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Curso de Engenharia Mecânica – Automação e Sistemas
PROJETO E DESENVOLVIMENTO DE UMA PRENSA DE
ALUMÍNIO COMPACTA
Adilson Baptista Bernardo
Campinas – São Paulo – Brasil
Dezembro de 2008
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Curso de Engenharia Mecânica – Automação e Sistemas
PROJETO E DESENVOLVIMENTO DE UMA PRENSA DE
ALUMÍNIO COMPACTA
Adilson Baptista Bernardo
Monografia apresentada à disciplina Trabalho de
Conclusão de Curso, do Curso de Engenharia Mecânica –
Automação e Sistemas da Universidade São Francisco,
sob a orientação do Prof. Guilherme Bezzon, como
exigência parcial para conclusão do curso de graduação.
Orientador: Prof. Guilherme Bezzon
Campinas – São Paulo – Brasil
Dezembro 2008
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PROJETO E DESENVOLVIMENTO DE UMA PRENSA DE
ALUMÍNIO COMPACTA
Adilson Baptista Bernardo
Monografia defendida e aprovada em 13 de Dezembro de 2008 pela
Banca Examinadora assim constituída:
Prof Ms/Dr Guilherme Bezzon
USF – Universidade São Francisco – Campinas – SP.
Prof Ms/Dr Sergio Adriani David
USF – Universidade São Francisco – Campinas – SP.
Prof João Hermes Clerici
USF – Universidade São Francisco – Campinas – SP.
4
A diferença entre um homem de sucesso e outro
orientado para o fracasso é que um está
aprendendo a errar, enquanto o outro está
procurando aprender com os seus próprios erros.
(Confúcio)
5
À meus pais Isolda de Lourdes Guedini e João
Baptista Bernardo, sem os quais não chegaria até
aqui.
À minha noiva e futura esposa, Milena Elias
Jorge, pelo seu amor, compreensão e incentivo;
fatores
importantes
que
possibilitaram
a
conclusão deste trabalho.
À minha irmã Priscila e aos meus amigos que
foram
companheiros
nesse
momento
importante.
Serei eternamente grato à todos vocês.
tão
6
.Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus pela proteção e fortalecimento por mais essa conquista.
Agradeço ao Professor Guilherme Bezzon, meu orientador, que acreditou e incentivou-me
para a conclusão deste trabalho, a todos os professores que foram importantes para meu
estudo.
Agradeço principalmente à minha família e minha noiva pelo incentivo, carinho e
compreensão, pelos momentos de ausência; tudo isso foram fatores importantes que
incentivaram os meus estudos.
Não poderia de deixar de agradecer aos meus grandes amigos Flavio Strazza, Rafael Bissoto,
Rafael Tenca e Anderson Ruiz, pela grande ajuda não só neste trabalho, como no decorrer da
minha formação acadêmica.
7
SUMÁRIO
Lista de Figuras ........................................................................................................................ 9
Lista de Tabelas ...................................................................................................................... 10
Lista de Equações ................................................................................................................... 11
Lista de Equações ................................................................................................................... 11
Resumo .................................................................................................................................... 12
Resumo .................................................................................................................................... 12
Abstract ........................................................................................ Erro! Indicador não definido.
1 Introdução ........................................................................................................................ 13
1.1
Objetivos ..................................................................................................................... 13
1.2
Justificativa.................................................................................................................. 13
2 Revisão Bibliográfica ....................................................................................................... 14
2.1
Alumínio...................................................................................................................... 14
2.2
História de sucesso ...................................................................................................... 15
2.3
Reciclagem .................................................................................................................. 17
2.3.1 Conceitos básicos .................................................................................................17
2.3.2 Por que reciclar? ...................................................................................................18
2.3.3 Fluxo da reciclagem..............................................................................................19
2.3.4 Seleção de lixo......................................................................................................21
3 Materiais e métodos ......................................................................................................... 22
3.1
Materiais...................................................................................................................... 22
3.1.1 Hidráulica .............................................................................................................22
3.1.2 Vantagens de Acionamento Hidráulico................................................................23
3.1.3 Cilindros ...............................................................................................................24
3.2
Métodos....................................................................................................................... 25
3.2.1 Esquemas de produção .........................................................................................25
4 Máquina Compactadora de Alumínio ........................................................................... 27
4.1
Desenho do diagrama .................................................................................................. 27
4.2
Dimensionamento........................................................................................................ 28
4.3
Levantamento dos dados de processo ......................................................................... 29
4.4
Desenvolvimento......................................................................................................... 29
4.5
Redimensionamento do Motor Elétrico ...................................................................... 33
4.6
Cálculo da Tubulação.................................................................................................. 33
4.7
Seleção dos componentes............................................................................................ 35
5
Custos sócio-econômicos.................................................................................................. 41
8
6
Resultados......................................................................................................................... 42
7
Considerações finais ........................................................................................................ 43
8
Referências Bibliográficas............................................................................................... 44
9
Referências Consultadas ................................................................................................. 45
9
Lista de Figuras
Figura 1: Índice de reciclagem de latas de alumínio ................................................................ 17
Figura 2: Reciclagem das latas de Alumínio [3] ...................................................................... 20
Figura 3: Cilindro hidráulico em corte [5] ............................................................................... 25
Figura 4: Linha de separação e prensagem de latas [6]............................................................ 26
