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1. Reescreva, com as devidas adaptações, as duas últimas falas do personagem MESTRE, do texto
abaixo, fazendo uso do pronome VOCÊ ou VOCÊS, conforme o caso.
TEXTO
AMBRÓSIO — Senhores, denuncio-vos um criminoso.
MEIRINHO — É verdade que tenho aqui uma ordem contra um noviço...
MESTRE —... Que já de nada vale. (Prevenção.)
TODOS — O Padre-Mestre!
MESTRE (para Carlos) — Carlos, o Dom Abade julgou mais prudente que lá não voltásseis. Aqui tens a
permissão por ele assinada para saíres do convento.
CARLOS (abraçando-o) — Meu bom Padre-Mestre, este ato reconcilia-me com os frades.
MESTRE — E vós, senhoras, esperai da justiça dos homens o castigo deste malvado. (Para Carlos e
Emília:) E vós, meus filhos, sede felizes, que eu pedirei para todos (ao público:) indulgência!
AMBRÓSIO — Oh, mulheres, mulheres! (Execução.)
(O noviço, de Martins Pena)
RESOLUÇÃO
Mestre (para Carlos) – Carlos, o Dom Abade julgou mais prudente que lá não voltassem. Aqui tem a
permissão por ele assinada para sair do convento.
Mestre – E vocês, senhoras, esperem da justiça dos homens o castigo deste malvado. (para Carlos e
Emília:) E vocês, meus filhos, sejam felizes, que eu pedirei para todos (ao público:) indulgência!
2. O texto abaixo é parte de uma campanha promovida pela ANER (Associação Nacional de Editores
de Revistas).
Surfamos a Internet, Nadamos em revistas
A Internet empolga. Revistas envolvem.
A Internet agarra. Revistas abraçam.
A Internet é passageira. Revistas são permanentes.
E essas duas mídias estão crescendo.
Um dado que passou quase despercebido em meio ao barulho da Internet foi o fato de que a
circulação de revistas aumentou nos últimos cinco anos. Mesmo na era da Internet, o apelo das revistas
segue crescendo. Pense nisto: o Google existe há 12 anos. Durante esse período, o número de títulos de
revistas no Brasil cresceu 234%. Isso demonstra que uma mídia nova não substitui uma mídia que já existe.
Uma mídia estabelecida tem a capacidade de seguir prosperando, ao oferecer uma experiência única. É por
isso que as pessoas não deixam de nadar só porque gostam de surfar.
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(Adaptado de Imprensa, n. 267, maio 2011, p. 17.)
a) O verbo surfar pode ser usado como transitivo ou intransitivo. Exemplifique cada um desses usos com
enunciados que aparecem no texto da campanha. Indique, justificando, em qual desses usos o verbo
assume um sentido necessariamente figurado.
b) Que relação pode ser estabelecida entre o título da campanha e o trecho reproduzido a seguir? Como
essa relação é sustentada dentro da campanha?
A Internet empolga. Revistas envolvem.
A Internet agarra. Revistas abraçam.
A Internet é passageira. Revistas são permanentes.
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RESOLUÇÃO
a) O verbo ―surfar‖ é usado como transitivo direto no título do texto da campanha e em sentido figurado,
pois está relacionado à capacidade de transição entre sites acessíveis na internet. Na última frase, o
mesmo verbo é usado como intransitivo e apresenta significado literal, pois pertence ao mesmo campo
lexical da palavra ―nadar‖.
b) No trecho do enunciado, os termos verbais ―empolga‖, ―agarra‖ e ―passageira‖ associados à palavra
―internet‖ sugerem uma ação intensa, apaixonante, mas efêmera, ao contrário do que acontece com os
que estão ligados à palavra ―revista‖, menos intensos, mas mais duradouros (―envolvem‖, ‖abraçam‖,
―são permanentes‖). O mesmo é sugerido no título, já que ―surfar‖ é atividade esportiva moderna e
―nadar‖, uma modalidade tradicional.
3. No enunciado ―Demonstre que está no processo porque realmente quer fazer parte da companhia, e
não está lá apenas para cumprir tabela‖,
a) O que significa a expressão ‗para cumprir tabela‘?
b) Qual é o sentido da expressão ‗fazer parte da campanha‘?
