Teoria da Contingência
Teoria da Administração
Prof. Mauri Cesar Soares
Alunos:
Thiago J. Felix
Regina Alves
O que significa contingência
• Contingência quer dizer alguma coisa incerta
ou eventual, que pode ou não acontecer.
• Refere-se a uma proposição cuja a verdade ou
falsidade será conhecida pela experiência e
não pela razão.
Teoria da Contingência
A Teoria da Contingência enfatiza que não
há nada de absoluto nas organizações ou na
teoria administrativa tudo é relativo. Tudo
depende.
Origens da teoria da
Contingência
• A Teoria da Contingência surgiu a partir de
várias pesquisas feitas para verificar os modelos
das estruturas organizacionais mais eficazes em
determinados tipos de empresas. Os resultados
das pesquisas conduziram a uma nova
concepção da organização e o seu
funcionamento são dependentes da interface
com o ambiente externo. Verificaram que não
há um único e melhor jeito de organizar.
Pesquisa de Chandler sobre
estratégia e estrutura
• Em 1962, Alfred Chandler Jr. realizou uma das
mais sérias investigações históricas abordando a
estratégia de negócios. Estudou quatro grandes
empresas americanas: a DuPont, a General
Motors, a Standar Oil Co.(New Jersey) e a Sears
Roebuck & Co; demonstrou que as estruturas
destas empresas foram necessariamente
adaptadas e ajustadas às suas estratégias
durante todo um processo histórico envolvendo
quatro fases distintas:
Essas fases foram:
1. Acumulação de recursos: iniciada após a
guerra da secessão americana, com a expansão
da rede ferroviária que provocou o
fortalecimento do mercado para ferro e aço e o
moderno mercado da capital.
2. Racionalização do uso dos recursos: as novas
empresas verticalmente integradas tornaramse grandes e precisavam ser organizadas, pois
acumularam mais recursos do que era
necessário.
Essas fases foram:
3. Continuação do crescimento: a reorganização
geral das empresas permitiu o aumento de
eficiência nas vendas, compras, produção e
distribuição, reduzindo as diferenças de custo
entre as varias empresas .
4. Racionalização de recursos em expansão: a
ênfase se concentra na estratégia
mercadológica para abranger novas linhas de
produto e novos mercados.
Chandler concluiu que diferentes
ambientes levam as empresas adotar
novas estratégias e as novas estratégias
exigem diferentes estruturas
organizacionais. Uma coisa leva a outra.
Pesquisa de Burns e Stalker
sobre organizações
• Tom Burns e G. M Stalker, dois sociólogos
industriais, pesquisaram em 1961 vinte
indústrias inglesas procurando analisar a
correlação entre as práticas administrativas
e o ambiente externo dessas indústrias.
Classificaram as indústrias em dois tipos:
organizações “mecanisticas” e “orgânicas”.
Mecanísticas:
• Estrutura burocrática baseada em uma minuciosa
divisão do trabalho.
• Cargos ocupados por especialistas com atribuições
claramente definidas.
• Centralização das decisões que são concentradas
na cúpula da empresa.
• Hierarquia rígida de autoridade baseada no
comando único.
Mecanísticas:
• Sistema rígido de controle: a informação
ascendente sobe através de uma sucessão de filtros
e as decisões descem através de uma sucessão de
amplificadores.
• Predomínio da interação vertical entre superior e
subordinado.
• Amplitude de controle administrativo mais
estreita.
• Ênfase nas regras e procedimentos formais.
• Ênfase nos princípios universais da Teoria
Clássica.
Orgânicas:
• Estruturas organizacionais flexíveis com pouca
divisão de trabalho.
• Cargos continuamente modificados e redefinidos
através da interação com outras pessoas que
participam da tarefa.
• Descentralização das decisões que são delegadas
aos níveis inferiores.
• Tarefas executadas através do conhecimento que
as pessoas tem da empresa com um todo.
Orgânicas:
• Hierarquia flexível com predomínio da interação
lateral sobre a vertical.
• Amplitude de controle administrativo mais
amplo.
• Maior confiabilidade nas comunicações
informais.
• Ênfase nos princípios de relacionamento humano
da Teoria das Relações Humanas.
A Conclusão de Burns e Stalker é que a forma
mecanística de organização é apropriada para
condições ambientais estáveis, enquanto que a
forma orgânica é apropriada para condições
ambientais de mudanças e inovação.
Em resumo, há um imperativo ambiental, isto é,
é o ambiente que determina a estrutura e o
funcionamento das organizações.
Pesquisa de Lawrence e Lorsch
sobre o ambiente
Paul R. Lawrence e Jay w. Lorsch fizeram
uma pesquisa sobre o defrontamento entre
organização e ambiente.
Pesquisaram dez empresas em três diferentes
meios industriais (plásticos, alimentos
empacotados e recipientes/containers).
Os autores concluíram que os problemas
organizacionais básicos são a diferenciação e
a integração.
Diferenciação:
É a divisão da organização em
departamentos, cada qual desempenhando
uma tarefa especializada para um contexto
ambiental também especializado. Se houver
diferenciação nos ambientes específicos
aparecerão diferenciações na estrutura e
abordagem dos departamentos.
