Governo da República de Moçambique
Governo da República do Zimbabwe
Agência Sueca para o Desenvolvimento Internacional (Asdi)
DESENVOLVIMENTO DA ESTRATÉGIA
CONJUNTA DE GESTÃO INTEGRADA DOS
RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA DO RIO
PUNGOÉ
RELATÓRIO DA MONOGRAFIA
ANEXO IV
ESTUDO SECTORIAL:
ÁGUA SUBTERRÂNEA
RELATÓRIO FINAL
ABRIL 2004
SWECO & Associates
Cliente:
Governo da República de Moçambique
Governo da República do Zimbabwe
Agência Sueca para o Desenvolvimento
Internacional (Asdi)
Projecto:
DESENVOLVIMENTO DA ESTRATÉGIA
CONJUNTA DE GESTÃO INTEGRADA DOS
RECURSOS HíDRICOS DA BACIA DO RIO
PUNGOÉ
Título:
Relatório da Monografia
Sub-título:
Anexo IV
Estudo Sectorial: Água subterrânea
Estatuto do relatório:
Versão Final
Projecto SWECO No:
1150447
Data:
Abril 2004
Equipa do Projecto:
SWECO International AB, Suécia (líder)
ICWS, Países Baixos
OPTO International AB, Suécia
SMHI, Suécia
NCG AB, Suécia
CONSULTEC Lda, Moçambique
IMPACTO Lda, Moçambique
Universidade Católica de Moçambique
Interconsult Zimbabwe (Pvt) Ltd, Zimbabwe
Aprovado por:
Lennart Lundberg, Director do Projecto
SWECO INTERNATIONAL AB
P:/1113/1116/1150447000 Pungue IWRM Strategy - Sida/Original/Monograph Report/Annex IV/Portuguese/Annex IV.doc
DESENVOLVIMENTO DA ESTRATÉGIA CONJUNTA DE GIRH PARA A
BACIA DO RIO PUNGOÉ
Relatório da Monografia
Anexo IV: Água subterrânea
O Projecto Pungoé
O Desenvolvimento da Estratégia Conjunta para a Gestão Integrada dos
Recursos Hídricos (GIRH) da Bacia do Rio Pungoé, mais conhecido por
Projecto Pungoé, é um esforço de cooperação entre os Governos de
Moçambique e Zimbabwe para criar um quadro de gestão equilibrada e
sustentável e de desenvolvimento e conservação dos recursos hídricos na
bacia do rio Pungoé, com o objectivo de aumentar os benefícios sociais e
económicos para as populações que vivem ao longo da bacia. Um dos
elementos chave para o desenvolvimento desta estratégia pelo Projecto está
associado à capacitação institucional para a sua implementação e
actualização, que permita facilitar uma efectiva gestão participativa
envolvendo tanto as autoridades como os stakeholders. O rio Pungoé é um
curso de água partilhado pelos dois países.
O Projecto Pungoé é financiado pela Agência Sueca para o Desenvolvimento
Internacional (ASDI) através de um acordo com Zimbabwe e Moçambique.
O Projecto está a ser implementado sob os auspícios do Departamento de
Desenvolvimento de Águas (DWD), do Ministério dos Recursos Rurais,
Desenvolvimento de Água e Irrigação (MRRWD&I) no Zimbabwe e da
Direcção Nacional de Água (DNA) e do Ministério das Obras Publicas e
Habitação em Moçambique, como representantes dos dois governos. As
agências de implementação do projecto são o Zimbabwe National Water
Authority (ZINWA) através do Save Catchment Manager’s Office (ZINWA
Save) no Zimbabwe e a Administração Regional de Águas do Centro (ARACentro), em Moçambique.
O Projecto Pungoé teve o seu início em Fevereiro de 2002 e será
implementado nas quatro fases seguintes:
Fase 0 – Fase Inicial
Fase 1 – Fase da Monografia
Fase 2 – Fase de Cenários de Desenvolvimento
Fase 3 – Fase da Estratégia Conjunta para a GIRH
A Fase da Monografia
Durante a Fase da Monografia, o Consultor em conjunto com as Agências
Implementadoras em Moçambique e Zimbabwe redobraram os seus esforços
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Página i
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IMPACTO, UCM, Interconsult Zimbabwe
DESENVOLVIMENTO DA ESTRATÉGIA CONJUNTA DE GIRH PARA A
BACIA DO RIO PUNGOÉ
Relatório da Monografia
Anexo IV: Água subterrânea
para aumentarem o conhecimento de base necessário para o
desenvolvimento dos recursos hídricos da bacia, através de vários estudos
sectoriais. Estes estudos descrevem a situação actual da bacia no que se
refere aos recursos hídricos, ambiente e poluição, procura de água, infraestruturas e socio-economia.
Também se efectuaram actividades para avaliar e reforçar as capacidades
legais e institucionais das agencias de implementação. Estas actividades
estão ainda a decorrer no Projecto e incluem entre outras, o desenvolvimento,
aquisição de tecnologia e treino no uso do GIS e a utilização de ferramentas
de modelação hidrológica.
Foi feita divulgação de informação acerca do Projecto, bem como a realização
de consultas com os grupos de Stakeholders da bacia de forma a aumentar o
seu conhecimento do Projecto e facilitar a participação dos Stakeholders na
GIRH da bacia do rio Pungoé.
Lista de Documentos
O Relatório da Monografia inclui os seguintes documentos:
Relatório Principal
Anexo I
Estudo Sectorial: Recursos Hídricos Superficiais
Anexo II
Estudo Sectorial: Redes Hidrometeorológicas
Anexo III
Estudo Sectorial: Qualidade dos Dados Hidrológicos e
Modelação
Anexo IV
Estudo Sectorial: Recursos Hídricos Subterrâneos
Anexo V
Estudo Sectorial: Barragens e outras Obras Hidráulicas
Anexo VI
Estudo Sectorial: Qualidade da Água e Transporte de
Sedimentos
Anexo VII Estudo Sectorial: Necessidades de Água para Abastecimento
e Saneamento
Anexo VIII Estudo Sectorial: Necessidades de Água para Irrigação e
Floresta
Anexo IX
Estudo Sectorial: Pesca
Anexo X
Estudo Sectorial: Fauna, Áreas de Conservação e Turismo
Anexo XI
Estudo Sectorial: Infra-estruturas
Anexo XII Estudo Sectorial: Socio-economia
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Página ii
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IMPACTO, UCM, Interconsult Zimbabwe
DESENVOLVIMENTO DA ESTRATÉGIA CONJUNTA DE GIRH PARA A
BACIA DO RIO PUNGOÉ
Relatório da Monografia
Anexo IV: Água subterrânea
ÍNDICE
1
SUMÁRIO EXECUTIVO
1
2
2.1
2.2
INTRODUÇÃO
Antecedentes
Objectivos
5
6
6
3
3.1
3.2
3.2.1
3.2.2
3.2.3
3.2.4
3.2.5
DADOS DISPONÍVEIS
Lista de dados disponíveis
Abordagem Digital
Dados do Escoamento – Bacias Menores
Declive
Solos
Geologia e Hidrogeologia
Qualidade da Água Subterrânea
7
8
8
9
10
12
15
25
4
4.1
4.1.1
4.1.2
4.2
4.2.1
4.2.2
4.2.3
4.2.4
4.3
4.4
4.4.1
4.4.2
4.4.3
4.4.4
4.4.5
CLASSIFICAÇÕES HIDROGEOLÓGICAS E AVALIAÇÃO DO
POTENCIAL DA ÁGUA SUBTERRÂNEA
Metodologia
Breve descrição
Antecedentes
Descrição da Metodologia de Pontuação
Pontuação dos declives
Pontuação dos solos
Pontuação do potencial de abstracção a curto prazo
Pontuação da qualidade da água subterrânea
Descrição da Metodologia de Ponderação
Modelação de SIG
Modelação da recarga da Água Subterrânea
Modelação do potencial de abstracção da Água Subterrânea
Modelação da Disponibilidade da Água Subterrânea
Modelação do impacto da qualidade da Água Subterrânea
Modelação da Adequação e Disponibilidade da Água Subterrânea
30
31
31
31
32
33
35
38
41
43
45
48
50
50
53
54
5
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
56
6
REFERENCIAS
59
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Página iii
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Anexo IV: Água subterrânea
1
SUMÁRIO EXECUTIVO
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Relatório da Monografia
Anexo IV: Água subterrânea
As fontes de água subterrânea na área de estudo foram avaliadas a nível de
reconhecimento. A área de estudo engloba a bacia conjunta do rio Pungoé,
no lado Moçambicano e Zimbabweano da fronteira internacional.
O objectivo principal foi de avaliar o potencial para utilização dos recursos
hidricos subterraneos de forma sustentável. Uma vez que esta é uma
avaliação subjectiva, é necessario referir a razão para a utilização. A
avaliação da adequação será para o abastecimento de água municipal a
áreas semi-urbanas, numa base sustentável. A razão para incluir a “utilização
para abastecimento municipal” nos objectivos é que isto exerce grande
exigência na qualidade e na quantidade da água e estabelece assim um
criterio rigoroso para avaliar o que é considerado como “elevado”, “moderado”
e “baixo” em termos do potencial da água subterrânea. De notar que áreas
que estão classificadas como “moderadas” ou mesmo como “pobres” podem,
assim, ser adequadas para outros fins, como o abastecimento de água rural
com baixa exigência em termos de quantidade.
A abordagem seleccionada foi de utilizar todos os dados digitais disponíveis
num ambiente de SIG, dando margem para fazer pressupostos e simulações
da forma como os diferentes parâmetros fisicos afectam a recarga da água
subterrânea e as possibilidades para a extracção da água subterrânea.
