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DIAGNÓSTICO DAS INCUBADORAS DE EMPRESAS AFILIADAS A
REDE DE INCUBADORAS DE EMPRESAS DO CEARÁ – RIC
RESUMO
As incubadoras de empresas são um importante mecanismo de disseminação do
empreendedorismo inovador através do suporte gerencial e técnico de empreendimentos
nascentes. Em 2002 foi criada no Estado a Rede de Incubadoras de Empresas do Ceará – RIC,
com intuito de fortalecer e fomentar o movimento empreendedor na região. A rede é uma
entidade privada sem fins lucrativos, composta por oito incubadoras de empresas e um
programa de incubação de empreendimentos. O objetivo da pesquisa é diagnosticar às
incubadoras de empresas que compõe a RIC buscando caracterizar tipologia, setor de atuação,
número de empreendimentos existentes e o cenário atual das incubadoras em relação ao
modelo Cerne. A pesquisa foi descritiva e quantitativa, sendo os dados coletados junto às
incubadoras de empresas e empreendimentos incubados. O diagnóstico revela que as
incubadoras de empresas do estado do Ceará encontram-se alinhadas em grande parte ao
perfil nacional publicado pela ANPROTEC em 2012. O movimento cearense apresenta
características expansionistas em relação a ampliação do número de incubadoras e
empreendimentos na região, demonstrando ações governamentais para a promoção e
consolidação desses habitats de inovação e subsídios para criação do Primeiro Parque
Tecnológico do Ceará.
Palavras-Chave: Empresas; Empreendedorismo; Rede de Incubadoras.
ABSTRACT
Business incubators are an important mechanism of dissemination of innovative
entrepreneurship through management and technical support of nascent ventures. In 2002 he
was created in the State Network of Business Incubators Ceará - RIC, in order to strengthen
and foster the entrepreneurial movement in the region. The network is a private nonprofit
organization, composed of eight business incubators and incubation program of projects. The
research objective is to diagnose business incubators that make up the RIC seeking to
characterize type, sector of activity, number of existing projects and the current scenario of
the incubators in relation to Cerne model. The research was descriptive and quantitative data
being collected from the incubators and incubated enterprises. The diagnosis reveals that
business incubators in the state of Ceará are largely aligned to the national profile published in
2012 by ANPROTEC The Ceará presents expansionist movement characteristics in relation to
increasing the number of incubators and enterprises in the region, demonstrating
governmental actions for the promotion and consolidation of these habitats innovation and
subsidies for the creation of Ceará First Technology Park.
Keywords: Companies; Entrepreneurship; Incubators Network.
Autor: Tecia Vieira Carvalho – Doutorado – Avenida Humberto Monte, N° 2977 – Bloco 310 - Sala 26
(85) 3287 – 6720 – [email protected]
Co-Autor: Diego Cipriano Rabelo – Especialista - Avenida Humberto Monte, N° 2977 – Bloco 310 - Sala 26
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1. INTRODUÇÃO
O surgimento das incubadoras de empresas segundo alguns relatos históricos tiveram
início por volta de 1959 nos Estados Unidos da América. O aumento do número de
desempregados devido à falência da fábrica da Massey Ferguson proporcionou a um
empresário da região alocar o espaço para empresas iniciantes de pequeno porte com
compartilhamento de serviços e equipamentos. Na década de 70 a região do Vale do Silício
americano desenvolveu um programa de apoio para incentivar alunos universitários,
traduzindo-se no modelo conhecido nos dias atuais. No Brasil o movimento teve seus
primeiros passos nas cidades de São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
Amazonas na década de 80.
Seguindo a ótica de evolução o estado do Ceará criou em 2002 a Rede de Incubadoras
de Empresas do Ceará – RIC. A RIC é uma entidade privada sem fins lucrativos, composta
por oito incubadoras de empresas e um programa de incubação de empreendimentos.
Nesse sentido, o objetivo da pesquisa é diagnosticar as incubadoras de empresas que
compõe a RIC buscando caracterizar tipologia, setor de atuação, número de empreendimentos
existentes e o cenário atual das incubadoras em relação ao modelo Cerne. A pesquisa
comporta-se como descritiva e quantitativa, sendo os dados coletados junto as incubadoras de
empresas e empreendimentos incubados, além de uma revisão de literatura.
