COOPERATIVISMO E COOPERATIVISMO: REFLEXÕES SOBRE A ECONOMIA SOLIDÁRIA.
ELCIO GUSTAVO BENINI; LEONARDO FRANCISCO FIGUEIREDO NETO; EDI AUGUSTO BENINI;
RICARDO PEREIRA DE MELO;
UNICAMP
CAMPINAS - SP - BRASIL
[email protected]
APRESENTAÇÃO ORAL
Instituições e Desenvolvimento Social no Agronegócio
Cooperativismo e cooperativismo: reflexões sobre a economia solidária.
Grupo de Pesquisa: Instituições e Desenvolvimento Social no Agronegócio.
Resumo
O objetivo deste artigo é propor uma reflexão sobre a Economia Solidária e o atual contexto
no qual está inserida como alternativa da classe operaria e/ou como política pública, sua
relação com as diferentes formas de cooperativas e, não obstante, uma breve e indireta
abordagem teórica sobre o tema autogestão. Grosso modo, parte-se de uma preocupação que
suscita pelo caráter funcional que a Economia Solidária vêm assumindo, principalmente como
política pública na geração de “trabalho” e renda e, pela banalização da própria palavra
autogestão. Neste trabalho, foram articulados e discutidos pesquisas e artigos científicos sobre
Economia Solidária, cooperativismo, autogestão e políticas públicas, além de pesquisas
realizadas pelos autores em outros momentos, conjuntamente com a análise de alguns estudos
de casos apresentados em revistas cientificas, tendo por objetivo clarear a reflexão e a linha
argumentativa. Contudo, tem-se que a Economia Solidária, que se baseia nos princípios
cooperativistas, e que assume a personalidade jurídica de cooperativa, concorre com
diferentes projetos de cooperativas, sendo esses projetos apresentados com interesses
antagônicos aos dos trabalhadores. Desta forma, por serem amparadas pela mesma Lei, essas
diferentes cooperativas, dificultam o atendimento para as diferentes demandas sócio-políticas
na formulação de políticas públicas, ficando assim a bandeira de cunho socialista – que vem
sendo advogada nos encontros e em muitos textos sobre Economia Solidária – fragmentada no
meio de projetos e organizações com dimensões e funcionalidades distintas.
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Rio Branco – Acre, 20 a 23 de julho de 2008
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural
Palavras-chaves: Economia Solidária. Cooperação. Burocracia.
Abstract
The objective of this article is propose a reflection about the Solidary Economy and the
current context in which it is inserted as alternative of the operative class and/or like public
politics, its relationship with the different forms of cooperatives and, in spite of, a short and
insinuation theoretical approach on the theme self-management. On the thick way, we began
with a concern that raises for the functional character that the Solidary Economy is assuming,
mainly as public politics in the "work" generation and income and, for the vulgarization of the
own word self-management. In this work, it was articulated and discussed researches and
scientific goods about Solidary Economy, cooperative, self-management and public politics,
besides researches accomplished by the authors in other moments, jointly with the analysis of
some studies of cases presented in magazines inform, tends for objective to clear our
reflection and argumentative line. However, the Solidary Economy, that bases on the
cooperatives bases, and that assumes the juridical personality of cooperative, competes with
different projects of cooperatives, being those projects presented with antagonistic interests to
the workers. This way, for they be aided by the same Law, those different cooperatives,
hinder the service for the different partner-politics demands in the formulation of public
politics, staying thereby the flag of socialist stamp - that is being advocated in the encounters
and in many texts about Solidary Economy - fragmented in the middle of projects and
organizations with different dimensions and functionalities.
Key Words: Solidary economy. Cooperation. Bureaucracy.
1. Introdução
A Economia Solidária vem sendo defendida em muitos trabalhos como alternativa à
situação vultosa da precariedade nas relações de trabalho. Para Paul Singer (2002, 2003), um
dos advogados do aludido projeto, a Economia Popular Solidária, como também é conhecida,
pode ser considerada um modo de produção dentro do próprio sistema capitalista. Sua
principal argumentação é que esse modo de produção, mesmo ocupando as “brechas” do
sistema, poderia caminhar rumo a uma nova organização social, de cunho socialista, por meio
de sua multiplicação.
