O grupo TOCA apresenta a magia do circo e do teatro. Pág. 06
Ano V • Nº 107
R$ 1,00
Cataguases/Leopoldina • 30 de setembro de 2012
No Rio, a estreia do fime
"O Meu Pé de Laranja Lima"
Foto Camila Botelho
O garoto Zezé lê um livro sob o seu pé de laranja lima
Um dos seis longas já realizados no Polo Audiovisual da
Zona da Mata, o filme "Meu
Pé de Laranja Lima" foi lançado em grande estilo na
mostra competitiva Première
Brasil, do Festival do Rio, que
vai de 27 de setembro a 11
de outubro.
Inspirado na obra homônima de José Mauro de Vasconcelos (um dos maiores sucessos editoriais da literatura brasileira) e dirigido por Marcos
Bernstein, o filme está entre
os 12 longas que concorrem
ao troféu do festival.
O longa é estrelado por
José de Abreu, Emiliano
Queiroz e o garoto João
Guilherme Ávila. O filme teve
locações em Recreio,
Piactuba,
Abaíba
e
Cataguases. Pág 5
Programação da Casa Simão
trouxe pianista cataguasense
radicado na Alemanha
A sagração episcopal de Dom Eudes aconteceu no dia 15 em Barbacena, sua
terra natal
Dom Eudes, novo bispo
da Diocese de Leopoldina,
toma posse neste dia 30
A posse canônica do
novo bispo da Diocese de
Leopoldina, Dom José
Eudes Campos do Nascimento, acontece neste dia
30, às 16 horas, na Catedral de São Sebastião, em
Leopoldina, quando é esperada uma grande celebração para acolher o
novo bispo. Quinze dias
antes, mais de 5 mil pessoas - entre elas grande
número de leopoldinenses
- participaram da sagração
episcopal de Dom José
Eudes Campos do Nascimento, o 1º Bispo nascido
em Barbacena, ocorrida no
último dia 15 em sua cidade natal.
Nascido em 30 de abril de
1966, Dom Eudes foi ordenado diácono em agosto
de 1994 e a sacerdote no
dia 22 de abril de 1995
numa cerimônia realizada
na Praça da Estação em
Barbacena. Atuou nas Paróquias de São Gonçalo
na cidade de Catas Altas
da Noruega, Nossa Senhora do Rosário em Rio
Pomba e por último em
Ouro Preto na Paróquia
de Santa Ifigênia. No dia
27 de Junho deste ano
foi nomeado pelo Papa
Bento XVI Bispo da
Arquidiocese
de
Leopoldina... continua
na pág 4
Atração da Casa de Cultura Simão, o pianista Rafael Nassif se apresentou na
antessala do Centro Cultural Humberto Mauro
Reafirmando a política
de valorização do artista local, a Programação
2012/ 2013 da Casa de
Cultura Simão promoveu, no dia 14 de setem-
bro, o Recital "Piano Brasileiro na Modernista
Cataguases", apresentado pelo cataguasense,
agora mestrando residente em Stuttgart, Alemanha,
Rafael Nassif. O concerto
aconteceu na antessala do
Centro Cultural Humberto
Mauro e foi apreciada por
aproximadamente 120
pessoas...continua na pág
Igreja de Santa Rita, um dos marcos da arquitetura cataguasense
Carta aberta reivindica a criação de uma
Secretaria Municipal de Cultura em Cataguases
Cinco instituições culturais de Cataguases enviaram carta aberta aos dois
candidatos à prefeitura reivindicando que "a futura
gestão do município tenha
uma Secretaria Municipal
de Cultura exclusiva à altura dos desafios e oportunidades atuais em nossa cidade e na região. O documento recomenda que a
pasta seja ocupada "por
uma liderança reconhecida
no setor cultural, com equi-
pe preparada, orçamento,
estrutura e capacidade para
garantir a participação qualificada da Prefeitura nos
desafios e oportunidades
que lhe batem à porta".
Os signatários argumentam que nos últimos 10
anos, a sociedade civil de
Cataguases lidera um amplo
movimento de Cultura e Desenvolvimento Local com
impactos em todos os segmentos da sociedade, em
especial, na juventude. Asse-
guram ainda que a carta
aberta não constitui nenhuma crítica a atual administração da cidade, "vários
foram os aspectos em que
a agenda cultural avançou
nesta gestão".
Assinam a carta a Fundação Cultural Ormeo
Junqueira Botelho, o Instituto Cidade de Cataguases, o
Instituto Fábrica do Futuro,
a Fundação Casa Simão José
Silva e o Instituto Francisca
de Souza Peixoto. Pág 5
Um manifesto em defesa do patrimônio
cultural edificado de Cataguases
Os professores participantes do 1º Congresso de
Arquitetura, Turismo e Sustentabilidade - CATS - realizado de 6 a 10 de junho,
em Cataguases, e que discutiu a relação do Turismo
e da Sustentabilidade com
a Arquitetura e o Patrimônio tombado também soltaram um manifesto público.
O objetivo é alertar a sociedade cataguasense, as autoridades locais, o Governo
Mineiro, o Ministério da Cultura, os órgãos de defesa,
preservação e proteção do
Patrimônio Cultural Edificado
Brasileiro, para que sejam criados programas e projetos
voltados para a preservação
e conservação deste Patrimônio.
Os autores defendem a criação de um projeto de aproveitamento das possibilidades turísticas e de desenvolvimento sustentável, com
envolvimento das três esferas de governo, IPHAN, e
entidades representativas e
lembram que o "tombamen-
to não tem por objetivo
"congelar" a cidade ou outro bem"
O manifesto narra a formação do Conjunto Histórico, Arquitetônico e Paisagístico de Cataguases e a
sua importância e oferece
sugestões para o aproveitamento do potencial turístico da cidade em termos
de urbnização, restauração
e preservação dos bens
tombados e a criação de um
projeto de turismo sustentável. Pág 4
aTuaL
CATAGUASES/LEOPOLDINA • 30 DE SETEMBRO DE 2012
02 oPinião
eDiTORiaL
A mais importante das eleições
Todas eleições são importantes, mas existe uma onde
a conseqüência de uma mau
escolha vem a galope.
Estamos falando das eleições
municipais. E a razão é simples: o eleitor não mora em
Brasília, muitas vezes uma
abstração ou, como querem
muitos, uma ilha da fantasia.
Nem reside no Estado. O eleitor mora no município e neste município ele tem o direito
e a obrigação de escolher o
administrador com perfil
gerencial e sensibilidade social e também um vereador
preparado, o seu representante mais próximo junto ao
poder municipal
No município acontece a
política da vida real. O ensino fundamental da política é
o municipal. Se o Brasil é
enorme e Minas o estado com
maior numero de municípios,
o município é único. Só existe uma Cataguases, uma
Leopoldina,
uma
Laranjal...Cada município tem
suas peculiaridades, seus problemas particulares, além daqueles comuns a todo o país,
que são as questões ligadas
à educação e saúde. O município é onde a cultura política nacional se fundamenta e
se desenvolve.
Por isto a importância da escolha de um bom vereador,
um ator político com mais relevância que muita gente pensa. O vereador representa o
povo junto à primeira instância da democracia representativa que é a Câmara Municipal e um bom vereador
pode fazer muito pela cidade. Um bom vereador, por
exemplo, pode fazer muito
pela saúde. Ou pela educação. É fundamental, porém,
que a sociedade escolha candidatos comprometidos com
a ética, a honestidade e o interesse público.
O Brasil avançou, mas só
terá uma política que atenda
às necessidades da população, quando todos os municípios trabalharem com políticas claras e sustentáveis,
principalmente em relação a:
segurança, educação, saúde,
transporte, habitação e agricultura.
Para que isto aconteça, o
prefeito precisa um plano de
governo consistente, uma
equipe com capacidade
gerencial e técnica e sensibilidade social. O povo já demonstrou que não tem medo
de mudar, embora nem toda
mudança seja uma panacéia,
a cura de todos os males.
