PRODUTO 2.3 DIAGNOSTICO DA SITUAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO Diagnóstico dos Serviços de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos AGOSTO/2015 Sumário 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 5 2. ANÁLISE DOS ESTUDOS EXISTENTES PARA LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ...................................................................... 23 3. CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS E DA LIMPEZA URBANO........................................................................................................................ 26 4. IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS COMRISCO DE CONTAMINAÇÃO POR RESÍDUOS SÓLIDOS ..................................................................................................................... 71 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 76 8. ANEXO..................................................................................................................... 82 6. 7. POTENCIALIDADES E DEFICIÊNCIAS......................................................... 78 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 80 GERAL O presente documento intitulado Produto 02 – Diagnóstico da situação do saneamento básico – é parte integrante do PSB/GUA do Município de Guaramirim, elaborado através da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano – SPDU, do Conselho de Saneamento Básico de Guaramirim e do Conselho de Saúde. O Plano de Saneamento de Guaramirim – PSB/GUA – será composto de 08 (oito) produtos, a saber: Produto 01 – Planejamento do processo de elaboração do Plano; Produto 02 – Diagnóstico da situação do saneamento básico; Produto 03 – Prognósticos e alternativas para a universalização dos serviços; Produto 04 – Programas, projetos e ações; Produto 05 – Ações para emergências e contingências; Produto 06 – Termo de Referência para a elaboração do Sistema de Informações Municipal; Produto 07 – Mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática; Produto 08 – Relatório Final do Plano – Documento Síntese. Especificamente neste documento estão sendo apresentadas a introdução e contextualização, aspectos legais, políticos, institucionais de gestão dos serviços, diagnóstico do município, caracterização do ambiente e impacto na saúde, na cidadania e nos recursos naturais, objetos do Produto 02, para os serviços de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos. Este Produto tem como estrutura principal a Política de Saneamento Básico de Guaramirim sustentada pela Lei nº 11/2010. Pautados nesta premissa os textos apresentados procuram detalhar a metodologia a ser utilizada na elaboração do Plano de Saneamento de Guaramirim – PSB/GUA, bem como as ações, materiais e métodos, sempre voltados para um produto que promova ao final a universalização ao saneamento com qualidade, equidade e continuidade, explanando as deficiências e potencialidades do município no que tange os serviços de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos. PRODUTO 2 DIAGNOSTICO DA SITUAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO INTRODUÇÃO ITEM I 1. INTRODUÇÃO 1 INTRODUÇÃO Até pouco tempo atrás, o ser humano possuía uma postura pontual e simplista de encarar o ambiente. Atualmente, a crença de que os recursos naturais são facilmente recompostos e renováveis caiu por terra, assim, há que se adotar por parte de todos os setores produtivos urbanos uma nova tratativa ambiental, econômica e social, de forma holística e globalizada. Cita a Agenda 21 (Ministério do Meio Ambiente), documento exarado na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio de Janeiro, 1992), que “o desenvolvimento sustentável introduz o objetivo global de um crescimento econômico e social duradouro, pensando com equidade e certeza científica, e que não dilapide o patrimônio natural das nações ou perturbe desastradamente os equilíbrios ecológicos”. A sustentabilidade deve se apoiar, pois, na proteção e restauração das características e processos biológicos presentes na comunidade urbana, e no impacto das cidades sobre os recursos naturais do meio ambiente, envolvendo, dentre outros, a reciclagem de materiais e nutrientes. Apesar disso, e das crises econômicas pelas quais o mundo tem passado, o processo de industrialização tem crescido, influenciando a produção de bens de consumo. O conseqüente envolvimento na geração de riquezas e de poder torna quase impossível a reversão deste quadro, aumentando em progressão geométrica a devastação dos recursos naturais, incentivando o desperdício e o acúmulo de resíduos. Dessa forma, o aumento populacional, a industrialização, a globalização da economia, os impactos causados pelo acondicionamento e lançamento incorreto de resíduos no meio ambiente físico, agravados pela ausência de áreas para disposição final são alguns dos itens que irão influenciar desde os processos de geração até o tratamento final dos resíduos. A necessidade de dar uma destinação a esse “lixo” seja através das já conhecidas técnicas de gerenciamento, seja pela legislação vigente que procura na medida do possível, racionalizar o uso de produtos, torna-se urgente. Os impactos causados pelos resíduos no ambiente urbano, embora pouco entendidos, constituem fatores restritivos ao desenvolvimento, pois reduzem a qualidade de vida, com efeitos na saúde, na economia pública e no setor produtivo. 1.1 PANORAMA E CONCEITUAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS O Gerenciamento de Resíduos torna-se uma ferramenta de grande potencial, quando se trata de Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Esses três princípios são de grande importância a partir do momento em que a idéia seja a de transformar o comportamento da sociedade em relação aos resíduos por ela produzidos, buscando ampliar a atenção da população não só para as questões relacionadas à coleta, como também para o seu destino final. Além desses três elementos, agregou-se um novo conceito, o da necessidade de se repensar atitudes, procurando mudar os hábitos de vida dos indivíduos, induzindo-os a consumir menos, a avaliar a real necessidade de se obter determinados itens ou produtos. Como o gerenciamento de resíduos é o processo de sistematização das técnicas de redução, reciclagem e reutilização, ele é aplicado em todas as fases que seguem desde a geração, coleta e manejo, até a sua disposição final. Falando-se amiúde sobre cada fase do gerenciamento, tem-se que: A GERAÇÃO é pertinente a cada tipo de usuário, ou seja, o domiciliar acontece nas casas de cada morador, o volume gerado depende do número de pessoas, do nível de escolaridade e das classes sociais. Quanto maior o número de pessoas, maior a quantidade de resíduos a ser descartada. A escolaridade influencia na forma de descarte dos resíduos, algumas pessoas podem ter acesso à educação ambiental por meio dos filhos que estejam em fase escolar, ou mesmo pela associação do bairro onde vive e, conseqüentemente, são informadas quanto à importância para o meio ambiente da sistemática de separação dos resíduos de acordo com sua tipologia, o que facilita o entendimento e a importância desse procedimento. Apesar dessa informação ser bastante difundida em todos os meandros dos municípios, resíduos ainda são descartados de forma incorreta, seja em áreas situadas às margens dos córregos, seja em terrenos baldios, ou outros de igual importância, comprometendo tanto os caminhos naturais de escoamento das águas pluviais, quanto artificiais, causando entupimento de redes, desencadeando escorregamentos de solo e, conseqüentemente, o assoreamento de cursos d’água. São inúmeros os casos de inundações e corridas de massa (ver Figura 1.1 a seguir), decorrentes desta falta de conhecimento da população mais carente, que é justamente a menos favorecida em termos de moradia e acesso à informação. Figura 1 – Ilustração de ocupação irregular, disposição incorreto de resíduo Infelizmente, as classes sociais mais abastadas mesmo detendo o conhecimento de causa, também tem sua parcela de culpa gerando resíduos em quantidades absurdas, cuja origem principal está no consumo exacerbado de bens sem real necessidade. Além disso, muitas pessoas ainda não fazem uso da separação de resíduos e, desta forma, o volume que segue para os aterros continua sendo muito grande. Além dos públicos, os resíduos também são gerados pelo comércio em geral, hospitais (serviços de saúde), indústrias e construção civil. O comércio normalmente gera resíduos associados às atividades pertinentes ao seu ramo, ou seja, açougues geram essencialmente resíduos orgânicos; supermercados geram orgânicos, papel, papelão, latas de alumínio, garrafas PET, entre outros; sapatarias, papelão, papel e plástico filme e assim por diante. Grandes geradores de resíduos sejam eles comerciais (shopping centers, hipermercados), ou indústrias, devem possuir uma normatização específica e devem executar um plano de gerenciamento dito Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS onde, falando “a grosso modo”, os resíduos são classificados por sua tipologia (a ser comentado em item pertinente) e volume gerado, tendo sua destinação ou tratamento, a partir dessa classificação. Norteados pela resolução CONAMA nº 358/2005, os resíduos provenientes de Estabelecimentos de Assistência a Saúde Humana e Animal e outros, no caso da construção civil, os instrumentos que nortearão suas ações e critérios para a gestão de seus resíduos é a Resolução CONAMA nº 307 – 05/07/2002. Estes documentos traçam diretrizes e ações tanto para o armazenamento temporário e gerenciamento dos resíduos dentro do canteiro de obras, quanto para sua coleta e destinação final. É mister salientar que os planos de gerenciamento de grandes geradores são importantes, por que são eles que irão administrar o gasto de matéria prima em cada atividade dentro do processo produtivo do estabelecimento, minimizando desperdícios, melhorando o lucro da empresa e diminuindo o volume de resíduos que segue para o aterro, aumentando com isso, sua vida útil. Esse assunto será abordado amiúde em item pertinente nesse trabalho. A COLETA é a fase que concerne à Prefeitura ou à concessionária específica que cuida de todos os itens relacionados à esta atividade, ou seja, disponibilizando caminhões, cujo tamanho e capacidade de carga dependerão exclusivamente do volume a ser coletado. Nessa fase são traçadas as rotas de coleta e a freqüência com que o caminhão irá passar pelos bairros. O número de garis, ou guarnição, a ser destinado para a rota, também dependerá da população a ser atendida. No caso de haver coleta seletiva, a prefeitura ou a concessionária responsável pelo serviço, deverá informar à população as datas e horários de passagem dos caminhões. A mesma rotina servirá para a coleta seletiva. Os resíduos provenientes dos grandes geradores são de responsabilidade do próprio gerador, normalmente hospitais, clínicas, indústrias, shopping centers, hipermercados e construção civil, procedem à contratação de empresa ambientalmente licenciada, específica para esse fim. MANEJO: manejar o resíduo significa separá-lo e dar destinação correta a ele. De acordo com o IBGE em sua Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, feita em 2008 e publicada em 2010, conforme apresentado na Tabela 1.1 e Gráfico 1.1 as estimativas da composição gravimétrica dos resíduos sólidos coletados no Brasil, nesta data, eram: Tabela 1 - Composição gravimétrica dos resíduos sólidos coletados no Brasil Resíduos Participação (%) Quantidade (ton/dia) Material reciclável 31,9 58.527,40 Metais 2,9 5.293,50 Aço 2,3 4.213,70 Alumínio 0,6 1.079,90 Papel, papelão e Tetrapak 13,1 23.997,40 Plástico total 13,5 24.847,90 Plástico filme 8,9 16.399,60 Plástico rígido 4,6 8.448,30 Vidro 2,4 4.388,60 Matéria orgânica 51,4 94.335,10 Outros 16,7 30.617,90 Total 100,0 183.481,50 Fonte: IBGE, 2008. Grafico 1 - Composição gravimétrica dos resíduos sólidos coletados no Brasil Fonte: IBGE, 2008. que: Ainda de acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, notou-se “Os programas de coleta seletiva de resíduos sólidos aumentaram de 58 identificados em 1989 para 451 em 2000, alcançando um patamar de 994 em 2008. Esse avanço ocorreu principalmente nas regiões Sul e Sudeste, onde, respectivamente, 46% e 32,4% dos municípios informaram ter programas de coleta seletiva que cobriam todo o município. Os materiais separados eram prioritariamente: papel e/ou papelão, plástico, vidro e metal (materiais ferrosos e não ferrosos), sendo os principais compradores, comerciantes de materiais recicláveis, indústrias recicladoras, entidades beneficentes e outras entidades”. Percebe-se pela Tabela 1 e Gráfico 1, que os resíduos normalmente gerados nos municípios brasileiros são: papelão, plásticos (garrafas PET incluídas nesse item), latinhas de alumínio e orgânicos. O incremento percebido na pesquisa pode ser um sinal não somente da conscientização dos governos, mas também da população quanto à necessidade de reaproveitamento e reciclagem de materiais, como também da implantação de normas e leis que assegurem essa atividade. Os