UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO, EXTENSÃO E CULTURA –
PROPEC.
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS – CEJURPS
PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DE POLÍTICAS
PÚBLICAS - PMGPP
AGENDA AMBIENTAL NA UNICENTRO: UM DIAGNÓSTICO A PARTIR DO
MÉTODO KRUGER.
ANTONIO CARLOS PIRES DE LIMA
Itajaí-SC, 2014
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO, EXTENSÃO E CULTURA –
PROPEC.
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS – CEJURPS
PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DE POLÍTICAS
PÚBLICAS – PMGPP
AGENDA AMBIENTAL NA UNICENTRO: UM DIAGNÓSTICO A PARTIR DO
MÉTODO KRUGER.
ANTONIO CARLOS PIRES DE LIMA
Dissertação apresentada à Banca Examinadora no
Mestrado Profissional em Gestão de Políticas
Públicas da Universidade do Vale do Itajaí –
UNIVALI, sob a orientação do Prof. Dr. Carlos
Golembiewski, como exigência parcial para obtenção
do título de Mestre em Gestão de Políticas Públicas.
Itajaí-SC, 2014
FICHA CATALOGRÁFICA
Lima, Antonio Carlos Pires de, 1966 –
Agenda Ambiental na Unicentro: Um diagnóstico a partir do Método Kruger
Antonio Carlos Pires de Lima. – 2014
99 f.;
Orientador Dr. Carlos Golembiewski
Dissertação (Mestrado) – Universidade do Vale do Itajaí, Mestrado
Profissionalizante em Gestão de Políticas Públicas, 2014.
1. A Relação do Homem com o Meio Ambiente. 2. Sustentabilidade. 3. Agenda
Ambiental.
I. Golembiewski, Carlos. II Universidade do Vale do Itajaí.
Mestrado Profissional em Gestão de Políticas Públicas. III. Agenda Ambiental na
Unicentro: Um diagnóstico a partir do Método Kruger.
ANTONIO CARLOS PIRES DE LIMA
AGENDA AMBIENTAL NA UNICENTRO: UM DIAGNÓSTICO A PARTIR DO
MÉTODO KRUGER.
Esta dissertação foi julgada adequada para obtenção do título de Mestre, e aprovada
pelo Programa de Mestrado Profissional em Ciências Políticas, da Universidade do
Vale do Itajaí.
Área de concentração: Ciências Políticas.
Itajaí-SC, 07 de julho de 2014.
Prof. Dr. Carlos Golembiewski
UNIVALI – CE de Itajaí
Orientador
___________________________________________________________________
Prof. Dr. Stavros Wrobel Abib
Membro Externo
___________________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Adriana Massaê Kataoka
Membro Externo
AGRADECIMENTOS
Quero agradecer, em primeiro lugar, a Deus, a força e a coragem
necessárias, durante toda esta caminhada.
Agradeço também a minha esposa Jucélia, a meu filho Lucas e aos meus pais
Ozório e Rosa (in memoriam), a paciência e o incentivo.
Ao meu orientador Professor Dr. Carlos Golembiewski, a orientação precisa, o
incentivo e a confiança.
E aos meus amigos e colegas do Mestrado, especialmente aos meus colegas
da Unicentro.
“Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas lutei para que o melhor fosse
feito. Não sou o que deveria ser, mas Graças a Deus, não sou o que era antes”.
(Marthin Luther King)
TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo aporte
ideológico conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade do Vale do
Itajaí, a Coordenação do Curso de Mestrado Profissional de Políticas Públicas, a
Banca Examinadora e o Orientador, de toda e qualquer responsabilidade acerca do
mesmo.
Itajaí-SC, 07/07/2014.
Antonio Carlos Pires de Lima
Mestrando
ROL DE ABREVIATURAS
A3P – Agenda Ambiental na Administração Pública
ANP – Agência Nacional do Petróleo
NIMA – Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente
PROVARS – Programa de Valorização e Relacionamento dos servidores
PUC-RJ - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão
UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste
UFF - Universidade Federal Fluminense
UPE - Universidade de Pernambuco
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13
2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 19
2.1 A Relação do Homem com o Meio Ambiente ................................................... 19
2.2 Sustentabilidade .............................................................................................. 23
2.3 Agenda Ambiental na Administração Pública. .................................................. 28
3. METODOLOGIA .................................................................................................... 33
3.1 Pesquisa Qualitativa ........................................................................................ 33
3.2 Pesquisa Quantitativa ...................................................................................... 34
3.3 Estudo de Caso ............................................................................................... 34
3.4 Participantes da pesquisa ................................................................................ 37
4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS....................................... 38
4.1 Ações relacionadas à preservação ambiental .................................................. 38
4.2 Estímulo à incorporação de ações de sustentabilidade junto aos servidores 40
4.3 Divulgação da sustentabilidade pela instituição ............................................... 44
4.4 Orientação sobre questões ambientais ............................................................ 47
4.5 Espaço para debates acerca da conduta ambiental na instituição .................. 48
4.6 Eixos temáticos da A3P na realidade institucional da Unicentro ...................... 50
4.6.1 Eixo 1 – Uso Racional dos Recursos Naturais e Bens Públicos – Campus
Santa Cruz e Campus CEDETEG ...................................................................... 51
4.6.2 Eixo 2 – Gestão Adequada dos Resíduos Gerados .................................. 62
4.6.3 Eixo 3 – Qualidade de Vida no Ambiente de Trabalho .............................. 68
4.6.3.1 Condições ambientais ........................................................................ 70
4.6.3.2 Atenção à saúde ................................................................................. 72
4.6.3.3 Desenvolvimento/capacitação ............................................................ 74
4.6.3.4 Integração no ambiente de trabalho ................................................... 76
4.6.4 Sensibilização e Capacitação dos Servidores ........................................... 79
4.6.5 Eixo 5 Licitações Sustentáveis .................................................................. 81
4.7 Sintetizando os resultados: .............................................................................. 83
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 85
6. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 89
7. ANEXOS................................................................................................................ 96
7.1 ANEXO 1 - Questionário .................................................................................. 96
7.2 ANEXO 2 – Método Kruger et al ...................................................................... 97
7.3 ANEXO 3 – Protocolo de pesquisa .................................................................. 99
RESUMO
A proposta desta pesquisa foi diagnosticar as condições institucionais da
UNICENTRO para proposição de uma Agenda Ambiental, utilizando uma adaptação
do método avaliativo do Kruger et al (2011). O objetivo do trabalho foi fazer um
diagnóstico conforme os pressupostos da Agenda Ambiental na Administração
Pública (A3P). Para tanto, foi necessário discorrer sobre a relação do homem com o
Meio Ambiente, sendo necessário, também, abordar os vários conceitos de
Sustentabilidade, bem como colocar os vários aspectos da A3P. O estudo de caso foi
a nossa metodologia. Na coleta de dados, foram consultados os respectivos
coordenadores de cada área na universidade, os quais estão envolvidos com os
fatores de gestão ambiental destacados no protocolo. As perguntas foram
elaboradas de acordo com o que prevê o Protocolo de Pesquisa proposto por Kruger
et al, onde há um check-list para se verificar a existência, na instituição, dos
requisitos propostos pela A3P. Entre as conclusões, podemos destacar que as ações
envolvendo a economia com os recursos naturais, como água, ou de insumos como
a energia elétrica, são desenvolvidas na instituição dentro de uma perspectiva de
economia, não abrangendo uma conscientização maior acerca da importância
dessas medidas no contexto da responsabilidade ambiental.
PALAVRAS
Universidade.
CHAVE:
Agenda
Ambiental.
Sustentabilidade.
Meio
Ambiente.
ABSTRACT
The purpose of this research was to diagnose the institutional conditions of
UNICENTRO for the proposal of an Environmental Agenda, using an adaptation of
the evaluative method of Kruger et al (2011). The objective of the work was to make
a diagnosis based on the premises of the Environmental Agenda in Public
Administration (A3P). For this, it was necessary to discuss the relationship of man
and the Environment. It was also necessary to address the various concepts of
Sustainability, and to discuss the various aspects of A3P. The method used was a
case study. In the data collection, the respective coordinators of each area of the
university, who are involved with the factors of environmental management
highlighted in the protocol, were consulted. The questions were elaborated according
to the Research Protocol proposed by Kruger et al, which includes a check-list to
verify the existence, within the institution, of the requirements proposed by the A3P.
Among the conclusions, we can emphasize that actions involving the economy with
the natural resources, such as water, or inputs like electrical energy, are developed in
the institution, within an economic perspective, but fail to consider a greater raising of
awareness on the importance of these measures in the context of environmental
responsibility.
KEYWORDS: Environmental Agenda. Sustainability. Environment. University.
13
1. INTRODUÇÃO
A necessidade de um diagnóstico das condições institucionais para a
proposição de uma Agenda Ambiental para a Unicentro surgiu da convivência, como
funcionário da instituição, e da observação de que apenas algumas ações são
percebidas, no que diz respeito à busca da preservação do Meio Ambiente.
Cabe ressaltar que a Universidade desempenha um papel social relevante na
sociedade brasileira, não somente na oferta de cursos, mas também no sentido de
desenvolver experiências que podem ser incorporadas à sociedade. No Brasil, a
Universidade é identificada como a instituição responsável pela “[...] criação do
conhecimento novo e a disseminação desse conhecimento, através do ensino e da
extensão” (FÁVERO, 1988, p. 46). Essa perspectiva tem sua importância no que se
refere à questão ambiental, porque os novos conhecimentos incorporam aspectos
relacionados à Sustentabilidade e à Preservação Ambiental, permitindo que a
sociedade tenha uma noção maior acerca desses objetivos.
Sabe-se que a interação entre o ser humano e a natureza começou a sofrer
profundas alterações no século XVII, com o desenvolvimento do processo de
urbanização, no momento em que os recursos naturais passaram a ser explorados
de forma mais intensa. No entendimento de Carneiro (2005, p. 93), o método
produtivo passou a exigir exploração maior desses recursos, surgindo a concepção
de que “a natureza deveria estar à mercê do homem, subordinada ao seu novo ritmo
produtivo”. Cabe dizer que a evolução humana, nos últimos 200 anos, não respeitou
os limites temporais e espaciais da natureza, o que acabou marcando essa época
por uma exploração desenfreada.
Os efeitos negativos ao Meio Ambiente começaram a ser sentidos com maior
intensidade na segunda metade do século XX. A ação humana, no Meio Ambiente,
ocasionou como efeitos negativos: a poluição, a contaminação da água e o
comprometimento da qualidade do ar que, juntos, passaram a prejudicar as pessoas.
Em função disso, pesquisas começaram a demonstrar a finitude dos recursos
ambientais, como também os impactos negativos da poluição no equilíbrio ambiental
e na saúde humana. A ideia de Responsabilidade Ambiental passou a ser
considerado um importante componente para propiciar a diminuição das agressões
14
ao Meio Ambiente, bem como possibilitar a preservação dos recursos naturais ainda
existentes. A Responsabilidade Ambiental tem, como principal significado, o
desenvolvimento de atividades pautadas na noção de Sustentabilidade, sendo este
um grande referencial que propicia a preservação ambiental, incluindo as ações
desenvolvidas pelo Poder Público (SCHNEIDER, 2013).
No que se refere aos governos, a Sustentabilidade, conforme pontuam
Goldoni (2013) e Amorim (2012), é um critério importante para orientar a realização
de suas atividades e serviços, em virtude de que seu comprometimento com a causa
ambiental se apoia na legislação, tendo um papel que não se limita à questão de
fiscalizador, mas também o de evidenciar o nível do seu comprometimento
ambiental. E, também, influir junto aos demais agentes e organizações que atuam na
sociedade no sentido de atentarem para a questão ambiental.
Entretanto, o exercício dessa responsabilidade passa pela necessidade de
revisão dos métodos de ação empregados pelos órgãos públicos, com a intenção de
criar uma cultura preservacionista, fazendo com que o engajamento dos servidores
favoreça o exercício efetivo do comprometimento ambiental (TRIGUEIRO, 2012).
Uma importante referencia para esse comprometimento é a Agenda Ambiental na
Administração Pública (A3P), um programa voltado para o desenvolvimento da
gestão socioambiental. As atividades estatais que utilizam a A3P são voltadas à
proteção ao Meio Ambiente, verificando-se que o exercício de uma postura de
respeito ambiental é uma responsabilidade de todos que compõem a sociedade.
Para atender adequadamente as condições existentes nas instituições
públicas, a A3P é desenvolvida contemplando cinco eixos temáticos: Gestão de
Resíduos, Licitação Sustentável, Qualidade de Vida no Ambiente de Trabalho,
Sensibilização e Capacitação dos Servidores e Uso Racional dos Recursos
(BRASIL,
2013). Tais
eixos
possibilitam
a
incorporação
do
conceito
de
Sustentabilidade nos órgãos públicos, estipulando critérios para propiciar que as
atividades realizadas não provoquem danos significativos ao Meio Ambiente, como
também estimulam o surgimento de uma consciência ambiental nos agentes
públicos.
Nas universidades, a incorporação da A3P é ainda mais importante, pelo fato
dessas instituições serem um centro difusor do conhecimento, podendo repassar à
15
sociedade, ensinamentos envolvendo a Sustentabilidade, o Desenvolvimento
Sustentável e a Preservação Ambiental (TAUCHEN; BRANDLI, 2006).
A A3P nas universidades públicas é relevante para que tais instituições
consigam implantar atividades adequadas ao comprometimento com as questões
ambientais. Estabelece uma conduta que pode servir como suporte para que outras
organizações incorporem uma gestão socioambiental, posto que os resultados
alcançados pelas instituições universitárias devam ser compartilhados com a
comunidade. Na visão de Tauchen e Brandli (2006, p. 504), as universidades
públicas, como formuladoras e fornecedoras de informações e conhecimentos
podem contribuir “[...] para construir o desenvolvimento de uma sociedade
sustentável”.
No que se refere à questão ambiental, a proposição de uma Agenda
Ambiental tem sua importância, pois temos exemplos de outras universidades que já
começaram a implantar projetos nessa área. A Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro – PUC-RIO (PUC-RJ, 2009) tem como princípio o exercício da
Responsabilidade Social e Ambiental da instituição, e como foco a preservação do
Meio Ambiente e o bem estar do ser humano. A Agenda Ambiental da PUC-RIO é
formada por quatro grupos temáticos que orientam a efetivação das ações na sua
estrutura organizacional: Biodiversidade, Água e Energia, Materiais e Resíduos,
Educação Ambiental (PUC-RJ, 2009).
A Universidade Federal Fluminense (UFF, 2013) tem uma Agenda Ambiental
relacionada com seu Programa de Extensão, sendo que as ações desenvolvidas são
pautadas no atendimento às especificidades ambientais da instituição. No caso do
Programa Vida no Campus 2013, existe a intenção de propiciar a sensibilização
acerca da Responsabilidade Ambiental, visando à implantação de uma perspectiva
mais significativa na organização, que inclua a forma como ela pode ser exercida,
desde a correta destinação do lixo até a economia de água e luz.
Nesse sentido, a Agenda Ambiental da UFF contempla tanto seus servidores
como também acadêmicos, o que possibilita uma compreensão acerca do
significado do exercício da Responsabilidade Ambiental, como também do
significado da Sustentabilidade, verificada pelo descarte correto dos resíduos da
Universidade.
16
A Universidade Estadual de Pernambuco (UPE, 2013) adotou uma Agenda
Ambiental pautada na A3P, tendo como intuito alcançar o equilíbrio entre o
desenvolvimento econômico, social e ambiental da instituição. Esse equilíbrio é
importante para que as ações sejam sustentáveis, possibilitando que a instituição
alcance um retorno econômico originário da vivência da sua Responsabilidade
Ambiental. Um exemplo é a economia originária do uso racional da água e da
energia (UPE, 2013).
Este trabalho de pesquisa ressalta a relevância dessas instituições em atentar
para a Responsabilidade Ambiental, tanto na criação de ações sustentáveis na sua
estrutura organizacional, como também no compartilhamento de experiências e
conhecimentos com a sociedade e com os demais órgãos públicos. Por isso, propõe
um diagnóstico das condições institucionais para a proposição de uma Agenda
Ambiental para a Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná – UNICENTRO.
A história do Ensino Superior em Guarapuava iniciou em 1º de março de
1970, com a criação da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de
Guarapuava - FAFIG e da Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de
Irati - FECLI. Por meio da Lei nº 9295, de 13 de junho de 1990, foi criada a
Fundação Universidade Estadual do Centro-Oeste, com sede e foro na cidade de
Guarapuava, entidade mantenedora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Guarapuava, FAFIG, e da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Irati,
FECLI. Por meio do Decreto nº 3444, de 08 de agosto de 1997, publicado no Diário
Oficial do Estado do Paraná nº 5.063, de 8 de agosto de 1997, foi reconhecida a
Universidade Estadual do Centro-Oeste - Unicentro, com sede e campi na cidade de
Guarapuava e Campus na cidade de Irati (UNICENTRO, 2013).
A Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO possui uma região
de abrangência de 50 municípios totalizando mais de 1 milhão de habitantes. A
comunidade universitária é formada por, aproximadamente, 11 mil e 200 alunos, 800
professores e 274 funcionários e 362 estagiários. A instituição oferece 67 cursos de
graduação presenciais e 4 cursos de graduação à distância nos campi e extensões.
Oferece, também, cursos de pós-graduação Lato-Sensu e Stricto-Sensu. Com esses
números, a proposta de uma Agenda Ambiental na Unicentro pode trazer benefícios
ao Meio Ambiente e à comunidade acadêmica.
17
Com base nesses dados, elaborou-se a seguinte questão-problema: Como a
Unicentro está em relação às questões ambientais na abordagem de uma Agenda
Ambiental?
Diante desses aspectos, esta dissertação tem como objetivo geral: Fazer um
diagnóstico das condições institucionais para proposta de uma Agenda Ambiental
para a Unicentro, conforme os moldes propostos pela A3P, tendo como instrumento
o modelo proposto por Kruger et al (2011). O trabalho teve os seguintes objetivos
específicos: caracterizar as diretrizes que compõem a A3P; pontuar a relevância da
A3P nas Instituições de Ensino Superior; verificar as condições institucionais
existentes na Unicentro que favoreçam a implantação de uma Agenda Ambiental;
analisar as informações colhidas no diagnóstico das condições institucionais para
proposição de uma Agenda Ambiental para a Unicentro em consonância com as
diretrizes da A3P.
A pesquisa é qualitativa e quantificativa, na modalidade Estudo de Caso.
Como Referencial Teórico recuperou-se a relação do homem com o Meio Ambiente,
os conceitos de Sustentabilidade, bem como os vários aspectos da A3P (Agenda
Ambiental na Administração Pública). Na coleta de dados, foram entrevistados os
coordenadores de cada área da Unicentro, que estão envolvidos com os fatores de
gestão ambiental destacados no protocolo. Além disso, foi elaborado um
Questionário (anexo 1) com perguntas relacionadas ao Meio Ambiente e a Unicentro.
Também foram elaboradas perguntas que estão no (anexo 3) desta dissertação, as
quais foram organizadas de acordo com o que prevê o Protocolo de Pesquisa
proposto por Kruger et al, onde há um check-list, para se verificar a existência, na
instituição, dos requisitos propostos pela A3P. Pelas respostas, foi possível fazer um
diagnóstico daquilo que a instituição vem colocando em prática ou não, que irá
possibilitar aos gestores, uma conduta adequada com relação à Agenda Ambiental
da Universidade.
Esta dissertação está estruturada da seguinte forma: o primeiro capítulo,
denominado Referencial Teórico, encontra-se dividido em três seções. A primeira
traz um histórico da relação do Homem com o Meio Ambiente. Na segunda são
apresentados os vários conceitos de Sustentabilidade. A terceira parte aborda a
Agenda Ambiental na Administração Pública. Já o segundo capítulo apresenta a
18
Metodologia e as técnicas de pesquisa utilizadas no trabalho.
O terceiro e último capítulo trazem o levantamento de dados, a apresentação
e discussão dos resultados da pesquisa, abordando as ações relacionadas à
Preservação Ambiental; ao estímulo à incorporação de ações de Sustentabilidade
junto aos servidores; à divulgação da Sustentabilidade pela instituição; à orientação
sobre questões ambientais; ao espaço para debates acerca da conduta Ambiental na
instituição e, por último, os eixos temáticos da A3P na realidade institucional da
Unicentro. A última parte consiste das considerações finais, retomando os eixos
norteadores do texto e as conclusões do autor.
19
2. REFERENCIAL TEÓRICO
A Sustentabilidade é uma temática cada vez mais presente, tanto no
gerenciamento dos processos produtivos, como também nas ações internas e
institucionais de entidades e órgãos, tanto da iniciativa privada como da pública.
Jacobi (2013, p. 3) acentua que a Sustentabilidade representa “[...] uma resposta à
necessidade
de
harmonizar
econômicos, maximizando
os
processos
a produção
dos
ambientais
ecossistemas
necessidades humanas presentes e futuras”. A
concepção
com
os
sócio-
para favorecer
de
as
harmonização,
pautada na Sustentabilidade, foi constituída a partir da identificação dos efeitos da
ação humana no Meio Ambiente. Nesse sentido, é importante a análise da relação
histórica entre o ser humano e o Meio Ambiente, para se ter uma noção mais ampla
acerca dos efeitos dessa relação.
2.1 A Relação do Homem com o Meio Ambiente
O Meio Ambiente é um espaço onde os elementos naturais e os seres
humanos estão dispostos, no sentido de estabelecerem relações dinâmicas e de
interação e propiciando o desenvolvimento da vida. Nele existem os recursos
necessários para a manutenção dos seres vivos, independente dos contextos
ambientais em que vivem, o que evidencia sua condição de sistema harmônico,
instituindo condições de vida para todas as espécies. Devido ao processo produtivo,
o ser humano conseguiu estabelecer uma nova relação com o Meio Ambiente, e
impor um ritmo de mudanças que alterou significativamente seu equilíbrio,
principalmente pela adoção da exploração predatória dos recursos naturais
(SANTANA, 2001).
Tais características se consolidaram na Idade Moderna (século XV a século
XVII), onde aconteceram as raízes do desenvolvimento industrial, que passou a
comprometer ainda mais o Meio Ambiente. A ação do Homem, na Idade Moderna, é
marcada pela ausência de cuidados ambientais, gerando graves conseqüências.