Nesta reta final das eleições, o momento precisa ser
de muita reflexão. Em quase
todos os cantos, o número de
eleitores indecisos ainda é
muito grande. São esses eleitores que vão decidir o jogo.
O eleitorado, como um todo,
necessita cobrar programas
de governo claros, compromissos com metas e resultados, estratégias consistentes,
conhecimento da realidade.
Não há mais lugar para o
populismo irresponsável, assim como não há espaço para
amadores despreparados. Só
há espaço para o voto consciente para eleger o prefeito
e o vereador. O Brasil avança
e os municípios não podem
ficar para trás. A hora é sua,
eleitor.
PERISCÓPIO - um pouco de tudo
MAIS TRANSPLANTES
Dados do Ministério da Saúde mostram que foram realizados no Estado de Minas Gerais 1.097 transplantes no primeiro semestre de 2012, o que representa aumento de
13% em relação ao mesmo período de 2011. Entre janeiro e junho do ano passado, o
total foi de 973 cirurgias realizadas. O transplante de rim foi um dos que impulsionou o
resultado, passando de 228 para 279 cirurgias no período avaliado. Com relação ao
transplante de córnea, este passou de 659 para 706, enquanto que o fígado aumentou
de 39 para 61 e o de coração de três para 18 nos primeiros seis meses deste ano.
Quanto ao número de doadores de órgãos, foram 124 cadastrados em 2012 - no ano
passado eram 80.Os dados constam do balanço nacional de transplantes,
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Sede
Rua Cel.João Duarte, 64 – Sala 603 – Calçadão Shopping
Centro – Cataguases/MG CEP 36.770-032 / CNPJ: 09.080.444/0001-59
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A Superintendência Regional de Ensino, de Leopoldina, realiza, no próximo dia 5 o
seminário "Intercâmbio Regional de Experiências em Gestão Escolar" . O encontro, que
tem como público-alvo Diretores e Especialistas em Educação Básica das Escolas Estaduais, Municipais, Particulares e Federal; Secretários Municipais de Educação e servdores
da jurisdição da SRE Leopoldina, acontece no CEFET Leopoldina, das 9h às 16h30min.
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PARQUE TECNOLÓGICO DA UFJF
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FORÇA DO PEQUENO NEGÓCIO
Estudo realizado pelo Sebrae em parceria com a Junta Comercial (Jucemg) relativo ao
biênio 2010-2011 revela que a Zona da Mata possui 68.256 pequenos negócios ativos, o
que representa 12% do total de Minas Gerais (571.625). Dos empreendimentos da região, 70% são microempresas, 25% são empreendedores individuais (figura jurídica
criada em 2009 com faturamento anual de até R$ 60 mil) e 5% pequenas empresas.
Foram pesquisadas 155 cidades, entre elas Cataguases, Leopoldina Juiz de Fora,
Barbacena, Viçosa, Ubá, Muriaé e Manhuaçu. O setor que mais concentra os negócios
é o comércio, com 35.514 empresas (52%), serviços, com 22.538 (33%) e indústria, com
10.204 (15%). Do total de 35.680 pequenos negócios mineiros que encerraram as atividades no período de 2010 e 2011, 13% foram contabilizados na Zona da Mata (4.627).
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DIREITOS HUMANOS
O governador Antonio Anastasia baixou decreto que dispõe sobre guarda, organização, registro, tombamento e catalogação de documentos produzidos pelo Conselho
Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (CONEDH) sobre a atuação dos órgãos de
segurança durante o regime militar e o período Vargas. "A preservação de documentos
de qualquer período da história é importante para que as gerações futuras possam
melhor compreender os atos praticados e as consequências dos mesmos", afirmou o
governador. Entre estes documentos, se encontram os arquivos do extinto Departamento de Ordem Política e Social (Dops) e de outros órgão de segurança do Estado,
relativas às atividades da polícia política.
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ELEIÇÕES 2012
No mais, a sorte está lançada. Os últimos dias que antecedem o pleito serão de muita
correria dos candidatos, de alguma demagogia e promessas vazias, e, infelizmente, de
práticas espúrias como compra de votos que, ainda vigoram. Mas será, sobretudo, a
oportunidade do eleitor fazer valer a sua opinião, através do voto, naquela que é a
eleição que mais conseqüência traz para o cidadão: a escolha do prefeito e dos vereadores que vão governar o lugar onde ele vive. Bom voto
ANTONIO TRAJANO
LITERATURA
A PRIMAVERA VOLTOU
do ecossistema de floresta estacional semidecidual, inserido no bioma de Mata Atlântica, vemos tantas árvores desnudas de suas folhagens,
podemos até pensar que elas morreram. Esse
fenômeno ocorre pela dupla estacionalidade climática: prolongado período de chuva e de estiagem. As árvores decíduas, perdem todas as folhas, para não perderem umidade. Há um outro
grupo de árvores desse ecosistema que adapitou-se de forma para não perder a umidade.
Murcha as folhas, assim elas fecham os poros
das folhas e a água interna não evapora.
Oito dias antes do equinócio, a temperatura
mudou bastante, o calor está acentuado. O nascer do sol já é bem mais cedo. O crepúsculo também já está diferente, nota-se que a faixa vermelha não está intensa se limitando a proximidade da linha do horizonte.
E o céu? Está com um azul muito intenso. Quando os raios do sol entram na atmosfera terrestre, espalham ao se chocarem com pequenas
partículas de poeira e de umidade. Esse fenômeno dilui a luz branca sobre as outras cores. Os
raios de luz azuis são os que mais se apropriam
dessa diluição vinda de todos os ângulos, portanto é a cor azul que mais sobressai aos nossos
olhos, por isso temos a impressão que o céu é
azul. Nesse período de estiagem, mais partículas
de poeira se juntam às de água na atmosfera
terrestre, a luz branca se espalha com mais intensidade e o azul fica mais azul. Hum! Ótimo
para fotografar.
Para os Tamoios o céu nem sempre foi assim.
O céu era pertinho da terra, as estrelas estavam
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O edital de licitação para a construção da sede administrativa e do centro de pesquisas
do Parque Científico e Tecnológico da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a ser
instalado em área da BR-040, será lançado na primeira semana de outubro. A informação foi dada pelo pró-reitor de Planejamento, Carlos Elízio Barral, por meio da assessoria de imprensa da instituição. Segundo o reitor Henrique Duque, a verba de mais de
R$ 80 milhões para a realização da obra está garantida.
MEIO AMBIENTE
Eu pensei que não teria esse ano nada de novo
para falar sobre a primavera, até achei que iria
reeditar o artigo do ano passado, mas como a
natureza está sempre nos surpreendendo, coisas bacanas aconteceram a poucos dias que me
fizeram escrever este artigo.
Cantada em verso e prosa e até em filmes de
Humberto Mauro é a primavera a estação do
ano mais apreciada por todos os seres vivos.
É nessa estação que a biodiversidade de cada
hemisfério se prepara para um novo ciclo de vida.
Primavera é também o nome de uma planta nativa da Mata Atlântica, Bougainvillea spectabilis,
que floresce em setembro, com florada em várias cores, cada uma mais linda que a outra. Foi o
naturalista inglês Joseph Banks, a descrever a
planta em sua viagem ao Rio de Janeiro com o
Capitão James Look. Ele batizou a planta com
nome de bougainville em homenagem a LouisAntoine de Bougainville, que explorava os mares do sul, amigo do Capitão Cook.
Entramos na apaixonante estação e ainda temos alguns ipês e mulungus floridos, que florescem no inverno. Estão servindo um verdadeiro
banquete aos insetos e as aves nessa época de
estiagem, mostram como mutualismo é importante. Os insetos e pássaros ao se fartar do néctar das flores dessas árvores, polinizam-nas. Esses parceiros que se completam.