Figura 5: Diagrama Hidráulico Máquina Otimizada................................................................ 28
Figura 6: Diagrama de uma bomba simples ............................................................................. 32
Figura 7: Diagrana de uma bomba dupla ................................................................................. 32
Figura 8: Ábaco para Cálculo do Diâmetro Interno da Tubulação [5]..................................... 34
Figura 9: Projeto da Máquina Compactadora de Alumínio Otimizada (imagem de cortesia da
empresa ZM Hidráulica)................................................................................................... 35
Figura 10: Máquina Compactadora de Alumínio Otimizada Finalizada (imagem de cortesia da
empresa ZM Hidráulica)................................................................................................... 37
Figura 11: Maquina Compactadora de Alumínio sem Otimização (imagem de cortesia da
empresa ZM Hidráulica)................................................................................................... 38
Figura 12: Diagrama hidráulico da máquina compactadora não otimizada ............................. 39
10
Lista de Tabelas
Tabela 1: Aspectos econômicos, sócias e ambientais............................................................... 19
Tabela 2: Cilindros Hidráulicos Vickers [5]............................................................................. 30
Tabela 3: Lista de Peças da Unidade Hidráulica Otimizada .................................................... 36
Tabela 4: Dados Técnicos da Máquina Compactadora de Alumínio Otimizada ..................... 37
Tabela 5: Dados Técnicos da Máquina Compactadora de Alumínio sem Otimização ............ 40
Tabela 6: Dados sócio-econômicos [7] .................................................................................... 41
11
Lista de Equações
A=
A = Área (cm 2 )
D = Diâmetro (cm)
D ² xπ 20² xπ
=
≅ 314,16cm²
4
4
P = Pr essão (bar )
F 50000
P= =
≅ 159,15bar
A 314,16
F = Força ( kgf )
A = Área (cm )
A = 314,16cm²
V = 10cm / s
Q = Vazão (l / m)
QxP 188,5 x160
N=
=
≅ 70,8CV
426
426
QxP 188,5 x 40
N=
=
≅ 17,70CV
426
426
QxP 28 x160
N=
=
≅ 10,5CV
426
426
(Equação 2)..............31
2
A = Área (cm 2 )
V = Velocidade (cm / s )
C 140
t= =
= 14 s
V
10
(Equação 1)..............30
(Equação 3) .....................................................31
t = tempo ( s )
C = Curso (cm)
V = Velocidade (cm / s )
(Equação 4)............31
N = Potência (cv)
Q = Vazão (l / m)
P = Pr essão (bar )
(Equação 5) ..................32
N = Potência (cv)
Q = Vazão (l / m)
P = Pr essão (bar )
(Equação 6)..........................33
N = Potência (cv)
Q = Vazão (l / m)
P = Pr essão (bar )
(Equação 7) .......................33
12
Resumo
As máquinas compactadoras de alumínio têm como principal objetivo a prensagem de
material reciclado, obtendo-se fardos, facilitando assim o transporte e aumentando a agilidade
do processo até o cliente final. Esse trabalho tem como objetivo principal o projeto e
desenvolvimento de uma máquina otimizada para a compactação de alumínio, demonstrar
suas vantagens como: custo operacional, manutenção, dimensionamento reduzido e menor
custo de mercado, proporcionando com isso maior facilidade na venda para pequenas e
médias empresas. A máquina consiste em receber latinhas de alumínios já separadas e
selecionadas através de um funil e fazer a prensagem do material em vários ciclos até atingir
sua forma determinada. Essa prensagem é realizada através de um sistema hidráulico, sendo
utilizados dois cilindros devidamente calculados, atingindo a força necessária para a
compactação do alumínio. Esse processo possibilita um melhor armazenamento, evitando o
acúmulo de materiais, proporcionando maior agilidade de materiais compactados, facilitando
o transporte e a comercialização desses materiais.
PALAVRAS-CHAVE: Prensa, Alumínio, Compactação de Alumínio
13
1 INTRODUÇÃO
O processo de compactação de alumínio tem se tornado cada vez mais uma atividade
com importantes características sociais ambientais e econômicas, mobilizando uma mão de
obra até pouco tempo carente e que atualmente obtém suas necessidades financeiras através
desse processo.
O Alumínio por ser um material com alto poder de reciclabilidade vem ganhando
espaço e abrindo novos mercados para as máquinas de compactação. Pode-se tomar como
exemplo, as latinhas de alumínio, que podem ser encontradas por toda a parte em grande
quantidade.
Com isso, as máquinas compactadoras tem como principal objetivo a prensagem do
alumínio, obtendo-se fardos, facilitando assim o transporte e aumentando a agilidade do
processo até o cliente final. Outro fator extremamente importante é a redução de refugos,
ponto primordial para empresas que visam melhor qualidade de trabalho, além de facilitar
uma melhor organização, utilizando o espaço para outros fins.
O projeto a ser apresentado visa tornar a máquina compactadora o mais compacta
possível, tornando-a com um custo mais competitivo e facilitando uma melhor
comercialização.
1.1 Objetivos
Esse trabalho tem como principal objetivo desenvolver o projeto e concepção de uma
prensa de alumínio simples e compacta, obtendo com isso um valor competitivo no mercado,
para atender não só as grandes empresas como também as médias e pequenas.
1.2 Justificativa
Hoje no mercado de trabalho cada vez mais, há necessidade de reciclar material,
reduzir espaços e obter produtos baratos com a mesma finalidade. Especialmente em se
tratando de um produto como o alumínio, que apresenta um grande giro no mercado.
Observando-se essa necessidade, surgiu o interesse em realizar um estudo buscando
não alterar a funcionalidade da máquina, mas tornar um equipamento compacto e com valores
acessíveis, fazendo atingir as expectativas que o mercado necessita.
14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Nos dias atuais cada vez mais observa-se a necessidade de reciclar materiais, o mundo
vem usando sem controle produtos com embalagens que necessitam de processamento
adequado.
O alumínio tem uma característica muito importante, sua reciclabilidade, sendo capaz
de ser processado infinitas vezes sem perder suas qualidades no processo de
reaproveitamento, o que não se observa com outros materiais. O exemplo mais comum é o da
lata de alumínio para bebidas, cuja sucata transforma-se novamente em lata após a coleta e
refusão, sem que haja limites para seu retorno ao ciclo de produção. Esta característica
possibilita uma combinação única de vantagens para o alumínio, destacando-se, além da
proteção ambiental e economia de energia, o papel multiplicador na cadeia econômica.
A reciclagem de alumínio é feita tanto a partir de sobras do próprio processo de
produção, como de sucata gerada por produtos com vida útil esgotada. De fato, a reciclagem
tornou-se uma característica intrínseca da produção de alumínio, pois as empresas sempre
tiveram a preocupação de reaproveitar retalhos de chapas, perfis e laminados, entre outros
materiais gerados durante o processo de fabricação.
2.1 Alumínio
Leveza, resistência, versatilidade, reciclabilidade, sendo que ao contrario de outros
materiais, pode ser produzido infinitas vezes sem perder suas qualidades nos processos de
reaproveitamento. Essas características fazem do alumínio um material moderno e dos mais
importantes atualmente, a ponto de ser quase impossível imaginarmos o nosso dia-a-dia, sem
ele.
Jovem, se comparado com outros metais conhecidos e utilizados desde a antiguidade,
ele substitui, com vantagens inegáveis, materiais mais pesados e menos duráveis. Entra na
composição de quase tudo o que faz parte da vida dos habitantes deste planeta, agregando
valor, funcionalidade e também beleza a produtos tão simples quanto utensílios domésticos ou
tão complexos quanto naves espaciais.
