café – cultura global
Preparar. Saborear. Adorar.
a business
magazine from
sandvikcoromant
coromant
uma
revistaand
de technology
negócios e tecnologia
da sandvik
n.º2 2009
Vasili Dubrovski,
chefe do departamento
de ferramentas e equipamentos industriais da
Fábrica de Tratores de
Minsk.
grandes desafios,
soluções CERTEIRAS
mais velocidade na
produção de caRros
preparando-se para
o boom do petróleo
no Brasil
o crescimento dos tratores da Bielo-Rússia
mudança é só
o começo
editorial
O jeito certo de reduzir custos
Acho que não é exagero afirmar que estamos passando por uma retração econômica
mundial. Direta ou indiretamente, a crise
financeira provocou e acelerou a situação que
enfrentamos atualmente nos negócios.
No momento, todos nós estamos ocupados
em reduzir custos. Porém, além de continuar
tocando os negócios, precisamos avaliar a
situação a longo prazo e agir adequadamente
para gerar futuras oportunidades.
samir soudah
Eu gostaria de salientar que, ao mesmo
tempo em que tomamos essas medidas, é
importante olharmos para além da redução
de custos. Ninguém pode prever a duração da
retração, mas algum dia os mercados voltarão
a crescer. Por isso é importante continuar a
investir em produtividade.
Mesmo que os negócios estejam difíceis
no momento, ainda há muitas oportunidades.
Como podemos racionalizar nossos custos
hoje, ao mesmo tempo em que investimos no
PS 1: A indústria automobilística está lutando
para lançar novos modelos a intervalos cada vez
mais curtos. Ao examinar a fabricação das matrizes
de estampar para as peças da carroceria,
exclusivas de cada modelo, é possível economizar
muito tempo. Leia mais às páginas 6 e 38!
2 metalworking world
amanhã e continuamos a melhorar nossa competitividade?
Qualquer empresa que possa fortalecer sua
posição de mercado durante uma recessão terá
boas chances de conseguir duas coisas: conquistar uma fatia do mercado e sair mais forte
quando a recessão terminar, preparada para a
retomada.
econômica significa que,
exceto pela redução de custos, todos precisam
procurar novas maneiras de aumentar o faturamento. A marca de tratores Belarus, com sua
unidade de montagem em Minsk, na Bielo-
Uma retração
“É importante continuar a
investir em produtividade.”
Rússia, está dominando o mercado russo.
Desde sua criação logo após a Segunda Guerra
Mundial, a empresa precisou aprender como
se adaptar às mudanças do ambiente de negócios. Hoje ela está se preparando para volumes
ainda maiores do que os milhares de itens que
produz todos os anos. Leia essa história na
íntegra à página 14.
A empresa norte-americana Weatherford
International tem uma fábrica em São Leopoldo, no Brasil. A fábrica passou os últimos anos
investindo em soluções de usinagem mais eficientes. Agora que pode perder parte de seu
mercado de exportação (como todo mundo),
ela está pronta para fornecer peças à florescente
indústria do petróleo no Brasil. Leia à página 8.
Kenneth V Sundh
Presidente da Sandvik Coromant
PS 2: Como seria a nossa rotina de trabalho
sem aquela primeira xícara de café? Será que
conseguiríamos fazer alguma coisa sem a mágica
bebida negra? Muitos de nós no mundo todo não
conseguem nem imaginar isso. Leia mais sobre o
café no artigo da página 32!
Eduardo gil
índice
metalworking world N.º 2 2009
Tecnologia
6 reduzir para acelerar
Usinagem mais rápida, menor tempo de
máquinas paradas e menos manuseio
aceleram o ritmo de fabricação de matrizes
de estampar.
12 mais robusta, forte e tenaz
8
20 a produtividade alça vôo
4
7
A CoroMill 360 cria ótimas possibilidades de
aprimoramento do faceamento ultrapesado
na maioria dos materiais.
Ao otimizar as ferramentas e a programação
da usinagem de discos de turbinas, foi
possível reduzir os tempos de ciclo para
menos da metade.
30 É bom ficar frio
Sistema de refrigeração sob alta pressão
CoroTurn HP, lançado em outubro de 2007,
tem ampliado continuamente as operações
internas e externas.
38 Acelerando a produção de carros
A fabricação de matrizes de estampar para
as peças da carroceria de novos modelos
de carro é um processo que consome muito
tempo. Aqui estão as ferramentas que tornam a tarefa mais rápida.
Sibele Tolentino e os
outros trabalhadores da
unidade da Weatherford
International em São
Leopoldo estão prontos
para suprir a florescente
indústria do petróleo no
Brasil.
NOTÍCIAS DE USINAGEM
20
Ele transforma
pensamentos em ações
8
14
Abrindo novos caminhos
22
Suecos em uma parceria
poderosa
26
o trabalho duro
que compensa
32
O café mantém
o mundo alerta
36
panorama da usinagem
A força da Bielo-Rússia
está nos tratores
32
7
Metalworking World é uma revista de negócios e tecnologia da AB Sandvik Coromant,
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Sandvik Coromant mundialmente. Publicada pela Spoon Publishing em Estocolmo, Suécia. ISSN 1652-5825.
pontus höök
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metalworking world 3
notícias
cinco perguntas para:
Lars Hallberg, gerente de projeto global, Conceito de Reciclagem Sandvik Coromant
Meio ambiente. Há dez anos
a Sandvik Coromant recicla
pastilhas de metal duro usadas por
fabricantes do mundo todo. Hoje,
ela recebe de volta cerca de 40%
das pastilhas de metal duro
vendidas.
“Gastávamos
muitas ferramentas
e muito tempo.
Estávamos sem
saída.”
Phillip Canipe, do distribuidor
de ferramentas BC Tool and
Carbide. Leia mais à página 26.
…
SABIA QUE os no setor
estiment
12
… os inv o da Índia até 20
energétic vem atingir
de
e dólares
d
s
e
õ
h
il
150 bFonte: Confederaçãnoa.da
India
Indústria
4 metalworking world
Na Sandvik Coromant, criamos um
conceito que funciona no mundo
todo e obedece as normas e os
regulamentos de cada país.”
Lars Hallberg
samir soudah
1. Isso significa que quase uma
em cada duas pastilhas vendidas
pela Sandvik Coromant é
reciclada?
“Estatisticamente, sim, mas há
enormes diferenças entre os países.
Na Suécia, por exemplo, estamos
reciclando mais pastilhas do que
vendemos, pois reciclamos qualquer
pastilha, independentemente da
marca. Na Alemanha, o aumento
também tem sido grande. Em outros
mercados, como a China, a Índia e a
Rússia, ainda há muito a fazer.”
2. Quais são os ganhos
ambientais?
“O consumo de energia é
reduzido em cerca de 75%, em
comparação com a extração de
novos minérios. A poluição por CO2
é reduzida em cerca de 40%.”
3. Como podemos aumentar a
quantidade de pastilhas
recicladas?
“Precisamos informar os
usuários e o nosso próprio pessoal
sobre as vantagens ambientais e a
simplicidade do conceito. Também
estamos melhorando os processos,
desde a aparência das embalagens
até as rotinas de transporte entre
as nossas estações de consolidação e a usina de reciclagem.
“A legislação varia muito conforme o país. A União Européia, por
exemplo, é extremamente exigente.
4. Como funciona esse
conceito?
“Os clientes encomendam caixas
ou baldes junto ao escritório local da Sandvik Coromant. Quando
esse recipiente estiver cheio, o cliente o devolve à Sandvik Coromant.
Nós o esvaziamos e o devolvemos
ao cliente. Em seguida, as pastilhas
são levadas, por uma empresa de
transporte certificada e por meio
de um porto de consolidação, até a
usina de reciclagem na Índia.”
5. E como uma empresa pode
participar do programa?
“Em cada mercado em que
estamos presentes, a Sandvik
Coromant tem um especialista
responsável por todas as questões
de reciclagem. Assim, os fabricantes
têm uma pessoa para ajudá-los
sempre que precisarem.”
Refrigeração aumenta a produtividade
P&D. A câmara de combustão de
um motor de avião é feita de materiais
exóticos, tais como ligas à base de
titânio e níquel. Devido ao tamanho
– até 2 metros de comprimento por
1 metro de altura – os fabricantes
precisam usar balanços longos.
Para obter melhores resultados ao
produzir essas peças, Pietro Carnaghi,
fabricante de máquinas-ferramenta da
Itália, criou uma solução para seus
tornos verticais, usando refrigeração
de alta precisão, com aspersão sob
pressão de até 500 bar. O resultado:
aumento de produtividade de 30 a 50%.
“Essa conquista é resultado de
diversos fatores, além da pressão.
O mais importante é que a aspersão
do refrigerante é feita no ponto exato
em que a pastilha encosta no
material”, explica Mario Ottolenghi,
gerente de área da Pietro Carnaghi.
Ele aponta que o uso correto da
refrigeração pode melhorar os dados
de corte de muitas peças de difícil
Esta peça, em Inconel 718
e titânio, pode ser
fabricada de forma mais
eficiente.
fabricação dentro da indústria
aeroespacial.
“A forte rigidez estática, combinada
com a alta capacidade de amortecimento da guia hidrostática, permite
reduzir o tempo de corte, mesmo em
situações em que o pistão hidráulico
tem um balanço longo.”
Leia mais sobre o uso de
refrige­­­­­ração à página 30.
getty images
Um novo Centro de
Produtividade da
Sandvik Coromant
ajudará os fabricantes
a tirarem o máximo
de suas máquinas
neste momento difícil
da economia.
a hora dos relógios ecológicos
mecânica de precisão.
A Sandvik Materials Technology
desenvolveu uma nova liga equivalente ao aço-carbono com liga
de chumbo. Essa nova liga permitirá eliminar o controvertido
metal de itens tais como os relógios de pulso, já que oferece os
mesmos benefícios do chumbo
em termos de facilidade de corte
e torneamento.
“Na realidade, ela ainda tem
uma faixa de endurecimento
mais larga, reduzindo o risco de
que as peças acabadas sejam
destruídas no procedimento de
endurecimento. Além disso, claro,
Um novo material
permite eliminar dos
relógios de pulso o
controvertido
aço-carbono com
liga de chumbo.
dando a volta por cima
Sandvik Coromant já havia ajudado a
P&D. Para superar a crise econômica
Ballco a melhorar os avanços e as
dos Estados Unidos, será necessário
que os fabricantes tirem o máximo de- velocidades de sua linha. O Centro de
Produtividade de Schaumburg irá
sempenho de suas máquinas e que os
além, oferecendo cursos para os opeoperadores sejam ases em seus ofíradores e um amcios. A Ballco Manubiente de testes
facturing, que propara se encontrar a
duz válvulas esférimelhor ferramenta
cas para a indústria
para determinada
de gás e petróleo
peça, permitindo
há mais de 40 anos,
que os clientes
está se preparando
possam trabalhar
para isso.
de forma mais
No final de 2008,
eficaz. O centro
um novo Centro de
mantém um parProdutividade
Kenneth V Sundh, presidente da
que de máquinas
Sandvik Coromant Sandvik Coromant (esq.), e Ozzie
foi inaugurado em
Van Gelderen, presidente da Ballco. para fins de treinamento e testes.
Schaumburg,
Cada máquina é equipada com uma
Illinois, perto da matriz da Ballco, que
câmera de vídeo instalada do lado de
fica a 48 km de Chicago – importante
dentro, para que os operadores
centro da indústria manufatureira dos
possam ver o que está acontecendo.
EUA e sede de muitas empresas que
Ozzie Van Gelderen, proprietário e
atendem os setores automotivo e
presidente da Ballco, planeja tirar o
energético.
máximo proveito da nova unidade. “O
O novo centro será o local ideal
centro oferece um enfoque educaciopara fabricantes como a Ballco
nal amplo e também pode ajudar a
testarem novas ferramentas e
resolver quaisquer situações que postécnicas, sem drenar recursos de
sam surgir. Confiamos bastante na
suas linhas de produção ativas nem
Sandvik Coromant quando precisacolocá-las em risco.
mos da orientação correta para
No passado, o Programa de
fabricar um produto”, declara.
Incremento da Produtividade (PIP) da
Um
novo
material
permitirá
ela
não
prejudica
o meio
eliminar dos relógios de
ambiente”,
completa
pulso o aço-carbonoAndreas
com
Furucrona,
gerente de produtos
liga de chumbo.
para mecânica de precisão da
Sandvik Materials Technology.
Os primeiros fios do material
serão entregues a relojoeiros
suíços no primeiro trimestre de
2009. O material é usado em
peças com tamanhos entre 1 e 3
mm, mas Furucrona enxerga
possibilidades para uso em peças maiores. “Provavelmente ele
servirá também para certas aplicações da indústria de telefones
celulares e para válvulas especiais dos freios ABS dos carros”.
HTEC chega à Europa
educação. Ele já é um sucesso
nos Estados Unidos e no Canadá.
Agora, o fabricante norte-americano
de máquinas-ferramenta Haas
Automation está trazendo seu
programa HTEC para a Europa.
