21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental
I-033 – ESTAÇÃO DE CONTROLE DE PRESSÃO FREGUESIA DO Ó.
UMA OBRA DE CONTROLE DE PERDAS
Mario Alba Braghiroli (1)
Tecnólogo em Construção Civil na modalidade Obras Hidráulicas pela Faculdade de
Tecnologia de São Paulo (FATEC-SP). Gerente da Divisão de Controle de Perdas Norte –
Sabesp.
Alex Orellana
Tecnólogo em Mecânica pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC-SP).
Encarregado de Manobra da Divisão de Operação de Água Norte – Sabesp.
Sebastião Matos de Carvalho
Engenheiro Civil pela Universidade Camilo Castelo Branco (UCCB/SP). Engenheiro da Divisão de Controle
de Perdas Norte – Sabesp.
Valdemir Viana de Freitas
Engenheiro Civil pela Universidade Guarulhos (UnG/SP). Engenheiro da Divisão de Controle de Perdas Norte
– Sabesp.
Endereço(1): Rua Conselheiro Saraiva, 519 - Santana – São Paulo - SP - CEP: 02037-021 - Brasil - Tel: +55 (11)
6971-4097 – Fax: +55 (11) 6971-4098 - e-mail: [email protected]
RESUMO
A Unidade de Negócio Norte vem atuando no processo de gestão operacional para redução de perdas na região
metropolitana de São Paulo. O processo consiste em um conjunto de ações planejadas por técnicos da Vice –
Presidência Metropolitana da Distribuição da Sabesp. As principais ações que sustentam o processo são:
reduzir o tempo médio de reparo em 06 horas, pesquisa acústica de vazamentos em áreas críticas duas vezes ao
ano, controlar e proteger 40% da rede de distribuição com válvulas redutoras de pressão, implantar
ressetorização, melhorar a macromedição, trocar otimizadamente os hidrômetros de pequena e de grande
capacidade, acertar a inclinação dos hidrômetros, combater fraudes e irregularidades nas ligações inativas e
implantar redes em áreas irregulares.
O principal investimento no processo é a implantação das microzonas de controle de perdas. Trata-se de uma
tecnologia importada da Inglaterra, para reduzir automaticamente a pressão nas horas desnecessárias, através
de controladores eletrônicos alimentados por baterias de lítio. Atualmente a Unidade de Negócio Norte tem
130 microzonas de controle instaladas e outras 70 projetadas para serem instaladas em 2001 e 2002. A Estação
de Controle de Pressão Freguesia do Ó é a nossa maior área de controle de pressão instalada. Trata-se de um
conjunto de vrps que controlam e protegem 252 km de redes de distribuição.
Neste trabalho serão descritas as ações desenvolvidas no setor de abastecimento Freguesia do Ó, ações estas
que restabeleceram o controle e o zoneamento piezométrico. O principal destaque é a questão das perdas
físicas e da vazão economizada após a implantação do sistema de controle e ainda destacam-se os ganhos
operacionais, a eliminação de perdas de carga localizadas, o aumento da eficiência do abastecimento e a
redução dos custos com a manutenção de redes.
PALAVRAS-CHAVE: Perdas físicas, Setorização, VRP.
INTRODUÇÃO
O setor de abastecimento Freguesia do Ó, situado na região noroeste do município de São Paulo, é limitado
pelos setores Vila Brasilândia, ao norte, Lapa, ao sul, Vila Nova Cachoeirinha/Casa Verde, a Leste, e Pirituba,
a oeste. Tendo como limitadores, ao sul, os eixos das ferrovias RFFSA e CPTM. O setor é contraído pelo rio
Tietê e pelas duas pistas da marginal do rio Tietê, sentido leste-oeste.
O setor é abastecido pelo Sistema Adutor Metropolitano – SAM através de derivação do tramo Guaraú – Lapa
(Ø 850 mm), proveniente do reservatório da E.T.A. Guaraú (42.000 m³ - cota N mínimo 826,00). A variação
altimétrica do setor encontra-se em torno de 75 m, situado os pontos mais altos na cota 795,00 e os mais
baixos na cota 720,00, junto ás margens do rio Tietê.