Elas são sentidas com maior intensidade nas nações descobertas ao longo daquele
período, pois ficaram à mercê da exploração desenfreada dos colonizadores
20
europeus. Sobre essa situação, Russo (2007, p. 18) destaca:
A colonização iniciada na Idade Moderna trouxe consigo a destruição da
organização econômica e social dos nativos, profundas transformações no
meio ambiente e um enorme impacto demográfico. Sem nenhum interesse
na sustentabilidade, foram tirando as árvores, o que contribuiu na
devastação de extensas áreas de floresta nativa.
Na Idade Moderna, houve a ampliação do mercado consumidor, pelo
desenvolvimento do comércio monetário. Com isso, foram desenvolvidas as
primeiras máquinas empregadas na produção de bens, tendo favorecido a
exploração dos recursos naturais. Não existia qualquer iniciativa de se instituir uma
exploração racional dos recursos, pois havia a noção de que o Meio Ambiente seria
capaz de suportar toda e qualquer ação humana, garantindo a Sustentabilidade de
todas as atividades produtivas. O descaso com o Meio Ambiente se tornou ainda
maior na Idade Contemporânea (iniciada no século XVII), principalmente com a
expansão do processo de industrialização, iniciado no século XVII, conforme relata
Souza (2008, p. 3):
O elevado índice de consumo e a consequente industrialização, que teve
seu início no século XVII, vêm esgotando ao longo do tempo os recursos da
Terra, que levaram milhões de anos para se compor. Muitos desastres
naturais são causados pela ação do homem no meio ambiente, devido a
não possuir uma política voltada para a preservação ambiental. Ao contrário
de muitos que pensam que a natureza é violenta, pode ser, mas seu maior
agressor é o homem, que não se deu conta de que deve sua existência à
ela.
A evolução científica, que consolidou a Revolução Industrial, aumentou,
também, o poder de manipulação do homem sobre a natureza. Nesse aspecto, o
impacto das atividades industriais, dos aglomerados urbanos e da expansão da
agricultura
sobre
o
Meio
Ambiente
se
tornou
significativo,
havendo
o
comprometimento de inúmeras espécies da fauna e da flora, devido à falta de um
projeto de Sustentabilidade da exploração dos recursos naturais (SANTANA, 2001).
Nesse sentido, houve a assimilação de novos comportamentos do ser humano,
como o alto consumo, o que propiciou aumento da produção industrial e, como
consequência, a exploração predatória da natureza.
Em relação às consequências ambientais provocadas pelo processo de
industrialização, Ignácio (1998, p. 19) ressalta que: “A poluição ambiental, o aumento
da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades também
21
foram consequências nocivas à sociedade”. Contudo, as ações das empresas eram
amparadas pela intenção de atender a demanda crescente do consumo, iniciada
com maior vigor a partir da Revolução Industrial. Nesse contexto, Young (2001, p.
26) diagnostica que
O modelo de desenvolvimento econômico vigente, baseado na exploração
dos recursos naturais, uma singularidade da lógica capitalista industrial do
século XX, vem cumprindo a sua função de materialização das
necessidades e das expectativas de consumo da sociedade. As empresas
poluem e exploram o meio ambiente, sem a devida reposição, incentivando
o desperdício de energia e de materiais em nome do capitalismo de
mercado. Isso já aponta sinais de graves desequilíbrios advindos dessa
expansão industrial.
A Revolução Industrial, ocorrida no princípio do século XVIII, representou a
evolução da capacidade produtiva do ser humano, por meio das grandes indústrias,
que passaram a explorar de forma intensa os recursos naturais. Essa exploração
visava acima de tudo, garantir os altos níveis de produtividade alcançados no
processo de produção de bens e mercadorias e atender a demanda crescente
existente na sociedade. De maneira geral, as consequências da Revolução
Industrial, segundo Drummond (1999, p. 23) foram:
-
Urbanização rápida e intensa;
Progresso das regiões industriais em relação às rurais;
Incremento do comércio interno e internacional;
Aperfeiçoamento dos meios de transporte;
Crescimento demográfico;
Redistribuição da riqueza e do poder; e
Exploração desordenada do Meio-Ambiente.
A Revolução Industrial delegou, para o ser humano, além da própria evolução
científica e tecnológica, um gigantesco ônus ambiental, uma vez que aumentou
consideravelmente o nível de poluição nas grandes e médias cidades. Além disso,
contribuiu para a degradação de parte dos recursos ambientais existentes no
planeta, em especial das florestas, afetando sensivelmente o equilíbrio ecológico
(YOUNG, 2001).
Vinculada ao progresso industrial, a degradação das condições ambientais
tem aumentado de maneira considerável e preocupante nas regiões mais
desenvolvidas do mundo, afetando não só a espécie humana, mas todas as
espécies vivas que convivem no Meio Ambiente. Sobre essa situação, Menezes e
22
Iório (1994, p. 16) afirmam que,
Com o advento da Revolução Industrial, há aproximadamente duzentos
anos, a capacidade do ser humano de dispor da natureza aumentou
vertiginosamente, o que resultou em efeitos negativos e positivos. Nos
países industrializados, as cidades cresceram e, para seu abastecimento, a
agricultura também modernizou-se, utilizando mecanização, adubos
químicos e agrotóxicos. Houve um notável avanço nas tecnologias, e
parcelas da população tiveram acesso a mais bens de consumo:
eletrodomésticos, automóveis, alimentos processados, etc. Mas também
aumentaram: a degradação do meio ambiente; o esgotamento dos recursos
naturais; e a quantidade de poluição e de lixo.
As consequências desses processos foram fundamentais para a percepção
da necessidade de medidas emergenciais visando garantir a manutenção dos
recursos ambientais, ainda existentes na sociedade. Esse movimento surge em
meados dos anos de 1970, após a percepção dos efeitos da crise ambiental. Crise
criada pelo aumento da poluição industrial e pelos efeitos causados na exploração
desordenada do Meio Ambiente, com a consequente piora da qualidade de vida. Os
danos ambientais, ao influírem negativamente na qualidade de vida do ser humano,
resultaram na percepção de que a relação do ser humano com a natureza deveria
ser revista, sob risco de colocar toda a espécie em extinção, pela escassez dos
recursos naturais fundamentais à vida (GOLDONI, 2013).
O ano de 1972 marca o início de uma ofensiva ambiental mais contundente
da
sociedade,
iniciada
na
Conferência
Internacional
realizada
pela
ONU
(Organização das Nações Unidas), que visou discutir a sobrevivência do planeta
(TRIGUEIRO, 2012). A conferência realizada em Estocolmo estabeleceu uma visão
global e princípios comuns para serem utilizados como eixos norteadores da conduta
humana no que se refere à preservação ambiental, resultando na publicação da
Declaração sobre o Ambiente Humano (BARBIERI, 1997). Essa declaração foi
sendo confirmada por vários países, incluindo o Brasil, que passaram a elaborar
políticas ambientais visando ao atendimento das questões ambientais mais notáveis,
sobretudo no tocante à poluição da água e do ar, e ao controle do nível de
devastação das florestas.
O discurso do Desenvolvimento Sustentável foi oficializado e difundido
amplamente na raiz da Conferência das Nações Unidas sobre Meio ambiente e
23
Desenvolvimento, celebrada no Rio de Janeiro, em 1992 (LEFF, 2006). Nessa
época, constituiu-se, ainda, a noção de Sustentabilidade - determinante para
harmonizar as atividades humanas com a preservação ambiental, como também a
implantação de condutas que contribuíram para amenizar o impacto negativo dessas
ações, em especial, as originárias do processo produtivo (IGNÁCIO, 1988).
2.2 Sustentabilidade
Leff (2006) afirma que o princípio da Sustentabilidade emerge no discurso
teórico e político da globalização econômico-ecológica, com a intenção de
compatibilizar o crescimento econômico e social com a preservação do Meio
Ambiente. Dessa maneira, a Sustentabilidade se sustenta na conciliação da
eficiência econômica, desenvolvimento social e equilíbrio ambiental. A perspectiva
de Sustentabilidade, conforme aponta Vecchiatt (2004) e Carvalho e Souza (2014),
decorre da percepção global dos efeitos negativos proporcionados pela exploração
da natureza, feito que dá origem a uma séria crise ambiental, que coloca em risco os
recursos naturais e a qualidade de vida do ser humano.
A crise ambiental veio questionar os fundamentos ideológicos e teóricos que
impulsionaram e legitimaram o crescimento econômico, evidenciando que a
continuidade dos danos ambientais e da exploração irracional dos recursos naturais
acabaria por comprometer a própria existência humana. A Sustentabilidade
ecológica aparece, assim, como critério normativo para a reconstrução da ordem
econômica, como condição para a sobrevivência humana e para o desenvolvimento
durável. Ademais, problematiza as formas de conhecimento, os valores sociais e as
próprias bases de produção, abrindo uma nova visão do processo civilizatório da
humanidade (YOUNG, 2001).
Malhadas (2001) defende que a Sustentabilidade é o equilíbrio dinâmico entre
muitos fatores, incluindo os requisitos básicos do componente social, cultural e
econômico, e a necessidade imperativa de salvaguardar o ambiente natural do qual
a humanidade é parte. Para o autor, a Sustentabilidade implica uma equação entre
as demandas ambientais e as necessidades de desenvolvimento, o qual não pode
ser feito a qualquer preço e, muito menos, comprometendo o espaço e os recursos
24
das cidades e dos campos. Nesse sentido, Batista (2010, p. 51) indica que a
sustentabilidade se destaca pela intenção de oportunizar:
[...] o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a manutenção da
qualidade sendo fundamental a observação voltada à proteção do meio
ambiente enquanto espaço de vida humana, ou seja, onde o objeto da tutela
é o homem na sua relação com o meio.
A Sustentabilidade é uma proposta que indica a possibilidade de ser
conciliado o interesse econômico com a preservação ambiental, realçando que o ser
humano, por meio de uma gestão melhor orientada, tem condições plenas de evitar
maiores danos ao meio ambiente. Teixeira e Azevedo (2013) ressaltam que a
Sustentabilidade se torna um mecanismo gerencial adequado à responsabilidade
socioambiental a ser assumida pelas organizações, as quais necessitam manter um
compromisso com a preservação ambiental como forma de não afetar a qualidade
do Meio Ambiente e, em consequência, dos seres humanos. Nesse contexto, Sachs
(1993, p. 16) refere-se à sustentabilidade em vários níveis (grifo meu):
Sustentabilidade Ecológica – refere-se à base física do processo e
crescimento, e tem como objetivo a manutenção de estoques dos recursos
naturais, incorporados às atividades produtivas. Sustentabilidade
Ambiental – refere-se à manutenção da capacidade de sustentação dos
ecossistemas, o que implica a capacidade de absorção e recomposição dos
ecossistemas em face das agressões antrópicas. Sustentabilidade Social
– refere-se ao desenvolvimento e tem por objetivo a melhoria da qualidade
de vida da população. Para o caso de países com problemas de
desigualdade e de inclusão social, implica a adoção de políticas distributivas
e a universalização de atendimento a questões como saúde, educação,
habitação e seguridade social. Sustentabilidade Política – refere-se ao
processo de construção da cidadania para garantir a incorporação plena dos
indivíduos ao processo de desenvolvimento. Sustentabilidade Econômica
– refere-se a uma gestão eficiente dos recursos em geral e caracteriza-se
pela regularidade de fluxos do investimento público e privado. Implica a
avaliação da eficiência, por processos macro sociais.
Esse conceito tem como principal referencial o Relatório Brundtland,
elaborado em 1987, pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU). Nele foi definida,
como um dos fundamentos da Sustentabilidade, segundo Krug (2013, p. 2), a
efetivação do desenvolvimento de forma a “[...] satisfazer as necessidades
presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas
25
próprias necessidades”. Ao considerar as necessidades das gerações futuras, houve
a identificação de que a continuidade da exploração do Meio Ambiente, sem
planejamento, comprometeria a qualidade de vida das pessoas, além de colocar em
risco o acesso aos recursos básicos para a sobrevivência humana e das demais
espécies, tendo ressaltada a necessidade de haver uma atenção maior ao
desenvolvimento das atividades humanas em um contexto sustentável.
A Sustentabilidade torna possível o desenvolvimento do ser humano nas mais
diferentes dimensões (econômica, social, produtiva, entre outras), não sendo
incompatível com a preservação do Meio Ambiente. Ela permite que aconteça o
estabelecimento de uma relação equilibrada desse desenvolvimento com a
percepção de respeito à natureza (VECCHIATT, 2004).
Uma sociedade é sustentável, “[...] ao atender, simultaneamente, aos critérios
de relevância social, prudência ecológica e viabilidade econômica, os três pilares do
desenvolvimento sustentável” (SACHS, 2002, p.35). A implantação do processo de
Sustentabilidade revela que a consciência ambiental vem sendo assimilada pelas
organizações e pelo ser humano, fazendo com que os impactos negativos da ação
humana sejam menores (GUERRA, 2008). Essa noção de impacto menor é
determinante para que haja a preservação das áreas ambientais ainda existentes,
como também estimule uma conscientização maior acerca do uso racional dos
recursos naturais, por existir a percepção de que são finitos, como a água, por
exemplo.
Não há, ainda, uma conscientização plena, mas a existência de uma
legislação ambiental, por exemplo, já revela a intencionalidade de garantia de um
ambiente equilibrado, com qualidade de vida. Além disso, mostra que há a
perspectiva de punição para quem provoca danos desnecessários à natureza, fato
que pode reprimir algumas condutas contrárias à preservação (YOUNG, 2001).
A noção de Sustentabilidade reforça que a ação humana na natureza não
necessita ser predatória. E, quando há planejamento, é possível a convivência de
interesses específicos, como os de ordem econômica, com a Preservação
Ambiental. Essa percepção é compartilhada por Celestino Neto (2011, p. 12), que
afirma:
26
A Sustentabilidade é um meio de configuração dos aspectos econômicos,
sociais, culturais e ambientais da sociedade humana, onde uma dada
sociedade (membros e economia) possa compensar suas necessidades e
expressar de forma duradoura e real o seu potencial paulatinamente, tendo
como enfoque o desenvolvimento e ao mesmo tempo em que se utiliza e
preserva a biodiversidade e o ecossistema, atingindo de forma planejada e
eficiente a manutenção de tais ideais econômicos, sociais, naturais e
evolutivos.
A clareza de que o equilíbrio ambiental é fundamental para o ser humano,
assim como para as demais espécies vivas do planeta, reforça a essência da
Sustentabilidade. Na percepção de Marcomim e Silva (2009), a Sustentabilidade
necessita ser uma meta constantemente observada, como forma de se evitarem
mais danos ao Meio Ambiente e de impossibilitar a manutenção dos recursos
naturais ou de comprometer a qualidade e o acesso a eles, que são essenciais para
a vida, como a água e o ar. A Sustentabilidade contribui para que as ações humanas
sejam orientadas no sentido de compatibilizar os mais diferentes interesses com a
questão da Preservação Ambiental (econômico e social). Linhares e Piemonte (2010,
p. 109) observam que
A degradação ambiental ameaça não somente o bem-estar das sociedades,
mas também a qualidade de vida humana, ou seja, a sobrevivência e a
dignidade do próprio homem. Dessa forma, a ação predatória do meio
ambiente natural manifesta-se de diversas maneiras, quer destruindo os
elementos que o compõem, como a derrubada das matas, quer por
substâncias que alterem a qualidade, como a poluição do ar, da água, do
solo e da paisagem.
Constatada a degradação ambiental, a Sustentabilidade surge como um
mecanismo capaz de atenuar seus efeitos, reconhecendo que a relação do ser
humano com o Meio Ambiente é marcada por uma postura predatória. E que ela
persiste, apesar dos alertas emitidos pelas autoridades e especialistas acerca dos
riscos ao bem estar e à qualidade de vida dos seres que habitam o planeta,
indicando que esse fator necessita ser incorporado às práticas humanas (YOUNG,
2001).
Em relação às organizações estatais, a Sustentabilidade, segundo Goldoni
(2013), é um critério relevante na efetivação de suas atividades e serviços. O seu
compromisso com a causa ambiental se apoia na legislação, tendo um papel que
não deve limitar-se à fiscalização, mas ampliar-se, na tarefa de evidenciar o nível do
27
seu comprometimento ambiental.
Tauchen e Brandli (2006) e Cavalcanti (2012) consideram que o envolvimento
das instituições públicas com a questão ambiental é determinante para influenciar a
conduta das demais organizações e instituições, permitindo que a cultura da
Sustentabilidade possa ser assimilada para que a ação humana no Meio Ambiente
se torne mais responsável. No setor público, a Sustentabilidade deve ser entendida,
conforme explica Schneider (2013, p. 3), como um:
[...] processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a
direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a
mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e
futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas.
Para as instituições públicas, a Sustentabilidade é um processo de
transformação, pelo fato de representar o atendimento a uma nova meta: a de
propiciar a Preservação Ambiental. Essa condição indica que sua atuação deve ser
movida pelo reconhecimento do seu “[...] papel estratégico na indução de novos
referenciais de produção e consumo, orientados para a sustentabilidade” (BRASIL,
2013, p. 10).
A influência dessas instituições públicas no meio social é significativa,
situação que as torna referência no uso da Sustentabilidade nas suas atividades e
na conduta de seus agentes. A prática de ações sustentáveis pelos órgãos públicos
reforça o comprometimento com o interesse público para minimizar o impacto das
atividades no Meio Ambiente, além de demonstrar um nível de consciência ambiental
significativo, passível de ser identificado pela sociedade (SCHNEIDER, 2013).
As atividades estatais não podem mais se desvincular da proteção ao Meio
Ambiente, posto que o exercício de uma postura de respeito ambiental é uma
responsabilidade de toda a sociedade (VAZ et al, 2010). Nesse contexto, cabe aos
órgãos estatais cultivarem essa posição como forma de evidenciar seu
comprometimento com a causa ambiental, como também servir de exemplo à
sociedade, estimulando-a a seguir a mesma conduta (BRASIL, 2013).
As ações que envolvem o comportamento dos agentes públicos indicam a
percepção do significado de Sustentabilidade, no sentido de proporcionar a
adequação de suas atividades à legislação ambiental vigente. Essa postura é
determinante para que os órgãos públicos possam exercer sua Responsabilidade
28
Ambiental de maneira plena, estabelecendo práticas e ações que sejam
“ambientalmente corretas”. O termo reforça que não há como praticar a
Sustentabilidade sem que haja modificação de hábitos e condutas, principalmente
quando estas podem produzir efeitos significativos no Meio Ambiente, como ocorre
com a produção de lixo (MACHADO, 2012).
Responsabilidade Ambiental é um conjunto de atitudes, individuais ou
empresariais, voltadas para o desenvolvimento sustentável do planeta. Ou seja,
essas atitudes devem levar em conta o crescimento econômico ajustado à proteção
do Meio Ambiente, na atualidade e para as gerações futuras, garantindo a
sustentabilidade (SUAPESQUISA, 2014).
A legislação procura adequar as atividades públicas à Preservação Ambiental,
mas há a possibilidade de ir além do que as normas determinam, condição que
revela o comprometimento dos órgãos públicos com o Meio Ambiente (GOLDONI,
2013). Além da legislação, há, também, a possibilidade de se implantarem Agendas
Ambientais, como a Agenda Ambiental na Administração Pública, que permite o
acesso a critérios e diretrizes que possam modificar condutas e garantir a
Sustentabilidade dos seus negócios.
2.3 Agenda Ambiental na Administração Pública.
Conforme Bucci (2002, p. 241), as Políticas Públicas “[...] são programas de
ação governamental visando a coordenar os meios à disposição do Estado e as
atividades privadas, para a realização de objetivos socialmente relevantes e
politicamente determinados”.
Por coordenar os meios à disposição do Estado e as atividades privadas, as
Políticas Públicas têm uma natureza prática e finalista, sendo que, no caso do
exercício da Responsabilidade Ambiental, esta natureza é determinante para que se
mitigue a possibilidade dos danos ambientais, fazendo com que a atuação estatal
contemple a preservação do Meio Ambiente.
Entretanto, o exercício dessa responsabilidade passa pela necessidade das
revisões dos métodos de ação empregados pelos órgãos públicos, com a intenção
de criar uma cultura preservacionista, fazendo com que o engajamento dos
29
servidores demonstre cabalmente o exercício efetivo deste comprometimento
ambiental (TRIGUEIRO, 2012).
A Agenda Ambiental é um tipo de plano adequado à implantação de ações
que contemplem a Sustentabilidade, visando estabelecer práticas e condutas que
sejam ambientalmente adequadas ao propósito da Preservação Ambiental. Campos
(2013, p. 3) lembra que a Agenda Ambiental “[...] é um plano de desenvolvimento e
interação que diagnostica e propõe soluções para uma população ou grupo reduzir
os impactos negativos que suas intervenções causam no Meio Ambiente”.
Para Goldoni (2013) e Ferreira (2012), uma Agenda é composta pelos
seguintes elementos: diagnóstico, levantamento de propostas, criação do plano de
ação, acompanhamento e avaliação e revisão anual. Tais fatores são fundamentais
para que, com a Agenda Ambiental instituída, torne possível que a Responsabilidade
Ambiental seja praticada pela organização, estabelecido um comprometimento maior
com a Preservação Ambiental e com a Sustentabilidade. No setor público do Brasil,
foi criada em 1999 a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), que
representa:
[...] o principal programa da administração pública de gestão socioambiental.
Visa implementar iniciativas específicas e desenvolver projetos e programas
que promovam a discussão sobre desenvolvimento e a adoção de uma
política de responsabilidade socioambiental no setor público (BRASIL, 2013,
p. 4).
Nas universidades, a Agenda Ambiental pode ser incorporada. Ela permite
que a instituição alcance resultados e, sobretudo, consiga administrar suas
atividades dentro do viés da Sustentabilidade e, desse modo, obtenha resultados
importantes, que não se resumam a colaborar para a questão ambiental, mas que
possam influenciar positivamente nos resultados de suas atividades. Uma das metas
da Agenda é conseguir evitar o desperdício, um dos principais problemas que causa
danos ao Meio Ambiente do país (Brasil, 2013). De acordo com, Engelman, Guisso e
Fracasso (2009, p. 23) essa agenda contempla:
[...] a demanda por uma gestão integrada capaz de evitar e solucionar
conflitos e de promover a organização de um processo cooperativo que
estimule diversos atores sociais à participação, à cooperação e à
comunicação na superação de uma visão utilitarista, que concebe o meio
ambiente apenas como provedor de recursos naturais. As instituições
educacionais têm um papel fundamental em relação à sustentabilidade e
30
por isso, seus processos e serviços devem levar em consideração os níveis:
individual, organizacional, político-econômico, sócio-cultural e ecológico.