O HTEC, Centro de Formação
Técnica da Haas, pretende criar
parcerias com escolas técnicas,
universidades e outras instituições
de aprendizagem tecnológica e
industrial. A meta é compensar a
escassez mundial de operadores de
máquinas CNC, programadores e
engenheiros de aplicação
capacitados.
Nos EUA e no Canadá, já existem
700 HTECs, com mais de 1,6 mil
máquinas instaladas.
Desde o início de 2008, a Haas
Automation Europe começou a
implementar o programa nos
mesmos moldes na Europa.
metalworking world 5
Tecnologia
por christer richt
O tempo de fabricação
das matrizes de
estampar pode ser
facilmente reduzido.
ritmo acelerado
Desafio: Tornar-se mais competitivo enquanto fornecedor de matrizes de estampar.
Solução: BUSCAR MAIOR redução do tempo de usinagem dESSAS MATRIZES.
para produção
de chapas metálicas representam grande
parte da produção de moldes e matrizes,
em sua maioria destinadas à indústria
automobilística.
O aumento da pressão sobre os
fabricantes de automóveis e de matrizes
está criando uma demanda por maior
eficiência no fluxo de produção das
matrizes de estampar. E como essas
matrizes requerem usinagem intensiva, é
aí que reside o potencial de melhora.
Matrizes de estampar são ferramentas
de prensar complexas. Muitas peças
exigem materiais resistentes e duráveis,
que precisam de ferramentas de corte e
processos corretos para serem usinados de
maneira eficiente. Apesar disso, a maioria
das operações de usinagem relacionadas à
produção de uma matriz de estampar
envolve usinagem geral de materiais
básicos. As demais envolvem perfilamento tridimensional mais complexo em
As matrizes de estampar
6 metalworking world
aço-ferramenta e ferro fundido nodular.
Embora os dois tipos de usinagem
ofereçam possibilidades de aumento do
ritmo de produção na fabricação das
matrizes de estampar, a usinagem geral
costuma ser negligenciada.
Os últimos anos trouxeram avanços
notáveis na capacidade e no desempenho
da usinagem, com a redução pela metade
dos tempos e custos de usinagem em muitas matrizarias. Porém, mesmo nos casos
em que foram introduzidas melhorias
recentes na produção, as operações ainda
podem ser melhoradas – em até 20%.
O sucesso de um fornecedor de matrizes
de estampar automotivas depende de uma
estratégia de longo prazo, com enfoque no
tempo que as peças passam nas máquinas
e também no tipo de máquina utilizado.
Porém, há inúmeras estratégias de curto
prazo que podem ter um efeito imediato
em máquinas-ferramenta antigas e novas.
Elas podem ser encontradas em todos os
tipos de processo de usinagem, sendo que
algumas influenciam também as operações
seguintes, como polimento e montagem
das matrizes.
Leia mais sobre a produção eficaz de
matrizes de estampar às páginas 38–39.
resumo
Por meio da redução do tempo de
usinagem por operação, do tempo de
máquinas paradas e do manuseio de
ferramentas, é possível acelerar a
taxa de produção das matrizes de
estampar. A segurança dos métodos
de usinagem CNC modernos,
juntamente com as ferramentas de
corte mais recentes, praticamente
elimina qualquer erro. O fator
decisivo deve ser o espaço de tempo
aceitável como tempo de produção
de uma matriz de estampar.
jogo rápido
POR: Eric Mika Foto: Pontus Höök
Leitor de pensamentos
O laboratório do Dr. John Donoghue transforma pensamentos em ações.
Mesmo após uma ruptura na medula
espinhal ou a perda de um membro,
os neurônios que orquestravam os
movimentos ainda têm muito a dizer.
O cientista norte-americano John
Donoghue e sua equipe da Universidade Brown, em Providence, Rhode
Island, prestam atenção neles. A
equipe encontrou uma forma de ler
esses pensamentos e transformá-los
novamente em ação, seja na tela de
um computador, seja por meio de
próteses motorizadas.
A solução conecta-se literalmente
ao cérebro. Uma matriz de cem minúsculos eletrodos, cada um mais fino que um fio de cabelo, é implantada
em uma região responsável pelos movimentos. Os eletrodos captam campos elétricos resultantes dos disparos
dos neurônios e enviam os sinais a
computadores programados para
traduzi-los na intenção do pensador.
“Parte do problema é transformar
uma visão nebulosa do cérebro em
algo que seja confiável, em um
processo contínuo. Precisamos de
um computador que consiga se
adaptar à pessoa”, explica Donoghue.
No laboratório do pesquisador,
pacientes tetraplégicos conseguem
mover o cursor do mouse pela tela
do computador apenas com o
pensamento, e fazem isso com a
mesma precisão dos usuários de
mouses tradicionais, operados com
as mãos.
Atualmente, o sistema exige uma
conexão externa entre os eletrodos
implantados no cérebro e o computador que está processando os sinais.
“O próximo grande passo será p
roduzir um sensor eletrônico
implantável. Inserir dispositivos
no organismo é algo que já se faz
hoje, como no caso dos marca-passos, mas isto será muito mais
complexo, por envolver uma largura
de banda muito maior”, destaca
Donoghue.
Ele indica que, quando o sistema
estiver totalmente operacional, os
sinais poderão ser usados para
movimentar próteses de braços, mãos
e pernas. Isso poderá colocar a
interface cérebro-computador na
corrente dominante da medicina e
melhorar a qualidade de vida de
milhões de pessoas vítimas de
paralisia.
longa experiência.
O Dr. John Donoghue faz
pesquisas de ponta sobre
a interface cérebrocomputador há mais de
20 anos. Ele e sua equipe
trabalham na Universidade Brown, em Providence, Rhode Island, cidade
histórica na costa leste
dos Estados Unidos.
Prontos
para crescer
São Leopoldo, Brasil. A unidade de produção da Weatherford
International em São Leopoldo passou os últimos anos preparando-se
para as novas demandas que devem surgir com o boom da indústria
brasileira do petróleo. Agora ela está pronta.
é uma pequena cidade industrial do Rio Grande do Sul, localizada aos pés
da Serra Gaúcha, numa linda região de montanhas e vales, não muito longe de Porto Alegre.
Fundada em 1824, a cidade foi a primeira e
mais importante colônia alemã estabelecida na
região sul do país. A influência dos imigrantes
alemães e, posteriormente, italianos pode ser
notada ainda hoje na arquitetura, na gastronomia e nos trajes da comunidade local.
“Temos a nossa própria versão dos Alpes
aqui no sul”, declara Tadmor Fontoura, diretor
da Neopaq, distribuidor local de ferramentas
Sandvik Coromant.
A unidade local da multinacional Weatherford International fabrica bombas e equipamentos de perfuração para a indústria de gás e
petróleo e bombas para esgoto industrial, água
e para transferência de outros fluidos. A maior
parte da sua produção envolve a fabricação de
estatores, rotores e cabeças de transmissão.
Cerca de 80% da produção da unidade da
empresa em São Leopoldo é destinada à
exportação, sobretudo para os EUA, Canadá,
Colômbia, Venezuela, Argentina e Chile. O
Eduardo Gil
São Leopoldo
Tadmor Fontoura, diretor da
Neopaq, distribuidor local de
ferramentas da Sandvik
Coromant.
8 metalworking world
restante vai para empresas nacionais, como a
gigante Petrobras, fábricas de sucos cítricos e
usinas de cana-de-açúcar, onde os produtos
Weatherford contribuem para a produção de
álcool combustível e álcool para bebidas.
A crise econômica internacional afeta a
maioria das empresas ao redor do mundo. Já
para a Weatherford, o enorme crescimento
esperado na indústria local de hidrocarbonetos
deve representar aumento de produção. O
Brasil descobriu duas das maiores bacias
petrolíferas do mundo nos últimos dois anos, o
que incentivou novos projetos de exploração e
perfuração tanto na plataforma continental
como em terra firme.
desta década, uma nova
administração foi instalada na unidade da
Weatherford em São Leopoldo, que precisava
melhorar muito sua produtividade e eficiência.
Para impulsionar a produção, reduzir custos e
tornar-se mais eficiente, a fábrica precisava ser
reorientada e otimizada, com maior integração
de suas operações.
Para dar início às mudanças necessárias, a ❯❯
Nos primeiros anos
AGÊNCIA PETROBRAS de noticias
Duas das maiores bacias
petrolíferas do mundo foram
descobertas no litoral
brasileiro.
❯❯
Eduardo Gil
A Weatherford já se
preparou para o boom previsto para o setor petrolífero no
Brasil.
Eduardo Gil
Weatherford
A Weatherford International (NYSE: WFT) é
uma empresa multinacional que ajuda a
criar soluções mecânicas, aplicações
tecnológicas e serviços inovadores para
todas as fases do desenvolvimento do
setor de gás e petróleo. Opera em mais de
100 países e emprega mais de 55 mil
pessoas ao redor do mundo.
Além da unidade de São Leopoldo, a
presença da Weatherford no Brasil inclui
duas fábricas no Rio de Janeiro e outras em
Natal, Bahia, Sergipe, Vitória e Caxias do
Sul. Agora, a empresa está bem posicionada para o boom do setor petrolífero esperado para os próximos anos no Brasil, tanto
no mar como em terra firme.
Eduardo Gil
Há poucos anos, a
Weatherford passou a
aumentar a produção
para reduzir custos e
tornar-se mais eficiente.
❯❯ unidade comprou novas máquinas de grande
Caroline Santana
trabalha no
departamento de
instrumentação.
No final de 2005, a Weatherford comprou
uma máquina multitarefas Mazak Integrex
e500-H, para a qual a Sandvik Coromant
forneceu ferramentas, além de cursos de treinamento para muitos
dos 200 trabalhadores
da unidade. Com o novo setup, foi possível
realizar 80 procedimentos no mesmo local, o que resultou imediatamente em redução
de custos e aumento de
produtividade.
Jucilmar Neumann
“Conseguimos
recuperar o investimento inicial na máquina Mazak e500-H em
18 meses, graças ao enorme aumento de
produção da linha. Além disso, ela agilizou
toda a nossa operação do ponto de vista físico
e espacial, contribuindo para melhorar o
desempenho em termos de produtividade dos
trabalhadores e, ainda mais importante, de
segurança da fábrica”, destaca Jucilmar
Neumann, gerente da unidade da Weatherford
em São Leopoldo.
“Antes da mudança, usávamos de três a
quatro máquinas. Agora conseguimos usar
apenas uma máquina, a Integrex, para as
mesmas operações”, acrescenta Neumann.
Para Daniel Pereira, supervisor da fábrica, a
cooperação com a Sandvik Coromant e a
Neopaq foi crucial. “Os principais segredos do
sucesso desse processo foram o treinamento, o
Eduardo Gil
porte. A Sandvik Coromant, por meio de seu
distribuidor Neopaq, trabalhou junto à
Weatherford para fornecer a maioria das
ferramentas e peças para essa transformação.
ferramental e a reorganização interna. A
Sandvik Coromant
forneceu a maior parte
das ferramentas, cuja
alta velocidade de
operação proporcionou uma redução
do custo por peça
Daniel Pereira
em geral. Juntamente
com a Sandvik
Coromant e a Neopaq, fizemos adaptações
onde foi necessário. A Neopaq também esteve
presente na organização dos cursos de
treinamento e em muitos outros aspectos,
como a codificação em cores usada na sala de
ferramentas”, destaca.
Porém, para que o êxito fosse completo,
também foi necessário comprar e colocar em
operação duas outras máquinas de grande
porte da Mazak: um centro de usinagem
horizontal Nexus série HCN 6800-II e um
torno Nexus série QTN 350II-MY.
Em um setor como o energético, que exige
constante inovação e modernização para se
obter vantagem competitiva, mais uma vez a
Weatherford São Leopoldo é um importante
protagonista. Em parte, graças a investimentos
inteligentes.
joe goldman
Sem MARGEM para erros
Mundialmente, a Sandvik Coromant
tem equipado muitos centros de usinagem Mazak, de fabricação japonesa. Porém, cada instalação é diferente. No caso da Weatherford International, a Sandvik Coromant precisou
atender as necessidades específicas
da unidade de São Leopoldo.
“Era uma unidade onde havia
nitidamente muito potencial de
melhoria. Sabíamos que não
tínhamos muita margem para erros,
por isso levamos quase quatro
meses preparando a mudança”,
conta Tadmor Fontoura, da Neopaq.
Dentre as ferramentas escolhidas
durante esse processo estavam a
CoroDrill 880, o CoroBore 820 e
CoroBore 825, a broca inteiriça de
metal duro R842, a minitorre
Coromant Capto, fresas para cantos
a 90°, como a R390, e outras
ferramentas de fresamento, como a
R365 (usada somente na máquina
instalada mais recentemente).
Os resultados foram imediatos.
A CoroDrill 880 apresentou uma
vida útil mais longa, mesmo
operando em velocidades mais altas
para concluir as operações de
furação. O CoroBore proporcionou
mais flexibilidade para realizar várias
operações ao mesmo tempo,
evitando o processo de interpolação
e gerando maior produtividade.