primeiros, papelão e plásticos, podem ser reutilizados ou reciclados, sendo que nesse caso há necessidade que haja separação na fonte, de forma a não haver contaminação por resíduos orgânicos. Ainda de acordo com o IBGE, o Brasil é o país que mais recicla latas de alumínio, explica-se que esse fator esteja associado ao alto valor da matéria prima, do grande número de trabalhadores sem qualificação e da pouca opção de empregos, e não à consciência ambiental da população propriamente dita. No caso dos resíduos industriais, o ato de reciclar ou reaproveitar materiais descartados ou resíduos, dependerá principalmente do que for proposto no plano de gerenciamento de cada empreendimento. Existe hoje, por pressão da própria população, e também por definição da Lei que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a chamada logística reversa, onde produtos retornam do consumidor para as fábricas, exemplo disso está nas indústrias de eletroeletrônicos e de baterias. Assim, o consumidor retorna o item para o vendedor, que o devolve para a fábrica para reaproveitamento. Essa sistemática faz com que resíduos de alto valor econômico, e de difícil degradação que normalmente seguiriam para o aterro, sejam reinseridos no processo produtivo. Os resíduos da construção civil também podem ser reciclados ou reaproveitados. No caso dos resíduos de serviços de saúde, os únicos ditos recicláveis são os provenientes da área administrativa, classificados como comuns de acordo com a classificação estipulada pela Resolução Conama 358/2005 – vide Quadro 1.2 a seguir. Este assunto também será tratado em item pertinente no presente trabalho. O processo de DESTINAÇÃO FINAL de resíduos dependerá da tipologia do resíduo gerado. Resíduos enquadrados como Domiciliares, são enviados ao aterro sanitário. Os Resíduos industriais são destinados de acordo com a sua classificação, que será definida pela Norma ABNT NBR 10004/2004, ou seja, aqueles classificados como perigosos – ver Quadro 1.1 a seguir – são destinados a aterros especificamente tratados e projetados para esse fim, e assim por diante. Tabela 2 – Classificação de resíduos segundo a ABNT 10004/2004 Classificação Tipologia Justificativa Classe I Perigosos Característica de um resíduo que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto contagiosas pode apresentar: corrosividade, inflamabilidade, reatividade, toxicidade, patogenicidade. Classe II Não perigosos Classificados de acordo com anexo H dessa Norma. Classe II A Não inertes Classe II B Inertes São aqueles que não são classificados como Classe I e nem como Classe II. Têm propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade, ou solubilidade em água. Aqueles que após passarem por testes segundo a NBR 10006 e NBR 10007, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados, a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor. (Anexo G desta norma). Fonte: ABNT NBR, 10004/2004. Conforme foi dito anteriormente, os Resíduos de Serviços de Saúde são classificados de acordo com anexo 1 da Resolução Conama 358/2005, conforme ilustra o Quadro 1.2, e são destinados em função dessa classificação, de acordo com o disposto nos artigos 15 a 24 dessa Resolução. Quadro 1.2 – Classificação de resíduos segundo a Resolução Conama 358/2005 Classificação Tipologia A1 Grupo A – Resíduos com a possível presença de agentes biológicos, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de contaminação A2 A3 A4 1. Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética; 2. Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 3. microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente, que se torne epidemiologicamente importante, ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido; 4. Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta; 5. Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. 1. Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica. 1. Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 cm ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo pacientes ou familiares. 1. Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados; 2. Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médico hospitalar e de pesquisa, entre outros similares; 3. Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons; 4. Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo; 5. Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre; 6. Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação diagnóstica; 7. Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos, bem como suas forrações; 8. Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão A5 Grupo B – Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. B 1. Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais A resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons. 1. Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas B atualizações; 2. Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes; 3. Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fi xadores); 4. Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas; Grupo C - Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista. Grupo D - Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Grupo E – Materiais perfurocortantes ou escarificantes 5. Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR-10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos). C D 1. Enquadram-se neste grupo quaisquer materiais resultantes de laboratórios de pesquisa e ensino na área de C saúde, laboratórios de análises clínicas e serviços de medicina nuclear e radioterapia que contenham radionuclídeos em quantidade superior aos limites de eliminação. 1. Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia e hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não classificados como A1; 2.D Sobras de alimentos e do preparo de alimentos; 3. Resto alimentar de refeitório; 4. Resíduos provenientes das áreas administrativas; 5. Resíduos de varrição, flores, podas e jardins; e 6. Resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde. E Fonte: BRASIL, 2005. 1. Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; E micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares. Os provenientes da Construção Civil são classificados de acordo com o parágrafo segundo, subitem V - Destinação, da Resolução CONAMA nº307 – 05/07/2002, conforme ilustra o Quadro 1.3. Outro ponto importante é o estabelecimento de áreas para recebimento e armazenamento temporário de resíduos provenientes de pequenos geradores que, segundo esta mesma Resolução, deverão ser definidas e cadastradas pelo município em seu Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Classificação Classe A Classe B Classe C Classe D Resíduo Alvenarias, concretos, argamassas e solos – podem ser reutilizados na forma de agregados. Destinação Deverão ser utilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura. Resíduos recicláveis para outra Deverão ser reutilizados, destinação como restos de reciclados ou encaminhados a madeira, papelão, plásticos, áreas de armazenamento metal, vidros e papel, que temporário, sendo dispostos podem ser reutilizados no de modo a permitir a sua próprio canteiro de obras ou utilização ou reciclagem encaminhados para reciclagem. futura. Resíduos para os quais ainda Deverão ser armazenados, não foram desenvolvidas transportados e destinados em tecnologias para o seu conformidade com as normas reaproveitamento/reciclagem, técnicas específicas. como o gesso, por exemplo. Resíduos perigosos: tintas, Deverão ser armazenados, solventes e óleos, ou transportados, reutilizados e contaminados oriundos de destinados em conformidade demolições, reformas e reparos com as normas técnicas em clínicas radiológicas, específicas. indústrias, e outros. Fonte: BRASIL, 2002. A Destinação Final pode ser subdividida em algumas categorias a saber: Aterro sanitário – “Técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzilos ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se necessário” (Fonte: ABNT). No setor onde acontecerá a disposição de resíduos há uma tratativa específica para proteção do solo e do lençol freático, através do uso de mantas para impermeabilização desse solo, drenos de encaminhamento do chorume até o sistema de tratamento, drenos de encaminhamento da água de chuva de forma a impedir que seu maior volume penetre nas células de resíduos, e cobertura da célula quando atingir a cota de utilização prevista em projeto. As diretrizes para apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos são dadas pela norma ABNT NBR 8419/92. Figura 2 – Figura esquemática de um aterro sanitário Fonte: GTT, 2015, http://limpezapema.com.br/aterro_sanitario.asp - Aterros controlados - são parecidos com os citados anteriormente, porém sem as medidas de proteção ambiental estipuladas naquele tipo de aterramento – vide Figura 1.3. Figura 3 – Figura esquemática de um Aterro Controlado Fonte: GTT, 2015, http://limpezapema.com.br/aterro_sanitario.asp - Lixões – são áreas de bota fora de resíduos de todas as espécies, dispostos de maneira caótica, sem qualquer medida de proteção ambiental, possibilitando a atração de macro e micro vetores, afetando a saúde pública. Percebe-se pelos conceitos acima relacionados que o aterro sanitário é a forma mais correta de aterramento de resíduos, haja vista os procedimentos de engenharia utilizados para a proteção do meio ambiente e da área circunvizinha a ele. Os aterros controlados podem ser realizados, porém não possuem a rigidez exigida por aqueles, o que pode ocasionar alguns problemas de ordem ambiental. No caso dos lixões, salienta-se que o comprometimento da área e do meio ambiente é da ordem de 100%, pois nesse caso o lixo é lançado a céu aberto, facilitando a entrada de pessoas, animais e a proliferação de vetores e doenças, conforme foi colocado no item pertinente. Para os resíduos ditos orgânicos, deverá ser previsto um pátio de compostagem dentro do próprio aterro sanitário, de forma a se proceder ao tratamento desse material. Os resíduos provenientes da capina e roçagem também podem ser aproveitados na sistemática da compostagem No caso dos Resíduos de Serviços de Saúde, a forma da sua destinação final será definida de acordo com a Resolução Conama 358/2005 – artigos 15 a 24. 1.2 LEGISLAÇÃO Na necessidade de se solucionar questões urbanas como as expostas, e por ser o Brasil um país de grandes proporções territoriais, que possui uma série de situações econômicas e sociais díspares, que tornam a solução dos problemas ocasionados pela geração de resíduos e o seu gerenciamento bastante complexos e trabalhosos, o Governo Federal criou a Lei Nacional de Saneamento Básico – Lei n° 11.445/2007 que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico, regulamentada pelo Decreto nº 7.217 de 21 de Junho de 2010, norteando as ações para a erradicação de lixões, implantação da coleta seletiva e compostagem de resíduos orgânicos em todos os municípios brasileiros. Vale ressaltar que a União somente poderá liberar recursos e firmar contratos e convênios voltados para esse tema, para municípios que tiverem elaborado seu Plano de Gestão de Resíduos Sólidos, em atendimento à Lei Nacional de Resíduos Sólidos – 12.305/2010, vinculada àquela. Citando o artigo segundo da Lei da Política Nacional de Saneamento Básico, tem-se que os serviços públicos voltados para esse fim, deverão ter seu acesso universalizado, ou seja, toda a população deverá ser atendida por abastecimento de água, esgotamento sanitário e limpeza urbana, de forma a melhorar a qualidade de vida da população e proteger o meio ambiente. No que tange especificamente aos resíduos sólidos, o artigo terceiro desta Lei define limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos como sendo: “Conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas”. (BRASIL, 2011) O Estado de Santa Catarina tem sua Política de Resíduos Sólidos direcionada pela Lei nº 13.557 de 17/11/2005, que define que: Art. 25. A aprovação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, conforme definido no art. 20 desta Lei, é condição imprescindível para o recebimento de financiamentos e incentivos fiscais.” Art. 6º A ação do Poder Público na implementação dos objetivos previstos nesta Lei será orientada pelas seguintes diretrizes: I - incentivo à não-geração, minimização, reutilização e reciclagem de resíduos; II - incentivo ao desenvolvimento de programas de gerenciamento integrado de resíduos sólidos;” Art. 4º São objetivos da Política Estadual de Resíduos Sólidos: VII - incentivo à criação e ao desenvolvimento de associações e/ou cooperativas de catadores e classificadores de resíduos sólidos recicláveis; No âmbito municipal, o objetivo do gerenciamento é a limpeza da área urbana e seus bairros, por meio de um sistema de coleta e transporte adequado, do tratamento dos resíduos utilizando tecnologias compatíveis com a realidade do município, e da garantia de um destino ambientalmente correto e seguro. O Plano de Saneamento Básico de Guaramirim (PSB/GUA) está sendo elaborado nos termos previstos na legislação supracitada, abrangendo os quatro componentes do saneamento