FORMAÇÃO HISTÓRICA DE CACHOEIRA DO SUL
Ledi Maria da Silva Kercher1
Orientadora: profª Lizete Dias de Oliveira2
RESUMO
Este artigo pretende fazer um levantamento histórico da formação do município de Cachoeira
do Sul/RS, ressaltando o seu patrimônio histórico-cultural através de fontes orais,
iconográficas, crônicas, pesquisas documentais.
Palavras-chave: patrimônio, história, cultura, formação urbana.
1834
É uma linda cidadezinha, recentemente construída, situada sobre uma
colina, à margem esquerda do Jacuí. (...)
As casas, brancas por fora, são feitas de pedras e de tijolo e cobertas
de telhas vermelhas. A igreja de extrema simplicidade,tem apenas o
ar de casa grande.
A situação de Cachoeira é assaz aprazível e muito favorável ao
intercâmbio comercial, pois a sua proximidade do Jacuí permiti-lhe
comunicar-se por água com a capital da província(...)
Elegantes barcos vão e vêm continuamente de Porto Alegre até
Cachoeira, passando por Rio Pardo.
ARSENE ISABELLE
Viajante francês
INTRODUÇÃO
Cachoeira do Sul é uma cidade que desde os tempos mais remotos luta contra as
transformações do tempo para manter de pé suas raízes históricas. Essas raízes estão
concentradas nas ruas da cidade, nos prédios e casas tombados pelo COMPAHC e
principalmente na memória de seus moradores, que usam suas lembranças para transmitir, de
geração em geração, informações importantes que remontam o passado de Cachoeira do Sul.
A história da cidade tem início no ano de 1750 quando soldados portugueses ocupam o
território cachoeirense conhecido até hoje como ALDEIA. Três anos mais tarde, em 1753,
1
Pós-graduanda do curso de especialização em “Memória, patrimônio histórico-cultural e desenvolvimento
regional” da Ulbra/Guaíba. Professora de História da rede estadual RS.
2
Doutora em História U.P. I França. Professora do curso de especialização “Memória, patrimônio históricocultural e desenvolvimento regional” da Ulbra/Guaíba
2
ocupariam o mesmo território alguns casais de açorianos que em busca de uma vida melhor
desembarcaram em terras gaúchas. Também fizeram parte do princípio histórico da cidade, os
índios guaranis, grandes contribuintes para o desenvolvimento de Cachoeira do Sul.
Encontra-se situada no centro do Estado do Rio Grande do Sul a 196 Km da capital do
estado, Porto Alegre, com uma população atual de 87.850 habitantes, e uma economia voltada
para a pecuária e agricultura.
Foi com o intuito de trazer para o nosso presente, um passado tão distante que este
trabalho foi realizado, buscando resgatar a história de Cachoeira do Sul através de história
oral entrevistando assessoras técnicas do Arquivo Histórico de Cachoeira do Sul, uma colega
e um aluno da Escola Ruy Coelho Gonçalves onde trabalho, que são cachoeirenses, amigos e
pessoas conhecidas, que sabem muitas lendas e contos sobre Cachoeira do Sul; imagens da
cidade como fotos da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, do Prédio da Prefeitura, a
Primeira e a Segunda Hidráulica, as Águas Dançantes, livros de escritores cachoeirenses,
reportagens do Jornal do Povo (de Cachoeira do Sul) e Zero Hora.
Para que esta pesquisa pudesse caminhar sobre caminhos seguros e firmes, foi dividida
em 13 partes, como forma de organizar melhor o contexto histórico da cidade e do povo que
nela reside.
Inicialmente, destacar-se-á o início do povoamento, seus primeiros e principais
habitantes, onde se fixaram e as suas diversas denominações.
Também será abordado neste trabalho, o crescimento urbano da cidade. Sendo o quinto
município a ser criado na província e com governantes competentes, o município progrediu
rapidamente.
Outros pontos importantes que serão abordados neste artigo são OS MARCOS DA
HISTÓRIA, como, por exemplo, os monumentos históricos, representando um pedaço da
história daqueles que deram início a Cachoeira do Sul.
Em outro tópico, será feita referência sobre o PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL,
os prédios tombados pelo COMPAHC, bem como aos serviços básicos e asseio público,
serviços hospitalares, de luz e energia, água e esgoto que, desde os seus primórdios, os
governantes cachoeirenses deram muita importância.
E por último, serão abordadas as associações recreativas, os quartéis, CTGS e a festa
máxima da cidade, a FENARROZ.
O COMEÇO DA HISTÓRIA
Os primeiros habitantes do Rio Grande do Sul foram os índios, pertencentes a diferentes
tribos como Guaranis, Minuanos e Charruas.
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Os guaranis, de natureza migratória, chegaram nos vales do rio Uruguai, Paraná e Jacuí
em busca de caça e pesca garantida. Em suas andanças, absorviam traços culturais das tribos
que encontravam, o que determinava algumas modificações nos seus costumes e no seu
idioma.
No território onde se desenvolveu Cachoeira, pode-se comprovar que houve ocupação por
índios guaranis. Aqui, além de caçarem, cultivavam plantações de mandioca, milho, moranga,
batata doce, feijão, algodão e fumo. Produziam vasilhas e cachimbos de cerâmica decorados
com pinturas.
Em 1626, os jesuítas chegaram ao Sul do Brasil, estabelecendo reduções na chamada zona
do TAPE. Vinham da região do Prata (atual Paraguai) para fugir dos espanhóis (os
encomenderos) que se aproveitavam da docilidade dos índios para capturá-los .
Vivendo livremente e se abastecendo das pastagens naturais, o rebanho deu origem à
VACARIA DEL MAR. Resultou da exploração desses animais a tradição pecuária do Rio
Grande do Sul e do Uruguai.
Mais uma vez os jesuítas e seus comandados retornaram a posse das terras do que hoje é o
Rio Grande do Sul, fundando os Sete Povos das Missões.
O território do atual Município de Cachoeira inseria-se num destes Sete Povos: na grande
ESTÂNCIA DE SÃO LUIZ GONZAGA que, no século XVII, estabelecia-se pela parte
oriental e margem esquerda do rio Jacuí até o rio Taquari, costeando a linha dos ervais da
Serra do Botucaraí.
Os índios missioneiros revoltaram-se contra os espanhóis, os portugueses e os próprios
padres, que queriam obrigá-los ao abandono de suas terras para que as determinações fossem
cumpridas. Tal revolta acabou conhecida como GUERRA GUARANÍTICA (l754 – l756).
Vencidos e obrigados a abandonar as reduções, muitos voltaram para a margem direita do rio
Uruguai, outros tantos passaram a viver de forma primitiva e, alguns, levados pelos
portugueses, ajudaram a fundar várias aldeias, dentre as quais a de SÃO NICOLAU DA
CACHOEIRA.
A OCUPAÇÃO
O ano de 1750 é considerado o início efetivo do povoamento de Cachoeira. O soldados
portugueses, pela natureza de sua função e pela garantia que ofereceriam para o cumprimento
do Tratado de Madrid, foram os primeiros a serem assentados. Receberam sesmarias
povoadas de gado xucro (da Vacaria del Mar) e formaram as primeiras estâncias, dedicandose à criação desses animais.
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Em 1753, começaram a chegar os casais açorianos. A Província recebeu-os como reforços
ao povoamento da antiga região das Missões, o que efetivamente não se concretizou, e eles se
espalharam pelo Rio Grande. Um grupo estabeleceu-se nas margens do Jacuí, em pequenas
propriedades minifundiárias.
