AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA SANTA CATARINA - ANUÁRIO 2015 Sumário 03 Apresentação 05 A força do agronegócio 25 Uma aliada do desenvolvimento 33 Desafios compartilhados 41 Inovação para crescer 03 AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA 2015 Apresentação A Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate) tem o orgulho de apresentar a segunda edição do Anuário Agronegócio & Tecnologia. Iniciativa da Vertical Agronegócios da entidade, esta publicação se propõe a compilar informações que demonstrem a importância desses dois setores para o desen- Responsável por cerca de 23% do Produto volvimento socioeconômico de Santa Catarina Interno Bruto (PIB) do país em 2014 , o agro- e do Brasil. negócio constitui um segmento essencial à economia brasileira. Nas últimas décadas, a agricultura e a pecuária registraram saltos importantes de desempenho, ampliando sua competitividade. Além da competência das famílias e dos profissionais que atuam na área, a tecnologia tem sido uma importante aliada dessa revolução no campo, hoje marcada pela inclusão digital. A P R E S E N TA Ç Ã 0 As soluções desenvolvidas por empresas ca- Para contribuir com a superação desses e ou- tarinenses mostram que a integração entre a tros gargalos é que esta publicação foi criada. atividade produtiva e a tecnologia transforma Estamos certos de que o êxito de qualquer tanto as propriedades rurais quanto a agroin- ação para a melhoria do ambiente de negó- dústria em negócios cada vez mais atrativos e cios depende de informação qualificada, que rentáveis. Apesar dessa evolução, os dois seto- permita a análise de cenários e a tomada de res ainda têm desafios comuns a superar, tais decisão. Conforme revelam as próximas pági- como formação de recursos humanos, acesso nas, o caminho do desenvolvimento de Santa a recursos e políticas públicas adequadas. Catarina e do Brasil passa pelo agronegócio e pela tecnologia. Mais uma vez, a Acate reitera sua disposição em percorrer esse caminho, de forma cooperativa e agregadora. Guilherme Stark Bernard Presidente da Acate Clóvis Rossi Diretor da Vertical Agronegócios 04 A FORÇA DO AGRONEGÓCIO Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), quase metade da população mundial – cerca de 3 bilhões de pessoas – vive em áreas rurais. 07 AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA 2015 Desse total, cerca de 2,5 bilhões obtêm seu Cerca de 75% do valor adicionado pela ativi- sustento da agricultura, o que torna a ativida- dade agrícola no mundo provêm de países em de uma força motriz da economia, especial- desenvolvimento, onde a agricultura repre- mente nos países em desenvolvimento, onde senta até 30% do PIB nacional. é precursora do crescimento da indústria e do setor de serviços. Distribuição da população no mundo (Urbana X Rural - em %) 50,1% 50,6% 51,1% 51,6% 52,1% 52,6% 53,6% 49,6% 53,1% 49,1% 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 49,9% 49,4% 48,9% 48,4% 47,9% 47,4% 46,9% 46,4% 50,9% 50,4% População Urbana População Rural Fonte: ONU. A FORÇA DO AGRONEGÓCIO Nos últimos 50 anos a produção agrícola somando terras aráveis e terras com culturas mundial tem aumentado, em média, de 2% permanentes. Embora a expansão da área de a 4% ao ano, enquanto a área cultivada (ará- terra destinada à agricultura seja difícil atual- vel e permanente) tem crescido anualmente mente, os investimentos em fertilizantes, ma- apenas 1%. Atualmente, mais de 1,5 bilhão de quinário, irrigação e em pesquisa e desenvol- hectares – cerca de 12% da área de terra no vimento no campo têm aumentado os índices mundo – são usados para produção vegetal, de produtividade. Participação da agricultura no PIB global Fonte: ONU. Ano PIB global (trilhões de US$) Participação da agricultura no PIB global (%) 2009 59,5 3,0 2010 65,2 3,0 2011 72,1 3,1 2012 73,5 3,1 2013 75,6 - 08 09 AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA 2015 Comércio internacional de mercadorias agrícolas Ano Volume de exportações globais de mercadorias agrícolas (bilhões de US$) Volume total de exportações globais de mercadorias (milhões de US$) Participação das mercadorias agrícolas nas exportações globais de mercadorias (%) 2009 1.182 12.554 9 2010 1.365 15.300 9 2011 1.662 18.328 9 2012 1.653 18.404 9 2013 1.745 18.816 9 Fonte: Organização Mundial do Comércio. Cadeia de valor A cadeia de valor do agronegócio, que com- leva à maior produtividade e geração de preende desde os insumos até o consumi- renda. Um estudo publicado pela FAO em dor final, teve seu valor total estimado em 2009 revelou que no Brasil, por exemplo, US$ 5 trilhões no ano de 2013. Quanto mais o agronegócio é 3,75 vezes mais relevante elevado o nível de desenvolvimento de um para a economia nacional do que a agricul- país, maior é a importância do agronegócio tura – nos Estados Unidos, esse índice é de em relação à agricultura, um cenário que 13 vezes. A