básico, e levando em consideração as características de cada setor da cidade. O estudo ora apresentado é parte integrante do Diagnóstico do Município, e foi baseado em levantamentos realizados em campo, com o intuito de direcionar os trabalhos a serem apresentados. Segundo a Lei nº 11.445/2007, acima referenciada, um diagnóstico voltado para o planejamento de serviços de saneamento básico, deverá abranger, no mínimo: I - diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida,utilizando sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando as causas das deficiências detectadas; Em uma linguagem bem simples, diagnosticar significa identificar através de levantamentos realizados in loco e de documentos existentes, os principais elementos componentes de um serviço de saneamento básico. No presente caso, trata-se dos serviços de limpeza urbana e de destinação final dos resíduos que porventura forem recolhidos, englobando nessa tratativa a coleta de recicláveis, de serviços de saúde e de resíduos da construção civil de pequenos geradores. Desta lista são retirados os provenientes dos grandes geradores que deverão, em seus Planos de Gerenciamento, traçar formas de manejo e destinação de seus resíduos, e os oriundos das indústrias, pois nesse caso, o próprio gerador também é responsável pelo seu gerenciamento. Associem-se aos primeiros, os provenientes da varrição de logradouros, capina e roçagem e coleta de animais mortos. O diagnóstico é o primeiro passo para se detectar falhas e potencialidades nas questões urbanas. É um ponto primordial na definição de metas e estratégias de melhoria dos serviços, pois se conhecendo amiúde as características de determinado serviço, pode-se aprimorá-las ou trabalhar-se com afinco para mantê-las. Proporciona com isso, melhoria na qualidade de vida da população, evitando prejuízos ou riscos a ela e ao meio onde está inserida, em observação às normas relativas à saúde pública, segurança, meio ambiente, proteção individual e coletiva. Esta finalidade perpassa ainda questões como menores custos de operação e responsabilidade sócio ambiental. 1.3 GESTÃO DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SOLIDOS URBANOS 1.3.1 ANÁLISE GERAL De acordo com o IPEA – Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, Fundação Pública Federal vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, em seu Plano Nacional de Resíduos Sólidos: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos, Agropastoris e a Questão dos Catadores – Número 145 - 25/04/2012, a taxa de cobertura da coleta regular de resíduos sólidos tem crescido continuamente alcançando no ano de 2009 quase 90% do total dos domicílios, sendo que na área urbana esse índice supera 98%, enquanto que na zona rural não atinge 33%. (IBGE, 2010) No caso da destinação final, dados do período de 2000 a 2008, indicaram um aumento de 35% da quantidade de resíduos destinados à disposição final. Continuando a pesquisa, identificou-se que mais de 90% dos resíduos são destinados à disposição final em aterros sanitários, aterros controlados e lixões, os 10% restantes ficaram distribuídos em unidades de compostagem e reciclagem, incineração, vazamentos em áreas alagadas e outros. Observou-se um incremento de 120% nos resíduos e rejeitos dispostos em aterros sanitários e um decréscimo de 18% na quantidade que antes seguia para os lixões, porém ainda há uma estimativa de 74 mil toneladas/dia seguindo para aterros controlados e lixões. – ver Tabela 1.2. Tabela 3 – Volume de resíduos e rejeitos encaminhamentos para disposição em solo Unidade de análise PNSB Brasil Quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para disposição em solo, considerando somente lixão, aterro controlado e aterro sanitário (t/dia) Lixão Aterro Controlado Aterro Sanitário 2000 2008 2000 2008 2000 2008 45.484,70 37.360,80 33.854,30 36.673,20 49.614,50 110.044,40 Estrato Populacional Municípios 34.533,10 pequenos Municípios 10.119,60 médios Municípios 832,00 grandes Fonte: Brasil, 2010. 32.504,30 10.405,90 14.067,90 12,00 7.922,90 5.327,00 4.844,50 15.525,50 17.278,30 6.878,40 17.105,80 25.630,30 32.420,50 45.203,40 32.420,50 De acordo com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, “percebeu-se que os municípios de pequeno e médio porte apresentaram acréscimos significativos na quantidade total de resíduos e rejeitos dispostos em aterros sanitários, enquanto nos grandes municípios o acréscimo foi discreto. Esse fato pode ter ocorrido em função da escassez de locais adequados para dispor os resíduos e rejeitos nesses municípios, e que conseqüentemente, passaram a transferir a disposição dos resíduos e rejeitos para municípios menores” (BRASIL, 2010). Ainda de acordo com o PNRS, a disposição em lixões deverá estar erradicada até 2014. Porém ainda existem, segundo o relatório do IPEA, 2906 lixões que deverão ser erradicados no Brasil e que estão distribuídos em 2810 municípios. No diagnóstico realizado pela PNRS com dados fornecidos pelo IBGE, concluiu-se que o sudeste, região com um número de 1668 municípios e uma população urbana de 74.531.947 habitantes, 311 municípios, ainda possui disposição de resíduos em lixões, ou seja, 18,4%. Acredita-se que a situação desses lixões seja solucionada, a partir do momento que os municípios forem implantando seus Planos de Resíduos Sólidos, adotando como forma de disposição final de seus resíduos, aterros sanitários. Obviamente que a inclusão de catadores e a criação, não somente de associações, mas também de usinas de beneficiamento de resíduos, é importante pois diminuir-se-iam os problemas de ordem social, e a carga de resíduos e rejeitos que seguem para os aterros, além de se contribuir com a saúde da população em geral. 1.3.2 SITUAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUOS EM GUARAMIRIM Os serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos praticados no município de Guaramirim compreendem as atividades de varrição, capina e roçada, poda, limpeza de bocas de lobo, coleta convencional de resíduos domiciliares na área urbana e rural, transbordo, transporte e destinação final em aterro sanitário. A coleta dos resíduos sólidos domiciliares, assim como a capina e varrição, é feita pela empresa Serrana Engenharia Ltda., que leva os resíduos à estação de transbordo da própria empresa, no município de Jaraguá do Sul. Já outros serviços limpeza pública são de responsabilidade da Secretaria de Infraestrutura do município. O Quadro 4 resume esses dados, bem como apresenta os números e validade dos contratos de prestação dos serviços. Quadro 4. Prestadores e contratos dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos em Guaramirim SERVIÇO PRESTADOR NÚMERO DO CONTRATO VALIDADE DO CONTRATO Serrana Engenharia Ltda. 051/2012 4º TA 31/12/2013 Prefeitura N/A¹ N/A Capina e varrição Coleta de resíduos domiciliares Área urbana Área rural Transbordo e transporte Disposição final em aterro sanitário Limpeza urbana ¹N/A: não se aplica. Fonte: GTT, 2015. A Gestão do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos de Guaramirim, é de responsabilidade da Secretaria de Infra estrutura Urbana. Figura 4 – Organograma da Prefeitura e Secretaria de Infra estrutura Prefeito Secretário Diretor Gerente Fonte: GTT, 2015. PRODUTO 2 DIAGNOSTICO DA SITUAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO INTRODUÇÃO ITEM II 2. ANÁLISE DOS ESTUDOS EXISTENTES PARA LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS 2.1 ESTUDOS REFERENTES À LIMPEZA URBANA TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS E AO O Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos da Associação dos Municípios do Vale do Itapocu (PIGIRS-AMVALI) é um instrumento de gestão fundamentado na Lei nº 12.305 de 02 de agosto de 2010, que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), e está sendo construído em observância ao conteúdo mínimo exigido na Lei, pela equipe técnica da Escola de Gestão Pública Municipal (EGEM). O art. 18 da PNRS traz que, os municípios que optarem por soluções consorciadas intermunicipais para a gestão dos resíduos, incluída a elaboração e implementação de plano intermunicipal, serão priorizados no acesso aos recursos da União. Os municípios que optarem por esses consórcios, assegurado que o plano preencha os requisitos estabelecidos no art. 19, estão dispensados do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos. Os municípios de Jaraguá do Sul, Corupá, Schroeder, Guaramirim, Barra Velha, Massaranduba e São João do Itaperiú, que constituem a AMVALI, fazem parte do Consórcio de Saneamento "Vale do Itapocu". Tendo em vista os objetivos traçados na PNRS, seus incentivos para soluções consorciadas, e os benefícios sociais, econômicos e ambientais que esses arranjos institucionais possibilitam, o PIGIRS-AMVALI será o instrumento de gestão de resíduos sólidos que englobará todos os municípios dessa associação, de modo a prever soluções consorciadas para a gestão e gerenciamento de resíduos. Neste material tem o diagnóstico da situação da gestão e gerenciamento de resíduos na AMVALI, e do município de Guaramirim, envolvendo o levantamento de informações referentes tanto à área urbana quanto rural, para dar subsídio à estruturação do Plano. Ainda contempla a observação, a descrição e a análise do gerenciamento e da gestão dos resíduos sólidos gerados no município, no que diz respeito à caracterização qualiquantitativa dos serviços e elementos municipais relacionados aos resíduos sólidos. Apresenta as características gerais do município, como a sua localização, principais vias de acesso, geografia regional e ordenamento territorial, além do diagnóstico dos aspectos legais e institucionais de relevância para o referido Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. São apresentados os aspectos demográficos e infraestruturas, contendo, dentre outras informações, a situação do saneamento básico, de saúde e educacional, de forma a possibilitar as análises da interferência de tais aspectos no gerenciamento e na gestão dos resíduos sólidos. São descritos os aspectos econômicos, envolvendo as atividades existentes e possibilitando análises quanto aos possíveis resíduos gerados e a forma de gestão adotada. São apresentados também indicadores que se relacionam com os aspectos sociocultural, econômico, ambiental, político institucional e o índice de desenvolvimento sustentável da AMVALI. Foi apresentado a caracterização do sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos foram abordados os resíduos sólidos domiciliares (RSD), identificando as formas de acondicionamento temporário, coleta e transporte, existência de iniciativas de triagem, reciclagem e compostagem, comércio de materiais recicláveis, unidades de transbordo e disposição final dos resíduos. Foram também caracterizadas as formas de gerenciamento dos resíduos da limpeza pública, de serviço de saúde, da construção civil e demolição, resíduos volumosos, resíduos com logística reversa obrigatória, óleos comestíveis, agrossilvopastoris, industriais, da mineração, cemiteriais, de transportes e de saneamento básico. Foram elencados os possíveis geradores sujeitos à elaboração de Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), conforme o tipo e quantidade de resíduo gerado. Como forma de determinar possíveis peculiaridades relacionadas aos resíduos sólidos domiciliares e comerciais destinados à área de disposição final em atividade, foram realizados os estudos de peso específico aparente, composição gravimétrica e geração per capita de resíduos sólidos. Buscou-se identificar as áreas de passivos ambientais oriundos da disposição final de resíduos sólidos, como pontos clandestinos de acúmulo de resíduos e antigas áreas de lixão. A caracterização econômico-financeira dos sistemas envolvidos na gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos no município apresenta um detalhamento sobre a cobrança, receitas, despesas e custos dos serviços. Como forma de referenciar as iniciativas relevantes, foram identificadas ações de educação ambiental e outros pontos positivos do gerenciamento atual, identificados como oportunidades a servirem de impulso para as intervenções de melhorias e correções para a gestão integrada de resíduos sólidos. Em contrapartida, foram levantadas as deficiências e carências, importantes para orientar sobre os aspectos mais relevantes sobre os quais devem ser elaborados programas e ações de melhorias. Foram elaboradas projeções populacionais e de geração de resíduos para o horizonte de projeto de 20 anos, sendo possível definir prospectivas técnicas, e estruturar o Planejamento Estratégico da Gestão dos Resíduos Sólidos de Guaramirim, envolvendo a proposição de programas, projetos e ações para cumprir os objetivos e as metas pré-estabelecidas e um plano de ação contemplando o escalonamento das ações e dos investimentos. A estruturação de um retrato atual e detalhado do sistema de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos do município de Guaramirim possibilita a elaboração de um instrumento de planejamento apto a sanar as principais dificuldades e problemas gerenciais existentes, bem