Recolhidos pelos portugueses, alguns índios missioneiros foram aldeados nas
proximidades do Cerro do Botucaraí para, em 1769, serem transferidos para o Passo do
Fandango, onde construíram uma pequena capela dedicada a São Nicolau, no local até hoje
chamado de ALDEIA.
OS PRIMEIROS TEMPOS
Os habitantes da Aldeia instalados em torno da pequena Capela de São Nicolau, acabaram
por constituir o núcleo urbano inicial.
O lugarejo, em 1769, era oficialmente denominado CAPELA DE SÃO NICOLAU; que
em 10 de julho de 1779 passou à FREGUESIA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO e
inaugurada pelo vigário de
Rio Pardo, Pe. Jose Antonio de Mesquita. Nessa época,
apareceram as primeiras referências ao nome de Cachoeira, devido às quedas d’água
existentes no Rio Jacuí próximas ao local da povoação. Data também desse período à
demarcação dos limites da Freguesia. Em 28 de setembro de 1799 foi inaugurado o novo
templo católico, a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, na atual Praça Balthazar de
Bem. A realização dos primeiros ofícios religiosos ocorreu após uma procissão em que foram
transladadas da antiga capela da Aldeia as imagens dos santos. Atendendo a uma aspiração da
população cachoeirense o Alvará de 26 de abril de 1819 elevou a Freguesia à categoria de
Vila, por ordem do rei D. João VI, com o nome de VILA NOVA DE SÃO JOÃO DA
CAHOEIRA, sendo o 5º município a ser criado, precedido de Porto Alegre, Rio Grande,
Santo Antonio da Patrulha e Rio Pardo. As freguesias de Santa Maria da Boca do Monte,
Alegrete, Livramento, São Gabriel e Caçapava submetiam-se, administrativamente, a
Cachoeira - o primeiro município criado na região centro da Província.
A solenidade de instalação do município ocorreu a 05 de agosto de 1820, inaugurando-se
o Pelourinho, antigo símbolo da autonomia municipal na presença do Dr. Joaquim Bernardino
de Sena Ribeiro da Costa, Ouvidor Geral, Corregedor e Provedor da Comarca de São Pedro e
Santa Catarina.
Estabelecido o Município de Cachoeira, iniciou-se um processo de organização política,
administrativa e social, cuja primeira providência foi a eleição de vereadores: JOÃO SOEIRO
DE ALMEIDA E CASTRO, JOAQUIM GOMES PEREIRA E FRANCISCO JOSÉ DA
SILVA MOURA. Foram preenchidos, também os cargos de juízes e escrivães.
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O território do Município foi dividido em 1827, em dez distritos: Cachoeira, São Nicolau,
Cruz Alta, Piquirí, Irapuá, São Lourenço, São Rafael, Formigueiro, Estiva e Águas Mornas.
Na sede do município evidenciou-se o desenvolvimento nos seguintes aspectos: criação
de aulas públicas (1821, Inácio Custódio de Souza, mestre de primeiras letras); organização
do serviço dos correios (1829); estabelecimento das Posturas Municipais, regulamentando as
atividades dos municípios (1830); construção do edifício do Paço Municipal e entrega do
mesmo à Câmara (1865).
Como toda a povoação de origem portuguesa, a Igreja era o local em que o povo se
concentrava para celebração dos acontecimentos religiosos, sociais e políticos.Na Vila da
Cachoeira, a Igreja, toda de pedra, emprestava suas dependências também para realização das
eleições. Além disto, a parede lateral – localizada à direita da porta de entrada – servia para
sepultar os mortos das famílias abastadas, prática criticada perante as autoridades
pelo
Cirurgião–Mor Gaspar Francisco Gonçalves em 1827. Construídas com pedras calcárias
irregulares, rejuntadas com cola de peixe, sangue e garrão cozido de boi, as paredes
apresentavam uma vedação ineficiente. Nestas condições, os sepultamentos colocavam em
risco a saúde pública. Bem mais tarde, em 1833, com a inauguração do Cemitério das
Irmandades, tal procedimento foi definitivamente suspenso.
O CRESCIMENTO URBANO
O ponto central da Vila Nova de São João da Cachoeira, era a Igreja Matriz Nossa
Senhora da Conceição, localizada no largo conhecido como Praça da Igreja ou do Prestes
devido ao primeiro morador, João Prestes dos Santos. Ali, nas proximidades, Francisco de
Loreto, ao fixar sua residência, emprestou seu nome à vila que se formava - a Rua dos
Loretos, primeira denominação da atual Rua Sete de Setembro.
Homem empreendedor Francisco de Loreto é considerado um dos fundadores de
Cachoeira, pois adquiriu uma sesmaria situada à margem do Jacuí, que compreendia uma
légua de largura por três de comprimento. Por volta de 1780, veio morar na sede da Freguesia,
com sua mulher Rosa Luiza e o primeiro filho. Foi de sua iniciativa a construção da maioria
das casas que, naqueles primeiros tempos, povoaram a Rua do Loreto, nos trechos
compreendidos entre a Rua do Corpo da Guarda e a travessa da Tapera.
Francisco de Loreto e João Prestes dos Santos assinaram seus nomes no documento mais
importante da história de Cachoeira: o Auto de Criação do Município, no dia 05 de agosto de
1820.
A partir de 1830, a Vila da Cachoeira, então com cerca de 1500 habitantes, estendeu seu
crescimento para além dos domínios da Matriz. A Câmara de Vereadores preocupou-se em
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ordenar a expansão, bem como a abertura de novas ruas. É desse ano a demarcação do
terreno da Praça do Pelourinho , hoje José Bonifácio, cuja extensão era delimitada pelas Ruas
de Santo Antonio e da Igreja. Na planta da Cidade da Cachoeira, elaborada pelo agrimensor
João Martinho Buff, em 1850, a Praça do Pelourinho tinha os seus limites entre a Rua do
Loreto, Rua da Igreja, Travessa Lava-Pés e Travessa do Ourives. Constavam na planta, além
da área da praça, 422 terrenos, dos quais 173 com edificações.
A Vila Nova de São João da Cachoeira com 30 anos de emancipação política tinha nas
Praças da Igreja e do Pelourinho dois pólos concentradores de sua expansão urbana. A Praça
da Igreja, em 1856, estava cercada pelos importantes prédios da Matriz, do Teatro
(inaugurado em 1830) e do Império do Espírito Santo, mandado construir pelas irmandades,
naquele ano, para realização das festas religiosas, especialmente as do Divino.
Os vendedores de farinha, frutas e grãos colocavam as suas carretas na Praça de Igreja e
comercializavam os seus produtos, atendendo a uma exigência das Posturas Municipais em
1853.
Em abril de 1858, o vereador Isaias Baptista Rodrigues Pereira propôs à Câmara
Municipal que fosse constituída uma comissão para tratar da denominação das ruas da Vila da
Cachoeira. O vereador Manoel Marques dos Santos Torres sugeriu, na mesma ocasião, que as
casas das ruas identificadas fossem numeradas. A comissão formada pelos vereadores
Rodrigues Pereira e Marques Torres na sessão de 17 de abril, apresentou relação de ruas com
sugestão de novos nomes, que foram aprovados:
Rua do Loreto, - rua 7 de Setembro; rua da Igreja – rua Moron; dos Paulistas, do
Imperador, de Santa Helena, rua Bella e de Santo Antonio - mesmo nome; travessa da Lagoa
– Inhanduy; rua dos Pecados – Carombé; dos Soeiros - Catalam; do Sampaio – do Herval; de
São João – o mesmo nome; Praça da Matriz – Praça da Conceição; Praça do Pelourinho –
Praça Ponche Verde; do Cemitério – do Paraíso.
