GEOGRAFIA
COMENTÁRIO DA PROVA
Muito boa a prova de Geografia da segunda fase da UFPR – 2015. As questões variaram o grau de dificuldade e
abordaram assuntos relevantes, como água, BRICS e urbanização. A abrangência foi do local ao global, envolvendo
conhecimentos básicos e de atualidades. Não apareceram as manjadas questões de cartografia e decorebas de
demografia.
Professores de Geografia do Curso Positivo.
Resolução:
O ciclo hidrológico (da água) corresponde ao processo de renovação da água de uma localidade. Envolve evaporação,
condensação, precipitação (chuvas), escoamento superficial e a infiltração. A energia solar e a gravidade movimentam
todo o ciclo hidrológico.
As atividades humanas podem alterar o ciclo da água com ações de desmatamento e impermeabilização que mudam os
padrões de escoamento e infiltração. Também a poluição, desperdício, excesso de consumo podem promover alterações,
diminuindo a oferta de água ao sistema ou alterando a qualidade da água.
Resolução:
São problemas urbanos relacionados ao clima:
– ilhas de calor;
– inversão térmica;
– névoa poluída (smog);
– chuvas ácidas;
– alterações no regime das chuvas;
– alterações no padrão dos ventos.
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Resolução:
BRICS foi inicialmente uma expressão (criada por Jim O`Neill) que se referia resumidamente a Brasil, Rússia, Índia e
China.
Posteriormente, os dirigentes desses países passaram a utilizar a expressão para encontros multilaterais e convidaram a
África do Sul a integrar o grupo.
Em julho de 2014, com o encontro de cúpula realizado em Fortaleza, os líderes dos países integrantes do BRICS
formalizaram a sua criação ao instituírem o Novo Banco de Desenvolvimento – NBD e o Acordo de Contingência de
Reserva – ACR, constituído pelos cinco participantes.
Entre as várias assimetrias existentes entre eles podem ser mencionadas:
– o regime democrático pleno vigente no Brasil e a ditadura socialista vigente na República Popular da China;
– o grande poderio militar da República Popular da China e da Rússia, que juntamente com a Índia possuem arsenais
nucleares e o efetivo militar juntamente com o respectivo arsenal do Brasil e da África do Sul;
– o crescimento do PIB da República Popular da China e dos demais integrantes.´
Resolução:
O crescimento desordenado das metrópoles brasileiras a partir dos anos 70 do século passado, impulsionado pelo êxodo
rural foi superior à capacidade de planejamento, gestão e fiscalização por parte dos poderes públicos municipais, estaduais
e federal.
A consequência foi a falência dos sistemas de mobilidade urbana, saneamento básico, sistema de financiamento de
moradias, segurança e demais políticas públicas.
Entre as dificuldades enfrentadas pelos moradores das regiões metropolitanas se destacam a decadência do transporte
coletivo, com ônibus e metrôs superlotados, inviabilidade prática de integração de modais de transporte e convivência
pacífica efetiva entre os seus usuários, uma vez que bicicletas, motocicletas, automóveis, pedestres e ônibus muitas vezes
disputam o mesmo espaço.
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Resolução:
Países populosos como a China e a Índia, com grande disponibilidade de mão de obra barata, acrescentados de incentivos
fiscais ofertados por seus respectivos governos têm atraído muitas empresas brasileiras para os seus territórios, ou ainda
oferecendo componentes para manufaturados como automóveis e eletrodomésticos a preços inferiores àqueles
produzidos no Brasil causam um efeito danoso em toda a indústria brasileira com fechamento de várias empresas e
demissões de trabalhadores.
O Custo Brasil também é um outro fator que desestimula a indústria nacional e estimula as importações dos países acima
mencionados.
