Economia – 2° Periodo - Profª. Leozenir Mendes Betim, MSc.
II. NOÇÕES DE MICROECONOMIA
1. Objetivos da Microeconomia
A Teoria Microeconômica (ou Teoria dos Preços, como também é conhecida) preocupa-se em estudar
o comportamento econômico das unidades econômicas individuais, tais como consumidores, empresas
e proprietários de recursos. Ela trata, basicamente, dos fluxos de bens e serviços das empresas para os
consumidores, dos fluxos dos recursos produtivos (ou seus serviços) dos seus proprietários para as
empresas, da composição desses fluxos e da formação dos preços dos componentes desses fluxos.
Nesse sentido, um dos objetivos básicos da Teoria Microeconômica é responder questões do tipo:
- O que determina o preço dos diversos tipos de bens e serviços?
- O que determina a remuneração de um trabalhador?
- O que determina o quanto de cada mercadoria será produzida?
- O que determina a maneira pela qual um indivíduo gasta sua renda entre os mais diversos tipos
de bens e serviços?
2. Pressupostos básicos da análise microeconômica
2.1. Teoria elementar da demanda
2.1.1. O Conceito de Demanda Individual
A demanda (ou procura) de um indivíduo por um determinado bem (o serviço) refere-se à
quantidade desse bem que e ele está disposto e capacitado a comprar, por unidade de tempo.
A quantidade que um consumidor irá adquirir de um determinado bem depende de vários
fatores, dentre os quais destacamos:
• O Preço do Bem;
• A Renda, ou Salário do Consumidor;
• O Gosto e Preferência do Consumidor;
• O Preço dos Bens Relacionados.
a) A Demanda e o Preço do Bem
A quantidade demandada (procurada) de um bem é influenciada por seu preço. Normalmente, é de
se esperar que o consumidor desejará adquirir uma quantidade maior de um bem quanto menor for o seu
preço. Alternativamente, quanto maior for o preço, menor será a quantidade que o consumidor desejará
adquirir desse bem.
b) A Demanda e a Renda do Consumidor
Para a maioria dos bens, é de se esperar que uma elevação na renda do consumidor esteja
associada a uma elevação nas quantidades compradas desses bens. Essa é a regra geral e os bens que
têm essa particularidade são chamados de "Bens Normais". Os exemplos incluem a maioria dos
alimentos, roupas, aparelhos de som, aparelhos domésticos etc. Existem duas possíveis exceções a esse
padrão geral. É o caso dos "Bens Inferiores" e dos "Bens de Consumo Saciado".
Os "Bens Inferiores" são aqueles cujo consumo varia inversamente a variações na renda,
dentro de uma certa faixa de renda. Isso significa dizer que quantidade adquirida desse tipo de produto
diminui com o aumento da renda; caso haja uma diminuição na renda, a quantidade adquirida desse
produto aumenta.
Como exemplo de bens inferiores podemos citar a carne de segunda e "roupas usadas"
adquiridas por famílias pobres.
Assim, à medida que a renda do consumidor se eleva, ele passa a ter condições financeiras para
comprar bens de melhor qualidade. A idéia é a de que o consumidor troca esses produtos por outros de
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qualidade superior (por exemplo, carne de segunda por carne de primeira) tão logo tenha condições de
fazê-lo.
Os "Bens de Consumo Saciado", por sua vez, são aqueles para os quais o desejo do
consumidor está completamente satisfeito após um determinado nível de renda. Aumentos da renda
para além desse nível não terão nenhum efeito nas quantidades compradas desses bens.
c) A demanda e o Gosto e Preferência do Consumidor
A quantidade demandada de um determinado bem depende dos hábitos e preferências do
consumidor. Estes, por sua vez, dependem de uma série de circunstâncias tais como idade, sexo,
tradições culturais, religião e até educação. Mudanças nesses hábitos e preferências podem provocar
mudanças nas quantidades demandadas desse bem.
d) A demanda e o Preço dos Bens Relacionados
A demanda de um produto pode ser afetada pela variação no preço de outros bens. Isso ocorre
em relação aos "Bens Complementares" e aos "Bens Substitutos".
Os Bens Complementares são aqueles que tendem a ser utilizados em conjunto. Nesse caso, a
elevação no preço de um deles produz uma redução na demanda do outro, e uma diminuição no preço
de um conduz a um aumento na demanda do outro. É o caso, por exemplo, do pão e da manteiga.
Assim, um aumento no preço do pão tende a reduzir a quantidade adquirida de manteiga.
Os Bens Substitutos, por sua vez, são aqueles cujo consumo de um pode substituir o consumo
do outro. Nesse caso, a elevação no preço de um provocará a elevação na demanda do outro, e uma
baixa no preço de um conduzirá, naturalmente, a uma diminuição na demanda de outro. A manteiga e a
margarina enquadram-se nessa classificação. Assim, um aumento no preço da manteiga terá, por certo,
algum impacto (no caso, um aumento) na demanda de margarina.
2.1.2. "Coeteris Paribus"
Observando os determinantes da demanda, verificamos que todos variam simultaneamente,
ficando difícil avaliar o efeito que cada um exerce sobre a demanda.
