III Simpósio Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação
Recife - PE, 27-30 de Julho de 2010
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USO DE SIG NA MODELAGEM DE VARIÁVEIS ABIÓTICAS PARA A
POTENCIALIZAÇÃO DE ÁREAS PROPOSTAS À UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO NA CAATINGA
RICARDO RIVELINO DANTAS RAMOS1
JÚLIO CÉSAR FERREIRA MELO JÚNIOR1
HELIO LEANDRO LOPES1
JEFFERSON RODRIGUES MACIEL2
JOSÉ ALVES DE SIQUEIRA FILHO3
1. Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, Colegiado Engenharia Agronômica, Campus
Ciências Agrárias, BR 407, Km 12, Distrito de Irrigação Senador Nilo Coelho, Petrolina - PE CEP 56300-990
2. Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, Centro de Referência para Recuperação de Áreas
Degradas da Caatinga, Campus Ciências Agrárias, BR 407, Km 12, Distrito de Irrigação Senador Nilo Coelho, Petrolina
- PE CEP 56300-990
3. Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, Colegiado Ciências Biológicas, Campus Ciências
Agrárias, BR 407, Km 12, Distrito de Irrigação Senador Nilo Coelho, Petrolina - PE CEP 56300-990
ABSTRACT - This summary aims to analyze environmental variables that are useful to identify potential
areas for conservation units in the areas directly affected by the Integration Project of the São Francisco
River Basin throught the North East channel - PISF. The savanna is the biome that suffers the greatest
degradation among the others biomes in Brazil, hence the urgency for conservation of this biome.
Geographical Information System with many tools that have a high degree of response in the
interpretation and data collection by geoprocessing analysis, has become the main source of processing
and analysis of regions that have suffered from several degree of degradation. Many authors proposed the
use of algorithms and modeling of multiple variables for the proposed design of conservation units
(UC's). In this sense, it has as objective to modeling of abiotic factors to identify potential areas for
creation of UC's in the area of influence of the Integration Project of the São Francisco River Basin with
the Setentrional Northeast Basins (PISF).
1. INTRODUÇÃO
O bioma Caatinga possui menos de 2% de sua
área protegida com unidades de conservação de proteção
integral (Casteletti et. al. 2003), apresentando
características
peculiares,
com
localização
geomoforlógicas em depressões interplanálticas, porém
com exceções, solos pedregosos e rasos com muitos
afloramentos rochosos, alta radiação solar, baixa
nebulosidade, altas temperaturas do ar anuais, demanda
evapotranspirométrica
elevada
e
precipitações
pluviométricas baixas e irregulares. Contudo se sobressai
pela riqueza de espécies, pelo grau de endemismo e ainda
por ser um bioma exclusivamente brasileiro (Queiroz
2009).
Dada a urgência para a conservação da Caatinga,
Santos & Tabarelli (2003) propõem a utilização de
algoritmos e modelagem de múltiplas variáveis para a
proposta de desenho de Unidades de conservação (UC’s).
Neste sentido, teve-se como objetivo realizar a
modelagem de fatores abióticos para identificação de
áreas potenciais para criação de UC’s na área de
Influência Direta do Projeto de Integração da Bacia do
Rio São Francisco com as Bacias do Nordeste
Setentrional (PISF).
2. MATERIAIS E MÉTODOS:
O estudo focou a área de influência direta do PISF
que é formada por 86 municípios em dois eixos o eixo
Norte que se estende de Cabrobó-PE a Mauriti-CE e o
eixo Leste que parte de Petrolândia-PE até Monteiro-PB
(Figura 1).
Os dados foram obtidos a partir de mapas
vetoriais de Solos (Figura 2), Hidrografia (Figura 3), Rede
Rodoviária (Figura 4) do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE 2006) em Escala de 1:500.000 e Áreas
R. R. D. Ramos, J. C. F. Melo Júnior, H. L. Lopes, J. R. Maciel, J. A. Siqueira Filho.
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de Influência Direta e Eixos dos Canais Norte e Leste do
PISF (Figura 5).
Para a modelagem de dados foram utilizados
mapas editados em arquivo vetorial fornecidos pelo PISF
e IBGE. Por meio de extensões do Sistema de Informação
Geográfica (SIG) Arcgis 9.3 (ESRI, 2008) foram
preparados o passo algorítmico contido dentro do SIG
para a análise e interpretação de dados abióticos, os quais
originaram polígonos que expressam as áreas potenciais
para criação de UC’s na Caatinga ao longo do PISF.
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Figura 2 – Áreas com atribuição de valores pesos. As manchas
em verde representam áreas com três ou mais classes de solos,
apresentando alta atividade biológica.
Figura 3 – Modelo hidrográfico com atribuição de valores pesos,
atribuídos a partir da quantidade de recurso hídrico disponível.
