Universidade Presbiteriana Mackenzie - Centro de Comunicação e Letras
Publicação feita pelos alunos do 2º semestre de Jornalismo
Edição Nº 77
Junho de 2009
Ano VI
Música clássica atrai público
com homenágem a Borodin
5
O legado de
um heroi
6
Lazer perigoso
no Pacaembu
7
Lixo e
indiferênça
8
A reforma da
Folha
Caro leitor,
E
sta edição, criada pelos estudantes de jornalismo do
segundo semestre, inclui matérias sobre diversos temas presentes no dia a dia do paulistano, as vezes
desconhecido por este. Alguns dos artigos incluem sobre o
desperdício de alimentos, artistas franceses no Brasil, exposição de Ayrton Senna, opera gratuita em São Paulo, o
perigo de passear aos domingos com transporte publico e
sobre novas mídias.
Um dos artigos fala sobre a quantidade de lixo produzido pelos brasileiros. O Brasil é um país que desperdiça
muito alimento. Por ano, 26 milhões de toneladas são jogadas no lixo. O artigo de Tiago Melo explica por que tal
desperdício acontece e que medidas podem ser tomadas
pra minimizar o desperdício. O brasileiro joga fora mais
comida do que consome e o deposito de lixo não sabe lhe
dar com este desperdício, não sabendo armazenar com
adequação. Uma nutricionista foi entrevistada dando conselhos do que é jogado fora mas que poderia ser utilizado.
Um outro artigo, fala sobre um grupo de produção artística na França. Workshop pavillon é um laboratório presente no museu parisiense Palais de Tokyo. Artistas franceses
que participam do processo seletivo para a atuação no Le
Pavillon vieram ao Brasil para divulgarem seu laboratório e
explicar como este núcleo de pesquisa funciona. Outro motivo que os trouxe ao Brasil é que o tema deste ano é ‘cidade
moderna’, na qual eles compararão o caos de São Paulo com
a organização de Brasília- duas cidades modernas altamente
distintas uma da outra. A brasileira Angela Detanico participou do grupo artístico em 2002 e hoje ainda esta envolvida
nos projetos. Esta foi entrevistada e conta sobre sua experiência e detalha sobre o laboratório artístico Le Pavillon.
Um artigo, fala sobre o corredor de formula 1, Ayrton
Senna. A importância do ídolo Ayrton Senna foi reconhecida com uma homenagem aos seus 15 anos de morte no
Memorial da America Latina. Esta exposição estará a disposição gratuitamente ate o dia 6 de junho, La estão expostas alguns capacetes do eterno corredor brasileiro, fotos,
filmes e algumas imagens do Senninha, personagem criado pelo próprio Ayrton Senna, voltada para o trabalho com
valores infantis. Fernando Gambá alem de ser o promotor
do evento diz que é um grande fã. A matéria também fala
um pouco da carreira de Ayrton, mostrando dados do corredor em seus 10 anos de carreira, mostrando também o
Instituto com seu nome que abrangem o pais inteiro e que
Foi fundada no mesmo ano da morte do ídolo.
Alem do reconhecimento nacional, ele também é lembra-
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Centro de Comunicação e Letras
Diretora: Profa.Dra. Esmeralda Rizzo
Coordenador: Prof.Ms. Osvaldo Hattori
Editor: André Nóbrega Dias Ferreira
Projeto Gráfico: Renato Santana
Diagramação e reportagem:
do em muitos locais do mundo pelas suas grandes corridas .
Outro artigo, fala sobre uma performance. Chega em
São Paulo a Opera do russo Alexander Borodin chamada
O Príncipe parecendo com um intuito de popularizá-la no
Brasil com apresentação gratuita as 11 horas no dia 26 de
abril, com a maioria de idosos na platéia, o publico ovacionou os artistas com grandes aplausos, mostrando interesse esgotando os lugares antes mesmo da peça começar.
A maioria dos jovens eram crianças acompanhadas de seus
pais . Em media eram 50 pessoas entre orquestra e artistas que fizeram uma performance emocionante. A matéria
também conta um pouco da historia de Alexander Borodin
como compositor e medico, alem de sua peça O Príncipe.