O alumínio não é encontrado em estado nativo, ele é obtido a partir de um minério
chamado bauxita. Para produzi-lo é necessário separar os elementos que compõem a bauxita
da alumina. Chega-se à alumina através de um pó branco e fino, que passa por um processo de
refinamento. Depois de uma série de processos químicos chega-se ao alumínio primário. O
15
alumínio secundário é produzido através da reciclagem dos produtos compostos pelo alumínio
em geral, tais como: janelas, panelas, peças automotivas e principalmente as latas de
alumínio. A produção de alumínio secundário ( reciclagem ) evita a extração da bauxita, pois
para cada 1 tonelada de alumínio reaproveitado, deixa-se de retirar do solo 5 toneladas do
minério. Outra grande vantagem é que para produzir 1 tonelada de latas de alumínio
secundário é gasto apenas 750kW/h, enquanto que a mesma quantidade produzida com o uso
do alumínio primário, gasta 17.600kW/h, o que representa uma economia de 95% de energia,
seu principal insumo de produção.
Sua historia se confunde com a da ciência e da tecnologia contemporâneas e é
permeada pela persistência e ousadia de cientistas e empreendedores. A lata de alumínio é o
maior exemplo disto, cuja sucata irá transformar-se após a coleta e refusão em lata
novamente. Além disto o alumínio ao ser reaproveitado gera uma economia muito grande em
energia elétrica, sem contar a economia com a extração de reservas naturais. Estas
características possibilitam uma série de vantagens para o alumínio, o que faz com que este
seja o material com o maior índice de reciclagem no Brasil. Segundo a ABAL – Associação
Brasileira do Alumínio, o ciclo de vida da lata, ou seja, o período que ela leva para sair da
indústria e retornar como matéria prima é de apenas 45 dias em média. De certa forma este
dado também ajuda a explicar o alto índice de reciclagem do alumínio. Porém o dado mais
forte, é o alto valor agregado ao material. Hoje o alumínio é um dos materiais cuja sucata
obtém o maior preço de compra no mercado. [1]
As condições e a qualidade do material obtido tem uma diferença muito grande dos
outros materiais recicláveis. Por todas as características citadas, e principalmente pelo valor
pago na sucata existe uma espécie de malha de coleta informal na qual supõem-se que
trabalhem mais de 150.000 pessoas. Existem muitas pessoas que encontram no alumínio a
possibilidade de um ganho extra.
Quanto mais curto for o ciclo de vida de um produto de alumínio, mais rápido será o
seu retorno a reciclagem. Com isso as máquinas compactadoras de alumínio, devido a sua
agilidade no processo de fabricação, tem um papel importante mercado industrial.
2.2 História de sucesso
A história desta mágica embalagem é resultado de muitas pesquisas, perseverança,
tecnologia e, até mesmo, de sorte.
16
O Brasil tem uma das três maiores reservas de bauxita do mundo. A produção de latas de
alumínio no Brasil teve inicio em 1989. Após 18 anos, ultrapassou a marca de 10 bilhões de
unidades. Todo esse sucesso teve uma razão: as inúmeras vantagens que o alumínio oferece.
O alumínio é perfeito para embalar bebidas porque supre várias necessidades, tanto do
distribuidor, quanto do consumidor. Por ser leve e resistente, o alumínio pode ser carregado
com grande economia, à medida que agiliza a carga e descarga do material. A tampa
representam 23% do peso total da lata e sendo fabricada com uma liga de alumínio mais
resistente e que não sofre oxidação. A lata, além de poder ser facilmente pintada e rotulada, é
uma barreira perfeita contra luz e água, mantendo inalterados a qualidade e o sabor da bebida.
Além disso, a lata não ocupa muito espaço – seis latas ocupam o mesmo espaço de três
garrafas – e podem ser empilhadas. O alumínio faz com que a bebida gele mais rápido e
conserva a temperatura por mais tempo. Depois de pronta, a lata de alumínio passa por um
rigoroso controle de qualidade, sendo que um dos testes é feito utilizando-se um feixe de luz
de alta intensidade capaz de detectar qualquer defeito. Pode-se considerar como o melhor tipo
de embalagem para bebidas, devido à sua leveza, resistência e por propiciar menores custos
com transportes e estocagem.
Hoje 74 latas são produzidas com 1 kg de alumínio, enquanto que em 1992, 64 latas e em
1972, 49 latas. As linhas de enchimento dos fabricantes de bebidas passaram das 30 mil
latas/hora para 120 mil latas/hora nos últimos anos. Em média, 74 latinhas de alumínio vazias
correspondem a 1 kg e com uma chapa de alumínio de 1 metro de comprimento por 1,72m de
largura, podem ser produzidas 99 latinhas. O ciclo de vida da lata de alumínio – espaço entre
a produção e o retorno aos centros de reciclagem, leva em média 30 dias.
A reciclagem das latas de alumínio preserva os recursos naturais, energia, reduz a coleta
de lixo, gera emprego e contribui com programas sociais.
Segundo a ABAL – Associação Brasileira de Alumínio, estima-se que mais de 130 mil
pessoas vivem da coleta de latas para reciclagem, recebendo em média, três salários mínimos
por mês. Somente a reciclagem de alumínio no Brasil, envolve cerca de 5 mil empresas.[1]
O Brasil reciclou 78% de todas as latas de alumínio para bebidas cervejas, refrigerantes,
sucos, consumidos durante o anos de 2000. Este foi o maior índice do Brasil desde 1990,
quando iniciou as estatísticas. Conforme a ABAL – Associação Brasileira de Alumínio – está
taxa significa que 102,8 mil toneladas de latas de alumínio já usadas, voltaram ao ciclo de
produção. Brasil, Japão e Argentina são os maiores recicladores de alumínio do mundo,
conforme apresentado na Figura 1.
17
Figura 1: Índice de reciclagem de latas de alumínio
2.3 Reciclagem
2.3.1 Conceitos básicos
A idéia de se aproveitar resíduos não é nova. Ela tem, contudo se estabelecido de
forma expressiva, não só por razões econômicas, mas também como forma de minimizar os
impactos no meio ambiente.
Segundo as definições, reciclagem consiste em um processo de transformação de
materiais, previamente separados, de forma a possibilitar a sua recuperação.
