FUTEBOL BRASILEIRO: UM PROJETO DE CALENDÁRIO Propostas de Melhorias do Calendário de Nosso Futebol Luis Filipe Chateaubriand 1 Copyright© 2009 por Luis Filipe Chateaubriand Título Original: Futebol Brasileiro: Um Projeto de Calendário – propostas de melhorias do calendário de nosso futebol Editor André Figueiredo Editoração Eletrônica Luciana Lima de Albuquerque PUBLIT SOLUÇÕES EDITORIAIS Rua Miguel Lemos, 41 sala 605 Copacabana - Rio de Janeiro - RJ - CEP: 22.071-000 Telefone: (21) 2525-3936 E-mail: [email protected] Endereço Eletrônico: www.publit.com.br 2 APRESENTAÇÃO Entre os anos de 2000 e 2002, escrevi três livros sobre o calendário do futebol brasileiro. O fiz porque considerava o mau calendário o principal problema do nosso futebol. Da lá para cá, houve mudanças: primeiro, com a adoção do Calendário Quadrienal, ainda em 2002, um fracasso1 ; depois, a implantação, em 2003, da metodologia de competição em turno e returno e resultado de acordo com pontos corridos para o Campeonato Brasileiro – medida acertada, relevante e exitosa. A questão central deste trabalho é que muita gente que milita no futebol acredita que, agora que temos o Campeonato Brasileiro realizado em turno e returno e com pontos corridos, os problemas de calendário do futebol brasileiro acabaram, ou reduziram-se drasticamente. E isto está longe de ser verdade. Definir-se que o Campeonato Brasileiro tem divisões de 20 clubes e é jogado em turno e returno e com pontos corridos é algo fundamental, porém insuficiente, para que se possa dizer ______________________________________ 1 Como, aliás, eu já previa, conforme escrevi no artigo “Mais Equívocos do que Acertos”, publicado no “Jornal do Brasil” de 08 de Julho de 2001. 3 que o calendário do nosso futebol é bom, já que uma série de nocivas práticas, em termos de calendário, convive com esta salutar medida. Podemos dizer, metaforicamente, que este copo ainda está muito mais para vazio, do que para cheio. É acreditando na idéia de que estamos longe de ter um calendário ao menos razoável que escrevo este documento. Passaram-se alguns anos desde que havia escrito algo a respeito, pela última vez, e pouco mudou. Continuo alimentando a esperança que, algum dia, o futebol brasileiro terá um bom calendário. É na pretensão de ajudar a construí-lo que escrevo o presente livro. O autor 4 Sumário CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO ............................................................... 7 CAPÍTULO II – UM CALENDÁRIO PARA OS CLUBES BRASILEIROS .. 15 2.01) Como é e como Deve Ser ............................................. 15 2.02) Campeonato Brasileiro .................................................. 18 2.03) Campeonatos Interestaduais ......................................... 42 2.04) Campeonatos Estaduais ................................................. 55 2.05) Copa do Brasil ................................................................. 77 2.06) Taça Libertadores da América ...................................... 84 2.07) Copa Panamericana ........................................................ 89 2.08) Supercopa do Brasil ........................................................ 94 2.09) Recopa das Américas ..................................................... 95 2.10) Torneio de Integração Nacional .................................. 96 2.11) Campeonato Mundial de Clubes ................................ 109 2.12) Projeto Final .................................................................. 113 CAPÍTULO III – UM CALENDÁRIO PARA A SELEÇÃO BRASILEIRA ..... 117 3.01) Como é e como Deve Ser ........................................... 117 3.02) Copa América ................................................................ 120 3.03) Copa das Confederações ............................................. 122 3.04) Campeonato da FIFA .................................................. 125 3.05) Copa do Mundo ............................................................ 127 3.06) Projeto Final .................................................................. 132 CAPÍTULO IV – QUESTÕES ESSENCIAIS A RESPEITO DO CALENDÁRIO PROPOSTO ................................................................. 134 4.01) Benefícios do Modelo de Calendário Proposto ...... 134 4.02) Principais Dúvidas (e Respostas) sobre o Calendário Proposto .............................................................. 138 4.03) Implantação do Projeto ............................................... 153 CAPÍTULO V – CONCLUSÕES .......................................................... 156 5 6 CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO À vista do cidadão comum, o futebol brasileiro representa o Brasil que dá certo. Afinal, somos o único país que esteve presente em todas as Copas do Mundo de futebol. Somos, também, o país de Pelé – o rei do futebol e cidadão mais conhecido do planeta – e de uma quantidade incomensurável de outros craques. Somos, ainda, cinco vezes campeões mundiais de futebol, número de conquistas no principal torneio futebolístico do mundo inalcançado por seleções de outros países. Com um histórico destes, aparenta-se ter, em nosso país, o futebol como uma atividade muito desenvolvida, extremamente organizada, gerida de modo profissional... Falso como ouro de tolo! As conquistas do futebol brasileiro, ainda há pouco comentadas, são, unicamente, fruto do trabalho dos profissionais que atuam ligados às quatro linhas. Notadamente, do jogador de futebol brasileiro, dotado de técnica, malícia e picardia incomuns. Do ponto de vista da gestão, o futebol brasileiro é atrasado: não foi por causa da boa gestão do futebol brasileiro que chegamos 7 ao que somos; foi apesar da má gestão do futebol brasileiro que chegamos lá. Vários problemas, resultado da má gestão, afetam o futebol brasileiro: estádios precários; violência (dentro e fora do campo); livre atuação dos cambistas na venda de ingressos; ação nociva de empresários, que extrapolam suas funções naturais; falta de profissionais qualificados nas divisões de base, mais preocupados em formar atletas medíocres do que em formar jogadores tecnicamente bons, o que vai de encontro à nossa escola futebolística; dirigentes de clubes despreparados e truculentos; e por aí vai. Entretanto, um destes problemas parece central, e, sem dúvida, acaba por ampliar a intensidade dos demais: o calendário irracional! O calendário do futebol brasileiro é ruim, muito ruim! Já foi pior, mas, ainda assim, não está sequer em patamar mediano. Enquanto não tivermos, no Brasil, um calendário decente, se continuará a ver o êxodo de nossos melhores jogadores para o exterior. Por seu turno, se conseguirmos reverter esta situação, tendo o melhor calendário possível, os clubes alcançarão receitas maiores, podendo manter os craques nacionais atuando por aqui. Mas, então, cumpre indagar: o que é um bom calendário? Para se responder a esta pergunta, deve-se desmembrar em três perspectivas a observação do calendário: a técnica, a comercial e a sistêmica. Do ponto de vista técnico, a idéia central é que o calendário não deve comprometer a saúde dos jogadores, ou seja, os jogadores precisam de tempo para treinamentos e descanso para que, estando em perfeitas condições físicas, possam apresentar melhor desempenho nas partidas. Assim, do ponto de vista técnico, bom calendário é o que: 8 • • • Garante um mês de férias aos jogadores. Garante que os clubes terão um mês de pré-temporada para treinamentos físicos, técnicos e táticos, e jogos amistosos, propiciando aos jogadores a possibilidade de desenvolverem melhores condições de bom desempenho ao longo da temporada. Garante que o número de jogos por semana de cada clube nunca seja inferior a um, ou seja, zero (para que os jogadores não fiquem inativos por muito tempo, perdendo ritmo de jogo), nem superior a dois (para que o desgaste dos jogadores não seja excessivo e, assim, os jogadores não tenham queda de rendimento)2 . Do ponto de vista comercial, bom calendário é o que possa garantir aos cerca de 700 clubes profissionais brasileiros jogos oficiais durante cerca de 10 dos 12 meses de um ano (dos dois meses restantes, um deve ser dedicado às férias dos jogadores, e outro, à pré-temporada), para que tenham atividades ao longo de uma temporada (ano) inteira, gerando receitas constantemente. Do ponto de vista sistêmico, bom calendário é: • O alinhado com o calendário do futebol europeu, o que permite que as transferências de jogadores entre um mercado e outro se dêem em épocas em que nenhum dos centros seja objeto das competições oficiais. ______________________________________ 2 Na verdade, o ideal, do ponto de vista técnico, seria que os jogadores fizessem apenas uma partida por semana. Contudo, isto se torna impraticável, devido ao número de competições existentes e à inviabilidade de extinguir algumas delas. Garantir que cada jogador faça um máximo de duas partidas por semana, assim, parece ser uma medida razoável, sobretudo se as competições periféricas, jogadas aos meios de semanas, tiverem fórmulas de disputa de caráter eliminatório, no todo ou parcialmente, o que diminui o tempo de duração da seqüência de dois jogos por semana – e é o que proponho. 9 • • O em que as competições de seleções nunca coincidem com as competições de clubes, com as referidas competições de seleções sendo realizadas em momentos nos quais os clubes não possuem jogos oficiais. O em que uma competição principal, normalmente o campeonato nacional, é jogada aos finais de semanas que envolvem a temporada, ao passo que os meios de semanas são reservados às outras competições – para que esta competição principal seja valorizada, sendo disputada nas melhores datas do calendário, os referidos finais de semanas. Daí, pergunto: existe um bom calendário no futebol brasileiro? A resposta é não: nem do ponto de vista técnico, nem do ponto de vista comercial, nem do ponto de vista sistêmico. Em assim sendo, cabe constatar que: • • • Do ponto de vista técnico, não temos um bom calendário, pois pré-temporada é algo que quase inexiste no futebol brasileiro – a maioria dos clubes tem pouco mais de 10 dias para realizá-la, anualmente. Do ponto de vista comercial, não temos um bom calendário, pois os clubes que não disputam o Campeonato Brasileiro em suas diversas divisões ficam “meses a fio” sem jogos oficiais. Assim, perdem os clubes, que ficam impossibilitados de usufruir de receitas de bilheteria e patrocínio durante a maior parte do ano, e perdem os próprios jogadores, já que o clube que fica sem jogar boa parte do ano dissolve seu elenco, e os jogadores ficam desempregados. Do ponto de vista sistêmico, não temos um bom calendário, pois não temos nem o calendário do futebol brasileiro alinhado ao calendário do futebol europeu (na Europa, de Julho de um ano até Junho do ano seguinte; aqui, de Janeiro 10 a Dezembro do mesmo ano), nem a Seleção Brasileira joga apenas quando não há jogos oficiais de clubes brasileiros (vêse, com freqüência, por exemplo, a Seleção jogar em dias em que há rodada de algum campeonato, ou no dia anterior ou posterior), e nem o Campeonato Brasileiro é jogado apenas aos finais de semanas (boa parte das rodadas do Campeonato Brasileiro, quase metade, é jogada em meios de semanas). Em resumo, muito se deve fazer para que o calendário do futebol brasileiro seja bom. Temos um calendário que beira o sofrível! Bem verdade é que houve melhorias, embora poucas, nos últimos anos, em termos de calendário: se tem, no Campeonato Brasileiro, da primeira e da segunda divisão, competições em turno e returno e por pontos corridos, o que mantém 40 clubes brasileiros em atividade ao longo de toda a temporada; e o enxugamento da forma de disputa de algumas competições, notadamente os Campeonatos Estaduais, fez com que o número de jogos máximo que um clube pode fazer por ano (que ultrapassava os 100 jogos, nas décadas de 80 e 90 do século passado) sofresse uma razoável redução. No entanto, graves problemas ainda persistem no calendário atual, a saber: a) Mais de 600 clubes jogam apenas os Campeonatos Estaduais durante a temporada toda, em cerca de três meses, e ficam o resto da temporada sem jogar. b) O número de datas necessárias para se cumprir o calendário atual é próximo a 90, o que é alto, embora apenas ligeiramente. c) É adotada, no calendário atual, a insensata prática de proibir clubes que disputam a Taça Libertadores da América de disputarem a Copa do Brasil, punindo a competência. 11 d) Amistosos e competições oficiais que envolvem a Seleção Brasileira são jogados em rodadas em que há, também, jogos de campeonatos que envolvem o futebol brasileiro. É comum, por exemplo, que quando a Seleção joga em uma quarta feira, haja rodada completa do campeonato em andamento na terça feira, ou que, quando a Seleção joga em um domingo, haja rodada completa do campeonato em andamento no sábado (entenda-se que, quando a Seleção joga, não deve haver rodada de competições de clubes e, por sua vez, só se devem programar jogos da Seleção quando não há rodadas de competições entre clubes; qualquer coisa fora disto é falta de profissionalismo, pois desfalca-se os clubes de seus principais jogadores, cedidos à Seleção). e) Várias rodadas do Campeonato Brasileiro, em suas divisões, são jogadas em meios de semanas, enquanto várias rodadas dos Campeonatos Estaduais são jogadas em finais de semanas. Em um calendário bem organizado, todas as rodadas do Campeonato Brasileiro – a competição mais importante – deveriam ser realizadas em finais de semanas, e todas as rodadas dos Campeonatos Estaduais – as competições menos importantes – deveriam ser realizadas em meios de semanas. f) Como já assinalado, a pré-temporada é algo que quase inexiste no Brasil, e isso não combina com calendário racional. g) Embora rara, a possibilidade de um clube jogar mais de duas partidas oficiais no período de uma semana, um contra senso, existe. A possibilidade de, por exemplo, um clube ter que jogar duas partidas pelo Campeonato Estadual e uma pela Copa do Brasil, totalizando três partidas na semana, pode acontecer, embora não seja freqüente. h) A falta de alinhamento com o calendário do futebol europeu faz com que os clubes principais percam seus principais jogadores, 12 transferidos para a Europa, perto da metade do Campeonato Brasileiro, desvalorizando a principal competição do calendário. i) As competições são mal distribuídas ao longo do ano. Isso faz com que, por exemplo, as finais da Taça Libertadores da América e da Copa do Brasil sejam na mesma época, e jogadas paralelamente ao início do Campeonato Brasileiro. O resultado disso é que os clubes envolvidos em alguma final jogam com o time reserva no início do Campeonato Brasileiro, desprestigiando-o (fácil seria resolver isso: era só programar a realização da Copa do Brasil e da Taça Libertadores da América para a segunda metade da temporada, quando o Campeonato Brasileiro já estivesse mais próximo do fim; duvido que, em um cenário destes, algum clube escalasse reservas no Campeonato Brasileiro, comprometendo a campanha em sua seqüência nesta competição...). Enfim, poderia continuar citando vicissitudes, mas as até aqui descritas parecem suficientes para mostrar que o calendário atual do futebol brasileiro não é bom! Melhorar é preciso. Este trabalho, assim, constitui-se em um projeto de aperfeiçoamento do calendário do futebol brasileiro. O primeiro capítulo, denominado “Introdução”, é o atual, prestes a se encerrar. O segundo capítulo, “Um Calendário para os Clubes Brasileiros”, constituir-se-á de uma metodologia para se construir, temporada a temporada, um calendário racional, que comporte os interesses de 700 clubes brasileiros. O terceiro capítulo, “Um Calendário para a Seleção Brasileira”, mostrará uma metodologia de calendário para as competições que envolvem a Seleção principal, com o intuito de se evitar que os jogos da Seleção coincidam com os jogos de competições de clubes. O quarto capítulo, “Questões Essenciais a Respeito do Calendário Proposto”, versará sobre o detalhamento dos fatores mais críticos 13 do trabalho. Enfim, o quinto capítulo, “Conclusões”, mostrará a síntese do projeto e sua relação com a realidade do futebol. Ao terminar este primeiro capítulo, devo dizer algo que será diretriz para as próximas linhas e páginas: para proceder-se um bom calendário, equilíbrio é a palavra chave. Clubes jogarem muito é ruim, gera desgaste de imagem. Clubes jogarem pouco também é ruim, incorre-se em falta de receitas. Ter poucos clubes que jogam muito e muitos clubes que jogam pouco é o pior dos mundos, e é próximo a isto que se está. É hora de mudar de rumo! 14 CAPÍTULO II – UM CALENDÁRIO PARA OS CLUBES BRASILEIROS 2.01) Como é e como Deve Ser As mazelas do calendário atual foram descritas genericamente no capítulo anterior, e detalhá-las seria algo chato aos olhos de quem lê. Em assim sendo, pouparei o leitor desse dissabor. Apenas é necessário retratar, de forma ligeira, como é o calendário atual. Ele é composto de 91 datas, ou rodadas, por temporada3 , a saber: • • Trinta e oito datas, ou rodadas, são dedicadas ao Campeonato Brasileiro. Vinte e três datas, ou rodadas, são dedicadas aos Campeonatos Estaduais (tomando-se, como base, o Campeonato Paulista). ______________________________________ 3 Não está incluso o Campeonato Mundial Interclubes, realizado anualmente, no Japão. Esta competição não é realizada ao longo da temporada regular do futebol brasileiro, mas já no período de férias dos jogadores, em Dezembro. 15 • • • Dezesseis datas, ou rodadas, são dedicadas à Taça Libertadores da América e à Copa do Brasil, realizadas simultaneamente (as 12 rodadas da Copa do Brasil, assim, estão englobadas nas 16 rodadas da Libertadores). Doze datas, ou rodadas, são dedicadas à Copa Sulamericana. Duas datas, ou rodadas, são dedicadas à Recopa Sulamericana (dois jogos entre o clube campeão da Libertadores e o clube campeão da Sulamericana da temporada anterior). Ora, apenas aí, já se tem uma distorção considerável: para se ter 91 datas, ou rodadas, para cumprir o calendário – ao ritmo de duas datas, ou rodadas, por semana –, precisa-se de 46 semanas incompletas. Com de quatro a cinco semanas de férias dos jogadores, são precisas 50 ou 51 semanas por ano para se realizar tudo. Como cada ano tem 52 semanas, sobram uma, ou, no máximo, duas semanas para que os clubes façam a pré-temporada – algo ridículo. Não é razoável que seja assim! A partir deste dado, começo a estruturar o meu projeto: o razoável, ao meu ponto de vista, é que tenhamos dois meses seguidos sem jogos oficiais – um deles, dedicado às férias dos jogadores; outro, à pré-temporada – e, depois, os 10 meses seguintes com competições em jogos oficiais. Ora, dois meses equivalem a nove semanas. Como, em um ano, temos 52 semanas, sobram 43 semanas para jogos e competições oficiais. Levando em consideração que se deve ter algumas datas sobrantes para jogos que tenham sido adiados por algum motivo, parece que 42 semanas para jogos e competições oficiais é um bom número. Se cada uma dessas 42 semanas tiver duas datas, ou rodadas, disponíveis (uma, no meio de semana; outra, no final de semana), tem-se 84 datas, ou rodadas, para se estruturar o calendário. 16 Bom, mas como distribuir, pelas competições, as 84 datas, ou rodadas, disponíveis? Da seguinte forma: Competição Campeonato Brasileiro (três divisões) Campeonatos Interestaduais e Campeonatos Estaduais (simultâneos) Taça Libertadores da América e Copa Panamericana (simultâneos) Copa do Brasil Supercopa do Brasil Recopa das Américas Total Datas / Rodadas 38 21 11 10 2 2 84 Observação: Proponho, também, a realização do Torneio de Integração Nacional, uma espécie de quarta divisão do Campeonato Brasileiro, a se realizar em 42 datas, ou rodadas. As 42 datas, ou rodadas, desta competição devem ser jogadas simultaneamente a três competições que também somam 42 datas, ou rodadas: a Supercopa do Brasil (duas rodadas), o Campeonato Brasileiro (38 rodadas) e a Recopa das Américas (duas rodadas). Algo é importante acrescentar: como proponho que o calendário do futebol brasileiro seja alinhado ao calendário do futebol europeu, as 84 datas, ou rodadas, aqui propostas, devem ser arroladas entre Agosto (ou final de Julho) de um ano e Maio do ano seguinte. O passo seguinte é responder como realizar cada uma das competições no número de datas, ou rodadas, mencionado. Como realizar o Campeonato Brasileiro em 38 datas, ou rodadas? Como realizar os Campeonatos Interestaduais em 21 datas, ou rodadas? Como realizar os Campeonatos Estaduais em 21 datas, ou rodadas? E assim por diante. Esta é a tarefa que procederei em seguida. 17 2.02) Campeonato Brasileiro Então, a pergunta é: como realizar o Campeonato Brasileiro em 38 datas, ou rodadas? Não parece ser muito difícil responder: da mesma forma que atualmente, com algumas adaptações. Se há algo que parece acertado no que os dirigentes principais do futebol brasileiro fizeram nas últimas décadas, isto foi a adoção do Campeonato Brasileiro realizado em turno e returno e com pontos corridos. Confesso que tenho dúvidas se 20 clubes por divisão, como tem sido, é o número ideal. Alguns argumentam, não sem certa razão, que 22 clubes por divisão permitiriam que mais mercados fossem contemplados. Outros preferem 18 por divisão, o que abriria espaço para excursões dos clubes principais. Ainda há os que preferem 16 clubes por divisão, o que poderia permitir que as excursões dos clubes principais fossem maiores. Quantos por divisão? Dezesseis? Dezoito? Vinte e dois? Ou 20? Qualquer desses números é aceitável: no máximo deles, ocupa-se melhor a temporada com competições oficiais; no mínimo deles, as competições oficiais são mais enxutas, e há um período generoso para excursões dos clubes principais. Mas, já há alguns anos, tem-se 20 clubes por divisão. Isso criou um hábito, um costume, deu à competição uma aura de estabilidade e de credibilidade. Então, mudar seria um risco que não vale a pena correr. Assim, defendo a idéia de que os 20 clubes por divisão devem ser mantidos. Como todos jogam contra todos em turno e returno, são 19 rodadas no turno e 19 rodadas no returno, ou seja, 38 rodadas. 18 A proposta, então, é que, como hoje, tenhamos o Campeonato Brasileiro em três divisões, cada uma delas com 20 clubes. O modo de disputa continuaria sendo a prática de todos os clubes jogando entre si em turno e returno e com pontos corridos4 . Não se pense, entretanto, que o modelo atual do Campeonato Brasileiro é perfeito. Algumas disfunções devem ser sanadas, a saber: a) Os quatro primeiros colocados da competição classificaremse para a Libertadores da temporada seguinte, como atualmente, é pouco, não condiz com a tradição do futebol brasileiro. Cinco clubes devem se classificar, por temporada, para a Libertadores. b) Os quatro últimos colocados de cada divisão irem para a divisão imediatamente inferior, por temporada, também é pouco. Vários clubes de bom nível de divisões menores pleiteiam uma vaga na divisão maior. Para aumentar os atrativos das competições das divisões menores, o acesso / descenso entre uma divisão e outra deve ser de cinco clubes. c) É exagerado permitir que até o décimo primeiro colocado da primeira divisão classifique-se para a Copa Sulamericana – ou seja, um clube da “parte de baixo da tabela” pode classificar-se para uma competição internacional. Proponho que só se classifiquem para a Copa Panamericana (que substituiria a Copa Sulamericana) clubes que chegarem até a décima colocação ______________________________________ 4 Inclusive no recém criado Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão com 20 clubes. A crítica que se faz à terceira divisão em pontos corridos é que os gastos seriam expressivos, devidos às necessidades de transporte dos clubes. Porém, qualquer forma alternativa poderia reduzir custos, mas também reduziria ganhos, pois a metodologia de turno e returno e com pontos corridos é a mais fácil de entender, a que gera maior credibilidade e, em conseqüência, a que alavanca mais receitas. 