UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
ANDERSON DE SOUSA BEZERRA
REVESTIMENTO TÉRMICO EM
DIGESTORES ANAERÓBIOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Universidade Anhembi Morumbi no âmbito do
Curso de Engenharia Civil
SÃO PAULO
2007
ii
ANDERSON DE SOUSA BEZERRA
REVESTIMENTO TÉRMICO EM
DIGESTORES ANAERÓBIOS
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Universidade Anhembi
Morumbi no âmbito do Curso de
Engenharia Civil
Orientador: Prof. Dr. Antonio Eduardo Giasante
SÃO PAULO
2007
iii
REVESTIMENTO TÉRMICO EM
DIGESTORES ANAERÓBIOS
Trabalho____________ em: ____ de_______________de 2007.
______________________________________________
Nome do Orientador
_____________________________________________
Nome do professor da banca
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como exigência parcial
para a obtenção do título de Graduação
do Curso de Engenharia civil com
ênfase Ambiental da Universidade
Anhembi Morumbi
Comentários:_________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
iv
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos que me apoiaram e
incentivaram durante todos os momentos árduos em
que passei principalmente à minha mãe, irmãos e
namorada que tanto contribuíram no êxito dessa
pesquisa.
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Prof. Dr. Antonio Eduardo Giasante, à Equipe da obra da TECHINT e
SABESP na ETE Barueri, e todos que contribuíram para a conclusão desse trabalho e
conseqüentemente em minha conclusão do curso de engenharia.
vi
RESUMO
A Estação de Tratamento de Esgoto de Barueri é uma referência no setor de saneamento
básico mundial, com a sua ampliação prevista no projeto de despoluição do Rio Tietê, terá
sua vazão de operação ampliada de 9,5 m³/s para 12,5 m³/s, mantendo-se a maior
estação da América Latina.
Esse trabalho procura descrever o processo de revestimento térmico na estrutura do
digestor anaeróbio e sua importância no sistema do tratamento do esgoto, avaliando a
eficiência dos materiais assim como o revestimento finalizado.
Inicialmente é apresentado o processo de Tratamento de Esgoto da ETE, apresentando o
Digestor no ciclo desse tratamento e, posteriormente, a técnica utilizada no Revestimento
Térmico desse componente, apresentando materiais e logística de execução atividade
descrita nessa pesquisa.
Palavras Chave: Revestimento Térmico, Digestores Anaeróbio, Estação de Tratamento de
Esgotos de Baruerí – ETE Baruerí.
vii
ABSTRACT
Barueri’s sewage treatment station / plant is a world reference. Its revamping, included at
Tietê river pollution reducing project, will increase treatment capacity from 9,5 m³/s to 12,5
m³/s, remaining as the biggest treatment plant in Latin America.
This paper describes the coating application at anaerobic digester and its importance at
sewage treatment process, giving an evaluation on material efficiency as well as whole
coating performance.
Initially, an overview on Barueri’s sewage treatment station (ETE) process is presented,
showing the digester role at the treatment cycle and, then, the coating techniques,
presenting materials, execution and planning.
Key words: thermal lining, anaerobic digesters, Barueri’s sewage treatment station – ETE
Barueri.
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Fluxograma do Tratamento de Esgoto da ETE .................................................11
Figura 2 – Detalhamento da aplicação do revestimento térmico .......................................45
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Principais Caracteríticas Operacionais da ETE Barueri...................................10
Tabela 2 – Traço do Concreto Projetado Utilizando Inicialmente nos Trabalhos...............35
Tabela 3 – Exigências para o Concreto Projetado Aplicado por Via Úmida ......................36
Tabela 4 – Traço do Concreto Projetado Utilizando Posteriormente aos Estudos ............37
Tabela 5 – Exigências para a Solução Asfáltica de Imprimação .......................................40
Tabela 6 – Exigências para a Emulsão Asfáltica com Carga.............................................41
Tabela 7 – Exigências para o Material Isolante -Propriedade Método Exigências ............43
Tabela 8 – Quantitativo para 01 Digestor dos materiais acima relacionados. ...................45
x
LISTA DE FOTOS
Foto 1 - Foto Aérea com Localização e Acessos.................................................................7
Foto 2 - Foto Panorâmica da ETE-Baruerí ........................................................................13
Foto 3 – Placa de Identificação dos Digestores Anaeróbio................................................25
Foto 4 - Características Físicas do Digestor 08 .................................................................30
Foto 5 – Detalhe da estrutura a fixar os pinos de ..............................................................35
Foto 6 – Aplicação do Concreto Projetado ........................................................................38
Foto 7 – Pintura de Imprimação na Estrutura do Digestor Anaeróbio................................39
Foto 8 – Detalhe da Fixação das Telas Soldadas .............................................................40
Foto 9 – Detalhe da Tela Hexagonal e posterior pintura com............................................41
Foto 10 – Fixação dos painéis de fibra de vidro ................................................................42
Foto 11 – Sarrafo para posterior aplicação do mástique ...................................................44
Foto 12 – Mástique aplicado nas juntas. ...........................................................................44
Foto 13 - Execução de serviços de limpeza externa .........................................................46
Foto 14 - Vista geral do sistema de deslocamento ............................................................47
xi
LISTA DE ANEXOS
Anexo A – Documentação Fotográfica
Anexo B – Cronograma Físico e EAP das Atividades Executadas
Anexo C – Certificado de Qualidade da Emulsão Asfáltica
Anexo D – Certificado de Qualidade do Asfalto Diluído
Anexo E – Certificado de Qualidade do Painel de Lã de Vidro
Anexo F – Certificado de Qualidade do Concreto e Mapeamento de Execução
Anexo G – Desenhos de Referência
Anexo H – Documentação Complementar
xii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
SABESP
Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
ETE
Estação de Tratamento de Esgotos
ETA
Estação de Tratamento de Água
ABNT
Associação Brasileira de Normas Técnicas
xiii
LISTA DE SÍMBOLOS
Tx
T = 20º
m³/s
Condutividade Térmica Equivalente
Temperatura em graus
Vazão
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................1
2. OBJETIVOS.....................................................................................................................2
2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................2
2.2 Objetivo Específico.....................................................................................................2
3. JUSTIFICATIVA...............................................................................................................3
4. MÉTODO DE TRABALHO...............................................................................................4
5. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA / REVISÃO CONCEITUAL ...............................................5
5.1. Transferência de Calor..............................................................................................5
5.2. Tratamento Anaeróbio...............................................................................................5
5.3. Produtos da Biodigestão ...........................................................................................6
5.4. Tipos de Biodigestores Industriais.............................................................................6
5.5. Influência da Temperatura na Biodigestão................................................................6
6. O REVESTIMENTO TÉRMICO NOS DIGESTORES ANAERÓBIOS..............................7
6.1 Localização e Acessos...............................................................................................7
6.2 Histórico .....................................................................................................................8
6.3.1 Unidades da Fase Líquida .................................................................................13
6.3.2 Unidades da Fase Sólida...................................................................................19
6.3.3 Unidades de Apoio ............................................................................................22
6.3 O Biodigestor ...........................................................................................................25
6.5 A Temperatura como Fator de Operação.................................................................26
6.6 Biodigestores Industriais ..........................................................................................27
6.7 Revestimento Térmico nos Digestores Anaeróbios..................................................30
6.7.1 Características Físicas do Digestor ...................................................................30
6.7.2 O Isolamento Térmico .......................................................................................32
6.7.3 O Sistema de Aquecimento dos Digestores ......................................................32
6.8 Materiais Utilizados no Revestimento ......................................................................34
6.8.1 Limpeza da Superfície Externa..........................................................................34
6.8.2 Pinos de Ancoragem e Espoletas......................................................................34
6.8.3 Concreto Projetado............................................................................................35
6.8.4 Pintura de Imprimação.......................................................................................39
6.8.5 Tela Soldada Q-138...........................................................................................40
6.8.6 Emulsão Asfáltica e Tela Hexagonal de 1” .......................................................41
6.8.7 Material Isolante - Painéis de Fibra de Vidro .....................................................42
6.8.8 Material Selante - Juntas de Dilatação ..............................................................44
6.8.9 Detalhamento da Execução...............................................................................45
6.8.10 Sistema de Balancim .......................................................................................46
6.10 Controle de Qualidade dos Materiais .....................................................................48
6.10.1 Normalizações .................................................................................................48
6.10.2 Solução Asfáltica .............................................................................................49
6.10.3 Material Selante...............................................................................................49
6.10.4 Emulsão Asfáltica ............................................................................................50
6.10.5 Concreto Projetado..........................................................................................50
6.10.6 Tela de Aço......................................................................................................50
6.10.7 Cimento Portland, Areia e Água ......................................................................51
6.11 Planejamento e Controle........................................................................................52
7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................................53
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................54
1. INTRODUÇÃO
De acordo com a SABESP, a cada segundo, o rio Tietê e seus afluentes recebem, só na
região metropolitana de São Paulo, cerca de 35 mil litros de esgoto; Com o crescimento
populacional essa vazão tende a aumentar significativamente resultando em ampliações
das unidades de tratamento de esgoto para suprir às demandas.
“Há quase 60 anos, o Tietê é um rio "morto" na região metropolitana de São Paulo.
Biologicamente falando, isso significa que ele não apresenta suficiente oxigênio diluído
para garantir a existência de um ecossistema. Porém, a definição biológica, por mais
objetiva e esclarecedora que seja, não é a única interpretação para esse termo. Sob o
ponto de vista urbano e social, o adjetivo ganha contornos um pouco mais complexos”.
“A disposição final dos resíduos gerados no processo de tratamento de esgotos é um
problema que vem se arrastando há vários anos e que tende a crescer à medida em que
são ampliadas as capacidades dos sistemas de coleta e tratamento de esgotos
instalados.”
“A disposição final do lodo de esgoto pelas suas próprias características qualitativas e
quantitativas, é uma dos principais problemas que envolvem uma estação de tratamento
de esgotos. Entre as diversas opções para o equacionamento do problema, a mais
comum envolve a digestão anaeróbia seguida de desidratação e destinação final em
aterros sanitários.“ (SABESP, 2007)
“Atualmente, os lodos produzidos são encaminhados aos aterros sanitários da Prefeitura
Municipal de São Paulo para co-disposição com os resíduos sólidos urbanos. Este
esquema de disposição é decorrente de um convênio em Outubro de 1994 entre as duas
entidades, SABESP e PMSP. De acordo com o contrato, a prefeitura receberia o lodo
gerado nas ETE´s em troca do tratamento do chorume - líquido percolado gerado nos
aterros municipais.”(SABESP, 2007)
De forma geral, os resíduos do processo de tratamento têm tido uma disposição final
baseada no conceito de resíduo a ser descartado, e não como subprodutos de interesse
comercial. O efluente final tratado é lançado nos rios, o biossólido é disposto em aterros,
e no caso do gás; há queima sem aproveitamento energético.
Os subprodutos gerados em ETE´s podem ser divididos em três grandes categorias:
¾ Biossólidos - lodos de esgoto;
¾ Biogás - gás de esgoto;
¾ Água de Reuso - efluente final.
