área das ciências de computadores,
engenharia de computadores e computação aplicada.
25 A 29 DE OUTUBRO
LOCAL: EXPONOR, PORTO
ORGANIZAÇÃO: CONCRETA
FEIRA INTERNACIONAL DE CONSTRUÇÃO
E OBRAS PÚBLICAS
9 A 12 DE NOVEMBRO
LOCAL: FIL, LISBOA
ORGANIZAÇÃO:
AMBIURBE – SALÃO INTERNACIONAL
DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVAEL
ENCONTRO, CONGRESSOS E SEMINÁRIOS OE
2, 3, 4 DE OUTUBRO
LOCAL: ILHA DE S. MIGUEL - AÇORES
ORGANIZAÇÃO: OE
XVI CONGRESSO DA ORDEM
DOS ENGENHEIROS “A ENGENHARIA
AO SERVIÇO DO PAIS”
Mais informações: http://www.ordemdosengenheiros.pt
13 DE OUTUBRO
LOCAL: PORTO
ORGANIZAÇÃO: ORDEM DOS ENGENHEIROS
– REGIÃO NORTE
SEMINÁRIO “A BACIA HIDROGRÁFICA
DO RIO DOURO”
14 OUTUBRO
LOCAL: PORTO (LOCAL A DESIGNAR)
ORGANIZAÇÃO: ORDEM DOS ENGENHEIROS
– REGIÃO NORTE
2º DIA REGIONAL NORTE DO ENGENHEIRO
E ENCONTRO 2006 DE MEMBROS ELEITOS
DA REGIÃO NORTE DA ORDEM
DOS ENGENHEIROS
26 E 27 DE OUTUBRO (DATA A CONFIRMAR)
LOCAL: PORTO
ORGANIZAÇÃO: OERN
II CONGRESSO NACIONAL DE CONSTRUÇÃO
SUSTENTÁVEL
Mais informação: http://norte.ordemdosengenheiros.pt
NOVEMBRO/DEZEMBRO
LOCAL: PORTO (A DESIGNAR)
ORGANIZAÇÃO: OERN
COMEMORAÇÕES DOS 70 ANOS DA ORDEM
DOS ENGENHEIROS; INÍCIO DAS OBRAS
DA SEDE; CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE
E LANÇAMENTO DA MONOGRAFIA
COMEMORATIVA – HISTÓRIA DA OERN
FORMAÇÃO OE
1 A 29 DE JUNHO
LOCAL: BRAGANÇA
ORGANIZAÇÃO: OERN
CURSO DE ITED – INFRA-ESTRUTURAS
DE TELECOMUNICAÇÕES EM EDIFÍCIOS
O curso é de 30h e será realizado 2ªs, 3ªs e 5ªs, entre 18h30
e as 22h30.
3 A 18 DE JUNHO
LOCAL: BRAGANÇA
ORGANIZAÇÃO: OERN
CURSO DE AUTOCAD
O curso é de 30h e será realizado 2ªs, 3ªs e 5ªs, entre 18h30
e as 22h30.
5 A 9 JUNHO
LOCAL: VILA REAL
ORGANIZAÇÃO: OERN
CURSO DE SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO,
INTEGRAÇÃO E EFICI NCIA ENERGÉTICA
O curso é de 20h. Preço: 220€.
info
5 A 22 DE JUNHO
LOCAL: BRAGA
ORGANIZAÇÃO: OERN
CURSO DE FINANÇAS E CONTABILIDADE
PARA NÃO FINANCEIROS
O curso é de 30h e será realizado 2ªs, 3ªs e 5ªs, entre 18h30
e as 22h30.
5 DE JUNHO A 7 DE JULHO
LOCAL: VIANA DO CASTELO
ORGANIZAÇÃO: OERN
CURSO DE PROJECTISTAS DE REDES DE GÁS
NATURAL
O curso é de 30h e será realizado 2ªs, 3ªs e 5ªs, entre 18h30
e as 22h30.