19 na primeira divisão – mais precisamente, entre a sexta e a décima colocação. d) A tabela do Campeonato Brasileiro, em qualquer de suas divisões, possui imperfeições grosseiras, como clubes que jogam até quatro rodadas seguidas com, ou sem, o mando de campo. Isto deve ser corrigido. e) Principal problema: várias rodadas do Campeonato Brasileiro, com suas divisões, são jogadas em meios de semanas. O Campeonato Brasileiro é a principal competição do calendário e, para ser valorizado, deve ser jogado apenas aos finais de semanas. Resumindo: embora o Campeonato Brasileiro esteja sendo disputado com a fórmula correta, há diversas imperfeições a ser objeto de atenção. Então, começando a detalhar como deve ser o Campeonato Brasileiro, ter-se-ia 20 clubes na primeira divisão, ter-se-ia 20 clubes na segunda divisão e ter-se-ia 20 clubes na terceira divisão – como atualmente. Em cada divisão, a fórmula de disputa seria a seguinte: todos os clubes jogariam entre si em turno e returno, com o clube campeão sendo o que conseguisse somar, ao longo da competição, o maior número de pontos corridos. Seriam, portanto, 19 rodadas no turno e 19 rodadas no returno, em um total de 38 rodadas – também como atualmente. Como dito anteriormente, parece-me insuficiente que, como acontece atualmente, apenas os quatro primeiros colocados consigam uma vaga na Taça Libertadores da América da temporada seguinte. Partindo do pressuposto, que julgo razoável, que o número de clubes que disputa estas vagas até a última rodada da competição é, a grosso modo, o dobro do número de vagas, 20 temos, na situação atual, oito clubes disputando as quatro vagas até a última rodada. Ora, se cinco clubes se classificarem para a Libertadores, seguindo a mesma linha de raciocínio, haverá 10 clubes disputando as cinco vagas. E 10 clubes são a metade do total de clubes de uma divisão do Campeonato Brasileiro. Ou seja: tendo-se cinco classificados para a Libertadores, ao invés de quatro, conseguese que metade dos clubes envolvidos na competição lutem por essas vagas até o fim do campeonato. Óbvio está que o mesmo raciocínio vale para a segunda e a terceira divisão: o acesso dos cinco melhores da segunda para a primeira permite que 10 clubes da segunda disputem estas vagas até o final do certame; e o acesso dos cinco melhores da terceira para a segunda permite que 10 clubes da terceira disputem estas vagas até o final do certame. Por divisão, dos 10 melhores clubes, cinco se classificam para a divisão acima (ou para a Libertadores, no caso da primeira divisão), e cinco não são contemplados. Para o descenso, o raciocínio é similar. Ou seja, os cinco últimos colocados de cada divisão devem ser rebaixados para a divisão imediatamente posterior, na temporada seguinte. Assim, os 10 piores clubes da primeira divisão lutam até o final do certame para não irem para a segunda divisão, da mesma forma que os 10 piores clubes da segunda divisão lutam até o final do certame para não irem para a terceira divisão, da mesma forma que os 10 piores clubes da terceira divisão lutam até o final do certame para não saírem dela, indo para o Torneio de Integração Nacional. Por divisão, dos 10 piores clubes, cinco se livram do rebaixamento, e cinco são rebaixados. O objetivo desta medida é propiciar que, por divisão, os clubes possam ter objetivos a serem cumpridos até o final das 21 competições, o que evita os conhecidos “jogos que não valem nada”. Na medida que, por divisão, os 10 melhores clubes lutam para estar entre os cinco primeiros (sendo premiados com o acesso e, no caso da primeira divisão, com a classificação para a Taça Libertadores da América), e os 10 piores clubes lutam para não estar entre os cinco últimos (para escaparem do rebaixamento), todos os 20 clubes de cada divisão têm objetivos a cumprir ao longo do campeonato. Resumindo, a proposta para acesso e descenso é esta: • • Os cinco primeiros colocados do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão disputam a Taça Libertadores da América da temporada seguinte, da mesma forma que os cinco primeiros colocados do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão disputam o Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão da temporada seguinte, da mesma forma que os cinco primeiros colocados do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão disputam o Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão da temporada seguinte, da mesma forma que os cinco primeiros colocados do Torneio de Integração Nacional disputam o Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão da temporada seguinte. Os cinco últimos colocados do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão disputam o Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão da temporada seguinte, da mesma forma que os cinco últimos colocados do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão disputam o Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão da temporada seguinte, da mesma forma que os cinco últimos colocados do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão disputam o Torneio de Integração Nacional da temporada seguinte. 22 Pela proposta, as 38 rodadas seriam realizadas em 19 finais de semana entre Agosto (ou final de Julho, dependendo das circunstâncias) e Dezembro de um ano (primeiro turno) e em 19 finais de semanas entre Janeiro e Maio do ano seguinte (segundo turno). Elaborar uma tabela racional para este tipo de competição parece algo fácil, mas as aparências enganam. A confecção de uma boa tabela para competições de 20 clubes em pontos corridos inclui a necessidade da existência de três critérios, a saber: • • Clubes rivais devem formar pares em situações opostas. Por exemplo: se o Flamengo RJ joga com o mando de campo, o Fluminense RJ deve jogar sem o mando de campo (e vice versa); tal situação deve-se dar, também, com Corínthians SP e Palmeiras SP, Grêmio RS e Internacional RS, Atlético MG e Cruzeiro MG, etc. A adoção desta medida evita que, a cada rodada, clubes do mesmo centro estejam na mesma situação, evitando o excesso ou a falta de jogos em uma mesma rodada em determinada praça (por exemplo, ao longo do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão, o Grêmio RS realizará 19 jogos em casa e o Internacional RS, também, em um total de 38 jogos realizados em Porto Alegre. Como são 38 rodadas, é melhor que se tenha um jogo em Porto Alegre a cada rodada do que se ter rodadas em Porto Alegre com dois jogos e rodadas sem nenhum). Em um campeonato de 20 clubes, é possível formar 10 pares em situações opostas. Metade dos clubes deve fazer 10 jogos com mando de campo no turno e nove jogos com mando de campo no returno. A outra metade deve fazer nove jogos com mando de campo no turno e 10 jogos com mando de campo no returno. Esta configuração garante um equilíbrio de situação entre os clubes disputantes. 23 • Nenhum clube deve fazer uma série maior de dois jogos seguidos em casa ou fora de casa (o que estou chamando de jogar em casa ou fora de casa é ter ou não o mando de campo. Se há, em São Paulo, um jogo São Paulo SP x Corínthians SP, o Corínthians SP está jogando fora de casa – apesar de estar atuando em sua cidade – já que o mando de campo é do São Paulo SP), para se evitar que os clubes fiquem afastados de sua torcida por muito tempo, ou que fiquem perto de sua torcida repetidamente. Como se vê, montar uma tabela para um campeonato de 20 clubes em turno e returno e com pontos corridos não chega a ser uma tarefa difícil. O difícil é montar uma boa tabela, já que se deve atender aos três critérios mencionados simultaneamente. Dá para fazer? Com certeza. Como? Eis uma alternativa (chamarei os clubes de time01, time02, time03, ..., time20; os clubes que tiverem o mando de campo terão seu nome destacado em negrito): Primeira Rodada Time01 Time02 x x time20 time19 Time03 Time04 Time05 Time06 x x x x time18 time17 time16 time15 Time07 Time08 Time09 x x x time14 time13 time12 Time10 x time11 24 Segunda Rodada Terceira Rodada Quarta Rodada Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time06 Time07 Time08 Time09 Time10 Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time06 Time07 Time08 Time09 Time10 Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time06 Time07 Time08 Time09 Time10 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 25 time19 time18 time17 time16 time15 time14 time13 time12 time11 time20 time18 time17 time16 time15 time14 time13 time12 time11 time20 time19 time17 time16 time15 time14 time13 time12 time11 time20 time19 time18 Quinta Rodada Sexta Rodada Sétima Rodada Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time06 Time07 Time08 Time09 Time10 Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time06 Time07 Time08 Time09 Time10 Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time06 Time07 Time08 Time09 Time10 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 26 time16 time15 time14 time13 time12 time11 time20 time19 time18 time17 time15 time14 time13 time12 time11 time20 time19 time18 time17 time16 time14 time13 time12 time11 time20 time19 time18 time17 time16 time15 Oitava Rodada Nona Rodada Décima Rodada Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time06 Time07 Time08 Time09 Time10 Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time06 Time07 Time08 Time09 Time10 Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time06 Time07 Time08 Time09 Time10 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 27 time13 time12 time11 time20 time19 time18 time17 time16 time15 time14 time12 time11 time20 time19 time18 time17 time16 time15 time14 time13 time11 time20 time19 time18 time17 time16 time15 time14 time13 time12 Décima Primeira Rodada Décima Segunda Rodada Décima Terceira Rodada Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time11 Time12 Time13 Time14 Time15 Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time11 Time12 Time13 Time14 Time15 Time01 Time02 Time03 Time04 Time09 Time11 Time12 Time13 Time14 Time19 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 28 time10 time09 time08 time07 time06 time20 time19 time18 time17 time16 time09 time08 time07 time06 time10 time19 time18 time17 time16 time20 time08 time07 time06 time05 time10 time18 time17 time16 time15 time20 Décima Quarta Rodada Décima Quinta Rodada Décima Sexta Rodada Time01 Time02 Time03 Time04 Time08 Time11 Time12 Time13 Time14 Time18 Time01 Time02 Time03 Time07 Time08 Time11 Time12 Time13 Time17 Time18 Time01 Time02 Time03 Time06 Time07 Time11 Time12 Time13 Time16 Time17 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 29 time07 time06 time05 time10 time09 time17 time16 time15 time20 time19 time06 time05 time04 time09 time10 time16 time15 time14 time19 time20 time05 time04 time10 time09 time08 time15 time14 time20 time19 time18 Décima Sétima Rodada Décima Oitava Rodada Décima Nona Rodada Time01 Time02 Time05 Time06 Time07 Time11 Time12 Time15 Time16 Time17 Time01 Time02 Time04 Time05 Time06 Time11 Time12 Time14 Time15 Time16 Time01 Time03 Time04 Time05 Time06 Time11 Time13 Time14 Time15 Time16 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 30 time04 time03 time09 time08 time10 time14 time13 time19 time18 time20 time03 time10 time09 time08 time07 time13 time20 time19 time18 time17 time02 time09 time08 time07 time10 time12 time19 time18 time17 time20 Vigésima Rodada Vigésima Primeira Rodada Vigésima Segunda Rodada Time01 Time03 Time04 Time05 Time06 Time11 Time13 Time14 Time15 Time16 Time01 Time02 Time04 Time05 Time06 Time11 Time12 Time14 Time15 Time16 Time01 Time02 Time05 Time06 Time07 Time11 Time12 Time15 Time16 Time17 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 31 time02 time09 time08 time07 time10 time12 time19 time18 time17 time20 time03 time10 time09 time08 time07 time13 time20 time19 time18 time17 time04 time03 time09 time08 time10 time14 time13 time19 time18 time20 Vigésima Terceira Rodada Vigésima Quarta Rodada Vigésima Quinta Rodada Time01 Time02 Time03 Time06 Time07 Time11 Time12 Time13 Time16 Time17 Time01 Time02 Time03 Time07 Time08 Time11 Time12 Time13 Time17 Time18 Time01 Time02 Time03 Time04 Time08 Time11 Time12 Time13 Time14 Time18 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 32 time05 time04 time10 time09 time08 time15 time14 time20 time19 time18 time06 time05 time04 time09 time10 time16 time15 time14 time19 time20 time07 time06 time05 time10 time09 time17 time16 time15 time20 time19 Vigésima Sexta Rodada Vigésima Sétima Rodada Vigésima Oitava Rodada Time01 Time02 Time03 Time04 Time09 Time11 Time12 Time13 Time14 Time19 Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time11 Time12 Time13 Time14 Time15 Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time11 Time12 Time13 Time14 Time15 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 33 time08 time07 time06 time05 time10 time18 time17 time16 time15 time20 time09 time08 time07 time06 time10 time19 time18 time17 time16 time20 time10 time09 time08 time07 time06 time20 time19 time18 time17 time16 Vigésima Nona Rodada Trigésima Rodada Trigésima Primeira Rodada Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time06 Time07 Time08 Time09 Time10 Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time06 Time07 Time08 Time09 Time10 Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time06 Time07 Time08 Time09 Time10 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 34 time11 time20 time19 time18 time17 time16 time15 time14 time13 time12 time12 time11 time20 time19 time18 time17 time16 time15 time14 time13 time13 time12 time11 time20 time19 time18 time17 time16 time15 time14 Trigésima Segunda Rodada Trigésima Terceira Rodada Trigésima Quarta Rodada Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time06 Time07 Time08 Time09 Time10 Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time06 Time07 Time08 Time09 Time10 Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time06 Time07 Time08 Time09 Time10 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 35 time14 time13 time12 time11 time20 time19 time18 time17 time16 time15 time15 time14 time13 time12 time11 time20 time19 time18 time17 time16 time16 time15 time14 time13 time12 time11 time20 time19 time18 time17 Trigésima Quinta Rodada Trigésima Sexta Rodada Trigésima Sétima Rodada Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time06 Time07 Time08 Time09 Time10 Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time06 Time07 Time08 Time09 Time10 Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time06 Time07 Time08 Time09 Time10 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 36 time17 time16 time15 time14 time13 time12 time11 time20 time19 time18 time18 time17 time16 time15 time14 time13 time12 time11 time20 time19 time19 time18 time17 time16 time15 time14 time13 time12 time11 time20 Trigésima Oitava Rodada Time01 Time02 Time03 Time04 Time05 Time06 Time07 Time08 Time09 Time10 x x x x x x x x x x time20 time19 time18 time17 time16 time15 time14 time13 time12 time11 Esta tabela confeccionada pode servir de modelo padrão para qualquer campeonato de 20 clubes onde todos jogam contra todos em sistema de pontos corridos, já que atende aos três critérios para uma boa elaboração já citados. Se não, vejamos: • • • Como proposto, cada time tem o seu par (time01 com time20, time02 com time19, time03 com time18, time04 com time17, time05 com time16, time06 com time15, time07 com time14, time08 com time13, time09 com time12 e time10 com time11). Metade dos clubes está jogando 10 partidas com o mando de campo no turno e nove partidas com o mando de campo no returno. A outra metade está jogando nove partidas com o mando de campo no turno e 10 partidas com o mando de campo no returno. Nenhum clube faz, por turno, uma seqüência de três partidas em casa ou de três partidas fora de casa. Este número chega, no máximo, a duas partidas. Logo, resta tão somente substituir os times numerados (time01, time02, time03, etc.) pelos nomes dos clubes que se desejar. 37 Observação: Repare-se que o modelo serve para colocar clubes em situações opostas até com um deles participando de uma das divisões e o outro participando de outra. Exemplo: imagine-se que o Flamengo RJ está na primeira divisão e o Vasco da Gama RJ está na segunda divisão. Dois times do Rio de Janeiro – cada um deles terá o mando de campo em 19 jogos –, tem-se um total de 38 jogos dos dois clubes juntos na capital carioca ao longo da temporada. O bom senso diz que se deve fazer apenas um jogo por rodada desses clubes no Rio de Janeiro, já que são 38 jogos em 38 rodadas. Para isto, o Flamengo RJ deve ter um comportamento oposto ao do Vasco da Gama RJ. Como fazer? Simples. Basta que o número do time do Vasco da Gama RJ, na segunda divisão, seja o número oposto ao do time do Flamengo RJ, na primeira. Assim, por exemplo, se o Flamengo RJ for o time01 na primeira divisão, o Vasco da Gama RJ será o time20 (oposto do time01), na segunda. Como quando o time01 joga em casa o time20 joga fora de casa e vice versa, apenas um dos dois clubes jogará com o mando de campo em cada rodada, tornando fácil o cumprimento do objetivo estabelecido. Desta forma, façamos um esboço imaginário, uma simulação, do que podem vir a ser o Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão, o Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão e o Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão, com os clubes que jogarão estas divisões em 2009. • Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão: Clubes: São Paulo SP, Santos SP, Palmeiras SP, Corínthians SP, Santo André SP, Barueri SP, Flamengo RJ, Fluminense RJ, 38 Botafogo RJ, Atlético MG, Cruzeiro MG, Grêmio RS, Internacional RS, Atlético PR, Coritiba PR, Sport PE, Náutico PE, Avaí SC, Vitória BA, Goiás GO. Regulamento: Todos os clubes jogam entre si em jogos de ida e volta. O clube que somar maior número de pontos é o campeão. Os clubes que chegarem nas cinco primeiras colocações disputam a Taça Libertadores da América da próxima temporada. Os clubes que chegarem entre a sexta e a décima colocação disputam a Copa Panamericana da próxima temporada. Os clubes que chegarem nas cinco últimas colocações disputam o Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão da próxima temporada. Numeração dos Clubes (sabendo-se o número de cada clube, pode-se elaborar a tabela da competição, conforme mostrei ainda há pouco): time01 – Flamengo RJ; time02 – Botafogo RJ; time03 – Barueri SP; time04 – Náutico PE; time05 – Grêmio RS; time06 – Corínthians SP; time07 – Atlético MG; time08 – Atlético PR; time09 – São Paulo SP; time10 – Avaí SC; time11 – Goiás GO; time12 – Santos SP; time13 – Coritiba PR; time14 – Cruzeiro MG; time15 – Palmeiras SP; time16 – Internacional RS; time17 – Sport PE; time18 – Santo André SP; time19 – Vitória BA; time20 – Fluminense RJ. • Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão: Clubes: Bragantino SP, Ponte Preta SP, Guarani SP, Portuguesa SP, São Caetano SP, América RN, ABC RN, Fortaleza CE, Ceará CE, Vasco da Gama RJ, Caxias RJ, Vila Nova GO, Atlético GO, Brasiliense DF, Juventude RS, Paraná PR, Bahia BA, Figueirense SC, Ipatinga MG, Campinense PB. Regulamento: Todos os clubes jogam entre si em jogos de ida e volta. O clube que somar maior número de pontos é o 39 campeão. Os clubes que chegarem nas cinco primeiras colocações disputam o Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão da próxima temporada. Os clubes que chegarem nas cinco últimas colocações disputam o Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão da próxima temporada. Numeração dos Clubes (sabendo-se o número de cada clube, pode-se elaborar a tabela da competição, conforme mostrei ainda há pouco): time01 – Caxias RJ; time02 – Bahia BA; time03 – São Caetano SP; time04 – ABC RN; time05 – Ipatinga MG; time06 – Ponte Preta SP; time07 – Fortaleza CE; time08 – Paraná PR; time09 – Brasiliense DF; time10 – Vila Nova GO; time11 – Figueirense SC; time12 – Atlético GO; time13 – Juventude RS; time14 – Ceará CE; time15 – Guarani SP; time16 – Bragantino SP; time17 – América RN; time18 – Portuguesa SP; time19 – Campinense PB; time20 – Vasco da Gama RJ. • Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão: Clubes: Marília SP, Guaratinguetá SP, Brasil RS, Caxias RS, Criciúma SC, Marcílio Dias SC, Águia Marabá PA, Paysandu PA, CRB AL, ASA AL, América MG, Ituiutaba MG, Mixto MT, Luverdense MT, Confiança SE, Salgueiro PE, Icasa CE, Sampaio Corrêa MA, Rio Branco AC, Gama DF. Regulamento: Todos os clubes jogam entre si em jogos de ida e volta. O clube que somar maior número de pontos é o campeão. Os clubes que chegarem nas cinco primeiras colocações disputam o Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão da próxima temporada. Os clubes que chegarem nas cinco últimas colocações disputam o Torneio de Integração Nacional da próxima temporada. 40 Numeração dos Clubes (sabendo-se o número de cada clube, pode-se elaborar a tabela da competição, conforme mostrei ainda há pouco): time01 – Paysandu PA; time02 – CRB AL; time03 – Marcílio Dias SC; time04 – Ituiutaba MG; time05 – Marília SP; time06 – Luverdense MT; time07 – Icasa CE; time08 – Caxias RS; time09 – Rio Branco AC; time10 – Salgueiro PE; time11 – Confiança SE; time12 – Gama DF; time13 – Brasil RS; time14 – Sampaio Corrêa MA; time15 – Mixto MT; time16 – Guaratinguetá SP; time17 – América MG; time18 – Criciúma SC; time19 – ASA AL; time20 – Águia Marabá PA. Esse é o formato de Campeonato Brasileiro que idealizo. Uma competição que deve ser o eixo do calendário, como acontece em todos os países civilizados, onde os campeonatos nacionais são a base de tudo. Uma competição que deve ser disputada ao longo de quase toda a temporada, aos finais de semanas. Com isso, 60 privilegiados clubes têm a oportunidade de se manter em atividade durante toda a temporada. 