O Vice-Intendente em exercício, Dr. Candido Alves Machado de Freitas preocupou-se
com a arborização de ruas e praças da cidade, solicitou ao Dr.Montaury de Aguiar Leitão
intendente de Porto Alegre, a remessa de 300 mudas de plantas diversas para a arborização
das ruas.
Para conferir maior importância ainda a Praça, em 05 de agosto de 1865 foi inaugurado o
sobrado da Casa da Câmara, Júri e Cadeia, consagrando o local como centro administrativo
do Município.
Na segunda metade do século passado, a Cidade da Cachoeira experimentou um
crescimento cada vez maior no sentido norte, determinando uma concentração para além do
núcleo inicial às margens do rio Jacuí. Por esta época, em 1857, chegaram os primeiros
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imigrantes alemães, ocupando a colônia de Santo Ângelo – atual município de Agudo.Com a
chegada dos colonos, teve início uma nova economia, voltada principalmente para o cultivo
do arroz.
Em 1877, famílias italianas estabeleceram-se em Cachoeira, dedicando-se inicialmente à
agricultura. Por volta de 1880, algumas dessas famílias se transferiram para a cidade
impulsionando o comércio cachoeirense.
A Rua Sete de Setembro tornava-se, pouco a pouco, o coração comercial da cidade
enriquecido pela construção de casas residenciais espaçosas. A Praça Ponche Verde, atual
José Bonifácio, recebia seus primeiros melhoramentos.
O disciplinamento do comércio e a necessidade de centralização das ofertas de gêneros e
serviços levaram a Municipalidade a providenciar a construção de um mercado público,
inaugurado no centro da Praça Ponche Verde em 30 de setembro dae 1882.
Além da Praça do Mercado, novas construções foram surgindo.
A inauguração da Estação Ferroviária, em 1883, localizada no extremo norte da Rua Sete
de Setembro, determinou um novo avanço do traçado urbano.Segundo o historiador Aurélio
Porto a praça Balthazar de Bem teve várias denominações: “Praça do Prestes”, devido ao seu
primeiro morador João Prestes dos Santos, Praça da Igreja, da Conceição e da Matriz,
decorrentes da construção da Igreja da Matriz Nossa Senhora da Conceição inaugurada em
1799. Pelo decreto municipal numero 120 de 30 de setembro de 1921, passou a denominar-se
Praça Almirante Tamandaré e, pelo Decreto Municipal número 196 de 16 de março de 1925,
seu nome foi alterado para Praça Balthazar de Bem em homenagem ao ex-intendente.
Um comércio em expansão e o aparecimento das primeiras indústrias, como o engenho a
vapor de João Frederico Pohlmann (1887), nas margens do Jacuí.
OS MARCOS DA HISTÓRIA
Alguns espaços, prédios e monumentos constituem os marcos da história dos primeiros
tempos.
A IGREJA MATRIZ – a Catedral Nossa Senhora da Conceição é a Matriz eclesiástica
de Cachoeira do Sul.Sua historia, que se confunde com a da cidade, remonta a 1769, quando
os índios construíram no local denominado Aldeia, uma capela coberta de palha, sobre a
invocação de São Nicolau. Em 1779 quando da elevação do povoado à categoria de
Freguesia, passou à invocação de Nossa Senhora da Conceição.
Em 06 de outubro de 1793, ocorreu o lançamento da pedra fundamental do novo templo,
em presença do pároco de Freguesia, Padre Matheus da Silveira e Souza e do povo em geral.
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A construção estava a cargo das Irmandades de Nossa Senhora da Conceição e do Santíssimo
Sacramento.
A nova igreja foi inaugurada em 1799, com o traçado original do engenheiro João Róscio,
na atual Praça Balthazar de Bem e, mesmo não estando totalmente concluída, as imagens dos
santos foram transladadas da antiga capela e realizados os primeiros ofícios religiosos.
O historiador Athos Damasceno refere-se à Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição
como uma das mais antigas do Rio Grande do Sul, pertencendo ao ciclo colonial e
destacando-se das então existentes, sendo das mais importantes da época.
Muito cedo começaram as modificações e reformas, em 1865, houve a reforma do telhado
da Capela Mor; em 1874, a restauração de toda a frente da Igreja; em 1929, alteração do
frontispício; em 1963, início da reforma do interior com demolição dos altares e em 1983,
inauguração do interior reformado.
Até 1832, realizavam-se os sepultamentos em seu interior e, até 1865, sessões da Câmara
Municipal e eleições municipais.
Dentre tantos acontecimentos testemunhados pela Igreja, merecem ser lembrados dois
fatos. O primeiro ocorreu em 1835, quando a Província do Rio Grande do Sul iniciou a maior
revolta de sua história: a Revolução Farroupilha. Cachoeira, que abraçou a causa dos farrapos,
teve que enviar um pelotão à vizinha Vila de Rio Pardo a fim de sufocar uma revolta que lá se
iniciava. O pelotão liderado por Antônio Vicente da Fontoura, Gaspar Francisco Gonçalves e
Manduca Carvalho, voltou vitorioso de Rio Pardo e foi recebido, festivamente, na Igreja
Matriz, onde ocorreu o batismo de seu estandarte.
Outro fato, também envolvendo Antônio Vicente, aconteceu em 8 de setembro de 1860,
dia de eleições realizadas na Igreja Matriz. Enquanto Antônio Vicente elaborava uma relação
de votantes, um capanga de seus opositores políticos, de nome Manoel Pequeno,
aproveitando-se de sua distração, apunhalou-o no ventre. Em vista do ferimento Antônio
Vicente da Fontoura faleceu em 20 de outubro.
Por ocasião de centenário da emancipação política de Cachoeira, comemorado em 5 de
agosto de 1920, foram reunidos o povo, autoridades e convidados na Praça da Conceição, em
torno da Igreja, para afixar, na sua fachada uma placa comemorativa à data. Na placa que está
lá até hoje, pode-se ler: “5-8-1820. O POVO DA CACHOEIRA NO SEU PRIMEIRO
CENTENÁRIO. 5-8-1920”.
A PRAÇA JOSÉ BONIFÁCIO, marco histórico situado no coração da cidade, tem sua
existência referida pela primeira vez em 1830, quando a Vila Nova de São João da Cachoeira
estava completando dez anos de emancipação política. São 167 anos de história, de muitas
denominações (Praça do Pelourinho, Ponche Verde, do Mercado e das Palmeiras). No local,
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que permanece praticamente o mesmo desde a demarcação, existiram os primeiros cinemas,
como o Coliseu Cachoeirense, um coreto em que as bandas musicais se apresentavam e sob o
qual funcionou, por volta de 1916, um restaurante. O Gruta Azul, o Mercado Público, um
Posto Meteorológico, um parque infantil, uma pérgula, quadras esportivas, pontos de táxi,
bares e restaurantes.
Além de Praça do Pelourinho, a José Bonifácio teve outras denominações, como Praça
Ponche Verde (1858), Praça do Mercado, devido à existência, no centro da mesma, do
Mercado Público (construído na segunda metade do século XIX e demolido em 1957) e Praça
das Paineiras, em alusão à grande quantidade de árvores dessa espécie ali plantadas.
