Sugestões para
Liturgia Dominical
14 de dezembro de 2014 | 3º Domingo do Advento – Ano B
“O Senhor me ungiu, enviou-me para dar a Boa-Nova aos humildes.”
Textos Bíblico-litúrgicos: Is 61,1-2a.10-11 // Lc 1 // 1Ts 5,16-24 // Jo 1,6-8.19-28.
Antífona de Entrada: “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto”.
Oração do dia: “Ó Deus de bondade, que vedes o vosso povo esperando fervoroso o natal do Senhor, dai chegarmos às alegrias da
Salvação e celebrá-las sempre com intenso júbilo na solene liturgia [...]”.
Oração sobre as oferendas: “[...] ao celebrarmos o sacramento que nos destes, [ó Deus,] se realizem em nós as maravilhas da
salvação [...]”.
Antífona da comunhão: “Levanta-te, Jerusalém, põe-te no alto e vê: vem a ti a alegria do teu Deus”.
Oração depois da comunhão: Que os sacramentos nos purifiquem dos pecados e nos preparem para as festas que se aproximam.
1.
Somos filhos de Deus, chamados a fazer as opções que nos comprometem com a prática da justiça, pois,
se na Eucaristia celebramos a vida de Deus e a nossa vida, temos que assumir, verdadeiramente, o projeto
de salvação e de vida plena para todos – a Boa-Nova do Senhor. É esta novidade salvífica que o profeta do
Antigo Testamento, do período pós-exílico, apresenta aos habitantes de Jerusalém, em sua missão, como ungido do
Senhor: “curar as feridas da alma, pregar a redenção para os cativos e a liberdade para os que estão presos; para proclamar o tempo da graça do Senhor.” (I Leitura, vv. 1-2a). Estamos ainda no principio deste primeiro Ciclo Litúrgico: o
Ciclo do Natal, que compreende o Advento, o Natal e a Epifania. Este Tempo do Avento é marcado essencialmente
pela esperança, assim como rezamos na Oração do Dia: “[…] vedes o vosso povo esperando fervoroso o natal do
Senhor, dai chegarmos às alegrias da Salvação e celebrá-las sempre com intenso júbilo […]”. Jesus é aquele que, prometido desde o Princípio, plenificará todos os tempos com a realização das promessas messiânicas: a paz, a justiça
e a libertação de toda forma de escravidão.
2.
Quando Paulo escreve aos cristãos de Tessalonica, na II Leitura, ele apresenta alguns elementos concretos
que os tessalonicenses devem ter sempre em conta, em sua existência cristã, nesse tempo de espera, propondo sugestões úteis para a vida da comunidade. Ele começa por pedir aos tessalonicenses que vivam
sempre alegres e que pautem a sua vida por uma intensa vida de oração, sobretudo a oração de ação de graças. A
alegria e a oração são atitudes que devem delinear a vida do cristão, na sua caminhada ao encontro do Senhor que
vem. Por essa razão, ainda que em meio aos sofrimentos e às dificuldades, não podemos perder de vista a esperança,
que dá sentido à caminhada, que nos leva à meta final: a alegria desse encontro com o Senhor. Aí entra nossa atitude
de cristãos: orar e dar graças em todas as circunstâncias, sentindo-nos gratos pelos dons com os quais Deus nos
contempla. Esse modo de ser, no entanto, não pode ser sinônimo de acomodação, pois o nosso compromisso com
a Boa-Nova nos conclama a lutar contra tudo que contraria a esperança humana de plena comunhão com o Deus
Criador. Para experimentarmos a alegria do encontro com o Senhor, precisamos, antes, ter a certeza de que ninguém
ficará de fora desse encontro, porque sofre a opressão do preconceito; da marginalização; da falta de recursos para
viver com dignidade, em nossas sociedades e, até mesmo, nas instituições religiosas. O nosso compromisso de fé
precisa nos levar a ser como João Batista: vozes que gritam contra toda aridez, que impede a vida de germinar, em
abundância, para a humanidade (cf. Evangelho, v. 23).
3.