As universidades podem fortalecer o alcance da Sustentabilidade nas
organizações, efetivando sua função educativa, não somente junto aos acadêmicos,
mas também contemplando a sociedade em que está inserida. Essa condição
decorre do reconhecimento de que a universidade é uma entidade com condições
de compartilhar suas experiências com a comunidade, contribuindo para que esta
possa atingir um nível maior de Sustentabilidade e comprometimento com a causa
ambiental.
Além disso, as universidades podem conciliar fatores como a qualidade dos
serviços que prestam no âmbito da gestão do conhecimento e na atenção à
Sustentabilidade, que pode produzir resultados favoráveis no seu desempenho.
Nesse sentido, os objetivos relativos a sua implantação nas Instituições de Ensino
Superior são:
a) Combate a todas as formas de desperdício de recursos naturais e bens
públicos;
b) Gestão adequada de todos os resíduos gerados;
c) Inclusão de critérios socioambientais nos investimentos, compras e
contratações de serviços de órgãos governamentais;
d) Sensibilização dos servidores públicos em relação aos aspectos
ambientais e de melhoria da qualidade do ambiente de trabalho
(BRASIL, 2012, p. 4).
Os objetivos propostos estão de acordo com a Sustentabilidade. Eles
demonstram que as Instituições de Ensino Superior podem desenvolver suas
atividades de maneira racional, aproveitando e reaproveitando os recursos,
propiciando melhorias nos processos de atuação como também de utilização de
insumos próprios de suas atividades. Engelman, Guisso e Fracasso (2009, p. 24)
advertem que, na efetivação da Agenda Ambiental,
[...] é necessário que haja consenso em todos os níveis hierárquicos quanto
à sua importância, não representando uma imposição gerencial, devendo
haver integração das funções com responsabilidade e comprometimento de
todas as partes envolvidas. Os gestores devem definir inicialmente o seu
compromisso com as questões ambientais, de forma a adaptar a
organização ao novo panorama, levando em conta as pressões externas e
internas. Essa visão administrativa possibilitará a integração da organização
aos imperativos ambientais através de uma comunicação ativa interna e
31
externa.
O consenso permite que haja o fortalecimento das iniciativas relativas ao
desenvolvimento
da
Agenda
Ambiental,
oportunizando
que
ocorra
um
direcionamento gerencial que seja relevante para que as ações propostas possam
concretizar os objetivos definidos. A melhoria dos processos que interferem
diretamente na qualidade dos serviços prestados envolve o controle de desperdícios,
a coleta seletiva, a sensibilização para as questões ambientais e o consumo racional
dos recursos (BRASIL, 2012).
Tais fatores permitem que as instituições obtenham ganhos, previstos entre as
vantagens oriundas da implementação da Agenda Ambiental, o que permite
categorizar seus processos operacionais e gerenciais a um nível de racionalidade
que atenta diretamente para a eficácia e a eficiência. Tauchen e Brandli (2006, p.
508) identificam que, para que a implantação da Agenda Ambiental ocorra, os
gestores das instituições necessitam desenvolver as seguintes etapas:
Planejar: envolve o estabelecimento dos objetivos e processos necessários
para atingir os resultados, de acordo com a política ambiental da
organização;
Executar: envolve a implementação dos processos;
Verificar: envolve o monitoramento e medição dos processos em
conformidade com a política ambiental, objetivos, metas, requisitos legais e
outros, e relatar os resultados; e
Agir: envolve a execução de ações para melhorar continuamente o
desempenho da política ambiental.
Se for estabelecida em etapas, existe a possibilidade de a Agenda Ambiental
ter um desenvolvimento racional. Além das etapas, é necessário contar com
referenciais avaliativos para verificar os avanços alcançados ou a necessidade de
melhorias para atender os objetivos propostos. Engelman, Guisso e Fracasso (2009)
destacam que uma Agenda Ambiental é um importante recurso para que se
consolide a perspectiva da Sustentabilidade nas instituições, tanto quanto para
permitir que a Responsabilidade Ambiental seja exercida de forma consciente e
planejada. Em função disso, Trigueiro (2012, p. 364) assinala que:
A Sustentabilidade, em sua concepção ambiental, é espacial. Por isso, a
universidade tem de buscar transformar-se e dar aos alunos a oportunidade
de contato com uma “outra maneira” de se comportar e, de certa forma, de
32
viver. O campus deve expressar conceitualmente novos valores em relação
à biodiversidade, à energia, à água, ao descarte de resíduos, ao ar. Como
um laboratório vivo e pulsante, os alunos, os professores e os funcionários
de apoio devem construir uma nova ética baseada em valores que garantam
ações conscientes em prol da sobrevivência da sociedade de forma
integradora e participativa.
A incorporação da Agenda parte da percepção de que “O desenvolvimento da
consciência ecológica em diferentes camadas e setores da sociedade mundial
acaba por envolver também o setor da educação, a exemplo das Instituições de
Ensino Superior”. (TAUCHEN e BRANDLI, 2006, p. 503). A participação, a
cooperação e a comunicação de toda a comunidade acadêmica (alunos,
professores, funcionários e gestores) são fatores importantes para que essa Agenda
possa ser incorporada às práticas cotidianas das universidades. Além desses
fatores, existem outros:
Sensibilização dos servidores, Adoção de novos
procedimentos gerenciais e operacionais, Intercâmbio de idéias e experiências e
estabelecimento de metas (BRASIL, 2012).
As experiências obtidas com uma Agenda Ambiental podem ser repassadas à
sociedade, como uma forma de valorizar os efeitos que envolvem, também, a
atenção para fatores como:
Formação continuada dos servidores públicos em relação aos aspectos
socioambientais e de melhoria da qualidade do ambiente de trabalho; e
destaque a ética e a autoestima dos servidores públicos, principalmente em
relação ao atendimento de interesses coletivos (MARTINS, 2009, p. 55).
Com essas ações, acredita-se que a universidade cumprirá o seu papel em
busca da implantação de uma Agenda Ambiental, mas principalmente, no que diz
respeito à preservação do Meio Ambiente.
33
3. METODOLOGIA
3.1 Pesquisa Qualitativa
A abordagem da pesquisa é qualitativa, por proporcionar um maior
aprofundamento em relação ao enfoque do tema, contribuindo para que seus
sentidos e seus significados possam ser compreendidos dentro da proposta de
pesquisa definida. Em termos conceituais, a pesquisa qualitativa, segundo Oliveira
(2007), representa um processo de reflexão e análise da realidade, no qual os
fatores relacionados ao tema enfocado necessitam ser considerados, identificando
um nível de aprofundamento significativo por parte do pesquisador, na condução do
processo propositivo.
A
pesquisa
qualitativa
oportuniza
que
o
pesquisador
tenha
um
aprofundamento maior em relação ao fenômeno social enfocado, com a
intencionalidade de ir além das aparências, ou seja, a concentração na sua
essência, para garantir um processo de decodificação mais significativo (GIL, 2010).
Essa modalidade de pesquisa, conforme aponta Appolinário (2012), tem como
requisitos, os seguintes aspectos:
a)
Pressuposto básico: a realidade é composta de fenômenos que são
socialmente construídos.
b)
Objetivo: compreensão aprofundada dos fenômenos.
c)
Abordagem: observacional.
d)
Papel do pesquisador: o participante não é neutro ao fenômeno.
Os requisitos, sobretudo em relação ao papel do pesquisador, evidenciam o
nível de interação exigido para que o fenômeno estudado possa ser compreendido,
de forma a garantir que tenha um nível significativo de interação com os fatores e os
sujeitos diretamente relacionados com sua ocorrência ou concretização no meio
social. Ao contemplar a realidade, o pesquisador tem condição de estabelecer
inferências, considerando, inicialmente, o referencial teórico selecionado para, em
um processo analítico comparativo, identificar os saberes oriundos do contexto
34
social no qual o fenômeno estudado ocorre. Consequentemente, proporciona uma
reflexão mais abrangente, resultando na decodificação e compreensão dos
principais significativos atrelados ao fenômeno (APPOLINÁRIO, 2012).
Minayo (2006) explica que a pesquisa qualitativa permite uma maior
compreensão dos aspectos objetivos e subjetivos atrelados ao evento estudado,
tendo como principal fonte o ambiente natural onde este ocorre. Segundo ele, isso
permite que o processo investigativo seja aprofundado, com a intenção de qualificar
os seus significados e os seus sentidos.
3.2 Pesquisa Quantitativa
Em relação à apresentação dos dados relativos à aplicação da A3P em
instituições de Ensino Superior, a metodologia aplicada foi a quantitativa, que
oportuniza, segundo Apollinário (2012), a representação quantificada do tema em
estudo. Essa representação é relevante para que se compreendam os resultados
que a aplicação da A3P propicia de forma concreta, como a economia advinda do
uso racional da energia elétrica e da água (que apresenta uma dimensão
econômica), não se prendendo a dimensão subjetiva dos seus efeitos, como, por
exemplo, os ganhos de qualidade de vida com a preservação do Meio Ambiente.
Nesse sentido, a metodologia quantitativa estabelece uma relação com a
metodologia qualitativa, por contribuir para uma compreensão mais ampla em
relação ao assunto enfocado, possibilitando ao pesquisador estabelecer uma
argumentação mais consistente na sua análise.
3.3 Estudo de Caso
A metodologia utilizada nesta pesquisa foi o Estudo de Caso, que tem a
condição de auxiliar no conhecimento de um fenômeno singular, restrito a uma
unidade social, permitindo a identificação da sua ocorrência e dos efeitos que
ocasiona nesta unidade. Esse método, conforme concebe Oliveira (2007), relacionase à intencionalidade de efetivar descobertas, originárias da consideração do
contexto onde o assunto enfocado ocorre e das repercussões que ocasiona na
35
unidade social selecionada para a realização da pesquisa.
André (2005) aponta que o Estudo de Caso possibilita que as descobertas do
pesquisador no decurso da pesquisa se tornem em conhecimentos concretos e
contextualizados, pelo fato de considerar, não só uma determinada realidade, como
também uma unidade social específica. Além dele, também, Gil (2010) afirma que a
elaboração do conhecimento advém do fato de o Estudo de Caso analisar questões
práticas, dispostas no meio social, permitindo que o pesquisador, pautado na base
conceitual inicialmente formulada, possa estabelecer um estudo sistematizado, com
a intenção de compreender o fenômeno enfocado, sobretudo quanto a sua
ocorrência e aos efeitos que ocasiona.
A sistematização do Estudo de Caso envolve a fase Exploratória, na qual o
pesquisador delimita o fenômeno a ser estudado, a unidade social onde fará a
pesquisa e o instrumento a ser empregado na coleta de dados. Nessa fase de
coleta de dados, efetiva-se a observação e se emprega o instrumento de pesquisa
para coletar as informações pertinentes à compreensão do assunto em estudo. Já
na fase de análise sistemática de dados, a partir deles, passa-se a refletir sobre as
informações colhidas, estabelecendo as impressões do pesquisador (GIL, 2010). É
importante lembrar que, nesta pesquisa, a Unidade Social é a Universidade do
Centro-Oeste do Paraná e utilizou-se como instrumento de pesquisa a “Entrevista
Estruturada”. Nessa modalidade, segundo Diehl e Tatim (2004, p.66),
[...] o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido. Ou seja, as
perguntas feitas ao indivíduo são pré-determinadas. Esse tipo de entrevista
se realiza a partir de um formulário elaborado e é efetuado com pessoas
selecionadas de acordo com um plano. O pesquisador não é livre para
adaptar suas perguntas à determinada situação.
Nesta pesquisa, as perguntas estão no anexo 2, da dissertação e foram
elaboradas de acordo com o que prevê o Protocolo de Pesquisa proposto por Kruger
et al (2011) anexo 3, que propõe um check-list para se verificar a existência, na
instituição, dos requisitos propostos pela Agenda Ambiental na Administração
Pública - A3P. Além disso, há um espaço para que sejam inseridas observações,
identificando os motivos pelos quais tais diretrizes não foram implantadas na
instituição, pelo fato da A3P ser a principal referência no que diz respeito à
Sustentabilidade para os órgãos da Administração Pública Direta e Indireta,
36
conforme indica a Portaria 510/2002 do Ministério do Meio Ambiente.
O método Kruger et al (2011), vai em busca de respostas com relação à
aderência ou não dos cinco Eixos Temáticos da Agenda Ambiental na Administração
Pública (A3P) numa Instituição de Ensino Superior. No modelo proposto para a
pesquisa consta, ainda, um campo de observação para cada resposta, que pôde ser
usado a critério dos entrevistados. Com as respostas, foi possível uma análise dos
eixos que a instituição vem colocando em prática ou não, o que irá possibilitar que
os gestores definam uma conduta adequada com relação à Agenda Ambiental da
Unicentro.
O presente método foi adaptado pelo pesquisador para um diagnóstico das
condições institucionais visando à proposição de uma Agenda Ambiental para a
Unicentro. Os seus protocolos permitem um amplo conhecimento da atual situação
da universidade no que diz respeito aos eixos temáticos da Agenda Ambiental,
proporcionando informações relevantes aos gestores para uma possível implantação
de uma Agenda Ambiental na Unicentro.
O Estudo de caso teve a intenção de verificar quais ações de Sustentabilidade
são desenvolvidas pela Unicentro para, depois, compará-las com as previstas na
A3P, proporcionada pelo check list elaborado por Kruger et al (2011) (anexo 2). Com
os dados elencados nessa verificação, foi feito um diagnóstico das condições
institucionais para a proposição de uma Agenda Ambiental para a instituição,
pautada nos critérios estabelecidos pela A3P, considerada referência para as
instituições públicas.
A condição de principal referência para a Agenda Ambiental da Administração
Pública decorre do fato de ela ter sido oficializada como modelo pela Portaria n.
510/2002. Para Basílio (2013, p. 2), a A3P tem como finalidade principal:
[...] instaurar um processo de construção de uma nova cultura institucional
na administração pública, visando à conscientização dos servidores para a
otimização dos recursos para o combate ao desperdício e para a busca de
uma melhor qualidade do ambiente de trabalho. Visa a colocar as empresas
em sintonia com a concepção de ecoeficiência, incluindo critérios
socioambientais nos investimentos, compras e contratações de serviços dos
órgãos governamentais.
Com base nesse diagnóstico, sugere-se a elaboração de uma Agenda
Ambiental baseada nos critérios da Agenda Ambiental da Administração Pública -
37
A3P, com o objetivo da Unicentro, ter uma gestão ambiental ancorada na
Sustentabilidade, oriunda da adoção dos critérios estabelecidos nessa Agenda para
tratar de temas relacionados à questão ambiental. No capítulo a seguir, apresenta-se
o Levantamento, a Análise de Dados e a proposta de uma Agenda Ambiental para a
universidade.
3.4 Participantes da pesquisa
Durante o procedimento da coleta de dados foram consultados os respectivos
coordenadores de cada área na Unicentro, que estão envolvidos com os fatores de
gestão ambiental, destacados no protocolo (anexo 3). Da mesma forma, em relação
ao item “uso racional dos recursos naturais e bens públicos”, foram consultados os
Diretores dos Campi Santa Cruz e CEDETEG; no item “gestão adequada dos
resíduos gerados”, foi consultada a Diretora do Setor de Ciências Agrárias e
Ambientais, a qual indicou uma Docente do Departamento de Biologia para
responder; nos itens “qualidade de vida no trabalho” e “sensibilização e capacitação
dos servidores”, foi consultada a Pró-Reitora de Recursos Humanos; e, para o item
“licitações sustentáveis”, foi ouvido o Diretor de Compras da instituição.
Com a intenção de atender ao princípio ético do sigilo, preceituado pela
Resolução CNS 196/1996, que trata de pesquisa envolvendo a participação de
pessoas, seus nomes foram excluídos, sendo identificado o cargo que exercem na
instituição, havendo a seguinte distribuição em função dos setores da instituição:
a) Diretoria de Campus: DIRETOR A;
b) Área Pedagógica: DOCENTE A;
c) Diretoria de Pró-Reitoria de Recursos Humanos: DIRETOR B;
d) Diretoria de Compras e Materiais: DIRETOR C.
Contudo, na análise dos eixos temáticos da A3P houve a inclusão do diretor
do Campus Santa Cruz da Unicentro que, por motivos particulares, não participou da
primeira etapa da pesquisa que envolveu a participação e preenchimento de um
questionário (anexo 1), sendo denominado doravante de DIRETOR D. Este
38
questionário teve como objetivo buscar mais informações sobre a forma que o Meio
Ambiente é tratado e abordado na Unicentro. Com o intuito de reforçar as
discussões foram utilizados estes dois instrumentos, sendo um questionário e o
Método Kruger. Para o processo de análise e discussão do tema, houve a opção em
destacar a posição dos participantes da pesquisa, sendo contemplados a partir das
diretrizes constantes na A3P e nos autores teóricos selecionados que abordam o
tema.
4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
O procedimento inicial de pesquisa envolveu a coleta de informações, com a
utilização de um questionário, junto aos servidores que ocupam cargo de direção na
Unicentro e atuam na área docente.
4.1 Ações relacionadas à preservação ambiental
Em relação à questão: No setor (departamento) em que você atua são
desenvolvidas ações relacionadas à preservação do meio ambiente? Quais?
Os participantes da pesquisa identificaram:
“Sim. Redução no uso de copos plásticos, aproveitamento de papel e envelopes, apagar as luzes
ao sair, certificar se as torneiras estão bem fechadas” (DIRETOR A, 2013);
“Sim. Projetos de extensão” (DOCENTE A, 2013);
“Sim. Segregação de resíduos sólidos” (DIRETOR B, 2013);
“Apenas a reutilização dos papéis descartados para reciclagem” (DIRETOR C, 2013).
Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013)
Diante das respostas, é possível considerar que a instituição não apresenta
uma Agenda Ambiental comum para os setores que a compõem, a respeito da
questão ambiental, sendo adotadas medidas pontuais que são comuns para
minimizar desperdícios ou reduzir custos. Essas medidas são previstas na Agenda
Ambiental, sendo acompanhadas por outras ações, como forma de promover uma
39
implantação mais consciente do significado da temática ambiental, podendo ser
destacada, por exemplo, a qualidade de vida dos servidores, que denota a
intencionalidade de atender tanto o Meio Ambiente como o ser humano.
As medidas pontuais citadas são o aproveitamento de papel, a reutilização de
materiais e o uso racional de água e energia elétrica. Tais medidas são previstas na
A3P (BRASIL, 2013), sendo importante destacar que essa Agenda estabelece uma
amplitude maior de ações, uma vez que, quando adotadas de forma isolada, nem
sempre oportunizam uma Agenda Ambiental unificada mais significativa para as
organizações. O significado de uma Agenda Ambiental unificada corresponde (à)
[...] a inserção dos critérios socioambientais nas atividades regimentais, que
vão desde uma mudança nos investimentos, compras e contratação dos
serviços pelo governo até a uma gestão adequada dos resíduos gerados e
dos recursos naturais utilizados, além de promover a melhoria da qualidade
de vida no ambiente do trabalho (BRASIL, 2009, p. 7).
Considerando o posicionamento dos servidores consultados, a instituição não
conta com uma Agenda Ambiental mais consistente, posto que as ações que visam à
preservação ambiental são limitadas. Não são apontadas, por exemplo, medidas que
visem à melhoria da qualidade de vida no ambiente laboral - fator importante para
que essa Agenda consiga ter a amplitude esperada.
A proposição de uma Agenda Ambiental unificada é fundamental para que se
estabeleça um direcionamento na abordagem da problemática ambiental na
instituição, contemplando desde hábitos básicos visando ao uso adequado de
recursos, como também a efetivação de projetos de extensão, como forma de
colaborar para que a comunidade possa perceber a importância da preservação
ambiental. Nesse sentido, cabe considerar que a universidade “[...] tem o potencial
para transformar-se em vitrine de boas práticas relacionadas à qualidade ambiental
e ao desenvolvimento humano sustentável”. (UNB, 2009, p. 27). Essa vitrine
representa, também, um compromisso, principalmente quando se considera que a
Universidade pública, além de desenvolver práticas educativas, tem condição de
contribuir com projetos envolvendo a comunidade.
Para vivenciar esse potencial, é determinante que a instituição consiga
instituir e executar uma Agenda Ambiental, a qual consiga tanto contemplar suas
particularidades, como também possa repassar à comunidade exemplos claros e
40
passíveis de execução no que tange à preservação ambiental.
A posição dos participantes da pesquisa revela que a instituição em que
atuam ainda não elaborou essa Agenda, sendo que os esforços realizados, mesmo
sendo relevantes, não são executados de forma unificada, o que compromete o
alcance de resultados mais significativos no que concerne à questão ambiental.
A unificação é um importante sinal para a organização, pois evidencia que há
uma cultura organizacional instituída que, nessa situação, refere-se à prática de
ações relacionadas à problemática ambiental. A cultura organizacional representa as
percepções básicas compartilhadas pelos servidores acerca da instituição,
integrando os objetivos, os valores, a missão e a visão que orienta sua atuação no
meio social (VIEIRA, 2007). A cultura organizacional oportuniza que a abordagem da
problemática ambiental seja efetivada de forma integrada, método pelo qual as
ações individuais compõem a intenção organizacional de colaborar para que a
instituição consiga exercer sua responsabilidade socioambiental de forma plena,
expressa nos hábitos cotidianos exercidos pelos servidores na instituição.
Um aspecto a ser destacado refere-se aos projetos de extensão, que são
importantes por permitirem que a instituição se aproxime da comunidade, tanto para
compartilhar as experiências exitosas e o conhecimento elaborado, como coletar
novas demandas, podendo indicar novas propostas que sejam compatíveis com a
realidade existente (UNB, 2009). Considerando a existência de novas demandas, o
gestor da Instituição de Ensino Superior passa a ter a noção de que uma Agenda
Ambiental
necessita
ser
continuamente
atualizada,
para
acompanhar
as
transformações ocorridas tanto no seu ambiente externo como também as próprias
condições sociais que influem na sua atuação.