Reciclar é um termo que usa-se desde os anos 70, quando tornou-se maior a
preocupação ambiental, reforçada em função do racionamento do petróleo. Reciclar significa
fazer retornar ao ciclo de produção, materiais que foram usados e descartados. Este
procedimento é adotado por países com poucos recursos naturais, por países em crise
energética e por países pobres, mas, basicamente, é uma exigência do mundo moderno, que se
convence de não ser mais possível desperdiçar e acumular de forma poluente materiais
recuperáveis. [2]
Um dos grandes problemas dos tempos modernos a ser enfrentado pelas organizações
é o gerenciamento de resíduos sólidos urbanos. A garantia da limpeza pública, a preservação
18
do meio ambiente e a saúde pública resultam de um sistema de gerenciamento de resíduos que
necessita de espaços adequados, equipamentos específicos e que envolvem pessoas em
diversas atividades.
No Brasil, grande parte dos resíduos sólidos gerados não chega a ser coletado e o
destino final para aqueles coletados é, na maioria dos municípios, o “lixão”. O acelerado
crescimento das cidades dificultou o suprimento de infra-estrutura básica necessária à
população. Dentre os serviços considerados precários encontra-se o sistema de limpeza
pública. A problemática dos resíduos torna-se tanto mais complexa quanto maior for o
volume de lixo produzido. Através da aplicação de técnicas de tratamento, obtém-se uma
redução do volume de lixo a ser aterrado.
Dentre essas técnicas destaca-se a reciclagem, por propiciar diversos benefícios
ambientais, sociais e econômicos. A reciclagem vem sendo adotada em vários países e está
começando a ser difundida e adotada no País.
2.3.2 Por que reciclar?
A reciclagem do alumínio oferece muitas vantagens. Os benefícios da atividade podem
ser medidos pela economia de energia elétrica e da bauxita (minério que origina o alumínio
primário) e pelo aspecto social, tendo como base a geração de renda promovida pela atividade
e o número de famílias atendidas por projetos sociais ligados à reciclagem.
Para devolver o alumínio ao mercado, a reciclagem economiza 95% da energia elétrica
que seria utilizada na produção do metal a partir da bauxita. O volume de alumínio reciclado
no Brasil em 2006 economizou cerca de 1.976 GWh/ano de energia elétrica ao País, o
suficiente para abastecer, por um ano inteiro, uma cidade com mais de um milhão de
habitantes, como Campinas (SP). Além disso, poupou 700 mil toneladas de bauxita (minério
do qual se obtém o alumínio), que seriam extraídas das reservas naturais brasileiras.
A atividade injeta recursos nas economias locais, cria novos empregos e gera renda
para aproximadamente 170 mil pessoas em uma série de atividades que vão desde a coleta até
a transformação final da sucata em novos produtos. Leva desenvolvimento e aumenta a oferta
de empregos no país, sem falar da criação de novas atividades e da maior demanda da
indústria de base, com máquinas e equipamentos especiais necessários para a reciclagem do
alumínio.
No aspecto ambiental, a reciclagem do alumínio diminui o volume de lixo gerado,
poupando espaço nos aterros sanitários. Também estimula a consciência ecológica,
19
incentivando também a reciclagem de outros materiais, por meio de programas de educação
ambiental. Atualmente, a reciclagem de alumínio tem beneficiado instituições e escolas que
convertem os valores obtidos na venda da sucata para comprar alimentos e equipamentos. A
cada 1.000 kg de alumínio reciclado significam 5.000 kg de minério bruto (bauxita)
poupados.
A Tabela 1 mostra os benefícios que a reciclagem de alumínio traz para os aspectos
econômicos, sociais e ambientais.
Tabela 1: Aspectos econômicos, sócias e ambientais
Econômicos e Sociais
Ambientais
Assegura renda em áreas carentes, constituindo fonte permanente de
Favorece o desenvolvimento da consciência ambiental, promovendo um
ocupação e remuneração para mão-de-obra não qualificada.
comportamento responsável em relação ao meio ambiente, por parte das
empresas e dos cidadãos.
Injeta recursos nas economias locais, através da criação de empregados,
Incentiva a reciclagem de outros materiais, multiplicando ações em
recolhimento de impostos e desenvolvimento do mercado.
virtude do interesse que desperta por seu maior valor agregado.
Estimula outros negócios, por gerar novas atividades produtivas
Reduz o volume de lixo gerado, contribuindo para a solução da questão do
(máquinas e equipamentos especiais).
tratamento de resíduos resultantes do consumo.
2.3.3 Fluxo da reciclagem
A reciclagem do alumínio segue fluxos diferentes, de acordo com o tipo de sucata. As
fases se modificam na coleta e no retorno da sucata ao mercado, dependendo do produto a ser
reciclado. Como exemplo, a Figura 2 apresenta uma ilustração com o fluxo de reciclagem da
lata de alumínio, que serve como referência para os demais produtos.
20
Figura 2: Reciclagem das latas de Alumínio [3]
1 e 2 - O consumidor compra o produto embalado nas latas de alumínio nos pontos de venda.
Depois de usada, a lata de alumínio vazia é levada aos postos de coleta ou vendida aos
compradores;
3 - Nesses, locais as latas são processadas e prensadas em fardos;
4 - Em seguida, são enviadas para o Centro de reciclagem;
5 - Após a limpeza, retirada de verniz, tinta e óleo, as latas usadas são transformadas em
alumínio líquido;
6 - Transferido em cadinhos para a área de refusão, o alumínio liquido é solidificado em
forma de placas;
7 - As placas passam por um processo chamado laminação e as chapas resultantes são
acondicionadas em grandes bobinas também de alumínio;
8 - As chapas são, então usadas como matéria-prima na fabricação de novas latas de alumínio;
9 - Na fábrica de bebidas, as latas de alumínio passam novamente pelo processo de
enchimento;
10 - Mais uma vez, as latas de alumínio voltam aos pontos de venda.
21
2.3.4 Seleção de lixo
Um número crescente de empresas passou a reciclar materiais e sobras de produção. A
reciclagem é um dos passos iniciais dos sistemas de gestão ambiental por não exigir
investimento muito pesado e trazer benefícios rápidos. Na LATASA, fabricante de latas de
alumínio, a reciclagem possibilita uma enorme economia de matéria-prima e energia elétrica.
Para cada lata reciclada a empresa poupa o equivalente ao consumo de uma televisão durante
três horas.
Os empresários estão descobrindo que poluir significa desperdiçar, não ter eficiência e
perder a competitividade – condição indispensável para o crescimento na economia moderna.
Para recuperar suas embalagens a LATASA - fabricante de latas de alumínio, instalou postos
em supermercados para a troca de latas por vales compra.
Para apoiar o Programa, em março de 1993, a empresa lançou o Projeto Escola.