41 2.03) Campeonatos Interestaduais Então, a pergunta é: como realizar os Campeonatos Interestaduais em 21 datas, ou rodadas? Mas, antes de tudo, outra pergunta faz-se mister: o que são Campeonatos Interestaduais? No início da primeira década do século XXI, a Confederação Brasileira de Futebol criou cinco competições, a saber: Copa Rio / São Paulo (reeditada, pois era regularmente disputada até os anos 60 do século XX), Copa Sul / Minas, Copa do Nordeste, Copa Norte e Copa Centro Oeste. Eram competições que reuniam os principais clubes das regiões do país e, por isso, foram chamadas de Campeonatos Regionais (eu, contudo, sempre preferi chamá-las de Campeonatos Interestaduais, pois nem sempre se respeitava as regiões do país, completamente; exemplo era a Copa Sul / Minas, onde os clubes mineiros não são, obviamente, da Região Sul do Brasil). O que se sucedeu, na ocasião, foi que duas destas competições foram sucessos – Copa Sul / Minas e, principalmente, Copa do Nordeste – e as outras três redundaram em retumbantes fiascos: Copa Rio / São Paulo, Copa Norte e Copa Centro Oeste. Todas elas, então, foram extintas. Pois, então, o argumento que advogo é que as duas competições que deram certo – a Copa do Nordeste e a Copa Sul / Minas – não deveriam ter sido extintas, e devem recomeçar. Acredito que é mais interessante para o Cruzeiro MG e o Atlético MG jogarem a Copa Sul / Minas do que jogarem o Campeonato Mineiro! Acredito que é mais interessante para o Grêmio RS e o Internacional RS jogarem a Copa Sul / Minas do 42 que jogaram o Campeonato Gaúcho! Acredito que é mais interessante para Coritiba PR e Atlético PR jogarem a Copa Sul / Minas do que jogarem o Campeonato Paranaense! Acredito que é mais interessante para Sport PE, Santa Cruz PE e Náutico PE jogarem a Copa do Nordeste do que jogarem o Campeonato Pernambucano! Acredito que é mais interessante para Bahia BA e Vitória BA jogarem a Copa do Nordeste do que jogarem o Campeonato Baiano! Acredito que é mais interessante para Fortaleza CE e Ceará CE jogarem a Copa do Nordeste do que jogarem o Campeonato Cearense! Portanto, proponho que a Copa Sul / Minas e a Copa do Nordeste sejam reativadas. Proponho, também, que os clubes que vierem a disputá-las deixem de disputar os seus respectivos Campeonatos Estaduais. Mas, voltando à pergunta básica, como realizar a Copa Sul / Minas e a Copa do Nordeste em 21 rodadas? Cada uma das competições teria 16 clubes fixos, a saber: • • Copa Sul / Minas: Grêmio RS, Internacional RS, Juventude RS e Caxias RS (do Rio Grande do Sul); Figueirense SC, Avaí SC, Criciúma SC e Joinville SC (de Santa Catarina); Atlético PR, Coritiba PR, Paraná PR e Londrina PR (do Paraná); Atlético MG, Cruzeiro MG, América MG e Ipatinga MG (de Minas Gerais). Copa do Nordeste: Bahia BA, Vitória BA e Fluminense de Feira de Santana BA (da Bahia); Sport PE, Santa Cruz PE e Náutico PE (de Pernambuco); Sergipe SE e Confiança SE (de Sergipe); CRB AL e CSA AL (de Alagoas); Botafogo PB e Treze PB (da Paraíba); ABC RN e América RN (do Rio Grande do Norte); Ceará CE e Fortaleza CE (do Ceará). 43 Os 16 clubes de cada competição jogariam entre si em turno único (15 rodadas), com os oito melhores se classificando para a fase seguinte. Então, os oito clubes classificados seriam divididos em quatro grupos de dois, com jogos de ida e volta, classificando-se o melhor de cada grupo (duas rodadas, quartas de finais). Em seguida, os quatro clubes classificados seriam divididos em dois grupos de dois, com jogos de ida e volta, classificando-se o melhor de cada grupo (duas rodadas, semi finais). Finalmente, os dois clubes finalistas decidiriam o título em jogos de ida e volta (duas rodadas, finais). Como se vê, há 15 rodadas para a fase classificatória, duas para as quartas de finais, duas para as semi finais, e duas para as finais. O total é de 21 rodadas, jogadas em 21 meios de semanas entre Agosto (ou, dependendo da situação, final de Julho) e Dezembro de determinado ano. Observação: A tabela da fase classificatória, de 15 rodadas, pode ser aproveitada na temporada seguinte, simplesmente com a inversão dos mandos de campos e, obviamente, a fixação de novas datas para os jogos. A tabela da fase classificatória contemplaria 16 clubes, e a confecção de uma boa tabela para competições de 16 clubes em pontos corridos (mesmo que em turno único) inclui a necessidade de três critérios, a saber: • Clubes rivais devem formar pares em situações opostas. Por exemplo: se o Coritiba PR joga com o mando de campo, o Atlético PR deve jogar sem o mando de campo (e vice versa); tal situação deve-se dar, também, com Grêmio RS e Internacional RS, Juventude RS e Caxias RS, Figueirense SC e Avaí 44 • • SC, Criciúma SC e Joinville SC, Paraná PR e Londrina PR, Cruzeiro MG e Atlético MG, Ipatinga MG e América MG (na Copa Sul / Minas), e Bahia BA e Vitória BA, Sport PE e Naútico PE, Sergipe SE e Confiança SE, CRB AL e CSA AL, Botafogo PB e Treze PB, América RN e ABC RN, Ceará CE e Fortaleza CE, Fluminense de Feira de Santana BA e Santa Cruz PE (na Copa do Nordeste). A adoção desta medida evita que, a cada rodada, clubes do mesmo centro estejam na mesma situação, evitando o excesso ou a falta de jogos em uma mesma rodada em determinada praça. Em um campeonato de 16 clubes, é possível formar oito pares em situações opostas. Metade dos clubes deve fazer oito jogos com mando de campo e sete jogos sem o mando de campo, e a outra metade deve fazer sete jogos com o mando de campo e oito jogos sem o mando de campo. Na temporada seguinte – quando a tabela será a mesma, mas com os mandos de campo invertidos –, quem fez sete jogos com mando de campo na temporada anterior, faz oito, e quem fez oito jogos com mando de campo na temporada anterior, faz sete. Esta configuração garante um equilíbrio de situação entre os clubes disputantes. Nenhum clube deve fazer uma série maior de dois jogos seguidos em casa ou fora de casa (o que estou chamando de jogar em casa ou fora de casa é ter ou não o mando de campo), para se evitar que os clubes fiquem afastados de sua torcida por muito tempo, ou que fiquem perto de sua torcida repetidamente. Dá para fazer? Com certeza. Como? Eis uma alternativa (chamarei os clubes de time01, time02, time03, ..., time16; os clubes que tiverem o mando de campo terão seu nome destacado em negrito): 45 Primeira Rodada Segunda Rodada Terceira Rodada Time01 x time16 Time02 x time15 Time03 x time14 Time04 x time13 Time05 x time12 Time06 x time11 Time07 x time10 Time08 x time09 Time01 x time15 Time02 x time14 Time03 x time13 Time04 x time12 Time05 x time11 Time06 x time10 Time07 x time09 Time08 x time16 Time01 x time14 Time02 x time13 Time03 x time12 Time04 x time11 Time05 x time10 Time06 x time09 Time07 x time16 Time08 x time15 46 Quarta Rodada Quinta Rodada Sexta Rodada Time01 x time13 Time02 x time12 Time03 x time11 Time04 x time10 Time05 x time09 Time06 x time16 Time07 x time15 Time08 x time14 Time01 x time12 Time02 x time11 Time03 x time10 Time04 x time09 Time05 x time16 Time06 x time15 Time07 x time14 Time08 x time13 Time01 x time11 Time02 x time10 Time03 x time09 Time04 x time16 Time05 x time15 Time06 x time14 Time07 x time13 Time08 x time12 47 Sétima Rodada Oitava Rodada Nona Rodada Time01 x time10 Time02 x time09 Time03 x time16 Time04 x time15 Time05 x time14 Time06 x time13 Time07 x time12 Time08 x time11 Time01 x time09 Time02 x time16 Time03 x time15 Time04 x time14 Time05 x time13 Time06 x time12 Time07 x time11 Time08 x time10 Time01 x time08 Time02 x time07 Time03 x time06 Time04 x time05 Time09 x time16 Time10 x time15 Time11 x time14 Time12 x time13 48 Décima Rodada Décima Primeira Rodada Décima Segunda Rodada Time01 x time07 Time02 x time06 Time03 x time05 Time04 x time08 Time09 x time15 Time10 x time14 Time11 x time13 Time12 x time12 Time01 x time06 Time02 x time05 Time03 x time08 Time04 x time07 Time09 x time14 Time10 x time13 Time11 x time16 Time12 x time15 Time01 x time05 Time02 x time08 Time03 x time07 Time04 x time06 Time09 x time13 Time10 x time16 Time11 x time15 Time12 x time14 49 Décima Terceira Rodada Décima Quarta Rodada Décima Quinta Rodada Time01 x time04 Time02 x time03 Time05 x time08 Time06 x time07 Time09 x time12 Time10 x time11 Time13 x time16 Time14 x time15 Time01 x time03 Time02 x time04 Time05 x time07 Time06 x time08 Time09 x time11 Time10 x time12 Time13 x time15 Time14 x time16 Time01 X time02 Time03 x time04 Time05 x time06 Time07 x time08 Time09 x time10 Time11 x time12 Time03 x time14 Time15 x time16 Esta tabela confeccionada pode servir de modelo padrão para os dois Campeonatos Interestaduais, já que atende aos três critérios para uma boa elaboração já citados. Se não, vejamos: 50 • • • Como proposto, cada time tem o seu par (time01 com time16, time02 com time15, time03 com time14, time04 com time13, time05 com time12, time06 com time11, time07 com time10 e time08 com time09). Metade dos clubes está jogando oito partidas com o mando de campo e a outra metade está jogando sete partidas com o mando de campo. Nenhum clube faz uma seqüência de três partidas em casa ou de três partidas fora de casa. Este número chega, no máximo, a duas partidas. Logo, resta tão somente substituir os times numerados (time01, time02, time03, etc.) pelos nomes dos clubes que se desejar. Nas quartas de finais, o oitavo da fase classificatória jogaria com o primeiro, assim como o sétimo com o segundo, o sexto com o terceiro, e o quinto com o quarto. O clube com melhor campanha na fase classificatória teria a vantagem de jogar a segunda partida com o mando de campo e de poder empatar as duas partidas, ou perder uma e ganhar outra pelo mesmo saldo de gols, para se classificar. Nas semi finais, o vencedor entre a disputa de oitavo com primeiro jogaria com o vencedor da disputa entre quarto e quinto, da mesma forma que o vencedor da disputa entre sétimo e segundo jogaria com o vencedor da disputa de sexto com terceiro. O clube com melhor campanha na fase classificatória teria a vantagem de jogar a segunda partida com o mando de campo e de poder empatar as duas partidas, ou perder uma e ganhar outra pelo mesmo saldo de gols, para se classificar. Os clubes vencedores na fase anterior disputariam as finais. O clube com melhor campanha na fase classificatória teria a vantagem de jogar a segunda partida com o mando de campo e 51 de poder empatar as duas partidas, ou perder uma e ganhar outra pelo mesmo saldo de gols, para ser campeão. Portanto, o esquema de disputa da Copa Sul / Minas e da Copa do Nordeste, nesta fase de “playoffs”, seria este. Décima Sexta Rodada Décima Sétima Rodada a) Oitavo da Primeira Fase x Primeiro da Primeira Fase b) Quinto da Primeira Fase x Quarto da Primeira Fase c) Sétimo da Primeira Fase x Segundo da Primeira Fase d) Sexto da Primeira Fase x Terceiro da Primeira Fase a) Primeiro da Primeira Fase x Oitavo da Primeira Fase b) Quarto da Primeira Fase x Quinto da Primeira Fase c) Segundo da Primeira Fase x Sétimo da Primeira Fase d) Terceiro da Primeira Fase x Sexto da Primeira Fase e) Vencedor de b x Vencedor de a f) Vencedor de d x Vencedor de c e) Vencedor de a x Vencedor de b f) Vencedor de c x Vencedor de d Vencedor de f x Vencedor de e Décima Oitava Rodada Décima Nona Rodada Vigésima Rodada Vigésima Vencedor de e x Vencedor de f Primeira Rodada 52 Desta forma, façamos um esboço imaginário do que poderia vir a ser a Copa Sul / Minas e a Copa do Nordeste. • Copa Sul / Minas: Clubes: Grêmio RS, Internacional RS, Juventude RS, Caxias RS, Figueirense SC, Avaí SC, Criciúma SC, Joinville SC, Atlético PR, Coritiba PR, Paraná PR, Londrina PR, Cruzeiro MG, Atlético MG, Ipatinga MG, América MG. Regulamento: Todos os clubes jogam entre si em turno único (15 rodadas). Os oito classificados jogam “playoffs” em quartas de finais, semi finais e finais (seis rodadas). Numeração dos Clubes: time01 – Internacional RS; time02 – Atlético MG ; time03 – Figueirense SC; time04 – Coritiba PR; time05 – Caxias RS; time06 – América MG; time07 – Joinville SC; time08 – Londrina PR; time09 – Paraná PR; time10 – Criciúma SC; time11 – Ipatinga MG; time12 – Juventude RS; time13 – Atlético PR; time14 – Avaí SC; time15 – Cruzeiro MG; time16 – Grêmio RS. • Copa do Nordeste: Clubes: Sport PE, Santa Cruz PE, Náutico PE, Bahia BA, Vitória BA, Fluminense de Feira de Santana BA, Sergipe SE, Confiança SE, CRB AL, CSA AL, Botafogo PB, Treze PB, ABC RN, América RN, Fortaleza CE, Ceará CE. Regulamento: Todos os clubes jogam entre si em turno único (15 rodadas). Os oito classificados jogam “playoffs” em quartas de finais, semi finais e finais (seis rodadas). Numeração dos Clubes: time01 – Bahia BA; time02 – Ceará CE; time03 – CSA AL; time04 – América RN; time05 – Confiança 53 SE; time06 – Treze PB; time07 – Fluminense de Feira de Santana BA; time08 – Náutico PE; time09 – Sport PE; time10 – Santa Cruz PE; time11 – Botafogo PB; time12 – Sergipe SE; time13 – ABC RN; time14 – CRB AL; time15 – Fortaleza CE; time16 – Vitória BA. Proceder a volta dos Campeonatos Interestaduais referidos é garantir para os clubes envolvidos possibilidades de receitas muito superiores às que estes clubes teriam disputando os Campeonatos Estaduais. 54 2.04) Campeonatos Estaduais Então, a pergunta é: como realizar os Campeonatos Estaduais em 21 datas, ou rodadas? Antes de mais nada, devo dizer que não “morro de amores” pelos Estaduais, que considero competições tecnicamente pobres, comercialmente quase que inviáveis e, fora raras exceções, de resultados previsíveis. Nem mesmo o tão elogiado Campeonato Paulista me seduz, não me sinto estimulado a acompanhá-lo de perto. Então, seria o caso de extinguir os Estaduais? No futuro, talvez. De repente, vai-se caminhar para a criação de uma Liga Sulamericana (ou Panamericana) de Clubes, e esta liga pode estipular uma competição própria, jogada nas datas que, a princípio, seriam dos Estaduais (e até dos Interestaduais). Seria um sonho... Enquanto isto não acontece, é melhor se ter os Estaduais, do que não ter nenhuma competição nas datas que seriam reservadas a eles, pois é melhor para os clubes estarem ativos – o que propicia receitas de televisão, bilheteria e publicidade – do que estarem sem jogar. Proponho que todos os Estaduais tenham duas divisões: a primeira, com oito clubes; a segunda, com todos os clubes do Estado, no universo dos 700 clubes profissionais do Brasil. Assim, por exemplo: • • Em um Estado onde haja 10 clubes profissionais, oito clubes disputam a primeira divisão e dois clubes disputam a segunda divisão. Em um Estado onde haja 17 clubes profissionais, oito clubes disputam a primeira divisão e nove clubes disputam a segunda divisão. 55 • • • Em um Estado onde haja 35 clubes profissionais, oito clubes disputam a primeira divisão e 27 clubes disputam a segunda divisão. Em um Estado onde haja 63 clubes profissionais, oito clubes disputam a primeira divisão e 55 clubes disputam a segunda divisão. Em um Estado onde haja 147 clubes profissionais, oito clubes disputam a primeira divisão e 139 clubes disputam a segunda divisão. E assim por diante. É importante escrever, primeiro, sobre os campeonatos de primeira divisão, todos eles com oito clubes: só poderão ser interessantes na medida em que haja muitos jogos decisivos, pois o fato de se decidir algo pode, em alguma medida, compensar a má qualidade técnica. O que proponho, nesse sentido, é que os campeonatos tenham turno e returno (com semi final e final para cada um deles) e decisão entre os vencedores dos turnos. No turno, os oito clubes jogam entre si, com os quatro primeiros se classificando para a semi final (sete rodadas). Na semi final, os quatro clubes classificados são divididos em dois grupos de dois e, em um jogo, classifica-se o melhor de cada grupo (uma rodada). Os dois clubes classificados fazem a final, em um jogo, tendo-se o campeão do turno (uma rodada). No returno, os oito clubes jogam entrei si (com o mando de campo invertido), com os quatro primeiros se classificando para a semi final (sete rodadas). Na semi final, os quatro clubes classificados são divididos em dois grupos de dois e, em um jogo, classifica-se o melhor de cada grupo (uma rodada). Os dois 56 clubes classificados fazem a final, em um jogo, tendo-se o campeão do returno (uma rodada). Na decisão, os dois clubes finalistas disputam três jogos, para se decidir o clube campeão do certame (três rodadas). Obviamente, se um mesmo clube ganhar os dois turnos, é proclamado campeão, sem a necessidade de haver decisão. Como se vê, há nove rodadas no turno, nove rodadas no returno e três rodadas na decisão. O total é de 21 rodadas, jogadas em 21 meios de semanas entre Agosto (ou, dependendo da situação, final de Julho) e Dezembro de determinado ano (as mesmas 21 rodadas dos Campeonatos Interestaduais, sendo que os clubes que jogam os Interestaduais não jogam os Estaduais). A tabela da fase classificatória do primeiro e do segundo turno contemplaria oito clubes, e a confecção de uma boa tabela para competições de oito clubes em pontos corridos (para cada turno) inclui a necessidade de três critérios, a saber: • • • Clubes rivais devem formar pares em situações opostas. Em um campeonato de oito clubes, é possível formar quatro pares em situações opostas. Metade dos clubes deve fazer quatro jogos com mando de campo na fase classificatória do turno e três jogos com mando de campo na fase classificatória do returno. A outra metade deve fazer três jogos com mando de campo na fase classificatória do turno e quatro jogos com mando de campo na fase classificatória do returno. Esta configuração garante um equilíbrio de situação entre os clubes disputantes. Nenhum clube deve fazer uma série de dois jogos seguidos com o mando de campo ou de dois jogos seguidos sem o mando de campo, para se evitar que os clubes fiquem afastados ou próximos de sua torcida por muito tempo. 57 Mostrarei, adiante, uma tabela padrão, para os dois turnos, montada sob medida para atender estes três critérios. Importante ressaltar que: a) Na semi final, tanto do turno como do returno, o primeiro colocado da fase classificatória joga contra o quarto, e o segundo da fase classificatória, contra o terceiro. Se o jogo terminar empatado, classifica-se à final do turno (ou returno) o clube com melhor campanha da fase classificatória (este, aliás, também possuirá o mando de campo do jogo único). b) Na final, do turno ou do returno, jogam os vencedores do confronto da semi final. Dos dois finalistas, o que fez melhor campanha na fase classificatória joga com o empate a favor (este, aliás, também possuirá o mando de campo do jogo único). c) Na decisão entre o vencedor do turno e o vencedor do returno, o clube que fez melhor campanha somando a fase classificatória do turno e a fase classificatória do returno leva um ponto de bonificação. Portanto, o esquema de disputa dos Campeonatos Estaduais de primeira divisão seria este. Turno: Fase Classificatória: Primeira Rodada Time01 Time02 Time03 Time04 58 x x x x time08 time07 time06 time05 Segunda Rodada Terceira Rodada Quarta Rodada Quinta Rodada Sexta Rodada Sétima Rodada Time01 Time02 Time03 Time04 Time01 Time02 Time03 Time04 Time01 Time02 Time03 Time04 Time01 Time02 Time05 Time06 Time01 Time02 Time05 Time06 Time01 Time03 Time05 Time07 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x time07 time06 time05 time08 time06 time05 time08 time07 time05 time08 time07 time06 time04 time03 time08 time07 time03 time04 time07 time08 time02 time04 time06 time08 Fase Semi Final: Oitava Rodada a) Classificado 1 b) Classificado 2 59 x x a) Classificado 4 b) Classificado 3 Fase Final: Nona Rodada A x B Returno: Fase Classificatória: Décima Rodada Décima Primeira Rodada Décima Segunda Rodada Décima Terceira Rodada Décima Quarta Rodada Time01 Time03 Time05 Time07 Time01 Time02 Time05 Time06 Time01 Time02 Time05 Time06 Time01 Time02 Time03 Time04 Time01 Time02 Time03 Time04 60 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x time02 time04 time06 time08 time03 time04 time07 time08 time04 time03 time08 time07 time05 time08 time07 time06 time06 time05 time08 time07 Décima Quinta Rodada Décima Sexta Rodada Time01 Time02 Time03 Time04 Time01 Time02 Time03 Time04 x x x x x x x x time07 time06 time05 time08 time08 time07 time06 time05 Fase Semi Final: Décima Sétima Rodada a) Classificado 1 b) Classificado 2 x x a) Classificado 4 b) Classificado 3 A x B Décima Nona Rodada Vencedor Turno x Vencedor Returno Vigésima Rodada Vencedor Turno x Vencedor Returno Vigésima Primeira Rodada Vencedor Turno x Vencedor Returno Fase Final: Décima Oitava Rodada Decisão: 61 A tabela das fases classificatórias de turno e returno pode servir de padrão para qualquer campeonato de oito clubes realizado em dois turnos, já que atende aos três critérios para uma boa elaboração citados. Se não, vejamos: • • • Como proposto, cada clube tem o seu par (time01 com time08, time02 com time07, time03 com time06 e time04 com time05). Metade dos clubes está jogando quatro partidas com mando de campo na fase classificatória do turno e três partidas com mando de campo na fase classificatória do returno. A outra metade está jogando três partidas com mando de campo na fase classificatória do turno e quatro partidas com mando de campo na fase classificatória do returno. Nenhum clube faz, por turno, na fase classificatória, uma seqüência de três partidas com o mando de campo ou de três partidas sem o mando de campo. Este número chega, no máximo, a duas partidas. Posto isto, resta tão somente substituir o número dos times pelos clubes, o que deve ser feito campeonato a campeonato. Cabe ressaltar que o último colocado do Estadual de primeira divisão seria rebaixado para o Estadual da segunda divisão, da mesma forma que o Estadual de segunda divisão teria o seu campeão promovido para a primeira divisão da temporada seguinte. Sobre a segunda divisão dos Estaduais, cada Federação teria liberdade para escolher a forma de disputa, pois o número de clubes que a segunda divisão de um Estado pode possuir é variável e, assim, fica impossível definir uma fórmula de disputa padrão. Apenas recomenda-se que: 62 • • • A segunda divisão contemple todos os clubes profissionais do Estado que não joguem a primeira divisão. Seja disputada em, no máximo, 21 rodadas, para que o período de disputa esteja incluso no período de disputa da primeira divisão, havendo simultaneidade das disputas das duas divisões. Que se pense uma fórmula de disputa em que cada clube jogue pelo menos seis jogos na segunda divisão (o que é facilmente realizável se, na primeira parte da competição, tiver-se chaves com quatro clubes ou mais, havendo turno e returno). É importante ressaltar que nenhum Estado deve ter terceira, quarta ou quinta divisão. Ao se ter apenas duas divisões, qualquer clube da segunda divisão tem possibilidades reais de ascender à primeira divisão em apenas uma temporada, algo muito mais estimulante do que ter que se sair, por exemplo, de uma quinta divisão, demorando-se, ao menos, quatro temporadas para se chegar à primeira. Segue um esboço do funcionamento das competições, Estadual a Estadual5 : ______________________________________ 5 Contemplando 700 clubes profissionais brasileiros, de acordo com os clubes que disputam o Campeonato Brasileiro e o Torneio de Integração Nacional, excluídos os clubes que jogam Campeonatos Interestaduais. 63 Campeonato Gaúcho: Número de Clubes: 41 (45 totais – dois do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão, um do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, dois do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão, 40 do Torneio de Integração Nacional –, menos Grêmio RS, Internacional RS, Juventude RS e Caxias RS, que disputam a Copa Sul / Minas). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: 33. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Catarinense: Número de Clubes: 20 (24 totais – um do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão, um do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, dois do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão, 20 do Torneio de Integração Nacional –, menos Avaí SC, Figueirense SC, Criciúma SC, Joinville SC, que disputam a Copa Sul / Minas). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: 12. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. 64 Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Paranaense: Número de Clubes: 29 (33 totais – dois do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão, um do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, 30 do Torneio de Integração Nacional –, menos Coritiba PR, Atlético PR, Paraná PR, Londrina PR, que disputam a Copa Sul / Minas). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: 21. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Paulista: Número de Clubes: 133 (seis do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão, cinco do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, dois do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão, 120 do Torneio de Integração Nacional). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: 125. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, 65 desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Fluminense: Número de Clubes: 45 (três do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão, dois do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, 40 do Torneio de Integração Nacional). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: 37. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Mineiro: Número de Clubes: 41 (45 totais – dois do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão, um do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, dois do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão, 40 do Torneio de Integração Nacional –, menos Cruzeiro MG, Atlético MG, América MG, Ipatinga MG, que disputam a Copa Sul / Minas). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: 33. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, 66 desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Capixaba: Número de Clubes: 20 (20 do Torneio de Integração Nacional). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: 12. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Baiano: Número de Clubes: 29 (32 totais – um do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão, um do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, 30 do Torneio de Integração Nacional –, menos Bahia BA, Vitória BA, Fluminense de Feira de Santana BA, que disputam a Copa do Nordeste). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: 21. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma 67 forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Sergipano: Número de Clubes: 19 (21 totais – um do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão, 20 do Torneio de Integração Nacional –, menos Confiança SE e Sergipe SE, que disputam a Copa do Nordeste). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: 11. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Alagoano: Número de Clubes: 20 (22 totais – dois do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão, 20 do Torneio de Integração Nacional –, menos CRB AL e CSA AL, que disputam a Copa do Nordeste). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: 12. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da 68 mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Pernambucano: Número de Clubes: 30 (33 totais – dois do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão, um do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão, 30 do Torneio de Integração Nacional –, menos Sport PE, Santa Cruz PE, Náutico PE, que disputam a Copa do Nordeste). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: 22. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Paraibano: Número de Clubes: 19 (21 totais – um do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, 20 do Torneio de Integração Nacional –, menos Botafogo PB e Treze PB, que disputam a Copa do Nordeste). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: 11. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. 69 Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Potiguar: Número de Clubes: 20 (22 totais – dois do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, 20 do Torneio de Integração Nacional –, menos ABC RN e América RN, que disputam a Copa do Nordeste). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: 12. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Cearense: Número de Clubes: 31 (33 totais – dois do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, um do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão, 30 do Torneio de Integração Nacional – menos Ceará CE e Fortaleza CE, que disputam a Copa do Nordeste). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: 23. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. 70 Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Piauiense: Número de Clubes: 10 (10 do Torneio de Integração Nacional). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: Dois. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Maranhense: Número de Clubes: 11 (um do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão, 10 do Torneio de Integração Nacional). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: Três. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. 71 Campeonato Amapaense: Número de Clubes: 10 (10 do Torneio de Integração Nacional). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: Dois. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Paraense: Número de Clubes: 22 (dois do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão, 20 do Torneio de Integração Nacional). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: 14. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Tocantinense: Número de Clubes: 10 (10 do Torneio de Integração Nacional). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. 72 Número de Clubes na Segunda Divisão: Dois. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Roraimense: Número de Clubes: 10 (10 do Torneio de Integração Nacional). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: Dois. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Amazonense: Número de Clubes: 10 (10 do Torneio de Integração Nacional). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: Dois. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma 73 forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Acreano: Número de Clubes: 11 (um do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão, 10 do Torneio de Integração Nacional). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: Três. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Rondonense: Número de Clubes: 10 (10 do Torneio de Integração Nacional). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: Dois. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. 74 Campeonato Matogrossense: Número de Clubes: 12 (dois do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão, 10 do Torneio de Integração Nacional). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: Quatro. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Matogrossense do Sul: Número de Clubes: 10 (10 do Torneio de Integração Nacional). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: Dois. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato Goiano: Número de Clubes: 23 (um do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão, dois do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, 20 do Torneio de Integração Nacional). 75 Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: 15. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Campeonato do Distrito Federal: Número de Clubes: 22 (um do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, um do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão, 20 do Torneio de Integração Nacional). Número de Clubes na Primeira Divisão: Oito. Número de Clubes na Segunda Divisão: 14. Regulamento: Na primeira divisão, conforme retratado ao longo do capítulo; na segunda divisão, fórmula a ser definida, desde que todos os clubes façam um mínimo de seis jogos. Campeão da segunda divisão ascende à primeira divisão, da mesma forma que último colocado da primeira divisão é rebaixado à segunda divisão. Se os Estaduais ainda sobrevivem, que se faça, ao menos, boa parte de seus jogos serem decisivos, para que se possa, na medida do possível, atrair o torcedor. 76 2.05) Copa do Brasil Em minha proposição, a Copa do Brasil seria realizada em 10 rodadas. Então, a pergunta é: como realizar a Copa do Brasil em 10 datas, ou rodadas? Acredito que a Copa do Brasil deve ser uma competição democrática, que incorpore muitos clubes participantes, além de viável (realizada em poucas rodadas) e competitiva (disputada em sistema eliminatório). Objetivamente, a Copa do Brasil é a oportunidade que os clubes pequenos devem ter para jogar com os clubes de maior porte em igualdade de condições. Vou além: se queremos que a competição seja verdadeiramente democrática, os 700 clubes profissionais do Brasil (60 que disputam o Campeonato Brasileiro nas três divisões e 640 que disputam o Torneio de Integração Nacional; esses mesmos 700 clubes disputam os Campeonatos Interestaduais ou Estaduais) devem ter a oportunidade de disputá-la, e alguns clubes amadores, também. Assim, proponho que a Copa do Brasil seja disputada por 1024 clubes, a saber: • • Os 700 clubes profissionais brasileiros. Outros 324 clubes amadores, escolhidos pela Confederação Brasileira de Futebol. Óbvio está que ninguém é louco de propor que uma competição com 1024 clubes seja disputada em “mata mata” simples, pois isso levaria muitos clubes a percorrerem longuíssimas distâncias para jogar, gerando desgaste físico excessivo para jogadores e gastos proibitivos. Proponho, assim, duas grandes fases: 77 • • Na primeira grande fase, os 1024 clubes seriam divididos em 32 grupos regionais (com o intuito de se reduzir custos e distâncias percorridas), com 32 clubes cada um. Jogariam em “mata mata” dentro do grupo, até que sobrasse, apenas, o clube vencedor do grupo (a Confederação Brasileira de Futebol definiria os membros de cada grupo, de uma forma dirigida). Na segunda grande fase, os 32 clubes que saíssem vencedores em cada grupo jogariam em “mata mata”, até se conhecer o clube campeão (um sorteio definiria os “cruzamentos” entre os clubes). Detalharei, a partir de agora, como isto poderia funcionar. Na primeira grande fase, os 1024 clubes seriam divididos em 32 grupos, com 32 clubes, de acordo com critérios regionais – ou seja, os clubes devem fazer parte de um grupo em que os outros clubes são do mesmo Estado, ou, eventualmente, de Estados vizinhos. Como os jogos, nessa grande fase, são dentro do grupo, isso geraria menos gastos de locomoção e menor desgaste físico para jogadores. Dentro de cada grupo de 32 clubes, estes seriam divididos em 16 grupos de dois, classificando-se um clube (uma rodada). Os 16 clubes classificados seriam divididos em oito grupos de dois, classificando-se um clube (uma rodada). Os oito clubes classificados seriam divididos em quatro grupos de dois, classificando-se um clube (uma rodada). Os quatro clubes classificados seriam divididos em dois grupos de dois, classificando-se um clube (uma rodada). Finalmente, os dois clubes classificados decidiriam quem seria o vencedor do grupo (uma rodada). Como se vê, em cinco rodadas se realiza a primeira grande fase. Dessa primeira grande fase, ter-se-ia o vencedor de cada um dos 32 grupos regionais classificado, ou seja, 32 clubes classificados. Daí, começa a segunda grande fase, com 32 clubes. Estes seriam divididos em 16 grupos de dois, classificando-se um clube (uma rodada). Os 16 clubes classificados seriam divididos em oito grupos 78 de dois, classificando-se um clube (uma rodada). Os oito clubes classificados seriam divididos em quatro grupos de dois, classificando-se um clube (uma rodada). Os quatro clubes classificados seriam divididos em dois grupos de dois, classificando-se um clube (uma rodada). Finalmente, os dois clubes classificados decidiriam quem seria o clube campeão da Copa do Brasil (uma rodada). Como se vê, em cinco rodadas se realiza a segunda grande fase. O clube campeão da Copa do Brasil estaria classificado para a Taça Libertadores da América da próxima temporada. O clube vice campeão da Copa do Brasil estaria classificado para a Copa Panamericana da próxima temporada. Assim, temos cinco rodadas na primeira grande fase, e cinco rodadas na segunda grande fase. Portanto, o total de rodadas da competição é de 10, realizadas em meios de semanas de final de Março, e nos meios de semanas de Abril e de Maio. Como se pode notar, não estou propondo que os jogos eliminatórios, nas duas grandes fases, sejam em sistema de “ida e volta”, mas únicos. Tal se dá porque, assim, se economiza datas, ou rodadas, no calendário, com o intuito de não torná-lo inchado. De quebra, decidir-se em um jogo, ao invés de dois, dá mais margem ao imponderável, todos os jogos são decisivos, o que torna a competição mais emocionante. Mas, daí, surge uma questão relevante: então, se é apenas um jogo, qual dos clubes possui o mando de campo? Pode-se pensar na seguinte medida: dos dois clubes que jogam entre si, um deles, necessariamente, terá o mando de campo, e o outro, necessariamente, terá a vantagem de poder empatar para se classificar. Como proceder isso? Sempre, quando se for decidir o local de um jogo, procede-se um sorteio entre os dois clubes que jogarão. 79 O clube que vencer o sorteio decide se prefere ter o mando de campo ou se prefere poder empatar para se classificar. Se optar por ter o mando de campo, o outro clube joga podendo empatar para se classificar. Se optar por poder ter o empate como resultado que lhe classifica, o outro clube terá o mando de campo. Um exemplo de como isso pode funcionar: se o jogo for Flamengo RJ x Tupi de Juiz de Fora MG, procede-se o sorteio. Daí, uma das quatro situações acontecerá: • • • • Tupi de Juiz de Fora MG ganha o sorteio, e opta pelo mando de campo. Nesse caso, o Flamengo RJ se classifica se o jogo terminar empatado. Tupi de Juiz de Fora MG ganha o sorteio, e opta por poder empatar para se classificar. Nesse caso, o Flamengo RJ tem o mando de campo. Flamengo RJ ganha o sorteio, e opta pelo mando de campo. Nesse caso, o Tupi de Juiz de Fora MG pode empatar para se classificar. Flamengo RJ ganha o sorteio, e opta por poder empatar para se classificar. Nesse caso, o Tupi de Juiz de Fora MG tem o mando de campo. Assim, em todos os jogos, há, anteriormente, o sorteio. A partir dele, ficará determinado qual dos dois clubes poderá empatar e qual deles terá o mando de campo. Essa metodologia cria uma vantagem para cada lado, sendo justa, e, de quebra, elimina a possibilidade de ter que se decidir classificados em prorrogação ou pênaltis. Mostro, a seguir, o esquema de funcionamento da Copa do Brasil. Primeira Grande Fase: Os 32 grupos: 80 • • • • • • • • • • • • • • • • Grupo I: 23 clubes profissionais gaúchos; nove clubes amadores gaúchos. Grupo II: 22 clubes profissionais gaúchos; 10 clubes amadores gaúchos. Grupo III: 24 clubes profissionais catarinenses; oito clubes amadores catarinenses. Grupo IV: 23 clubes profissionais paranaenses; nove clubes amadores paranaenses. Grupo V: 27 clubes profissionais paulistas; dois clubes profissionais paranaenses; três clubes amadores paulistas. Grupo VI: 27 clubes profissionais paulistas; dois clubes profissionais paranaenses; três clubes amadores paulistas. Grupo VII: 27 clubes profissionais paulistas; dois clubes profissionais paranaenses; três clubes amadores paulistas. Grupo VIII: 26 clubes profissionais paulistas; dois clubes profissionais paranaenses; quatro clubes amadores paulistas. Grupo IX: 26 clubes profissionais paulistas; dois clubes profissionais paranaenses; quatro clubes amadores paulistas. Grupo X: 23 clubes profissionais fluminenses; nove clubes amadores fluminenses. Grupo XI: 22 clubes profissionais fluminenses; 10 clubes amadores fluminenses. Grupo XII: 23 clubes profissionais mineiros; nove clubes amadores mineiros. Grupo XIII: 22 clubes profissionais mineiros; 10 clubes amadores mineiros. Grupo XIV: 20 clubes profissionais capixabas; 12 clubes amadores capixabas. Grupo XV: 16 clubes profissionais baianos; 16 clubes amadores baianos. Grupo XVI: 16 clubes profissionais baianos; 16 clubes amadores baianos. 81 • • • • • • • • • • • • • • Grupo XVII: 21 clubes profissionais sergipanos; 11 clubes amadores sergipanos. Grupo XVIII: 22 clubes profissionais alagoanos; 10 clubes amadores alagoanos. Grupo XIX: 17 clubes profissionais pernambucanos; 15 clubes amadores pernambucanos. Grupo XX: 16 clubes profissionais pernambucanos; 16 clubes amadores pernambucanos. Grupo XXI: 21 clubes profissionais paraibanos; 11 clubes amadores paraibanos. Grupo XXII: 22 clubes profissionais potiguares; 10 clubes amadores potiguares. Grupo XXIII: 17 clubes profissionais cearenses; 15 clubes amadores cearenses. Grupo XXIV: 16 clubes profissionais cearenses; 16 clubes amadores cearenses. Grupo XXV: 10 clubes profissionais piauienses; seis clubes amadores piauienses; 11 clubes profissionais maranhenses; cinco clubes amadores maranhenses. Grupo XXVI: 11 clubes profissionais paraenses; seis clubes amadores paraenses; 10 clubes profissionais amapaenses; cinco clubes amadores amapaenses. Grupo XXVII: 11 clubes profissionais paraenses; seis clubes amadores paraenses; 10 clubes profissionais tocantinenses; cinco clubes amadores tocantinenses. Grupo XXVIII: 10 clubes profissionais amazonenses; seis clubes amadores amazonenses; 10 clubes profissionais roraimenses; seis clubes amadores roraimenses. Grupo XXIX: 11 clubes profissionais acreanos; cinco clubes amadores acreanos; 10 clubes profissionais rondonenses; seis clubes amadores rondonenses. Grupo XXX: 12 clubes profissionais matogrossenses; cinco clubes amadores matogrossenses; 10 clubes profissionais 82 • • matogrossenses do sul; cinco clubes amadores matogrossenses do sul. Grupo XXXI: 23 clubes profissionais goianos; nove clubes amadores goianos. Grupo XXXII: 22 clubes profissionais distritais; 10 clubes amadores distritais. As Rodadas: Primeira Rodada Décima Sexta de Final (nos grupos regionais) Segunda Rodada Oitava de Final (nos grupos regionais) Terceira Rodada Quarta de Final (nos grupos regionais) Quarta Rodada Semi Final (nos grupos regionais) Quinta Rodada Final (nos grupos regionais) Segunda Grande Fase: Os clubes vencedores dos 32 grupos regionais classificam-se para esta fase. As rodadas: Sexta Rodada Décima Sexta de Final da Competição Sétima Rodada Oitava de Final da Competição Oitava Rodada Quarta de Final da Competição Nona Rodada Semi Final da Competição Décima Rodada Final da Competição A Copa do Brasil deve significar a oportunidade dos clubes pequenos mostrarem seu valor em uma competição nacional. 83 2.06) Taça Libertadores da América A Taça Libertadores da América é uma competição que existe para dar espaço aos melhores clubes de cada país em suas respectivas competições nacionais da temporada anterior, propiciando a estes a chance de disputarem um torneio internacional relevante. Atualmente, a competição é disputada por 38 clubes, em 16 rodadas. Ora, acredito que este número de rodadas pode ser reduzido para 11, e ainda se alargando o número de participantes, para 64. Então, a pergunta é: como jogar a Taça Libertadores da América em 11 datas, ou rodadas? Mas, antes de tudo, deve-se responder: por que alargar o número de clubes participantes? Dois motivos me levam a propor isso: • • Quanto mais clubes houver na Taça Libertadores da América, mais clubes haverá de cada país. E, se se aumenta o número de clubes de cada país, cria-se estímulos adicionais para o campeonato nacional de cada país. Por exemplo: se os cinco melhores do Campeonato Brasileiro se classificam para a Taça Libertadores da América, ao invés de quatro, mais clubes se motivam para disputar o Campeonato Brasileiro com afinco até o fim do que na outra possibilidade, aumentando o interesse pelo Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão. Se esse raciocínio vale para os clubes brasileiros, também vale para os clubes dos demais países, que precisam ter o seu número de clubes participantes ampliado, para maior valorização das competições locais. Cria-se a oportunidade de inserir clubes participantes da América Central, dos Estados Unidos e do Canadá. Assim, a competição passa a cumprir um caráter mais integrador e mais abrangente, bem ao estilo dos blocos de integração econômica. 84 Claro que pode haver reclamações de que, com mais clubes, o nível técnico da competição cai. Não encaro assim, pois concebo a competição sendo eliminatória. Logo, em duas rodadas, o excesso de clubes já é eliminado, como mostrarei adiante. Os 64 clubes seriam assim selecionados por país: • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Seis clubes brasileiros. Seis clubes argentinos. Cinco clubes mexicanos. Cinco clubes norte americanos. Cinco clubes uruguaios. Cinco clubes colombianos. Quatro clubes paraguaios. Quatro clubes equatorianos. Quatro clubes bolivianos. Quatro clubes venezuelanos. Quatro clubes peruanos. Quatro clubes chilenos. Um clube panamenho. Um clube costarriquenho. Um clube nicaragüense. Um clube salvadorenho. Um clube guatemalteco. Um clube hondurenho. Um clube belizenho. Um clube canadense. Cada país teria o seu critério para definir os participantes da Taça Libertadores da América. No caso brasileiro, entrariam os cinco melhores do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão da temporada anterior e o clube de melhor desempenho na Copa do Brasil da temporada anterior. 