Depoimentos de entrevistados da platéia e algumas coisas
a mais como valores culturais da apresentação.
Moradores do Pacaembu sofrem todos os finais de
semana, jogos de futebol e amontoados de pessoas nos
transportes públicos dificultam a vida de seus residentes.
Juliana Moreira, 19 anos, e suas amigas relatam: “Logo
que entramos no vagão percebemos que alguma coisa ia
acontecer, eu olhei para a cara das meninas e senti que todas estavam morrendo de medo” afirma ela contando sua
experiência no metro com a torcida da Gaviões da Fiel,
“Eles ficavam passando a mão e me agarrando pelo cabelo” conta ela. O que torna a situação ainda mais grave é que
policiais e funcionários do metrô estavam presentes na estação, e podiam ver a cena, mas nada faziam. “Acho que
os guardas estavam com mais medo dos gaviões do que a
gente”, disse Juliana. Casos parecidos acontecem com certa frequência, a falta de respeito ao time adversário é algo
comum em jogos de futebol pelo Brasil, hinos que ofendem o adversário e brigas de torcidas organizadas é algo
comum hoje em dia em jogos de futebol.
Em um mundo que se reinventa a cada segundo o modo
de fazer jornalismo também vem mudando e tentando se
adequar a essas mudanças um exemplo de adaptação jornalística é o Grupo Folha que busca na internet um novo
modo de fazer um editorial, mas apenas usando o modelo de internet como parâmetro e não tentando competir
nesse meio, seguindo a direção do que é considerado modernidade, ou o chamado ‘estado da arte’. Segundo Carlos
Eduardo Lins da Silva, diretor do grupo, a Folha de S. Paulo priorizará os textos mais compactos e didáticos, objetivando uma síntese analítica dos acontecimentos recentes.
“As mudanças visam aumentar a concisão e análise no noticiário quente do jornal”, diz ele.
Alexandre Zveibil; Camila Conceição,
Fernanda Camargo; Guilherme Manteiga;
Jéssica Ciornavei; Juvenal Dias; Melina
Cabral; Rafael Xavier; Renata Salomão;
Tiago Melo; Verônica Reichenberger.
Jornal Laboratório dos alunos do segundo
semestre do curso de Jornalismo do Centro
de Comunicação e Letras da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, orientados pelo
professor André Nóbrega Dias Ferreira,
jornalista, MTB n° 26514.
Impressão: Gráfica Mackenzie
Acontece • Página 2
Tiragem: 200 exemplares
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exclusivas, entrevistas na íntegra e intergarir com a nossa equipe:
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Uma ópera nos violinos
Fotos: Guilherme Manteiga e Juvenal Dias
Concerto em dedicatória à ópera O Príncipe Ígor lota auditório em São Paulo
Guilherme Manteiga
Juvenal Dias
N
o dia 26 de abril, foi realizado
na Galeria Olido, no centro da
cidade de São Paulo, um concerto em
dedicatória a uma ópera chamada O
Príncipe Igor, do compositor russo
Alexander Borodin. O espetáculo
possuía entrada franca e iniciou-se
às 11 horas da manhã, porém já por
voltas das dez e meia, havia uma
grande fila de pessoas ansiosas por
ver a Orquestra Sinfônica Municipal
apresentar a ópera do póstumo
compositor. O auditório de 296
lugares foi totalmente ocupado antes
mesmo do início da apresentação.
Já no auditório, o público que
mais se destacava era dos idosos,
que contemplaram os músicos da
orquestra em aquecimento com
seus violinos. Havia um pequeno
contingente do público jovem, que
geralmente acontece em relação à
música clássica, já que este não está
esclarecido quanto à cultura geral,
apesar de haver pluralidade de grupos
e diversidades culturais que abrangem
nosso país.
A maior parte dos jovens no local era
do público infantil, que foram levados
para a ópera por seus pais. “Trago
minha filha desde pequena, para que
ao crescer, continue querendo fazer
parte dos círculos culturais, como
faz parte agora, comigo e com o avô”,
disse a comerciante Maria Regina, de
43 anos, indagada sobre a importância
do evento para a formação de sua
filha.
