O PAPEL DA FAMÍLIA E DA
ESCOLA NA PROMOÇÃO DA
APRENDIZAGEM
Profa. Dra. Maria Cecília
Gasparian
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A CAPACIDADE DE UMA CRIANÇA
APRENDER A LER E ESCREVER NAS
SÉRIES INICIAIS PODEM DEPENDER
TANTO DE COMO ELA É ENSINADA
QUANTO DA EXISTÊNCIA E DA NATUREZA
DOS LAÇOS ENTRE A ESCOLA E A
FAMÍLIA. Urie Bronfenbrenner
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
“Os pais inconscientemente deixam a seu
filho a carga de refazer sua história, mas
refazê-la de tal maneira que nada deveria
mudar, apesar de tudo. O paradoxo em
que a criança está presa produz logo
efeitos violentos; com efeito, raramente
há oportunidade de que a criança se
realize em seu próprio nome.” Maude
Mannoni
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
FAMÍLIA
CONJUNTO DE MÃE, PAI E FILHOS QUE VIVEM
OU VIVERAM NA MESMA CASA E QUE SE MANTÉM
ATRAVÉS DO EQUILÍBRIO ENTRE AS FUNÇÕES
DE SEUS MEMBROS
FILHOS
PODEM TER DIFERENTES LAÇOS DE SANGUE E,
AO CONVIVEREM NA MESMA CASA COM
ADULTOS CONSTITUEM
UM SISTEMA FAMILIAR

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ATENÇÃO: OS MODELOS INTERACIONAIS REVELAM A DINÂMICA
FAMILIAR:
ECOSSISTEMA FAMILIAR: a expressão ecologia do
desenvolvimento e contexto descreve os comportamentos
observados dentro do ambiente sócio-cultural onde a família está
inserida. Essa abordagem enfatiza que cada criança cresce num
ambiente social complexo (uma ecologia social) com um distinto
elenco de personagens. Esses personagens também estão inseridos
num sistema social mais amplo: os pais têm empregos dos quais
podem gostar ou não, podem ter amigos íntimos e acolhedores ou
podem ser muito isolados; podem viver numa vizinhança segura ou
cheia de perigos; a escola local pode ser excelente ou ruim; e os
pais podem ter bons ou maus relacionamentos com a escola. Esta
abordagem enfatiza a compreensão das maneiras pelas quais todos
os componentes desse complexo sistema interagem mutuamente.
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
EQUILÍBRIO EM 3 NÍVEIS:
NÍVEL INTRAPSÍQUICO: ONDE CADA PESSOA MANTÉM UM
BALANÇO ENTRE AS EXIGÊNCIAS BIOLÓGICAS E SOCIAIS,
PARA SE DEFENDER DAS TENSÕES GERADAS NO AMBIENTE
DE CONVIVÊNCIA