ABES – Trabalhos Técnicos
1
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Praticamente toda a área abrangida pelo setor Freguesia do Ó conta com completa infra-estrutura, com serviço
de distribuição de água, coleta de esgotos, drenagem urbana, distribuição de energia elétrica, telefonia, gás,
etc. O uso do solo é de características predominantemente residencial, com algum uso industrial. O centro de
reservação foi desativado em 1976, devido a deficiência apresentada no sistema de distribuição, gerada pela
insuficiência de rede de distribuição primária no setor e problemas estruturais nos reservatórios. Esse setor
abastece em torno de 90 mil habitantes, possui 32.173 ligações de água sendo que 210 ligações são de grandes
consumidores e 507 ligações de favelas. O setor foi ressetorizado em zona alta com 124 km de redes e em
zona baixa com 128 km.
CARACTERÍSTICAS DO CENTRO DE RESERVAÇÃO
Em meados de 1992 foram concluídas as obras de complementação da rede primária preconizadas em estudos de
1987. Tais obras visaram dar condições de se reimplantar o zoneamento piezométrico no setor. Em 1997 foi
concluída a reforma estrutural do reservatório apoiado, ficando pendente a reforma da estrutura de controle. Em
1998 e 1999, foram implantadas vrps nos pontos críticos de pressão alta. Em 1999 foi demolido o reservatório
elevado, devido a sua estrutura não apresentar condições de segurança e ainda neste ano foram iniciados estudos
para implantação da Estação de Controle de Pressão.
A Tabela 1 contém as principais características do Centro de Reservação.
Tabela 1: Características do Centro de Reservação.
Reservatório
Reservação
Semi enterrado
Elevado
m³
8.200
500
NA mínimo
Operacional
M
772,286
791,521
Cota do
Extravasador
m
777,206
802,001
CARACTERÍSTICAS DO SETOR
A seguir, serão mostradas as características do setor Freguesia do Ó. Na Tabela 2 está contido um resumo das
caracterísiticas físicas da rede primária do setor, na Tabela 3, contém as extensões de rede com pressão estática
acima de 60 mca e, a Tabela 4, apresenta a projeção populacional até o ano de 2015.
Tabela 2: Características físicas da rede primária.
Diâmetro
Extensão
Percentual
mm
m
%
0 a 23
200
24.958
40
14.905
250
5.915
9
2.850
300
12.240
20
8.610
350
2.100
3
540
400
8.190
13
6.855
500
1.230
2
1.948
600
5.305
8
800
3.165
5
Total
63.103
100
35.708
2
Idade de rede
ano
24 a 27
28 a 38
5.565
2.438
640
150
780
390
400
390
670
3.165
5.715
8.873
acima de 38
2.050
2.425
2.700
1.170
935
4.370
13.650
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Tabela 3: Extensão de rede com pressão estática acima de 60 mca.
Diâmetro
Extensão
mm
m
200
9.422
250
1.860
300
5.860
350
1.217
400
4.045
500
380
550
490
800
1.060
Total
24.334
Tabela 4: Projeção populacional até 2015.
Ano
População
1991
162.544
1995
168.055
2000
173.735
2005
178.086
2010
181.008
2015
182.415
DESENVOLVIMENTO
Com o desenvolvimento do programa de redução de perdas, houve a necessidade de estabelecer mecanismos
de controle do setor Freguesia do Ó. A partir disto, iniciaram-se os estudos para a implantação de vrp na linha
primária de abastecimento da zona baixa do setor.
Nos estudos e reuniões de avaliação, a idéia original de se ter uma válvula para controlar a zona baixa evoluiu
para o controle total do setor, através de uma segunda vrp para a zona alta. Uma vez identificado o potencial
de controle de pressão nas duas zonas piezométricas, o próximo passo seria restabelecer o limite entre a zona
baixa e a zona alta do setor. Este item tornou-se o caminho crítico do processo, pois o comportamento do
sistema de abastecimento após anos sendo operado como zona única era uma incógnita. Não sabíamos se
bastaria delimitar e fechar os limites de setor ou seriam necessárias obras de reforço que poderiam atrasar ou
inviabilizar, temporariamente, a implantação do controle do setor.
O primeiro passo foi delimitar em planta o limite proposto através da análise topográfica, das características da
rede e dos registros antigos da setorização. Após a implantação da setorização no campo, foram necessárias
pequenas intervenções para ajustar o limite, porém nenhuma intervenção nas linhas primárias. O segundo
passo na setorização, foi transferir as áreas do setor Freguesia que haviam sido incorporadas ao longo dos anos
dos setores adjacentes devido a problemas de abastecimento. Esta transferência foi feita em função da redução
do plano piezométrico do setor e também requereu pequenas intervenções para adequar o abastecimento. Após
a conclusão destes passos, o setor estava delimitado e pronto para as medições de vazão, pressão montante e
nos pontos críticos.
