UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
NÚCLEO DE HISTÓRIA ECONÔMICA E DEMOGRÁFICA
SÉRIE ESTUDOS — 1
CONTRIBUIÇÃO PARA A HISTÓRIA AGRÁRIA
DE MINAS GERAIS — SÉCULOS XVIII-XIX
ANGELO ALVES CARRARA
Mariana
1999
Série Estudos, 1
Núcleo de História Econômica e Demográfica
Universidade Federal de Ouro Preto
rua do Seminário, s/n.
35420-000 Mariana MG
ISBN 85-288-0029-6
Depósito legal efetuado junto à Biblioteca Nacional conforme Decreto número 1.825,
de 20 de dezembro de 1907. Esta obra cumpre ainda a Lei 5.988, de 14 de dezembro
de 1973.
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SUMÁRIO
Apresentação
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Abreviaturas e sinais
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As Minas e os Currais
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I. Os ritmos da ocupação territorial
9
II. As concessões sesmariais
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III. Escrituras de compra e venda de propriedades rurais do termo de
Mariana — 1711-1714
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Flutuações da economia agrária de Minas Gerais — 1722-1830
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Apresentação
A série “ESTUDOS” é o resultado de um esforço do Núcleo de História
Econômica e Demográfica da Universidade de Ouro Preto para publicar
resultados de pesquisas nas áreas da História Social
O presente trabalho é constituído por dois estudos: ‘as minas e os currais’:
problemas, metodologia e materiais para o estudo da ocupação do solo e do
acesso à propriedade da terra na Capitania de Minas Gerais (1674-1739); e
‘flutuações da economia rural de Minas Gerais (1722-1835).
O primeiro estudo visa a caracterizar a fase inicial da ocupação do solo de
Minas Gerais, com base nas cartas de sesmarias concedidas entre 1674 e 1739, e
nas escrituras de compra e venda de imóveis rurais registradas no notariado da
vila de Mariana, entre 1711 e 17141. Constitui um instrumento de trabalho — e,
nesse sentido, as partes correspondentes às concessões sesmariais e aos
registros de escrituras deveriam ser lidas como um mapa — e um primeiro
ponto de partida para a escritura da história da estrutura fundiária numa área
dominada pela mineração durante um século. Primeiro ponto de partida,
porquanto há um segundo: a relação de concessões sesmariais entre 1739 e
1744. A Ordem Régia de 14 de abril de 1738 determinava aos que se achassem
de posse de terras sem títulos, pedissem-nas de sesmaria; caso contrário,
ninguém poderia valer-se da posse depois de um ano. Esta Ordem Régia está
na origem de um verdadeiro levantamento fundiário da Capitania, a partir de
1739. Por sua vez, as últimas Ordens Régias sobre a matéria (de 28.03.1743,
16.04.1744 e 11.03.1754), cristalizaram todos os procedimentos anteriores, e
marcaram uma nova etapa na distribuição das datas. Além disso, a Capitania
não seria mais sacudida por nenhuma outra corrida do ouro: Paracatu, em 1744,
foi a última grande descoberta mineral.
Além de verificar os ritmos da ocupação territorial em relação com os
‘eventos’ econômicos (i. e., as descobertas auríferas), o primeiro estudo
procurará demonstrar o valor relativo das cartas de sesmarias enquanto
instrumentos privilegiados de acesso à terra. O agitado mercado de terras das
regiões mineradoras e o ‘lançamento de posses’ constituíram-se noutros
mecanismos. Os processos de concentração e de partilha da terra poderiam ser
estudados à minúcia a partir da sistematização de todas as cartas de sesmarias
concedidas nesse período (e que valem como um cadastro parcial da
propriedade fundiária em Minas Gerais), das escrituras de compra e venda de
A coleta dos dados das escrituras foi efetuada no primeiro trimestre de 1998 por Jezulino
Lúcio Mendes Braga, à época aluno do Curso de História da UFOP, cuja bolsa de Iniciação
Científica foi financiada pelo CNPq (modalidade PIBIC).
1
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propriedades rurais registradas nos notariados e de todos os pagadores de
dízimo a partir de 1750, cuja relação constitui a documentação decimal.
Certamente a tarefa não é possível para todas as freguesias. Contudo, à exceção
de Caeté e Minas Novas, todas as demais vilas coloniais mineiras dispõem de
seus livros de notas, mesmo que fragmentados, como é o caso do Serro. De
todo modo, a documentação completa para muitas freguesias está aí a convidar
os historiadores à pesquisa. O que se pretende aqui é tão somente verificar os
ritmos da ocupação do solo, de que as concessões sesmariais seriam um índice,
e as escrituras de compra e venda de imóveis rurais, outro. O estudo da
estrutura fundiária, isto é, da estrutura de distribuição do principal meio de
produção nas sociedades pré-capitalistas é, no entanto, apenas uma parte no
estudo mais amplo das estruturas agrárias, as quais equivalem, nessas
sociedades, à quase totalidade das suas estruturas econômicas, já que a base
econômica de todos eles é a agricultura e/ou a criação de gado. No edifício das
estruturas agrárias — que correspondem ao conjunto formado pelas estruturas
da produção, da circulação dos gêneros produzidos e da distribuição da renda
gerada por essa circulação — percebe-se logo que a estrutura fundiária está no
princípio e no fim de todo o processo de produção da vida dessa sociedade.
O segundo estudo trata dos ritmos da produção agrícola e pecuária da
maior parte das freguesias de Minas Gerais, entre 1725 e 18302. Em trabalho
anterior3, estudei as estruturas agrárias da Capitania de Minas Gerais com base
na série constituída pelos livros dos dízimos pertencentes à Coleção Casa dos
Contos de Ouro Preto. Ali procurei também esclarecer os aspectos mais
importantes relativos a esse tipo de fonte, bem como à metodologia que
presidiu à elaboração dos quadros e gráficos. Nesse sentido, esse artigo quer-se
ponto de partida para o necessário estudo das flutuações da economia de Minas
ao longo do século XIX, sobre bases mais sólidas. Desde logo, porém, deve-se
lamentar a ausência, na documentação decimal, das listas das freguesias do
Triângulo Mineiro e de Paracatu. Numa primeira parte, o estudo reporta os
pontos fundamentais da tese, que o artigo prolonga, e, em seguida, discute as
flutuações ao longo do século XVIII e primeiro quartel do século XIX.
A coleta dos dados referentes ao triênio de 1825 a 1827 foi efetuada em 1997 por Rodrigo
Vivas Andrade, então aluno do Curso de História da UFOP, cuja bolsa de Iniciação Científica
foi financiada pelo CNPq (modalidade PIBIC/UFOP).
3 CARRARA, Angelo Alves. Agricultura e Pecuária na Capitania de Minas Gerais; 1674-1807. Rio de
Janeiro, UFRJ, 1997 (tese de doutorado).
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6
Abreviaturas e sinais
Ao longo deste trabalho foram usados os seguintes sinais:
@: arrobas de ouro
℘: oitavas de ouro
*: indica sesmaria registrada nos códices 155 ou 427(2) do Arquivo Nacional;
#: tempo de estabelecimento;
〈 〉: insere informação tomada de fontes diversas, que vão amiúde mencionadas;
⊂: tamanho e qualidade da ‘fábrica’ e das benfeitorias;
/: confrontações;
>: informa o nome atual
[ ]: insere informações mais completas tomadas de outras cartas de sesmarias;
Foram usadas as seguintes abreviaturas:
a.: anos de estabelecimento
ABN: Anais da Biblioteca Nacional
ACMM: Arquivo da Câmara Municipal de Mariana
aj.: ajudante
alf.: alferes
APM: Arquivo Público Mineiro
brig.: brigadeiro
cap.-mor: capitão-mor
cap.: capitão
CBG: Casa de Borba Gato/Sabará
cc.: casado/-a com
CC: Coleção Casa dos Contos de Ouro Preto/Arquivo Público Mineiro
cg.: córrego
CMS: Câmara Municipal de Sabará/APM
confirm.: confirmação
cor.: coronel
CRM: Comarca do Rio das Mortes
FP: fundo Fazenda Provincial do Arquivo Público Mineiro
freg.: freguesia
gen.: general
lb: libras de ouro
sgt.(-mor): sargento(-mor)
tte.: tenente mcpo.: mestre de campo
MRSJR: Museu Regional de São João del Rei
pe.: padre
RAPM: Revista do Arquivo Público Mineiro
rib.: ribeirão
SC: Seção Colonial do Arquivo Público Mineiro
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AS MINAS E OS CURRAIS:
problemas, metodologia e materiais para o estudo da ocupação do solo
e do acesso à propriedade da terra
na Capitania de Minas Gerais (1674-1739)
I. Os ritmos da ocupação territorial
1. Fontes: as cartas de sesmaria e as escrituras de compra e venda
As sesmarias mineiras concedidas até meados do século XVIII foram em
sua maior parte publicadas pela Revista do Arquivo Público Mineiro (RAPM), até
1934, conforme o quadro abaixo. Não foram publicadas as cartas constantes
dos códices SC 07 (fls. 17v, 25v, 27, 27v, 50, 54, 57v, 78, 99v), SC 09 (fls 114v208/214-265), SC 12, SC 21 e SC 31. Algumas sesmarias concedidas em solo
goiano foram aqui relacionadas, devido à necessidade de se demonstrar uma
articulação particular de algumas áreas do sertão mineiro com as minas goianas.
Sesmarias publicadas na RAPM
Códice/APM
SC 07
SC 09
SC 28
SC 30
SC 37
SC 42
SC 43
SC 72
SC 80
SC 85
SC 90
SC 94
SC 96
volume: página da RAPM
2: 257; 3:23-35; 10: 899-979
4: 155 et seqs.
9: 407-59
9: 460-6
9: 466 et seqs.
3: 783-872; 4: 847-924; 5: 233-86
3: 907-9; 9: 466-80 (confirmações)
6: 228-316/657-755/1193-230; 7: 459-88; 9: 424 et seqs.
3: 872-92; 6: 480-546; 9: 480-546; 9: 885-913; 10: 211-327
3: 893-907; 10: 211-327; 11: 447-580; 12: 827-1000
14 e 18
3: 909-14; 18; 19: 347-436; 20: 553-647
24 (1933): 553-647
Por razões óbvias, não listei aqui os registros das sesmarias concedidas em
solo catarinense, riograndense e paulista.
Além da publicação de quase todas os registros de concessão até a primeira
metade do século XVIII, há os índices de sesmarias. A RAPM publicou em
1900 (pp. 317-473) a Relação cronológica dos concessionários de sesmarias em Minas
Gerais, onde foram indicados os códices, folhas, datas das concessões ou das
confirmações e o nome dos concessionários. Este primeiro catálogo de
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sesmarias permite verificar de imediato os ritmos de concessão. A RAPM
publicou ainda em 1914 (pp. 135-315) uma Lista geral e completa, dos nomes de todas
as pessoas que obtiveram cartas de sesmarias no estado de Minas Gerais, que arrolou os
sesmeiros em ordem alfabética de prenome por códice, o que já tinha sido feito
na Relação de 1900. Uma repetição desnecessária. Há ainda na mesma
publicação a lista de todas as sesmarias publicadas até 1914 pela RAPM. Mais
recentemente, a mesma RAPM publicou o seu Catálogo de Sesmarias, que traz a
data, o nome do concessionário (em ordem alfabética de sobrenome transcrito
das cartas), localização da carta (seção do APM, códice, folha), localização
sumária da sesmaria (rio, freguesia, paragem, termo ou comarca). É sem dúvida
o mais completo índice para quem queira consultar os códices, conhecido o
nome do sesmeiro.
Evidentemente, problemas não escaparam a todos esses índices, como os
erros nas transcrições de sobrenomes e a falta de advertência sobre concessões
em outros estados (como Santa Catarina e Rio Grande do Sul: SC 42, fls.
118/119). Mas, sem dúvida, o maior de todos é a imprecisão da localização das
sesmarias. Ademais, não pode ser esquecido o fato de que até hoje não se
incluiu em nenhum catálogo ou lista a relação de sesmarias concedidas no norte
de Minas, constantes dos códices 155 e 427(2) do Arquivo Nacional.
Quanto às datas minerais, os únicos registros anteriores à década de 1720
são o livro APM, CC 13, da Guardamoria do Rio das Velhas, e alguns poucos
registros de arrematação de lavras no Serro e em Sabará existentes na Coleção
Casa dos Contos custodiada pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. A
partir de 1720, contudo, toda nova concessão de data, ou o registro da posse,
passou a ser lançada em livros próprios, dos quais restam os da Comarca de
Sabará e de Mariana (APM/CMS e ACSM). As sesmarias concedidas pelo
Governo da Capitania da Bahia estão registradas nos códices 155 e 427(2) do
Arquivo Nacional. Foram ainda consultados os livros da capitação de 1717 a
1719, custodiados no APM, das freguesias do Ribeirão do Carmo (CC 36), São
Sebastião (CC 24), Inficionado (CC 35), São Bartolomeu (CC 25), Antônio
Pereira (CC 27) e de Vila Rica (CC 28).
Em conjugação com as sesmarias, reservei à documentação notarial a
condição de fonte privilegiada para a escritura de uma história da propriedade
na qual se pudessem perceber seus ritmos peculiares, especialmente nas áreas
de mineração. O estado de conservação das escrituras de compra e venda de
imóveis rurais é bastante variável. O acervo cartorário de algumas vilas coloniais
mineiras, como Minas Novas e Caeté, por exemplo, inexiste para o período
anterior a 1800. Minas Novas só dispõe de livros de notas a partir de 1851,
porque os anteriores foram adrede eliminados. Já para São João del Rei e
Tiradentes, só há registros a partir da segunda metade do século XVIII, exceto
10
um único livro, da década de 1720. Idêntica é a situação de Ouro Preto. Até
agora, a documentação cartorária conhecida e tratada do Serro constitui uma
série esparsa de livros de notas a partir de 1746. As melhores situações de
preservação são encontradas em Sabará e Mariana. Nesta última, o Arquivo da
Casa Setecentista de Mariana custodia a série completa dos livros de notas,
iniciada com a fundação da vila do Ribeirão do Carmo, em 1711. É por essa
razão que optou-se, neste trabalho, por proceder ao levantamento completo das
operações de compra e venda de imóveis rurais registradas nos notariados
marianenses para efeito de comparação com o movimento de concessões
sesmariais. Nos primeiros livros, porém, faltam folhas iniciais e finais, e em
alguns casos, é impossível ler o conteúdo de algumas escrituras, porque a tinta
apagou-se quase completamente. Assim, não se pôde arrolar aqui todas as
escrituras registradas entre 1711 e 1714, o que seria o ideal. Por sua vez, não se
pode esquecer também que não é esse o objetivo deste estudo. O que se
pretende antes de tudo é verificar, comparativamente às concessões sesmariais,
os ritmos de ocupação territorial por intermédio da compra e venda de imóveis
rurais. Além disso, não se pode ter a ilusão de que todas as operações de
compra e venda de terras fossem registradas nos cartórios. É suficiente o
lembrar-se do Alvará de 30 de outubro de 1793, que confirmou o costume
brasileiro de transferir propriedades por meio de escrituras particulares. Por
fim, deve-se frisar que da metodologia aqui adotada exigiu-se o ser ela
suficientemente capaz de superar os obstáculos opostos pela fragmentação das
fontes. Os dados foram coletados nos livros 1 (1711), 2 (1711-1715), 3 (17141715) e 4 (5.3.1715-21.08.1716).
2. O acesso à propriedade da terra — problemas e metodologia
As duas ordens de concessão de terras na região das minas — sesmarias e
datas minerais — eram formalmente distintas, e igualmente distintas foram as
formas de registro e controle da posse. As terras minerais foram inicialmente
concedidas pelos guardas-mores, e lançadas em livros próprios, alguns dos
quais compõem a Coleção Casa dos Contos de Ouro Preto. Só mais tarde, a
partir de 1724, esses livros passaram a ser controlados por outros órgãos (a
série referente a Sabará compõe o fundo Câmara Municipal de Sabará, do
Arquivo Público Mineiro, e a série para Mariana é custodiada pelo Arquivo da
Casa Setecentista de Mariana).
Antes de tudo, em Minas Gerais, as cartas de sesmaria devem ser
consideradas como garantias a posses já lançadas ou a terras já compradas. O
objetivo da política adotada pelo governo da Capitania na década de 1730 e
1740 (Ordem Régia de 14 de abril de 1738 e Bando de 13 de maio de 1738)
tornando nulas todas as posses que se lançassem depois da publicação destas
11
normas não era outro senão o de legalizar as posses. Dever-se-ia atentar de
imediato para o fato de os peticionários alegarem indistintamente ora o título de
primeiro povoador (o que traduzia em bom português o jus primi occupantis), ora o
ter comprado a terra de um primeiro povoador. Em ambos os casos, o lançamento
de posses estava na origem do acesso à propriedade.
Algumas vezes é possível cotejar as alegações (nem sempre coincidentes)
dos peticionários, reproduzidas nas cartas de sesmaria, com outros
documentos, especialmente as escrituras. Segundo a escritura de 10 de junho de
1719 (ACSM), o coronel Martinho Afonso de Melo vendera ao brigadeiro
Antônio Francisco da Silva e ao sargento-mor Luís Tenório de Molina seu sítio
no rio das Velhas, na passagem de Papagaios, com duzentas cabeças de gado,
por 2.500 ℘. Seja por que razão for, apenas o brigadeiro o obteve em sesmaria.
Na petição, alegava também ter sido o descobridor (i. e., o primeiro povoador ou
primus occupans) dessa paragem há doze anos, e (?) de tê-la comprado por uma
arroba de ouro (4.096 ℘).
Esse lugar ocupado pelas concessões explica-se pela poderosa fundação
que é a própria natureza da economia mineira colonial: as terras mudavam de
mãos a um ritmo muito acelerado. Mais do que em qualquer outro lugar do
Brasil, a propriedade fundiária em Minas Gerais sempre funcionou como propriedade
privada ... do ponto de vista econômico.4
Os flagrantes tomados dos livros de capitação já são muito contundentes
nesse sentido. Estes informavam as alterações ocorridas de um ano para outro
nas listas de proprietários de escravos: um se ausentou desta freguesia do Bromado
para parte donde se não sabe; outro, saiu para as Congonhas, ou para São Paulo, ou para
São Miguel, ou para fora; outro ainda, era mudado para tal ou qual lugar ... A
propósito, as listas de contribuintes do imposto da capitação não permitem
estabelecer uma relação direta entre propriedade escrava e sesmaria. Nos
registros da capitação de 1717 a 1719, há muitos grandes proprietários de
escravos sem cartas de sesmaria, como, por exemplo, Sebastião Fagundes
Varela, com 73 escravos, e o Mestre de Campo Francisco Ferreira de Sá, com
76. Isto não significa dissociação entre propriedade escrava e propriedade
fundiária. É necessário ter sempre em mente, que, desde o primeiro momento,
constituiu-se em Minas um extenso mercado de terras, dadas as condições
peculiares da circulação monetária realizada pela mineração, e o mercado de
imóveis rurais foi outra forma de acesso à propriedade. As concessões
sesmariais efetuadas entre 1710 e 1711 tão somente flagraram parte da
estrutura fundiária da Capitania nesses anos. A rapidez como a propriedade
trocou de mãos, que as próprias concessões informam, tornaram as sesmarias
4
CARDOSO, Ciro F. S. Agricultura e capitalismo. Petrópolis: Vozes, 1979. p. 118.
12
instrumentos menores de acesso à terra. Os registros de notas corroboram
contundentemente esta afirmação. E é exatamente nos notariados que
poderemos encontrar os nomes desses grandes proprietários de escravos, como
veremos adiante alguns exemplos. Porém, os registros de compra e venda dos
tabelionatos públicos parecem expressar apenas uma parte do que realmente
ocorria em toda a Capitania por meio de escrituras particulares. É o que se
infere do Alvará de 30 de outubro de 1793, que confirmou o costume do Brasil sobre o
valor das escrituras particulares e provas por testamentos a partir de representações da Junta
da Real Fazenda da Capitania de Minas Gerais ao Conselho Ultramarino. E, de fato,
enormes propriedades privadas constituíram-se. Os irmãos Jorge e Antônio
Curvelo d’Ávila, por exemplo, chegaram a possuir juntos mais de 6.000 km2 em
terras contínuas entre os rios das Velhas e Cipó, mais a área do atual município
de Curvelo, compradas a Antônio Fernandes Rodrigues e Manuel Ferreira da
Cruz, que as obtiveram por sesmaria em 1718 (SC 12, fl. 8v.).
Nesse sentido, há que se considerar um fato fundamental: as concessões
sesmariais têm um significado distinto nas ‘minas’ — i. e., os núcleos
mineradores originais — e nos currais. Nas primeiras, as sesmarias foram
instrumentos secundários de legitimação da propriedade, visto que a velocidade
com que as terras eram compradas e vendidas diminuíam a necessidade de
recurso às petições. O ritmo da mudança dos proprietários das terras ocupadas
se dava em grau máximo devido à máxima circulação de moeda (ouro em pó)
nessa região. Mais adiante, veremos isso na área mais populosa das ‘minas’. Já
nos currais, mesmo que participassem ativamente de diversos espaços
econômicos internos da Capitania, a circulação monetária era relativamente
muito menor. Certamente, nos notariados de Sabará e do Serro encontramos
registradas operações de compra e venda de fazendas de criar nos sertões nortemineiros. Mas seu número é muito menor do que o verificado nas ‘minas’. Daí
o lugar diferente ocupado pelas sesmarias nessas regiões: elas consolidavam um
domínio mais duradouro, na falta de outros instrumentos legais, como as
escrituras de compra e venda.5
Por esse motivo, as cartas de sesmaria não permitem que se estabeleça, por
si só, os ritmos da ocupação do solo nas zonas de mineração mais importantes.
Este ritmo deve ser também buscado nos registros dos notariados. Se
tomarmos em conta apenas as cartas de sesmaria do termo da vila do Carmo,
A assunção das concessões sesmariais fluminenses e baianas como garantias de propriedade
territorial — e, por conseguinte, instrumentos indispensáveis ao estabelecimento de um
monopólio da propriedade fundiária, e sua sistematização para fins de verificação dos ritmos
da ocupação, foi procedida por Francisco Carlos Teixeira da Silva: TEIXEIRA DA SILVA,
Francisco Carlos. Morfologia da escassez; crises de fome e política econômica no Brasil Colonial.
Niterói, Universidade Federal Fluminense, 1991 (tese de doutorado). p. 318-50.
5
13
entre 1711 e 1738, observaremos três movimentos. Num primeiro, entre 1711 e
1715, as propriedades concentraram-se nos ribeirões do Gama, do Carmo, do
Gualaxo do Sul, da Bocaina, do Monsus. Num segundo, entre 1716 e 1720, as
propriedades se concentraram em São Sebastião, Furquim, Antônio Pereira,
Bento Rodrigues. E num terceiro, a partir de 1724, em Passagem, Barra Longa,
Inficionado, Pinheiro e Pirapetinga. Ritmo semelhante poderia ser encontrado
no termo de Ouro Preto. Contudo, os registros de notas desfazem essa
distribuição cronológica da ocupação territorial.
A situação é diferente para a zona curraleira, onde, repita-se, as concessões
garantiam o monopólio para a pecuária articulada a surtos mineratórios em
áreas próximas. É assim que devem ser entendidas as concessões entre 1720 e
1738, articuladas com o surto mineratório goiano. Mas essas diferenças formais
devem ser relativizadas. Os materiais, i. e., as informações mais detalhadas
tomadas das cartas de sesmaria aqui relacionados permitem conhecer e
acompanhar a distribuição territorial e cronológica das propriedades rurais em
Minas Gerais, entre 1674 e 1739. É um convite à elaboração de um mapa que a
ilustre.
As peculiaridades da economia mineira, que permitiram a constituição
precoce de um mercado de terras especialmente nas áreas próximas das zonas
de mineração, estava longe de impedir o aparecimento de outras formas,
mencionadas pelos peticionários de cartas de sesmarias ou, com maiores
detalhes, pelos inventariantes. É preciso reconhecer que o território da
Capitania de Minas continuou dispondo de áreas de fronteira até a primeira
metade do século XX. Como as ondas provocadas pela queda de uma pedra
num lago, a fronteira avançou desde os primeiros anos da ocupação territorial
nos fins do século XVII a partir dos núcleos mineradores originais. Este é o
processo fundamental, obviamente não exclusivo. E desde o seu início, o
caráter dominante (mas também não exclusivo) do acesso à terra foi a posse pelo
título de se fabricar os sítios. As primeiras cartas de sesmaria, concedidas entre 1710
e 1712, consagraram a posse aos que assim as justificaram junto ao governo.
Uma mudança importante ocorreu um século mais tarde, quando as terras
destinadas à cafeicultura na zona da Mata sul foram monopolizadas por um
pequeníssimo número de pessoas muito bem relacionadas com o governo da
Capitania. Como a fronteira fechou-se num primeiro tempo exatamente nos
distritos mineradores, em razão do grande afluxo de população para eles
atraída, foi natural que aí se estabelecesse primeiramente um mercado de terras,
intensificado além do mais, pelo volume de ouro em pó (i. e., de moeda)
disponível. Todavia, de maneira geral, foi no ‘sertão’ que outra forma ocorreu
com mais freqüência, isto é, a monopolização das terras por meio de
concessões senhoriais, sem que se alegasse necessariamente o lançamento de
14
posse — o morgado Guedes de Brito e as sesmarias concedidas no norte de
Minas são seus exemplos mais conspícuos. Em relação ao ‘lançamento de
posses’, se os inventários são fontes esparsas demais para este tipo de
demonstração, não o são as petições de sesmarias a partir de 1740. É-se até
mesmo tentado a pensar que a justificativa, repetida à exaustão, das posses
lançadas não passassem de fórmula ... Já quanto às escrituras de compra e venda
de imóveis rurais, é pouco comum a menção à forma como se obteve a terra.
Todas estas questões sugerem a elaboração de um mapeamento desses padrões.
Outro aspecto a considerar é o próprio tamanho das concessões na região
das minas, que se mediam em geral por centenas de braças, e muito raramente
por léguas em quadra. Essa dimensão não convidava ao parcelamento das
propriedades para efeito de aforamentos: como se sabe, o sistema agrário de
baixo nível técnico vigente (e com pesadas exigências sobre as matas virgens) se
encarregava de limitar a extensão desses contratos. É natural que os esparsos
contratos de arrendamento se incluíssem exatamente nos registros de
compra de terras, que os extinguia.
Por lançamento de posses e por título de as fabricar, a maior parte das
terras das regiões de fronteira foram ocupadas. Um exemplo de conjunto desse
processo é-nos oferecido pelas listas dos pagadores dos dízimos do vale do rio
Piracicaba de 1750 e 1784, constituídas por dezenas de forros, sem cartas de
sesmaria, cujo número aumenta à medida em que nos distanciamos do arraial
que nomeia essa freguesia6. A possibilidade de ocupação de terras devolutas ou
em áreas de fronteira foi a solução estrutural encontrada por muitos no interior
de um sistema agrário que demandava certa extensão de matos virgens e capoeiras,
ao lado das terras lavradias. No caso das pequenas unidades de produção para o
consumo próprio, a necessidade de mais terras, isto é, de novas unidades de
produção para atender ao crescimento demográfico, era respondida com o
avanço da fronteira. Já o avanço do escravismo pode ser exemplificado com a
petição José de Queiroz Monteiro, que na petição da sua carta de sesmaria de
1741, afirmava ser proprietário de cento e oitenta escravos, e uma roça que
comprara nos ambientes do Carmo que fora de Antônio de Barcelos, e umas posses [que
comprara] de Manuel da Fonseca Lopes sitas no Inficionado, detrás do rio Turvo na paragem
chamada o Turvo Pequeno; contudo lhe não chegavam as ditas terras para ocupar tanta
escravatura[,] e porque para adiante da roça e posses se achava sertão ainda inabitável cheio
de gentio e feras ... queria nele haver por sesmaria ...