2. REVISÃO DE LITERATURA
Alguns sistemas, mecanismos e arranjos institucionais e empresariais vem sendo
criados para oportunizar à criação de empresas inovadoras, viabilizando assim, a
transformação do conhecimento em produtos, processos e serviços.
Para Dornelas (2002), incubadoras de empresas são um mecanismo de aceleração do
desenvolvimento de empreendimentos, através de um regime de negócios, serviços e suporte
técnico, além de orientação prática e profissional.
Corroborando este pensamento a ANPROTEC (2012) define que uma incubadora de
empresas tem por objetivo oferecer suporte a empreendedores para que eles possam
desenvolver ideias inovadoras e transformá-las em empreendimentos de sucesso através de
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infraestrutura, suporte gerencial e orientação aos empreendedores. Por tanto, os principais
objetivos de uma incubadora são produzir empresas de sucesso e criar uma cultura
empreendedora, com base na utilização de conhecimento profissional e prático
(STAINSACK, 2003).
Nesse contexto de contribuição das incubadoras, o Serviço Brasileiro de Micro e
Pequenas Empresas – SEBRAE e a Associação Nacional de Entidades Promotoras de
Empreendimentos Inovadores construíram à plataforma CERNE.
O objetivo do CERNE é criar uma plataforma de soluções, de forma a ampliar a
capacidade da incubadora em gerar, sistematicamente empreendimentos inovadores bem
sucedidos (ANPROTEC, 2012).
A definição de incubadoras de empresas visa no geral à oferta compartilhada dos
serviços oferecidos. Nesse pensamento, uma Rede de Incubadoras promulga basicamente os
princípios da gestão profissional, do compartilhamento de informações e boas práticas
empresariais por cada membro da Rede de forma colaborativa.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A RIC tem como finalidade promover o desenvolvimento integrado entre empresas
inovadoras através das Incubadoras de Empresas do Estado do Ceará. O movimento da Rede
busca consolidar o mecanismo de Incubadoras, apoiando a criação de novas incubadoras e
fomentando a inclusão de empresas no mercado de forma competitiva.
O caráter acadêmico das incubadoras de empresas permite uma combinação entre as
pesquisas da academia e o desejo empreendedor de inventores de sucesso. Atualmente oito
Incubadoras de Empresas do Ceará (Figura 1) participam da RIC em conjunto com
instituições de apoio ao empreendedorismo local.
Figura 1: Tipos de Incubadoras de Empresas no Ceará.
INSTITUIÇÃO
Instituto Federal de Educação do Ceará
Parque de Desenvolvimento Tecnológico
Centro de Ensino Vocacional Tecnológico
INCUBADORA
IE-IFCE
PADETEC
INTECE
TIPOLOGIA
Mista
Tecnológica
Mista
Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará
Universidade Estadual do Ceará
Universidade Federal do Ceará
Universidade de Fortaleza
Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação
PARTEC
INCUBAUECE
ITCPAG
EDETEC
INCUBATIC
Mista
Tecnológica
Tradicional
Tecnológica
Tecnológica
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Fonte: Pesquisa. Ano: 2014.
A ANPROTEC (2014) tem definido atualmente as incubadoras brasileiras em
Incubadora de Empresas Orientada para o Desenvolvimento Local e Setorial (DLS) e
Incubadora de Empresas Orientadas para a Geração e Uso Intenso de Tecnologias (PIT).
Segundo estudo da ANPROTEC (2012) 40% das incubadoras brasileiras são
tecnológica, 18% mista e 18 % tradicional. A RIC possui 50% de suas incubadoras
tecnológica, 37,50% mista e 12,50% tradicional.
Salienta ainda o estudo que o Brasil possui 384 incubadoras de empresas. A RIC
constitui-se de oito incubadoras de empresas que correspondem a 2% do total de incubadoras
do País. Cabe ressaltar que a Rede possui um programa de incubação de empresas referente
aos empreendimentos desenvolvidos pela EMBRAPA.
O cenário deverá concretizar um aumento significativo devido a garantia de criação de
23 incubadoras pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE, a
implantação pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento, Cientifico e Tecnológico – CNPQ
da Incubadora Tecnológica de Economia Solidária e o início de funcionamento das três
incubadoras de economia criativa pela Prefeitura de Fortaleza.
Pode-se projetar que o estado do Ceará ao final do biênio 2014/2015 contará com 35
incubadoras de empresas em seu território, aumentando desta forma o surgimento de
empreendimentos inovadores, além do aumento do número de empregos e geração de renda.