A Praça José Bonifácio sempre foi alvo de atenção especial por parte do Governo
Municipal, visando torná-la um espaço aprazível para a comunidade cachoeirense.
Em 1968, no governo do Prefeito Arnoldo Paulo Fürsstenau,ocorreu a inauguração da
Fonte das Águas Dançantes Artibano Savi, o que se constitui numa das atrações turísticas de
Cachoeira do Sul.
O CEMITÉRIO DAS IRMANDADES, que recebe sepultamentos desde 1833, é outro
marco histórico de Cachoeira. Em seus domínios repousam, lado a lado, filhos ilustres e
homens do povo, personagens de uma história comum. Sua criação determinou o fim da
prática dos sepultamentos no interior da Igreja.
A PONTE DE PEDRA construída por volta de 1848 sobre o rio Botucaraí, foi a primeira
ponte deste tipo do Rio Grande do Sul. Principal e único acesso para Porto Alegre dava
passagem às tropas e ao importante comércio estabelecido entre Cachoeira e Rio Pardo e
outros municípios. O trajeto utilizado para atingir a ponte, a partir do centro da Vila, era feito
pela Rua do Corpo da Guarda.
A CASA VELHA DA ALDEIA, cujo requerimento para construção foi solicitado pelo
português Manoel Francisco Cardozo, é o exemplar mais antigo, ainda existente, do tipo de
construção que no início do século XIX caracterizava o primeiro aglomerado urbano de
Cachoeira.
O SOBRADO DA PREFEITURA MUNICIPAL, desde sua instalação, em 1820, a
Câmara Municipal e a Cadeia Civil ocupavam prédios alugados. Em 1857, a Câmara
Municipal recebeu Portaria nº 5 da Vice-Presidência da Província, datada de 7 de abril,
comunicando que a Lei de Orçamento Provincial, no parágrafo 59, seção 18ª, concedia
empréstimo de 10;00$000 rés para construção da casa das sessões da Câmara e Cadeia desta
Vila.
O Paço Municipal foi entregue à Câmara em 5 de agosto de 1865, servindo, inicialmente,
como hospital, durante a Guerra do Paraguai, por sugestão do Imperador D.Pedro II, quando
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de sua passagem por nossa cidade. Conforme destinação prevista em seu projeto original, foi
por muitos anos, sede do Poder Judiciário, até 1922, e do Poder Legislativo, até 1982.
O natural crescimento da cidade, a diversificação das tarefas e atribuições municipais, e a
necessidade de adaptação a novas exigências de organização e funcionamento, tornaram o
prédio pequeno para tais exigências, sediando, a Secretaria da Fazenda.
CHARQUEADA E ESTABELECIMENTO PAREDÃO, foi fundada em 1870, a
primeira indústria de Cachoeira. Ao seu redor, cerca de 1000 hectares estavam povoados de
gado, destinados ao abate e elaboração de charque. Na década de 20, sob o comando de
Balthazar de Bem & Cia., o destaque da Charqueada era o ALIMENTO FABINI – granulado,
enriquecido com glúten e cereais, comercializado em latas. Tendo passado por diversos
administradores, a Charqueada encerrou suas atividades em meados dos anos 30.
O prédio que abrigou a UNIÃO DE MOÇOS CATÓLICOS foi construído no final da
primeira metade do século XIX, o prédio é um dos exemplares remanescentes do estilo
neoclássico na cidade, com fachada apresentando características marcantes. Por volta de
1850, aproximadamente, serviu de residência a José Custódio Leal, vereador por vários
períodos desde 1821, figura de destaque na vida pública da cidade. Sediou, a partir de 1899, o
Clube Cachoeirense, Clube Renascença, Centro Literário Marcelo Gama e a União de Moços
Católicos. Pertencente à Diocese de Cachoeira do Sul, na década de 60 serviu de local para as
celebrações religiosas da Igreja Matriz, fechada para obras em seu interior. Atualmente ainda
pertence à Diocese de Cachoeira do Sul.
CÂMARA MUNICIPAL DE CACHOEIRA DO SUL- Com planta do arquiteto
Domingo F. Rocco, o prédio foi concluído e ocupado pelo Banco da Província, em 1927. A
partir da legislatura de 30 de janeiro de 1983, a Câmara Municipal passou a ocupar o prédio,
adaptado às novas funções e, por Resolução nº 16/83, de 21 de junho do mesmo ano, passou a
denominara-se Palácio Legislativo João Neves da Fontoura.
Notáveis foram as transformações que Cachoeira sofreu nos seus mais diversos
segmentos.O primeiro TEATRO em Cachoeira localizava-se ao lado sul da Prefeitura
Municipal construído em 1830. Em 25 de dezembro de 1900, inaugurou-se o prédio do Teatro
Municipal, de Cachoeira, o segundo teatro em nossa cidade, localizado na rua 15 de
Novembro construído por subscrição popular. A vida cultural foi enriquecida por uma casa de
espetáculos que substituiu o primeiro teatro já demolido.
Em 1907, ocorreu um desabamento no Teatro Municipal, ocasionado por um raio que
atingiu a parte superior do prédio.
O Intendente Isidoro Neves da Fontoura (1908-1912), em mensagem apresentada ao
Conselho Municipal, em 20 de setembro de 1911, informava sobre o estado dôo Teatro:
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“Continua em ruínas, não tendo sido possível ao Município despender a grande soma de
que necessita para a sua reconstrução, pois atualmente, estamos a braços com grandes
despesas na execução de serviços de ordem improrrogável e de utilidade mais geral...”
Em 1913, o Intendente Dr. Balthazar Patrício de Bem (1912-1916) enviou mensagem ao
Conselho Municipal, solicitando autorização para deliberar sobre o destino do prédio do
Teatro, que se encontrava imprestável para qualquer fim útil. Nesse mesmo ano, o prédio foi
recuperado pelo engenheiro italiano Arthur Telini, e cedido ao Governo do Estado, para nele
funcionarem o Fórum e o Colégio Complementar de Cachoeira.
PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL
Em Cachoeira do Sul, a Lei Municipal nº 1867, de 26 de junho de 1981, determina: Art.
1º - “Constitui Patrimônio Histórico-Cultural do Município o conjunto de bens móveis e
imóveis existentes em seu território e que, por sua vinculação a fatos pretéritos memoráveis e
a fatos atuais significativos, ou por seu valor cultural, seja de interesse público conservar e
proteger contra a ação destruidora decorrente da atividade humana e do passar do tempo.”
O Decreto Municipal n. 389, de 8 de dezembro de 1981, criou o Conselho Municipal do
Patrimônio Histórico-Cultural – COMPAHC – como órgão de assessoramento e colaboração
com a administração municipal nos assuntos relacionados com o patrimônio históricocultural.
Vários são os prédios já tombados pelo COMPHAC, o que demonstra a visão cultural de
seus proprietários. Conforme Mirian Ritzerl (assessora técnica do Museu Municipal Patrono
Edyr Lima)3 “o patrimônio cultural cachoeirense existe devido a ações comprometidas com a
formação de uma consciência preservacionista. Por isso, Cachoeira do Sul é referência
estadual quando o assunto é cultura e preocupação com a preservação de seus bens.”
- JARDIM DE INFÂNCIA DO COLÉGIO BARÃO DO RIO BRANCO: construído
no período de 1916/1917, localizado no bairro do mesmo nome. O COMPHAC justificou, no
processo nº 3118/85, o tombamento deste prédio, por ser representativo do modo de
construção de segmentos da sociedade de ascendência germânica início do século.