De qualquer modo, o que garantia a estabilidade da posse era a falta de
proibição de outrem. Citemos, para exemplificar, a justificativa que Gaspar
Nunes dos Reis e Custódio Ferreira da Silva fizeram do sítio e serviço de água
Cf. os livros números 3054 e 2039 da Coleção Casa dos Contos de Ouro Preto, no Arquivo
Nacional.
6
15
que então vendiam: eles os estavam possuindo há seis anos, plantando nelas sem
proibimento (sic) de pessoa alguma tanto da parte do sítio como da parte do rio chamado sítio
dos Custódios, junto ao padre Belquior de Souza.
Mas estes processos não deixavam de acarretar conflitos. Em 1741, o
capitão José Tavares, que dizia ser proprietário de cinqüenta escravos,
justificava na sua petição de sua carta: comprara uma roça nas matas virgens do
Sumidouro a um Manuel Nunes, na qual tinha casas de vivenda e senzalas, árvores de
espinho, criação de toda a casta e tinha plantado e colhido três plantas, e estando de posse por
si e seu antecessor havia mais de seis ou sete anos ... e porque sobre o mesmo sítio e outros
muitos que existiam na mesma mata corria litígio com um Matias de Castro Porto sobre
querer-lhe pertencessem [as mesmas terras], de que tinha alcançado sentença da Relação do
Estado contra si por não ter justo título; e o suplicante e mais moradores estarem possuidores
à vista e face dele mesmo havia muitos anos plantando, derrubando e roçando, e maiormente
por ser contra ordens de Sua Majestade o senhorear-se um homem de mais de três léguas em
que se achavam compreendidas perto ou mais de quarenta roças com posses de meia légua
cada,... pelo que queria o suplicante além da sentença da Relação a seu favor
assegurar a sua posse por sesmaria ... (grifo meu). Matias de Castro Porto
possuía, por compra e depois por sesmaria, de fato, mais de três léguas em
quadra nos sítios Bento Pires e do Confisco, no riacho do Sumidouro para o
Palmital, próximos do Serro. Uma excelente notícia das circunstâncias em que
essas tensões afloravam foi-nos dada pelo Mestre de Campo Inácio Correia
Pamplona. Em 1769, ao comandar uma expedição aos sertões do Bambuí,
deparou com algumas pessoas que vieram demandar terras. Dentre estas,
Alexandre Pereira Brandão veio por causa de uma contenda que disse tinha com o Sr.
Mestre de Campo.7 Brandão alegava ser senhor de uma fazenda intitulada Perdizes, e que
agora a achava medida e demarcada em nome dele Senhor Mestre de Campo, já com
benfeitorias feitas, gados de estabelecimento e gentes de moradia, e que tinha despendido
quatrocentos e tantos mil réis em duas entradas que fizera; ... à vista disto vinha ver se o
Senhor Mestre de Campo lhe dava a sua fazenda, e quando assim o não fizesse logo ele pedia
licença para se queixar disto ao ... Conde General. Pamplona respondeu-lhe que as
terras deste continente todas pertenciam a Sua Majestade... e só poderia alegar domínio de
qualquer porção delas aquele que tiver do mesmo Senhor ... verdadeira concessão ... à vista do
que poderia ficar desenganado, porque ele não era menino de escola que se persuadisse de
abusos tão temerários ... pois sabia que Sua Mercê também era daqueles que com um terço de
farinha à cinta roçava quatro foiçados na beira de um corgo, e de outro e outro, e que de
apreenderem aquela porção que foi muito de seu gosto, dizem logo esta fazenda é minha, e
vendem-na por tanto dinheiro. E arrematava, afirmando que o reclamante chama seu
aquilo de que não tem sesmaria nem prova, nem disposta nem de forma alguma. Dessa
7
ABN, vol. 108, p. 73.
16
forma, o posseiro perdia suas terras, à força da legislação que assegurou o
domínio a Pamplona, e a outros 234 sesmeiros distribuídos pelas paragens de
Bambuí (41), ribeirão das Araras (94), Campo Grande (85) e Piûí (14).
Por fim, lembremos que a Capitania de Minas conheceu duas propriedades
fundiárias segundo o padrão senhorial europeu: o Vínculo do Jaguara, instituído
em 1787, e o Morgado Guedes de Brito, instituído ainda no século XVII. Mais
tarde este morgado foi incorporado ao patrimônio da Casa da Ponte.8 O núcleo
original do Vínculo do Jaguara constituiu-se dos sítios do Sumidouro e do
Jequitibá, fabricados originalmente por Domingos Dias da Silva desde os fins
do século XVII até 1716 (SC 07, fls. 44/44v/68 [14/16.jan./17.fev.1711].
Foram logo em seguida vendidos para o então sgt-mor João Ferreira dos Santos
(SC 9, fl. 262 [16.ago.1717]).
2.1. Distribuição geográfica das sesmarias
A referência básica e principal para a distribuição geográfica das sesmarias
aqui adotada é ‘o espaço econômico’ à qual pertenciam, definido pelo âmbito
da circulação de bens e pelo conseqüente conjunto de articulações econômicas
intra- e inter-regionais.9
2.2. Dimensões e confrontações
As demarcações de terras, por mais simples que fossem, sem dúvida
atendiam aos objetivos dos proprietários, como é o caso da demarcação
registrada em 7 de fevereiro de 1783 no notariado do Serro, de meia roça comprada
por Antônio de Moura: faz estremadura de uma lapa que está na cabeceira da mesma roça
em linha reta a um pau d’arco seco, e daí seguindo para baixo a entestar com três pés de paus
de perobas, termo da referida metade da roça prosseguindo as mesmas terras da venda ... até a
barra do ribeirão do Inferno. Todavia, o exemplo máximo do laconismo dá-nos a
carta de sesmaria de Mateus da Silveira Vila Lobos e Pedro Vaz da Costa, cujas
confrontações mencionavam tão somente um morro, um alto, um córrego. Pela
óbvia dificuldade de várias ordens (técnicas, práticas e dos interesses dos
sesmeiros) relacionadas às medições exatas das propriedades, as dimensões
mencionadas nas cartas foram aqui consideradas apenas indicativas. Porém,
Cf. o estudo mais pormenorizado sobre o Vínculo do Jaguara e a transcrição do inventário de
todos os seus bens em CARRARA, Angelo Alves. Agricultura e Pecuária na Capitania de Minas
Gerais; 1674-1807. Rio de Janeiro, UFRJ, 1997. pp. 141-7 e anexo 12; sobre o morgado Guedes
de Brito, cf. PIRES, Simeão Ribeiro. Fonte: in: PIRES, Simeão Ribeiro. Raízes de Minas.
Montes Claros: s/e., 1979.
9 Sobre o conjunto desses espaços econômicos da Capitania de Minas, cf. o capítulo I da citada
tese de doutorado do autor.
8
17
ajudam a identificar a localização de propriedades, tendo em vista a distinção
entre as regiões das ‘minas’ e dos ‘sertões’.
2.3 Localização das propriedades
Dois foram os procedimentos empregados na localização das
propriedades. No primeiro, procurei identificar a localização das sesmarias nas
folhas topográficas de acordo com os topônimos e acidentes geográficos
mencionados nas cartas. No segundo, a localização foi identificada a partir das
confrontações mencionadas. Uma terceira alternativa, bem menos segura e
empregada em apenas dois casos, foi a seguinte: como a carta não mencionava
nenhum topônimo identificável nem outros nomes que permitissem montar o
‘quebra-cabeça’, estabeleci a localização da sesmaria segundo a ordem
cronológica da concessão. Foi o que fiz com as cartas de Manuel da Mota
Pereira, de 1720, e de João Batista de Carvalho, de 1711. Como se verá, estas
localizações são bastante plausíveis. Em qualquer dos casos, servi-me das folhas
topográficas nas escalas de 1:250 mil e 1:500 mil.
As sesmarias foram apresentadas conforme o exemplo abaixo:
1711(ano da concessão)/Antônio Furquim da Luz (nome do concessionário)
700/500 (dimensão em braças) — # 8-9 a. (tempo de estabelecimento) — ⊂ escravos (‘fábrica’ que o
sesmeiro diz possuir)
rib. abaixo ao pé do Sumidouro, cortando para o Brumado até Miguel Garcia (localização
mencionada)
/Estêvão Francisco/padre Vigário [Miguel Rebelo Alvim] (confrontações mencionadas)
Por fim, procedeu-se à modernização de todos os nomes e sobrenomes de
pessoas, bem como dos topônimos.
3. A legislação agrária e as fórmulas das concessões sesmariais
Há um enxame de ordens régias extravagantes ao título das Ordenações
Filipinas sobre as sesmarias, a maior parte das quais, de pouca utilidade, dadas
as próprias características da economia mineira. Para o período de que se ocupa
este trabalho, a legislação extravagante e seus reflexos nas fórmulas das
concessões sesmarias foi a seguinte:
1.Ordem Régia de 22.10.1698, estabelecendo o prazo de dois anos para
cultivo e povoação das terras concedidas por sesmaria, findos os quais, e não o
fazendo ... se lhe denegará mais tempo e se julgarão por devolutas; nas concessões de
sesmarias deviam ainda os suplicantes pedir confirmação no tempo que se lhes
designar, conforme a distância. A validade das informações prestadas pelos
peticionários era medida pelo requerimento e informação dados pelo peticionário ao
Governador da Capitania, e se não oferecer dúvida... (concessões de 1710-1). Mais
18
tarde, esses requisitos foram substituídos pela informação dos D.D. Provedor e
Procurador da Fazenda Real e da Coroa (cartas posteriores a 20.11.1725). A
exigência relativa ao prazo de cultivo, povoação e demarcação das terras
concedidas (dois anos, segundo a Ordem Régia de 22 de outubro de 1698), foi
alterada nas concessões de 3 de outubro de 1727 (... dentro de um ano/oito meses) e,
depois, a partir de 12 de junho de 1728 (dez meses da data da concessão demarcará
judicialmente). A partir de 1725, exigia-se que antes de se demarcar, serão primeiro
notificados os vizinhos e moradores que vizinharem com as terras desta sesmaria para
alegarem prejuízo que tiverem e embargarem a demarcação judicialmente, se lhe[s] prejudicar.
Evidentemente, estavam previstas as conseqüências das concessões em terras já
povoadas: ... achando-se dentro delas algum morador com título de primeiro povoador, ou de
haver comprado, não será expulso, e menos obrigado a aforar-se, porém não roçará de novo
(concessões a partir de 1710-1). Mais tarde, com a corrida para o arraial do
Tijuco, as conseqüências tornaram-se mais rigorosas: ... sem prejuízo de terceiro ou
direito régio; nem também daquelas pessoas que tiverem direito às referidas terras ou pelas
houverem [sic] povoado, ocupado ou cultivado ou delas terem sesmaria, ou outro título,
reservando-se aos vizinhos e moradores que com o suplicante partirem, não só os seus sítios,
mas as vertentes deles que lhe forem competentes e terras que justamente deverem pertencer aos
ditos sítios, sem que os referidos vizinhos e moradores, com o pretexto de vertentes, se queiram
apropriar de demasiadas terras, em prejuízo desta mercê; ... ficarão reservadas algumas casas
de vivenda ou ranchos em que assistirem alguns moradores tratando da sua vida, aos quais o
suplicante não poderá expulsar das ditas terras, porém, inquietando ao suplicante ou
prejudicando-o na possessão e uso das terras desta sesmaria, serão castigados severamente
(concessões a partir de 1733). Sem dúvida, o quesito que menor atenção obteve
da parte dos concessionários foi o da confirmação das concessões. Em 3 de
junho de 1726, uma Carta Régia ordenava o exame das confirmações reais.
Caso os sesmeiros não as tivessem, ordenava-se tomar posse delas em nome de Sua
Majestade.
2. Ordem Régia de 27.06.1711, na qual se ordena ao Governador de São
Paulo e Minas, que nas concessões de terras que fizer, se ponha a condição de
nelas não sucederem religiões por algum título, e acontecendo e elas possuindo-as será com o
encargo de delas se deverem e pagarem dízimos, como se fossem possuídas por seculares, e
faltando-se ao referido se julgarão por devolutas e se darão a quem as denunciar. Esta
Ordem Régia, contudo, teve vida efêmera, pois em 4.9.1718, outra Ordem
Régia ordenava que se publique a toque de caixas a Ordem Régia estabelecendo que nas
concessões de sesmaria se retire a condição de nelas não sucederem religiões.
3. Ordem Régia de 01.04.1713, na qual se ordena ao Governador que na
data das terras por sesmaria se haja com parcimônia, que pede o grande número de gente
que concorre para as minas, e a fertilidade das terras; que deixe sempre terras bastantes nos
termos das novas vilas, para S.M. lhes poder dar alguma parte delas, ficando bens do
19
Conselho, e para ficar outra parte ao Patrimônio Real, e que nas datas, que der das minas,
reserve alguma mais rica para se lavrar por conta de S.M. A partir de 11.12.1713,
passou a constar da fórmula de concessão: e acontecendo que nelas [nas sesmarias]
se descubram minas de ouro ou qualquer outro metal será obrigado a dar logo parte a este
Governo. Pouco depois, em 7.12.1715, outra Ordem Régia declarava que se tem
reparado em não ter o Governador dado conta sobre o que se determina nesta Ordem de
1713, e que na forma dela deve dar à Câmara da Vila do Carmo e às mais Vilas terras
competentes. Mais tarde, em 20.11.1725, determinou-se que as concessões fossem
de meia légua apenas afim de que chegassem as terras para todos que nelas
vivessem. Da mesma forma que a distribuição das terras, a distribuição das
águas mereceu alguma atenção. A Carta Régia de 24.02.1720, em resposta à
representação do guarda-mor das Minas Garcia Pais informava que na repartição
das águas em que se lavram as minas não havia até agora forma conveniente porque os mais
poderosos se senhoreavam delas e as divertiam para as suas lavras e os que podiam menos as
queriam também levar para as suas eram forçados a comprá-las por preços exorbitantes ou
perder as datas que têm em que não podiam lavrar sem ter água de que desta desigualdade
resultavam continuas bulhas’, determinou que sem licença de Guardas-mores ninguém se
aproprie de água de córregos e que não tendo terra para lavrar nem escravos competentes
devolva a dita água para novamente ser repartida.
4. Ordem Régia de 13.04.1738, ao Governador de Minas para que em
todas as Vilas da Capitania mande publicar por bando (de 14 de maio de 1738)
e editais, porque venha a notícia de todos os moradores, que aqueles que se acharem de posse
de algumas terras sem títulos, lhas peçam de sesmaria, para se lhe darem na forma das
Ordens Reais, que foram no termo de um ano com a cominação, de que passando ele, ninguém
se poderá valer da posse, que tiver sem título de sesmaria; e se darão as terras assim possuídas
a quem as pedir. Esta Ordem Régia provocou um verdadeiro levantamento
fundiário da Capitania, a partir de 1739.
Por fim, as últimas Ordens Régias que cristalizavam todos os
procedimentos anteriores: as Ordens Régias (28.03.1743, 16.04.1744 e
11.03.1754) ordenando que a diligência das posses e demarcações das sesmarias
se cometessem aos Intendentes, e que nas concessões das sesmarias se
executasse o determinado por Resolução do Conselho Ultramarino de
l5.03.1731, que de outra sorte não se confirmariam as cartas. Esta Resolução
determinou ainda que as sesmarias a serem concedidas em terras onde houvesse
minas, e nos caminhos para elas, fossem de meia légua em quadra. No sertão
seriam de três léguas, ouvidas as Câmaras dos sítios a que pertencessem. As que
se dessem nas margens dos rios caudalosos que se descobrissem pelos sertões e
necessitassem de barcas para se atravessarem, não seriam dadas de sesmarias
mais que de uma só margem do porto, reservada a outra ao menos meia légua
para uso público.
20
Deve-se recordar que as sesmarias dentro e vizinhas da Demarcação dos
Diamantes tinham fórmula específica: outrossim será obrigado [o concessionário] a
vigiar as terras da sua demarcação, não consentindo nelas negros fugidos a minerar, nem outra
pessoa que se presuma ande furtivamente extraindo Diamantes, e achando algum buraco ou
sinal nas ditas terras por onde se venha no conhecimento de que se fez experiência, irá logo dar
parte na Intendência dos Diamantes do que achar de novidade, e ficando distante dela, ao
Cabo da Patrulha que estiver mais vizinho, para se mandar averiguar quem seria o
transgressor da real proibição; e constando se não podia fazer a dita experiência, sem ser ciente
dela, será castigado conforme o dano que se achar e declaram os bandos.
4. O primeiro movimento: antes de Minas Gerais — 1674-1690
Aqui dever-se-ia repetir a História territorial do Brasil (1904), de Felisbelo
Freire. No entanto, seria interessante apresentar os excertos das cartas de
concessão, apesar de eles pouco ajudarem na identificação precisa dos lugares
onde se estabeleceram os concessionários.
Em 1674, Julião Afonso Serra e seu irmão Manuel Afonso Sertão,
receberam cada um três e meia léguas quadradas no Guaibim, ou rio das Velhas,
começando na barra por um e outro lado, rumo direito pelo rio acima, reservando serras. O
curioso é que o texto permite inferir que os próprios concessionários não
estavam seguros da desocupação daquelas terras, porque mais adiante
informavam que estando já ocupadas, será pelas cabeceiras das que antes desta foi (sic)
dada (sic), pelo rio acima do lado do poente e do nascente ou norte ou sul.
Dezesseis anos depois, um grande grupo de paulistas recebia cada qual
quatro léguas em quadra nos sertões do rio Pardo e Doce. A vastidão — talvez
melhor fosse dizer indefinição — desse território permitia que cada um dos
sesmeiros escolhesse livremente o lugar que mais lhe agradasse. Por esse
motivo, só podemos saber o lugar exato onde cada um se fixou em razão de
documentos posteriores. Eram eles o cap. Manuel Soares Ferreira, Tte.-gen.
Matias Cardoso de Almeida, cap. Domingos Soares de Albuquerque, Mateus
Furtado, João Cardoso de Almeida, José de Albuquerque, Pe. Vigário Antônio
Filgueiras, Domingos de Figueiredo Calheiro, Manuel de Aguiar da Costa,
Pedro de Andrade Pereira, Francisco Teixeira Cabral, Francisco Muniz Pereira,
Cristóvão Barbosa Vilas Boas, Francisco de Lima Pinto, Sgt.-mor Domingos
Pires de Carvalho, João de Almeida, Salvador Cardoso, Matias Rodrigues e
Domingos Escórcio.
21
5. O segundo movimento: as minas e os currais— 1696-1711
Antes das concessões do governo da Capitania de Minas, o governo da
Bahia distribuiu terras nos vales dos rios Jequitinhonha, Verde e Doce.
Em 1707, a cada um dos membros de uma mesma família de bandeirantes
paulistas foram concedidas três léguas quadradas no vale do rio Tabatinga,
vizinhas das vertentes do rio Verde: cap. Pedro Nunes de Siqueira, Capitão-mor
Manuel Afonso de Siqueira, Miguel Gonçalves Figueira, Antônio Gonçalves
Figueira, João Gonçalves Figueira. No mesmo ano, o Sgt.-mor Lourenço Carlos
Mascarenhas de Araújo e o Coronel Pedro Barbosa Leal recebiam terras entre o
rio Doce e Tocambira, desde o ribeirão das Congonhas ao pé do Serro do Frio até a borda do
mato de Itamarandiba pelo caminho do sertão em comprimento e largura do rio Doce até
Tocambira, ficando dentro todos os arraiais do concessionário, e outros, e os rios de
Acuchiguaçu e Acuchimirim, ficando por divisa do lado do sertão os Serros do Frio e
Tocambira. No cód. 427(2), fls 195-196v (4.mar.1707), o texto é mais completo:
[os abaixo assinados] que têm descoberto as terras que há entre o rio Doce e Tocambira à
sua custa, por si, seus homens e escravos, e porque as ditas terras estiveram sempre devolutas,
desertas e despovoadas ... e os suplicantes são todos pessoas poderosas com muitas fábricas de
escravos e gados e mais lavouras, o que fica sendo em utilidade da Real Fazenda de Sua
Majestade ..., e com a dita povoação ficam os moradores do sertão, principalmente das minas
do Serro do Frio, distrito desta cidade [de Salvador] recebendo muita utilidade para o
sustento dos gados e mantimentos... Assinavam Pedro Barbosa Leal, Coronel Manuel
Correia Arzão, Sgt.-mor Lourenço Carlos Mascarenhas de Araújo, cap. Pascoal
Delgado, Cap-mor Antônio Soares Ferreira, Coronel Francisco de Souza
Silveira, Dr. Inácio de Souza Ribeiro.
A distribuição de terras em sesmaria pelo governo da então Capitania de
São Paulo e Minas Gerais foi provocada pela Ordem Régia de 30 de maio de
1711 ao Governador informando que os oficiais da Câmara de São Paulo, em
carta de 6.09.1710, se lhes queixam que estando os paulistas senhores de várias terras nos
sertões das minas por haverem povoado e cultivado, na sublevação que houve entre os reinóis e
paulistas10 foram estes expulsos de tais terras, senhoreando-se os forasteiros, e tomando-as por
sesmaria, logrando o trabalho daqueles sem outro título, que o de povoadores, pedindo-lhe
mais que mandasse restituir as terras aos que as possuíam, passando-se aos mesmos cartas de
datas de sesmarias, e anulasse as que se tivesse dado aos intrusos. Antes, porém, já se
havia iniciado o processo de distribuição, pois a primeira sesmaria nas minas (a
Félix Gusmão Mendonça de Bueno) data de 28.09.1710, poucos dias após a
carta dos oficiais da Câmara de São Paulo. Advirta-se logo que as concessões
efetuadas a partir de 1710 refletem um quadro onde a propriedade rústica já se
encontrava submetida às determinações de um mercado. No termo de Mariana,
10
Na chamada ‘Guerra dos Emboabas’.
22
quando as sesmarias começaram a ser concedidas, as operações anteriores de
compra e venda foram mencionadas nas cartas de Manuel Sardinha, Domingos
Fernandes Pinto, Francisco da Fonseca e João Soares Cabral. Daí o objetivo
das concessões ser essencialmente o de garantir as posses. Exemplo disso é-nos
dado pela carta de Caetano Alves Rodrigues e seu cunhado, o guarda-mor
Maximiliano de Oliveira Leite, que garantiram apenas em 1749, a meia légua
comprada em 1718 por 7.000 cruzados. Na carta de 1749 diziam possuir 224
escravos. Segundo o registro da capitação de São Sebastião, possuía o guardamor 67 escravos na freguesia de São Sebastião, em 1718. Na carta diziam ter
menos de meia légua no córrego São Bento, Sumidouro, e mais umas capoeiras velhas e mais
outra rocinha menor; pelas grotas da Serra do Itacolomi têm três alqueires e para conservarem
o pequeno mato em que já não havia pau algum de lei (da cabeceira do córrego cuja água
possuíam por carta de data em virtude do que fizeram um serviço do rego mui dilatado na sua
lavra; e porque infalivelmente se havia de secar a água do dito córrego ... se não conservam o
dito mato...
À exceção de Mariana e Minas Novas, todas as vilas criadas na primeira
metade do século XVIII receberam datas, sem que se precisassem as
confrontações. Duas léguas em quadra para São João del Rei (1714) e para a
Vila do Príncipe (1716); meia légua para Vila Real (1714), para São José (1718),
para Caeté (1717, confrontando-se com a roça de João Rodrigues Abrantes) e
para Pitangui (1742, fazendo pião no pelourinho). Na carta de Pitangui, advertia-se
que os donos das casas já situadas no circuito não pagariam foro. Vila Rica recebeu
uma légua da passagem do ribeirão [do Carmo] até o terreno da vila e da Serra do
Itacolomi até Antônio Pereira; do Tripuí Curralinho ao morro da Itatiaia, confrontandose com as roças grandes do coronel Antônio Francisco da Silva. Estas sesmarias
legitimavam a cobrança dos foros pelas Câmaras. Mesmo que uma carta de
1714 concedesse a cada uma das vilas meia légua em quadra, é notável a
ausência de uma sesmaria específica para Mariana. Isto não impediu que esta
vila também dispusesse de terrenos aforados durante todo o século XVIII,
como se pode verificar no Arquivo da Câmara Municipal de Mariana.
Há, contudo, um ritmo geral, não obstante as cartas concedidas entre
1710 e 1714 apenas cadastrarem alguns proprietários rurais da Capitania, e
flagrarem o ‘primeiro movimento’, i. e., o da ocupação das terras dos distritos
mineradores (Ouro Preto, Mariana, Caeté, Sabará, e em menor grau São João e
São José del Rei), também conhecido como ‘minas gerais’, do Caminho Novo
(por onde transitava em número crescente pessoas e mercadorias em demanda
das minas), o Caminho Velho, a região da serra das Vertentes e os currais
situados especialmente nos vales dos rios das Velhas e Paraopeba. O Serro, por
seu turno, só conheceu seus primeiros registros sesmariais a partir de 1717. A
esse primeiro movimento, seguiram-se os processos ordinários e rotineiros do
23
mercado de propriedades rústicas, e do lançamento de posses nas áreas de
fronteira (como, por exemplo, nos vales dos rios Piranga, Piracicaba, Chopotó,
Verde). Além desse movimento de rotina, há outro, determinado pelas
descobertas minerais: o das ocupações de Minas Novas e da Demarcação
Diamantina, a partir de 1727, e de Paracatu, desde 1744. As descobertas das
minas goianas igualmente se refletiram na ocupação, a partir de 1736, de toda a
região noroeste da Capitania (vales dos rios Paracatu e Urucuia,
principalmente). É necessário observar que a essa movimentação
corresponderam as flutuações da produção agrícola da Capitania de Minas
Gerais, expresso nos valores das arrematações dos contratos trienais dos
dízimos, que o segundo estudo deste trabalho estuda.
II. As concessões sesmariais
Como já se mencionou, este arrolamento das cartas de sesmarias deve
ser lido como um mapa. Por esse motivo, é necessária alguma familiaridade
especialmente com a localização dos vales dos rios mais importantes, posto que
o avanço territorial só podia ocorrer com a garantia da existência de alguma
aguada. Foram excluídos alguns nomes, como Pedro da Silva Portilho (sesmaria
de 1711), em razão de uma anotação à margem do livro de registro (morreu, não
teve efeito). Sua carta informava que era morador nos Raposos, possuía escravos,
roças canaviais e engenho em que tem moído muita cana, e obtivera 600 braças. Sua
propriedade confrontava-se com Roberto Muniz e João de Castro. Excluída
também a de Gabriel Alves Martins, de 1711, da qual sabemos apenas a
dimensão — meia légua, anotada à margem, porque o texto está apagado. Pela
mesma razão, nada sabemos, exceto a dimensão — meia légua, da concessão de
1730 a Luís de Siqueira Brandão.
As cartas concedidas àqueles que compraram as terras de outros
concessionários vão mencionadas na carta do primeiro sesmeiro, já que o que
importa aqui é o histórico da ocupação do solo, e não dos sesmeiros em
particular.