FORÇA DO AGRONEGÓCIO Cadeia de valor do agronegócio (vendas anuais) Insumos US$ 0,4 trilhão Traders Agricultores Empresas de alimentos US$ 1 trilhão US$ 3 trilhões US$ 3,5 trilhões US$ 5,4 trilhões Varejistas Fonte: KPMG (The agricultural and food value chain: Entering a new era of cooperation). Importância relativa do agronegócio sobre a agricultura para o PIB dos países País Razão entre a participação do agronegócio e da agricultura no PIB (em vezes) Países de base agrícola 0,57 Países em transformação 1,98 Países urbanizados 3,32 Fonte: Faostat, 2012. Argentina 2,64 México 3,00 Brasil 3,75 Chile 3,78 Estados Unidos 13,00 10 11 AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA 2015 Ranking da produção – as 10 principais commodities do mundo Produto Valor da produção (milhões US$) Produção mundial (mil toneladas) Posição do Brasil entre os produtores Países líderes em produção Leite bovino 187.277 625.753 4º EUA (1º), Índia (2º) Arroz 185.579 738.187 9º China (1º), Índia (2º) Carne bovina 169.476 62.737 2º EUA (1º), China (3º) Carne suína 166.801 108.506 5º China (1º), EUA (2º) Carne de frango 132.085 92.730 3º EUA (1º), China (2º) Trigo 79.285 671.496 - Índia (1º), China (2º) Grão de soja 60.692 241.142 2º EUA (1º), Argentina (3º) Tomate 59.108 161.793 8º China (1º), Índia (2º) Cana-deaçúcar 57.858 1.842.266 1º Índia (2º), China (3º) Ovos 54.987 66.372 7º China (1º), EUA (2º) Dados: Faostat, 2012. A FORÇA DO AGRONEGÓCIO Brasil, o país do agronegócio Responsável por cerca de 23% do Produto In- agropecuária, incluindo os fornecedores de terno Bruto (PIB) do Brasil em 20141, o agrone- equipamentos e serviços para a zona rural, a gócio constitui um segmento fundamental à industrialização e a comercialização de pro- economia nacional. Compreende o conjunto dutos com origem no campo. de atividades econômicas ligadas à produção Segmentos do agronegócio Agricultura Pecuária Equipamentos Serviços Indústria Comércio 1 Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). 12 13 AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA 2015 Em 2014, a relevância do setor para o desen- primeira fechou 2014 com queda de 0,75%, volvimento do país se confirmou. Enquanto o a segunda alcançou 6,91% de crescimento, PIB nacional amargou crescimento de apenas puxada pela alta nas cotações de suínos e 0,1%, o PIB gerado pelo agronegócio encer- bovinos – frango vivo e leite cru seguiram rou o ano com expansão de 1,59%, conforme em desvalorização. Ao divulgar o PIB do ano, dados do Centro de Estudos Avançados em o IBGE reportou que a agropecuária cresceu Economia Aplicada (Cepea). Embora inferior 0,4%, puxada pelas taxas positivas de soja ao crescimento registrado no ano anterior (5,8%) e de mandioca (8,8%), ainda que a (5,22%), o resultado do setor se mostra ex- produção tenha desacelerado. Acumulan- pressivo diante da desaceleração generaliza- do variações mensais pouco expressivas ou da da economia brasileira em 2014. negativas, a agroindústria nacional acumulou baixa de 0,32% em 2014. O ano também foi marcado pelo descompasso entre o crescimento da agricultura e da pecuária. Enquanto, conforme o Cepea, a A FORÇA DO AGRONEGÓCIO Variação do PIB 2014 AGRONEGÓCIO 1,59% BRASIL 0,1% Agricultura -0,75% Pecuária 6,91% Insumos 2,12% Agroindústria -0,32% Histórico da variação do PIB 7,6% 6% 5,7% 5% 4% 3,1% 1,3% 3,9% 3,1% 1,8% 1,2% - 0,2% 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Fontes: IBGE e Cepea. 2009 2,7% 0,1% 2010 2011 2012 2013 2014 14 15 AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA 2015 Variação do PIB em 2014 por setores, pela ótica da oferta Serviços Indústria Agropecuária 7,9% 0,4% 2,4% 2,5% 0,7% 1,8% 0,1% -1,2% 2012 2013 2014 2012 2013 2014 -2,5% 2012 2013 2014 Fonte: IBGE. Novo PIB A metodologia de cálculo do PIB brasilei- cálculo do PIB foi aperfeiçoado para se- ro mudou em 2014. Novos dados foram guir padrões internacionais recomendados inclusos, informações foram deslocadas e por órgãos como ONU, OCDE e Banco a classificação de alguns itens foi alterada, Mundial e que devem ser adotados pelos a fim de revelar números mais precisos. As países até 2016. A mudança serve para ga- mudanças geraram uma revisão de toda a rantir uma comparação e calibragem mais série, desde 1995. Segundo o IBGE, o novo apurada entre as economias. A FORÇA DO AGRONEGÓCIO Participação da agropecuária no PIB do Brasil 5,5 2005 2006 2007 5,3 3,3 3,1 2,7 2,4 2,2 5,4 5,2 5,1 2008 PIB do Brasil (trilhões de R$) 2009 3,8 4,9 2010 4,4 5,1 2011 4,7 5,3 2012 5,2 5,6 5,5 5,6 2013 2014 Participação da agropecuária no PIB do Brasil (%) Fonte: IBGE. Variação do PIB do Brasil e da agropecuária 7,6 4,0 3,1 4,8 6,0 5,0 3,9 3,2 2,7 1,8 -0,2 -3,8 2006 2007 2008 PIB do Brasil (%) 0,1 0,4 -2,5 2010 2009 Fonte: IBGE. 5,6 5,5 0,7 2005 7,9 6,8 PIB da agropecuária (%) 2011 2013 2012 2014 16 17 AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA 2015 PIB do