como aperfeiçoá-lo de forma a propiciar o equilíbrio ambiental, econômico e financeiro do sistema de gestão consorciada para os municípios da AMVALI. PRODUTO 2 DIAGNOSTICO DA SITUAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO INTRODUÇÃO ITEM III 3. CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS E DA LIMPEZA URBANO 3.1 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS Os resíduos sólidos urbanos gerados não somente no município de Guaramirim, mas em todo e qualquer município, são caracterizados pela seguinte tipologia, levando-se em consideração o que foi citado no item 1.1 do presente trabalho: 3.1.1 RESÍDUOS SÓLIDOS No art. 3º, inc. XVI, a Política Nacional de Resíduos Sólidos define resíduos sólidos como: Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. A PNRS entende como serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos o conjunto de atividades previstas no art. 7º da LDNSB, Lei nº 11.445 de 2007 (BRASIL, 2007). Este artigo traz que esses serviços compreendem as seguintes atividades: I – de coleta, transbordo e transporte dos resíduos relacionados na alínea c do inciso I do caput do art. 3º desta Lei; II – de triagem para fins de reuso ou reciclagem, de tratamento, inclusive por compostagem, e de disposição final dos resíduos relacionados na alínea c do inciso I do caput do art. 3 º desta Lei; III – de varrição, capina e poda de árvores em vias e logradouros públicos e outros eventuais serviços pertinentes à limpeza pública urbana. A alínea c, mencionada nos incisos I e II acima, considera limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos o conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas. pelo: Ainda segundo a PNRS, o gerenciamento de resíduos sólidos é composto [...] o conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos. E a gestão integrada de resíduos sólidos é definida como: [...] o conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável. De acordo com informações da Prefeitura Municipal a totalidade da área urbana de Guaramirim é atendida pelos serviços de saneamento básico relacionado aos resíduos sólidos, que contemplam: coleta, transporte, transbordo e destinação final, já na área rural este serviço atende quase que a totalidade da população. O PIGIRS efetuou o estudo da composição gravimétrica e do peso específico aparente dos resíduos sólidos domiciliares, que foram classificados quanto a origem, utilizando a base do manual do IBAM, 2001, realizado no local do transbordo da empresa prestadora do serviço. Apesar do tempo restrito o trabalho foi concluído e serve de referência para análise da composição do lixo disposto em Guaramirim. Esta determinação é de fundamental importância para o planejamento e dimensionamento de alternativas tecnológicas para o reaproveitamento, reciclagem e destinação final dos resíduos sólidos. A segregação foi efetuada dividindo em oito categorias, assim distribuídas: Figura 5 - gravimétrica Categorias de resíduos analisados no estudo da composição Fonte: PIGIRS, 2014. O resultado da composição gravimétrica dos resíduos sólidos de Guaramirim pode ser observado no Gráfico 11. Gráfico 1 - Guaramirim Composição gravimétrica dos resíduos sólidos domiciliares de A maior parte dos resíduos é composta por matéria orgânica, com 55,14% do total analisado, em peso, seguido pelas frações de plásticos, sanitários, outros, papel e papelão, metais, vidros e Tetra Pak®, respectivamente. De maneira geral, os resíduos recicláveis representam aproximadamente 24,75% do peso total dos RSD gerados no município, o que demonstra o potencial existente para o seu reaproveitamento e reciclagem, e evidencia a necessidade de implantar um projeto de coleta seletiva, que trará vantagens econômicas e ambientais ao município. Da mesma forma, a grande geração de matéria orgânica (55,14% em peso) evidencia o potencial para a sua reutilização em processos de compostagem ou em implantação de biodigestores, reduzindo consideravelmente o envio de resíduos para o aterro sanitário e os custos ambientais e financeiros associados a esta prática. A ilustração (Figura 12) mostra o fluxo que ocorre na execução desses serviços no município de Guaramirim. O esquema superior, orientado pela faixa verde, demonstra o fluxo dos resíduos recicláveis, desde a sua geração (descarte), passando pela coleta realizada por catadores e caminhão informal, com posterior triagem para reciclagem. O esquema de baixo, orientado pela faixa preta, mostra o fluxo de resíduos domiciliares destinados à coleta convencional, realizada pela empresa Serrana Engenharia Ltda. Os resíduos coletados são encaminhados ao transbordo e, posteriormente, ao aterro sanitário, localizado no município de Mafra, ambos de propriedade da empresa. Figura 6 - Fluxo dos resíduos sólidos domiciliares no município de Guaramirim Fonte: Adaptado de Marco Vergotti/Marina Chevrand (2010), PIGIRS 3.1.2 RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE Os resíduos de serviços de saúde (RSS) representam parte importante dos resíduos sólidos municipais, não por causa da quantidade gerada, que é uma parcela pequena em relação à geração total de RSD municipal, mas pelo risco potencial que representam à saúde e ao meio ambiente. Seu gerenciamento adequado garante redução de riscos, redução da geração e aumento do potencial de reciclagem dos materiais. Devido à especificidade e ao risco inerente a esse tipo de resíduo, os Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente buscaram um entendimento de suas regulamentações. A sincronia foi alcançada com a publicação das Resoluções RDC ANVISA nº 306, de 7 de dezembro de 2004 e CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005. Essas resoluções dispõem sobre o gerenciamento dos RSS em todas as suas etapas e exigem que sejam submetidos a um manejo específico desde a geração até a disposição final, definindo competências e responsabilidades para tal. Conforme a RDC ANVISA nº 306/2004, os RSS são classificados em cinco grupos, de acordo com suas características e conseqüentes riscos possíveis ao meio ambiente e à saúde, conforme mostrado no Quadro 17. Além dos resíduos domiciliares a SERRANA ENGENHARIA LTDA também é responsável pela coleta, transbordo e destinação final dos resíduos de serviços de saúde. A licença ambiental de operação (LAO n° 5784/2014 é apresentada no ANEXO 1 – Licenciamento Ambiental de Operação (SERRANA ENGENHARIA 2015). Quadro 1 – Simbologia da classificação dos resíduos de serviços de saúde A D B E C Os geradores desse tipo de resíduo são representados pelos serviços relacionados à atenção à saúde humana ou animal, como hospitais, clínicas, postos de saúde, consultórios odontológicos ou médicos, clínicas veterinárias, serviços de assistência domiciliar e em campo, laboratórios de análises de produtos para a saúde, farmácias, serviços de acupuntura e tatuagem, necrotério, funerária e outros estabelecimentos com atividade de embalsamento, centros de zoonoses, estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da saúde, dentre outros. Os serviços de coleta, transporte e destinação dos resíduos de serviços de saúde atendem geradores privados e públicos, sendo o serviço todo custeado pela prefeitura. Compete à Vigilância Sanitária dos Municípios, Estados e Distrito Federal o papel de divulgar, orientar e fiscalizar o cumprimento da resolução RDC ANVISA nº 306/2004. Incumbe aos órgãos ambientais competentes integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) a aplicação da CONAMA nº 358/2005, cabendo-lhes a fiscalização e a imposição das penalidades administrativas previstas na legislação pertinente. No município de Guaramirim, cabe à Secretaria de Saúde o controle e gerenciamento dos RSS dos estabelecimentos públicos de atendimento à saúde. Conforme citado no item 0, existem 11 estabelecimentos públicos de saúde cadastrados no CNES, sendo dez unidades de saúde, e uma unidade móvel de nível pré-hospitalar, além da Secretaria Municipal de Saúde. Há ainda, além de um hospital, diversas clínicas, consultórios e laboratórios de análises clínicas particulares. O Hospital Padre Mathias Maria Stein conta com um Plano de Gerenciamento de Resíduos dos Serviços de Saúde (PGRSS), que atualmente está passando por revisões, segundo o responsável pela saúde e segurança do trabalho do local. O Quadro 18 abaixo resume os prestadores e seus contratos, bem como as licenças ambientais para operação dos serviços contratados. Esses dados serão expostos em detalhes nos próximos subitens. Quadro 2 - Prestadores e LAOs dos serviços de gerenciamento de RSS SERVIÇO COLETA TRANSBORDO PRESTADOR Serrana Engenharia Ltda. Serrana Engenharia Ltda. LICENÇA AMBIENTAL DE OPERAÇÃO N° VALIDADE 161/2010 09/09/2014 030/2012 10/04/2016 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO N° VALIDADE 051/2012 21/06/2015 051/2012 21/06/2015 Servioeste Soluções 1.474/2013 03/03/2017 Ambientais Ltda. TRATAMENTO¹ Servioeste Soluções 7.560/2012 17/08/2016 (AUTOCLAVE) Ambientais Ltda. TRATAMENTO¹ Servioeste Soluções 7.211/2011 07/10/2015 (INCINERAÇÃO) Ambientais Ltda. DISPOSIÇÃO Servioeste Soluções 1.728/2009 01/12/2013 FINAL¹ Ambientais Ltda. ¹Subcontratada da Serrana Engenharia Ltda. para execução dos serviços. TRANSPORTE¹ 051/2012 21/06/2015 051/2012 21/06/2015 051/2012 051/2012 21/06/2015 21/06/2015 3.1.2.1 Segregação, acondicionamento e armazenamento Os resíduos dos grupos A, B, C e E que potencialmente apresentam risco associado e, por isso, devem receber manejo diferenciado, representam 25% do volume total dos RSS observados nos estabelecimentos de serviços de saúde. Já os resíduos do grupo D, que são os resíduos comuns e os passíveis de reciclagem, respondem por 75% do volume (MMA, 2011 apud MMA, 2012). Assim dito, percebe-se a importância do correto gerenciamento dos RSS desde o momento da geração, evidenciando a etapa de segregação com vistas à redução da quantidade gerada de resíduos que necessitam um manejo especial. A segregação, manuseio e o acondicionamento dos RSS devem atender às exigências legais no que tange à saúde, ao meio ambiente e à limpeza urbana, além de obedecerem às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ou outras normas e critérios aceitos, no caso de não haver normativa específica. Em se tratando do acondicionamento dos resíduos com potencial infectante, nas unidades públicas de saúde de Guaramirim observou-se a existência do saco de cor branca leitosa, estabelecido pela NBR 9.191 (2008); enquanto que, para os resíduos do grupo D, o acondicionamento é feito em sacos coloridos (pretos ou azuis). Muitas vezes, a cor dos sacos foi a única forma de identificar quais os materiais deveriam ser ali dispostos, pois muitas lixeiras não possuíam identificação. Ademais, não há uma padronização para as lixeiras. Entretanto, a maior parte delas era dotada de pedal, o que evita o contato manual com a tampa, para sua abertura. Não foram identificados descartes inadequados, seja de RSS em lixeiras comuns ou RSD em lixeiras destinadas aos RSS. Segundo informações dos funcionários destes estabelecimentos, frequentemente são reforçadas as recomendações sobre a importância do descarte correto dos diferentes materiais. Foi observado em todos os estabelecimentos de saúde visitados que o descarte dos resíduos do grupo E (resíduos perfurocortantes e escarificantes) são armazenados em recipientes rígidos e resistentes, conforme estabelecido na NBR 13.853(1997). Os recipientes são constituídos de papelão e identificados pela cor amarela, e contém o símbolo de material infectante. Figura 7 - Caixas coletoras de perfurocortantes. (A) Caixa em local elevado; (B) caixa cheia, contendo outros resíduos; e (C) caixa colocada em local baixo, próxima ao chão Fonte: PIGIRS, 2014. 