CANA DE AÇÚCAR
Resultados agronômicos de experimento
realizado com a Universidade Federal de
Uberlândia, em Goianésia, Goiás.
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Avaliação agronômica com cana soca variedade IAC 91 1099 UFU, Minas Gerais - junho de 2012
Sumário executivo
Artigo: Avaliação agronômica do fertilizante organomineral fabricado
com a tecnologia Geociclo na produtividade da cana soca de terceiro
corte em condições de campo.
Experimento: Cana soca , 3º corte, variedade IAC 91 1099 da Usina
Jalles Machado
Solo: Latossolo álico, CTC = 3,7 cmolc dm3; M.O.= 1,4%
Plantio: 03/03/2009
Data instalação experimento (Aplicação do fertilizante): 19/07/11
Colheita:29/06/12
Local de realização: Usina Jalles Machado, Fazenda 27, bloco 1,
Goianésia/GO, Lat: -15.227428; Long: -48.881828; Alt: 590 m.
Fertilizante
Formulação
Concentração NPK
------------- % -------------
--------- kg ha-1 ----------
Altura
Produtividade
N
P
K
N
P
K
m
------- t ha-1 -------
Controle 0% NPK
0
0
0
0
0
0
2,21
81,7
Mineral 100% NPK
12
0
30
60
0
150
2,32
93,8
Geofert 60% NPK
10
0
24
37
0
90
2,37
104,5
Geofert 80% NPK
10
0
24
50
0
120
2,42
111,1
Geofert 100% NPK
10
0
24
62
0
150
2,41
113,1
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ganho de
produtividade
de até 20%
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Avaliação agronômica do fertilizante Geofert com cana soca de terceiro corte
1. Introdução
O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e esta cultura
é importante, seja no aspecto social como no econômico, uma vez
que na sua industrialização são obtidos o açúcar e o etanol, dois
importantes produtos brasileiros. Além disso, o cultivo da cana-deaçúcar é uma das maiores fontes de emprego por unidade de
superfície quando comparado com outras atividades agrícolas.
Os fertilizantes e corretivos podem ser classificados como os insumos
de maior importância para a produção de cana-de-açúcar, devido à
capacidade que estes têm de influenciar a produtividade da cultura.
Na adubação mineral com NPK, em geral, o nitrogênio é o nutriente
que as plantas necessitam em maior quantidade. Entretanto, na
cultura da cana-de-açúcar, o potássio é requerido em quantidades
maiores do que o nitrogênio, elemento que faz parte de muitos
compostos, sobretudo das proteínas e é constituinte da clorofila,
ácidos orgânicos e hormônios vegetais. O canavial bem nutrido em
nitrogênio apresenta-se verde e exuberante, uma vez que este
nutriente estimula a brotação, o enraizamento e o desenvolvimento
de perfilhos.
A resposta na produtividade da cana-planta devido à aplicação de
nitrogênio é pequena, mas, mesmo assim, são utilizadas entre 30 e
60 quilos de nitrogênio por hectare. Já nas soqueiras, a
produtividade é altamente influenciada pela aplicação do nitrogênio,
sendo comum a utilização de 80 a 150 quilos por hectare,
dependendo do ambiente de produção, da variedade e da idade do
canavial.
O fósforo, por sua vez, é o nutriente que as plantas requerem em
menor quantidade. Apesar disso, é um dos elementos aplicados
em maiores quantidades nos solos brasileiros, devido à sua baixa
disponibilidade natural e grande afinidade da fração mineral do
solo por este elemento, o que se torna um dos fatores mais
limitantes da produção em solos tropicais. Com isso, a adubação
fosfatada é imprescindível para a otimização da produção de
diversas culturas, inclusive a cana.
A adubação fosfatada para a cana-de-açúcar é amplamente
reconhecida como uma prática eficaz para elevar a produtividade
dos canaviais, principalmente nos solos brasileiros, que são, em
geral, pobres em fósforo.
O fósforo faz parte das moléculas de ATP e ADP, participando,
portanto, de todos os processos metabólicos que utilizam energia.