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Resolução:
A expansão populacional ocorrida nas últimas décadas no entorno do município de Curitiba ocorreu ao longo dos eixos
rodoviários das BRs 116, 277, 376 e 476, por meio de loteamentos, ocupações ilegais e invasões em terrenos de
instituições públicas, estimulados pela facilidade de deslocamento a Curitiba por meio dessas rodovias.
Essas rodovias portanto, passam a ser eixos de onde se ramificam ruas e vielas que servem aos moradores.
Parte considerável dos moradores destes locais é constituída por famílias carentes que se estabelecem no entorno de
Curitiba oriunda de áreas rurais de outros municípios que, por falta de uma presença mais efetiva do Estado se voltam para
os líderes do tráfico de drogas e de assaltantes em busca de proteção e auxílio financeiro. Ou seja, nessas áreas a
presença ineficiente do Estado é substituída pelo submundo do crime organizado.
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Resolução:
A distribuição de renda no município de Curitiba não foge da lógica capitalista verificada em outras metrópoles brasileiras
com a concentração de renda maior no centro e em alguns bairros próximos. Ou ainda em condomínios horizontais de
classe média e alta em alguns bairros mais afastados.
Nos bairros mais afastados a distribuição de renda é marcada por predomínio de responsáveis por domicílios de
rendimentos de até dois salários mínimos.
Entre as várias causas que pode explicar essa disposição se destaca a especulação imobiliária que eleva o preço dos
imóveis no centro e em bairros que apresentem infraestrutura de melhor qualidade.
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Resolução:
Segundo o decreto 6.040 que instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades
Tradicionais no Brasil, “Povos e Comunidades Tradicionais são grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem
como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como
condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e
práticas gerados e transmitidos pela tradição.”
São considerados povos e comunidades tradicionais os povos da selva (indígenas) e quilombolas.
O aumento da violência relacionadas a essas populações ligam-se à disputa de suas terras que, ao longo do tempo, foram
invadidas ilegalmente por agricultores, madeireiros e pecuaristas que migraram do Centro-Sul do país com o estímulo do
governo para expandir a fronteira agrícola.
Com a demarcação de terras dos povos e comunidades tradicionais ocorrendo apenas nas últimas décadas o
remanejamento dos agricultores, madeireiros e pecuaristas encontra resistência por parte dos mesmos que procuram
atemorizar os indígenas e quilombolas por meio da violência como assassinatos de seus líderes e de religiosos e
funcionários do governo que se colocam em defesa deles.
Resolução:
O material rochoso, o clima, o relevo, o material orgânico e o tempo (cronológico) são os fatores envolvidos na formação
dos solos.
A decomposição das rochas locais ou os sedimentos transportados de outros ambientes compõe a base dos solos (as
rochas decompostas ou intemperizadas).
O clima atua na decomposição das rochas, seja com a umidade (intemperismo químico) ou variações térmicas
(intemperismo físico). Também favorece a vida, animal e vegetal, que auxiliam da decomposição das rochas e fornecem os
depósitos orgânicos ao solo.
O relevo, principalmente a declividade, interfere na erosão e infiltração da água, influindo na profundidade do solo.
O material orgânico dá fertilidade do solo. A camada superficial dos solos é a mais fértil, rica em húmus.
É necessário muito tempo para a formação de um solo*. O tempo é um agente passivo associado aos demais fatores de
formação do solo.
* Calcula-se que cada centímetro do solo se forma num intervalo de tempo de 100 a 400 anos! Os solos usados na
agricultura demoram entre 3000 a 12000 anos para tornarem-se produtivos.
(http://educar.sc.usp.br/ciencias/recursos/solo.html - Acesso: 02.12.2014)
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Resolução:
Os “desafios” para a exploração da Amazônia residem na implantação de atividades que respeitem a fragilidade e a
continuidade da natureza e dos povos nativos, ou seja, o estabelecimento da sustentabilidade. Isso demanda uma série de
ações, como educacionais, científicas e de fiscalização.
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GEOGRAFIA - UFPR - 2015-2a fase