Partindo dos princípios – a Economia Solidária – que suscitaram junto com a primeira
cooperativa1 e, entre eles, destacando principalmente o da gestão democrática, parte da
dimensão de lutas dos trabalhadores, quais sejam, em processos de recuperação de fábricas
e/ou outras formas de manifestações reivindicatórias e de associativismo, acabaram sendo
agrupados e misturados com outras formas de organização, de fomento e, de políticas públicas
que buscam soluções mitigadoras para problemas estruturais2 como o desemprego e a
exclusão social. Desta forma, forças de resistência e/ou revolucionárias, movimentos da
sociedade civil organizada, assistencialismo, mutualismo, cooperativismo e solidariedade
acabaram sendo todos partes de um mesmo projeto de Economia Solidária.
1
Ver sobre os aludidos princípios em trabalhos que relatam a primeira experiência ocorrida em Rochedale no
ano de 1844.
2
Ver Mészáros (2003) sobre o problema estrutural do desemprego.
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Não obstante, a própria palavra “autogestão”3 é divulgada em diferentes tipos de
cooperativas, pertencentes a classes sociais distintas e antagônicas, que cada vez mais estão
estritamente preocupadas com a viabilidade econômica do empreendimento e com a
reprodução do capital, e não com sua função social, de caráter emancipatório em sentido
pleno, qual seja, que englobe as dimensões social, econômica e política.
Contudo, principalmente no que concerne à fomentação dessas organizações
“autogeridas” pelas universidades, por meio das incubadoras tecnológicas, e por políticas
públicas muitas vezes unilaterais4, caracterizando um movimento exógeno, surge a
preocupação de que a Economia Solidária, uma vez instalada nos setores mais precários,
poderia estar sendo reacionária, pois acaba sendo funcional aos interesses do capital, não mais
sendo uma força de resistência e/ou revolucionária, o que significa a queda da bandeira
socialista que esta por trás do projeto5.
Nesse sentido, tem-se como objetivo fazer uma reflexão teórica sobre duas correntes
teóricas que abordam e discorrem sobre o cooperativismo, quais sejam, uma de cunho mais
empresarial e outra mais social, assim como suas limitações, principalmente na dimensão
social e, dando maior destaque para a segunda corrente, uma vez que vem sendo colocada
como alternativa ao desemprego. Especificamente, tem-se como objetivo levantar algumas
hipóteses para aquilo que seria nossa questão fundamental: Existem interesses antagônicos
nas diferentes correntes de cooperativas? As hipóteses que se levanta aqui são:
1. Muitas Cooperativas, buscando eficiência e competitividade e, muitas vezes
sobreviver dentro do sistema capitalista estão, cada vez mais utilizando estratégias
empresariais: sendo heterogestionadas, utilizando força de trabalho assalariada e (não
associada), grosso modo, com finalidade de reprodução do capital, sendo a legislação
que as regula um entrave.
2. Outras, são (re)utilizadas como organizações dos próprios trabalhadores como forma
de resistência ao desemprego e/ou poder patronal, sendo então uma força contrahegemônica e antagônica aos interesses estritos de reprodução do capital. Estas
estariam então dentro da dimensão da Economia Solidária e, também estariam
sofrendo entraves, pois necessitam de políticas públicas específicas e uma
diferenciação substancial e jurídica das cooperativas supracitadas na primeira hipótese.
3. Visto as duas primeiras hipóteses, levanta-se uma terceira que ambas – as diferentes
formas de Cooperativas – coexistem e são extremamente concorrentes, principalmente
no que diz respeito às políticas públicas, pois o ambiente institucional as tratam de
forma indiferente.
3
Para Guillerm e Bourdet: “Vê-se assim que, no princípio, não há diferença entre cooperativa e autogestão; mas
que, historicamente, aparece uma diferença de natureza: a extensão ou, antes, a generalização do sistema
cooperativo não se pode fazer sem abolir o Estado, substituído por uma organização nacional de tipo
radicalmente novo. (1976:30)”. “... para nós, a autogestão deve ser compreendida em sentido generalizado e que
não se pode realizar senão por uma revolução radical, que transforme completamente a sociedade em todos os
planos, dialeticamente ligados, da economia, da política e da vida social. (1976:41)”. Dessa forma, optamos por
colocar entre aspas a palavra “autogestão”, pois estaremos apenas abordando a autogestão de cooperativas.
4
Utilizamos a palavra unilateral para ressaltar que muitos desses projetos são realizados apenas no gabinete,
grosso modo, sem a participação dos beneficiados pelos programas.
5
Este argumento, de que existe uma bandeira socialista, teve grande destaque no III Encontro de Economia
Solidária, Desenvolvimento Local, Trabalho e Autonomia, realizado na USP, no ano de 2005.
