Segundo Grande Livro
Os espíritos que envolvem a
Águia trouxeram uma profecia.
Dias antes de a Primevera se
erguer haverá um encontro dos
Papooses mais astutos.
A floresta que embala o mar
espera-vos quando o Homem
criar os dias de 9 e 10 de
Março. Os Papooses líderes de
cada Tribo deverão então
comparecer para o primeiro
grande confronto e superar as
provas que encontrarem.
Desafio dos Papoose
O Conselho dos Xamãs continua a insistir na preparação dos Papoose. Manitou
avisa que o “Desafio dos Papoose”desta geração vai ser mais intenso que o
normal. A estranha configuração dos elementos da Natureza e dos astros
celestes, prevista para esta data, pressagia obstáculos difíceis e exigentes a ser
ultrapassados.
O Conselho Tribal decidiu assim continuar a apresentar dicas mais avançadas
sobre temas importantes. Lembrem-se de que a antecipação e preparação para
a actividade é importante, de maneira a que possam ter uma participação em
pleno.
I- Decoração de um Tepee
A seguir à montagem do Tepee, a preocupação vira-se para a sua decoração.
Como já dito no “Primeiro Grande Livro”, a decoração exterior é um aspecto
muito importante porque serve como meio de identificação da Tribo, contando a
sua história e revelando alguns dos seus símbolos sagrados.
II - Orientação
Mais algumas técnicas de orientação poderão tornar-se úteis aquando do
“Desafio dos Papoose”. Aqueles que mais souberem, mais hipóteses terão de
conseguir chegar ao fim. Mas lembrem-se: a prática é imprescindível e não se
fiquem apenas pela teoria; comecem a treinar.
III - Cozinha de campo
Não tarda a Primavera estará aí
e serão reunidas todas as
forças da Terra para nascerem
os novos Guerreiros.
O Conselho dos Xamãs determinou que só poderão passar a guerreiros aqueles
que souberem preparar as suas refeições. Para tal contarão com a ajuda do
Fogo, com o qual deverão transmitir à comida as energias (calor) necessárias
para que esta cozinhe. Para passar esta prova, os Papoose de cada Tribo
deverão mostrar ser capazes de acender uma Fogueira e nela cozinhar uma
refeição. Esta prova será superada se a refeição passar no teste oficial do
Conselho Tribal, cujos membros têm um paladar bastante apurado.
I - Decoração de um Tepee
Sinais e Símbolos Sagrados
Neste “Segundo Grande Livro” o Conselho Tribal relembra às Tribos os aspectos
que podem ter em conta na decoração dos seus Tepees. No “Desafio dos
Papoose” este será um tema importante pois cada Tribo, no meio de todas as
outras presentes, deve conseguir manter a sua identidade própria.
Alguns símbolos têm uma significância própria
apenas interpretável pelos índios da Tribo a que
correspondem, enquanto que outros
apresentam uma significância globalmente
interpretável. É através dos símbolos que parte
da História da Tribo pode ser contada e também
através deles que, de uma forma geral, a Tribo e
os Índios se identificam, de acordo com as
sensações interiores que cada símbolo invoca.
II - Orientação
Cores e padrões
Coordenada
A coloração do pano do Tepee dá azo à primeira impressão com que os outros
ficam do Tepee. As cores podem ter várias intenções, tais como o sobressair, o
camuflar ou um misto dos dois anteriores. As cores também surtem sensações
diversas como a calma, a vontade de acção, etc. Uma escolha adequada das
cores permite criar sensações mistas, por vezes difíceis de identificar, que
podem em certos aspectos caracterizar a Tribo.
Para que se possa conhecer a localização absoluta de locais, convencionaramse três coordenadas esféricas (latitude, longitude, altitude) que permitem
identificar univocamente a posição de um ponto no Planeta Terra. A latitude mede
a distância (angular) ao equador, a longitude mede a distância (angular) ao
Meridiano de Greenwich (geodésica que passa pelo pelos Pólos e pela cidade de
Greenwich em Inglaterra) e a altitude mede a distância ao nível médio das águas
do mar.
História da Tribo
No pano do Tepee, cada Tribo tem a oportunidade de contar um pouco da sua
história e lendas, através de desenhos e símbolos com significados próprios. De
certa maneira a Tribo define-se pela sua História, visto que vive segundo os seus
costumes e ideologias, transmitidas ao longo dos tempos e transmutadas no
decorrer da sua história.