Segundo a SABESP, reciclagem destes subprodutos e sua posterior comercialização têm
sido uma das principais preocupações da Unidade de Negócios de Tratamento de
Esgotos, que tem avaliado as possíveis alternativas de engenharia para o tratamento de
forma economicamente atraente e de menor impacto ambiental, para cada um destes
subprodutos produzidos, reduzindo o custo de disposição além de propiciar ganhos
ambientais e aumento de receita.
2
2. OBJETIVOS
Com a crescente preocupação na questão ambiental, tornam-se necessários avanços
tecnológicos compensando faltas de investimentos em um passado recente.
Nesse contexto o tratamento de esgoto é de fundamental importância, pois trata a água
poluída, reduzindo as contaminações à população e transforma essa água em água de
reuso.
Essa pesquisa tem como principais objetivos:
¾ Apresentar o sistema de tratamento de esgoto na ETE-Baruerí em São Paulo;
¾ Detalhar o processo do tratamento anaeróbio, focalizando o revestimento térmico
dos digestores anaeróbios e sua importância.
2.1 Objetivo Geral
Este estudo apresenta alternativas técnicas para revestimentos térmicos em reatores
anaeróbios, utilizado em estações de tratamento de esgoto; apresenta também os
principais reatores anaeróbios utilizados para essa finalidade;
Nos digestores da ETE Barueri, o revestimento térmico tem o objetivo de aumentar a
eficiência da troca de calor, reduzindo perdas térmicas e gerar uma melhor eficiência na
oxidação da matéria orgânica aumentando a vazão de esgoto tratado e gases gerados
(Biogás); Essa etapa do tratamento anaeróbio do lodo é de fundamental importância para
um melhor desempenho na produção da água de reuso da estação de tratamento de
esgoto.
2.2 Objetivo Específico
A abordagem desse trabalho tem como objetivo principal, o estudo dos materiais
empregados no revestimento térmico dos digestores anaeróbios da Estação de
Tratamento de Esgoto de Barueri – (ETE – Barueri), assim como metodologias de
aplicação e ensaios de eficiência dos digestores e materiais.
3
3. JUSTIFICATIVA
Os serviços do revestimento térmico em estruturas de reatores é de fundamental
importância para otimizar sistemas industriais, melhorando a eficiência nos sistemas em
que se encontram presentes. Na ausência desse isolamento térmico, as perdas no
sistema aumentam, onerando todo o sistema de tratamento.
Nos digestores anaeróbios, o isolamento térmico é importante, pois aumenta reação
de oxidação da matéria orgânica onde necessita de temperaturas constantes em uma
temperatura
pré-definida
através
de
estudos
de
otimização
do
sistema.
Os
microorganismos anaeróbios têm o seu metabolismo mais acelerado para temperaturas
em torno de 35º C, por isso, a estrutura com o isolamento térmico matém uma
continuidade dessa temperatura, com a menor perda possível e otimizando a produção do
biogás.
Nesse contexto, é necessário estudos dos materiais que compõem o revestimento
térmico, para que sua execução seja sustentável; A necessidade da seleção dos materiais
escolhidos para a execução desse serviço, influi na viabilidade técnico-financeira.
4
4. MÉTODO DE TRABALHO
Essa pesquisa teve como método do trabalho para sua elaboração:
•
Pesquisa bibliográfica;
•
Manuais técnicos;
•
Levantamento em campo;
•
Relatórios fotográficos e de acompanhamento de serviços;
•
Resultados de ensaios de materiais;
•
Consulta de textos;
•
Revisão bibliográfica;
•
Compatibilizações de projetos;
A compilação desses dados foi gerada no decorrer da execução dos serviços do
revestimento dos 04 (quatro) digestores anaeróbios da ETE-Baruerí (Estação de
Tratamento de Esgoto).
5
5. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA / REVISÃO CONCEITUAL
5.1. Transferência de Calor
“O calor é a energia transferida entre um sistema de seu ambiente, devido a uma
diferença de temperatura que existe entre eles” (Halliday et al., 2000).
“A Transferência de calor pode ocorrer sem limite, enquanto a diferença de
temperatura for mantida” (Halliday et al., 2000).
“O calor é transferido através de uma placa composta de materiais diferentes, com
diferentes espessuras e diferentes condutividades térmicas, a diferença de temperatura
da interface entre os materiais é Tx” (Halliday et al., 2000).
5.2. Tratamento Anaeróbio
“As algas produzem oxigênio através da fotossíntese e esse oxigênio pode ser usado
para as bactérias oxidarem o material orgânico biodegradável” (FINEP, 1983).
“Alternativamente, na ausência do oxigênio, bactérias anaeróbias podem transformar o
material orgânico em biogás, por meio do processo de digestão anaeróbia; o resultado do
tratamento biológico, aneróbio e anaeróbio é que a concentração de material orgânico se
reduz drasticamente no decorrer do processo de tratamento, obedecendo-se um efluente
final com baixo teor de DBO5” (FINEP, 1983).
“Nas ultimas décadas ploriferou no Brasil um grande número de sistemas de tratamentos
anaeróbio, particularmente os reatores de fluxo ascendente e manta de lodo ou reatores
(UASB)” (Campos, 1999).
“Nessas unidades anaeróbias de tratamento a eficiência de remoção do material orgânico
e dos sólidos em suspensão é elevado” (Van Haandel & Lettinga, 1994).
6
“Embora a concentração desses dois parâmetros no efluente geralmente exceda a
máxima permitida pela legislação ambiental“ (FINEP, 1983).
“Com outros processos posteriores ao tratamento anaeróbio, pode-se obter um efluente
final que cumpra às exigências de qualidade da legislação ambiental em vigor” (FINEP,
1983).
5.3. Produtos da Biodigestão
“Além do biogás, outros produtos típicos da digestão anaeróbia são o efluente que não foi
completamente digerido e um lodo que no caso de reatores rurais, pode ser aproveitado
como um biofertilizante” (ALMANCA, 1994).
5.4. Tipos de Biodigestores Industriais
“Existem basicamente seis tipos diferentes de digestores industriais: Digestor anaeróbio
tipo fluxo-pistão, de agitação, de contato, de filtro anaeróbio, de fluxo ascendente (UASB)
e de leito fluidizado” (RIBEIRO, 2004).
5.5. Influência da Temperatura na Biodigestão
“Na digestão anaeróbia, existem três principais faixas de operação de temperatura: faixa
criofílica (T<20ºC), Faixa mesófilica (20ºC<T<45ºC) e faixa termofílica (T>45º).
Experiências mostram que há uma maior produção de biogás quando se opera na faixa
termofílica” (VIEIRA, 1983).
7
6. O REVESTIMENTO TÉRMICO NOS DIGESTORES ANAERÓBIOS
6.1 Localização e Acessos
A Estação de Tratamento de Esgoto está localizada no estado de São Paulo, município
de Barueri, à margem esquerda do Rio Tietê, com as coordenadas geográficas
23°30'46.42"S e 46º50’51,67”W e altitude aproximada 723m acima do nível do mar,
conforme ilustra Foto 1.
Foto 1 - Foto Aérea com Localização e Acessos ( www.maps.google.com, 2007)
Para chegar na ETE Barueri, deve-se acessar a Rodovia Castelo Branco sentido interior,
no km 23A, fazer o retorno, passar sobre viaduto sobre o Rio Tietê e entrar na Avenida
Primeiro de Maio, S/Nº no Bairro de Vila Nova Aldeinha em Barueri, a portaria localiza-se
no fim dessa Avenida.
8
6.2 Histórico
“Na década de 1990 nascia o projeto do Rio Tietê uma das maiores obras de saneamento
da América Latina, com a missão de tentar reverter os danos que séculos de descaso e
irresponsabilidade causaram ao velho Anhembi” (SABESP, 2007).
“O Projeto Tietê foi dividido pela SABESP em etapas. A primeira fase, que começou em
1995 e se estendeu até 1998, contou com recursos da própria SABESP (R$ 550 milhões),
do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID (R$ 450 milhões) e da Caixa
Econômica Federal (R$ 100 milhões). Nesse período, foram construídas três estações de
tratamento de esgotos (ETEs) - São Miguel, Parque Novo Mundo e ABC -, que, juntas,
têm capacidade para tratar 7 mil litros de esgoto por segundo, e a ETE Barueri teve sua
capacidade ampliada de 7 mil para 9 mil litros por segundo. Além disso, a SABESP
também fechou o cerco às indústrias que jogavam poluentes nos rios.”
“A ETE Barueri foi projetada na década de 70 e está em operação desde 1988. É uma
estação de lodo ativado por mistura completa. A estação de tratamento foi projetada
originalmente para uma vazão média máxima de 63 m³/s. A divisão em fases de
expansão da estação exigiu nove módulos, cada um dimensionado para tratar 7,0 m³/s”
(SABESP, 2007).
“Em 1985, na Revisão e Atualização do Plano Diretor de Esgotos da RMSP - COPLADES,
a vazão máxima planejada foi reduzida para 28,5 m³/s e cada módulo teve sua
capacidade máxima recalculada. O módulo existente foi então adequado e hoje apresenta
capacidade nominal de 9,5 m³/s (vazão média). A estação deverá ser implementada
visando atingir a capacidade final de 28,5 m³/s.” (SABESP, 2007).
Atualmente a capacidade da estação é de 9,5 mil litros por segundo e a vazão média que
hoje aflui à estação é igual a 7,0 mil litros por segundo. O efluente final da estação é
lançado no Rio Tietê. (SABESP, 2007).
9
6.3 O Sistema de Tratamento de Esgoto
Grande parte da água distribuída nas edificações transforma-se em esgoto, o qual deve
ser coletado e tratado antes de ser lançado no solo ou em corpos d’água.
Numa cidade, existem diversos tipos de esgoto, com suas características variando em
função dos usos das águas. Os esgotos domésticos, ou sanitários, contém
aproximadamente 99,9% de água e apenas 0,1% de sólidos orgânicos e inorgânicos, e
têm composição conhecida (MOTA, 2000).
Segundo MOTA, os esgotos industriais, além da matéria orgânica, podem carrear
substancias químicas tóxicas ao homem e a outros animais; as Soluções para o esgoto
podem ser individuais ou coletivas. Em cidades é recomendável que exista um sistema
coletivo de esgotamento, composto de uma rede coletora e de uma estação de tratamento
para as águas residuárias.
A ETE-Baruerí atualmente possui vazão nominal de 9,50 m³/s, recebendo esgoto
proveniente das bacias de esgotamento com ocupação diversificada que inclui industrial
perfazendo a vazão para 9,0 m³/s (SANEAS, janeiro/2002).
10
Na tabela 1 são apresentadas algumas características da ETE Barueri.
Tabela 1 – Principais Características Operacionais da ETE Barueri
Início da Operação
11/05/1988
População Equivalente de Projeto
4.460.000 hab
Vazão Média de Projeto
9,5 m³/s
Vazão Atual
7,0 m³/s
(Fonte: SABESP, 2007)
O processo de tratamento é de lodo ativado convencional e em nível secundário, com
grau de eficiência de 90% de remoção de carga orgânica medida em DBO.
Os esgotos são transportados para a estação através de um sistema de esgotamento
constituído por interceptores, sifões, travessias, emissários, totalizando 73 km de
extensão com diâmetros variando de 0,60 m a 4,50 m.