Essas perspectivas não foram elencadas pelos participantes da pesquisa,
denotando que a Unicentro não possui uma Agenda Ambiental estruturada, sendo
que as ações relacionadas à problemática ambiental são desenvolvidas de forma
individualizada, sem que ocorra acompanhamento mais criterioso acerca dos seus
resultados e da possibilidade da inserção de novas medidas, incluindo a
possibilidade de compartilhá-las com a comunidade.
4.2
Estímulo à incorporação de ações de sustentabilidade junto aos
41
servidores
Em relação à questão: De que forma você procura estimular os servidores a
adotarem no cotidiano, ações de sustentabilidade (uso racional de água e luz,
reutilização de materiais recicláveis, separação do lixo, entre outras)?
Os participantes da pesquisa apontaram as modalidades:
“Por meio de campanhas de conscientização e orientações” (DIRETOR A, 2013);
1
“Por meio do projeto ECOPONTO e dando exemplo” (DOCENTE A, 2013);
“Separação do lixo, aproveitamento de papel para rascunho” (DIRETOR B, 2013);
“Procura-se manter as luzes apagadas quando não há necessidade, equipamentos sem uso
desligados e direcionamento dos resíduos para a reciclagem” (DIRETOR C, 2013).
Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013)
O estímulo proposto refere-se ao uso racional de recursos como a energia
elétrica e o papel, além da separação do lixo, visando à reciclagem. Mesmo o projeto
ECOPONTO não se distancia dessa proposta, já que tem, como diferencial, a
correta alocação de materiais que oferecem um grau de risco maior para as pessoas
e para o meio ambiente, além de contemplar algumas ações na comunidade, como a
realização de palestras em escolas.
Esse estímulo é importante por evidenciar que pequenas mudanças nos
hábitos adotados na atividade laboral podem contribuir para melhoria na
problemática ambiental. Porém, quando se trata de uma Agenda Ambiental, é
preciso ter uma perspectiva mais ampla, que incorpore, como principal recurso para
a conscientização, o desenvolvimento de ações educativas, que não foram citadas
textualmente pelos participantes da pesquisa. A promoção de ações educativas,
efetivadas de forma contínua, não se atendo, apenas, a campanhas de
conscientização e orientações sazonais, tem como principais objetivos, no âmbito de
uma Agenda Ambiental:
1
O projeto ECOPONTO é realizado, na UNICENTRO, pelo Departamento de Biologia, tendo como
principal foco o descarte correto dos resíduos que apresentam um grau elevado de risco, como
pilhas, remédios, venenos, baterias, entre outros. Cabe ressaltar que esse projeto é desenvolvido
em âmbito comunitário, por meio da realização de palestras em escolas, como forma de suscitar a
conscientização acerca do descarte correto desses resíduos (UNICENTRO, 2014).
42
[...] estimular a melhoria da qualidade do meio ambiente em todos os locais
de trabalho; conscientizar servidores/funcionários sobre a importância de se
preservar o meio ambiente; dar conhecimento quanto a necessidade de
introduzir critérios ambientais nas compras de governo; despertar a
responsabilidade do servidor público no que se refere ao uso correto dos
bens e serviços da administração pública (BRASIL, 2001, p. 12).
O estímulo aos servidores, considerando tais intuitos, representa a
assimilação de uma noção pautada na sustentabilidade, levando a adoção de
condutas no exercício diário de suas funções, como também um comprometimento
maior com a temática ambiental. Isso decorre da conscientização que passa a
existir, a qual não se limita às perspectivas indicadas pela instituição, mas incorpora
uma noção mais abrangente acerca do seu posicionamento em relação a questões
envolvendo o Meio Ambiente. Essa posição se destaca pelo fato de atuar em uma
instituição de ensino, que possui a condição de influir no espaço social onde está
inserida. Nesse sentido, o servidor que adotar uma postura favorável ao Meio
Ambiente, pode servir como agente multiplicador de bons exemplos ambientais.
A questão ambiental está relacionada, também, com a qualidade de vida do
ser humano, fator contemplado pela A3P, que estabelece esse fator como diretriz,
com foco no trabalho, conforme indica a seguinte citação:
A administração pública deve buscar permanentemente uma melhor
qualidade de vida no trabalho, promovendo ações para o desenvolvimento
pessoal e profissional de seus servidores. Para tanto, as instituições
públicas devem desenvolver e implantar programas específicos que
envolvam o grau de satisfação da pessoa com o ambiente de trabalho,
melhoramento das condições ambientais gerais, promoção da saúde e
segurança, integração social e desenvolvimento das capacidades humanas,
entre outros fatos (BRASIL, 2009, p. 43).
Observar a qualidade de vida no trabalho dos servidores é uma ação
importante no âmbito das instituições, no sentido de fazer com que a
conscientização da importância da preservação ambiental seja contextualizada com
a promoção do desenvolvimento do ser humano na estrutura organizacional. Nesse
sentido, os participantes da pesquisa não relataram a perspectiva da qualidade de
vida no trabalho, o que permite a identificação de que a temática ambiental ainda
não repercute de forma significativa na instituição.
Apesar de os participantes da pesquisa não apontarem uma atenção maior
aos servidores por parte da instituição, o estímulo ao desenvolvimento de práticas
43
que favorecem o Meio Ambiente é importante, pelo fato de oportunizá-los a viverem
situações que indicam a condição do indivíduo em se posicionar no tocante à
problemática ambiental. Cavalcante (2012, p. 195) pontua que a sensibilização do
servidor público no que se refere à problemática ambiental reside na seguinte
percepção:
O momento em que vivemos é de correção de hábitos de desperdício e
desatenção. Há a necessidade de motivar os servidores públicos para
estarem abertos a mudanças nos procedimentos administrativos. Essa
abertura requer a participação de profissionais de todas as áreas,
independentemente de cargo ou grau de responsabilidade, em um
processo, e este deve ser encarado com naturalidade e maturidade, pois,
além de muito dinâmico, está voltado para as exigências da sociedade e
sua economia de mercado.
A motivação para o servidor público é mais bem contextualizada na Agenda
Ambiental, por prever ações de sensibilização, de estímulo e de educação
envolvendo questões ambientais. Com isso, há um preparo melhor para o servidor
desenvolver ações, na estrutura organizacional, as quais favoreçam a aplicação
racional dos recursos e seu comprometimento maior com os objetivos previstos na
Agenda envolvendo temas ambientais relacionados às Instituições de Ensino
Superior.
Na Agenda Ambiental, são estipulados indicadores de desempenho para o
servidor, oportunizando que este tenha um respaldo maior para analisar se sua
conduta está contribuindo para que a organização incorpore a perspectiva da
sustentabilidade nas atividades que desenvolve. Esses indicadores são:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
Uso racional dos recursos naturais e bens públicos;
Destinação adequada dos resíduos sólidos;
Práticas sustentáveis;
Qualidade de vida no trabalho;
Mudança de hábitos;
Autoestima do servidor público;
Ética do servidor público;
Links, interfaces e parcerias (BRASIL, 2001, p. 19).
A implantação de indicadores oportuniza que os servidores desenvolvam uma
noção mais concreta acerca do impacto de suas ações na política ambiental,
definida pela Instituição de Ensino Superior. Com esses indicadores, os servidores
44
passam a ter uma percepção mais aprofundada em relação ao comprometimento
que devem ter para atender as perspectivas que orientam a Agenda Ambiental da
instituição. Há a oportunidade de efetivarem avaliações, incluindo as mudanças que
ocorrem em suas ações, identificando se estão ou não contribuindo para a
efetivação da Agenda. Guerra (2008, p. 2) aponta que uma política ambiental numa
Instituição de Ensino Superior deve atrelar-se à:
[...] melhoria contínua de seu desempenho ambiental e prevenção da
poluição, adotando procedimentos e práticas que visem à prevenção de
impactos ambientais negativos, em conformidade com os requisitos legais,
gerando alternativas que propiciem a sustentabilidade da comunidade
universitária e de toda a sociedade, desenvolvendo uma estratégia de
mudança cultural através de uma política pedagógica ambiental.
Nesse contexto, a A3P é de grande valia para que a Universidade desenvolva
uma política ambiental mais consistente, pautada no desenvolvimento de ações que,
ao mesmo tempo em que contribui para a preservação do meio ambiente e ocasiona
o uso racional dos recursos naturais, passa a influir na conduta do servidor, por “[...]
fornecer aos servidores oportunidade para desenvolver habilidades e atitudes para
um melhor desempenho das suas atividades, valorizando aqueles que participam de
iniciativas inovadoras e que buscam a sustentabilidade” (BRASIL, 2012, p. 3).
Considerando a possibilidade de influir na conduta dos servidores, a A3P
evidencia sua validade como um mecanismo organizacional pautado na perspectiva
de Sustentabilidade no âmbito da Administração Pública.
4.3 Divulgação da sustentabilidade pela instituição
Na terceira questão: A instituição tem condições de colaborar para que a
noção de sustentabilidade seja mais bem compreendida na sociedade? Justifique.
Os participantes da pesquisa realçaram:
“Sim. Apoio que cursos poderiam ser ofertados com esse intuito. Há também trabalhos de extensão
com esse propósito, no entanto, poderiam ser melhores (sic) divulgados” (DIRETOR A, 2013);
“Sim, sempre é possível. Poderia se formar uma comissão interdisciplinar para avaliação da
situação em que a instituição se encontra e dar início à elaboração de uma política de meio
45
ambiente institucional” (DOCENTE A, 2013);
“Sim. Por meio da inclusão dessa pauta em suas matrizes curriculares dos cursos de graduação e
pós-graduação. Por meio de ações extencionistas e por meio da conscientização de seus
servidores” (DIRETOR B, 2013);
“Sim, estimulando a comunidade acadêmica para que utilizem procedimentos de sustentabilidade
na própria instituição” (DIRETOR C, 2013).
Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013)
Os participantes da pesquisa indicaram que a Unicentro tem condição de
divulgar a noção de Sustentabilidade, porém as iniciativas efetivadas até o momento
não conseguiram envolver a sociedade. Há, também, o agravante de que não existe
informação sobre o desenvolvimento de ações, mas somente propostas de
divulgação, revelando que o termo “Sustentabilidade” é pouco divulgado na
Universidade.
Marcomin e Silva (2009) reconhecem que a Universidade tem um papel
importante na sensibilização e na conscientização acerca da Sustentabilidade
Ambiental, envolvendo o meio social, como forma de difundir conhecimentos que
podem influir na conduta humana e, assim, contribuir para que a noção de
preservação ambiental seja disseminada. No caso da instituição pública, essa
disseminação surge como um compromisso, de forma a garantir que o
conhecimento produzido em seu interior seja compartilhado, permitindo que
experiências exitosas possam ser reproduzidas, principalmente quando se
relacionam com a preservação ambiental.
Esse compartilhamento é possível por meio da Extensão, que representa,
segundo Martins (2014, p. 7-8), um componente que favorece a disseminação do
conhecimento científico no meio social, a partir de ações extensionistas.
Concordamos que a universidade deve retornar à sociedade o saber que
dele se origina, mas numa busca incessante pela profunda compreensão da
realidade social que a comporta; compreensão esta factível apenas, pela
mediação do pensamento abstrato construído e retro-alimentado pelo
ensino e pela pesquisa. Nesse sentido, a extensão ocupa lugar tão
importante quanto o ensino e a pesquisa, pois é, sobretudo, por meio dela
que os dados empíricos imediatos e teóricos se confrontam, gerando as
permanentes reelaborações que caracterizam a construção do
conhecimento científico.
46
A Sustentabilidade, debatida a partir do ambiente universitário, permite o
desenvolvimento de maior compreensão acerca do seu sentido e do seu significado
e, também, aprofundamento maior no que se refere à problemática ambiental. Numa
perspectiva inicial, a Sustentabilidade, no ambiente universitário, refere-se à
introdução de procedimentos administrativos e operacionais que contribuam para a
preservação ambiental, como a adoção da Agenda Ambiental deixa transparecer.
A Agenda Ambiental não se limita a considerar apenas a realidade encontrada
na instituição, mas também a realidade local, conforme pontuam Teixeira e Azevedo
(2013), o que permite que as ações realizadas possam ser repetidas em outras
organizações. Portanto, ratifica a posição da Universidade em apontar medidas para
a sociedade que contribuam no gerenciamento ambiental.
As medidas podem ser definidas a partir da análise dos resultados obtidos,
em especial, nos avanços ocorridos. Daí a importância da divulgação, para que a
sociedade acesse tais informações, e se sinta compelida a desenvolver práticas
sustentáveis, alinhadas a uma postura que colabore com a preservação ambiental.
Nesse sentido, os trabalhos de extensão, citados por DIRETOR A (2013), são
referenciais importantes para que haja uma divulgação acadêmica maior em relação
à Sustentabilidade.
Contudo, a Unicentro ainda não efetiva uma ação mais consistente de
divulgação da Sustentabilidade, posto que os participantes da pesquisa indicaram
possíveis ações que podem ser implementadas e/ou executadas ao longo do tempo.
Ocorre, nesse cenário, uma séria lacuna no tocante ao exercício de sua
responsabilidade ambiental que prevê a divulgação de ações ambientais como forma
de contribuir para expandir a conscientização em relação à importância da
preservação do Meio Ambiental na sociedade.
Saqueto (2010) realça que a Universidade tem um papel importante na
divulgação de ações de Sustentabilidade, como uma forma de conscientizar e influir
nas organizações, no sentido de adotarem ações sustentáveis. Nesse cenário, é
importante que a Unicentro passe a ter um comprometimento maior em divulgar a
Sustentabilidade, até como forma de exercer sua Responsabilidade Ambiental, além
de divulgar suas boas práticas ambientais.
47
4.4 Orientação sobre questões ambientais
Na quarta questão: Os servidores são orientados acerca da questão
ambiental na instituição? Em que momento?
Os participantes da pesquisa se manifestaram da seguinte forma:
“Sim. Em reuniões técnicas e de orientação bem como mediante campanhas de conscientização no
uso dos recursos naturais” (DIRETOR A, 2013);
“Eu desconheço” (DOCENTE A, 2013);
“Sim. No dia-a-dia e por meio de palestras e oficinas” (DIRETOR B, 2013);
“Não” (DIRETOR C, 2013).
Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013)
Pelas respostas, é possível pressupor que a orientação para os servidores
acerca de questões ambientais ocorre, na Unicentro, de forma parcial, contemplando
apenas alguns setores específicos. Essa condição revela que não há uma
abordagem institucional acerca das questões ambientais, tampouco a existência de
uma Agenda Ambiental, havendo esforços pontuais, que não são suficientes para
fazer com que a instituição tenha um gerenciamento ambiental compatível com sua
estrutura organizacional.
Vaz et al (2010, p. 50) definem gerenciamento ambiental como:
[...] sistema que abrange a estrutura organizacional, as atividades de
planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e
recursos, para desenvolver, implementar, atingir, analisar e manter a política
ambiental da organização.
O gerenciamento ambiental é o instrumento referencial da Agenda Ambiental
na organização, que oportuniza o encaminhamento das ações a serem efetivadas na
instituição, como a orientação dos servidores. Quando não há essa orientação,
dificilmente as metas traçadas no planejamento da questão ambiental poderão ser
atingidas pela instituição, porque não haverá o encaminhamento dos esforços
individuais na direção pretendida.
Nesse sentido, é importante destacar que dois participantes da pesquisa
indicaram que a orientação ocorre na instituição por meio de reuniões técnicas,
48
campanhas de conscientização, palestras e oficinas. Independente do recurso
empregado, a orientação é relevante para que os servidores possam ter noção de
que condutas são adequadas para produzir efeitos organizacionais no tocante à
temática ambiental. O conhecimento de condutas representa o primeiro passo,
sendo importante que haja uma continuidade no processo de orientação,
contemplando, por exemplo, a avaliação dos próprios servidores acerca da forma
com que o gerenciamento ambiental vem sendo conduzido.
Becker e Pereira (2012) indicam que a orientação junto aos servidores é de
grande valia, pelo fato de a implementação de medidas de gerenciamento ambiental,
pautados na A3P, acarretar uma série de mudanças administrativas, operacionais e
de conduta na organização, sendo preponderante a conscientização acerca dos
objetivos, metas e resultados que se pretende atingir para que se tenha um nível de
comprometimento significativo, que é o orientador do comportamento humano no
tocante à problemática ambiental.
4.5 Espaço para debates acerca da conduta ambiental na instituição
Na quinta questão: Há espaço para debates em relação à conduta ambiental
adotada pela instituição? Em caso afirmativo, em que momento e de que forma
ocorre. Em caso negativo, por quais motivos?
Os participantes da pesquisa responderam:
“De forma restrita, sim, em reuniões de departamento e conselhos de Campus” (DIRETOR A,
2013);
“Acredito que não ocorra, exatamente pela falta de uma política de meio ambiente institucional”
(DOCENTE A, 2013);
“Sim, de acordo com o apontado no item anterior” (DIRETOR B, 2013);
“Não. Acredito que pela falta de estímulo ou conhecimento sobre os procedimentos que podem ser
adotados” (DIRETOR C, 2013).
Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013)
A resposta da DOCENTE A (2013) situa o aspecto essencial na discussão
deste texto, ao pontuar a ausência de uma política ambiental na instituição, já que
49
essa ausência compromete a efetivação do gerenciamento ambiental, como também
a implantação de uma Agenda Ambiental na Unicentro, pelo fato de não haver um
direcionamento específico para a abordagem desta temática.
É importante salientar que uma política ambiental representa, segundo Tenuta
Filho (2014, p. 2), uma “[...] declaração de uma organização expondo suas intenções
e princípios em relação ao seu desempenho ambiental global, que prevê uma
estrutura para ação e definição de objetivos e metas ambientais”. A instituição que
não declara suas intenções em relação à questão ambiental para sua organização,
dificilmente conseguirá obter mudanças internas no que se refere à incorporação de
práticas favoráveis ao Meio Ambiente. O que tende a ocorrer é a mera reprodução
de ações, como, por exemplo, a separação do lixo, sem haver uma mensuração
mais abrangente do seu significado e dos resultados que ocasiona na instituição e
na própria comunidade.
Quando há a proposição de uma política ambiental, a implantação de um
gerenciamento ambiental se torna imperativo, para que se consolide um modo de
ação que produza os efeitos e os resultados estabelecidos na referida política. Há,
também, a condição para implantar uma Agenda Ambiental que, no caso das
instituições públicas, é o principal referencial para a efetivação de medidas
coerentes com a política ambiental implementada. Carvalho e Souza (2014, p. 4)
indicam que a Agenda Ambiental, em uma universidade pública,
[...] propõe a mudança da cultura institucional, uma vez que busca a
inserção de critérios de responsabilidade socioambiental nas práticas
administrativas, para o alcance da sustentabilidade no âmbito econômico,
social e ambiental. É através da A3P que os gestores públicos programarão
práticas sustentáveis em suas atividades [...] gerando economia através do
menor custo-benefício para a administração pública, além de proporcionar a
minimização dos impactos socioambientais.
A política ambiental é importante por contemplar as dimensões que se
relacionam com a questão ambiental, como a econômica e a social, sendo que a
redução dos impactos socioambientais se torna efeito direto da sua implantação.
Os gestores públicos programam as práticas sustentáveis na política
ambiental, amparados nas diretrizes propostas numa Agenda Ambiental, cujos
efeitos são acompanhados e analisados por meio do gerenciamento ambiental.
Nesse cenário, institui-se uma cultura organizacional pautada na temática ambiental,
50
havendo a implantação de práticas operacionais e administrativas concretas, que
oportunizam, à instituição, condições para que ela desenvolva uma cultura
preservacionista, com a consciência dos impactos positivos que isso gera.
Essa cultura preservacionista pode ser compartilhada com a comunidade, de
forma que haja uma disseminação desse conhecimento, pois ele é importante na
influência da modificação de hábitos e condutas organizacionais e pessoais,
podendo resultar em um processo educativo de grande valor, o qual ratifica a
importância da Universidade pública como difusora do saber.
Nesse contexto, os debates realizados com os servidores são componentes
relevantes para que se obtenha retorno, não só em relação à forma com que a
política
ambiental
vem
sendo
percebida,
como
também
aos
efeitos
do
gerenciamento ambiental na instituição e a possibilidade de melhorias, o que garante
a possibilidade de consolidação da Agenda na estrutura organizacional. Os debates
instituem a participação dos servidores, posto que o gestor da instituição de ensino
precisa considerar como relevante que:
É preciso que os servidores públicos „vistam a camisa‟ do desenvolvimento
sustentável, pois de nada adiantarão as ações educativas decorrentes de
programas e projetos governamentais se, dentro de nossos locais de
trabalho, nos tornamos meros expectadores (BRASIL, 2001, p. 7).
Os servidores só podem evidenciar um comprometimento maior com o
desenvolvimento sustentável se a Universidade favorecer o espaço para debates,
condição que não vem ocorrendo na Unicentro. O debate é primordial para que os
gestores acessem as perspectivas acerca das ações ambientais desenvolvidas junto
aos servidores, condição relevante para que sejam constantemente aprimoradas. Na
ausência de espaço para debates, dificilmente a Universidade conseguirá
desenvolver uma Agenda Ambiental, que, além de demandar um esforço coletivo,
necessita de canais de diálogo para que as ações constantes nessa Agenda sejam
acompanhadas e avaliadas.
4.6 Eixos temáticos da A3P na realidade institucional da Unicentro
As informações apresentadas e analisadas, neste tópico, foram coletadas por
51
meio do protocolo elaborado por Kruger et al (2011) - cópia entregue aos
participantes da pesquisa, tendo como foco a abordagem real de questões
ambientais previstas na A3P na estrutura institucional da universidade.
4.6.1 Eixo 1 – Uso Racional dos Recursos Naturais e Bens Públicos – Campus
Santa Cruz e Campus CEDETEG
O Eixo 1, constante na A3P, foi abordado pelo DIRETOR A e pelo DIRETOR
D, que são os diretores dos dois campi da instituição no município de Guarapuava –
PR.