“São todos maravilhosos, adoro
vê-los porque sempre me emociono,
sem contar que é um tema lindo,
Opera não se mostrou elitista
com peso de preciosidade”, disse
Renato, 71 anos, aposentado, quando
indagado sobre a Orquestra Sinfônica
e da composição que seria regida.
Próximo às 11 horas, todos os
músicos já estavam em cima do palco
com seus instrumentos clássicos, e,
logo após, a maestrina apresentou-se
e o espetáculo teve início. A música
clássica é tão tocante para alguns, que
havia pessoas com olhos marejados de
lágrimas. No meio do concerto, o Coral
Lírico, com mais de 50 pessoas, entrou
em palco e situou-se atrás da orquestra.
Eles fizeram o acompanhamento ao
canto juntamente com os músicos.
A combinação destes dois grupos foi
intensa, cada vez que se encerrava
um ato, as pessoas se levantavam e os
ovacionavam os artistas por minutos.
Um compositor que veio do frio
Alexander Borodin, o compositor
que a Orquestra Sinfônica Municipal
fez a dedicatória, viveu no século
XIX, na Rússia. Nasceu em São
Petersburgo no dia 12 de novembro de
1833 e faleceu no dia 27 de fevereiro
de 1887. Formado em medicina,
mas sua grande especialidade era a
química, tanto que na maior parte de
sua vida dedicou-se a estes estudos.
Seus estudos enfocavam o aldeído e
o benzol. Também lecionou química
orgânica na Academia Militar de São
Petersburgo.
Acontece • Página 3
Desde criança, apesar de sua vida
ser direcionada às ciências, aprendeu
a tocar piano, tanto que aos nove anos
de idade escreveu um dueto para
este instrumento. Conforme o tempo
passou, ele manteve contato com Mily
Balakirev, que o conveceu a se integrar
ao Grupo dos Cinco, que era um grupo
de nacionalistas russos, cujo objetivo
era a composição de óperas com
temas russos. Os três outros membros
do grupo eram César Cui, Modest
Mussorgsky e Nikolai-Korsakov.
O Príncipe Igor, obra que a
orquestra regiu, foi uma ópera de
Borodin que este não a completou,
depois de 18 anos de trabalho. Acabou
por ser completada por Nikolai
Rimsky-Korsakov
e
Alexander
Glazunov após a morte do compositor.
Ópera que demorou mais de 20 anos
para ser concluída, e sua primeira
apresentação foi em São Petersburgo,
no teatro Mariinsky, no dia 4 de
novembro de 1890.
O valor cultural desta ópera é muito
grande, e sua beleza é um fato, tanto
que as pessoas que sairam da Galeria
Olido, deixaram o lugar emocionadas.
Quando o espetáculo chegou ao fim, a
vontade era de mais. A cidade de São
Paulo é um lugar incrível para quem
se identifica com aspectos culturais
de diversas vertentes, e muitos são
de graça, como foi este maravilhoso
concerto.
Worskshop Pavillon na FAAP
Núcleo de pesquisa e produção artística do Palais de Tokyo possibilita a produção de obras por jovens artistas
Fernanda Camargo
Rafael Xavier
Veronika Reichenberger
O
Fotos: Veronika Recihenberger
Le Pavillon, criado em 2001, é um
núcleo de pesquisa e produção
artística do Palais de Tokyo, o museu
mais recente construído em Paris, no
ano de 2000. Ele esteve em São Paulo, na residência artística da FAAP,
dos dias 27 de abril a 10 de maio, para
a apresentação de um Workshop que
reunia nove artistas de diferentes nacionalidades junto a quatro ex-alunos
da FAAP, experimentando no Brasil
duas realidades urbanas aparentemente opostas: o caos e a ausência de
planejamento de São Paulo e a experiência do urbanismo totalmente planificado de Brasília.
O projeto é diferente de qualquer
outro, devido à sua característica dinâmica de possibilitar a produção de
obras por jovens artistas. Isso o faz ser
considerado como uma plataforma de
espaço coletivo de criação. Com uma
estrutura pequena permite o principal
objetivo do projeto: a plena conexão
entre os participantes.