Nas áreas urbanas uma super produção. As
praças ainda estão cobertas de folhinhas dos oitis
e das Sibipirunas e algumas calçadas amanhecem um verdadeiro tapete. No caso da Sibipiruna, algumas já estão totalmente sem folhas, outras já estão de brotinhos novos, ainda outras
que estão desfazendo sua folhagem é já tem
árvores com botões de flores. No dia 13 último,
as Sibipirunas lançavam suas folhas ao espaço
como uma chuva de flocos de neve, bastava uma
leve brisa a lamber seus galhos.
O que também chamou a atenção dos mais
atentos na transição entre o inverno e a primavera desse ano foi a passarinhada, as alvoradas
são melodiosas. Nos oitis, são os canários, nas
mangueiras floridas, os beija-flores, nas palmeiras os maracanãs na maior algazarra, nos fícus
são os ferreirinhos, nos fios as andorinhas que
já estão chegando do hemisfério norte fugindo
do frio. Se não for tudo isso uma fanfarra, é
então uma grande farra!
Nós, que habitamos as cidades que fazem parte
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SRE LEOPOLDINA PROMOVE SEMINÁRIO
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Uma publicação da Tribuna da Mata Leste Editora Ltda
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quase ao alcance das mãos e andavam com as
cabeças nas nuvens. Aconteceu que os passarinhos se multiplicavam e queriam mais espaço para
voar. Os passarinhos resolveram então levantar
o céu, para isso juntaram-se todos. Os únicos
que não participaram foram os morcegos. O céu
foi levantado, criando mais espaço para o vôo e
os morcegos passaram a dormir de cabeça para
baixo por castigo. Assim, com a estrela mais distante, surgiram as estações do ano.
Outra versão para o surgimento do sol e das
estações do ano, explicam os Bacairis. O sol, a
lua, o frio e o calor pertenciam ao Urubu-rei e
por ele eram controlados. Ficavam guardados
em um buraco vermelho no céu. Tudo era escuro, a não ser quando seu dono os trazia perto
da terra. Quando o urubu foi passear com o sol,
o Tapir (anta) aproveitou a noite para passear
pela via láctea, escorregou e caiu no buraco escuro, onde moravam todos os urubus. Quando
o urubu voltou com o sol, tudo ficou claro e os
urubus viram o Tapir e tentaram comê-lo. O Urubu-rei tentou impedir e todos os urubus se revoltaram contra ele, ameaçando-o também. Prestes a investir sobre o Tapir, surgiu sobre eles o
Siriri, o valente passarinho que enfrenta todas
as aves de rapina. Em meio à confusão, o Siriri
propôs ao urubu-rei, acabar com a revolta, soltá-lo e salvar o Tapir, tudo em troca do sol. O
acordo foi fechado. A paz voltou ao buraco, o
Tapir voltou à terra e o sol, a lua e o controle do
tempo passaram a pertencer ao Siriri. Sem saber
o que fazer com eles, o Siriri colocou o sol de um
lado do planeta e a lua do outro de forma que
os dois controlassem o calor e o frio na medida
certa.
Nessa diversidade cultural de mito e ciência,
estamos nós num imenso multicolorido planeta,
como tripulantes de uma nave onde todos querem ser pilotos. As pessoas se esquecem que há
funções para tripulantes importantes assim
como pilotar.
Lá em cima falei em fotografia, vale à pena
lembrar, da nova estação que conspira com a natureza em favor dos amantes. Por que não aproveitar, antes das tempestades chegarem, e sair
por aí registrando as belezas naturais?
Quem ama não prende, quem ama não maltrata, quem ama não explora, quem ama não absorve, quem ama não desperdiça e quem ama não
mata. Quem ama compartilha, comenta e curte!
Ronaldo Werneck
vê outros rios
MANOEL HYGINO
Ronaldo Werneck nasceu em Cataguases
e, com ele, sua poesia e inquietação. A cidade se tornou núcleo de atividades de empresários ousados e de escritores, não menos. Mesmo sendo interior, os poetas e prosadores de lá sabiam que tinham o que dizer e agiram. Não foi por outra razão, suponho, que lá surgiu a revista Verde, uma espécie de segredo jamais suficientemente
esclarecido.
Eu era criança na sertaneja Montes Claros e ouvia meu pai, que era de Diamantina,
falar de Rosário Fusco. Logo, a gente da cidade da Mata, pioneira na produção e distribuição de energia elétrica na região; no
apoio à Semana de Arte e seus corifeus, já
ganhara espaço fora da terrinha, atravessada pelo sacrossanto rio pomba.
Na capital dos mineiros, fui morar - sabe
onde? - na rua Rio Pomba, diminuída em
nome para - Rua Pomba, o de um rio que
tem magia, pela absoluto feitiço que exerce sobre que o vê. Mais do que ver simplesmente, sente-se o rio que, por outras cidades da Mata, embora haja também a cidade com o nome, onde nasceu e voltou a residir o economista Carlos André Otoni.
Aconteceu
igualmente,
ou
semelhantemente, com Ronaldo Werneck,
longe de Cataguases anos muitos, e de volta com inúmeras novas memórias, e acrescido amor pela sua cidade e pelo seu rio.
Pode-se sentir em "Cataminas pomba & outros rios", da editora Dobra, numa segunda
edição com modificações.
Como o rio Vieira, registrado e recordado
por sublime amor dos que em Montes Claros nasceram (entre eles, por exemplo, Cyro
dos Anjos, Waldemar Versiani e Darcy Ribeiro), do Pomba se afastou temporariamente Werneck, para conhecer os de Nova
York, de Florença, de Lisboa e Paris, mesmo
o Arrudas, em Belo Horizonte, mas o Pomba estava n´ alma. Impossível esquecer
Manoel Hygino escreve no jornal
Hoje em Dia
aTuaL
CATAGUASES/LEOPOLDINA • 30 DE SETEMBRO DE 2012
CaTaGUaSES 03
SANEAMENTO
ENTREVISTA
Copasa amplia as
obras de esgotamento
sanitário em Cataguases
Diretor da Copasa: empreendimento
permitirá atração de novos investimentos
e melhor qualidade de vida
Assumida pela Copasa - Companhia de Saneamento do Estado de Minas Gerais em outubro de 2011 - a implantação do
sistema de esgotamento sanitário de Cataguases, com um
custo total de R$ 40 milhões,
ganha novo impulso.
Há poucas semanas, foi assinado convênio entre o município e a Copasa, assegurando
um aporte de R$ 12 milhões,
que será aplicado na implantação e substituição de ligações
prediais e redes coletoras. O
objetivo é permitir a separação
dos esgotos lançados indevidamente nas galerias e redes pluviais
A operação também permitirá expandir os serviços de coleta de esgoto em todo o perímetro urbano, beneficiando,
assim, mais de 70 mil habitantes locais e ajudando a recuperar as águas dos córregos Romualdinho e Lava Pés, do ribeirão Meia Pataca e do rio Pomba.
Em uma segunda fase, a Copasa realizará as obras para tratamento do esgoto coletado,
quando deverão ser aplicados
os R$ 28 milhões restantes, previstos no Programa. A operação incluirá a construção de 17
estações elevatórias, redes interceptoras e implantação da
Estação de Tratamento de Esgoto - ETE.
Trabalho da Copasa executado no bairro Vila Reis
Recomposição dos bloquetes é rápida
Essa unidade será composta
por tratamento preliminar, reatores, filtros anaeróbicos, leito
de secagem e aterro controlado e terá capacidade para tratar mais de nove milhões de litros de esgoto por dia.
Desde o ano passado, a Co-
pasa é a responsável pela rede
coletora de esgoto e tem promovido melhorias e adequações, como ampliação do sistema, manutenções, novas ligações e eliminação de mau cheiro em pontos críticos da cidade.
O diretor de Operação Centro-Leste da Copasa, Valério
Máximo Gambogi Parreira, esteve mais uma vez em
Cataguases para acompanhar
o andamento das obras. Segundo ele, as obras em
infraestrutura de saneamento
podem ser concluídas em cerca de 24 meses, embora o prazo acordado seja de 36 meses.