NÍVEL INTERPESSOAL: ONDE TODOS OS MEMBROS SÃO
AFETADOS UNS PELOS OUTROS

NÍVEL SOCIAL: ONDE TODOS OS MEMBROS INFLUENCIAM E
SÃO INFLUENCIADOS PELO AMBIENTE EXTRA FAMILIAR
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
HOMEOSTASE FAMILIAR:
TENDÊNCIA FAMILIAR DE SE MANTER A ESTABILIDADE
NAS CONDIÇÕES SOCIAIS E PSICO. COM A INTENÇÃO DE
CONTER E SUPRIR AS NECESSIDADES INDIVIDUAIS
ROMPE-SE O SISTEMA FAMILIAR QUANDO O MEIO NÃO É
ESTÁVEL
É O PROCESSO PELO QUAL MOTIVAÇÕES, AFETOS,
CONHECIMENTO E PODER SÃO COMPENSADOS NUM
EQUILÍBRIO (ADEQUADO OU NÃO)
É UM PROCESSO DINÂMICO DE FORÇAS QUE SE REALIZA
ATRAVÉS DE RELAÇÕES CIRCULARES
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
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
CADA FAMÍLIA TEM ESTRUTURA PRÓPRIA
ESTRUTURA: PADRÃO DEFINIDO, REPETITIVO DE
REGRAS E PAPÉIS DENTRO DOS QUAIS SE ESPERA QUE
OS MEMBROS FUNCIONEM
REGRAS E PAPÉIS: GOVERNAM O COMPORTAMENTO
FAMILIAR
TAREFAS FAMILIARES: DITADAS PELA CULTURA E
VALORES DE CADA FAMÍLIA
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
VALORES FAMILIARES
1) DAS EXPERIÊNCIAS DOS PAIS DURANTE O
CRESCIMENTO NAS SUAS FAMÍLIAS DE ORIGEM
2) DA FORMA DE VIVENCIAR ESSAS EXPERIÊNCIAS
NAS RELAÇÕES COM A SOCIEDADE E CULTURA
3) DA HISTÓRIA COMUM DO CASAL A PARTIR DO
MOMENTO EM QUE SE UNIRAM
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
TAREFAS FAMILIARES (REGRAS DE
CONVIVÊNCIA) SÃO:
1) PARCIALMENTE CONSCIENTES E SUJEITOS A
NEGOCIAÇÃO
2) PARCIALMENTE INCONSCIENTE, NÃO
NEGOCIÁVEIS E QUE VÃO DEPENDER DO
SISTEMA DE COMUNICAÇÃO E CÓDIGOS DE
MENSAGENS QUE IRÃO ESTABELECER
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
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
COM O NASCIMENTO DOS FILHOS:
1) TAREFA BÁSICA: AS ESSENCIAIS PARA A
SOBREVIVÊNCIA
2) DE DESENVOLVIMENTO: CONTÍNUO
DESENVOLVIMENTO DA FAMÍLIA. Ex.: EDUCAÇÃO
3) DE CRISE: AS QUE MOBILIZAM A FAMÍLIA PARA
LIDAR COM FATORES DE ESTRESSES. Ex: doenças ,
morte, etc.
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Comunicação na família

Família mantém contínua troca de
informação com um código próprio

Começa entre o casal

Processo de comunicação deve ser claro

Duplo vínculo (confusão comunicacional)
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Hierarquias na família

Fatores familiares que conduzem ao
estabelecimento de hierarquias entre as
crianças:

DOMINANTE – DOMINADOS

APAZIGUADORES – AGRESSIVOS

TEMEROSOS - EXPANSIVOS
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PERFIL DE COMPORTAMENTO:
DOMINANTE – AGRESSIVO: AGRESSÃO
ABERTA, DIFICULDADES EM ESTABELECER
VÍNCULOS
MÃE : RÍGIDA, FECHADA, IMPACIENTE E
APRESSADA, AMEAÇA CORPORAL E VERBAL.
NÃO ESCUTA A CRIANÇA, SÓ A REPREENDE,
LIMITAÇÃO
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

LÍDER: COMPORTAMENTO DE VÍNCULOS DE
APAZIGUAMENTO, SOLICITAM APROXIMAÇÃO,
CANALIZA AGRESSIVIDADE, NÃO SÃO
AMBÍGUOS
MÃE: ESCUTA SEU FILHO, ESTABELECE VÁRIOS
TIPOS DE DIÁLOGOS. POUCAS AMEAÇAS.
COMPORTAMENTO ESTÁVEL E ACOLHEDOR.
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

LÍDER COM COMPORTAMENTO
FLUTUANTE: VARIA ENTRE A LIDERANÇA
E AGRESSIVIDADE
MÃE: TAMBÉM APRESENTA FLUTUAÇÕES
DEPENDENDO DAS SITUAÇÕES DO
COTIDIANO
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

DOMINADOS COM MECANISMOS DE
LÍDER: SEQÜÊNCIA HOMOGÊNEA, CRIA
MUITOS VÍNCULOS
MÃE: SUBORDINADA AO PAI QUE IMPÕE
DE FATO A EDUCAÇÃO, A GUARDA,
ALIMENTAÇÃO, etc.
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
DOMINADO –TEMEROSO: CONDUTAS DE
TEMOR, RETROCESSO, FUGA, SOLICITA MUITO
DO ADULTO
MÃE: SUPER PROTETORA, ANSIOSA, ATENTA À
SAÚDE DA CRIANÇA, ALTERNA
APAZIGUAMENTO – TEMOR – INQUIETUDES,
MEDO DO ABANDONO
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