Para tentar contornar esse problema vamos nos valer da imposição da condição "Coeteris
Paribus", que é uma expressão latina que significa "tudo mais permanecendo constante".
Permitiremos, por exemplo, que o preço de um produto se modifique, fazendo a suposição de que a
renda do consumidor, seus hábitos e preferências, o preço dos bens relacionados e suas expectativas
permaneçam inalterados. Assim procedendo, conseguiremos identificar o efeito que somente as
mudanças de preço provocam nas quantidades demandadas de uma determinada mercadoria. Dizemos
então que a demanda dessa mercadoria depende de seu preço, "Coeteris Paribus".
Da mesma forma, se quisermos saber como mudanças na renda afetam a demanda fazemos a
suposição de que apenas a renda varia, enquanto mantemos os outros fatores determinantes da demanda
constantes. Dizemos então que a demanda depende da renda, "Coeteris Paribus".
Naturalmente, esse procedimento pode ser estendido a todos os outros elementos que
influenciam a procura.
2.1.3. Relação entre Quantidade Demandada e Preço
Enfocaremos a relação entre quantidade demandada e preço, mantendo os outros determinantes
da demanda - renda, gosto e preços dos bens complementares e substitutos - constantes. Dito de outra
forma, enfocaremos a maneira pela qual compradores reagem a diferentes preços, "coeterís paribus",
ou seja, mantendo inalteradas sua disposição e capacidade de comprar.
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2.1.4. Escala de Demanda Individual
Imagine ser possível indagar a um consumidor qualquer, cujo salário mensal constitui sua
renda, quantos litros de leite ele estará disposto a adquirir, semanalmente, ao preço de, digamos, R$
4,00 por litro.
Dada sua renda, seu gosto etc., ele poderá responder que, a esse preço, estará disposto a
comprar, no máximo, 2 litros de leite por semana. Se diminuirmos o preço para R$ 3,00 e refizermos a
pergunta, talvez, a um preço mais baixo, ele esteja disposto a adquirir uma quantidade maior, no
máximo, quem sabe 4 litros de leite. A pergunta poderá ser repetida para outros preços, cujas respostas
poderão ser as seguintes:
Quadro 1 - Escala de Demanda
Preço (R$/unidade) Quantidade (litros/semana)
Ponto
4,00
2
A
3,00
4
B
2,00
6
C
1,00
8
D
Essa lista, mostrando a quantidade máxima de leite que o consumidor estará disposto a comprar,
a cada preço, chama-se "Escala de Demanda". Uma escala de demanda nos mostra a relação existente
entre as variáveis preço e quantidade. Verificamos então que à medida que o preço diminui, a
quantidade demandada de leite aumenta. Alternativamente, à medida que o preço aumenta, a
quantidade demandada diminui.
2.1.5. A Curva de Demanda Individual
Figura 1
A Curva de Demanda de Leite
A curva de demanda é desenhada de cima para baixo, da esquerda para direita, e sua inclinação
negativa indica que a quantidade demandada aumenta à medida que o preço cai. Esta característica
ilustra a "Lei da Demanda", e que se aplica a praticamente todos os bens: livros, açúcar, trigo, roupas,
eletrodomésticos, etc. Com base no que foi exposto até agora, podemos enunciar a "Lei Geral da
Demanda":
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"A
quantidade demandada de um bem ou serviço varia inversamente ao seu preço, presumindo-se
que tudo o mais que possa afetar a demanda - especialmente a renda, o gosto e preferência do
consumidor e o preço dos bens relacionados - permaneça o mesmo".
Segundo essa lei, portanto, toda vez que o preço diminui a quantidade demandada aumenta; toda
vez que o preço aumenta a quantidade demandada diminui.
A relação inversa entre preço e quantidade que determina a inclinação negativa da curva de
demanda deve-se basicamente a dois fatos:
a) o efeito substituição: se o preço de um bem aumentar, enquanto os preços dos outros bens
permanecem os mesmos, o consumidor procurará substituir o consumo desse bem, passando, então a
consumir um bem similar.
b) o efeito renda: supondo-se que a renda do consumidor, em termos nominais, permaneça a mesma,
quando o preço de um bem diminui, a renda dos consumidores, em termos reais, se eleva, tornando o
consumidor mais rico e fazendo com que ele possa aumentar o consumo do bem. De fato, preços mais
baixos induzem as pessoas que já adquiriam a mercadoria a demandar maiores quantidades da mesma.
Esse é o efeito renda, provocado pela queda no preço.
O efeito renda atua, também, em direção contrária. Assim, se o preço do bem aumentar, mantida
a renda nominal constante, o consumidor ficará, em termos reais, mais pobre, o que o induzirá a reduzir
o consumo do bem.
Destacamos ainda que a demanda é um fluxo por unidade de tempo. Na realidade, não tem
sentido dizer que determinado consumidor, "ao preço de R$ 2,00 estará disposto a adquirir 6 litros de
leite". Isso porque não saberemos dizer se a quantidade demandada refere-se a um período semanal,
mensal ou outro período de tempo qualquer. O correto é afirmar que determinado consumidor, ao preço
de R$ 2,00 estará disposto a adquirir 6 litros de leite por semana (mês ou qualquer outro período de
tempo).