Para a ampliação da capacidade da ETE para 12,5 m³/s, a adoção do adensamento do
lodo secundário em excesso por centrífugas, é possível digerir a totalidade dos lodos
primário e secundário produzidos, sem a construção de mais digestores. Assim, os
digestores existentes bem como todos os seus elementos componentes poderão atender
a demanda necessária, sem a necessidade de receberem qualquer ampliação, sendo
necessário efetuar a impermeabilização e o aquecimento dos quatro digestores que
atualmente não contam com essas funções e a instalação de alguns equipamentos.
(SABESP, 2007)
Com o término da segunda etapa de ampliação da unidade prevista para o final 2007, que
contempla a construção de uma nova unidade do Canal de Grades, Execução
Revestimento
Térmico
dos
Digestores
Anaeróbios,
Ampliação
do
Sistema
de
Aquecimento de Lodo e um Edifício de Adensamento e Desidratação de Lodo a ETE
Baruerí terá sua capacidade de tratamento aumentada e preparada para a próxima
ampliação.
11
O fluxograma da Figura 1, apresenta as principais unidades no processo de Tratamento
da ETE Barueri.
Figura 1 - Fluxograma do Tratamento de Esgoto da ETE
(Fonte: www.SABESP.com.br, 2007)
São diversos os processos de tratamento do esgoto, os quais são utilizados em função da
composição do esgoto e das características que se desejam para o efluente da estação
depuradora, as quais dependem da capacidade do corpo receptor de receber carga
poluidora e dos usos da água a jusante do local de lançamento (MOTA, 2000).
12
Segundo a SABESP, a ETE possui os seguintes Processos Unitários, que são
constituídos por duas fases, uma líquida e outra sólida conforme descrito abaixo:
Unidades da Fase Líquida
- Poço Distribuidor e Elevatória Final;
- Grades Médias Mecanizadas;
- Caixas de Areia;
- Decantadores Primário;
- Tanque de Aeração;
- Decantadores Secundários.
Unidades da Fase Sólida
- Adensadores por Gravidade;
- Adensadores por Flotação;
- Digestores;
- Condicionamento Químico dos Lodos;
- Desidratação Mecânica.
Sistemas de Apoio
- Edifício dos Compressores;
- Gasômetro/ Queimadores;
- Edifício das Caldeiras;
- Sistema de Água de Utilidades;
- Sistema Elétrico.
13
A Foto 2 apresenta o lay-out atual da Estação de Tratamento de Esgotos de Barueri em
São Paulo.
Foto 2 - Foto Panorâmica da ETE-Baruerí (SABESP,2007)
6.3.1 Unidades da Fase Líquida
Os Principais Componentes da Fase Líquida são:
- Poço Distribuidor e Elevatória Final;
- Grades Médias Mecanizadas;
- Caixas de Areia;
- Decantadores Primário;
- Tanque de Aeração;
- Decantadores Secundários.
14
Poço Distribuidor e Elevatória Final
O esgoto chega a ETE através do interceptor Tietê Oeste Margem Sul (ITI-6), instalado a
cerca de 30 metros de profundidade, que encaminha o fluxo ao poço distribuidor, onde,
por bombeamento, é recalcado até o canal afluente às grades mecanizadas.
Devido às baixas velocidades do esgoto no poço, foi prevista a construção de um pórtico
móvel, que através de guindaste provido de caçamba tipo "Clam Shell", promove,
periodicamente, a remoção do material sedimentado e da escuma.
O poço é também equipado com sistema de insuflamento de ar, para a eliminação dos
gases liberados pelo esgoto. A água residuária é recalcada a uma altura geométrica de
cerca de 30m, por intermédio de quatro conjuntos elevatórios, operando com motores de
3.100 HP. Cada conjunto trabalha com vazões na faixa de 3 a 6 m³/s.
“Está prevista a entrada em funcionamento de um sistema de instrumentação que
permitirá o controle automático de velocidade de rotação das bombas, de modo a manter
o nível desejado no poço distribuidor” (SABESP, 2007).
Grades Mecanizadas
As grades recebem o esgoto bombeado através de canais cobertos e aerados com
difusores de bolha grossa, com intuito de evitar problemas de odores e a sedimentação
de sólidos em suspensão.
A referida unidade é constituída por barras paralelas fixadas em posição inclinadas em 60
graus com a horizontal e com espaçamento de 2,54 cm. O material retido é removido
através de um sistema de rastelos de acionamento automático.
O controle de acionamento automático de rastelos é efetuado por tempo ou perda de
carga (diferença de nível do fluido à montante e jusante da grade). Concomitante ao
15
sistema de rastelos ocorre o acionamento de uma correia transportadora, que encaminha
o material removido para as caçambas especialmente destinadas a este fim (SABESP,
2007).
“O Gradeamento tem como objetivo a retenção dos sólidos de maior dimensão,
carregados pelo esgoto” (MOTA, 2000).
“O Gradeamento e a caixa de areia são feitos com a finalidade proteger as tubulações,
válvulas, bombas e outros equipamento da estação de tratamento. São utilizados também
antes da estação elevatória, visando à proteção dos equipamentos de recalque” (MOTA,
2000).
Caixas de Areia
Os sólidos suspensos, de elevado peso específico, são removidos em duas caixas de
areia.
Estas unidades são do tipo aerada de fluxo orbital, que se caracterizam pela
remoção do material com baixo teor de matéria orgânica, eliminando a necessidade de
dispositivos de lavagem.
A taxa de ar, nessas unidades, é controlada automaticamente por instrumentação
apropriada. O material depositado é removido periodicamente através de guindastes
providos de caçambas tipo "Clam Shell". De maneira semelhante aos canais afluentes às
grades, as caixas de areia são providas de coberturas, de modo a conter a dissipação de
odores (Site da SABESP, 2007).
Na Caixa de Areia, ficam retidos os detritos minerais inertes (MOTA,2000).
16
Tanques de Pré-Aeração
Devido às características sépticas apresentadas pelo esgoto em função do longo tempo
de trajeto até a estação, foi prevista a execução de tanques de pré-aeração no sentido de
controlar odores.
“O ar é introduzido à massa líquida, através de difusores de bolha grossa, a uma taxa
também controlada automaticamente por sistema de instrumentação.” (SABESP, 2007)
Decantadores Primários
A remoção dos sólidos em suspensão é realizada em unidades de decantação primária
de forma retangular, com 95 metros de comprimento, 18 metros de largura e 3,5 metros
de altura útil.
“O material sedimentado e a escuma são encaminhados para a cabeceira dos tanques,
através de pontes removedoras de funcionamento contínuo e, conduzidos por conjuntos
elevatórios, ao tratamento sólido”. (SABESP, 2007)
17
Tanques de Aeração
“O esgoto decantado é conduzido a tanques de aeração de forma retangular com 130 m
de comprimento, 25 de largura e 6m de altura útil. Junto ao fundo, uma malha de 8500
difusores de bolha fina promove a aeração do fluido. Os oito tanques de aeração foram
projetados para operar pelo sistema de mistura completa havendo, entretanto,
possibilidades físicas para que quatro unidades possam operar sob regime de fluxo de
pistão” (SABESP, 2007).
Decantadores Secundários
A separação da massa biológica dos tanques de aeração se realiza em clarificadores
circulares com diâmetro interno de 46m e 4m de profundidade.
A extração do lodo do fundo se dá por dispositivos de sucção (por gradiente hidráulico),
sistema esse que permite a retirada do lodo de todo o fundo do decantador, reduzindo os
riscos de anaerobiose.
O lodo assim recolhido é encaminhado às elevatórias de lodo ativado, sendo recirculado,
em parte para o tanque de aeração, e o excesso para os adensadores por flotação.
As elevatórias de recirculação de lodo ativado estão dimensionadas para trabalhar com
taxas de recirculação na faixa de 30% a 90%. A taxa de recirculação é fixada e controlada
automaticamente por intermédio de instrumentação apropriada.
Existem dispositivos que permitem a automação do controle do descarte do lodo em
excesso, através de derivação da linha de retorno ou diretamente do "mixed liquor"
(descarte hidráulico).
Quando se utiliza a primeira forma de descarte, o lodo é conduzido para o tratamento da
fase sólida por bombeamento em conjuntos elevatórios, especialmente destinados a esse
fim (elevatória de excesso de lodo). Por outro lado, quando se utiliza o descarte hidráulico
18
(via "mixed liquor"), o lodo é recirculado por gravidade para o início do tratamento. Os
clarificadores contam ainda com sistema de retirada e bombeamento de escuma
(SABESP, 2007).
Parte do lodo do decantador secundário é destinada ao tanque de aeração, para
funcionar como floculador, sendo o restante encaminhado ao decantador primário
(MOTA,2000).
O lodo do decantador (situado após o reator aeróbio), destina-se, parte ao tanque de
aeração e o restante diretamente aos leitos de secagem ou a uma unidade de
adensamento e desidratação. (MOTA,2000).
A documentação fotográfica é apresentada no Anexo A e apresenta as principais
unidades do Sistema de Tratamento de Esgoto da ETE Barueri, no Anexo G é
apresentado os fluxogramas de adensamento e aquecimento do lodo.
19
6.3.2 Unidades da Fase Sólida
Os Principais Componentes da Fase Sólida são:
- Adensadores por Gravidade;
- Adensadores por Flotação;
- Digestores;
- Condicionamento Químico dos Lodos;
- Desidratação Mecânica.
Adensadores de Lodo por Gravidade
O lodo dos decantadores primários, que possui uma concentração em torno de 1% de
sólidos, é bombeado para os adensadores por gravidade, onde sofre adensamento até
cerca de 7%, para ser enviado aos digestores anaeróbios.
Cada adensador circular possui diâmetro de 29 metros, altura lateral igual a 3,50 m e
inclinação de fundo de 18%.
O adensamento do lodo se dá pela remoção da água intersticial nele contida, através de
um movimento bastante lento de uma grade vertical montada nos dois braços raspadores
de lodo. A parte líquida removida retorna ao início do processo (SABESP, 2007).
Adensadores de Lodo por Flotação
O excesso de lodo ativado, proveniente dos decantadores secundários, é bombeado para
os flotadores onde é adensado até 4% para, então, ser encaminhado aos digestores
anaeróbios.
A flotação dos sólidos é conseguida através da injeção, no lodo ativado, de uma emulsão
ar/ água pressurizada, que ao atingir o tanque de flotação, e com a despressurização,
carrega as partículas de lodo para a superfície, onde então são removidas por raspadores
superficiais e enviadas aos poços de lodo, de onde são bombeadas para os digestores.
20
Foram instalados seis unidades circulares de flotação com 14,60m de diâmetro e volume
de 535m³.
Os flotadores promovem o adensamento dos sólidos provenientes do tratamento
biológico, reduzindo de forma significativa o volume a tratar nas unidades subseqüentes
de tratamento. Água pressurizada saturada de ar é injetada no fundo do flotador junto
com o lodo para auxiliar a flotação do lodo biológico. O lodo mistura-se com bolhas de ar
num cilindro situado na parte inferior da estrutura central do removedor de superfície. A
separação lodo-água realiza-se na saia, onde o flotado passa por cima e a água passa
por baixo, até a chicana periférica do flotador, extravasando ao poço de água de
recirculação e de subnadante dos flotadores.