24
1. Termo da Vila de Mariana
1711
1711/Manuel Sardinha
200/½ — ⊂ escravos — comprada
rib. do Carmo, rib. do Gama
/Manuel Rodrigues/João Soares Caldas
1711/Pedro Correia de Godói
½ — # 5 a. — rib. de Miguel Garcia, nos Gualaxos
1711/Antônio Dias Leme
350/600 — segundo possuidor — rib. do Carmo até os Gualaxos
/Sebastião Gil de Godói/Paulo Lins
1711/Manuel Pereira Ramos
2 — ⊂ escravos — rib. de Miguel Garcia
/rib. da Bocaina
1711/Domingos Fernandes Pinto
1— comprada a Jacinto Barbosa Lopes — Brumado
1711/José Antônio Rodrigues
200/1 — alguns moradores dispersam para o povoado deixando algumas capoeiras
Córrego de Salvador Furtado, no Brumado/ aguada de Albano de Góis
1711/Antônio Furquim da Luz
700/500 — # 8-9 a. — ⊂ escravos
rib. abaixo ao pé do Sumidouro, cortando para o Brumado até Miguel Garcia
/Estêvão Francisco/padre Vigário [Miguel Rebelo Alvim]
1711/Gaspar de Godói Moreira
500 braças rio abaixo para o sertão — antigo morador
/padre Vigário Miguel Rebelo de Alvim
1711/Antônio Pompeu Taques
½ — # 5-6 a.
/Antônio Pereira/cap.-mor Pedro Frazão de Brito[/João Freire de Andrada Castelo Branco]
1711/Bartolomeu dos Santos
½ — # 11 a. — ⊂ lavras
rib. do Carmo, caminho do Sumidouro 〈ACSM, I, 87, 1838: em 1713, com 18 escravos, 2
cavalos, 2 leitões, 12 patos, 12 aves, 8 alqueires de plantação com bananeiras e mandiocal〉
/Manuel Antunes de Lemos[/Manuel e Antônio Pires de Carvalho]
1711/Domingos Velho Cabral
½/1½ — # 10 a. — ⊂ lavras — rib. do Carmo: descobriu mais dois [ribeirões] que deu ao guarda-mor
e mestre de campo Domingos da Silva Bueno, que ainda hoje faiscam neles e há mais de dez anos que está
fabricando no seu sítio.
1711/Francisco da Fonseca
400 braças — compradas a Antônio de Lima Pereira — ribeirão do Carmo
1711/Francisco Pinto de Almeida
500 — roças de milho — rib. do Carmo
/córrego dos Paneleiros/cor. de Francisco Muniz
1711/João Soares Cabral
1/400 — ⊂ escravos — comprada aos primeiros povoadores — rib. Carmo
/João Antônio Rodrigues/cap. Sebastião Álvares de Frias (Sumidouro)
1711/João Soares de Souza
25
200 — rib. do Carmo/rib. do Itaqui (Vargem)
/Catarina Leite/Manuel de Alvarenga
1711/José Ferreira de Lemos
1000 braças — ⊂ lavras — ribeirão do Carmo
/capoeiras de Gaspar Nunes dos Reis abaixo da barra do ribeirão [Carmo]
1711/Manuel Antunes de Lemos
½ — ⊂ escravos — Sumidouro, morro de Domingos Velho Cabral comprada a André Lopes
de Azevedo
[/Bartolomeu dos Santos]
1711/Manuel e Antônio Pires de Carvalho
300/½ — comprada a Francisco de Arruda Cabral por 1.400 ℘ — ⊂ lavras
rib. do Carmo
/Bartolomeu dos Santos/Dr. Monteiro
1711/Sebastião Gil de Godói
500/1.000 — rib. do Carmo e rib. de Miguel Garcia
/Antônio Dias Leme/Bartolomeu Bueno
1711/Torquato Teixeira de Carvalho
½ — # 10-11 a. — rib. do Carmo
/cap. Rafael da Silva (leste)/Itacolomi (oeste)
1711/Francisco Fernandes de Almeida, cc. Catarina Nunes
¼ — # 11 a. — ⊂ 14 escravos — rib. do Monsus, Itapanhoacanga
/aj. José Coelho [da Cunha]
1711/Jerônimo de Oliveira
400 — rib. do Monsus
/aj. José Coelho da Cunha[/Antônio Borges de Mesquita]
1712/Pedro Teixeira de Siqueira
½ — confirm.
sítio Ferreiro Velho, barra do Sumidouro, Mariana
/Leonardo Mendes
1711/Salvador Fernandes Furtado [de Mendonça] da Vila de Taubaté
1 légua para o sertão para a Guarapiranga — # 7 a.
cab. do sítio do morro Grande para o Brumado
1716-1720
1716/Pedro de Almeida de Brito
½ — morador adiante do engenho que foi de Inácio da Costa
/rio Gama, Mariana
1716/Manuel Botelho da Rosa, filho de Baltasar Moreira Mosqueira da Rosa
1 — sítio no Brumado
1716/Matias Barbosa
1 — Furquim
1716/Antônio Francisco da Silva
1 — Distrito do Brumado
1717/Fernando da Silva
1 — comprada a Antônio Coelho e Antônio Luís da Cruz
/Salvador Pereira/Antônio Leitão/Frutuoso Pinheiro/Antônio Francisco da Silva
1717/Manuel Cabral Camelo
26
¼/½ — rib. do Brumado
1717/Antônio Borges Mesquita
¼ — caminho do arraial de Antônio Pereira
/padre Marcelo Pinto Ribeiro/cap. José Coelho da Cunha/engenho e roças de Jerônimo de
Afonseca/Tomás de Vasconcelos
1717/Manuel Mendes de Souza, Antônio Henriques, Antônio Francisco *[da Silva]
½ — paragem de Bento Rodrigues
1717/José Rebelo Perdigão
½ — # 14 a. — ⊂ roças e engenho — rib. do Carmo
/lavras que foram de José de Souza de Araújo
1717/Manuel de Queirós
½ — ⊂ muitos escravos e engenho em Antônio Pereira
1717/Manuel Rodrigues de Souza
1 – ⊂ 100 escravos 〈CC 24: 86〉 – engenho na freg. de São Sebastião para o Mato Dentro
1717/Damião de Abreu Novais
½ — Mato Dentro
/Paulo Francisco/Domingos Gonçalves/Antônio Coelho de Oliveira/João de Melo/Antônio
Fernandes/Rafael da Silva e Souza
1718/Salvador Fernandes Furtado
½/1.000 — # 16 a. — ⊂ escravos — três sítios no rio do Peixe, lavras velhas do rib. do
Carmo — /roça de Tomé Pereira
1719/Guilherme Mainarde da Silva
1 — ⊂ escravos, roça — rib. Gualaxos do Sul/corgo que deságua nos Gualaxos
1720/João Freire de Almeida Castelo Branco
1 — devolutas
paragem dos Gualaxos, no distrito de Bento Rodrigues
/Pe. Domingos da Silva Bueno/Pedro Frazão de Brito/Caraça[/Antônio Pompeu Taques]
1720/Antônio Fernandes Pereira
1 — córrego do Bacalhau, rio Pirapetinga
/Manuel da Costa Gomes/João da Costa Torres
1720/João da Costa Torres
½ — comprada ao cap. Manuel Mendes Lamego
Guarapiranga, rio Pirapetinga
/Luís Borges Pinto/Manuel Mendes de Mosqueira[/Antônio Fernandes Pereira/Bernardo
Ferreira de Andrada]
1723-1738
1723/Félix de Azevedo Carneiro e Cunha, tte.-gen.
400 — Vila do Carmo
/José Antônio da Costa/Francisco Coutinho/João Batista/Manuel Gonçalves
1724/Antônio Borges Leite
arraial da Passagem (Mariana)
/cap. Jacinto Pinto/a que foi de Manuel de Oliveira/Diogo de Castilho
1732/Manuel Lucas Velho e Manuel Machado, seu genro
800/½ — freguesia de Bom Jesus, abaixo do Furquim
/José de Souza/João Ferreira
1733/Antônio José Machado de Araújo
1 — córrego da Samambaia
27
/José de Souza
1733/João Coelho de Oliveira
1 — ⊂ escravos — para povoação e desinfestação de gentio que fazia várias entradas e insultos nos seus
distritos
rio Turvo, para o sertão
1733/Paulo Rodrigues Durão e Manuel Fernandes Pontes
1 — # 4 a. — terras incapazes do uso de minerar — ⊂ engenho — rio Turvo
1735/André Gonçalves Chaves
½ — ⊂ escravos, lavra e roça
ambas as margens a partir do córrego do Monsus até Jurumirim
/Francisco Xavier/Pedro Vaz da Costa
1735/Gabriel Fernandes Aleixo
½ — ⊂ escravos — um dos povoadores antigos destas minas
matos do Pinheiro (Mariana), margem esquerda do Bacalhau
1736/Antônio Gonçalves Torres
½ — ⊂ escravos
posse no córrego do Caeté ou Quilombo Velho (Mariana)
/Francisco Gomes Pinheiro/José de Pugas [Valadares]
1736/João Soares de Miranda /1736
½ — roça no rib. Bento Pires, do rib. das Areias
/açude do desembargador Diogo 〈?Dionísio〉 Cotrim
1736/Matias Barbosa da Silva
½ — ⊂ escravos — morador em Vila Rica
fazenda na Barra do Gualaxo do Norte 〈>Barra Longa〉
1737/Domingos Gonçalves Torres
½ — ⊂ escravos
rio dos Gualaxos do Norte, terras minerais e maninhas
/André Ramalho/cap. Bento da Silva/José da Silveira/ João Rodrigues Moreira/José Alves
Pereira/sgt.-mor Francisco Barreto Bicudo/Antônio Francisco da Silva
1737/João Gonçalves Gesteira
3 — ⊂ escravos — rio dos Gualaxos, minerais e maninhas
/André Ramalho/cap. Bento da Silva/José da Silveira/cap. João Rodrigues Moreira/José Alves
Pereira/sgt.-mor Francisco Barreto Bicudo/Antônio Francisco da Silva
1737/João Medeiros Teixeira
½ — comprada — # 16-18 a. — ⊂ engenho
matos gerais até o Chopotó, Guarapiranga defronte do arraial
/Francisco Almeida Belo/José Gonçalves da Costa/Brás Pires Farinha/Francisco de Farias
Seixas
1737/Lourenço Dias Rosa
½ — confirm. em 1742, SC 43
paragem Marimbondo, a três dias de viagem de Vila Rica, e em parte tão deserta que o vizinho mais
perto que tem é acima dela duas léguas e o caminho que ao presente se acha feito é incapacíssimo de se conservar
por ter dois rios caudalosos que só com muito perigo e trabalho se podem passar em canoas por cuja causa deixa
de estar a dita paragem povoada, e o gentio, que algumas vezes tem feito acometimento
1737/Manuel de Souza Neves
½ — ⊂ escravos — morador no Inficionado, córrego Grande, na barra do qual há muitos
logradouros
28
morador no Inficionado, córrego Grande, na barra do qual há muitos logradouros
/Manuel Dias Afonso/João Dias Passos
1738/Alexandre Marques da Silva e Anselmo Poderoso
½ — ⊂ escravos — Pirapetinga, córrego que deságua no Gualaxo do Sul
1738/Antônio de Siqueira Rondon
½ — lhe foi preciso vender a sua roça em que vivia ... no distrito do Pinheiro, freguesia ... do Sumidouro, para
pagar a seus credores, e carecia de terra para lavoura de mantimentos para sustento da dita família, escravos com
que minera
matos devolutos no Pinheiro
1738/Beatriz Furtada de Mendonça
¼ — ⊂ 8 escravos — matos devolutos nas fraldas da serra do Caraça
1739/Bernardo Ferreira de Andrada
½ — comprada — rio Guarapiranga
/córrego dos Parentes/cap. Manuel Cardoso/cap.-mor Luís Borges Pinto/sertão dos gerais do
Chopotó[/João da Costa Torres
2. Termo da Vila de Ouro Preto
1710-1713
1711/Domingos Rodrigues Raposo
500 — # 11 a. — comprada a Antônio Leite de Barros por 1 @ de ouro
sítio na Cachoeira, pelo campo com o sertão
1711/João Tomás
300 — estrada para do Curralinho até o rio da Cachoeira
/Pe. Belquior de Souza Barbosa/Vicente de Pina/Francisco da Costa Taveira
1711/Ernesto Lamberto
400-600 — # 3 a. — Três Cruzes, roça que foi de Cipriano de Matos
/Manuel Borges/roça que foi de Matias de Souza
1711/Miguel Barbosa Soutomaior
200 — # 7 a. — rib. das Congonhas, morro das Três Cruzes
1711/Francisco Alves Correia
1.000/600 — comprada
estrada da Passagem da Cachoeira à barra do córrego do Pe. Belquior de Souza [Barbosa]
/Lourenço de Meireles/estrada do Curralinho
1711/Manuel Mosqueira da Rosa
1 — ⊂ lavras, escravos — Campo Alegre dos Prazeres, freguesia da Itatiaia
1711/Antônio Martins Lessa
400 — # 1 a. — 〈CC 25: 62 escravos〉 — cab. São Bartolomeu
1711/Pedro da Rocha Gândavo
½ — ⊂ escravos — rib. abaixo da Itatiaia — /cap. Antônio Francisco [da Silva]
1711/Leonel da Gama Beles
2½ — encruzilhada do caminho que vem dos currais na Itabira correndo pela estrada que vai para Itatiaia até
o caminho para o rio das Velhas
/Manuel da Silva Rosa[/Luís da Costa de Melo]
1710/Félix Gusmão Mendonça de Bueno
1 — ⊂ escravos — dois sítios nos rios Tripuí e Passadez, arraial do Caquende de Ouro
Preto[/José Rodrigues de Abreu; 〈vendida a Sebastião Barbosa do Prado, sesmaria deste de
1717: sítio com ½ légua, arrematado por ordem do fisco real〉]
29
1711/Jerônimo Teixeira
400 — ⊂ escravos — rib. São Bartolomeu, arraial do Ouro Preto
1711/João Batista de Carvalho — pediu 1.000, mas recebeu 500
500 — roçado Caxambu
1711/João Carvalho de Oliveira
½/300 — # 3 a. — comprada a Manuel Gomes — rib. São Bartolomeu
/Manuel Maio da Hora/Ambrósio da Mota[/José Lourenço Ferreira]
1711/José Lourenço Ferreira
500/1.000 braças — # 3-4 a. — rib. de São Bartolomeu
/Manuel [Maio] da Hora/Manuel Rangel[/João Carvalho de Oliveira]
1711/José Rodrigues de Abreu
400 braças — das primeiras lavras do Ouro Preto até a saída pela Itapanhoacanga
/Félix de Gusmão [Mendonça de Bueno]
1711/Luís da Costa de Melo
½ — nos campos das minas onde houve roça a viúva Maria Bueno
/Antônio Álvares Magalhães/Félix de Gusmão [Mendonça de Bueno]/Manuel da Silva
Rosa/Martinho Gonçalves
1711/Manuel [Lopes] Pegado
1 — ⊂ escravos
na Caveira; de Garcia Rodrigues e rib. dos Pinheiros, Caminho Novo
1711/Manuel Antunes de Azevedo
¼ — 〈⊂ 46 escravos: CC 25〉 — rib. de São Bartolomeu
/Manuel da Silva Borges/Miguel da Silva/Miguel Gonçalves
1711/Simão de Meireles
½ — caminho Itatiaia-Lavras Novas, pé do Itacolomi; campos das minas; Pousos Altos
1711/Vila Rica
da passagem do ribeirão [do Carmo] 〈>Passagem de Mariana〉 até o terreno da Vila e da Serra
do Itacolomi até Antônio Pereira; do Tripuí Curralinho ao morro da Itatiaia
/roças grandes do cor. Antônio Francisco da Silva
1711/Francisco Leme da Silva
½ — # 12 a. — 〈CC 25: ⊂ 44 escravos〉 — rib. de São Bartolomeu
1711/Manuel de Almeida da Costa
1.000 — comprada — caminho de São Bartolomeu costeando a Serra, Itapanhoacanga
/Francisco de Novais Pereira/Manuel de Almeida Pereira
1711/Manuel da Silva Rosa
1½ — rio da Itabira, da estrada dos currais até os rios da Cachoeira e das Velhas
/sítio Curralinho
1711/Manuel de Lima Pereira
1.000 — # 7 a. — ⊂ 7 escravos, lavras — Itapanhoacanga, rib. de São Bartolomeu
1713/João Fernandes da Costa
½ — sítio no ribeirão da Itatiaia, no caminho para as minas
/Manuel da Silva Rosa/Morro Cavado/Jerônimo de Souza
1714/Mateus da Silveira Vilalobos
1 — primeiro cultivador — ⊂ pastos e roças
rib. do Barranco, caminho das minas; Rodeio da Itatiaia[/Domingos Rodrigues]
1714/Antônio Rodrigues de Souza
1 — 〈CC 25: 61 escravos〉 — sítio no rib. que deságua no rib. da Itabira
30
1714/Domingos Rodrigues
½ — Campo, Vila Rica
/Mateus da Silveira Vilalobos
1717-1720
1717/José Duarte
1 — comprada — sítio do Mau Cabelo na Itatiaia, caminho do Rio de Janeiro
1717/Manuel de Afonseca de Oliveira
½ — Itacolomi 〈seria o mesmo Manuel de Afonseca, sedicioso de 1720, com sesmaria de 1718
entre Mato Dentro e Passadez?〉
1717/Antônio Pereira Machado
½ — primeiro povoador — ⊂ escravos, lavras — Tapanhoacanga do caminho do Mato Dentro
para o caminho da fazenda de Manuel Rodrigues de Souza
1718/Domingos Rodrigues
½ — ⊂ escravos — sítio Portão, campo da Itabira; era covil de ladrões e negros fugidos que infestavam
os caminhos circunvizinhos dos quais se tinham desviado os passageiros pelos roubos e hostilidades padeciam e
depois de ele ter povoado lhe queimavam os ranchos e quilombos ... pondo os caminhos desimpedidos
1718/João de Lima Curado
1 — ⊂ lavras, escravos — rib. do Inferno, Vila Rica
〈CBG, CSO, Cx. 1, 1726: cc. Inácia de Oliveira Sodré; barra do Sabarabuçu, sítios com lavras de
terra e rego d’água com quatro ranchos de capim na Chapada do Gaia; roça de mandioca no
Sabará acima; capoeira na cabeceira do Gaia〉
1719/Antônio Gonçalves Sardinha
1 — Itabira, estrada para a Bahia; sítio do Rodeadouro
1719/Domingos Rodrigues Cobra, João de Morais, Pedro Teixeira
1 — sobras na Itabira
/cap. João [Gonçalves Fernandes] Jorge/João da Silva
1719/José da Silva de Andrade
1 — Itabira, estrada para a Bahia
/Manuel Fernandes
1719/Manuel de Andrade Góis
1 — rancho nas cab. de São Bartolomeu, Vila Rica.
[vendida a Félix Simões de Paiva 〈sesmaria deste último, de 1725, de dois sítios: um no
Tapanhoacanga, e outro da parte do Ouro Fino chamado Rocinha; cf. também a sesmaria de
Pedro José de Paiva, de 1725: uma légua no sítio Palmital, devolutas que foram de Manuel
Andrada Góis〉]
1720/Tomé de Andrade Freire
1 — devolutas — barra do Bação
1720/Pascoal Esteves
1 — Itacolomi
/Guimarães Mainarde/Jacinto Barbosa Lopes
1722-1738
1722/Domingos de Souza Braga
½ — ⊂ roça e engenho — comprada a Manuel Vicente — Lavras Novas (Vila Rica)
1723/Antônio Rodrigues de Souza
1 — ribeiro dos Fornos, rio da Itabira
1723/Luís Barbosa Brandão
31
½ — ⊂ escravos — Itacolomi
/João Gonçalves/olaria de Antônio de Souza Rego
1724/Domingos Rodrigues Lima
¼ — entre Bernardo Ferreira, Antônio da Silva e Pedro Gomes
Ouro Branco, matos devolutos
1724/Nicolau Carvalho de Azevedo
1 — ⊂ grande engenho — Ouro Branco
/Domingos Moreira Fernandes/José Gonçalves de Almeida
1724/Lourenço Pereira da Silva
1 — Itacolomi e Lavras Novas
/adjunto da roça de João de Souza Lobo
1724/Manuel Moreira Lima
¼ — Itacolomi para Passagem
1724/Pedro da Rosa de Abreu
¼ — comprada a Brás Gomes de Matos
ribeiro da Ajuda, caminho da Itabira para Capanema
1725/Antônio Duarte Quintão
½ — roças no Itacolomi (onde não há terras minerais)
1725/Lourenço Pereira da Silva
1 — roça nas cab. do Ouro Branco para o distrito da Noruega
1730/Miguel Dias de Souza
1 — freguesia de Santo Antônio da Itatiaia
1733/Honorato Barcelon, André Rodrigues Lima, Francisco Gomes de Oliveira
½ — comprada a Pedro Gonçalves Passos e a Francisco Ribeiro Lamas — ⊂ moinho
sítio Santo Antônio do Salto Alto no rio Itacolomi, caminho da Serra para a Capela das Lavras
Novas
/Antônio Pereira/João Gonçalves/Manuel Cardoso da Cruz /Luís Correia/vertente das
Pirapetingas
〈vendida a Feliciano Antunes e seus sócios (sesmaria em nome deste, de 1738)〉
1734/João Gonçalves Fernandes Jorge
¼ — ⊂ escravos — Curralinho, estrada para a Itabira [/Domingos Rodrigues Cobra]
1738/Antônio de Amorim
0,125 — # 14 a. — ⊂ gado vacum — Bocaina, Ouro Preto
3. Freguesias mineradoras dos termos das Vilas de Sabará e Caeté
1711-1714
1711/Francisco Luís
300 braças-½ — arraial dos Raposos, à beira do rio das Velhas
/roça do Brumado/Antônio Teixeira
1711/Sebastião Pereira de Aguilar
3/1½ — sítio da Mata Pequena do Sumidouro
/do sítio de Domingos Luís do Prado à serra das Congonhas[/Domingos Francisco Rondon]
1711/João de Souza Soutomaior
1 — riacho do Tombadouro para o rio das Velhas
[/Clemente Pereira de Azevedo Coutinho]
1711/José de Seixas Borges
32
½ — terras antigas e cansadas — compradas — rio das Velhas
/sgt.-mor José Borges[Pinto/Antônio Pinto de Magalhães] 〈> Raposos?〉
1711/Paulino Pestana e Souza, Pe. Hábito de São Pedro
1.200/½ — ⊂ engenho — rio das Velhas, rib. do Alcaide-Mor
/Vicente da Silva/Simão da Costa Cabral/Veríssimo da Silva
1711/Lucas de Andrade Pereira
500 braças — # 6 a. — rio das Velhas
/aj. Pedro de Andrade ?[Pimentel]/aj. José Ribeiro
1711/Pascoal Álvares de Mendonça
400-1.000 — nos Raposos, rio acima das Furnas, de fundo para o rio das Velhas
1711/Manuel de Almeida, sac. Hábito de São Pedro
½ — ⊂ 30 escravos, engenho e lavras — rib. do padre Almeida
/rio das Velhas acima
1711/Manuel de Matos de Cerqueira, sac. Hábito de São Pedro
700 braças — compradas a José de Paiva e a Alexandre Gonçalves; # 2-3 anos; [escravos]
rib. que vem do Curral del Rei para o rio das Velhas//Francisco de Arruda de Sá
1711/Clemente Pereira de Azevedo Coutinho
600 — matos virgens no pé do Tombadouro da parte do Curral del Rei
1711/Sebastião Pereira de Aguilar
300/½ — # 5-6 a. — sítio na cab. do riacho das Abóboras; passagem [Ponte dos Moreiras] do
rio das Velhas no Arraial Velho pela estrada do capão.
1711/Pedro Anes Souto
600/200 braças — # 5 anos — compradas a Francisco Dias de Aguiar
cab. do rio das Velhas
/Serafim Monteiro/Jacinto Moreira
1711/Francisco Duarte de Meireles
½/300 braças — rio das Velhas, abaixo da cachoeira de Urbano de Crasto
1711/Francisco Duarte de Meireles
¼/½/150 braças — havido de Borba Gato — volta grande do rio das Velhas
/José Rodrigues Betim/ José Ribeiro
1711/João de Crasto
200 braças/¼ — rio das Velhas, Raposos
/Antônio Teixeira/ Custódio de Azevedo Leitão
1711/Clemente Pereira de Azevedo Coutinho
500-800 braças — ⊂ lavras — rio das Velhas, Arraial Velho
/córrego da Igreja 〈da Roça Grande〉/cap. João de Souza Soutomaior
1711/Irmandade do Bom Retiro da Roça Grande
doação de Borba Gato — do valo na roça de Domingos Dias da Silva até Urbano de Castro
1711/Domingos Dias da Silva
310 — # 10 a. — rio das Velhas, morro do Tombadouro, do Valo à Cachoeira Grande
1711/Antônio Álv[ar]es de Magalhães
1.500 — comprada a Manuel Barbosa de Melo — rio das Velhas
/Martinho Gonçalves/cap.-mor Francisco de Godói Moreira
1711/Antônio Pinto de Magalhães
½ — sítio das Voltas, rio das Velhas, barra do Piçarrão 〈Raposos?〉
/barra do Brumado/sgt.-mor José Borges Pinto/ José de Seixas Borges/cap. André Gomes
33
Ferreira/cachoeira de Domingos de Freitas
1711/Plácido Nunes Vieira
240 braças — # 8-9 anos — ⊂ grande quantidade de cana e milho e engenho de cana.