DOMINADOS (RETRAÍDOS): POUCOS
VÍNCULOS, POR SE SENTIREM
AMEAÇADOS SÃO APÁTICOS E
PERMANECEM AFASTADOS
MÃE: PARECE ABAFADA PELO
MARIDO.NÃO EXTERIORIZA SEU
COMPORTAMENTO, REPRESSIVA,
PRINCÍPIOS EDUCATIVOS RÍGIDOS
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

DOMINADOS AGRESSIVOS: ISOLADOS,
POUCO PARTICIPAM, RAROS VÍNCULOS.
AGRESSÕES IMPREVISÍVEIS
MÃE: APRESSADA, COBRA
INTELECTUALMENTE, PREDOMÍNIO DA
LINGUAGEM AO LÚDICO, CRIANÇA PODE
SER REJEITADA POR OUTRAS
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

As famílias que proporcionam altos níveis de
carinho e afeição, comparadas àquelas que são
mais frias ou rejeitadoras, tem filhos com
apegos mais seguros e melhores
relacionamentos com os companheiros.
As famílias com regras e padrões claros, e nível
relativamente elevados de expectativas ou
exigências de maturidade, e que insistem
consistentemente nessas regras e
expectativas, têm filhos que relevam maior autoestima e competência em uma grande variedade
de situações.
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

As crianças as quais se fala freqüentemente,
com frases complexas, e que também são
ouvidas, não apenas desenvolvem mais
rapidamente a linguagem como também tem
relacionamentos mais positivos e menos
conflitados com os pais.
Esses elementos do comportamento parental
ocorrem em combinações ou estilos de educação
dos filhos. Os teóricos sugerem quatro tipos
desses estilos: competente, autoritário,
permissivo e negligente.
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
O estilo competente inclui muito cuidado,
controle, comunicação e exigências de
maturidade; o autoritário inclui muito controle e
exigência de maturidade e pouco carinho e
comunicação; o estilo permissivo inclui muito
carinho e pouca comunicação, controle exigência
de maturidade; o estilo negligente apresenta
níveis muito baixos dessas quatro dimensões.
Em qual dessas categorias nós nos
identificamos?
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
O sistema familiar também é afetado pelas
características da criança, tais como
temperamento, idade, gênero e posição
na família. Os irmãos criados na “mesma”
família acabam sendo bastante diferentes
porque os pais geralmente se comportam
de modo diferente em relação à cada filho
devido as afinidades, tempo e momento
histórico familiar em que cada criança
nasceu.
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
As características dos pais que afetam o sistema
familiar incluem depressão e seu modo funcional
de apego. A estrutura familiar também tem um
impacto sobre o funcionamento da família, o
que por sua vez afeta o comportamento da
criança e do adolescente. Notamos que
atualmente há uma tendência de aumento de
crianças que passarão pelo menos uma porção
de sua infância numa família de progenitor
único, ou seja, de pais separados.
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

Mudanças na estrutura familiar tendem a
produzir uma breve perturbação (muitas vezes
incluindo um aumento no estilo parental
autoritário ou negligente) antes que o sistema
se adapte à nova forma.
As famílias com padrastos, especialmente as que
incluem adolescentes, são mais lentas nessa
adaptação, e muitas vezes continuam a
apresentar um estilo parental não competente
por longos períodos.
Profa. Dra. Maria Cecília
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

O trabalho da mãe afeta o sistema familiar ao
modificar a auto-imagem da mãe, aumentando
seu poder e alterando a distribuição das tarefas.
Os efeitos sobre as crianças geralmente são
positivos, especialmente para as meninas.
A perda do emprego do pai perturba o sistema
familiar, diminuindo o estilo parental competente
e a satisfação conjugal. Os filhos muitas vezes
apresentam perturbações no comportamento. O
caráter do trabalho do homem também tem um
efeito importante sobre suas interações
familiares.
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ETNICIDADE E CICLO DE VIDA



