Anápolis, de 14 a 20 de abril de 2012 - nº 7801
O Anápolis
Goleiro Bruno: violência desde antes da prisão
A tese da defesa do exgoleiro Bruno, principal
acusado de ter matado
sua ex-namorada Eliza
Samudio, é contrariada
pela
maioria
dos
depoimentos colhidos pela
Polícia Civil mineira no
caso. O relatório final com
os testemunhos, de amigos
tanto de Eliza quanto de
Bruno, mostra que o exjogador de futebol tinha
um perfil violento e teria
feito várias ameaças à
vítima.
O corpo de Eliza está
desaparecido há quase dois
anos. Nunca foi encontrado
e, na prática, é considerada
morta. Desde então (julho
de 2010), Bruno, seu
amigo Luiz Henrique
Romão (o Macarrão),
e o ex-policial Marcos
Aparecido dos Santos
(o Bola) estão detidos
na Penitenciária Nelson
Hungria, em Contagem.
A defesa de Bruno tenta
convencer a Justiça que
o ex-goleiro queria um
herdeiro homem e, por
isso, “estava gostando
do garoto” que estava na
barriga de Eliza. Relatório
obtido pelo jornal O Tempo,
de Betim, na Grande
BH, mostra, contudo,
outra situação. Amiga
de Eliza, Milena Baroni
Fontana disse à Justiça
que o jogador agrediu a
ex-namorada com puxões
de cabelo para forçá-la a
desmentir na imprensa que
esperava um filho dele. O
pai de Eliza, Luis Carlos
Samudio, informou que
Bruno teria sumido com
documentos pessoais da
jovem para impedir que
ela entrasse com ação
de reconhecimento de
paternidade.
Outras testemunhas, de
acordo com o relatório
policial, confirmaram que
Bruno queria o aborto e era
agressivo com a ex. Silvia
Cordeira de Oliveira,
madrasta
de
Eliza,
afirmou que o goleiro não
acreditava ser o pai da
criança e que a enteada
temia que o suspeito
“roubasse” seu filho após o
nascimento.
Em depoimento, outra
amiga de Eliza, Wiviane
Leão, afirmou que ela
jamais abandonaria o filho
e disse ter estranhado
quando a ex do goleiro
ficou vários dias sem dar
notícia após ir para Minas.
As duas moravam juntas
em São Paulo.
Nos
computadores
pessoais de Eliza e do
então amigo do goleiro,
Luiz Henrique Romão,
o Macarrão, a polícia
encontrou
conversas
comprometedoras
entre
ambos que comprovariam
a tese das ameaças. Em
um dos trechos citados no
inquérito, Eliza diz que
Bruno tentou matá-la: “Viu
o que seu amigo louco fez?
Tentou me matar... mais
(sic) tô sendo mulher e me
virando sem ele ...jamais
prejudicaria alguém para
me promover...”.
O perfil do jogador é
retratado também por
juízes que participaram do
processo. Em dezembro de
2010, quando condenou o
goleiro por seqüestro, lesão
corporal e constrangimento
ilegal de Eliza Samudio -,
o juiz Marco José Mattos
Couto, da 1ª Vara Criminal
de Jacarepaguá, no Rio,
descreveu o jogador como
um
homem
covarde,
com personalidade de
criminoso, apreciador de
orgias, drogas e álcool.
Segundo o Tribunal de
Justiça de Minas Gerais
(TJMG), ainda não há
previsão para que seja
marcado o júri popular do
goleiro Bruno Fernandes e
dos outros oito acusados.
O motivo da demora
seria a existência de
recursos que aguardam
julgamento.
A Vara de
Execuções de Contagem,
na região metropolitana
de Belo Horizonte, deve
decidir ainda neste mês
se concede o pedido de
liberdade condicional ao
goleiro Bruno Fernandes.
Em 7 de dezembro de
2010, o acusado foi
condenado a quatro anos
e seis meses de prisão por
seqüestro, lesão corporal e
constrangimento ilegal de
Eliza Samudio pela Justiça
carioca.
O processo foi transferido
para Contagem, onde o
goleiro também é julgado
pelo desaparecimento e a
morte de Eliza. Segundo
o advogado de Bruno,
Rui Pimenta, o cliente já
tem direito à liberdade
condicional
por
ter
cumprido quase metade da
pena.
Uma das teses utilizadas
pelo
advogado
Rui
Pimenta na defesa de
Bruno Fernandes é a de que
o goleiro queria muito ter
um herdeiro, já que era pai
de duas meninas. Segundo
Pimenta, no início da
gravidez da ex-namorada,
Bruno não queria o filho e
tentou que Eliza Samudio
interrompesse a gestação.
“Hoje ele já está pagando
por isso. Mas, depois
que o menino nasceu, ele
passou a gostar do garoto”,
afirmou o defensor.
No inquérito policial,
os
depoimentos
das
amigas e parentes de
Eliza mostravam que ela
veio para Minas porque
o goleiro teria mudado o
comportamento e indicado
que aceitaria o filho. No
entanto, para a polícia,
tudo não passaria de uma
emboscada para sumir com
mãe e filho.
Já o advogado defende
que Bruno mudou “200%
quando descobriu que
o filho era homem” e
que por isso jamais teria
intenção de matar Eliza.
A defesa aguarda agora
o julgamento do habeas
corpus pelo Supremo
15
Tribunal Federal (STF),
que pode sair neste mês.
Confiante na liberdade
próxima
do
goleiro,
Pimenta afirma que os
outros advogados não
souberam impetrar os
pedidos de soltura. “Eu
sei pensar e fazer tudo
de acordo com a forma
como o Supremo faz e, por
isso, acredito que o Bruno
estará solto em breve. E
se o Flamengo não aceitálo de volta, já está cheio
de clubes o procurando”,
afirmou.
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