Valério Parreira falou sobre o
empreendimento em entrevista à imprensa, explicando o que
já foi investindo, o valor da tarifa e outros pontos:
O que já foi gasto - "A
Copasa já investiu cerca de R$
12 milhões no sistema de esgotamento sanitário, através da
compra de equipamentos, veículos, na contratação de empresas, nas ligações de novas
redes e outros serviços".
Visão de futuro - "Nenhuma empresa quer se instalar em
um município que não tenha
infraestrutura e tratamento de
esgoto adequado às normas
ambientais. O empresário quer
investir em cidades onde suas
políticas públicas garantam saúde e bem-estar à sua população. Cataguases está dando um
salto importantíssimo para atrair novos investimentos e conseguir se desenvolver de forma sustentável, de forma que
a sua população tenha assegurada a sua qualidade de vida"
Não há cobrança antecipada - "Desde outubro de
2011, a Copasa é responsável
pela rede em tempo integral,
Diretor de Operação Centro-Leste da Companhia, Valério
Parreira, e Júlio Minchilo, Chefe do Departamento
Operaciona do Sudeste
24 horas por dia, e estamos fazendo várias adequações e
melhorias, novas ligações e eliminando o mau cheiro em muitos pontos críticos da cidade.
Isso mostra que a cobrança da
tarifa, que vem sendo realizada, não é uma cobrança antecipada".
Quem determina o valor
da tarifa - "Não é a Copasa
ou a Prefeitura quem estipula
os preços das tarifas de água
e de esgoto. Esses valores são
determinados pela Arsae
(Agência Reguladora de Serviços de Água e Esgoto de Minas Gerais), que, a exemplo da
Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica) e Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) regula e fiscaliza as
ações de empresas como a
Copasa, que detém a concessão de um serviço público
Contrato não lesa o municí-
pio - "O contrato entre Copasa
e Prefeitura é respaldado por
um convênio de cooperação
técnica entre o município e o
governo de Minas. O governo do estado indicou a
Copasa para prestar esse serviço, que, assinou esse contrato de programa. Este contrato não é lesivo à população ou ao município. Isso nos
dá a tranquilidade de afirmar
que esse contrato não será
cancelado de uma hora para
outra e a Copasa vai deixar
Cataguases".
Rescisão do contrato O contrato só pode ser rescindido em caso de
descumprimento de cláusula
de uma das partes. Mesmo
assim, isso vai requerer direito indenizatório e, por parte
da Copasa, pelos altos investimentos já realizados em
Cataguases.
aTuaL
CATAGUASES/LEOPOLDINA • 30 DE SETEMBRO DE 2012
04 GeRaL
IGREJA CATÓLICA
Sagração episcopal de Dom Eudes
aconteceu em Barbacena, onde nasceu
A cerimônia de sagração episcopal reuniu representantes de
todas as Dioceses do Brasil, atuaram como Bispos Ordenantes,
Dom Geraldo Lyrio Rocha Arcebispo de Mariana, Dom Gil Antônio
Moreiira Arcebispo Metropolitano
de Juiz de Fora e Dom Francisco
Barroso Filho Bispo Emérito de Oliveira. Ao falar para a multidão que
acompanhou a celebração, Dom
Eudes não conteve ás lágrimas e
por várias vezes foi interrompido
pelos aplausos, especialmente,
quando destacou o apoio da sua
família na pessoa de mãe, dona
Virginia, e com grande ênfase
quando
agradeceu
os
ensinamentos recebidos pelo saudoso Dom Luciano Mendes de
Almeida. De forma contundente
e emocionante o 1º Bispo
barbacenense foi ovacionado ao
lembrar o seu pai João Batista, pes-
soa simples, humilde e honrada conhecida como "João Bananeiro".
"É com grande alegria e gratidão a Deus que a Arquidiocese de
Mariana oferece para ser o pastor
da Igreja Particular de Loopoldina
o monsenhor José Eudes Campos
do Nascimento", foram com estas palavras que dom Geraldo
Lyrio Rocha, arcebispo metropolitano de Mariana, iniciou a celebração. Dom Geraldo, ordenante principal, dividiu o altar com os outros
dois consagrantes, dom Gil Antônio Moreira (arcebispo de Juiz de
Fora) e dom Francisco Barroso Filho (bispo emérito de Oliveira).
Durante sua homilia, dom Geraldo
proferiu algumas palavras ao
monsenhor:
"Lembre-se que o episcopado é
um serviço e não uma honra. O
bispo deve distinguir-se mais pelo
serviço prestado do que pela hon-
raria. Pregue a palavra de Deus,
quer agrade, quer desagrade. Na
Igreja de Leopoldina que lhe é confiada, distribua com prudência os
mistérios de Cristo. Lembre-se
sempre do bom pastor, que conhece as suas ovelhas e que não hesitou em dar sua vida para o rebanho. Ame todos aqueles que Deus
o confiou, principalmente os
presbíteros e os diáconos e também os pobres, os doentes, os pequenos, os abandonados, os que
sofrem. Mostre um zelo incansável pelos que ainda não pertencem ao rebanho de Cristo. Não esqueça que você fará parte do colégio dos bispos no seio da Igreja
Universal. Estenda sua solicitude
pastoral a todas as comunidades
cristãs, sempre disposto a ajudar
as mais necessitadas", foram algumas palavras de dom Geraldo
dirigidas ao monsenhor durante
sua homilia.
Caminhando para o final da celebração, dom José Eudes dirigiu
palavras de agradecimento a todos que, direta ou indiretamente,
contribuíram e continuam colaborando na sua vida religiosa. Fraternos foram os agradecimentos
direcionados, de forma especial,
ao arcebispo metropolitano de
Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha, e aos demais presbíteros e
diáconos da arquidiocese.
"A presença de vocês me conforta. Peço que me ajudem a ser
realmente um bispo conforme o
coração de Jesus Cristo, o bom pastor. Aos queridos irmão presbíteros
e diáconos da Arquidiocese de
Mariana os meus mais sinceros
agradecimentos. Obrigado pela
amizade, pelo testemunho de dedicação ao reino de Deus. Pelo
exemplo de vivência ministerial.
A sagração episcopal de Dom Eudes reuniu diversos
bispos e religiosos de vários pontos do país
Levarei todos vocês no meu coração. Peço-lhes que continuem rezando por mim, para que eu possa
colocar em prática muitas das lições aprendidas aqui nessa querida arquidiocese", disse dom Eudes.
to de uma política que atenda
com eficácia essa "residências
particulares", sem interferir no
direito de inviolabilidade domiciliar e do indivíduo nela residente,
estabelecido no art. 5.º, da Constituição Federal de 1988:
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do
indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
Manifestamo-nos contra a falta de um projeto que respeite a
"importância Mundial" do Conjunto Modernista de Cataguases
e sua realidade única, de
representatividade como um
verdadeiro monumento à personalidade criativa e empreendedora da cidade.
É notória a falta de uma política de planejamento urbano para
valorizar e qualificar os entornos,
e que acaba por transformar
cada bem tombado em uma ilha,
sem um projeto urbanístico que
interligue os diversos componentes, isolando-os e diminuindo a
importância histórica do Conjunto, bem como dificultando sua
visitação com conforto e qualidade turística.
SUGESTÕES PARA APROVEIT
AMENTO DO POTENCIVEITAMENTO
AL
TURISTICO
DE
CA
T AGUASES
CAT
1- Urbanização
a. Projeto de qualificação física do entorno dos bens tombados, valorizando as características da cidade e preparando sua
vocação para o turismo. Envolvendo o Governo Municipal, o Ministério das Cidades e a comunidade.
b. Calçadas com Acessibilidade - Rotas acessíveis interligando todos os bens tombados, incentivando a visitação a pé.
c. Faixas de travessia elevada Com a função de facilitar a travessia de pedestres nas rotas
acessíveis e reduzir a velocidade
de veículos, de acordo com a
NBR9050.
d. Instalação de sanitários públicos
e. Instalação de bancos - Bancos colocados próximos aos bens
tombados, para facilitar a contemplação e o descanso dos visitantes.
f. Melhorar o gerenciamento
do transporte de carga, evitando que o mesmo passe dentro do
perímetro tombado.