Bússola
Uma bússola é um instrumento
de orientação constituído por
uma agulha magnética que,
girando livremente em torno de
um eixo (ou ponto), se orienta
paralelamente ao campo
magnético que por ela passa.
O Planeta Terra funciona como um imã
gigante com os pólos magnéticos próximos
dos pólos geográficos. Na ausência de
campos magnéticos mais intensos, a agulha
da bússola orienta-se paralelamente ao
campo magnético terrrestre. Um dos lados da
agulha, normalmente vermelho, aponta para
o Pólo Norte magnético, que se situa próximo
do Pólo Norte Geográfico, mais
concretamente a Nordeste do Canadá.
Para que a agulha da bússola indique
correctamente o Norte Magnético, é
necessário tomar algumas precauções, tais
como: evitar a proximidade com objectos metálicos ou com propriedades
magnéticas; evitar zonas com altas tensões eléctricas, nomeadamente perto de
cabos ou fontes de alta tensão; evitar proximidade com circuitos eléctricos;
manter a bússola numa posição que permita o livre girar da agulha magnética.
Declinação Magnética
A agulha da bússola não aponta exactamente para o Norte Geográfico. Ao
ângulo que é feito entre o Norte Geográfico e o Norte Magnético chama-se
declinação magnética. Este ângulo varia com a localização no ponto do Planeta
Terra e também com o tempo (variação lenta ao longo dos anos).
No ano de 2002, em Portugal, a declinação magnética tem um
valor médio de cerca de 7º no sentido contrário ao dos
ponteiros do relógio em relação ao Norte Geográfico. Assim,
quem usar uma bússola em Portugal, para seguir o sentido do
Norte Geográfico deverá seguir o azimute magnético 7º.
Posto isto, para uma orientação geográfica através de uma
bússola, basta deixar a agulha magnética indicar o Norte
Magnético, fazer a correcção devida à declinação magnética
e, a partir daí, seguir o azimute pretendido.
Carta Topográfica
Uma carta topográfica de um dado terreno é um desenho representativo do perfil
topográfico desse terreno. Nesse desenho usam-se diversos sinais, cada qual
representando um objecto no terreno. A associação entre o sinal e o objecto no
terreno é descrita na legenda da carta topográfica. Abaixo apresenta-se, como
exemplo, parte da legenda de uma carta topográfica:
Orientar uma carta topográfica
As cartas topográficas têm quase sempre indicadas as linhas de direcção NorteSul. Para orientar uma carta topográfica basta fazer com que estas linhas fiquem
alinhadas (no sentido correcto) com as linhas Norte-Sul reais. Se esta orientação
for feita com o auxílio de uma bússola, é preciso ter em consideração a
declinação magnética. Assim, para correctamente orientar uma carta topográfica
(em Portugal) com uma bússola, basta orientar primeiro as linhas Norte-Sul da
Carta com a agulha da bússola e de seguida rodar o mapa 7º (declinação
magnética média em Portugal em 2002) para a direita.
Escalas
As cartas topográficas representam terrenos reais num tamanho reduzido. Esta
redução permite que, numa pequena área de carta, seja representada um
grande área de terreno. A escala de uma carta indica a magnitude desta redução.
Por exemplo, uma escala de 1 para 25000 significa que a cada unidade de
medida na carta, correspondem 25000 unidades de medida na realidade.
Quanto maior for o factor de redução, maior será a área de terreno possível
representar numa mesma área de carta topográfica.
Rica e gráfica. Na forma numérica exprimem-se habitualmente por meio de uma
fracção, enquanto que na forma gráfica se representam por desenhos.
A escala numérica permite fazer cálculos exactos, como calcular que 2,5cm num
mapa 1/25000 correspondem a 2,5cm25000=625m no terreno real. A escala
gráfica permite comparar directamente distâncias da carta topográfica com
distâncias do desenho da escala gráfica, tornando imediata a determinação da
distância no terreno real. A escala gráfica tem a vantagem, relativamente às
escalas numéricas, de se manter correcta em cópias de tamanho reduzido ou
ampliado da carta original, coisa que não acontece com as escalas numéricas.