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4. Que a Economia Solidária, não de forma genérica, em algumas dimensões estaria
sendo funcional ao capital, desta forma, em algumas medidas, reacionária.
O método de abordagem utilizado para analisar o objeto de pesquisa proposto foi o
dialético, colocando no cerne da discussão a categoria trabalho emancipado e sua antítese nas
diferentes correntes de cooperativas. Como forma e método de procedimento, foram
articulados e discutidos pesquisas e artigos científicos sobre Economia Solidária,
cooperativismo, autogestão e políticas públicas, além de pesquisas realizadas pelos autores em
outros momentos6, conjuntamente com a análise de alguns estudos de casos apresentados em
revistas cientificas, tendo por objetivo clarear a reflexão e a linha argumentativa.
Em suma, este trabalho primeiramente fará uma breve reflexão sobre os conceitoschave e suas metamorfoses ou quase-metamorfose durante a história e, principalmente sobre o
conceito de cooperação, sob a luz central do autor Motta (1981). Dando seqüência,
apresentará duas correntes teóricas sobre o cooperativismo no atual contexto, sendo umas
delas de cunho mais empresarial e a outra mais social, sob a luz principal dos autores
Zylbersztajn (2002) e Singer (2002, 2003) respectivamente.
2. A “autogestão” e o cooperativismo: suas identidades e seu movimento de degeneração
O que é um cooperativismo de tipo burocrático? Em que medida tal realidade afasta o
movimento cooperativista da sua proposta originária de “autogestão”?
Singer (2002) chama a atenção para a tendência histórica de degeneração, por parte
das cooperativas, dos seus princípios autogestionários, transformando-se numa realidade de
participação muito mais formal do que efetiva. Tal realidade é o que denomina-se aqui de
cooperativismo de tipo burocrático. Neste tipo de organização, mesmo que estejam inscritos
os mesmos princípios da origem do movimento cooperativista, sua realidade de gestão e
repartição do poder e dos ganhos é apenas formal, não há envolvimento e participação ativa
dos sócios-membros, além de uma crescente utilização de trabalho assalariado ou trabalho
contratado, gerando uma realidade de poucos sócios e muitos subordinados (heterogestão
burocrática).
Para melhor entender tal movimento de afastamento, deve-se, antes de qualquer coisa,
refletir sobre o próprio termo “cooperação”. Dessa forma, Motta (1981) coloca que qualquer
trabalho coletivo é feito essencialmente por um tipo de cooperação, assim ele nos esclarece:
“Na nossa sociedade atual o termo “cooperação” tem um valor
positivo, geralmente incluindo a idéia de espontaneidade, caráter
voluntário e tolerância. Não é este o sentido de “cooperação” aqui
empregado. Para nós cooperação significa apenas que vários indivíduos
trabalham juntos para um determinado objetivo, no mesmo processo de
produção, ou processos diferentes mas conexos. Civilizações como a
egípcia ou a chinesa tinham uma forma de cooperação própria. Essa forma
de cooperação do modo de produção asiático é chamado cooperação
simples, e ela pode ser encontrada ainda em modos de produção mais
6
BENINI, Elcio. Autogestão: Investigando o gerenciamento de uma cooperativa. Trabalho Monográfico
(Trabalho de Conclusão de Curso). Maringá, Cesumar: 2004
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recentes como o capitalismo, mas ao lado de formas de cooperação mais
complexas.
(...)
A cooperação simples se refere a todas aquelas operações que não
permitem por natureza a decomposição em partes, mas que, por outro lado,
só podem ser realizadas por muitas mãos. É o caso do transporte de uma
pedra para a construção de uma pirâmide.” (Motta, 1981:6-18)
Motta (1981) afirma ainda que além da cooperação simples, há outras formas de
cooperação como a cooperação da manufatura e a da indústria, cada uma delas vai reservar ao
trabalhador parcelas cada vez menores de trabalho, tornando-o mais pobre e repetitivo.
Como o trabalho coletivo, qualquer que seja, envolve diferentes trabalhadores e
diferentes processos ou tarefas, é necessário haver algum tipo de coordenação. Entretanto a
qualidade desta coordenação e sua relação com os demais trabalhadores pode ser instituída de
diferentes formas, logo:
“Todas as formas de cooperação exigem uma função de
coordenação. Essa função poderia ser desempenhada por alguém que o
grupo elegesse através de um sistema de rodízio. Isso, porém, não pode
ocorrer em um modo de produção antagônico; e não ocorre, portanto, no
capitalismo. Nesse sistema, a função de coordenação, que vamos chamar
de diretiva, é imposta e visa à apropriação da mais valia. Existe no
capitalismo uma relação autoritária entre os que detêm ou representam o
capital e os que vendem o seu trabalho.” (Motta, 1981:18, grifos nossos).