agronegócio brasileiro Ano Valor (bilhões de R$) Variação (%) Participação no PIB total (%) 2010 1.079,59 7,5 22,5 2011 1.135,56 5,2 23,1 2012 1.102,88 -2,9 22,2 2013 1.160,43 5,2 22,5 2014 1.178,87 1,6 - Fonte: Cepea (Relatório PIBAgro – Brasil – Dezembro 2014 e PIB do Agronegócio – Dados de 1994 a 2013). Decomposição do PIB do agronegócio brasileiro (bilhões de R$) Ano Agricultura Pecuária Insumo Básico Indústria Distribuição 2010 769,81 309,78 115,80 283,63 334,83 345,33 2011 802,78 332,78 130,17 317,13 330,23 358,03 2012 790,43 312,45 129,75 308,12 317,45 347,55 2013 806,59 353,84 134,95 335,69 328,15 361,63 2014 800,57 378,30 137,82 348,21 327,10 365,74 Fonte: Cepea (Relatório PIBAgro – Brasil – Dezembro 2014 e PIB do Agronegócio – Dados de 1994 a 2013). A FORÇA DO AGRONEGÓCIO Mercado externo A balança comercial brasileira encerrou o ano dezembro de 2014, as exportações dos pro- de 2014 com saldo negativo pela primeira vez dutos do agronegócio brasileiro alcançaram desde 2000. Segundo o Ministério do De- US$ 96,75 bilhões e as importações somaram senvolvimento, Indústria e Comércio Exterior US$ 16,61 bilhões. Dessa forma, o saldo da (MDIC), foram registrados US$ 3,9 bilhões balança comercial do agronegócio foi supera- de déficit, o maior desde 1998. Enquanto as vitário em US$ 80,13 bilhões. importações somaram US$ 229,0 bilhões ao longo dos 12 meses do ano, as exportações No período, o setor que mais exportou foi o totalizaram cerca de US$ 225,0 bilhões. A complexo soja, com US$ 31,40 bilhões, in- corrente de comércio do país, resultante da cremento de 1,4%. Em segundo, está o setor soma de exportações e importações alcançou de carnes, com US$ 17,43 bilhões em vendas US$ 454 bilhões, um decréscimo de 5,77% em externas, aumento de 3,7%. Já o complexo relação a 2013. sucroalcooleiro ficou em terceiro, com US$ 10,37 bilhões; os produtos florestais em Responsável por 43% das exportações bra- quarto, com US$ 9,95 bilhões e em seguida o sileiras, o agronegócio também registrou setor cafeeiro, com US$ 6,66 bilhões. Confor- queda, embora menos acentuada: -3,2%, me dados do MDIC, das 10 principais empresas conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária exportadoras brasileiras, cinco são vinculadas e Abastecimento (MAPA). Entre janeiro e ao agronegócio. 18 19 AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA 2015 Principais destinos dos produtos agrícolas brasileiros - 2014 3° Países Baixos 4° Rússia 1° China 5° 2° Alemanha EUA Total Importado Principal produto China .................... US$ 22,07 bilhões China: soja, com US$ 17,01 bilhões. EUA ................................. US$ 7 bilhões EUA: produtos florestais, com US$ 2,15 bilhões, com destaque para a celulose. Em seguida, veio o café, com US$ 1,30 bilhão. Países Baixos ......... US$ 6,13 bilhões Rússia ....................... US$ 3,65 bilhões Alemanha ............... US$ 3,48 bilhões Países Baixos: soja, US$ 2,90 bilhões, seguido de produtos florestais. Rússia: carnes, com US$ 2,44 bilhões – US$ 1,31 bilhão foi de carne bovina, US$ 811 milhões de carne suína e US$ 303 milhões de carne de frango. Alemanha: café, com US$ 1,30 bilhão. Fonte: MDIC. A FORÇA DO AGRONEGÓCIO Base no campo Brasil tinha, em 2013, cerca de 30 milhões de A população rural representa a base do pessoas habitando a Zona Rural, a maior parte agronegócio brasileiro. Segundo o IBGE, o delas na Região Nordeste. Distribuição da população - Brasil (Urbana X Rural - em %) 17,2 2005 16,9 2006 84 83,7 83,4 83,1 82,8 16,6 2007 16,3 2008 Porcentagem da população no campo, por região (%) 16 2009 14,1 85,4 85,2 84,9 84,6 84,3 48,6 4,9 15,7 2010 15,4 2011 15,1 2012 14,8 2013 18,9 14,6 2014 13,6 População Urbana Fonte: ONU. População Rural Fonte: IBGE (PNAD). 20 21 AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA 2015 Santa Catarina Santa Catarina é o segundo estado brasileiro Agronegócio, que considera seis quesitos – in- mais competitivo quando se trata de agronegó- fraestrutura, educação, saúde, ambiente macro- cio. É o que mostra a pesquisa da Confederação econômico, inovação e mercado de trabalho –, da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que o estado obteve a marca de 0,611 e ficou atrás criou um ranking estadual para analisar o setor apenas de São Paulo. no país. No Índice de Competitividade do Participação da agropecuária no PIB de Santa Catarina (%) Fonte: IBGE. Ano PIB de Santa Catarina (bilhões de US$) Participação da agropecuária no PIB de Santa Catarina (%) 2008 123,3 8,0 2009 129,8 8,2 2010 152,5 6,7 2011 169,1 6,0 2012 177,3 4,3 A FORÇA DO AGRONEGÓCIO O estado também foi destaque em infraestrutura, o segundo de arroz, alho e fumo. Na produção quando foram analisados a movimentação portu- animal, ocupa o primeiro lugar na produção ária, qualidade de rodovias e densidade ferroviá- de carne suína e de pescado, e o terceiro em ria. Nesse quesito, santa Catarina aparece em ter- abate de frangos. ceiro lugar, depois de São Paulo e Rio de Janeiro. Já no quesito inovação, o estado aparece em De janeiro a dezembro de 2014 as exportações quinto lugar, alcançando nota máxima no quesito catarinenses alcançaram o valor acumulado número de registro de patentes registrados. de US$ 8,9 bilhões. Os valores exportados por Santa Catarina corresponderam a 4% das ex- Na produção agrícola, Santa Catarina é o portações brasileiras. O estado ocupa a déci- maior produtor nacional de maçã e cebola, e ma colocação no ranking nacional. Os principais mercados de destino dos produtos catarinenses em 2014 foram Estados Unidos, China, Japão, Rússia, Argentina e Países Baixos (Holanda). 