O líquido retirado na operação retorna à entrada da ETE via DFU e os lodos flotados e
acumulados no fundo são conduzidos por gravidade até os postos de lodo, a partir dos
quais são bombeados para a digestão. (SABESP, 2007)
Digestores
O lodo adensado por gravidade e por flotação é estabilizado em oito digestores de
cobertura fixa e volume útil de 10.492 m³. As unidades de digestão foram projetadas de
modo a proporcionar grande flexibilidade operacional. A mistura do conteúdo dos
digestores é efetuada através de recirculação por compressores de parte do gás
produzido. O gás produzido durante o processo de digestão é utilizado, após compressão,
para homogeneização do lodo contido nos tanques. O excesso de gás será enviado ao
gasômetro para armazenamento e deste para os queimadores. (SABESP, 2007).
Outro processo de tratamento anaeróbio é o reator anaeróbio de manta de lodo, também
denominado de Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente (RAFA). Nesse reator as águas
residuárias circulam, de baixo para cima por uma alta concetração de biomassa (manta
de lodo) a qual cresce dispersa no meio e é responsável pela estabilização anaeróbia da
matéria orgânica. Acima da área onde fica a manta de lodo, são colocados dispositivos
21
que possibilitam a separação de gases e a sedimentação dos sólidos (biomassa).O
tratamento biológico tem por objetivo principal a remoção da matéria orgânica ainda
presente no esgoto efluente do tratamento primário (redução da DBO) e é feito nas
estações de tratamento convencionais através de dois processos: lodos ativados e filtro
biológico aeróbio (MOTA,2000).
No reator, é fornecido oxigênio ao esgoto, através de aeradores ou insufladores de ar
(difusores). O oxigênio é utilizado pelas bactérias aeróbias na decomposição da matéria
orgânica (MOTA,2000).
Condicionamento Químico dos Lodos
Os lodos digeridos, com teor de sólidos de cerca de 3,5 %, recebem um condicionamento,
com a finalidade de melhorar suas condições de desidratação. No processo de
condicionamento químico promove-se a mistura do lodo digerido com leite de cal
(dosagem de cal em relação a SST de 25%), e cloreto férrico (dosagem de 12% em
relação a SST).
O sistema é composto por: 1 tanque de estocagem circular com 22 m de diâmetro, 6 m de
altura, provido de ponte raspadora de lodo de fundo; 3 tanques de condicionamento com
misturadores rápidos e bombas parafuso para a introdução do lodo digerido; 1 tanque de
lodo condicionado com 16 m de diâmetro e 5 m de altura, com removedores; 2 silos de cal
com 320 m³ de volume, 2 extintores de cal e 1 tanque de leite de cal com 31 m³; 4
tanques de cloreto férrico com 50 m³ de volume cada.
O lodo digerido é enviado por bombeamento ou gravidade de acumulação e daí, através
de bombas parafuso, para as câmaras de floculação, onde são adicionados, em dosagem
adequadas, cal e cloreto férrico. O lodo já condicionado segue para um tanque, de onde é
bombeado por seis unidades de alta pressão para 3 filtros-prensa com 151 placas cada
(SABESP, 2007).
22
Desidratação Mecânica
A desidratação mecânica do lodo é efetuada pelos filtros prensa, onde o lodo
condicionado é injetado entre placas de 4 m² cada, transformando-o em uma "torta de
lodo", cujo teor de sólidos atinge cerca de 40%. O sistema é composto basicamente por
bombas de alta pressão, dois filtros-prensa com 151 placas cada um e quatro correias
transportadoras para a torta de lodo. Após a desidratação mecânica os lodos serão
transportados para disposição em aterro sanitário (SABESP, 2007).
6.3.3 Unidades de Apoio
Os Principais Componentes das Unidades de Apoios são:
- Edifício dos Compressores;
- Gasômetro/ Queimadores;
- Edifício das Caldeiras;
- Sistema de Água de Utilidades;
- Sistema Elétrico.
Edifício dos Compressores
Nesta unidade é produzido todo o ar de processo utilizado na ETE Barueri. Esse ar é
distribuído nos tanques de aeração para a oxidação biológica, por meio de difusores de
bolhas finas, e para evitar sedimentação da matéria orgânica nos canais em geral e nas
caixas de areia, por meio de difusores de bolha grossa.
O suprimento de ar para os tanques de aeração e tratamento preliminar é efetuado por
dois compressores do tipo centrífugo multiestágio de 60.000 SCFM (102.000 N.m³/h). Os
quatro compressores instalados têm capacidade para atender a demanda de dois
módulos de tratamento (SABESP, 2007).
23
Gasômetro / Queimadores
O gás produzido nos digestores é enviado a um gasômetro de campânula flutuante, que
mantém a pressão do sistema equilibrada, enviando o excesso desse gás nos
queimadores. O gasômetro possui capacidade de 5.000 m³ de armazenamento.
Esse sistema é composto, também, por tubulações, válvulas de alívio, corta-chamas,
medidores de gás, queimadores etc (SABESP, 2007).
Edifício das Caldeiras
O funcionamento geral do sistema de aquecimento é o seguinte:
Os aquecedores de água serão utilizados para a produção de água quente a 90ºC que
será bombeada para os trocadores de calor onde, em contra corrente, aquecerá o lodo
produzido na ETE para o tratamento da vazão média de esgotos de 12,5 m³/s.
O lodo produzido na ETE é enviado para os digestores anaeróbicos e daí recirculado, por
bombeamento para os trocadores de calor.
Após troca de calor com o lodo, a água que sai dos trocadores é enviada, por
bombeamento, parte para recirculação nos trocadores de calor e parte para retorno para
as caldeira onde será novamente aquecida e em seguida bombeada
de volta para os trocadores.
As caldeiras, suas bombas de recirculação, as bombas de transferência de água
quente e o vaso de expansão serão instalados no Edifício das Caldeiras (existente) e os
trocadores de calor com suas bombas de recirculação no Edifício dos Digestores.
24
Segundo a SABESP, as áreas de instalação dos trocadores de calor são classificadas
quanto à aplicação de materiais elétricos conforme abaixo:
− NEC – National Electrical Code – Classe I, Grupo D, Div.1;
− ABNT – Grupo II A, Classe de temperatura T3.
Sistema Elétrico
A energia elétrica para a ETE é suprida através de duas linhas de transmissão de alta
tensão, que funcionam em escala de revezamento. Essa energia é recebida na
Subestação Elétrica Principal, com capacidade máxima de 33 MVA, operando
inicialmente em 88 kV e futuramente na tensão de 138 kV, esta potência deverá atingir
55MVA. A partir dela essa tensão é abaixada para 13,8 kV e distribuída às unidades do
processo através de 11 subestações unitárias. (SABESP, 2007)
Elevatória de Utilidades
Em virtude do grande volume de água necessário na operação da estação foi previsto um
sistema que promove a reutilização, após tratamento adicional do efluente final, para
diversas utilidades, entre as quais, selagem de gaveta de equipamentos, diluição, quebra
escuma e lavagem. (SABESP, 2007)
25
6.3 O Biodigestor
O Biodigestor é um sistema de processamento natural, que pode ser efetuado
artificialmente com a finalidade de acelerar o processo de digestão da matéria orgânica
nos lodos provenientes dos esgotos.
Algumas principais aplicações utilizadas como biodigestores é a “Produção de antibióticos
em laboratórios farmacêuticos, as cubas de fermentação do caldo de cana para a
produção do aguardente e do álcool, os lugares de fermentação do mosto de uvas para a
produção de vinhos e as fossas para saneamento de dejetos humanos” (RIBEIRO, 2004).
Cientificamente a biodigestão é um processo de degradação, transformação ou
decomposição de substâncias vegetais ou animais, conhecidas por matéria orgânica;
pode ser executado por seres vivos, microorganismos ou bactérias.
Foto 3 – Placa de Identificação dos Digestores Anaeróbio
na ETE (Acervo Pessoal).
26
6.5 A Temperatura como Fator de Operação
“Na digestão anaeróbia, existem três principais faixas de operação de temperatura: faixa
criofílica (T<20ºC), Faixa mesófilica (20ºC<T<45ºC) e faixa termofílica (T>45º).
Experiências mostram que há uma maior produção de biogás quando se opera na faixa
termofílica” (VIEIRA, 1983).
“Uma população mista de bactérias sujeitas a variações de temperatura, pode agir de
duas maneiras: a nível biológico (apresentando variações na velocidade de reação) e ao
nível celular (por adaptação de uma nova população através de mutação).” (VIEIRA,
1983)
“Suponha-se que as culturas puras de bactérias apresentam uma velocidade ótima de
crescimento, dentro de uma temperatura.” (VIEIRA, 1983)
Supunha-se que as culturas puras das bactérias que apresentam uma velocidade ótima
de crescimento, dentro de uma temperatura. Atualmente, observa-se que a resposta do
crescimento de uma cultura pura submetida a pequenas variações de temperatura
apresenta curvas descontínuas caracterizadas por ótimos intervalos, ao invés de
apresentar apenas uma faixa ótima. (RIBEIRO, 2004)
Para o processo de digestão anaeróbia, foi construído um gráfico quantidade gás por kg
de matéria orgânica introduzida (L/kg) versus tempo de digestão, onde cada curva
representa um valor de T e observou que a temperatura na faixa de 23ºC a 25ºC, 80% do
gás é produzido nos primeiros 15 dias. (FONTANA, 1984)
27
6.6 Biodigestores Industriais
Os Biodigestores de grande porte foram desenvolvidos para oxidar a matéria orgânica em
larga escala, produzindo grande quantidade de biofertilizantes e grande volume de
biogás, provenientes de resíduos industriais e de dejetos humanos.
Os digestores são classificados segundo o tipo de fluxo, conforme citado nos capítulos
posteriores.
6.6.1 Digestor de Fluxo-Pistão
Pode ser construído sob forma de tanques cilíndricos, posicionado horizontalmente em
relação ao solo. A alimentação é feita por uma das extremidades, a retirada do gás é feita
por cima e lodo residual é retirado pela outra extremidade.
Esse tipo de digestor não é utilizado pois é ineficiente e como não há agitação, e pode
ocorrer escumas. (ALMANCA, 1994).
6.6.2 Digestor com Agitação
A diferença desse tipo de digestor com o Digestor de Fluxo-Pistão é que a mistura é
constantemente agitada, possibilitando uma maior distribuição de temperatura e de
material no interior dos digestores impedindo a formação de escumas. Porém é pouco
eficiente, já que a demanda de TRH é elevada.
28
6.6.3 Digestor do Tipo Anaeróbio de Contato
Segundo ALMANCA (1994), esses digestores são basicamente iguais ao modelo de
agitação, diferindo somente o destino do efluente resultante que é enviado a um
decantador e o lodo formado é reintroduzido no digestor. Assim, o universo de bactérias e
a quantidade de lodo são aumentados, possibilitando uma maior atuação sobre o material
a ser tratado e a um aumento da produção de biogás.