- HOSPITAL DE CARIDADE E BENEFICÊNCIA: primeiro prédio, erguido no
período de 1903/1910, em estilo eclético, com características do neoclássico e barroco, foi
tombado em 1985, processo nº 3119.
- CASA DE CULTURA PAULO SALZANO VIEIRA DA CUNHA - O prédio foi
construído em 1915, em estilo eclético, com tendências marcantes do neoclássico, e tombado
conforme processo n. 3121/85. Possui saguão decorado com colunas e capitéis, teto móvel de
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estrutura de metal e vidro, salas adjacentes ao saguão, conservando lambris originais. O
prédio foi residência do proprietário, Dr Balthazar de Bem, até sua morte (1924) tornando-se
sucessivamente, sede de várias entidades: Clube Comercial, Biblioteca Pública, Aeroclube de
Cachoeira do Sul, União Cachoeirense de Estudantes, Escola Municipal de Belas Artes e
atualmente, sede da Casa de Cultura Paulo Salzano Vieira da Cunha.
SERVIÇOS BÁSICOS
SERVIÇOS DE SEPULTAMENTO
Na época do Brasil Império, a Igreja era ligada ao Estado e detinha os encargos de
realizar tanto os batizados como os registros de nascimento e os atestados de óbito, já que não
existia o registro civil. Além dessas atribuições, a Igreja realizava os serviços de sepultamento
dos fiéis da paróquia.
A Câmara deliberou que o Cemitério da Aldeia fosse iniciado, segundo ata de 13 de abril
de 1832. Em sessão da Câmara Municipal, realizada a 16 de janeiro de 1833, foi lido o ofício
enviado pelo Vigário da Freguesia, Pe. Ignácio Francisco Xavier dos Santos, comunicando
que recebera a correspondência da Câmara com a chave do cemitério e que iniciara os
serviços de sepultamento. O cemitério é o mesmo de hoje, conhecido por Cemitério das
Irmandades, sendo administrado, conjuntamente, pela Irmandade de Nossa Senhora do
Rosário e Irmandade do Sacramento e Nossa Senhora da Conceição.
Em 13 de julho de 1862, foi inaugurado o Cemitério Municipal, na parte alta da cidade.
Em 13 de dezembro de 1987, com a realização de culto ecumênico, foi entregue à população
cachoeirense o Cemitério Parque Jardim da Paz, construído pelo Governo Municipal.
ASSEIO PÚBLICO
Nos primeiros anos após a instalação do Município, constatou-se, em Cachoeira, o
interesse pelo saneamento básico e saúde da população. Houve preocupações e cuidados com
as sangas que abasteciam de água a cidade, com os serviços de sepultamento e com as
condições das prisões.
Em 1909, tratou-se da ampliação do serviço de recolhimento de lixo e remoção de
matérias excrementícias através de cubos removíveis. O edital da Intendência Municipal,
datado de 12 de janeiro de 1905, noticiava que o serviço público de remoção de lixo das casas
comerciais e residenciais, transportado em carros de tração animal, iniciaria a 18 daquele mês
e efetuar-se-ia todos os dias, das 7h às 11h da manhã. Alertava os usuários de que o lixo
deveria ser colocado em recipiente de lata ou madeira para facilitar o recolhimento. Em 1925,
3
Entrevista realizada em 03 de julho de 2004.
13
o Vice-Intendente, Dr. João Neves da Fontoura, introduziu novos melhoramentos nesse
serviço, utilizando carros motorizados, exigindo que cada prédio tivesse seu vasilhame
próprio.
O serviço de remoção de lixo foi evoluindo, com o crescimento da cidade e os avanços
tecnológicos, até chegar aos atuais caminhões, que compactam o lixo no momento de seu
recolhimento.
SERVIÇO HOSPITALAR
A lei de 1º de outubro de 1828, no seu artigo 69, incumbia as Câmaras Municipais de
promoverem o estabelecimento de casas de caridade que cuidassem os expostos e dos doentes
pobres.
O Conde d’Eu, ao passar por Cachoeira, em 1865, observou:
encontrei em Cachoeira um serviço hospitalar muito superior a
quantos eu até aqui tenha visto. É organizado por um antigo
cirurgião-mór do exército, chamado Vieira. Tem aqui 26 doentes
repartidos por duas casas, mas bem providas de tudo, leitos, colchões,
cobertores, medicamentos, pratos de metal, talheres, etc...
Em 1903 levantou-se a idéia da construção de um novo prédio para abrigar o hospital. A
construção do prédio do Hospital de Caridade foi viabilizada através de campanhas de
donativos entre a comunidade cachoeirense. Em junho de 1925, a Diretoria do Hospital, sob a
presidência do Sr Ernesto Muller, discutiu a construção de um novo prédio, ficando o antigo
destinado ao isolamento dos portadores de moléstias infecciosas.
Novamente as instalações hospitalares tornaram-se insuficientes para as necessidades do
povo cachoeirense. Em 1967, iniciou-se a construção do novo prédio, que começou a ser
utilizado à medida que determinadas instalações eram concluídas: em 1970 entrou em
funcionamento a Escola de Auxiliares de Enfermagem, cozinha dietética e auditório; em
1973, as capelas mortuárias; em 1977, setor de traumatologia; em 1978, o setor de Raio X e
finalmente em 1982, teve início a utilização definitiva de todo o complexo hospitalar.
SERVIÇO DE LUZ E ENERGIA
A iluminação a gás de querosene foi instalada em Cachoeira a 1º de janeiro de 1873, sob
responsabilidade do Coronel João Luiz Gomes da Silva, tendo o término do serviço ocorrido
em 1880, com 40 lampiões abastecendo a cidade. No ano de 1891, Cachoeira contava com a
existência de 70 lampiões a querosene.
14
Com o desenvolvimento da cidade, a iluminação a gás de querosene foi tornando
ineficiente e a imprensa local noticiava experiências realizadas com outros tipos de fontes de
luz, como álcool, acetileno e energia elétrica: em 1900, durante a festa do Divino Espírito
Santo, a Praça da Igreja foi iluminada à luz elétrica. Durante a administração do Intendente
Cel. Isidoro Neves da Fontoura, a 5 de agosto de 1909, foi aberta concorrência para a
exploração do serviço de fornecimento de energia elétrica, sendo assinado contrato a 30 de
novembro do mesmo ano.
A 1º de janeiro de 1912, foi inaugurado o serviço de energia elétrica gerado por motores
instalados no prédio do Engenho Central, á margem esquerda do Jacuí. Em 1918, a
Intendência Municipal publicou edital de concorrência para o desenvolvimento da iluminação
elétrica pública e particular da cidade de Cachoeira e fornecimento de força motriz. Em 1927,
durante a administração do Dr. João Neves da Fontoura, foram inaugurados combustores tipo
Nova Lux importados dos Estados Unidos.
A Usina Nova, como ficou conhecida, foi construída e 1939, na Chácara Carvalho, às
margens do rio Jacuí. Em 9 de setembro de 1969, foi criada a Cooperativa de Eletrificação
Rural Centro Jacuí Ltda. – CELETRO –. Com sede em Cachoeira do Sul.36
SERVIÇO DE ÁGUA E ESGOTO
A PRIMEIRA HIDRÁULICA
A distribuição de água para a população foi em grande parte melhorada com a
inauguração da primeira hidráulica, na Praça Itororó (1921), para abastecimento da parte
baixa da cidade. A água, que era distribuída em pipas e retirada de fontes , passou a receber
tratamento, diminuindo o perigo de contaminação e eliminando, em parte, o comércio dos
pipeiros.
