+ Entrevista:
Mais informação para o
consumidor
A onda agora são motores menores, com menos peças e
mais leves
+ Mercado:
Carroceria 100% em alumínio será
realidade nos veículos de produção
em massa, nos EUA, diz
Novas propostas de design sugerem motor três-cilindros com diversos componentes
integrados ao cabeçote, todo feito em alumínio, o que permite redução de até 48% no peso
especialista
+ Transportes:
Alexandre Akashi
O alumínio no semirreboque
graneleiro
A francesa PSA Peugeot Citroën tem se destacado no mercado automotivo pelo uso de tecnologias de
+ Meio Ambiente:
ponta, principalmente no que diz respeito ao propulsor. Em 2011, comemorou a fabricação de mais de
A briga pelo menor consumo
+ Desafio:
A onda agora são motores
menores, com menos peças
e mais leves
600 mil blocos de motores em alumínio, técnica que hoje utiliza em larga escala em todos os modelos
que comercializa.
Entre as vantagens, a redução de peso. De acordo com dados da montadora, apresentados durante o
Workshop Alumínio na Indústria Automotiva, realizado este ano no V Congresso Internacional do
Alumínio, em São Paulo, o ganho de peso em blocos de 1.4l é de aproximadamente 11 kg (43% de
redução de massa), cerca de 20 kg em motores 1.6l (-54%) e 13 kg nos de 2.0l (-31%).
Outro componente que utiliza amplamente o alumínio é o cárter. Porém, é possível fazer mais. Durante
o mesmo Workshop, o então gerente Geral de Componentes de Powertrain e Adaptação de Veículos
para a América Latina da PSA Peugeot Citroën, Germano de Almeida, lançou um desafio aos projetistas
de motores: quebrar paradigmas e desenvolver um motor ainda menor, com menos peças, mas sem
perder torque nem potência.
Este movimento é chamado de downsizing de motores, mas da forma como foi proposto por Almeida,
trata-se de algo bem mais radical do que tem sido apresentado mundo a fora. A saber, Fiat, Ford, Kia e
Volkswagen já deram início a este movimento.
A norte-americana acaba de ganhar o prêmio Motor Internacional do Ano 2012 com o EcoBoost 1.0l,
um três cilindros com bloco de ferro fundido que desenvolve 100 cv de potência. Este mesmo prêmio
foi conquistado pela Fiat em 2011, com o TwinAir, um 0,9l de dois cilindros com bloco e cabeçote de
alumínio que rende 85 cv de potência. Infelizmente nenhum destes motores está disponível ao
consumidor brasileiro ainda.
Quem também entrou na onda foi a Volkswagen, com o motor 1.0l R3 12v EA211, um três-cilindros
totalmente feito em alumínio desenvolvido para o subcompacto Up!, comercializado na Europa em duas
versões, uma de 60 cv de potência e outra de 75 cv, ambas com torque de 95 Nm. É provável que este
motor seja produzido aqui no Brasil e venha equipar outros modelos comercializados pela marca no
País.
Já a Kia tem o motor Kappa, de três cilindros 1.0l, flex, com bloco em alumínio, que gera 77 cv de
potência na gasolina e 80 cv no etanol. Este está disponível no modelo Picanto, inclusive no Brasil.
Motores: Fiat TwionAir 0,9l, Ford EcoBoost 1.0l e Kia Kappa 1.0l
A proposta de Almeida vai além do que estas quatro montadoras já apresentaram. Com exceção de
Fiat, que desenvolveu um dois-cilindros realmente revolucionário para o universo automotivo, o trêscilindros proposto pelo engenheiro da PSA tem cabeçotes redesenhados, com componentes integrados,
como caixa da bomba d’água, tubo de exaustão, suportes do motor e capa da correia de transmissão,
todos em uma única peça, confeccionada em alumínio.
O resultado final é um motor com cabeçote bem mais leve, na ordem de 48%, com 10,3 kg de peso
total, ante 19,8 kg do desenho tradicional, que já usava bastante alumínio. Os benefícios são claros:
menor peso por cilindro, menor peso por litro e maior potência por quilo que resulta em reduzir o peso
total do veículo em 10% com economia de até 9% no consumo de combustível.
Segundo Almeida, o sucesso da evolução dos propulsores obedece uma certa ordem na demanda pelo
downsizing, que passa pela disponibilidade do alumínio como matéria-prima, e também à criatividade
da engenharia no design integrado de componentes.
Interessante notar que na apresentação feita pelo engenheiro, outros benefícios foram destacados,
como redução de necessidade de compra de componentes e, consequentemente, custo logístico e
operações de montagem, além da redução de peso do componente como um todo.
O uso do alumínio ainda permite outras melhorias. A substituição do coletor de exaustão em ferro
fundido pelo metal leve, por exemplo, segundo o estudo, proporciona também melhor controle de
temperatura do motor e menor tempo para aquecimento, com benefício direto ao consumo.
Quem sabe estes não são os ingredientes do próximo a conquistar o prêmio Motor Internacional do
Ano? A receita está ai.
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A onda agora são motores menores, com menos peças e