A melhoria da qualidade da matéria-prima, aliada à otimização do
processo de usinagem e à utilização
de ferramentas de alto desempenho,
gerou uma economia de tempo de
40%, enquanto outros procedimentos conseguiram reduzir o tempo de
processamento pela metade.
A codificação em cores usada na
sala de ferramentas contribuiu para
a organização geral da fábrica, pois
liberou mais espaço para o trabalho
e para armazenamento, com redução da quantidade de ferramentas
perdidas ou danificadas. Além disso,
incutiu um espírito de organização e
segurança na fábrica.
metalworking world 11
Tecnologia
POr christer richt
CoroMill 360:
tenacidade à prova
Desafio: melhorar a produtividade de operações pesadas de faceamento.
Solução: empregar um novo conceito de ferramenta, capaz de remover grandes
volumes de metal de maneira eficiente.
As operações de faceamento em
desbaste podem ser divididas em
diferentes categorias. Normalmente, uma
fresa geral com ângulo de posição a 45°
ou até uma fresa com pastilha redonda dá
conta do recado. Porém, uma determinada
categoria de fresamento, que geralmente
envolve superfícies grandes e, muitas
vezes, irregulares, exige uma fresa muito
robusta para que a usinagem seja eficiente
e segura.
A nova fresa de facear CoroMill 360 é
baseada no ângulo de posição clássico a
60° para fresamento pesado. Assim,
permite grandes profundidades de corte,
capacidade para altos avanços, acabamento superficial satisfatório e forças de corte
balanceadas. As pastilhas ficam apoiadas
em cassetes, que são fixados em assentos
serrilhados na fresa, agilizando e
facilitando a indexação na máquina. O
ajuste da fresa é desnecessário e os
cassetes substituíveis isolam o corpo da
fresa contra desgaste ou dano.
A capacidade PARA grandes profundidades axiais de corte é vital para a produtividade, pois permite remover uma grande
massa de metal, às vezes irregular, em
apenas um passe. O efeito de afinamento
dos cavacos proporcionado pelo ângulo de
60° possibilita altas faixas de avanço e,
conseqüentemente, menores tempos de
usinagem. O uso de um ângulo de posição
relativamente grande tem a vantagem de
permitir também o uso de fases paralelas
bastante grandes nas pastilhas, com
comprometimento mínimo da profundida-
12 metalworking world
A CoroMill 360 é
uma fresa de facear
robusta, capaz de
aumentar o desempenho nos cortes
mais exigentes.
de de corte. Tais fases permitem gerar um
bom acabamento superficial sem incluir
uma pastilha Wiper na fresa. A distribuição das forças de corte nas direções radial
e axial é outra vantagem do ângulo a
posição a 60°, conferindo estabilidade e
segurança a essa categoria de usinagem
pesada.
Tanto o corpo como as pastilhas da fresa CoroMill 360 foram desenvolvidas para
oferecer grande capacidade de remoção de
metal e baixo consumo de potência, além
de flexibilidade e boas características de
manuseio. Ela funciona com dois tipos de
pastilhas, uma para profundidades de corte
de até 13 mm e outra para 18 mm.
resumo
A CoroMill 360 proporciona ótimas
possibilidades de aprimoramento do
faceamento ultrapesado na maioria
dos materiais. Uma das suas principais vantagens é a taxa de remoção
alta e confiável, que exige apenas um
passe para qualquer operação, ao
invés de dois. Outras características
são o baixo consumo de potência e a
capacidade para altos avanços, que
acelera a produção. A simplicidade e
a rapidez do manuseio da ferramenta
sob as condições mais exigentes,
sem necessidade de ajustes, reduzem
o tempo de máquinas paradas.
Atualmente, Jan Clint faz
manutenção nas fresas de
facear durante paradas
programadas, não mais
durante as quebras.
Johan Eklund
O aço-ferramenta
tem quase a
mesma dureza
das pastilhas de
metal duro.
UDDEHOLM TOOLING
Número de funcionários: 3,5 mil no
Johan Eklund
mundo todo, mil deles na fábrica de aço-ferramenta em Hagfors, Suécia.
Faturamento: 269 milhões de euros.
Proprietário: Voestalpine, grupo
siderúrgico austríaco.
Jan Clint, gerente de produto, fábrica de
usinagem, Uddeholm Tooling, Suécia:
o problema: “Antes de entregar nosso aço-ferramenta,
A Uddeholm Tooling é um dos líderes
mundiais na produção de aço-ferramenta,
usado sobretudo em matrizes de estampar
para produtos em aço. Cerca de 90% dos
produtos da Uddeholm Tooling são
destinados à exportação e a necessidade
de aumentar a produtividade é constante.
O aço-ferramenta tem quase a mesma
dureza que as pastilhas de metal duro,
algo necessário quando se trata de conformar outros metais. Ele vem em placas
forjadas de 5 a 20 toneladas, chamadas de
lingotes. Antes da entrega, esses lingotes
precisam ser desbastados para se remover
a superfície irregular. “É um processo
difícil e demorado, que usa uma grande
quantidade de pastilhas, e há um risco
constante de quebras”, explica Jan Clint.
Em 2002, a Sandvik Coromant foi cha-
mada para avaliar o processo de fresamento em desbaste e reduzir o índice de
quebras. Na época, a Uddeholm Tooling
tinha cerca de 110 quebras por ano, que
causavam paradas de três horas cada uma.
a solução
“Introduzimos imediatamente o conceito
de fresamento pesado CoroMill 360, com
uma extensão de 315 a 400 mm e capacidade de rotação em sentido horário e antihorário”, conta Fredrik Andersson, engenheiro de vendas da Sandvik Coromant
responsável pela Uddeholm Tooling.
“Como o maior problema eram as quebras, desenvolvemos em conjunto com o
cliente um suporte para cassete que permitia ao operador mudar cada cassete por
conta própria no caso de quebra, em vez
Johan Eklund
precisamos desbastar sua superfície. Por ser um
processo muito difícil, a ferramenta de corte
costuma quebrar, causando paradas onerosas.
Precisávamos de um processo mais confiável.”
de mandar a fresa inteira para o conserto.
“Foi um desafio implementar os cassetes
em uma ferramenta exposta a forças tão
grandes, mas graças à cooperação dos
operadores de máquinas, finalmente,
encontramos uma solução. Testamos
também vários metais duros diferentes até
encontrar uma classe mais resistente ao
calor extremo.
o resultado
“Com o novo
conceito, a
Uddeholm Tooling
praticamente não
teve nenhuma quebra, o que resultou
em um aumento de
produtividade de
20% no processo”,
afirma Andersson.
“Além disso, as
Fredrik Andersson, gerente
novas pastilhas
de vendas da Sandvik
produziram cortes
Coromant responsável pela
Uddeholm Tooling.
mais profundos,
conseguindo dar
acabamento a cada lingote em um único
passe, ao invés de dois. Mas a mudança
mais importante foi o aumento da confiabilidade. Podemos fazer manutenção
nas fresas durante as paradas programadas, em vez de ter que fazê-lo durante as
quebras”.
johan andersson
metalworking world 13
Jeremy nicholl
Vasili Dubrovski, chefe
do departamento de
ferramentas e
equipamentos
industriais, trabalha na
MTZ há mais de 20 anos.
Sobreviventes
Minsk, Bielo-Rússia. Durante mais de 40 anos, a Fábrica de
Tratores de Minsk foi o principal fornecedor de tratores para a
União Soviética. Hoje, é um dos principais fabricantes de tratores
do mundo. Esse crescimento trouxe uma necessidade premente
de aumentar o volume e a eficiência da produção.
14 metalworking world
A MTZ foi fundada logo
após a Segunda Guerra
Mundial, para abastecer
a União Soviética com
tratores.
Sobre a Fábrica de
Tratores de Minsk
das pessoas pensa em uma república
pós-soviética situada em algum lugar entre a
Europa e a Ásia. Poucos sabem que o país,
que já foi um centro de produção de diversos
equipamentos para toda a União Soviética,
ainda funciona como enorme celeiro de
conhecimento sobre produção de máquinas.
Ali é possível encontrar caminhões de médio
Jeremy Nicholl
porte fabricados sob a marca MAZ, caminhões enormes da BelAZ para a indústria de
mineração, caminhões pesados da VOLAT e
uma fábrica de aço, a Usina Siderúrgica da
Bielo-Rússia.
Porém, antes de tudo, a Bielo-Rússia está
associada aos tratores. “Belarus”, outro nome
como o país é conhecido, é também a marca
de tratores produzidos na Fábrica de Tratores
de Minsk (MTZ), situada nos arredores da
capital bielo-russa, Minsk.
Desde sua fundação em 1946, a MTZ teve
um crescimento contínuo, mesmo com o
colapso da União Soviética no final da década
de 1980 e o ambiente econômico difícil que se
seguiu. E continuou crescendo e enfrentando a
crescente concorrência internacional no início
do século XXI, quando o dinâmico mercado
russo tornou-se um alvo preferencial para a
maioria das corporações multinacionais. A
maioria delas eram fabricantes de tratores
procurando novas oportunidades. Com 68 mil
O gerente de compras Jury
Leschinski iniciou um projeto
para reduzir a variedade de
pastilhas usadas na fábrica.
Jeremy Nicholl
Quando se fala em Bielo-Rússia, a maioria
A associação produtiva Fábrica de Tratores
de Minsk (MTZ) desenvolve, fabrica e
exporta tratores com rodas e peças de
reposição para todos os tipos de condições
climáticas e operacionais.
Além de tratores, ela fornece uma ampla
variedade de veículos especiais para
extração de madeira, operações de
assistência e serviços municipais, além de
carregadeiras e máquinas para a indústria
de mineração.
A MTZ foi fundada em 1946 e cresceu
até se tornar um dos maiores fabricantes
mundiais de equipamentos agrícolas, com
mais de 24 mil funcionários. Atualmente, é
uma enorme associação produtiva que
abrange dez empresas bielo-russas e seus
fornecedores terceirizados.
Desde sua fundação, já produziu mais de
3 milhões de tratores, dos quais mais de
500 mil foram exportados para mais de
120 países.
tratores (2008) vendidos a 126 países, a MTZ
tornou-se um dos oito principais fabricantes
de tratores do mundo.
Atualmente, os principais mercados da
MTZ são a Bielo-Rússia e a Rússia, que respondem por mais de 60% de seu faturamento.
Mas a empresa tem atividades operacionais
em mais de 60 países, como Cazaquistão,
Ucrânia e os outros países da Comunidade de
Estados Independentes (organização regional
das antigas repúblicas soviéticas), além da
China, União Européia e América Latina.
A maior parte de seu sucesso é fruto do
conhecimento e da experiência compartilhados pelos cerca de 24 mil trabalhadores da
enorme fábrica de Minsk (que ocupa 4 km²)
e pelas 6 mil pessoas empregadas nas outras
10 fábricas da empresa situadas ao redor da
Bielo-Rússia.
❯❯
metalworking world
15
parte do nosso trabalho cotidiano, mas em
2003 decidimos reavaliar nossos processos de
produção do começo ao fim. Percebemos que
uma forma de nos tornarmos mais eficientes
era usar menos tipos de pastilhas, para reduzir
custos e melhorar a produção das máquinas”,
destaca Dubrovski.
Nessa época, Jury Leschinski foi nomeado
chefe adjunto do departamento de ferramentas
e equipamentos industriais. Hoje ele é gerente
de compras, mas naquela época uma de suas
funções era reduzir a variedade de ferramentas
de corte usadas nos processos de usinagem.
Juntamente com seus especialistas internos,
ele obteve a ajuda de Leonid Kurch, então professor adjunto da Universidade Técnica Na-
“Precisamos produzir mais e com maior rapidez.”
Vitali Pileko, técnico responsável e chefe do departamento de projetos
e ferramentas da MTZ
Com mais de 130 modelos diferentes, que
podem ser entregues em cerca de 300 variações, a necessidade de flexibilidade na produção é enorme. Cada trator tem de 5 mil a 6 mil
peças, todas fabricadas e montadas na fábrica
de Minsk, portanto a produção é complexa.
Em 2003, foi dado um grande passo para
aumentar a produtividade a longo prazo.
“É claro que a produtividade sempre fez
cional da Bielo-Rússia e atual líder da equipe
de produtividade da Sandvik Coromant no
país. Eles formaram um grupo para reduzir a
quantidade de diferentes pastilhas intercambiáveis de metal duro usadas na produção.
“Usávamos cerca de 1,000 tipos diferentes
de pastilhas intercambiáveis de metal duro.
Isso tornava difícil supervisionar e encontrar
rotinas gerais de usinagem e as melhores
❯❯
Jeremy nicholl
Vasili Dubrovski, chefe do departamento de
ferramentas e equipamentos industriais e
funcionário da empresa há mais de 20 anos,
acompanhou a evolução da MTZ ao longo do
tempo.
“A principal diferença hoje é que temos
uma gama de produtos muito maior do que
durante o período soviético. Além dos nossos
vários modelos de tratores, agora também
estamos desenvolvendo e produzindo
acessórios e outros itens para os tratores e
outras máquinas”, destaca.