Ange Leccia, um dos artistas fundadores do projeto Le Pavillon, considera-o como “uma escola dentro do
museu”. Ele sugeriu diversas ideias
para o museu sobre novas exposições
e agrupamento de estilos artísticos,
pois trabalhava, nos anos 80, com esse
estilo de junção. Ele queria criar um
projeto pequeno, porém com grande
importância internacional. Conforme
havia planejado, os artistas ficariam
em determinado lugar do mundo por
oito meses para suas experiências em
diversas áreas da arte, com o objetivo
de criar de três à quatro projetos.
O Le Pavillon trabalha com coreógrafos, dançarinos, músicos, arquitetos,
pintores etc. Nele, o trabalho é coletivo.
Todos os participantes são obrigados
a possuir a capacidade de trabalho em
grupo e ter segurança de seu dom para
facilitar a troca artística. Ao ingressar e
iniciar a atuação no Le Pavillon, o indivíduo passa a ter a oportunidade de divulgação de seus projetos no Palais de
Tokyo e em outros locais, permitindo o
reconhecimento de suas obras por artistas profissionais de todo o mundo.
Christian Merhiot e Fabien Danesi
participam do processo de seleção dos
artistas que integram o projeto anualmente. Eles passaram duas semanas
no Brasil para desenvolver um novo
projeto cujo tema é “Cidades Modernas”. Nesse contexto, os artistas inscritos trabalharão com a comparação
entre São Paulo e Brasília, duas cidades modernas com fundamentos completamente diferentes.
Fabien Danesi, crítico de arte, também participou do Le Pavillon esse ano.
Ele veio ao Brasil motivado pela participação dos artistas nacionais Rafael Lain
e Angela Detanico no ano de 2002. Ambos moram em Paris desde o período
em que participaram do projeto e trabalham, desde 2007, em publicações do la-
Fabien Danesi e os alunos partcipantes do Le Pavillon
boratório. Para este ano, Fabien pensou
em trabalhar com um jornal brasileiro
direcionando o projeto para uma publicação, como um catálogo.
Fabien relata que a diversidade
dentro das propostas do projeto força
os artistas a descobrirem suas fraquezas e pontos fortes. Segundo ele, “o laboratório trabalha com plataformas na
área de música, publicação, escultura,
e diversas outras áreas”. Mais do que
isso, não é apenas o projeto final que
é considerado de grande relevância,
mas sim todo o processo de criação. A
plataforma imposta define o verdadeiro artista, visto que uma obra qualquer
pessoa pode criar.
Em novembro de 2008, o grupo
escolhido teve que produzir uma obra
de música pra rádio cultural de Paris,
com um prazo máximo de uma hora
e meia de programa. Nenhum artista
era músico, o que era justamente a
intenção; a descoberta de uma nova
área de atuação, trabalhando com
um famoso músico francês. O mesmo
grupo participou fazendo esculturas
em um museu de esculturas em Paris.
Angela Detanico, organizadora do
projeto, artista plástica brasileira e tradutora dos artistas franceses no evento,
diz que em 2002 a proposta foi “Delta
Geográfico”. Portanto, a viagem foi destinada ao Vietnã e o trabalho foi desenvolvido no delta do rio Mekong. Ela relata que os temas são relativamente amplos para que os artistas possam investir
neles a partir de sua própria visão de
mundo. Em entrevista, a artista conclui:
“graças ao Le Pavillon, estou até hoje em
Paris trabalhando como artista, algo que
dificilmente teria conseguido sem a participação nesse laboratório”.
Exposição de um herói nacional
Memorial da América Latina apresenta a Exposição Ayrton Senna
Guilherme Manteiga e
Juvenal Dias
U
m belo e agradável programa
para ser feito é visitar o Memorial da América Latina, próximo à estação Barra Funda do metrô. Nele, se
encontra uma amostra de um grande
ídolo do esporte nacional, na Exposição Ayrton Senna – Imagens de um
mito que está a disposição do público até o dia 6 de junho, na Biblioteca
Latino–americana Victor Civita, com
entrada franca.