O termo demanda é empregado para fazer referência a toda uma escala de demanda ou curva de
demanda. Um ponto na curva de demanda é chamado ponto de "quantidade demandada" e indica uma
única relação preço-quantidade. Mudanças no preço do produto provocam variações na "quantidade
demandada" desse produto (ao longo da curva da demanda). Ainda de acordo com o nosso exemplo, se
o preço diminuir de R$ 3,00 para R$ 2,00 por litro, haverá um aumento na quantidade demandada de
leite de 4 para 6 litros por semana (um movimento do ponto B para o C ao longo da curva de demanda).
Note-se que a demanda não se altera. Tanto a escala quanto a curva de demanda continuam as mesmas.
Mudanças da demanda ocorrem quando os fatores mantidos constantes sofrem alterações (ou seja,
quando temos mudança na condição coeteris paribus).
2.1.6. A Demanda de Mercado
Imaginemos um mercado de leite hipotético composto por somente 2 indivíduos, João e José,
com as seguintes escalas de demanda:
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Preço (R$/unidade)
Quadro 2 - Escala de Demanda de Mercado
Quantidade Demandada (litros de leite/semana)
João
José
Mercado (João + José)
4,00
2
3
5
3,00
3
5
8
2,00
4
7
11
1,00
5
9
14
A escala de demanda de mercado será dada pela soma das quantidades demandadas de João e José a
cada preço. Ao preço de R$ 4,00 eles estarão dispostos a comprar 5 litros de leite por semana (2 litros de
João + 3 litros de José). Seguindo o mesmo raciocínio, ao preço de R$ 2,00 João estará disposto adquirir 4
litros leite por semana, enquanto José estará disposto a comprar 7 litros de leite sema mente. Logo, a
quantidade demandada de mercado será de 11 litros de leite por semana. Esse raciocínio deve ser aplicado
aos outros preços.
Para encontrar a demanda de mercado devemos, portanto, somar horizontalmente todas as curvas
referentes a todas as pessoas do mercado.
A Figura 2 nos mostra a curva de demanda de mercado obtida a partir dados da escala de demanda
de mercado.
Para análise da demanda total, devemos observar que, além dos determinantes apresentados
anteriormente, um outro deve ser destacado: a demanda total depende do número de indivíduos
economicamente aptos a participar do mercado. Em outras palavras, a demanda total depende do tamanho
da população. Exemplificando, em cidades cuja população está a crescer a demanda por alimentos também
deverá aumentar.
Figura 2
Curva da Demanda de Mercado
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2.1.7. Demanda não Linear
Outro fato que deve ser notado é que a demanda não é, necessariamente linear. Apresentamos a
seguir, a título de exemplo, uma escala de demanda com representação gráfica não linear.
Quadro 3 - Escala de Demanda Não Linear
Preço (R$/unidade)
Quantidade Demandada (em unidades/mês)
25,00
100
20,00
140
15,00
200
10,00
300
5,00
500
A curva de demanda mostrada a seguir foi construída a partir dos dados constantes do Quadro 3
Figura 3 - Curva de Demanda Não Linear
2.1.8. Observações Gerais
Vale dizer, ainda, que a procura por qualquer bem ou serviço pode ser demanda composta, isto
é, constituída de uma série de usos diferentes. Exemplificando, a demanda por couro é um composto da
demanda de couro para cintos, sapatos, casacos etc.
Existe, também, a demanda conjunta, que ocorre quando os bens são complementares. Nesse
caso, um produto é procurado juntamente com outros. Exemplificando, há uma demanda conjunta de
raquetes e bolas de tênis, de automóveis e pneus para automóveis.
A demanda de um bem ou serviço pode, ainda, ser derivada da procura de algum bem final.
Exemplificando, a demanda de mão-de-obra de pedreiro é derivada da procura por casas.
2.2. Teoria Elementar da Oferta
2.2.1. O Conceito de Oferta Individual
Define-se por oferta de um determinado bem a quantidade desse bem que o produtor deseja
vender no mercado, por unidade de tempo. Da mesma forma que a demanda, a oferta é também um
fluxo.
A quantidade de um determinado bem que o produtor irá ofertar no mercado depende de vários
fatores, dentre os quais destacamos:
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• O Preço do Bem;
• O Preço dos Fatores de Produção;
• A Tecnologia;
• O Preço dos Outros Bens; e
• O Clima
a) A Oferta e o Preço do Bem (Curto Prazo)
Normalmente é de se esperar que quanto mais elevado for o preço de um bem, maior será o
estímulo ao produtor para aumentar sua produção. Como decorrência, maior deverá ser a quantidade
oferecida desse bem no mercado. Alternativamente, quanto menor for o preço de um bem, menor
deverá ser o estímulo a sua produção e, por decorrência, menor deverá ser a quantidade colocada desse
produto no mercado.
b) A Oferta e o Preço dos Fatores de Produção
A quantidade de um determinado bem que os produtores estão dispostos a oferecer no mercado
depende, acima de tudo, de seus custos de produção. Estes, por sua vez, dependem do preço pago pela
utilização dos fatores de produção. Reduções nos preços desses fatores, como por exemplo, reduções
nos níveis salariais, nos preços de matérias-primas e nas despesas de capital reduzem os custos,
tornando a produção mais lucrativa. O aumento na lucratividade tem duas consequências:
• estimula as empresas existentes a expandir a produção; e
• estimula a entrada de novas empresas no mercado.