No
que
se
refere
ao
desenvolvimento
de
alguma
ação
de
monitoramento/redução do consumo de papel, pela Unicentro, foi apontado:
QUADRO 1 – DESENVOLVIMENTO DE ALGUMA AÇÃO DE MONITORAMENTO/REDUÇÃO DO
CONSUMO DE PAPEL NA INSTITUIÇÃO
PARTICIPANTE
DIRETOR A
RESPOSTA
“Sim. Conscientizar a comunidade acadêmica a diminuir o
consumo excessivo de papel”.
DIRETOR D
“Sim. Existe um projeto de coleta de papel, mas o motivo principal
dessa ação é a preservação do meio ambiente”.
Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013)
O posicionamento dos participantes significa que a instituição, numa visão
global, desenvolve ações que contemplam a questão do consumo de papel,
considerando desde a diminuição do seu uso, como também a preservação
ambiental.
Engelman, Guisso e Fracasso (2009) apontam que, ao desenvolver ações de
uso racional de recursos, as instituições, além de obterem maior economia, advinda
de uma melhor utilização do recurso, contemplam a questão ambiental,
demonstrando que as ações desenvolvidas na estrutura organizacional se
relacionam com a Sustentabilidade. Esse caminho evidencia uma conduta pautada
no respeito ao Meio Ambiente e na intenção de estabelecer uma estrutura
organizacional eficiente e eficaz, sobretudo no uso dos recursos naturais, como o
papel, fazendo com que a instituição tenha um desempenho produtivo de qualidade,
gerando efeitos positivos tanto na perspectiva de produtividade como também na
econômica e na ambiental.
52
Esse contexto revela que o compromisso com a Responsabilidade Ambiental
não compromete o desempenho operacional da universidade, mas permite a adoção
de uma postura gerencial mais apurada, tendo como fator condutor a
Sustentabilidade, o que resulta, segundo Ferreira (2012, p. 25) “[...] em um esforço
para concretizar o desenvolvimento sustentável, a partir do entendimento da
compatibilidade entre as atividades econômicas com a proteção do Meio Ambiente e
do ser humano”.
Cabe ressaltar que as medidas adotadas no uso racional do papel na
instituição são:
QUADRO 2 – MEDIDAS ADOTADAS PELA UNICENTRO NO USO RACIONAL DO PAPEL
PARTICIPANTE
DIRETOR A
MEDIDAS
“É feita a reutilização de envelopes, utilização de meios on line,
diminuindo dessa forma o consumo de papel, redução de
impressões e quando possível é utilizado o verso do papel”.
DIRETOR D
“Cada setor da Universidade faz a separação deste papel, logo
após esta separação são coletados nos setores e posteriormente
vendidos, não tendo como causa principal o lucro, pois todo o valor
arrecadado na venda é usado na compra de novas lixeiras
seletivas, que são espalhadas por toda a Universidade,
incentivando toda a comunidade acadêmica a participar de forma
ativa da coleta de resíduos sólidos. No passado, a Universidade
imprimia mensalmente os holerites de todos os funcionários, já há
alguns anos, isto é feito via on line, economizando papel, toner e
mão de obra”.
Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013)
As medidas adotadas nos campi produzem efeitos favoráveis, incluindo, por
exemplo, a possibilidade de arrecadação de recursos, cuja finalidade principal é
colaborar com a coleta seletiva do lixo, revelando que determinadas medidas podem
influenciar no desenvolvimento de outras ações, que respaldam a instituição para
sensibilizar as pessoas sobre a postura a sua estrutura organizacional.
A sensibilização é um valor apregoado pela A3P, por reconhecer que a
mudança nas instituições públicas, no tocante ao uso racional de recursos, transita
pela conscientização das pessoas que, ao adotarem condutas ambientalmente
adequadas, passam a ser agentes de práticas operacionais e gerenciais pautadas
na Sustentabilidade (BRASIL, 2013).
A sensibilização nas instituições públicas representa a intenção de disseminar
uma cultura de eficiência e eficácia, que acaba contemplando naturalmente a
53
Sustentabilidade, por ser um mecanismo que confere, à organização, a capacidade
de pautar suas atividades de forma a otimizar os recursos, evitar desperdícios e
contribuir com a preservação ambiental.
A eficiência e a eficácia, segundo Bliacheris e Ferreira (2012), são princípios a
serem contemplados pelas instituições públicas, pois, ao mesmo tempo em que
conseguem
realizar
suas
atividades
com
qualidade,
atentam
para
a
Sustentabilidade, estabelecendo um comprometimento com a causa ambiental, o
que favorece uma abertura significativa para a implantação da A3P.
No caso da Unicentro, a reutilização do papel é uma forma importante de
obter economia e uso racional desse recurso. Contudo, não representa um
diferencial para a Universidade, pelo fato de essa prática estar disseminada nas
organizações, sendo importante que outras medidas sejam implementadas no
tocante aos materiais que podem ser reutilizados, como o plástico, por exemplo.
As práticas de uso racional podem incorporar outros materiais de expediente,
de forma que a instituição estabeleça um comprometimento maior com a
Sustentabilidade, e garanta efeitos positivos, sobretudo no tocante à temática
ambiental, evidenciando o exercício pleno de sua Responsabilidade Ambiental.
A reutilização do papel é uma ação importante, mas precisa ser acompanhada
de outras medidas para que a Universidade expanda a noção de Sustentabilidade
em sua estrutura organizacional, de sorte que haja maior envolvimento dos
servidores. Para que esse envolvimento seja estabelecido, é necessário que se
estabeleçam condições para o reaproveitamento de materiais, como também o
descarte correto dos resíduos que não puderem ser reutilizados.
No
que
se
refere
ao
desenvolvimento
de
alguma
ação
de
monitoramento/redução do consumo de energia, os participantes da pesquisa
indicaram:
QUADRO 3 – DESENVOLVIMENTO DE AÇÃO ENVOLVENDO O MONITORAMENTO/REDUÇÃO
DO CONSUMO DE ENERGIA NA UNICENTRO
PARTICIPANTE
DIRETOR A
DIRETOR D
RESPOSTA
“Sim. Necessidade de controle do uso abusivo pelos usuários,
buscando também a economia financeira e principalmente a
conservação do meio ambiente”.
“Sim. Existe uma política buscando a preservação do meio
ambiente e também a redução da conta de energia, apesar de
54
tímida”.
Fonte: Pesquisa de Campo (2013)
A posição dos participantes da pesquisa revela a intenção de colaborar com a
preservação do Meio Ambiente, em especial, de obter economia no valor gasto com
o consumo de energia elétrica.
A
relação
economia/preservação
ambiental
é
uma
constante
na
Sustentabilidade, pelo fato de oportunizar, às instituições, a condição de realizarem
suas atividades de forma racional, ou seja, procurando otimizar o uso dos recursos.
Isso pode contribuir para a redução do desperdício, sobretudo, em relação à energia
elétrica. Neste aspecto, é importante ressaltar que:
O consumo de energia elétrica está aumentando cada vez mais e é um fator
bastante preocupante pela possibilidade de afetar a vida da população.
Surge então a necessidade de utilizá-la de modo inteligente e eficaz. Nesse
cenário, a eficiência energética assume hoje uma importância capital no
desempenho empresarial e no equilíbrio financeiro das famílias, sociedade
e governos (MMA, 2013, p. 37).
O monitoramento/redução do consumo de energia elétrica é um item
indispensável no planejamento das instituições públicas. Constitui-se de eficiente
contribuição no uso mais racional, tanto para se evitar desperdício, como também
para auxiliar na redução do risco de comprometer o abastecimento, principalmente
considerando que os níveis de consumo, no Brasil, são crescentes.
Ao citar o planejamento, fica claro que a Sustentabilidade confere, à
instituição, uma melhor condição gerencial para utilizar os recursos necessários ao
desenvolvimento de suas atividades, levando-se em conta a perspectiva ambiental.
A Unicentro, em relação à energia elétrica, desenvolve as seguintes medidas:
QUADRO 4 – MEDIDAS ADOTADAS PELA UNICENTRO NO USO DA ENERGIA ELÉTRICA
PARTICIPANTE
DIRETOR A
DIRETOR D
MEDIDAS
“Existe um livro diário onde as equipes de segurança fazem
anotações em suas rondas dos locais onde existem máquinas
ligadas, lâmpadas acesas, sendo os responsáveis informados e
orientados para que isto, desde que possível, não se repita. Nas
salas de aula existem avisos solicitando que a luz seja apagada
pelo último usuário ao deixar o aposento”.
“Todos os vigias são orientados a passar por todos os setores,
salas de aulas, verificando se existe algum aparelho ligado ou
lâmpadas acesas, são afixadas orientações no que diz respeito ao
desligamento dos aparelhos e dos interruptores. No jardim de
inverno do Campus Santa Cruz foram trocadas as telhas
55
transparentes já ofuscadas por outras novas, aumentando a
luminosidade sem a necessidade do uso de energia elétrica
durante o dia”.
Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013)
Há, na Unicentro, a intenção de sensibilizar os servidores, pois as equipes de
segurança desempenham um importante papel, tanto na apuração de eventuais
desperdícios, como também na conscientização das pessoas, alertando sobre a
possibilidade de economizar energia, principalmente quando os ambientes ou
equipamentos da universidade não estão sendo utilizados.
O uso de equipes de segurança representa uma forma de estabelecer
responsabilidades em relação ao desperdício, que é um dos principais problemas,
responsável tanto por provocar perdas financeiras, como também por comprometer
a realização plena da Sustentabilidade na instituição.
A atenção constante às fontes de desperdício evidencia um compromisso com
a Sustentabilidade, mesmo em fase de assimilação da proposta pela instituição,
como é o caso da instituição pesquisada. Segundo Tauchen e Brandli (2006, p. 508),
[...] os princípios e práticas da sustentabilidade são necessários, seja para
iniciar um processo de conscientização em todos os seus níveis, atingindo
professores, funcionários e alunos, seja para tomar decisões fundamentais
sobre planejamento, treinamento, operações ou atividades comuns em suas
áreas físicas.
O processo de conscientização, numa Instituição de Ensino Superior, é
fundamental, por envolver ações perceptíveis aos acadêmicos. A redução do
desperdício de energia elétrica é um exemplo que pode ser usado nas casas dos
alunos, colaborando com a diminuição dos danos ao Meio Ambiente.
Na Unicentro, a colocação de telhas transparentes no jardim de inverno,
citada pelo DIRETOR D revela que, no caso da energia elétrica, há iniciativas
planejadas, como esta, no sentido de aproveitar aspectos do ambiente, como a luz
solar, para permitir a economia deste recurso.
Em relação ao desenvolvimento de alguma ação de monitoramento/redução
do consumo da água, os participantes da pesquisa apontaram:
QUADRO 5 – DESENVOLVIMENTO DE AÇÃO ENVOLVENDO O MONITORAMENTO/REDUÇÃO
DO CONSUMO DE ÁGUA NA UNICENTRO
56
PARTICIPANTE
DIRETOR A
RESPOSTA
“Sim. Preocupação com o uso racional visando também à
economia financeira, mas principalmente o desperdício e assim
contribuindo com a natureza”.
DIRETOR D
“Sim. Motivo principal é a preocupação com o meio ambiente”.
Fonte: Pesquisa de Campo (2013)
Os participantes da pesquisa revelam que há uma preocupação com a
questão do consumo da água, condição relevante, pois o recurso natural é finito.
Nesse sentido, a conscientização permite que as instituições incorporem práticas
que resultem tanto na diminuição do desperdício, como também no aproveitamento
de fontes alternativas, como a água da chuva, que pode ser usada na limpeza das
calçadas, por exemplo.
O desperdício da água requer um foco redobrado no âmbito das ações de
Sustentabilidade, pois o Brasil apresenta uma taxa elevada de desperdício, que
alcança o patamar de 70% (MMA, 2013).
Considerando esse índice alarmante, qualquer medida colocada em prática é
determinante para, em um primeiro momento, despertar a consciência sobre a
importância do uso racional da água. E, numa segunda etapa, resultar em economia
e na diminuição do desperdício. Ao adotar essa postura, a instituição pode salientar
que é possível conciliar seus interesses e seu consumo com a preservação
ambiental (BATISTA, 2010).
Independente da existência de uma Agenda Ambiental, a atenção ao uso dos
recursos hídricos vem sendo incorporada às instituições públicas. A percepção de
que o desperdício de água afeta a sua oferta, impõe que medidas de contenção e
uso racional sejam implantadas, visando, também, atender a dimensão econômica,
pelo fato de o custo da água tratada ser significativo.
Na Unicentro, as ações efetivas no tocante ao uso da água são:
QUADRO 6 – MEDIDAS ADOTADAS PELA UNICENTRO NO USO DA ÁGUA
PARTICIPANTE
DIRETOR A
MEDIDAS
“Nas novas construções, os projetos já prevêem a captação da
água pluvial, que será utilizada na lavagem de calçadas e também
nos vasos sanitários. É realizado um trabalho de troca de hidras
por outras mais econômicas. Foi contratada uma empresa para
detectar possíveis vazamentos. A água para regar as hortaliças é
captada de um tanque de água proveniente de um córrego
existente no campus. Existe a previsão de instalação de um
57
destilador central com reaproveitamento da água utilizada, com
este destilador central se usará 20 litros de água para destilar um
litro. Sendo que esta água será reutilizada em sanitários e irrigação
(nos dias atuais da forma como vem se destilando, é usado 40
litros de água para um litro destilado)”.
DIRETOR D
“Poços artesanais no CEDETEG, filtragem de água para consumo.
Pretende-se fazer um trabalho de conscientização, principalmente
junto aos acadêmicos”.
Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013)
As medidas destacadas pelos diretores A e D revelam uma preocupação da
Unicentro com relação ao uso da água, sendo utilizadas inúmeras técnicas que
favorecem a captação desse recurso em fontes alternativas, o que resulta em
aproveitamento que atenta tanto para a dimensão econômica como para a dimensão
ambiental.
A ausência de uma Agenda Ambiental formalizada, na Unicentro, não impede
que iniciativas sejam desenvolvidas visando à redução do desperdício e o uso
racional dos recursos naturais como a água. Pelo fato de haver inúmeros cursos que
abordam a temática ambiental, a própria prática educativa possibilita que projetos
possam ser desenvolvidos, resultando, para os acadêmicos, na aquisição de
conhecimentos importantes para seu aprendizado e para a instituição, bem como na
incorporação de técnicas que resultem em economia e diminuam o desperdício dos
recursos naturais.
O trabalho de conscientização junto aos acadêmicos, citado pelo DIRETOR D,
engloba a Educação Ambiental, que é uma importante ação no desenvolvimento da
Sustentabilidade nas instituições públicas. Tauchen e Brandli (2006, p. 504) relatam
que:
A Educação Ambiental, um dos pilares do desenvolvimento sustentável,
contribui para a compreensão fundamental da relação e interação da
humanidade com todo o ambiente e fomenta uma ética ambiental pública a
respeito do equilíbrio ecológico e da qualidade de vida, despertando nos
indivíduos e nos grupos sociais organizados o desejo de participar da
construção de sua cidadania.
A A3P ressalta a necessidade de conscientização dos servidores, pois um
projeto de Educação Ambiental é o instrumento mais adequado. Ainda mais, nas
Instituições de Ensino Superior, pois facilita a extensão à comunidade acadêmica, de
sorte que as medidas tomadas evidenciem o comprometimento da instituição com a
Sustentabilidade e com a busca de alternativas para um consumo racional dos
58
recursos naturais, como por exemplo, a água.
Outro aspecto a ser salientado na questão da água é que, nos novos projetos,
são incorporadas medidas para melhor aproveitamento e captação alternativa desse
recurso, condição compatível com a Sustentabilidade. Esse instrumento gerencial
prevê a definição de ações futuras visando tanto ao aprimoramento, como à inserção
de melhorias na instituição, a fim de potencializar e aprimorar o uso dos recursos
naturais.
Celestino Neto (2011) assegura que a Sustentabilidade contempla as ações
desenvolvidas pelas organizações no futuro, mas propiciando que sejam estimadas
medidas futuras que garantam a implantação de um foco gerencial que contemple o
aprimoramento das suas atividades operacionais e administrativas. Enfatiza,
também, que as instituições necessitam avançar constantemente no tocante a seu
comprometimento com a questão ambiental.
Em relação ao fato de a Unicentro desenvolver alguma ação de
monitoramento/redução do consumo de copos plásticos, os participantes da
pesquisa indicaram:
QUADRO 7 – DESENVOLVIMENTO DE AÇÃO ENVOLVENDO O MONITORAMENTO/REDUÇÃO
DO CONSUMO DE COPOS PLÁSTICOS NA INSTITUIÇÃO
PARTICIPANTE
DIRETOR A
RESPOSTA
“Não. Diretamente não tem uma política neste sentido, inexistem
campanhas permanentes neste sentido”.
DIRETOR D
“Não existe nenhuma ação nesse sentido”.
Fonte: Pesquisa de Campo (2013)
O fato de existir ausência de ação envolvendo o monitoramento/redução do
consumo de copos plásticos na Unicentro pode ser decorrente do baixo custo
econômico desse material, sendo ignorado, neste contexto, o risco significativo que
o plástico ocasiona ao Meio Ambiente. Cabe ressaltar que a incorporação dos
copos plásticos na A3P é decorrente do fato de esse material se “[...] constituir em
um dos principais resíduos gerados pela Administração Pública na forma,
principalmente, de copos plásticos utilizados para o consumo de café e de água”
(BRASIL, 2012, p. 73).
Ao considerar a utilização significativa dos copos plásticos, a A3P propõe, às
instituições públicas, que atentem para seu correto descarte, pelo fato de não
59
poderem ser reaproveitados. Além disso, sejam implementadas medidas que
possibilitem diminuir sua utilização na organização, o que resultará, tanto em
economia para a instituição, como para ressaltar o seu comprometimento com a
causa ambiental.
A Unicentro tentou implantar uma medida alternativa para diminuir o uso dos
copos plásticos, conforme relato dos participantes da pesquisa:
QUADRO 8– MEDIDAS ADOTADAS PELA UNICENTRO PARA REDUZIR O CONSUMO DE
COPOS PLÁSTICOS
PARTICIPANTE
DIRETOR A
MEDIDAS
“Aconteceu uma única vez a distribuição de canecas, mas não foi
realizada uma campanha de conscientização. Apesar de algumas
pessoas e alguns departamentos de forma isolada, utilizem suas
canecas até hoje.”.
DIRETOR D
“A Administração sente muita dificuldade em colocar em prática
esse tipo de ação. No passado foi feita uma campanha para o uso
de canecas, mas não existe uma campanha permanente e muitos
já deixaram de utilizá-las”.
Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013)
O fato de uma medida não ter apresentado resultado evidencia a necessidade
de a Unicentro manter uma postura de insistência, considerando que determinados
hábitos não são de fácil modificação. A resistência à mudança pode ser decorrente
da impressão de que o copo plástico, em virtude do seu tamanho, não ocasione
problemas ambientais. Para que essa percepção seja reavaliada, é importante a
manutenção de campanhas permanentes de conscientização, de forma que os
servidores possam rever suas posturas e venham a ter uma participação mais
efetiva no compromisso ambiental assumido pela instituição.
Machado (2012, p. 7) reconhece que “Promover a mudança nos padrões de
consumo, de hábitos e de atitudes dos indivíduos não é tarefa fácil, mas deverá ser
estimulada”. No caso do uso dos copos plásticos, a definição de medidas e seu
emprego sistemático, de forma contínua, pode ser determinante para a modificação
de hábitos na instituição.
No que se refere ao desenvolvimento, por parte da Unicentro, de alguma ação
de monitoramento/redução do consumo de outros materiais/recursos que podem
causar impactos ambientais significativos, os participantes da pesquisa apontaram:
QUADRO 9 – DESENVOLVIMENTO DE AÇÃO ENVOLVENDO O MONITORAMENTO/REDUÇÃO
60
DO CONSUMO DE OUTROS MATERIAIS/RECURSOS NA INSTITUIÇÃO
PARTICIPANTE
DIRETOR A
RESPOSTA
“Sim. Considerando a utilização de produtos químicos sente-se a
necessidade de monitorar e reduzir o consumo destes produtos”.
DIRETOR D
“Sim. Preocupação com o descarte e a preocupação principal
também é poupar e colaborar com o Meio Ambiente”.
Fonte: Pesquisa de Campo (2013)
A postura adotada pela Unicentro, no tocante ao monitoramento/redução de
consumo de outros materiais/recursos, é compatível com as atividades educativas
que realiza, sobretudo no uso dos produtos químicos, que demandam uma atenção
especial devido ao alto risco que apresentam no caso do descarte incorreto, tanto
para o Meio Ambiente como para a saúde humana.
Além dos produtos químicos, empregados em cursos como Veterinária,
Farmácia, Enfermagem, Agronomia, Química, entre outros, há toda uma gama de
resíduos que demandam uma atenção especial, na instituição, para seu correto
descarte, que são apresentados por Saqueto (2010, p. 10):
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
Resíduos de gráficas e copiadoras;
Resíduos de restaurantes e lanchonetes;
Resíduos de informática;
Resíduos dos setores acadêmicos e administrativos;
Resíduos similares ao lixo doméstico;
Resíduos de construção civil e demolição;
Resíduos de podas de árvores e limpeza do campus;
Resíduos de laboratórios;
Resíduos agrícolas e pastoris.
Considerando a variedade desses resíduos, evidencia-se a necessidade de
uma gestão adequada independente da existência da A3P na instituição, e revela
que a adoção da Agenda representa significativa contribuição para que haja melhor
controle no seu descarte e, também, a possibilidade da redução de sua geração.
Em relação à Unicentro, foram citadas, pelos participantes da pesquisa, como
exemplo de descarte de resíduos de materiais e recursos:
QUADRO 10– MEDIDAS ADOTADAS PELA UNICENTRO PARA O
MONITORAMENTO/REDUÇÃO DE RESÍDUOS NA UNICENTRO
PARTICIPANTE
DIRETOR A
MEDIDAS
“Ações como produção orgânica de frutas reduzindo o uso de
insumos e defensivos. Existe uma empresa terceirizada que faz a
coleta dos resíduos químicos e animais e dá o destino adequado a
esses resíduos. É feita a racionalização dos produtos, utilizando-se
só o necessário. O que pode ser aproveitado é coletado e
61
reutilizado novamente. Está sendo criado um almoxarifado central
de reagentes, onde são retirados do almoxarifado e utilizados pelos
laboratórios e o restante devolvido para o almoxarifado central
evitando o desperdício”.