2- Restauração e preservação
dos bens tombados.
a. Restauração e Reforma imediata do Plano Diretor
Participativo.
b. Elaboração das leis complementares ao Plano Diretor: Lei de
Uso e Ocupação do Solo e o Código de Obras. É preciso destacar
que o Plano Diretor, por ser muito genérico, não se caracteriza
como uma legislação de proteção ao patrimônio. No entanto,
é a base da preservação desse
patrimônio, na medida em que
estabelece
diretrizes
e
parâmetros urbanísticos da área
na qual será aplicado o regime
urbanístico de qualificação especial de proteção, ajudando também a direcionar o crescimento
da cidade para a área mais favorável ao patrimônio.
c. Reativar o Conselho Municipal
do
Plano
Diretor
Participativo, que é a instância
que garante a participação da
sociedade civil na gestão e
implementação do Plano.
d. Projeto conjunto entre
IPHAN, o Governo do Município
e proprietários dos bens tombados, para manutenção, restauração e preservação.
e. Preparação dos proprietários de bens tombados privados,
sobre suas obrigações e benefícios, importância e limitações.
f. Preparação de restauradores - Qualificação de mão de obra
sobre as técnicas e os materiais
construtivos e artísticos relativos
ao modernismo.
3- Criação de um projeto
de T
urismo Sustentável
Turismo
a. Campanha Interna de divulgação do valor histórico da cidade - Criando a autoestima e o interesse da população pelos bens
tombados.
b. Preparação de cicerones Qualificação técnica de guias turísticos.
c. Preparação de empreendedores - Qualificação de interessados em empreender, para
atender às necessidades dos visitantes.
d. Resgatar conjuntamente
com a comunidade eventos culturais regionais.
e. Estudo e localização do público alvo de interesse turístico.
f. Propor a inclusão de conteúdos relacionados ao turismo
nas escolas da região, observando a cada nível escolar o
enfoque a ser abordado visando integrar educação ambiental
com turismo.
g. Criação de roteiros
arquitetônicos com guias
especializados, sensíveis ao ambiente e às necessidades dos visitantes, auxiliando na divulgação
e
valorização
do
patrimônio.
h. Difundir a imagem da cidade com o enfoque de santuário
modernista, desenvolvendo
ações de divulgação da poligonal
tombada para turistas.
Professores
participantes
do 1º. CA
TS
CATS
MANIFESTO
CONGRESSO DE ARQUITETURA,
TURISMO E SUSTENTABILIDADE
1 - Introdução
Este documento é um Manifesto Público gerado pelos participantes do 1º Congresso de Arquitetura,
Turismo
e
Sustentabilidade - CATS, evento
de caráter internacional, realizado de 06 a 10 de Junho de 2012,
na cidade de Cataguases, estado
de Minas Geral e que discutiu a
relação do Turismo e da
Sustentabilidade com a Arquitetura e o Patrimônio tombado, observando as temáticas que
conectam estes campos disciplinares à História, Engenharia
Ambiental, Biologia, Artes, Geografia, Sociologia, Educação, Economia e Administração, à realidade
da
cidade,
cuja
representatividade histórica foi
oficializada pelo IPHAN - Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, com o tombamento denominado de Conjunto
Histórico, Arquitetônico e
Paisagístico da Cidade de
Cataguases.
2 - CA
TS - 1º Congresso de
CATS
Arquitetura,
T
urismo
e
Turismo
Sustentabilidade
O CATS abordou as diversas
problemáticas que atingem direta e indiretamente a preservação patrimonial, e os debates
buscaram indicar ações voltadas
para o desenvolvimento econômico e turístico a fim de evitar
impactos
na
estrutura
arquitetônica e urbanística original da cidade.
O público, composto por profissionais, estudantes e professores das áreas de arquitetura e turismo, das universidades: UFRJ
(Universidade Federal do Rio de
Janeiro), UFMG (Universidade
Federal de Minas Gerais), UFSJ
(Universidade Federal de São
João del-Rei), UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), UFF
(Universidade
Federal
Fluminense), Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix,
PUC-MG, UFSCAR (Universidade
Federal de São Carlos), surpreendeu pela diversidade, quantidade, qualidade e demonstração de
interesse pelos temas, trabalhos
e oficinas oferecidas.
A qualidade da organização do
evento, trabalhos, temas e palestras realizadas no CATS, foi
potencializada pelo alto nível dos
professores participantes, entre
eles: a Arqa Cêça Guimaraens,
coordenadora do Grupo de Estudos de Arquitetura de Museus da
UFRJ; Arqa Ana Amora, Doutora
em Planejamento Urbano e Regional; Arqo Renato GamaRosa, coordenador do Núcleo de
Estudos de Urbanismo e Arquitetura em Saúde do Departamento de Patrimônio Histórico
da Fundação Oswaldo Cruz; Arqo
Marcelo Ferraz, reconhecido e
premiado arquiteto paulista, Arq
o. José Pessoa, professor da Universidade Federal Fluminense,
Arq. o. Mario Cezar da Silveira,
especialista em acessibilidade,
Eng.o. Leopoldo Bastos, especialista com conforto ambiental,
Arqo Claudio Bahia e Arqa. Denise Bahia - professores da PUC-MG
e estudiosos da cidade de
Cataguases.
Não bastassem os citados profissionais, que engrandeceram o
CATS, ainda teve a participação
de Ana Tostões, arquiteta pela
Escola de Belas-Artes de Lisboa,
Vice-Presidente do Conselho
Diretivo Nacional da Ordem dos
Arquitetos de Portugal e Presidente da Docomomo Internacional, instituição que tem por missão a proteção, documentação e
conservação do patrimônio
arquitetônico mundial do Movimento Moderno, que tornou "internacional" a importância da
iniciativa e objetivos do CATS, em
criar instrumentos de valorização turística e histórica da cidade de Cataguases, com um conceito de sustentabilidade. O CATS
ofereceu 25 oficinas técnicas,
preparando o público para uma
discussão mais qualificada e racional dos temas relevantes e
abrangentes aos objetivos do
evento.
3Conjunto
Histórico,
Arquitetônico e Paisagístico
da Cidade de Cataguases
Cataguases, município do Estado de Minas Gerais, obteve destaque nacional por suas manifestações culturais no século XX: o
ciclo de cinema de Humberto
Mauro e a literatura do grupo
modernista Verde, na década de
1920; a arquitetura modernista
com mobiliário, paisagismo, artes
aplicadas e acervo artístico, a
partir da década de 1940, sendo
a maior parte de autoria da vanguarda de arquitetos e artistas
modernos do Rio de Janeiro. Em
1994, o IPHAN, Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, reconhecendo o valor
cultural dessas manifestações,
efetua o tombamento da cidade
com o estabelecimento de uma
poligonal de proteção no centro
histórico e inclusão de dezesseis
bens imóveis tombados individualmente.
A cidade foi marcada por um
desenvolvimento cultural de destaque no cenário brasileiro no século XX: na década de 1920, com
o ciclo do cinema produzido por
Humberto Mauro, Pedro Comello
e Eva Nil e com a literatura modernista do grupo Verde; a partir
de 1940 até, aproximadamente,
1960 com o ciclo da arquitetura
modernista com mobiliário, artes
aplicadas, paisagismo e acervo
artístico produzido em sua maioria pela primeira geração de modernistas do Rio de Janeiro.
Pode-se dizer que o marco inicial da arquitetura moderna em
Cataguases é a encomenda, por
Francisco Inácio Peixoto - um dos
integrantes do grupo literário
Verde e idealizador da
Cataguases moderna - de sua residência, a Oscar Niemeyer.
