PREVALÊNCIA DO CONSUMO DE
SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS EM JOVENS
SEGUIDOS EM CONSULTA DE
PEDOPSIQUIATRIA
N. Urbano, F. Pedro, A. Moscoso, P. Vilariça, A. Prata, C. Milheiro, C. Silva, A. Matos
Clínica da Juventude, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central
Contacto: [email protected]
7 de março 2014, Coimbra
Consumo de Substâncias na Criança e
no Jovem


Perturbação de Uso de
Substâncias começa na
adolescência ou no início da
vida adulta
Se não for iniciado até aos
21 anos, é pouco provável
que se inicie (Chen e Kandel,
1995)
Adolescência – Fatores de Risco
Experimentação
 Pressão de pares
 Associado muitas vezes a consumir para ficar integrado e
em lazer
 Acessibilidade fácil
 Diminuição do risco percebido
 Elevada vulnerabilidade:


Neurodesenvolvimento e maior plasticidade neurona
Adolescência e Comportamentos de
Risco

Imaturidade de circuitos neuronais (Beckman, 2004)
 Controlo
da inibição
 Funções executivas
 Processamento emocional
 Mecanismo de recompensa (dopaminérgica)
Neurofisiologia da Adolescência
Mecanismos de recompensa
Consumos Experimentais de

 controlo Inibitório
Substâncias

Principais causas de mortalidade na adolescência relacionadas
com comportamentos de risco
Patologia Dual na Adolescência

A comorbilidade é a regra e não a exceção em adolescentes
e jovens adultos (Kessler e walters, 1998)
preceder

Comorbilidade pode
exacerbar
a Pert. Uso de Substâncias
proceder

Prevalência (Chan et al, 2008):
Perturbação do Comportamento (74,2%)
Perturbação Hiperatividade e Défice de Atenção (63,2%)
Depressão (52,7%)
Perturbação Pós-Stress Traumático (50,6%)
Ansiedade (24,6%)
Epidemiologia em Portugal

Álcool
 Diminuição
do número de consumidores de álcool
 Aumento dos consumos mais intensivos (embriaguez):
 Mais
alunos a beber intensivamente
 Maior frequência
 Maiores quantidades de bebidas consumidas
 Maior teor alcoólico
 Estabilidade
das idades de iniciação aos consumos
ECATD/ESPAD – Portugal/2011
Epidemiologia em Portugal

Tabaco
 Ligeiro
decréscimo na % de experimentação
 Aumento relevante nas % de consumidores atuais
(últimos 30 dias) a partir dos 15 anos
 Ligeiramente
maiores nas raparigas
 Em
geral, a iniciação ao consumo fez-se ligeiramente
mais tarde que em 2007
ECATD/ESPAD – Portugal/2011
Epidemiologia em Portugal

Medicamentos
 Globalmente,
aumento nas % de consumidores:
 Entre
os rapazes, os aumentos ocorreram nos grupos etários
dos 14 aos 17 anos
 Entre as raparigas, os aumentos ocorreram em todos os
grupos etários exceto no de 16 anos
 Em
2011, alunos que consumiram estas substâncias com
prescrição médica foram cerca do dobro dos que o
fizeram sem prescrição
ECATD/ESPAD – Portugal/2011
Epidemiologia em Portugal

Cannabis





Aumento da experimentação a partir dos 15 anos
Aumento das % de consumidores recentes e atuais
Idades de iniciação ao consumo: pequenas variações
Em 2011 – frequência do consumo (recente/atual): estabilidade
ou ligeiro aumento para “+5vzs”
Outras Drogas




Pequenas variações em ambos os sentidos na experimentação
Estabilidade ao nível da experimentação – 1 a 3%
2011 – os mais experimentados: anfetaminas, cocaína, LSD (até
aos 15 anos foi a cocaína, depois foram as anfetaminas)
2011 – aos 18 anos, a % de alunos que experimentaram dois
tipos destas drogas é de 2%
ECATD/ESPAD – Portugal/2011
Epidemiologia em Portugal

Droga (em geral)
 Aumento
da experimentação
 Depois dos 15 anos, a experimentação de Cannabis é
superior à de outras drogas
 Quase todos os alunos que experimentaram “outras
drogas ilícitas” também experimentaram “cannabis”
A
perceção de risco do consumo regular aumentou
>
perceção do risco nos alunos portugueses relativamente à
média europeia
ECATD/ESPAD – Portugal/2011
Clinica da Juventude. Área de Psiquiatria da Infância e da Adolescência. Centro
Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E. - Hospital de Dona Estefânia.
Prevalência do Consumo de Substâncias Psicoativas em
Jovens Seguidos em Consulta de Pedopsiquiatria
Neide Urbano1, Fernanda Pedro2, Ana Moscoso1, Paula Vilariça3,
Ana Teresa Prata1, Cátia Milheiro1, Carla Silva4, António Matos5
(1) Interna do Internato Complementar de
Psiquiatria da Infância e da Adolescência
(2) Enfermeira Especialista
(3) Assistente de Pedopsiquiatria
(4) Técnica de Serviço Social
(5) Assistente de Pedopsiquiatria. Chefe de Equipa da Clínica da Juventude
Metodologia