É de se esperar, portanto, que a oferta da mercadoria que teve seus custos reduzidos aumente.
Alternativamente, elevações nos preços dos fatores de produção acarretam aumentos de custos e
diminuições na lucratividade, desestimulando a produção e diminuindo a oferta do bem que teve seus
custos aumentados.
c) Oferta e a Tecnologia
O estado atual da tecnologia - isto é, o estado de conhecimento a respeito dos diversos métodos
de produção - também relaciona-se diretamente com os custos de produção afetando, por decorrência, o
nível de oferta. Assim, avanços tecnológicos que permitam obter um volume maior de produção a
custos menores aumentarão a lucratividade das empresas produtoras do bem em cujo processo houve
uma evolução tecnológica, estimulando a produção e aumentando a oferta.
Exemplificando, a introdução de uma nova máquina que permita obter um maior rendimento na
produção de calçados permitirá que as empresas aumentem a quantidade desse produto a ser colocada
no mercado. Da mesma forma, a descoberta de um novo fertilizante pode aumentar a produtividade na
agricultura aumentando a oferta dos produtos beneficiados pela inovação tecnológica.
d) A Oferta e o Preço dos Outros Bens
A oferta de um produto poderá ser afetada pela variação nos preços de produtos que sejam
"substitutos" ou "complementares" na produção.
No caso de "bens substitutos na produção" podemos considerar aqueles bens que poderiam ser
produzidos com aproximadamente os mesmos recursos. Consideremos, por exemplo, o milho e a soja.
Se ocorrer um aumento no preço da soja, tornando essa cultura mais lucrativa e atraente que a cultura
do milho, agricultores que antes cultivavam milho poderão se interessar em plantar soja, provocando,
então, um deslocamento do plantio de milho para o plantio de soja. Haverá, então, um aumento na área
cultivada de soja e uma diminuição na área cultivada de milho. Como decorrência, deverá haver uma
redução na oferta de milho. Reparem que a redução da oferta de milho se dá em função do aumento no
preço da soja.
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Os "bens complementares na produção", por sua vez, são aqueles que apresentam alteração na
produção em função de variações de preço de outro bem. Esse é o caso da carne e do couro.
Exemplificando, um aumento no preço da carne poderá provocar um aumento no abate e, por
decorrência, um aumento da oferta de couro. Alternativamente, uma diminuição no preço da carne
deverá provocar uma diminuição na oferta de couro.
e) A Oferta e o Clima
As condições climáticas exercem uma grande influência na oferta de alguns produtos, em
particular dos produtos agrícolas. Exemplificando, uma geada pode fazer com que a oferta de café sofra
uma redução.
2.2.3. "Coeteris Paribus"
Observando os elementos que determinam a oferta, verificamos que todos variam
simultaneamente, tornando difícil uma análise da influência de cada um deles sobre a oferta.
Para contornar esse problema, vamos nos valer novamente da condição “Coeteris Paribus".
Permitiremos, então, que o preço de um produto se modifique, fazendo a suposição de que o preço dos
fatores de produção, a tecnologia, o preço dos outros bens e o clima (quando for o caso) permaneçam
inalterados. Assim procedendo, conseguiremos identificar o efeito que mudanças de preço provocam
nas quantidades oferecidas de uma determinada mercadoria. Dizemos, então, que a oferta dessa
mercadoria depende do seu preço, "Coeteris Paribus". Esse procedimento pode ser estendido a todos
os elementos que influenciam a oferta.
2.2.4. A Relação Entre a Quantidade Ofertada e o Preço
Enfocaremos, nesta seção, a relação entre a quantidade ofertada e o preço, supondo que os
outros fatores que influenciam a oferta - o preço de outros bens, o preço dos fatores de produção, a
tecnologia e o clima - permaneçam constantes (Coeteris Paribus). Em outras palavras, analisaremos a
maneira pela qual alterações de preços afetam a disposição e a capacidade do produtor de ofertar bens.
2.2.5. A Escala de Oferta Individual
A Escala de Oferta de um produtor individual mostra a quantidade de um determinado bem ou
serviço que esse produtor estará disposto a oferecer a diferentes preços possíveis, coeteris paribus (ou
seja, com os demais fatores que influenciam a oferta permanecendo constantes).
O Quadro 1 mostra uma escala de oferta hipotética, para um fabricante camisas.
Quadro 1 - Escala de Oferta de Camisas
Preço por unidade (R$) Quantidade (camisas que
Ponto
seriam ofertadas/mês)
100,00
400
A
80,00
300
B
60,00
200
C
40,00
100
D
A escala de oferta deve ser lida da seguinte forma: se o preço for 40,00/camisa, o produtor
estará disposto a oferecer 100 camisas por mês; se o preço for R$ 60,00/camisa a quantidade que o
produtor estará disposto a oferecer será de 200 camisas mensais e assim por diante.