O elemento também é constituinte de fosfolipídeos e moléculas de
DNA e RNA, participando dos processos de divisão celular e
transmissão dos caracteres genéticos. Embora o elemento seja um
dos macronutrientes menos exigidos pela cana-de-açúcar, as
dosagens utilizadas estão entre 100 e 150 quilos de P2O5 por
hectare, sendo que, geralmente, o fósforo é aplicado uma única
vez, no sulco de plantio. Essa dose de fósforo satisfaz, portanto, a
necessidade da cultura por cinco anos.
O potássio estimula a vegetação e o perfilhamento, aumenta o
teor de carboidratos, óleos, lipídeos e proteínas, promove o
armazenamento de açúcar e amido, ajuda na fixação do nitrogênio,
regula a utilização da água e aumenta a resistência à seca, geada e
moléstias.
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Avaliação agronômica do fertilizante Geofert com cana soca de terceiro corte
Por apresentar alta resposta na produtividade, o potássio é aplicado
em doses altas tanto na cana como nas soqueiras. Doses entre 80 e
150 quilos de K2O por hectare são utilizadas tanto para a cana-planta
como para as soqueiras.
Atualmente muito se tem pesquisado sobre a eficiência dos
fertilizantes na cultura da cana. Muitos trabalhos na literatura
especializada têm relatado que os fertilizantes organominerais têm
apresentado eficiência superior aos fertilizantes minerais. Segundo
Kiehl (1985) a fabricação do fertilizante organomineral é feita
industrialmente partindo-se de uma ou mais matérias-primas
orgânicas juntando-se as mesmas corretivos, macronutrientes
primários e secundários, além de micronutrientes, segundo as
fórmulas de cada fabricante. A principal razão para se adicionar certa
porção de nutrientes minerais aos fertilizantes orgânicos é diminuir
perda de nutrientes, principalmente nitrogênio, fósforo e potássio.
Neste sentido, o fertilizante organomineral se constitui num produto
inovador e alternativo, fruto do enriquecimento de adubos orgânicos
com fertilizantes minerais. Como decorrência da maior concentração
de nutrientes em relação aos fertilizantes orgânicos geralmente
usados nas usinas (torta de filtro e cinza de caldeira), apresenta a
vantagem de poder ser empregado em menores quantidades por
área, além do menor custo de transporte. Além disso, Kiehl (1999)
observa que o fertilizante organomineral, ao contrário do mineral,
pode ser empregado de uma só vez no solo, pois seus nutrientes
estão sob a forma orgânica e mineral. Por exemplo, o nitrogênio
mineral é prontamente assimilado pelas raízes, enquanto o
nitrogênio orgânico do adubo orgânico será absorvido pela planta
quando o nitrogênio mineral já foi absorvido ou lavado pela água
da chuva ou da irrigação que atravessa o perfil do solo.
Dada à conscientização ambiental crescente nos últimos anos e à
escassez de matérias-primas para produção de fertilizantes
minerais, cresce a tendência de reaproveitamento de resíduos
urbanos, industriais e agrícolas com o intuito de preservar o
ambiente e criar produtos alternativos para uso na agricultura,
como os fertilizantes organominerais.
Este relatório tem como objetivo medir a eficiência do fertilizante
organomineral Geociclo aplicado na soqueira de cana em relação
ao fertilizante mineral, manejo de adubação normalmente
praticado nas usinas no Brasil e em condições reais de campo.
2. Objetivo
O objetivo deste relatório foi investigar o efeito do uso de
fertilizante organomineral fabricado com a tecnologia Geociclo
sobre a produtividade da cana soca de terceiro corte e comparar a
produtividade do fertilizante mineral normalmente empregado
pela usina. Foram aplicadas diferentes doses do organomineral na
formulação NPK 10-0-24 e comparadas com a dose tradicional
recomendada de 500 kg ha-1 do fertilizante mineral NPK 12-0-30.