Localizadas na travessa Tuiuti, as instalações da Hidráulica Municipal eram ajardinadas e
cercadas por muro com grades de ferro, sendo o da face oeste construído em forma de muro
de arrimo.
Em 1923, foi lançado o conduto-mestre na esquina das Ruas Saldanha Marinho e General
Câmara, que levaria a água para a zona alta da cidade. Em meados de 1925, as inaugurações
do Chateau d’Eau e do reservatório da Praça Borges de Medeiros concluíram o projeto de
abastecimento de água potável.
Atualmente, chafariz, restos dos tanques e o reservatório, formam o conjunto conhecido
como Hidráulica da Praça Itororó. O reservatório de água ainda abastece o Hospital de
Caridade.
15
A SEGUNDA HIDRÁULICA
De acordo com a Ata de Solenidade do início das obras de saneamento da cidade de
Cachoeira, em 20 de setembro de 1923,, foi inaugurado o início das obras de completo
saneamento da cidade, com o assentamento do conduto-mestre de doze polegadas, para levar
a água à zona alta da cidade.
A HIDRÁULICA NOVA
A CORSAN – Companhia Rio-Grandense de Saneamento – foi criada pela Lei nº 5167,
de 21 de dezembro de 1965, pelo Governador do Estado, Dr. Ildo Meneghetti e regulamentada
pelo Decreto nº 17.788, de 4 de fevereiro de 1966, quando foram instaladas agências e
serviços em Cachoeira do Sul. A CORSAN assumiu as obras, já iniciadas, da ampliação da
rede e nova estação de tratamento de água a ser construída no mesmo local da estação
anterior.
OS ESGOTOS SANITÁRIOS
A construção da rede principal de esgotos foi iniciada em fevereiro de 1924, ficando
completamente concluída em março de 1925. Nas obras de instalação dos serviços de água e
esgoto houve a participação estadual, mas os serviços continuaram a cargo da
Municipalidade até o ano de 1954, quando o Estado os assumiu inteiramente em Cachoeira do
Sul.
A CIDADE EM DESENVOLVIMENTO
A cidade era cortada pelos trilhos da Viação Férrea e, em virtude disto, convencionou-se
dividi-la em alta e baixa. Na zona alta, havia uma concentração de indústrias; na parte baixa,
ou “no centro”, predominavam o comércio, os estabelecimentos de crédito e serviços, as
sociedades recreativas, entidades culturais e educacionais.
Em torno da Estação Ferroviária, que ocupava o Largo do Colombo, estabeleceu-se
algum importante engenho de arroz, atraídos pela facilidade do transporte e do recebimento
de cargas: Engenho Cachoeirense (1915), Engenho de E. Stracke & Cia (1920), Engenho
Brasil (1921), e Engenho Roech & Cia e Engenho Willy Tesch (1928).
Outras indústrias, atraídas pelos engenhos e pela Estação, também se localizaram nas
proximidades.
As agências bancárias ocupavam belos palacetes, a maioria deles construída
especialmente para tal fim, como o prédio do Banco do Brasil, do Banco Pelotense e do
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Banco da Província, que antes de inaugurar a sua sede própria, em 1927, tinha sido a primeira
agência bancária de Cachoeira, aberta em 1911.
Na década de 30, existiam 186 estabelecimentos de ensino na cidade, sendo 76
municipais, 2 intermunicipais, 74 particulares, 7 particulares subvencionados pelo Município,
11 federais e 16 estaduais. 8.490 alunos estavam matriculados. Dentre os principais
educandários, estava o Colégio Elementar Antônio Vicente da Fontoura (1915) e a Escola
Complementar de Cachoeira (1929), a Escola Brasileira Alemã (1893), os Ginásios Roque
Gonçalves (1929) e Imaculada Conceição (1921) que mantinham internatos para meninos e
meninas, administrados, o primeiro pelos Irmãos Maristas e, o segundo, pelas Irmãs da Ordem
de Santa Catarina.
No ano de 1939, a Prefeitura Municipal incentivou os moradores do centro da cidade a
construírem prédios de diversos andares, através da isenção do pagamento das décimas
urbanas (imposto predial). A partir de então, Cachoeira começou a ganhar os seus primeiros
edifícios altos.
Quando Cachoeira oficialmente acrescentou “do Sul” em seu nome, no ano de 1944, sua
posição estadual era privilegiada. Com um traçado urbano atraente, bom comércio e uma
indústria voltada para o arroz – sua maior riqueza, contava, também com diversas entidades
de classe, sociais, culturais e filantrópicas, estendendo seu poder administrativo sobre seis
distritos: Cachoeira (sede), Agudo, Cerro Branco, Dona Francisca, Marupiara e Restinga
Seca.
Por volta de 1950, a população total do Município era de 94.110 habitantes. A partir daí,
em virtude dos sucessivos desmembramentos dos distritos que originaram municípios novos,
a população decresceu.
Para Maurício de Vargas Corrêa, “Cachoeira do Sul é uma cidade com traços históricos
bem definidos. Seus prédios são bem cuidados graças à cultura de preservação de seus
habitantes. Para diversão, o município possui vários clubes, praças, etc., com várias festas
durante o ano como baile de carnaval, baile da páscoa, baile do dia dos namorados, entre
outros tantos oferecidos pelos vários clubes da cidade. Não existe tanta violência urbana como
nos grandes centros, devido a qualidade de vida. É comum observar os moradores de
Cachoeira do Sul as reuniões nas praças e em frente a residências para tomarem chimarrão e
confraternizarem. Um dos problemas que existe, é o êxodo para centros maiores e mais
17
industrializados, pois o município não oferece empregos suficientes para manter seus
habitantes.”4
OS QUARTÉIS
13° GAC – GRUPO DE ARTILHARIA E COMBATE - Fundado em 22 de abril de
1929, pelo primeiro comandante Tenente Coronel José Felício Monteiro Lima.
3° BE – BATALHÃO DE ENGENHARIA - Fundado em 12 de maio de 1935 pelo
primeiro comandante Cel. Amaro Soares Bittencourt. Segundo Márcia Severo Patel5,
assessora técnica do Museu Municipal Patrono Edyr Lima, o quartel é destaque na
engenharia, recebendo estagiários do Uruguai e Paraguai.
AS ASSOCIAÇÕES RECREATIVAS
Marilene Pacheco da Silva6 disse que os cachoeirenses são pessoas alegres,
trabalhadoras, receptivas e festivas, tanto que as datas comemorativas jamais passam em
branco, pois cada entidade promove essas festividades, por exemplo: “Kerb” na Sociedade
Rio Branco; o Baile Branco e Preto na Sociedade Náutico Tamandaré; Baile do Chopp na
Sociedade União Cachoeirense, entre outros que os animam. Mas os cachoeirenses não vivem
só de festas, também praticam a sua religião, predominando a luterana e a católica.