Revisão da Literatura
Seleção das variáveis
Questionário de auto-preenchimento
Consentimento informado assinado por pais/
responsável legal
Adolescentes que recorreram à Consulta na Clínica da
Juventude no período entre 01 a 30 de Abril de
2013
Tratamento estatístico em SPSS©
Resultados

Descrição da Amostra
 Amostra
selecionada por método de conveniência
 N = 108 , ♀47,2%
Idade
 Idade:
23
 [13,20]
 x̄
19
19
16
= 15,4
 Ano
escolar:
Ensino Secundário
 2,8% CEF
8
5
1
 21,3%
13
anos
14
anos
15
anos
16
anos
17
anos
18
anos
20
anos
Resultados

Descrição da Amostra
 Principais
Diagnósticos
30%
25%
25%
24%
20%
15%
10%
10%
5%
0%
P. Comportamento
P. Humor
P. Ansiedade
Resultados

Tabaco

49,1% (n=53) dos adolescentes já fumaram 38%/64% (INME)

Idade em que experimentaram: 7 (n=1) aos 17 anos (n=1)

27,5% (n=14) já tinham provado tabaco ≤ 12 anos

60,8% (n= 31) provaram tabaco ≤ 13 anos

Idade Média e Moda de provar tabaco: 13 anos

Média de Consumo regular de tabaco: 13,7 anos

31,5% (n=34) fumaram tabaco nos últimos 12 meses

25,9% (n=28) fumaram tabaco nos últimos 30 dias
Resultados

Álcool

64,8% já beberam álcool 67%/ 97% (INME)
30,5% provaram álcool ≤ 13 anos
Idade mais precoce: 10 anos (n=2)

Associação entre idade e primeiro consumo


 x̄

: <15 = 12,7 ; >15 = 13,7
Associação entre sexo e idade da primeira
embriaguez:
♀
Teste de Mann-Whitney (p<0.05)
têm a primeiro episódio de embriaguez
mais cedo(13,8 anos), cerca de 1 ano antes
dos ♂
 Associação com diagnóstico: depressão?
Resultados

Teste de Mann-Whitney (p<0.05)
Álcool
 Associação
 Binge
entre idade e…
Drinking
 Consumo nos últimos 30 dias
 Episódios de embriaguez no ultimo ano/na vida
Resultados

Cannabis (CNN)

21,3% (n=23) já consumiram CNN 9%/ 28% (INME)

Idade Média de Provar CNN = 14 anos

Idade mais precoce: 11 anos (n=1)

Consumo regular de CNN: 14,8% (n=16)

CNN nos últimos 30 dias: 10,2% (n=11) 5%/16%

CNN nos últimos 12 meses: 16,7% (n=18) 8%/23%
Resultados

Cannabis (CNN)

Associação entre Idade e…



Consumo de CNN de manhã
Alterações de memória
Mais velhos
Consumo mais intenso e continuado?
 Progressão no consumo
Teste de Mann-Whitney (p<0.05)
Resultados

Cannabis (CNN)
 Associação entre P. Comportamento
e tentativa de diminuir o consumo
Teste de Kruskal-Wallis (p<0.05)
Resultados

Outras Substâncias Psicoativas (SPA)
 Consumo
ao longo da vida
Outras SPA
Tranquilizantes Receitados por Médico
Tranquilizantes não receitados
Cocaína
Anfetaminas
Freq. Absoluta
Freq. Relativa
46,3%
50
2,8%
3
1,9%
2
1
0,9%
Ecstasy
2
Alucinogénios
Inalantes
Ketamina
Opióides
3
0
0
1
1,9%
2,8%
Smart Drugs
2
1,9%
0
64
0,0%
59,4%
Outras
Total
0,0%
0,0%
0,9%
Resultados

Outras Substâncias Psicoativas
(SPA)
 Associação
entre idade e
consumo de tranquilizantes
>
idade, > consumo
 Associação
entre sexo e…
de cocaína - ♀
 Consumo de tranquilizantes com
prescrição - ♀
 Consumo
Teste de Mann-Whitney (p<0.05)
Conclusões

Taxas e padrões de consumo de SPA semelhantes à
população adolescente em geral



Crianças/adolescentes com patologia dual



Amostra maior?
Confidencialidade?
Baixa adesão ao tratamento
Pior prognóstico
Essencial a pesquisa ativa dos hábitos de consumo assim
como de prevenção e intervenção precoce e multidisciplinar

Médico de Família, Pedopsiquiatra, Psicólogo da infância e
adolescência, Enfermeiro especialista de Pedopsiquiatria, Técnico
de Serviço Social, Pais, Adolescente, Professor, Neuropediatra
PREVALÊNCIA DO CONSUMO DE
SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS EM JOVENS
SEGUIDOS EM CONSULTA DE
PEDOPSIQUIATRIA
N. Urbano, F. Pedro, A. Moscoso, P. Vilariça, A. Prata, C. Milheiro, C. Silva, A. Matos
Clínica da Juventude, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central
Contacto: [email protected]
7 de março 2014, Coimbra
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Comunicação - anuário do hospital de dona estefânia