Através do projeto, escolas públicas e particulares trocam latas de alumínio vazias por
equipamentos como: ventiladores de teto, televisores, videocassetes, microcomputadores e
outros. [4]
22
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Para definir-se qual tecnologia de comando empregar em uma máquina compactadora é
preciso primeiro conhecer todas as etapas de funcionamento, assim como a complexidade do
sistema.
A elaboração do diagrama de comando e atuação resulta na definição da lógica de
funcionamento, entretanto, é preciso escolher qual a tecnologia de comando aplicar. Esta
definição passa pelas características de aplicação do mecanismo de compactação, como a
possibilidade de interligação com sistemas eletrônicos, pelos recursos técnicos e financeiros
disponibilizados, pela análise do ambiente de instalação, entre outros.
3.1 Materiais
3.1.1 Hidráulica
O acionamento de uma máquina compactadora é realizado através de cilindros
hidráulicos acionados por uma unidade hidráulica, capazes de transmitir força e velocidade.
A Hidráulica tem ocupado um lugar de grande destaque como meio de acionamento e
controle de movimento de máquinas e equipamentos nos mais diversos ramos de atividades
industriais.
As leis da Física sobre fluidos são semelhantes às da mecânica sólida e ainda mais
simples do que as referentes à eletricidade, vapores ou gases. A engenharia em geral, e a
hidráulica em particular, têm sido aplicadas para facilitar e otimizar atividades que antes
exigiam a força do homem.
A versatilidade e simplicidade de controle bem como as dimensões reduzidas de seus
componentes fizeram da Hidráulica uma das mais importantes formas de acionamento de
máquinas.
O projeto de um sistema Hidráulico para atendimento das necessidades de operação de
um equipamento requer uma série de cuidados para se obter o melhor desempenho possível
em termos de segurança dos operadores e materiais, economia no consumo de energia, e
precisão na operação.
23
Quando compara-se a hidráulica industrial, em relação aos equipamentos mecânicos,
pneumáticos e elétricos, percebe-se uma grande vantagem pois um fluido confinado é um dos
meios mais versáteis de modificar o movimento e transmitir força. E tão rígido quanto o aço,
porém infinitamente flexível. Pode assumir instantaneamente, todas as formas possíveis e
introduzir-se em qualquer objeto que resista ao seu avanço. Pode-se dividir em partes, cada
qual realizando um trabalho de acordo com sua dimensão e novamente, se reagrupar para
trabalhar como um só corpo. Pode-se movimentar rapidamente em um ponto e lento em outro,
apresentando alto índice de exatidão e flexibilidade, mantendo a capacidade de transmitir um
máximo de força em um mínimo espaço e peso.
3.1.2 Vantagens de Acionamento Hidráulico
- Velocidade variável – A maior parte dos motores elétricos tem uma velocidade
constante e, isso é aceitável quando temos que operar uma máquina a uma velocidade
constante. O atuador ( linear ou rotativo ) de um sistema hidráulico, entretanto, pode ser
acionado a velocidades variáveis, desde que se varie o deslocamento da bomba ou se utilize
uma válvula reguladora de vazão.
- Reversibilidade – Sem desligar a máquina, bastando apenas alterar a posição do
êmbolo da válvula direcional, ocorre a inversão do movimento do atuador. Esta inversão pode
também ser obtida com o emprego de bombas reversíveis. Nos demais equipamentos, tais
como motores elétricos, há necessidade de desligá-los para se obter a inversão.
- Proteção contra sobrecargas – A válvula de segurança protege o sistema hidráulico
de danos causados por sobrecargas. Quando a carga excede o limite da válvula, desvia-se o
fluxo da bomba ao tanque, com limites definidos ao torque ou à força. A válvula de segurança
permite também, ajustar uma maquina à força ou ao torque especificado, tal como numa
operação de travamento.
- Dimensões reduzidas – Como a força e velocidade dos atuadores dependem apenas
de pressão e vazão respectivamente, o peso e o tamanho dos componentes hidráulicos são
reduzidos em relação aos equivalentes equipamentos elétricos e mecânicos da mesma
potência.
- Proteção contra sobrecarga – Se um motor elétrico for sobrecarregado, pode se
danificar ou seu fusível se queimar, da mesma forma equipamentos mecânicos não podem ser
bruscamente parados ou ter seu movimento de rotação invertido. Num sistema hidráulico a
pressão é proporcional à carga, se a mesma exceder os limites de trabalho, a válvula de
24
segurança abrir-se á impedindo qualquer dano ao sistema. A válvula de segurança também se
abre quando o atuador pára, não havendo necessidade de se desligar a máquina.
3.1.3 Cilindros
Os cilindros hidráulicos são atuadores lineares. Por serem lineares, pode-se dizer, que o
trabalho de um cilindro é realizado em linha reta.
O cilindro hidráulico mais usado é o modelo de dupla ação, ou seja, é operado pelo fluido
hidráulico em ambos os sentidos. Isso significa que se pode obter força em qualquer dos
sentidos do movimento. Um cilindro de dupla ação é classificado também como cilindro
diferencial, por possuir áreas desiguais expostas à pressão, durante os movimentos de avanço
e retorno. Essa diferença de área é devida à área da haste, que é fixada ao pistão. Nesses
cilindros, o movimento de avanço é mais lento que o de retorno, porém exerce uma força
maior. Qualquer cilindro de duplo efeito pode se tornar um de simples ação drenando o lado
inativo para o reservatório.
Conforme Figura 3 as peças essenciais de um cilindro são: um tubo, um pistão, uma
haste, tampas e retentores adequados. Os tubos geralmente são de aços sem costura com
acabamento muito fino na superfície interna. O pistão, de ferro fundido ou de aço, incorpora
retentores para reduzir o vazamento entre este e a parede do tubo.
Os anéis de pistão do tipo automotivo são usados quando se pode admitir um pouco de
vazamento. Os pórticos do cilindro são localizados nas tampas, que são fixas rigidamente às
extremidades do tubo, por meio de tirantes e porcas. O retentor da haste é do tipo de cartucho,
no qual estão montados o retentor propriamente dito e um anel limpador para eliminar
impurezas da haste. O cartucho facilita a substituição dos retentores.
25
Figura 3: Cilindro hidráulico em corte [5]
3.2 Métodos
3.2.1 Esquemas de produção
O esquema apresentado na Figura 4 é um esquema básico e as mudanças na linha de
equipamentos poderão variar de acordo com os fabricantes. O esquema apresentado
normalmente apresenta capacidade média de 100 toneladas/mês.