Figura 2: Número de Empreendimentos.
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Fonte: Pesquisa. Ano: 2014.
As incubadoras de empresas da RIC comportam 115 empreendimentos das diversas
áreas da economia. Com o surgimento das 30 incubadoras mencionadas anteriormente o
movimento deverá duplicar o número de empreendimentos existentes.
Os empreendimentos das incubadoras afiliadas a RIC estão inseridos nos setores de
agricultura/agroindústria, serviços e indústria. O segmento de serviços apresenta 52
empreendimentos que representam 64,34% do total de empresas. Vale mencionar que o
relatório da ANPROTEC (2012) relata que o cenário nacional possui 52%.
Os setores da indústria e agricultura possuem, respectivamente, 43 e 25
empreendimentos incubados. Esses números correspondem a 19,33% para o setor industrial e
16,53% para agricultura/agroindústria. É importante observar que os setores de atuação das
empresas incubadas das incubadoras afiliadas a RIC possuem dinâmica similar aos dados da
ANPROTEC (2012).
Para nortear o desenvolvimento e a expansão do movimento as incubadoras do Ceará
está em fase de implantação do modelo CERNE. As incubadoras do PADETEC, IE – IFCE,
CENTEC, PARQUE, ITIC e EDETEC encontram-se no desenvolvimento de atividades para
se certificarem com o nível 1 do modelo, ou seja, todo o sistema da incubadora estará
relacionado com a prospecção e seleção de boas idéias para transformar-las em negócios
inovadores sistematicamente e repetidamente.
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4. CONCLUSÕES
O diagnóstico das incubadoras de empresas afiliadas a RIC revela que as incubadoras
de empresas do estado do Ceará encontram-se alinhadas em grande parte ao perfil nacional no
que concerne a tipologia das incubadoras e setores de atuação das empresas incubadas.
O movimento cearense apresenta características expansionistas em relação a
ampliação do número de incubadoras e empreendimentos na região, demonstrando ações
governamentais para a promoção e consolidação desses habitats de inovação, criando assim,
subsídios e estratégias para implantação do primeiro Parque Tecnológico do Ceará.
Constata-se que a RIC, trata-se de um habitat de empreendedorismo e da inovação,
promovendo por meio de suas diversas ações, o surgimento e desenvolvimento de incubadora
de empresas, incentivando o empreendedorismo e a inovação, a produtividade e
competitividade e o surgimento da capacitação empresarial fundamentados na transferência
de conhecimento e tecnologia.
O modelo CERNE vem promovendo uma mudança organizacional nas incubadoras de
empresas do Ceará, trazendo benefícios consistentes e padronização ao movimento.
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5. REFERÊNCIAS
Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores –
ANPROTEC. Estudo, análise e proposições sobre as incubadoras de empresas no Brasil:
Relatório Técnico – Versão Resumida. 2012. ANPROTEC/MCTI: Brasília, 2012.
CHIAVENATO, I. Administração. 4.ed. RIO DE JANEIRO: Elsevier, 2007. 411p.
DORNELLAS, J.C.A. Planejando Incubadoras de Empresas. Rio de Janeiro: Campus,
2002.
DRUCKER, P. F. Práticas de Administração de Empresas. São Paulo, Pioneira.1981.
LAGES, V.N; TONHOLO, J. Desafios de Competitividade em Arranjos Produtivos
Locais: Dinâmicas de Inovação e Papel das Incubadoras de Empresas e Parques
Tecnológicos. ANPROTEC, 2006, 256 p.
MEDEIROS, J. A. Incubadoras de empresas: lições da experiência internacional. Revista
de Administração, v. 33, n. 2, p. 5-20, abr./jun. 1998.
National Business Incubation Association - NBIA. Resource library. Disponível em:
<http://www.nbia.org>. Acesso em: 21 Jun. 2014.
SCHUMPETER, Joseph A. A Teoria do Desenvolvimento Econômico. São Paulo, ed. Abril.
Cultural, 1982.
VELT, M.R. Histórias de Sucesso: Empresas Graduadas das Incubadoras Mineiras. Belo
Horizonte, Minas Gerais. Rmi – Sebrae Minas, 2007. 255 p.
STAINSACK, C. Estruturação, organização e gestão de incubadoras tecnológicas. 2003.
127 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia) Programa de Pós-Graduação em Tecnologia,
Centro Federal Tecnológico do Paraná, 2003.
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