3.1.2.2 Coleta Os resíduos de serviços de saúde são coletados pela SERRANA ENGENHARIA LTDA. Com a utilização de veículo especialmente preparado para este fim (SERRANA,2015). A Figura02 apresenta o veículo utilizado na coleta dos resíduos de serviço de saúde devidamente identificado. O veículo atua sob a LAO nº 161/2010 (Anexo D), válida por 48 meses, com vencimento em 09/09/2014. A quantidade total coletada no ano de 2012 foi de 135.060 quilos de resíduos, que resulta em uma média de 11.255 L/mês. Figura 8 – Veículo de coleta dos resíduos de serviço de saúde. Fonte: Serrana, 2015. O Quadro 20 traz as principais informações sobre a coleta e o transporte de RSS, de acordo com a quantidade de material coletado e os valores do contrato para o ano de 2012. Quadro 3 - Situação de Guaramirim em relação à coleta e transporte de RSS RESPONSÁVEL FREQUÊNCIA QUANTIDADE MENSAL1 CUSTO MÉDIO MENSAL2 CUSTO MÁXIMO MENSAL3 Serrana Engenharia Ltda. Semanal 11.255 L 12.042,85 R$ 9.657,01 1Média mensal do ano de 2012, segundo a empresa que realiza o serviço de coleta de RSS; 2Custo médio mensal, para o ano de 2012, segundo a quantidade coletada e o preço unitário de R$ 1,07/Litro, conforme o contrato nº 051/2012; 3Custo máximo mensal, segundo o contrato nº 051/2012. Fonte: PIGIRS, 2014. A coleta é realizada mensalmente pela empresa terceirizada em 54 pontos do município (apresentados no Quadro 9), sendo que estes pontos contemplam geradores públicos e privados, e, somo já mencionado, este serviço é totalmente custeado pela Prefeitura Municipal de Guaramirim. A coleta dos resíduos da saúde particular através de contrato com a prefeitura está em processo de desativação, conforme Lei Complementar 62/2014 que deu prazo até 24 de dezembro de 2014, todo o estabelecimento será responsável pela destinação dos seus resíduos. Quadro 4 – Pontos de coleta de resíduos de saúde ITEM ESTABELECIMENTOS 1 ACIAG AME - Amb. Mun. de Especialidades Centro Fisioterapia Reabilitar Citolab Clín. Veterinária Filhotes e Mascotes Clín. Veterinária Filhotes e Mascotes Clinica da saude Clinica Médica Guaramirim Clínica Oftam. Dr. Francisco Stocco 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Clínica Orto Plus ENDEREÇO R: 28 de agosto, nº 890, Centro R: João Batista Olinger, 51, Centro R: Athanasio Rosa, nº 302, Centro R: João Butschardt, 84, sl 5, Centro R: Henrique Friedman, nº 116 R: 28 de Agosto, nº Bairro Amizade R: João Butschardt, nº 855 sl 1/2/3 R: João Butschardt, n 855 sl 6, Centro R: Irineu Vitela Veiga, 135, sala 08 R: Henrique Meernber, nº 201, sl 01 LITROS 0 80 0 100 0 0 100 100 0 30 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 Clinica Somus R: João Butschardt, nº 855 sala 8, Centro Clinilife Terapias Orientais R: 28 de Agosto, 1469 - Sala 203 Consultório Dra. Jussara Oliveira R: João Bustchardt, 84, sl 11, Centro Corpo de bombeiros Voluntários R: 28 de Agosto,2700- Centro Dr. Marco AntonioWunderlich R: Geronimo, nº 36, Centro Dr. Marcos Fernando Voos R: Antonio Zimmermann, nº 61, sl 3 Dra. Diomara Soares R: Irineu Vilela Veiga nº 137 Centro Munhos Farmácia Biofar R: 28 de agosto, nº 2070, Centro Farmácia Calçadão R: 28 de agosto, nº 1284, Centro Farmácia Catarinense R: 28 de agosto, nº 1680, Centro Farmácia Chiodini R: Lauro Zimmermann, 6128, Centro Farmácia Confiare R: 28 de Agosto, nº 3790 - Avaí Farmácia Farmacelai R: 28 de Agosto, nº 3546 - Avaí FarmaciaLorenzi/TJ R: 28 de agosto,nº 1507, Centro Farmacia Lyra R: 28 de agosto, nº 1553, Centro Farmácia Pharmanova R: 28 de Agosto, 479, Nova Esperança Farmácia Prawuki R: 28 de agosto, nº 1343, Centro Farmácia Sarah Farma Rod. BR 280, KM 6 Rio Branco Farmácia Terapêutica R: 28 de agosto, 1010, sl 02, Centro Farmácia Topfarma R HerminioStringari - Corticeira Farmagnus Guga Farma R: 28 de agosto,nº 1507, Centro (TJ) Farmagnus 1 da katia Rod. BR 280, KM 6 Rio Branco Furlaneto e Arruda R: João Butschardt, nº 23 Odontologia Hospital Municipal Santo R: João Butschardt, nº 5, Centro Antonio Laborsad R: João Butschardt,nº 414, Centro Lunender Ind. TextilLtda Rod. BR 280, KM 55 Nelson Pereira R: 28 de agosto, nº 1297, Centro Odonteens filial 2 R: 28 de agosto, bairro Amizade Odonto Clinica R: João Butschardt,nº84, Centro Albuquerque Ortocoi Clínica R: Irineu Vilela Veiga, 205 - Centro Odontológica 20 0 30 270 1 0 80 0 600 10 20 60 20 0 0 15 60 0 50 0 0 0 260 4600 1730 90 90 0 110 80 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 Paulo de Bem Pet Shop Friedmann Posto de Saúde Avaí Posto de Saúde Caixa d' Água Posto de Saúde Centro Posto de Saúde Corticeira Posto de Saúde Guamiranga Posto de Saude Ilha da Figueira R: 28 de agosto, nº 2147, Centro R: 28 de agosto,nº 584, Centro sl 2 R: ErvinoHanemann, nº 149, Avaí Bairro Caixa d' Água R: João Butschardt, nº 365, Centro R: Marciolino Santos, 50, Corticeira R: Verônica Borgmann, 7580, Guamiranga AvIzídio C. Peixer, Ilha da Figueira Rod. BR 280 km60, 1606, Posto de Saúde Imigrantes Imigrantes Posto de Saúde Rio Branco R: Jacó Reinert, nº 987, Rio Branco Posto de Saúde Vila R: João Lombardi, 3065 Vila Amizade Amizade Sindicato Trabalhadores Rurais R: Irineu Vilela Veiga, nº 32, Centro Tatuador Nauzer Amaral Ramalho R: 28 de agosto, nº 2208, Vita Farma Ltda R: 28 de agosto, nº 635, Sala 01 Total de resíduos recolhidos (L) 0 80 0 100 1380 330 220 180 320 190 160 20 60 10 13320 Fonte: Serrana, 2015. Quanto à quantidade de resíduos de serviços de saúde coletada no município no período de janeiro de 2010 a março de 2015 é apresentado no Quadro 10. Quadro 5 – Quantidade de resíduos de serviço de saúde coletada Com base no Quadro 10 foi elaborado o gráfico apresentado na Figura 84, que apresenta o total de resíduos coletados no município de Guaramirim, assim como é apresentada a média de coleta. Figura 9 – Gráfico da quantidade de resíduo de serviço de saúde coletado Foi levantado a quantidade de lixo coletado por tipo de coleta de privado e se publico, conforme tabelas a seguir. Tabela 4 - Quantidade de RSS coletados das repartições privadas, no ano de 2013 MAR ABR MAI TOTAL MÉDIA 9.515 L 11.670 L 9.370 L 30.555 L 10.185 L Tabela 5 - Quantidade de RSS coletados das repartições públicas, no ano de 2013 MAR ABR MAI TOTAL MÉDIA 5.005 L 5.760 L 5.340 L 16.105 L 5.368 L Fonte: Secretaria da saúde de Guaramirim, 2014. 3.1.2.3 Transbordo A RDC ANVISA nº 306/2004 define que o tratamento é um processo que modifica as características dos riscos inerentes aos RSS, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação e danos ambientais. O art. 10 da Resolução CONAMA nº 358/2005 dispõe que os sistemas de tratamento e disposição final de RSS devem ser licenciados pelo órgão ambiental competente. Em parágrafo único, a resolução permite soluções consorciadas para este fim. Após a coleta os resíduos de serviços de saúde são destinados ao local de armazenamento temporário e transbordo, para posterior destinação final adequada. Os resíduos coletados são transportados até a estação de transbordo da Serrana em Jaraguá do Sul, distante 18,9 quilômetros do município, onde ficam armazenados em contêiner refrigerado até que o transporte para a destinação final seja realizado. A destinação final é desempenhada pela empresa Servioeste Soluções Ambientais Ltda., subcontratada pela Serrana Engenharia Ltda. para a execução desse serviço para os RSS de Corupá, Guaramirim, Schroeder e Jaraguá do Sul. Segundo a SERRANA (2015) o local de armazenamento temporário e de transbordo dos resíduos é refrigerado, e segue os procedimentos de segurança, estando de acordo com as normas e legislações ambientais vigentes. A Figura 85 apresenta o container de armazenamento temporário dos resíduos de serviços de saúde. Figura 10 – Container refrigerado de armazenamento temporário dos resíduos de serviços de saude Fonte: Serrana, 2015. 3.1.2.4 Destinação Final Após os resíduos serem encaminhados até o transbordo, os resíduos de serviço de saúde são transportados de acordo com o tratamento e a destinação final que devem receber. Segundo a SERRANA (2015) os resíduos de serviço de saúde recebem os seguintes tratamentos e destinações finais: Unidades de tratamento térmico de resíduos de serviços de saúde com disposição final (incinerador): localizado na Linha São Roque, ao lado do aterro sanitário municipal, Município de Chapecó/SC conforme Licença Ambiental de Operação – LAO nº 7211/2011); Unidade de redução microbiana de resíduos de serviços de saúde (autoclave): localizado no acesso ao aterro sanitário municipal, Sede Trentin, Município de Chapecó/SC (conforme Licença Ambiental de Operação – LAO nº 7560/2012); Unidade de redução microbiana de resíduos de serviços de saúde (disposição final): localizado na Rodovia SC 283, Linha Sede Trentin, Município de Chapecó/SC (conforme Licença Ambiental de Operação – LAO nº 7560/2012). Esses tratamentos destinações finais excetuamos resíduos pertencentes ao Grupo B (químico) e ao Grupo C (radioativos) e ao Grupo D (não apresentam riscos, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares), conforme a Resolução CONAMA 358/2005 e Resolução ANVISA RDC 306/2004. A referida Resolução CONAMA divide os resíduos de serviço de saúde em cinco grupos, a saber: GRUPO A: Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção; GRUPO B: Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade; GRUPO C: Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radio nuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista; GRUPO D: Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares; GRUPO E: Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares (CONAMA, 2005). Os resíduos de serviços de saúde classificados como resíduos químicos sólidos não tratados, pertencentes ao Grupo B da Resolução do CONAMA nº. 358/2005 e Resolução ANVISA RDC 306/2004, terão a destinação final realizada na seguinte unidade: Disposição final de resíduos Classe I: localizado na Estrada Geral Colônia Miranda Km 3,1, Localidade de Colônia Miranda, Município de Rio Negrinho/SC (conforme a Licença Ambiental de Operação nº 045/2008). 3.1.3 RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES Segundo definição do SNIS (2012), resíduos sólidos domiciliares (RSD) são aqueles resultantes das atividades domiciliares, ou atividades comerciais cujas características sejam similares aos resíduos domiciliares. São constituídos basicamente por embalagens plásticas, papéis, vidros, metais diversos, restos de alimentos, folhas, cascas, sementes, restos de alimentos industrializados, dentre outros. 3.1.3.1 Geração per capita A geração per capita representa a geração de resíduos por habitante por dia. No Brasil, quando não há dados precisos, os valores mais utilizados em guias oficiais para estimar a geração per capita de resíduos, em função do porte da região ou município analisado, são os descritos na Tabela 15. Tabela 6 - Faixas mais utilizadas na estimativa da geração per capita de resíduos TAMANHO POPULAÇÃO URBANA (HAB.) Pequeno Médio Grande Megalópole Até 30 mil Entre 30 mil e 500 mil Entre 500 mil e 5 milhões Acima de 5 milhões Fonte: IBAM (2001) GERAÇÃO PER CAPITA (KG/HAB.DIA) 0,50 De 0,50 a 0,80 De 0,80 a 1,00 Acima de 1,00 No trabalho do PIGIRS, ela foi estimada conforme mostra a Equação 2. Equação 1 – Geração per capita Equação 2 – Calculo dos RSD coletados diariamente Fonte: PIGIRS, 2014. O peso de RSD considerado para este cálculo foi a quantidade total de resíduos destinados ao aterro sanitário do município, conforme dados repassados pela Serrana Engenharia Ltda., empresa responsável pelo serviço. Segundo a empresa, no ano de 2012 a geração de resíduos do município foi de 2,13 mil toneladas, o equivalente a 5.916,9 kg/dia (quilos por dia). Ressalta-se que dentro desta quantidade de resíduos não estão contabilizados aqueles coletados pela coleta seletiva informal, pois estes não são pesados pela empresa. O número de habitantes considerado foi o projetado para o ano de 2012 no PIGIRS de 37.722 habitantes. Sendo assim, a estimativa de geração per capita diária de resíduos de Guaramirim é de 0,51 kg/hab.dia (Tabela 16), valor dentro do estimado pelo IBAM. Tabela 7 - Geração média de resíduos sólidos no município de Guaramirim MUNICÍPIO Guaramirim POPULAÇÃO TOTAL (2012) QUANTIDADE MÉDIA MENSAL (TON) QUANTIDADE MÉDIA DIÁRIA (TON/DIA) GERAÇÃO MÉDIA 37.722 576,84 19,23 0,51 Fonte: PIGIRS, 2014. PER CAPITA (KG/HAB.DIA) Comparando com os dados mais atualizados temos a tabela descrita abaixo. Tabela 8 – Dados atuais da produção de resíduos domiciliares GERAÇÃO QUANTIDADE QUANTIDADE POPULAÇÃO MÉDIA PER MUNICÍPIO TOTAL DE LIXO MÉDIA MENSAL TOTAL (2012) CAPITA ANO (TON) (TON) (KG/HAB.DIA) 2012 37.722 6.922 576,84 0,51 2013 39.223 7.208 600,67 0,50 2014 38.434 7.521 676,75 0,54 Fonte GTT, 2015. 3.1.3.2 Acondicionamento Foi constatado no PIGIRS, que na área urbana, o acondicionamento dos resíduos domiciliares que serão coletados é feito, em sua maioria, em sacos plásticos dispostos no chão ou colocados em lixeiras elevadas (comuns e improvisadas, Figura 14). Foi verificado, ainda, o acondicionamento dos sacos plásticos em tambores azuis (bombonas) improvisados como lixeiras, e continua atualmente da mesma forma. Figura 11 - Acondicionamento dos resíduos na área urbana: recipientes improvisados Fonte: PIGIRS, 2014. A disposição inadequada compromete o material disposto a coleta, que sofre com interferências de animais e intempéries, o que influencia no financeiro deste segmento, uma vez que se paga a tarifa de coleta de lixo por kg, assim uma sacola molhada custa mais caro a população. Abaixo segue descrito a produção em toneladas no período de ano. Tabela 9 – Quantidade de toneladas de resíduo coletados em Guaramirim Total (t) Média (T) Índice de Cresci mento 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total Média 4.321.7 70 5.197.0 30 5.590.0 50 4.826.3 20 5.284.3 60 5.805.2 78 6.294.1 50 7.055.9 25 6.922.1 00 7.208.0 50 7.666.4 50 1.968.5 90 68.140. 073 518.02 8 5.713. 