SOCIEDADE RIO BRANCO - A Sociedade Rio Branco foi fundada em 4 de agosto de
1896, dedicando-se ao esporte do tiro ao alvo. Em agosto de 1956, nas comemorações de 60°
aniversário, sob a presidência de Arnim Brendler, foi inaugurado o atual salão de festas com
palco. Na inauguração festiva, ao contrário da inauguração do salão velho, em 1914, foram
descerradas as fotos dos 20 presidentes que haviam dirigido a Sociedade Rio Branco. O
crescimento tem sido uma constante na história da Sociedade, desde a aquisição do primeiro
terreno registrado em cartório em 1916, até a compra do prédio dos escritórios da firma
Reinaldo Roesch, em 1989, onde foi instalado o departamento de xadrez.
SOCIEDADE UNIÃO CACHOEIRENSE - Em 6 de janeiro de 1920 foi fundado, um
grupo de amigos, o Clube União Familiar. Em 31 de janeiro, realizou o baile de inauguração
da sociedade que proporcionaria lazer aos habitantes do Alto dos Loretos. Em meados da
década de 20, a sede do clube foi transferida para um prédio localizado no lado esquerdo,
sentido centro-bairro da Av. Brasil. As festividades de inauguração ocorreram em fins de
4
Entrevista realizada em 14 de julho de 2004 (neto de moradores de Cachoeira do Sul e aluno da Escola Dr Ruy
Coelho Gonçalves)
5
Entrevista realizada em 03 de julho de 2004.
6
Entrevista realizada em 16 de julho de 1004. Professora da Escola Dr. Ruy Coelho Goçalves, ex-moradora de
Cachoeira do Sul.
18
outubro de 1958 e contaram de várias atividades: três grandes bailes, sendo um infantil;
inauguração da foto de Adélio Pinto Bandeira, ex-presidente e batalhador pela sede própria.
Por decisão dos seus associados a denominar-se Sociedade União Cachoeirense em 30 de
setembro de 1971.
CLUBE COMERCIAL - O Clube Comercial foi fundado em 15 de junho de 1924, no
salão do Clube Renascença. Em 6 de julho de 1924, foi instalado o Clube Comercial na
residência do Dr. Balthazar de Bem, cujo prédio foi escolhido como sede, adaptando suas
instalações às novas finalidades. No ano de 1975, o Clube comprou uma área de 12 hectares,
na Vila Noêmia, para construção da sede campestre em estudo desde 1969. A inauguração
ocorreu em dezembro de 1980 e conta, hoje com infra-estrutura de camping, piscina, quadras
de futebol sete, vôlei, tênis e cancha de bocha.
GRÊMIO NÁUTICO TAMANDARÉ - O Grêmio Náutico Tamandaré foi fundado em
18 de fevereiro de 1936.Na assembléia de fundação, ficou decidido que o clube usaria preto e
branco como cores oficiais e foi eleita a diretoria. A reunião de fundação, como a maioria das
posteriores, foi realizada na sede do Jockey Clube Cachoeirense, situado na rua 7de setembro.
Com a conclusão da sede náutica, as preocupações direcionaram-se para a sede social do
centro da cidade. Estudos e projetos foram feitos para a ampliação que se concretizou a partir
da década de 60, com a construção do salão de festas, com palco, complementada por
restaurantes, canchas de bocha e bolão, salas de lazer e, finalmente, piscina, em meados da
década de 80.
CLUBE INDEPENDENTE - O Clube Independente, idealizado por Adão Augusto da
Silva, foi fundado, em sua residência, no dia 28 de fevereiro de 1956 com a presença de 25
sócios fundadores para atender a população negra de Cachoeira que, na época, não
freqüentava os outros clubes sociais. O primeiro baile realizou-se em 20 de outubro de 1956,
integrando as comemorações da VI Festa Nacional do Trigo. No ano seguinte, foi criada a
Escola de Samba “Artilheiros do Samba”, que participou do carnaval de rua em 1958
conquistando o 3° lugar. Graças ao auxílio financeiro concedido pela Prefeitura Municipal,
em maio de 1991, o presidente, representando o clube, assinou o contrato de compra de um
terreno. O lançamento da pedra fundamental ocorreu em 17 de maio do mesmo ano.
CAIÇARA PISCINA TÊNIS CLUBE - O Caiçara Piscina Tênis Clube foi fundado em
31 de julho de 1956, com a finalidade de desenvolver e aperfeiçoar a vida social, esportiva,
artística e cultural de seus associados, promovendo reuniões e diversões de caráter esportivo,
social, cultural e cívico.Após a inauguração da piscina e dos vestuários, as obras prosseguiram
com a construção de quadras para a prática de esportes e a instalação da boate Capicua no
mesmo prédio do bar e vestiários.
19
CENTRO DE TRADIÇÕES GAÚCHAS – CTGs - Cachoeira do Sul, além de
preservar o seu patrimônio histórico, procura manter vivas as tradições do nosso estado,
realizando festivais, como o FEGAES – Festival Gaúcho Estudantil, realizado anualmente,
como também possui vários CTGs, como CTG Tropeiro da Lealdade, CTG Os Gaudérios,
CTG José Bonifácio Gomes, CTG Lanceiros do Sul, CTG Meu Pago, CTG Estância do
Chimarrão e CTG Amigos do Pago.
A IMPRENSA
CACHOEIRA EM JORNAL resgata e organizam exemplares, apontando o caráter
adotado pelos jornais de nossa cidade, que assumiam posições políticas, noticiosas,
humorísticas, informativas e literárias. Além do JORNAL DO COMÉRCIO que circulou por
mais de sessenta e seis anos, merece destaque o JORNAL DO POVO, fundado em junho de
1929.
A história do JP continua. As alterações nos últimos anos atingiram os setores
administrativo, comercial e editorial. Na parte comercial, foi implantado um departamento de
arte final e estruturação de um grupo de contatos treinados nas áreas de marketing e vendas.
No aspecto editorial, em 1980, a parte gráfica modernizou-se com a aquisição de uma
clicheria.
Depois da impressão pelo sistema de off-set, em máquina plana, no ano de 1986, o jornal
passou, no ano seguinte, a ser composto por terminais de computação, criados para atender ad
necessidades da área de composição. A computação trouxe maior dinamismo no atendimento
ao assinante, com um terminal, no qual estão cadastrados quase 10.000 nomes e endereços.
Em 1991, a computação eliminou as velhas caixas de tipos e passou a compor títulos de
inúmeras fontes e corpos no vídeo, imprimindo-os pelo sistema “laser”. O JP é atualmente
circulação diária, o que atende às solicitações dos assinantes.
FENARROZ
A Feira Nacional do Arroz e Exposição Agropecuária e Industrial –FENARROZ - evento
cachoeirense de âmbito nacional, constitui-se numa mostra dos setores produtivos do
município, com destaque para a lavoura orizícula e seus implementos. Os resultados positivos
obtidos com a realização das Ferira Nacionais do Arroz estão mais do que comprovados e,
hoje, se refletem amplamente em todos os setores da economia cachoeirense.
Consolidada como grande pólo produtor de arroz, Cachoeira tornou-se a “Capital
Nacional do Arroz”, título conquistado pelo pioneirismo da irrigação mecanizada, pela
industrialização, pelos investimentos e pelas exportações do cereal.
20
Em 1941, uma colheita excepcional animou os produtores e autoridades a realizarem uma
grande festa regional: a FEARROZ. A partir de 1968, a festa foi reeditada, obtendo caráter
nacional e denominando-se FENARROZ – Festa Nacional do Arroz, criando-se um parque
especial para sediá-la e uma série de atrações paralelas. A FENARROZ passou a acontecer de
4 em 4 anos e, a partir da sua IX edição, de 3 em 3 anos, entre os meses de abril e maio.