22 23 AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA 2015 Mapa do agronegócio catarinense 1 - Araranguá 6 - Chapecó 34,20% - Arroz 7,60% - Fumo 7,30% - C. de frango 6,60% - Banana 5,80% - Mandioca 25,60% - Leite 20% - Trigo 17,10% - C. de frango 15,30% - C. bovina 13,30% - C. suína 13,10% - Mandioca 11,80% - Soja 10,60% Milho 7,90% - Feijão 6,10% - Fumo 2 - Blumenau 19,70% - Banana 8,80% - Mandioca 6,30% - Arroz 13 4 15 6 18 5 12 14 8 10 2 11 16 9 3 7 17 3 - Campos de Lages 7 - Criciúma 69,60% - Maça 21,60% - Tomate 13,60% Feijão 13,60% - C. bovina 8,20% - Cebola 7,40% - Milho 4,20% - Leite 8 - Curitibanos 12 - Joaçaba 14 - Rio do Sul 16 - Tabuleiro 68,10% - Alho 24,10% - Feijão 16,50% - Soja 14,10% - Trigo 9,40% - Milho 6,70% - Maçã 5,70% - Cebola 5,20% - C. bovina 52,50% - Tomate 28,80% - Alho 21,60% - Maçã 21,50% - C. de frango 20,50% - C. suína 16,80% - Milho 11,10% - Feijão 8,80% - Cebola 8,70% - C. bovina 7,90% - Trigo 7,80% - Soja 5,50% - Leite 18,70% - Fumo 9,60% - Mandioca 8,20% - Cebola 8,20% - Arroz 5,20% - C. bovina 5,10% - C. suína 4,30% - Leite 19,10% - Cebola 9,30% - C. suína 7,20% - Tomate 6,70% - C. bovina 4 - Canoinhas 29,10% - Fumo 27,40% - Soja 19,40% - Milho 17,10% - Trigo 12,10% - Feijão 5,40% - C. de frango 5,20% - C. bovina 5,20% - C. suína 5 - Concórdia 22,30 - C. suína 14,70% - C. de frango 12,90% - Leite 6,40% - Milho 6,30% - C. bovina Fonte: Epagri. 1 12,8% - Arroz 5,10% - Fumo 4,10% - C. de frango 9 - Florianópolis 5,10% - Tomate 3,60% - C. de frango 10 - Itajaí 12,50% - Banana 6,5% - Arroz 11 - Ituporanga 40,20% - Cebola 11,70% - Fumo 13 - Joinville 55,60% - Banana 13,90% - Arroz 8,40% - Mandioca 15 - São Miguel do Oeste 20,60% - Leite 11,80% - C. bovina 9,30% - C. suína 8,30% - Trigo 7,30% - Milho 6,80% - Mandioca 6,50% - C. de frango 5,10% - Fumo 4,40% - Soja 17 - Tubarão 26,70% - Mandioca 14,10% - Arroz 8,30% - Fumo 5,40% - Leite 18 - Xanxerê 25,80% - Trigo 23,70% - Soja 12,10% - Feijão 9,30% - Leite 8,10% - Milho 7,80% - C. suína 6,20% - C. de frango 6% - C. bovina A FORÇA DO AGRONEGÓCIO Em Santa Catarina, 16% do total de habitantes do estado estão no campo. Superam essa média o Oeste catarinense, com população rural de 28%, o Sul, com 19% e o Planalto Serrano com 18%. O estado tem o terceiro maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil: 0,77, atrás apenas de São Paulo (0,78) e Distrito Federal (0,82). Infelizmente, os municípios com maior concentração de pessoas na área rural ainda apresentam IDH inferior ao que registram maioria da população urbana – 0,68 contra 0,78, respectivamente. 24 UMA ALIADA DO DESENVOLVIMENTO Produzir mais e melhor. Essa tem sido a meta do agronegócio brasileiro nas últimas décadas, alcançada com êxito por diversos segmentos, nas diferentes regiões do país. O crescimento da produtividade pode ser atribuído à uma combinação de fatores, que vão da qualificação da mão de obra até condições climáticas favoráveis, passando por políticas públicas assertivas. Entre todos os aliados da produtividade, um é inquestionável: o uso de tecnologia. 27 AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA 2015 No Brasil e no mundo, a melhoria na eficiên- tes e adaptadas e investimentos em pesquisa cia de máquinas, equipamentos e softwares, possibilitaram aumentos extraordinários da a utilização crescente de novos processos de produtividade da terra por meio de novas prá- execução e monitoramento das operações, o ticas agropecuárias. desenvolvimento de linhagens mais resisten- Evolução da produtividade total dos fatores da agricultura brasileira* 100 1975 124 141 150 1980 1985 1990 180 1995 227 2000 333 347 353 2010 2011 2012 260 2005 * A produtividade total dos fatores corresponde à relação entre o índice agregado de produto e o índice agregado de insumos. Fonte: “Produtividade da agricultura: resultados para o Brasil e estados selecionados”, por José Garcia Gasques, Eliana Teles Bastos, Constanza Valdes, Mirian Rumenos Piedade Bacchi. Revista de Política Agrícola (Edição julho/agosto/setembro 2014). A ampla definição de tecnologia – e a conse- centenas de segmentos envolvidos, um tem quente segmentação do setor – dificulta a ob- se destacado por garantir a melhoria de pro- tenção de dados precisos sobre o real aparato cessos de gestão do agronegócio: a Tecnolo- que hoje apoia o agronegócio. Mas, entre as gia da Informação e Comunicação (TIC). U M A A L I A D A D O D E S E N V O LV I M E N T O Mercado total de TIC no Brasil (doméstico + exportação) – em US$ bilhões Segmento 2010 2011 2012 2013 Software 5,5 6,3 9,7 10,9 Serviços 13,5 15,1 17,5 15 Hardware 20,0 23,2 35,5 36,8 Telecom 80,6 95,0 109 101,0 TI In-House 39,5 46,1 54 53,4 Outros serviços 6,5 6,1 6,4 8,5 Fonte: Relatórios “Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências”, edições 2011 a 2014 Número de empresas de indústria de software e serviços no Brasil 52.934 57.480 54.786 56.783 2005 2006 2007 2008 * Projeção Fonte: Softex. 