6.6.4 Digestor do Tipo Filtro Anaeróbio
Esse digestor dotado de enchimento (britas, cerâmicas, etc) pelo qual se acumula uma
película composta de microorganismos que processam a matéria orgânica, mas que estão
fixas no efluente. As dimensões desses digestores (volume) serão maiores que os outros
tipos de digestores citados anteriormente, segundo (ALMANCA, 1994);
6.6.5 Digestor de Fluxo Ascendente (UASB)
Esse é o tipo de digestor mais utilizado, devido a alta eficiência e fácil operação, é um
aperfeiçoamento dos digestores de filtro anaeróbio e de contato, que consiste em uma
alimentação de matéria orgânica pelo fundo do digestor, sendo então conduzida em fluxo
ascendente para a parte superior do digestor.
Durante o trajeto dos resíduos sólidos, é efetuado um contato com uma “manta” de
microorganismos que degradam o material introduzido. O Digestor é constituído ainda de
defletores na parte superior, que separam o biogás do lodo bacteriano, que retorna ao
digestor por gravidade. A produção do biogás ocorre quando as bolhas de biogás com
lodo incidem nos defletores, liberando o biogás e tornando o lodo ao digestor (ALMANCA,
1994).
29
6.6.6 Digestor com filme de PVC
Esses digestores são atualmente utilizados, pois são de fácil operação, baseado no
modelo chinês e adaptado às condições de utilização. Seu mecanismo consiste em uma
alimentação de matéria orgânica pelo fundo do digestor, o fluxo de gás também é
ascendente, onde é coletado (NYNS, 1993).
30
6.7 Revestimento Térmico nos Digestores Anaeróbios
6.7.1 Características Físicas do Digestor
Os 08 (oito) Digestores Anaeróbios da ETE-Baruerí possuem dimensões padrão conforme
indicado na Foto 4;
Foto 4 - Características Físicas do Digestor 08 (Acervo Pessoal).
Atualmente os lodos primários e os lodos secundários excedentes, ambos adensados,
são conduzidos aos digestores anaeróbios existentes (SABESP, 2007).
Os digestores possuem formato cilíndrico com cobertura fixa em forma de abóbada,
distribuídos em dois conjuntos de quatro digestores.
31
A seguir é apresentado os dados físicos de um digestor que foi utilizado na execução do
revestimento térmico (SABESP, 2007):
– Produção de lodo
• Vazão de lodo para 1 digestor 573.375 L/d (573m³/dia)
• Massa de lodo para 1 digestor 573.375 kg/d
– Dimensões de um Digestor
• Diâmetro = 33 m
• Área lateral acima do terreno = 1.080 m²
• Área lateral abaixo do terreno = 73 m²
• Área de fundo = 881 m²
• Área de cobertura = 511 m²
– Coeficientes de transferência de calor
• U solo seco = 0,68 W/m².ºC
• U solo úmido (lençol) = 0,85 W/m².ºC
• U exposto ao ar = 0,91 W/m².ºC
– Temperaturas
• Ar (mínima) = 20 ºC
• Solo junto a parede (mínima) = 15 ºC
• Solo junto ao fundo (mínima) = 20 ºC
• Lodo afluente (mínima) = 20 ºC
• Lodo no interior do digestor = 35 ºC
– Calor específico do lodo: 4.200 J/kgºC
– Calor específico da água: 4.184 J/kgoC
– Poder calorífico do biogás: 22.400 kj/m³
– Consumo estimado de biogás para 1 Digestor: 2.518 m³/d
32
6.7.2 O Isolamento Térmico
Os digestores foram dimensionados para trabalharem com alta taxa de lodo, com mistura
do lodo por recirculação de gás e com possibilidade de aquecimento do lodo, cada uma
das unidades pode operar como digestor primário ou secundário.
Atualmente é possível aquecer um conjunto de quatro digestores; os demais não
possuem sistema de troca de calor instalado e não foram dotados de isolamento térmico
externo, estão passando por ampliação do sistema, que consiste no isolamento térmico
da estrutura e troca do conjunto do sistema de aquecimento (SABESP 2007).
Após o término do isolamento dos 4 digestores que não foram revestidos inicialmente, o
sistema possuirá um melhor desempenho, pois terá a possibilidade de utilizar a metade
dos digestores como “stand by” para eventual manutenção.
6.7.3 O Sistema de Aquecimento dos Digestores
Atualmente, para aquecimento do lodo de quatro digestores, a ETE Barueri utiliza uma
caldeira e quatro trocadores de calor. Dados operacionais têm mostrado que o processo
atual de aquecimento do lodo sofreu várias paralisações decorrentes da necessidade de
manutenção do sistema. Essas paralisações podem ser creditadas, na maioria das vezes,
à existência de apenas uma caldeira, razão pela qual interrompe-se o processo de
aquecimento do lodo quando da manutenção da mesma.
A digestão do lodo mantida a uma temperatura de 35 ºC é considerada fundamental para
a boa eficácia do processo do tratamento do lodo concebido, para a vazão de tratamento
de 12,5 m³/s.
Pelas razões citadas, optou-se pela aquisição e instalação de duas novas caldeiras
(capacidade unitária de 2.200.000 kcal/h) que funcionarão interligadas para o
fornecimento de água quente para os trocadores de calor dos oito digestores. A caldeira
33
existente será removida e uma das novas será instalada na posição agora ocupada por
ela (SABESP, 2007).
Quanto os trocadores de calor, deverão ser instalados mais quatro novos trocadores
(Grupo 1) com capacidade unitária de 381.250 kcal/h. A capacidade dos trocadores
existentes do Grupo 2 é de 347.500 kcal/h. Considerando o bom estado destes e que a
capacidade dos mesmos representa 91% da capacidade dos trocadores do Grupo 1,
optou-se pela conservação dos mesmos (SABESP, 2007).
34
6.8 Materiais Utilizados no Revestimento
6.8.1 Limpeza da Superfície Externa
As superfícies de concreto das paredes dos digestores que receberão os materiais de
isolação térmica deverão ser lavadas com jatos d’água sob pressão não inferior a 25 MPa
para remover todo material solto aderido nas superfícies de concreto.
Havendo anomalias, tais como vazios, fissuras, lascamentos, entre outros, estas deverão
ser corrigidas com metodologias específicas para cada caso. Concluindo-se sobre a sua
adequabilidade será aplicada, nas paredes, pintura de imprimação (SABESP, 2007).
6.8.2 Pinos de Ancoragem e Espoletas
Nas paredes do digestor serão fixados com auxílio de pistola finca pinos, acionada com
cartuchos de pólvora calibre 27 do tipo DX da Hilti ou equivalente, pinos de aço roscados
na extremidade superior, para posterior rosqueamento de porca.
Cada metro quadrado deverá ter 5 pinos sendo 1 deles obrigatoriamente instalado no
centro do quadrado formado.
Os pinos, depois de fincados, deverão ter comprimento, fora do concreto, compreendido
entre 30 e 40 mm.
Em seguida deverá ser instalada porca de aço de modo a permitir a amarração de tela de
malha hexagonal de abertura 25mm e posteriormente, também, a tela de aço. (SABESP,
2007)
35
Foto 5 – Detalhe da estrutura a fixar os pinos de
ancoragem (Acervo Pessoal).
.
6.8.3 Concreto Projetado
Nas paredes do digestor, a proteção mecânica do isolamento térmico será obtida pela
execução de uma camada de concreto projetado reforçado com fibras de aço, com 50 mm
de espessura aplicada por via úmida sobre a camada de emulsão asfáltica e tela de aço
soldada, do tipo Q-138 que atenda às exigências da NBR 7481 (SABESP, 2007).
Na Tabela 2, é apresentado o traço do concreto projetado utilizado inicialmente nos
serviços do revestimento térmico:
Tabela 2 – Traço do Concreto Projetado Utilizando Inicialmente nos Trabalhos
Material
Consumo
Unidade de medida
Cimento Votoran CPIII 40RS
428
Kg/m³
Areia Eólica Quartzosa
699
Kg/m³
Pedrisco Misto de Calcário
318
Kg/m³
Brita 0 de Granito
730
Kg/m³
Água
193
l/m³
Aditivo Degussa 398N2
2653
ml/m³
30
Kg/m³
Fibra de Aço
Fonte: Techint / Novata Engenharia, 2007.
36
Nas paredes do digestor a proteção mecânica do isolamento térmico será obtida pela
execução de uma camada de concreto projetado reforçado com fibras de aço, com 50 mm
de espessura aplicado por via úmida sobre camada de emulsão asfáltica e tela de aço
soldada do tipo Q-138 que atenda às exigências da NBR 7481.
O concreto projetado deverá atender as exigências contidas no quadro apresentado
abaixo e empregar agregado graúdo de dimensão máxima não superior a 12,5mm.
(SABESP, 2007)
Tabela 3 - Exigências para o Concreto Projetado Aplicado por Via Úmida
Propriedade Método de Ensaio Exigência
Consumo de cimento tipo V (1)
430 + 10 kg/m³
Relação água / cimento (1)
< 0,45 l/kg
Consumo de fibra de aço com fator de forma
50(2)
30 kg/m³
Volume de vazios permeáveis NBR 9778
< 15%
Resistência à compressão (NBR 7680 e NBR
5739)
24 h > 10 Pa(3)
28 d > 25 Pa(3)
Teor de fibras de aço após a projeção (4)
> 25 kg/m³
Fonte: Sabesp, 2006
Observação:
(1) Dosagem Experimental
(2) Fator forma = comprimento nominal / diâmetro equivalente;
(3) Média de 3 resultados com nenhum resultado individual menor que a resistência
mínima menos 2 MPa;
(4) Medido por diferença de massas entre um corpo de prova de 7,5cm x 15cm só de
concreto (calculada a partir da massa específica dos componentes) e a massa do corpo
de prova extraído da placa com as fibras de aço incorporadas no concreto.
37
Devido ao elevado consumo de cimento, que acarreta no aceleramento do inicio de
pega do concreto, dificultando no serviço de acabamento (sarrafeamento e desempeno do
concreto), aumentando a possibilidade de surgimento de fissuras de retração plástica e
retração por secagem, devido à grande quantidade de água presente nesse traço.
Após a detecção desse consumo elevado, foi proposta a redução do consumo de
cimento para aproximadamente 378 kg/m³, mantendo-se o fator de água cimento (A/C),
desta forma, garante-se os resultados de resistência próximos aos obtidos anteriormente
e reduzindo o consumo de água por metro cúbico de concreto, o que proporciona uma
menor retração, reduzindo as prováveis fissurações que poderão ocasionar, além de
reduzir o índice de vazios provocado pela evaporação da água presente no concreto,
melhorando a durabilidade do concreto. (SABESP, 2007)
No quadro abaixo apresentam-se o traço do concreto projetado utilizado nos serviços do
revestimento térmico após a mudança do traço:
Tabela 4 - Traço do Concreto Projetado Utilizando Posteriormente aos Estudos
Material
Consumo
Unidade de medida
Cimento Votoran CPIII 40RS
378
Kg/m³
Areia Eólica Quartzosa
740
Kg/m³
Pedrisco Misto de Calcário
319
Kg/m³
Brita 0 de Granito
730
Kg/m³
Água
189
l/m³
Aditivo Degussa 398N2
2268
ml/m³
30
Kg/m³
Fibra de Aço
Fonte: Techint / Novata Engenharia, 2007.
38
Foto 6 – Aplicação do Concreto Projetado (Acervo Pessoal, 2007)
A proteção mecânica do isolante térmico será conferida por uma única camada de
concreto projetado, reforçado com fibra de aço, aplicado por via úmida e de modo
cuidadoso para não perfurar a camada de emulsão asfáltica.