João Batista tem fundamental importância nesta vinda de um novo tempo, nesta preparação da chegada
do Senhor. Ele é um enviado de Deus com a missão de: “dar testemunho da luz” (Evangelho, v. 6). Ao ser perguntado sobre quem ele era, pelas autoridades judaicas, responde-lhes: “Eu sou a voz que grita no deserto:
‘Aplainai o caminho do Senhor’ – conforme disse o profeta Isaías” (Evangelho, v. 23). João é a voz anônima que faz ecoar,
em meio à situação de opressão, vivida pelo povo, o grito da esperança. Ele prepara o povo para a chegada do Messias:
“depois de mim, virá Aquele de quem não sou digno de desamarrar a correia das sandálias” (Evangelho, v. 27). João tem
consciência de seu papel, conhece o seu lugar na história da salvação, e comunica isso aos seus interlocutores. Como
um arauto, ele vai à frente preparando os corações para o encontro com o Senhor. Com o seu brado, João diz ao povo
que os seus temores podem cessar, pois Aquele que chega irá lhes fazer justiça. Jesus conduz o povo no novo êxodo,
por isso, “Dizei aos tímidos: coragem, não temais; eis que chega o nosso Deus, ele mesmo vai salvar-nos” (cf. Antífona
da Comunhão).
4.
Toda a Liturgia da Palavra, nesse Domingo da Alegria, leva-nos a refletir sobre a nossa caminhada como seguidores do Cristo Jesus – a Boa-Nova. Os dias atuais nos trazem o desafio de superar nossas individualidades,
para enxergarmos a face de nossos irmãos que sofrem, injustiçados pelos poderes políticos, sociais e religiosos que deveriam acolhê-los. Já em seu tempo, tanto Isaías como João Batista, conforme nos falam os textos da I e II
leituras de hoje, aceitaram esse desafio: escolheram olhar para a necessidade do povo, denunciar as injustiças, lutando
contra os sistemas que as praticavam, mas, sobretudo, conclamando o povo a viver na presença do Deus da vida, que
transforma toda dor e sofrimento em alegria. Esse é o testemunho desses dois importantes precursores da nossa fé. O
nosso testemunho, se queremos seguir Jesus – a justiça que Deus fez germinar na terra, a Luz que Deus deu ao mundo
(cf. I Leitura, v. 11 e Evangelho, v. 8, respectivamente) –, deve falar da nossa decisão de assumir a proposta do Reino de
Deus, que Jesus veio anunciar, em gestos e ações, experimentando uma realidade de comunhão integral com o outro,
ainda que haja dificuldades. Esse é um processo transformador, que deve ser vivido em nossa história humana, no labor de um dia a dia. Nisso consiste a alegria dessa espera: ser verdadeira vivência da Boa-Nova e não entusiasmo fugaz.
Sugestões litúrgicas
1. Antevendo o Natal que se aproxima, o 3º Domingo é uma antecipação, modesta, da alegria pela proximidade da festa
da Luz. A cor litúrgica, nesse caso, passa a ser o róseo. As flores, ainda que singelas, tornam a aparecer no espaço sagrado.
2. O canto de abertura, “Alegrai-vos: Ele está bem perto!”, acentua essa dimensão festiva do 3º Domingo. Pode ser encontrado no Cd Liturgia VIII.
3. Após a saudação presidencial, a terceira vela da coroa é acesa. O refrão “A luz virá, a luz virá e resplandecerá o novo
dia!”. Pode ser encontrado no Cd “Cristo, clarão do Pai”, da Paulus. Segue o link parece acesso ao áudio e partitura:
https://www.youtube.com/watch?v=yPx3W8JW2Rw.
4. Quem acende a vela, proclama: “Deus da Luz, vosso Filho se aproxima de nossa humanidade, tal como ressoa em nossos corações a voz de vossa promessa; bem como nossos olhos se acendem, com a esperança de vossa vinda. Bendito
sejais para sempre!”.
5. Nos avisos da comunidade, é importante que seja explicada para a assembleia, a importância da coleta a ser realizada
nesse domingo. A Campanha de Evangelização é de suma importância para o provimento das ações pastorais na Igreja,
tanto na Arquidiocese, quanto em todo o território nacional.
Homilia: Mariana Angélica Fernandes e Maria Lúcia Carvalho Alves | Sugestões litúrgicas Felipe Magalhães Francisco| Revisão: Maria Lúcia Carvalho Alves
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Liturgia Dominical (síntese e sugestões)