Para capacidades menores a separação poderá ser feita em esteiras simples e o material
ser prensado em prensas horizontais, sabendo que a prensa ideal é a vertical que por prensar
as latas em pelo menos duas direções, faz com que o fardo fique mais compactado, não
necessitando de nenhum outro tipo de insumo para a sua confecção.
26
Figura 4: Linha de separação e prensagem de latas [6]
1 - As latas são colocadas na esteira de entrada.
2 - As latas passam por uma peneira rotatória que faz a separação de pedras e outros
contaminantes menores.
3 - As latas passam por uma peneira vibratória onde é feita a separação de outros
contaminantes, bem como a inspeção visual do material.
4 - A esteira de alimentação tem uma dupla função, alimentar a prensa e separar as latas de
alumínio das de aço.
5 - O material é prensado e está pronto para ser vendido aos transformadores.
27
4
4.1
MÁQUINA COMPACTADORA DE ALUMÍNIO
Desenho do diagrama
A primeira fase do projeto hidráulico consiste no desenho do diagrama.
È preciso inicialmente fazer um levantamento das necessidades da máquina em função
dos requisitos do projeto, tais como:
- Seqüência de movimentos
- Sistema de comando
- Condições de trabalho e ambiente
- Requerimentos de segurança ( operador e equipamento )
- Espaço existente para instalação hidráulica.
Para se obter um diagrama hidráulico funcional, que atenda as necessidades da máquina,
com precisão de operação e baixo consumo de energia é importante conhecer os componentes
hidráulicos existentes bem como suas aplicações.
È importante salientar que cada equipamento deve ser analisado individualmente e a
solução encontrada em termos de circuito hidráulico deve ser adequada para ele.
Para atender as necessidades de movimento de um determinado equipamento, existem
varias possibilidades de circuito, portanto deve-se analisar as opções e escolher a mais
adequada, levando em conta, custo de instalação, performance obtida, segurança na operação,
e simplicidade de comando.
Conforme levantamento das necessidades foi possível desenvolver o diagrama hidráulico
como mostra a Figura 5, a lista de peças vide tabela 3 pág. 36.
28
Figura 5: Diagrama Hidráulico Máquina Otimizada
4.2 Dimensionamento
Após o desenho do diagrama é feito o dimensionamento dos componentes que formam
o circuito hidráulico. As necessidades do equipamento são os parâmetros a serem seguidos no
dimensionamento. Portanto é necessário conhecer:
- Carga ou peso deslocado por cada atuador.
- Velocidade de deslocamento em cada movimento.
- Tempo ou velocidade.
29
4.3 Levantamento dos dados de processo
Dados da máquina compactadora de alumínio – Fornecido pelo cliente:
Capacidade da máquina – Força de prensagem 50 toneladas
Velocidade – 10 cm/s
Curso do pistão – 1400mm
4.4 Desenvolvimento
Cilindro Hidráulico
São dimensionados em função da força máxima a ser desenvolvida.
Quando a pressão máxima não é fornecida, deve ser adotado um valor, levando-se em
conta:
- Quanto maior a pressão, menor será o diâmetro do cilindro e conseqüentemente dos
demais componentes do circuito.
- Pressões máximas dos cilindros hidráulicos.
Portanto o ideal é sempre adotar pressões menores e trabalhar com cilindros hidráulicos
maiores, a fim de que a unidade hidráulica tenha uma durabilidade maior. A Tabela 2
apresenta os diâmetros comerciais de cilindros hidráulicos Vickers.
30
Tabela 2: Cilindros Hidráulicos Vickers [5]
Consultando-se a Tabela 2, adotou-se o cilindro hidráulico TV, que possui as seguintes
características técnicas:
Diâmetro – 200mm
Haste – 140mm
Curso – 1400mm
Fixação 11 – Articulação Macho
Cálculo da área do cilindro
D ² xπ 20² xπ
=
≅ 314,16cm²
4
4
Área do cilindro = 314,16cm²
A=
A = Área
(cm 2 )
D = Diâmetro (cm)
(Equação 1)
31
Cálculo da pressão de trabalho
Selecionado o diâmetro do cilindro e da haste, recalcula-se a pressão de trabalho no
avanço e no retorno.
F 50000
P= =
≅ 159,15bar
A 314,16
P = Pr essão (bar )
F = Força (kgf )
(Equação 2)
A = Área (cm 2 )
Pressão de trabalho = 160bar
Cálculo de vazão necessária
A vazão necessária para o cilindro é calculado em função da sua área e da velocidade do
movimento. Conforme velocidade informada e área calculada tem-se:
A = 314,16cm²
V = 10cm / s
A = Área (cm 2 )
V = Velocidade (cm / s )
(Equação 3)
Q = Vazão (l / m)
Q = VxA = 10 x314,16 = 3141,60cm 3 / s =
188496cm 3 / min = 188,5L / min
Vazão = 188,5 L/min
Cálculo do tempo de avanço
Para o cálculo do tempo de avanço é considerado o diâmetro maior e a velocidade de
avanço.
C 140
t= =
= 14 s
V
10
t = tempo ( s )
C = Curso (cm)
V = Velocidade (cm / s )
(Equação 4)
Tempo = 14 s
Calculo do Motor Elétrico
A potência necessária para acionamento da bomba é função da vazão fornecida e da
pressão máxima do sistema.
32
QxP 188,5 x160
N=
=
≅ 70,8CV
426
426
N = Potência (cv)
Q = Vazão (l / m)
P = Pr essão (bar )
(Equação 5)
Potência do motor elétrico = 70 CV
Conforme cálculo acima nota-se a necessidade de um motor elétrico com uma potência
muito elevada, o que inviabiliza todo o equipamento por tratar-se de um componente com
custo extremamente elevado.
Tendo em vista o problema, nota-se que a unidade hidráulica se torna inviável para o
cliente e não havendo como reduzir a vazão, adota-se o uso de uma bomba dupla como mostra
a Figura 6 e Figura 7.
A bomba dupla é constituída em dois conjuntos rotativos e com um único eixo comum,
com isso é possível reduzir a potência do motor elétrico.
1º CASO
Figura 6: Diagrama de uma
bomba simples
2º CASO
Figura 7: Diagrana de uma
bomba dupla
1º Caso – Bomba simples com vazão fixa e uma válvula limitadora de pressão, conforme
a Figura 6. Geralmente quando se tem uma vazão e pressão alta, a potência do motor elétrico
sobe, inviabilizando o projeto.