Em seguida foi construído o Colégio Cataguases, também projeto de Niemeyer e encomenda
da família Peixoto. Seguem-se
então inúmeros outros projetos
que a elite e a classe média
cataguasense encomenda aos
renomados arquitetos que atuavam no Rio de Janeiro e representavam a vanguarda da arqui-
MANIFESTO
PÚBLICO
tetura brasileira naquele momento. São nomes como Carlos
Leão, Aldary Toledo, Irmãos
Roberto, Francisco Bolonha, entre outros. Junto aos arquitetos
agregaram-se os artistas plásticos, paisagistas e design de móveis do período: Cândido
Portinari, Djanira, Emeric Marcier,
Anísio Medeiros, Bruno Giorgi,
Jan Zach, Burle Marx, Joaquim
Tenreiro. Além do acervo de
obras de artes integradas, como
painéis e esculturas, alguns imóveis foram adornados com um
considerável acervo artístico, resultado da coleção de seus proprietários. A partir da década de
1960 destaca-se o arquiteto,
morador da cidade, Luzimar Goés
Telles com a maior produção de
obras modernas de Cataguases.
Um dos motivos destas manifestações chamarem atenção no
cenário nacional é o fato de elas
terem se desenvolvido numa cidade do interior de Minas Gerais,
longe dos grandes centros urbanos do país, numa época que a
cidade contava com aproximadamente 20.000 habitantes e as
condições de transporte e comunicação não eram tão fáceis
como nos dias atuais. Mas, mesmo nessas condições, essas manifestações se deram quase que
simultaneamente às vanguardas
dos grandes centros brasileiros,
como a Pampulha, em Belo Horizonte.
Em 1994, o Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional - IPHAN, reconhecendo o valor dessas manifestações
culturais, efetua o tombamento
do Conjunto Histórico e
Paisagístico da cidade onde insere uma poligonal de tombamento e, dentro desta poligonal, tomba individualmente dezesseis
bens imóveis.
O
Conjunto
Histórico,
Arquitetônico e Paisagístico de
Cataguases foi inscrito nos livros
do tombo Histórico, Belas Artes
e Arqueológico, Etnográfico e
Paisagístico do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, em 17 de fevereiro de
2003.
4 - Manifesto
A realização do CATS, apresentando a realidade do patrimônio
tombado da cidade de
Cataguases, através de um olhar
embasado, técnico e isento, nos
fez perceber, em loco, que o tombamento, por si só, ou o protocolo estabelecido para a preservação, não tem garantido, na prática, sua função esperada.
Apesar do PAC Cidades Históricas, programa voltado aos municípios com conjuntos ou sítios
protegidos no âmbito federal e,
ainda, cidades com Patrimônio
Cultural registrados, ter, para
Cataguases, com previsão de investimentos de R$ 29,9 milhões
entre 2010 e 2013, com ações de:
Projeto de Restauro dos Elementos Artísticos do Colégio
Cataguases, recuperação da Praça Rui Barbosa e Requalificação
Urbanística da Praça Santa Rita;
não se percebe perenidade no
projeto, pois a pura e simples ação
de restauro ou recuperação,
nada garantem a não ser a aparência momentânea dos elementos. Há de se levar em conta, que
um tombamento nas características do conjunto em questão,
não pode ser fator de
"engessamento", deve sim, ao
contrário, criar instrumentos que
agreguem valores e possibilidades que facilitem um desenvolvimento sustentável, planejado,
levando em conta todas as vocações da cidade, de sua relevante
importância, no contexto cultural, urbano, histórico, social, antropológico,
paisagístico,
ambiental, econômico e cívico, e
as perspectivas turísticas que o
tombamento possibilita.
Este Manifesto Público, tem a
intenção de alertar a Sociedade
Cataguasense, as Autoridades locais, o Governo Mineiro, o Ministério da Cultura, os órgãos de defesa, preservação e proteção do
Patrimônio Cultural Edificado
Brasileiro, para que sejam criados programas e projetos voltados para a preservação e conservação deste Patrimônio, além da
criação de um projeto de aproveitamento das possibilidades turísticas e de desenvolvimento
sustentável, com envolvimento
das três esferas de governo,
IPHAN, e entidades representativas,
com
ações
cuja
transversalidade possibilite a perenidade do projeto, estendendo
as iniciativas não só aos bens tombados e seu entorno, mas entendendo que a proteção do
patrimônio ambiental urbano
está diferentemente vinculada à
melhoria da qualidade de vida da
população, pois a preservação da
memória, dos referenciais culturais, é uma demanda social tão
importante quanto qualquer outra a ser atendida pelo serviço
público.
O Tombamento não tem por
objetivo "congelar" a cidade ou
outro bem. Tombar não significa
apenas cristalizar ou perpetuar
edifícios ou áreas, sem considerar toda e qualquer obra que venha contribuir para a melhoria da
vida na cidade.
Preservação e revitalização de
áreas são ações que se
complementam e, juntas, podem
valorizar conjuntos de bens que
se encontrem ameaçados ou deteriorados interferindo na qualidade de vida de uma população.
Torna-se premente o entendimento da realidade atual da Cidade de Cataguases, da sua população, das características e
especificidades inerentes às questões sociais, ambientais e
vocacionais e a sua relação com
o seu Conjunto Histórico,
Arquitetônico e Paisagístico, pois
é notório que o município está
"virando as costas" para os fatores de influência, possibilidades e
importância de seus bens tombados para o desenvolvimento sustentável da cidade.
quriPercebe-se a dificuldade
de preservação e/ou restauração
das residências modernistas tombadas, tanto pela falta de comprometimento do IPHAN, quan-
aTuaL
CATAGUASES/LEOPOLDINA • 30 DE SETEMBRO DE 2012
cuLTURa 05
MEU PÉ DE LARANJA LIMA
FESTCOROS
Realizado no Polo Audiovisual Em Juiz de Fora, o maior
evento da música coral no Brasil
da Zona da Mata, filme é
lançado no Festival do Rio
Foto Camila Botelho
A Associação Artística e Cultural Coro Municipal Juiz de
Fora realizou, de 24 a 29 de
setembro a 18º edição do
FestCoros, Festival Internacional de Coros de Juiz de Fora,
com corais internacionais da
Itália e Peru e grupos nacionais
do Distrito Federal, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
O FestCoros é o maior evento da música coral no Brasil,
realizado anualmente no mês
de setembro em Juiz de Fora.
Em 17 edições, no período de
1994 a 2011, já participaram
corais da Itália, Portugal, Japão, Estados Unidos,
Eslováquia, Lituânia, Egito,
Chipre, Costa Rica, Equador,
Uruguai, Chile, Colômbia,
Venezuela, Paraguai e Argentina e nacionais do Distrito Federal e dos Estados do Rio
Grande do Sul, Santa Catarina,
Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito
Santo, Bahia, Alagoas, Sergipe,
Pernambuco, Maranhão e
Tocantins.
Destaque em 2012 para as
participações internacionais do
CORO CIMA TOSA, da Itália e
do Ensamble Vocal Cuzco, do
Peru, dos grupos nacionais,
coral militar Vozes do Forte, do
tradicional
Forte
de
Copacabana e coral Vozes da
Globo, da Central Globo de
Produções, do Rio de Janeiro,
e Coral da Associação dos Funcionários da UNB, de Brasília,
que se apresentaram ao lado
de vários corais mineiros de
Juiz de Fora, Conselheiro
Lafaiete e Andrelândia.
O Festival foi realizado durante uma semana, promovendo apresentações nos principais teatros, igrejas, universidade, escolas e centro comercial de Juiz de Fora e nos
municípios de Maripá e
Argirita. O Festival Internacional de Coros de Juiz de Fora
tem a direção artística do Maestro Domício Procópio e é
organizado pela Associação
Artística e Cultural Coro Municipal Juiz de Fora
O garoto Zezé e o personagem Portuga em uma cena do filme.
Com locações em Recreio,
Piactuba, Abaíba e Cataguases,
o filme "Meu Pé de Laranja
Lima", inspirado na obra homônima de José Mauro de Vasconcelos, dirigido por Marcos
Bernstein, foi lançado em
grande estilo na mostra competitiva Première Brasil, do Festival do Rio, que vai de 27 de
setembro a 11 de outubro. Um
dos primeiros filmes realizado
no Polo Audiovisual da Zona
da Mata, está entre os 12 longas que concorrem ao troféu
do festival.