É uma boa oportunidade para rever fotos e vídeos do tricampeão de
Fórmula 1, conhecer uma parte do
Instituto Ayrton Senna, que ajuda
crianças carentes e chegar perto de
objetos de corrida dele como capacetes, usados em conquistas de título, e
um macacão que usava na época que
corria pela escuderia McLaren. Além
desses artigos, há também miniaturas
de carros guiados pelo piloto e que fizeram história da categoria máxima
do automobilismo. Ainda tem imagens do Senninha, um personagem de
quadrinhos idealizado pelo próprio
Ayrton, que tem como principio básico transmitir valores para as crianças.
A exposição, que marca os 15 anos
da morte do ídolo e da mesma data de
criação do Instituto, é uma parceria
do Memorial com o próprio Instituto,
como explica Fernando Gamba, promotor de eventos, idealizador e organizador da exposição, em entrevista:
“já tínhamos esse projeto em mente
faz uns dois anos, mas esperamos
uma data mais importante para poder realizá-lo. Sou fã dele e, como eu,
todo brasileiro tinha o hábito de acordar domingo de manhã para assisti-lo
correr. Essa exposição nada mais é
do que mais uma justa homenagem a
quem fez tanto pelo país e que permanece vivo na memória de todos nós”.
Em outra pergunta, Fernando disse
que a expectativa é de que quinze mil
pessoas passem para observar o acervo, que começou no dia 7 de maio e,
logo em seguida, irá para a cidade de
São Caetano.
Marcos da Costa, 45 anos, engenheiro, transmite o que sentiu ao
se deparar com a amostra:
“é realmente emocionante!
Poder ver o legado deixado por ele (Ayrton) é espetacular, principalmente,
rever trechos de corridas
mágicas que protagonizou
contra tantos adversários
formidáveis. Com certeza
quem vem ‘pra cá’ não se
arrepende”.
Falando da exposição,
há um vídeo contando da
carreira de Senna, com entrevistas dele próprio e pessoas que conviveram com
ele dentro e fora das pistas, cerca de duas horas de
filmagem, mais fotos dele
com frases e fatos do piloto,
imagens do Senninha e de
crianças beneficiadas com
projetos do Instituto. Há,
ainda seis capacetes. Um
deles é o que o piloto usou Macacão vitorioso
em 1988, quando conquistou seu primeiro Campeonato Mundial. O público também positions e 41 vitórias. Era considerapoderá apreciar outros capacetes do um piloto arrojado, que fazia peremblemáticos, como o do ano de seu formances impossíveis e respeitado
terceiro campeonato (1991), o da por todos seus adversários.
sua primeira vitória no GP de MônaMorreu prematuramente num fim
co (1987) e o capacete usado no GP de semana trágico para o automobido Brasil, em 1994. Complementam lismo, no dia 1º de maio de 1994, no
a série, os capacetes utilizados pelo circuito de Ímola, na Itália. É considepiloto em Donington (1993) e o da rado herói nacional, principalmente
sua primeira vitória no GP de Portu- por ter resgatado a auto-estima de um
gal, em 1985.
povo.
Sobre o piloto
Ayrton Senna da Silva correu entre
os anos de 1984 e 1994 na Fórmula 1,
tendo obtido 3 títulos do Campeonato
Mundial em 161 corridas com 65 pole-
As facetas da fundação Senna
Sobre o Instituto Ayrton Senna
O Instituto Ayrton Senna atua desde 1994 com o objetivo de desenvolver
o potencial das novas gerações, por
meio da educação de qualidade. Para
isso desenvolve programas educacionais que já atenderam 11.640.930
crianças e jovens, em 1.372 cidades,
de 26 estados brasileiros e Distrito
Federal, com 553.512 educadores capacitados. É a única organização nãogovernamental no mundo a conquistar o título de Cátedra em Educação
e Desenvolvimento Humano, da rede
de cátedras da UNESCO. Em 15 anos,
foram investidos R$ 203.417.308 em
seus programas educacionais, que são
realizados em escala, por meio de parceria com as redes púbicas municipais
e estaduais de educação.