A necessidade do isolamento total é vital para o funcionamento ideal da vrp, para uma eficaz medição e para
um melhor controle da área. As medições, para o dimensionamento das vrps , foram necessárias para verificar
sua viabilidade.
As medições foram realizadas, simultaneamente, por 07 dias no período de 04 a 10 de outubro de 1999. Os
pontos críticos, maior distância em relação à vrp, foram identificados através da cota do terreno e levou-se em
consideração pontos com a presença de grandes consumidores. A medição foi feita em função de três registros
de derivação (tap), sendo um colocado na entrada principal do reservatório e os outros dois na zona baixa.
Os pontos pitométricos podem ser assim caracterizados:
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3
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Tap 1 – Entrada do Reservatório da Freguesia
-
Cota do terreno: 770 m
Vazão total de entrada no Setor (Zonas Alta e Baixa)
Local: Rua Chico de Paula
Tap 2 – Saída Parcial da Zona Baixa
-
Cota do terreno: 770 m
Vazão parcial da Zona Baixa
Local: Rua Chico de Paula
Tap 3 – Saída Parcial da Zona Baixa
-
Cota do terreno: 770 m
Vazão parcial da Zona Baixa
Local: Rua Chico de Paula
Pontos Críticos da Zona Alta
-
Rua Diadema - Cota estimada: 775 m
Rua Dom Pedro Morvidi - Cota Estimada: 775 m
Rua Padre Rodrigues - Cota Estimada: 775 m
Pontos Críticos da Zona Alta
-
Rua Mendonça Uchoa - Cota estimada: 765 m (faz parte da VRP Ameliópolis existente)
Rua Porto de Dom Rodrigo - Cota Estimada: 770 m (faz parte da VRP Fuad Lutfala existente)
Rua Fausto Lex - Cota Estimada: 765 m
A seguir, na Tabela 5 serão apresentadas as medições de vazão nos pontos pitométricos apresentados e na
Tabela 6 serão apresentadas as medições de pressão.
Tabela 5: Medições de Vazão nos pontos pitométricos.
Vazões
TAP 1 TAP 2 TAP 3
Zona
Baixa
Vazões Máximas
601,4
231,9
93,2
325,1
Medidas (l/s)
Vazões Mínimas
418,9
128,9
58,5
187,4
Medidas (l/s)
Zona
Alta
276,3
231,5
Tabela 6: Medições de Pressão nos pontos pitométricos.
Pressões
TAP 1 TAP 2 TAP 3 PC
PC Don
Uchoa Rodrigo
Pressões Máximas
53
Medidas (l/s)
Pressões Mínimas
38
Medidas (l/s)
(*) dado inconsistente.
38
41
30
40
PC
Fausto
Lex
50
5
5
18 (*)
3
11
PC
Diadema
PC
PC
Morvidi Rodrigues
45
39
43
20
21
17
CONCEPÇÃO DO SISTEMA FREGUESIA 100%
A concepção do Sistema de Válvulas Redutoras de Pressão para a Freguesia do Ó seguiu as seguintes
premissas e diretrizes:
4
ABES – Trabalhos Técnicos
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1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
Promover o controle de pressões noturnas em 100% do Setor Freguesia.
Eliminar ou minimizar as máximo, as perdas nos barriletes de saída para as Zona Alta e Baixa, retirando
das linhas a câmara de expansão e as válvulas desnecessárias.
Utilizar as instalações civis da antiga Estação Elevatória com abrigo para as VRPs.
Promover um lay out que permita o uso das VRPs da Zona Baixa como válvulas controladoras de nível ou
de controle de vazão quando da eventual reativação do reservatório apoiado da Freguesia do Ó.
Promover a setorização das Zonas Alta e Baixa.
Utilizar para medição de vazão, macromedidores eletromagnéticos com saídas pulsada e digital para
futura telemetria dos dados.
Prever a instalação sempre afogada dos macromedidores.
Prever by pass individuais para as Zonas Alta e Baixa.
Utilizar como tubulação de saída da VRP da Zona Alta, os tubos existentes do antigo reservatório torre
(500 e 600 mm).
Utilizar tubos e conexões existentes na elevatória visando minimizar custos de aquisição.
Prever a troca dos registros existentes por válvulas borboletas a serem fornecidas pela Sabesp.