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Observamos, a partir dessa escala, que a quantidade ofertada aumenta à medida que o preço se
eleva. Isso parece adequado se imaginarmos que o produtor, ao conseguir obter um preço mais alto por
sua mercadoria, sentir-se-á estimulado a aumentar a produção desse bem. Além disso, aumentos de
produção implicam em despesas adicionais com matérias-primas, energia elétrica, horas extras etc.
Tudo isso acaba por elevar o custo de produção fazendo com que o produtor somente aumente a
quantidade ofertada se a ele for oferecido um preço mais alto pela mercadoria.
2.2.6. Curva de Oferta Individual (Curto Prazo)
Assim como a curva de demanda é derivada da escala de demanda, a Curva de Oferta é obtida a
partir da escala de oferta. O eixo vertical é utilizado para representar o preço e o eixo horizontal para
representar a quantidade.
Na Figura 1 - Parte l - representaremos os pontos correspondentes à combinação preçoquantidade. A Figura 1 - Parte 2 - mostra a curva obtida a partir da união desses pontos. "Essa é a
curva de oferta, que nos mostra graficamente a relação entre a quantidade de camisas que o produtor
estará disposto a oferecer a cada possível preço."
O ponto C da curva de oferta nos mostra o preço de R$ 60,00/camisa e as 200 camisas que serão
oferecidas mensalmente a esse preço. O ponto B nos as 300 camisas que serão oferecidas por mês se o
preço for R$ 80,00, e assim por diante.
“Normalmente a curva de oferta é desenhada de baixo para cima, da esquerda para direita, e sua
inclinação positiva indica que a quantidade ofertada aumenta quando o preço do produto se eleva (e
diminui quando o preço se reduz).” Essa característica reflete a "Lei da Oferta", a seguir enunciada:
• Lei da Oferta
“A quantidade ofertada de um bem geralmente varia diretamente com seu preço, presumindo-se que
todos os outros fatores que influenciam a oferta permaneçam inalterados." Isso significa que a quantidade
de um bem oferecido à venda aumenta à medida que o preço desse bem se eleva, e diminui, quando o preço
desse bem cai.
Deve-se observar que a relação direta entre quantidade e preço é “geralmente” verdadeira, mas
nem sempre, pois podem acontecer casos em que quantidades maiores são vendidas ao mesmo preço ou
até a preços inferiores.
Figura 1 - A Curva de Oferta de Camisas
"O termo oferta é empregado para fazer referência a toda uma escala de oferta ou curva de
oferta. Um ponto na curva de oferta é chamado ponto de “quantidade ofertada e indica uma única
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combinação entre preço e quantidade.” Mudanças no preço do produto provocam variações na
quantidade ofertada desse produto (ao longo da curva de oferta). Na Figura 1 - Parte 2 - uma mudança
no preço do camisa de R$ 80,00 para R$ 100,00 aumenta a quantidade oferecida de 300 para 400
unidades mensais. Isso representa um movimento ao longo da curva de oferta (do ponto B para o ponto
A). Observa-se que a oferta não mudou. Tanto a escala quanto a curva de oferta permaneceram
inalteradas. Mudanças da oferta ocorrem quando os fatores mantidos constantes sofrem alterações
(quando a condição coeteris paribus é modificada).
2.2.7. Oferta de Mercado
Tal como fizemos com a demanda, podemos determinar a oferta de mercado através da soma
horizontal das quantidades ofertadas pelos produtores individuais a cada preço.
Suponhamos então um mercado hipotético composto por apenas 2 produtores, cujas escalas de
oferta são dadas a seguir (Quadro 2):
Quadro 2 - Escala de Oferta de Mercado
Preço por unidade
Quantidade Ofertada (camisas/mês)
(R$)
Produtor A Produtor B Mercado (A + B)
100,00
400
600
1.000
80,00
300
500
800
60,00
200
400
600
40,00
100
300
400
A escala de oferta de mercado será dada pela soma das quantidades oferecidas pelos produtores
A e B a cada preço. Verificamos então que ao preço de R$ 80,00 o produtor A estará disposto a
oferecer 300 camisas enquanto que a esse preço, o produtor B oferecerá 500 camisas/mês. Assim, ao
preço de R$ 80,00 a quantidade ofertada de mercado será de 800 camisas/mês. O mesmo raciocínio
aplica-se aos demais preços. A Figura 2 nos mostra a curva de oferta de mercado obtida a partir das
informações da escala de oferta de mercado.
Devemos observar que, na discussão sobre oferta total, além dos determinantes da oferta já
observados, há mais um elemento a ser considerado: a oferta total também irá depender do número de
produtores existentes no mercado.
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Figura 2 – A curva de Oferta de Mercado
Assim, quanto mais empresas existirem no mercado oferecendo determinado produto, mais
curvas de oferta haverá para serem somadas. Como conseqüência, mais para direita a curva de oferta
haverá para serem somadas. Como conseqüência, mais para direita a curva de oferta se encontrará.
Exemplificando, a curva de oferta total de computadores se deslocou para a direita a partir do
surgimento de mais empresas que passaram a produzi-los.
2.2.8. A Oferta não Linear
A oferta não é necessariamente, linear. A título de exemplo apresentaremos a seguir uma escala
de oferta com representação gráfica não linear.