RESOLUÇÃO
a) A expressão ―para cumprir tabela‖ significa realizar urna tarefa apenas para cumpri-Ia, sem a
preocupação de executá-la bem.
b) A expressão ―fazer parte da companhia‖ significa ―ser contratado‖. ―trabalhar na empresa‖.
4. Leia com atenção o seguinte texto:
A onipresença do olho mágico da televisão no centro da vida doméstica dos brasileiros, com o 1poder
(imaginário) de tudo mostrar e tudo ver que os espectadores lhe atribuem, vem provocando curiosas
alterações nas relações entre o público e o privado. Durante pelo menos dois séculos, o bom gosto burguês
nos ensinou que algumas coisas não se dizem, não se mostram e não se fazem em público. Essas mesmas
coisas, até então reservadas ao espaço da privacidade, hoje ocupam o centro da cena televisiva. Não que o
bom gosto burguês deva ser tomado como referência indiscutível da 2ética que regula a vida em qualquer
sociedade. Mas a inversão de padrões que pareciam tão convenientemente estabelecidos nos países do
Ocidente dá o que pensar. No mínimo, podemos concluir que a burguesia do terceiro milênio já não é a
mesma que ditou o bom comportamento dos dois séculos passados. No máximo, supõe-se que os
fundamentos do contrato que ordenava a vida social entre os séculos XIX e XX estão profundamente
abalados, e já vivemos, sem nos dar conta, em uma sociedade pós-burguesa, num sentido semelhante ao
do que chamamos uma sociedade pós-moderna.
Maria R. Kehl, in Bucci e Kehl, Videologias: ensaios sobre televisão.
a) O que a autora do texto quer dizer, quando se refere ao ―poder de tudo mostrar e tudo ver‖ (ref.1),
atribuído à televisão, como ―imaginário‖?
b) Indique a palavra do primeiro período que tem o mesmo significado do prefixo que entra na formação da
palavra ―onipresença‖.
c) Indique uma palavra ou expressão do texto que corresponda ao sentido da palavra ―ética‖ (ref.2).
RESOLUÇÃO
a) O uso dos parênteses destaca o termo ―imaginário‖ no contexto da frase, para enfatizar que a televisão
produz o efeito ilusório de que as imagens transmitidas ao espectador passivo representam a realidade.
b) O prefixo ―oni‖ significa ―tudo‖, termo que é repetido na frase ―tudo mostrar e tudo ver‖.
c) Define-se ética como o conjunto de princípios, normas e regras que visem a um comportamento moral
exemplar, o que é sugerido na expressão ―bom comportamento‖.
5. Leia estes trechos:
TRECHO 1
Colombo sabe perfeitamente que as ilhas já têm nome, de uma certa forma, nomes naturais (mas em
outra acepção do termo) as palavras dos outros, entretanto, não lhe interessam muito, e ele quer rebatizar
os lugares em função do lugar que ocupam em sua descoberta, dar-lhes nomes justos a nomeação, além
disso, equivale a tomar posse.
ODOROV, Tzevetan. A conquista da América, São Paulo: Martins Fontes, 1993. p. 27.
TRECHO 2
[...] e a quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam fura-buchos e neste dia, a horas de
véspera, houvemos vista de terra, a saber: primeiramente dum grande monte mui alto e redondo, e de
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outras serras mais baixas ao sul dele, e de terra chã com grandes arvoredos: ao qual monte alto o Capitão
pôs nome o Monte Pascoal, e à terra a Terra da Vera Cruz.
CAMINHA. Pero Vaz de. Carta ao Rei Dom ManueI. Belo Horizonte: Crisálida, 2002. p. 17.
Explicite, comparando os dois trechos, a relação existente entre os atos de nomear e tomar posse.
RESPOSTA
Além da acepção de ―dar nome aos seres‖, o verbo ―nomear‖ pode ser entendido como designar
alguém para um cargo, dar direito de posse. É com este sentido que Todorov Tzevetan o utiliza para
analisar o comportamento do colonizador ao apoderar-se das terras que pertenciam a povos com culturas e
linguagens diferentes. Ao substituir os nomes originais dos aborígines pelos dos dominadores, impõe-se ao
dominado a necessidade do ensino da nova língua que passa a ser usada como instrumento para posse do
novo território.
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