85 Os 64 clubes seriam divididos em 32 grupos de dois clubes, sendo que se definiria o melhor de cada grupo em jogos de ida e volta (duas rodadas). Os 32 clubes classificados seriam divididos em 16 grupos de dois clubes, sendo que se definiria o melhor de cada grupo em jogos de ida e volta (duas rodadas). Os 16 clubes classificados seriam divididos em oito grupos de dois clubes, sendo que se definiria o melhor de cada grupo em jogos de ida e volta (duas rodadas). Os oito clubes classificados seriam divididos em quatro grupos de dois clubes, sendo que se definiria o melhor de cada grupo em jogos de ida e volta (duas rodadas). Os quatro clubes classificados seriam divididos em dois grupos de dois clubes, sendo que se definiria o melhor de cada grupo em jogos de ida e volta (duas rodadas). Finalmente, os dois finalistas decidiriam o título em apenas um jogo, disputado em alguma importante cidade do continente americano pré definida (uma rodada). Estas 11 rodadas seriam disputadas em meios de semanas dos meses de Janeiro, Fevereiro e da maior parte de Março. Surge, então, uma questão relevante: qual dos clubes possui o mando de campo no segundo jogo, e qual dos clubes possui o mando de campo no primeiro jogo? Pode-se pensar na seguinte medida: dos dois clubes que jogam entre si, um deles poderá escolher ter o mando de campo no segundo jogo, e o outro, necessariamente, terá a vantagem de poder empatar as duas partidas (ou perder uma e ganhar a outra pelo mesmo saldo de gols) para se classificar. Como proceder isso? Sempre, quando se for decidir o local dos dois jogos, procede-se um sorteio entre os dois clubes que jogarão. O clube que vencer o sorteio decide se prefere ter o mando de campo do segundo jogo ou se prefere poder empatar (ou perder um e ganhar o outro pelo mesmo saldo de gols) para se classificar. Se optar por ter o mando de campo do segundo 86 jogo, o outro clube joga podendo empatar os dois (ou perder um e ganhar o outro pelo mesmo saldo de gols) para se classificar. Se optar por poder ter o empate nos dois jogos (ou perder um e ganhar o outro pelo mesmo saldo de gols) como resultados que lhe classificam, o outro clube terá o mando de campo no segundo jogo. Um exemplo de como isso pode funcionar: se o jogo for São Paulo SP x Boca Juniors ARG, procede-se o sorteio. Daí, uma das quatro situações acontecerá: • • • • Boca Juniors ARG ganha o sorteio, e opta pelo mando de campo no segundo jogo. Nesse caso, o São Paulo SP se classifica se empatar os dois jogos (ou se perder um e ganhar o outro pelo mesmo saldo de gols) Boca Juniors ARG ganha o sorteio, e opta por poder empatar as duas partidas (ou perder uma e ganhar a outra pelo mesmo saldo de gols) para se classificar. Nesse caso, o São Paulo SP tem o mando de campo do segundo jogo. São Paulo SP ganha o sorteio, e opta pelo mando de campo no segundo jogo. Nesse caso, o Boca Juniors ARG pode empatar as duas partidas (ou perder uma e ganhar a outra pelo mesmo saldo de gols) para se classificar. São Paulo SP ganha o sorteio, e opta por poder empatar as duas partidas (ou perder uma e ganhar a outra pelo mesmo saldo de gols) para se classificar. Nesse caso, o Boca Juniors ARG tem o mando de campo do segundo jogo. Assim, em todos os jogos de ida e volta de dois clubes, há, anteriormente, o sorteio. A partir dele, ficará determinado qual dos dois clubes poderá empatar os dois jogos (ou perder um e ganhar o outro pelo mesmo saldo de gols) e qual deles terá o mando de campo do segundo jogo (o outro, obviamente, tem o 87 mando de campo do primeiro jogo). Essa metodologia cria uma vantagem para cada lado, sendo justa, e, de quebra, elimina a possibilidade de ter que se decidir classificados em prorrogação ou pênaltis. Na final, em apenas um jogo, o clube que fez melhor campanha ao longo da competição joga podendo empatar para ser campeão. Continuam não sendo necessárias prorrogações e pênaltis. O esquema representativo da Taça libertadores da América poderia ser este: Primeira Rodada Trigésimas Segundas de Final (jogos de ida) Segunda Rodada Trigésimas Segundas de Final (jogos de volta) Terceira Rodada Décimas Sextas de Final (jogos de ida) Quarta Rodada Décimas Sextas de Final (jogos de volta) Quinta Rodada Oitavas de Final (jogos de ida) Sexta Rodada Oitavas de Final (jogos de volta) Sétima Rodada Quartas de Final (jogos de ida) Oitava Rodada Quartas de Final (jogos de volta) Nona Rodada Semi Finais (jogos de ida) Décima Rodada Semi Finais (jogos de volta) Décima Primeira Final (jogo em cidade pré definida) Rodada Então, esta é a minha proposta para a realização da Taça Libertadores da América. Os quatro clubes de melhor colocação no certame garantiriam vaga no Campeonato Mundial de Clubes, realizado anualmente no Japão. 88 2.07) Copa Panamericana Esta competição seria criada, em substituição à Copa Sulamericana. Alguns aspectos que merecem ser considerados a respeito são que: a) É melhor ter uma Copa Panamericana, do que uma Copa Sulamericana. Assim, tem-se uma competição que integra todo o continente americano, não apenas a América do Sul. b) O clube que jogar a Taça Libertadores da América, não joga a Copa Panamericana – e vice-versa. Assim, as duas competições podem ser realizadas paralelamente. c) Ao contrário do que vem acontecendo com a Copa Sulamericana, a Copa Panamericana tem que conceder um incentivo real aos clubes participantes, com vistas a motivá-los. E esse incentivo é propiciar ao seu campeão vaga no Campeonato Mundial Interclubes, realizado anualmente no Japão. Atualmente, a competição é disputada por um número variável de clubes, próximo a 40, em 12 rodadas. Acredito que este número de rodadas pode ser reduzido para 11, e ainda se alargando o número de participantes, para 64, assim como se propôs para a Libertadores, e pelos mesmos motivos. Então, a pergunta é: como jogar a Copa Panamericana em 11 datas, ou rodadas? Os 64 clubes seriam assim selecionados por país: • • • • • • Seis clubes brasileiros. Seis clubes argentinos. Cinco clubes mexicanos. Cinco clubes norte americanos. Cinco clubes uruguaios. Cinco clubes colombianos. 89 • • • • • • • • • • • • • • Quatro clubes paraguaios. Quatro clubes equatorianos. Quatro clubes bolivianos. Quatro clubes venezuelanos. Quatro clubes peruanos. Quatro clubes chilenos. Um clube panamenho. Um clube costarriquenho. Um clube nicaragüense. Um clube salvadorenho. Um clube guatemalteco. Um clube hondurenho. Um clube belizenho. Um clube canadense. Cada país teria o seu critério para definir os participantes da Copa Panamericana – os de melhor desempenho de cada país imediatamente após o desempenho dos clubes selecionados para a Libertadores. No caso brasileiro, entrariam cinco do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão da temporada anterior (os que ficassem entre a sexta e a décima colocação) e o clube de segundo melhor desempenho na Copa do Brasil da temporada anterior. Os 64 clubes seriam divididos em 32 grupos de dois clubes, sendo que se definiria o melhor de cada grupo em jogos de ida e volta (duas rodadas). Os 32 clubes classificados seriam divididos em 16 grupos de dois clubes, sendo que se definiria o melhor de cada grupo em jogos de ida e volta (duas rodadas). Os 16 clubes classificados seriam divididos em oito grupos de dois clubes, sendo que se definiria o melhor de cada grupo em jogos de ida e volta (duas rodadas). Os oito clubes classificados seriam divididos em quatro grupos de dois clubes, sendo que se definiria o melhor de cada grupo em jogos de ida e volta (duas rodadas). Os quatro 90 clubes classificados seriam divididos em dois grupos de dois clubes, sendo que se definiria o melhor de cada grupo em jogos de ida e volta (duas rodadas). Finalmente, os dois finalistas decidiriam o título em apenas um jogo, disputado em alguma importante cidade do continente americano pré definida, que não seria a mesma cidade do jogo final da Libertadores (uma rodada). Estas 11 rodadas seriam disputadas em meios de semanas dos meses de Janeiro, Fevereiro e da maior parte de Março (paralelamente à Libertadores). Surge, então, uma questão relevante: qual dos clubes possui o mando de campo no segundo jogo, e qual dos clubes possui o mando de campo no primeiro jogo? Pode-se pensar na seguinte medida: dos dois clubes que jogam entre si, um deles poderá escolher ter o mando de campo no segundo jogo, e o outro, necessariamente, terá a vantagem de poder empatar as duas partidas (ou perder uma e ganhar a outra pelo mesmo saldo de gols) para se classificar, e vice versa. Como proceder isso? Sempre, quando se for decidir o local dos dois jogos, procede-se um sorteio entre os dois clubes que jogarão. O clube que vencer o sorteio decide se prefere ter o mando de campo do segundo jogo ou se prefere poder empatar (ou perder um e ganhar o outro pelo mesmo saldo de gols) para se classificar. Se optar por ter o mando de campo do segundo jogo, o outro clube joga podendo empatar os dois (ou perder um e ganhar o outro pelo mesmo saldo de gols) para se classificar. Se optar por poder ter o empate nos dois jogos (ou perder um e ganhar o outro pelo mesmo saldo de gols) como resultados que lhe classificam, o outro clube terá o mando de campo no segundo jogo. Um exemplo de como isso pode funcionar: se o jogo for Botafogo RJ x Cruz Azul MEX, procede-se o sorteio. Daí, uma das quatro situações acontecerá: 91 • • • • Cruz Azul MEX ganha o sorteio, e opta pelo mando de campo no segundo jogo. Nesse caso, o Botafogo RJ se classifica se empatar os dois jogos (ou se perder um e ganhar o outro pelo mesmo saldo de gols) Cruz Azul MEX ganha o sorteio, e opta por poder empatar as duas partidas (ou perder uma e ganhar a outra pelo mesmo saldo de gols) para se classificar. Nesse caso, o Botafogo RJ tem o mando de campo do segundo jogo. Botafogo RJ ganha o sorteio, e opta pelo mando de campo no segundo jogo. Nesse caso, o Cruz Azul MEX pode empatar as duas partidas (ou perder uma e ganhar a outra pelo mesmo saldo de gols) para se classificar. Botafogo RJ ganha o sorteio, e opta por poder empatar as duas partidas (ou perder uma e ganhar a outra pelo mesmo saldo de gols) para se classificar. Nesse caso, o Cruz Azul MEX tem o mando de campo do segundo jogo. Assim, em todos os jogos de ida e volta de dois clubes, há, anteriormente, o sorteio. A partir dele, ficará determinado qual dos dois clubes poderá empatar os dois jogos (ou perder um e ganhar o outro pelo mesmo saldo de gols) e qual deles terá o mando de campo do segundo jogo (o outro, obviamente, tem o mando de campo do primeiro jogo). Essa metodologia cria uma vantagem para cada lado, sendo justa, e, de quebra, elimina a possibilidade de ter que se decidir classificados em prorrogação ou pênaltis. Na final, em apenas um jogo, o clube que fez melhor campanha ao longo da competição joga podendo empatar para ser campeão. Continuam não sendo necessárias prorrogações e pênaltis. O esquema representativo da Copa Panamericana poderia ser este: 92 Primeira Rodada Trigésimas Segundas de Final (jogos de ida) Segunda Rodada Trigésimas Segundas de Final (jogos de volta) Terceira Rodada Décimas Sextas de Final (jogos de ida) Quarta Rodada Décimas Sextas de Final (jogos de volta) Quinta Rodada Oitavas de Final (jogos de ida) Sexta Rodada Oitavas de Final (jogos de volta) Sétima Rodada Quartas de Final (jogos de ida) Oitava Rodada Quartas de Final (jogos de volta) Nona Rodada Semi Finais (jogos de ida) Décima Rodada Semi Finais (jogos de volta) Décima Primeira Final (jogo em cidade pré definida) Rodada Então, esta é a minha proposta para a realização da Copa Panamericana. O clube campeão do certame garantiria vaga no Campeonato Mundial de Clubes, realizado anualmente no Japão, conforme expliquei anteriormente. 93 2.08) Supercopa do Brasil A pergunta é: como realizar a Supercopa do Brasil em duas datas, ou rodadas? Esta competição seria uma espécie de festa, para abrir a temporada em grande estilo: dois jogos, entre o campeão do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão da temporada anterior, e o campeão da Copa do Brasil da temporada anterior. Seriam dois jogos. O primeiro deles, com mando de campo para o clube campeão da Copa do Brasil, realizado no primeiro final de semana de Agosto (ou, dependendo das circunstâncias, no último final de semana de Julho). O segundo, com mando de campo para o clube campeão brasileiro, realizado no final de semana seguinte. Leva o título o clube que ganhar os dois jogos, ou o que vencer um e empatar o outro, ou o que ganhar um e perder o outro, mas tiver vantagem no saldo de gols. Se houver dois empates, ou uma vitória para cada lado pela mesma diferença de gols, o clube que for campeão brasileiro da primeira divisão fica com o título. Essa competição permite que se comemore dois títulos nacionais marcantes da temporada anterior e, de quebra, completa o calendário de jogos de finais de semanas da temporada. 94 2.09) Recopa das Américas A pergunta é: como realizar a Recopa das Américas em duas datas, ou rodadas? Esta competição seria, também, uma espécie de festa, para fechar a temporada em grande estilo: dois jogos, entre o campeão da Taça Libertadores da América da temporada atual, e o campeão da Copa Panamericana da temporada atual. Seriam dois jogos. O primeiro deles, com mando de campo para o clube campeão da Copa Panamericana, realizado no penúltimo final de semana de Maio. O segundo, com mando de campo para o clube campeão da Libertadores, realizado no final de semana seguinte, o último de Maio. Leva o título o clube que ganhar os dois jogos, ou o que vencer um e empatar o outro, ou o que ganhar um e perder o outro, mas tiver vantagem no saldo de gols. Se houver dois empates, ou uma vitória para cada lado pela mesma diferença de gols, o clube que for campeão da Libertadores fica com o título. Essa competição permite que se comemore dois títulos continentais marcantes da temporada em curso e, de quebra, completa o calendário de jogos de finais de semanas da temporada. 95 2.10) Torneio de Integração Nacional Então, a pergunta é: como realizar o Torneio de Integração Nacional em 42 datas, ou rodadas? Este torneio merece peculiar atenção, porque é a partir dele que se pode viabilizar um bom calendário para os clubes pequenos de nosso futebol. Afinal, 60 clubes – os 20 de cada uma das três divisões do Campeonato Brasileiro – têm atividade para o ano todo só com a principal competição nacional, pois esta é jogada durante praticamente toda a temporada. Mas, e os outros 640 clubes? Ficariam sem nenhuma competição para ocupar a temporada ao longo de seu curso? Isso não pode acontecer, porque representaria que centenas de clubes ficariam meses seguidos sem jogar, o que contribuiria para a penúria financeira das Instituições e o desemprego em massa de jogadores de futebol. Esses 640 clubes, assim, jogarão, ao longo da temporada, o Torneio de Integração Nacional. Este não visa coroar um campeão. Visa, tão somente, indicar os cinco clubes que ascenderão ao Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão da temporada seguinte – assim como os cinco últimos clubes do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão estarão, na temporada seguinte, disputando o Torneio de Integração Nacional. Os 640 clubes serão divididos, na Fase Classificatória, em 64 grupos regionalizados, de 10 clubes. Dentro de cada grupo, os jogos serão em turno (nove rodadas), returno (mais nove rodadas), novo turno (mais nove rodadas) e novo returno (mais nove rodadas), classificando-se, para a fase seguinte, os cinco primeiros colocados de cada grupo. Logo, esta primeira fase, a classificatória, tem 36 rodadas. 96 O que o leitor pode se perguntar é: por que 64 grupos de 10 clubes e jogos em turno, returno, novo turno e novo returno, e não, por exemplo, 32 grupos de 20 clubes, com turno e returno somente? Por um motivo, apenas: se os grupos são de 10 clubes, não de 20, a região onde eles, os clubes, estarão jogando entre si será menor, o que diminuirá gastos de locomoção. Não se deve esquecer que são clubes pequenos, com poucos recursos pecuniários, que estarão jogando, e reduzir gastos de locomoção parece uma boa idéia. Voltando à forma de disputa, se são 64 grupos, e cinco clubes se classificam em cada grupo, tem-se 320 clubes classificados. Daí, começa a segunda fase, a final. Os 320 clubes classificados são divididos em 160 grupos de dois e, após um jogo, tem-se um clube classificado (uma rodada). Em seguida, os 160 clubes classificados são divididos em 80 grupos de dois e, após um jogo, tem-se um clube classificado (uma rodada). Logo após, os 80 clubes classificados são divididos em 40 grupos de dois e, após um jogo, tem-se um clube classificado (uma rodada). Em continuidade, os 40 clubes classificados são divididos em 20 grupos de dois e, após um jogo, tem-se um clube classificado (uma rodada). Então, os 20 clubes classificados são divididos em 10 grupos de dois e, após um jogo, tem-se um clube classificado (uma rodada). Finalmente, os 10 clubes classificados são divididos em cinco grupos de dois e, após um jogo, tem-se um clube classificado (uma rodada). Então, aí termina o torneio, pois já se tem os cinco clubes que ascenderão, na temporada seguinte, ao Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão. Como se vê, em seis rodadas resolve-se a fase final. Já que só há um jogo, na fase final, entre os clubes, e não jogos de ida e volta, cumpre indagar: o mando de campo seria de qual dos dois clubes? 97 Simples: por sorteio, se indicaria quem joga com quem. E, obviamente, o clube que, entre os dois, fez melhor campanha nas 36 rodadas da fase classificatória, tem não somente o mando de campo, como pode empatar para seguir em frente no “mata mata”. Então, a fase classificatória tem 36 rodadas, e a fase final, seis. São 42 rodadas, jogadas nos 42 finais de semanas disponíveis para jogos no calendário oficial (essas 42 rodadas são, portanto, paralelas às duas rodadas da Supercopa do Brasil, às 38 rodadas do Campeonato Brasileiro em suas três divisões, e às duas rodadas da Recopa das Américas). Fácil perceber que o mínimo de jogos que qualquer um dos 640 clubes fará nesta competição é de 36 jogos, e o máximo, 42 jogos. Eis, então, o esboço do torneio. Fase Classificatória: São 64 grupos regionalizados, onde se joga em turno, returno, novo turno e novo returno. Os grupos são: • • • • • • • • • • • • Grupo I: 10 clubes gaúchos. Grupo II: 10 clubes gaúchos Grupo III: 10 clubes gaúchos. Grupo IV: 10 clubes gaúchos. Grupo V: 10 clubes catarinenses. Grupo VI: 10 clubes catarinenses. Grupo VII: 10 clubes paranaenses. Grupo VIII: 10 clubes paranaenses. Grupo IX: 10 clubes paranaenses. Grupo X: 10 clubes paulistas. Grupo XI: 10 clubes paulistas. Grupo XII: 10 clubes paulistas. 98 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Grupo XIII: 10 clubes paulistas. Grupo XIV: 10 clubes paulistas. Grupo XV: 10 clubes paulistas. Grupo XVI: 10 clubes paulistas. Grupo XVII: 10 clubes paulistas. Grupo XVIII: 10 clubes paulistas. Grupo XIX: 10 clubes paulistas. Grupo XX: 10 clubes paulistas. Grupo XXI: 10 clubes paulistas. Grupo XXII: 10 clubes fluminenses. Grupo XXIII: 10 clubes fluminenses. Grupo XXIV: 10 clubes fluminenses. Grupo XXV: 10 clubes fluminenses. Grupo XXVI: 10 clubes mineiros. Grupo XXVII: 10 clubes mineiros. Grupo XXVIII: 10 clubes mineiros. Grupo XXIX: 10 clubes mineiros. Grupo XXX: 10 clubes capixabas. Grupo XXXI: 10 clubes capixabas. Grupo XXXII: 10 clubes baianos. Grupo XXXIII: 10 clubes baianos. Grupo XXXIV: 10 clubes baianos. Grupo XXXV: 10 clubes sergipanos. Grupo XXXVI: 10 clubes sergipanos. Grupo XXXVII: 10 clubes alagoanos. Grupo XXXVIII: 10 clubes alagoanos. Grupo XXXIX: 10 clubes pernambucanos. Grupo XL: 10 clubes pernambucanos. Grupo XLI: 10 clubes pernambucanos. Grupo XLII: 10 clubes paraibanos. Grupo XLIII: 10 clubes paraibanos. Grupo XLIV: 10 clubes potiguares. 99 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Grupo XLV: 10 clubes potiguares. Grupo XLVI: 10 clubes cearenses. Grupo XLVII: 10 clubes cearenses. Grupo XLVIII: 10 clubes cearenses. Grupo: XLIX: 10 clubes piauienses. Grupo L: 10 clubes maranhenses. Grupo LI: 10 clubes amapaenses. Grupo LII: 10 clubes paraenses. Grupo LIII: 10 clubes paraenses. Grupo LIV: 10 clubes tocantinenses. Grupo LV: 10 clubes roraimenses. Grupo LVI: 10 clubes amazonenses. Grupo LVII: 10 clubes acreanos. Grupo LVIII: 10 clubes rondonenses. Grupo LIX: 10 clubes matogrossenses. Grupo LX: 10 clubes matogrossenses do sul. Grupo LXI: 10 clubes goianos. GrupoLXII: 10 clubes goianos. Grupo LXIII: 10 clubes distritais. Grupo LXIV: 10 clubes distritais. A tabela de cada um dos 64 grupos deve seguir o seguinte padrão: Primeira Rodada Time01 x time10 Time02 x time09 Time03 x time08 Time04 x time07 Time05 x time06 100 Segunda Rodada Terceira Rodada Quarta Rodada Quinta Rodada Sexta Rodada Time01 x time09 Time02 x time08 Time03 x time07 Time04 x time06 Time05 x time10 Time01 x time08 Time02 x time07 Time03 x time06 Time04 x time05 Time09 x time10 Time01 x time07 Time02 x time06 Time03 x time05 Time04 x time10 Time08 x time09 Time01 x time06 Time02 x time05 Time03 x time04 Time07 x time09 Time08 x time10 Time01 x time05 Time02 x time04 Time03 x time10 Time06 x time09 Time07 x time08 101 Sétima Rodada Oitava Rodada Nona Rodada Décima Rodada Décima Primeira Rodada Time01 x time04 Time02 x time03 Time05 x time09 Time06 x time08 Time07 x time10 Time01 x time03 Time02 x time10 Time04 x time09 Time05 x time08 Time06 x time07 Time01 x time02 Time03 x time09 Time04 x time08 Time05 x time07 Time06 x time10 Time01 x time02 Time03 x time09 Time04 x time08 Time05 x time07 Time06 x time10 Time01 x time03 Time02 x time10 Time04 x time09 Time05 x time08 Time06 x time07 102 Décima Segunda Rodada Décima Terceira Rodada Décima Quarta Rodada Décima Quinta Rodada Décima Sexta Rodada Time01 x time04 Time02 x time03 Time05 x time09 Time06 x time08 Time07 x time10 Time01 x time05 Time02 x time04 Time03 x time10 Time06 x time09 Time07 x time08 Time01 x time06 Time02 x time05 Time03 x time04 Time07 x time09 Time08 x time10 Time01 x time07 Time02 x time06 Time03 x time05 Time04 x time10 Time08 x time09 Time01 x time08 Time02 x time07 Time03 x time06 Time04 x time05 Time09 x time10 103 Décima Sétima Rodada Décima Oitava Rodada Décima Nona Rodada Vigésima Rodada Vigésima Primeira Rodada Time01 x time09 Time02 x time08 Time03 x time07 Time04 x time06 Time05 x time10 Time01 x time10 Time02 x time09 Time03 x time08 Time04 x time07 Time05 x time06 Time01 x time10 Time02 x time09 Time03 x time08 Time04 x time07 Time05 x time06 Time01 x time09 Time02 x time08 Time03 x time07 Time04 x time06 Time05 x time10 Time01 x time08 Time02 x time07 Time03 x time06 Time04 x time05 Time09 x time10 104 Vigésima Segunda Rodada Vigésima Terceira Rodada Vigésima Quarta Rodada Vigésima Quinta Rodada Vigésima Sexta Rodada Time01 x time07 Time02 x time06 Time03 x time05 Time04 x time10 Time08 x time09 Time01 x time06 Time02 x time05 Time03 x time04 Time07 x time09 Time08 x time10 Time01 x time05 Time02 x time04 Time03 x time10 Time06 x time09 Time07 x time08 Time01 x time04 Time02 x time03 Time05 x time09 Time06 x time08 Time07 x time10 Time01 x time03 Time02 x time10 Time04 x time09 Time05 x time08 Time06 x time07 105 Vigésima Sétima Rodada Vigésima Oitava Rodada Vigésima Nona Rodada Trigésima Rodada Trigésima Primeira Rodada Time01 x time02 Time03 x time09 Time04 x time08 Time05 x time07 Time06 x time10 Time01 x time02 Time03 x time09 Time04 x time08 Time05 x time07 Time06 x time10 Time01 x time03 Time02 x time10 Time04 x time09 Time05 x time08 Time06 x time07 Time01 x time04 Time02 x time03 Time05 x time09 Time06 x time08 Time07 x time10 Time01 x time05 Time02 x time04 Time03 x time10 Time06 x time09 Time07 x time08 106 Trigésima Segunda Rodada Trigésima Terceira Rodada Trigésima Quarta Rodada Trigésima Quinta Rodada Trigésima Sexta Rodada Time01 x time06 Time02 x time05 Time03 x time04 Time07 x time09 Time08 x time10 Time01 x time07 Time02 x time06 Time03 x time05 Time04 x time10 Time08 x time09 Time01 x time08 Time02 x time07 Time03 x time06 Time04 x time05 Time09 x time10 Time01 x time09 Time02 x time08 Time03 x time07 Time04 x time06 Time05 x time10 Time01 x time10 Time02 x time09 Time03 x time08 Time04 x time07 Time05 x time06 107 Fase Final: Dos 64 grupos de 10 clubes da fase anterior, classificam-se cinco de cada grupo. São, portanto, 320 clubes, que jogam entre si em eliminatórias simples ao estilo “mata mata”, em um jogo em cada etapa, até que se chegue aos cinco clubes que disputarão o Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão da temporada seguinte. A representação do modelo é esta: Trigésima Sétima Rodada Trigésima Oitava Rodada Trigésima Nona Rodada Quadragésima Rodada Quadragésima Primeira Rodada Quadragésima Segunda Rodada Eliminatória Simples (de 320 clubes para 160 clubes) Eliminatória Simples (de 160 clubes para 80 clubes) Eliminatória Simples (de 80 clubes para 40 clubes) Eliminatória Simples (de 40 clubes para 20 clubes) Eliminatória Simples (de 20 clubes para 10 clubes) Eliminatória Simples (de 10 clubes para cinco clubes) Então, este é o Torneio de Integração Nacional, que deve funcionar como uma espécie de “Campeonato Brasileiro da Quarta Divisão”, colocando 640 clubes em ação ao longo de um intervalo de tempo que vai de 36 finais de semanas (para os clubes eliminados na fase classificatória) a 42 finais de semanas (para os clubes que disputam, até a última rodada, o acesso ao Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão da temporada seguinte), quase a temporada inteira, portanto. Evitei chamar este torneio de campeonato, pois o objetivo dele não é determinar um clube campeão, mas, tão somente, definir quais os clubes que terão o acesso à “Terceirona”. 