Era para ser apenas um domingo no parque
O que poderia ser mais um belo domingo de sol algumas vezes pode acabar se tornando um grande pesadelo
Alexandre Zveibil
Renata Romão
M
oradores do bairro do Pacaembu, região central de uma das
cidades mais movimentadas da América Latina, precisam pensar duas vezes toda semana antes de decidirem
se podem ou não ir a um parque com
seus familiares. Tudo isso porque, em
São Paulo, domingo é dia de futebol
e as torcidas organizadas tomam conta do transporte público da cidade,
transformando qualquer movimentação em um verdadeiro caos.
Na última semana, Juliana Moreira, 19 anos, e suas amigas, todas residentes do bairro do Campos Elíseos,
decidiram fazer uma visita ao Parque
da Juventude: “ o pessoal do trabalho
disse que tem muita coisa legal por
lá, então decidimos ir conhecer o parque no domingo a tarde”. As garotas,
todas usuárias do transporte público, não sabiam que neste mesmo dia
ocorreria uma partida de futebol, por
isso não se preocuparam em utilizar
um caminho alternativo. Porém, o que
aconteceu foi que ao entrar no vagão,
na estação República do metrô, elas se
depararam com dezenas de torcedores de uma torcida organizada, alguns
deles completamente alcoolizados segundo as próprias garotas.
“Logo que entramos no vagão percebemos que alguma coisa ia acontecer, eu olhei para a cara das meninas e
senti que todas estavam morrendo de
medo”, explicou Juliana, ao ser questionada sobre o que aconteceu dentro
do metrô. As garotas dizem que assim
que entraram no trem, com destino
ao Parque da Juventude, começaram
a ser assediadas de maneira agressiva
por alguns membros da torcida organizada Gaviões da Fiel. “Eles ficavam
passando a mão e me agarrando pelo
cabelo”, disse Mara Albuquerque, de
18 anos. “Foi um grande pesadelo, depois daquele dia, eu nunca mais ando
de metrô, completou a moça.
O que torna a situação ainda mais
grave é que policiais e funcionários do
metrô estavam presentes na estação,
Em meio a parques, o estádio espanta moradores em dias de jogo
e podiam ver a cena, mas nada faziam. “Acho que os guardas estavam
com mais medo dos gaviões do que a
gente”, disse Juliana, com um tom de
ironia.
Outro caso parecido com o de Juliana e sua turma aconteceu no mesmo
domingo, só que desta vez, ao invés do
metrô, ocorreu dentro de um ônibus.
Santiago Alfenas, de 21 anos, é torcedor fanático do Corinthians, “Minha
família até se assusta quando eu estou
assistindo os jogos do timão, as vezes é
difícil de se controlar”, diz o rapaz. No
último domingo, como costuma fazer,
Santiago saiu de sua casa, localizada
no bairro de Higienópolis, a caminho
do ônibus que o deixaria em frente ao
Estádio Municipal do Pacaembu. Ao
entrar no ônibus, ele viu uma cena
que o deixou indignado; três rapazes,
de uma torcida organizada do Corinthians, estavam xingando um menino
menor de idade, tudo porque o garoto
vestia uma camisa de outra equipe de
futebol. “ O menino tinha uns 14, 15
anos, qual o problema dele torcer pros
porcos?”, se questionou Santiago.
“Tinha um monte de corintianos
no ônibus, mas a maioria não fez
nada pra defender o garoto, e eu não
sou louco de ir defender ele e depois
apanhar de um monte de gente, né”,
explica Santiago, quando perguntado
sobre a razão de não ter oferecido ajuda ao garoto.
Infelizmente estas situações são
muito mais comuns e corriqueiras do
que se imagina e não ocorrem apenas
com as torcidas X,Y ou Z, e este problema não é apenas encontrado no
estado de São Paulo. Casos no Rio de
Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre
e muitas outras cidades brasileiras
ocorrem praticamente com a mesma
frequência.
A realidade mostra que não estamos mais seguros quando se esta nas
proximidades de estádios de futebol,
para sair de casa devemos pensar dez
vezes antes de correr um risco desnecessário.