65.771 2009 76.387 81.199 2010 2011* 88.315 91.753 2012* 2013* 97.533 2014* 28 29 AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA 2015 Número de empresas e de empregos em TIC em Santa Catarina e distribuição por segmento 113 228 1.276 3.780 3.547 24.606 Total de empresas Total de empregos 1,6 mil 32 mil Segmentos Indústria Telecom Software e serviços de TI Fonte: Fiesc. O setor de TIC representa 0,42% das empresas catarinenses e 1,55% dos empregos gerados no Estado. Em todo o Brasil, estima-se que cerca de 570 mil pessoas atuem no setor – com vínculo empregatício formal. U M A A L I A D A D O D E S E N V O LV I M E N T O O campo conectado As TIC também são responsáveis pela revo- e smartphones. Ao garantir o acesso à infor- lução tecnológica vivenciada no campo em mação qualificada e o rápido contato com meio ao século XXI: a conectividade. Gradu- o mundo, esse movimento leva à inclusão almente, o espaço ocupado por décadas com digital e confere maior competitividade ao exclusividade por rádio e televisão, especial- agronegócio, que passa de local a global em mente para a aquisição de conhecimento, um clique. vem sendo tomado por computadores, tablets Percentual de domicílios que possuem equipamentos de TIC no Brasil Área Urbana Área Rural 98% Televisão 95% 92% Celular 78% 79% Rádio 77% 39% Telefone fixo 10% 27% Antena parabólica 62% 34% Computador de mesa 12% 30% Computador portátil 12% 30% TV por assinatura 7% 21% Video Game 6% 7% Tablet 2% Fonte: TIC Domicílios e Usuários 2013 (pesquisa feita entre setembro/2013 e fevereiro/2014). 30 31 AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA 2015 Percentual de domicílios com acesso à internet 48% Sim 15% Sim 52% Não 85% Não Área Urbana Área Rural 10% 66% 21% 6% 7% 60% 27% 6% Acesso discado Banda larga fixa Banda larga móvel (3G) Não sabe Acesso discado Banda larga fixa Banda larga móvel (3G) Não sabe Fonte: TIC Domicílios e Usuários 2013 (pesquisa feita entre setembro/2013 e fevereiro/2014) Suporte para crescer Não há estudos conclusivos em relação à têm sido essenciais para tornar o agronegócio contribuição efetiva da tecnologia para a pro- mais competitivo, colaborando para a efici- dutividade. No entanto, pode-se afirmar com ência de processos, a redução de custos e a segurança que as inovações tecnológicas ampliação de ganhos. U M A A L I A D A D O D E S E N V O LV I M E N T O Tecnologias aplicadas ao agronegócio Estação metereológica Veículos auto-guiados e colheita robótica Rádio e Satélites Sistema de informação (hardware-software) Controle de irrigação Telefonia fixa e móvel Controle de estufas e ambientes Controle, monitoramento e robótica Administração e gestão Telecomunicações e internet Fonte: “Estudo do mercado brasileiro de software para o agronegócio” (2011), da Embrapa. Tipos de software ofertados para o agronegócio 41% Administração/gerenciamento 21% Manejo animal 13% Cultivo vegetal 25% Controle de processo e/ou de atividades rurais Fonte: “Estudo do mercado brasileiro de software para o agronegócio” (2011), da Embrapa. 32 DESAFIOS COMPARTILHADOS Garantir o crescimento sustentável dos negócios, permitindo gerar e distribuir riquezas de forma justa e equilibrada. Esse é o desafio compartilhado pelos setores de agronegócio e tecnologia. A superação depende, especialmente, de três fatores: educação, recursos e políticas públicas voltadas à promoção do desenvolvimento. 35 AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA 2015 Educação Número de programas, estudantes matriculados e concluintes em cursos de interesse das áreas de tecnologia e agronegócio no Brasil Número de programas e cursos Área Número de matriculados Número de concluintes 2005 2013 2005 2013 2005 2013 Ciências da computação 745 1.168 108.973 160.640 15.604 20.469 Processamento da informação 693 703 100.584 103.810 14.050 13.413 Engenharia eletrônica e automação 228 535 36.085 83.467 3.609 7.601 Agricultura e veterinária 455 894 97.280 178.413 11.874 19.111 Os números de 2005 incluem apenas cursos presenciais, enquanto os de 2013 consideram cursos presenciais e à distância. Fonte: Sinopses Estatísticas da Educação Superior (Graduação) do Inep. Projeções indicam que em 