Os conjuntos de dados de parâmetros disponíveis incluem:
•
Limites da bacia e hidrologia de superficie
•
Geologia e hidrogeologia
•
Declive
•
Solos
•
Qualidade das águas subterrâneas
Foi utilizada uma metodologia de pontuação e ponderação. O objectivo da
classificação através da pontuação de parâmetros e ponderação das
diferentes categorias hidrogeológicas é de avaliar, em três passos:
•
A magnitude da recarga da água subterrânea numa base sustentável a
longo prazo.
•
O potencial de abstracção de curto prazo, regido pelas caracteristicas do
aquífero.
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DESENVOLVIMENTO DA ESTRATÉGIA CONJUNTA DE GIRH PARA A
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Relatório da Monografia
Anexo IV: Água subterrânea
•
A adequação, a longo prazo, da água subterrânea para o abastecimento
doméstico de água, regida pelo potencial de recarga e de abstracção da
água subterrânea, mas também pela qualidade da água.
A metodologia resultou numa avaliação das áreas com adequação elevada,
moderada e baixa para a utilização da água subterrânea para o
abastecimento municipal semi-urbano numa base sustentável. Esta
informação e apresentada num mapa de adequação da água subterrânea na
área em estudo.
Este mapa indica que grandes áreas da bacia do rio apresentam um potencial
de água subterrânea moderado ou baixo. Poucas áreas apresentam sinais de
um potencial elevado de água subterrânea. A avaliação apenas registou um
potencial elevado de água subterrânea em partes do Alto Pungoé e em áreas
relativamente pequenas nas partes centrais da bacia hidrográfica. No entanto,
a avaliação em relação as terras altas e, em grande parte, afectada pelo facto
de haver muita água (precipitação) disponível nesta região.
O mapeamento da adequação foi realizado em pequena escala, o que implica
que algumas áreas que poderiam apresentar bom potencial não são visiveis
no mapeamento. Algumas das áreas mais interessantes devem-se encontrar
perto dos rios em que a infiltração induzida através das margens dos rios
contribui consideravelmente para a qualidade e quantidade da água
subterrânea.
É também dificil, no trabalho de modelação, levar em consideração que
algumas das áreas de baixo potencial beneficiariam da extracção da água
subterrânea. Esta extracção criaria um cone de depressão e,
consequentemente, uma maior distância para a água subterrânea
promovendo, assim, a infiltração em áreas que noutros casos estariam
sujeitas ao escoamento à superficie do terreno no caso de chover. Nestas
áreas, a classificação poderia então possivelmente mudar, como sendo mais
adequada. Não é possivel modelar este efeito transitorio.
Além disso, verificou-se, através de entrevistas e medições de campo que a
qualidade da água subterrânea pode váriar consideravelmente ao longo de
curtas distâncias. Nas áreas mapeadas como apresentando uma fraca
qualidade de água subterrânea é possivel encontrar bolsas de água
subterrânea de boa qualidade. Não existem informações detalhadas sobre
isto e é dificil levar em consideração na modelação da adequação, visto que
foi realizada em pequena escala tendo o parâmetro de qualidade da água
subterrânea sido descrito em termos bastante gerais.
Na Fase de Cenários, em que as opções de desenvolvimento são
identificadas e localizadas, recomenda-se que:
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Relatório da Monografia
Anexo IV: Água subterrânea
•
Deve ser investigada a disponibilidade de água subterrânea perto dos
rios nos locais onde a infiltração induzida a partir das margens dos rios
possa dar uma contribuição significativa
•
Devem ser realizadas investigações mais detalhadas sobre a qualidade e
quantidade da água subterrânea em áreas seleccionadas
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Relatório da Monografia
Anexo IV: Água subterrânea
2
INTRODUÇÃO
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Relatório da Monografia
Anexo IV: Água subterrânea
2.1
Antecedentes
Este relatório, o Anexo IV do relatório principal, apresenta a componente
hidrogeológica do Projecto para a Fase da Monografia. Descreve em detalhe
os objectivos, dados utilizados e metodologia da avaliação do potencial da
água subterrânea que foi realizado durante a Fase da Monografia.
2.2
Objectivos
O objectivo principal da tarefa de água subterrânea é de avaliar o potencial
para utilização da água subterrânea a nível de reconhecimento. Uma vez que
esta é uma avaliação subjectiva, deve ser levada em consideração a razão
para a utilização da água subterrânea. Para todas as análises posteriores, a
avaliação da adequação será para o abastecimento municipal a
assentamentos semi-urbanos, numa base sustentável.
De notar que a razão para incluir a “adequação da utilização para
abastecimento municipal” nos objectivos deste estudo é que isto coloca
enfase na exigência elevada sobre a qualidade e quantidade de água e
estabelece, assim, um criterio rigoroso para avaliar o que é considerado como
“bom”, “moderado” e “pobre” em termos do potencial da água subterrânea. De
notar ainda que áreas que foram classificadas como “moderadas” podem ser
adequadas para outros fins, como o abastecimento rural de água com menos
exigência em termos de, por exemplo, quantidade.
A abordagem seleccionada para a avaliação do potencial da água
subterrânea foi de utilisar todos os dados disponíveis em formato digital no
ambiente de SIG (Sistema de Informação Geográfica). A razão para isto é
criar uma plataforma que permita fazer pressupostos e simulações em termos
da forma como os diferentes parâmetros fisicos afectam a recarga da água
subterrânea e as possibilidades para a extracção da água subterrânea em
condições sustentáveis.
Além disso, o estudo da água subterrânea tem como objectivo utilizar os
dados resultantes do estudo da hidrologia no ambito do projecto. Assim
sendo, o potencial da água subterrânea será avaliado nas mesmas bacias
hidrográficas menores conforme delineado pela tarefa de hidrologia e
utilizando o mesmo valor de escoamento médio anual como indicativo da
quantidade de água disponível nessa parte da bacia.
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Anexo IV: Água subterrânea
3
DADOS DISPONÍVEIS
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Relatório da Monografia
Anexo IV: Água subterrânea
3.1
Lista de dados disponíveis
Os conjuntos de dados disponíveis para as avaliações hidrogeológicas na
área de estudo incluem:
•
Limites da bacia e hidrologia de superficie (EMA – [mm/ano],
desenvolvidos no Projecto – Anexo I).
•
Mapa do declive (gerado a partir do Modelo Digital do Terreno).
•
Solos de Moçambique (fornecido digitalmente
Provincias de Manica e Sofala, escala 1:1 000 000).
•
Solos do Zimbabwe (área de estudo digitalisada pela SWECO a partir do
mapa do solo do Sul da Rodesia, escala 1:1 000 000 e complementado
pelo mais recente mapa do solo que abrange parcialmente a área de
estudo).
•
Mapa geológico de Moçambique e do Zimbabwe (escala 1:1 000 000).
•
Mapa hidrogeológico de Moçambique e do Zimbabwe (fornecido
digitalmente em Moçambique pela DNA, escala 1:1 000 000, digitalisado
pela SWECO no Zimbabwe a partir do mapa Hidrogeológico escala
1:500 000).
•
Qualidade da água subterrânea (Total de Solidos Dissolvidos – [mg/l], a
partir do mapa Hidrogeológico, escala 1:1 000 000 e complementado por
informações de campo da ARA Centro e da SWECO e por dados dos
solos).
3.2
pela
DINAGECA,
Abordagem Digital
Existe uma base de dados sobre água subterrânea na DNA. Esta inclui dados
para todo o Moçambique. No entanto, poucos destes poços abrangem a área
de estudo. Além disso, esta base de dados não foi actualizada recentemente
e a precisão da localização de vários poços é questionavel. Parâmetros
importantes como a estratigrafia e a qualidade da água não estão
prontamente disponíveis para este estudo e, por isso, a base de dados não foi
utilizada directamente nas análises. A base de dados foi utilizada ao produzir
o mapa hidrogeológico mencionado acima e é também, por isso,
indirectamente, uma base para interpretações no estudo actual.
Todos os mapas fornecidos foram digitalizados, geo-referenciados,
projectados (zona UTM 36S) e/ou vectorisados (digitalisados). A topologia foi
executada no ambiente de SIG ArcInfo/ArcView para cada um dos conjuntos
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Anexo IV: Água subterrânea
de dados relevantes. Os conjuntos de dados relevantes são descritos em
mais detalhe a seguir.
3.2.1
Dados do Escoamento – Bacias Menores
A delineação das bacias menores foi realizada no estudo como parte da
Tarefa de Hidrologia. Estas áreas foram digitalisadas e construidas como
polígonos de SIG. Foram atribuidos atributos de SIG adequados (nome da
bacia menor, Área e parâmetros de Escoamento) às bacias menores
respectivas.
Os parâmetros do escoamento (EMA, escoamento médio anual [mm/ano])
foram obtidos da Tarefa de Hidrologia como resultado da modelação
hidrológica, cuja metodologia e descrita no Anexo I do relatório principal.
Este EMA foi obtido através da modelação hidrológica em que os dados de
precipitação, evaporação e escoamento são entradas importantes. A
definição do EMA e a precipitação efectiva (precipitação menos
evapotranspiração) e engloba o escoamento a superficie do terreno e o
escoamento base, tendo o ultimo passado através de sistemas de aquíferos
antes de escoar para o rio. Assim sendo, a recarga da água subterrânea não
pode nunca ser superior ao EMA.
Um dos objectivos da classificação hidrogeológica e da avaliação do potencial
da água subterrânea é determinar a fracção do EMA que estava disponível
como escoamento subterraneo, em cada bacia menor.
As bacias menores com os nomes correspondentes e EMA associado são
apresentadas na Figura 1.