Localização numa Carta topográfica
Quando se está num terreno com uma carta topográfica desse terreno, existem
diversas maneiras para se descobrir o ponto exacto do mapa correspondente ao
local onde se está. Através da legenda, facilmente se encontram no mapa
localizações correspondentes a locais facilmente identificáveis como rios, linhas
de comboio, pontos elevados, casas, caminhos, ilhas, etc. A identificação, no
terreno, destes pontos de referência impressos no mapa, permite uma
orientação e localização com precisão. A possível ajuda de uma bússola ou de
outros meios de orientação e localização facilitarão ainda mais a tarefa.
No tema da orientação e topografia a prática ajuda muito. O Conselho Tribal
aconselha portanto todos os Papoose a treinar e aprofundar as técnicas
ensinadas, de maneira a que as possam usar quando chegar a hora do “Desafio
dos Papoose”.
III - Cozinha de Campo
Aqui o Conselho Tribal dá algumas dicas de como aproveitar o Fogo para
cozinhar alimentos, possibilitando assim umaa alimentação cuidada dos
papoose.
Para começar o Fogo são precisos três elementos: combustível, comburente e
energia. No campo, os elementos mais à disposição são normalmente o oxigénio
(comburente) e a lenha (combustível). De início o calor (energia) tem de ser
concentrado num foco do combustível para que o Fogo se inicie. Depois o calor
mantém-se à medida que o combustível arde
Como preparar uma fogueira
Recolher lenha de vários tamanhos, desde a mais fina
até a mais grossa. Limpar o local em redor da fogueira,
para evitar que o fogo se propague por algum acaso e
cause um incêndio
Fazer a mecha, que pode ser composta por caruma,
aparas, palha, gravetos finos, etc., de preferência
secos. Deixando uma abertura do lado de onde vem o
vento. Ir empilhando, sobre a forma de pirâmide,
gravetos bem finos e secos sobre a mecha. Ir
acrescentando gravetos mais grossos, tendo o
cuidado de não formar uma barreira pela qual não
consiga passar ar suficiente para manter a fogueira
acesa.
Acender a mecha. Uma das maneiras mais fáceis de a
acender é usando fósforos. Os fósforos são leves,
baratos, seguros e ocupam pouco espaço. Se não se
tiver fósforos ou isqueiro, pode-se recorrer a maneiras
mais antigas como usar o calor gerado pelo friccionar
de dois pedaços de madeira bem seca, pela
convergência de raios luminosos num foco localizado
num pau de caruma ou papel, etc.
Se não houver vento, soprar um pouco. Há medida que o fogo for ficando mais
intenso ir acrescentando paus cada vez mais grossos, sempre com o cuidado de
não abafar a fogueira, pois isso pode implicar que o fogo se apague e se tenha de
ateá-la de novo.
Alguns tipos de Fogueira
As fogueiras podem ser construídas de várias maneiras, consoante o propósito
pretendido: para grelhados são precisas brasas, para coser arroz é preciso lume
quente, para um Fogo de Conselho é preciso calor e duração. Há também que ter
em atenção o tempo disponível para acender a fogueira, a lenha disponível, as
condições climatéricas (nomeadamente a intensidade do vento), etc. O
Conselho Tribal apresenta aqui alguns exemplos de Fogueiras, para que se
possam melhor preparar, para o confeccionamento da refeição que pretenderem
apresentar na prova de comidas do “Desafio dos Papoose”.
Apagar a fogueira
Para bem apagar uma fogueira deve-se começar por extinguir as chamas e de
seguida certificar-se de que o fogo não reacenderá.
Para extinguir as chamas basta retirar um dos três componentes (combustível,
comburente, calor) necessários para a existência de fogo, por exemplo pondo
terra em cima da lenha de modo que a o contacto com o oxigénio seja impedido,
ou deitando água para cima da lenha de maneira a que o calor necessário para a
combustão se dissipe.
Para que o fogo não reacenda basta certificar-se de que os três componentes
não se juntem de novo, por exemplo enterrando as brasas na terra de modo a
que estas não fiquem em contacto com o ar, ou resfriando as brasas de maneira a
que o calor do seu interior não seja suficiente para aquecer o exterior a
temperaturas altas.
A importância de apagar bem fogueiras está no facto de uma fogueira mal
apagada poder ser a causadora de um incêndio. Uma rajada de vento pode por
exemplo reacender uma brasa ainda quente, que faça com que a fogueira se
acenda e que por sua vez se libertem fagulhas que queimem vegetação por
perto, iniciando-se um incêndio.
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