Para isso, foi instalado um experimento de campo em 19 de julho
de 2011 no município de Goianésia-GO. O delineamento
experimental foi o de blocos ao acaso, com cinco tratamentos e
cinco repetições. Os tratamentos consistiram na aplicação de doses
crescentes do fertilizante organomineral na cana soca, variedade
IAC 91 1099, plantada em 03 de março de 2009, visando fornecer
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aproximadamente 60, 80 e 100% da quantidade de nitrogênio,
fósforo e potássio do fertilizante mineral. No tratamento
“testemunha” não houve aplicação de fertilizantes.
3. Realização e condução do teste
O teste foi implantado e conduzido por pesquisadores do Instituto de
Ciências Agrárias da Universidade Federal de Uberlândia (ICIAG/UFU)
sob a supervisão do Professor Gaspar Henrique Korndörfer e de seu
grupo de pesquisa. Professor Gaspar é formado pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul em Agronomia e atualmente é titular
da disciplina de "Adubos e Adubações" (DPV24) e da disciplina de
"Uso de Fertilizantes e Resíduos na Agricultura" (AG524) do curso de
pós-graduação em agronomia do Instituto de Ciências Agrárias da
Universidade Federal de Uberlândia. Ele é doutor pela Universidade
de São Paulo, possui dois cursos de pós-doutoramento na
Universidade da Florida. Entre as suas principais realizações destacase a criação do Grupo de Pesquisa "SILÍCIO NA AGRICULTURA"
considerado pela comunidade científica um Centro de Excelência no
assunto.
5.Aplicação do fertilizante
Os fertilizantes organomineral e mineral foram aplicados a lanço
diretamente sobre a soqueira da cana nas quantidades
anteriormente relatadas. Cada tratamento foi replicado 5 vezes. As
Figuras 1 a 4 mostram as parcelas e o fertilizante aplicado sobre a
soqueira.
4. Local de instalação do teste
O local de instalação do teste foi na Usina Jalles Machado, Fazenda
27, bloco 1, Goianésia/GO,Latitude: -15.227428; Longitude:48.881828; Altitude: 590 m.
Figura 1: foto de 19-07-2011 - detalhe do estaqueamento das
parcelas experimentais na cana soca.
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6. O delineamento experimental do teste
Neste trabalho foi utilizado o delineamento em blocos casualizados
uma vez que dificilmente as condições experimentais são
semelhantes. Os experimentos instalados de acordo com o DBC são
chamados de “experimentos em blocos casualizados”. Os
experimentos em blocos levam em consideração os três princípios
básicos da experimentação: repetição, casualização e controle local.
A casualização aumenta as chances de que possíveis fatores
interferentes desconhecidos fiquem igualmente distribuídos nos
grupos experimentais. Porém, quando existem fatores interferentes
conhecidos é pouco eficiente contar somente com a casualização
(pode ocorrer uma presença desigual dos fatores nos grupos)
podendo interferir no efeito dos tratamentos.
Figura 2 (ao lado): vista geral do campo de testes em 19-07-2011.
Figura 3 (abaixo): Detalhe do fertilizante aplicado em cobertura no
solo no campo.
O controle local no DBC é usado na sua forma mais simples, sendo
representado pelos blocos, os quais incluem todos os tratamentos.
Dentro de cada bloco os tratamentos são distribuídos
aleatoriamente. Para que o experimento seja eficiente, cada bloco
deve ser o mais uniforme possível, porém os blocos podem ser
diferentes entre eles. Quando se tem dúvida sobre a semelhança
do ambiente experimental ou quando se tem certeza da sua
heterogeneidade deve-se utilizar o DBC.
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Avaliação agronômica do fertilizante Geofert com cana soca de terceiro corte
No presente estudo o delineamento foi estruturado em blocos ao
acaso com cinco repetições. A alternativa testada foi combinações de
dosagem de NPK dos fertilizantes com a produtividade da cana-deaçúcar. Desta forma os seguintes tratamentos foram implementados
em campo:
T1. Testemunha (sem fertilizante)
T2. 500 kg ha-1 do fertilizante mineral 12-0-30
T3. 375 kg ha-1 do Organomineral Geociclo 10-00-24
T4. 500 kg ha-1 do Organomineral Geociclo 10-00-24
T5. 625 kg ha-1 do Organomineral Geociclo 10-00-24
mento, perfazendo uma área de 75m2 por parcela e com 5
repetições totalizando um número de 25 parcelas.