/Manuel Dias Leite/cap. João de Souza Neto/José Correia de Miranda/Francisco Pacheco de
Andrade
1711/Domingos Pereira de Lima
½ — ⊂ engenho de cana — Caeté, estrada para Mato Dentro
1711/Inácio Gonçalves Borges
½ — Mato Dentro, estrada para o rib. de Santa Bárbara
/Paulo Henriques/Francisco Cubas
1711/João Ferreira dos Santos
½ — 〈confirm. do Cons. Ultr. em 1717/ABN, doc. 3781-2〉 — ⊂ escravos
cab.do Caeté
1711/João Raposo Bocarro
2//½ — # 4 a. — roças e lavras no rio das Velhas; faisqueira no riacho da Iguaparima
cab. do rib. Santa Bárbara e do rio das Velhas
/cap. Constantino Pereira/Francisco Dias de Aguiar, Cercado dos Cascalhos/Caraça/Matias
Cardoso/alf. Antônio da Costa
1711/Estêvão Dias de Vergara
½/1½ — engenho de cana — rib. de Santa Bárbara
/Paulo Henriques
1711/Paulo Henriques
¼ — # 5 anos — engenho de cana — estrada para Santa Bárbara
/Estêvão Dias de Vergara/Inácio Gonçalves Borges
1711/Domingos Vieira
½ — rib. de São Francisco das Catas Altas
1711/Simão Fernandes
½ — cab. do rio São Francisco das Catas Altas, ribeirão de Sta. Bárbara para a Itapeva
/Pedro Gomes Chaves
1711/Fernando Bicudo de Andrade — descobridor do rib. de Santa Bárbara e de Nossa
Senhora da Conceição
¾ — ⊂ engenho de cana, mandiocas, roças de milho e feijão
/Sebastião Preto, nas Catas Altas/João de Almeida/Francisco Ribeiro, em Santa Bárbara
1711/Antônio Correia Sardinha
½ — ⊂ engenho — comprada — # 6 a. — sítio adiante das Catas Altas, rib. do Gama
/cap. Antônio Ferreira Pinto/alf. Manuel Vieira
1711/Sebastião Rodrigues da Gama
½/2 — # 9-10 anos — ⊂ 20 escravos e lavras — rio do Gama, em Mato Dentro
1711/Domingos Duarte Galvão
½ — ⊂ milho e cana — caminho das Mocaiúbas (>Macaúbas, Caeté)
1711/Domingos Duarte Galvão
⊂ engenho [confirm. da sesmaria de Ana Lins do Passo, sua esposa] — rio das Velhas
1711/Jorge Guimarães Porto
4.100 braças — rib. de Manuel Pinto, em Sabará
/ Domingos Duarte [Galvão]
1711/Frutuoso Nunes Rego
½ — rib. Sabarabuçu, na barra do córrego do Morro Grande, em Caeté
34
1711/Domingos do Couto[1718, 1722]
1/900 — comprada ao cap.-mor Francisco de Araújo Velho
sítio Casa Branca, Caeté 〈em 1723, Bartolomeu Gomes, com escravos, obteve por sesmaria ¼
de légua de terras devolutas no sítio Casa Branca; seria o mesmo?〉
1711/Antônio Pinto de Magalhães
½/1 — # 7 anos nos Raposos — passagem da Ponte Nova, no rib. da Prata
/Manuel Pinheiro de Cerqueira/Brumado/Cachoeira Grande/Pedro da Silva Portilho
1711/Antônio de Sá Barbosa
600 braças — ⊂ engenho de cana — comprada a Cristóvão Correia — 3 a.
rio das Velhas, freguesia da Roça Grande
/José Ribeiro/cap. Domingos Dias
1711/Manuel Dias Leite
150 braças — # 8 anos — ⊂ engenho — Ribeirão Sabarabuçu
/João de Souza Neto
1711/Pedro de Andrade Pimentel
1000 braças — barra dos Três Ribeiros, Sabará
/cap. Lucas de Andrade
1711/Pedro Gomes Chaves
1½ — cab. do Sabarabuçu, caminho para Mato Dentro
/Frei Simão [Fernandes]/Domingos Fernandes
1713/Antônio de Oliveira, Manuel Vieira, Antônio de Miranda
200/250 braças — compradas a Sebastião de Arruda da Costa por 1.200 ℘
atrás do morro da Roça Grande
1714/Manuel Rodrigues Soares
1 — ⊂ muitos escravos — 〈confirm. pelo Cons. Ultram. em 1719 /ABN, doc. 3.790-1〉
cab. do rio Sabará, Caeté
1714/João da Silva Santiago
400/200 — arraial do Pompeu, Sabará
1717-1719
1717/João Ferreira
½ — # 11 a. — ⊂ grande fábrica — cabeceiras do Caeté
/Sebastião Luís/Manuel de Pais/Domingos Pereira
1717/Antônio Francisco da Silva
1 — rio da Gama abaixo, no Mato Dentro
/Telmano Lopes/Diogo da Silva/Diogo de Souza
1718/Mateus da Silveira Vilalobos e Pedro Vaz da Costa
1 — # 1 a. — ⊂ escravos — Catas Altas [um morro, um alto, um córrego]
1718Antônio Correia Sardinha
1 — 〈⊂ 52 escravos, CC 35〉 — rib. do Gama e rio Piracicaba
1717/João Lobo de Macedo,
1 — cachoeira da furna do rib. do Pará, por se recolherem nelas negros fugidos
1719/Antônio Pereira de Macedo
⊂ escravos — roça abandonada há 13 anos — Olhos d’Água, adiante das Macaúbas, Sabará
1720-1738
1720/Antônio de Andrade e Góis
3/1 — comprada em Antônio Pereira ao cap.-mor Pedro Frazão de Brito, que vendera a
35
sesmaria que tinha a S. da Veiga Cabral
Conforme o cód. 155/AN: Nas Minas Gerais, onde chamam Roça Grande, que partem com o sgt-mor
João Muniz Claro, de Sueste a Norte, cuja terra foi dada pelo Mestre de Campo Gregório de Castro Morais ao
cap. Pedro Frazão de Brito, de quem a comprou o concessionário ... começa do fim da dao cap. João Muniz
Claro; 3 léguas; 20.mar.1717.
1723/Antônio Ferreira de Aguiar e Sá
½ — Cocais, Brumado 〈> Brumal〉, lugar deserto e despovoado, distrito de Santa Bárbara
/rio de Santa Bárbara
1724/Lourenço da Silva Magalhães
½ — afugentou negros fugidos daquela paragem — Furnas do Prata
1724/Jerônimo Pedroso de Barros
3 — rio Santa Bárbara
1730/Clemente Soares de Souza
½ — freguesia do Morro Grande, Caeté, caminho novo para os Cocais
/roça da capelinha de Amador das Neves
1736/Clemente Soares de Souza
½ — ⊂ escravos — ⊂ três roças nos matos gerais
/João de Barros/Francisco Vaz Bragança/Manuel Coelho Vilar/rio Roças
1736/Francisco José de Oliveira
½ — ⊂ 40 escravos na roça — cab. rib. Morro Grande 〈> rio São João ou Barão de Cocais〉
/cap.-mor João Pereira dos Santos
1737/Antônio da Costa Ribeiro
½ — ⊂ engenho — córrego do Areião
/Gregório Pinheiro/Francisco Lourenço/Bernardo Ferreira/cap. Bento Rodrigues/Antônio do
Prado/Domingos Nunes Carneiro
1737/Domingos Nunes Carneiro
½ — ⊂ roças e engenho — # 17 a. — rib. do Areião, Caeté, com duas cachoeiras grandes
/Antônio da Costa Ribeiro/Domingos da Fonseca Chaves/Antônio Tavares/Baltasar de
Rodrigues Ferreira/Domingos Teixeira Arouca/Manuel da Silva Borges/Manuel Pereira de
Ataíde
1737/Bento de Souza ?Oliveira /Alvim
½ — ⊂ engenho de cana — # 6-7 a. — morador abaixo de Igará, freguesia de Santo Antônio
do Bom Retiro da Roça Grande
/Gabriel Antônio de Pina/Agostinho Carvalho do Vale
1738/Miguel Alves Pereira
½ — ⊂ escravos — roça no caminho das Pacas, Caeté
4. Caminho Novo: do rio Paraíba do Sul até Carandaí
1709/Manuel da Silva Rosa
1½ — entre a Paraibuna e a roça de Simão Pereira de Sá
1711/Manuel Gonçalves Viana
3/1 — # 6 a. — Caminho Novo, Ressaca
1713/Domingos Rodrigues da Fonseca [Leme]
Borda do Campo, Caminho Novo
1714/Félix de Azevedo Carneiro e Cunha
1 — paragem do Governador e do Alcaide-mor, no Caminho Novo
1714/Martim Correia de Sá
1-½ — roça no Caminho Novo, sítio Pau Grande
36
/cap. Marcos da Costa [da Fonseca Castelo Branco]
1716/Silvestre Luís
1 — sítio no Caminho Novo
/João Gonçalves da Cunha/Marcos da Costa da Fonseca Castelo Branco
1715/João Gonçalves Chaves
1 — # 3 a. — Caminho Novo em terras de seu sogro Domingos Gonçalves Ramos
/Domingos Gonçalves [Ramos]/Agostinho de Pinho e Silva
1716/Manuel da Gama
1 — estrada do campo do Caminho Novo, entre as roças do Carandaí e da Ressaca
1716/Simão Pereira de Sá
Caminho Novo
1717/José Furtado de Mendonça
1 — Caminho Novo
/Agostinho de Pinho [e Silva]/João Batista[/João Gonçalves Chaves]
1717/Salvador Correia [Vasques]
Caminho Novo — /roça de seu irmão Manuel Correia Vasques/Manuel de Azevedo
1718/João Raposo da Fonseca
1 — Borda do Campo, sobras da sesmaria de Garcia Pais e de Domingos Rodrigues da
Fonseca [Leme]
1718/Manuel Figueira de Chaves
½ — paragem Samambaia, Borda do Campo do Caminho Novo
1718/Tomás Cordeiro Coutinho /Bartolomeu Cordeiro Coutinho, seu irmão
paragem Tijuco, entre Ressaca e Prados, por haver na dita paragem negros fugidos que fazem latrocínios e
mortes aos passageiros
1719/Antônio Alves da Costa
sobejos da sesmaria de Manuel da Silva Rosa no Paraibuna
1719/Manuel Dias Lobo
1 — sítio na Ressaca e nos rib. de Alberto Dias 〈> mun. de Ressaquinha〉 e da Caveira —
/Manuel Diniz da Caveira/Alberto Dias de Carvalho
1719/Domingos Ferreira Viana
½ — Campo do Caminho Novo
/rib. Paraopeba/Belquior Rodrigues Lima/Manuel Gonçalves Viana
1720/João Correia de Azevedo
1 — comprada – rib. do Inferno, campo do Caminho Novo 〈> mun. de Buarque de Macedo〉
/Paraopeba/Tijuco/Manuel Gonçalves Ribeiro
1720/Domingos Gonçalves Ramos
3/1 — sesmeiro em 1709 — Caminho Novo
/Manuel de Araújo Elgueta[/João Gonçalves Chaves]
1723/Domingos Rodrigues da Fonseca Leme
2 — primeiro descobridor — ⊂ gado vacum
sítio de Santo Antônio da Chapada da Mantiqueira (Borda do Campo)
1727/Garcia Rodrigues Pais
Caminho Novo e Borda do Campo
〈constava fazer-lhe [o rei] mercê de uma data de terras com a natureza de sesmaria que compreendesse o
mesmo número de léguas, como se houvessem de dar repartidas a quatro pessoas na forma das suas reais ordens,
além de doze datas para seus filhos no Caminho Novo — ordem régia de 14.08.1711〉 — 3 léguas a
37
cada
e porque por vários embaraços e dependências que intervieram se lhe não assinalaram as ditas sesmarias ou
datas, menos a de sua filha que casou com o Alcaide-mor Tomé Correia Vasques, e de presente quer haver
título a conta da data das quatro que lhe tocam em cinco léguas de que está de posse da rocinha
aquém da Paraibuna até a Vargem além da Paraíba meia légua a cada parte do caminho
em título separado de carta de Sesmaria, e em outra carta, o título e a mercê de uma légua que também possui
na borda do Campo, onde está o registro, fazendo meio no sítio que aí tem.
1735/João da Silva Lopes
½ — ⊂ escravos — # 3 a. — morador na Borda do Campo de Alberto Dias
1735/José Lopes de Oliveira, Tte.-cor.
½ — ⊂ escravos — Caminho Novo, rib. Alberto Dias, com posses para o Chopotó, lagoa no
sítio do Macaco
5. Serra das Vertentes
1711-1713
1711/Miguel da Costa
1 — comprada — rio Carandaí, na estrada do rio das Mortes
1711/João Antunes Maciel
1 — ⊂ lavras — paragem Camapuã, caminho novo de São João del Rei 〈> Serra de Camapuã〉
1711/Jerônimo Pimentel Salgado
1½ — ⊂ escravos — Borda do Campo, junto das Congonhas dos Carijós, freguesia de Nossa
Senhora da Conceição; rib. da Casa Branca até a Igreja de Nossa Senhora da Conceição 〈>
mun. de Casa Branca〉
/João da Silva da Costa/Amaro Ribeiro, devolutas 〈?córrego de Amaro Ribeiro, afl. do rib.
Bananeiras, que cruza a cidade de Cons. Lafaiete〉. 〈MRSJR: 1744, 12 escravos, 8 cabeças de
gado, terras minerais e serviço de água, casa, senzalas no rib. de São Francisco Xavier〉
1711/José Ventura de Mendanha Soutomaior
Caminho Novo
/data do cap.-mor Antônio Francisco ?[da Silva], que foi de Francisco Leal, chamado o mulato
da Bahia/cap. Amaro Ribeiro
1711/Domingos Martins Pacheco
1/¼ — # 7 a. — barra do rib. Pequeno e o rib. Grande, nas Congonhas
1711/Antônio de Oliveira [Leitão]
1 — paragem Paraopeba, caminho novo da Vila de São João del Rei
1711/Antônio Francisco da Silva
½ — comprada a Antônio Leal da Costa — estrada da Paraopeba, rio das Mortes
1713/Antônio de Oliveira Leitão
1 — Lagoa Dourada, abriu caminho até São João del Rei
1713/José Machado Castanho
1 — paragem Suaçuí
1717-1738
1717/Manuel Soares da Silva
1 — paragem das Congonhas do caminho da Lagoa Dourada
1718/João da Silva Redondo
# 5 a. — comprada a Simões Correia da Silva — Congonhas, no Redondo 〈> Camapuã〉, rio
38
Paraopeba 〈> Jeceaba〉 — /João Borges
1718/Guilherme de Oliveira Lara
1 — # 4 a. — paragem Brumado, entre Carandaí e Lagoa Dourada
/Antônio Marques
1718/José de Góis Cardoso
1 — ⊂ gado vacum — sítio Camapuã, rib. do Brumado
1718/Domingos Rodrigues Correia
½ — # 5-6 a. — Passaquatro, Caminho Velho
1720/Antônio Soares Muniz
½ — # 2 a.
/rio das Congonhas/〈Morro〉 Redondo 〈> Serra de Camapuã〉/Paulo André/Caminho
Velho/matos gerais 〈> Catauá〉 da Paraopeba
1722/Antônio de Azevedo
1 — comprada a Félix Garcia Teixeira
estrada da Lagoa Dourada, rio das Mortes, Olho d’Água
1723/Francisco de Araújo de Azevedo
1 — ⊂ lavras, escravos, roça
Carijós, fora da estrada e na barra dos Três Rios 〈> Queluzita〉
/rio do Pinheiro/Manuel Alves/Pedro da Silva
1723/Manuel de Seixas da Fonseca
1 — Congonhas, ribeiro da Casa Branca, entre a que foi do cap.-mor Garcia Rodrigues Velho e
a de João de Oliveira
1723/Apolinário da Silva
¼ — ⊂ escravos — entre Camapuã e ribeirão da Casa Branca
/cap.-mor Manuel Seixas da Fonseca
1724/Francisco Ferraz de Souza
½ — rib. dos Prados
1724/José Matol
2 — ⊂ escravos e lavras — Canindaí
/cap. João Ferreira
1724/Alexandre Pereira de Araújo
¼ — Carijós
1724/Sebastião Gonçalves Pinto
1 — rib. da Onça, 6-7 léguas de São João del Rei ao Serro, lugar deserto e devoluto
1724/João Alves Preto
1 — ribeiro do Pinhão, Lagoa Dourada
1724/José de Góis Cardoso
½ — Lagoa Dourada, no rio das Mortes, borda do mato geral
/João da Cunha
1724/Miguel Mendes da Costa
1 — ⊂ escravos — morros de Camapuã, Paraopeba e Cataguases
1725/Antônio Fernandes Chaves
½ — comprada a José Teixeira Ruas e a Amador Castanho
paragem Cataguases 〈> Catauá〉, São João del Rei
1725/Manuel Martins, alf.
1 — pasto Cataguases, Lagoa Dourada
1726/Manuel Nunes de Gouveia
39
1½ — comprada ao alf. Alberto Pires Ribeiro — ⊂ curral, rancho e criações
paragem Palmeira no Caminho Velho
/alf. Alberto Pires Ribeiro/Boa Vista
1733/Miguel Ferreira Pedrosa
½/¼ cada margem — roça na Paraopeba, freguesia de Congonhas do Campo
1733/João Martins de Siqueira
½ — ⊂ escravos e gado cavalar, engenho de farinhas — # 20 a. — lavrador de mantimentos
— morador em Suaçuí — Salto do rio Paraopeba ao Sudeste 〈> São Brás do Suaçuí〉
1734/Francisco de Vilas Boas Truão
½ — ⊂ escravos — matos do Paraopeba (Congonhas do Campo)
/Domingos Fernandes/Campo Grande/matos gerais
1735/Antônio Pimenta da Costa
½ — ⊂ escravos — rib. Caiboa 〈> rib. Caiuaba, mun. de Entre Rios de Minas〉
/cap. Amador de Souza da Guarda/João Martins de Siqueira
1738/Manuel da Silva Gomes
½ — posses nos campos gerais do Paraopeba, freguesia de Congonhas do Campo, rib. Preto
1738/Manuel Gonçalves da Rocha
½ — posses nos campos gerais do Paraopeba, freg. de Congonhas do Campo, rib. Preto
1738/Manuel de Morais Coutinho
½ — ⊂ escravos — comprada a Timóteo de Oliveira
sítio Capela da Senhora da Lapa junto à Lagoa Dourada com vivenda, roça, casas e uma capela
a cujo capelão paga para satisfazer e administrar os sacramentos a todo aquele distrito
serra de Camapuã, sítio do Olho d’Água
1738/Nicolau de Carvalho de Azevedo/
½ — ⊂ capital — campos gerais das Congonhas, Quilombo Bom Sucesso, vertentes do rio do
Peixe, Itatiaiuçu, Campo Redondo
1738/Antônio Coelho Lima
½ — # 5a. — rib. Guarará, Carijós
6. Caminho Velho
1710//João de Toledo [e] Pisa [Castelhanos]
3 — morador em Taubaté, ora nas minas — pé da Mantiqueira, para além da banda de lá da
paragem chamada Caatheica, pelo caminho para as minas 〈rib. Caeté, no mun. de Virgínia〉
1711/João de Camargo Pimentel
3/6 — morador em SP com 10 filhos — paragem Sapucaí
/da feitoria que tiveram os guarulhos ... [uma légua da barra de dois rios ... pelo rio Sapucaí abaixo
1711/Manuel da Cunha Lobo
1 — [comprada em São Paulo dos herdeiros de João Lopes de Miranda]
Caminho Velho das minas na passagem Tapiassingó 〈> Sengó〉 até a Borda do Campo no alto
do distrito da Boa Vista 〈> rib. Boa Vista, ou dos Machados, mun. de São Lourenço〉
1711/Manuel Machado Dutra
300 — 〈Serra dos〉 Pousos Altos
1716/Antônio Pires de Ávila
3½ — paragem ?Passaquatro, rib. Iciricantã, rib. dos Couros, barra do Iteioron [Otoron, cf.
sesmaria de José Rodrigues Braga], Caminho Velho do mar, rio Grande
1717/Manuel Garcia de Oliveira
1½ — roças e currais — na Aiuruoca, paragem Lagoa Grande, cab. do Ingaí
40
1717/Pedro da Silva Góis
½/2 — paragem Encruzilhada, na Ponte Alta 〈> Cruzília〉
/João de Castilho
1717/Antônio Machado de Oliveira
½ — paragem Mombaça, Caminho Velho, junto à Boa Vista
1717/Domingos Machado de Oliveira
1/¾ — # 10 a. — comprada a Manuel Gomes da Costa — Capão Redondo, Caminho Velho
/João de Castilho/José Rodrigues da Fonseca
1717/Francisco Dias Rebelo
1.000/300 — /sítio do Castilho/Capão Redondo/Francisco Martins
1717/João Antônio Rodrigues
1 — Pouso Alto, Caminho Velho, rib. do Guatinguiba, rib. da Ponte Alta
1717/José Rodrigues Braga
1 — morador em Guaratinguetá — paragem Capivari, rio Verde, lugar Otoron (na qual não
havia morador ... e por ser arriscado o dito rio em tempo de águas
1718/João de Toledo e Pisa Castelhanos
3 — compr. ao cap. Manuel Garcia Velho que assistira nelas 4 a. — # 3 a.
no rio Grande e rio das Mortes, para as Carrancas
1719/José Rodrigues Braga
2/1 — concedida em 1702, compr. ao brig. Antônio Francisco da Silva
rio Verde//estrada 〈ou caminho velho〉
1720/Manuel Gomes Ribeiro
1 — comprada a cap. Amaro Ribeiro Serra — Borda do Campo antiga
1723/Antônio do Vale de Mendonça
1 — barra do Baependi no rio Verde até Jurumirim 〈> mun. de Conc. do Rio Verde〉
1724/Antônio Raposo Tavares
1 — sítio da Caveira, Carrancas
1724/Diogo Fernandes Morato
1/½ — Caminho Velho, rib. São Paulo, nas cab. do Baependi
1724/José Leitão de Abreu
1 — rio Verde, Caminho Velho ou Caxambu
/padre Lourenço de Toledo Taques, Boa Vista
1724/José Rodrigues da Fonseca
3 — ⊂ gado vacum — quer se mudar para a parte deserta, porque na estrada tem grande prejuízo —
morador em Tragitiba 〈> Traituba, afluente do Ingaí, na serra do Minduri〉, Caminho Velho
1725/Domingos Luís do Prado
½/1½ — ribeira de Capivari, a uma légua e meia da estrada das minas
/cap. Antônio Raposo [Tavares]/morro da Fortaleza
1725/José Pinto
½/1 — sítio do rio Verde, de um seu parente chamado Batista Pinto, no Caminho Velho
1725/Manuel de Seixas Pinto, Manuel Alves da Fonseca, Manuel Bernardes
1 — ⊂ roça e criações — na Ibituruna 〈mun. de Nazareno〉, paragem do Ribeiro Fundo
1726/Manuel de Sá
2/½ — # 2 a. — encruzilhada para a Aiuruoca
1726/Isabel de Souza, viúva do mcpo Carlos Poderoso da Silveira
2 — rio Mapendi 〈<Mbaependi, mun. de Baependi〉 para o rio Verde
/cap. Tomé Rodrigues
41
1727/Leonel da Silveira e Souza
1 — ⊂ roças, currais — morador no rio Mapendi, abaixo da paragem no Caminho Velho
/Dona Isabel de Souza
1727/Bento da Costa Preto
½ [pediu uma légua]
sítio do Pinheiro (CRM), onde vivia por arrendamento
paragem Capivari, sobrequadra do cap. José Rodrigues Braga
/Francisco Félix 〈Correia〉, Aiuruoca
1729/Baltasar Fernandes de Meneses
1 — ⊂ gado vacum — Caminho Velho, paragem encruzilhada 〈> mun. de Cruzília〉
1729/José Rodrigues Braga, filho de José Rodrigues Braga
1 — ⊂ V e criação — no rio Verde, caminho do cap.-mor Domingos Antunes Fialho
1730/Antônio de Souza Carias
3 — ⊂ gado vacum e cavalar — comprada a Atanásio Ribas de Siqueira que a herdara de seu
pai Francisco Martins — Barreiro, rio Baependi no rio Verde
1730/Antônio Fernandes Lenhoso
2/1½ — ⊂ rancho — Palmeiras, rio Verde e Caxambu
/Gaspar Gotterrez/Alberto Pires
1730/Domingos Alves Ferreira
¾/1½ — ⊂ gado vacum — Caminho Velho, rio de Mapendi
/estrada de Bento Fernandes .../... da Siqueira
1730/Domingos Rodrigues Correia e João Cardoso
2/½ — paragem Tranqueiras, Passa Quatro
/rio Verde/José Pinto/João Vieira
1732/Inácio Carlos da Silveira
1½/1½/½ — ⊂ gado vacum e roças — campina do rio Verde
/barra do rio Baependi/rio Verde/Barreiro de Antas
1732/João de Mendonça Peçanha
1½ — ⊂ gado vacum — barra do rio Capivari no rio Verde, de Ingaí até o Caminho Velho
/Domingos Luís/Serra da Fortaleza
1733/Pedro Alves de Araújo
2 — morador em Guaratinguetá — cabeceiras do rio Tororó, para a Aiuruoca/ Francisco Félix
〈Correia, inventariado em São João del Rei — MRSJR, 1726: herdeiros: Francisco Félix de
Andrade, Maria Pedrosa, cc. João de Toledo Pisa, e Andressa de Castela, cc. Manuel Pinto
Barbosa; sítio Tororon, no caminho velho〉
1733/Domingos Martins do Prado
½ — comprada — Capivari do rio Verde no Caminho Velho, testada para o Itanhandu
1733/Domingos Rodrigues Correia
½ — (confirm.) — morador há muitos anos no Caminho Velho, sítio do Passaquatro
1735/Helena da Silva, viúva de Manuel Moreira
½ — moradora em Baependi, primeiro rib. que está no caminho para o rio Verde
1735/José Pinto dos Santos
1/½ — # 3 a. — ⊂ escravos, gado vacum e roça
freg. de Nossa Senhora dos Pousos Altos, paragem do rio Verde
/sobrequadra de Bento da Costa Preto/José Pinto de Carvalho
1738/João Alves Correia
½ — ⊂ escravos — Morro Queimado, rib. das Rosetas para o rio Verde, Baependi
42
7. Termos das Vilas de São João e São José del Rei
1710-1711
1710/Bartolomeu Pais de Abreu
3 — ⊂ escravos — há 5-6 a. mandou o irmão Bento Pais da Silva fabricar nas minas do rio das Mortes
uma fazenda/plantas, gado vacum e outras criações para provimento dos mineiros e a conservou até o tempo do
levantamento em o qual se lhe destruiu mais de quatrocentas cabeças do dito gado e muita criação de porcos e
aves tudo incluso na dita fazenda, e mantimentos
/passagem do rio das Mortes Pequeno, junto à estrada que vai desta Vila [de São Paulo] para as
minas 〈> distrito do Rio das Mortes, em São João del Rei〉
1713/Francisco Barreto de Menezes, sac.