108 2.11) Campeonato Mundial de Clubes Primeiramente, é importante dizer que defendo a idéia de que este campeonato não deve ser realizado ao longo da temporada regular, mas sim no intervalo de tempo de um mês que seria dedicado às férias dos jogadores. Tomando a Europa como parâmetro (e não esquecer que proponho a adaptação do calendário do futebol brasileiro ao calendário do futebol europeu, como já acontece na Argentina), as férias dos jogadores, lá, são em Junho. Portanto, seria em Junho, mais precisamente na primeira metade de Junho, que o certame seria realizado – o evento continuaria sendo no Japão, feito de forma anual. É claro que isso invadiria as férias dos jogadores, mas não dá para “fazer omelete sem quebrar ovos”, ou seja, não há como trazer a competição para o período regular do calendário, o que prejudicaria o andamento das outras competições, envolvendo os clubes dos diversos países. Proponho, assim, que os clubes dos jogadores que disputarem esta competição possam seguir duas políticas, a respeito das férias dos jogadores: • • Concedam um mês de férias, na segunda metade de Junho e na primeira metade de Julho. A desvantagem é que se perdem 15 dias, relativos à primeira metade de Julho, em treinamentos e jogos de pré-temporada. Concedam apenas 15 dias de férias, na segunda metade de Junho, e paguem os outros 15 com todas as bonificações e gratificações que caracterizam hora extra, de acordo com as leis trabalhistas de cada país. A desvantagem, óbvio, é para os jogadores, que perdem parte do período de férias a que teriam direto, mas, em compensação, são recompensados financeiramente por isso. 109 Cada clube decidiria o seu caminho a seguir, a este respeito. Mas o ponto central é, de novo: os jogos do Campeonato Mundial de Clubes não devem fazer parte da temporada regular, logo suas datas não devem nela ser computadas. Deste modo, a realização do Campeonato Mundial de Clubes na primeira metade de Junho não geraria estorvos em relação ao calendário da temporada oficial. A competição seria disputada por 16 clubes, assim selecionados: • • • • • • Sete clubes europeus (cinco primeiros colocados da “Champions League” e dois finalistas da Copa da UEFA). Cinco clubes de todo o continente americano (quatro primeiros colocados da Taça Libertadores da América e campeão da Copa Panamericana). Um clube africano, o campeão do continente. Um clube asiático, o campeão do continente. Um clube da Oceania, o campeão do continente. Um clube do Japão, pais sede, o campeão nacional. E como realizar a competição com 16 clubes? Simples. Seriam formados quatro grupos (A, B, C, D), cada um com quatro clubes, que jogariam entre si (três rodadas). O vencedor do grupo A jogaria, em uma semi final, com o vencedor do grupo B, da mesma forma que o vencedor do grupo C faria outra semi final com o vencedor do grupo D (uma rodada), sendo que o semifinalista que tivesse feito melhor campanha na fase de grupos levaria a vantagem de empatar sobre o seu adversário. Os dois vencedores da semi final decidiriam o título em um jogo, com o clube que fez melhor campanha na competição podendo empatar a partida (uma rodada). Esquematicamente, ter-se-ia a seguinte situação: 110 Grupo A: Time01, Time02, Time03, Time04 Grupo B: Time05, Time06, Time07, Time08 Grupo C: Time09, Time10, Time11, Time12 Grupo D: Time13, Time14, Time15, Time16 A tabela da competição seria esta: Primeiro Dia (Sábado) Time01 x Time02; Time03 x Time04 Segundo Dia (Domingo) Terceiro Dia (Segunda Feira) Quarto Dia (Terça Feira) Quinto Dia (Quarta Feira) Sexto Dia (Quinta Feira) Sétimo Dia (Sexta Feira) Oitavo Dia (Sábado) Time05 x Time06; Time07 x Time08 Time09 x Time10; Time11 x Time12 Time13 x Time14; Time15 x Time16 Time01 x Time03; Time02 x Time04 Time05 x Time07; Time06 x Time08 Time09 x Time11; Time10 x Time12 Time13 x Time15; Time14 x Time16 Nono Dia (Domingo) Time01 x Time04; Time02 x Time03 Décimo Dia (Segunda Time05 x Time08; Time06 x Time07 Feira) Décimo Primeiro Dia Time09 x Time12; Time10 x Time11 (Terça Feira) Décimo Segundo Dia Time13 x Time16; Time14 x Time15 (Quarta Feira) 111 Décimo Terceiro Dia (Quinta Feira) Décimo Quarto Dia (Sexta Feira) Décimo Sexto Dia (Domingo) Vencedor de A x Vencedor de B Vencedor de C x Vencedor de D Disputa do Terceiro Lugar e Final Assim, a proposta é que o Campeonato Mundial de Clubes possa ser realizado sempre no mês de Junho, em um período de 16 dias, com 16 clubes o disputando. Os clubes escolhidos viriam de critérios técnicos, privilegiando-se, assim, a qualidade dos espetáculos. Esta competição não faria parte, assim, do calendário anual de clubes, porque seria realizada em período de férias dos jogadores. 112 2.12) Projeto Final Uma vez que já fiz as proposições para cada uma das competições, resta fazer uma proposta de distribuição destas ao longo da temporada. Antes disso, porém, uma ressalva deve ser feita: como já foi afirmado neste documento antes, deve haver uma coincidência dos calendários americanos com o calendário europeu. Isto é vantajoso porque, assim, se facilita o trabalho das seleções nacionais de futebol. Como o calendário das competições oficiais de seleções é baseado no calendário dos clubes europeus, ao se fazer esta adaptação se está facilitando a preparação da Seleção Brasileira para a disputa de campeonatos oficiais (é sabido que a maioria das competições oficiais de seleções é marcada para os meses de Junho e Julho, quando os clubes europeus estão no período de recesso e início de temporada). Assim, proponho que se tenha uma estrutura de temporada similar à da Europa. Ou seja: a temporada poderia começar em Julho, se encerrando em Junho do ano seguinte. O calendário de clubes compreenderia quatro períodos básicos: Julho; Agosto a Dezembro; Janeiro a Maio; Junho. Escreverei sobre cada um deles. • Julho: Seria o início da temporada. Nesses 30 dias, os clubes fariam o trabalho de preparação física típico da pré-temporada, inclusive com jogos treinos. Sobretudo o final do período seria reservado para amistosos, onde as equipes iriam adquirir ritmo de jogo. Com isso, haveria um tempo suficiente para a realização da prétemporada, algo a que tradicionalmente não se dá muita 113 importância no Brasil (eventualmente, alguns jogos oficiais poderiam ser realizados no final do período, conforme mostrarei em seguida). • Agosto a Dezembro: Se se consultar um calendário comum, ver-se-á que sempre há 21 ou 22 domingos (ou finais de semanas) entre os meses de Agosto e Dezembro. Da mesma forma, sempre há 21 ou 22 quartas feiras (ou meios de semanas) no período. Assim, proponho que: a) Sejam aproveitados 21 domingos (ou finais de semanas) do período, preferencialmente os 21 primeiros (eventualmente, se os domingos coincidirem com o período de Natal ou de Ano Novo, pode-se ter que utilizar o último domingo de Julho). Destes, os dois primeiros são reservados à Supercopa do Brasil, e os 19 seguintes, às 19 primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro em suas três divisões. Também, nos 21 domingos (ou finais de semanas), são realizadas as primeiras 21 rodadas do Torneio de Integração Nacional. b) Sejam aproveitadas 21 quartas feiras (ou meios de semanas) do período, preferencialmente as 21 primeiras (eventualmente, se as quartas feiras coincidirem com o período de Natal ou de Ano Novo, pode-se ter que utilizar a última quarta feira de Julho). Todas as quartas feiras (meios de semanas) seriam preenchidas pelas 21 rodadas dos Campeonatos Interestaduais e pelas 21 rodadas dos Campeonatos Estaduais (fazendo-se a ressalva que os clubes que jogarem os Interestaduais, não jogam os Estaduais). 114 • Janeiro a Maio: Se se consultar um calendário comum, ver-se-á que sempre há 21 ou 22 domingos (ou finais de semanas) entre os meses de Janeiro e Maio. Da mesma forma, sempre há 21 ou 22 quartas feiras (ou meios de semanas) no período. Assim, proponho que: a) Sejam aproveitados 21 domingos (ou finais de semanas) do período. Destes, os 19 primeiros são reservados às 19 últimas rodadas do Campeonato Brasileiro em suas três divisões, e os dois últimos, à Recopa das Américas. Também, nos 21 domingos (ou finais de semanas), são realizadas as últimas 21 rodadas do Torneio de Integração Nacional. b) Sejam aproveitadas 21 quartas feiras (ou meios de semanas) do período. Destas, as 11 primeiras quartas feiras (ou meios de semanas) são reservadas às 11 rodadas da Taça Libertadores da América e da Copa Panamericana (realizadas de forma simultânea – clube que joga uma, não joga a outra). As 10 quartas feiras (ou meios de semanas) seguintes são reservadas às 10 rodadas da Copa do Brasil. As quartas feiras (ou meios de semanas) da Libertadores / Panamericana abrangem os meses de Janeiro, Fevereiro e maior parte de Março. As quartas feiras (ou meios de semanas) da Copa do Brasil abrangem os meses de Março, em seu final, Abril e Maio. • Junho: Encerrando o calendário, o mês de Junho pode ser reservado às férias dos jogadores. Assim, passar-se-ia a ter um calendário permanente de clubes, já que cada competição teria critérios fixos para o seu início e o seu final (o calendário atual também contém esta possibilidade, 115 mas não de forma tão descritiva e regular como este, que proponho). Melhores possibilidades para o planejamento dos clubes seriam uma decorrência lógica deste fato. Para encerrar este capítulo, e fazer um preâmbulo do próximo, devo dizer que o calendário das seleções deve ser adaptado ao calendário dos clubes. Bom calendário é o em que as datas de jogos das seleções não coincidem com as datas de jogos dos clubes, pondo fim às intermináveis discussões sobre liberação de jogadores para jogos das seleções (se as datas de jogos não coincidirem, não há porque existir problemas com liberação de jogadores). Note-se um detalhe importante: primeiro, deve-se organizar o calendário dos clubes; é a partir das datas sobrantes do calendário dos clubes que se deve organizar o calendário das seleções. O clube é a Instituição máxima do futebol, é a própria razão de ser do esporte. Sem clubes fortes, seleções fortes pouco importam. Então, esta será uma premissa vital para a elaboração do nosso calendário de seleções. 116 CAPÍTULO III – UM CALENDÁRIO PARA A SELEÇÃO BRASILEIRA 3.01) Como é e como Deve Ser Um primeiro problema que se pode vislumbrar quando se fala em calendário das seleções em geral – e da Seleção Brasileira, em particular – é que sempre há coincidência de datas entre jogos de clubes e de seleções. Com isso, ou os clubes jogam desfalcados de suas principais estrelas quando estas estão servindo à Seleção, ou a Seleção joga desfalcada de vários de seus titulares em cada jogo, o que impede que a equipe ganhe entrosamento. Grande problema, este: sem um sentido de conjunto, mesmo seleções com destacadas potencialidades em termos de capacidades individuais acabam não rendendo o esperado. Daí, a constatação: se alguns jogadores são liberados para alguns jogos e outros não, como criar esse sentido de conjunto para a equipe? Não se deve esperar que sempre que uma seleção jogue, o faça com sua força máxima? Defendo a idéia que mesmo os amistosos devem ser jogados pelos times principais. A questão é se saber fazer os amistosos na hora correta. 117 Como resolver a questão? Simples. Que as seleções façam o seu trabalho quando os clubes não estiverem participando de competições oficiais. Pelo que proponho – e como já acontece na Europa6 –, os meses de Junho e Julho. Logo, pode-se criar um consenso: que as competições oficiais realizadas pelas seleções aconteçam nos dois terços finais do mês de Julho; a segunda metade de Junho e o primeiro terço de Julho podem ser dedicados à preparação física e técnica das equipes, o que inclui os jogos amistosos – todos disputados nesse período. Aí, se pergunta: e as férias dos jogadores? A convocação para a competição oficial seria feita no final de Maio. Na primeira metade de Junho, os jogadores convocados tirariam férias de 15 dias, sendo que, dos outros 15 dias, abririam mão (perante o respectivo pagamento da “compra” das férias, conforme a legislação trabalhista, pela Confederação Brasileira de Futebol). Na segunda metade de Junho, estariam prontos para fazer o trabalho de preparação física e técnica, bem como para jogar amistosos, visando à competição oficial dos dois terços finais de Julho. Outro problema é que as seleções jogam mais do que devem. Se falo da racionalização do calendário para clubes, estendo essa argumentação para a racionalização do calendário de seleções. Eliminatórias da Copa do Mundo com 18 rodadas? Com o perdão da gíria, “fala sério!”. Assim, proponho que haja uma competição oficial por ano envolvendo a Seleção principal, o que tornaria a situação mais clara. Portanto, teríamos: • • Nos anos de 2015, 2019, 2023 e etc., a Copa América. Nos anos de 2016, 2020, 2024 e etc., a Copa das Confederações. ______________________________________ 6 Embora, na Europa, as seleções tenham o hábito de jogar em um meio de semana a cada mês de competições do calendário dos clubes – seja em competições oficiais, seja em jogos amistosos. Discordo de que o mesmo seja feito no Brasil. 118 • • Nos anos de 2017, 2021, 2025 e etc., o Campeonato da FIFA. Nos anos de 2018, 2022, 2026 e etc., a Copa do Mundo. Resta dizer, então, como realizar cada um destes torneios. Antes de proceder esta tarefa, porém, devo fazer uma observação: definitivamente, que se tire do futebol profissional a obrigação de ceder jogadores para as competições de futebol dos Jogos Panamericanos, dos Jogos Pré Olímpicos e dos Jogos Olímpicos (que, inclusive, não se sabe se continuarão existindo, ou se serão extintas). Só devem atuar nestas competições jogadores amadores, que não tenham vínculo contratual, e, mesmo dos amadores, os que não sejam utilizados regularmente pelos clubes profissionais. Devo dizer que, em tese, eu seria simpatizante da idéia de se poder jogar tanto o Pan como as Olimpíadas com a Seleção principal. Mas existem embaraços políticos entre a Instituição máxima que cuida destas competições, o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a FIFA, órgão máximo do futebol mundial. Portanto, é de bom tom que os jogadores profissionais sejam liberados para jogar apenas as competições chanceladas pela FIFA. Aliás, e estendendo-me um pouco mais do que o escopo inicial, um clube de futebol brasileiro ter que liberar um valoroso jovem jogador seu para competições de seleções sub-23, ou sub-20, ou sub-17, e não poder aproveitá-lo nas suas competições oficiais, também é um equívoco. Em minha visão, é o clube que deve decidir, de acordo com os seus interesses, se dispensa um jovem jogador vinculado a ele para jogar uma competição dessas, ou não. Voltando ao assunto em questão, jogadores profissionais ou amadores que os clubes brasileiros muito precisem não devem ser convocados para Pan, Pré Olímpico e Olimpíadas, para que os clubes não fiquem desfalcados em meio às suas competições. Segue a apresentação de cada competição. 119 3.02) Copa América Pela minha proposta, a Copa América (jogada nos anos de 2015, 2019, 2023, etc.) seria disputada, em um país previamente escolhido, por 12 seleções, a saber: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Chile, Peru, Equador, Bolívia, Venezuela, México e Estados Unidos. As 12 seleções seriam divididas em quatro grupos de três, com as três seleções de um mesmo grupo jogando entre si, classificando-se para a fase seguinte a melhor seleção de cada grupo – se houvesse empate na melhor campanha de mais de uma seleção, a de melhor colocação no Ranking da FIFA iria adiante (três rodadas). As quatro seleções classificadas jogariam a semi final (vencedor do grupo A x vencedor do grupo B; vencedor do grupo C x vencedor do grupo D), sendo que a seleção de melhor campanha na fase anterior jogaria pelo empate – ou, se houvesse igualdade de campanhas, a seleção de melhor colocação no Ranking da FIFA jogaria pelo empate (uma rodada). As duas seleções classificadas fariam a final em um jogo, onde a seleção que fez melhor campanha na competição jogaria pelo empate – ou, se houvesse igualdade de campanhas, a seleção de melhor colocação no Ranking da FIFA jogaria pelo empate (uma rodada). Em cinco rodadas, ou duas semanas (as duas últimas de Julho), a competição seria totalmente disputada. Esquematicamente, ter-se-ia a seguinte situação: Grupo A: Seleção01, Seleção02, Seleção03 Grupo B: Seleção04, Seleção05, Seleção06 Grupo C: Seleção07, Seleção08, Seleção09 Grupo D: Seleção10, Seleção11, Seleção12 120 A tabela da competição seria esta: Primeiro Dia (Sábado) Seleção01 x Seleção02; Seleção04 x Seleção05 Segundo Dia (Domingo) Seleção07 x Seleção08; Seleção10 x Seleção11 Quinto Dia (Quarta Feira) Seleção01 x Seleção03; Seleção04 x Seleção06 Sexto Dia (Quinta Feira) Seleção07 x Seleção09; Seleção10 x Seleção12 Oitavo Dia (Sábado) Seleção02 x Seleção03; Seleção05 x Seleção06 Nono Dia (Domingo) Seleção08 x Seleção09; Seleção11 x Seleção12 Décimo Segundo Dia (Quarta Feira) Vencedor de A x Vencedor de B Décimo Terceiro Dia (Quinta Feira) Vencedor de C x Vencedor de D Décimo Sexto Dia (Domingo) Final Essa é a Copa América que proponho. 121 3.03) Copa das Confederações Pela minha proposta, a Copa das Confederações (jogada nos anos de 2016, 2020, 2024, etc.) seria disputada, no país da Copa do Mundo seguinte, por 16 seleções, a saber: seleção campeã do mundo; seleção vice campeã do mundo; seleção do país sede da próxima Copa do Mundo; seleção do país sede da Copa do Mundo anterior; seleção campeã da Copa América; seleção vice campeã da Copa América; seleção campeã da Copa de Ouro, da CONCACAF; seleção vice campeã da Copa de Ouro, da CONCACAF; seleção campeã européia; seleção vice campeã européia; seleção campeã asiática; seleção vice campeã asiática; seleção campeã africana; seleção vice campeã africana; seleção campeã da Oceania; seleção vice campeã da Oceania. As 16 seleções seriam divididas em quatro grupos de quatro, com as quatro seleções de um mesmo grupo jogando entre si, classificando-se para a fase seguinte a melhor seleção de cada grupo – se houvesse empate na melhor campanha de mais de uma seleção, a de melhor colocação no Ranking da FIFA iria adiante (três rodadas). As quatro seleções classificadas jogariam a semi final (vencedor do grupo A x vencedor do grupo B; vencedor do grupo C x vencedor do grupo D), sendo que a seleção de melhor campanha na fase anterior jogaria pelo empate – ou, se houvesse igualdade de campanhas, a seleção de melhor colocação no Ranking da FIFA jogaria pelo empate (uma rodada). As duas seleções classificadas fariam a final em um jogo, onde a seleção que fez melhor campanha na competição jogaria pelo empate – ou, se houvesse igualdade de campanhas, a seleção de melhor colocação no Ranking da FIFA jogaria pelo empate (uma rodada). Em cinco rodadas, ou duas semanas (as duas últimas de Julho), a competição seria totalmente disputada. 122 Esquematicamente, ter-se-ia a seguinte situação: Grupo A: Seleção01, Seleção02, Seleção03, Seleção04 Grupo B: Seleção05, Seleção06, Seleção07, Seleção08 Grupo C: Seleção09, Seleção10, Seleção11, Seleção12 Grupo D: Seleção13, Seleção14, Seleção15, Seleção16 A tabela da competição seria esta: Primeiro Dia (Sábado) Seleção01 x Seleção02; Seleção03 x Seleção04 Segundo Dia (Domingo) Seleção05 x Seleção06; Seleção07 x Seleção08 Terceiro Dia (Segunda Seleção09 x Seleção10; Feira) Seleção11 x Seleção12 Quarto Dia (Terça Feira) Seleção13 x Seleção14; Seleção15 x Seleção16 Quinto Dia (Quarta Feira) Seleção01 x Seleção03; Seleção02 x Seleção04 Sexto Dia (Quinta Feira) Seleção05 x Seleção07; Seleção06 x Seleção08 Sétimo Dia (Sexta Feira) Seleção09 x Seleção11; Seleção10 x Seleção12 Oitavo Dia (Sábado) Seleção13 x Seleção15; Seleção14 x Seleção16 Nono Dia (Domingo) Seleção01 x Seleção04; Seleção02 x Seleção03 Décimo Dia (Segunda Seleção05 x Seleção08; Feira) Seleção06 x Seleção07 123 Décimo Primeiro Dia Seleção09 x Seleção12; (Terça Feira) Seleção10 x Seleção11 Décimo Segundo Dia (Quarta Feira) Seleção13 x Seleção16; Seleção14 x Seleção15 Décimo Terceiro Dia (Quinta Feira) Vencedor de A x Vencedor de B Décimo Quarto Dia (Sexta Feira) Vencedor de C x Vencedor de D Décimo Sexto Dia (Domingo) Disputa do Terceiro Lugar e Final Essa é a Copa das Confederações que proponho. 124 3.04) Campeonato da FIFA Em todos os anos imediatamente anteriores a Copas do Mundo (portanto, 2017, 2021, 2025, etc.), deveriam ser jogadas as Eliminatórias da Copa do Mundo. Mas proponho que oito países não tenham que disputar as Eliminatórias, estando automaticamente classificados para a Copa do Mundo: os sete países que já foram campeões mundiais (Brasil, Argentina, Uruguai, França, Inglaterra, Alemanha e Itália) e o país sede da Copa do Mundo seguinte. Assim, no ano anterior à Copa do Mundo, e no país sede da próxima Copa do Mundo, estes oito países jogariam o Campeonato da FIFA, como forma de promover o país da Copa ainda mais, um ano antes de sua realização. Seria uma competição de turno único, onde todos jogariam entre si, com o país campeão sendo o que somasse maior número de pontos corridos (sete rodadas). Seriam três semanas de competição, realizadas nas três últimas semanas de Julho. Se, por exemplo, houvesse o Campeonato da FIFA antes da Copa do Mundo da África do Sul, de 2010, a tabela da competição poderia ser esta: Primeira Rodada (Sábado e Domingo) Segunda Rodada (Quarta e Quinta) Brasil X África do Sul Argentina x Uruguai Itália x Inglaterra Alemanha x França Brasil X Uruguai Argentina x Inglaterra Itália x França Alemanha x África do Sul 125 Terceira Rodada (Sábado e Domingo) Quarta Rodada (Quarta e Quinta) Quinta Rodada (Sábado e Domingo) Sexta Rodada (Quarta e Quinta) Sétima Rodada (Sábado e Domingo) Brasil X Inglaterra Argentina x França Itália x África do Sul Alemanha x Uruguai Brasil X França Argentina x África do Sul Itália x Uruguai Alemanha x Inglaterra Brasil X Alemanha Argentina x Itália França x África do Sul Inglaterra x Uruguai Brasil X Itália Argentina x Alemanha França x Uruguai Inglaterra x África do Sul Brasil X Argentina Itália x Alemanha França x Inglaterra Uruguai x África do Sul Criar uma competição que, todos os anos imediatamente anteriores a uma Copa do Mundo, reúna as sete seleções campeãs mundiais e o país sede da próxima Copa parece uma boa idéia para promover a Copa do Mundo do ano seguinte. È isso que o Campeonato da FIFA pode propiciar. 