069 518.02 9 - 16,84 % 7,03% 15,82 % 8,67% 8,97% 7,77% 10,80 % -1,93% 3,97% 5,98% - 52,27 % 5,23% 360.14 8 433.08 6 465.83 8 402.19 3 440.36 3 483.77 3 524.51 3 587.99 4 576.84 2 600.67 1 638.87 1 198.77 7 Fonte: Serrana, 2015. De acordo com o Gráfico, Figura 74, podemos observar o crescimento dos resíduos coletados no Município, fazendo parte, este, também do crescimento vegetativo do Município, nos últimos 10 anos houve crescimento de 52,27 % dos resíduos produzidos no Município Figura 12 – Gráfico da quantidade de resíduos coletados em Guaramirim Fonte: Serrana, 2015. Segundo a NBR 12.980 (1993), coleta domiciliar é definido como: Coleta regular dos resíduos domiciliares, formados por resíduos gerados em residências, estabelecimentos comerciais, industriais, públicos e de prestação de serviços, cujos volumes e características sejam compatíveis com a legislação municipal vigente. Por razões climáticas, no Brasil, o tempo decorrido entre a geração dos resíduos domiciliares e seu destino final não deve exceder uma semana para evitar proliferação de moscas, do mau cheiro e a atratividade que o lixo exerce sobre roedores, insetos e outros animais. Há que se considerar ainda a capacidade de armazenamento dos resíduos nos domicílios (IBAM, 2001). No município a coleta é regular, atendendo todo o município, sempre nos mesmos dias e horários, com veículos identificados, com rota dimensionada para otimização e controlada, utilizando o apoio de coletor de resíduo, devidamente trajado e utilizando epi. Nos locais de grande inclinação são utilizados automóveis especiais para estes locais. Figura 13 – Veículos utilizados na coleta de resíduos domiciliares Fonte: Serrana, 2015. A tarifa da coleta é efetuada com base na legislação municipal n° 74/2014 de tipifica em residencial, comercial e industrial, considerando a frequência de atendimento de coleta. Não foi encontrado regulamento que caracteriza a tipologia, o que dificulta a cobrança da tarifa para os tipos de comercial e industrial. Abaixo está descrito os dias de coleta e a sua localidade, verifica-se a variação de uma vez por semana, para as áreas mais retiradas, e até cinco vezes para as áreas centrais. Tabela 10 – Frequência da Coleta Domiciliar Fonte: Serrana, 2015. Figura 14 – Mapa da Coleta Domiciliar Fonte: Serrana, 2015. 3.1.4 RESÍDUOS RECICLÁVEIS De acordo com o Gráfico 3.4 a seguir (Ciclosoft, 2012 – “Radiografando a Coleta Seletiva” pesquisa realizada pelo CEMPRE - Compromisso Empresarial para Reciclagem), percebe-se que a gravimetria normal de materiais recicláveis gerados nos municípios brasileiros, tem seu maior volume na geração de papel, seguido pelos plásticos e vidros. Grafico 2 – Composição gravimétrica dos resíduos sólidos coletados no Brasil A reciclagem possibilita a reinserção do material, após o consumo, no ciclo produtivo ou no ciclo de vida. Atualmente, os materiais secos (plástico, papel, metal, vidro, etc.) contam com diversas tecnologias de reciclagem, porém ainda são pouco difundidas no país. É necessário maior investimento e coordenação por parte do poder público para viabilizar a implantação de tecnologias voltadas para a reciclagem, juntamente com processos de integração dos catadores, associações e cooperativas. A coleta de resíduos recicláveis é realizada no município de Guaramirim, sendo que todo o material coletado é doado para duas empresas localizadas no próprio município (SERRANA, 2015). Para promover a reciclagem, a SERRANA ENGENHARIA LTDA. faz um plano de divulgação para conscientização popular sobre os tipos de materiais que podem ser reciclados e também sobre a freqüência dos serviços, e ainda, que a coleta seletiva gera emprego e prolonga a vida útil dos aterros, salientando também que a coleta seletiva contribui para o meio ambiente. Os resíduos coletados são encaminhados para dois centros de triagem de materiais recicláveis, sendo eles a Reciclagem Bananal, localizada na Estrada Geral do Bananal e a Reciclagem conhecida popularmente como “Reciclagem do Negão”, localizada na SC-413, também conhecida como Rodovia do Arroz. 3.1.4.1 MATERIAL SECO Em Guaramirim foi verificada a existência de três grandes atravessadores, dos quais dois constituem empresas privadas e possuem galpões em processo de licenciamento. Há ainda um quarto atravessador, que realiza a triagem dos materiais em sua própria residência. Quadro 24. Atravessadores de materiais recicláveis ATRAVESSADOR MATERIAIS PRODUÇÃO MENSAL (TONELADAS) N/I 1 Todos 2 Todos, exceto vidros e pneus 250,0 3 4 Papelão Lata e sucata N/I 20,0 ORIGEM DO MATERIAL Catadores, escolas e empresas da região Catadores e atravessadores da região Outros municípios Catadores DESTINO DO MATERIAL Atravessador de Jaraguá do Sul Recicladoras de outros municípios N/I Recicladoras de outros municípios N/I: Não informado. Fonte: PIGIRS, 2014. 3.1.4.2 MATERIAL ÚMIDO (ORGANICO) A compostagem é o processo natural de decomposição biológica de materiais orgânicos, de origem animal e vegetal, pela ação de microrganismos, utilizado como tratamento que valoriza a fração orgânica dos RSD. Esse processo tem como resultado final o composto orgânico, que pode ser aplicado ao solo como fertilizante natural. O processo de compostagem pode ocorre por método natural ou acelerado. Em ambos, os fatores a serem controlados durante a compostagem, segundo o CEMPRE (2010), são: aeração, umidade, temperatura, nutrientes (relação C/N) e pH. Em Guaramirim não há em operação, nem em vias de implantação, qualquer iniciativa que busque a decomposição da matéria orgânica por meio do processo de compostagem. 3.1.4.3 COLETA A coleta dos resíduos recicláveis não ocorre no município inteiro, entre bairros e interiores são 20 regiões de coleta, que acontecem uma vez por semana, entre quarta-feira e sábado, a partir das 7h. O Quadro 8 apresenta os dias em que as 20 regiões recebem a coleta seletiva. Não foi verificado o acondicionamento adequado, o que dificulta a coleta seletiva, uma vez que não se tem o dispense identificado para o reciclável, o que causa um desconforto dos usuários e servidores, o primeiro por verificar que o lixo separado corretamente foi coletado pela coleta convencional, e o segundo que ao passar por um ponto de coleta não pode não coletá-lo, não pode manusear e abrir o recipiente disposto para verificar o conteúdo, este fato causa desconforto e descredita o sistema da coleta seletiva. Na coleta seletiva informal foram identificados quatro catadores, que coletam materiais recicláveis nas ruas do município e vendem a intermediários. Nenhum dos quatro possui galpão de triagem, realizando a separação dos resíduos in loco, ou em suas próprias residências. Na coleta seletiva formal o serviço é realizado por empresa terceirizada executada pela Empresa Serrana Engenharia, e o serviço tem o valor conforme tabela abaixo. Descrição Coleta seletiva sistema porta a porta na área urbana Medida Quantidade Valor mensal R$ Valor Anual R$ Equipe 1,00 14.441,90 173.302,80 Quadro 6 – Dias da coleta seletiva Fonte: Serrana, 2015. Figura 15 – Mapa da freqüência da coleta de resíduos recicláveis 3.1.4.4 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E DEMOLIÇÃO (RCC) Os resíduos da construção civil e demolição (RCC) são os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil e da preparação e escavações de terrenos para a implantação de edificações. Representam um percentual significativo do total de resíduos gerados. Quando descartados, causam transtorno associados ao elevado volume que ocupam, podendo conter tintas, solventes e outras substâncias químicas prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente. A Resolução CONAMA nº 307 (2002) é considerada o principal marco regulatório para a gestão dos RCC. De acordo com essa resolução, os RCC são classificados em quatro classes: I – Classe A – são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; II – Classe B – são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso; III – Classe C – são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação; IV – Classe D – são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. Entre os itens determinados pela resolução incluem-se a disposição final dos RCC em aterro específico, ficando proibido depositar em lotes vagos, encostas e corpos d’água; e o licenciamento para áreas de beneficiamento, reservação e disposição final desse tipo de resíduo. Os resíduos de construção civil foram contemplados pelo Programa Municipal BOTA FORA, que consistia em recolher os materiais dispostos nas vias e logradouros públicos e destiná-los ao aterro para disposição final de resíduos da construção civil, da Parisi Transportes e Terraplanagem Ltda. conforme LAO n° 06/2014, emitida pela Fujama – Fundação Jaraguaense do Meio Ambiente, este procedimento ocorreu no período de 2012. Ainda hoje muitos terrenos são vistos contendo entulhos e restos de materiais da construção civil, a retirada destes é realizada pela Secretaria de Infraestrutura do município de modo paleativo, há garantia para a população de que seus RCC gerados serão coletados pela Prefeitura, retirando a necessidade de se realizar um contrato privado para o recolhimento dos resíduos gerados, mesmo especificado no parágrafo único do art. 34 da Lei nº 1.002, de 09 de abril de 1986 (GUARAMIRIM, 1986), que institui o Código de Posturas do Município de Guaramirim, que os RCC devem ser removidos à custa dos proprietários ou inquilinos, devido a falta de fiscalização para cumprimento deste. No município não há um plano de gerenciamento de resíduos da construção civil. Também não existem empresas de beneficiamento no município. Segundo informado pelo Secretário de Infraestrutura do Município, cada operação de recolhimento dos materiais do programa consomem entre oito e nove mil reais, gastos com o aluguel das máquinas para a operação, combustível e horas-extras dos funcionários. Figura 16 - Operação de recolhimento de entulhos do município Fonte: PIGIRS, 2014. 3.1.5 RESÍDUOS DA LIMPEZA PÚBLICA Os serviços de varrição, capina e poda das vias urbanas, assim como roçada das estradas e vias públicas é realizado por uma empresa terceirizada sob licitação anual. Atualmente estes serviços são realizados pela empresa terceirizada, das segundas-feiras aos sábados. Aos domingos esses serviços também são realizados caso sejam solicitados pela organização de eventos municipais. Este serviço essencial de auxílio a proteção da saúde ambiental, além da questão de limpeza e boa aparência dos espaços públicos, melhorando a imagem da cidade. Nos itens a seguir, estão retratadas as atividades de limpeza pública praticadas no município de Guaramirim, que seguem resumidas no Quadro 16. Fonte: PIGIRS, 2014. Em Guaramirim, o serviço de varrição é de responsabilidade da empresa Serrana Engenharia Ltda., conforme o contrato vigente (nº 051/2012). São dispostos, ao todo, 12 trabalhadores para executar o serviço, trabalhando individualmente, de forma manual e mecanizada. O turno de trabalho é diurno, com 220 horas mensais de atividade para cada trabalhador, de segunda a sexta-feira. Em Guaramirim, o serviço de varrição é de responsabilidade da empresa Serrana Engenharia Ltda., conforme o contrato vigente (nº 051/2012). São dispostos, ao todo, 12 trabalhadores para executar o serviço, trabalhando individualmente, de forma manual e mecanizada. O turno de trabalho é diurno, com 220 horas mensais de atividade para cada trabalhador, de segunda a sexta-feira. Figura 17 – Serviço de varrição manual Fonte: PIGIRS, 2014. Além do serviço manual, também é efetuado o serviço de varrição mecanizada, em cerca de 30 km de ruas do município, de acordo com a programação da Secretaria de Infra estrutura. Ainda a empresa presta o serviço de pintura de meio-fio. O custo unitário do serviço é de R$ 642,93/km.mês, somando mensalmente R$ 12.287,86. No município não há ocorrência de organização de feiras ou mercados públicos, assim não há necessidade de limpeza destes locais. O mesmo ocorre com grandes eventos festivos, que ocorrem com pouca frequência, e o despejo do mesmo é feita na coleta convencional. O recolhimento de animais mortos é de responsabilidade do proprietário, e no caso de animais abandonados ou de rua, em que não é possível identificar o proprietário o prestador de serviço de limpeza o realiza. A limpeza de praças e jardins é efetuado pela Secretaria de Infraestrutura que é responsável pela manutenção e limpeza mantendo-as em condições adequadas de uso a população. A capina e roçada em locais privados é de responsabilidade de seu proprietário, como terrenos e passeios, cabendo a prefeitura efetuar a fiscalização, e em ambientes públicos como arruamento e prédios públicos o serviço é executado pela Secretaria de Infra Estrutura, conforme as solicitações. A limpeza e desobstrução de bocas de lobo, galerias e valas de drenagem é efetuada pela Secretaria de Infra estrutura, executada manualmente e com o auxilio de maquinas e equipamentos, efetuadas de acordo com a necessidade. Os custos para a Prefeitura (segundo a própria) para o serviço de bocas de lobo são de, respectivamente, R$ 67,40 por hora, e R$ 43,50 por hora, para a retroescavadeira e a caçamba. Os resíduos gerados são encaminhados diretamente ao aterro de inertes privado, em Jaraguá do Sul. Já para o serviço de valas de drenagem, o custo para a escavadeira hidráulica, retroescavadeira e roçadeiras respectivamente de R$ 99,80, R$ 67,40 e R$ 8,70 por hora. Os resíduos são acondicionados as margens das valas. 