Prever sistemas de admissão e expulsão de ar nos barriletes, visando retomada automática do controle de
pressões após qualquer paralisação do SAM.
Prever a utilização de Controladores Eletrônicos que permitam a modulação por vazão para ambas as
zonas ( alta e baixa ) de abastecimento.
DIMENSIONAMENTO DAS VÁLVULAS REDUTORAS DE PRESSÃO
Para dimensionamento das válvulas redutoras de pressão, previstas para as Zonas Alta e Baixa do setor
Freguesia, foram utilizadas as seguintes diretrizes:
1.
2.
3.
Verificação de velocidades máximas não superiores a 4 m/s.
Verificação de velocidades mínimas não inferiores a 0,5 m/s.
Verificação da possibilidade de cavitação.
As vazões máximas de verificação escolhidas representam as vazões máximas ocorridas nos pontos de
medição (TAPs 1 a 3), independente de terem ocorrido concomitantemente, ou seja, a favor da segurança. De
igual modo, as vazões mínimas de verificação são os menores valores medidos para as respectivas zonas.
Paralelamente, visando atender cenários sazonais e de temperatura, foi admitido um coeficiente majorador
igual a 1,5. E, finalmente, tendo em vista que o controle de pressões certamente reduzirá as vazões noturnas,
foi admitido um coeficiente minorador, igual a 0,8, visando verificar toda a faixa operacional das VRPs, com
ampla segurança.
Na Tabela 7 apresentamos os dados relativos ao dimensionamento das VRPs das Zonas Alta e Baixa do setor
Freguesia do Ó.
Tabela 7: Dimensionamento das VRPs.
Zona Baixa
Vazões Máximas (l/s)
Vazões Mínimas (l/s)
370
555
148
118,4
300
5,23
7,85
2,09
1,68
400
2,94
4,42
1,18
0,94
314
471
174
139,2
300
4,44
6,66
2,46
1,97
400
2,50
3,75
1,38
1,11
Zona Alta
Vazões Máximas (l/s)
Vazões Mínimas (l/s)
ABES – Trabalhos Técnicos
diâmetros (mm)
500
2xDN300
1,88
2,62
2,83
3,93
0,75
1,05
0,60
0,84
diâmetros (mm)
500
2xDN300
1,60
2,22
2,40
3,33
0,89
1,23
0,71
0,98
2xDN400
1,47
2,21
0,59
0,47
2xDN400
1,25
1,87
0,69
0,55
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Consolidaram-se as seguintes soluções:
Para a Zona Baixa: duas VRPs de ∅ 300 mm em paralelo;
Para a Zona Alta: uma VRP de ∅ 400 mm;
Em termos de cavitação, foram verificadas as condições operacionais para as Válvulas BAYARD ofertadas,
não havendo qualquer risco de cavitação para a instalação prevista com as quebras de pressão máximas a
seguir delineadas.
DADOS PRELIMINARES PARA COMISSIONAMENTO
As Tabelas 8 e 9 apresentadas a seguir, apresentam os dados preliminares do comissionamento das válvulas
redutoras de pressão previstas para as Zonas Alta e Baixa do setor Freguesia do Ó.
Tabela 8: Dados preliminares do comissionamento das VRPs do setor Freguesia do Ó ( zona alta ).
Método Básico
Nomenclatura
Dado
Parte 1 - Dados Coletados
1
Mínima Vazão mínima existente (l/s)