2022 haverá um déficit de cerca de 410 mil profissionais para as áreas de desenvolvimento de software e prestação de serviços em TI. D E S A F I O S C O M PA R T I L H A D O S Recursos para o agronegócio Saldo da carteira de crédito rural no Brasil (em R$ milhões) 218.045 65.958 77.681 89.923 2005 2006 2007 123.915 103.121 112.280 140.980 2009 2011 2008 2010 257.748 167.529 2012 2013 2014 Fonte: Ipeadata Quantidade e valor dos contratos de crédito rural por região Região 2013 2014 Quantidade Valor (R$ bilhões) Quantidade Valor (R$ bilhões) Sul 1.015.351 52,1 911.906 60,9 Santa Catarina 215.337 9,1 187.337 10,8 Sudeste 521.597 39,5 505.052 45,1 Centro-Oeste 179.722 30,4 186.181 36,6 Nordeste 1.025.924 12,5 878.050 14,1 Norte 132.574 5,9 133.187 8,3 Brasil 2.875.168 140,5 2.614.376 165,1 Fonte: Banco Central. 36 37 AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA 2015 Financimento à inovação Valor dos desembolsos do BNDES para inovação (em R$ bilhões) 6,0 5,2 2,7 3,3 1,4 0,6 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Fonte: BNDES (Relatório Anual de 2013 + Balanço de 2014) Valor das operações de crédito reembolsáveis contratadas junto à Finep (em R$ bilhões) Valor das operações de subvenção contratadas junto à Finep (em R$ milhões) 6,3 432 1,7 2009 1,5 2010 2,0 523 2,6 183 64 2011 2012 2013 Fonte: Finep (Relatório de Gestão do Exercício de 2013). 2009 2010 2011 2012 120 2013 Fonte: Mobilização Empresarial pela Inovação (Apresentação “Financiamento à Inovação”). D E S A F I O S C O M PA R T I L H A D O S Políticas Públicas Principais programas federais voltados ao desenvolvimento rural sustentável Plano Agrícola e Pecuário (PAP) O PAP 2014/2015, anunciado em junho de 2014, são apoio estratégico aos médios produtores, soma R$ 156 bilhões, sendo R$ 112 bilhões para à inovação tecnológica, ao fortalecimento do custeio e comercialização e R$ 44 bilhões para setor de florestas comerciais e à pecuária de investimento. Os principais eixos do programa corte. O Programa Inovagro, inserido no PAP, prevê melhores condições de financiamento para incentivar a inovação tecnológica na avicultura, suinocultura, agricultura de precisão, hortigranjeiros e pecuária de leite. Estão programados R$ 1,7 bilhão em recursos. 38 39 AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA 2015 Plano Safra da Agricultura Familiar Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) A edição 2014/2015 do plano prevê Criado em 2003, visa combater a fome e R$ 24 bilhões para custeio e investimento na a pobreza no Brasil. Usa mecanismos de agricultura familiar, volume recorde desde a comercialização para aquisição direta de sua criação, há 12 anos. produtos de agricultores familiares. Até 2013, R$ 5,3 bilhões tinham sido destinados à com- Agência Nacional de Assistência Técnica e pra de 4 milhões de toneladas de produtos Extensão Rural (Anater) da agricultura familiar. Na safra 2014/15, o No lançamento do Plano Safra 2014/2015, foi governo fixou o valor de R$ 1,2 bilhão para instituída a Agência Nacional de Assistência o programa. Técnica e Extensão Rural (Anater), um serviço social e sem fins lucrativos que tem como objetivo garantir o acesso dos produtores rurais a tecnologias e pesquisas desenvolvidas para o setor agropecuário brasileiro – em especial, os agricultores familiares e médios produtores. Fonte: Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina 2013/2014. D E S A F I O S C O M PA R T I L H A D O S Políticas públicas e programas federais voltados ao desenvolvimento tecnológico e do setor de TI Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) nista global no setor. Entre as metas, a serem Criado em 2010, o PNBL pretende massificar alcançadas até 2022, estão elevar o PIB da TI o acesso à internet em banda larga no país, para US$ 200 bilhões, alcançar uma partici- principalmente nas regiões carentes da tec- pação de 6% no PIB nacional e ser o quinto nologia. A primeira meta é conectar 35 mi- maior mercado do segmento no mundo. lhões de domicílios com acessos de Internet em banda larga. Segundo a última Pesquisa Brasil Mais TI Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), O programa oferece 30 cursos gratuitos à de 2013, 31,2 milhões dos domicílios brasileiros distância com mais de 1,5 mil horas de capaci- possuíam acesso à Internet por meio de com- tação. Criado pelo Ministério da Ciência, Tec- putadores ou outros equipamentos. nologia e Inovação (MCTI), o Brasil Mais TI tem por objetivo capacitar jovens com potencial a Programa Estratégico de Software e Serviços serem futuros profissionais do segmento de TI. em TI (TI Maior) Os cursos são gratuitos e voltados para pesso- O programa integra a Estratégia Nacional as de 16 a 23 anos e escolas de segundo grau. de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI – 2012/2015) e se articula com outras políticas públicas já existentes, como a Estratégia Nacional de Defesa (END), o Plano de Aceleração do Crescimento 2 (PAC2), entre outras. O objetivo é posicionar o Brasil como protago- 40 INOVAÇÃO PARA CRESCER O caminho para tornar o agronegócio cada vez mais competitivo e sustentável passa por soluções que permitam não apenas ampliar a produtividade, mas também agregar valor ao resultado do trabalho de milhões de pessoas que se dedicam ao setor. Nas páginas a seguir, você conhecerá quatro empresas de tecnologia que têm no apoio ao agronegócio sua principal motivação rumo ao desenvolvimento. 