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Anexo IV: Água subterrânea
Figura 1 Bacias Menores e EMA (mm/a)
3.2.2
Declive
Um parâmetro importante ao considerar a recarga da água subterrânea numa
escala regional, é a inclinação do terreno. Quanto maior for o declive da
encosta, menor será a fracção do EMA que constitui o escoamento base. De
notar que, ao considerar a recarga numa escala local, vários outros
parâmetros são importantes e interagem com o declive, como por exemplo, a
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Anexo IV: Água subterrânea
ocorrência de zonas de fractura e de erosão, entre outros. No entanto, o
declive é muito importante para a avaliação geral da recarga da água
subterrânea.
Foi criado um mapa do declive da área de estudo utilizando um ficheiro MDT
(Modelo Digital do Terreno) que abrange a área de estudo. O mapa do declive
contem áreas que representam os seguintes intervalos de declive;
0-2 %
2-4 %
4-7 %
7-12 %
14-18 %
>18 %
Estas áreas de declive respectivas foram, por sua vez, exportadas para o SIG
onde cada área com a mesma classe de declive foi convertida num polígono
com atributos de SIG correspondentes. O declive do terreno da área de
estudo apresentou intervalos planos (0%) a moderadamente inclinados (>
18%). As informações digitais foram extraidas de acordo com o limite da bacia
hidrográfica para que apenas fossem utilizadas as informações da área de
estudo.
O mapa do declive com os intervalos de declive é apresentado na Figura 2.
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Anexo IV: Água subterrânea
Slope Intervals in %
Subbasins
Main Rivers
Slope Intervals [%]
> 18 %
12 - 18 %
7 - 12 %
4-7%
2-4%
0 - 2 % 0 10
N
W
E
S
20 30 40 Kilometers
Figura 2 Declives na área de estudo (Declive em %)
3.2.3
Solos
Os dados sobre solos na área de estudo foram obtidos de duas fontes. Mapas
de solos de Moçambique estão disponíveis na escala 1:1 000 000 para as
Provincias de Sofala e Manica respectivamente. Os mapas de solo gerais do
Zimbabwe estão disponíveis na escala 1:1 000 000. Uma pequena parte da
área do Zimbabwe no interior da bacia hidrográfica é também abrangida por
um mapa mais detalhado, na escala 1:250 000.
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Relatório da Monografia
Anexo IV: Água subterrânea
Os mapas de solo provinciais de Moçambique são apresentados em conjunto
na Figura 3, com os rios principais e sub-bacias destacados. A legenda e
apresentada (em retrato) na Figura 4. Estes mapas estão também
disponíveis em formato digital na DINAGECA, como ficheiros shape para o
ambiente ArcView.
Soils in Mozambique
0 10 20
40
Km
Legend
Rivers
µ
Subbasins
Figura 3 Solos em Moçambique
Figura 4 Legenda do Mapa de Solos de Moçambique, compativel com os padroes FAO
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Anexo IV: Água subterrânea
O mapa geral de solos do Zimbabwe na escala 1:1 000 000 e apresentado na
Figura 5. A bacia do rio Pungoé esta indicada na parte oriental do mapa.
General Soilmap
of Zimbabwe
R
be
o ti
C hi p
m
Ny a
Ny
ko
ra
ba
in g
r
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Suru
Mu
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Nh
H
on
Dur
de
nde
a
o
Ho
.
N ha m
Legend
Major Rivers
Medium Rivers
basin_UTM
0 3.757.5
15
22.5
30
Km
Figura 5 Solos no Zimbabwe
Todos os mapas do solo foram digitalisados e a topologia foi construida para
o SIG. O mapa do solo digitalisado para ambos os paises é apresentado na
Figura 6.
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Anexo IV: Água subterrânea
Soils
N
W
E
S
0
30
60
90
120
150
180 Kilometers
Subbasins
Main Rivers
Soils in Zim and Moz
28 On Dolorite
29 On Granite
A
AA
BV
FE
FG
FGgz
FGx
FS
G2
G7
Gl
I
KA
KAg
KAI
KAm
KAp
KM
KMl
KMm
MA
MCz
MM
PA
PM
R
VA
VG
VGo
VGom
VGp
WKl
WKm
VM
VMb
VMl
WMl
WMmx
VMo
VMp
WVm
Figura 6 Solos na área de estudo
3.2.4
Geologia e Hidrogeologia
Geologia Geral – parte da bacia do rio Pungoé pertencente ao Zimbabwe
Na revisão da configuração geológica da bacia foram utilizados mapas
geológicos, boletins e relatórios publicados pela Pesquisa Geológica do
Zimbabwe. As informações obtidas foram complementadas por uma análise
dos registos da litologia de alguns furos obtidos da ZINWA.
A bacia hidrográfica é principalmente constituida por granitos, gneisses e
doleritos. Os sedimentos Umkondo das Gairezi facies e rochas serpentina
não são significativos, Figura 7. É dificil representar o nível da água
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DESENVOLVIMENTO DA ESTRATÉGIA CONJUNTA DE GIRH PARA A
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Relatório da Monografia
Anexo IV: Água subterrânea
subterrânea e a direcção do escoamento devido a não disponibilidade das
medições do nível da água e posição e altitude dos furos.
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LEGEND
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Basin boundary
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Borehole
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Geology
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Figura 7 Geologia geral da parte da bacia do rio Pungoé pertencente ao Zimbabwe
Hidrogeologia Geral – parte da bacia do rio Pungoé pertencente ao Zimbabwe
Uma análise da hidrogeologia da bacia foi baseada em mapas
hidrogeológicos, relatórios e dados disponíveis no Departamento de Água
Subterrânea da ZINWA. Esta é apresentada na Figura 8.
A parte do rio Pungoé no Zimbabwe é basicamente constituida por rochas de
embasamento impermeaveis não porosas. A ocorrência de água subterrânea
é controlada por zonas de fractura, zonas de contacto e por zonas de erosão.
A recarga é gerida pela precipitação e topografia e, até certo ponto, por
parâmetros do solo.
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Anexo IV: Água subterrânea
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Borehole Depth (m)
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30-40
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50 - 60
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60 - 70
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70 - 100
Basin boundary
Groundwater Potential
Moderate (1.0 -2.0 l/s); Class II
Low (<1.0 l/s); Class III
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10000
20000 Meters
Figura 8 Hiidrogeologia geral da parte do rio Pungoé pertencente ao Zimbabwe
Granito - Zimbabwe
O granito é mais predominante na bacia, Figura 7. É geralmente cor-de-rosa,
grosseiro e maciço. É composto essencialmente por quartzo, feldspato
sodico e biotite com quantidades váriaveis de feldspato de potassio
microcline, cuja quantidade parece, em geral, váriar de forma inversamente
proporcional a da biotite. O grao é de tamanho médio, com tendência
ocasional para cristais de feldspato porfiriticos. O granito maciço desgasta-se
para cumes nus, dando origem ao cenário rochoso.
Os granitos tem um baixo potencial de água subterrânea. A profundidade dos
furos vária geralmente entre 40-60 m. O rendimento varia normalmente entre
<0.1-2.0 l/s, mas é, na sua maioria inferior a 1.0 l/s. O nível da água é
igualmente variavel, entre 10-20 m abaixo da superficie.
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Anexo IV: Água subterrânea
Gneisses - Zimbabwe
Os gneisses ocorrem em dois locais, na parte central da bacia do rio Pungoé
pertencente ao Zimbabwe, principalmente a volta da área drenada pelo rio
Honde e na parte sul da bacia, ao longo das secções superiores do rio
Nyamukwarara e respectivos afluentes, Figura 7.
Os gneisses também apresentam um baixo potencial de água subterrânea. A
profundidade dos furos é normalmente mais funda, até 85 m. O rendimento é
normalmente inferior a 1.0 l/s e o nível da água situa-se entre os 15 e 30 m.
Os gneisses são laminados e ligados em locais com uma composição de
minerais váriavel, passando eventualmente para paragneisses altamente
micaceos. As rochas são normalmente de cor cinzenta, e mais ricas em
minerais ferro-magnesio que o granito maciço. A biotite é o principal
componente escuro e a hornblenda verde, presumivelmente derivada dos
xistos, é comum. Ocorre também granada de origem semelhante. Em certos
locais, o gneiss tem um elevado conteudo de minerais ferro-magnesio e,
neste caso, é conhecido ou referido como um diorito.
O gneiss que ocorre a sul é invadido por rochas serpentina nas partes norte e
sul. A serpentina é uma rocha maciça e pesada. Varia em cor entre preto a
cinzento escuro ou verde escuro acinzentado e é relativamente bem
agregada. A rocha serpentina mais comum é o xisto de talco verde escuro,
cinzento ou preto, desgastando para um tom acastanhado com uma forte
clivagem xistosa.
Dolerito - Zimbabwe
O dolerito está espalhado ao longo da bacia do rio Pungoé pertencente ao
Zimbabwe, Figura 7. Ocorre sob a forma de diques e lençois e varia
consideravelmente em largura e extensão. Em muitos locais, os doleritos são
porfiriticos e constituem grande parte do terreno mais elevado no terreno de
granito onde formam uma cobertura protectora uma vez que são resistentes a
erosão. Os doleritos desgastam para calhaus esfericos. Estes são duros e
resistentes e tem um nucleo azul acinzentado ou preto, de rocha fina
granulada. Os doleritos dão origem a solos vermelho vivo frequentemente
salpicados com os calhaus castanho escuros. Os diques são zonas
importantes para a ocorrência de água subterrânea.
As zonas de contacto dos diques de dolerito e dos gneisses ou granito
apresentam um potencial moderado de água subterrânea. O rendimento
situa-se normalmente entre 1.0-3.0 l/s. Os valores fora deste intervalo não
são incomuns. A altitude dos diques desempenha um papel crucial no
rendimento, mas actualmente não existem informações que possam ser
utilizadas para estabelecer uma relação entre os dois. A profundidade dos
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Anexo IV: Água subterrânea
furos vária entre 40-80 m e o nível da água subterrânea situa-se,
normalmente, entre 10-30 m.