A variedade de cana utilizada foi a IAC 91 1099. O tamanho da
parcela foi de 5 linhas com espaçamento de 1,5m e 10m de
comprimento, perfazendo uma área de 75m2 por parcela e com 5
repetições totalizando um número de 25 parcelas.
7. Layout do experimento
As parcelas foram sorteadas ao acaso e codificadas segundo o
quadro abaixo, que mostra o layout com a posição relativa de cada
parcela do experimento.
Bloco I
T2
Parcela 21
T4
Parcela 20
T1
Parcela 11
T3
Parcela 10
T5
Parcela 1
Figura 4: Detalhe das parcelas delimitadas pelas estacas.
A variedade de cana utilizada foi a IAC 91 1099. O tamanho da
parcela foi de 5 linhas com espaçamento de 1,5m e 10m de compri -
Bloco II
T5
Parcela 22
T3
Parcela 19
T4
Parcela 12
T1
Parcela 9
T2
Parcela 2
Bloco III
T3
Parcela 23
T4
Parcela 18
T2
Parcela 13
T5
Parcela 8
T1
Parcela 3
Bloco IV
T2
Parcela 24
T5
Parcela 17
T1
Parcela 14
T4
Parcela 7
T3
Parcela 4
Bloco V
T1
Parcela 25
T3
Parcela 16
T2
Parcela 15
T5
Parcela 6
T4
Parcela 5
8. Resultados
Os pesquisadores do ICIAG/UFU juntamente com os pesquisadores
da Geociclo S/A fizeram o acompanhamento do teste por meio de
visitas técnicas à área. As visitas foram realizadas em 19 de julho
de 2011 (plantio), 08 de novembro de 2011, 10 de março de 2012,
e em 29 de junho de 2012 quando se deu a colheita. A seguir são
apresentadas algumas fotos realizadas no local e m 08/11/2011:
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Em cima, da esquerda para a direita:
Tratamento T1(testemunha) do bloco 3.
Tratamento T4 do bloco 3.
Tratamento T5 (OM com 100% NPK) do bloco 5.
Em baixo, da esquerda para a direita:
Tratamento T2 (Mineral) do bloco 1
Tratamento T3 (OM 60% NPK) do bloco 4
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Tabela 1. Produtividade e analise de NPK em folhas de cana-de-açúcar 180 dias após aplicação do fertilizante, usina Jalles Machado. Goianésia-Go.
Tratamentos
Dose
Controle
Mineral
Geofert, 10-00-24
Geofert, 10-00-24
Geofert, 10-00-24
kg ha-1
0
500
375
500
625
Análise Foliar
N
P
K
-1
--------------- g kg --------------18,3
1,9
15,4
17,5
2,0
16,5
18,5
2,0
16,5
19,7
2,0
16,4
18,3
2,0
16,9
A colheita da cana foi realizada em 29/06/12. A pesagem foi
realizada empregando-se uma célula de carga marca Técnica modelo
WT-3000. As Figuras 10 a 14 mostram algumas fotos com detalhes
da colheita. A produtividade da cana em cada tratamento foi medida
pesando-se a cana colhida em cada parcela e tomando-se a média
das cinco repetições.
Os resultados foram avaliados pelo programa SISVAR (Ferreira, 2008)
e as médias comparadas pelo teste de Tukey (5%) e análise de
regressão. A Tabela 1 acima mostra os resultados de produtividade
da cana-de-açúcar em t ha-1 em função da aplicação de doses de
fertilizante organomineral e adubação convencional da usina.