1 — rio das Mortes Grande onde foi o sítio de Miguel Garcia até as cabeceiras
/rio Brumado de Belquior Félix Correia/morro da Pedraria/Salvador Freire 〈> Caburu〉
1713/Gaspar Soares
½ — possuindo ... dois sítios ... se quis intrometer em um deles o padre José [Pinto] com pretexto de ter carta de
sesmaria de Domingos Álvares [ou Martins] Guerra, que era nula, conforme o bando que mandei lançar —
Arraial Velho, São João del Rei
1713/Pedro Domingues
1 — paragem Brumado, São João del Rei
1714/Custódio da Costa [Veloso]
sítio do Tejuco
/Capoeiras de Domingos Francisco e seu irmão João Francisco
1714/Manuel Carvalho da Silva
2 — ⊂ V — descobrira uns campos na borda dos currais da Bahia; Lagoa Dourada
1717/Antônio Fernandes Preto
½ — rio das Mortes, monte da lavra que foi de Simão da Cunha Gago
1717/Luís Aires de Figueiredo
1½ — # 5 a. — primeiro povoador — Mato Grosso do rio das Mortes
1717/Pedro de Morais Raposo
1 — rio das Mortes, lagoa à margem
1717/Pedro de Morais
½/1/½ — ⊂ lavoura e gado — (confirm. de carta de 1707) — rio das Mortes
1717/Vital Casado Rotier
½ — Bichinho, freg. de Santo Antônio do Arraial Velho
/lavra que foi dos religiosos do Carmo
1717/João Batista Boucão
100/500 — rib. de Manuel da Costa [Gouveia]
/Antônio Gonçalves
1718/André do Vale Ribeiro
1 — numa capoeira que há 10 ª foi roça e nunca mais plantada — rio das Mortes Pequeno, Caminho
Velho, para a passagem velha do rio Grande
[/Luís Marques das Neves] 〈MRSJR: 1720: 34 escravos, 14 cabeças de gado, dois cavalos, seis
porcos, roça e sítio com casa e senzalas de capim e dois alqueires de planta〉
1718/Antônio de Oliveira Leitão
1 — Lagoa Grande do rio das Mortes — /Jerônimo Dias
1718/Antônio Muniz de Menezes
43
½ — ⊂ escravos — São João del Rei, sobejos no rio das Mortes
/padre Francisco Barreto
1718/Domingos Ferreira Louro
½ — # 5-6 ª — comprada a vários possuidores com Domingos Ferreira Couto, Domingos
Ferreira Rates e João e ? Fernandes — Pilar de São João del Rei — /João Pinto do Rego/lavras
do corgo/campos gerais
1718/João Vicente da Neiva
1 — São João del Rei, sítio Palmital
/André Rodrigues
1718/Manuel da Costa Gouveia
½ – ⊂ serviço de água de grande consideração – precisava de madeira – São João del Rei
/roça que foi do religioso frei Antônio Peixoto
1719/Domingos Alves de Carvalho
1 — comprada a Lourenço da Silva Tourinho
passagem velha do Pitangui, rio das Mortes Grande abaixo
/Maria Fragosa e Maria Ferreira de Melo
1719/Francisco Viegas Barbosa
1 — ⊂ escravos — São João del Rei, rio das Mortes
/sgt.-mor Silvestre Marques
1719/Manuel da Costa Nogueira
1 — comprada a Gonçalo Mendes de Crasto — no rib. Elvas
1719/Pedro da Silva
1 — comprada a José de Almeida Cardoso — engenho de Santo Antônio, no rio Grande
/Pedro Rodrigues Maia
1720/Luís Marques das Neves
1 — rio das Mortes
/André do Vale [Ribeiro]/Pedro Rodrigues [Maia]/Domingos Alves Canjica
1720/Marçal Casado Rotier
1 — rio das Pedras para o rio das Mortes
1722/Manuel de Almeida Moreira
1 — comprada a Félix Garcia Teixeira — na estrada do rio das Mortes, Lagoa Dourada
1722/Manuel de Morais Coutinho
1 — comprada — Olho d’Água, São João del Rei
1723/Baltasar Fernandes
1 — Cajuru, Caminho Velho
/cap.-mor Tomé Rodrigues Nogueira/Pedro da Silva
1723/José Rodrigues da Fonseca
1.500 — ⊂ gado vacum — Caminho Velho, Tragiytiba > Traituba
1723/Sebastião Gil de Siqueira
1 — comprada — caminho Velho, Tijuco, Comarca do Rio das Mortes
/cap. Salvador Correia/alf. Antônio do Amaral [Fonseca]
1724/Antônio Gonçalves Branco
1 — ⊂ escravos — comprada a Pedro Rodrigues Maia — Cajuru, rio das Mortes Pequeno
44
/Pedro Rodrigues Maia/alf. Antônio do Amaral Fonseca/Manuel Machado da Cruz/João
Almeida Lousado/Rio Grande
1724/Constantino Alves de Azevedo
1 — ⊂ escravos — rib. Fundo, rio das Mortes, rib. das Congonhas, Borda do Campo
1726/Simão de Almeida Campos
1 — ⊂ 30 escravos — paragem o Morcego 〈Tiradentes〉, no rio das Mortes
1727/José Rodrigues Braga
mais ½ além das que possuía, para evitar intromissões — no rio Verde
1728/Sebastião Fernandes Correia
½/1 — ⊂ gado vacum e roças — rib. atrás do morro do Caxambu
1736/José de Pugas Valadares e Francisco Gomes Pinheiro
½ — córrego do Bom Sucesso
/Matias Barbosa da Silva/alf. Diogo Carvalho de Oliveira
1737/Francisco de Viegas de Meneses
½ — ⊂ 70 escravos — no rio das Mortes, distrito da Ibituruna, rib. da Água Clara
1737/Pedro da Silva de Miranda, Francisco Bruno da Fonseca, Salvador Jorge Bueno, Pascoal
Leite Pais, /Diogo Bueno, /Manuel Francisco Xavier Bueno
3 — ⊂ escravos — # 7 a.
[lavras do] Funil do rio Grande, barra no rib. das Faisqueiras
1738/Mateus Leme Barbosa
½ — ⊂ escravos — sítio das Carrancas, Lagoa do Mato Grosso, CRM
1738/Bento da Costa Azeredo
½ — Quilombo Bom Sucesso, campos gerais da Comarca do Rio das Mortes
45
8. Currais: os vales dos rios das Velhas e Paraopeba
1710-1711
1710/Francisco Duarte de Meireles, genro de Manuel de Borba Gato (1710)
2 — ⊂ gado vacum — entre Paraopeba, cordilheira do Itatiaia, e a encruzilhada do caminho
das Abóboras para Itabira
1711/João de Souza Neto
1/½ — ⊂ engenho e lavra — Sítio do Capão
/Simão Barbosa/Antônio de Aguiar/Manuel Dias Leite
1711/Manuel da Silva Rios
1 — Macaúbas
1711/Antônio de Araújo dos Santos
3/1 — # 10 a. — ⊂ engenho de açúcar [de 1706], primeiro que se levantou nestas minas
rio das Velhas, Curralinho
1711/Domingos Dias da Silva
3 — rib. do Jequitibá para o Sumidouro até o rib. da Mata Grande
1711/Domingos Dias da Silva
sítio no Sumidouro e sítio do Jequitibá
/dos Limoeiros da Mata Grande, tapera que foi de Manuel de Borba Gato à barra do rib.
Jequitibá, e à estrada da Itabira[/Domingos Francisco Rondon; vendida ao sgt.-mor João
Ferreira dos Santos: sesmaria de 1717 〈confirm. do Cons. Ultram.:ABN, doc. 3.779-80〉
1711/Domingos Francisco Rondon
4 — sítio dos Limoeiros
/Domingos Dias da Silva/cap.-mor Sebastião Pereira de Aguilar
1711/Inácio da Rocha Feio
2½ — ⊂ gado vacum — sítio Bento Pires, comprado a Custódio da Costa; encruzilhada da
Mata Pequena, para o Sumidouro
/sítio das Abóboras/rio das Velhas
1711/Francisco de Souza e Moura
350
/Amaro Soares Lousado
1711/João de Souza Neto
⊂ escravos; roças cansadas
/Manuel de Borba Gato/Francisco de Souza[e Moura]/superintendente José Correia de
Miranda/João da Fonseca Barata
1711/João de Souza Neto
3.300 — sítio no Sabará, com milhos e plantas
/Manuel Pinto/Veríssimo Antunes/Pedro da Silva Chaves
1711/José de Seixas Borges
# 12 a. — primeiro povoador e de presente se haja desacomodado para tratar de gados
rib. do Jequitibá, entre os rios Paraopeba e Velhas até o rio São Francisco
1711/Manuel de Mendonça e Lima
1½/3 — em troca da que ocupou na encruzilhada da Mata Pequena do Sumidouro para a Lagoa Grande
sítio dos Macacos, estrada dos currais, na passagem do riacho [dos Macacos]/Lagoa Dourada
— vendida a Jorge Gomes Bezerra, sesmaria de 1720: Congonhas do rio das Velhas 〈ou do
Sabará〉 — /Lagoa Dourada.
1711/Manuel Pinheiro de Cerqueira
46
3 — # 10-11 anos — Rio das Velhas, ribeirão do Brumado/Curralinho 〈CBG, CPO, Cx.1:
1728; cc. Jacinta Helena Barbosa: roça nas Furnas do Prata〉
1711/Sebastião de Arruda da Costa — administrador de seus tios: Jerônimo Tavares, Antônio
do Rego e Francisco de Arruda [de Sá]
1 — rio das Velhas/ Paulo Henriques
1711/Pascoal da Silva Guimarães
1 — ⊂ 300 escravos — capoeira dos Limoeiros para a Itapanhoacanga
1711/José Ribeiro
½ — # 4 a. — ribeirão do Cercado, Curral del Rei/Manuel Borba Gato
1711/José Marques
descobriu a terra do sítio da Lagoa Dourada: do riacho Macacos, rio Paraopeba abaixo
/José de Seixas Borges/João Leite da Silva [Ortiz]/Sete Lagoas
1711/João de Souza Soutomaior
3 — Sítio das Abóboras, com curral — /Palmital
1711/João Leite da Silva [Ortiz]
3 — # 10 anos — ⊂ escravos e gado vacum — sítio do Cercado, no pé do morro das
Congonhas para a Lagoinha, estrada da Bahia
[/José Marques]
1711/José Rodrigues Betim
2 — rib. da Cachoeira, entre Paraopeba e a estrada para as Abóboras
1711/Manuel de Borba Gato
½ — rib. do Cercado e da barra que faz nele o rib. do Tombadouro
1711/Manuel de Borba Gato
4 — rio de Paraopeba e a Cordilheira de Itatiaia e de Mateus Leme
1714-1720
1715/Diogo Mendes Pinheiro
rio das Velhas acima
/cap. Antônio de Araújo/padre Manuel de Almeida
1715/José de Campos Bicudo
4 — rio Pitangui abaixo, Lagoa dos Patos, rio Indaiaí, rio Pará verdadeiro,
/Antônio Rodrigues Velho
1715/Antônio Rodrigues Velho
3 — rio Pitangui abaixo para o rio do Peixe, Lagoa Grande[/José de Campos Bicudo/José de
Campos Bander Bort]
1715/Gervásio de Campos
4 [com a largueza que se lhe permite nos sertões da Bahia e Pernambuco]
rio Pitangui abaixo, Lagoa dos Patos, rio Pará
/José de Campos Bicudo
1715/José de Campos Bander Bort
4 — ⊂ gado vacum — rio Pitangui
/rio do Peixe/Lagoa Verde/Antônio Rodrigues Velho/rib. Santo Antônio
1716/Francisco Correia de Miranda
2 — ⊂ gado vacum — rio das Velhas, Vila de Nossa Senhora da Conceição
/cap. José Correia de Miranda
1716/Mateus Álvares Teixeira
2 — ⊂ gado vacum e criações — estrada das Macaúbas, rios do Melo, da Lagoa e das Velhas
47
1716/Pascoal da Silva Guimarães
1 — ⊂ muitos escravos. engenho no rio das Velhas — Capão das Cobras
1716/Pascoal da Silva Guimarães
1 — ⊂ grande faisqueira no rio das Velhas — Taquaraçu com roças e currais
1716/Constantino de Aguilar
3½ — ⊂ gado vacum — rib. da Areia ao rib. de São João, rio Para]opeba
1716/Domingos Dias
3 — ⊂ gado vacum — # 1 a. — de um afl. do Paraopeba ao rio Pitangui pelo rib. do Peixe
1716/José Carvalho de Andrade, Antônio Ferrão Castelo Branco, Domingos Teixeira de
Azevedo*
3 léguas a cada um — No rio de São Francisco, e barra do rio Paraopeba que deságua no rio
das Velhas, começando da cabeceira que tem o rio São Francisco até inteirar a légua de largo e
três de comprido
1717/Diogo da Rocha Albuquerque, Brás da Rocha Cardoso, Luís Tenório de Molina, Gonçalo
Ribeiro Jerônimo Sodré Pereira, Francisco Salazar*
1 légua — No arraial do Pará, sítio descoberto por ele [concessionário] e outros, abaixo da
barra do Paraopeba, entre o ribeirão do Peixe, e um ribeirão que parte com o sítio dos
Morrinhos, correndo pelo rio de São Francisco no sertão
1718/Antônio Fernandes Rodrigues e Manuel Ferreira da Cruz
6 — ⊂ gado vacum — da barra do Paraúna, rio das Velhas acima até Jaboticatubas
/rio Cipó/Sumidouro do rio das Velhas; em 22.06.1718 foi dada a ordem ao sgt.-mor João
Ferreira dos Santos e ao cap. Francisco Duarte de Meireles para seguirem pelo caminho que vai para
os currais ... fazendo pontes, atalhando voltas ... sendo que de Jequitibá para baixo se concederá a cada um deles
o sítio ou sítios como for justo, conforme o trabalho que tivessem.
transferida aos irmãos Curvelo d’Ávila > cf. sesmarias abaixo, de 1742.
1718/Antônio Pinto de Magalhães
2 — # 1700 — ⊂ gado vacum — comprada ao cap. João Leite da Silva [Ortiz]
nas Sete Lagoas, distante três dias de Sabará (concessão de 13.04.1711)
/rio das Velhas/rib. São Marcos/cab. da mata do Sumidouro
1718/José Correia de Miranda
3 — ⊂ gado vacum e engenho — rio das Velhas, à margem: Santa Luzia
1718/Manuel Lopes Machado
1.000 — Macaúbas e rio das Velhas
1718/Francisco Carvalho
1 — sítio Palmital, entre a venda de Martinho Gonçalves e a de João Francisco, no Curralinho,
com mais de três léguas de permeio
1718/Sebastião Mendes de Brito e Diogo da Costa da Fonseca
4 — # 8a. — ⊂ gado vacum — sítio Guardas, cinco léguas de Pitangui, paragem Paraopeba
/rib. das Lages/estrada
1719/Antônio Francisco da Silva, brig.
# 12 a. — descobridor — comprada ao cor. Martinho Afonso de Melo por 1 @ de ouro
sítio Papagaio, aos pés do rio das Velhas
/barra do Papagaio, pelo rio das Velhas acima até o rio do Picão e até a estrada velha geral que
foi do sertão do rio São Francisco.
1719/Atanásio [Ribas] de Siqueira Brandão
4 — sítio que fora de Domingos de Moura, Miguel de Atoleiro e do cap. José Antunes Vieira
passagem do rib. dos Macacos, caminho dos currais, barra do riacho das Abóboras
48
/capoeiras dos Macacos, devolutas pelos primeiros povoadores que as largaram e não mais
cultivaram, Paraopeba acima
[apud sesmaria (SC 72, 186v): vendida a fazenda Riacho da Areia, freg. do Curral del Rei,
distante quinze léguas da Vila de Sabará no ribeirão dos Macacos, ao cap.-mor João Jorge
Rangel e este a comprou de Manuel de Sobral, que a povoara desde 1713]
1719/Manuel de Figueiredo Mascarenhas
2 — ⊂ gado vacum — Pitangui
/rib. das Lajes/José Silva Antunes/Paraopeba[/José de Seixas Borges]
1719/José de Seixas Borges
2 — /Manuel de Figueiredo Mascarenhas/padre André de Figueiredo Mascarenhas/rib. das
Lajes/picada para a Vila pelo cap. Lourenço da Veiga[/José Marques]
1719/André de Figueiredo Mascarenhas
2 — ⊂ gado vacum — Pitangui
/engenho do cor. Manuel Dias da Silva/estrada para a tapera do Jaguara/rib. da Onça (cap.
Lourenço da Veiga)/sítio dos Guardas/rio Paraopeba[/Sebastião Mendes de Brito e Diogo da
Costa da Fonseca]
1720/José de Almeida Barreto
4 — ⊂ gado vacum — entre Curral del Rei e Roça Grande
1720/Francisco Coelho Santiago
3 — rio Pará, rio Indaaí ou rio dos Cocos
1720/Manuel da Mota Pereira e seu irmão Antônio da Mota Pereira e Antônio da Rocha
2 — devolutas — # 5 a. — ⊂ gado vacum
sítio São Gregório, morro da Boa Vista, estrada dos Currais e morro do Imbiruçu
1720/Tomás do Lago e Medeiros
4 — descobridor — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — sítio da Cruz
/Paraopeba/riacho dos Cavalos
1720/João Jorge Rangel
2 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — sítio Conceição, rio Paraopeba e riacho dos Cavalos
[/João de Souza Soares]
1720/Eleutério Barreto
3/1½ — rio Para]úna[
/João Veloso [de Carvalho]; Pitangui
1720/Manuel Lopes Castelo Branco
3 — ⊂ gado vacum — três roças no rio Pará, Pitangui
/João Veloso de Carvalho[/Bento Gonçalves Barros]
1722-1743
1722/Manuel de Almeida Coutinho
4 — ⊂ gado vacum — sítio das Lajes, sertão do rio das Velhas com o São Francisco pela barra
do rio das Velhas acima depois da fazenda de outros povoadores
/Gabriel Alves de Carvalho/riacho do Atoleiro ou Canabrava/José Carvalho de Andrada/rib.
dos Bois
1724/Luís Fernandes César, contratador de gados
2 — sítio de engorda na Paraopeba, Pitangui; Sossego
/riacho do Choro/Paraopeba
1725/Antônio Rodrigues da Fonseca
49
4 — ⊂ gado vacum — paragem Angaí
1725/Catarina de Jesus e Recolhidas da Ermida de Nossa Sra. da Conceição das Macaúbas
4 léguas de agrestes e incultos/2 de sertão distante das terras mineiras e de Vila Real mais de
nove léguas para o sertão — ⊂ gado vacum — # 3 a. — rio das Velhas, Jaboticatubas
/Antônio dos Reis/José Luís
1725/Antônio Barbosa Leão
2 — ⊂ gado vacum — capões defronte do Rodeadouro da Paraopeba
1726/João de Souza Soares
2 — # 1 a. — posse na barra do rib. das Pedras, Pitangui, beira do rio Paraopeba acima
/cap. João Jorge Rangel
1727/Antônio Ribeiro Guimarães
4/5 — ⊂ gado vacum e cavalar — engenho real de açúcar — paragem Santo Hipólito
/Jaboticatubas/rio Pardo/Piçarrão/Serra da Mangabeira
1727/Domingos Coelho Ferro
2/1 — ⊂ engenho de aguardente e toda a casta de gados — comprada a Suzana Maria da
Encarnação, que por sua vez a comprara ao cap. Antônio Pereira de Abreu, quem primeiro
descobriu e povoou
da Barra do Piçarrão, rio das Velhas acima até a barra do Paraúna, Paraúna acima até a barra do
riacho do Galheiro
/Antônio Ribeiro Guimarães/Domingos Rabelo Falcão/Alexandre de Souza Flores/Manuel de
Mendonça e Lima/Serras do Serro Frio
1728/Faustino Rebelo Barbosa
4 — ⊂ gado vacum e cavalar — comprada a Francisco de Araújo Velho
rio das Velhas abaixo, sítio Nossa Senhora da Piedade
/Manuel Rodrigues Soares (sítio Capão dos Espinhos)/rib. de São Francisco, de Antônio
Monteiro da Silva
vendida a Gabriel Alv[ar]es de Carvalho: sesmaria de 1729
/riacho Corrente/fazenda que foi do defunto sgt.-mor José de Queiroz e
Abreu/Jequitaí/fazenda que foi dos defuntos Manuel Nunes Viana e Manuel Rodrigues Soares
1728/Manuel de Almeida Coutinho
3 — ⊂ gado vacum e cavalar — comprada a Francisco Vaz de Araújo — de comprimento ... três
léguas e de largura uma légua ... e em outras (partes) menor, porque as serras que rodeiam a dita fazenda a
fazem em umas partes mais estreita
fazenda Cotovelo, rio das Velhas
/Gabriel Alves de Carvalho, riacho das Pedras/João de Souza Campos/passagem da Piedade
no Rio das Velhas
1728/Antônio de Freitas
2 — ⊂ gado vacum — comprada ao padre Martinho de Almeida e Faria
fazenda nas Macaúbas; córrego das Pedras, córrego do Andrequicé, afluente do rio das Velhas
/Tintureiro João Borges/Bento Antunes/padre Manuel Nunes Neto/João Salvador
Pereira/roça do [?Silvestre] Lino/cor. Antônio Pereira de Macedo
1730/Dionísio Pereira [de] Castro
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — rio do Bicudo
1730/Bento Gonçalves Barros
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — # 20 a.
na estrada dos currais até o Palmital pela do Pitangui
50
/sítio que foi de Manuel [Rodrigues?] Soares, hoje de Luís Fernandes
César/Mangabeiras/Capão Grosso/Serra Negra/riacho das Abóboras
1733/Custódio Rebelo Vieira
arrematou uma fazenda em Santo Hipólito nos Currais, Serro, por execução que na dita fazenda fizera ?[a]
Antônio Ribeiro Guimarães
1733/Dionísio Cotrim de Souza
½ — ⊂ 50 escravos — morador no Arraial Novo do rio das Velhas abaixo, tirou uma água do
rib. de Bento Pires por um rego de cinco léguas de distância passando por bicas e andaimes;
limitada roça no córrego Areias
/João Ferreira dos Santos/Campos de Bento Pires/Campos de Francisco Cunha
1733/João Ferreira dos Santos
½ — ⊂ engenho de moer canas e farinhas — córrego Minhocas
/Leonardo Gonçalves e Cipriano Ferreira/Dionísio Cotrim de Souza/José Mendes
1733/João de Souza Neto
½ — ⊂ gado vacum e mantimentos — sítio no caminho de Sabará ao Serro, rio das
Jaboticatubas
1733/Manuel Nunes Neto
½ — ⊂ engenho de pilões e mantimentos — matos gerais do Taquaruçu até o rio do Peixe
/padre Antônio de Freitas para o rio das Macaúbas e o rio das Velhas/aj. Henrique
Pereira/Serra do Taquaruçu/Antônio Pereira
1733/José Rodrigues de Oliveira
½ — comprada — rio Paraopeba, ambas as margens
1734/Diogo Botelho Pimentel
¼ — # 17 a. — rio das Velhas
Francisco Alves de Araújo/Manuel Carvalho Figueiró
1735/Manuel Teixeira Sobreira
½ — comprada a André Leme da Silva — rio Paraopeba, paragem Laje da Fortaleza
/José da Silva Branco/Antônio de Souza/Manuel Moreira/rib. Grande da várzea
1737/José Ribeiro da Cunha
½ — ⊂ mais de vinte escravos e engenho — margem esquerda do córrego das Macaúbas
/Antônio Pereira de Macedo/João Soares
1737/Antônio Barbosa de Magalhães Coelho
½ — ⊂ escravos, lavras, engenho de moer cana e de pilões — # 4 a.
sítio Trindade no rio das Velhas, barra do córrego da Extrema
1737/Félix Simões de Paiva
3 — sítio dos Jacus, cab. do rio Pitangui e bocaina do riacho Jacus, corgo da Ponte Alta
1737/Teodósio Duarte e sócio
3 — ⊂ capões para criação — sítio São Matias, descoberto nos sertões
/capão de Manuel Leme
51
1737/Francisco Gomes Monteiro
½ — condutor de gados para as minas pelo sertão do rio das Velhas
terras para fabricar um curral com rancharia e pastos
sítio dos Ermitões das Macaúbas/córrego
1737/Gaspar Ribeiro da Gama
3 — ⊂ gado vacum e cavalar — por uma parte fazia um bocado de sais
sítio Pedras de Amolar
/Quirino Rebelo/Frutuoso Nunes do Rego/Francisco da Silva de Almeida/cap. Manuel de
Freitas de Araújo
1737/Martinho Afonso de Melo
3 — ⊂ gado vacum e cavalar — fazenda Nossa Senhora da Vitória, parte de Pernambuco que a
possuía com o título de povoar há dez anos:
/da barra do Paraopeba, fazenda de José de Faria Pereira, até a do cap.-mor [?] da Costa
Madureira/rio Indaiá
1738/João Gonçalves de Almeida
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — herança do pai, João Gonçalves Figueira — fazenda
Capão dos Morrinhos, no rio das Velhas e no rio Pardo, da barra às cabeceiras do riacho
Magalhães
/rio Curumataí/rio das Velhas
1738/José Gomes Basto
3 — criador na fazenda de São Bartolomeu nos gerais do Jatobá, que ele tem seus gados para situar e povoar
fazenda e porque não tinha adonde a possa fazer e como naqueles gerais tem o capitão Antônio Carvalho de
Faria muitas terras a que chamava suas e estavam desertas a maior parte delas, como era um sítio chamado da
Forquilha de Jacuí que divisa com Domingos Duarte Pereira pelo riachão, e Manuel Rodrigues Camelo
sítio de São Pedro ... [cujo sítio o [dito capitão] não tem povoado e está devoluto como outras muitas terras
que o dito chama suas ...]
1738/Filipe de la Contrie
3/3 — # 24 a. — comprada — fazenda de criar e engordar gados — margem do rio Bicudo
/riacho do Mocambo, da cab. à barra e daí até a barra no rio das Velhas, e daí até a barra do
riacho das Pedras
1738/Lourenço Castanho Vieira
3/3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — herança do pai, João Gonçalves Figueira
fazenda riacho da Areia
/riacho dos Magalhães/rio Curumataí/rio Pardo
1738/João Jorge Rangel
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — comprada em hasta pública
fazenda da Garça, no rio das Velhas e rib. do Bicudo
/Serrote/cab. do riacho das Pedras e desta ao caminho que vai para o Curralinho de fora do
Mucambo/riacho do Curralinho/riacho do Cardoso
1738/José de Faria Pereira
3/3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — comprada a Manuel Moreira
fazenda Barra, margem do rio São Francisco
/riacho da Extrema/serra Curral dos Bois
52
1738/Francisco da Silva
3/3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — compr. a Domingos Cardoso
fazenda Lagoa da Cobra, no São Francisco
/fazenda Bom Jardim/riacho das Lajes
1739/Dionísio Pereira de Castro
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — comprada — fazenda Buriti, no rio das Velhas
/riacho da Gameleira/riacho da Taboca
1739/Pedro Vieira Alpoim da Silva e José Ribeiro da Silva
½/2 — ⊂ escravos — sítio na Paraopeba para gado vacum e cavalar
/morro de Mateus Leme/mata do defunto Borba, em Pitangui/rio da Guarda
1739/Domingos Gomes Pedrosa
3 — comprada — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — fazenda Bicudo
/riacho Bicudo/rio das Velhas/fazenda do Mocambo/riacho das Pedras/fazenda da Garça
1739/Antônio de Barros
3/3 — ⊂ gado vacum — morador no sertão, testamenteiro de João Carvalho Ramos, dono do
sítio Barra do Paraopeba, onde junta o gado das mais fazendas que tem no Piauí
Lagoa do Meio para os rios São Francisco e Peixe
1740/Bento Gonçalves Barros
1½ — # 30 a. — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar
sítio Barracas, estrada dos currais ao Palmital
/riacho das Abóboras/Capão Grosso
1742/Gabriel Alves de Carvalho, ten.-cor.