Sedimentos Umkondo - Zimbabwe
Os sedimentos são bastante pequenos e estão confinados a parte norte da
bacia do rio Pungoé pertencente ao Zimbabwe, onde se prolongam para norte
para a bacia do Kairezi. Os sedimentos foram depositados numa bacia de
água pouco profunda sob condições extremamente caóticas, e são tipificados
por uma grande variedade litológica, alterações abruptas e pronunciadas da
facies, transgressoes e horizontes de regressão que são normalmente finos e
impersistentes. Os sedimentos consistem de siltitos filiticos bem assentes,
quartzito de grao fino, ortoquartzito, arenitos argilosos e sedimentos de calcio
e xisto pelitico consistindo de xistos de quartzo-muscovita, argilitos cloriticos,
siltitos e filites.
Geologia Geral e Hidrogeologia – parte Moçambicana da bacia do rio Pungoé
A parte Moçambicana da bacia do rio Pungoé pode ser esquematicamente
caracterizada em Provincias Hidrogeológicas, conforme definido no Mapa
Hidrogeológico de Moçambique. As dominantes dentro da bacia do rio
Pungoé são, o Complexo Cristalino da região montanhosa e a Bacia
Sedimentar da região baixa. É dificil construir o nível da água subterrânea e a
direcção do escoamento devido à escassez ou não disponibilidade de
medições do nível da água e posições dos furos com a altitude.
A geologia e hidrogeologia da parte Moçambicana da bacia do rio Pungoé
estão ilustradas por uma secção do Mapa Hidrogeológico de Moçambique,
apresentado na Figura 9, onde foram destacados os rios e limite da bacia. A
Figura 10 apresenta um perfil do mapa hidrogeológico ao longo da parte
norte da bacia do rio Pungoé (a partir da fronteira nacional a oeste, ao longo
do Mt Gorongosa, ao longo do planalto Cheringoma em que o perfil parte da
bacia do Pungoé na direcção da costa na boca do Zambeze).
As diferentes unidades hidrogeológicas e rendimentos associados são
descritos na Tabela 4 mais a frente neste relatório.
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Anexo IV: Água subterrânea
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Figure 9 O Mapa Hidrogeológico de Moçambique, dentro da bacia
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Anexo IV: Água subterrânea
Figura 10 Perfil da parte norte da bacia do rio Pungoé, do Mapa Hidrogeológico de Moçambique
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Anexo IV: Água subterrânea
O Complexo Cristalino - Moçambique
Uma das Provincias Hidrogeológicas, conforme definida no Mapa
Hidrogeológico de Moçambique, que domina a bacia do rio Pungoé, e o
Complexo Cristalino.
O Complexo Cristalino abrange 57% de Moçambique, ocupando a parte oeste
da região central onde se situa a bacia do rio Pungoé. Consiste de
montanhas, planaltos elevados e centrais e e caracterizado por um relevo
erosivo-desnudativo. É comum nos planaltos uma paisagem de inselbergs em
que as rochas podem ser profundamente desgastadas se o material solto não
tiver sido removido pelos processos da erosão. É observada, na bacia do rio,
uma espessura excepcional de mais de 50 m a este de Chimoio (Gondola).
Geológicamente, o Complexo Cristalino esta divido em formações do Precambrico Inferior do Zimbabwe Craton e as formações do Pre-cambrico
Superior da Cintura Metamorfica de Moçambique. As formações mais antigas
consistem principalmente de xistos verdes com quartzitos inter-estratificados,
calcario, rocha parda e conglomerados. O arenito do Zimbabwe Craton tem
uma presenca muito limitada em Moçambique. Encontra-se na área fronteirica
de Manica, a oeste de Nhamatanda e nas áreas de Munhinga-Bonde e
Mavita.
Grande parte do Complexo Cristalino esta incluido na Cintura Metamorfica de
Moçambique, dominada pelo Complexo Gneiss Granito Migmatite, alternado
com meta-sedimentos (por exemplo, marmore) e charnoquitos. Na parte
oeste montanhosa de Manica, estão unidos, no Grupo Umkondo, vestigios
dos meta-sedimentos menos metamorfizados, que cobrem os complexos
mais antigos. Este Grupo está divido em Umkondo metamorfico de baixa
qualidade e Formações do Fingoe consistindo de ardosia, quartzitos e
algumas rochas carbonatadas e na Formação Fronteira metamorfica de
qualidade média, Manica, com quartzitos e xistos.
A orientação estrutural dominante na Cintura Metamorfica de Moçambique é
N-S, enquanto que são distinguidas várias orientações secundarias em
diferentes partes do pais.
Em geral, as formações de retenção de água do Complexo Cristalino são
pouco produtivas, descontinuas e com extensão limitada. A produtividade
depende principalmente da espessura e textura do manto de erosão. Outras
ocorrências de água subterrânea estão associadas a zonas geológicamente
fracas, facilmente desintregaveis em blocos individuais, limitadas por fracturas
e junções. Estas zonas estão associadas a estruturas geológicas especificas,
como dobras, falhas e fracturas, apresentando uma permeabilidade
relativamente alta.
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Anexo IV: Água subterrânea
Além disso, a ocorrência de rochas granuladas grosseiras ou heterogeneas
bem como marmore soluvel, ou a existencia de contactos entre tipos de
rochas de natureza diferente, facilitam a erosão. Estes factores dão origem a
aquíferos limitados, predominantemente lineares em forma, com um
comprimento médio de 1 a 2 km, uma largura de 40 a 100 m e uma
espessura de 25 a 40 m.
As perfurações são normalmente feitas até atingir a rocha dura, para
intersectar esta camada permeavel que funciona como um dreno e que é reabastecida a partir das camadas superiores que funcionam como um
reservatório de armazenamento. Os poços cavados normalmente não
atingem esta camada mais permeavel. Ocasionalmente, tiram proveito de um
aquífero suspenso em cima de uma camada lateritica, que pode secar após a
época chuvosa.
A Bacia Sedimentar - Moçambique
A bacia sedimentar pode ser geomorfológicamente dividida nas planicies
Sena no interior e no planalto Cheringoma (entre os vales do Zambeze e do
Pungoé). A Bacia Sedimentar esta dividida na direcção do limite norte da
bacia do rio Pungoé pelo Chire-Urema Graben com orientação N-S, uma
continuação do Sistema de Falhas da Africa Oriental.
A geologia é dominada por arenito Sena arcozica do Periodo Cretaceo
continental, que pode atingir uma espessura de mais de 2500 m. O planalto
Cheringoma está principalmente sobre arenitos Miocene continentais
Mazamba. Estes estão, por sua vez, sobre arenitos marinhos de formação
Buzi, calcario e calcarenites da formação Cheringoma e arenito Cretaceo e
marga da formação Grudja. O aluvião esta bem desenvolvido em partes dos
vales dos rios.
O perfil da Bacia Sedimentar, ao longo da fronteira norte (Planalto de
Cheringoma) e respectivamente a sul da bacia do rio Pungoé (planalto Buzi) é
apresentado na Figura 11.
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Anexo IV: Água subterrânea
Figura 11 Perfis geológicos da parte norte e sul da bacia do rio Pungoé (Tiradas da nota
explicativa do Mapa Hiidrogeológico)
A Bacia Sedimentar não emuito favoravel para o desenvolvimento da água
subterrânea. O arenito Sena é baixo em permeabilidade e pode conter água
salobra com elevado conteudo de minerais. No entanto, nos principais vales
de aluvião, as perspectivas de água subterrânea podem ser boas. O
rendimento e a qualidade melhoram na direcção da costa.
Avaliação do potencial da Água Subterrânea
Para uma avaliação do potencial de utilização da água subterrânea é
importante avaliar os sistemas de aquíferos e respectivo potencial de libertar
água subterrânea para poços efectivos. Isto é determinado pela geologia da
área. As informações relacionadas com a geologia estão disponíveis a partir
do mapa geológico na escala 1:1 000 000. No que diz respeito às
possibilidades de recuperar água subterrânea, as informações geológicas
foram utilizadas no mapa hidrogeológico, de forma a classificar os sistemas
de aquíferos em zonas para a potencial extracção de água subterrânea a
curto prazo. Este mapa hidrogeológico esta disponível na escala 1:1 000 000
para Moçambique (apresentado na Figura 9) e na escala 1:500 000 para o
Zimbabwe.
Os mapas geológico e hidrogeológico foram comparados e verificou-se que o
mapa hidrogeológico continha mais dados interpretados. Assim sendo, foi
utilizado para avaliar o potencial de extracção de água subterrânea na bacia,
a curto prazo. Os mapas hidrogeológicos foram digitalisados e a topologia foi
construida para o SIG. O mapa hidrogeológico digitalisado para ambos os
paises e apresentado na Figura 12.
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Anexo IV: Água subterrânea
Hydrogeology
Subbasins
Main Rivers
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0
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40
60
80 Kilometers
Figura 12 Hidrogeologia na área de estudo
3.2.5
Qualidade da Água Subterrânea
O conjunto de dados relevante final utilizado foram as informações relativas a
qualidade da água subterrânea. Este é também um parâmetro muito
importante que pode limitar a utilização da água subterrânea. Mesmo que as
propriedades de infiltração e o potencial de extracção sejam elevados, a
qualidade da água subterrânea pode ser tão pobre que não poderá ser
utilizada para uso doméstico e irrigação.