Dessa forma, a “autogestão” é um tipo de cooperação cuja relação central é o não
antagonismo entre os participantes de um dado processo produtivo, por isso ele é considerado,
por diferentes autores que estudam tal tema, como algo diferente ou contrário do sistema
capitalista de organização do trabalho. (Motta, 1981).
De acordo Singer (2002), o sistema heterogestionário tradicional, típico do sistema
capitalista, tem com característica marcante a divisão do trabalho no máximo de pequenas
tarefas possíveis; divisão entre os que coordenam / dirigem dos que executam / trabalham; e,
conseqüentemente a fragmentação do conhecimento dos processos de produção e a
fragmentação das relações de trabalho entre as pessoas (cada trabalhador relaciona-se
mecanicamente com os demais colegas, dentro da estreita necessidade de execução das suas
tarefas).
Uma proposta de trabalho “autogestionário” tem então como característica
marcante a recuperação dos laços de solidariedade ainda dentro dos processos produtivos, por
meio da transparência da gestão, divisão de poder e dos ganhos e enriquecimento de tarefas
por meio de uma participação ativa dos sócio-trabalhadores.
Com o exposto acima, fica mais fácil perceber que mesmo o movimento
cooperativismo pode sofrer inúmeras variações na sua forma concreta de gestão e repartição
do poder interno. O problema é que muitas vezes tais variações tende a aproximar uma
cooperativa mais de uma forma de trabalho burocrático, típico do capitalismo, do que ser uma
alternativa de “autogestão” (que daria uma especificidade real ao cooperativismo em relação
ao trabalho assalariado).
Rios (1989) coloca uma questão chave para entender de que maneira o cooperativismo
se distancia da “autogestão”, ao indagar sobre a relação entre a diferenciação das classes
sociais e a proposta niveladora do cooperativismo originário (de cunho autogestionário):
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“Na realidade, longe de superá-la, a diferenciação classista se
reproduz no cooperativismo, contradizendo a ideologia niveladora. A cada
classe sua cooperativa. Existe, pois, um cooperativismo dos ricos e um
cooperativismo dos pobres. Isto significa que, ao invés de as diferenças
entre as classes diminuírem, ao contrário, se acentuam. Isto ocorre pela
concentração de riqueza, do prestígio social e do poder político aumentada
pelas cooperativas das classes dominantes”. (1989:10)
A tendência de degeneração das cooperativas para um tipo de cooperativismo mais
burocrático significa, entre outras coisas, que ainda há muitos obstáculos e que possivelmente
faltam instrumentos para fazer da sua proposta uma alternativa real e concreta de trabalho (de
tipo não subordinado).
3. Tendências e estratégias: da função social para a função capitalista.
Conforme exposto no item acima, existe uma tendência de degeneração do projeto
cooperativista. Sem embargo, não há uma diferenciação entre os diferentes projetos de
cooperativas no ambiente institucional, sendo todas amparadas pela mesma Lei 5.764/71.