A Figura 2, ilustra todas as camadas que resultarão sobre a parede. Imediatamente após
a projeção do concreto a superfície deverá ser sarrafeada e desempenada com
desempenadeira de madeira ou náilon, conferindo acabamento desempenado rústico.
Deverão ser feitas 8 juntas verticais, igualmente espaçadas e 1 junta horizontal
circunferencial na parte superior da parede (sob o anel superior), com seção de 1cm x
1cm, para que após 21 dias da conclusão do lançamento do concreto sejam preenchidas
com mástique à base de poliuretano (SABESP, 2007).
39
6.8.4 Pintura de Imprimação
Estando as superfícies limpas, isentas de defeitos ou anomalias e secas, será aplicada
com auxílio de trincha ou rolo, uma demão de pintura de imprimação com solução
asfáltica, inclusive sobre os pinos cravados no concreto. A pintura de imprimação será
aplicada nas paredes do digestor previamente à execução da dos serviços de isolamento
térmico.
A pintura será feita com solução asfáltica aplicada com rolo ou trincha, devendo aguardar
a secagem de no mínimo 2 horas (SABESP, 2007).
Foto 7 – Pintura de Imprimação na Estrutura do Digestor Anaeróbio
(Acervo Pessoal, 2007)
40
Tabela 5 -Exigências para a Solução Asfáltica de Imprimação
Propriedade Método de Ensaio Exigência
Ensaios na emulsão:
Viscosidade Saybolt-Furol, SSF a 25 ºC ASTM D 88
50 + 25 s
Destilado: (% em volume do total da amostra) ASTM
até 225 ºC ≥ 35%
D 86
até 360 ºC ≤ 65%
Ensaios sobre o resíduo da destilação
Penetração a 25 ºC, 100g, 5s NBR-6576
20 a 50 mm
Ponto de amolecimento (anel e bola) ASTM D-36
60 a 80 ºC
Solubilidade com CS2 ASTM D 2042
≥ 99%
Fonte: Sabesp, 2006
6.8.5 Tela Soldada Q-138
As telas Q-138 foram fixadas após a aplicação da emulsão asfáltica e fixação das telas
hexagonais, para posterior aplicação do concreto projetado. As telas são fornecidas no
tamanho 2,40 x 6,00 m, e a sobreposição entre telas está indicado na Foto 8.
Foto 8 – Detalhe da Fixação das Telas Soldadas (Acervo Pessoal, 2007).
41
6.8.6 Emulsão Asfáltica e Tela Hexagonal de 1”
A emulsão asfáltica é aplicada após a aplicação da pintura de imprimação e após à
fixação das placas de vidro.
A Tela hexagonal é fixada após à aplicação da emulsão asfáltica sobre as placas de fibra
de vidro, com a finalidade de travar as placas na estrutura, conforme indica a foto abaixo.
Foto 9 – Detalhe da Tela Hexagonal e posterior pintura com
Emulsão Asfáltica (Acervo Pessoal, 2007).
Tabela 6 - Exigências para a Emulsão Asfáltica com Carga
Propriedade Método de Ensaio Exigência
Massa específica a 25 ºC
1,15 + 0,05 kg/l
Resíduo por evaporação
> 60%
Cinzas (sobre o resíduo por evaporação)
< 30%
Inflamabilidade
Secagem
ASTMD-2939
Fonte: Sabesp, 2006
nenhuma
total
< 24 h
42
6.8.7 Material Isolante - Painéis de Fibra de Vidro
O material isolante será constituído por painéis rígidos de fibra de vidro, aglomeradas com
resinas sintéticas, com 30 mm de espessura.
A fixação desses painéis sobre as superfícies de concreto ou sobre a manta
impermeabilizante será feita com auxílio de emulsão asfáltica, com carga adequada para
a impermeabilização (SABESP).
Foto 10 – Fixação dos painéis de fibra de vidro (Acervo Pessoal, 2007).
O isolamento térmico será obtido pela instalação de painéis de fibra de vidro, de
dimensões 1,20 m x 0,60 m e espessura de 30 mm, colados ao substrato existente.
Nas paredes os painéis serão colados utilizando como adesivo a emulsão asfáltica,
aplicada sobre a pintura de imprimação, com espátula dentada, de modo a resultar
espessura não inferior a 2mm na parte do dente da espátula.
Para contribuir na fixação dos painéis e evitar o seu arrancamento pela ação do vento,
imediatamente após a sua colagem, sobre os mesmos será fixada tela de aço de fio
galvanizado nº 22 com abertura de malha hexagonal igual a 25mm.
43
A fixação da tela será obtida através da sua amarração às porcas instaladas nos pinos
cravados no concreto e deverá resultar esticada sobre as superfícies dos painéis.
Concluída a instalação da tela de aço de fio galvanizado, as superfícies de isolamento
térmico deverão receber camada de emulsão asfáltica com espessura de 3mm, para
operar como camada isolante e de amortecimento do concreto projetado.
Imediatamente após a aplicação da emulsão asfáltica, instalar tela de aço soldada do tipo
Q-138, também fixada através dos pinos de aço, e de modo que resulte afastada de 2cm
da camada de emulsão asfáltica.
O material isolante será constituído por painéis rígidos de fibra de vidro, aglomeradas com
resinas sintéticas, com 30 mm de espessura de modo a atender às exigências indicadas
na tabela 7 abaixo:
Tabela 7 - Exigências para o Material Isolante -Propriedade Método Exigências
40 + 15% (nominal)
Massa específica aparente NBR-11949
Condutividade térmica a 35 ºC ASTM-C-177
< 0,037 kcal/m h oC
Não deve propagar
Incombustibilidade ISO 1182
chama
Variação dimensional: NBR 11356
Comprimento
Largura
Espessura
Fonte: Sabesp, 2006
+ 10mm
+ 5mm
+ 3 mm
A fixação destes painéis sobre as superfícies de concreto ou sobre a manta
impermeabilizante será feita com auxílio de emulsão asfáltica com carga para
impermeabilização, de modo a atender às exigências das especificações.
44
6.8.8 Material Selante - Juntas de Dilatação
As juntas formadas entre os quadros verticais da proteção mecânica deverão ser
preenchidas com mástique elástico à base de poliuretano.
A execução do Isolamento Térmico dos digestores deve seguir às determinações da
Especificação Técnica.(SABESP).
Foto 11 – Sarrafo para posterior aplicação do mástique (Acervo Pessoal).
Foto 12 – Mástique aplicado nas juntas (Acervo Pessoal, 2007).
45
6.8.9 Detalhamento da Execução
Na figura abaixo, é apresentado o detalhe da aplicação do revestimento térmico, indica
sua superfície sem o revestimento e a distribuição para fixação dos pinos de aço na
estrutura, após a limpeza.
Figura 2 – Detalhamento da aplicação do revestimento térmico (Fonte: SABESP, 2006)
Tabela 8 - Quantitativo para 01 Digestor dos materiais acima relacionados.
1154 m²
Pintura de imprimação
Material isolante
1154 m²
58 m³
Proteção mecânica (50mm)
5770 un
Pinos de ancoragem
Tela de aço Q-138
Tela de fio galvanizado
Fonte: Sabesp, 2006
3175Kg
1735Kg
46
6.8.10 Sistema de Balancim
Para a execução de tais atividades foi utilizado o sistema de balancim sob trilhos, o que
possibilitou melhor locomoção e dispensou montagem de andaimes no local.
Foto 13 - Execução de serviços de limpeza externa
(Acervo Pessoal, 2007)
O sistema de trilhos é sustentado na própria estrutura de concreto dos digestores, sem a
necessidade de fixação de parafusos ou chumbadores na estrutura de concreto. Cada
seguimento de trilho possui 2 metros de extensão e o sistema de fixação entre trilhos é
feito através de uma chapa metálica com dimensões 250x80x8mm. Nas duas
extremidades do sistema de trilhos são instaladas peças terminais com a finalidade de
impedir a queda dos carros durante movimentação horizontal.
O Balancim é suspenso através de cabos de aço fixados em máquinas de tração
(roldanas de aderência) localizadas nas duas extremidades laterais. A movimentação
vertical dos balancins é realizada pelos próprios funcionários que estão trabalhando
dentro do balancim, através de manivelas, conforme indicado nas fotos seguintes.
47
A movimentação horizontal é realizada manualmente pelos próprios funcionários
trabalhando dentro do balacin ou por funcionários localizados acima ou abaixo do
balancim, através do uso de corrente metálica instalada ao lado do balancim.
O sistema possui um dispositivo de segurança denominado anti-queda (Blocstop)
automático, que trabalha por sistema de mordentes temperados de alta resistência,
previsto para segurar o balancim em caso de ruptura de algum elemento da linha de
movimentação ou inclinação excessiva da plataforma. Além disso, há um travamento de
todo o sistema o sustenção dos trilhos através de cordoalhas de aço, espaçadas de 2 em
2 metros. E o sistema de segurança individual dos trabalhadores é feito através de cinto
de segurança fixado em corda guia, com duas pontas de ancoragem.
Foto 14 - Vista geral do sistema de deslocamento
(Acervo Pessoal, 2007)
48
6.10 Controle de Qualidade dos Materiais
6.10.1 Normalizações
Para a execução dos serviços do revestimento térmico dos digestores anaeróbios, foi
executado utilizando como diretrizes de execução normalizações, respeitando a
qualidade, segurança e controle do produto final.
A seguir são apresentadas as algumas normas da ABNT utilizadas como fonte de
consulta nos trabalhos do isolamento térmico, assim como a especificação técnica da
Sabesp:
- NBR-9952 - Mantas asfálticas com armadura para impermeabilização
- NBR-11358 - Painéis termoisolantes à base de lã de vidro.
Os cuidados a serem efetuados, segundo a SABESP, para a execução do serviço são:
• a execução dos ensaios de comprovação da qualidade dos materiais aplicados;
• os cuidados necessários para limpeza das superfícies;
• o fornecimento de todos os materiais, equipamentos, mão-de-obra necessários à
execução dos serviços que integram o sistema de isolamento térmico e proteção
mecânica adotados nos Desenhos de Projeto;
• a execução dos serviços correspondentes ao sistema de isolamento térmico e proteção
mecânica adotados nos Desenhos de Projeto;
• os cuidados necessários para manutenção da limpeza, controle de trânsito de pessoal
material e equipamento, estranhos aos serviços descritos nesta Especificação, durante a
sua execução;
• o cumprimento das normas de segurança no manuseio e guarda de materiais
combustíveis, tais como, solventes, adesivos, gases, relativamente ao fogo e explosão.
49
6.10.2 Solução Asfáltica
De cada partida recebida na obra, será constituído um lote e, de cada lote, retirar-se uma
amostra de acordo com a ASTM D-140 que será destinada à execução dos ensaios
prescritos na especificação da SABESP.
Os lotes serão aceitos se houver atendimento às exigências contidas no referido quadro.
6.10.3 Material Selante
O material deverá ser entregue na obra com antecedência suficiente para permitir a
execução dos ensaios especificados e liberar o lote para instalação. A não observância
deste cuidado poderá sujeitar a Contratada ter que retirar o material aplicado, caso o
mesmo não atenda às condições estabelecidas na especificação da SABESP.