Integração:
Refere-se ao processo oposto, gerado por
pressões vindas do ambiente da
organização no sentido de obter unidade
de esforços e coordenação entre vários
departamentos.
Diferenciação versus Integração
• Ambos os estados – diferenciação e
integração – são opostos e antagônicos:
quanto mais diferenciada é uma
organização, mais difícil é a solução de
pontos de vista conflitantes dos
departamentos e a obtenção de
colaboração efetiva.
Pesquisa de Joan Woodward
• Socióloga industrial inglesa, pesquisou sobre
os princípios de administração em 100
empresas de diferentes tipos com média de
100 a 8.000 empregados.
• Cem empresas foram classificadas em três
grupos de tecnologia de produção cada qual
desenvolvendo diferentes maneiras de
produzir.
• Produção Unitária :
É feita por unidades ou pequenas quantidades.
Os trabalhadores usam variadas ferramentas. O
processo de produção é menos padronizado.
• Produção em massa :
É feita em grande quantidade. Os trabalhadores
operam máquinas e linha de produção ou
montagem padronizados.
Ex.: As montadoras de veículos.
• Produção em Processo :
Um ou mais operários lidera um processo total
ou parcial de produção. A participação humana
é pouco usada.
Ex: as refinarias de petróleo, as siderúrgicas,
etc. Nessas três tecnologias, cada uma tem um
processo de produção diferente. A tecnologia
extrapola a produção influenciando toda a
organização empresarial.
Conclusão sobre as pesquisas.
Essas quatro pesquisas revelam:
• a dependência da organização em relação ao seu
ambiente e a tecnologia adotada.
• As características da organização não dependem
dela própria, mas da circunstâncias ambientais e
da tecnologia que ela utiliza.
• Daí a Teoria da Contingência que mostra que as
características da organização são variáveis
dependentes e contingentes em relação ao
ambiente e à tecnologia.
Ambiente
• Ambiente é tudo o que acontece
externamente, mas influenciando
internamente uma organização. A Análise
do Ambiente foi iniciada pelos
estruturalistas, como a análise tinha
abordagem de sistemas abertos aumentou o
estudo do meio ambiente como base para
verificar a eficácia das organizações, mas
nem toda a preocupação foi capaz de
produzir total entendimento do meio
ambiente.
O ambiente geral:
Éo genérico e comum que afeta direta ou
indiretamente toda e qualquer organização, é
constituído de um conjunto de condições
semelhantes, são elas tecnológicas, legais, políticas,
econômicas, demográficas, ecológicas ou culturais.
O ambiente de tarefa:
É o de operações de entrada e de saída em cada
organização, e é constituído por fornecedores de
entradas, clientes ou usuários, concorrentes e
entidades reguladoras.
• Os fornecedores de entrada, são fornecedores de
todos os recursos para trabalhar, tais como
matéria-prima, recursos financeiros e recursos
humanos.
• Clientes são consumidores.
• Concorrentes são tanto de recurso e consumidores.
• Entidades reguladoras são as que fiscalizam a
organização tais como sindicatos, associações de
classe, órgãos regulamentares do governo
regulador do consumidor, etc.
Tipologia de Ambientes
• O ambiente é um só, mas as organizações
estão expostas à apenas uma parte dele que
pode ser diferente das demais, é dividido
em tipologias e são características do
ambiente de tarefas.
Os ambientes podem ser homogêneos ou
heterogêneos de acordo com a estrutura.
• Homogêneo: quando há pouca mistura de
mercados.
• Heterogêneo: quando existe diferenciamento
múltiplo nos mercados.
Os ambientes podem ser classificados estáveis
ou instáveis de acordo com sua dinâmica.
• Estável: quando quase não ocorrem
mudanças e quando ocorrem são previsíveis.
• Instável: quando há mudanças o tempo
inteiro, essas mudanças geram a incerteza.
• O ambiente homogêneo terá diferenciação
menor e os problemas poderão ser tratados
de forma simples, com pouca
departamentalização. O mesmo acontece
com a estabilidade e instabilidade.
• Quanto mais estável menor a contingência,
permitindo uma estrutura burocrática e
conservadora, porém quanto mais instável,
maior a contingência e maior a incerteza,
porque há uma estrutura organizacional
mutável e inovadora.
Tecnologia
• Toda organização tem que adotar uma tecnologia
podendo ser ela grosseira, rude ou sofisticada,
mas todas as organizações precisam de uma
tecnologia para funcionarem e chegarem aos fins
desejado.
• A tecnologia não incorporada são as pessoas
competentes para desenvolver sua função dentro
da empresa.
• A tecnologia incorporada é o capital (dinheiro),
matérias-primas etc.
• A tecnologia, seja ela qual for, está presente no
dia a dia das empresas, transformando as
matérias-primas em produtos consumíveis e
produtivos para a humanidade.
• A tecnologia pode ser considerada de duas
formas:
• A tecnologia variável ambiental: é aquela que
assume a tecnologia criada para outras
empresas de seu ambiente de tarefa em seus
sistemas de dentro para fora.