Nesse sentido, cita-se Dal Ri (1999,16) para elucidar uns dos pontos culminantes no
processo de formação da superestrutura, seja qual, a cultural e, de solidificação da formação
latifundiária no ambiente agrícola brasileiro:
“O governo militar (1964-1984), contrário às pretensões populares
de reforma agrária, implementou uma política que visava à modernização
do campo com base no desenvolvimento de empresas capitalistas
agroindustriais voltadas para a exportação. Nessa conjuntura, as
cooperativas agrárias constituíram-se em canais de repasse de um grande
volume de recursos subsidiados, do setor público para o privado.(1999:16)
Dessa forma, as cooperativas agrícolas estão constituídas por “sócios de diferentes
portes, que cooperam, sobretudo, tendo em vista a distribuição e comercialização” (Dal Ri,
1999:15). Não obstante, outra peculiaridade dessas cooperativas é o número de funcionários
assalariados7 para realizar suas atividades, uma vez que os sócios cooperados possuem,
conforme colocam Dal Ri (1999), Bialoskorski (2000), e Zylbersztajn (2002) um duplo papel:
de proprietários8 de terras e de “gerentes” na organização cooperativa. Com isso, citamos
Zylbersztajn (2002) para elucidar o problema:
Na raiz da organização cooperativa está o fato de que o trabalhador
é também proprietário dos recursos produtivos. Isto o induz a estruturar a
sua atividade produtiva como um capitalista e, ao mesmo tempo, participar
de uma sociedade gerida pelos princípios da cooperação, qualificada como
cooperação benigna. Nos casos em que tem a gestão conduzida pelo
7
Conforme Phoudhon (2003), ressaltamos que o movimento cooperativista surgiu justamente em resposta à
condição de exploração suscitada pelo modo de produção capitalista que estava se firmando durante os séculos
XVIII e XIX, que tinha como cerne o não antagonismo das classes, a separação da concepção da execução, do
trabalhador dos meios de produção, enfim, de acumulação do capital por meio da exploração, da mais valia
sugada do trabalhador. Nas palavras de Rios: “O cooperativismo europeu surge, pois, como uma reação
proletária ao “liberalismo do capitalismo” (1989: 21)
8
Nesse sentido, são possuidores de empreendimentos próprios (sítios, fazendas, plantações, parcerias,
arrendamentos, etc) que gerenciam individualmente e “gerentes” da cooperativa.
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próprio cooperado, a cooperativa perde algumas vantagens advindas da
especialização. (2002: 03)
Outro importante ponto que deriva dessa dupla funcionalidade do cooperado, pode
ainda ser percebida no texto de Zylbersztajn (2002), por meio de uma analise dialética da
categoria de trabalho, seria uma omissão ou silencio sobre a classe dos proletários, sendo que
esta, por meio de sua força de trabalho, é a única que gera lucro no sistema capitalista, por
meio da geração de mais valia. (Marx, 1990)
Com isso, ao citar que “o trabalhador é também proprietário dos recursos produtivos”
(Zylbersztajn, 2002:03), indaga-se que tipo de trabalhador seria o colocado por Zylbersztajn:
seria um trabalhador – proletário – da cooperativa? Seria ele um trabalhador cooperado? Ou
seria um pequeno-burguês, em que atua como proprietário em duas dimensões distintas, a
cooperativa, e sua propriedade de terra?
Ainda sobre o problema do controle e sobre a natureza das cooperativas agrícolas,
tem-se aqui ainda uma reflexão que, além da separação entre propriedade e controle, proposta
por Bialoskorski (2000) e Zylbersztajn (2002), já existe a separação entre o controle e a
execução, sendo então claramente observado uma estrutura de classes antagônicas nesse
ambiente organizacional, quais sejam: os proletários (grosso modo, operários assalariados),
tecnocratas (trabalhadores gerenciais) e cooperados (essencialmente capitalistas, donos de
uma aparente empresa socialista).
Contudo, o objetivo nesse trabalho não é de fazer uma critica aos pesquisadores, mas
apenas refletir sobre uma metamorfose no seio de uma organização – a cooperativa – que
suscitou como resposta ao contexto de exploração pós-revolução-industrial e, que é ainda
(re)utilizada pela categoria dos proletários como forma de resistência as condições de
precariedade nas relações de trabalho e, como política pública que tem como principal
objetivo a geração de trabalho e renda (no caso da Economia Solidária).
Desta forma, cita-se Pinho (1977), que com poucas palavras retoma e reforça a
doutrina e os legados do movimento cooperativo: “Trata-se, pois, de uma sociedade de
pessoas e não de capital, sem interesse lucrativo e com fins socioeconômicos” (1977:14).
Entretanto, conforme coloca Zylbersztajn (2002), a preocupação com lucro está cada
vez no que concerne às propostas de mudanças nos arranjos dessas organizações:
Ao mesmo tempo que os princípios cooperativistas representam o
elo de ligação entre as organizações no mundo cooperativista, esses
mesmos princípios delimitam as estratégias passíveis de serem adotadas
pelas organizações cooperativas, criando um contraste com as
organizações de outra natureza, em especial, as firmas que têm finalidade
de lucro com as quais as cooperativas freqüentemente concorrem. (2002:1,
grifos nossos)
Contudo, refletindo ainda sobre os problemas ressaltados pelos autores acima, quais
sejam, de dificuldade de capitalização da organização, de fidelização do cooperado, de
controle da cooperativa (Zylbersztajn, 2002), levanta-se aqui uma questão que não será
respondida nesse trabalho, a não ser como uma simples reflexão, que estará implicitamente na
ultima parte deste texto, após dialogar com outros autores sobre uma diferente corrente de
cooperativa, que tem um viés mais social. Desta forma, coloca-se: Por que tais comparativas,
que estão sendo “travadas” pela legislação, ou para ser mais exato, pela Lei 5.764/71,
simplesmente não se tornam uma sociedade de capital aberto?