DIRETOR D
“Atualmente é feito o descarte de computadores e móveis, mas os
mesmos, não são jogados no Meio Ambiente. Com os
computadores existe um projeto onde são aproveitadas peças de
vários e montados alguns computadores com as peças em boas
condições. Estes computadores são doados a instituições também
carentes, já com os móveis fazem a recuperação e voltam a usálos, sendo que estes móveis para a universidade não existia mais
valor”.
Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013)
As medidas exemplificadas pelos diretores revelam a intenção da Unicentro
em permitir tanto a redução do uso de resíduos, como vem ocorrendo com a adoção
da produção orgânica, na qual o emprego de defensivos agrícolas é minimizado;
como também o reaproveitamento de materiais, servindo, inclusive, para a doação, o
que ressalta o papel da universidade em interagir com a comunidade.
O reaproveitamento identifica uma conduta de responsabilidade ambiental
significativa, pois o material repassado à comunidade demonstra a intenção da
Unicentro em contribuir tanto na esfera social como na ambiental.
Pela diversidade de materiais e resíduos, a atenção, por parte dos gestores e
dos servidores da Unicentro, deve ser redobrada. É importante, neste caso, assimilar
algumas medidas propostas pela A3P, por conferir a condição de uma gestão mais
qualificada, possibilitando que haja o reaproveitamento quando possível.
Outro aspecto a ser considerado refere-se ao descarte correto dos materiais e
resíduos, tanto como atendimento às determinações legais vigentes como na
preservação do Meio Ambiente e da saúde humana. Ao assumir essa postura, a
Universidade exercerá sua Responsabilidade Ambiental, condição que impacta na
sua imagem institucional. (GOLDONI, 2013).
O comprometimento com o monitoramento/redução de materiais/recursos por
parte da instituição configura-se como uma ação de Sustentabilidade que gera
repercussões econômicas e ambientais, evidenciando que a atenção a ser
dispensada deve ser a mais consistente possível.
A Universidade, pelo conhecimento que domina, não pode eximir-se da
responsabilidade de efetivar ações sustentáveis, sendo que, na Unicentro, no
tocante ao monitoramento/redução de materiais/recursos, há ações positivas, que
62
precisam ser ampliadas, posto que a Sustentabilidade demanda um processo
contínuo de incorporação/melhoria de ações sustentáveis.
4.6.2 Eixo 2 – Gestão Adequada dos Resíduos Gerados
No que se refere ao desenvolvimento e incentivo da política dos 5R‟s na
Unicentro, as respostas ressaltam:
QUADRO 11 – DESENVOLVIMENTO E INCENTIVO À POLÍTICA DOS 5R’S NA UNICENTRO
PARTICIPANTE
DOCENTE A
RESPOSTA
“Não. Não existe uma política dentro da universidade que incentive
e aborde sobre a iniciativa dos 5R‟s”.
Fonte: Pesquisa de Campo (2013)
Os 5R‟s correspondem aos princípios que norteiam o desenvolvimento da
A3P nas instituições públicas, correspondendo a: repensar (relacionado ao uso
racional dos recursos naturais e bens públicos); reduzir (que contempla a gestão
adequada dos materiais e recursos utilizados); reaproveitar (indicando o máximo
aproveitamento dos materiais e recursos); reciclar (reduzindo o desperdício); e
recusar consumir produtos que gerem impactos socioambientais significativos
(atrelado à licitação sustentável) (BRASIL, 2012, p. 36).
Não havendo uma abrangência maior, devido à falta de uma Agenda
Ambiental, que efetive, de forma plena, a Sustentabilidade, a implantação de alguns
dos 5Rs, por si só, não terá o efeito esperado. É preciso considerar que a efetização
da Sustentabilidade poderá resultar em uma melhor gestão da instituição, tanto na
perspectiva econômica, advinda da economia no uso racional dos recursos, como de
um comprometimento maior com a temática ambiental.
Os 5R‟s procuram sintetizar as ações da A3P, possibilitando que tanto os
gestores como os servidores tenham uma noção mais consistente do significado das
medidas utilizadas na estrutura organizacional visando minimizar o impacto
ambiental das atividades desenvolvidas e estimular o uso adequado dos recursos e
materiais.
Nesse sentido, Martins et al (2009) relatam que a A3P não apresenta medidas
63
complexas ou de difícil execução, mas sim ações passíveis de serem concretizadas.
Eles identificaram que essa Agenda foi formulada em consonância com as inúmeras
situações que ocorrem nas instituições públicas, possibilitando que haja posturas
que favoreçam a prática de ações que contribuam para a preservação ambiental.
Uma participante da pesquisa esclareceu que:
QUADRO 12– MEDIDAS ADOTADAS PELA UNICENTRO PARA O MONITORAMENTO/REDUÇÃO
DE RESÍDUOS NA UNICENTRO
PARTICIPANTE
DOCENTE A
MEDIDAS
“Existem alguns projetos de extensão ou algumas ações isoladas
de alguns departamentos pedagógicos mais voltados aos
discentes”.
Fonte: Pesquisa de Campo (2013)
A atenção aos discentes é importante, porém, é preciso que haja um alcance
maior desses projetos e ações, sendo necessário que estejam embasados nos
princípios constantes na A3P, como os 5R‟s, posto que conferem um embasamento
maior para que as medidas desenvolvidas na instituição se tornem mais relevantes
na perspectiva ambiental.
No que se refere ao atendimento à Resolução do CONAMA n. 275/2005,
acerca da coleta seletiva, a participante da pesquisa informou que:
QUADRO 13 – ATENDIMENTO A RESOLUÇÃO DO CONAMA N. 275/2005 PELA INSTITUIÇÃO NO
QUE SE REFERE À COLETA SELETIVA
PARTICIPANTE
DOCENTE A
RESPOSTA
“Não. Não existe uma política mais efetiva dentro da universidade,
somente algumas ações”.
Fonte: Pesquisa de Campo (2013)
A Resolução do CONAMA 275/2005 estabelece orientações para o
desenvolvimento da coleta seletiva, instituindo o código de cores para os diferentes
tipos de resíduos, visando favorecer sua correta destinação.
O código de cores apresenta a seguinte distribuição:
FIGURA 1 – CÓDIGO DE CORES PARA A COLETA SELETIVA
64
Fonte: BRASIL (2012)
Por meio dessas cores, há a orientação clara, o que favorece o descarte
correto dos resíduos, contribuindo para que a coleta efetivamente seletiva seja feita.
No caso da instituição de ensino há, também, a conscientização junto aos discentes,
que podem descartar seus resíduos nas lixeiras coloridas, obedecendo à
classificação proposta pela Resolução CONAMA n. 275/2005.
A mesma participante da pesquisa fez os seguintes esclarecimentos acerca
de algumas medidas efetivas envolvendo a coleta seletiva:
QUADRO 14– MEDIDAS ADOTADAS PELA UNICENTRO NA COLETA SELETIVA
PARTICIPANTE
DOCENTE A
MEDIDAS
“Atualmente, na Universidade existe a coleta de papel, resíduos
eletrônicos, plásticos e resíduos químicos, este último é
terceirizado. Já com relação às lâmpadas não se têm um destino
adequado”.
Fonte: Pesquisa de Campo (2013)
As medidas de coleta seletiva na instituição ainda não contemplam a
abrangência de resíduos existentes na sua estrutura organizacional, conforme
identificado pela DOCENTE A, sendo importante que essa situação seja revista para
evitar que haja problemas à saúde das pessoas, sobretudo no tocante aos resíduos
químicos, como também ao Meio Ambiente, principalmente quando se considera
que, no exercício de sua Responsabilidade Ambiental, a organização necessita
efetivar um descarte correto dos resíduos e dos materiais que produz/utiliza.
Catalão, Layrargues e Bacelar (2011, p. 20) relatam que:
65
A coleta seletiva é um poderoso instrumento de redução do volume de
resíduos sólidos urbanos encaminhados aos locais de disposição final, pois
pressupõe o reaproveitamento e a reciclagem de partes dos resíduos
coletados. A coleta seletiva facilita a gestão dos resíduos além de minimizar
o impacto sobre o meio ambiente.
A coleta seletiva é um instrumento importante nas instituições, sendo que o
emprego do padrão de cores contribui para que haja uma destinação adequada,
como também colabora com a ação dos catadores e dos coletores de resíduos.
Na A3P, no tocante à coleta seletiva, há a previsão das ações relativas às
lâmpadas. São ações que não vêm sendo observadas na Unicentro, fato que
evidencia que uma Agenda Ambiental é de grande valia para a gestão ambiental na
instituição.
No que se refere à realização da coleta seletiva solidária, nos termos do
Decreto n. 5.940/2006, uma participante da pesquisa expõe:
QUADRO 15 – ATENDIMENTO AO DECRETO N. 5.940/2006 PELA INSTITUIÇÃO NO QUE SE
REFERE À COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA
PARTICIPANTE
DOCENTE A
RESPOSTA
“Sim. Existe uma política de coleta seletiva solidária somente no
que diz respeito ao papel”.
Fonte: Pesquisa de Campo (2013)
A coleta seletiva solidária, conforme preconizado pelo Decreto n. 5.940/2006,
envolve a separação dos resíduos sólidos recicláveis para serem encaminhados às
associações e cooperativas de catadores desses materiais.
Portanto, em 2010 foi elaborada a Política Nacional de Resíduos Sólidos que
é regida pela Lei n. 12.305/2010, tendo como principal foco a intenção de permitir a
destinação correta destes resíduos, que acabam gerando grande impacto negativo
no Meio Ambiente quando descartado de forma inadequada. Nesse sentido, essa
política abarca diretriz e ações relacionadas à gestão integrada e ao gerenciamento
adequado desses resíduos.
Os principais componentes dessa política são: fechamentos de lixões até
2014, só rejeitos não recicláveis poderão ser encaminhados para os aterros
sanitários e a elaboração de planos para o descarte adequado de resíduos sólidos
em nível municipal (CALIXTO, 2012).
66
Outro importante aspecto a ser considerado nessa política é a atenção
dispensada aos catadores ecológicos, que são importantes para efetivar a coleta
seletiva, oportunizando, além da geração de renda, uma contribuição relevante para
o meio ambiente, pois, ao fazerem a coleta, contribuem para o aproveitamento de
materiais, como também reduzem a possibilidade de serem descartados no Meio
Ambiente.
No caso da Unicentro, as ações desenvolvidas limitam-se ao papel,
evidenciando que existe a possibilidade de que outros materiais possam ser
repassados às associações e cooperativas, como os resíduos orgânicos, cujo
excedente que não é utilizado nas atividades da instituição, pode ser encaminhado
às pequenas propriedades rurais.
No caso dos materiais de informática, conforme apontado pelo DIRETOR D,
há o aproveitamento, ainda que não atrelado à coleta seletiva, mas visando à
montagem de produtos a serem doados. Nesse sentido, a universidade, como
instituição de ensino, pode desenvolver iniciativas que permitam o reaproveitamento
de materiais, vindo a contribuir com a comunidade.
A participante expôs também que:
QUADRO 16– MEDIDAS ADOTADAS PELA UNICENTRO NO ATENDIMENTO AO DECRETO N.
5.940/2006
PARTICIPANTE
DOCENTE A
MEDIDAS
“A partir de 2014 esta coleta vai ser obrigatória, deixando de ser
solidária”.
Fonte: Pesquisa de Campo (2013)
A obrigatoriedade da coleta seletiva é relevante, mas não pode se limitar ao
papel, sendo que também devem ser incorporados outros materiais, para a devida
reutilização, no sentido de se evitar o desperdício, além de propiciar o correto
descarte dos resíduos.
No que se refere à existência de uma Comissão de Coleta Seletiva Solidária
na instituição, segundo determinações do Decreto n. 5.940/2006, a participante da
pesquisa informou que:
QUADRO 17– EXISTÊNCIA DA COMISSÃO DE COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA NA UNICENTRO
CONFORME DETERMINAÇÃO DO DECRETO N. 5.940/2006
67
PARTICIPANTE
MEDIDAS
DOCENTE A
“Não. Inexiste uma política de meio ambiente na instituição”.
Fonte: Pesquisa de Campo (2013)
A Comissão de Coleta Seletiva Solidária, segundo o Decreto n. 5.940/2006,
tem um importante papel na execução das ações dessa modalidade de coleta, para
atuar, sobretudo, na coleta e no encaminhamento adequado dos resíduos e
materiais destinados à reciclagem.
Na Unicentro, a DOCENTE A revelou a inexistência de uma política de Meio
Ambiente, fator que evidencia a ausência de uma Agenda Ambiental mais
consistente, pois as medidas adotadas pela instituição são efetivadas de forma
espontânea, ou seja, sem que haja um planejamento, tampouco instrumentos de
controle e previsão de aprimoramento dessas ações.
A ausência de uma política voltada ao Meio Ambiente inviabiliza a constituição
de comissões, que são consideradas como componentes importantes para a
efetivação da uma Agenda Ambiental, como a A3P.
Campos (2013) pontua que essas comissões são responsáveis pela
execução, avaliação e apresentação de resultados relativos às medidas ambientais
adotadas na instituição, as quais encontram, nas diretrizes propostas pela A3P, um
amparo significativo para oportunizar os resultados esperados, tanto na perspectiva
econômica como na ambiental.
Nesse sentido, a instituição de Ensino Superior analisada tem claro que uma
comissão desempenha um papel importante nas ações relativas à questão
ambiental, porque a Docente A indica que há uma comissão instituída para tratar da
coleta de papel.
É importante que a comissão tenha ciência de que seu principal foco é o de
elaborar e contribuir para a execução de uma política ambiental, que encontra maior
ressonância quando amparada na A3P, para colaborar no sentido de que a
Sustentabilidade seja efetivada de forma plena. Caso contrário, a atuação da
comissão pode ficar restrita ao gerenciamento/monitoramento das ações já
desenvolvidas.
No que se refere à destinação adequada dos resíduos perigosos, a
participante da pesquisa apontou a seguinte situação:
68
QUADRO 18– DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS PERIGOSOS PELA UNICENTRO
PARTICIPANTE
DOCENTE A
MEDIDAS
“Existe uma preocupação da universidade com relação ao destino
dos resíduos químicos.”.
Fonte: Pesquisa de Campo (2013)
A atenção
com
o
destino
dos
resíduos
perigosos
representa
um
comprometimento da instituição com as diretrizes legais que tratam dessa temática,
como também com a intenção de minimizar os riscos, que envolvem o Meio
Ambiente e a saúde humana.
A destinação desses resíduos, na Unicentro, conforme informação da
DOCENTE A, é feita por uma empresa terceirizada, que aloca os materiais nos
lugares adequados, reduzindo a possibilidade de ocorrências como, por exemplo, a
contaminação ambiental.
Contudo, o fato de uma empresa terceirizada efetivar a destinação não exime
a instituição de investir no treinamento dos servidores que manipulam esses
resíduos. Para Saqueto (2010), o conhecimento prévio é relevante tanto para
minimizar os riscos, como também para oportunizar uma percepção mais
significativa acerca do descarte correto, possibilitando que os profissionais que o
realizam tenham condições de avaliar a qualidade dos serviços prestados pela
organização contratada.
4.6.3 Eixo 3 – Qualidade de Vida no Ambiente de Trabalho
A inclusão da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), na A3P, revela que essa
Agenda tem um comprometimento significativo com o ser humano, não atrelando
seu foco à temática ambiental, mas procurando valorizar as pessoas, como
promotoras das ações, contribuirão para a minimização dos impactos das atividades
desenvolvidas pela instituição no Meio Ambiente.
Conforme identifica a referida Agenda, a QVT é um compromisso da
Administração Pública com seus servidores, ao pactuarem uma relação de respeito
entre as instituições públicas e as pessoas que atuam em suas estruturas
organizacionais. Nesse sentido, cabe ressaltar que:
69
A administração pública deve buscar permanentemente uma melhor
Qualidade de Vida no Trabalho promovendo ações para o desenvolvimento
pessoal e profissional de seus servidores. Para tanto, as instituições
públicas devem desenvolver e implantar programas específicos que
envolvam o grau de satisfação da pessoa com o ambiente de trabalho,
melhoramento das condições ambientais gerais, promoção da saúde e
segurança, integração social e desenvolvimento das capacidades humanas,
entre outros fatores (BRASIL, 2012, 43).
A busca permanente pela melhor QVT possível para o servidor evidencia um
compromisso significativo da instituição com o bem estar humano, fazendo com que
a atenção que dispensa ao Meio Ambiente seja um desdobramento dessa proposta,
posto que esse meio influi diretamente na qualidade das pessoas.
Outro aspecto a ser considerado é que o ser humano passa a maior parte do
seu tempo diário no ambiente de trabalho, condição que ratifica a relevância da QVT,
portanto precisa preservar seu bem-estar, sentindo-se motivado para o exercício de
suas funções, colaborando, assim, mais efetivamente no sentido de a instituição
concretizar seus objetivos, incluindo as propostas que tratam da preservação
ambiental. Oliveira et al (2014, p. 3) pontuam que a instituição que desenvolve a
QVT evidencia o seu comprometimento com o “[...] bem-estar dos funcionários, pois
estes deixam de ser apenas trabalhadores tornando-se elementos estratégicos por
excelência, e assim, seu desempenho torna-se parte inerente ao desenvolvimento e
competitividade da organização”.
Na esfera da Sustentabilidade, a QVT revela-se como uma prática de gestão
de recursos humanos pautada na valorização do ser humano, dando oportunidade
para que a instituição se mobilize a fim de atender as necessidades e anseios do
servidor, ao favorecer o estabelecimento de uma relação mais dinâmica e, também,
contribuir para que este possa desempenhar suas atividades em um ambiente
seguro e compatível com o esforço que essas atividades exigem, minimizando os
riscos a sua integridade, a sua dignidade e a sua saúde. A QVT, no âmbito da
Sustentabilidade, torna-se, segundo Silva, Longo e Quelhas (2010, p. 83), “[...] a
condição de trabalho que fornece qualidade de vida sustentável, considerando os
aspectos relacionados à segurança econômica, ao bem-estar social e à qualidade
ambiental, definidos pelos valores das pessoas envolvidas ou afetadas”.
Quando incorporada à Sustentabilidade, a QVT favorece a conciliação entre
70
os interesses dos servidores e os da instituição, promovendo um nível maior de
satisfação que contribuirá para que eles desempenhem suas funções de forma
segura e compatível com suas particularidades, bem como a possibilidade de
desenvolverem um nível maior de comprometimento com os objetivos, as metas e os
projetos que a organização desenvolve.
Em relação à pesquisa realizada, o protocolo de Krüger et al (2011) é
abrangente, sendo que, na análise das respostas concedidas pelo DIRETOR B,
optou-se por dividir as questões em quatro segmentos, que são: condições
ambientais, atenção à saúde, desenvolvimento/capacitação e integração no
ambiente de trabalho.
4.6.3.1 Condições ambientais
Nas condições ambientais, o DIRETOR B elencou as seguintes situações:
QUADRO 19 – CONDIÇÕES AMBIENTAIS NA UNICENTRO
QUESTÃO
CONDIÇÃO
MOTIVO
EXISTENTE
CONSIDERAÇÕES DO
DIRETOR B
A UNICENTRO atende a
todas as exigências de
acessibilidade, em todas
as suas instalações?
Atende
A necessidade de facilitar
o acesso a todas as
dependências e a tudo
que
a
universidade
oferece
a
toda
a
comunidade acadêmica
independente de suas
dificuldades.
A UNICENTRO possui
preocupação com
a
ergonomia
de
mobiliários
e
equipamentos de uso
dos
servidores
e
bolsistas?
Possui
Mudança
de
infraestrutura e o programa
de atenção à saúde já
prevê esta preocupação
no que diz respeito à
ergonomia.
“Possui
elevadores,
rampas de acesso e
sinalizações.
Falta
avançar no que diz
respeito
à
deficiência
visual,
atualmente
os
softwares
não
estão
prontos para acesso dos
deficientes visuais”.
“O mapeamento já foi
iniciado de forma ainda
tímida pela Pró-Reitoria de
Recursos
Humanos
juntamente com a PróReitoria de Planejamento
e todos os setores da
universidade.
Serão
mapeados riscos físicos,
biológicos e químicos de
cada um dos ambientes.
Logicamente,
entre
mapear e mudar existe um
passo
grande,
pois
depende da adaptação e
71
Os
ambientes
da
UNICENTRO,
especialmente os de
trabalho, são salubres?
São
O ambiente de trabalho
deve ser ventilado e com
uma boa luminosidade.
reformulação da estrutura
física existente”.
“Os
ambientes
da
UNICENTRO
são
ventilados e claros. Está
sendo
feito
um
mapeamento de risco para
mostrar as condições de
trabalho. Falta dentro da
Universidade um espaço
para que o docente possa
desenvolver,
preparar
suas aulas, desta forma
não fixa o docente na
Universidade”.
Fonte: Pesquisa de Campo (2013)
Mediante o exposto pelo participante da pesquisa, o ambiente laboral da
instituição atende aos requisitos necessários para conferir mobilidade, bem estar e
salubridade aos servidores. No caso da Ergonomia, essa condição atende aos
requisitos legais instituídos em favor dos trabalhadores, os quais intentam garantir
condições mínimas para que os servidores possam exercer suas atividades com
segurança, minimizando os riscos de acidentes e de comprometimento à saúde dos
servidores.
A Constituição Federal (BRASIL, 1988) prevê que a dignidade do trabalhador
deve ser respeitada e preservada pelas organizações, sendo, as condições
ambientais de trabalho adequadas, determinantes para que tenha assegurada uma
qualidade de vida que seja digna e compatível com seus anseios e necessidades.
O DIRETOR B realçou que, no caso da Ergonomia, ainda estão sendo feitos
mapeamentos acerca da situação existente nos setores que compõem a instituição,
visando a futuras adaptações, ainda que ressalte que as mudanças não ocorrem de
forma célere. Contudo, a realização do mapeamento denota a preocupação dos
gestores da instituição com a saúde e o bem estar dos servidores, aspecto positivo
quando se considera a influência que o ambiente de trabalho exerce sobre o ser
humano.
Rocha (2012) aponta que a QVT, no tocante ao ambiente de trabalho,
demanda um acompanhamento constante, para que sejam efetivadas as mudanças
que garantam ao servidor a condição de exercer sua função de forma plena, ou seja,
com os riscos mitigados e com um Meio Ambiente que não influencie negativamente
72
na sua saúde.