A
produção
foi
comercializada para o exterior,
com vendas asseguradas para
a Alemanha, Espanha, Portugal, Coréia, Tailândia e Turquia.
Parte do antecipado sucesso comercial internacional do
filme pode ser explicado pelo
fato de ser um dos livros brasileiros mais traduzidos, podendo ser lido em 16 idiomas
diferentes e publicado em 19
países. Além disso, o filme reúne uma talentosa equipe técnica liderada pelo diretor Marcos Bernstein, montado por
Marcelo Moraes, fotografia
de Gustavo Hadba, direção de
arte de Bia Junqueira e desenho de som de Waldir Xavier.
Recentemente ganhou um
expressivo reforço do israelense Armand Amar, grande compositor de trilhas do cinema,
que prontamente aceitou o
convite da produção para integrar a equipe.
As peripécias e angústias do
menino Zezé, na sua descoberta que a vida pode, às vezes apresentar dolorosas surpresas, promete divertir e
emocionar as platéias do mun-
do inteiro nesta sua
caprichada transposição para
o cinema.
Segundo Marcos Bernstein,
transformar esse marco da literatura infantojuvenil brasileira em um longa foi uma responsabilidade. O livro já teve
várias adaptações, em filme e
na TV:
- Quisemos dar a nossa versão, como seria uma interpretação nos dias de hoje, do
olhar de criadores usando esse
livro como fonte de inspiração. Todo mundo já adora o
livro e, por outro lado, esperamos conquistar novas pessoas. Não dá para avaliar o
impacto que o filme vai ter,
mas a adaptação para outros
meios continua a manter a
obra viva. As pessoas podem
assistir ao longa ou ler sobre
e ficar curiosas.
CARTA ABERTA AOS CANDIDATOS
Cataguases: Cidade da Cultura!
A Fundação Cultural Ormeo
Junqueira Botelho, o Instituto
Cidade de Cataguases, o Instituto Fábrica do Futuro, a Fundação Casa Simão José Silva e
o Instituto Francisca de Souza
Peixoto vêm a público despertar a atenção para que a futura gestão do município tenha
uma Secretaria Municipal
de Cultura exclusiva à altura dos desafios e oportunidades atuais em nossa
cidade e na região.
Nos últimos 10 anos, a sociedade civil de Cataguases lidera
um amplo movimento de Cultura e Desenvolvimento Local com impactos em todos os
segmentos da sociedade, em
especial, na juventude. Ações
concretizadas por diversas instituições, fundações, escolas,
agentes e grupos culturais,
com apoio, sobretudo, de importantes empresas privadas
da cidade e região.
São dezenas de projetos que,
anualmente, através de recursos próprios dessas empresas,
aliados a recursos públicos das
leis de incentivo, mobilizam os
vários setores artísticos e sua
vasta produção cultural, bem
como, preservam e conservam
a tradição, a memória e o patrimônio cultural e histórico da
cidade.
Com o mesmo empenho, essas ações garantem a manuten-
ção de centros culturais, teatros, museus, bibliotecas, memoriais, galerias e auditórios.
Promovem inúmeros festivais,
fóruns e mostras que movimentam a cidade com cinema,
audiovisual, literatura, teatro,
dança, música e artes visuais.
Iniciativas que projetam Cataguases como um importante
centro de formação, criação,
produção e intercâmbio cultural no Brasil e o exterior.
Uma mobilização que ganha
mais destaque ao implantar o
Polo Audiovisual da Zona
da Mata
Mata, que traz recursos financeiros importantes e dinamiza a economia da região em
diversos setores artísticos, técnicos, comércio, infra-estrutura e serviços.
O Polo Audiovisual já absorve e qualifica profissionais e
novos talentos, gera novas
oportunidades para atores,
músicos, escritores, bailarinos,
desenhistas, artesãos, cinegrafistas, fotógrafos, produtores,
costureiras, eletricistas, carpinteiros, seguranças, motoristas,
taxistas, dentre outros tantos
ligados aos serviços de restaurantes, transporte e hotelaria
da cidade e região.
Uma mobilização que resultou também na constituição do
Consórcio Intermunicipal
de Cultura
Cultura, com protocolo assinado publicamente pelos Pre-
feitos de Cataguases, Muriaé,
Leopoldina, Miraí e Itamarati
de Minas e que, até 2013, deverá alcançar cerca de 20 cidades. Uma ação inédita no país
que certamente servirá de referência na implantação do
Sistema Nacional de Cultura e nos futuros planos municipais e intermunicipais de cultura da região.
Neste cenário, desde 2008,
foram realizados seis filmes de
longametragem, dezenas de
curtas de ficção, mais dezenas
de filmes de animação e documentários, todos gravados na
região. A partir de agora e nos
próximos anos esses filmes estarão em festivais nacionais e
internacionais, ganharão destaque em telas de televisão e
cinema em todo o país e no exterior. Uma visibilidade que já
traz e ainda trará muito orgulho para a cidade e sua população.
O Brasil vive um momento
extremamente favorável para
as pequenas e médias cidades.
São inúmeros os exemplos em
diversos setores da economia
que confirmam o fortalecimento e o crescimento da economia no interior em vários estados brasileiros.
A nova gestão eleita para
a Prefeitura de Cataguases,
bem como vereadores e futuros secretários munici-
pais, precisam reconhecer
a força desta realidade e
incorporar uma agenda integrada de parceria pública/privado junto a este movimento.
Uma atitude inovadora de
interesse público que reúna a
Educação, Inovação e Economia Criativa
Criativa, beneficiará
não só a Cultura como também
a indústria centenária e os segmentos econômicos já instalados em nossa região. Uma
ampla parceria entre sociedade civil, empresas e governo com foco no desenvolvimento local sustentável.
Neste contexto, esta Carta
Aberta não constitui nenhuma
crítica a atual administração da
cidade, vários foram os aspectos em que a agenda cultural
avançou nesta gestão, mas não
podemos deixar de expressar
nosso desejo de que a Cultura
alcance ainda uma maior importância na administração
pública em geral. Em todos os
níveis, seja no âmbito do Município, do Estado ou da Federação, lutamos sempre para
que a pasta da Cultura tenha
maior orçamento e relevância
estratégica.
Portanto, seja numa eventual reeleição do Prefeito William Lobo ou eleição do
candidato Cesar Samor
Samor,
queremos muito mais para o
setor cultural. Institucionalmente nos colocamos abertos
a colaborar com qualquer candidato eleito para fazer de Cataguases uma cidade ainda
melhor para se viver e se expressar culturalmente.
Para tal, reforçamos, é preciso começar implantando uma
Secretaria Municipal de
Cultura exclusiva em nossa
cidade, representada por
uma liderança reconhecida
no setor cultural
cultural. Uma Secretaria Municipal com equipe
preparada, orçamento, estrutura e capacidade para garantir a participação qualificada da
Prefeitura nos desafios e oportunidades que lhe batem à porta.
Cordialmente,
Monica Botelho
Fundação Cultural Ormeo
Junqueiro Botelho
Cesar Piva
Instituto Fábrica do Futuro
Djalma Dutra
Instituto Cidade de Cataguases
Marcelo Peixoto
Instituto Francisca de Souza
Peixoto
Andréia Simão
Fundação Casa Simão
José Silva
Cataguases, setembro de 2012
aTuaL
CATAGUASES/LEOPOLDINA • 30 DE SETEMBRO DE 2012
cULTUR
LTURa
a II
06 cu
GRUPO TOCA
RAFAEL NASSIF
O alegre encontro do circo e
do teatro nas ruas de Cataguases
Piano Brasileiro na
Modernista Cataguases
encanta público
de 120 pessoas
A estreia de Cortejando aconteceu no dia 16 na praça de Sereno, atraindo um público de cerca de 200 pessoas.