A MTZ planeja crescer substancialmente
em termos de variedade e volume de produção
de tratores até 2011. Para alcançar
suas metas, precisa efetuar uma
ampla modernização técnica de
suas instalações atuais. Apesar do
tamanho, a fábrica está chegando
ao seu limite devido o aumento
contínuo do volume de produção.
Vitali Pileko comenta: “A
produtividade é a nossa principal
questão há vários anos. Precisamos produzir mais e com maior
rapidez. Para nós, é uma questão
de sobrevivência a longo prazo.
“O nosso plano de aumento da
eficiência a longo prazo inclui a modernização
de equipamentos e novos métodos de
produção”.
Jeremy Nicholl
“Os líderes soviéticos
escolheram a Bielo-Rússia para
sediar a produção de máquinas
graças à grande quantidade de
trabalhadores qualificados”,
afirma Vitali Pileko, técnico
responsável e chefe do
departamento de projetos e
ferramentas da MTZ.
“Durante toda a era
soviética, nós fornecemos
máquinas, carros e tratores à
Vitali Pileko
União Soviética. O know-how
que acumulamos durante esse
período foi preservado mesmo com o colapso
soviético e nos permitiu manter o sucesso.”
❯❯
metalworking world
Minsk
16 Os tratores da MTZ são
inteiramente produzidos
na fábrica de Minsk. Um
único trator contém de
5 mil a 6 mil peças.
Fábrica de Tratores de
Em 2008, foram
produzidos 68 mil
tratores na fábrica
de Minsk.
Jeremy nicholl
O operador de máquina
Dmitry Mylashkevich na
linha de montagem.
A MTZ emprega cerca de
24 mil pessoas.
Cooperação produtiva
A cooperação entre a Fábrica de
Tratores de Minsk (MTZ), da
Bielo-Rússia, e a Sandvik Coromant
remonta a várias décadas.
“Assim como a maior parte da
força de trabalho da indústria de
usinagem na Bielo-Rússia, os técnicos
especialistas da MTZ são altamente
capacitados em usinagem”, destaca
Dmitry Bokhan, responsável pelas
operações da Sandvik Coromant
naquele país. “E como são bons para
conceber novos processos, eles têm
diversas habilidades específicas que
os ajudam a aumentar a eficiência
das tecnologias existentes.
“Estamos trabalhando para aumentar ainda mais o nível de competência
dos funcionários da MTZ. Foi por isso
que convidamos a MTZ para o nosso
Centro de Produtividade em Moscou
– para trocar experiências e práticas
com eles”, explica.
A cooperação com a
rendimento da produMTZ requer que a
ção dessa peça”, exSandvik Coromant enplica Sergey Chigley,
contre soluções inteliprincipal engenheiro
gentes para problemas
de projeto da MTZ.
específicos de usinaA Sandvik
gem, além de sugerir
Coromant sugeriu
melhorias. Vejamos três
uma barra de
exemplos:
mandrilar antivibrató• Mais recentemenria CoroTurn SL, Silent
te, a MTZ precisava
Tools, com um adapmelhorar sua técnica de
tador substituível e
usinagem de um canal
uma pastilha de metal
Dmitry Bokhan
(34 mm de diâmetro por
duro específica. A
120 mm de comprimensolução encurtou o
to), usinado dentro de um furo
tempo de máquina para três minutos.
passante profundo (28 mm de
“Até onde eu saiba, essa é a única
diâmetro) de um eixo para a caixa de
solução que funciona”, afirma Leonid
câmbio de um de seus modelos de
Kurch, ex-professor adjunto da Unitrator.
versidade Técnica Nacional da Bielo“A curta vida útil das ferramentas
Rússia. Atualmente, Kurch trabalha
de corte anteriores e a grande
como líder da equipe de produtividaexigência de mão-de-obra limitavam o
de da Sandvik Coromant no país.
• Além disso, a operação de
faceamento de uma caixa de câmbio
precisava ser modernizada. A fresa
antiga, com diâmetro de 550 mm, era
usada há mais de 20 anos e estava
causando muitos problemas, como
redução da vida útil da ferramenta e
qualidade superficial insatisfatória.
A Sandvik Coromant e a MTZ
implementaram uma solução com
uma nova fresa de facear standard
com diâmetro entre 400 e 550 mm.
Esse tipo de fresa, com desenho
“Cap”, de fácil utilização, demonstrou
ser um dos mais confiáveis, eficientes
e resistentes do mercado.
• Depois de testar diversas
soluções de furação, a MTZ passou a
usar a CoroDrill 880 como sua
primeira opção para produção de
furos nos casos em que a aplicação
de brocas com design modular seja
economicamente justificável.
metalworking world 17
Os tratores bielo-russos
são vendidos em 126
países do mundo todo,
mas os principais
mercados da empresa
ainda são a Rússia e a
Bielo-Rússia.
Minsk
Jury Leschinski, gerente de compras.
❯❯ ferramentas para cada processo”, explica
Leschinski.
“Seguiu-se um extenso processo de testes e
avaliações e, dois anos mais tarde, a quantidade de tipos de ferramentas usadas na produção
tinha sido reduzida para cerca de 200. Hoje
usamos as classes e os formatos de pastilha
mais adequados para cada processo. Além disso, aprimoramos o conhecimento dos operadores de máquina sobre como usar as pastilhas
da melhor forma possível”, diz Leschinski.
O impacto dessa nova abordagem pode ser
medido com dados concretos: em 2003, a empresa produziu 23 mil tratores; em 2008, chegou a 68 mil. “Antes do início do programa de
mudança, usávamos uma média de 8 pastilhas
18 metalworking world
por trator acabado. No final do programa, a utilização foi reduzida a 4,3 pastilhas por trator.”
O aumento do volume de tratores fabricados nas mesmas instalações fala por si só.
“Mesmo depois dessa otimização das
ferramentas de corte, ainda estamos usando
cerca de 10 mil ferramentas diferentes nas
nossas fábricas, não apenas ferramentas de
corte”, ressalta Vasili Dubrovski.
Esse processo de constante mudança criou
uma fábrica em que a mistura do confiável
com o novo tem sido um caminho para o sucesso durante muito tempo, através de diferentes sistemas políticos e ambientes econômicos.
johan andersson
Fábrica de Tratores de Minsk
O desafio
A necessidade:
Durante anos, a Fábrica de Tratores de Minsk,
fabricante de tratores da Bielo-Rússia, teve um
crescimento excepcional, que acabou fazendo
com que ela atingisse seus limites.
A solução:
Foi criado um grupo de trabalho composto por
administradores e especialistas da fábrica, além
de especialistas da Sandvik Coromant. Esse
grupo analisou os problemas e tomou decisões
que permitiram reduzir de 1.000 para 200 o
número de pastilhas intercambiáveis usadas na
produção.
O resultado:
A média de ferramentas de corte utilizadas para
produzir um trator diminuiu significativamente,
gerando melhor produtividade e grande redução
de custos.
Fábrica de Tratores de
“Usávamos cerca de 1.000 tipos diferentes de
pastilhas de metal duro na produção. Isso
tornava difícil supervisionar cada processo.”
OPORTUNIDADE complexa
Durante anos, o mercado russo foi considerado uma das áreas mais
interessantes para investimento no mundo. Apesar da crise financeira,
muitos fatores indicam que a Rússia vai manter sua atratividade na
próxima década.
evgenia pronina
björn leijon
Empresas estrangeiras terão cada vez mais
oportunidades de negócios, acredita Sergei
Guriev, professor adjunto e reitor da Nova
Escola de Economia de Moscou.
“O potencial é enorme. No futuro, as
empresas russas precisarão do capital e do
conhecimento de investidores estrangeiros.
Quando a economia russa se deteriorar, tenho
certeza de que os investidores e parceiros
estrangeiros serão mais bem-vindos”, aponta.
Com 11 fusos horários, a Rússia é o maior
país do mundo em termos de território e o
sétimo em termos de economia. A maioria da
população e das empresas está localizada no
triângulo entre as cidades de São Petersburgo,
a oeste, Irkutsk, a leste, e Krasnodar, a sul.
Porém, o petróleo, o gás e os minérios do país
– seus recursos mais valiosos – estão localizados nas regiões central e nordeste. Assim como
as outras antigas repúblicas soviéticas que
fazem parte da CEI (Comunidade de Estados
Independentes), a Rússia é um mercado ao
mesmo tempo arriscado e promissor.
“Agricultura, automóveis, aviões, ferrocrescendo. A Sukhoi, fabricante de aviões, lanvias… diversas áreas de negócios têm ótimo
çou recentemente uma nova aeronave de paspotencial”, destaca Nikolay Ilyin, gerente da
sageiros, o Sukhoi Superjet 100. Estima-se que
Sandvik Coromant para a Rússia e demais
a Rússia vá precisar de cerca de 900 novos
países da CEI. Ele aponta também diversos
aviões de passageiros nos próximos 20 anos.
fatores que vão influenciar o mercado russo na
Segundo Ilyin, a agricultura
próxima década.
é outra importante área de
“Primeiramente, o governo
crescimento. O aumento dos
russo declarou que quer que a
preços dos alimentos impulsioeconomia do país continue
nou o desenvolvimento do setor
crescendo até 2020 e tomou a frente
em grandes áreas agrícolas, como
de diversos projetos para apoiar
o Cazaquistão, a Ucrânia e a
esse desenvolvimento. Dentre eles,
Rússia meridional e central.
enormes projetos de infra-estrutura.
“Além disso, a indústria
Por exemplo, o sistema de ferrovias
automotiva ainda tem muito
da Rússia é o segundo maior do
potencial. Hoje existem 188
mundo e com certeza exigirá mais
carros por 1.000 habitantes.
trens e trilhos”, aponta.
Nikolay Ilyin, Sandvik
Calcula-se que esse número deva
O setor de aviação também está Coromant Rússia.
Sobre a CEI
Formada em 1991, a Comunidade de Estados Independentes (CEI) é uma organização
de caráter econômico e militar que abrange
12 das antigas repúblicas soviéticas:
Armênia, Azerbaijão, Geórgia (que pretende
deixar a organização em agosto de 2009),
Cazaquistão, Quirguistão, Moldávia, Rússia,
Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia,
Uzbequistão e Bielo-Rússia. (Fonte: NE.se)
subir para 500 até 2020 ou 2025, o que
corresponde aos níveis atuais na Europa
Ocidental”, completa.
johan andersson
metalworking world 19
TecnologIA
POR Elaine McClarence
Para atender as demandas das
operações em temperaturas mais
altas, os projetistas de motores
aeronáuticos estão recorrendo a
materiais mais difíceis de usinar,
como ligas de níquel.
Desafio: Aumentar a produtividade da fabricação de motores aeronáuticos,
que exigem especificações rigorosas e materiais difíceis.
Solução: Procurar soluções COMPLETAS que englobem todos os aspectos da
produção das peças.
As peças dos motores aeronáuticos,
com suas especificações rigorosas,
exigências de altas temperaturas e
formatos complexos, são algumas das
mais difíceis de produzir.
Para atender as demandas de operação
em temperaturas mais altas, os projetistas
A SOLUÇÃO
O novo sistema de acoplamento
modular CoroTurn SL70, com lâmina
oval e travamento serrilhado.
20 metalworking world
Máquina: multitarefas
Acoplamento: Coromant Capto C6
Ferramental: CoroTurn SL70
Desbaste: CC6060 cerâmica
Pastilhas: CoroCut RO SO5F
de motores estão recorrendo a materiais
que sejam mais duros, mais fortes, mais
tenazes, mais consistentes e mais resistentes à corrosão ou oxidação e que, ao mesmo tempo, possuam uma melhor relação
resistência/peso. Isso tem levado à adoção
de ligas de níquel resistentes, titânio de alta tensão, aço alta liga e compósitos. Embora propiciem que os motores trabalhem
a altas temperaturas, as ligas de níquel são
difíceis de usinar.
Para atender as demandas de maior
produtividade, não basta investir em
máquinas-ferramenta mais novas e mais
flexíveis. É necessário também reduzir o
tempo improdutivo e otimizar o processo
de corte. Conhecer o processo é tão
corbis
nas alturas
importante para o aumento da produtividade quanto escolher a ferramenta certa,
pois significa a possibilidade de desenvolver uma solução completa para uma peça
específica, seja ela um disco de turbina,
um carretel ou um eixo. A produtividade
da usinagem pode ser melhorada por meio
da utilização da combinação correta de
ferramentas de corte, condições de corte e
máquinas-ferramenta, para promover uma
operação de alta velocidade, mantendo a
integridade e a tolerância da peça do motor. Isso é essencial no caso de ligas
(difíceis de usinar) para motores
aeronáuticos, cujas propriedades
costumam prejudicar a usinabilidade.
A Sandvik Coromant desenvolveu uma
gama de soluções de ferramentas e estratégias dedicadas à usinagem de peças de
motores, a fim de maximizar os tempos de
operação da máquina e atender as exigentes especificações associadas à produção
de peças de motores aeronáuticos. Tratase de um pacote que engloba as melhores
práticas, incluindo o conceito de “certo
desde o início”, tão essencial para um setor que produz peças caras e complexas e
exige a eliminação de refugos. A chave
para o sucesso é usar soluções seguras e
precisas desde o início.