A Sustentabilidade enfoca o bem-estar do ser humano, tendo a QVT como um
referencial significativo para a constituição de um ambiente laboral compatível com
as necessidades e anseios dos servidores, sendo que, no caso da Instituição de
Ensino Superior, sua forma de atuação pode servir como exemplo para as demais
organizações, atendendo sua função educativa e de compromisso em repassar para
a comunidade exemplos bem sucedidos de gestão organizacional.
4.6.3.2 Atenção à saúde
Em relação à atenção à saúde do servidor na instituição, o DIRETOR B
relatou:
QUADRO 20 – ATENÇÃO À SAÚDE DO SERVIDOR NA UNICENTRO
QUESTÃO
A UNICENTRO oferece
atividades de ginástica
laboral ou atividades
semelhantes aos seus
servidores e bolsistas?
CONDIÇÃO
EXISTENTE
Não oferece
MOTIVO
No momento não existe.
Está
nascendo
um
projeto chamado SASU –
Serviço de Atenção à
Saúde do Servidor da
UNICENTRO
Não tem profissionais
como:
Enfermeiro,
Médico
do Trabalho,
Psicólogos, Assistentes
Sociais no quadro para
isso.
A UNICENTRO possui
grupo especializado e/ou
capacitado para apoio às
neuroses
(antitabagismo,
alcoolismo, drogas e
neuroses diversas)?
A UNICENTRO possui
programa
de
saúde
ocupacional?
Não possui
Possui
Sentindo a necessidade,
está sendo criado o
SASU
A UNICENTRO possui
programa de orientação
nutricional?
Possui
Verificando também a
importância da orientação
nutricional,
a
Universidade possui o
ambulatório de Nutrição
disponível
e
em
funcionamento.
Fonte: Pesquisa de Campo (2013)
CONSIDERAÇÕES DO
DIRETOR B
“Este projeto terá um rol
de ações voltadas à saúde
do trabalhador, com várias
frentes: da promoção, da
prevenção e da educação
da saúde”.
“Ações de prevenção e
conscientização
estão
previstas no SASU”.
Existe
dificuldade
financeira nesse sentido,
nós não temos médico do
trabalho. O SASU não é o
PCMSO
(Plano
de
Controle Médico a Saúde
Ocupacional).
“A ideia é de que as ações
de Nutrição vão integrar o
SASU”.
73
A atenção à saúde do trabalhador é um dos principais referenciais do QVT,
pois o ambiente laboral não pode, em nenhuma circunstância, comprometer a
integridade física e mental do servidor. Cabendo a Universidade tomar as medidas
necessárias para que os riscos ao seu bem estar sejam reduzidos.
Contudo, conforme indicam Engelman, Guisso e Fracasso (2009), que a
atenção à saúde não pode se pautar no interesse da instituição em manter seu
servidor apto ao exercício da sua função, mas sim, como uma forma de respeitar sua
dignidade e de estabelecer um compromisso maior com seu bem estar.
Considerando as informações repassadas pelo DIRETOR B, a Unicentro
necessita rever sua gestão de recursos humanos, pois não está atenta para fatores
previstos na A3P, os quais conferem maior segurança e bem estar ao servidor. Essa
situação se confirma, a partir da constatação de que não há, ainda, um projeto
implantado para a saúde do servidor. Nesse cenário, o planejamento na área de
saúde não consegue atentar adequadamente para o desenvolvimento de ações que
influenciem no bem estar do trabalhador, sendo um exemplo a ginástica laboral, pois
proporciona maior qualidade de vida no seu cotidiano, reduzindo os riscos de lesões
e de algumas doenças ocupacionais.
Outra lacuna apontada pelo DOCENTE B refere-se a de apoio para os
servidores que apresentem alguma neurose, realçando que a falta de um programa
elaborado e efetivamente aplicado na instituição ocasiona sérios prejuízos ao
trabalhador, sobretudo na ausência de práticas que poderiam contribuir para o
exercício de suas funções. Nessa direção, Sampaio e Oliveira (2008, p. 72) indicam
que investir na qualidade de vida voltada aos funcionários, nas instituições “[...] se
constitui hoje uma das principais ações para a prevenção de problemas oriundos do
exercício laboral que, em condições inadequadas, podem ocasionar, pelo excessivo
ritmo de trabalho, grandes males à saúde dos trabalhadores”.
No caso da Unicentro, que oferta cursos que podem preparar abordagens
específicas em relação à QVT, como Enfermagem e Educação Física, a alegação de
que essa possibilidade envolveria custos significativos não se justifica, posto que há
profissionais qualificados para estabelecer desde programas de ginástica laboral,
como os professores de Educação Física como também a atenção inicial as
74
neuroses, efetivadas pelos enfermeiros.
Não há como uma instituição exercer sua Responsabilidade Ambiental de
forma plena quando não dá a devida atenção para o ser humano na sua estrutura
organizacional, especialmente no tocante à saúde, que é o fator que mais influencia,
não só no bem-estar do servidor, mas também, na sua produtividade. A falta da
devida atenção possibilita risco maior de comprometimento à sua qualidade de vida.
Nesse contexto, a A3P inclui a temática da QVT, reforçando que a noção de
Sustentabilidade, nas instituições públicas, não se limita à temática ambiental, mas
contempla o respeito à dignidade do ser humano que, em essência, é o principal
articulador das ações desenvolvidas pelas organizações no tocante à preservação
do Meio Ambiente.
4.6.3.3 Desenvolvimento/capacitação
Em relação às ações de desenvolvimento/capacitação dos servidores, o
DIRETOR B informa:
QUADRO 21 – DESENVOLVIMENTO/CAPACITAÇÃO DOS SERVIDORES DA UNICENTRO
QUESTÃO
A UNICENTRO incentiva
o desenvolvimento e a
capacitação de seus
servidores através da
autonomia
das
atividades
a
serem
desenvolvidas?
A UNICENTRO incentiva
o desenvolvimento e
capacitação de seus
servidores através do
aproveitamento
das
habilidades individuais e
coletivas?
CONDIÇÃO
EXISTENTE
Incentiva
Incentiva
MOTIVO
Existe uma preocupação
constante
com
a
capacitação
dos
servidores
da
Universidade, pois isso
traz crescimento pessoal
e profissional para os
servidores e proporciona
também
ganhos
na
qualidade
para
a
instituição.
Considera-se importante
este incentivo, pois esta
iniciativa
traz
contentamento
ao
servidor e para a equipe
onde (sic) ele atua.
CONSIDERAÇÕES DO
DIRETOR B
“Atualmente existe uma
série de iniciativas de
capacitação do servidor:
oficinas, cursos pontuais,
afastamento
parcial
e
integral para capacitação.
Nos últimos anos foram
ofertados vários cursos
(orçamento
corporativo,
projetos
e
convênios,
Contabilidade
Pública,
etc.)”.
“Infelizmente, hoje, não
existe
dentro
da
Universidade
um
mapeamento do servidor
com relação às suas
habilidades
e
competências, fazendo a
sua locação no setor, no
serviço e na função certa.
Não faz sentido, enquanto
a
Universidade,
com
75
A UNICENTRO incentiva
o desenvolvimento e
capacitação de seus
servidores através da
percepção do significado
do trabalho individual e
coletivo/
Incentiva
Considera-se o ambiente
de
trabalho
e
a
importância
da
capacitação,
sendo
fundamental
para
o
desenvolvimento
das
atividades
da
Universidade.
apenas 240 funcionários
efetivos, na conjuntura
atual isto é impossível”.
“Percebe-se que o corpo
de funcionários é mais
coeso
do
que
dos
docentes.
Pode
ser
considerada
a
independência
dos
docentes”.
Fonte: Pesquisa de Campo (2013)
O desenvolvimento/capacitação dos servidores é de grande relevância para
sua qualificação, especialmente porque atenta, também, para a aquisição de
habilidades e competências que influenciarão na qualidade do exercício funcional
efetivado. Como medida educativa, o desenvolvimento/capacitação permite ao
servidor desenvolver habilidades e capacidades que podem ser de grande valia no
cotidiano da organização, como também, para ele assimilar novos saberes que são
fundamentais para posicionar-se diante das propostas da instituição, como as que
envolvem as ações relativas ao A3P.
Dias (2001) identifica que os servidores públicos necessitam de constante
desenvolvimento/capacitação para terem uma aquisição contínua de saberes que
influenciarão na sua atuação laboral, como também, de possibilidades para que
tenha melhores condições, tanto para assimilar como de executar as propostas
administrativas/operacionais da instituição Esta se torna relevante quando se pensa
em Sustentabilidade, pelo fato de esta propor uma nova postura gerencial, que
demanda maior envolvimento dos servidores para atingirem as metas e objetivos
propostos.
O DIRETOR B pontuou que a instituição de Ensino Superior está atenta, no
sentido de oportunizar o desenvolvimento/capacitação de seus servidores, ainda que
haja uma lacuna, na instituição, em relação ao mapeamento das habilidades e
capacidades dos servidores Ele concorda que os indicadores podem servir para a
disponibilização de cursos e capacitações compatíveis com as necessidades e as
potencialidades existentes na instituição.
A concepção de desenvolvimento/capacitação dos servidores necessita
contemplar a problemática ambiental, pelo fato de ela ser relevante para a instituição
76
em toda sua estrutura organizacional, segundo Marcomim e Silva (2009, p. 113):
“[...] pessoas portadoras de uma sensibilidade particular para as questões
ambientais ou, na pior hipótese, que percebam claramente os diversos
elementos em causa; ou, na ausência provisória desse conhecimento, que
pelo menos não façam oposição”.
O desenvolvimento/capacitação, numa Universidade, pode se constituir em
um elemento que oportuniza aos servidores a condição de refletirem acerca da
temática ambiental, no sentido de incorporarem, de forma consciente, as medidas
definidas pelos gestores visando contribuir para a abordagem da preservação
ambiental no âmbito da Sustentabilidade.
4.6.3.4 Integração no ambiente de trabalho
O DIRETOR B, devido ao cargo que exerce na instituição, foi responsável por
responder as questões constantes no Protocolo de Krüguer et al (2011) dos eixos
Integração no Ambiente de Trabalho e Sensibilização e Capacitação dos servidores.
No que se refere à integração ao ambiente de trabalho, o DIRETOR B indicou:
QUADRO 22 – A INTEGRAÇÃO NO AMBIENTE DO TRABALHO DO SERVIDOR DA UNICENTRO
QUESTÃO
A UNICENTRO possui
controle da jornada de
trabalho?
CONDIÇÃO
EXISTENTE
Possui
MOTIVO
A jornada de trabalho
deve
ser
respeitada
(jornada de 8 horas
diárias e 40 horas
semanais)
A UNICENTRO incentiva
e promove a integração
social interna e externa,
através da ausência de
preconceitos?
Incentiva
A instituição promove
debates à integração e
de maneira sempre legal
e sempre respeitada.
A UNICENTRO incentiva
e promove a integração
social interna, através da
integração de servidores
em áreas comuns e
eventos de finalidade
integrativa?
Não incentiva
Não existem ações neste
sentido.
CONSIDERAÇÕES DO
DIRETOR B
“O
que
se
percebe
atualmente é a sobrecarga
dos servidores, carência
de servidores, tanto de
funcionários quanto de
professores”.
“Os concursos preveem a
inclusão das minorias,
inclusão do deficiente, do
afro-descendente,
cotas
para alunos carentes,
cotas
para
alunos
provenientes
da
rede
pública”.
“Existem apenas algumas
ações isoladas, mas que
não são da UNICENTRO,
ações
de
integração
promovidas
institucionalmente.
Exemplo: festas de final de
77
A UNICENTRO incentiva
e promove a integração
social interna, através do
senso comunitário?
Incentiva
A universidade incentiva
sim,
e
sabe
da
importância
desta
integração para toda a
comunidade acadêmica.
A UNICENTRO incentiva
e promove a integração
social interna, através da
promoção
dos
relacionamentos
interpessoais?
Incentiva
Sente sim a necessidade
desta
integração
e
procura promover na
medida do possível.
A UNICENTRO incentiva
e respeita a liberdade de
expressão?
Incentiva
A Universidade tem o
dever de servir de
exemplo nesta questão.
A UNICENTRO incentiva
e respeita a privacidade
pessoal?
Incentiva
A Universidade considera
a privacidade pessoal
muito importante.
ano de confraternização,
realmente não existem”.
“Existe o SIEPE, que é
uma atividade de ensino,
pesquisa e extensão que
congrega a Universidade
na
sua
totalidade,
integração de docentes e
servidores empossados,
integração das chefias
departamentais,
integra
todos os alunos, docentes,
pesquisadores
e
extensionistas. É uma
grande
atividade
de
integração
dos
vários
pilares da Universidade
(Ensino,
Pesquisa
e
Extensão)”.
“A integração depende
muito da liderança de cada
setor, seja administrativo
ou
pedagógico.
A
integração
é
macro,
devendo ser trabalhada
junto às chefias imediatas.
Em 2013, vários cursos
foram ofertados neste
sentido.
Exemplo:
Relacionamento
interpessoal, Mediação de
conflitos, Integração no
ambiente de trabalho e
várias
oficinas.
A
participação do servidor é
opcional
e
não
obrigatória”.
“Acontece de maneira
muito
acentuada.
A
liberdade de expressão, a
liberdade de recursos, a
liberdade
de
opinião,
dentro da universidade, é
muito forte, e nem poderia
ser
diferente.
Os
conselhos
superiores
permitem que toda a
comunidade
acadêmica
possa recorrer de qualquer
coisa”.
“Respeita e a comunidade
acadêmica não é exposta,
não tem sua privacidade
ferida. O que existe são
pessoas que se expõem
(exemplo:
facebook),
ficando a universidade
sem
condições
de
78
A UNICENTRO incentiva
e respeita o tratamento
impessoal?
Incentiva
Sim. Todas as regras
para o tratamento de
todas as situações são
estabelecidas
em
regulamentos e em leis.
Pois os regulamentos nos
cercam, mas ao mesmo
tempo, nos protegem.
interferir”.
“A
universidade
é
absolutamente impessoal
no
sentido
da
impessoalidade
e
da
legalidade da relação que
uma instituição pública
tem que ter”.
Fonte: Pesquisa de Campo (2013)
O DIRETOR B identificou, apenas, ausência de incentivo a eventos com
finalidade integrativa. Há, porém, no ambiente da instituição, um respeito
significativo a valores importantes nas relações humanas, como a privacidade e o
direito de expressão, além de serem ofertados cursos como forma de contribuir na
integração interna dos servidores.
A integração ao ambiente de trabalho é relevante para que a instituição
consiga realizar a junção e a coesão de esforços em torno das ações, dos objetivos
e das metas propostas, fator valorizado no âmbito da gestão pautada pela
Sustentabilidade.
Schneider (2013) relata que o ser humano, na gestão sustentável, passa a ter
destacadas suas capacidades e seus valores, fazendo com que se sinta plenamente
inserido no ambiente de trabalho, podendo ter um maior comprometimento com as
propostas de ações indicadas pela instituição.
A integração do Meio Ambiente ao trabalho permite que os servidores tenham
uma noção mais significativa do impacto das ações previstas na estrutura
organizacional, e tenham condições de contribuir para que as medidas previstas em
uma Agenda Ambiental, por exemplo, possam ser concretizadas e surtam os efeitos
esperados.
A condição da instituição, apresentada pelo DIRETOR B, denota a intenção
de promover uma interação ambiental laboral mais significativa, sendo feitos
esforços visando à aproximação entre os servidores, ao mesmo tempo em que há
espaço para que, individualmente, possam se manifestar e realçar suas percepções
pessoais a respeito da Universidade.
O programa SIEPE, por exemplo, oportunizada uma integração maior no
ambiente universitário, fazendo com que com que a instituição se torne um espaço
79
de interações, em busca de alternativas diante das situações que são vivenciadas
tanto pela universidade como também pela comunidade acadêmica.
Nesse contexto, a implantação de uma Agenda Ambiental encontra espaço
para ser amplamente debatida, como também integrada às condições existentes na
instituição. Isso contribui para que as medidas adotadas estejam coerentes com as
noções de Sustentabilidade que embasam a gestão, a partir do momento em que a
entidade se compromete com uma Agenda dessa natureza.
4.6.4 Sensibilização e Capacitação dos Servidores
Em relação à Sensibilização e à Capacitação dos Servidores, o DIRETOR B
apontou as seguintes situações:
QUADRO 23 – SITUAÇÕES RELATIVAS À SENSIBILIZAÇÃO E CAPACITAÇÃO DOS
SERVIDORES NA UNICENTRO
QUESTÃO
SITUAÇÃO
MOTIVO
A
UNICENTRO
desenvolve ações de
sensibilização
e
capacitação com os
serviços
técnicoadministrativos?
Sim
Considerando
a
importância
para
a
UNICENTRO
da
sensibilização
e
capacitação
dos
servidores, existe uma
preocupação
muito
grande com isto.
A
UNICENTRO
desenvolve ações de
sensibilização
e
capacitação com os
servidores docentes?
Sim
Como
instituição
de
ensino, a UNICENTRO
tem a preocupação de
capacitar e, também, de
sensibilizar os servidores
docentes, pois estes
estão
constantemente
repassando
conhecimentos e, ainda,
trabalhando
na
sensibilização
dos
acadêmicos.
CONSIDERAÇÕES DO
DIRETOR B
“Dentro da Universidade
nós temos o PROVARS –
Programa de Valorização
do Servidor. Todo mês tem
uma iniciativa para o
servidor e o SASU vai
coroar na sequência. O
PROVARS é voltado para
os servidores técnicoadministrativos.
Já
o
SASU vai ser voltado para
todos, inclusive para os
terceirizados.
Existe
também o Regulamento
de
Capacitação
dos
Servidores
TécnicoAdministrativos”.
“A Universidade possui o
Plano
Anual
de
capacitação docente, com
a flexibilização de horários
colaborando desta forma
para a capacitação”.
80
A
UNICENTRO
desenvolve ações de
sensibilização com o
corpo discente?
Sim
A
UNICENTRO
desenvolve ações de
sensibilização com a
comunidade no entorno
da instituição?
Sim
Verificando
a
necessidade
e
a
importância
do
engajamento dos alunos
no que diz respeito à
sensibilização com as
questões ambientais.
Sente a necessidade de
repassar
para
a
comunidade
o
conhecimento
que
possui, colaborando para
que
a
comunidade
adquira conhecimentos
por meio de projetos
ofertados pela extensão.
“É comum nas matrizes
curriculares dos cursos:
disciplinas de ética e
responsabilidade social e
ambiental”.
“Atuação
na
esfera
extencionista, a extensão
desenvolve um conjunto
de
atividades
de
integração da comunidade
para com a Universidade,
das
mais
variadas
possíveis,
o
Sem
Fronteiras é um deles que
tem inúmeros projetos
como o de capacitação
para os catadores de lixo,
qualificação e capacitação
para as costureiras, feira
agroecológica, além de
outros projetos”.
Fonte: Pesquisa de Campo (2013)
A sensibilização vem sendo desenvolvida pela instituição, mas o DIRETOR B
não fez nenhuma referência aos temas envolvidos, sobretudo no que se refere à
Sustentabilidade e a temas ambientais junto aos servidores. Apenas apontou, por
parte da Extensão, a abordagem com a comunidade. Contudo, é importante salientar
que há canais de comunicação estabelecidos, não somente com os servidores, mas
com a comunidade acadêmica como um todo, o que favorece a sensibilização
acerca do Meio Ambiente, contribuindo, até, para a implantação de uma Agenda
Ambiental.
A eficácia das ações ambientais demanda a conscientização dos servidores,
de forma que tenham um comprometimento maior e evidenciem isso em suas
condutas, por exemplo, em atentar para os 5R‟s propostos pela A3P. Essa condição
é realçada na seguinte afirmação:
As mudanças de hábitos, comportamento e padrões de consumo de todos
os servidores impacta diretamente na preservação dos recursos naturais. A
maioria das pessoas não têm consciência dos impactos que produzem
sobre o meio ambiente, tanto negativos quanto positivos, em decorrência de
suas atividades rotineiras. Para contornar esse problema a A3P apóia as
ações de sensibilização e conscientização dos servidores com o intuito de
explanar a importância da adoção de uma postura socioambientalmente
responsável (BRASIL, 2012, p. 45).
81
A sensibilização favorece para que a responsabilidade socioambiental seja
entendida, tanto na perspectiva individual como na coletiva, permitindo um foco
específico no tocante ao desenvolvimento de medidas que contribuam para
minimizar o impacto das atividades da instituição no Meio Ambiente.
O DIRETOR B revela que a Extensão incorporou a temática ambiental em
suas ações, contribuindo para que a comunidade possa ter uma noção de práticas
sustentáveis, como a agroecologia, de forma que se perceba que a instituição pode
servir como um parceiro importante na disseminação de práticas ambientalmente
adequadas.
Nesse sentido, com uma atenção maior dispensada aos servidores, é
possível, não só fortalecer as ações já empreendidas, como também favorecer o
comprometimento da universidade em desenvolver constantemente ações que
contribuam para a preservação ambiental. Estabelecendo um nível significativo de
sensibilização, que colabora para que a responsabilidade socioambiental seja
plenamente assumida.
4.6.5 Eixo 5 Licitações Sustentáveis
Em relação ao eixo licitações sustentáveis, o DIRETOR C efetivou os
seguintes esclarecimentos:
QUADRO 24 – EIXO LICITAÇÕES SUSTENTÁVEIS NA UNICENTRO
QUESTÃO
SITUAÇÃO
MOTIVO
A UNICENTRO incentiva
e promove a contratação
de obras públicas que
respeitem padrões de
sustentabilidade?
Sim
Visando
a
economia
financeira no médio e
longo
prazo
e,
principalmente,
a
preservação do meio
ambiente.
A UNICENTRO incentiva
e promove a compra de
bens que respeitem os
padrões
de
sustentabilidade?
Não
Não existe uma política
institucional
neste
sentido. A administração
da Universidade não tem
como prioridade esta
questão de compras que
respeitem os padrões de
CONSIDERAÇÕES DO
DIRETOR C
“Preocupação com relação
à fiação nas obras visando
um melhor aproveitamento
de
energia,
uso
de
lâmpadas
mais
econômicas,
na
parte
hidráulica
busca-se
a
economia com torneiras
mais econômicas”.