126 3.05) Copa do Mundo A Copa do Mundo seria realizada de quatro em quatro anos (2018, 2022, 2026, etc.), sempre nas três últimas semanas do mês de Julho. Assim, a segunda metade do mês de Junho e o início de Julho seriam preparatórios para o evento. Seria disputada por 32 seleções, assim constituídas: • • • • • • • Sete seleções de países anteriormente campeões mundiais (Brasil, Argentina, Uruguai, França, Inglaterra, Alemanha, Itália), previamente classificadas. Seleção do país sede, previamente classificada. 12 seleções européias. Duas seleções sulamericanas. Quatro seleções africanas. Três seleções das América Central e do Norte. Três seleções da Ásia e Oceania. Acredito que um mês inteiro de competição acaba tornando-a arrastada. Portanto, defendo um modelo com duração um pouco menor. Logo, deve-se elaborar uma forma de disputa que atenda a este objetivo. Qual seria? Teríamos a seguinte fórmula para a disputa da Copa do Mundo: as 32 seleções seriam divididas em oito grupos de quatro equipes, com elas jogando entre si em turno único. A seleção de melhor campanha no grupo seria a classificada (em caso de empate na classificação entre duas ou mais seleções em todos os critérios de desempate, seria contemplada a seleção com melhor colocação no Ranking da FIFA. Discordo de que se classifiquem duas seleções por grupo, como acontece atualmente. Tal expediente dá margem a resultados combinados, como o vergonhoso 127 Alemanha x Áustria da Copa do Mundo de 1982. Quando apenas uma seleção se classifica, não há hipótese de – nos jogos finais do grupo – haver resultados que sejam favoráveis simultaneamente às duas seleções que estão jogando). Desta forma, as oito seleções classificadas seriam divididas em quatro grupos de duas equipes, classificando-se uma delas (em caso de empate, classificar-se-ia a seleção com melhor colocação no Ranking da FIFA). As quatro seleções classificadas seriam divididas em dois grupos de duas equipes, classificando-se uma destas (em caso de empate, classificar-se-ia a seleção com melhor colocação no Ranking da FIFA). Enfim, os perdedores da fase anterior disputariam o terceiro lugar, enquanto os vencedores decidiriam o título mundial (em caso de empate, alcançaria o terceiro lugar, ou o título, dependendo do caso, a seleção com melhor colocação no Ranking da FIFA). Mostro, esquematicamente, como poderia funcionar a Copa do Mundo: Grupo A: Seleção01, Seleção02, Seleção03, Seleção04 Grupo B: Seleção05, Seleção06, Seleção07, Seleção08 Grupo C: Seleção09, Seleção10, Seleção11, Seleção12 Grupo D: Seleção13, Seleção14, Seleção15, Seleção16 Grupo E: Seleção17, Seleção18, Seleção19, Seleção20 Grupo F: Seleção21, Seleção22, Seleção23, Seleção24 Grupo G: Seleção25, Seleção26, Seleção27, Seleção28 Grupo H: Seleção29, Seleção30, Seleção31, Seleção32 A tabela da competição seria esta: 128 Primeiro Dia (Sexta Feira) Seleção01 x Seleção02 Segundo Dia (Sábado) Seleção03 x Seleção04 Seleção05 x Seleção06 Seleção07 x Seleção08 Terceiro Dia (Domingo) Seleção09 x Seleção10 Seleção11 x Seleção12 Seleção13 x Seleção14 Seleção15 x Seleção16 Quarto Dia (Segunda Feira) Seleção17 x Seleção18 Seleção19 x Seleção20 Seleção21 x Seleção22 Seleção23 x Seleção24 Quinto Dia (Terça Feira) Seleção25 x Seleção26 Seleção27 x Seleção28 Seleção29 x Seleção30 Seleção31 x Seleção32 Sexto Dia (Quarta Feira) Seleção01 x Seleção03 Seleção02 x Seleção04 Seleção05 x Seleção07 Seleção06 x Seleção08 Sétimo Dia (Quinta Feira) Seleção09 x Seleção11 Seleção10 x Seleção12 Seleção13 x Seleção15 Oitavo Dia (Sexta Feira) Seleção14 x Seleção16 Seleção17 x Seleção19 Seleção18 x Seleção20 Seleção21 x Seleção23 Seleção22 x Seleção24 129 Nono Dia (Sábado) Seleção25 x Seleção27 Seleção26 x Seleção28 Seleção29 x Seleção31 Décimo Dia (Domingo) Seleção30 x Seleção32 Seleção01 x Seleção04 Seleção02 x Seleção03 Seleção05 x Seleção08 Décimo Primeiro Dia (Segunda Feira) Seleção06 x Seleção07 Seleção09 x Seleção12 Seleção10 x Seleção11 Seleção13 x Seleção16 Décimo Segundo Dia (Terça Feira) Seleção14 x Seleção15 Seleção17 x Seleção20 Seleção18 x Seleção19 Seleção21 x Seleção24 Décimo Terceiro Dia (Quarta Feira) Seleção22 x Seleção23 Seleção25 x Seleção28 Seleção26 x Seleção27 Seleção29 x Seleção32 Décimo Quarto Dia (Quinta Feira) Décimo Quinto Dia (Sexta Feira) Décimo Sexto Dia (Sábado) Décimo Sétimo Dia (Domingo) Vigésimo Dia (Quarta Feira) Seleção30 x Seleção31 Grupo I: Vencedor de A x Vencedor de B Grupo J: Vencedor de C x Vencedor de D Grupo K: Vencedor de E x Vencedor de F Grupo L: Vencedor de G x Vencedor de H Vencedor de I x Vencedor de J 130 Vigésimo Primeiro Dia Vencedor de K x Vencedor de L (Quinta Feira) Vigésimo Terceiro Dia Decisão do Terceiro Lugar (Sábado) Vigésimo Quarto Dia (Domingo) Final Desta forma, a Copa do mundo teria 24 dias de duração, ou pouco mais de três semanas, conforme já havia ressaltado. No modelo proposto, a Copa do Mundo poderia ser uma competição mais competitiva do que atualmente, na medida em que todos os jogos seriam decisivos (mesmo os da primeira fase). 131 3.06) Projeto Final Minha preocupação central, em termos de calendário, é com os clubes. Incluí este capítulo no trabalho – escrevendo sobre as seleções – apenas para deixar claro que é possível conciliar um calendário de clubes com um calendário de seleções, sem que haja prejuízos para nenhuma das partes. Dentro desta perspectiva, propus que as datas de jogos para seleções fossem arroladas no período em que os clubes não estivessem realizando competições oficiais. Ofereci uma proposta de calendário para seleções compatível com este objetivo. Desta forma, criei uma estrutura permanente para o calendário de seleções. Veja-se como ficou o modelo. Anos de 2015, 2019, 2023, etc.: • • • • Final de Maio: Convocação dos jogadores. Primeira metade de Junho: Férias dos jogadores convocados. Segunda metade de Junho e início de Julho: preparação para a Copa América. Restante do mês de Julho: Copa América (16 dias). Anos de 2016, 2020, 2024, etc.: • • • • Final de Maio: Convocação dos jogadores. Primeira metade de Junho: Férias dos jogadores convocados. Segunda metade de Junho e início de Julho: preparação para a Copa das Confederações. Restante do mês de Julho: Copa das Confederações (16 dias). 132 Anos de 2017, 2021, 2025, etc.: • • • • Final de Maio: Convocação dos jogadores. Primeira metade de Junho: Férias dos jogadores convocados. Segunda metade de Junho e início de Julho: preparação para o Campeonato da FIFA. Restante do mês de Julho: Campeonato da FIFA (23 dias). Anos de 2018, 2022, 2026, etc.: • • • • Final de Maio: Convocação dos jogadores. Primeira metade de Junho: Férias dos jogadores convocados. Segunda metade de Junho e início de Julho: preparação para a Copa do Mundo. Restante do mês de Julho: Copa do Mundo (24 dias). Encerro, assim, a parte do trabalho reservada ao calendário para a Seleção Brasileira e, com isso, também encerro as propostas contidas neste trabalho. O próximo capítulo constitui-se em uma análise crítica do mesmo. 133 CAPÍTULO IV – QUESTÕES ESSENCIAIS A RESPEITO DO CALENDÁRIO PROPOSTO 4.01) Benefícios do Modelo de Calendário Proposto A proposta ora apresentada tem o intuito de fazer com que o calendário do futebol brasileiro torne-se algo racional – entenda-se como racional fazer com que os clubes joguem, no mínimo, uma partida e, no máximo, duas partidas por semana ao longo da maior parte possível da temporada oficial. Não é o que acontece atualmente, como não é o que historicamente tem acontecido em nosso futebol. O que costuma acontecer, normalmente, no futebol brasileiro, é isto: • Muitos clubes ficam a temporada inteira jogando ininterruptamente (notadamente, os clubes grandes). Jogam, por vezes, mais de duas partidas por semana, durante parte da temporada. Resultado: jogadores machucados, pouca atenção da mídia, pouca atenção do torcedor7 . ______________________________________ 7 Há de se reconhecer que, a partir de 2003, a situação está melhor, neste sentido. No entanto, ainda se encontra longe do razoável. 134 • • Outros clubes ficam grande parte da temporada sem jogar (notadamente, os clubes pequenos). Jogam regulamente ao longo dos Campeonatos Estaduais e, depois deles, ficam sem nada para fazer. Resultado: desmanche de elencos, clubes sem receitas, jogadores de futebol profissional sem emprego. Ainda há os clubes que jogam tresloucadamente durante uma parte da temporada para ficarem sem atividade nenhuma em outra parte. Não que as duas situações ainda agora demonstradas sejam boas, mas este é o pior dos mundos... A irracionalidade do calendário do futebol brasileiro faz com que não se enxergue o óbvio: que tem de existir uma competição central, que seja disputada ao longo de toda a temporada, capaz de manter todas as agremiações em atividade durante o tempo de duração da temporada, sempre aos finais de semanas8 ; e que, em meios de semanas, deve haver competições intermediárias, preferencialmente de caráter eliminatório. É o que propus. Segundo meu projeto, o calendário apresentado teria as seguintes características: • O clube que disputar mais jogos oficiais terá feito, no máximo, 84 partidas: 38 pelo Campeonato Brasileiro, 21 pelo Campeonato Interestadual ou pelo Campeonato Estadual, 11 pela Taça Libertadores da América ou pela Copa Panamericana, 10 pela Copa do Brasil, duas pela Supercopa do Brasil e duas ______________________________________ 8 Neste caso, a situação de a partir de 2003 mitigou o problema, mas não o resolveu, de forma alguma. Tanto é que o Campeonato Brasileiro não ocupa a quase totalidade do ano, mas pouco mais de seis meses dele (de final de Maio a início de Dezembro). Ademais, muitas rodadas deste campeonato são em meios de semanas e, para se cumprir a diretriz que propus, deveriam ser aos finais de semanas. 135 • • pela Recopa das Américas. Historicamente, este número, o máximo de partidas que um clube pode fazer ao longo da temporada, tem sido de 100 partidas, ou mais. O falecido Calendário Quadrienal propunha 80 partidas (ou datas, ou rodadas, por ano), mas sem um método racional de distribuição das datas. No calendário atual, um clube pode jogar até 91 partidas oficiais na temporada, o que é excessivo. O clube que disputar menos jogos oficiais terá feito, no mínimo, 43 partidas: 36 pelo Torneio de Integração Nacional (se disputar este certame), seis pelo Campeonato Estadual respectivo (se for clube da segunda divisão) e um pela Copa do Brasil (se for eliminado “de cara”). Sabe-se que existem muitos clubes por aí que não chegam a fazer 20 jogos oficiais ao longo da temporada. Estes clubes, normalmente, jogam os Campeonatos Estaduais por três ou quatro meses, e só. Os clubes grandes, apesar de nunca disputarem mais de 84 partidas oficiais por temporada, terão um mínimo de 53 partidas oficiais para cumprir: 38 pelo Campeonato Brasileiro (independentemente da divisão em que estiverem), 14 pelos Campeonatos Estaduais (número de jogos total das fases classificatórias do turno e returno destas competições)9 e uma pela Copa do Brasil (se for eliminado “de cara”). A principal queixa dos grandes clubes em relação a uma possível mudança de calendário é que estes não podem fazer poucos jogos por temporada, sob pena de não obterem receitas no ritmo apropriado. Logo, um mínimo de 53 partidas, com a garantia de que nunca se ultrapassará 84, parece algo propício. ______________________________________ 9 Se o referido clube grande jogar algum Campeonato Interestadual, ao invés de Estadual, o número de rodadas mínimo é de 15, não de 14. Conseqüentemente, o número mínimo de jogos oficiais na temporada é de 54, não de 53. 136 • • • Os 640 clubes profissionais do Torneio de Integração Nacional jogam pelo menos 36 jogos nos 42 finais de semanas disponíveis. Os outros 60 clubes profissionais do Campeonato Brasileiro (nas três divisões) jogam pelo menos 38 jogos nos 42 finais de semanas disponíveis. Os jogos de meios de semanas são, quase sempre, eliminatórios. Em outros termos: apenas alguns clubes jogam em meios de semanas, a maioria deles concentra suas energias nos jogos de finais de semanas (mais no segundo semestre da temporada, do que no primeiro). Conseqüentemente, a temporada regular se estende entre Agosto de um ano e Maio do ano seguinte, com os clubes jogando, com certeza, um jogo por semana (nos finais de semana) e podendo jogar, no máximo, outro jogo por semana (nos meios de semanas). Tudo pré-definido, pensado anteriormente, estrategicamente montado para que não haja nem clubes que joguem toda hora, nem clubes que fiquem extensas épocas sem jogar. Uma tarefa que, apesar de não ser difícil de ser elaborada, nunca mobilizou a energia dos cartolas brasileiros... Chegará o momento em que o futebol brasileiro terá o calendário que merece. Se, com a bagunça que há, somos penta, imagine-se com organização. 137 4.02) Principais Dúvidas (e Respostas) sobre o Calendário Proposto Quando se discute o calendário do futebol brasileiro, diversas polêmicas vêm à tona. O que é normal, as pessoas têm opiniões divergentes sobre o formato das competições, a distribuição de datas, os clubes participantes de cada competição, e assim por diante. Não tenho, portanto, a pretensão de julgar que meu projeto não possa ser objeto de críticas e discordâncias. Sem dúvida, o será. Como também deve ser objeto de algumas interrogações, às quais gostaria de responder claramente. Segue, portanto, uma série de 20 perguntas que dizem respeito ao calendário por mim proposto. Óbvio está que o projeto pode ser objeto de dezenas, para não dizer centenas, de indagações, discordâncias, críticas – construtivas ou não – e tudo mais. Concentrar-me-ei, contudo, nas indagações que me parecem mais freqüentes. Estas aparecem em seguida, com suas respectivas respostas. 1. É proposto que os clubes joguem um mínimo de 43 jogos oficiais por temporada (para os clubes grandes, um mínimo de 53 jogos oficiais por temporada, ou de 54, se jogarem os Interestaduais ao invés dos Estaduais), e um máximo de 84 jogos oficiais por temporada. O número de 84 jogos para um clube na temporada não é muito alto? Cumpre esclarecer que apenas um ou dois clubes podem chegar ao ponto de fazer 84 jogos oficiais em uma temporada, pela metodologia proposta. E, para isso acontecer, seria necessário que estes clubes disputassem todas as competições possíveis e chegassem ao final em todas elas – acompanho futebol há 30 anos, e nunca vi isso acontecer. 138 Posto isto, o número é, realmente, alto, mas não excessivamente alto. Nos países europeus, este número é próximo a 70, mas eles têm o hábito de fazer um jogo de seleções por mês, sempre em um meio de semana. Se não fosse isso, teriam algo próximo às 84 datas disponíveis. O fato é que, em um país em que sempre foi tradição o calendário com mais de 100 datas por temporada (e, ainda hoje, precisa-se de 91 datas), reduzir-se isso ao número de 84 – sendo que quatro delas são para a disputa de torneios comemorativos, como a Supercopa do Brasil e a Recopa das Américas – é um grande avanço. Mas, isso, o Calendário Quadrienal também fazia. Não basta colocar cerca de 80 datas à disposição dos clubes por ano: é preciso que estas datas sejam recheadas por competições bem concebidas. Seria muito fácil “cortar” algumas das 84 datas, se fosse o caso: bastava transformar os Campeonatos Estaduais e os Campeonatos Interestaduais em competições eliminatórias simples, ao estilo “mata mata”, em toda a sua extensão. O ponto é que não vale a pena, pois, se assim fosse, os grande clubes ficariam com um número mínimo de jogos por temporada aquém do que seria razoável, o que não acontece por terem de jogar, obrigatoriamente, ou 15 rodadas pelo Interestadual (número mínimo de jogos de quem disputa este tipo de competição), ou 14 rodadas pelo Estadual (número mínimo de jogos de quem disputa este tipo de competição). 2. A proposta caminha, inequivocamente, para o sentido de se adaptar o calendário do futebol brasileiro ao calendário europeu. Isso não se consistiria em renunciar a um aspecto da cultura nacional, que são as férias em Dezembro? Adaptar o calendário brasileiro ao europeu permite fazer com que o período de nossa pré-temporada seja o mesmo período 139 que a de lá, que é quando acontecem as competições que envolvem seleções, majoritariamente. Portanto, adaptar nosso calendário para que não haja competições de clubes no meio do ano (fora o Campeonato Mundial de Clubes, uma exceção, o que não compromete o andamento dos trabalhos das seleções) é atitude que favorece a preparação da Seleção Brasileira para as competições que venha a disputar, já que a Seleção estará fazendo o seu trabalho quando os clubes estiverem inativos e, assim, estes não ficam prejudicados. Claro está que, no Brasil, todos preferem tirar férias em Dezembro, ao invés de Junho. Mas essa mudança de calendário geraria benefícios à atividade econômica futebol brasileiro como um todo e, conseqüentemente, os jogadores de futebol também seriam beneficiados – o que compensaria o fato de não tirarem férias no verão. 3. É da tradição do futebol brasileiro se jogar algumas competições em um semestre do ano, e outras em outro semestre. Pela proposta feita, o Campeonato Brasileiro e o Torneio da Integração Nacional duram a temporada inteira. Isso não contraria outro aspecto de nossa cultura? Existem aspectos de nossa cultura que devem ser contrariados, mesmo. Isso faz parte do espírito de qualquer reforma. Ter uma competição, ou melhor, um conjunto de competições paralelas e relacionadas – o Campeonato Brasileiro, em suas três divisões, e o Torneio de Integração Nacional, no caso – sendo jogadas durante a temporada inteira é o segredo para manter todos os clubes profissionais em atividade durante a temporada integral, algo extremamente benéfico. É o caso de minha proposta, que mantém os 700 clubes profissionais em atividade ao longo de toda a temporada, graças ao fato dessas competições serem extensas. 140 4. Pelo projeto de Campeonato Brasileiro apresentado, cada divisão tem 20 clubes. Isso não torna a sua duração extremamente longa, inviabilizando um tempo maior para preparação e amistosos? É bom lembrar que, na proposta, os clubes possuem um mês inteiro para isso, o mês de Julho, e isso não acontece, por exemplo, no calendário atual. Posto isso, realmente, se tivéssemos um Campeonato Brasileiro com divisões de 16 clubes, teríamos 30 finais de semanas para disputá-lo, cerca de oito meses. Sobraria tempo para férias, pré-temporada com dois meses (um de preparação física / técnica, outro para amistosos antes do início da temporada oficial) e mais de um mês para a Seleção Brasileira se preparar para as competições que disputasse. Seria uma solução tecnicamente perfeita, mas com dois problemas: poucos clubes por divisão em um país de dimensões continentais e, principalmente, longo período de inatividade para os clubes. A solução de um Campeonato Brasileiro com divisões de 20 clubes requer 38 finais de semanas para a disputa, cerca de 10 meses. Tem-se menos tempo para pré-temporada e preparação da Seleção, mas, em compensação, os clubes permanecem em atividade por mais tempo. É, portanto, do ponto de vista comercial, uma alternativa mais interessante para quem realmente conta: os clubes. 141 5. O projeto preconiza que o Campeonato Brasileiro, em suas divisões, seja disputado em turno e returno com pontos corridos. Isso não vai contra a cultura brasileira, mais uma vez, em que os torcedores gostam de assistir finais? Continuará havendo finais para a Copa do Brasil, a Taça Libertadores da América, a Copa Panamericana, Campeonatos Interestaduais, Campeonatos Estaduais, etc. O que não faltarão são finais para o torcedor assistir. Nessas competições, que são eliminatórias ou no modelo classificação e “playoffs”, as finais são uma decorrência óbvia. Diferente deve ser a situação em campeonatos nacionais, programados para durar a temporada inteira. Eles devem existir para garantir seqüência de jogos e melhor planejamento dos diversos clubes. Nesse caso, então, é melhor se abdicar das finais, para se ter uma competição que seja “vitrine” para o resto do mundo, por trazer a credibilidade e a meritocracia que só competições de pontos corridos podem propiciar. 6. Realizar o Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão em turno e returno com pontos corridos não é muito caro? Sim, é caro, só que também gera mais receitas. Logo, na relação custo / benefício, parece apropriado. A fórmula, por exemplo, adotada para o Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão de 2009 é mais barata do que o turno e returno e pontos corridos, já que há grupos regionais e, assim, redução dos custos de transporte. Em compensação, a maioria dos 20 clubes só faz 18 jogos, quando todos eles fariam 38 jogos, se houvesse turno, returno e pontos corridos. 142 Fazer os clubes jogarem 20 partidas oficiais a menos por temporada, para se ter uma competição mais barata, não parece valer a pena. É o típico barato que sai caro. Se não, vejamos: ao deixar de fazer 20 jogos por temporada, os clubes da “Terceirona” deixam de ganhar maiores receitas de patrocínio, auferem menos receitas de bilheteria, têm cotas de televisionamento menores, além de ficarem um bom período sem jogar. Outro ponto importante: campeonatos em turno e returno e com pontos corridos são os mais fáceis de entender, os mais justos e, em conseqüência, os que geram maior numerário, decorrente de maior atratividade. Logo, a “Terceirona” em turno e returno e pontos corridos seria, sim, mais cara. Porém, geraria mais dinheiro, também – com a vantagem de ajudar os clubes que dela participassem a ocuparem melhor o tempo, com jogos ao longo de toda a temporada. 7. Foi proposto que dois Campeonatos Interestaduais voltassem, a Copa do Nordeste e a Copa Sul / Minas. Não seria o caso da volta da Copa Rio / São Paulo, também? Do meu ponto de vista, sim. Mas o fato é que os grandes clubes do Rio de Janeiro e os grandes clubes de São Paulo não desejam isso, preferem jogar os Campeonatos Estaduais. Ponto final. 