OS OUTROS MARCOS DA HISTÓRIA
O Chateau d’Eau, principal Cartão postal da cidade (1925), Templo Martin Lutero (1931),
A Ponte Do Fandango (1961)
SÍMBOLOS DE CACHOEIRA
BRASÃO (Instituído por Lei Municipal nº 809/59 e alterado pela Lei nº 2035/8)
AS LENDAS DE CACHOEIRA DO SUL
Segundo relato de várias pessoas, essas lendas fazem parte da história de Cachoeira do
Sul.
“Josefá era uma escrava de uma família que a maltratava muito. Por ter culpa em um fato
banal foi levada ao Pelourinho, vindo a morrer em conseqüência dos ferimentos. Enterrada no
chão, anos depois escorria sangue da cova o que motivou a abertura da sepultura, constandose que o corpo da escrava estava intacto”.
“Josefa era uma escrava muito bonita, atraindo o interesse do patrão. A esposa desse,
enciumada, aproveitou uma viagem do marido para mandar açoitá-la. As chibatadas foram
tantas, que a infeliz criatura morreu. Passado algum tempo apareceu, na cova onde tinha sido
enterrado, um braço erguido, como o clamor por justiça, não sendo possível dobrá-lo.”
“Josefa era babá do filho do senhor. Um dia a criança levou um pequeno tombo. O patrão
enfurecido mandou açoitar. Toda ferida foi jogada num formigueiro aonde veio a falecer sem
que as formigas tocassem no seu corpo. Passando algum tempo o corpo permaneceu intacto
na cova onde foi atirado.”
“A lenda é essencialmente rústica com relato de coisas do passado. Desde tempos as duas
sangas se lançam no Jacuí, traçando os limites leste e oeste da colina em que atualmente se
entende a cidade de Cachoeira do Sul”.
Ali, entre a bica e o rancho onde residiu e morreu o velhinho João Rebequista, situava-se
o rancho da Inês, viúva de um português que viveu em sua companhia por muitos anos de
constante harmonia e que veio morrer de uma doença esquisita. De junção com o português
21
não ficou nenhum filho e a pobre mulher só e abandonada sofria suas mágoas, vagando pelas
margens da sanga.
Um dia, ao escurecer, Inês sentara-se junto ao portal do rancho, quando ouviu uma voz
saída das sombras que dizia: “não te apoquentes Sinhá Inês, nesta vida não vale tristeza, o que
vale é a gente saber de onde vem o mal e dar-lhe o remédio. Olhe o seu homem não era
nenhum santo e foi por isso que a sirigaita Micaela deu-lhe coisas ruins para beber do que
veio adoecer e morrer. A pobre criatura apavorada recolheu-se ao interior do casebre,
passando a noite em claro, atormentada pela revelação misteriosa contra Micaela. Pouco
abaixo do lugar conhecido por Santa Josefa existiu uma casinha, a margem esquerda da sanga
onde morava Micaela, mas devido aos mistérios e acidentes que a cercam, denominaram a
sanga com o seu nome, da mesma forma que aconteceu com Inês”.
A partir da manhã seguinte a boca de Inês incendiou-se contra a rival, pondo todos os
seus podres na rua, mas a cabocla retribuía da mesma forma e sempre que se encontravam
engalfinhavam-se com unhas e dentes e à medida que o tempo corria esse ódio aumentava, até
que um dia, depois de muitos anos, Inês, muito velhinha, falece perto da bica. E praguejando
até o último alento contra sua odiosa inimiga que também faleceu logo depois em extrema
pobreza e abandono. Após o desaparecimento das duas mulheres, as suas almas, em forma de
fantasmas, começam a aparecer todas as noites nas respectivas sangas, ambas empenhadas no
trabalho de solaparem com unhas a terra das margens que são levadas para o rio com as
enxurradas. Parece que com isso as sagas querem encontrar-se para se devorarem,
obedecendo à vontade das duas mulheres. Por isso o povo diz: “quando as sangas se
encontrarem, Cachoeira se acabará”.
CONCLUSÃO
Conhecer o elenco dos que marcaram o tempo desta Terra pelas
presenças ou pelos feitos estimula a pensar que o ser humano traz o
dom de criar o adequado e necessário a modificar o imperfeito e
aprimorá-lo, e, agindo, extinguir o daninho a si e ao convívio dos
iguais. 7 (AZEVEDO, 1994)
Nesse trabalho concluiu-se que a vida, as transformações, as lutas, as vitórias, por que
passou Cachoeira do Sul foram marcantes. Seus antecessores, aqueles que no início
construíram aos poucos o primeiro vilarejo, abrindo as primeiras ruas, construindo a primeira
7
Azevedo, Tupinambá Pinto (1994) Cachoeira do Sul, Comarca: 150 anos de História.
22
capela, a primeira caixa d’água, o primeiro hospital, o primeiro banco, enfim, todas as
construções, trouxe muitos benefícios a toda a comunidade.
A árdua batalha travada por nossos antecessores trouxeram grandiosos benefícios para o
presente. O desenvolvimento foi um amadurecimento em todos os aspectos tanto sociais,
econômicos, quanto religiosos.
Homens e mulheres que aqui vivem não podem perder contato com seu tempo,
aquietando-se ao acalanto de reminiscências de grandezas e fortunas que se exaurem na
sucessão dos dias.
Os que aqui perpetuaram nomes enfrentaram as agruras de suas
épocas e moldaram Cachoeira do Sul boa para eles e para os que lhes
viriam depois. Incumbe preservar-lhes a memória, a honra e a tradição
de orgulho pelo vínculo a nossa Terra. 8 (AZEVEDO, 1994)
O estudo da origem e da história de Cachoeira ficará registrado na vida de cada um em
que nela mora, porque através da capacidade de luta de seus bravios homens podemos ter hoje
a CACHOEIRA PRINCESA DO JACIUÍ. “Os ciclos repetem-se, mas a História não repete os
homens nem seus feitos.”
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
AZEVEDO, Tupinambá Pinto de. Cachoeira do Sul, comarca: 150 anos de história. 2ª ed.
Porto Alegre: Martins Livreiro, 1994.
CAMAZOTO, Benjamim C. (org). Grande Álbum de Cachoeira no Centenário Da
Independência do Brasil. Porto Alegre: Oficinas Gráficas da Escola de Engenharia de Porto
Alegre, 1922.
SCHUH, Angela Schumacher; CARLOS, Ione Maria Sanmartim. Cachoeira do Sul em busca
de sua História. Porto Alegre: Martins Livreiro, 1993.
WILHELM, Lya. (Coord.). Cachoeira Republicana. Cachoeira do Sul, 1989.
TOMBAMENTO do Coliseu. Jornal do Povo, Cachoeira do Sul, 25 maio 2004.
TEMPOS Dourados em Cachoeira do Sul. Jornal do Povo, Cachoeira do Sul, 28 maio 2004
TOMBAMENTO da Ponte de Pedra. Jornal do Povo, Cachoeira do Sul, 03 jul. 2004.
JORNAL DO POVO. http://www.jornaldopovo.com.br/default.php
CACHOEIRA DO SUL. http://www.cachoeiradosul.famurs.com.br/
CACHOEIRA DO SUL. http://www.citybrazil.com.br/rs/cachoeiradosul/index.htm
8
Azevedo, Tupinambá Pinto (1994) Cachoeira do Sul, Comarca: 150 anos de História
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FORMAÇÃO HISTÓRICA DE CACHOEIRA DO SUL Ledi