Quadro 3 – Escala de Oferta não Linear
Figura 3 – Oferta não linear
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2.3. O Equilíbrio em um Mercado Competitivo
Nossa atenção estará voltada somente a um tipo de mercado - os mercados competitivos - que
são aqueles em que existem muitos compradores e vendedores, de forma tal que nenhum deles,
individualmente, consegue exercer influência significativa sobre os preços e quantidades de mercado.
Nossa análise será feita com auxílio do Quadro 1 , o qual fornece as escalas de oferta e demanda
de mercado para camisas.
Quadro 1 Escalas de Oferta e Demanda de Mercado de Camisas
Preço por
unidade
(R$)
Quantidade
Demandada
(camisas/mês)
Quantidade
Ofertada
(camisas/mês)
Excesso de Oferta ( + )
Excesso de Demanda (-)
Pressão sobre o Preço
100,00
1.000
11.000
+ 10.000
descendente
90,00
2.000
10.000
+ 8.000
descendente
80,00
3.000
9.000
+ 6.000
descendente
70,00
4.000
8.000
+ 4.000
descendente
60,00
5.000
7.000
+ 2.000
descendente
50,00
6.000
6.000
equilíbrio
nenhuma
40,00
7.000
5.000
- 2.000
ascendente
30,00
8.000
4.000
- 4.000
ascendente
20,00
9.000
3.000
- 6.000
ascendente
10,00
10.000
2.000
- 8.000
ascendente
A escala de demanda mostra a quantidade que os consumidores estão dispostos a comprar a
cada preço alternativo, e a escala de oferta indica a quantidade que os produtores estão dispostos a
vender a cada preço.
Se examinarmos atentamente as quantidades ofertadas e demandas a cada nível de preço,
descobriremos que existe apenas um preço - R$ 50,00 - ao qual a quantidade demandada é exatamente
igual à quantidade oferecida.
Um preço ao qual a quantidade demandada é exatamente igual à quantidade ofertada é um
Preço de Equilíbrio; a quantidade correspondente a esse preço é chamada quantidade de equilíbrio.
Esse preço emerge espontaneamente em um mercado competitivo, em que a oferta e a demanda de
confrontam. O preço de equilíbrio é aquele que, uma vez atingido, tende a persistir.
Mas, o que nos garante que a interação entre oferta e demanda provoca o surgimento de um
preço de equilíbrio?
Para entender adequadamente essa questão, tornemos a olhar escalas de demanda e de oferta
do Quadro 1. Suponhamos então que, um motivo qualquer, os produtores estabeleçam o preço da
camisa R$ 70,00. O que ocorreria? Nosso quadro mostra que a esse preço fabricantes estarão
produzindo mensalmente 8.000 camisas, ao passo que os consumidores estarão dispostos a comprar
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tão-somente 4.000 camisas por mês. Surge então um excedente de 4.000 camisas no mercado,
excedente é chamado "Excesso de Oferta". Se nada for feito, logo fabricantes ver-se-ão frente à
frente com uma quantidade enorme de mercadoria encalhada. Certamente, o acúmulo de estoques,
período após período, não é uma coisa interessante para os produtores, uma vez que eles necessitam de
dinheiro para pagar as despesas efetuadas na fabricação do produto. Com a intenção de realizar alguma
receita e eliminar o excesso de mercadoria, os fabricantes passam a vender o seu produto a preços mais
baixos. Acontece que cada produtor acredita que, se oferecer sua mercadoria por um preço inferior ao
dos demais, conseguirá atrair compradores e eliminar seu excedente. Os outros produtores, entretanto,
pensam do mesmo jeito. O fato de cada produtor acreditar que, se vender sua mercadoria por um preço
inferior ao dos demais, conseguirá eliminar seus estoques gerará um incentivo entre os demais
produtores para que os preços se reduzam ainda mais. Além disso, os consumidores percebem o
acúmulo de estoques e passam a regatear no preço. Os preços começa a diminuir para R$ 68,00, R$
65,00 e assim por diante. Essa redução preços faz com que aumente a quantidade demandada de
camisas, ao passo que a quantidade ofertada se reduz.
Suponhamos, então, que os preços, em função da competição, continuem baixando de tal forma
que as camisas passem a ser vendidas a R$ 60,00 a unidade. A esse preço os produtores colocarão no
mercado 7.000 camisas por mês. Os consumidores, entretanto, estarão dispostos a comprar somente
5.000 camisas a esse preço. Ainda haverá um excesso de oferta (2.000 camisas/mês). Pelo mesmo
processo o preço continuará a diminuir até atingir R$ 50,00 por camisa. A esse preço os consumidores
estarão dispostos a comprar a mesma quantidade - 6.000 camisas - que os produtores estarão dispostos
a vender. Já não existirá um excesso de oferta de camisas atuando no sentido de baixar o preço.