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Anexo IV: Água subterrânea
Quliadade da Água Subterrânea - Zimbabwe
A qualidade da água subterrânea da bacia é geralmente boa e não apresenta
nenhum risco de saude para consumo humano e animal. No entanto, foram
registadas elevadas concentrações de ferro em alguns furos. A poluição a
nível dos poços do escoamento superficial e outros contaminadores como
nitratos são normalmente um resultado da construção deficiente ou poços
desprotegidos. As instalações sanitarias como latrinas e dejectos do gado
localizadas a montante dos pontos de água podem resultar na contaminação
da água subterrânea. Estas devem estar localizadas a jusante longe dos furos
e poços.
Os furos, poços cavados e nascentes (principalmente durante os periodos
humidos) são as fontes de água potavel disponíveis na bacia. Os poços e
nascentes constituem a maioria de fontes de água uma vez que são mais
faceis e baratas de construir e manter em comparação aos furos. As
condições hidrogeológicas desfavoraveis (baixo potencial de água
subterrânea) e o terreno abrupto que dificulta o movimento de plataformas de
perfuração resultam também na construção limitada de furos.
Qualidade da Água Subterrânea - Moçambique
As informações sobre a qualidade da água subterrânea foram também, até
certo ponto, obtidas do mapa hidrogeológico de Moçambique na escala
1:1 000 000. O parâmetro da qualidade da água que e apresentado no mapa
hidrogeológico de Moçambique e o Total de Solidos Dissolvidos (TSD [mg/l]).
As informações antecedentes para esta interpretação foram retiradas da base
de dados mencionada acima. Assim sendo, é possivel afirmar que as
informações sobre a qualidade da água da base de dados foram utilizadas
indirectamente neste estudo.
O TSD é apresentado no mapa hidrogeológico de Moçambique como isolinhas de igual concentração de TSD. No entanto, esta informação é muito
escassa. Foi realizada uma interpretação destas poucas linhas,
complementada com informações do mapa relativas a áreas com água
subterrânea salobra ou salgada ou áreas afectadas por cheias resultantes
das marés. As informações recolhidas durante visitas de campo e através de
entrevistas com as autoridades das águas rurais em Manica e Sofala foram
também incluidas na avaliação.
As informações foram finalmente colocadas em polígonos fechados para que
estes pudessem ser digitalisados e a topologia pudesse ser atribuida no
ambiente de SIG.
O mapa digitalisado sobre a qualidade das águas subterrâneas a partir destas
fontes é apresentado na Figura 13.
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Anexo IV: Água subterrânea
Além disso, foram obtidas directrizes sobre a qualidade da água subterrânea
prevista a partir do mapa do solo, utilizando as informações sobre os solos
que se esperava terem água subterrânea com propriedades salinas. Os
comentários sobre os solos sálicos que poderiam ter estas propriedades são
apresentados na Tabela 2 abaixo. É de notar que esta é uma abordagem
muito conservadora. Em áreas com uma elevada recarga liquida a qualidade
da água subterrânea pode melhorar com o tempo.
O mapa de solos digitalisado que diz respeito ao risco de atribuirem
propriedades salinas à água subterrânea é apresentado na Figura 14.
A avaliação final sobre a qualidade da água subterrânea foi realizada
combinando as informações nestes dois mapas (Figuras 13 e 14). O mapa
conjunto e apresentado abaixo na Figura 18 na descrição da pontuação da
qualidade da água subterrânea.
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Anexo IV: Água subterrânea
Figura 13 Qualidade da água subterrânea na área de estudo com base no Mapa
Hidrogeológico e outras fontes
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Anexo IV: Água subterrânea
Risk for Saline Groundwater
effected by Salic Soils
Major Roads
Minor Roads
Rail
Subbasins
Main Rivers
No Risk
Low Risk
Moderat Risk
High Risk 0
N
W
E
S
30
60
90 Kilometers
Figura 14 Risco de Água SubterrâneaSalina afectada por Solos Sálicos na área de estudo
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Anexo IV: Água subterrânea
4
CLASSIFICAÇÕES HIDROGEOLÓGICAS E
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DA ÁGUA
SUBTERRÂNEA
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Anexo IV: Água subterrânea
4.1
Metodologia
4.1.1
Breve descrição
Foi utilizada uma metodologia de pontuação e ponderação para este projecto.
O objectivo da classificação através da pontuação dos parâmetros e
ponderação das diferentes categorias hidrogeológicas é de avaliar, em três
passos:
1.
a magnitude da recarga da água subterrânea numa base sustentável a
longo prazo, gerida pelo EMA, declive e solo
2.
o potencial de extracção a curto prazo, gerido pelas caracteristicas do
aquífero
3.
a adequação da água subterrânea, a longo prazo, para o abastecimento
de água doméstico, gerida pelos pontos 1 e 2 acima, mas também pela
qualidade da água subterrânea
A razão para separar o potencial de abstração em curto prazo e longo prazo é
que o objectivo principal é identificar áreas em que a extracção da água
subterrânea possa ser sustentável a longo prazo. Neste ambito, podem ser
identificadas áreas que apresentam um bom potencial para extracção de
água subterrânea (devido a porosidade efeciente, espessura, tipo de aquífero,
entre outros), no entanto, se a recarga (a partir da precipitação e infiltração
das margens dos rios, etc) for limitada, levaria a uma situação insustentável a
longo prazo – mineração da água subterrânea, algo que deve ser evitado.
4.1.2
Antecedentes
Os diferentes parâmetros que afectam a recarga, potencial de extracção e a
possibilidade de utilização da água subterrânea foram, por isso, classificados
e organisados em diferentes categorias de forma a que toda a categoria
possa ser avaliada como um todo; de forma a criar a possibilidade para que
um certo parâmetro ou uma categoria especifica tenha mais importancia para
o potencial da água subterrânea que outra.
As
directrizes
para
seleccionar
as
categorias
e
respectivas
ponderações/pesos foram obtidas através do trabalho de classificação da
sensibilidade da água subterrânea realizado nos Estados Unidos de acordo
com uma metodologia denominada DRASTIC, em que:
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Anexo IV: Água subterrânea
•
•
•
•
•
•
•
D representa a profundidade da água subterrânea
R representa Recarga (liquida)
A representa Aquífero
S representa Solo
T representa Topografia
I representa o Impacto da Zona de Vadoze
C representa Conductividade (Hidraulica)
No estudo actual, apenas algumas das categorias mencionadas acima são
relevantes, nomeadamente R, A, S, T e C. A profundidade da água
subterrânea e o impacto da zona vadoze não são relevantes no estudo actual
uma vez que estas categorias afectam principalmente a sensibilidade de
contaminação da água subterrânea, que não estava incluida no ambito deste
estudo.
Uma indicação de R, a descarga disponível, foi fornecida indirectamente a
partir do EMA por bacia menor respectiva. O solo, S, está disponível. A
topografia, T, está disponível através do mapa de declive. Estes três
parâmetros são considerados no estudo actual como a categoria”recarga”.
As interpretações de A, o meio aquífero, e de C, a condutividade, estão
disponíveis através dos mapas hidrogeológicos e são, no estudo actual,
consideradas como a categoria do “potencial de extracção a curto prazo”.
Além do que foi descrito acima com base na abordagem DRASTIC, o estudo
actual também leva em consideração o impacto da qualidade da água
subterrânea como um factor limitante para a utilização da água subterrânea.
Este factor é analisado através do TSD, Total de Solidos Dissolvidos e, no
estudo actual, pertence a categoria “qualidade da água subterrânea”.
4.2
Descrição da Metodologia de Pontuação
É aplicado um sistema de pontuação a cada parâmetro individual na categoria
especifica. As pontuações foram tipicamente aplicadas numa escala de 0-10
em que os valores mais altos foram atribuidos a área especifica com as
condições mais favoraveis para a recarga, extracção e utilização da água
subterrânea.
Por exemplo:
•
Uma encosta que é plana ou quase plana (0 – 1%) obteria uma
pontuação de 10, enquanto que uma encosta muito ingreme (quase
vertical) obteria uma pontuação de 1.
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Relatório da Monografia
Anexo IV: Água subterrânea
•
Areia grosseira obteria uma pontuação de 10, enquanto que argila
com propriedades expansivas obteria uma pontuação de 1.
As classificações individuais estão listadas nas Tabelas 1 a 5.
4.2.1
Pontuação dos declives
Os declives da área de estudo são geralmente planos em áreas extensas. E
apenas nas regiões montanhosas no Alto Pungoé e no Monte Gorongoza que
os declives atingem valores superiores a 6% e mesmo estes declives
moderados obtem pontuações maiores.
As pontuações individuais dos declives estão listadas na Tabela 1.
Tabela 1 Pontuação do Declive
Declive (%)
Pontuação
0–2
2–4
4–7
7 - 12
12 - 18
18+
10
8
6
3
2
1
O mapa de declive pontuado é apresentado na Figura 15.
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Anexo IV: Água subterrânea
Slope Rating
Main Rivers
Subbasins
Slope Rating
10
8
6
3
W
2
1
0
40
N
E
S
80
120
Figura 15 Declives pontuados na área de estudo
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160 Kilometers
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Anexo IV: Água subterrânea
4.2.2
Pontuação dos solos
Os solos que ocorrem na área de estudo e respectivas caracteristicas são
descritos na Tabela 2 abaixo.
Tabela 2 Descrição dos Solos disponíveis
TIPO DE SOLO Quimica
Comentários
A
AA
BV
FE
FG
FGgz
FGx
FS
G2
G7
Gl
I
KA
Kag
KAI
Kam
Kap
KM
KMl
KMm
MA
MCz
MM
PA
PM
R
VA
Vgo
Vgom
VGp
WKl
WKm
VM
VMb
VMl
WMl
WMmx
Vmo
VMp
WVm
28 em Dolorito
29 em Granito
Acumulação de argila em partes fundas pode reduzir cap. Infilt.