Figura 1 – Eixos do Projeto de Integração do Rio São Francisco
com as Bacias do Nordeste Setentrional – PISF.
Figura 4 – Modelo de distanciamento e registros de rodovias
pavimentadas e vicinais ao longo do PISF. Quanto maior o
valor, menor a presença de rodovias.
R. R. D. Ramos, J. C. F. Melo Júnior, H. L. Lopes, J. R. Maciel, J. A. Siqueira Filho.
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Figura 5 – Buffers contendo distanciamentos sucessivos de
dentro para fora de 250, 500 e 1000 metros.
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Figura 6 – Modelo Digital Resultante, com Áreas potenciais
para Unidades de Conservação no Trecho do Projeto de
Integração da Bacia do Rio São Francisco com as Bacias do
Nordeste Setentrional.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES:
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Com base na figura 6 obtida a partir da modelagem dos
dados abióticos, identificaram-se importantes áreas
propostas para UC’s. Entre essas áreas de maior
representatividade e importância biológica, destaca-se o
trecho que compreende os municípios de Cabrobó,
Serrita, Salgueiro e Terra Nova no estado de Pernambuco.
Onde está localizada a Serra do Livramento e todo
complexo montanhoso. Apresentando uma vegetação
conservada. Ocorrendo indivíduos das espécies endêmicas
e ameaçadas de extinção: Spondias tuberosa (umbuzeiro)
e Myracroduon urundeuva (aroeira). Ainda foram
encontrados registros de Syagrus cearensis (licuri) e
Ceiba glaziovii (barriguda) no topo da Serra (MMA,
2008, Siqueira Filho et. al. 2009). Essa área está inserida
dentro de uma Área Prioritária para conservação da
Biodiversidade na Caatinga classificada como
Insuficientemente Conhecida e nomeada de Vale do
Sertão Central (MMA, 2002).
Já o eixo Leste, que se estende desde o município
de Floresta-PE a Monteiro-PB, apresentou poucas faixas
para propostas de UC’s. No entanto com polígonos bem
contínuos e definidos. As mais representativas foram a
localizadas entre os municípios de Floresta, Betânia e
Custódia, em Pernambuco. Segundo o MMA (2002),
essas áreas estão inseridas dentro de Áreas Prioritárias
para Conservação da Biodiversidade de categorias
Extremamente Alta e Insuficientemente Conhecida.
Ao serem gerados os modelos matriciais das
áreas potenciais para UC’s, observou-se a relação direta
entre fatores abióticos (Rede hidrográfica, estradas e
solos) modelados com o SIG e condições reais no campo.
Contudo, nota-se que quanto mais variáveis incluídas
como exemplo: cobertura vegetacional e inventários
florísticos, maior o grau de precisão dos modelos
matriciais propostos.
5. AGRADECIMENTOS:
Os autores agradecem ao Ministério da Integração
Nacional pelo financiamento do Programa de
Conservação da Flora nas Áreas de Influência Direta
do Projeto de Integração da Bacia do São Francisco
com as Bacias do Nordeste Setentrional.
6. REFERÊNCIAS:
LEAL, I. R.; TABARELLI, M. & CARDOSO DA
SILVA, J. M. (orgs.) In: Ecologia e Conservação da
Caatinga. CASTELLETTI, H. M. Recife: Ed.
Universitária da UFPE. 2003.
R. R. D. Ramos, J. C. F. Melo Júnior, H. L. Lopes, J. R. Maciel, J. A. Siqueira Filho.
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ESRI. Arcmap GIS 9.3 – Extensões: Spatial
Analyst Tools, U.S.A. 2008.
IBGE. Base cartográfica do Brasil ao Milionésimo.
2006.
MMA. Avaliação e ações prioritárias para a
conservação da biodiversidade da Caatinga. Brasília:
MMA/SBF. 2002.
MMA. Lista Oficial Brasileira das Espécies da
Flora Ameaçadas de Extinção. 2009.
QUEIROZ, L. P. Leguminosas da Caatinga.
UEFS. Feira de Santana. 467p. 2009.
LEAL, I. R.; TABARELLI, M. & CARDOSO DA
SILVA, J. M. (orgs.) In: Ecologia e Conservação da
Caatinga. SANTOS A. M. M. & TABARELLI. Recife:
Ed. Universitária da UFPE. 2003.
SIQUEIRA-FILHO, J. A.; OLIVEIRA, M. A.;
MACIEL, J. R. & CARVALHO-SOBRINHO, J. G.
Relatório técnico 4: Monitoramento e Resgate de Flora
em Áreas de Influência Direta e Indireta do Projeto São
Francisco. Petrolina: CRAD/UNIVASF. 53p. 2009.
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R. R. D. Ramos, J. C. F. Melo Júnior, H. L. Lopes, J. R. Maciel, J. A. Siqueira Filho.
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