Suponhamos agora que o preço da camisa fosse inicialmente de R$ 30,00 a unidade. Uma
rápida olhada no Quadro 1 nos informa que a esse preço existirão muitas pessoas querendo comprar a
mercadoria, a razão de 8.000 camisas por mês. A esse preço, entretanto, os produtores estarão dispostos
a oferecer apenas 4.000 camisas mensalmente. Isso acontece porque, a preço tão baixo, poucos serão os
produtores dispostos ou em condições de produzir o bem em questão. Muitos deles já terão abandonado
o negócio, insatisfeitos com o preço praticado. Com a quantidade demandada sendo superior à
quantidade ofertada, haverá escassez de camisas, à razão de 4.000 camisas por mês. Essa escassez é
chamada "Excesso de Demanda". Nessas condições, muitos consumidores - na tentativa de participar
do mercado - se dispõem pagar um preço mais elevado pelo produto. Surge entre eles uma disputa, uma
verdadeira concorrência, cada qual disposto a pagar mais para obter a quantidade da mercadoria que o
satisfaça. Dessa forma, o preço acaba por elevar. Quando o preço é aumentado, a quantidade
demandada diminui, porque alguns compradores saem do mercado, ao passo que a quantidade
oferecida aumenta, porque os produtores expandem a produção em resposta ao preço mais elevado.
Isso irá reduzindo a diferença entre a quantidade oferecida e a quantidade demandada. Façamos, então,
a hipótese de que o preço aumente para R$ 40,00 a unidade. Em resposta ao aumento do preço os
produtores aumentam sua produção para 5.000 camisas por mês. Mesmo assim, ainda haverá escassez
de produto, à razão de 2.000 camisas por mês, significando que existem pressões no sentido de elevar
ainda mais o preço. Suponhamos, então, que o preço se eleve até R$ 50,00. A esse preço a quantidade
de camisas que os consumidores estão dispostos a comprar –6.000 camisas - é igual à quantidade que
os produtores estão dispostos a vender. Já não existe um excesso de demanda atuando no sentido de
elevar os preços.
Ao preço de R$ 50,00 não existe nem "Excesso de Oferta" nem "Excesso de Demanda". A esse
preço a quantidade ofertada é exatamente igual à quantidade demandada. Não existe nenhuma
tendência para que o preço mude. Esse é o Preço de Equilíbrio ".
Em termos gráficos, o equilíbrio ocorre na intersecção das curvas de demanda e oferta de
mercado.
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A Figura 1 nos mostra as curvas de demanda e oferta obtidas a partir das que acabamos de
analisar. O preço e a quantidade de equilíbrio correspondem ao ponto em que a curva de demanda e de
oferta se cruzam (Ponto E).
Figura 1
2.3.1. O Excesso de Oferta
Em termos gráficos, a qualquer preço acima do equilíbrio a curva de oferta fica à direita da
curva da demanda e a distância horizontal entre elas mede o "Excesso de. Oferta". Vamos explicar o
"excesso de oferta" a partir da Figura 2 ( os dados são os mesmos do Quadro 1).
Suponhamos então que o preço da camisa seja de R$ 80,00. A esse preço os consumidores
estarão dispostos a adquirir' 3.000 camisas/mês (o ponto A na curva de Demanda). Entretanto, os
produtores estarão dispostos oferecer 9.000 camisas/mês a esse preço (ponto B na curva de oferta),
gerando assim um excesso de oferta de 6.000 camisas por mês (dado pela distância AB).
Nessa situação, cada vendedor com excedente acredita que se vender s produto a um preço
inferior ao dos demais, conseguirá eliminar o excesso de mercadoria encalhada. Existe, assim, um
estímulo para que o preço se reduza. Com a redução de preço haverá um aumento na quantidade
demandada (ao longo da curva de demanda) e uma redução na quantidade ofertada (ao longo da curva
de oferta).
O preço continuará a diminuir até atingir o nível de R$ 50,00, quando quantidade de camisas
que os consumidores estarão dispostos a adquirir será exatamente igual à quantidade de camisas que os
produtores estarão dispostos a oferecer no mercado.
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Figura 2
2.3.2. Excesso de Demanda
Façamos então a hipótese de que o preço esteja abaixo do preço de equilíbrio. Nessa situação, a
curva de oferta fica à esquerda da curva de demanda, e a distância horizontal entre elas mede o
"Excesso de Demanda".
Suponhamos então que o preço seja de R$ 30,00 por camisa. A esse preço os consumidores
desejam 8.000 camisas (ponto F na curva de demanda), enquanto que os produtores estarão dispostos a
colocar somente 4.000 camisas no do (ponto C na curva de oferta).
Nessas condições teremos o surgimento de um excesso de demanda de 4.000 camisas/mês
(dado pela distância CF). Confrontando-se com essa situação os consumidores disputarão entre si o
suprimento disponível do produto, cada qual disposto a pagar mais para levar a mercadoria. Como
resultado, o preço começa a se elevar. A quantidade demandada diminui (ao longo da curva de
demanda) e a quantidade ofertada aumenta (ao longo da curva de oferta), reduzindo o excesso de
demanda. O preço continuará subindo até atingir o nível de R$ 50,00 quando então a quantidade
demandada de camisas será exatamente igual à quantidade oferecida pelos produtores.