Pedregoso
Zimbabwe, Em locais, escoamento imperf. devido acum argila
Zimbabwe, Risco de formação crosta/capa no caso deflorest.
Pouco profundo
Pouco profundo
Rochoso
Risco de formação de crosta no caso de deflorestação
Risco de formação de crosta no caso de deflorestação
Risco de formação de crosta no caso de deflorestação
Impermeavel
Alguns rasos. Argila partes mais fundas pode reduzir cap. Infilt
Zimbabwe, terra rochosa
Acum argila em partes mais fundas pode red cap infiltração
Acum argila em partes mais fundas pode red cap infiltração
Rochoso
Rochoso
Pedregoso
Risco de formação crosta/capa no caso deflorestação
Acumul argila em partes mais fundas pode red cap infiltração
Zimbabwe
Zimbabwe, terra rochosa
Salino
Salino
Algum risco tox. AI
Algum risco tox. AI
Algum risco tox. AI
Algum risco tox. AI
Risco elev cont. sodio
Salino
Risco elev cont. sodio
Risco conteudo sodio
Risco toxicidade AI
Salino e sodico
Salino e sodico
Risco toxicidade AI
Possib elevado Na
Algum risco tox. AI
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Anexo IV: Água subterrânea
As pontuações individuais do solo relativamente as respectivas capacidades
de infiltração estão listadas na Tabela 3.
Tabela 3 Pontuação dos Solos
Tipo de solo
Pontuação
A
AA
BV
FE
FG
FGgz
FGx
FS
G2
G7
Gl
I
KA
KAg
KAI
KAm
KAp
KM
KMl
KMm
MA
MCz
MM
PA
PM
R
VA
VGo
VGom
VGp
WKl
WKm
VM
VMb
VMl
WMl
WMmx
VMo
VMp
WVm
28 em Dolorito
29 em Granito
9
9
7
3
4
3
4
4
8
7
9
9
9
4
8
10
10
4
4
4
3
1
3
8
6
5
9
9
9
8
4
6
8
8
7
7
7
9
8
8
2
7
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Anexo IV: Água subterrânea
O mapa do solo pontuado e apresentado na Figura 16.
Soil Rating
Main Rivers
Subbasins
Soil Rating
10
9
8
7
W
6
5
4
3
2
20
1 0
N
E
S
40
60
80 Kilometers
Figura 16 Solos pontuados na área de estudo
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Anexo IV: Água subterrânea
4.2.3
Pontuação do potencial de abstracção a curto prazo
A pontuação do potencial de abstracção a curto prazo é baseado
directamente nos mapas hidrogeológicos, em que a respectiva formação esta
associada a um grupo hidrogeológico no mapa. Os seguintes pertencem a
Moçambique:
•
A – grupo que representa aquíferos intergranulares (continuos,
normalmente não consolidados)
•
B – grupo que representa aquíferos fissurados (descontinuos e
normalmente consolidados)
•
C – grupo que representa áreas com aquíferos locais de produtividade
limitada ou áreas sem recursos hidricos subterraneos significativos
(intergranulares ou fissurados)
Os grupos no mapa hidrogeológico estão, por sua vez, associados a um
intervalo de “classes de rendimento” tipicas de 1 a 3 onde o numero mais
baixo representa um potencial mais elevado para um rendimento a curto
prazo.
O mapa hidrogeológico do Zimbabwe também divide as respectivas
formações em grupos hidrogeológicos com um sistema de numeração de 1 a
10 em que alguns dos grupos são subdivididos com um sufixo de A a E. No
mapa, os grupos estão divididos com cores diferentes que representam o
potencial de desenvolvimento da água subterrânea, em que:
•
verde representa um potencial elevado de desenvolvimento da água
subterrânea
•
amarelo representa um potencial moderado de desenvolvimento da água
subterrânea
•
vermelho representa um potencial baixo de desenvolvimento da água
subterrânea
As pontuações foram aplicadas a estes grupos e a “classes de rendimento”
de acordo com as Tabela 4 e Tabela 5 abaixo.
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Anexo IV: Água subterrânea
Tabela 4 Pontuação da Hiidrogeologia
Formação*
Descrição
BV (Zim)
Meta
Vulcanicos
Dolerito
Gneisses e
rochas
intrusivas
Basaltos e
riolitos
Granitos
Rochas
Intrusivas
Arenito
Xistos
Xistos
Xistos
Aluvião
Eluvião
Colluvião
Eluvião
Eluvião
Arenito
Calcarenites
Calcario
Rochas
Intrusivas
Gneisses
D (Zim)
G (Zim)
JKr
K0
Kl
Ks
PeG
PeU
PeZ
Qal
Qb
Qc
Qp
Qpe
Rs
Tti
TTs
Um (Zim)
Yg (Zim)
Grupo e
classe de
rendimento*
2A, amarelo
Rendimento
(m3/hr)*
Pontuação
4-10
4
10, amarelo
1B; 1A,
vermelho,
amarelo
C3
1-4
2-4; 0,4-2
2
3; 1
<1
1
C3
C3
<1
<1
1
1
C2
C2; C3
C2; C3
C2; C3
A1; A2; A3, C1
C1
A3
C1
C1
B3; C2
B2; B3; C2
B1; B2; B3
5, vermelho
<3
<3; <1
<3; <1
<3; <1
>50;10-50;3-10
<5
3 – 10
<5
<5
3-10; <3
10-50;3-10;<3
>50;10-50; 3-10
0,4-4
2
2; 1
2; 1
2; 1
10; 7; 4; 3
3
3 ;4
3
3
3; 4
7; 4; 2
10; 7; 4
1; 3
2-4; 0,4-2
3; 1
1B; 1A,
vermelho,
amarelo
*A partir dos mapas hidrogeológicos
Tabela 5 Pontuações aplicadas ao rendimento da água subterrânea a curto prazo (incluidos na
Tabela 4 acima)
Rendimento
Pontuação
(m3/hr)
> 50
10
10 - 50
7
5 - 10
4
3-5
3
1–3
2
<1
1
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Anexo IV: Água subterrânea
É apresentado um mapa do potencial de abstracção da água subterrânea a
curto prazo na Figura 17.
Rating of Short-term
Abstraction Potential
Main rivers
Subbasins
Short-term Abstraction
Potential Rate
10
N
7
4
W
3
2
S
1
0
30
60
E
90
120 Kilometers
Figura 17 Potencial de abstracção da água subterrânea a curto prazo na área de estudo
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Anexo IV: Água subterrânea
4.2.4
Pontuação da qualidade da água subterrânea
A pontuação da qualidade da água subterrânea é baseada em pressupostos
relativos à utilização da água subterrânea apresentados no mapa
hidrogeológico de Moçambique. Aí descreve-se que o limite de abastecimento
de água é de <500 mg/l TSD. Água subterrânea de qualidade mais elevada
que esta irá, portanto, obter uma pontuação mais elevada. Água subterrânea
com qualidade inferior a 1000 mg/l TSD pode ser adequada para irrigação,
obtendo também uma pontuação mais elevada. Água de qualidade superior a
1000 mas abaixo de 5000 mg/l TSD é apenas adequada para gado. Água de
qualidade inferior, com mais de 5000 mg/l TSD, não é adequada para
consumo.
As directrizes sobre as pontuações a serem aplicadas a qualidade da água
subterrânea são apresentadas na Tabela 6.
Tabela 6 Pontuação da qualidade da água subterrânea relativamete a qualidade da água
medida (TSD)
TSD (mg/l)
Pontuação
< 500
500 – 1000
1000 – 5000
> 5000
10
8
3
1
No entanto, foi referido no capitulo 2.2.5 que a avaliação da qualidade da
água subterrânea foi realizada através da interpretação de informações
provenientes de várias fontes ou seja, com base no mapa hidrogeológico e no
mapa do solo. Estas informações foram compiladas num unico mapa nominal
da qualidade da água subterrânea com pontuações atribuidas a áreas que se
pressupôs terem qualidade de água subterrânea semelhantes conforme
descrito na Tabela 6 acima.
É apresentado um mapa da qualidade da água subterrânea na Figura 18.
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Anexo IV: Água subterrânea
Groundwater Quality Rating
Main rivers
Subbasins
Groundwater
Quality Rating
1
3
W
8
10
0
40
N
E
S
80
120 Kilometers
Figura 18 Qualidade da água subterrânea na área de estudo
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Anexo IV: Água subterrânea
4.3
Descrição da Metodologia de Ponderação
Após ter atribuido uma pontuação a cada parâmetro, estes foram organisados
em categorias. Estas foram, por sua vez, ponderadas de forma a tornar
possivel que uma categoria seja mais dominante em relação a outra. Os
parâmetros considerados e a respectiva divisão em diferentes categorias com
os respectivos pesos aplicados estão listados na Tabela 7. A tabela indica
também os diferentes mapas que resultam do procedimento consciente de
ponderação e de resumo.
O procedimento tecnico foi exportar a tabela de atributos de SIG (a tabela que
fornece as propriedades de cada polígono no SIG) numa folha de calculo
Excel em que todas as categorias podem ser pontuadas, ponderadas,
resumidas e classificadas de acordo com a seguinte descrição da
metodologia. Após cada procedimento relevante (envolvendo frequentemente
uma abordagem de tentativa-erro para obter os pesos correctos), a folha de
calculo relevante foi exportada de novo para o SIG para que o mapa
modificado adequado pudesse ser delineado.
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Anexo IV: Água subterrânea
Tabela 7 Parâmetros pontuados utilizados e pesos aplicados por categoria.