• A tecnologia variável organizacional: quando
a tecnologia esta presente em sua empresa,
influencia e desempenha melhor em seu
ambiente de tarefa.
Tipologia de Thompson
• Para a empresa alcançar seus objetivos deve
contar com o conhecimento humano onde o
homem conduz para um resultado satisfatório,
isto é, a tecnologia pode ser avaliada por
critérios instrumental (conduzido à resultados
desejados) e critérios econômicos (resultados
desejados com poucas despesas).
• Assim, a tecnologia instrumentalmente produz o
resultado desejado enquanto a tecnologia menos
perfeita promete um resultado provável ou
possível.
• A Tecnologia Mediadora:
É quando os clientes são interdependentes,
necessitam de uma empresa mediadora para
ajudá-los a alcançar seus objetivos.
• Tecnologia Intensiva:
Consiste em diversas habilidades,
especializações, técnicas variadas para
modificar um único objetivo.
• Thompson classifica a tecnologia em dois tipos
básicos:
• Tecnologia flexível: refere-se as máquinas, o
conhecimento técnico e as matérias-primas
são usados para outros produtos ou serviços.
• Tecnologia fixa: não permite utilização em
outros produtos ou serviços.
• As influencias tecnológicas - seja fixa ou flexível –
são bem mais perceptíveis quando associada com o
tipo de produto da organização, classificadas
como:
• Produto concreto: Produto que pode ser descrito
com precisão, especificidade, medido e avaliado. É
o produto palpável.
• Produto abstrato: não permite descrição precisa,
nem identificação e especificação notáveis. É o
produto não palpável.
Impacto da tecnologia
• A tecnologia tem por prioridade determinar a
natureza da estrutura organizacional e do
comportamento das empresas. Alguns autores
costumam dizer que há um imperativo
tecnológico, isso quer dizer que existe um
forte impacto da tecnologia não só nas
empresas e organizações, mas também na
natureza e na vida.
•
A tecnologia virou sinônimo de eficiência.
E eficiência tornou-se um critério normativo
onde as organizações e administradores são
constantemente avaliados.
•
Enfim, a tecnologia cria incentivos nas
empresas para levar os administradores a
melhorarem cada vez mais a eficiência, mas
sempre dentro dos limites do critério
normativo. Por isso a tecnologia tem
influenciado muito sobre as organizações e
seus participantes.
As Organizações e seus Níveis
• As organizações enfrentam desafios tanto
internos como externos, independente do
seu tamanho ou natureza. Elas se
diferencia em três níveis organizacionais:
1) NÍVEL INSTITUCIONAL OU NIVEL
ESTRATÉGICO
• É o nível mais alto de uma empresa,
composto pelos diretos, proprietários,
acionistas e é onde as decisões são tomadas,
onde são traçados os objetivos à serem
alcançados.
2) NÍVEL INTERMEDIÁRIO OU
MEDIADOR
• É composto pela média administração de
uma empresa e se localiza entre o Nível
Institucional e o Nível Operacional. Seu
objetivo é unir internamente estes dois
níveis, gerenciando o comando de ações,
ajustando as decisões tomadas pelos
níveis institucionais com o que é realizado
pelo nível operacional.
3)
NÍVEL OPERACIONAL, TÉCNICO ou
NÚCLEO TÉCNICO
• Estão ligados aos problemas básicos do dia a dia e é
onde as tarefas e operações são realizadas,
envolvendo os trabalhos básicos tanto relacionados
com a produção de produtos como de serviços da
organização. É um nível que comanda toda a
operação de uma organização e é nele que se
localizam máquinas, os equipamentos, instalações
físicas, a linha de montagem, os escritórios, tendo a
responsabilidade de assegurar o funcionamento de
um sistema.
Conclusão
• As organizações são, de uma certa forma,
sistema aberto, pois muitas vezes surgem as
incertezas do ambiente, contudo são capazes
de se anteciparem se defendendo e se
ajustando a elas.
• Podem ser também sistema fechado, uma
vez que este nível opera tecnologicamente
com meios racionais. É eficiente, pois nela as
operações seguem uma rotina e
procedimentos padronizados, repetitivos.
• A estrutura e o comportamento de uma
organização são contingentes, porque elas
enfrentam constrangimentos ligados as suas
tecnologias e ambiente de tarefas.
• Não há, no entanto, uma maneira específica
ou melhor de organizar e estruturar uma
organização.
• As contingências por serem diferente em
cada organização, há uma variação em suas
estruturas e comportamentos.
Conclusão
• A Teoria Contingencial abriga a todas as
correntes existentes em administração. É uma
evolução da Teoria de Sistemas, que por sua vez
se constitui numa forma de pensar globalizante
orientada para um objetivo e que por sua
natureza integrativa admite as várias tendências
anteriores.
• A teoria contingencial contempla os sistemas de
"fora para dentro" a partir da influência das
variáveis ambientais.
Bibliografia:
• Chiavenato,I.- Introdução à teoria geral da
administração-6° ed.-Rio de Janeiro, 2001.
• http//pt.wikipedia.org
• http//gestor.adm.ufrgs.br
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