ETNICIDADE: “CONDIÇÃO DE POVO” BASEADA
NA COMBINAÇÃO DE RAÇA, RELIGIÃO,
HISTÓRIA, CULTURA
DESCREVE O QUE É TRANSMITIDO PELA
FAMÍLIA AO LONGO DAS GERAÇÕES
ENVOLVE PROCESSO PSICOLÓGICO DE
IDENTIDADE E CONTINUIDADE CULTURAL
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

FAMÍLIAS VARIAM DE ATITUDES EM
RELAÇÃO A ETNIA. EX.: NEGROS, JUDEUS
INTERSECCIONA-SE COM CLASSE,
RELIGIÃO, POLÍTICA, GEOGRAFIA,
PERÍODO DE TEMPO, GRUPO HISTÓRICO
E O GRAU DE DISCRIMINAÇÃO
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ESTÁGIOS DO CICLO DE VIDA DA FAMÍLIA
CASAMENTO E RECASAMENTO;
A TRANSIÇÃO PARA A PATERNIDADE
FAMÍLIAS COM CRIANÇAS PEQUENAS
FAMÍLIAS COM ADOLESCENTES
FAMÍLIA NO MEIO DA VIDA
CASAMENTO: A PRÓXIMA GERAÇÃO
PATERNIDADE: A PRÓXIMA GERAÇÃO
FAMÍLIAS NO ESTÁGIO TARDIO DE VIDA
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DIAGNÓSTICO (AVALIAÇÃO) E
INTERVENÇÃO


DIAGNÓSTICO: depende de inúmeras e
complexas variáveis, por isso não
devemos fazer diagnóstico ou “rotular”
nossa criança, mas sim, levantarmos
hipóteses de trabalho que irão nortear
nossas intervenções. Sugiro avaliação
A cada intervenção surgirá novas
hipóteses e novas intervenções.
Profa. Dra. Maria Cecília
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Diagnóstico e intervenção



Devemos ter sempre em mente que a família e a
escola são sistemas altamente complexos,
movidos por traumas, tramas e segredos.
Metáfora: quebra-cabeça onde tem peças
escondidas e não sabemos qual é a figura a ser
montada.
Cuidado para não ser “engolido” pela escola e
pela família. Nunca se esqueça: a escola e a
família querem que tudo mude, mas que tudo
permaneça como Profa.
está.
Dra. Maria Cecília
Gasparian
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O papel da família e da escola na
promoção da aprendizagem




Tanto a família quanto a escola devem
estabelecer uma parceria em prol do saudável
desenvolvimento da criança.
Vimos que as duas instituições são importantes
para a aprendizagem formal da criança.
Escola auxilia a família a desenvolver o futuro
cidadão,
A família auxilia a escola na valorização do
professor; apoiar a escola nas suas decisões,
Profa. Dra. Maria Cecília
Gasparian
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O papel da família e da escola na
promoção da aprendizagem




Uma deverá confiar na educação dada, tanto na
escola quanto em casa;
Saber o limite de sua atuação e intervenção
tanto da escola na família quanto da família na
escola.
A escola, (embora tenha em muito casos uma
ação terapêutica) deve saber de qual lugar ela
fala;
A família, por mais disfuncional que seja sua
atuação deve pedir ajuda e orientação à escola
quanto à educação formal da criança;
Profa. Dra. Maria Cecília
Gasparian
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O conhecimento do conhecimento
compromete. Compromete-nos a tomar
uma atitude de permanente vigilância
contra a tentação da certeza, a reconhecer
que nossas certezas não são provas da
verdade, como se o mundo que cada um
de nós vê fosse o mundo e não um mundo
que produzimos com outros. Comprometenos porque, ao saber que sabemos não
podemos negar o que sabemos”
Matura e Varela
Profa. Dra. Maria Cecília
Gasparian
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Maria Cecília Castro Gasparian
Ms. e Dra. em Educação: PUCSP
Psicopedagoga
Terapeuta de família
[email protected]
Profa. Dra. Maria Cecília
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O papel da família e da escola na promoção da aprendizagem