Parâmetros
Categoria
Recarga da água
subterrânea
Parâmetro
Pesos
internos
Declive
Pontuado
3
Solo Pontuado
1
EMA
(Normalizado)*
na
Potencial de
abstracção a
curto prazo
Qualidade da
água
subterrânea
Parâmetro
Parâmetro
Potencial de
Abstracção a
Curto Prazo
Pontuado
Qualidade da
Água
Subterrânea
Ponderada
Mapas Pontuados
Mapa do Declive
Pontuado
Mapa do Solo
Pontuado
Mapas
Ponderados
Pesos
Mapa de Recarga da Água
Subterrânea Pontuado
Mapa do
Potencial de
Abstracção a
Curto Prazo
Pontuado
3
2
Mapa de Disponibilidade da Água Subterrânea
(Pontuado, Ponderado e Classificado)
Mapa da
Qualidade da
Água
Subterrânea
Pontuado
4
Mapa de Disponibilidade e Adequação da Água Subterrânea
para o Abastecimento de Água Doméstico Municipal
(Pontuado, Ponderado e Classificado)
* A pontuação do EMA esta descrita abaixo na secção 3.4 Modelação de SIG
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Anexo IV: Água subterrânea
4.4
Modelação de SIG
Conceito
O conceito por trás da metodologia utilizada na avaliação dos recursos
hidricos subterraneos é baseado na forma como a precipitação efectiva
(precipitação menos evapotranspiração) é conduzida para o rio.
As Figuras 19 e 20 ilustram dois casos: áreas montanhosas que podem ser
encontradas na parte alta da bacia do Pungoé no Zimbabwe e as áreas
planas que dominam as partes inferior e central da bacia do Pungoé.
A principal diferenca entre os dois casos é que nas zonas montanhosas a
precipitação que infiltra a superficie é transportada tanto como como
escoamento intermédio como escoamento subterraneo, enquanto que nas
áreas planas toda a água infiltrada é transportada como escoamento
subterrânea.
O escoamento intermédio pode ser tanto escoamento não-saturado como
escoamento saturado em zonas saturadas temporarias, por exemplo, a zona
das raízes durante a precipitação. Durante os periodos secos sem chuva o
escoamento intermédio é praticamente zero.
Nas zonas planas a distância para o lençol de água subterrânea é
normalmente pequena. Quando chove, quase toda a água infiltrada atinge o
lençol de água subterrânea, que aumenta rapidamente e atinge mais ou
menos o nível da superficie.
A metodologia para avaliar a adequação da água subterrânea leva em
consideração o Escoamento Medio Anual (MAR) calculado a partir do estudo
de águas superficiais. A longo prazo, o EMA é igual à precipitação menos a
evapotranspiração. No entanto, as Figuras 4.5 e 4.6 indicam que a parte do
EMA que estaria disponível para a abstracção de água subterrânea varia de
acordo com a topografia.
Uma parte do EMA atinge os rios como escoamento a superficie do terreno e
não está disponível como água subterrânea. A quantidade do escoamento a
superficie do terreno é determinada por factores tais como declive, textura do
solo e vegetação.
Uma segunda parte chega ao rio como escoamento intermédio e não está
disponível para abstracção de água subterrânea. O escoamento intermédio
existe normalmente apenas em zonas montanhosas onde existem declives
acentuados e uma vasta zona não-saturada. Em zonas planas é virtualmente
zero.
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Anexo IV: Água subterrânea
Uma terceira parte, que está disponível para abstracção de água subterrânea,
é o escoamento subterraneo saturado. Este constitui o escoamento base que
pode ser encontrado nos rios durante a época seca. A água disponível para
abstracção de água subterrânea é, por isso, igual ao escoamento base no
rios a longo prazo.
De notar que se a água subterrânea for tomada, o escoamento de águas
superficiais irá diminuir. Normalmente, a abstracção de água subterrânea, que
é regida por propriedades hidraulicas proximas do furo, é muito pequena em
relação ao caudal do rio.
É possivel calcular a água subterrânea disponível para abstracção através da
combinação das informações do EMA com factores como tipo de solo e
declive. Além disso, é possivel determinar um limite superior para a
disponibilidade da água subterrânea a longo prazo através da estimativa do
escoamento base nos rios com base no estudo hidrológico.
MOUNTAINOUS
AREAS
Rainfall
Groundwater
outtake
Evapotranspiration
Interflow
Overland
flow
Percolation
Saturated groundwater flow
(baseflow)
Figura 19 Descrição conceptual da condução de água em zonas montanhosas
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Anexo IV: Água subterrânea
FLAT AREAS
Rainfall
Groundwater
outtake
Evapotranspiration
Saturated
overland flow
Saturated groundwater flow
(baseflow)
Figura 20 Descrição conceptual da condução de água em zonas planas
Através do modelo HBV que foi utilizado no estudo dos recursos hidricos
superficiais (ver Anexos I e III), o escoamento base foi calculado para a bacia
superior e central do Rio Pungoé (Tabela 8). Não foi possivel aplicar o
modelo HBV à parte inferior da bacia, razão pela qual não foram efectuados
calculos para essas áreas.
Os resultados confirmam o modelo hidrogeológico conceptual. Nas zonas
planas (Pungoé Baixo e Superior Central) a percentagem do EMA que é
escoamento base, e que assim chega ao rio como escoamento subterrâneo
saturado, é superior ao escoamento na parte montanhosa.
A Tabela 8 indica também que nas zonas planas, mais de 80% do EMA
chega aos rios através do armazenamento de água subterrânea, enquanto
que nas zonas altas esta parte é de aproximadamente 50%. É importante
notar que os numeros são um valor médio da sub-bacia.
No que diz respeito à parte que constitui o escoamento base, é impossivel
determinar se é escoamento intermédio ou escoamento à superficie do
terreno. Mas estas informações não são necessarias para o calculo da
disponibilidade da água subterrânea.
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Anexo IV: Água subterrânea
Tabela 8 Escoamento base calculado nas áreas superior e central da bacia do Pungoé
calculadas através do Modelo HBV, (ver Anexo III).
Sub-bacia
Pungoé Zimbabwe
Honde
Alto Pungoé
Nhazonia
Pungoé Central
Superior
Vunduzi
Pungoé Central Inferior
4.4.1
Escoamento base
(mm/ano)
592
251
175
99
72
Percentagem do EMA
50%
53%
53%
60%
82%
74
64
61%
83%
Modelação da recarga da Água Subterrânea
O primeiro passo no processo é pontuar os parâmetros do declive (T) e do
solo (S) conforme mencionado acima. Estes parâmetros pontuados em
conjunto com o EMA constituem a categoria de recarga de água subterrânea.
Para tornar os parâmetros do solo mais dominantes em relação aos
parâmetros do declive na categoria de recarga, estes foram, num primeiro
passo interno, ponderados e sumarisados de acordo com o seguinte calculo:
“Valores do Primeiro Passo” = (3 * T) + (1* S)
Uma vez este valor calculado, o intervalo de valores obtidos foi avaliado e, em
seguida, o valor mais alto obtido para o intervalo foi utilizado como
denominador para calcular um factor de ponderação do EMA. Um exemplo
disto é apresentado na Tabela 9.
Tabela 9 Exemplos dos maximos e minimos do primeiro passo das combinações de factores de
Min
Max
solo e declive
Declive*
Pontuação
Solo*
Pontuação
0-2%
Peso
Sub-Total
Total
+18%
Peso
Sub-Total
Total
10
*3
30
KAm
Peso
Sub-Total
40
28 em Dolomite
Peso
Sub-Total
5
10
*1
10
1
*3
3
2
*1
2
*Os valores váriam entre 40 e 5, o que significa que os solos com menor pontuação (1) não estavam
situados nos declives com menor pontuação (1)
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Anexo IV: Água subterrânea
Dado que 40 foi o valor mais alto obtido, todos os “Valores do primeiro passo”
foram divididos por 40 e, em seguida, o EMA (mm/a) foi multiplicado por este
factor de forma a criar valores de EMA normalisados.
Além disso, ao ajustar os valores do EMA normalisados, utilizou-se a relação
que as condições mais favoraveis de recarga representam uma recarga de
água subterrânea de 90% do EMA original (o resto foi considerado como
ainda disponível para escoamento de águas superficiais etc.), enquanto que
as piores condições de recarga ainda representam uma recarga de água
subterrânea de 30% do EMA original.
Os valores obtidos são representativos para cada polígono no SIG, pequeno
ou grande. Para analisar a recarga por sub-bacia, todos os valores
representativos foram somados e o valor total foi dividido pela área total da
sub-bacia. Através deste procedimento foi possivel comparar com as
computações do escoamento base a partir da modelação de águas
superficiais (apresentada na Tabela 8 acima). Os resultados são
apresentados na Tabela 10. É possivel observar que, para todas as subbacias, os valores da recarga da água subterrânea gerados pela modelação
de SIG foram inferiores ao correspondente valor do escoamento base gerado
por modelo de computador relativo às águas superficiais. Assim sendo, o
modelo de SIG é mais conservador duma perspectiva de água subterrânea.
Tabela 10 Escoamento base nas áreas superior e central da bacia do Pungoé, calculadas a
partir do modelo de SIG com os valores do modelo HBV como referencia.
Sub-bacia
Recarga de
Água
Subterrânea
(mm/ano)
A partir do
modelo de
SIG
Escoamento
base
(mm/ano)
A partir do
modelo HBV
Pungoé
Zimbabwe
Honde
Alto Pungoé
Nhazonia
Pungoé Central
Superior
Vunduzi
Pungoé Central
Inferior
417
592
Escoamento
base
modelado
como
percentagem
do
escoamento
superficial
71 %
122
115
54
25
251
175
99
72
49 %
66 %
54 %
35 %
38
21
74
64
52 %
33%
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Anexo IV: Água subterrânea
Assim que foram obtidos estes valores do EMA normalisados e ajustados,
podem ser intepretados como a recarga de água subterrânea ajustada.
Foram, em seguida, classificados de acordo com a Tabela 11.