43 AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA 2015 Agriness Desde que foi fundada, em 2001, a Agriness se dedica a desenvolver soluções tecnológicas e de gestão para ampliar a produtividade e a competitividade da suinocultura. A empresa catarinense lidera o mercado nacional de sistemas de informação e modelo de gestão Consolidada no setor tecnológico, a Agriness dedicados ao setor, contabilizando cerca de vem ampliando seu potencial de contribuição 1,8 mil clientes, entre suinocultores, integra- à suinocultura por meio do Pensamento+1, doras, cooperativas, agroindústrias, metodologia de gestão que busca impul- associações e empresas de nutrição, genéti- sionar as granjas a atingirem seu máximo ca e sanidade. Além do Brasil, seus produtos potencial produtivo. Trabalhar com base em e serviços estão presentes em quase uma informações, conhecer a produção em deta- dezena de países da América Latina e da Eu- lhes, engajar e motivar as pessoas, eliminar a ropa. Ao todo, cerca de 1,3 milhão de matrizes variabilidade em todos os processos e comba- suínas são gerenciadas atualmente por meio ter o desperdício são alguns dos princípios da dos sistemas oferecidos pela Agriness. metodologia, apresentada nos cursos e programas de formação oferecidos pela empresa e também no livro Suíno.Cultura – Como o Pensamento+1 pode transformar o seu negócio, lançado pela Agriness em 2014. www.agriness.com I N O VA Ç Ã O PA R A C R E S C E R “Nosso objetivo é promover uma cultura de excelência em gestão da produção de suínos, por meio do conhecimento e da disseminação de boas práticas”. Everton Gubert Diretor da Agriness 44 45 AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA 2015 Boreste A Boreste desenvolve, fabrica e comercia- Entre as soluções que a Boreste oferece para liza equipamentos e sistemas embarcados, o segmento do agronegócio estão os produtos além de prestar serviços de implantação em da marca Igbi, voltados à irrigação automa- grandes clientes e oferecer suporte técnico. tizada e eficiente, podendo ser utilizados em O foco da empresa são sistemas inovadores praticamente qualquer cultura produzida no para os mercados agrícolas, de manufatura país. O desenvolvimento de um controlador e de distribuição de energia. Foi fundada em de irrigação inteligente – baseado em previ- 2004, a partir de quando se tornou uma das são meteorológica e batizado PointForecast incubadas do MIDI Tecnológico, incubadora – recebeu apoio da Financiadora de Estudos mantida pelo Sebrae de Santa Catarina e ge- e Projetos (Finep) entre 2010 e 2014. Basica- rida pela Associação Catarinense de Empresas mente, o produto ajuda a poupar água no de Tecnologia (Acate). A Boreste é certificada processo de irrigação e a aumentar a produ- pela Organização Nacional das Indústrias do tividade das lavouras, com consumo reduzido Petróleo (Onip) desde 2005, o que lhe permi- de energia elétrica, aditivos e defensivos agrí- te atuar em parceria com empresas do setor colas. Desde 2014, o desenvolvimento dessa de petróleo e gás. tecnologia também conta com financiamento do programa BRDE Inova, linha de crédito do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) para inovação em ambientes produtivos. www.boreste.com I N O VA Ç Ã O PA R A C R E S C E R “O agronegócio poderá sempre contar com a tecnologia para superar gargalos e limitações que o impeçam de crescer. Estamos focados em contribuir nessa direção”. Adrián Fritz Diretor da Boreste 46 47 AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA 2015 Khor A Khor Tecnologia da Informação nasceu Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina em 2003, fundada por três programadores (Cidasc). Aquela primeira experiência com de sistemas – o catarinense Clóvis Rossi, o o setor agropecuário resultaria, anos depois, gaúcho Samuel Walter Gauer e o mineiro em uma empresa de tecnologia 100% focada Fernando Marino Nascimento – para atender no agronegócio, com clientes no sul do Brasil a um único cliente. A missão inicial daqueles relevantes para o segmento – como Seara, jovens colegas de trabalho, todos na casa dos Aurora Alimentos e Pamplona Alimentos, 20 anos, era desenvolver o sistema corpora- além da própria Cidasc – e um faturamento tivo utilizado pela Companhia Integrada de que já ultrapassa os R$ 2 milhões. “A Khor Tecnologia da Informação se tornou uma empresa voltada para o mercado, com o