3.1.6 RESÍDUOS VOLUMOSOS Em Guaramirim, foram verificados muitos terrenos com acúmulo de entulhos, conforme demonstrado na Figura 30. A Prefeitura Municipal realizava a coleta de entulhos e resíduos volumosos do município de uma a duas vezes no ano em cada bairro, abrangendo os 38 bairros do município. O programa é chamado “Programa Bota-fora da Prefeitura”, e ocorre todos os sábados pela manhã, no bairro definido. Em função disso, a população sente-se à vontade em deixar resíduos de construção e demolição dispostos em terrenos e lotes vagos, com a garantia de que a Prefeitura Municipal efetuará a coleta. Este evento não ocorre mais, e ainda não é efetuada vistoria rotineira, assim desta forma ocorre o acumulo de resíduos volumosos, que a prefeitura finalmente acaba por retirar e aguarda providencias da fiscalização visto que o serviço é de responsabilidade do gerador. 3.1.7 RESÍDUOS COM LOGISTICA REVERSA OBRIGATÓRIA A Política Nacional de Resíduos Sólidos define a logística reversa como: Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. Em seu art. 33, a lei obriga a estruturação e a implementação sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o suo pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciante dos resíduos mostrados na Figura 42. Figura 18 – Produtos com logística reversa obrigatória Fonte: PIGIRS, 2014. Como prevê o §2º do art. 33, outros produtos podem ser objeto de sistema de logística reversa, de acordo com o impacto à saúde pública e ao meio ambiente, em função de periculosidade inerente. Podem ser citados medicamentos e embalagens em geral. Em Guaramirim no âmbito da logística reversa obrigatória são encontrados alguns pontos de entrega voluntária (PEVs), as informações relevantes que serão expostas sobre o gerenciamento dos resíduos com logística reversa obrigatória estão resumidas no Quadro 23. Tabela 11 – Pontos de entrega voluntária de logística reversa PRODUTO Agrotóxicos, resíduos e embalagens Pilhas e baterias Pneus Óleos lubrificantes e embalagens Lâmpadas fluorescentes Equipamentos eletroeletrônicos Fonte: PIGIRS, 2014. 3.1.8 CAMPANHA ESPECÍFICA PONTOS DE ENTREGA DA PREFEITURA PONTOS DE ENTREGA PRIVADOS Ocasionalmente Estabelecimentos Públicos Estabelecimentos Privados Sim Secretaria de Saúde e Bem Estar Social Speed Pneus Não Não Não -- -- ---- Kajota supermemcado ---- EMBALAGENS DE AGROTÓXICOS De acordo com o Secretário da Agricultura e Pecuária do Município, há cerca de três PEVs para recebimento das embalagens. Uma vez ao ano, a cooperativa dos agricultores do município organiza um mutirão para a coleta dos resíduos, que são destinados ao município de Mafra, que possui uma central de recebimento de embalagens vazias, gerenciada pela ACODEPLAN. Há no município uma loja agrícola da Cooperativa Regional Agropecuária do Vale do Itajaí (CRAVIL), que possui um recipiente para coleta de embalagens vazias, além de outro para depósito de produtos vencidos. Estes pontos ficam armazenados no depósito da loja, junto com os produtos estocados, que possui ventilação e EPIs juntos à porta. 3.1.9 RESÍDUOS DE OLEOS COMESTÍVEIS Em Santa Catarina, a Lei Estadual nº 14.330, de 18 de janeiro de 2008 (SANTA CATARINA, 2008) institui o Programa Estadual de Tratamento e Reciclagem de Óleos e Gorduras de Origem Vegetal, Animal e de Uso Culinário. O Programa visa o controle da poluição de mananciais e solo, a conscientização da população sobre os impactos ambientais gerados por esses resíduos, o incentivo à reciclagem desses produtos e o favorecimento da exploração econômica da reciclagem. Foi observada uma iniciativa particular de recolhimento de óleo de cozinha em um estabelecimento no município. O proprietário de um supermercado (o mesmo que recebe pilhas e eletrônicos) disponibilizou bombonas para que outros munícipes dispusessem, ali, o óleo de cozinha utilizado. O PEV é externo ao estabelecimento comercial, para que a população possa depositar este tipo de resíduo a qualquer hora do dia, mesmo com o estabelecimento fora de seu horário de funcionamento. Uma empresa de Jaraguá do Sul faz a coleta do óleo arrecadado no PEV, segundo o gerente do estabelecimento, a cada 15 ou 20 dias. 3.1.10 RESÍDUOS DA MINERAÇÃO A quantificação dos resíduos de mineração é dificultada pela complexidade dos processos envolvidos na produção de cada minério bruto ou beneficiado. Além disso, as informações estão disponíveis em diferentes agências governamentais, nacionais e estaduais, e não existe um controle sistemático dos dados, principalmente em relação aos resíduos estéreis (MMA, 2011 e IPEA, 2012). De acordo com o PIGIRS, segundo relatório do DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral, no município existem 144 processos, e as substancias produzidas relatadas abaixo. Tabela 12 – Substancias produzidas em Guaramirim SUBSTÂNCIA Areia Argilas TIPOS DE USO Construção civil Industrial Construção Civil Industrial Cerâmica vermelha Construção civil Industrial Industrial Industrial Construção civil Brita Industrial Industrial Construção civil Industrial PROPORÇÃO DE REJEITO (%) 96,40 85,62 Cascalho 2,47 a Coríndon 33,78 b Cromita * Ferro 26,67 Gnaisse * Granito 90,92 c Manganês 37,30 Ouro 100,00 Saibro 99,98 Turfa 26,19 Fonte: PIGIRS, 2014. * Dados insuficientes 1 Valor referente à categoria “Rochas (britadas) e cascalho. Na observação dos dados, percebe-se o quanto é significativa a produção de resíduos provenientes do beneficiamento de algumas substâncias minerais sendo que, em alguns casos, praticamente a totalidade da massa da produção se constitui em rejeito. E um dos principais problemas de degradação ambiental decorrente da atividade de mineração é a disposição inadequada desses rejeitos, além da disposição dos resíduos estéreis. 3.1.11 RESÍDUOS SÓLIDOS CEMITERIAIS São diversos os tipos de resíduos gerados nas operações e manutenção de cemitérios, destacando-se resíduos verdes provenientes de capina, poda e arranjos florais, resíduos semelhantes aos de construção civil oriundos da manutenção de jazigos e resíduos da decomposição dos corpos gerados do processo de exumação. De acordo com informações da Prefeitura Municipal, a Secretaria de Infraestrutura administra dois cemitérios municipais, localizados nos bairros Centro e Vila Amizade. No cemitério do Centro, a capacidade é para cerca de 10.000 túmulos. Para a limpeza e recolhimentos dos resíduos, há uma parceria entra a Secretaria e uma empresa privada, que cobra o valor de R$ 120,00, para que sejam recolhidos os RCC dos cemitérios, além de outros itens, como vasos e flores. A produção média mensal de resíduos é de aproximadamente 10 m³. Os restos humanos, como ossos, quando não são recolhidos pela família, são depositados em uma caixa coletiva. Outros cemitérios existentes no município estão localizados nos bairros Rio Branco, Poço Grande, Brüderthal e Bananal do Sul. Estes cemitérios, ainda segundo informações da Prefeitura Municipal, são administrados pela comunidade, que cuida de todos os procedimentos para os sepultamentos, e eventualmente cobra pelos serviços. A quantidade de túmulos é bem menor em relação ao cemitério do Centro, não alcançando mais do que 1.000 vagas. Foi relatado que a Secretaria de Infraestrutura começou, há pouco, a se mobilizar para ter maior controle destes cemitérios. 3.1.12 RESÍDUOS INDUSTRIAIS Os resíduos industriais provenientes do beneficiamento industrial possuem uma grande variedade de acordo com a atividade realizada, sendo de responsabilidade do gerador a sua destinação final adequada. O município de Guaramirim possui uma instrução normativa (IN nº 04) que trata sobre o licenciamento ambiental para execução de atividades industriais, estabelecendo critérios para apresentação dos planos, programas e projetos ambientais, incluindo o tratamento e disposição de resíduos sólidos. 3.1.13 RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE Considerando os pontos geradores de resíduos dos serviços de transporte, que seriam portos, aeroportos, terminais alfandegários, ferroviários, rodoviários e passagens de fronteira, em Guaramirim foi verificada existência de uma estação rodoferroviária, que atualmente encontra-se desativada para os serviços ferroviários, funcionando somente como rodoviária. Conforme informações passadas pela Prefeitura, os resíduos provenientes deste local são dispostos normalmente para a coleta convencional. 3.1.14 RESÍDUOS DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO São os resíduos provenientes dos serviços de tratamento de água e esgoto, dos dispositivos de drenagem. No município não há serviço de tratamento de esgoto. No tocante ao tratamento de água os resíduos provenientes da lavagem dos filtros e dos que ficam retidos no fundo das lagoas de decantação são coletados pela empresa que realiza os serviços de manejo dos RSD, Serrana Engenharia Ltda, que os encaminha ao aterro sanitário. Já os de drenagem urbana, foram descritos no item limpeza publica. 3.2 IDENTIFICAÇÃO DOS GERADORES SUJEITOS À ELABORAÇÃO DE PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUSO SÓLIDOS Segundo a PNRS os grandes geradores de resíduos sólidos deverão elaborar os seus PGRS, com vistas ao correto gerenciamento desses, objetivando dar uma destinação adequada e proporcionar um maior reaproveitamento, reciclagem e valorização dos resíduos. De acordo com o art. 20 da PNRS, os geradores sujeitos aos PGRS são: Os geradores dos seguintes resíduos sólidos: - Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, excetuados os resíduos sólidos domiciliares e de limpeza pública; - Resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais; - Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS; - Resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios. Os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviço que: - Gerem resíduos perigosos; - Gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal. As empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA; Os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão competente do SISNAMA, do SNVS ou do SUASA. 3.3 CARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS, BASEADA EM INDICADORES TÉCNICOS, OPERACIONAIS E FINANCEIROS, DO SISTEMA INTEGRADO DE GERENCIAMENTO DE LIMPEZA URBANA E RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS Conforme informado anteriormente, toda a área urbana e rural possui coleta regular de lixo, de acordo com a frequência de cada localidade, sendo necessária uma análise sobre a frequência se está adequada de acordo com a demanda, e somando a esta a verificação de rotas, contingente, otimização. Ainda é verificado que ocorre a falta de divulgação destes roteiros e horários da coleta domiciliar e especialmente da coleta seletiva. Ainda foram encontradas poucas unidades de lixeiras publicas na área central da cidade, e menos ainda nos bairros. 3.3.1 RECURSOS FINANCEIROS A receita para os serviços de coleta são previstos na taxa de coleta de lixo do carne de iptu, para os serviços de limpeza publica está previsto na taxa de limpeza publica. Para a realização dos serviços de saneamento básico relacionados aos resíduos sólidos, é gasto atualmente, os seguintes valores: Tabela 13 – Valores de contrato de prestação de serviços Ordem Descrição A B C D E F VALORES DO CONTRATO 051/2012. Medida Quant. Unitário Valor Mensal Valor Anual Coleta manual e mecanizada, Transporte e Descarga de Resíduos Sólidos Urbanos (Área Urbana e rural) Tonelada/mês 550,00 140,73 R$ 77.401,50 R$ 928.818,00 Transbordo, Transporte e Destinação Final de Resíduos Sólidos Urbanos Coleta Seletiva sistema porta a porta na Área Urbana Tonelada/mês 550,00 147,56 R$ 81.158,00 R$ 973.896,00 Coleta diferenciada, transporte, tratamento e destinação final de resíduos de serviços de saúde. Equipe 1,00 14.441,90 R$ 14.441,90 R$ 173.302,80 Litros/mês 9.000,00 1,20 R$ 10.800,00 R$ 129.600,00 Quilômetros/mês 150,00 70,83 R$ 10.624,50 R$ 127.494,00 Varrição das áreas centrais Capina e varrição mecanizada/ serviços Quilômetros/mês adicionais Fonte: Serrana, 2015. 