Tabela 11 Pontuação da Recarga de ÁguaSubterrânea
Recarga
AS Ajustada (mm/a)
< 10
10 – 32
32 – 108
108 – 200
> 200
Pontuação
1
4
6
8
10
Estes valores do EMA ajustados e normalisados, que representam as
condições de recarga da água subterrânea, foram utilizados para construir o
mapa de ”recarga de água subterrânea pontuado”, que é apresentado na
Figura 21. Os valores pontuados foram, em seguida, multiplicados pelo factor
de ponderação 3 (a partir da Tabela 7 acima) e foram utilizados em análises
posteriores.
4.4.2
Modelação do potencial de abstracção da Água Subterrânea
O proximo passo foi tomar o mapa do “potencial de abstracção a curto prazo
pontuado” e pesar estas informações (por um factor de 2, a partir da Tabela 7
acima) para ser utilizado em análises posteriores.
4.4.3
Modelação da Disponibilidade da Água Subterrânea
O mapa de “recarga de água subterrânea pontuado” descrito acima e o mapa
do “potencial de abstracção a curto prazo pontuado” foram então resumidos e
este conjunto de dados obtido foi, em seguida, classificado num mapa
apresentando as áreas de disponibilidade de água subterranea baixa, média
e alta respectivamente, fornecendo um mapa quantitativo e relativo da
“disponibilidade da água subterrânea pontuada”.
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Anexo IV: Água subterrânea
Rated Adjusted
Groundwater Recharge
Main Rivers
Subbasins
Adjusted Groundwater
Recharge Rating
10
8
W
6
4
1
0
40
80
N
E
S
120 Kilometers
Figura 21 Recarga da Água Subterrânea Ajustada Pontuada na área de estudo
De notar que este metodo de classificação é subjectivo e depende
completamente de onde se fixam os limites entre a disponibilidade
“baixa/média/alta” da água subterrânea. O conjunto de dados continha
valores entre 5 e 36. Após algumas tentativas de mover os limites mais para
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Anexo IV: Água subterrânea
cima ou mais para baixo e verificando o resultado no mapa correspondente,
os limites seleccionados foram definidos como:
5 – 18
baixa disponibilidade de água subterrânea
18 – 25
média disponibilidade de água subterrânea
25 – 38
alta disponibilidade de água subterrânea
Este mapa é apresentado na Figura 22 e utilizado para análises posteriores.
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Anexo IV: Água subterrânea
Groundwater Availability
Subbasins
Main Rivers
Groundwater
Availability
High
Medium
Low
N
W
E
S
0
40
80
120 Kilometers
Figura 22 Disponibilidade da Água Subterrânea na área de estudo
4.4.4
Modelação do impacto da qualidade da Água Subterrânea
Foi também necessario levar em consideração a qualidade da água
subterrânea, especialmente porque o objectivo deste exercicio é de fornecer
uma indicação da adequação da água subterrânea para o abastecimento
doméstico municipal. A qualidade da água subterrânea pontuada foi, por isso,
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Anexo IV: Água subterrânea
utilizada para produzir o conjunto de dados “adequação da água subterrânea
pontuada” e, em seguida, ponderar estas informações por um factor de 4 (a
partir da Tabela 7 acima) para ser utilizado em análises posteriores.
4.4.5
Modelação da Adequação e Disponibilidade da Água
Subterrânea
O passo final para produzir um mapa indicando tanto a disponibilidade como
a adequação da água subterrânea foi resumir os mapas “recarga da água
subterrânea pontuada” (após aplicar um factor de ponderação de 3), o
“potencial de abstracção de água subterrânea a curto prazo pontuado” (após
aplicar um factor de ponderação de 2) e “água subterrânea adequada
pontuada” (após aplicar um factor de ponderação de 4). Este procedimento
resultou em áreas pontuadas que “herdaram”, consequentemente, as
propriedades de cada categoria original.
O conjunto de dados final obtido foi então classificado num mapa
apresentando as áreas de adequação baixa, média e alta para o
abastecimento da água subterrânea para as necessidades municipais de
água. De notar que este metodo de classificação é subjectivo e depende
completamente de onde são seleccionados os limites entre a adequação
“baixa/média/elevada”. O conjunto de dados obtido continha valores entre 20
e 78. Após algumas tentativas de mover os limites para cima e para baixo e
verificando o resultado no mapa correspondente, os limites seleccionados
foram definidos como:
20 – 45
Adequação baixa
45 – 67
Adequação média
67 – 78
Adequação elevada
Este mapa é apresentado na Figura 23.
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Anexo IV: Água subterrânea
Groundwater Availability
and Suitability Map
Nhampassa
!
(
Nhamagua
Macosse
!
(
Chœa
!
(
Maringue
Catandica
SœbwŁ
Nguawala
Nhamadze
Vundœzi
Mavonde
!
R
Watsomba
!
(
Gorongosa
Muanza
MUTARE
!
(
Vanduzi
!
P
Matsinho
Chimoio Cafumpe
!
(
(!
Gondola
Amatongas
Inchope
!
(
Groundwater Availability
and Suitability
Nhamatanda
Tica
Classification
Mafambisse
High
Medium
Low
Rivers
Roads
Mozambique Towns
(!
Province cap.
!
(
District cap.
!
(
Zimbabwe Towns
!
P
Larger
!
R
Smaller
Railway
Subbasins
0
µ
15
30
!
(
BEIRA
(!
Sofala
60
Figura 23 Disponibilidade e Adequação da Água Subterrânea na área de estudo
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Bœzi
Dondo
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90
120
Km
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Anexo IV: Água subterrânea
5
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
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Anexo IV: Água subterrânea
É possivel concluir, a partir dos mapas acima, que grandes áreas estão
classificadas como tendo apenas potencial (ou, como foi definido, adequação
para o abastecimento municipal com água subterrânea) médio ou mesmo
baixo. Apenas o Alto Pungoé e áreas relativamente pequenas na parte central
da bacia do rio se destacam apresentando um bom potencial. No entanto, isto
é, em grande parte, um efeito do EMA consideravelmente elevado nesta
região (1 195 mm/ano na sub-bacia mais humido contra 59 mm/ano na mais
seca, aproximadamente 20 vezes mais água). Isto implica que mesmo que
todas as outras condições fossem melhores nas terras baixas, a classificação
de adequação seria ainda dominada pelo facto da quantidade de água
disponível ser superior nas terras altas.
É de notar que muitos dos dados provêm de mapas numa escala pouco
precisa, frequentemente 1:1 000 000 ou de interpretações baseadas em
poucos dados pontuais como, por exemplo, qualidade da água subterrânea.
Verificou-se também, a partir de entrevistas e experiencia de campo que a
qualidade da água subterrânea pode variar consideravelmente em curtas
distâncias.
Além disso, é importante notar que a metodologia para calcular o EMA utiliza
a evapotranspiração potencial. Em grandes áreas nas partes mais baixas da
bacia do Pungoé, em que os declives do terreno são baixos, a precipitação dá
origem a condições de água subterrânea pouco profunda ou mesmo águas
superficiais estagnadas. Durante estas condições a evapotranspiração é
provalmente consideravel, deixando muito pouca água para escoamento. Se
houvesse uma abstracção de água subterrânea nestas áreas, criaria um cone
de depressão. A profundidade até à água subterrânea aumentaria e
consequentemente, a evaporação iria decrescer. Haveria, por isso, mais água
disponível para a recarga da água subterrânea – condições que seriam
criadas pela extracção de água subterrânea.
De notar que podem existir vários locais na bacia do rio em que a água
subterrânea pode estar disponível localmente com boa quantidade e
qualidade. Um exemplo que valeria a pena investigar em mais detalhe é a
disponibilidade de água subterrânea perto dos rios. Estas áreas podem estar
presentes numa escala tal que não seriam visiveis no mapa de adequação a
escala apresentada neste relatório.
Na Fase de Cenários, em que as opções de desenvolvimento são
identificadas e localizadas, recomenda-se que:
•
Deve ser investigada a disponibilidade de água subterrânea perto dos
rios nos locais onde a infiltração induzida a partir das margens dos rios
possa dar uma contribuição significativa
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Anexo IV: Água subterrânea
•
Devem ser realizadas investigações mais detalhadas sobre a
qualidade e quantidade da água subterrânea em áreas seleccionadas
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REFERENCIAS
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Relatório da Monografia
Anexo IV: Água subterrânea
Hydrogeológical Map of Mozambique Scale 1:1 000 000 and the Explanatory
Notes, D.N.A. and UNICEF, October 1987.
Regional Hydrogeológical Map of Zimbabwe Scale 1:500 000, Sheet 2,
Interconsult, 1986
Soil map of Moçambique, Provincia de Manica, Carta de Solos, Scale
1:1 000 000, INIA/DTA, 1994
Soil map of Moçambique, Provincia de Sofala, Carta de Solos, Scale
1:1 000 000, INIA/DTA, 1994
Legenda da Carta Nacional de Solos, Do Instituto Nacional de Investigação
Agronómica, Comuniação No. 73, 1995
Provincial Soil map of Southern Rhodesia, Scale 1:1.000 000, Ministry of
Agriculture, 1955
Aller, L T, Bennet, T, Lehr, J H and Petty, J, 1987: DRASTIC: A Standardized
Potential System for Evaluating Groundwater Pollution Potential Using
Hydrogeologic Settings. US Environmental Protection Agency/600/2-85/018,
Washington DC
van Breemen, N and Buurman, P, 1998, Soil Formation, Kluwer Academic
Publishers, The Netherlands
Driessen, P M, and Dudal, R, 1991, The Major Soils of the World, Agricultural
University Wageningen and Katolike Universiteit Leuven
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ESTUDO SECTORIAL: ÁGUA SUBTERRÂNEA