O pacote também inclui itens relacionados às interfaces das máquinas-ferramenta, como os acoplamentos, e uma estratégia de seleção de ferramentas feita sob
medida para as exigências de corte do
perfil da peça. Por exemplo, uma interface
de pistão hidráulico, fuso e torre
Coromant Capto permite a utilização de
algumas soluções desenvolvidas para peças de motores aeronáuticos, como lâminas com sistema antivibratório para canais profundos, lâminas SL para bolsões
restritos e o CoroTurn HP para torneamento de perfis. Trata-se de uma programação de corte combinada e otimizada,
que permite escolher as classes e a geometria da pastilha que garantam a integridade e o acabamento superficial desejados. Ela inclui também a compreensão
das exigências individuais de cada material em termos de usinabilidade, controle
de cavacos e fornecimento de refrigeração, ao mesmo tempo em que atende a
necessidade de minimizar refugos.
O Coromant Capto acopla
a máquina à lâmina SL e
ao sistema de refrigeração CoroTurn HP (alta
pressão).
Estudo de caso: redução dos tempos de ciclo pela metade
Ao otimizar as ferramentas e a programação da usinagem de partes de discos de
turbinas, foi possível reduzir os tempos de
ciclo para menos da metade. Além de
serem feitas em ligas difíceis de usinar
(geralmente Inconel 718, Waspalloy ou
Udimet 720), as peças torneadas contêm
ainda perfis repletos de exigências
rigorosas quanto à folga da ferramenta.
A Sandvik Coromant coloca seus
especialistas à disposição para apoiar
soluções de usinagem para novas peças.
Além disso, a empresa trabalha em estreita
colaboração com o Centro de Pesquisas
em Fabricação Avançada (AMRC) do
Reino Unido, uma das instalações de
pesquisa mais avançadas do mundo para a
indústria aeroespacial.
Assim, ao passarem a usar máquinas
mais flexíveis, as empresas do setor aeroespacial precisam levar em conta como
usar essas máquinas em sua plena capacidade. É aí que entra a Sandvik Coromant,
com seu conceito de solução total. Esse
conceito se baseia na considerável capacidade de processamento da empresa para
centros de usinagem, máquinas multitarefas e tornos. Além disso, aproveita as ferramentas standard da Sandvik Coromant,
que foram desenvolvidas com uma real
compreensão do setor aeroespacial, para
encontrar soluções apropriadas.
Para as operações de desbaste, foi
utilizado o torneamento trocoidal, em vez
da usinagem em rampa convencional. A
quantidade de passes foi reduzida de 40
para 14, enquanto o número de trocas de
pastilhas passou de 14 para 7. Isso
garantiu um processo de alta qualidade,
com maior segurança e o dobro da
produtividade.
resumo
Os materiais avançados utilizados nas
peças dos motores aeronáuticos trazem sérios desafios para a usinagem,
devido à geração de altas temperaturas e grandes tensões. Com a necessidade enfrentada pela indústria aeroespacial de aumentar a produtividade
para atender cronogramas de produção de aeronaves cada vez mais apertados, a Sandvik Coromant está oferecendo um pacote completo de soluções destinadas aos fabricantes de
peças de motores. Ele parte do sólido
conhecimento da empresa sobre a
usinagem de peças aeroespaciais e
passa por soluções baseadas em ferramentas e tecnologias que podem
gerar processos seguros e estáveis,
atendendo a rigorosas especificações
para as peças.
metalworking world 21
O bloco de motor da
Hägglunds Drives
pode ter até 80
câmaras de pistões.
parceria AFINADA
Örnsköldsvik, Suécia. Os motores hidráulicos da Hägglunds Drives
já atingem 96% de eficiência. Para melhorar ainda mais, a empresa
precisava estabelecer colaborações de desenvolvimento de longo prazo.
“Nossos motores hidráulicos precisam trabalhar nas circunstâncias
mais extremas”, diz Bengt Liljedahl, gerente de P&D da Hägglunds Drives.
Os motores com transmissão hidráulica são a
opção preferida para manobras com baixa
rotação, mas torque alto. São os sistemas de
transmissão hidráulica que movem as enormes
conchas que retiram minério das barcas
quando os navios chegam ao porto ou que
alimentam as usinas que transformam carros
compactados em metal utilizável.
“Quando se precisa de um motor de alta
potência funcionando a baixa rotação [0–400
rpm], a melhor opção é a hidráulica, especialmente quando se quer minimizar o risco de
quebra”, explica Bengt Liljedahl, gerente de
P&D da Hägglunds Drives.
O Grupo Hägglunds Drives é lider de mercado em sistemas de transmissão hidráulica. A
matriz da empresa está situada nos arredores
de Örnsköldsvik, na costa leste da Suécia,
cerca de 500 km ao norte de Estocolmo, mas o
grupo tem subsidiárias em 16 países e
funcionários em mais de 20, com cerca de 60
22 metalworking world
escritórios de vendas e serviços. Além disso,
possui distribuidores em cerca de 20 países.
Liljedahl comenta: “Um motor a gasolina
convencional tem uma taxa de eficiência de
cerca de 35%; no caso do diesel, chega-se a
50% na melhor das hipóteses. O nosso motor
Como líder do setor, a Hägglunds Drives
hidráulico tem 96% de eficiência.”
precisa estar sempre na vanguarda
Em um motor hidráulico, o óleo
da tecnologia. Para isso, a empresa
hidráulico sob alta pressão move
está sempre trabalhando em termos
os pistões em suas câmeras e, ao
de desenvolvimento, em particular
mesmo tempo, lubrifica as peças.
no equilíbrio entre desempenho e
“É necessária uma fina película
tamanho dos motores hidráulicos.
de óleo entre as superfícies de conEm média, um motor de carro é
tato para manter o motor funciofeito para durar 2 mil horas de openando bem. Estamos falando de
ração, enquanto os motores hidráuuma camada com apenas um
licos da Hägglunds Drives são familésimo de milímetro. Qualquer
bricados para funcionar 40 mil
Bengt Liljedahl
pequena irregularidade aumenta o
horas, explica Liljedahl. Isso corrisco de mau funcionamento, e
responde a cinco anos de atividade
cada medida que se tome para melhorar a
constante. “Muitos duram ainda mais. Temos
exemplos de motores perfeitamente funcionais tolerância aumenta a vida útil do motor”,
ensina Liljedahl.
depois de 10, até 20 anos”, destaca. Essa
Embora o departamento de P&D da
longevidade exige peças com altas tolerâncias.
olle melkerhed
Bengt Liljedahl (esq.),
Hägglunds Drives, e
Torbjörn Sjölander,
Sandvik Coromant,
examinando um bloco de
motor.
Hägglunds Drives tivesse tido como meta
principal “melhorar as superfícies”, no início
dos anos 2000 Liljedahl sentiu que o desenvolvimento estava estagnado.
Para que as coisas avançassem, a empresa
ingressou em um projeto da Universidade de
Tecnologia de Luleå, na Suécia. No Centro de
Excelência VINN para Inovação Funcional de
Produtos do laboratório Faste da universidade,
várias corporações industriais da Suécia uniram forças para solucionar problemas conjuntos e alcançar novos avanços em produtos.
“A Sandvik Coromant era um dos outros
integrantes. Juntos, decidimos olhar mais de
perto o processo da nossa câmara de pistões.
Conseguimos criar uma matriz sobre como os
resultados deviam ser medidos, segundo
diversas condições”, relembra Liljedahl.
O desenvolvimento do processo da superfície da câmara de pistões passou das instala-
“Acho que é possível conseguir muito quando temos
a mente aberta e confiamos em nossas parcerias.”
Bengt Liljedahl, gerente de P&D da Hägglunds Drives.
ções da Hägglunds Drives para o Centro de
Aplicação da Sandvik Coromant, situado
junto à matriz da Sandvik Coromant, 350 km
mais ao sul, em Sandviken.
Inaugurado em 2005, o Centro de Aplicação de Sandviken foi o primeiro do gênero.
Desde então, outros centros de aplicação
foram inaugurados ao redor do mundo.
Um centro de aplicação é basicamente um
centro externo de P&D, onde os fabricantes e
a Sandvik Coromant desenvolvem conjuntamente soluções otimizadas para problemas de
usinagem específicos.
“Os fabricantes precisam de cada vez mais
ajuda com as aplicações”, aponta Bertil
Isaksson, gerente sênior de desenvolvimento
de aplicação do Centro de Aplicação da
Sandvik Coromant em Sandviken. “Ao oferecer instalações de pesquisa totalmente equipadas e modernas, como é o caso dos nossos
centros de aplicação, podemos ajudar a encontrar soluções para os problemas dos nossos
clientes. Eles têm acesso à nossa experiência
mundial e podemos trabalhar juntos em busca
de uma solução mais otimizada.”
Foi exatamente isso que agradou a
Liljedahl e sua equipe da Hägglunds Drives.
Porém, ao mesmo tempo, eles precisaram
compartilhar seus próprios parâmetros
exclusivos para a câmara de pistões.
metalworking world 23
❯❯
❯❯
“Acredito no conhecimento compartilhado.
Isso já está sendo usado na indústria automobilística. Eu queria ver se a Sandvik Coromant
era capaz de usar o nosso conhecimento para
contribuir ainda mais”, conta Liljedahl.
Para a equipe de projeto da Sandvik
Coromant, a parceria os levou a usar métodos
comuns, alcançando resultados totalmente
novos. “Certamente, foi um desafio. O motor
não funciona da mesma maneira que um motor
a combustão normal. Ele é muito mais sofisticado, para oferecer desempenho a baixa velocidade. A superfície interna da câmara precisa
ser brunida. Isso significa que as tolerâncias
são tão rígidas que geralmente é impossível
furar e tornear o furo no tamanho certo usando
um método convencional. Por isso, a peça a
ser torneada era muito sensível e as quebras
podiam ocorrer facilmente”, conta Kenneth
Karlsson, chefe do projeto e gerente de
engenharia de aplicação da Sandvik Coromant.
Ele testou um método de interpolação circular, usando a nova ferramenta CoroMill 790.
“Esse método não é novo, mas não tinha
sido testado em aplicações com esses níveis de
tolerância. O batimento radial precisava ser
inferior a 0,005 mm enquanto a retilineidade
precisava ser inferior a 0,002 mm”, ressalta.
Agora, o projeto está a meio caminho andado e, de acordo com os testes realizados recentemente no Centro de Aplicação, o método parece estar à altura da tarefa. “Parece muito promissor. Acho que é possível conseguir muito
quando temos a mente aberta e confiamos em
nossas parcerias”, avalia Liljedahl.
A fabricação de blocos de motores
é um trabalho extremamente
sensível. Ao terminar, o operador
de máquina Per-Erik Granberg
precisa aspirar para remover
poeira ou pó de metal.
Johan Andersson
Sobre a Hägglunds
A Hägglunds Drives é um dos líderes do
mercado global de sistemas de transmissão hidráulica para aplicações de baixa
velocidade e alto torque.
O grupo tem um faturamento anual de
cerca de 1,8 bilhões de coroas suecas
(aproximadamente US$ 204 milhões) e
mais de 900 funcionários.
Os sistemas de transmissão são usados
em uma ampla gama de setores, como
mineração, reciclagem, papel e celulose,
borrachas e plásticos, offshore, pesca e
construção.
A empresa pertence à alemã Bosch
Rexroth.
24 metalworking world
Os motores da Hägglunds
Drives são usados em várias
áreas de aplicação. Por
exemplo, nos guindastes de
navios pesados (acima) ou em
máquinas perfuratrizes móveis.
O Caminho para a otimização de processos
De 614 para 199 minutos.
Economia anual de 230 mil libras
esterlinas (US$ 330 mil). Esse é
um exemplo de como o Centro de
Aplicação da Sandvik Coromant
em Halesowen ajudou uma empresa a otimizar a fabricação de uma
complicada peça de titânio para a
indústria aeroespacial.
Em outros exemplos, o centro
auxiliou empresas que produziram
um novo produto mas encontraram limitações para programar as
máquinas necessárias ou otimizar
os processos, além de empresas
que desenvolveram novos materiais mas não sabiam como usinálos da maneira mais eficiente.
O Centro de Aplicação da
Sandvik Coromant de Halesowen,
no Reino Unido, vem atender a
crescente demanda das empresas
por know-how de processos e o
aumento da concorrência global
com ciclos de produção e inovação
cada vez mais curtos. Ele ajuda os
clientes a ganharem tempo para
reagir aos novos desafios do
mercado mundial.
Agora a Sandvik Coromant tem
quatro Centros de Aplicação – três
na Europa e um na China. Três
outros estão sendo implantados
nos Estados Unidos, no Reino
Unido e na França. A ênfase é na
indústria aeroespacial, responsável por 60% das operações.