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4. Economia Solidária: da (re)utilização dos princípios do cooperativismo como
estratégia da categoria trabalho e suas limitações.
A Economia Solidária vem sendo amplamente apresentada e discutida, tanto no meio
acadêmico como no ambiente institucional, como uma possível alternativa ao desemprego e a
precariedade do trabalho, dado o contexto de “crise estrutural do sistema capitalista”9 e seu
“estado monopolístico”10. Sem embargo, é vista como um modo de produção alternativo que
busca a emancipação plena da classe dos trabalhadores11. (Singer, 2002)
No que concerne à principal força motriz do aludido projeto, está à forma como é
organizado e distribuído o trabalho, qual seja, de forma “autogestionária” e, como se dá a
relação de propriedade dos meios de produção. Dessa forma, coloca-se a seguinte citação para
elucidar a questão:
Segundo Singer apud Sato e Esteves (2002:6):
“Diz-se autogestionária a empresa cujos sócios são os
trabalhadores e cujos trabalhadores são os sócios, sem presença de outros
vínculos de trabalho ou de investimento, logo, a autogestão é uma forma
específica de democracia industrial, distinta de sistemas de participação,
seja acionaria, seja nos lucros da empresa”.
Desta forma, fica evidente que o principal eixo do presente discurso, é a conjugação e
a combinação dos aspectos políticos – construídos por meio de decisões democráticas, dos
aspectos econômicos – viabilidade caracterizada em certa medida por não objetivar
estritamente o lucro e, não menos importante, dos aspectos sociais – onde relação de
solidariedade, mutualismo e cooperação (re) suscitam como valores balizadores do projeto.
Sem embargo, a partir desse não antagonismo entre concepção e execução, esse tipo
de organização, a priori, seria a própria antítese das organizações burocráticas
heterogestionadas. Contudo, advoga-se aqui que uma síntese é extremamente necessária no
atual estágio de evolução tecnológica e da produção, o que não seria simplesmente a negação
da primeira corrente exposta no capítulo 2 (dois) e a aceitação da segunda corrente exposta no
presente capítulo como verdade absoluta12.
Trata-se então, de uma luta também no campo da superestrutura, qual seja, ideológica
e cultural. Tal luta seria então composta por uma força hegemônica da classe dominante, que
para ser enfrentada, deve ser feita nesse mesmo campo, o da superestrutura, por meio de uma
força contra-hegemonica, constituída assim pela própria consciência da classe operaria.
(Gramsci, 2005)
Com isso, o cooperativismo advogado pelos defensores do aludido projeto de
Economia Solidária, que resgata13 a ideologia suscitada pós-revolução-industrial do século
9
Ver Mészáros, 2003
Ver Braverman, 1987
11
Nesse sentido, achamos importante salientar que embora a burguesia empresarial e gerencial também trabalhe,
a proposta de economia solidária é de romper com esse antagonismo que existe entre essas aludidas classes e as
dos proletários.
12
Sobre a referida síntese, ver sobre a função de coordenação no capítulo 1(um), sob a luz de Motta.
13
Ressaltamos, que embora utilizamos a palavra “resgata”, o cooperativismo de viés mais social sempre esteve
nas agendas e arenas de lutas e que, com isso, a própria economia solidária já vem sendo processada desde o
inicio do capitalismo, compondo assim uma das forças contra-hegemônica no decorrer dos anos. Para melhor ver
10
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XIX como resposta à condição de exploração da classe trabalhadora – dos proletários –
propõe em essência uma emancipação plena, a saber, social, política e econômica.
Outro aspecto importante do processo de Economia Solidária é o caráter constituinte
de revolução social que o presente projeto articula. Desta forma, a revolução estaria sendo
processada de baixo para cima, sendo que uma revolução política – tomada do poder – não
seria necessária14 e não é advogada.
Dessa forma, a Economia Solidária pode ver vista como uma articulação da própria
sociedade civil reagindo e se organizando contra a atual situação de precariedade de trabalho,
buscando assim alguma forma de inclusão social.