O futebol é uma paixão nacional,
une o povo, traz felicidade aos menos
favorecidos, mas até quando seremos
reféns de trogloditas que matam uns
aos outros apenas porque se torce
para uma equipe diferente?
Lixo sem consciência
Tiago Melo
Pesquisas afirmam que um terço de tudo que se compra vai para o lixo
Tiago Melo
P
or ano, toneladas de alimentos são
produzidas no Brasil e dessas, 26
milhões são jogadas no lixo, segundo
dados da Organização das Nações
Unidas para Agricultura e Alimentação
(FAO). De 100 caixas de produtos
alimentares colhidas no campo, 39
não chegam à mesa do consumidor.
Das 43,8 milhões de toneladas de lixo
geradas anualmente no Brasil, 26,3
são de comida. 60% do lixo urbano
produzido no país é composto por
restos de alimentos. De cordo com o
IBGE, a quantidade seria suficiente
para alimentar 35 milhões dos cerca de
72 milhões de brasileiros em situação
de insegurança alimentar.
Um estudo realizado pela Empresa
Brasileira de Pesquisas Agropecuária,
no centro da agroindústria de alimentos
comprova que, o brasileiro joga fora
mais do que come. Em hortaliças e
leguminosas por exemplo, são jogados
no lixo, todo ano, cerca de 37 quilos
por habitantes. Dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatísticas
(IBGE) mostram que, nas principais
capitais do país, os cidadãos consomem
em torno de 35 quilos desses produtos
por ano, dois quilos a menos, do que oo
que jogam no lixo. Nos Estados Unidos
o índice de desperdícios de alimentos
gira em torno de 10%. Já no Brasil,
esse valor chega a quase 40%.
Uma família brasileira joga fora, em
média, meio quilo de comida por dia. Um
hipermercado pode desperdiçar por mês
até 2000 quilos de alimentos bons para o
consumo, mas não para a venda. A perda
de alimentos nas feiras livres de São Paulo
é estimada em 1000 quilos por dia.
Todos os dias, milhares de donas
de casa, abrem suas geladeiras e
armários de cozinha e se deparam com
alimentos fora do prazo de validade,
que vão diretamente para a lixeira.
E foi pensando nisso que o instituto
Akatu começou a promover uma
campanha para evitar o desperdício
de alimentos, tendo como slogan “1/3
de tudo que você compra vai para
o lixo”. Essa campanha tem como
principal objetivo, motivar o cidadão
A reciclagem salva muitos brasileiros da miséria
a responder, de forma positiva, ao
desafio de evitar o desperdício de
alimentos, contribuindo assim para a
construção da sustentabilidade da vida
no planeta. Além dessa campanha,
o Instituto, apóia e participa de
diversos outros projetos, sendo o mais
recente o quadro “Mudança Geral”
produzido pelo programa fantástico
da rede globo, onde uma família deve
aprender a evitar o desperdício, não
apenas de alimentos,mas energia e
água. O quadro tem como consultora
Raquel Diniz, que é coordenadora de
capacitação comunitária do instituto.
Uma maneira de evitar tamanho
desperdício, é aprendendo mais
sobre os alimentos que consumimos.
Conhecer mais cada um deles e seus
valores nutritivos. O que muitos
desconhecem, é que em muitas frutas
e verduras, a maior concentração
de vitaminas e nutrientes estão nas
partes não convencional desses
alimentos, como as folhas e as cascas,
que geralmente são descartadas.
“Muitos sabem que a banana é rica
em potássio, porém poucos sabem que
a casca da banana possui duas vezes
mais potássio que a própria fruta. E
que é possível fazer várias receitas com
ela, e o sabor, no final, é imperceptível”,
explica a nutricionista Thaís Salata.
O sesi São Paulo possui um
programa educacional de incentivo
ao aproveitamento integral do
alimento, chamado “Alimente-se
bem”. O programa foi criado em 1999
e incentiva a mudança nos hábitos
alimentares da populção, promovendo
aulas práticas, ensinando receitas de
baixo custo, utilizando os conceitos de
aproveitamento total dos alimentos.
A Nutricionista Thaís Silveia Salata,
atua no projeto há seis anos, ministrando
aulas gratuitas para a população.