2
Vazão Máxima Pressão (mca) no local proposto da VRP
3
Noturna Máxima Pressão (mca) no ponto crítico
4 Máxima Vazão máxima existente (l/s)
5
Vazão Mínima Pressão (mca) no local proposto da VRP
6
Diurna Mínima Pressão (mca) no ponto crítico
Período
5
Período de pressões noturnas ou vazão noturna estável
Noturno
Parte 2 - Níveis e Cotas
7 Cota do Terreno (m) na VRP - Nota 3
8 Cota do Terreno (m) no ponto crítico (estimado !!!!!)
9 Diferença de nível entre VRP e ponto crítico (m)
Parte 3 - Verificação da Necessidade de VRP
10 A pressão mínima no ponto crítico (D) é maior ou igual a 40 mca ?
11 A vazão Qmin é maior que 10 % do Q max ?
Parte 4 - Estudo de Redução de Pressão e definição de tipo de VRP
12 Estabelecer pressão de projeto no ponto crítico
13 Calcular a redução de pressão requerida para Qmax (Dd)
14 Calcular a pressão de saída da VRP para Qmax
15 Calcular a faixa de pressões diária no ponto crítico
16 Calcular a pressão de saída requerida da VRP para Qmax (na modulação)
17 Calcular a pressão de saída requerida da VRP para Qmin (na modulação)
Parte - 5 Dados para Comissionamento
18
Tipo de VRP Recomendada
19 Redução de Pressão na VRP para Qmax (Dd)
20 Pressão de Saída na VRP para Qmax
21 Pressão de Saída na VRP para Qmin (para modulação apenas)
6
Qmin
A
B
Qmax
C
D
118,40
53,00
30,00
555,00
38,00
11,00
0:00 as 6:00
S
T
T-S=H
770,00
765,00
-5,00
Sim/Não
Sim/Não
não
sim
E
D-E=F
C-F=G
B-D=I
E+C-D=J
E+A-B=K
10
1
37
19
37
33
Modulação
por Vazão
1
37
33
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Tabela 9: Dados preliminares do comissionamento das VRPs do setor Freguesia do Ó ( z. baixa )
Método Básico
Nomenclatura
Dado
Parte 1 - Dados Coletados
1
Mínima Vazão mínima existente (l/s)
Qmin
139,20
2
Vazão Máxima Pressão (mca) no local proposto da VRP
A
53,00
3
Noturna Máxima Pressão (mca) no ponto crítico
B
39,00
4 Máxima Vazão máxima existente (l/s)
Qmax
471,00
5
Vazão Mínima Pressão (mca) no local proposto da VRP
C
38,00
6
Diurna Mínima Pressão (mca) no ponto crítico
D
17,00
Período
5
Período de pressões noturnas ou vazão noturna estável
0:00 as 6:00
Noturno
Parte 2 - Níveis e Cotas
7 Cota do Terreno (m) na VRP
S
770,00
8 Cota do Terreno (m) no ponto crítico (estimado !!!!!)
T
775,00
9 Diferença de nível entre VRP e ponto crítico (m)
T-S=H
5,00
Parte 3 - Verificação da Necessidade de VRP
10 A pressão mínima no ponto crítico (D) é maior ou igual a 40 mca ?
Sim/Não
não
11 A vazão Qmin é maior que 10 % do Q max ?
Sim/Não
sim
Parte 4 - Estudo de Redução de Pressão e definição de tipo de VRP
12 Estabelecer pressão de projeto no ponto crítico
E
10
13 Calcular a redução de pressão requerida para Qmax ( Dd)
D-E=F
7
14 Calcular a pressão de saída da VRP para Qmax
C-F=G
31
15 Calcular a faixa de pressões diária no ponto crítico
B-D=I
22
16 Calcular a pressão de saída requerida da VRP para Qmax (na modulação)
E+C-D=J
31
17 Calcular a pressão de saída requerida da VRP para Qmin (na modulação)
E+A-B=K
24
Parte 5 - Dados para Comissionamento
Modulação
18
Tipo de VRP Recomendada
por Vazão
19 Redução de Pressão na VRP para Qmax (Dd)
7
20 Pressão de Saída na VRP para Qmax
31
21 Pressão de Saída na VRP para Qmin (para modulação apenas)
24
AVALIAÇÃO
Com base no relatório da Divisão de Estudos e Programação da Adução baseados em dados do macromedidor
Freguesia do Ó, foram feitas as seguintes observações quanto a Metodologia:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
O período observado foi de 01/05/00 a 20/08/00, sendo que, utilizou-se o mesmo período no ano de 1999
para comparações.
A fonte de dados utilizada foi a do Centro de Controle Operacional - CCO através dos aplicativos SDS e
Hiscoa.
Excluem-se os dados com erros de telemetria.
Existem alguns intervalos decorrentes de ausência dos dados de telemetria.
Os dados foram ajustados em faixas de 4 em 4 horas e foram traçados gráficos por faixa de consumo
médio.
Determinou-se o coeficiente “K3” – consumo mínimo pelo consumo médio, do ano de 2000 e comparouse com aos dados de “K3” de 1999, do Hiscoa.
Relacionou-se o consumo médio mensal de 1999 e 2000, demonstrado em gráfico.
CONCLUSÃO:
1.
Na faixa entre 0 e 3 horas, pode-se perceber uma redução significativa do consumo médio, reduzindo de
uma média de 380 l/s para uma média de 330 l/s após a inserção da vrp.
2. Sendo que , esta é uma faixa grande importância , pois caracteriza pouco consumo e grande pressão,
gerando condições para uma melhor avaliação de redução de perdas após a instalação da válvula.