3 — fazenda Olhos d’Água, arrematada no Serro da herança do mestre de campo Manuel
Rodrigues Soares
/riacho da Porteira/rio das Velhas
1742/Antônio Curvelo d’Ávila, vigário da freg. do Curvelo
1½ — ⊂ gado vacum e cavalar — fazenda Santo Antônio do Bananal do rio das Velhas
/rib. do Bananal/rib. do Perigo, com barra no rio das Velhas/rio Cipó
1742/Antônio Curvelo d’Ávila, vigário da freg. do Curvelo
1½ — ⊂ gado vacum e cavalar — fazenda Saco
/rib. de Santo Antônio, rib. Maquiné/riacho Fundo/rio das Velhas
1742/Jorge Martins Curvelo d’Ávila
1½ — ⊂ gado vacum e cavalar — sítio Espírito Santo;
/rib. Grande/Serra do Rótulo/rio das Velhas
1742/Jorge Martins Curvelo d’Ávila
1½ — ⊂ gado vacum e cavalar — sítio São Pedro
/rib. do Perigo/rib. Furnas/rio Cipó/rio das Velhas
1742/Jorge Martins Curvelo d’Ávila
1½ — ⊂ gado vacum e cavalar — sítio Nossa Senhora da Conceição dos Gerais
/rib. Furnas/rib. Grande/rio Cipó/rio das Velhas
1743/Antônio Curvelo d’Ávila
1½ — ⊂ gado vacum e cavalar — Sítio Santo Antônio
rib. de Santo Antônio/riachos Fundo e Buriti/fazenda Rótulo, arrematada com gado vacum e
cavalar/rio Cipó/Serra dos Gerais e do Curralinho das Recolhidas das Macaúbas
53
9. Serro e arraial do Tijuco
1717/Lucas de Freitas de Azeredo
3 — ⊂ gado vacum e roças
[/Baltasar de Lemos e Siqueira]
1717/Antônio de Morais Navarros
4 — ⊂ gado vacum — fazenda São João Evangelista no rio Jequitinhonha
1717/Baltasar de Lemos e Siqueira
4 — ⊂ gado vacum — mata de São João, rio Jequitinhonha
/Lucas de Freitas [de Azeredo]
1719/Manuel Pinto Chaves
2 — ⊂ gado vacum e cavalar — rio das Congonhas e Paraúna
1719/Antônio de Mendanha Souto Maior e Brás Esteves Leme
4/1 — ⊂ escravos e gado vacum — passagem do Jequitinhonha até a Caratinga
1720/Bartolomeu Marques Coutinho
2 — ⊂ engenho — rib. do Machado
1720/Sebastião Barbosa [do] Prado
4 — ⊂ gado vacum — comprada — descobriu em 1718
sítio abaixo do Sumidouro (Tabatinga), riacho da Taboca e riacho da Onça
1724/Domingos Rodrigues Pequenino
1 — # 1 a. — ⊂ escravos — afugentou negros fugidos
sítio Samambaia, caminho da Bahia
1727-1732
1727/Francisco Nunes de Carvalho
1½/2 — ⊂ curral para gados de açougue — primeiro povoador
sítio dos Pousos Altos, até as cab. do Paraúna e matos gerais da Vila do Príncipe
1727/Gabriel Alves de Carvalho
8/½-¼ — ⊂ gado vacum e cavalar — paragem do Saco e Espírito Santo, em Curimataí
/riacho dos Porcos/Antônio da Costa Cardoso/riacho do Boi
1727/Baltasar Gomes Larcão
2/4 — # 2 a. — /Jequitinhonha/barra do Ingaí 〈>Inhaí〉
1730/Félix de Oliveira Costa
1 — ⊂ gado vacum e cavalar e roça — caminho do Milho Verde ao Serro
/José Pereira da Silva
1730/Francisco Alves da Rocha
1 — # 17 a. — comprada a João Monteiro de Azevedo
sítio das Congonhas, caminho do Serro Frio
1730/João de Almeida Teles
1 — Serro Frio, fazenda com bois, vacas, carros e ranchos donde se recolhem os passageiros que para estas
partes vão — do primeiro morro na saída do arraial do Tijuco para a fazenda do suplicante onde
ficam umas lavras velhas para Bicas, onde mora
1730/Manuel de Amorim Pereira
1 — rio do Peixe, caminho dos arraiais do Milho Verde ao do Itambé
1730/Manuel Ribeiro Marques
caminho do Serro Frio, da parte das Duas Barras, pelo Araçuaí
54
1730/Tomás Teixeira Branco
4 — ⊂ 400 reses e C — # 14 a. — descobriu um ... com capoeiras de criar gados vacum e cavalar para o
Serro Frio, onde chamam Mandassaia da Cabeça do Tigre, lugar oculto e quilombo de calhambolas, por ser
deserto
/barra do rib. da Areia
1732/Domingos Geraldo Peixoto
1½ — ⊂ gado vacum — # 10 a. — sítio Ambuzeiro (Serro), riacho das Barreiras até o
Paracatu, com o riacho do Meio até o brejo onde planta suas lavouras//cor. João da Cunha
1736/Paulo Pereira da Silva
¼ — comprada — posse em São Gonçalo do Tijuco com casas e capela
/Antônio Gomes Pereira para o cruzeiro/Arraial do Fogo/Simão Gonçalves/Antônio da
Silva/rio da Cachoeira
1739/Manuel Pinheiro Diniz
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — fazenda Serra de Titiaiuçu
/capoeiras do rio Manso/rio São João
As cento e vinte e duas sesmarias situadas dentro ou nas vizinhanças da
Demarcação Diamantina, concedidas entre agosto de 1739 e dezembro de 1740,
tinham em comum a dimensão (½/¼ de légua quadrada), e o serem todas posses
fabricadas: um quinto de seus possuidores dizia possuir engenhos de pilões, e quarenta
e duas haviam sido compradas a terceiros. Com uma légua eram as sesmarias de José
Batista Rolim (sítio do Forno, no ribeirão do Inferno), do alferes Gregório Pereira da
Silva (nos rios Inhaí e Jequitinhonha), do Padre Sebastião Rodrigues Benavides (na
estrada Real dos currais pela contagem do Rabelo, pelo riacho Fundo e rio Pardo
Pequeno) e de Antônio de Oliveira de Carvalho (no córrego Andréquicé, paragem de
Nossa Senhora do Livramento). Com dimensão superior à quase totalidade — três
léguas em quadra — eram as sesmarias de Inácio Monteiro de Araújo, com currais de
gado e roças no rio Jequitinhonha, entre o rio Manso e o Inhaí; a fazenda (comprada)
de Manuel Vieira Borges, na paragem do Pé da Serra do Rabelo, com seus dois retiros
de criar gado (Riacho Fundo e Forquilha), entre o rio Pardo Grande, o riacho do
Capão do Gentio, o riacho das Lajes e o paiol de Violante de Souza, também sesmeira;
a fazenda de José de Souza Ribeiro, com gados vacum e cavalar nos rio das Congonhas
e Paraúna. Com mais de três léguas era a sesmaria de Matias de Castro Porto,
constituída por dois sítios comprados: o de Bento Pires e o do Confisco, no riacho do
Sumidouro para o Palmital. Já o capitão-mor Domingos Correia Gomes tinha três
léguas em triângulo compradas, com pastos e matos virgens no Pouso Alto, entre o
riacho das Raízes, a serra da Tapanhoacanga e a barra do Gorutuba. Mas a maior de
todas era a fazenda de gados São Félix do Córrego Seco, no rio Jequitinhonha, de
Gaspar Teixeira, com nove léguas em quadra, arrematada no Juízo dos Ausentes do
Serro.
55
10. O ‘continente’ de Minas Novas
1728/Manuel Fernandes Bernardo de Araújo Galvão
no riacho de Nossa Senhora do Bom Sucesso 〈é apenas confirm. da sesmaria concedida pelo
Guarda mor das minas do rio de Contas〉 terras descobertas pelo cap. Pedro Duarte Pereira e
Bernardo Pinheiro Ribeiro — /cap. Bernardo Araújo Galvão, no rio das Contas
1728/João Dias, Domingos Dias de Almeida, Salvador Martins, José de Faria Pereira, Antônio
de Souza Ferreira*
3 — entre os rios Jacutinhanha (sic) e Araçuaí ... fazendo pião o princípio do rumo onde faz
barra e meião os ditos rios acima para o sertão, até se inteirar
1729/Manuel Lopes Chagas
4 — sítio de gado — no caminho das Minas Novas; Curralinho
/rib. Duas Barras 〈> distritos de Olhos d’Água e Terra Branca, mun. de Bocaiúva〉
1730/Antônio Moreira Leitão
3 — ⊂ gado vacum e cavalar — # 5-6 a. — vargem do Bom Sucesso, riacho Fundo, margens
do rio Jequitinhonha
1734/Amador das Neves *
3 — no distrito das Minas Novas do Araçuaí, partindo pelo sul com o rio Araçuaí e pelo norte
com o rio Itamarandiba, pelo leste onde acaba a chapada da dita fazenda, para o oeste onde faz
barra o dito Itamarandiba com o mesmo Araçuaí
1734/Amador das Neves *
3 — no distrito de Minas Novas, o sítio em que tem engenho de pilões
/pelo sul, rio Itamarandiba/pelo norte, rib. dos Pires/pelo leste, estrada para o sítio de
Francisco Antunes/pelo oeste, barra do córrego dos Olhos d’Água
1735/João da Costa Leal*
3 léguas a cada um — nas Minas Novas
/pelo nordeste e norte, rio Itamarandiba até a barra do riacho Socavão/pelo oeste, cap.
Amador das Neves/pelo sueste e sul, ribeirão Tijuco
11. Sertões mineiros e minas goianas: os vales do Pacuí e do Mangaí
1727/Inácia Correia do Vale, cc. aj. Miguel [Nunes] Vassalo
3 — # 4 a. — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — descobridor
sítio Boqueirão
/fazenda São Bartolomeu, do aj. [Miguel Nunes] Vassalo
1727/Antônio Tinoco Barcelos
gerais de P[a]ramangaé 〈> rio Mangaí〉
/rio São Francisco/Domingos Prado Oliveira/barra do Papagaio/rib. Paracatu/rib. Pacuí/aj.
Miguel Vassalo/Francisco Rodrigues [Velho]/ Valentim Bicudo
1727/Manuel Rodrigues Camelo e irmãos: Francisco, Gualter e José Rodrigues Velho
2 — ⊂ V — # 7 a.
paragem São Lourenço nos Gerais do rio Pacuí
/aj. Miguel Nunes Vassalo/rio Verde (cor. João da Cunha ]de[ Vasconcelos - Babilônia)
1727/João da Cunha Vasconcelos
4/5 — sítio Jatuba das Barreiras e o sítio Saco de Babilônia
confrontações do primeiro: Paracatu/Barra São Francisco/Riacho Umbuzeiro/rio Pindaíba
56
1727/Miguel Nunes Vassalo
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — cab. do Paracatu e Mangaí, Saco dos Bois
/Sete Cidades/Várzea da Cruz[/Manuel da Costa Braga]
1727/Francisco Nunes dos Santos
3 — # 4 a. — ⊂ V — sertão do São Francisco da parte da Bahia; sítio Pico; gerais das cab. do
riacho Paracatu e Mangaí, do riacho da Extrema à Chapada que a divide da Serra Negra; da
Vareda dos Bois e Caatingas gerais
/Valentim Bicudo[/Antônio Tinoco Barcelos]
1727/João da Cunha Vasconcelos
4 — ⊂ gado vacum e cavalar — com fazenda no rio São Francisco, querendo transferi-la para o sítio Saco
de Babilônia [no São Francisco], devoluto e de que estava de posse.
1727/Manuel da Costa Braga
3 — sítio Santo Antônio do Morro Preto, sertão do São Francisco
/aj. [Miguel Nunes] Vassalo/rio Verde/rio Babilônia
1737/Salvador Furtado de Almeida
3 — sítio São Lourenço, sertão do São Francisco; rib. do Mato e rib. do Canabrava
/Antônio Furtado de Almeida/ fazenda Santa Rosa ou Rita
1742/Francisco Pereira Dias
pediu 5/2 mas recebeu 3/1 — # 13 a. — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — rio Pacuí
/rio São Lourenço/rio Mocaúbas/riacho Gameleira/riacho Papagaio
12. As minas e os caminhos de Goiás
1727/Teresa Cardoso de Jesus, viúva do cap.-mor José Correia do Vale
3 — # 13 a. — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — livre do gentio
Urucuia, campos de São João
/Salvador Cardoso/Salvador Pereira [da Cunha]
1728/Inácio de Oliveira
3 — descobridor em 1719 — ⊂ gado vacum e cavalar — livre do gentio
rio Paracatu, sítio Barra do Rio Preto
/fazenda da Serra no Paracatu/rio Preto acima até o riacho Feio, com José dos Santos, acima
até suas cabeceiras/vertentes do Urucuia
1728/Inácio de Oliveira
3/1 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — comprada do irmão Brás Soares Ramos — livre do
gentio — fazenda Serra/riacho da Catinga/Paracatu
e a fazenda Barra do Rio Preto/sítio Santa Cruz/João da Costa Ferreira
1728/Joana Antunes
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — descoberto por seu procurador Domingos Martins
da Cunha, livre do gentio — fazenda Curaca Pequeno, no rib. do Carmo, afluente do Paracatu,
/Antônio [Pacheco] da Costa/aj. Manuel Coelho Duarte
1728/João da Costa Ferreira
3 — livre do gentio — descobridor — fazenda na ribeira do Paracatu
/riacho da Extrema, de Manuel Furtado Pacheco/fazenda da Serra, de Inácio de Oliveira
57
1728/João Fernandes da Cunha
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar livre do gentio — descobridor
fazenda Cais, na forquilha do riacho dos Barreiros
/riacho 〈ou rib.〉 do Pacheco/riacho da Pintada/riacho do Gancho de Salvador Pereira [da
Cunha/Alexandre Martins da Cunha]
1728/João Jorge Rangel
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar, gentio, descobridor
fazenda São José, rio Paracatu
/rio Catinga/rio da Prata/rio do Sono
1728/José dos Santos
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar, livre do gentio — descobridor
fazenda na ribeira do rio Preto, 〈termo de〉 Sabará
/riacho da Extrema, com periperizais/fazenda Rio Preto, de Inácio de Oliveira/Manuel de
Barros Lima, no riacho do Barros 〈> Barro〉
1728/Prudência Antunes
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — livre do gentio — descoberto por seu procurador
Domingos Martins da Cunha — ribeiro do Coelho, afluente do Paracatu
/riacho Talhado, de Joana Antunes/aj. Manuel Coelho [Duarte]
1728/José Nobre Leal, licenciado
3 — ⊂ gado vacum — riacho da Ponte no São Francisco, Poções
1728/Domingos Martins da Cunha
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — livre do gentio — descobridor
fazenda Boqueirão no rio Preto, comarca Sabará
/Antônio da Silva
1728/Antônio da Costa
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — descobridor — livre do gentio
fazenda na ribeira do rio Preto, rio da Extrema e riacho de Santo Antônio
/aj. Manuel Coelho Duarte/Domingos Martins da Cunha/Joana Antunes (Curaca Pequeno)
1729/Manuel Pereira da Cunha
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — herdou do pai homônimo
fazenda Urucuia de Cima
riacho de São Romão/Extrema/José Ribeiro, faz. a Cabeceira
1729/Maria Isabel Borges/
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — livre do gentio — descobridor
sítio Santa Rita
/rio da Prata/Manuel Rodrigues de Jesus
1729/Antônio Pacheco da Costa
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — fazenda Santa Rita, rio Paracatu
/rio das Pedras/Manuel Furtado Pacheco/Domingos Martins [da] Cunha[/Francisco de Souza
Ferreira]
1729/Francisco da Silva Leitão
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — fazenda Bom Sucesso, rio Paracatu
/Roberto Pires [Maciel]/riacho dos Marimbondos/Duarte Pacheco/Riacho Escuro
58
1729/Manuel Pacheco Furtado
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — Paracatu
/cap.-mor Antônio Pacheco da Costa, rib. da Extrema/João da Costa Ferreira. 〈CBG, CPO,
Cx.1, 1739: faz. na ribeira do Paracatu, São Romão, com 476 bois na faz. dos Tamboris〉
1729/Antônio do Rego Tavares
3 — comprada — fazenda rib. de São Romão
/fazenda de Manuel Pereira da Cunha/rio São Francisco/Domingos Martins Cunha/rio
Claro/Antônio Pacheco Costa
1729/Antônio da Fonseca e Melo
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — fazenda Santo Antônio, nos Gerais do Urucuia
/Inácio de Oliveira/Teresa Cardosa [de Jesus]
1729/Antônio Gonçalves da Cunha
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar
fazenda Campo Grande, Urucuia, riacho Seco, riacho das Pedras
/Valeriano Alves/Salvador Pereira [da Cunha]
1729/Cristóvão da Cunha [Santiago]
rio Urucuia. 〈CBG, CPO, Cx.1, 1738: cc. Ana de Melo Cabral: 51 cabras, 29 éguas, 8 potros
bravos, dois cavalos mansos do trato do gado, 172 bois na faz. da Cachoeira [São Miguel da
Cachoeira, São Caetano do Japoré], quatro bois de carro; na faz. São Domingos, ribeira do
Paraná: 411 bois e alguns cavalos e éguas〉
1729/Bernardo Rodrigues
4/3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — riacho das Barreiras, riacho da Extrema, Urucuia
1729/Manuel da Costa Ferreira
4/3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — sítio Santo Inácio, no Urucuia
/riacho das Pedras, rio Vieira
1729/Salvador Pereira da Cunha
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — livre do gentio — fazenda Ribeirão, rio Urucuia
/Valeriano Alves/Josefa Cardosa
1729/Salvador Pereira da Cunha
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — fazenda Santo Antônio, no Urucuia
/Inácio de Oliveira/sítio Boa Vista [na Forquilha dos Barreiros, de Alexandre Martins da
Cunha]
1729/Alexandre Martins da Cunha
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — fazenda Boa Vista, Forquilha dos Barreiros
/fazenda São Romão/galho do riacho de Salvador Pereira [da Cunha]/rib. do ?[Antônio]
Pacheco [da Costa/João Fernandes da Cunha/Francisco de Souza Ferreira]
1730/Francisco de Souza Ferreira
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — vargem do Paracatu, o Buriti
/Domingos do Prado de Oliveira/fazenda de São Romão, do suplicante/cap.-mor Antônio
Pacheco da Costa/mestre de campo Atanásio de Siqueira Brandão[/Alexandre Martins da
Cunha]
1730/Francisco Machado e Silva, guarda-mor
3 — ⊂ gado vacum e cavalar — Campos devolutos com pequenos capões no rio Pardo
paragem Buritis
59
1733/Roberto Pires Maciel
⊂ gado vacum e cavalar — riacho Corrente acima até o riacho Santa Maria para a Serra 〈Geral〉
do Paraná 〈> Paranã〉
/riacho das Lajes até o Paraná
1736/João Nunes Camelo
3/1 — ⊂ gado vacum e cavalar — # desde maio de 1733
sertão da ribeira do Paraná
/cap. Francisco Gomes Ferreira/Manuel de Almeida/Cristóvão da Cunha/Serra do
Paraná/João Furtado/José Pais da Costa
1736/Bernardo Domingues
5/3 — morador no Brejo do Salgado — descobriu nos gerais do rio São Francisco um sítio da parte de
Pernambuco pelo rio dos Pandeiros acima; achou o sítio quando descobriu sete taperas ou povoações de gentio
bravo; com gados e casaforte que havia feito para livrar-se das contínuas invasões dos gentios que ordinariamente
por aquele lugar saíam fazendo suas entradas aos moradores do dito Brejo do Salgado
/rib. dos Três Monos/riacho da Estiva/rib. do Jenipapo
1736/Francisco Gomes Ferreira
3 — ⊂ escravos e gado vacum — livrou a fazenda Serra Acima, no rio Urucuia, que descobriu e povoou,
da invasão do gentio que todos os anos experimentava mortes e estragos nas suas fábricas
/fazenda Canabrava, de Pedro Cardoso do Prado/Serra do Estreito/fazenda do Tenente
Matias Cardoso de Oliveira/ riacho da Gameleira/fazenda de São Miguel, na Vareda das
Macaúbas
1737/Salvador Furtado de Almeida
3 — sítio São Roque na serra do Meio, rib. de Santa Maria
/Roberto Pires Maciel/Domingos do Prado [de Oliveira], Boqueirão
1737/Antônio Diniz de Oliveira
3 — ⊂ gado vacum e cavalar
sítio Jardim, vale do Paraná, rib. dos Furtados e São Domingos
1737/Antônio Diniz de Oliveira
3 — ⊂ gado vacum e cavalar — pai também proprietário no São Francisco
rio Manso, vale do Paraná, barra no rib. São Domingos: Boa Vista — N. Sra. de Oliveira
/Serra das Talhadas/rib. da Palma
1737/Francisco Gomes Monteiro
3 — ⊂ 200 cabeças de gado vacum e cavalar
rib. do Rio 〈> riacho〉 Grande, sertão do São Francisco
1737/Domingos Álvares Ferreira
3 — ⊂ escravos — do rib. dos Furtados acima até as cab.
/Curralinho – Lagoa Grande/riacho da Canabrava acima até as cab. das serras gerais até a
estrada para o Urucuia
1737/Salvador Furtado de Almeida
3 — fazenda Bom Sucesso
/de Antônio Furtado de Almeida até a fazenda Oitão/rib. dos Furtados ao Curralinho/fazenda
Santa Rosa/rib. da Canabrava à Lagoa Grande
1738/João Antunes da Silva
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — com risco do gentio
faz. de gado no rib. da Lagoa dos Patos para o rib. de Santo Antônio, Pernaíba abaixo
60
1738/José de Abreu Bacelar
3 — porque se queria situar — terras abaixo do [Brejo do] Salgado no sítio da Canabrava,
confinantes com terras do gentio
/riacho das Macaúbas/Padre Antônio de Freitas/riacho do Salgado/Bananeiras
1738/Januário Pereira da Cunha
3 — ⊂ gado vacum — riacho de São Romão acima, do Brejinho para os Capões
/Domingos Martins da Cunha/fazenda Boa Vista/Passagem da Extrema/Manuel de Souza
Rabelo
1738/Rosa Maria
3 — ⊂ gado vacum — Capão, rio São Francisco acima até a barra do riacho São Romão
/Brejinho/riacho do Galho/fazenda São Romão, de Francisco de Souza/riacho Escuro/rio
Urucuia abaixo até as Frechas
1738/Manuel Pereira da Cunha
3 — ⊂ gado vacum — herança do pai, Manuel Pereira da Cunha, que a descobriu há mais de
quarenta anos — barra do Urucuia e beira do São Francisco
1738/Dionísio Rodrigues de Araújo
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — livrada do gentio
fazenda São Pedro, beira do rio Paraná
/rib. da Extrema, da fazenda de São João, de Tomé Pereira Pinto/ribeiro que serve de extrema
à fazenda do cap.-mor Antônio Fernandes de Araújo/Serra Grande/rio Paraná
1738/Manuel de Almeida
3 — #2 ª — ⊂ gado vacum, ranchos de passageiros — fazenda Poções, rib. do Bezerro
1738/Salvador Pereira da Cunha
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — livre da invasão do gentio
fazenda São Francisco, no rib. Urucuia, do riacho da Porteira à foz no Urucuia até a barra do
das Tabocas
1738/Salvador Pereira da Cunha
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar
fazenda de Santa Rosa (que descobriu e povoou), das vertentes do Urucuia e do riacho dos Buritis
até sua barra no Urucuia e até o rib. das Raízes
1738/Salvador Pereira da Cunha
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar
fazenda Bezerro, rib. do Bezerro pelo rib. das Raízes a partir das suas vertentes
/barra do riacho do Paulista à última vertente, e daí à chapada da estrada desde o Urucuia
1738/Inácio da Silva
3 — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar
fazenda dos Bois, na beira do riacho dos Bezerros, ao longo do último riacho do caminho novo
na barra que faz no Bezerro
1738/Antônio de Brito Vandreles
3 — escravos, gado vacum e cavalar — fazenda Lagoa Feia, Bandeirinha
/As Pedras/Chapada/cab. do riacho da Extrema/córrego da Pindaíba/sítio dos Poções, de
Manuel de Almeida/fazenda do Buraco/riacho dos Bezerros
61
Em 1737, foram distribuídas as sesmarias situadas ao longo do caminho novo do
Pitangui a Goiás, todas com três léguas em quadra. Foram elas:
José Pires Monteiro
sítio Lagoa Seca, no rib. Feio
/Francisco Pais de Oliveira
André Gonçalves Chaves
sítio Pé das Carrancas do São Francisco para o São Marcos
/rib. do Peixe/Vicente Pereira da Costa
Domingos Ribeiro Guimarães
sítio da Noruega, rib. do Menhegua
/André Barbosa/José da Fonseca Barata
Leonardo Francisco Palhano
sítio São Leonardo, sertão das cabeceiras do Paracatu
/cap. [João] Jorge Rangel/padre Marcos/Rancho Olhos d’Água
1738/Leonardo Francisco Palhano
3/3 — comprada a Manuel Fernandes [?Serra], abridor do caminho de Pitangui a Goiás
fazenda o Facão da Samambaia, cab. do Paracatu
/serra da Chapada do Teixeira/Parnaíba/vertentes do mato da Corte/riacho da Prata
Roque de Souza
sítio das Almas
/riacho do Barro/do rio do Peixe para o de São Francisco/rib. da Areia
Manuel Álv[ar]es Gondim
sítio Bom Sucesso no rio das Mortes (>atual Araçuaí) no veio d’água do terceiro ribeiro
adiante do ribeiro da Areia até o rib. dos Enjeitados
Manuel Martins da Barra
sítio Mandassaia, rib. da Mandassaia
/rib. dos Enjeitados
Jácome Rodrigues Neves
sítio Santana no rib. Mandassaia: rio do Peixe para o riacho do Cavalo
João de Faria e Magalhães
rio do Peixe, riacho do Cavalo, riacho Capivari
Francisco Rodrigues Gondim
sítio Pouso Alegre, rios do Peixe, Capivari//faz. de José Álvares de Mira
José Álvares de Mira
sítio Boa Vista, no rib. do Cercado
Caetano da Silva
sítio Conceição, nos rib. do Cercado e das Três Barras
André Rodrigues Elvas
sítio das Três Passagens, rib. das Três Barras e das Três Passagens
Caetano Álvares Rodrigues
rib. das Três Passagens, Capão do Mel, além do rio de São Francisco, na Serra de Nazaré
José Caetano Rodrigues de Horta
sítio da Serra de Nazaré, capão do Mel até o pico da serra de Nazaré
Maximiano de Oliveira Leite
pico da serra de Nazaré para a Vargem Grande (Grão Cairo)
62
Francisco Pais de Oliveira Leite
sítio Gesurana; Grão Cairo para a Lagoa Seca
Matias Barbosa da Silva
sítio Ribeirão Feio no rib. Feio para a ponte do Olho d’Água
Luís Manuel
Ponte do Olho d’Água até Lagoinhas
João Pereira de Carvalho
Lagoinhas até o rio dos Patos
Pedro Vanzeller
rio dos Patos, riacho Mulungu
Manuel Fernandes Serra
sítio Mulungu, no riacho Mulungu e rib. dos Cedros
João Jorge Rangel
sítio Pirapetinga, no rib. dos Enforcados e Pirapetinga
Paulo de Araújo da Costa
sítio Rio Verde, no rib. Pirapetinga para o Buriti
Lourenço de Amorim Costa
sítio Jacaré, meia légua adiante do cor. Pedro Rodrigues Fróis
Vicente Pereira da Costa
sítio Cocais, no rio São Francisco para o rib. do Jacaré
Manuel da Silva Tavares
sítio Taboca, do rio São Francisco ao de São Marcos, da sesmaria de André Gonçalves Chaves,
ao pé da serra das Carrancas até o primeiro rib. depois de passar o rib. da Taboca
Manuel Rodrigues Pereira
sítio Laranjeiras, no rio São Francisco para o São Marcos, do primeiro rib. depois do rib. da
Taboca ao rib. dos Enforcados
André Barbosa de Barros
do rio de São Marcos até o sexto rib. para Goiás pelo São Marcos
Manuel da Silva Vilafria
sítio Canelas de Ema
/do sexto rib. pelo São Marcos ao Canelas de Ema
Manuel Dias de Meneses
sítio Cristais /
/fazenda de Manuel [da Silva] Vilafria ao alto da serra dos Cristais
Manuel da Costa de Gouveia
sítio Paciência, do alto da serra dos Cristais ao rib. do Membeia
Francisco Rodrigues de Miranda
sítio Noruega, do rib. Membeca, rio de São João ao rib. da Noruega(GO)
Baltasar Correia Bandeira
sítio Campina
José de Afonseca Barata
sítio dos Capões, da Campina ao capão do Guará
Urbano de Couto Meneses
sítio da Borda do Campo, do rib. dos Cedros ao rib. do Buriti
63
João do Couto
sítio da Batalha, da ponte do Buriti Grande pelo rio de São Francisco até meia légua antes do
rio de São Marcos
Tomé Rodrigues de Afonseca
⊂ escravos, gado vacum e cavalar — faz. Ribeirão, no rio São Francisco
/rib. da Extrema, de José de Faria [Pereira]/rib. Marmelada/e pelos dois rios acima até os
Morrinhos
Joaquim de Oliveira
⊂ escravos, gado vacum e cavalar
faz. da Serra, no rib. Marmelada
/José de Faria Pereira/Vargem das Tabocas
João Veloso de Carvalho
3 — #14 a. — ⊂ gado vacum
riacho Bambuí, cab. do rio São Francisco
Antônio Rodrigues Velho
3 — # a.
riacho Bambuí
/Domingos Rodrigues Neves
Em 1738, foram distribuídas estas outras:
Francisco Ribeiro Couto
1½ — ⊂ escravos, gado vacum e cavalar — comprada ao sgt-mor José de Araújo Ferras
fazenda Guardas, Pitangui
/rib. dos Guardas/morro do Facão/Serra de Paricã/Capão Grosso/caminho velho do Borba
até a estrada de Pitangui
Domingos de Brito
3/3 — abridor do caminho de Pitangui a Goiás
sítio Pé da Serra, do rib. dos Veados, cab. do Indaiá, cab. do riacho das Antas
Manuel Martins de Melo
3/3 — 3-4 léguas do caminho de Goiás, rib. Pirapetinga
64
III. Escrituras de compra e venda de propriedades rurais
do termo de Mariana — 1711-1714
Na sistematização das escrituras de compra e venda de imóveis rurais dada
a seguir, foram adotadas algumas regras. O nome das esposas, e o conteúdo da
fábrica dos sítios e roças foram omitidos, porque sua menção é irregular. Por
seu turno, o que nos preocupa aqui é a transmissão da propriedade,
independentemente da fábrica que a acompanha. Noutro lugar procurei
caracterizar a fábrica dos sítios da região mineradora.11 De fato, várias escrituras
detalhavam a fábrica dos sítios, como o que Inácio da Costa Toledo vendeu a
Pascoal da Silva Guimarães por seis arrobas de ouro: possuía engenho moente e
corrente, 41 escravos, 15 cabeças de gado, 16 cavalos, fornos, canaviais,
bananais, mandiocais e criações, casas, ferramentas, senzalas e olaria. Outros
são ainda mais minuciosos, como o que o capitão Fernando de Morais
Madureira vendera a Manuel Lopes Vieira e a Manuel Rodrigues Souza: um
engenho de fazer melado e aguardente, milho plantado, cinco cavalos
moedores, mil mãos de milho empaiolado, dois alqueires de feijão, 70 barris
vazios, arcos de ferro, cinco ranchos de palha na vila e três em São Sebastião,
dois de telha, 20 enxadas, 20 foices, cinco machados, duas serras pequenas e
uma braçal, um tacho de cobre, três alambiques, três tachas, um caldeirão de
cobre assentado, casa com um bofete e três bancos, uma caixa grande, dois
catres, uma escritura de 2.400℘, seis escravos; tudo por 14.700 oitavas de ouro.