2º Caso – Bomba dupla de palhetas fixa com dupla vazão, uma válvula limitadora de
pressão e válvula de descarga, conforme a Figura 7.
33
Nesse caso, o emprego da bomba dupla é exclusivamente para a redução da potência do
motor elétrico. Utiliza-se as duas vazões para o avanço do cilindro hidráulico, ao chegar no
final de curso começa a sofrer resistência e a pressão de trabalho começa a subir, com isso a
válvula de descarga tem a função de descarregar para o tanque a maior vazão. Sua pressão é
regulada menor que a da válvula de alivio. A bomba de menor vazão por sua vez é usada para
exercer o trabalho com uma regulagem pré-determina na válvula de alivio.
4.5 Redimensionamento do Motor Elétrico
Avanço sem carga
Para o avanço sem carga utiliza-se duas vazões e uma pressão baixa.
QxP 188,5 x 40
N=
=
≅ 17,70CV
426
426
N = Potência (cv)
Q = Vazão (l / m)
P = Pr essão (bar )
(Equação 6)
Avanço com carga
Para o avanço com carga utiliza-se apenas a menor vazão e a pressão é ajustada conforme
a necessidade, sendo que a pressão regulada é maior que o avanço sem carga.
QxP 28 x160
N=
=
≅ 10,5CV
426
426
N = Potência (cv)
Q = Vazão (l / m)
P = Pr essão (bar )
(Equação 7)
Obs: Utiliza-se a maior potência do motor elétrico 17,70 CV Adotou-se motor elétrico
padrão e com margem de segurança ≈ 20CV -1750 RPM.
4.6 Cálculo da Tubulação
Conforme cálculos de vazão, é possível determinar o diâmetro interno da tubulação para
a linha de pressão, sucção e retorno.
Observa-se na Figura 8 que a vazão é igual e adotou-se a velocidade média do fluido
como forma de cálculo.
34
Figura 8: Ábaco para Cálculo do Diâmetro Interno da Tubulação [5]
Portanto, conforme Ábaco para cálculos de diâmetros internos da tubulação apresentado
na Figura 8 temos:
Diâmetro Interno ( Sucção ) – 2 ½”
Diâmetro Interno ( Retorno) – 1 ½”
Diâmetro Interno ( Pressão ) – 1”
Após realizados todos os cálculos e dimensionamento é possível projetar a máquina
conforme mostra a Figura 9:
35
Figura 9: Projeto da Máquina Compactadora de Alumínio Otimizada (imagem de
cortesia da empresa ZM Hidráulica)
4.7 Seleção dos componentes
Essa fase do projeto é muito importante, pois são definidos os fabricantes e os
modelos dos equipamentos utilizados na unidade hidráulica. É importante utilizar peças que
tenham um prazo de entrega coerente com a data de conclusão e entrega do equipamento,
portanto devem-se analisar os prazos junto aos fornecedores.
Baseado no projeto, dimensionamentos e consultas à catálogos de fornecedores, foi
possível fazer a seleção dos componentes conforme Tabela 3.
36
Tabela 3: Lista de Peças da Unidade Hidráulica Otimizada
ITEM
QUANT.
DESCRIÇÃO
MODELO
MARCA
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
L
M
N
O
P
Q
R
1
1
1
1
1
1
1
1
2
1
1
1
1
2
1
1
1
2
Reservatório
Visor de Nível
Filtro de Ar
Bomba Dupla de Palhetas
Acoplamento
Flange de Ligação
Motoro Elétrico
Válvula Descarga
Válvula Retenção
Válvula Reguladora Pressão
Bloco Manifold
Válvula Direcional
Válvula Direcional
Válvula Reguladora Vazão
Válvula Reguladora Vazão
Válvula Retenção
Filtro de Retorno
Pressostato
500 Litros
VB-127-T2
FA-76-40/2
2520VQ
AE-80
FLMB-09
20CV-1750RPM
RCG-06
CV1-16
CG-06
DHF 0172
DG5V-8-2C
DG4S4-012C
FN-10
DGMFN-5-Y-A2W-B2W
DGMPC-5-ABK-BAK
FRT-300
061B500166
Metalsan
HDA
HDA
VICKERS
VULKAN
HDA
WEG
VICKERS
VICKERS
VICKERS
DELTA
VICKERS
VICKERS
VICKERS
VICKERS
VICKERS
HDA
DANFFONS
1
1
1
1
Cilindro Hidráulico
Cilindro Hidráulico
TV11-NZ-0-N-7-K-A-1400
TV09-EL-0-N-7-K-A-350
VICKERS
VICKERS
37
Na Figura 10 abaixo, encontra-se uma máquina compactadora de alumínio otimizada
finalizada e pronta para produzir.
Figura 10: Máquina Compactadora de Alumínio Otimizada Finalizada (imagem de
cortesia da empresa ZM Hidráulica)
Após testes e verificações finais, foi possível elaborar uma planilha com os dados
técnicos mostrados na Tabela 4 a seguir:
Tabela 4: Dados Técnicos da Máquina Compactadora de Alumínio Otimizada
Peso da máquina
3.500 kg
Força de prensagem
50 toneladas
Pistão ( prensagem )
200 x 140 x 1400mm
Pistão ( fechamento )
63 x 35 x 350 mm
Pressão de trabalho
160 bar
Vazão da bomba
188,50 L/m
Velocidade de avanço ( pistão de prensagem )
10 m/s
Motor Elétrico
20 CV - 1750 RPM
Produtividade
1500 a 1800 kg/hora
Tamanho do fardo
400 x 300 x 170 a 180mm
Peso aproximado do fardo
15 a 17 kg
Investimento total estimado do equipamento
R$ 280.000,00
38
Podemos observar na Figura 11 a máquina compactadora de alumínio não otimizada.
Observa-se que a máquina tem sua estrutura maior com cilindros hidráulicos com diâmetros
maiores, com isso a máquina compactadora de alumínio não otimizada torna-se para o cliente
uma máquina com custo elevado.
Figura 11: Maquina Compactadora de Alumínio sem Otimização (imagem de
cortesia da empresa ZM Hidráulica)
Observa-se na Figura 12 que o digrama hidráulico possui válvulas regenerativas,
bomba variável, o que torna a unidade hidráulica mais complexa com um custo maior.