Não obstante, encontra-se no âmbito Federal uma Secretaria15 (SENAES – Secretária
Nacional de Economia Solidária), pertencente ao Ministério do Trabalho e Emprego, que vem
impulsionando e fomentando o aludido projeto. Encontramos a seguinte citação em um de
seus textos para discussão:
A alternativa socialista que tem por base a economia solidária e a
autogestão apresenta três instâncias fundamentais:
1. A socialização dos meios de produção, implicando a abolição da
propriedade privada dos recursos produtivos e sua substituição pela
propriedade social, ou seja, a AUTOGESTÃO SOCIAL;
2. A socialização do poder político, a participação dos cidadãos livres e
iguais na formação coletiva de uma vontade política e no exercício direto
da autoridade, ou seja, a DEMOCRACIA DIRETA;
3. enfim, a transformação do mundo das relações intersubjetivas , no
sentido da afirmação da solidariedade, ou seja, a REVOLUÇAO
CULTURAL do COTIDIANO. (Nascimento, 2004, acessado em 05/03/2005)
Com isso, ressalta-se aqui que a utopia socialista se encontra presente no aludido
projeto e começa a entrar na agenda de discussão do próprio governo (embora reconhecemos
que se trata de um órgão muito incipiente e fraco).
Entretanto, alguns pontos apontados na literatura e encontrados em pesquisas
realizadas pelos autores (Benini, et al, 2005) em outros momentos levam a uma reflexão sobre
o projeto de Economia Solidária. Rosa Luxemburgo (2005) argumenta:
“Quanto às cooperativas, e antes de tudo, às cooperativas de
produção, são elas pela sua essência um ser híbrido dentro da economia
capitalista: a pequena produção socializada dentro de uma troca
capitalista. Mas, na economia capitalista, a troca domina a produção,
fazendo da exploração impiedosa, isto é, a completa dominação do
processo de produção pelos interesses do Capital, em face da concorrência,
uma condição de existência da empresa. Praticamente, exprime-se isso pela
necessidade de intensificar o trabalho o mais possível, de reduzir ou
prolongar as horas de trabalho conforme a situação do mercado, de
sobre o processo de lutas, indicamos: MOTTA, F. C. P; PERREIRA, L. C. P; TRANGBERG, M; VENOSA, R;
STORCH, S. Participação e participações: Ensaios sobre autogestão. São Paulo, Babel Cultural,1987.
14
Lembramos que a história vêm demonstrando que a tomada do poder, seja por revolução (União Soviética,
China) ou por via eleitoral têm fracassado nos seus discursos e projetos.
15
É importante reconhecer que a aludida Secretaria – SENAES – foi uma grande conquista da classe
trabalhadora, o que demonstra uma força social reivindicando por políticas públicas de inclusão social.
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empregar a força de trabalho segundo as necessidades do mercado ou
atirá-la na rua, em suma, de praticar todos os métodos muito conhecidos
que permitem a uma empresa capitalista enfrentar a concorrência das
outras. Resulta daí, por conseguinte, para a cooperativa de produção,
verem-se os operários na necessidade contraditória de governar-se a si
mesmos com todo absolutismo necessário e desempenhar entre eles mesmos
o papel de patrão capitalista, que, no caso de serem mais fortes os
interesses dos operários, pela dissolução. São esses fatos que o próprio
Bernstein constata, mas que evidentemente não compreende quando, com a
Sra. Potter Webb, vê na falta de “disciplina” a causa do fracasso (como se
o problema fosse cultural, educacional, falta de consciência solidária etc.)
das cooperativas de produção na Inglaterra. O que aqui se qualifica vulgar
e superficialmente de “disciplina” outra coisa não e senão o regime
absoluto natural ao Capital, e que evidentemente os operários não podem
empregar contra si próprios” (2005:80).
Dessa forma, conforme colocado por Luxemburgo (2005), existe uma heterogestão do
mercado, sendo que somente a cooperativa, por mais autêntica que seja, dado o contexto de
monopólio do capital, dificilmente pode concorrer com o progresso técnico.
Com isso, tem-se a utilização de nichos de mercado de baixo valor agregado, como o
“mercado do lixo” compondo o rol das cooperativas “autogestionárias”, que pode ser vista
como sendo muito mais funcionais ao capital, grosso modo, muito mais reacionária do que
revolucionárias. (Benini, 2004, Benini, et al, 2005)
Nesse sentido, muitas das políticas públicas também acabam descaracterizando o
movimento por se tratarem apenas de ações mitigadoras e emergenciais, que buscam apenas
compensar as conseqüências inevitáveis do modo de produção capitalista, como níveis
extremos de miséria.