Mas, em geral, as descrições são muito parcimoniosas.
Foram excluídos da presente lista as propriedades rurais situadas em
outros termos. Este foi o caso do sítio que Amaro da Silva Borges vendera a
José Barbosa Leal (livro 2, 1.6.1714), na barra do Brumado da Vila Nova da
Rainha, e que havia comprado a João de Almeida Lara por 4.000 oitavas de
ouro. Como este, registraram-se também sítios em Congonhas do Campo e Vila
Rica.
Devem ser notados também os contratos de sociedade, igualmente
relacionados.
Alguns nomes foram completados segundo outras escrituras. Da mesma
forma, completou-se o nome de algumas freguesias (p. ex., [freguesia de São
Sebastião do] ribeirão [do Carmo] abaixo).
11
CARRARA, Angelo Alves. Agricultura e Pecuária na Capitania de Minas Gerais. Rio de
Janeiro: UFRJ, 1997 (tese de doutorado).
65
v nomes dos vendedores e dos
c compradores
1711
v Francisco Fernandes [de Almeida],
sesmeiro
c Domingos Borges da Costa
v Inácio da Costa Toledo
c Pascoal da Silva Guimarães
v Francisco do Rego Barros
c João de Oliveira Pais
v José Ferraz de Araújo
c Domingos Freire de Andrade
1712
Brás Martins
v
c
v
c
v
c
v
Fernando de Morais Madureira
Desidério Cardoso
João de Oliveira Pais
Sebastião Alv[ar]es Freire, cap.
Jacinto Nogueira Pinto
Manuel Pereira Ramos, cap.
Salvador Pereira de Carvalho e Antônio
Marinho de Moura
c Jerônimo da Fonseca Gomes e Manuel
da Silva Miranda
v João da Cunha de Almeida
c João Gonçalves da Costa
1713
v Domingos Lourenço
c Domingos Gonçalves de Abreu e
Domingos Francisco Leal
v Pedro Teixeira Cerqueira e Domingos
Teixeira
c Manuel Brás Cordeiro, padre
v Francisco Barreto Bicudo
c Manuel Machado Lima
v Antônio Ferreira Coelho
c Manuel Rodrigues de Souza
v Antônio Ribeiro Fragoso
c Lourenço Ribeiro de Andrade
v Domingos Borges da Costa
c Antônio de Faria Pimentel. cap.
descrição da propriedade
sítio no rib. do Moçuns — 14½ lb
/Belquior da Costa/aj. José Coelho [da Cunha]
engenho e 41 escravos, por sesmaria — 6@
rancho fabricado — 500 ℘
capoeiras e roça de milho, Gualaxos — 940 ℘
roça de milho e 17 escravos no sítio de Domingos
Pais de Barros — 35 lb.
capoeiras no córrego São Bento — 268℘
capoeiras e três escravos
sítio no ribeirão [do Carmo] abaixo [operação feita
em 06.07.1711] — 14 lb
sítio — 1.482½℘
comprado aos sucessores de Inácio Fernandes
(sesmaria)
sítio no distrito da Vila comprado a Diogo de
Castilho em 1710 — 540℘ — /João Saraiva da
Gama, licenc./Diogo de Castilho
roça no Sumidouro e 18 escravos — 18.192℘
capoeiras na Vila compradas a Domingos Pais de
Barros — 650℘ — /Manuel Brás [Cordeiro],
pe./Dgos. Teixeira/Antônio Pereira Machado
roça na Piranga — 530℘
roça e 8 escravos — 4.096℘
/Jácome da Silva Dgos./Jacinto Barbosa Lopes
‘distrato’: roça fabricada — 1.050℘
roça — 9.500℘
comprada ao alf. Francisco Fernandes de
Almeida/pe. Belquior da Costa/aj. José Coelho
66
v Manuel Pereira Machado
c Antônio Fernandes Chaves e André
Gonçalves
v João Durão
c Domingos Pais de Barros
v José Pires Santiago
c Agostinho da Costa Lopes
s Bernardo de Espíndola de Castro, alferes e Desidério Cardoso de Campos
v Pedro de Almeida Diniz
c Domingos de Barros Caldas e Miguel
Domingues Ramos
v Manuel Pereira Ramos, cap.
c Manuel Rodrigues de Souza
v Fernando de Morais Madureira, cap.
c Manuel Lopes Vieira e Manuel
Rodrigues Souza
v Francisco de Oliveira Vargas, cap.
c Domingos Alves Porto
v João Rodrigues Leão
c Cosme Velho Pereira
v Francisco Fresal Alemão
c Francisco de Campos, cap.
v Bernardo Gonçalves Chaves
c André Pinto da Fonseca Coutinho
v Antônio Pereira Machado, cap.
c Diogo Fernandes Cardoso, alf.
v Pedro de Almeida
c Domingos de Barros Caldas e Miguel
Domingues Ramos
v Domingos Velho Cabral, cap.
c Pedro Rodrigues Sanches, cap.-mor
v Domingos Fernandes Macieira
c João Rodrigues Pinto, seu sogro
v Fernando de Morais
c Manuel Lopes Vieira, Manuel Rodrigues de Souza, Dgos. Pinto de Magalhães e Bernardo Gonçalves Chaves
1714
v Francisco de Campos, cap.
c Manuel Peixoto e Antônio Gonçalves
Beça
sítio e 6 escravos em ribeirão [do Carmo] abaixo
— 3.210℘ — comprado ao alf. Manuel Rodrigues
da Silva
roça em terras aforadas a Antônio [Pereira
Machado] — 1.350℘
roça e sete escravos no Bombaça — 3.400℘
comprada ao alf. Francisco Ribeiro de Andrade,
sesmeiro que lhe deixou fabricar
meeiros (seis escravos e 320℘ cada um) nas roças
e num engenho no Brumado
roça, lavra e 14 escravos no Sumidouro e no
córrego do Pe. Frei Jorge — 5.888℘
comprada a José da Silva
roça no Itacolomi por sesmaria — 900℘
um engenho e seis escravos em São Sebastião —
14.700℘ — comprado ao cap. Pedro Frazão de
Brito, de que tirou sesmaria
sítio — 400℘
sítio — 300℘
comprado a Simão Pereira
roça e três escravos — 1.200℘
roça — 700℘
comprada a Bartolomeu dos Santos
sítio — 2.700℘ — comprada a Manuel Maciel da
Cunha e a João Batista
roça, lavras e 14 escravos no Sumidouro – 46 lb
sítio — 2.048℘
comprado e sem carta de sesmaria
1¼ alqueire de milho plantado e cinco escravos —
1.400℘
serviço de [engenho] moente em São Sebastião
sítios e 17 escravos em São Sebastião do ribeirão
[do Carmo] abaixo — 3.000℘
67
v Domingos Rodrigues Cabral
c Salvador dos Reis, padre e Antônio
Rodrigues Ferreira
v Salvador dos Reis, padre e Antônio
Rodrigues Ferreira
c Salvador Cardoso Leitão
v Silvestre Martins
c José Vitorino
v
c
v
c
v
c
v
c
Diogo Ferreira Antunes
Domingos João
Domingos João
Diogo Ferreira Antunes
Lourenço Ferreira, cap.
Belquior da Costa Soares
Antônio de Crasto da Rocha
Manuel Fernandes de Aguiar
v Manuel Carvalho
c José Pires Santiago
v Gaspar Nunes dos Reis e Custódio
Ferreira da Silva
c Francisco Martins, Francisco Lopes e
Manuel da Silva
v Francisco Ribeiro de Andrade, cap.
c Antônio de Oliveira Andarilho, cap.
s Jerônimo da Fonseca Gomes e
Manuel da Silva de Miranda, sgt-mor
s Sebastião Álvares Frias, cap., Manuel
Marques Murga e Manuel Teixeira
Fazenda
v Manuel Moreira de Freitas
c Manuel de Paiva
v João de Souza Pereira
c Domingos Monteiro
v Bernardo Gonçalves Chaves e
Domingos Gonçalves Fraga
c Manuel Rodrigues de Souza
v Belquior da Costa Soares
c Antônio de Siqueira Rondon
João Mateus Rondon
sítio, lavras, roças e 17 escravos
o mesmo sítio, com sete porcos, roça de milho e
três capoeiras — 600℘
/Domingos Monteiro/Salvador Cardoso Leitão
roças nos Camargos — 600℘
comprada a Tomás Gonçalves e a José da Costa
/Francisco Fernandes/José Pereira
roça na Vila — 100℘
/João Gomes de Miranda
umas capoeiras na Vila — 100℘
sítio e 17 escravos e uma cria — 980½℘
roça e seis escravos no Sumidouro — 2.048℘
comprado ao Padre Salvador dos Reis e a seu
camarada Antônio Rodrigues
/João de Siqueira
sítio e 17 escravos em Ribeirão Acima — 6.000℘
sítio, lavras e 16 escravos — 4.850℘
sítio junto da Vila — ½ @
roças e 9 escravos, caminho para Mato Dentro
/Mateus [da Silveira] Vilalobos/Manuel da Cunha
de Vasconcelos
roças no Brumado
roça e 31 escravos — 11.300℘
capoeira, dois escravos em São Sebastião, 620℘
— comprada ao alf. Bernardo Espíndola/sítio que
foi de Diogo Pereira Guedes/Antônio de Lemos
a quarta parte do engenho que foi do cel.
Fernando de Morais Madureira e dois escravos —
2000℘
sítio e 21 escravos no rib. dos Moçuns —
10.000℘; arrematado em praça pública do espólio
de Francisco Correia da Costa
/Antônio de Faria Pimentel
68
v Francisco Vieira de Mendonça
c José de Faria Leite
s Francisco Ribeiro de Andrade, cap. e
Antônio de Oliveira Pais, cap.
v Pedro de Almeida e Domingos de
Barros Caldas
c Miguel Domingues Ramos
v Domingos Pinho de Magalhães, tte.
c Manuel Rodrigues de Souza, cap.
v Manuel Lopes Vilela
c Diogo Fernandes Cardoso, alf.
v Diogo Fernandes Cardoso
c Antônio de Mendonça Souto Maior,
padre
v Domingos de Araújo Lanhoso, tte.
c Carlos Poderoso da Silveira, mestre de
campo
v Domingos Francisco Leal
c Domingos Gonçalves de Azevedo
v Manuel da Costa
c Francisco Pereira
s Manuel da Silva Miranda, sgt.-mor e
Jerônimo da Fonseca Gomes
capoeiras no rib. do Gama em que era meeiro com
o José de Faria Leite — 175℘
terras e águas no córrego de Matias Cardoso
/roças de Tomé de Freitas Belo
um escravo e sítio e lavras com serviços abertos —
5.888℘ (escritura de quitação de operação feita
em 27.05.1713)
¼ de engenho e vinte escravos a seu ex-sócio
Manuel Rodrigues de Souza
rancho e seus quintais na Vila
sítio junto à Vila e olaria e forno de cozer telha
comprado a Antônio Pereira Machado/7.892℘
/cel. Rafael da Silva/Pe. Brás Cordeiro
dois sítios e 6 escravos em rib. abaixo e na Ressaca
— 4.800℘
comprados a João de Moura, Martinho de Faria e
ao padre Filipe de la Contria
/João Antônio Rodrigues
/Agostinho Monteiro/José de Barros
sítio e 15 escravos no Sumidouro — 4.900℘
comprado a Domingos Lourenço
/João de Siqueira/Domingos de Barros/Antônio
Lopes e Manuel da Silva Salgado
sítio e 4 escravos no Sumidouro, Itacolomi,
comprado a Domingos Gonçalves Barreiros
/Bartolomeu dos Santos/Domingos Martins —
1.415℘
sítio com engenho e 22 escravos em
Tapanhoacanga, caminho de Antônio Pereira
comprado a Antônio Marinho, a Salvador Pereira,
a Jerônimo de Oliveira e a Silvestre Álvares de
Araújo
/Mateus da Silveira Vila Lobos/Manuel da Cruz
de Vasconcelos
69
Flutuações da economia agrária de Minas Gerais
— 1722-1830 —
Noutro lugar tratei com detalhes da natureza das fontes decimais.12 Cuido
aqui de estender a discussão para o período de 1807 a 1835, último ano que
foram cobrados.13
Antes, contudo, devem ser destacadas as seguintes características desta
fonte:
1. a escrituração dos dízimos não exprimia toda a produção agrária;
deixava de fora a pequena produção para o auto-consumo. Exprimiam
apenas a produção destinada ao mercado; são cifras que expressavam
essencialmente a produção de caráter escravista;
2. os números totais correspondentes a cada uma das freguesias
expressavam valores sujeitos a variações anuais às vezes grandes, e
podem inclusive contrariar uma tendência de mais longo prazo. É o
caso, por exemplo, da freguesia de Curvelo, cujas oscilações dos
valores anuais são desconcertantes. Podem apenas representar uma
variação conjuntural. Por outro lado, não deve causar estranheza as
fortes altas ou baixas de algumas freguesias. São Domingos
experimentou um crescimento de 600% tanto no total de lavradores,
como no valor do dízimo, o que revela um crescimento acentuado da
sua produção agrária, cujo conteúdo é preciso identificar (cf. a relação
das freguesias no anexo). De todo modo, as cifras apresentadas são
pontos de referência relativamente seguros para uma análise
abrangente da produção rural;
3. o total apresentado no quadro 9 e a soma dos valores por faixa de
pagamento do quadro 8 podem não ser os mesmos, posto que em
muitos casos, os administradores fazem abatimentos e/ou acréscimos
CARRARA, Angelo Alves. Agricultura e Pecuária na Capitania de Minas Gerais; 1674-1807. Rio
de Janeiro: UFRJ, 1997 (tese de doutorado).
13 os dízimos foram definitivamente abolidos a partir de 1836. A lei no. 49, de 8 de abril de
1836, ainda estatuía que no orçamento para o ano financeiro de 1836-7, todo o açúcar ou
rapadura pagaria a ‘vigésima’, isto é 5%, enquanto todos os gêneros de produção e criação
pagariam o dízimo (10%). No ano seguinte, a lei no. 80, de 13 de abril de 1837 estabelecia os
‘dízimos’ específicos para cada gênero agrícola: 3% sobre o café, o tabaco, o algodão, o açúcar e
as rapaduras. Sobre toda a produção e criação continuava valendo o imposto de 10%. Mas em
1839, pela lei no. 154, de 9 de abril, o dízimo foi definitivamente abolido. Em seu lugar
estabeleceu-se o imposto de 3% sobre o café, o açúcar, o tabaco, o algodão e quaisquer gêneros
manufaturados que se exportassem. Todos os demais gêneros de produção e criação da
Província que se exportassem ficavam sujeitos ao imposto de 6%.
12
70
na contabilidade. Além disso, podem faltar algumas folhas aos livros.
Isto não impede que os valores sejam extremamente próximos;
Não se pode, outrossim, negligenciar o nível dos preços entre 1826 e 1835.
Entre 1750 e 1807 o alqueire de milho variou em torno dos 300 réis (¼ de
oitava de ouro em pó), e essa foi a base de cálculo dos ajustes para efeito da
cobrança dos dízimos. Todavia, a pauta de preços apresentada em 1826 para
efeito da cobrança apresentava valores muito mais baixos — no caso do
principal gênero da lavoura, o milho, esse valor era de 150 réis. Contudo, não é
esse o nível adotado pelos administradores nos ajustes com os lavradores. Nos
recibos de pagamento e na própria escrituração dos dízimos, esses valores
mantêm-se estáveis em relação aos anos anteriores, isto é, em torno dos 300
réis para o milho.14 O preço dos ajustes para efeito da cobrança dos dízimos é
fundamental para balizar as cifras gerais do dízimo de uma dada freguesia. Por
essa razão, é sempre necessário certificar-se das pautas adotadas pelos
administradores para efeito dos ajustes.
Os ritmos da produção agrária — 1722-1830
O quadro 1 informa, e o gráfico 1 ilustra as flutuações da produção
agrícola da Capitania de Minas Gerais, entre 1722 e 1750. Independentemente
das conjunturas, há dois movimentos estruturais: em primeiro lugar, a produção
agrária foi crescente em todo o período colonial e imperial, porquanto a taxa de
crescimento populacional fora crescente, e é a produção das lavouras que a
sustentou; em segundo lugar, o movimento dos preços fora declinante, desde,
pelo menos, 1716.15 Lembremos mais uma vez que a queda continuada dos
preços interferia relativamente nos ajustes individuais porque o dizimeiro podia,
e normalmente aguardava com ansiedade, os momentos de ‘repiquete’ (altas
sazonais acentuadas), nos quais alargava seus lucros, muito mais do que
naquelas épocas em que a produção agrícola era grande, e, em decorrência, os
preços baixos. Era exatamente devido a esse binômio — decrescimento da
produção agrária/preços em alta (estes explicados por aquele) — que
conseguiam garantir ganhos contínuos os contratadores.
Em 1831, por exemplo, o milho e o feijão foram avençados a 320 e a 600 réis,
respectivamente, pelo capitão Francisco Leite Ribeiro, arrematante dos dízimos da freguesia da
Pomba a partir de 1822 (inventários de Manuel Francisco Cabral e Manuel Bento da Cunha:
Foro de Ubá, maço 2, n. 18). É preciso salientar que o preço para efeito de ajuste não precisa
adequar-se aos valores ajustados pelo mercado: o preço do alqueire de milho dado nesses
inventários fora de 500 réis.
15
Sobre o movimento dos preços na Capitania de Minas Gerais entre 1716 e 1807 cf.
CARRARA, A. A., op. cit., cap. 3.
14
71
Passemos, então, aos movimentos conjunturais. Entre 1722-5 e 1734-7, o
crescimento do valor da arrematação trienal dos dízimos acompanhou o
crescimento da produção agrícola e pecuária. Em parte devido à queda
continuada do nível dos preços deve ser atribuída a queda do valor da
arrematação desse contrato entre os triênios de 1725-5 e 1728-31. O arranque
do valor do contrato a partir de l728 expressa o movimento cronologicamente
coincidente da ocupação da Demarcação Diamantina e de Minas Novas, numa
conjuntura em que os preços já não interferiam muito, ou seja, já se achavam
minimamente estabilizados. A partir de 1734-7, apesar do crescimento da
produção agrária, o valor da arrematação não mais se sustentou no nível
máximo ocorrido nesse triênio, porque o nível dos preços baixara ainda mais.
Esse nível permaneceu relativamente constante durante toda a segunda metade
do século XVIII. Desde 1738-41 é bem visível o movimento característico
posterior: redução da participação dos dízimos das Comarcas de Vila Rica
(Ouro Preto e Mariana) e de Sabará, e crescimento da participação dos dízimos
da Comarca do Rio das Mortes. Esse movimento, aliás, adequa-se à flutuação
da participação da população por Comarca da Capitania, verificado entre 1723 e
1749 (quadro 2). Finalmente, a partir de 1744-7, as flutuações dos valores dos
contratos dos dízimos passaram a corresponder à variação da produção agrária
do conjunto de freguesias participantes dos circuitos inter- e intra-regionais, e
que de modo geral foi determinada pelas variações da produção mineral.
Mesmo o último movimento de ocupação — Paracatu — não interferiu
significativamente.
No triênio de 1744 a 1747, os circuitos internos de abastecimento,
organizados à roda dos núcleos mineradores, já se achavam consolidados. Eram
eles que definiam as ‘regiões’ da Capitania, seus ‘espaços econômicos regionais’:
Minas Novas (Tocambira > Itacambira, Itamarandiba e Rio Pardo, inclusive);
Demarcação Diamantina (Serro e Conceição do Mato Dentro e Rio Vermelho,
inclusive); Pitangui e as ‘minas gerais’ (Ouro Preto, Mariana, Sabará e Caeté),
onde se efetuava a mais ampla articulação, entre a zona curraleira
sanfranciscana, o sul de Minas e o Rio de Janeiro; e o sul de Minas. O século
XIX aguarda dos historiadores o desvendamento das novas articulações
internas da Província de Minas.
72
Quadro 1
Valor anual dos dízimos por Comarca da Capitania de Minas Gerais
em libras de ouro em pó — 1722-1750
VR
Sab.
RM
T
1722-5 1725-8
210,6
123
70
240,33 403,6
1728-31
[174,8]
[102]
[58]
335
1731-4 1734-7 1737-8
[214]
261,3 192½
[125]
170,6
[176]
[71]
104,1
[100]
409
536,1
468,7
1738-41
264
176
96
536
1741-4
213,3
133,3
186,6
533,3
1744-50
471
VR: Vila Rica; Sab.: Sabará; RM: Rio das Mortes; T: Total
Fontes: APM, CC 1048 e 1049: Livros de arrematações de direitos e contratos (1724-44/1724-50);
dados para 1728-31 tomados da carta do governador ao rei, de 10 de julho de 1727 [APM, SC 23], in:
RAPM, 31(1980): 228-9; as cifras entre colchetes apenas expressam valores hipotéticos com base nos
totais dos anos anteriores e posteriores.
Gráfico 1
Quadro 2
População escrava (%) por Comarca de Minas Gerais — 1723-49
1723
Vila Rica
54,73
Rio das Mortes
13,12
Sabará
27,44
Serro
4,69
Dados apud CARRARA, A. A. Agricultura e Pecuária na Capitania
Rio de Janeiro, UFRJ, 1997 (tese de doutorado). p. 58.
73
1735
49,46
14,91
25,15
10,46
de Minas Gerais;
1749
44,48
15,53
23,60
7,90
1674-1807.
Estudemos, então, as flutuações econômicas desde 1750 até 1830.
Entre 1750 e 1807, todas as freguesias das zonas mineradoras cujos dados
são mais completos experimentaram acentuadíssima queda de produção agrária,
derivada da queda do nível de mercantilização provocada pela escassez de ouro:
as cifras correspondentes às freguesias de Rio Acima, São Bartolomeu, Rio das
Pedras, Sabará, Casa Branca, Cachoeira do Campo, Sumidouro, Furquim e São
Sebastião são as mais críticas. Na Demarcação Diamantina, a queda ocorre um
pouco mais tardiamente, em razão do tempo diferente de suas lavras
diamantíferas. A mesma sorte tiveram as freguesias dos currais, tradicionais
abastecedoras de carne. Paracatu resume os movimentos dessas duas naturezas.
Por outro lado, as freguesias da Comarca do Rio das Mortes (à exceção de
Prados), estabilizaram-se. As regiões da fronteira oriental, como Cuieté e Rio
Piracicaba, não têm seus dízimos aumentados, mesmo com suas populações em
crescimento intenso, dado que eram predominantemente camponesas. É,
contudo, nas freguesias ao sul da Capitania que vamos encontrar o crescimento
mais acentuado, desde a metade do século XVIII, o que revela a articulação
precoce com o mercado do Rio de Janeiro. Dízimos, a entrada de mercadorias
pelo Registro da Mantiqueira, principalmente, e o quadro de exportação de
gêneros pelo mesmo Registro, a partir de 1801, explicam essa articulação.
Os dados disponíveis para os dízimos a partir de 1808 demonstram a
acentuação das tendências anteriores: redução da produção rural nas freguesias
mineradoras originais, e crescimento nas freguesias produtoras de gêneros que
estabeleciam a articulação com mercados internos e principalmente externos. O
quadro 9 traça uma cartografia da produção rural no primeiro terço do século
XIX em Minas Gerais e revela que a riqueza derivada da produção agrária
concentrava-se no máximo grau, entre 1825 e 1830, nas freguesias de Pitangui,
Barbacena, Curral del Rei, Rio Pomba e São João del Rei. Esta cartografia
convida os historiadores a determinarem os conteúdos e as articulações
regionais dessa produção.