16 JUNHO A 1 DE JULHO
LOCAL: BRAGA
ORGANIZAÇÃO: OERN
CURSO DE PROJECTO DE AVALIAÇÃO
IMOBILIÁRIA
O curso é de 30h e será realizado entre 18h30 e as 22h30.
19 DE JUNHO A 7 DE JULHO
LOCAL: PORTO
ORGANIZAÇÃO: OERN
CURSO DE PROJECTISTA DE SISTEMAS SOLARES
TÉRMICOS
O curso é de 58h. Preço: 510€.
8 E 15 JULHO
LOCAL: SEDE DA OERN
ORGANIZAÇÃO: OERN
28º CURSO DE ÉTICA E DEONTOLOGIA
PROFISSIONAL
3 A 18 DE AGOSTO
LOCAL: PORTO
ORGANIZAÇÃO: OERN
CURSO DE INFORMÁTICA
O curso é de 30h e será realizado 2ªs, 3ªs e 5ªs, entre 18h30
e as 22h30.
7 A 28 DE OUTUBRO
LOCAL: GUIMARÃES
ORGANIZAÇÃO: OERN
CURSO DE ÉTICA E DEONTOLOGIA
PROFISSIONAL
O curso é de 30h e será realizado 2ªs, 3ªs e 5ªs, entre 18h30
e as 22h30.
AGENDA
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VISITAS TÉCNICAS
8 JUNHO
LOCAL: VIANA DO CASTELO
ORGANIZAÇÃO: CONSELHO REGIONAL
DO COLÉGIO DE ENGENHARIA MECÂNICA
VISITA AO APROVEITAMENTO
HIDROELECTRICO DE VENDA NOVA
22 DE JUNHO
LOCAL: VIANA DO CASTELO
ORGANIZAÇÃO: CONSELHOS REGIONAIS
DO COLÉGIOS DE ENGENHARIAS MECÂNICA
E ELECTROTÉCNICA
VISITA AOS ESTALEIROS NAVAIS DE VIANA
DO CASTELO
TERTÚLIAS E DEBATES OE
1 DE JUNHO ÀS 20H30
LOCAL: ARCOS DE VALDEVEZ
(RESTAURANTE MATADOURO)
ORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO DE VIANA
DO CASTELO
JANTAR-DEBATE ENGENHARIA NA GESTÃO
MUNICIPAL (QUESTÕES RURAIS E URBANAS)
Oradores: Eng. João Baptista (responsável pela área
de Segurança no Trabalho da Estradas de Portugal, EPE)
Eng. Matos de Almeida (membro do Colégio Regional
de Engenharia Civil - director de Produção da MotaEngil)
inspector Fraga de Oliveira (IGT - Inspecção Geral do Trabalho)
Moderador: Eng. António Cruz (delegado distrital de Viana
do Castelo) e Eng. Gerardo Saraiva (presidente do Conselho
Directivo da Região Norte)
7 DE JUNHO ÀS 20H30
LOCAL: PORTO (RESTAURANTE OE)
ORGANIZAÇÃO: OERN
JANTAR-DEBATE SEGURANÇA NO TRABALHO
DA CONSTRUÇÃO
Oradores: Eng. João Baptista (responsável pela área
de Segurança no Trabalho da Estradas de Portugal, EPE)
Eng. Matos de Almeida (membro do Colégio Regional
de Engenharia Civil - director de Produção da MotaEngil)
inspector Fraga de Oliveira (IGT - Inspecção Geral do Trabalho)
Moderador: Eng. João Baptista
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AGENDA
info
9 DE JUNHO ÀS 20H30
LOCAL: BRAGANÇA (RESTAURANTE GEADAS)
ORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO
DE BRAGANÇA
JANTAR-DEBATE INOVAÇÃO
E ESENVOLVIMENTO (QUALIDADE E AMBIENTE)
Oradores: Eng. ª Alexandra Alves (responsável pelo
Departamento da Qualidade, Ambiente e Segurança
e Saúde ThyssenKrupp Portugal, Lda.) Prof. Francisco Cepeda