“Não
são
adquiridos
produtos
com
a
preocupação de colaborar
com o meio ambiente, os
bens
são
adquiridos
conforme solicitados pelos
usuários, sem a exigência
82
sustentabilidade.
A UNICENTRO incentiva
e promove a contratação
de serviços públicos que
respeitem os padrões de
sustentabilidade?
Não
Não existe uma política
de ações voltadas a
contratações de serviços
que se preocupem com a
sustentabilidade.
por parte da Universidade
no que diz respeito a
produtos fabricados de
forma
ecologicamente
corretos,
mais
econômicos, etc. Não se
exige do fornecedor nada
com respeito à logística
reversa. Com relação às
lâmpadas,
procura-se
adquirir
lâmpadas
de
qualidade,
com
maior
luminosidade
e
durabilidade.
Busca-se
adquirir
produtos
de
qualidade
e
maior
durabilidade, sendo assim
contribuindo
com
a
preservação
do
meio
ambiente. Não se exige
das
empresas
a
comprovação de que os
produtos são renováveis e
recicláveis”.
“Os
contratos
não
preveem exigências de
respeito com os padrões
de
sustentabilidade.
Acredita-se
que
se
houvesse a exigência,
cobrança das empresas,
elas
se
adequariam
rapidamente, para que
possam
permanecer
prestando
serviços
a
Unicentro, pois na maioria
das vezes, são contratos
com valores expressivos”.
Fonte: Pesquisa de Campo (2013)
Por serem grandes consumidoras, as instituições públicas têm um importante
papel no incentivo às organizações fornecedoras em relação à condição de
assumirem uma postura ambiental mais significativa. Essa condição deriva do fato
da licitação sustentável valorizar as entidades que possuem uma produção
compatível com a responsabilidade socioambiental, inviabilizando a participação das
organizações que não exercem esta responsabilidade do processo licitatório.
Amorim (2012, p. 277) assinala que a Administração Pública “[...] é uma
grande consumidora e pode desenvolver papel estratégico na revisão dos padrões
de produção e consumo, apoiados no tripé da atividade econômica, meio ambiente e
83
bem estar da sociedade”. Devido ao seu poder de negociação, as instituições
públicas podem exigir que os bens e serviços adquiridos tenham um menor impacto
ambiental, de maneira que as entidades fornecedoras assumam uma produção
sustentável, vindo a contribuir com a preservação do Meio Ambiente.
No que se refere à Unicentro, conforme relatos do DIRETOR C, a licitação
sustentável ainda não ocorre de forma plena, sendo observada apenas a aquisição
de alguns produtos, como lâmpadas mais econômicas, que se constitui uma das
ações mais comuns nas entidades.
Essa condição existente pode ser justificada pelo fato de a conscientização
ambiental no setor público ainda não ser uma temática dominante, havendo uma
preocupação maior com o preço dos produtos e serviços adquiridos do que com a
observação
do
comprometimento
das
organizações
fornecedoras
com
a
responsabilidade socioambiental.
Em relação à licitação sustentável, cabe ressaltar que:
A administração pública deve promover a responsabilidade socioambiental
das suas compras. Licitações que levem à aquisição de produtos e serviços
sustentáveis são importantes não só para a conservação do meio ambiente,
mas também apresentam uma melhor relação custo/benefício a médio ou
longo prazo quando comparadas às que se valem do critério de menor
preço (BRASIL, 2012, p. 47).
No tocante à licitação sustentável, a Unicentro necessita repensar suas
práticas, modificando os seus critérios no momento da aquisição de bens e serviços.
Porque, conforme acentua o DIRETOR C, os recursos envolvidos nas licitações são
significativos, condição que pode influenciar na conduta das organizações
fornecedoras no que se refere ao seu comprometimento com uma produção
sustentável.
4.7 Sintetizando os resultados:
De acordo com o que foi revelado pelos participantes da pesquisa, por meio
do protocolo elaborado por Krüger et al (2011), foi constatado que:
a) No eixo 1 - (uso racional dos recursos naturais e bens públicos), dos cinco
itens, a Unicentro atende 80% das propostas de ações ambientais da A3P;
84
b) No eixo 2 - (gestão adequada dos resíduos gerados), dos cinco itens
propostos pela Agenda, apenas 40% das propostas de ações são efetivadas pela
Unicentro;
c) No eixo 3 - (qualidade de vida no ambiente de trabalho), das dezoito ações
previstas, 84% são contemplados pela Unicentro;
d) No eixo 4 - (sensibilização e capacitação dos servidores), 100%, ou seja,
todos os itens são atendidos pela Unicentro;
e) No eixo 5 - (licitações sustentáveis), dos três itens, apenas 33% das ações
previstas são atendidas pela Unicentro, sendo que essa situação é decorrente do
fato de haver poucos fornecedores, o que inviabiliza a escolha de empresas que
tenham um padrão mínimo de Sustentabilidade.
Considerando os percentuais alcançados, a Unicentro, na média, alcança o
percentual de 67,4% das ações propostas pela A3P e destacadas no protocolo de
Krüger et al (2011). Porém, mesmo sendo um percentual significativo, é necessário
considerar que, no caso do eixo 3, o atendimento a maioria das ações é a
constituição de um ambiente que favoreça o desempenho funcional do servidor e o
atendimento a legislação trabalhista que, caso não fossem observadas, gerariam
sanções legais à Universidade.
Nesse sentido, o eixo 2 e o eixo 5 são mais representativos da situação
ambiental encontrada na Unicentro, pois revelam que o atendimento as ações
previstas na A3P atinge apenas 36,5%. O eixo 1 não foi considerado nessa análise
pelo fato de apresentar ações que normalmente são utilizadas pelas organizações,
sobretudo a otimização do uso da água e da energia elétrica.
Ao atingir um percentual baixo em relação às ações que demonstram maior ênfase
no engajamento da organização com a questão ambiental, a Unicentro revela um
foco limitado, porque não desenvolve práticas sustentáveis mais significativas, que
poderiam até servir de exemplo à sociedade.
85
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Unicentro precisa ter um comprometimento mais significativo com a
problemática ambiental, no sentido de firmar uma posição que permita que a
Sustentabilidade seja considerada como principal referencia da gestão, conciliando,
nas atividades que ela desenvolve, os interesses econômicos, sociais e ambientais.
Em Guarapuava, os programas ambientais desenvolvidos pela Unicentro
caminham nessa direção. A Universidade possui um projeto de transformação de
bebidas alcoólicas, doadas pela Receita Federal, em combustível. Além desse, um
projeto de coleta de resíduos sólidos, priorizando a coleta de papéis os quais não
tenham mais possibilidade de serem reutilizados (DIÁRIO DOS CAMPOS, 2013).
Há três anos, existe uma parceria entre a Universidade Estadual do CentroOeste do Paraná (UNICENTRO) e a Receita Federal, o que tem gerado produtos
ecologicamente corretos. Primeiro, a reciclagem de bebidas alcoólicas apreendidas
e doadas pela Receita, que são transformadas em etanol. O líquido separado do
álcool tem açúcar e nutrientes que podem ser usados na adubação das lavouras de
tomate, feijão e batata doce. Já as embalagens das bebidas seguem para
reciclagem, alimentando assim, as usinas e cooperativas que trabalham com
reciclagem (ECO BUILDINGS, 2013).
Em 2011, a Receita doou um carregamento de 12 toneladas de azeitonas
consideradas impróprias para o consumo humano, que foram processadas e
transformadas em biodiesel e produtos de limpeza. Após o processamento, foi
extraído o óleo das azeitonas. Além de participar do aproveitamento ecológico, os
alunos da universidade também se envolvem de maneira positiva, desenvolvendo
uma percepção acerca da Preservação Ambiental e do aproveitamento dos resíduos,
que podem gerar ganhos, evitando que sejam colocados de forma inadequada no
Meio Ambiente (SUPERINFORMADO, 2013).
A Unicentro tem ainda um projeto de coleta de papel em todos os setores da
Universidade. Parte do papel coletado é doada aos catadores e outra parte é
vendida a uma empresa da região. Segundo os servidores, infelizmente, a maior
parte da comunidade acadêmica não está comprometida com a seleção dos
resíduos sólidos gerados na instituição. E, em muitos momentos, são encontrados
86
resíduos misturados, o que dificulta a retirada do lixo dos cestos.
Essas constatações iniciais foram percebidas ao longo do processo de
pesquisa realizada na Unicentro, principalmente, quando se considera a importância
que a Universidade tem na região Centro-Oeste do Paraná. E aquilo que pode ser
feito para contribuir com a comunidade acadêmica e a sociedade onde a instituição
está inserida.
A contribuição da Unicentro no tocante à conscientização ainda não ocorre de
forma plena porque a A3P não foi implantada na sua estrutura organizacional. A
inexistência de uma Agenda Ambiental mais efetiva faz com que as ações e medidas
no tocante à Sustentabilidade e ao exercício da responsabilidade socioambiental
sejam isoladas.
Nesse sentido, baseado nas respostas obtidas durante a pesquisa, é possível
afirmar que existem condições institucionais da Unicentro desenvolver a A3P no seu
processo de gestão. Essa perspectiva decorre do fato de que a maioria dos itens
relacionados aos eixos da Agenda, podem ser implantados na sua estrutura
organizacional.
Portanto torna-se premente que a Unicentro modifique essa situação, como
forma de estabelecer um gerenciamento pautado na Sustentabilidade, exercendo
com maior sentido a sua responsabilidade ambiental, além de atender a dimensão
educativa que se espera de uma universidade, pois seu modo de atuação serve de
exemplo para as demais instituições da sociedade, além de contribuir de maneira
relevante com a causa ambiental.
A ausência da A3P na Unicentro é consequência da falta de uma política
ambiental estruturada, isto significa que as medidas e ações envolvendo a
Sustentabilidade tem um alcance limitado. A limitação é entendida como uma
decorrência da ausência de uma política ambiental, pois não há a intenção de
estabelecer uma postura gerencial focada em ações sustentáveis, apenas a
realização de medidas que são comumente empregadas pelas organizações
visando ao uso mais criterioso dos recursos naturais.
As ações envolvendo o uso de recursos naturais, como água ou a energia
elétrica, são desenvolvidas na instituição dentro de uma perspectiva de economia,
não abrangendo uma conscientização maior acerca da importância dessas medidas
87
no contexto da Responsabilidade Ambiental.
Em relação aos eixos temáticos, existem ações desenvolvidas pela Unicentro
que estão previstas na A3P, revelando que suas diretrizes e propostas são passíveis
de serem executadas. Dessa forma, assegura-se mais destaque para aspectos
como a atenção ao uso dos recursos naturais, ainda que não haja um objetivo mais
claro com a causa ambiental.
Outro ponto atendido pela Unicentro refere-se à atenção aos servidores, seja
na questão da qualidade de vida, seja na perspectiva de sensibilização e
capacitação. Essas atividades ocorrem em função da necessidade de qualificação
profissional e também para atender as diretrizes impostas pela legislação trabalhista
brasileira.
No caso da Unicentro, a motivação econômica acaba surgindo como a
principal razão para a execução das medidas, sendo a contribuição à preservação
do Meio Ambiente uma decorrência natural. O que de preocupante se evidencia é a
ausência de uma percepção mais abrangente na comunidade acadêmica acerca dos
esforços que a universidade ainda pode fazer visando contribuir para minimizar o
impacto ambiental de suas ações.
Entre as situações destacadas acerca dos eixos da A3P, a questão da
sensibilização merece uma atenção maior, no sentido de conferir um nível também
mais elevado de consciência sobre o significado das ações realizadas que
colaboram com o Meio Ambiente, para que sejam assimiladas e possam ser
praticadas também fora do ambiente de trabalho.
A questão da licitação sustentável também necessita de mais atenção, pois,
mesmo havendo um reconhecimento de que a condição econômica da Unicentro dá
um poder maior de negociação, tal atitude não vem acontecendo, o que permite que
a aquisição de bens e de materiais seja feita sem observação das condições de
produção que atendam a responsabilidade socioambiental.
Por fim, existem condições de implantar da A3P na Unicentro, sendo
necessário, conforme foi possível constatar a partir da aplicação do protocolo de
Kruguer et al (2011), a definição de uma política ambiental que fortaleceria as
intenções da universidade em atuar, tanto na dimensão operacional como na
dimensão administrativa, de forma sustentável, contribuindo mais significativamente
88
para a problemática ambiental.
89
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KOVALESKI, João Luiz; SELIG, Paulo Maurício. Sistema de gestão ambiental em
instituição de Ensino Superior: uma revisão. GEPROS, n. 3, p. 45-58, julho/setembro
de 2010.
VECCHIATT, Karin. Três fases rumo ao desenvolvimento sustentável: do
reducionismo à valorização da cultura. São Paulo: São Paulo em Perspectiva, 2004.
95
VIEIRA, Almir Martins. Cultura organizacional em instituições de ensino:
mapeamento e análise descritivo-interpretativa da produção acadêmica (1990-2005).
Tese de Doutorado. Marília: Universidade Estadual Paulista, 2007.
YOUNG, Hilda Pon. Preservação ambiental: uma retórica no espaço ideológico da
manutenção do capital. Revista FAE, v. 4, n. 3, Curitiba, setembro/dezembro de
2001.
96
7. ANEXOS
7.1 ANEXO 1 - Questionário
Questionário
Nome: (somente iniciais)________________________________________________
Idade: ______________________________________________________________
Tempo em que atua na instituição: _______________________________________
Cargo: ______________________________________________________________
Função que desempenha atualmente: _____________________________________
a) No setor (departamento) em que atua são desenvolvidas ações relacionadas à
preservação do meio ambiente? Quais?
R.__________________________________________________________________
b) De que forma você procura estimular os servidores a adotarem no cotidiano,
ações de sustentabilidade (uso racional de água e luz, reutilização de materiais
recicláveis, separação do lixo, entre outras)?
R.__________________________________________________________________
c) A instituição tem condições de colaborar para que a noção de sustentabilidade
seja melhor compreendida na sociedade? Justifique.
R.__________________________________________________________________
d) Os servidores são orientados acerca da questão ambiental na instituição? Em que
momento?
R.__________________________________________________________________
e) Há espaço para debates em relação à conduta ambiental adotada pela
instituição? Em caso afirmativo, em que momento e que de forma ocorre. Em caso
negativo, por quais motivos isso não ocorre.
R.__________________________________________________________________
97
7.2 ANEXO 2 – Método Kruger et al
Eixos Temáticos da Agenda Ambiental na
Adere
NÃO
Administração Pública (A3P)
adere
Eixo 1 – Uso racional dos recursos naturais e bens públicos
A IFES
desenvolve
alguma
ação
de
monitoramento/redução do consumo de papel?
A IFES
desenvolve
alguma
ação
de
monitoramento/redução do consumo de energia?
A IFES
desenvolve
alguma
ação
de
monitoramento/redução do consumo de água?
A IFES
desenvolve
alguma
ação
de
monitoramento/redução do consumo de copos
plásticos?
A IFES
desenvolve
alguma
ação
de
monitoramento/redução do consumo de outros
materiais/recursos que possam causar impactos
ambientais significativos?
Eixo 2 – Gestão adequada dos resíduos gerados
A IFES desenvolve e incentiva a política dos
5R's?
A coleta seletiva na IFES atende a resolução
CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2005?
A IFES realiza coleta seletiva solidária nos
termos do Decreto 5.940, de 25 de outubro de
2006?
A IFES possui Comissão de Coleta Seletiva
Solidária, nos termos do Decreto 5.940, de 25 de
outubro de 2006?
Há destinação adequada a resíduos perigosos?
Eixo 3 – Qualidade de vida no ambiente de trabalho
A IFES oferece atividades de ginástica laboral ou
atividades semelhantes aos seus servidores e
bolsistas?
A IFES atende a todas as exigências de
acessibilidade, em todas as suas instalações?
A IFES possui preocupação com a ergonomia de
mobiliários e equipamentos de uso dos
servidores e bolsistas?
A IFES possui uma comissão interna de
prevenção de acidentes?
A IFES possui controle da jornada de trabalho?
A IFES possui grupo especializado/capacitado
para apoio a neuroses (anti-tabagismo,
alcoolismo, drogas e neuroses diversas)?
Os ambientes da IFES, especialmente os de
trabalho, são salubres?
A IFES possui programa de saúde ocupacional?
A IFES possui programa de orientação
nutricional?
A IFES incentiva o desenvolvimento e
capacitação de seus servidores através da
autonomia
das
atividades
a
serem
desenvolvidas?
A IFES incentiva o desenvolvimento e
capacitação de seus servidores através do
Observação
98
aproveitamento das habilidades individuais e
coletivas?
A IFES incentiva o desenvolvimento e
capacitação de seus servidores através da
percepção do significado do trabalho individual e
coletivo?
A IFES incentiva e promove a integração social
interna e externa, através da ausência de
preconceitos?
A IFES incentiva e promove a integração social
interna, através da integração de servidores em
áreas comuns e eventos de finalidade
integrativa?
A IFES incentiva e promove a integração social
interna, através do senso comunitário?
A IFES incentiva e promove a integração social
interna,
através
da
promoção
dos
relacionamentos interpessoais?
A IFES incentiva e respeita a liberdade de
expressão?
A IFES incentiva e respeita a privacidade
pessoal?
A IFES incentiva e respeita o tratamento
impessoal?
Eixo 4 – Sensibilização e capacitação dos servidores
A IFES desenvolve ações de sensibilização e
capacitação com os servidores técnicoadministrativos?
A IFES desenvolve ações de sensibilização e
capacitação com os servidores docentes?
A IFES desenvolve ações de sensibilização com
o corpo discente?
A IFES desenvolve ações de sensibilização com
a comunidade no entorno da instituição?
Eixo 5 – Licitações sustentáveis
A IFES incentiva e promove a contratação de
obras públicas que respeitem padrões de
sustentabilidade?
A U IFES incentiva e promove a compra de bens
que respeitem os padrões de sustentabilidade?
A IFES incentiva e promove a contratação de
serviços públicos que respeitem os padrões de
sustentabilidade?
99
7.3 ANEXO 3 – Protocolo de pesquisa
Eixos Temáticos da Agenda
SIM
NÃO
Motivos
Ambiental na Administração
Pública (A3P)
Eixo 1 – Uso racional dos recursos naturais e bens públicos
A UNICENTRO desenvolve alguma
ação de monitoramento/redução do
consumo de papel?
A UNICENTRO desenvolve alguma
ação de monitoramento/redução do
consumo de energia?
A UNICENTRO desenvolve alguma
ação de monitoramento/redução do
consumo de água?
A UNICENTRO desenvolve alguma
ação de monitoramento/redução do
consumo de copos plásticos?
A UNICENTRO desenvolve alguma
ação de monitoramento/redução do
consumo
de
outros
materiais/recursos
que
possam
causar
impactos
ambientais
significativos?
Eixo 2 – Gestão adequada dos resíduos gerados
A UNICENTRO desenvolve e
incentiva a política dos 5R's?
A coleta seletiva na UNICENTRO
atende a resolução CONAMA nº
275, de 25 de abril de 2005?
A UNICENTRO realiza coleta
seletiva solidária nos termos do
Decreto 5.940, de 25 de outubro de
2006?
A UNICENTRO possui Comissão de
Coleta Seletiva Solidária, nos termos
do Decreto 5.940, de 25 de outubro
de 2006?
Há destinação adequada a resíduos
perigosos?
Eixo 3 – Qualidade de vida no ambiente de trabalho
A UNICENTRO oferece atividades
de ginástica laboral ou atividades
semelhantes aos seus servidores e
bolsistas?
A UNICENTRO atende a todas as
exigências de acessibilidade, em
todas as suas instalações?
A UNICENTRO possui preocupação
com a ergonomia de mobiliários e
equipamentos de uso dos servidores
e bolsistas?
A UNICENTRO possui controle da
jornada de trabalho?
A UNICENTRO possui grupo
especializado/capacitado para apoio
Observação
100
a
neuroses
(anti-tabagismo,
alcoolismo, drogas e neuroses
diversas)?
Os ambientes da UNICENTRO,
especialmente os de trabalho, são
salubres?
A UNICENTRO possui programa de
saúde ocupacional?
A UNICENTRO possui programa de
orientação nutricional?
A
UNICENTRO
incentiva
o
desenvolvimento e capacitação de
seus
servidores
através
da
autonomia das atividades a serem
desenvolvidas?
A
UNICENTRO
incentiva
o
desenvolvimento e capacitação de
seus
servidores
através
do
aproveitamento das habilidades
individuais e coletivas?
A
UNICENTRO
incentiva
o
desenvolvimento e capacitação de
seus
servidores
através
da
percepção do significado do trabalho
individual e coletivo?
A UNICENTRO incentiva e promove
a integração social interna e externa,
através
da
ausência
de
preconceitos?
A UNICENTRO incentiva e promove
a integração social interna, através
da integração de servidores em
áreas comuns e eventos de
finalidade integrativa?
A UNICENTRO incentiva e promove
a integração social interna, através
do senso comunitário?
A UNICENTRO incentiva e promove
a integração social interna, através
da promoção dos relacionamentos
interpessoais?
A UNICENTRO incentiva e respeita
a liberdade de expressão?
A UNICENTRO incentiva e respeita
a privacidade pessoal?
A UNICENTRO incentiva e respeita
o tratamento impessoal?
Eixo 4 – Sensibilização e capacitação dos servidores
A UNICENTRO desenvolve ações
de sensibilização e capacitação com
os
servidores
técnicoadministrativos?
A UNICENTRO desenvolve ações
de sensibilização e capacitação com
os servidores docentes?
A UNICENTRO desenvolve ações
de sensibilização com o corpo
101
discente?
A UNICENTRO desenvolve ações
de sensibilização com a comunidade
no entorno da instituição?
Eixo 5 – Licitações sustentáveis
A UNICENTRO incentiva e promove
a contratação de obras públicas que
respeitem
padrões
de
sustentabilidade?
A UNICENTRO incentiva e promove
a compra de bens que respeitem os
padrões de sustentabilidade?
A UNICENTRO incentiva e promove
a contratação de serviços públicos
que respeitem os padrões de
sustentabilidade?
Fonte: Adaptado de Kruger et al (2011).
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AGENDA AMBIENTAL: UMA PROPOSTA PARA A O