8. Ter Campeonatos Interestaduais e Estaduais paralelamente às 19 primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro não é um esforço demasiado que os clubes precisam fazer, na primeira metade da temporada? Sim, de fato, é. A primeira metade da temporada é mais desgastante que a segunda. Afinal, as competições de meios de semanas da segunda metade são totalmente eliminatórias ao estilo 143 “mata mata”. Ou seja: só uma pequena parte dos clubes persiste em um grande esforço até o final do período, mas estes poucos clubes são recompensados em termos de prestígio e financeiramente, por irem adiante nas competições. As competições de meios de semanas da primeira metade da temporada, Campeonatos Estaduais e Campeonatos Interestaduais, não são eliminatórias simples, mas compostas de fases classificatória e final – ou seja, são apenas parcialmente eliminatórias. São mais jogos para boa parte dos clubes do que na segunda metade da temporada. Mas, fazer o quê? Extinguir os Interestaduais (ou não recomeçá-los)? Extinguir os Estaduais? Os clubes não querem isso, então, não adianta “dar murro em ponta de faca”. Uma maneira inteligente de lidar com isso seria os clubes terem uma estratégia, fazerem um planejamento. Que tal, por exemplo, disputar os Estaduais com reservas, e guardar forças para o Campeonato Brasileiro? Ou escalar time misto? Ou, especificamente para os Estaduais, ganhar o turno e, já estando na final, poupar o time no returno? Ou, no caso dos Interestaduais, poupar o time titular a partir do momento imediato que se conseguiu a classificação para os “playoffs”? Estratégias para lidar com a situação existem, sabendo-se definir prioridades. 9. O Campeonato Paulista da Primeira Divisão ser disputado por apenas oito clubes não é um contra senso? Acho que contra senso seria ter que estender o número de datas de todos os outros Estaduais, só para fazer um “Paulistão” maior, com mais clubes. O fato é que há 21 datas, ou rodadas, 144 para os Estaduais. O modelo com oito clubes na primeira divisão, tal qual proposto, permite utilizar todas as 21 datas, em um campeonato de satisfatório nível técnico, visto que disputado apenas pelos oito melhores paulistas. Se, entretanto, se quiser optar por outro modelo de disputa, com um número maior de clubes, não há problemas, desde que se respeite as 21 datas – nem uma a mais, nem uma a menos! Isto vale, aliás, para qualquer Estadual, e para qualquer Interestadual. 10. Pelo modelo proposto, a Copa do Brasil seria disputada por 1024 clubes (700 profissionais e 324 amadores), quando, hoje, é disputada por 64. Não seria inchar demais o torneio? A Copa do Brasil é uma competição que existe para dar chances para os pequenos clubes chegarem a uma competição internacional, como a Taça Libertadores da América ou a Copa Panamericana, em pé de igualdade com os clubes grandes. Então, o mais justo é estender esta oportunidade a todos os clubes profissionais (e a alguns amadores, também). Se não houvesse datas suficientes para isso no calendário, não seria o caso. Mas, com a metodologia pensada, as datas existem. 11. Mas não seria melhor reduzir o número de clubes participantes e haver jogos de ida e volta, ao invés de se ter muitos clubes, mas com jogo único? Com jogo único, dá para fazer a Copa do Brasil em 10 rodadas e com 1024 clubes. Com jogos de ida e volta, dá para fazer a Copa do Brasil em 10 rodadas e com 32 clubes. Por ser mais democrática, prefiro a primeira hipótese. 145 Ademais, há jogo único, mas, conforme mostrei ao apresentar a Copa do Brasil, cada um dos dois clubes em embate leva uma vantagem (um deles, joga podendo empatar para se classificar; outro deles, joga com o mando de campo). Logo, considero a situação justa. 12. Taça Libertadores da América e Copa Panamericana com 64 clubes cada uma não é algo exagerado? Depende do ponto de vista que se adota. Quando se critica que estas competições tenham este número de clubes, é porque, obviamente, clubes de baixo nível técnico acabarão as disputando. Contudo, não dá para esquecer que proponho que as competições sejam do tipo eliminatórias simples, em jogos de ida e volta. Logo, em duas rodadas, metade dos clubes é eliminada, em cada competição. E, em mais duas, metade da metade. Ou seja: os clubes de baixo nível técnico ficam pouquíssimo tempo nas competições. Ter abundante número de clubes nas competições permite, por tabela, se ter bom número de clubes oriundo de cada país, e isso ajuda a valorizar as competições internas de cada país. Esse, aliás, é um dos maiores objetivos das competições internacionais em geral, mais facilmente cumprido com o alargamento do número de clubes. Isso sem contar, é claro, que proponho que clubes de novos países do continente americano participem. Isso gera maior integração continental, e decorrentes vantagens comerciais. 146 13. Classificarem-se os quatro melhores da Taça Libertadores da América e apenas o clube campeão da Copa Panamericana para o Campeonato Mundial de Clubes não é injusto? Em absoluto! Há que se ter em mente que, em meu projeto, a Taça Libertadores da América é muito mais importante que a Copa Panamericana, e é por este motivo que a distribuição de vagas pelas duas competições é desigual. Pode-se fazer a seguinte analogia: a Taça Libertadores da América equivale à “Champions League” européia. E a Copa Panamericana equivale à “UEFA´s Cup”, também européia. Ou seja: os clubes que disputam a Libertadores tiveram, nos campeonatos locais, melhor desempenho que os que disputam a Panamericana. Então, devem ter mais vagas no Mundial à sua disposição, é bastante lógico isso. 14. Campeonato Mundial de Clubes com 16 clubes não é um exagero? Acredito que não. Alargar os participantes, de sete para 16, é uma maneira de introduzir mais dos melhores clubes dos continentes europeu e americano – os mais relevantes – na disputa. Assim, o nível técnico é melhor e, comercialmente, a competição é mais relevante, por contar com mais clubes representantes dos mercados principais. 15. O Torneio de Integração Nacional é, realmente, necessário? Inquestionavelmente, sim! Ao momento em que escrevo, o projeto da Confederação Brasileira de Futebol é ter Campeonato 147 Brasileiro com 20 clubes nas três primeiras divisões, e com 40 clubes, na quarta – um total de 100 clubes. Ora, o futebol brasileiro não tem 100 clubes, mas 700! E os outros? Ficariam com sua atuação anual reduzida aos Campeonatos Estaduais? Não parece que seja bom, em termos de engrandecimento das Instituições e de geração de emprego e renda. Assim, pelo que proponho, 60 clubes disputam as três divisões do Campeonato Brasileiro, e 640 clubes disputam o Torneio de Integração Nacional. Destarte, os 700 clubes permanecem ocupados ao longo dos finais de semanas da temporada regular. 16. Para que a Copa das Confederações possa ser realizada em 2016, 2020, 2024, etc., seria interessante que a Eurocopa, ou Copa Européia de Seleções, fosse nos anos anteriores a esta competição, ou seja, um ano antes do que é normalmente disputada. Isso seria possível? Explicando melhor: todas as competições continentais de seleções devem ser um ano antes da Copa das Confederações, já que os classificados desta dependem dos resultados dos certames continentais. E, pelo que acontece atualmente, o ano da Copa Européia acabaria coincidindo com o ano da Copa das Confederações. Qual a solução? Adiantar, em um ano, a Copa Européia de Seleções – a FIFA deveria obrigar a UEFA a isso. Ajudaria, e muito, se a Copa Européia de Seleções deixasse de ser disputada em duas fases, eliminatória e final, e houvesse apenas uma fase final, com todas as seleções européias. Com isso, resolver-se-ia tudo em apenas um ano, não em dois, como atualmente, e, portanto, seria viável essa antecipação. 148 17. Seria bom criar o Campeonato da FIFA? Isso propiciaria que, enquanto as outras seleções estivessem buscando vaga na Copa do Mundo através das Eliminatórias, as seleções campeãs mundiais e a do país sede da próxima Copa do Mundo – que estariam classificadas antecipadamente para esta – jogassem um interessantíssimo torneio entre elas, no país sede da Copa do Mundo. Como a competição seria no país da próxima Copa, um ano antes dessa, isso ajudaria a atrair mais os “olhos do mundo” para o país da próxima Copa. 18. Pelo proposto, determinado país sede de uma Copa do Mundo seria sede, também, do Campeonato da FIFA (um ano antes da Copa do Mundo) e da Copa das Confederações (dois anos antes da Copa do Mundo). Qual seria a vantagem disso? Não dará para fazer para a Copa do Mundo do Brasil, em 2014, pois já está definido que a Copa das Confederações no Brasil será em 2013 – e, pela metodologia que proponho, deveria ser em 2012, acontecendo o Campeonato da FIFA em 2013. Imagine-se, contudo, que valesse para o país sede da Copa do Mundo de 2018. Imagine-se, ainda, que este fosse a Inglaterra. Sucederia que: • • • Em 2016, haveria a Copa das Confederações, na Inglaterra. Em 2017, haveria o Campeonato da FIFA, na Inglaterra. Em 2018, haveria a Copa do Mundo, na Inglaterra. 149 Parece claro, então, que a Inglaterra estaria no centro da mídia mundial em três anos seguidos, e poderia experimentar o retorno, não só financeiro, disto. E nada mais justo para um país que vai fazer tantos investimentos para sediar uma Copa do Mundo, consiga o máximo de benefícios que estiver ao seu alcance. 19. Nota-se que, no projeto, nenhuma competição contempla a possibilidade de se decidir classificação ou título em prorrogação ou pênaltis? Por que isso? Considero que se decidir classificações para fases seguintes, ou até títulos, por prorrogação ou pênaltis é algo nocivo ao futebol. Prorrogação é um abuso contra o atleta, que se prepara fisicamente para jogar 90 minutos, e se vê obrigado a jogar 120. O resultado são jogadores de futebol extenuados, incapazes de colocar em prática o seu talento. Decisão por pênaltis não é loteria, mas é algo muito próximo a isso. Só se valoriza um fundamento importante do futebol, que é o chute. Passes, dribles, lançamentos, velocidade, posicionamento e capacidade coletiva ficam de fora. Acaba sendo comum que o time menos dotado tecnicamente tenha vantagem. Não tenho nada contra o time menos dotado tecnicamente levar vantagem, mas desde que tenha sido mais competente no jogo, não em uma fração limitadíssima desse. Como mostrei ao longo do trabalho, há maneiras eficazes de se deixar de recorrer tanto à prorrogação, como aos pênaltis – tanto se optando por sorteio para contrapor possibilidade de empate como resultado positivo ao mando de campo, como ver quem teve mais mérito através de fases anteriores de um mesmo torneio, ou de rankings oficiais. 150 20. O projeto apresentado não privilegia os grandes clubes, em detrimento dos pequenos clubes? O projeto representa, para os grandes clubes, uma solução melhor do que já tenha existido. Mas, de forma alguma, nega benefícios aos clubes pequenos. Em primeiro lugar, o calendário proposto contempla os interesses de, e competições dedicadas a, 700 clubes. E então, óbvio, os pequenos clubes estão incluídos. Em segundo lugar, o calendário proposto gera a possibilidade dos clubes pequenos jogarem, final de semana a final de semana, durante entre oito meses e meio e 10 meses (dependendo de seus êxitos), via Torneio de Integração Nacional – de Agosto de um ano a Maio do outro. A maioria avassaladora dos clubes pequenos joga os Estaduais durante alguns meses, ficando sem jogos oficiais em relação à maior parte da temporada. Em terceiro lugar, e pelos mesmos motivos, a garantia de que qualquer um dos 700 clubes vai fazer ao menos 43 partidas oficiais ao longo da temporada beneficia os clubes pequenos. Em quarto lugar, todos os clubes têm possibilidades de Acesso ao Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão, anseio geral. Os clubes mais competentes vão subindo de divisão, primeiro, passando pelo Torneio de Integração Nacional, depois, pelo Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão, depois, pelo Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, até chegarem à primeira divisão. Em três temporadas, pode-se sair do patamar mais baixo, para o patamar mais alto. Desde que tenha méritos, qualquer clube pequeno pode chegar às divisões mais avançadas, o modelo permite isso. Em quinto lugar, mesmo no limite dos Estados, há a possibilidade de ascensão, e, no caso, mais rápida. Por haver, nos 151 Campeonatos Estaduais, no máximo duas divisões, um clube pequeno pode ascender para a divisão principal em apenas uma temporada. Em sexto lugar, privilegio a Copa do Brasil, competição de excelência para os clubes pequenos, em que estes têm a possibilidade de assegurar vaga na Libertadores ou na Panamericana da temporada seguinte. Proponho que o número de clubes participantes da Copa do Brasil suba de 64 para 1024 (contemplando 700 clubes profissionais e 324 amadores), um aumento excepcional. Assim, o número de pequenos clubes beneficiados por jogar esta competição seria irrestrito. Encaro a proposta apresentada como uma forma de alavancar receitas para os grandes clubes e uma forma de ascensão esportiva para os clubes pequenos. Dúvidas e polêmicas, há muito mais do que essas. Mas chega de cansá-lo, caro leitor... 152 4.03) Implantação do Projeto O projeto é totalmente atemporal, podendo ser implementado a qualquer momento. Tudo depende da vontade dos senhores que decidem os destinos do futebol brasileiro. Todavia, acho que o ano de 2014 é emblemático, por ser o ano da Copa do Mundo no Brasil. Não deixaria, assim, de ser interessante que, finda a Copa, começasse a existir um calendário “novinho em folha” para vigorar nas temporadas seguintes, a começar pela de 2014 – 2015. Assim, dois períodos são relevantes: primeiro semestre de 2014 e temporada 2014 – 2015. • Primeiro Semestre de 2014: Seriam usados 21 finais de semanas e 21 meios de semanas, entre Janeiro e Maio. Nos 21 meios de semanas, já se adotaria a metodologia nova. Ou seja, 11 primeiros meios de semanas para Taça Libertadores da América já com 64 clubes (os seis clubes brasileiros seriam os cinco primeiros do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão de 2013 e o campeão da Copa do Brasil de 2013) e Copa Panamericana já com 64 clubes (os seis clubes brasileiros seriam do sexto ao décimo colocado do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão de 2013 e o vice campeão da Copa do Brasil de 2013), e 10 meios de semanas seguintes para a Copa do Brasil (já com 1024 clubes). Nos 21 finais de semanas, teríamos uma competição especial, que seria realizada uma única vez, o Torneio Brasil Especial, que indicaria cinco dos seis representantes brasileiros na Libertadores 153 de 2015 (o sexto clube seria o campeão da Copa do Brasil de 2014), e cinco dos seis representantes Brasileiros na Panamericana de 2015 (o sexto clube seria o vice campeão da Copa do Brasil de 2014). Esse Torneio Brasil Especial contaria com 80 clubes disputantes: os 20 que disputaram o Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão de 2013, os 20 que disputaram o Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão em 2013, os 20 que disputaram o Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão de 2013, e os 20 melhores do Campeonato Brasileiro da Quarta Divisão de 2013. Os 80 clubes seriam divididos em 10 grupos de oito clubes cada um, com jogos em turno e returno e com pontos corridos dentro de cada grupo (14 rodadas). Classificar-se-iam os quatro primeiros de cada grupo, em um total de 40 clubes classificados. Os 40 clubes classificados seriam divididos em 20 grupos de dois, com jogos de ida e volta (duas rodadas). Os 20 clubes classificados seriam divididos em 10 grupos de dois, com jogos de ida e volta (duas rodadas). Os 10 clubes classificados seriam divididos em cinco grupos de dois, com jogos de ida, volta e, se necessário, desempate em campo neutro (três rodadas). Os cinco clubes classificados jogariam a Libertadores de 2015, e os cinco derrotados, a Panamericana de 2015. Como se vê, o total de rodadas Torneio Brasil Especial seria de 21. • Temporada 2014 – 2015: Iria de Julho de 2014 a Junho de 2015, já totalmente adaptada ao calendário que propus para ser permanente. Óbvio está que, na Libertadores de 2015, cinco dos clubes brasileiros classificados viriam do Torneio Brasil Especial, não do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão (que só irá se encerrar em Maio de 2015). 154 Óbvio está, também, que, na Panamericana de 2015, cinco dos clubes brasileiros classificados viriam, também, do Torneio Brasil Especial, não do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão (que só irá se encerrar em Maio de 2015). De resto, esta temporada deveria ser tal qual a minha proposta de calendário. Então, as temporadas 2015 – 2016, 2016 – 2017, 2017 – 2018, e assim por diante, seriam integralmente da forma que se propôs neste documento. Observação: Nos Campeonatos Estaduais de 2013, seria feita a divisão do “joio do trigo”, ou seja, valeriam determinados critérios para que, nos Estaduais de 2014 (já parte do novo calendário), as primeiras divisões tivessem apenas oito clubes. Como se vê, a transição para o modelo proposto pode ser feita, a um só tempo, rapidamente e sem traumas. Estou chegando ao fim da apresentação de minhas propostas de calendário para as competições que envolvem o futebol brasileiro. Este trabalho constitui-se em uma tentativa para se resolver um grave problema. Contudo, não será surpresa se os cartolas decidirem deixar tudo como está. Afinal, somos penta campeões. Deve estar tudo muito bem, não é mesmo? 155 CAPÍTULO V – CONCLUSÕES Nos idos de 1999, tive a idéia de escrever, pela primeira vez, algo sobre o calendário do futebol brasileiro. Era uma época em que se apostava muito no nosso futebol, considerado uma atividade promissora, com grande potencial de desenvolvimento. Naqueles tempos, a Lei Pelé havia sido aprovada no Congresso Nacional, trazendo esperanças para o esporte em geral e o futebol, em particular. Acreditava-se em uma série de fatos novos que poderiam ter surgido, tais como: • • • • • Gestão dos clubes mais democrática e transparente. Vultoso aporte de recursos na atividade do futebol, vindos, sobretudo, de investidores estrangeiros. Estreitamento dos laços de parceria com as redes de televisão. Aposentadoria dos cartolas tradicionais, adeptos de uma mentalidade arcaica e ultrapassada. Organização do calendário, como mecanismo de ampliação do interesse público, facilitando a obtenção de receitas. Uma primeira leitura, superficial, nos diz que nada disso aconteceu: a gestão dos clubes continua sendo quase segredo de 156 Estado, verdadeira “caixa preta”, não há transparência; os investimentos estrangeiros vieram e se foram, não confiaram em um ambiente em que as regras do jogo não são claras; as televisões, ao invés de unirem esforços com os clubes em prol do engrandecimento da atividade, procuram enfraquecê-los, para negociarem direitos de transmissão de jogos a preços módicos; os cartolas tradicionais estão aí mesmo, mandando em clubes, federações e confederações; o calendário continua ruim, apesar de melhorias pontuais, mas muitíssimo aquém do necessário. Está tudo perdido? Nem tanto. Em meio a gente reacionária, vícios quase intransponíveis, interesses particulares prevalecendo sobre os dos clubes, temos novidades: em alguns clubes, grupos de mentalidade renovada chegaram ao poder; existem destacados espaços da mídia esportiva que exercem um trabalho de vanguarda, em prol da moralização e da reforma; o crescente interesse de alunos por cursos de gestão esportiva mostra que há gente interessada em ter uma perspectiva empresarial da atividade referida. O novo está aí mesmo. Não que vá suplantar a carcomida estrutura atual com facilidade, mas paciência e perseverança podem fazer os reformadores ganharem o jogo. No caso específico do calendário, a grande esperança está depositada no entendimento, por parte das nascentes lideranças dos grandes clubes, de que é preciso se privilegiar uma estrutura em que haja um limite de jogos por temporada e, dentro deste limite de jogos, os grandes clubes devem jogar entre si com a maior freqüência possível. Temos condições de estabelecer um Liga Nacional muito forte, extremamente vigorosa, como não é possível acontecer em qualquer outro país do mundo. Temos condições de estabelecer ligas interestaduais (e, em poucos casos, estaduais) atuantes, representativas, porta vozes de clubes de torcida, tradição e potencial arrecadador. 157 O calendário é o aspecto central para que tenhamos o futebol brasileiro bem gerido: o bom calendário gera mais receitas de bilheterias; o bom calendário gera mais receitas de televisionamento; o bom calendário gera atrativos para jogos serem transmitidos no exterior; o bom calendário atrai patrocinadores, que têm uma noção muito boa de quantas vezes poderão expor sua marca ao longo da temporada; o bom calendário permite que a matéria prima de tudo, os atletas, seja bem cuidada e protegida. Não quero, pretensiosamente, afirmar que o meu projeto de calendário é o melhor possível dos que se tem notícia. Mas acredito que, dentro de minhas limitações, concebi um bom projeto. Seria importante que esta iniciativa estimulasse outros autores com interesse no tema a falarem sobre os seus projetos, que houvesse uma grande discussão democrática, enfim, que da quantidade se extraísse a qualidade. Quando falo da elaboração de um calendário racional e de estrutura profissional, indiretamente defendo a visão de que o futebol é um negócio. Para ser mais preciso, digo que existe uma dimensão negócio no futebol. Nos últimos anos, tem sido comum a crítica ao futebol de negócios. Alguns autores dizem que a dimensão negócio tirou o brilho do futebol, que se acha mais mecânico, mais burocrático, mais chato. Trata-se de uma relação causa efeito imprópria: o futebol pode não ser, do ponto de vista técnico, o que era há algumas décadas, o que, aliás, é uma pena; mas, com certeza, não é porque seja “de negócios”. A palavra negócio significa negar o ócio, portanto, trabalho. E, pelo que se saiba, trabalho não destrói nada... Negócio é tudo que existe para viabilizar a atividade de empresas, ou, de uma forma mais moderna, organizações. 158 Mas organizações só se viabilizam quando se atende às necessidades dos clientes. Logo, os negócios existem para atender os clientes. E, no futebol, os clientes são os torcedores. Conseqüência óbvia: se negócios existem para atender às necessidades dos torcedores, não podem ser ruins. Arrisco, mesmo, dizer que – ao contrário – o que falta ao futebol brasileiro é uma verdadeira visão de negócios. O que se tem, hoje, não são negócios, mas negociatas. Algo muito distinto: com negócios, as pessoas conseguem ganhos financeiros na medida em que os propiciam para as suas Instituições; com negociatas, as pessoas conseguem ganhos financeiros às custas da penúria das Instituições a que se serve. Qualquer pessoa minimamente informada sobre o nosso futebol sabe em que categoria se está... Mudar é preciso. Mas há gente nova no pedaço, o que me deixa mais confiante. Há que se tentar. No Brasil, o futebol é importante demais para ser mal tratado como vem sendo. Tentar mudar é, mais que um ideal, um dever. 159 Para encomendar este livro, entre em contato com: PUBLIT SOLUÇÕES EDITORIAIS Rua Miguel Lemos, 41 sala 605 Copacabana - Rio de Janeiro - RJ - CEP: 22.071-000 Telefone: (21) 2525-3936 E-mail: [email protected] Endereço Eletrônico: www.publit.com.br 160