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Figura 3
2.3.3. O Equilíbrio com Oferta e Demanda não lineares
Quadro 2. O Equilíbrio com Escalas de Oferta e Demanda Não Lineares
Preço
(R$/unidade)
Quantidade
Quantidade
Demandada Oferecida (em
unidades/mês) unidades/mês)
Excesso (+ ) ou
Escassez
Pressão sobre o Preço
25,00
100
540
440 ( + )
Descendente
20,00
140
500
360 ( + )
Descendente
15,00
200
420
220 ( + )
Descendente
10,00
300
300
Equilíbrio
Nenhuma
5,00
500
140
360 (-)
Ascendente
Figura 4
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LISTA DE EXERCICIOS
1) Observe a escala de demanda dada a seguir:
Preço
(R$/unidade)
Escalas de Demanda de Mercado
Quantidade demandada
(unidades/mês)
Pontos
100,00
20
A
70,00
40
B
40,00
80
C
20,00
120
D
10,00
150
E
a) A partir dessa escala, desenhe a "curva de demanda".
b) Indique o que aconteceria nos seguintes casos, aproveitando para identificá-los no gráfico já desenhado:
a) o preço aumenta de R$ 20,00 para R$ 70,00;
b) o preço diminui de R$ 40,00 para R$ 20,00
2) Observe a escala de oferta dada a seguir:
c)
d)
e)
f)
Preço
(R$/unidade)
Escalas de Oferta de Mercado
Quantidade demandada
(unidades/mês)
Pontos
100,00
130
A
70,00
110
B
40,00
80
C
20,00
50
D
10,00
20
E
A partir dessa escala, desenhe a “Curva de Oferta”.
Indique o que aconteceria nos seguintes casos, aproveitando para identificá-los no gráfico já desenhado:
o preço aumenta de R$ 20,00 para R$ 70,00
o preço diminui de R$ 40,00 para R$ 20,00
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3) A partir das escalas apresentadas nas questões anteriores , pede-se:
a) Construa uma tabela com as escalas de demanda e de oferta;
b) Identifique, a partir dessas escalas, o preço e a quantidade de equilíbrio;
c) Construa o gráfico do equilíbrio de mercado, identificando o ponto em que ele ocorre;
d) Identifique, inclusive graficamente, o que estaria ocorrendo no mercado caso o preço fosse de
R$ 70,00;
e) Identifique, inclusive graficamente, o que estaria ocorrendo no mercado caso o preço fosse de
R$ 20,00.
DETERMINAÇÃO MATEMÁTICA DO EQUILIBRIO
A Demanda:
•
Faremos aqui a suposição de que a demanda é uma função linear do preço, coeteris paribus. Isso
significa dizer que a renda dos consumidores, o gosto e o preço dos outros bens permanecem constantes,
enquanto que somente o preço da mercadoria varia. Assim, variações na quantidade demandada serão
decorrentes de variações no preço do bem.
•
Faremos ainda a suposição de que a demanda é função decrescente do preço, ou seja, quanto mais baixo
for o preço maior será a quantidade demandada (e quanto maior é o preço menor é a quantidade
demandada).
•
Podemos escrever a função demanda:
Qd = a - bP
Onde: Qd = quantidade demandada
P = preço
a e b são constantes positivas
A Oferta:
•
Faremos aqui a suposição de que a oferta é uma função linear do preço, coeteris paribus. Isso significa
dizer que o preço dos fatores de produção, o preço dos outros bens e a tecnologia permanecem
constantes, enquanto que somente o preço da mercadoria varia. Assim, variações na quantidade ofertada
serão decorrentes de variações no preço do bem. Supomos ainda que a oferta é uma função crescente do
preço, significando que quanto maior for o preço maior será a quantidade ofertada e quanto menor o
preço, menor a quantidade ofertada.
•
Podemos escrever a função oferta da seguinte forma:
Qo = c + dP
Onde:
Qo = quantidade ofertada
P = preço
c e d são constantes positivas
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EXERCICIO
4) Dados:
Função Demanda: Qd = 30 – 4P
Função Oferta: Qo = 6 + 2P
Pede-se:
a) Determinar o preço e a quantidade de equilíbrio.
b) Fazer o gráfico que representa o equilíbrio de mercado.
c) Se o preço for R$ 5,00, estará ocorrendo um excesso e demanda ou um excesso de oferta de
mercado? De quanto seria esse excesso?
d) Representar graficamente o que estaria ocorrendo no mercado se o preço fosse de R$ 5,00.
BIBLIOGRAFIA:
BEGG, David K. H. Introdução à economia: para cursos de Administração, Direito, Ciências Humanas e Contábeis. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2003.
GREMAUD, AMAURY P. ..[et al] Manual de Economia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
MCGUIGAN, James R. Economia de Empresas: Aplicações, Estratégias e Táticas. São Paulo: Thomson, 2007.
PASSOS, C. R. M. Princípios de economia. São Paulo: Pioneira, 1998.
ROSSETTI, J. P. Introdução à Economia. 19. Ed. São Paulo: Atlas, 2003.
SILVA, C. R. L. Economia e mercados: introdução à economia. São Paulo: Saraiva, 2001.
TROSTER, R. L.; MORCILLO, F. M. Introdução à economia. São Paulo: Makron Books, 19
VASCONCELLOS, Marco Antônio S. & GARCIA, Manuel E. Fundamentos de Economia. São Paulo: Saraiva, 2004.
WESSELS, Walter J.Economia Essencial. São Paulo: Saraiva, 2003.
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II. NOÇÕES DE MICROECONOMIA