3. Na faixa entre 4 e 7 horas, a redução se mantém passando de uma média de 360 l/s para uma média de
310 l/s após a inserção da vrp.
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4.
5.
6.
7.
8.
9.
Na faixa entre 08 e 11 horas, houve uma grande oscilação dos consumos médios, mas ainda nota-se a
tendência de redução de consumo médio, talvez ocasionada pela vrp.
O mesmo pode-se dizer dos gráficos de faixa entre 12 e 15 horas e entre 16 e 19 horas.
Na faixa entre 20 e 23 horas, nota-se uma mudança de tendência após a instalação da vrp. O consumo
médio se altera de 510 l/s para uma média de 450 l/s.
O gráfico que compara K3 (consumo mínimo / consumo médio) de 1999 e de 2000, mostra que o K3 do
ano de 1999 foi menor do que o de 2000, até o mês de julho. A partir daí , o K3 de 1999 aumentou e o K3
de 2000 diminuiu, de forma a se equipararem.
Entretanto, a mesma tendência não se efetivou em 2000 pois, apresenta-se uma redução no consumo
noturno passando de uma média de 0,67 para 0,63 l/s.
Ainda, para confirmar essa tendência, a média dos dias analisados em 1999 e 2000, demonstra um oposto
no consumo médio entre os dois anos no mês de agosto.
Uma segunda forma avaliar os resultados obtidos e a comparação dos volumes macromedidos antes e depois
da implantação do projeto.
Tabela10: Volumes macromedidos.
Mês
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Média
1999
2000
2001
Instalação
1.486.079
1.407.974
1.400.680
1.396.723
1.513.014
1.440.894
1.448.616
1.356.648
1.457.892
1.261.352
1.411.348
1.305.158
28/07/2000
1.261.352
1.210.967
1.329.907
1.254.803
1.263.457
1.322.323
1.274.636
1.155.341
1.341.097
1.257.024
Redução da
macro ( l/s )
67,12
83,21
43,61
83,90
76,01
26,42
54,75
93,17
66,02
CONCLUSÕES
Um bilhão e meio de pessoas no mundo sofrem com a falta de água. E é cada vez mais importante a
consciência de seu uso de forma racional . A unidade de negócio norte , desde agosto de 2000, economiza em
média 66 l/s. em média. No setor de abastecimento Freguesia do Ó com a implantação da estação de controle
de pressão. No contexto do processo de gestão operacional para redução de perdas , a questão do controle das
pressões elevadas na rede de distribuição é de suma importância pela comprovada correlação entre perdas
físicas e a pressão a que está submetido o sistema . Desta forma , reduzir pressões de serviço é atacar a raiz do
problema de vazamentos diminuindo os custos envolvidos na compra interna de água , pesquisa de eliminação
de vazamentos. Podemos verificar através da tabela a diminuição da área de pressão alta dentro da unidade de
negócio norte:
Tabela 11: Faixas de pressão
Faixa de pressão
Área
(mca )
antes(ha)
< 30
4.500
30 a 60
14.000
> 60
9.000
Área depois
(ha)
9.000
12.000
6.500
Na estação de controle de pressão da Freguesia do Ó vale ressaltar:
-
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Correção da pressão elevada em função da desfiguração desordenada do setor.
ABES – Trabalhos Técnicos
21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental
-
Controle total de vazão e pressão.
O projeto permite a utilização do reservatório para zona baixa apenas alterando o circuito de pilotagem
das vrps.
Estação de controle de pressão Freguesia do Ó, enfim uma obra de controle de perdas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.
2.
SABESP – Estudos de Setorização da Divisão de Operação de Água Norte – São Paulo, SP, 1997.
SABESP – Serviços de Engenharia Consultiva para redução de pressões nas redes de distribuição - Contrato
11897/97 Lote 2 firmado com a EARTH TECH do Brasil - Setor Freguesia do Ó – São Paulo, SP, 2000.
3. SABESP – Relatório de comportamento de consumo antes e depois de inserção de VRP na Freguesia do Ó da
Divisão de Estudos e Programas da Adução - São Paulo, SP, 2000.
4. SABESP – Relatório de compra d´água da Divisão de controle de perdas norte – São Paulo, SP, 2000.
5. SABESP – Relatório de micro medição da Divisão de Controle de Perdas – São Paulo, SP, 2001.
ABES – Trabalhos Técnicos
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