Esta tabela revela que houve aumento de 14,8% na produtividade
com a aplicação do tratamento T2 com fertilizante mineral em
relação ao tratamento T1 controle. Houve também ganhos de pro -
Altura de
plantas
m
2,21
2,32
2,37
2,42
2,41
Produtividade
t ha-1
81,7
93,8
104,5
111,1
113,1
Ganhos sobre o Ganhos sobre o
mineral
controle
%
-12,9
0
0
14,8
11,4
27,9
18,4
36,0
20,6
38,4
dutividade de 11,4, 18,4 e 20,6 % nos tratamentos de T3, T4 e T5,
respectivamente, os quais foram adubados com o fertilizante
organomineral Geociclo em relação ao tratamento T2 com
fertilizante mineral. É importante salientar que houve ganhos
estatisticamente significativos de produtividade mesmo com
redução de doses de NPK dos tratamento T3 e T4 (60 e 80% de
redução de NPK, respectivamente) que usaram fertilizante
organomineral.
O dados da Tabela 1 revelam que apesar da menor dosagem de
NPK por hectare dos tratamentos que receberam fertilizante
organomineral a produtividade foi superior ao tratamento com
fertilizante mineral. Este resultado é de muita importância para a
Usina porque permite uma redução dos custos de produção e
aumento na produtividade da lavoura associada à adubação com
fertilizante organomineral Geociclo.
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Avaliação agronômica do fertilizante Geofert com cana soca de terceiro corte
A superioridade do fertilizante organomineral Geociclo em relação
ao fertilizante mineral está relacionada, sem dúvida, ao
fornecimento contínuo de nutrientes à cultura ao longo do ciclo da
cana.
O efeito da liberação lenta de nutrientes deste organomineral é
devido às condições de temperatura, pressão e umidade
empregadas na transformação do mesmo em pellets. Desta forma, a
fase mineral do fertilizante organomineral se encontra protegida
dentro de uma matriz orgânica porosa o que previne a lixiviação do
nitrogênio e potássio. Da mesma forma, esta matriz orgânica
também previne o contato direto do fósforo com os óxidos presentes
no solo, prevenindo, assim, a perda de fósforo por fixação.
A matriz orgânica, quando em contato com o solo, é atacada pelos
micro-organismos presentes no mesmo promovendo a sua
mineralização. Desta forma, esta matriz orgânica vai diminuindo de
tamanho e ao mesmo tempo liberando os nutrientes minerais de
forma controlada, o que produz o efeito desejado de liberação lenta
(slow release).
Aos 180 dias após a instalação do teste realizaram-se coletas de
folhas de cada parcela experimental, as quais foram encaminhadas
ao laboratório para realização de análises foliares de macro e
micronutrientes (Tabela 1).
A Tabela 1 revelou que em relação à absorção foliar não houve
diferença entre os tratamentos, apesar da menor dose de NPK asso -
ciado aos tratamentos com fertilizante organomineral. Este efeito
está associado à presença da matéria orgânica no fertilizante
organomineral o que potencializa a disponibilidade de NPK às
plantas (Kiehl, 1985 e 1999). Apesar da menor dose de NPK nos
tratamentos que usaram fertilizante organomineral, todos os
nutrientes ficaram dentro da faixa considerada adequada por Raij
et al.(1996). Este resultado revela que, apesar da menor dose de
NPK dos tratamentos com organomineral, as plantas
permaneceram adequadamente nutridas não havendo deficiência
de nutrientes na média das parcelas. Este fato comprova a maior
eficiência do fertilizante organomineral Geociclo em relação ao
fertilizante mineral.
Durante a colheita também foram realizadas medidas de altura de
planta da cana-de-açúcar, os resultados foram expostos na Tabela
1. Percebe-se um pequeno aumento gradativo no tamanho das
plantas do tratamento T1 (controle) para o T5 (organomineral)
acompanhando o comportamento de produtividade dos
tratamentos.
Para o cálculo da dose equivalente entre fertilizante mineral e
organomineral, isto é, a dose de fertilizante organomineral que
produziria a mesma quantidade de cana do fertilizante mineral, foi
realizada uma análise de regressão dos dados de produtividade. A
Figura 15 e a Tabela 2 mostram os resultados.