“O setor aeroespacial usa materiais avançados e usinagem de última geração. Quando um novo material de titânio é desenvolvido, geralmente ele vem da indústria ae-
roespacial. O conhecimento principal se espalha daí para outros
setores”, explica Tomas Mainert,
gerente de aplicação da Sandvik
Coromant em Sandviken, Suécia.
No Centro de Aplicação de
Halesowen, há dois engenheiros,
dois técnicos e um gerente. Dentre
seus principais clientes estão Airbus, Rolls-Royce e British Aerospace. Mesmo o Centro de Aplicação da Suécia está muito envolvido com o setor aeroespacial.
Outro centro de aplicação da
Sandvik Coromant está localizado
em Bietigheim-Bissingen, na região
de Stuttgart, no sul da Alemanha.
Seus clientes fazem parte da nata
da indústria automobilística européia e incluem Daimler, Bosch,
VW, Renault, PSA e Volvo Trucks.
Na China, o Centro de Aplicação
da Sandvik Coromant em Xangai
está concentrado no setor de moldes e matrizes e atrai principalmente os fabricantes de bens de
consumo e alimentos. Um exemplo é a empresa alemã Krones,
que queria instalar uma linha de
produção de garrafas plásticas na
China, maior mercado mundial de
cervejas e refrigerantes.
Os centros de aplicação mais
recentes estão sendo estabelecidos em Fair Lawn (NJ), nos EUA, e
em Orleans, na França, ambos direcionados à indústria aeroespacial, em Nagoya, no Japão, com
enfoque nas indústrias aeroespacial e automotiva, e em Cirencester, no Reino Unido (veja abaixo).
Tomas Lundin
Atuais centros de
aplicação da Sandvik
Coromant:
Xangai , China
Sandviken, Suécia
Halesowen, Reino Unido
Stuttgart, Alemanha
Futuros centros de
aplicação:
Fair Lawn, Estados Unidos
Orleans, França
Nagoya, Japão
Cirencester, Reino Unido
Furos profundos – Sem problemas
A britânica BTA Heller Drilling
Systems oferece ferramentas
intercambiáveis e soldadas para
produção de furos profundos em
peças e materiais complexos.
Em janeiro de 2009, a BTA
tornou-se parte da Sandvik
Coromant e a unidade da BTA
em Cirencester, no Reino Unido,
foi transformada em um Centro
de Aplicação da Sandvik
Coromant para furação
profunda, um local onde os
fabricantes, em cooperação com
a Sandvik Coromant e a BTA,
poderão desenvolver soluções
inovadoras para seus problemas
de usinagem.
Os clientes da BTA estão
sobretudo nos setores
aero­­espacial (eixos e peças para
trens de pouso), de energia
(placas para trocadores de calor)
e de metais primários (tarugos).
metalworking world 25
trabalho duro
Califórnia, EUA. O Airbus A380 é o maior avião de passageiros do
mundo. Por trás desse gigante estão algumas tarefas muito exigentes.
Basta perguntar ao pessoal da Hartwell. Foram eles que produziram as
travas do motor, que contêm um novo eixo com mola que precisou
ser feito com o material superduro Inconel 718.
Axel Öberg
A Hartwell Corporation
está localizada na
pequena cidade de
Placentia, a sudeste de
Los Angeles, Califórnia,
EUA.
26 metalworking world
Jon Finn, gerente de
engenharia industrial
da Hartwell, desenvolveu e aplicou um
método de torneamento exclusivo.
Axel Öberg
A Hartwell Corporation, com sede na
Califórnia, Estados Unidos, sabe como lidar
com altas temperaturas. E não estamos falando apenas do sol californiano, mas também do
calor liberado por um motor a jato, suficiente
para amolecer a maioria dos metais existentes.
Essas temperaturas pedem que se use o
Inconel 718, material térmico à base de
níquel. Composta também por cromo, essa
liga é conhecida por sua extrema dureza e
capacidade de permanecer inabalada na
maioria das condições.
Com a demanda por aeronaves mais leves,
os protetores térmicos têm sido dispensados
em favor do aumento da resistência térmica
das próprias peças. Uma dessas peças é o eixo
com mola que ajuda a prender a caixa do
motor quando esta se fecha.
na maioria dos
sistemas de travas para a indústria aeroespacial. No caso do eixo com mola, porém, os
engenheiros da Hartwell perceberam que a
liga extremamente dura traria problemas.
“Até então, só havíamos usinado alumínio,
A Hartwell é especialista
“Não há nada melhor do que discutir alguma coisa
e depois vê-la acontecendo no mundo real.”
KEN KOLOSKY, REPRESENTANTE DA SANDVIK COROMANT
titânio ou aço”, conta Jon Finn, gerente de
engenharia industrial da Hartwell.
Finn conseguiu encontrar uma solução para
fabricar a peça de Inconel ao realizar testes no
fornecedor de máquinas da empresa, a Mori
Seiki. Porém, o tempo de ciclo de cada peça
ultrapassava quatro horas. Só o desbaste
levava mais de duas horas.
de ferramentas, BC
Tool and Carbide Inc, foi alertado sobre o problema. “Como mantemos um contato diário,
fiquei sabendo que aquele item precisava ser
produzido com a liga térmica Inconel 718”,
conta Phillip Canipe, da BC Tool and Carbide.
Trabalhando juntos, Finn e Canipe conseguiram produzir os primeiros eixos com mola
a tempo, mas o processo não era eficiente nem
O distribuidor local
em termos de tempo nem de custos. “Exigia
muita intervenção do operador. Gastávamos
muitas ferramentas e muito tempo. Estávamos
sem saída”, relembra Canipe.
Ele pediu mais ajuda à Sandvik Coromant e
ao representante de vendas Dale Busser, que
ligou para a matriz norte-americana da
Sandvik Coromant em Fair Lawn, Nova
Jersey. Ali, a missão de encontrar uma solução
foi aceita. “Fomos convidados a Nova Jersey
para participar de um seminário do setor aeroespacial que a Sandvik Coromant arranjou
para nós. Nessa ocasião, fizemos muitos testes
com diferentes métodos e também com ferramentas de cerâmica, que a Sandvik Coromant
tinha acabado de introduzir”, relata Finn.
Segundo Finn e Canipe, que também esteve
lá, aquilo era exatamente o que eles precisametalworking world 27
❯❯
O operador de máquina
Pham Nguyen
programando uma das
máquinas CNC da
Hartwell.
Axel Öberg
Axel Öberg
A Hartwell fabrica
muitas peças em
Inconel, material de
difícil usinagem. Na
imagem: uma máquina
NT 4250 DCG.
a taxa de fabricação do A380
aumentar para 30 aeronaves, a
Hartwell passará a entregar 120
peças dessas, o que irá representar
uma economia de cerca de 250
horas de usinagem.
“Como produzimos em pequenos volumes, não podemos investir
muito tempo no refinamento de um
Ao voltar à Califórnia, Finn
processo sem prolongar o tempo de
desenvolveu e aplicou um método
retorno. Portanto, foi ótimo que a
de torneamento exclusivo com base Ken Kolosky
Sandvik Coromant tenha feito isso
no que havia aprendido. Isso propara nós, usando o espaço e o tempo deles”,
porcionou um ótimo controle e uma grande
destaca Finn.
redução no tempo de ciclo, além de ajudar a
Hartwell a alcançar os custos de fabricação
almejados.
Economia de tempo, porém, não foi a única
A solução reduziu o tempo total de ciclo
vantagem gerada pelos processos e equipapela metade, para apenas duas horas. Quando
mentos da Sandvik Coromant. Recentemente,
❯❯ vam. “Aprendemos sobre a
“Reduzimos o tempo
de desbaste de mais
de duas horas para
pouco mais de dez
minutos.”
Jon Finn, gerente de engenharia
industrial da Hartwell.
tecnologia e conseguimos
encontrar uma possível solução,
que nós dois acreditávamos que iria
funcionar; tudo graças ao treinamento e às avaliações que havíamos feito juntos”, destaca Canipe.
Há quem goste de calor
Não é nenhum segredo que muitas
companhias aéreas estão enfrentando dificuldades atualmente. O setor
foi fortemente afetado pelo aumento
global dos preços do petróleo. Em
resposta, as empresas estão solicitando aos fabricantes aeronaves mais
leves e mais eficientes no consumo
de combustível. Para os fornecedores
desses fabricantes, isso significa maior demanda por peças mais robustas,
mesmo que em menor número.
“Por exemplo, para reduzir peso, os
protetores térmicos não são desejá-
28 metalworking world
veis atualmente. “Peças que eram protegidas anteriormente e que costumávamos fabricar em aço agora precisam
ser feitas de materiais térmicos, como
o Inconel 718, que nunca tínhamos usinado antes”, explica Jon Finn, gerente
de engenharia industrial da Hartwell.
O eixo com mola é um exemplo. No
novo Airbus A380, ele fica bem na
parte quente na caixa do motor.
Porém, a fabricação do eixo com
mola em Inconel mostrou-se cara a
princípio. “Fizemos alguns ensaios na
Mori Seiki, testando diversos méto-
dos, com diferentes ferramentas e
processos de torno-fresamento. Mas
o menor tempo de ciclo que conseguimos foi de quatro horas. Além
disso, eram necessárias três trocas
de ferramentas durante o processo,
pois as fresas não agüentavam até o
final da peça, o que tornava o
processo muito caro”, relembra Finn.
Foi então que a Sandvik Coromant
deu algumas idéias sobre o processo
de usinagem, além de novas ferramentas com pastilhas de cerâmica.
“A principal solução foi uma usina-
gem severa com velocidades médias,
a utilização de uma classe específica
de nitreto de silício e uma nova
fresa”, observa Phillip Canipe, da BC
Tool and Carbide Inc, distribuidor da
Sandvik Coromant para a Hartwell.
Finn e sua equipe, juntamente com
Canipe, aproveitaram as idéias e as
novas ferramentas e criaram um novo
processo exclusivo, que envolveu
uma combinação entre o material de
corte e o corpo da fresa.
“Com isso, reduzimos o tempo de
desbaste em 90%,” relata Finn.
Axel Öberg
Axel Öberg
Axel Öberg
Hartwell
Corporation
Noemi Hernandez
trabalha na montagem
final das peças.
❯❯ a Hartwell realizou novos testes com a força
do tirante de tração das máquinas, que é a
força com a qual as ferramentas são presas no
fuso. Quando uma máquina é instalada, essa
força está em torno de 1.089 Kg a 1.180 kgs.
A Hartwell descobriu que em certas máquinas,
algumas com menos de três anos de idade, a
força do tirante estava reduzida a algo entre
1.043 kgs e 272 kgs. Isso afeta diretamente o
acabamento, assim como o desgaste do fuso e
das ferramentas.
“O que descobrimos ao testar nossas NTs
(Mori Seiki NT 4200 com fuso Coromant
Capto) foi que praticamente não houve desgaste desde quando elas foram entregues, em
março de 2006, até quando nós as testamos, em
outubro de 2008”, afirma Finn. “Elas estavam
em operação há quase três anos e sua força era
de 98% ou mais – graças à técnica adotada pela
Sandvik Coromant no fuso Coromant Capto.
Elas demonstraram ser muito mais robustas do
que as que costumávamos usar.”
Ken Kolosky, representante da Sandvik
Coromant, vê o sucesso da Hartwell um bom
exemplo das vantagens do trabalho em equipe.
“Não há nada melhor do que discutir alguma coisa e depois vê-la acontecendo no mundo
real”, declara Kolosky a respeito do seminário
da Sandvik Coromant em Nova Jersey.
Finn descreve também como a Sandvik
Coromant lhes mostrou o que aconteceria
se fizessem as coisas de forma errada. “Eles
chegaram a quebrar ferramentas de propósito,
algo que nós nunca teríamos feito”, conta,
rindo.
A Hartwell Corporation é a maior empresa do
grupo McKechnie Aerospace e responde por
cerca de 40% de seu faturamento anual.
O objetivo principal da empresa é projetar,
fabricar e fornecer sistemas de travas para
aeronaves. A Hartwell fornece todas as
soluções de travas para um avião, desde as
portas da cabine dos pilotos e os compartimentos de bagagens de mão até as áreas de alta
temperatura dentro dos motores. A empresa
tem cerca de 40 mil peças em seu catálogo,
inclusive para aeronaves que não são mais fabricadas mas que ainda precisem de novas peças.
A empresa tem quatro unidades, três no sul
da Califórnia e uma no Arizona. A Hartwell tem
um faturamento de 100 milhões de dólares e
conta com cerca de 300 funcionários, 200 deles
na fábrica principal e na matriz em Placentia, na
Califórnia.
henrik ek
metalworking world 29
TeCNOLOGIA
POR Christer Richt
Precisão
sob pressão
Desafio: Aumentar a produtividade ao usinar materiais cada vez mais exóticos.
Solução: Combinar alta pressão com alta precisão.
dutividade e maior vida útil da ferramenta.
A refrigeração de precisão permite
aproveitar a pastilha ainda mais, pois possibilita aumentar a velocidade em até 30%
com ferramentas de alta pressão. Nas operações de desbaste em materiais difíceis de
usinar, o aumento da vida útil da ferramenta pode ser de até 50% e as velocidades de corte também podem melhorar.