desenvolvimento de soluções que beneficiam o agronegócio de forma efetiva”. Clóvis Rossi Sócio da Khor Tecnologia da Informação I N O VA Ç Ã O PA R A C R E S C E R Um dos produtos mais populares desenvol- Animal Eletrônica, documento obrigatório vidos pela empresa é o sistema RSui, que tanto para realizar o transporte interestadual permite rastrear informações da produção da de animais quanto para estabelecimentos sob carne suína desde o nascimento dos animais inspeção federal. Fora isso, a Khor também até a expedição do contêiner para o mercado oferece o Controlle, software que permite de destino. A tecnologia facilita a realização identificar, documentar, organizar e rastrear de auditorias e inspeções, além do trâmite de requisitos e artefatos produzidos durante o documentos oficiais previstos nos protocolos desenvolvimento de um projeto de tecnolo- de exportação. Já o Salus contempla o con- gia da informação, o que demanda menos trole de saldos e movimentações de animais, esforço e resulta em maior eficiência para as possibilitando a emissão da Guia de Trânsito equipes de gerência e desenvolvimento. www.khor.com.br 48 49 AGRONEGÓCIO & TECNOLOGIA 2015 PariPassu Nos idos de 2005, as tecnologias de rastre- empresa se resume a uma frase: organizar abilidade de alimentos já não eram coisa as informações da cadeia global de alimentos desconhecida no exterior – na Europa, por para torná-las acessíveis e úteis. Já os efeitos exemplo, há anos a lei obriga que constem dessa missão são enormes. O rastreamento informações de origem dos produtos até dá confiança aos consumidores quanto a ori- nas gôndolas dos supermercados. Mas no gem, qualidade e segurança do que comem. Brasil, documentar esse passo a passo era Por isso, os maiores varejistas do país – como novidade, em especial para produtos como Pão de Açúcar, Carrefour e Cencosud – são frutas, legumes e verduras. Cinco jovens, em clientes da Paripassu, assim como alguns dos Florianópolis, enxergaram nisso uma oportu- grandes produtores de alimentos, a exemplo nidade e fundaram a PariPassu. A missão da do frigorífico JBS. www.paripassu.com.br INOVAÇÃO PARA CRESCER O serviço pioneiro da PariPassu é, ainda hoje, Controle de Qualidade, que permite checar, seu cartão de visitas. O Sistema Rastreador de forma automatizada, o padrão de quali- PariPassu é um software que permite registrar dade de produtos. Já o Caderno de Campo dados sobre a origem e o destino dos alimen- prevê o registro diário dos apontamentos tos perecíveis em um código de rastreabilida- da lavoura, de modo que o produtor possa de único e exclusivo para cada lote comercia- acompanhar indicadores do status da safra lizado. O código acompanha o alimento pela e emitir relatórios. As soluções geradas cadeia produtiva, podendo ser consultado a pela empresa permitem a qualquer pessoa qualquer momento. Além das frutas, legumes que tenha um leitor de QR Code em seu e verduras, já é usado em mais uma dezena smartphone conhecer a origem dos alimentos de setores alimentícios. Outros serviços do rastreados - o que leva a um consumo mais portfólio da empresa incluem o aplicativo consciente e seguro. “Buscamos por soluções que garantam a qualidade dos produtos que saem do campo e chegam ao consumidor final. Queremos inspirar as pessoas para uma alimentação cada vez mais consciente”. Andre Donadel Diretor da PariPassu 50 Fontes consultadas • Associação Brasileira de Software (Abes) • Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex) • Banco Central do Brasil - Anuário Estatístico do Crédito Rural, 2013 • Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalqusp) • Embrapa - Estudo do mercado brasileiro de software para o agronegócio, 2011 • Epagri - Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina 2013/2014 • Finep - Relatório de Gestão do Exercício de 2013 • Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) • Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) • KPMG - The agricultural and food value chain: Entering a new era of cooperation • Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) • Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC/Secex) • Ministério da Educação (MEC) • Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) • Ministério do Trabalho e Emprego • Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU) • Organização Mundial do Comércio Expediente Agronegócio e Tecnologia – Anuário 2014 Supervisão: Vertical Agronegócios da Acate – Adrián Fritz (Boreste); André Donadel (Paripassu); Camila Ferreira (Acate); Clovis Rossi (Khor) e Everton Gubert (Agriness) Produção editorial: Relata Comunicação + Sustentabilidade Projeto gráfico e diagramação: Cohoo Imagens: Shutterstock Patrocínio: Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia Centro de Inovação ACATE Primavera - Rodovia SC 401, Km 4 | Bairro Saco Grande Florianópolis - SC | CEP 88032-000 | Telefone: (48) 2107-2700 agronegocios.acate.com.br