A estocagem deverá ser efetuada de modo a permitir a separação em lotes de 1000
peças ou fração. De cada lote deverão ser retiradas 10 peças as quais serão submetidas
a inspeção visual e verificação dimensional e aos ensaios anteriormente mencionados.
As peças para ensaio devem ser colhidas ao acaso, uniformemente distribuídas por todo
o lote. Cada peça deverá ser identificada com o lote de origem, do qual se registrará a
quantidade de peças componentes, o fabricante e a data de fabricação.
A constatação de defeitos visuais tais como umidade, rasgo ou furos nos painéis, que
possam indicar sério prejuízo ao desempenho da isolação térmica, implicará na rejeição
da peça. O lote será rejeitado se três ou mais peças apresentarem defeitos visuais ou não
atenderem às exigências da especificação técnica.
50
6.10.4 Emulsão Asfáltica
De cada partida recebida na obra, será constituído um lote e, de cada lote, retira-se uma
amostra de acordo com a ASTM D-140 que será destinada à execução dos ensaios
prescritos na especificação da SABESP. Os lotes serão aceitos se houver atendimento às
exigências contidas no referido quadro.
6.10.5 Concreto Projetado
De cada caminhão de concreto recebido na obra serão moldadas duas placas de concreto
projetado conforme a NBR 13070, para extração de corpos de prova para a execução dos
ensaios.
Os resultados dos ensaios deverão conduzir ao atendimento das exigências contidas na
Especificação da SABESP. As Fotos 15 e 16 apresentam ensaios de extração de corpos
de prova para ser ensaiados em laboratório de testes.
Foto 15 Moldagem Ensaio de Corpo de Prova de Aderência
(Acervo Pessoal, 2007)
51
Foto 16 Moldagem Ensaio de Corpo de Prova para
Ruptura a compressão (Acervo Pessoal, 2007)
6.10.6 Tela de Aço
A tela de aço soldada será a mostrada por lote formado conforme as diretrizes da NBR
7481. O mesmo será aceito se houver atendimento às exigências da especificação da
SABESP.
6.10.7 Cimento Portland, Areia e Água
Serão executados ensaios nestes materiais a critério da fiscalização ou quando houver
suspeita da sua qualidade ou contaminação durante o transporte e armazenamento.
52
6.11 Planejamento e Controle
O cronograma de execução da obra e sua respectiva EAP (Estudo Analítico do Projeto) é
apresentado no Anexo B.
Os serviços de isolamento térmico nas superfícies de concreto dos digestores tiveram
acompanhamento de um cronograma, uma planilha EAP e o controle de mapeamento dos
serviços executados, com a finalidade de otimizar a execução dos serviços utilizando
racionalmente os materiais.
No controle do mapeamento dos serviços, foi acrescentado no mapa esquemático da
estrutura o número da nota fiscal e a data, porém esse critério foi utilizado somente para o
concreto projetado, ficando os demais materiais sem controle de aplicação.
53
7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Os trabalhos de execução do revestimento térmico dos digestores anaeróbios da ETE
Barueri, gerou bastante interferências na execução, no decorrer dos serviços ocorreram
diversas soluções que possibilitaram melhorias significativas na otimização dos materiais
e de tempo; Tais soluções como a utilização de balancins multidirecionais fixados no topo
da estrutura e melhoria nos componentes do traço do concreto reduziu o tempo e gerou
resultados além do previsto, como por exemplo, melhor acabamento da superfície
externa.
As Juntas de dilatação foram executadas somente nos planos verticais, a cada 10 metros,
e nas juntas verticais, a cada 2 metros, não foram aplicados mástique, assim após o
término das atividades constatou-se pequenas fissuras nas juntas horizontais o que
provavelmente com a utilização do mástique o problema seria sanado, sendo assim como
recomendações estudos para a viabilidade técnico-financeira desse procedimento de
execução e melhoria no mapeamento de todos os materiais utilizados na execução desse
serviço.
Recomenda-se também que seja efetuado um comparativo entre ensaios de eficiência
entre os 4 digestores que foram revestidos inicialmente com os outros 4 digestores que
foram revestidos na segunda etapa da ampliação da ETE Baruerí.
54
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ABES, Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, Introdução à
Engenharia Ambiental, 2º Edição, Editora ABES, Rio de Janeiro, 2000.
FINEP, Tratamento de Esgotos para processos anaeróbios e disposição controlada no
solo, Editora Escola de Engenharia de São Carlos, 1983.
FINEP, Pós Tratamento de efluentes de reatores anaeróbios - Editora Escola de
Engenharia de São Carlos, 2000.
FONTANA, Fernando E., Analisis Tecnológico de La Generacion de Biogás, UNESCO,
1984;
HALLIDAY, RESNICK E WALKER, Fundamentos de Física – Gravitação, Ondas e
Termodinâmica – Volume 2 – 4º Edição, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. – 2000;
LETTINGA, G. Et.., Use of the UASB Reactor Concept for Biological Wastewater
Treatment, Especially for Anaerobic Treatment, Amsterdam, 1994;
NYNS, Edmond-Jaques, JI QUIN NI, Biomethanation: a Develpoing Technology in Latin
America, Bruxelles, 1993.
PEREIRA, Sandra M. C., Influência da Temperatura e da Superfície de Contato nos
Processos de Estabilização Anaeróbia, Dissertação apresentada à Escola de São Carlos
da Universidade de São Paulo – USP, para obtenção de Mestre em Hidráulica e
Saneamento, 1984;
RIBEIRO, Carolina Morato et.al., Uso do PVC Flexível em Biodigestores – Trabalho de
Conclusão de Curso, São Paulo, 2004;
SABESP, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, <.sabesp.com.br>
São Paulo, Acesso em 2007.
SABESP, Concorrência Internacional nº 32.912/04, Projeto de Despoluição do Rio Tietê –
Volume II, São Paulo, 2004;
SANEAS, Publicação técnica quadrimestral da Associação de Engenheiros da SABESP –
Reuso.
VIEIRA, Sônia Maria M,. A Digestão Anaeróbia na Faixa Termofílica, Trabalho
Apresentado no Encontro de Técnico em Biodigestores do Sistema EMBRAPA, Goiânia,
18 a 21 de outubro de 1983.
55
ANEXO A
DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA
56
Digestores Anaeróbios
Sistema de Recirculação de Gás
Flotadores e Adensamento
Elevatória Final
Elevatória e Tratamento Secundário
Caixa de Areia
57
Poço da Elevatória Final
Edifício das Caldeiras (Sist. de Aquecimento)
Caldeiras
Elevatória de Lodo Adensado
Canal de Grades
Sistema de Desidratação
Digestores anaeróbios sem revestimento
Serviços de imprimação
Serviços de imprimação e concreto projetado
Serviços de isolamento térmico
Serviços de concreto projetado
Digestores anaeróbios com revestimento
ANEXO B
CRONOGRAMA FÍSICO E EAP DAS
ATIVIDADES EXECUTADAS
TECHINT - ETE BARUERI
Id
Nome da tarefa
Duração
1
ISOLAMENTO TÉRMICO DIGESTOR 06
2
Início dos serviços
3
MOBILIZAÇÃO DE EQUIPE E EQUIPAMENTOS
4
Mobilização de equipe e equipamentos
5
Montagem equipamento acesso
6
SERVIÇOS PRELIMINARES
Término
27 dias
25/Jan/07
0 dias
20/Dez/06
15 dias
9/Jan/07
0 dias
20/Dez/06
15 dias
9/Jan/07
10 dias
16/Jan/07
6
Janeiro de 2007
13 16 19 22 25 28 31 3
6
9 12 15 18 21 24 27
20/12
20/12
20/12
9/1
7
Hidrojateamento
8 dias
12/Jan/07
8
Fixação de pinos de ancoragem
8 dias
15/Jan/07
4/1
9
Aplicação de pintura de imprimação
9 dias
16/Jan/07
4/1
3/1
10
ISOLAMENTO TÉRMICO DO DIGESTOR
10 dias
18/Jan/07
11
Instalação de painéis de fibra de vidro
8 dias
16/Jan/07
5/1
12
Fixação da tela de aço e aplicação de emulsão asfáltica
9 dias
17/Jan/07
5/1
13
Instalação de tela de aço Q-138
9 dias
18/Jan/07
11 dias
23/Jan/07
10 dias
22/Jan/07
5 dias
23/Jan/07
9 dias
25/Jan/07
8 dias
24/Jan/07
1 dia
25/Jan/07
14
PROTEÇÃO MECANICA DO ISOLAMENTO TÉRMICO
15
Concreto projetado via úmida
16
Juntas de dilatação preenchida com poliuretano
17
SERVIÇOS COMPLEMENTARES
18
Remoção de entulho
19
Desmobilização
Projeto: 532-06 Digestores
Data: 24/Out/07
15/1
16/1
16/1
17/1
8/1
18/1
9/1
22/1
17/1
23/1
15/1
24/1
25/1
Tarefa
Resumo
Etapa externa
Divisão
Resumo do projeto
Prazo final
Andamento
Tarefas externas
Etapa
Etapa externa
Página 1
12/1
25/1
TECHINT - ETE BARUERI
Id
1
Nome da tarefa
Duração
16
ISOLAMENTO TÉRMICO DIGESTOR 05
2
Início dos serviços
3
MOBILIZAÇÃO DE EQUIPE E EQUIPAMENTOS
4
5
6
Término
22 dias
21/Dez/06
0 dias
22/Nov/06
10 dias
5/Dez/06
Mobilização de equipe e equipamentos
4 dias
27/Nov/06
Montagem equipamento acesso
7 dias
5/Dez/06
10 dias
12/Dez/06
SERVIÇOS PRELIMINARES
19
22
25
28
22/11
27/11
8/Dez/06
8
Fixação de pinos de ancoragem
8 dias
11/Dez/06
30/11
9
Aplicação de pintura de imprimação
9 dias
12/Dez/06
30/11
29/11
10
ISOLAMENTO TÉRMICO DO DIGESTOR
10 dias
14/Dez/06
11
Instalação de painéis de fibra de vidro
8 dias
12/Dez/06
1/12
12
Fixação da tela de aço e aplicação de emulsão asfáltica
9 dias
13/Dez/06
1/12
13
Instalação de tela de aço Q-138
9 dias
14/Dez/06
11 dias
19/Dez/06
10 dias
18/Dez/06
16
17
Concreto projetado via úmida
Juntas de dilatação preenchida com poliuretano
SERVIÇOS COMPLEMENTARES
18
Remoção de entulho
19
Desmobilização
Projeto: 532-06 Digestores
Data: 24/Out/07
5 dias
19/Dez/06
9 dias
21/Dez/06
8 dias
20/Dez/06
1 dia
21/Dez/06
22
8/12
11/12
12/12
12/12
13/12
4/12
14/12
5/12
18/12
13/12
19/12
11/12
20/12
21/12
Tarefa
Resumo
Etapa externa
Divisão
Resumo do projeto
Prazo final
Andamento
Tarefas externas
Etapa
Etapa externa
Página 1
19
5/12
8 dias
PROTEÇÃO MECANICA DO ISOLAMENTO TÉRMICO
16
27/11
Hidrojateamento
15
13
22/11
7
14
Dezembro de 2006
1
4
7
10
21/1
ITEM
WBS
1
1 1
2 1.1
PESO %
DECRIÇÃO
2
3
4 DESCRIÇÃO - ATIVIDADES
ISOLAMENTO TÉRMICO DOS DIGESTORES
N1
197
DIGESTOR - N° 08
N2
N3
N4
197
N1
N2
N3
AVANÇO FÍSICO
N4
100,00%
50
25,38%
3 1.1.1
INÍCIO DOS SERVIÇOS
0
0
4 1.2.1
MOBILIZAÇÃO DE EQUIPES E EQUIPAMENTOS
10
10
20,00%
SEM.