74
Quadro 3
Flutuações da produção agrícola e pecuária
da Capitania de Minas Gerais — 1751-1835
1741-3
1784-6
1805-7
1826-8
Freguesias
NL1 VAA2 NL
VAA
NL
VAA
NL
VAA
1. Freguesias dos currais
Curvelo
181
907.2
775.8 562 1:390.8 612 1:685.7
Roça Grande/Sta.Luzia 255
2:316 370 3:615.6 498
3:512
31
443.15
Pitangui
3:629.6
7:900.8
Curral del Rei
245
8:891 412
13.897
512
5:392
1. Número de lavradores; 2. valor, em mil réis, do ajuste anual.
2. Freguesias das zonas mineradoras centrais
Antônio Pereira
46
345
70
Barra Longa
72 1:250.4 212
Cachoeira do Campo
113 2:58.72
Caeté
212 1:123.9
Camargos
53
57.6
90
Casa Branca
96
830.4
Catas Altas
127 1:380.3 124
Congonhas do Campo
303 6:376.3
Congonhas do Sabará
123
418.44
65
Furquim
138 2:163.1
Inficionado
124 1:324.3 157
Itabira do Campo
127 2:266.3
Itatiaia
79
713.52
Mariana
79
1:026
Morro Grande
164 1:732.2 126
Ouro Branco
80 1:137.6
Ouro Preto
97 1:018.3
Piranga
424 3:606.7
Queluz
223 2:876.5
Raposos
81
213.84
Rio Acima
104
620.4
Rio das Pedras
100
503.16
Sabará
171 2:933.4 156
Santa Bárbara
285 2:551.2
São Bartolomeu
100
820.8
São Caetano
81 1:050.3
São Sebastião
31
363.24
54
Sumidouro
222 2:876.7
75
242.88
1:737
659.88
831
263.16
181.2
501.72
4:950.3
138.72
1:463
1:162
1:271
253.86
371.52
1:477.2
256.2
220.32
3:015
1:795.5
109.8
192.36
184.33
2:500.5
2:485.3
182.52
953.04
92.64
1:357.3
196
88
1:350.6
337.2
46
111.84
146
181
654.6
1:059
699
3:114.6
198
125
71
380
504
136
122
70
216
129.6
177
106.8
2:368.8
2:578.2
174.6
780.84
58.2
616.44
16
195
40
19
27
15
142
422
102
112
95
90
15
101
38
2
530
200
-
11.6
1:256.4
338.1
245.5
28.7
37.7
520.7
4:045.4
746.08
942.4
1:050.9
824.1
15.3
869.4
141.5
14.7
3:864.9
2:395.5
-
195
38
148
1:301
119.3
1:129.1
66
749.1
3. Freguesias da Demarcação Diamantina e Paracatu
Conc. do Mato Dentro
393 2:889.6
3:218.5
Serro
341 3:043.9
5:677.6
Paracatu
348
4:158
1:398
394
722
335
1:944.8
2:297
1:065.6
148
345
1:263.3
3:092.1
4:469.3
2:589.5
2:258.6
3:015.9
7:698.3
2:682.7
4:448
3:146
4. Freguesias da Comarca do Rio das Mortes
São João del Rei
404 4:231.2 695
Caminho Novo
19
943.2
Itaverava
184 1:689.6
São José
216 1:843.2 398
Borda do Campo
181 1:966.8 394
Prados
163 2:122.8 159
4:112.6
697.92
2:274.6
2:665.8
2:877.6
1:601
217
1:686
560
163
196
349
704
304
5. Freguesias da fronteira oriental
Rio Pomba
São Miguel/Piracicaba
217
1:332
429.6
2:086.8
507 2:788.8
633
465
357
6. Termos e freguesias da fronteira ocidental e meridional
Tamanduá3
531 2:267.8
982
5:844
Jacuí4
428.9
325 1:478.4
Campanha5
161
637.2
1:733.2
2.327
11:937
Baependi
113
411
960
245 2:722.1
Pouso Alto
72 379.68
611.76
155 2:034.2
Aiuruoca
164 814.08
1:746.3
419 3:932.7
3. termo: inclui as freguesias de Campo Belo, Bambuí e Piûí; 4. termo: inclui as freguesias de
Ventania e Cabo Verde; 5. termo: inclui as freguesias de Santana do Sapucaí, Caldas, Itajubá,
Camanducaia, Douradinho, Ouro Fino, Pouso Alegre e Santa Catarina
O quadro 4 corrobora alguns caracteres anteriormente vistos: há uma
relativa correspondência entre o escravismo e o valor do dízimo, dado que é
exatamente a porção mercantil da produção que é avençada. A freguesia de
Campanha aparece com o maior dízimo em razão não da porcentagem elevada
de escravos, mas porque concentra mais de um quarto da população total do
termo. A mesma observação vale para a freguesia de Pouso Alegre, na qual
viviam quase 14% do total da população do termo de Campanha. Isto significa
que no valor do dízimo de ambas as freguesias incluía-se também a pequena
produção camponesa excedente destinada ao mercado. Já as freguesias de
Itajubá, Caldas e Santa Catarina, cuja participação da população escrava em
relação ao total da população de cada uma das freguesias era elevada (27 a
31%), devem exatamente a essas taxas elevadas o valor também mais alto da
produção agrária. É o que explica porque a freguesia de Itajubá, mesmo tendo
uma população total pequena, possuía não apenas a maior taxa de participação
76
da população escrava no total da freguesia, como a que tinha o maior número
de pagadores de dízimo do termo. Já os valores menores do dízimo das
freguesias de Camanducaia, Sapucaí, Douradinho e Ouro Fino, explicam-se
tanto pelas taxas mais baixas de participação da população escrava na
população total de cada uma das freguesias, quanto pela menor participação da
população de cada uma das freguesias na população do termo. Aos números
referentes à população total de cada uma das freguesias também está
relacionada a cifra respeitante ao número de lavradores contribuintes do dízimo
(gráficos 2 e 3).
Quadro 4
População e dízimos da Vila de Campanha (1826)
Freguesias
Campanha1
Itajubá
Pouso Alegre
Caldas2
Santa Catarina3
Camanducaia
Santana/Sapucaí4
Douradinho5
Ouro Fino
Total
livres escravos total % escr. % PFT* NL**
8.684
3.605 12.289 29,33
26,43
331
2.621
1.198 3.819 31,36
8,21
451
5.205
1.285 6.490 19,79
13,95
317
2.402
900 3.302 27,25
7,10
156
3.215
1.395 4.610 30,26
9,91
278
3.763
554 4.317 12,83
9,28
405
3.623
1.014 4.637 21,86
9,97
231
2.390
523 2.913 17,95
6,26
118
3.254
863 4.117 20,96
8,85
40
35.157
11.337 46.494
- 2.327
dízimo
1:982$804
1:975$028
1:866$180
1:394$002
1:210$161
1:136$353
1:098$900
669$058
605$270
11:937$756
* Participação (%) da população da freguesia no total do termo; ** NL: número de contribuintes do
dízimo; 1. Inclui o distrito de São Gonçalo da Campanha (>São Gonçalo do Sapucaí); os números para
a Vila eram os seguintes: 6.175 livres e 2.412 escravos; para São Gonçalo: 2. então Patrocínio das
Caldas 09 livres e 1.193 escravos; 3. Natércia; 4. Silvianópolis; 5. distrito de Machado.
Fontes: RAPM, 2: 630; para os dízimos, cf. abaixo.
77
Gráfico 2
Gráfico 3
Não obstante essas observações, qualquer inferência a partir das cifras dos
dízimos deve ser feita com cautela. As correspondências mencionadas valem
apenas para as freguesias agrícolas, isto é, aquelas onde a produção mercantil
era principalmente um gênero produzido nas lavouras — as quais, dado o baixo
nível técnico dos modos materiais de produção existentes, demandavam muita
mão-de-obra, especialmente escrava. Já Pitangui, que não era a mais extensa
nem a mais populosa das freguesias (Cunha Matos lhe atribuiu cerca de 26.000
habitantes), possuía o maior dízimo de Minas, em razão do produto que ao
78
mercado era destinado — gado vacum. O mesmo vale para Simão Pereira, com
poucos lavradores (163), mas com a mais elevada taxa de concentração por
contribuinte. É em Simão Pereira que se encontrava a mais acabada personificação
da categoria econômica do grande proprietário fundiário escravista: o fazendeiro José
Inácio Nogueira da Gama, que em 1826 pagou Rs 1:037$600 do dízimo
correspondente à sua produção de café. Mas ali havia outros, como o
fazendeiro José Marques, com Rs 435$958 pagos no mesmo ano. Não se pode
esquecer, portanto, que os valores do dízimo correspondiam aos valores da
produção agrária mercantilizada. A mobilidade espacial das produções mais
importantes explica uma parte considerável dessas flutuações dos valores de
algumas freguesias. Em 1786 e em 1805, a maior produção agrícola —
especialmente milho e feijão — provinha da fazenda da Jaguara, em Santa Luzia
(cerca de Rs 400$000 anuais de dízimo). Em 1826, as cifras das freguesias de
Simão Pereira e Pitangui mostram como novos gêneros, como o café e o gado,
afetaram estas cifras.
No caso das freguesias de Simão Pereira e do Engenho do Mato
(basicamente o território da antiga freguesia do Caminho Novo e do atual
município de Juiz de Fora), há duas fases a serem consideradas. No período
colonial, a então freguesia do Caminho Novo, era a que proporcionalmente
possuía os maiores pagadores de dízimo: dezenove lavradores em 1750
respondiam por quase um conto de réis anuais. O declínio da produção mineral
foi acompanhado pela queda da produção rural nessa freguesia trinta anos
depois, o que encerrava uma primeira fase. Alguns anos depois, as novas
freguesias de Simão Pereira e Engenho do Mato sobressaíam-se com uma
produção agrícola crescente, junto com os mesmos personagens que se
tornariam muito conhecidos ao longo do Império (quadro 5).
Quadro 5
Dízimos de Simão Pereira e Engenho do Mato (1813-1818)
1
Simão Pereira
Eng. do Mato2
1813
1814
1815
1816
1817
1818
366$159 366$158 366$158 773$591 772$591 772$549
487$381 487$380 487$380 989$243 989$191 989$146
1. 124 lavradores no triênio de 1813 a 1815 e 145 no triênio de 1816 a 1818; 2. 169
lavradores no triênio de 1813 a 1815 e 176 no triênio de 1816 a 1818.
Fontes: AN, CCCOP, livros 2 e 246.
No triênio de 1816 a 1818, o mesmo coronel José Inácio Nogueira da
Gama já aparecia com 100$000 réis anuais, seguido do fazendeiro Paulo Alves
Martins, com 71$333,3 réis anuais.
79
Como Simão Pereira e Engenho do Mato, outras freguesias deveriam
merecer atenção, como Penha de França (atual município de Itamarandiba) e
São Domingos do Araçuaí (atual município de Virgem da Lapa). Em 1830, 75
lavradores de Penha de França pagaram de dízimo Rs 1:036$490 e, em 1831, 85
pagaram Rs 1:195$078. Em 1826, o dízimo desta freguesia era de 52$000, pagos
por seis lavradores. Esta cifra repetiu-se no ano seguinte, o que elimina a
hipótese de alguma acerto de avença anterior. Não tendo ocorrido nenhum
remembramento de território de alguma freguesia, algo importante deve ter
acontecido, já que esses números parecem não dizer respeito a milho e feijão. Já
o crescimento espantoso das freguesias de Santa Rita do Turvo e Barra do
Bacalhau (municípios de Viçosa e Guaraciaba) entre 1834 e 1835 é esclarecido
pela própria documentação: em 1835, dos Rs 2:209$005 relativos ao total do
dízimo pago pelos 92 lavradores arrolados, Rs 1:787$400 correspondiam a
11.916 @ de café (1.500 réis/@) pagos por trinta contribuintes não
necessariamente lavradores. O dízimo referia-se ao café comprado a vários em
várias partes, bem como de sua cultura. Por isso, fora cobrado também de
tropeiros.
Os números para Rio Pomba (que até 1831 abrangia toda a zona da Mata
sul e central) também exigem cautela. Em 1828, 702 lavradores contribuíam
com Rs 5:246$860. Contudo, a zona da Mata central (freguesia de São João
Batista do Presídio) respondia por apenas 10% desse total, como se observa
pelos seus números de 1829 (em 1830 e 1831 não houve crescimento notável:
101 lavradores, Rs 644$506 e 104 lavradores, Rs 664$400, respectivamente).
Logo, o peso maior da produção rural localizava-se na zona da Mata sul,
exatamente aquela onde a produção de café avançava firmemente. Situação
similar ocorrera com o desmembramento da freguesia de Dores do Indaiá, que
em 1830 apresentou 89 lavradores contribuindo com 349$063 réis, pouco mais
de 6% do total de Pitangui no mesmo ano (Rs 5:456$088). No entanto, nos
anos seguintes, esta freguesia continuou mantendo sua posição de maior
contribuinte do dízimo.
Oposta a este quadro era a situação das antigas freguesias mineradoras,
cujos rendimentos agrícolas estagnaram-se ao nível do que por metáfora
denominei ‘metabolismo social básico’, definido pelos limites da subsistência: a
freguesia de Itatiaia, por exemplo, que em 1750 contava com 79 lavradores
responsáveis por um dízimo total de 713$000 réis, em 1805 contava com
apenas quinze, e um rendimento total de 15$300. Em 1811 e 1812, eram onze
os lavradores, e entre 1816 e 1818, apenas dez. Até 1822, o número
permaneceu estável em torno de treze lavradores, o mesmo acontecendo com
seu dízimo, nunca superior a 17$413 réis (1823).
80
Ademais, deve-se atentar para a participação dos lavradores por faixa de
contribuição decimal, isto é, para o grau de concentração da produção rural. O
fato geral — e em larga medida óbvio, é que a produção destinada ao
mercado é muito concentrada. Mas essa concentração, devido a situações
históricas específicas, tem graus diversos, expressos pelas diferentes faixas de
contribuição (de 1 a 8, correspondentes às faixas dos quadros 6 e 7 e anexo 1).
As pesquisas ulteriores poderão determinar a natureza e as razões destas
especificidades. Como resultado, o panorama geral da Capitania (gráfico 6)
revela que a produção rural concentrava-se, nessa época, nas faixas de 4 a 8.
Em 1826, a produção agrária do conjunto da Província de Minas parece tender
a concentrar-se nas faixas médias. Contudo, as situações regionais específicas
não podem ser esquecidas. A freguesia com o maior dízimo em 1826, Pitangui
(Rs 7:649$828), contava com 930 lavradores. Desses, 49 (5,26%) respondiam
por 26,15% da produção total. Aliás, os lavradores da faixa mais alta (> 38$001
réis), em número de 20 (2,15%), produziam 14,51% de todos os gêneros
dizimados. Cifras muito coerentes com o movimento observado nas freguesias
de maior participação na circulação mercantil (Simão Pereira, por exemplo).
Por fim, deve-se recordar a necessidade anteriormente mencionada do
desvendamento das articulações econômicas internas da Província, deve-se
acrescentar esta outra: a de se determinar o modo como um novo modo
material de produção, o capitalismo, avançou em cada uma das regiões da
Província nessa mesma época, corroendo as estruturas de uma produção agrária
de tipo antigo, de baixo nível técnico e com elevadas exigências sobre os
músculos humanos.
81
Gráfico 4
Gráfico 5
Gráfico 6
82
Quadro 6
Dízimos de Minas Gerais — 1825/1826/1827/1828
Freguesias
NL1
1825
VTD2
NL
1826
VTD
NL
1827
VTD
NL
1828
VTD
1. NL: número de lavradores; 2. VTD: valor total do dízimo;
Mariana
Antônio Pereira
Barra Longa
Camargos
Catas Altas
Furquim
Inficionado
São Caetano
Piranga
São Miguel3
Sumidouro
Rio Pomba
16
330
27
148
190
123
166
11$675
1:509$289
28$782
519$847
1:162$562
1:102$083
933$017
142
564$519
195
1
142
112
66
569
1:256$451
2$400
520$790
942$416
1
128
2$400
538$464
95
148
1:050$959
1:129$107
749$137
4:110$865
633
4:448$383
2
40
15
14$748
338$136
37$766
39
15
320$341
33$618
90
824$182
81
635$610
38
119$305
40
131$306
200
148
2:395$551
2:024$458
97
132
1:028$114
1:698$140
19
195
101
465
10
245$522
1:301$603
869$430
3:146$078
142$645
1
91
2$400
413$904
530
139
3:864$918
491$725
702
5:246$860
196
2:258$683
125
1:329$860
3. e Almas, desmembrada da freguesia de Furquim;
Ouro Preto
Cachoeira/Campo
Casa Branca
Congonhas/Campo
Itabira do Campo
Itatiaia
Ouro Branco
São Bartolomeu
422
185
15
38
4:045$446
815$909
15$3134
141$592
4. valores relativos ao ano de 1824;
Queluz
Itaverava
Caeté
Santa Bárbara
Morro Grande
S. Mig./Piracicaba
Itabira/M. Dentro
290
249
41
456
2:502$052
2:192$414
769$902
3:442$769
83
Sabará
Santa Luzia
Lagoa Santa
Matosinhos
Congonhas/Sabará
Curral del Rei
31
64
443$158
720$558
77
Minas Novas8
Peçanha
Penha de França
São Domingos
Morrinhos
Itacambira
Rio Pardo
74$608
512 5:392$384
Pitangui
Serro
Morro do Pilar5
Rio Preto6
Conceição do Serro
Curvelo7
Curvelo
46
661$912
85 1:573$957
926 7:649$828
963 7:900$981
345 3:092$186
23
51
803$732
148 1:263$366
612 1:685$710
65 1:775$660
Barbacena
Simão Pereira
295
770$000
95
217
970$920
935$941
65 1:775$660
275 2:114$495
51
343$960
6
13
52$000
154$694
7
97
53$000
902$230
310 2:063$846
300 2:345$869
São João del Rei
Carrancas9
Dores/Boa
Esper.10
São José del Rei
Prados
428 2:961$701
236$340
560 4:469$380
43
418$470
243 1:258$271
417 3:364$523
349 3:015$910
304 2:682$721
125 1:260$575
550 5:739$595
163 2:589$586
452 5:293$690
78 1:616$580
5. criada em 1818, desmembrada do Serro; 6. São Gonçalo do Rio Preto, criada em 1821; 7. entre 1822 e
1824, os 175 lavradores listados deviam, respectivamente a cada ano Rs 675$451, Rs 675$393 e Rs
675$353; 8. inclui Chapada e parte de Peçanha; 9. desmembrada de lavras em 1814; 10. desmembrada de
Lavras;
84
Campanha
Caldas11
Camanducaia
Douradinho
Itajubá
Ouro Fino
Pouso Alegre12
Santa Catarina13
Santana do
Sapucaí
Aiuruoca
Baependi
Pouso Alto
Jacuí
Ventania14
Cabo Verde
Tamanduá
Campo Belo15
Piuí
Bambuí
156
405
118
451
40
317
278
231
1:394$002
1:784$983
669$058
1:975$028
117$910
1:866$180
1:459$113
1:098$900
331 1:982$804
343 2:137$910
147 1:022$592
186
605$270
186
663$810
108
476$160
55
189$850
287 1:136$353
231 1:210$161
419 3:932$755
245 2:722$106
155 2:034$216
365
866$130
184
559$090
520 2:616$831
578 3:113$821
379 2:834$018
151 1:008$266
139
804$443
154 1:158$258
134
782$665
328 4:324$134
189
878$333
325 1:478$414
467 3:423$885
149 1:044$717
90
755$596
165
932$696
425 3:297$837
215 1:555$359
103
881$652
179 1:014$357
11. criada em 1813; 12. criada em 1810; 13. criada em 1822; 14. criada em 1824; 15. criada em 1818,
desmembrada de Lavras.
85
Quadro 7
Dízimos de Minas Gerais — 1829-1835
Freguesias
Aiuruoca
Baependi
Baependi
Barbacena
Bonfim
Bonfim
Bonfim
Brumado
Brumado
Brumado
Camanducaia
Campo Belo
Campo Belo
Carmo
Carmo
Formiga
Formiga
Itaverava
Ouro Preto
Pitangui
Pitangui
Pitangui
Pouso Alto
Pouso Alto
Presídio
Presídio
Presídio
Rio Pomba, Presídio e Santa Rita do Turvo
Santa Bárbara
Santa Rita do Turvo e Barra do Bacalhau
Santa Rita do Turvo e Barra do Bacalhau
Santa Rita do Turvo e Barra do Bacalhau
Santa Rita do Turvo e Barra do Bacalhau
São Domingos
São Sebastião de Correntes e Peçanha
Tamanduá
Tamanduá
Turvo
86
ano
1834
1834
1835
1829
1833
1834
1835
1833
1834
1835
1829
1833
1834
1834
1835
1833
1834
1829
1834
1832
1833
1834
1834
1835
1829
1830
1831
1833
1835
1832
1834
1835
1833
1829
1832
1833
1834
1834
NL
75
116
88
704
164
444
444
77
118
157
157
101
2
805
805
805
80
108
91
101
104
368
68
92
92
92
92
163
453
478
78
Dízimo
1:441$912
661$161
1:317$531
7:698$318
2:810$954
2:858$631
2:450$064
731$330
567$728
546$171
704$400
2:385$626
1:889$100
530$229
3:721$225
1:085$380
1:334$528
1:814$870
9:827$493
10:512$508
10:872$244
742$566
1:258$588
507$444
644$506
664$400
4:481$516
1:196$895
109$140
142$420
2:209$005
172$250
1:381$150
126$832
3:409$454
3:923$846
202$894
Fontes: a série dos dízimos
A série documental — e razoavelmente contínua — dos dízimos está
distribuída por três instituições arquivísticas: a Biblioteca Nacional, que
custodia diversos abecedários, ou seja, o cadastro com as listas de lavradores
lançados no rol dos devedores dos dízimos; o Arquivo Público Mineiro, que
guarda algumas dezenas de livros; e o Arquivo Nacional, onde se encontram a
grande maioria dos volumes. Todos eles pertencem à Coleção Casa dos
Contos de Ouro Preto, cujo histórico é relatado nos Anais da Biblioteca
Nacional, volume 65, de 1943.
Resumo aqui as principais características da série dos dízimos conforme
eram escriturados no período colonial — e cujos primeiros livros disponíveis
datam de 1751, e relaciono os livros de que se extraíram os dados relativos ao
período de 1825 a 1835 — a porção ‘colonial’ desta série foi extensamente
tratada na tese citada. De modo genérico, os lançamentos eram feitos da
seguinte maneira: no verso de cada folha (Deve) eram registrados os nomes dos
devedores do dízimo, a data em que fora feita a avença, o número de ordem de
avença dos devedores, o endereço (normalmente a ‘paragem’) do devedor, e o
valor avençado (um crédito de 3 anos...). Na folha retro (Há de haver) anotava-se a
data em que fora recebida parte do total devido e por quem:
Verso:
/123/ 1786 agosto 4
o alferes Joaquim José Barreiros .. Matriz
1 crédito de 3 anos
Retro:
1790 7bro 24 recebi
1804 fev.o 27 recebi mais pelo sargento-mor
1805 9bro 12 recebi mais pelo sargento-mor
15
1¾
8
5¼
Contudo, a escrituração dos últimos livros de dízimos atingiu um nível de
máxima exatidão, reunindo os seguintes dados, retirados do livro FP 5 da Seção
Provincial do Arquivo Público Mineiro.
Dízimo
eras
1834
dez. 3
créd. n.
Receita Geral
Minas Gerais
freguesia de Baependi
Lançamento
nome das fazendas e de ano a que pertence
prazos de
importância do
seus proprietários
o dízimo
pagamento
lançamento
Fazenda do Cajuru, de
1834
1o. em junho
11$000
Afonso Gomes Nogueira
2o. em dez.
Numa coluna final era anotada a cobrança.
87
Esta cristalização dos procedimentos fora registrada no livro CC 1508
(Esboço das instruções aos administradores de dízimos) de 9 de abril de 1826, cuja
escrituração deveria ser feita como segue (exemplo de apenas dois gêneros):
1 carro de milho de 20 alqueires, a 150 réis o alqueire — a
bezerros a 1.000 réis cada — b
Total da produção — (a + b)
10% do total da produção( dízimo) — (a+b)÷ 10
Açúcar a 1.000 réis a arroba — c
Total da produção — c
5% do total da produção (vigésima) — c÷20
Os totais do dízimo e da vigésima eram os valores a serem cobrados. Para
os últimos anos da cobrança, os livros consultados foram os seguintes:
Livro
1
2
9
10
11
68
76
80
84
85
86
90
91
92
93
94
96
97
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
Freguesias
Itajubá e Santa Catarina
Engenho do Mato e Simão Pereira
Caldas e São João del Rei
Congonhas do Campo
Barra Longa, Furquim e Sumidouro
Ouro Branco, Queluz e Sumidouro
Camargos
Curvelo
Campanha
Rio Pomba
Jacuí
Barbacena e Presídio
São José del Rei
Conceição do Serro e Morro do Pilar
Barra Longa, Furquim e São Caetano (duplicata)
conta corrente dos dízimos
Barra Longa, Furquim e São Caetano
Pitangui
Camanducaia e Santa Catarina
Catas Altas
Caeté, Santana do Sapucaí e São João do Morro Grande
Curvelo
Congonhas do Sabará e Simão Pereira
Lagoa Santa e Matosinhos
[São Gonçalo do] Rio Preto e Serro
Queluz
Itaverava e Queluz
São Domingos
88
Anos
1825
1816-8
1828
1825
1826
1825
1826-8
1822-4
1827
1827
1827-8
1829
1825-6
1826
1825
1790-1828
1825
1826
1826
1826-8
1827
1822-4
1826
1827
1827
1826
1827
1826
107
108
109
176
244
245
246
247
248
249
274
275
277
278
278
279
294
294
647
1837
2045
2369
2535
2578
2579
2722
2726
2728
2779
2779
2991
3039
3051
3057
3059
3064
3168
3169
3187
3194
3194
3198
3199
3223
3268
Tamanduá
Lagoa Santa e Santa Luzia
Sta. Bárbara, S. João/Morro Grande e São Miguel do Piracicaba
Itaverava
Minas Novas e Penha de França
Penha de França
Engenho do Mato e Simão Pereira
Carrancas e Dores [da Boa Esperança]
Camanducaia
Cabo Verde, Camanducaia, Ouro Fino e Santana do Sapucaí
Dores do Indaiá e Pitangui
Itatiaia
Itaverava e Piúí
Piranga
São Miguel e Almas
Pitangui e Dores/Indaiá
Morrinhos
São Miguel do Piracicaba
Pitangui
Caldas, Douradinho, Jacuí, P. Alegre, Stana. do Sap., Ventania
Rio Pomba (incompleto)
São Domingos
Barbacena
São Domingos
Presídio
Curvelo
Aiuruoca (incompleto) e Piûí
Antônio Pereira, Catas Altas, Inficionado e Itabira do Campo
Camanducaia, Inficionado, Ouro Fino e São Caetano
Ouro Fino
Rio Pardo, Itacambira, Morrinhos (incompleto)
Serro
Camanducaia e Piûí
Itaverava e Rio Pomba
Casa Branca, São Bartolomeu
Prados e São José del Rei
Curvelo
Curvelo e Piûí
Aiuruoca, Baependi e Pouso Alto
Itabira do Mato Dentro e Santa Bárbara
Santa Bárbara
Curvelo
Rio Pomba
Cachoeira do Campo, Itabira do Campo e Ouro Preto
Simão Pereira
89
1830-1
1825
1825
1828
1826
1830-1
1813-5
1828
1829
1813-5
1830
1811-1824
1829
1828
1828
1831
1829
1827
1827
1825
1828
1828-9
1826-7
1826-7
1830-1
1825
1825
1825
1827
1828
1826
1828
1825
1826
1826-7
1827
1825-6
1828
1826
1827
1830
1828
1830
1826-7
1827
3269
3270
3385
3499
3500
3504
3531
3551
Bambuí, Tamanduá e Cabo Verde
Minas Novas, Peçanha e Chapada
Campanha e Santa Catarina
Conceição do Serro
Tamanduá, Campo Belo e Bambuí
Tamanduá e Bambuí
Campo Belo e Piúí
Bambuí, Piúí e Tamanduá
1825
1825
1828
1828
1828
1827
1827
1826
Os últimos lançamentos do dízimo, extinto em 1835, e cujos livros estão
custodiados no Arquivo Público Mineiro foram os seguintes,:
FP, 5: dízimos da oitava coletoria municipal de impostos: Baependi, Aiuruoca,
Pouso Alto, Turvo, Carmo (1834).
FP 8: Santa Bárbara (1835)
FP 6: Rio Pomba, Presídio, Santa Rita do Turvo (1833)
FP 9: Santa Rita do Turvo e Barra do Bacalhau (1832 a 1835)
FP 10: Tamanduá, Campo Belo, Formiga (1833-4)
FP 11: Pitangui (1832-4)
FP 116: Brumado e Bonfim (1833-5)
FP 14: Serro (1834); fragmentário
FP 16: Baependi, Pouso Alto, Carmo (1835)
FP 40: São Seb. de Correntes e Peçanha (1832)
Além destes volumes, as pastas 13 a 18 da caixa 3 do FP 3 3 contêm
diversos fragmentos dos recibos das avenças segundo as instruções de 1826.
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Contribuição à História Agrária de Minas Gerais