Outro aspecto relevante é a amplitude do movimento de Economia Solidária em
relação à sua constituição. Por um lado, tem-se uma serie de cooperativas que suscitaram por
iniciativa dos próprios trabalhadores – com característica endógena – em processos de lutas e
de consciência de classe e, do outro lado, cooperativas sendo fomentadas e incubadas por
incubadoras universitárias e prefeituras – com característica exógena.
Contudo, Singer (2003) argumenta ainda sobre as colocações de Luxemburgo (2005),
apontando algumas condições proporcionadas nessas cooperativas que já apresentariam
grande significância:
“Se as condições de trabalho na fábrica capitalista eram duras, elas
sempre seriam menos duras na cooperativa por duas razões fundamentais:
na fábrica capitalista os empregados têm de produzir lucros proporcionais
ao capital investido, obrigação que os cooperados não têm, o que lhes
permite se auto-explorar menos; além disso, os cooperados têm a liberdade
de escolher quando e como trabalhar para tornar sua empresa competitiva,
ao passo que os trabalhadores assalariados têm de obedecer a
determinações da direção.” (Singer, 2003:17)
Singer ainda argumenta que as cooperativas são importantes primeiro porque permite
uma pedagogia, ainda dentro do capitalismo, da prática da “autogestão”, aprendizagem que é,
segundo ele, condição para se ter a possibilidade histórica de superação do capital, segundo
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porque na cooperativa há uma melhora das condições de trabalho e, em terceiro lugar elas
diminuem o exercito industrial de reserva, na medida em que gera trabalho e renda para os
desempregados. (Singer, 2003)
Apesar de tais defesas, é reconhecido pelo próprio Singer que existe sim “autoexploração” e competição entre as cooperativas que integrariam, assim, a chamada Economia
Solidária. (Singer, 2003)
5. Considerações finais.
A reflexão que se chega aqui é que existe um antagonismo de interesses nas correntes
de cooperativas abordadas. Pode-se justificar que esse antagonismo suscita pela forma e pelo
modo de (re)produção que ambas as correntes praticam/teorizam.
Desta forma, a “cooperativa empresarial” busca uma estrutura organizacional racional
e burocrática que utilizada a mão-de-obra assalaria – força de trabalho – como fonte de valor
para o capital e sua reprodução, sendo que o trabalho continua alienado e organizado aos
moldes da produção taylorista-fordista. A cooperativa é então usada como uma forma de
integração horizontal de pequenos-burgueses e/ou capitalistas que, em grande parte, não
participam do processo produtivo da cooperativa (como trabalhadores/operários/trabalhadores
rurais da cooperativa), esta sendo apenas uma alternativa para se obter vantagens na
comercialização e na agregação de valor (agregação essa ocorrida por uma lógica de geração
de mais valia).
Do outro lado, é advogado um cooperativismo que produz não em razão da reprodução
do capital – que se dá por meio da exploração de uma classe pela outra, do lucro, e sim com
uma finalidade socioeconômica. Está corrente busca praticar então uma forma de produção
não capitalista, sem antagonismo de classes, que busca uma emancipação do trabalho.
Contudo, acredita-se que dado à proporção conquistada pelas cooperativas agrícolas,
que já atuam praticamente como “empresas”, a legislação para elas atua como um entrave à
suas estratégias, que não deixam de ser estratégias do capital.
Desta forma, as cooperativas de Economia Solidária, por se tratarem de outra forma de
organização e produção, devem buscar um novo marco jurídico que as diferencie das outras
cooperativas “empresariais”, proporcionando assim que políticas públicas sejam direcionadas
de forma mais apropriada e precisa e, que movimentos que buscam uma outra forma de
cooperação, tenham uma alternativa mais estreita com seus objetivos.
Tem-se ainda, que a Economia Solidária, colocada apenas como uma ação do chamado
terceiro setor, não ampliando seu espaço de luta para a direção do estado, pode correr o risco
de ser apenas funcional para os interesses do capital.
6. Bibliografia consultada.
BENINI, Edi Augusto. Políticas Públicas e Relações de Trabalho: estudo sobre o processo e
natureza da denominada “Economia Solidária”, enquanto política pública, a partir da
investigação de alguns casos concretos. Dissertação de Mestrado. São Paulo: EAESP-FGV,
2004.
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