“As pessoas ainda tem muito
preconceito em utilizar certas partes
dos alimentos. Não comem o tálo de
alguns legumes por serem duros, não
fazem uso da rama das cenouras por
não ser algo usual, sem saber que as
folhas da cenoura, tem muito mais
vitamina C que a própria cenoura.
O que é muito comum de se ver,
principamente em feiras livres, são
pessoas comprando couve-flor, e
jogando as folhas da couve no lixo,
sendo que as folhas da couve-flor,
quando bem preparada, são mais
saborosas até que a tradicional couvemanteiga. No programa a gente ensina
as pessoas a fazerem receitas mais
nutritivas, e com um custo muito mais
baixo. Além de livros de receitas, o
programa também oferece uma tabela
de composição química das partes não
convencionais dos alimentos”.
O programa “Alimente-se bem”
atua em quarenta unidades do sesi
em todo o estado de São Paulo
e em algumas unidades móveis.
E tem ajudado muitas pessoas a
compreenderem mais essa questão
do desperdício, além de auxiliá-los na
mudança de seus hábitos alimentres,
fazendo-os ter uma alimentação muito
mais saudável e nutritiva.
Os interessados em participar
do programa, deverão procurar o
Centro de Atividades do Sesi mais
próximo. Para obterem maiores
informações podem acessar ao site:
www.sesisp.org.br. Lá as pessoas
poderão encontrar informações sobre
o programa, e como participar.
Inovação no veículo impresso
Grupo Folha reforma a linha editorial para acompanhar a nova tecnologia
Camila Conceição
Jéssica Ciorniavei
Melina Cabral
E
Acompanhar a modernidade sempre atrai novos leitores
da Silva, diretor do grupo, a Folha
de S. Paulo priorizará os textos mais
compactos e didáticos, objetivando
uma síntese analítica dos acontecimentos recentes. “As mudanças visam aumentar a concisão e análise no
noticiário quente do jornal”, diz ele.
Dentro da nova lógica de edições,
os textos passarão a ser, na medi-
Fotos: Jéssica Ciorniavei
m meio a um cenário que se
modifica diariamente, cada vez
mais surgem novas tecnologias que
influenciam a forma de fazer jornalismo. Dentro desse contexto em
que a internet, principalmente, ganha cada vez mais força, os veículos impressos buscam uma forma
de se adequar a essa realidade, se
modernizando em vários aspectos
e procurando continuar a deter características particulares no seu
modo de transmitir informação.
O Grupo Folha, por exemplo, busca encara esta situação aprimorando seu projeto editorial tendo como
base o modelo da internet, isto apemas como forma de parâmetro não
diretamente uma mudança buscando competir com este meio. Dentro
desse panorama, introduziu-se em
um novo ciclo editorial, seguindo a
direção do que é considerado modernidade, ou o chamado ‘estado da
arte’. Segundo Carlos Eduardo Lins
Motoboys e taxis são uma constante na sede do jornal
da do possível, mais sucintos, não
deixando de dar a devida importância às matérias mais relevantes. Ela
tem como proposta fundamental a
valorização das particularidades relativas à plataforma impressa, oferecendo a seus leitores um jornal
mais moderno e atualizado, pois,
sem mudanças, qualquer manifestação de imprensa envelhece rápido, de tal forma que pode até perder
leitores. Apesar de estabelecer alterações em algo conhecido e functional ser um risco, isso se faz necessário para sua própria sobrevivência.
Além da nova linha editorial,
a Folha também passa por uma
reforma arquitetônica, que visa
aumentar a interação entre o periódico, a Folha Online, as revistas e o jornal Agora por meio da
reorganização do espaço, além de
aperfeiçoar as condições gerais de
trabalho, e outra no sistema digital, que será aprimorado para agilizar o fechamento das matérias.
Mesmo que essas reformas sejam essenciais para que o jornal
se mantenha forte, elas não foram
pensadas em função do advento
das novas alternativas jornalîsticas,
como cita ainda Carlos Eduardo: “a
reforma não foi pensada como forma de enfrentar a internet, mas as
discussões sempre levam em consideração as novas tecnologias”.
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