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Avaliação agronômica do fertilizante Geofert com cana soca de terceiro corte
Fotos 10 a 14, de 29-06-2012
Em cima: detalhes das parcelas e do
corte das parcelas .
Em baixo: detalhes da célula de carga
acoplada a carregadora, da pesagem
das parcelas e da célula de carga no
momento da pesagem.
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Assim, pode-se concluir que em média 211,5 kg ha-1 do fertilizante
organomineral Geociclo 10-00-24 produziriam os mesmos 93,8 t
ha-1 de cana-de-açúcar que foram obtidos experimentalmente com
a aplicação de 500 kg ha-1 do fertilizante mineral 12-00-30. Os
211,5 kg ha-1 do fertilizante organomineral Geociclo 10-00-24
corresponde a aproximadamente 35% do teor NPK em relação a
500 kg ha-1 do fertilizante mineral 12-00-30.
Cabe salientar que o uso continuado do fertilizante organomineral
trará melhoria nas características químicas e microbiológicas do
solo com o passar dos anos da aplicação de fertilizante
organomineral devido ao efeito condicionador da matéria
orgânica.
Figura 15: Produtividade da cana-de-açúcar em t ha-1 em função
da aplicação de doses de fertilizante organomineral.
Tabela 2: Dose equivalente do fertilizante organomineral para
obtenção da mesma produtividade obtida com aplicação do
fertilizante mineral.
Equação de regressão: y = 0,052 x + 82,8
Produtividade com adubação mineral: 93,8 t ha-1
Dose equivalente do organomineral: 211,5 kg ha-1
y: produtividade da cana (t ha-1).
8. Conclusões
A utilização do fertilizante organomineral empregado neste
experimento se mostrou superior em relação à adubação
convencional realizada com fertilizante mineral na cultura da canade-açúcar no teste realizado em campo na Usina Jalles Machado,
trazendo incrementos na produtividade.
A aplicação de 211,5 kg ha-1 do fertilizante organomineral 10-00-24
foi suficiente para atingir a mesma produtividade obtida com a
aplicação de 500 kg ha-1 do fertilizante mineral 10-00-30.
Concluiu-se também que não houve alterações dos níveis
nutricionais de NPK nas folhas mesmo nos tratamentos com menor
dosagem de NPK, caso dos tratamentos com organomineral com
dosagem de 60% e 80% do teor de NPK utilizado no fertilizante
mineral. A análise foliar mostrou que todos os tratamentos ficaram
dentro dos níveis nutricionais recomendados o que confirmou a
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Avaliação agronômica do fertilizante Geofert com cana soca de terceiro corte
maior eficiência agronômica do fertilizante organomineral.
Esta maior eficiência do organomineral revelada neste trabalho se
deveu muito provavelmente ao efeito da liberação lenta (slow
release) de nutrientes deste fertilizante, efeito este associado à sua
tecnologia de produção e ao fato da matéria orgânica empregada
ser previamente tratada por processo de biodegradação, o que faz
com que parte de seus nutrientes minerais se encontrem na forma
mineralizada.
9. Agradecimentos
À empresa Geociclo Biotecnologia S/A por fornecer o fertilizante
organomineral utilizado nesse trabalho, à Usina Jalles Machado por
ceder toda a estrutura necessária para realização do experimento
e à FINEP pelo apoio financeiro.
10. Referências bibliográficas
1. Kiehl, E.J. Fertilizantes orgânicos. Piracicaba: Editora Agronômica
Ceres, 1985. 492p.
2. Kiehl, E.J. Fertilizantes organominerais. Piracicaba: snt,
1999.146p.
3. FERREIRA, D.F. SISVAR: Um programa para análises e ensino de
estatística. Revista Symposium, Lavras, v. 6, p. 36-41, 2008.
Professor Gaspar Henrique Korndörfer
Universidade Federal de Uberlândia
Instituto de Ciências Agrárias
Programa de Pós-Graduação em Agronomia
Laboratório de Fertilizantes - LAFER
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