Por vários anos, os fabricantes que buscavam ganhar produtividade por meio da
refrigeração se concentravam no aumento
da pressão. Porém, para obter todo o potencial da alta pressão, é necessário altíssima precisão. Acertar o ponto exato reduz a
temperatura na zona de contato afetada
pelo calor entre a pastilha e o material.
Isso faz com que os cavacos se quebrem
mais facilmente, reduzindo o entupimento.
Resultado: melhor controle de cavacos,
melhor acabamento superficial, maior pro-
O sistema de refrigeração CoroTurn
HP (alta pressão), quando combinado com
soluções de ferramentas Coromant Capto,
garante que o refrigerante seja aplicado no
lugar certo. Introduzido em 2007, o sistema ajuda a reduzir significativamente as
temperaturas nas interfaces ferramenta/
peça e ferramenta/cavaco ao usinar com
velocidades mais altas.
O sistema de refrigeração de alta pressão foi concebido para vencer o desafio
dos materiais difíceis de usinar, que geram
altas temperaturas e grandes tensões durante a operação. Sua má condutividade
térmica provoca a concentração de temperaturas mais altas nas interfaces ferramenta/peça e ferramenta/cavaco. Isso pode levar a um desgaste acelerado da ferramenta
e a um aumento dos custos de fabricação.
Com o CoroTurn HP, jatos precisos de
refrigerante são aplicados por meio de um
sistema de olhal fixo, refrigerando a zona
de corte de uma maneira que promove
elevada taxa de quebra e controle dos
cavacos. Isso é obtido por meio da geração
de jatos de refrigeração com fluxo laminar
paralelo. Na aresta de corte da pastilha,
Estudo de caso: Aumentos EXPRESSIVOS de produtividade
30 metalworking world
getty images
Um sistema de
refrigeração de
precisão oferece
as melhores condições de corte para
peças difíceis de
usinar, como
trens de pouso.
Um fabricante da Ásia que produzia uma
peça de 1Cr18Ni9Ti para trens de pouso
de aeronaves procurou a Sandvik
Coromant em busca de aumento de produtividade. A solução foi usar uma barra
de mandrilar sem sistema antivibratório,
juntamente com a nova cabeça de corte
CoroTurn SL e refrigeração sob alta pressão (70 bar) em um centro de fresotornea-
mento M40 a uma velocidade de corte de
150 m/min. O resultado foi um excelente
controle dos cavacos e um processo de
usinagem mais seguro. O tamanho dos
cavacos foi reduzido para 15 a 45 mm,
comparado com 200 a 300 mm sob pressão normal. Além disso, o cliente conseguiu usar dados de corte altos e aumentar
a taxa de remoção de metal em 30%.
Não é só uma questão de
pressão. Para gerar o melhor
resultado, o refrigerante precisa
ser aplicado no lugar certo.
esses jatos agem como uma cunha
hidráulica entre a ferramenta e a peça,
penetrando nas interfaces a uma velocidade que ultrapassa a exigida até mesmo
para usinagem com altas velocidades,
levantando o cavaco, reduzindo a temperatura e melhorando o controle de cavacos.
TAL melhora PERMITE uma produção sem
monitoramento – por exemplo, na produção de grandes volumes com troca automática de peças em centros de torneamento e em máquinas multitarefas, em que os
cavacos que se acumulam ao redor da
ferramenta costumam impedir a troca
automática da ferramenta. Isso também
elimina a necessidade de ajuste manual.
A tendência de aumento da disponibili-
dade de uma fonte de alta pressão nos novos centros de torneamento, tornos verticais e máquinas multitarefas gera maior
oportunidade de aproveitamento das
soluções CoroTurn HP, principalmente na
usinagem de materiais tais como Inconel,
alumínio e titânio. O sistema é bastante
vantajoso na indústria aeroespacial.
Mesmo com pressões relativamente
baixas, é possível tirar vantagem desse sistema de precisão, o CoroTurn HP. O sistema de alta pressão já está melhorando o
desempenho de operações tais como torneamento externo e interno, perfilamento e
mandrilamento reverso, e não há dúvida
de que seu uso continuará crescendo conforme a Sandvik Coromant for ampliando
a gama de soluções de ferramentas.
RESUMO
Lançado no final de 2007, o sistema
de refrigeração CoroTurn HP (alta
pressão) tem ampliado continuamente tanto as operações internas como
externas. A aplicação precisa de refrigerante a altas pressões, aliada a soluções de ferramental standard com
o Coromant Capto, é o ponto-chave
do sistema. A melhora do controle de
cavacos possibilita não só uma produção sem monitoramento como
também confere maior vida útil à ferramenta, melhor acabamento superficial à peça e maior produtividade.
metalworking world 31
Café em alta
Os escandinavos usam xícaras grandes e gostam de voltar a
enchêlas. Os chineses e americanos preferem café com leite.
Já no sul da Europa, a preferência é pelo espresso. O café não
é apenas uma bebida, mas uma cultura – com alcance global.
“O café, forte e abudante, é o que me desperta. O café me
aquece, deixa-me alerta e me dá uma força incomum, além
de uma dor que não vem sem grande prazer”, teria dito
Napoleão Bonaparte, líder militar e imperador francês.
A história da França poderia ter sido muito diferente se
Napoleão não tivesse recebido sua dose diária de cafeína.
Os poderes do café têm sido discutidos há séculos, e
seus benefícios e riscos ainda são debatidos em revistas de
medicina, jornais e, claro, diante de uma xícara de café.
Não se pode negar que o café seja um estimulante, um
energético matinal que dá uma “injeção de ânimo”. Para
David Holfve, gerente de qualidade do café da Kraft
Foods, gigante internacional do setor alimentício, o café
também é um estimulante social.
Social até demais, segundo algumas senhoras inglesas
32 metalworking world
que, em 1674, fizeram um abaixo-assinado para que seus
maridos deixassem de passar tanto tempo nos cafés
londrinos. Um ano mais tarde, o rei Carlos II tentou fechar
as casas de café, que ele chamava de “criadouros de
revolucionários”, que “produziam efeitos muito maléficos
e perigosos”. Mas o enorme clamor público fez com que a
proclamação fosse rapidamente revogada.
do café de agradar e atrair pessoas
para casas de café tem aumentado nos últimos anos. Todos
os dias, bilhões de pessoas bebem café, uma das
commodities mais negociadas no mundo.
Depois do petróleo, o café é o segundo maior item de
importação dos Estados Unidos. Com um quinto do
consumo mundial, os EUA são o maior mercado de café do
Na realidade, o poder
Tradições
mundiais
Norte da Europa: todos os
tipos de café puro e com leite
em xícaras grandes.
Sul da Europa: xícaras pequenas de café espresso forte.
África: café com grãos de alta
qualidade.
América do Norte: café para
viagem e cafés aromatizados.
América do Sul: café tradicional filtrado, sobretudo no Brasil.
Ásia: no Japão, café em lata
(quente ou frio) adquirido em
máquinas de venda automática
nas ruas; na Índia, café doce
com leite, preparado a partir de
um processo de fervura; na
China, preferência arraigada
pelo chá.
Oriente Médio: café árabe
tradicional servido à moda da
região - fervido e em pequenas
xícaras.
As tradições
relacionadas ao café
são muito diferentes
ao redor do mundo.
Como você gosta
mais?
mundo. Em 2007, pela primeira vez, o café ultrapassou os
refrigerantes como a bebida favorita do país.
Mas quem visita os Estados Unidos pode se surpreender
com o que eles chamam de café. “O café americano de
antigamente não precisava ser gostoso, só precisava ser
barato”, escreveu Bee Wilson no Sunday Times. A busca
por um produto barato e rápido talvez explique por que o
café dos EUA é tão ralo, assim como o uso de grãos de
baixa qualidade e métodos de torrefação aquém do ideal.
Mas agora, com uma pequena ajuda da Starbucks,
enorme rede de casas de café, dentre outras, os americanos
estão consumindo mais bebidas baseadas em espresso e
cafés gourmet do que nunca.
Mesmo assim, cada americano bebe uma quantidade
mínima quando comparado com os ávidos bebedores de
café dos países nórdicos. Segundo a Federação Européia
do Café, os finlandeses são os que mais consomem a
bebida (média de 9,7 kg por pessoa em 2007). Logo atrás
vêm os noruegueses, suecos e dinamarqueses.
Um dos motivos para esse consumo pesado é que o café
de filtro ou coador, mais comum no norte da Europa, costuma ser servido em xícaras maiores do que as usadas em
outros lugares. Porém, segundo Holfve, há outro motivo:
“em geral, no norte da Europa temos uma forte cultura do
café e estamos habituados a beber café de boa qualidade”.
Existem dois tipos principais de grãos de café cultivados
atualmente: arabica e robusta. Holfve explica que o
robusta, como o nome indica, produz um café mais forte,
mas é considerado tradicionalmente como uma bebida de
❯❯
metalworking world 33
❯❯ pessoas mais pobres. “Ele é mais torrado e escuro que o
arabica, com um sabor ligeiramente mais amargo”,
compara. O robusta também contém de 40% a 50% mais
cafeína que o arabica e é usado principalmente para cafés
instantâneos e de filtro.
Em geral, quanto mais alto o terreno, melhor o café, o
que explica por que muitas regiões montanhosas são
reconhecidas pela alta qualidade de seu café.
O nome “café” originou-se da província de Kaffa, na
Etiópia, considerada o berço dessa planta. O café ainda é
cultivado na Etiópia, no Quênia e em muitos outros países
“Nunca beba espresso sozinho.
Peça sempre para dois.
A qualidade fica melhor e você
pode compartilhar a experiência!”
Giuseppe Taccari, diretor mundial de exportação, illy, Itália
africanos, mas atualmente os três principais produtores são
o Brasil, a Colômbia e o Vietnã. Este último é relativamente novato entre os grandes países produtores, tendo
intensificado sua produção do café robusta, mais barato, na
década de 1990.
Com a disseminação das redes globais de casas de café,
as bebidas baseadas em espresso, tradicionalmente
encontradas somente na Itália ou na Espanha, agora estão
amplamente disponíveis, mesmo em países com tradição
de consumo de chá, como a Inglaterra e a China.
Martin Wattam, da Organização Internacional do Café,
explica: “A participação do café no setor de bebidas do
Reino Unido tem crescido continuamente há várias
décadas e até ultrapassou o chá em termos de valor de
mercado há alguns anos. Na China, houve um crescimento
significativo da popularidade do café na última década,
sobretudo nas cidades de Pequim e Xangai.”
Porém, embora o potencial de mercado da China seja
enorme e o consumo do café esteja aumentando, especialmente entre os chineses afluentes abaixo dos 40 anos de
idade, a China ainda é um país onde se bebe eminentemente chá. No Relatório Internacional do Café, Donald Spence
escreveu: “O espresso é considerado forte demais por
muitos chineses, que preferem caffè latte ou cappuccino.
Demorou 15 anos para que os chineses aceitassem o café
instantâneo. A aceitação do espresso deve levar aproximadamente o mesmo tempo.”
pelo chá não impediu que a illy,
gigante italiana do setor de cafés, abrisse uma de suas escolas da Universidade do Café em Xangai. A illy também
opera escolas em outras cidades ao redor do mundo, como
Nova York, Londres, Bangalore e São Paulo, com o
objetivo de difundir e desenvolver a cultura do café. Seus
alunos vão desde cafeicultores até entusiastas da bebida.
Para Giuseppe Taccari, diretor mundial de exportação da
illy, baseado na Itália, a melhor forma de preparar o café é
com uma máquina de espresso, pois ela extrai os melhores
aromas dos grãos. “Para obter o melhor café, use uma
combinação de grãos arabica de alta qualidade. A preparação do espresso demora 25 segundos, com a água a uma
temperatura de 90°C e pressão de 9 bar”, explica.
A preferência chinesa
Dicas de preparo
johnér
randes
Os três g
fé
r e s d e ca
p ro d u to
1. Brasil
2. Vietnã
3. Colômbia
34 metalworking world
Preparar a xícara de café perfeita é uma arte.
David Holfve, da Kraft, dá algumas dicas:
• O café deve permanecer na embalagem original
para preservar o aroma. Assim que a embalagem é aberta, o oxigênio entra em contato com
o café e seu gosto começa a desaparecer.
• Guarde o café em um local escuro e fresco,
para que dure mais.
• Uma vez aberto, o pacote de café só mantém o
frescor por duas semanas. Compre embalagens
menores para ter um café mais fresco.
• Não é preciso investir na máquina de café mais
cara, mas também não compre a mais barata. A
temperatura e a pressão da água são os fatores
fundamentais de uma máquina de café.
• Comece com água fria. Não pode ser morna
nem quente.
• Não ferva o café por muito tempo nem o deixe
descansando na cafeteira ou bule.
• Para ficar ainda mais fresco, o café deve ser
moído na hora.
getty images
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“Porém, o mais importante: nunca beba espresso
sozinho. Peça sempre para dois. A qualidade fica melhor e
você pode compartilhar a experiência!”, recomenda.