SEM. ANT.
SEM ACUM.
3,33%
96,03%
99,37%
AV.% REAL
3,33%
0,00%
100,00%
100,00%
0,00%
0,00%
100,00%
100,00%
0,0%
0,00%
100,00%
100,00%
0,00%
5 1.2.1.1
MOBILIZAÇÃO DE EQUIPES E EQUIPAMENTOS
4
4
40,00%
0,00%
100,00%
100,00%
0,00%
6 1.2.1.2
MONTAGEM DOS EQUIPAMENTOS DE ACESSO
6
6
60,00%
0,00%
100,00%
100,00%
0,00%
7 1.3.1
0,00%
100,00%
100,00%
0,00%
8 1.3.1.1
HIDROJATEAMENTO
3
3
30,00%
0,0%
100,0%
100,00%
0,0%
9 1.3.1.2
FIXAÇÃO DE PINOS E DE ANCORAGEM
3
3
30,00%
0,0%
100,0%
100,00%
0,0%
APLICAÇÃO DE PINTURA DE IMPRIMAÇÃO
4
4
40,00%
0,0%
100,0%
100,00%
0,0%
0,00%
10 1.3.1.3
11 1.4.1
SERVIÇOS PRELIMINARES
10
0,0%
100,0%
100,00%
INSTALAÇÃO DE PAINÉIS DE FIBRAS DE VIDRO
3
3
30,00%
0,0%
100,0%
100,00%
0,0%
13 1.4.1.2
FIXAÇÃO DE TELA DE AÇO E APLCAÇÃO DE EMULSÃO ASFÁLTICA
3
3
30,00%
0,0%
100,0%
100,00%
0,0%
40,00%
0,0%
100,0%
100,00%
0,0%
0,0%
100,0%
100,00%
0,00%
15 1.5.1
INSTALAÇÃO DE TELAS DE AÇO Q-138
PROTEÇÃO MECÂNICA DO ISOLAMENTO TÉRMICO
10
20,00%
12 1.4.1.1
14 1.4.1.3
ISOLAMENTO TÉRMICO DOS DIGESTORES
10
10
4
20,00%
4
11
11
22,00%
16 1.5.1.1
CONCRETO PROJETADO VIA ÚMIDA
6
6
54,55%
0,0%
100,0%
100,00%
0,0%
17 1.5.1.2
JUNTAS DE DILATAÇÃO PREENCHIDAS COM POLIURETANO
5
5
45,45%
0,0%
100,0%
100,00%
0,0%
18 1.6.1
0,0%
100,0%
100,00%
0,00%
19 1.6.1.1
REMOÇÃO DE ENTULHOS
8
8
88,89%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
20 1.6.1.2
DESMOBILIZAÇÃO
1
1
11,11%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
11,9%
85,8%
97,7%
11,9%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
0,0%
100,0%
100,0%
0,00%
21 1.2
SERVIÇOS COMPLEMENTARES
9
DIGESTOR - N° 06
9
18,00%
55
27,92%
22 1.2.1
INÍCIO DOS SERVIÇOS
0
0
23 1.2.2
MOBILIZAÇÃO DE EQUIPES E EQUIPAMENTOS
15
15
27,27%
24 1.2.2.1
MOBILIZAÇÃO DE EQUIPES E EQUIPAMENTOS
0
0
0,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
25 1.2.2.2
MONTAGEM DOS EQUIPAMENTOS DE ACESSO
15
15
100,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
26 1.2.3
0,0%
100,0%
100,0%
0,00%
27 1.2.3.1
HIDROJATEAMENTO
3
3
30,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
28 1.2.3.2
FIXAÇÃO DE PINOS E DE ANCORAGEM
3
3
30,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
29 1.2.3.3
APLICAÇÃO DE PINTURA DE IMPRIMAÇÃO
4
4
40,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
30 1.2.4
SERVIÇOS PRELIMINARES
10
0,0%
100,0%
100,0%
0,00%
INSTALAÇÃO DE PAINÉIS DE FIBRAS DE VIDRO
3
3
30,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
32 1.2.4.2
FIXAÇÃO DE TELA DE AÇO E APLCAÇÃO DE EMULSÃO ASFÁLTICA
3
3
30,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
33 1.2.4.3
INSTALAÇÃO DE TELAS DE AÇO Q-138
4
4
40,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
33,81%
10
33,8%
63,9%
97,7%
CONCRETO PROJETADO VIA ÚMIDA
6
6
54,55%
7,8%
92,2%
100,0%
7,8%
36 1.2.5.2
JUNTAS DE DILATAÇÃO PREENCHIDAS COM POLIURETANO
5
5
45,45%
65,0%
30,0%
95,0%
65,0%
11
9
20,00%
31,7%
57,2%
88,9%
31,67%
38 1.2.6.1
REMOÇÃO DE ENTULHOS
8
8
88,89%
30,0%
60,0%
90,0%
30,0%
39 1.2.6.2
DESMOBILIZAÇÃO
1
1
11,11%
45,0%
35,0%
80,0%
45,0%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
40 1.3
SERVIÇOS COMPLEMENTARES
11
18,18%
35 1.2.5.1
37 1.2.6
PROTEÇÃO MECÂNICA DO ISOLAMENTO TÉRMICO
10
18,18%
31 1.2.4.1
34 1.2.5
ISOLAMENTO TÉRMICO DOS DIGESTORES
10
DIGESTOR - N° 05
9
46
23,35%
41 1.3.1
INÍCIO DOS SERVIÇOS
0
0
42 1.3.2
MOBILIZAÇÃO DE EQUIPES E EQUIPAMENTOS
6
6
43 1.3.2.1
44 1.3.2.2
45 1.3.3
46 1.3.3.1
MOBILIZAÇÃO DE EQUIPES E EQUIPAMENTOS
MONTAGEM DOS EQUIPAMENTOS DE ACESSO
SERVIÇOS PRELIMINARES
HIDROJATEAMENTO
16,36%
0
6
10
3
13,04%
0
6
10
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
0,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
100,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
21,74%
3
30,00%
ITEM
WBS
DECRIÇÃO
1
1 1
2
3
PESO %
4 DESCRIÇÃO - ATIVIDADES
ISOLAMENTO TÉRMICO DOS DIGESTORES
N1
197
N2
N3
N4
197
N1
N2
N3
AVANÇO FÍSICO
N4
100,00%
SEM.
SEM. ANT.
SEM ACUM.
AV.% REAL
3,33%
96,03%
99,37%
3,33%
47 1.3.3.2
FIXAÇÃO DE PINOS E DE ANCORAGEM
3
3
30,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
48 1.3.3.3
APLICAÇÃO DE PINTURA DE IMPRIMAÇÃO
4
4
40,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
30,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
49 1.3.4
ISOLAMENTO TÉRMICO DOS DIGESTORES
10
10
INSTALAÇÃO DE PAINÉIS DE FIBRAS DE VIDRO
51 1.3.4.2
FIXAÇÃO DE TELA DE AÇO E APLCAÇÃO DE EMULSÃO ASFÁLTICA
3
3
30,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
52 1.3.4.3
INSTALAÇÃO DE TELAS DE AÇO Q-138
4
4
40,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
54,55%
0,0%
100,0%
100,00%
0,0%
45,45%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
88,89%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
11,11%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
53 1.3.5
54 1.3.5.1
55 1.3.5.2
56 1.3.6
57 1.3.6.1
58 1.3.6.2
59 1.4
PROTEÇÃO MECÂNICA DO ISOLAMENTO TÉRMICO
3
21,74%
50 1.3.4.1
11
CONCRETO PROJETADO VIA ÚMIDA
6
JUNTAS DE DILATAÇÃO PREENCHIDAS COM POLIURETANO
5
SERVIÇOS COMPLEMENTARES
3
11
5
9
REMOÇÃO DE ENTULHOS
8
DESMOBILIZAÇÃO
1
DIGESTOR - N° 07
9
1
46
23,35%
INÍCIO DOS SERVIÇOS
0
0
61 1.4.2
MOBILIZAÇÃO DE EQUIPES E EQUIPAMENTOS
6
6
63 1.4.2.2
64 1.4.3
MOBILIZAÇÃO DE EQUIPES E EQUIPAMENTOS
MONTAGEM DOS EQUIPAMENTOS DE ACESSO
SERVIÇOS PRELIMINARES
19,57%
8
60 1.4.1
62 1.4.2.1
23,91%
6
0
6
10
13,04%
0
6
10
100,0%
100,0%
0,0%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
100,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
21,74%
65 1.4.3.1
HIDROJATEAMENTO
66 1.4.3.2
FIXAÇÃO DE PINOS E DE ANCORAGEM
3
3
30,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
67 1.4.3.3
APLICAÇÃO DE PINTURA DE IMPRIMAÇÃO
4
4
40,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
30,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
68 1.4.4
ISOLAMENTO TÉRMICO DOS DIGESTORES
3
0,0%
0,00%
10
3
10
21,74%
69 1.4.4.1
INSTALAÇÃO DE PAINÉIS DE FIBRAS DE VIDRO
70 1.4.4.2
FIXAÇÃO DE TELA DE AÇO E APLCAÇÃO DE EMULSÃO ASFÁLTICA
3
3
30,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
71 1.4.4.3
INSTALAÇÃO DE TELAS DE AÇO Q-138
4
4
40,00%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
54,55%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
45,45%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
72 1.4.5
73 1.4.5.1
74 1.4.5.2
75 1.4.6
PROTEÇÃO MECÂNICA DO ISOLAMENTO TÉRMICO
3
30,00%
11
CONCRETO PROJETADO VIA ÚMIDA
6
JUNTAS DE DILATAÇÃO PREENCHIDAS COM POLIURETANO
5
SERVIÇOS COMPLEMENTARES
9
3
11
23,91%
6
5
9
19,57%
76 1.4.6.1
REMOÇÃO DE ENTULHOS
8
8
88,89%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
77 1.4.6.2
DESMOBILIZAÇÃO
1
1
11,11%
0,0%
100,0%
100,0%
0,0%
ANEXO C
CERTIFICADO DE QUALIDADE DA EMULSÃO ASFÁLTICA
ANEXO D
CERTIFICADO DE QUALIDADE DO ASFALTO DILUIDO
ANEXO E
CERTIFICADO DE QUALIDADE DO PAINÉL DE LÃ DE VIDRO
ANEXO F
CONTROLE DE QUALIDADE DO CONCRETO E
MAPEAMENTO DA APLICAÇÃO
ANEXO G
DESENHOS DE REFERÊNCIA
ANEXO H
DOCUMENTAÇÃO COMPLEMENTAR
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