(ex-professor do Instituto Politécnico de Bragança e actual
colaborador da Universidade Católica) Eng.ª Conceição
Baixinho (delegada da distrital de Bragança)
Moderador: Eng.ª Conceição Baixinho
19 DE JUNHO ÀS 19H
LOCAL: FAMALICÃO
ORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO DE BRAGA
TERTÚLIA SEGURANÇA NO TRABALHO
DA CONSTRUÇÃO
Oradores: Eng. João Baptista (responsável pela área
de Segurança no Trabalho da Estradas de Portugal, EPE)
Eng. Zulmiro Ferreira Neves (A. Mesquita e Filhos)
Dr. Paulo Lima (IGT - Inspecção Geral do Trabalho)
Moderador: Eng. Fernando de Almeida Santos (secretário
do CDRN)
29 DE JUNHO ÀS 20H30
LOCAL: BRAGA
ORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO DE BRAGA
JANTAR-DEBATE ÉTICA E DEONTOLOGIA
PARA ENGENHEIROS
Oradores: Eng. Adão da Fonseca (FEUP) e Maria Otília
Caetano (Conselho Disciplinar da Região Centro)
Moderador: Eng. Gerardo Saraiva (presidente do Conselho
Directivo da Região Norte)
6 DE JULHO ÀS 20H30
LOCAL: VILA REAL
ORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO
DE VILA REAL
JANTAR-DEBATE INOVAÇÃO
E DESENVOLVIMENTO
Oradores: Eng.ª Teresa Ponce Leão (tesoureira da OE)
e Prof. Bulas Cruz (UTAD), Eng. Luís Ramos
(vice-presidente do CDRN)
Moderador: Eng. Paiva Rodrigues
7 DE JULHO ÀS 21H30
LOCAL: MACEDO DE CAVALEIROS
ORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO
DE BRAGANÇA
TERTÚLIA NOVAS VAL NCIAS DO ENSINO
SUPERIOR – O PROCESSO DE BOLONHA/
A FORMAÇÃO CONTÍNUA
Oradores: Eng. José Mendes (UMINHO) e Eng.ª Conceição
Baixinho (delegada distrital de Bragança)
Moderador: Eng. Manuel Ângelo (OE – Delegação de
Bragança)
13 DE JULHO ÀS 21H30
LOCAL: BRAGA
ORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO DE BRAGA
TERTÚLIA GESTÃO DO TERRITÓRIO LOCAL
E REGIONAL
Oradores: Eng. José Mendes (UMINHO), Eng. André
Fontes (IMAGO) e Eng. António Jorge Fontes (IMAGO)
Moderador: Eng. Gerardo Saraiva (presidente do Conselho
Directivo da Região Norte)
20 DE JULHO ÀS 21H30
LOCAL: PORTO
ORGANIZAÇÃO: OERN
TERTÚLIA INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
NA ENGENHARIA
Oradores: Eng. Pedro Alves (AENOR), Eng. António Limão
(Martifer) e Eng. José Mendes (UMINHO)
Moderador: Eng.ª Teresa Ponce Leão (tesoureira da OERN)
21 DE JULHO ÀS 21H30
LOCAL: VILA REAL
ORGANIZAÇÃO: OERN/DELEGAÇÃO
DE VILA REAL
TERTÚLIA SEGURANÇA NO TRABALHO
DA CONSTRUÇÃO
Oradores: Eng. João Baptista (Estradas de Portugal),
Eng. ª Raquel Reis (Segurança Social) e Eng. Miguel Moreira
(DHV – Tecnopor)
Moderador: Eng. João Baptista (Estradas de Portugal)
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info - Ordem dos Engenheiros Região Norte