39
Figura 12: Diagrama hidráulico da máquina compactadora não otimizada
Normalmente as empresas buscam máquinas que atendam as suas necessidades com
um menor custo. Observa-se na Tabela 5 que a máquina compactadora não otimizada tem
40
valores maiores como: força de prensagem, produtividade, tamanho do fardo; em relação a
máquina compactadora otimizada projetada
Hoje as empresas tem reduzido cada vez mais os refugos, afim de obter junto a
concorrência um custo melhor em seu produto final, com isso a máquina compactadora de
alumínio otimizada representa uma relação custo-benefício vantajosa para as empresas.
Após analise foi possível observar que as compactadoras de alumínio não tem um
regime de trabalho continuo, sendo assim não haveria necessidade de um alto investimento,
abrindo mercado para as máquinas compactas.
Tabela 5: Dados Técnicos da Máquina Compactadora de Alumínio sem
Otimização
Peso da máquina
10150 kg
Força de prensagem
80 toneladas
Pistão ( prensagem )
200 x 140 x 1400mm – ( 2 peças )
Pistão ( fechamento )
100 x 56 x 450 mm
Pressão de trabalho
130 bar
Vazão da bomba
129,50 L/m – 74 cm3/r
Velocidade de avanço ( pistão de prensagem )
4,8 m/s
Motor Elétrico
40 CV - 1750 RPM
Produtividade
700 a 900 kg/hora
Tamanho do fardo
500 x 400 x 170 a 180mm
Peso aproximado do fardo
20 a 25 kg
Investimento total estimado do equipamento
R$ 720.000,00
41
5 CUSTOS SÓCIO-ECONÔMICOS
Conforme levantamento em empresas revendedoras de materiais recicláveis no ano de
2007, foram extraídos os seguintes dados apresentados na Tabela 6 abaixo:
Tabela 6: Dados sócio-econômicos [7]
Venda de lata a granel
0,50 a 0,80 R$ / kg
Compra de lata a Granel
1,50 a 1,80 R$ / kg
Venda de lata selecionada e prensada
3,50 a 4,00 R$ / kg
Transporte lata granel p/ carreta
4 a 5 ton.
Transporte lata Prensadas p/ carreta
19 ton.
Latas de alumínio vazia
13,5 g
Média de vendas mensal de latas prensadas
150 a 250 ton. / mês
42
6 RESULTADOS
O Start-up da nova máquina compactadora de alumínio ocorreu dentro do período
programado, porém foi necessário realizar alguns ajustes como regulagem de pressão e vazão.
Devido ao perfeito funcionamento do equipamento foi possível observar que a
temperatura do óleo atingiu as expectativas, trabalhando conforme especificação do
fabricante.
Outro fator importante a ser destacado é a redução dos componentes e o aumento da
velocidade da unidade hidráulica da máquina otimizada em relação a máquina não otimizada.
Utilizou-se uma bomba dupla e duas válvulas de pressão para sincronizar os movimentos
reduzindo a potência do motor elétrico, podendo assim aumentar a vazão da bomba
aumentando sua velocidade, enquanto que a unidade hidráulica da máquina não otimizada,
utilizou-se apenas uma bomba, sendo variável, que tem um custo de mercado maior que a
bomba dupla utilizada na máquina otimizada, com isso, foi possível observar que todos os
componentes e o motor elétrico estavam super dimensionados.
Observações importantes foram levantadas junto ao usuário, devido a grande
satisfação de produção e pequeno espaço físico ocupado, além do seu custo, tornam está
maquina compactadora de alumínio otimizada um grande atrativo para as pequenas, medias e
grandes empresas na área da reciclagem.
43
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O campo da reciclagem do alumino é amplo e proporciona diversos benefícios. A
reciclagem serve como meio de sobrevivência para muitos, desde simples catadores que
recolhem pequenas quantidades por dia ou mesmo por mês, e revertem a latinhas em dinheiro
que atenderá as necessidades básicas de sua família, até as grandes empresas que lucram
muito com a reciclagem do alumínio.
Outro aspecto importante na reciclagem se refere ao meio ambiente, e é através de
projetos e programas de conscientização, que a sociedade diminuirá as agressões ao meio
ambiente evitando que toneladas e toneladas de alumínio e outros materiais como ( papelão,
vidro, resíduos, químicos ) fiquem expostos contaminando o solo. A reciclagem das latas de
alumínio tem crescido consideravelmente nos últimos anos, gerando diversos benefícios no
setor econômico, político e social.
44
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Associação Brasileira de Alumínio - ABAL. Apresenta informações gerais do alumínio.
Disponível via URL em: http://www.abal.org.br . Acesso em: 15 de nov. de 2007
[2] WIEBECK, Hélio, PIVA. O lixo pode ser um tesouro., São Paulo, p.14, 1992.
[3] Alcan Embalagens – Alumínio do Brasil Ltda. Apresenta informações gerais do
alumínio. Disponível via URL em: http://www.alcan.com.br . Acesso em: 15 de nov. de 2007.
[4] LATASA, Reynolds Latasa. Apresenta informações gerais de reciclagem e alumínio.
Disponível via URL em: http://www.latasa.com.br . Acesso em: 18 de nov. de 2007.
[5] VICKERS, Manual de Hidráulica Industrial Vickers 935100.11 ed., São Paulo, 2002.
[6] Recicláveis. Apresenta textos sobre reciclagem em latas de alumínio. Disponível via URL
em: http://www.reciclaveis.com.br. Acesso em: 18 de nov. de 2007.
[7] RECICLA. Comercio de lixo Reciclável Ltda. Rod. João Leme dos Santos, 1955.
Sorocaba / SP: O que fazemos. Disponível via URL em: http://www.reciclaresiduos.com.br .
Acesso em: 21 de nov. de 2007.
45
9 REFERÊNCIAS CONSULTADAS
Novelis do Brasil Ltda. Apresenta informações gerais do alumínio. Disponível via URL em:
http://www.novelis.com.br . Acesso em: 15 de nov. de 2007.
Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade - Abralatas.
Apresenta informações gerais de latas de alumínio. Disponível via URL em:
http://www.abal.org.br . Acesso em: 15 de nov. de 2007.
Goldpress Máquinas e Reciclagem. Apresenta máquinas para reciclagem. Disponível via
URL em: http://www.goldpress.com.br. Acesso em: 28 de outubro de 2007.
Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos – ABIMAQ. Disponível
via URL em: http://www.abimaq.org.br . Acesso em: 15 de nov. de 2007.
Alutech. Linha de Produção. Disponível via URL em: http://www.alutech.com.br. Acesso
em: 15 de nov. de 2007.
Download

Curso de Engenharia Mecânica – Automação e Sistemas PROJETO