O pianista Rafael Nassif com a coordenadora da
Casa de Cultura Simão, Andreia Barbosa Silva
O circo é quase tão antigo
quanto a humanidade. Só
que nas últimas décadas, com
o advento do cinema, televisão e agora, até da internet,
o circo foi perdendo espaço
mas sem perder, no entanto,
a magia. E a magia circense é
a essência de "Cortejando
Circo Teatro", uma produção
da TOCA - Teatro & Outras
Coisas Artísticas.
Com o patrocínio da Lei Municipal Ascânio Lopes de Incentivo a Cultura, o grupo
TOCA leva o circo para espaços públicos dos bairros e
centro de Cataguases, ao
som de muita música e alegria.
No dia 16, aconteceu a
estreia de Cortejado na pra-
ça de Sereno, levando um público de cerca de 200 pessoas. O espetáculo do dia 23,
foi realizado no bairro Ana
Carrara, sempre com grande
interação entre as crianças e
moradores do bairro com os
palhaços e músicas. Neste dia
30, a apresentação é na Praça Rui Barbosa, às 19 horas.
Segundo a atriz F e r n a n
d a Godinho, o espetáculo
"conta as aventuras de dois
palhaços em busca do amor
puro como a flor, mas que se
atrapalham no caminho, até
encontrarem o mel do amor,
um convite à pureza e à simplicidade"
O texto é do ator e artista
visual Emerson Morais, integrante e produtor artístico da
TOCA, aderecista da Parceria
Rede Globo, em parceria com
Fernanda Godinho, atriz,
palhaça e produtora da
TOCA, onde realiza animação
de Festas e eventos, teatro e
circo de rua e de palco, teatro empresarial e divulgação
de marcas.
O espetáculo conta no elenco com Emerson Morais.
Fernanda Godinho, e Vinicius
Branquinho, ator e malabarista. Os atores interpretam
e cantam ao vivo. O espetáculo conta com direção de
Carlos Sergio Bitencourt.
Cortejando encanta pelas
músicas, onde os artistas reuniram músicas de domínio
publico e músicas próprias
como "O regue da flor",
"Cortejando" parceria com
integrantes do Arapuka, "De
onde veio o amor" de autoria de Ney Franco, e "Meu
coração" , uma brincadeira
que surgiu entre amigos que
são homenageados na peça.
A trilha do espetáculo é
tocada ao vivo foi produzida pelos músicos Bruno
Vieira, tecladista e produtor
do Estudio HIdratassom, e
Marcos Alves, violonista,
vocal e guitarrista da banda
Couro de Cascavel. Os números circenses ficam por conta de Vinicius Branquinho o
palhaço Kadim, que fez um
cadim de cada tecnica circense, entre malabares, perna
de pau, monociclo e
pirofagia.
USINA CULTURAL
O som futurista da banda Rain Machine
Já ouviu falar na banda Rain
Machine? Não? Não se preocupe, pois poucas pessoas no
Brasil conhece. Pois o público
de Cataguases, através do projeto Usina Cultural, teve o prazer sensorial de conhecer a
banda Rain Machine, experiência solo do guitarrista e compositor do TV On The Radio,
Kyp Malone.
TV on the Radio é uma americana de indie rock banda formada em 2001 em Brooklyn ,
Nova York , cuja música abrange numerosos gêneros diversos, de pós-punk para electro
a música da alma .
Já o Rain Machine mostra a
face mais humana de Kyp
Malone, guitarrista e compositor do TV On The Radio. O
disco de estreia do Rain
Machine foi lançado em 2009
e garantiu ao grupo uma avaliação bem respeitável de publicações como a Uncut, NME
e Pitchfork. Em seu projeto
solo, ele deixa um pouco de
lado toda agitação e energia
que parecia não ter fim em
sua banda. Ainda que isso
pareça estranho, Kyp
Malone faz a imagem (ou a
sonoridade) mais condizente com uma música "futurista", ainda que aposte em
resgates, seja simples ou que
faça simplesmente música,
em sua forma mais primitiva
e sincera
Na banda, todos tocam diversos instrumentos, de teclado a banjo, passando pelo
power trio guitarra, baixo e
bateria como se o The Moody
Blues tocasse no mesmo pique
do Ramones. As provocações
rítmicas de cada música aliadas a vocais pungentes mexem com os sentidos da
plateia que não tiram os olhos
de Kyp Malone, sempre à
frente da banda com sua postura que parece tanto ameaçadora como cativante.
Tudo começou na Escola
de Música Lila Carneiro Gonçalves, em 1994. Na época, os
professores já enxergavam o
futuro promissor do menino
Rafael no piano. O tempo
passou e seu talento no dedilhar e partituras fez com
que ele rompesse fronteiras.
Hoje, com 28 anos, Rafael
Nassif é guiado pela maturidade artística como grande
revelação da música experimental.
Rafael nasceu em Juiz de
Fora, mas, foi criado (e se
considera)
filho
de
Cataguases. O prmeiro contato com o instrumento foi
aos 10 anos, no antigo Conservatório
Lorenzo
Fernandez. Logo depois,
transferiu seus estudos ao
professor André Pires, em
Juiz de Fora. Maestro, pesquisador (arconte), pianista e
professor do Curso de Música da Universidade Federal de
Juiz de Fora, André, presente no Recital, comenta a evolução do ex (eterno) aluno.
"Ele saia de Cataguases para
ter aulas comigo em Juiz de
Fora. Pela tamanha dedicação
e esforço, dava para perceber que ele seria um músico
bem sucedido".
De Juiz de Fora às cadeiras
do Curso de Música da Universidade Federal de Minas
Gerais e, os inúmeros projetos desenvolvidos na capital
mineira o levaram ao velho
mundo. Atualmente na Alemanha, Nassif aperfeiçoa sua
formação com Mariya
Filippova, nas áreas de: Composição, Sonologia, Música
Clássica Árabe, Piano e Regência contemporânea. Há
tempos longe da cidade, ele
a oportunidade de voltar a
tocar em Cataguases. "Quero agradecer a toda equipe
da Casa Simão. Foram muito
gentis comigo, o que colaborou para que esse concerto fosse possível".
A Programação de Eventos
2012/2013 da Casa de Cultura Simão tem o incentivo da
Lei Estadual do Governo de
Minas. Patrocínio: Bauminas
e Hidroazul. Apoio: Fundação Simão José Silva e Fundação Ormeo Junqueira
Botelho. O Projeto conta com
Rodney Rocha na produção
executiva. Ana Paula Mendonça na Assistência de Produção e Tarcísio Vória na
Assessoria de Comunicação.
Para receber informações,
basta
acessar
o
www.casasimao.org.br,
facebook.com/casasimao,
twitter @casasimao e
(32)3421-2622.
Banda Zem, de Muriaé,
a próxima atração da
Casa Simão
Selecionada pelo edital
"Sua Banda e sua Peça na
Casa Simão 2012", a Banda
Zem, de Muriaé, é a próxima atração a se apresentar
no Anfiteatro Ivone Barbosa Silva. O show acontece no
próximo dia 5 e os ingressos,
limitados, custam R$ 5,00 estarão a venda a partir do
dia 2, na Casa Simão, que fica
na Avenida Astolfo Dutra,
487, centro de Cataguases.
Com anos de estrada, a
Banda Zem (com a letra M
de Muriaé no final, como frisam os integrantes) é composta por Dudu Tupete (Baixo), Fabiano Rocha (Bateria),
Otávio de Castro (Guitarra e
Back vocal) e Zé Wilson (Vocal e Guitarra). Os músicos
agregam influências variadas
e um vasto currículo musical,
apresentando o melhor do
pop rock com entrosamento,
adquirido em centenas de
shows pelo país.
O guitarrista e compositor Kyp Malone.
A Banda Zem, de Muriaé, se apresenta no próximo dia 5
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+ leia a publicação do manifesto no Jornal Atual, Ed. 107, de 30/09