Taccari acredita que a semelhança entre os sommeliers e
os baristas está aumentando. Segundo ele, os baristas – e os
consumidores de café em geral – estão ampliando cada vez
mais seu conhecimento sobre os diferentes tipos de grãos e
sobre os países produtores de café.
Os consumidores de café no mundo todo deixaram de
pedir um simples “café” e passaram a pedir espresso,
cappuccino, caffè latte e até café gelado. Porém, segundo
David Holfve, em breve vamos escolher nosso café de
acordo com outros fatores.
“Acho que teremos uma maior percepção dos diferentes
tipos de grãos. Em vez de pedirmos um espresso, pediremos um ‘queniano’ ou um ‘colombiano’. No futuro, passaremos a beber um café que combine com a refeição que
acabamos de comer – por exemplo, um café mais encorpado e de torra escura após um prato de carne ou um de torra
média para arrematar um prato de peixe”, sugere.
Quaisquer que sejam os caminhos da evolução do café,
o importante é que a variedade de opções continue sempre
aumentando.
Cari Simmons
beberrões de café
Jan-Erik Nordh, gerente geral da unidade de
produção da Sandvik Coromant em Gimo, Suécia,
sobre o hábito de se beber café na fábrica:
Considerando-se que
os escandinavos são os
que mais bebem café
no planeta, quanto
vocês consomem na
fábrica?
“Não sei se eu deveria
dizer, mas os nossos
1.750 funcionários e os
nossos visitantes bebem
mais de um milhão de
xícaras de café por ano. Jan-Erik Nordh
As nossas máquinas de
café geram estatísticas, por isso
sabemos.”
Os visitantes estrangeiros percebem que vocês bebem tanto café?
“Morei 22 anos nos EUA antes de
me mudar para cá e sempre aviso aos
meus colegas americanos que, em
todos os lugares onde eles
forem na Suécia, vão lhes
oferecer café – é a
primeira coisa que um
sueco faz – e que o café
aqui é muito mais forte do
que eles estão acostumados.”
Como se deve
consumir o café em uma
fábrica na Suécia?
“De preferência, em
uma caneca marrom de
plástico. A pessoa pode levar seu café
ou sentarse em uma das nossas salas
de descanso. Todas as fábricas têm.
Talvez seja porque bebemos tanto café
e por causa dessas salas de descanso
que somos um dos países mais
produtivos do mundo!”
metalworking world 35
PANORAMA
Velocidade máxima
Ferrovias. Um novo trem de alta
velocidade criará uma conexão rápida
entre Pequim e Xangai. Essa ligação,
cuja conclusão está prevista para 2013,
a um custo de 221 bilhões de renminbi
(US$ 32 bilhões), será a maior linha de
alta velocidade do mundo.
Para financiar o projeto, uma
nova empresa estatal de
investimentos recorrerá a
grandes bancos locais, ao
fundo nacional de pensão e a
investidores internacionais.
1,9 milhão
de trabalhadores
envolvidos.
A nova linha terá 1.318
km de extensão. Com
velocidade máxima de
350 km/h, o tempo de
viagem entre Pequim e
Xangai será de 5 horas,
contra as 11 horas
atuais.
A bitola dos novos
trilhos será de
1.435 mm.
Via expressa para as informações certas
software. Geralmente, uma solução de usinagem produtiva é conseqüência de uma série de decisões
inteligentes, tomadas com base em
informações relevantes. Entretanto, a
coleta de informações costuma ser
um processo lento, que exige a consulta a muitos catálogos e manuais.
As variações de ordem terminológica
entre os fornecedores tornam essa
tarefa ainda mais complexa.
Com a nova norma internacional
36 metalworking world
ISO 13399, será muito mais fácil reunir informações sobre as ferramentas
de corte, pois ela fornece uma supervia de informações diretamente para
o ambiente de fabricação, onde as
decisões importantes são tomadas.
O objetivo é fornecer informações
sobre as ferramentas de corte em um
formato neutro, que seja independente de sistemas específicos ou da nomenclatura de determinada empresa.
“Com essa norma, será possível
importar informações diretamente
para um sistema de gerenciamento de
ferramentas ou simulação CNC, PLM,
CAD, CAM”, explica Bengt Olsson,
gerente de projetos de Product Lifecycle Management no Grupo Sandvik.
“Isso agilizará o acesso do fabricante às informações necessárias
sobre as ferramentas de corte, a fim
de encontrar a solução de usinagem
mais adequada e o ferramental mais
eficiente, e agilizará também o
processo de planejamento de uma
nova tarefa”, acrescenta Olsson.
O nome completo da norma é “ISO
13399, representação e compartilhamento de dados de ferramentas de
corte”. Ela foi desenvolvida em conjunto pela Sandvik Coromant, pelo
Instituto Real de Tecnologia de Estocolmo, pelo CETIM, França – centro
técnico para engenheiros mecânicos,
e outros pares do setor de usinagem.
Outra norma abrangente, a ISO
Turbinas eólicas PARA
ÁREAS urbanas
O projeto incluirá 21
novas estações.
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Moinho de
vento para
uso urbano.
Dois terços do novo trajeto serão construídos
sobre terraplenagem. Do
restante, grande parte
será feita sobre pontes.
O material rodante da
nova linha terá uma carroceria de alumínio e
um pára-brisa com vidro
especialmente desenvolvido para suportar
impactos contra aves.
10303, geralmente chamada de STEP
(Standard for the Exchange of Product
Model Data – Norma para intercâmbio
de dados de modelos de produtos), visa descrever todo o processo de fabricação e de utilização de um produto.
Nesse fórum, a Sandvik Coromant demonstrou como a norma para ferramentas de corte pode trazer informações vitais ao processo de fabricação
e oferecer uma base para tomadas de
decisões mais inteligentes. Duas
novas demonstrações estão agendadas para maio. Para mais informações, visite www.steptools.com.
Meio ambiente. As turbinas
eólicas estão chegando às áreas
urbanas. Novas tecnologias têm
sido desenvolvidas para gerar energia a partir de turbinas de pequeno
porte, concebidas para trabalhar
em condições de maior turbulência,
como as encontradas nas áreas
com maior número de construções.
Uma das pioneiras desse mercado é a britânica Quietrevolution, que
desenvolveu uma turbina eólica
com design helicoidal (torcido) e
eixo vertical. A turbina consegue
captar o vento de todas as direções
e funciona bem nas condições
típicas do entorno de edifícios, com
mudanças bruscas de velocidade e
direção. Graças à velocidade mais
lenta da extremidade da pá, seu
design é bem mais silencioso.
O primeiro modelo foi lançado
em 2007. Com 5 metros de altura e
3 metros de diâmetro, essa unidade
pode ser montada tanto no chão
como sobre um telhado, e gera de 6
mil a 10 mil quilowatts-hora por ano
em um local com bastante vento.
vento ganha do vinho na espanha
Negócios. O setor de energia
eólica espanhol está em franca
expansão. Segundo a Associação de Energia Eólica (AEE) da
Espanha, em 2007 o setor
contribuiu em 3,3 bilhões de
euros para o produto interno
bruto do país, incluindo exportações no valor de € 2,6 bilhões,
e empregou 38 mil pessoas. Isso
o torna mais importante para a
economia da Espanha do que
sua famosa indústria do vinho.
Vários fatores favoreceram
essa enorme expansão na Espanha, como algumas regulamentações governamentais em apoio
a “fontes ecológicas de energia”
e o crescimento dos parques
eólicos, o que tem impulsionado
a demanda nacional de peças
para moinhos de vento. Porém,
segundo a AEE, a maior parte do
crescimento para o fabricante
médio vem de fora. Metade das
peças para moinhos de vento
produzidas na Espanha é exportada para outros grandes mercados de energia eólica, como a
Alemanha, os EUA e a China.
Novo Pallet economiza espaço
inovação. A empresa sueca
Crossborder Technologies está
desafiando o mercado de pallets
tradicionais, ao introduzir pallets
feitos de aço e alumínio. Seus
pallets Turbo são muito mais leves
que os convencionais de madeira e
podem ser empilhados quando
vazios, ocupando apenas um terço
do espaço.
“O custo ao longo da vida útil dos
nossos pallets é muito mais baixo que
o dos pallets convencionais de
madeira. Eles duram cinco vezes mais
e custam três vezes menos para
serem transportados de volta após a
entrega da mercadoria. Além disso,
atendem as exigências de higiene da
indústria alimentícia”, afirma Lennart
Nilsson, CEO da Crossborder.
E o meio ambiente também sai
ganhando. Pelos cálculos da Crossborder, como esses pallets pesam
menos e têm menor volume, um
caminhão totalmente carregado pode
reduzir suas emissões anuais de CO2
em cerca de cinco toneladas. Além
disso, os pallets são 100% recicláveis.
A Crossborder foi a primeira empresa do mundo a fabricar pallets a
partir de chapas de aço finas. Após
receberem uma proteção anticorrosiva, as chapas são moldadas nos
formatos desejados e unidas para
criar estruturas delgadas, porém
resistentes. Para reduzir o atrito
e a corrosão, tiras de alumínio
são rebitadas na base das pernas
e nas superfícies onde os garfos
das empilhadeiras exercem pressão
nos pallets.
metalworking world 37
a solução
Carros rápidos
Novos modelos de carros tornaram-se tão
importantes para a indústria que seus
fabricantes estão fazendo lançamentos a
intervalos cada vez menores.
A fabricação das matrizes de estampar
necessárias para as peças exclusivas da
carroceria de qualquer novo modelo é um processo demorado. A aceleração desse processo
torna mais fácil para os fabricantes de carros
introduzirem novos modelos rapidamente.
ESCOLHA TRANQÜILA
COROMILL 300
Quando a questão for realizar o perfilamento de
matrizes de estampar em aço-ferramenta, a
CoroMill 300 serve para condições duras e
suaves. A fresa com pastilha redonda também
dá conta do faceamento suave e abertura de
bolsões em diversas operações, além de poder
ser usada para desbaste 3D e semi-acabamento de punções e machos em ferro fundido
nodular.
O que é uma matriz de estampar?
As matrizes de estampar dão forma aos itens da carroceria
dos automóveis (portas, capôs, pára-lamas, etc) a partir de
chapas metálicas. Cada matriz de estampar é única e exige
ferramentas de corte que contribuam para uma produção
eficiente com as mais altas tolerâncias.
EFEITO MÁXIMO
COROMILL 365
Para o faceamento da sapata da matriz, a nova CoroMill
365 costuma ser a opção mais produtiva. Ela é confiável
para faceamento de desbaste a semi-acabamento em
ferros fundidos e aços, pois apresenta taxas elevadas de
remoção de metal e combina resultados de alta
qualidade com segurança máxima do processo.
38 metalworking world
ilustração: petter lönegård
O PRÓXIMO PASSO
CORODRILL 880
A usinagem de matrizes de estampar geralmente exige
operações de furação. A CoroDrill 880 é indicada para todos
os tipos de furação em ferros fundidos, aços e aços endurecidos. A pastilha central da broca tem um formato exclusivo e
usa a “Step Technology”, que proporciona uma entrada suave
na peça e forças de corte balanceadas. Isso, por sua vez, gera
um aumento de produtividade de até 100% em comparação
com as brocas com pastilhas intercambiáveis convencionais.
Especialista em
fresamento de
cantos a 90°
CoroMill 390
São necessárias muitas operações de
fresamento de cantos a 90° para produzir uma
matriz de estampar, mas a CoroMill 390 é perfeita para todas elas. Trata-se de uma fresa versátil para fresamento profundo ou raso de cantos a 90° na usinagem geral. Por exemplo, na
usinagem de um assento de bucha-guia (usada
para alinhar as metades da matriz de estampar),
a fresa Long Edge oferece produtividade máxima. Essa fresa também é uma ótima opção para
operações de desbaste com aresta transversal.
FORTE E FLEXÍVEL
COROMILL 316
É hora de reduzir o estoque de ferramentas de
corte na sua matrizaria. A CoroMill 316 tem um
novo sistema de fresamento com cabeças intercambiáveis que oferece resistência para aplicações de desbaste a acabamento. O sistema de
cabeças intercambiáveis fornece grande flexibilidade com diferentes designs de cabeça de
fresa e serve para várias aplicações relacionadas à fabricação de matrizes de estampar.
ACELERADORA DE
PRODUTIVIDADE
CLASSE DE PASTILHAS GC1010
A nova classe de pastilhas GC1010 pode
trabalhar com velocidades de corte mais
altas na usinagem de aços endurecidos. Por
isso, é perfeita em pastilhas para o difícil
fresamento de matrizes de estampar em
aço-ferramenta. A tenacidade superior de
sua aresta de corte e maior resistência ao
desgaste a tornam ideal para desbaste até
acabamento. Com essa pastilha, seu
aumento de produtividade está garantido.
Leia mais
sobre matrizes
de estampar
à página 6.
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Coromant 2009:2
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Depois de anos trabalhando em parceria com nossos clientes,
aprendemos a tornar uma máquina nova um sucesso ainda
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ferramental à peça pronta, a fim de garantir o melhor desempenho
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Metalworking World 2/2009