30,00 721,83 R$ 21.654,90 VALOR TOTAL R$ 216.080,80 R$ 259.858,80 R$ 2.592.969,60 No entanto, a arrecadação para estes serviços, ocorre por meio da cobrança de uma tarifa mensal por intermédio de carne de cobrança, sendo arrecadado no montante o valor anual de R$ 720.404,05 referente a taxa de limpeza pública (informações obtidas através do portal eletrônico da prefeitura). Verificando a arrecadação anual em comparação aos custos anuais dos serviços que foi de R$ 2.032.314,00 para o período de 2014, é possível verificar um déficit de arrecadação de 297,99 %. Há uma defasagem de cadastro, efetuando uma análise comparativa com o numero de cadastros de usuários de energia e outra de água, conclui-se que a defasagem permanece. O recadastramento se faz necessário para correção deste item, mas ainda também é necessário o ajuste da tarifa para que ocorra o equilíbrio econômico financeiro do contrato. Segundo a aguas de Guaramirim, são encontrados no município 8676 cadastros de usuários do abastecimento de agua, assim teríamos uma defasagem de 1736 usuários, considerando o valor total lançado pela média da tarifa que era de R$ 98,27. Obtém-se os seguintes resultados. Grafico 3 – Comparativo de atualização de cadastro com base no numero de consumidores de água Fonte: GTT, 2015, Aguas de Guaramirim. Transformando esse recadastro em valores utilizando a mesma tarifa base, obtém-se um déficit de arrecadação de 238,96 %. Grafico 4 – Resultado financeiro do comparativo de atualização de cadastro com base no numero de consumidores de água Fonte: GTT, 2015. Procedendo da mesma forma para o numero de cadastros informados pela CELESC, de 11.428 unidades. Gráfico 5 - Comparativo de atualização de cadastro com base no numero de consumidores de energia Fonte: GTT, 2015, CELESC. Transformando esse recadastro em valores utilizando a mesma tarifa base, obtém-se um déficit de arrecadação de 238,96 %. Fonte: GTT, 2015. Transformando esse recadastro em valores utilizando a mesma tarifa base, obtém-se um déficit de arrecadação de 180,96 %. Ocorre que este fator acumula um déficit de receita da ordem de 4,7 milhões conforme os dados obtidos em 2010 pela empresa Ferma e posteriores obtidos pela Prefeitura e SNIS. Grafico 6 – Valores em milhões pagos pelos serviços de coleta de resíduos Fonte: GTT, SNIS, Ferma, 2015. Grafico 7 - Valores em milhões lançados em cobrança pelos serviços de coleta de resíduos Fonte: GTT, SNIS, Ferma, 2015. Nota: os valores de 2011 não foram encontrados no SNIS devido a não serem alimentados na época. No ano de 2015, anteriormente ao lançamento da taxa de coleta de resíduos a prefeitura efetuou uma medida interna de recadastramento com documentos internos, sendo ainda necessária um recadastramento externo com maior abrangência, que resultou em uma atualização de 68% elevando o numero de cadastros para 11692 usuários dos serviços de coleta de resíduos. Assim neste anos houve o lançamento do montante de R$ 1.245.015,95 para cobrança do serviço. Minimizando o efeito da defasagem nas contas publicas. Desta forma, realizamos um levantamento de valores de tarifas, cobrados na região norte e vale do Itajaí, realizados por concessionários dos serviços elencados acima para o período de 2014, para que seja possível comparar os valores de tarifa praticados pelo Município de Guaramirim e relação a estes Municípios da região, segue abaixo uma tabela referencial: Tabela 14 – Comparativo de Taxa de coleta de resíduos CIDADE Guaramirim Itapoá Mafra Baln. Camboriu (até100L) Baln. Camboriu (101 a 300L) Itapema Itapema (150,1 a 300m²) ItajaÍ (50 a 100L) ItajaÍ (100 a 200L) Joinville 2x RESIDENCIAL Anual 3 x Anual 6 x 70,19 98,27 VALOR POR FREQUENCIA DE COLETA COMERCIAL Anual 2 x Anual 3 x Anual 6 x 168,46 91,25 127,51 Anual 3 x 218,76 POPULAÇÃO ESTIMADA INDUSTRIAL Anual 6 x Anual 2014 190,69 328,73 39.869 9,06 108,72 11,33 135,96 - - - - - - - 16,56 198,72 16,56 198,72 16,56 198,72 16,56 198,72 16,56 198,72 16,56 - - 10,52 126,24 21,04 252,48 23,67 284,04 47,34 568,08 124.557 - - - - - - 23,67 284,04 47,34 568,08 - - - 25,41 304,92 - - - - 33,13 397,56 - - - - - 35,43 425,16 53,15 637,8 - 14,36 172,32 - - 17,71 212,52 26,57 318,84 53,15 637,8 - - - - 15,19 182,28 22,78 273,36 35,44 425,28 16,7 - - 200,4 26,51 318,12 - - - 25,05 300,6 - 55.012 - - 26,51 318,12 - - 124.557 - 33,13 397,56 - - 55.016 - 201.557 - - 106,29 1275,5 38,2 - 17.521 10,52 126,24 21,04 252,48 - 458,4 - - - 16,99 203,88 - - - - 163,2 - 13,6 198,72 - - - - - 55.016 201.557 41,73 500,76 68,16 817,92 554.601 Araquari 17,7 212,4 26,54 318,48 - - - - 52,9 - - - - - - 31.030 Brusque - - 22,68 272,16 - - - - 45,36 544,32 - - - - - - 119.719 Barra Velha Guabiruba 15,3 Navegantes 9,8 Penha Piçarras - 183,6 117,6 23,27 279,24 20,33 243,96 21,59 259,08 - 16,81 201,72 24,28 291,36 22,1 265,2 - Fonte: GTT, 2015. - 30,6 367,2 634,8 46,54 558,48 40,66 487,92 - 19,61 235,32 43,19 518,28 - - 48,57 582,84 44,2 530,4 - - - - - - 25.662 21.046 70.565 28.718 19.976 Ainda procede a defasagem da tarifa para os serviços de limpeza publica, não na mesma proporção dos serviços de coleta, neste observa-se uma defasagem de 20,44%, como apresentado pela Prefeitura. Grafico 8 – Valores de despesas e receitas referente a limpeza publica para 2014 Lançado 308.160,60 Pago 387.352,80 Defasagem da taxa de limpeza pública (R$) Fonte: GTT, Prefeitura, 2015. 3.3.2 PROJEÇÕES DE PRODUÇÃO DE RESÍDUOS PARA OS PRAZOS Quando se traçam projeções de produção de resíduos em um dado município, normalmente se utilizam de parâmetros em termos de qualidade e quantidade (população e padrão de vida), que influenciam diretamente na geração desses materiais. Ao se projetar para o futuro, a primeira etapa a ser realizada é a projeção populacional do município. Para se obter os valores de geração de resíduos sólidos domiciliares, estimados em função do crescimento da população, para o período de 2016 a 2050 tomou-se como base os valores apresentados na tabela 3.2. Tabela 15 – Projeção da produção de resíduo Proveniência RDD – Resíduo Domiciliar 2018 2025 2035 2050 (T/ano) (T/ano) (T/ano) (T/ano) Fonte: GTT, 2015. 8.557 10.413 13.352 18.394 De acordo com esta projeção temos o montante de 1.883.205 toneladas que serão aterradas no período do plano. O aterro sanitário está localizado na rodovia BR 280, s/nº, km 168,5, no bairro Rio Branco, município de Mafra, nas coordenadas 26°10’59,72’’ de latitude sul e 49°52’44,27’’ de longitude oeste. O aterro possui uma área de 24,43 hectares e atende, além dos municípios de Guaramirim, Corupá, Jaraguá do Sul e Schroeder (pertencentes à AMVALI) outros 16 municípios da região. Em funcionamento desde 2003, possui vida útil projetada até 2023, sendo necessária a revisão deste local próximo a data projetada. 3.4 INFORMAÇÕES SOBRE ASSOCIAÇÕES DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS No município o serviço é realizado de forma individual e informal, sem nenhum apoio ou organização especifica. Porem existem projetos voltados para as associações de catadores a nível federal que podem ser utilizados no município, sendo contemplados por eles ou utilizando os mesmos como referencia de iniciativa própria. PRODUTO 2 DIAGNOSTICO DA SITUAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO INTRODUÇÃO ITEM IV 4. IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS COMRISCO CONTAMINAÇÃO POR RESÍDUOS SÓLIDOS DE 4.1 ÁREAS DE PASSIVOS AMBIENTAIS ORIUNDOS DA DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS O conceito de passivo ambiental expressa o acúmulo de danos praticados ao meio natural por intervenções humanas, os quais muitas vezes não podem ser mensurados economicamente. O termo passivo expressa um débito gerado no passado que fica a cargo de ser solucionado para as futuras gerações. Figura 19 – Detalhe de disposição incorreta de resíduos Fonte: http://www.rumosustentavel.com.br/ecod-basico-lixao-aterrocontrolado-e-aterro-sanitario/, 2015 A PNRS estabelece que a identificação dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos, incluindo áreas contaminadas, faz parte do conteúdo mínimo exigido para os planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos. Portanto, serão abordados neste tópico todos os passivos oriundos de disposição inadequada de resíduos no município de Guaramirim, que já foram levantados em outros itens ao longo deste trabalho, juntamente com o antigo lixão que será abordado a seguir, os quais se encontram resumidos no Quadro 25 e serão abordados com detalhes em seguida. Quadro 25. Locais dos principais passivos ambientais oriundos de disposição inadequada de resíduos em Guaramirim PASSIVO AMBIENTAL COORDENADAS GEOGRÁFICAS DOS PONTOS LATITUDE SUL LONGITUDE IDENTIFICAÇÃO DO PASSIVO NO DIAGNÓSTICO Antigo lixão do município Antiga área de disposição irregular de RSD Antiga área de disposição irregular de inertes OESTE 26°32’20,17” 48°59’28,16” 10.2 26°28’16,75” 48°57’04,69” 10.3 26°26’49,70” 48°55’22,27” 6.5, 6.6, 10.4 Tendo em vista essa problemática, é necessário que a limpeza urbana considere esses passivos em suas atividades, buscando eliminar esses resíduos acumulados e fiscalizar a conduta lesiva de cidadãos que disponham inadequadamente seus resíduos. 4.2 ANTIGO LIXÃO Em uma ação envolvendo a Polícia Ambiental e o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) no início do ano de 2000 foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em diversos municípios catarinenses com a finalidade de solucionar os problemas relativos ao gerenciamento de resíduos sólidos urbanos, principalmente relativos à destinação final, que visava, entre outros itens, a implantação de aterros sanitários e a recuperação das áreas degradadas pela disposição irregular dos resíduos municipais. Segundo dados fornecidos pelo Centro Operacional de Apoio do Meio Ambiente do MPSC (CMEMPSC), nos municípios da AMVALI, com exceção de Jaraguá do Sul, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou uma Ação Civil Pública (ACP) para a desativação dos lixões municipais, tendo como foco a proteção da mata atlântica. Com isso, Barra Velha, Corupá, Guaramirim, Massaranduba, São João do Itaperiú e Schroeder desativaram seus lixões mediante a apresentação de Plano de Recuperação da Área Degradada (PRAD) pelo lixão. Em Jaraguá do Sul, a situação foi mais amena. O município assinou um TAC com o MPSC em conjunto com o MPF, e realizou as adequações para a devida desativação do lixão, também mediante apresentação de PRAD pelo lixão. O município de Guaramirim, pelo seu antigo lixão localizado próximo a SC-413, sofreu ACP, registrada sob n° 2001.72.09.004419-7 (SC), com data de autuação de 07 de junho de 2001, cujos autores foram o IBAMA, o MPF e a FATMA. Informações podem ser obtidas no Portal da Justiça Federal – Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF, 2013). Observando-se a sentença de resolução de mérito, de 07 de abril de 2009, a o município de Guaramirim foi condenado a: Recuperar a área do “antigo lixão” mediante elaboração de PRAD e sua efetiva implantação, em conformidade com parecer técnico competente, submetido à aprovação da FATMA e do IBAMA; Promover a divulgação da sentença em jornal de circulação regional; Cumprir as obrigações em m prazo de 120 dias após o trânsito em julgado, sob pena de multa diária no valor de R$ 5.000,00. No dia 27 de junho de 2002 foi realizada uma audiência de conciliação entre o Município, Ministério Público Federal, FATMA e IBAMA, na qual foi proposta a execução de um projeto de aterro sanitário e requerido a LAO para o projeto, juntamente com a proposta de recuperação da área, protocolada perante à FATMA em 2001. Devido a problemas técnicos, como falta da impermeabilização da base do atual lixão, a FATMA desaconselhou à solução apresentada pelo Município, que incluía criar uma célula de resíduos sobre o lixão. Em audiência conciliatória realizada em agosto de 2003, o Município entregou à FATMA os documentos relativos à proposta de recuperação e adequação do aterro sanitário, sendo determinado que no prazo de 15 dias a FATMA examinaria a proposta, bem como forneceria a LAI. A partir da concessão da LAI, ficou consignado que o Município teria o prazo de cinco meses para cessar todo depósito no lixão; iniciar a operação da célula licenciada, após a LAO; apresentar o PRAD 60 dias após a cessação da utilização do lixão; apresentar à FATMA projeto de ampliação do aterro sanitário 120 após o início das operações da primeira célula. Quando solicitada pela Justiça a se manifestarem sobre o andamento do acordo, a FATMA afirmou que nenhum projeto foi encaminhado. Já o Município alegou que um projeto já havia sido encaminhado em maio de 2001. Considerando o desencontro das informações, o Município foi obrigado a elaborar de um novo PRAD, entrando com recurso judicial, o qual foi recebido em efeito suspensivo, suspendendo sua obrigação de elaborá-lo até julgamento do recurso, o que, até a presente data, não ocorreu. Com relação às características da área, há uma placa de identificação na entrada do terreno (Figura 55), cujas inscrições estão degradadas devido ao efeito do tempo. É possível identificar, do lado esquerdo, conforme mostrado na Figura 55 (A), aquilo que deveria ser a portaria, construída em madeira. É possível verificar pela foto que não há portão, ou mesmo moirão que indicasse a existência de um portão, impedindo a entrada de pessoas. Apesar de tomado pelo mato, é possível identificar o caminho de acesso ao terreno, que, na ocasião da visita técnica, não pôde ser acessado de carro, por recomendação de um moderador que vivia próximo ao local. Figura 55. Entrada do antigo lixão, com placa de identificação Fonte: PIGIRS Ao longo do acesso à área foram avistados sacos plásticos contendo resíduos. Dado o estado de conservação dos sacos, concluiu-se que foram depositados ali recentemente, provavelmente por moradores da região. Figura 56. RSD encontrados ao longo do acesso à área do antigo lixão. Fonte: PIGIRS A área onde eram dispostos os resíduos permanece erodida, com gramíneas e capins em estágio avançado de crescimento, como pode ser visto na Figura 57. Também puderam ser vistos alguns arbustos e pequenas árvores no local. Figura 57. Antigo do lixão, área onde eram dispostos os resíduos. Fonte: PIGIRS Durante a visita, não foi possível avistar qualquer resquício da presença de resíduos sólidos urbanos no local. Verificou-se, como previsto no PRAD, a presença de dois queimadores de gases, apagados, e em condições ruins de conservação. PRODUTO 2 DIAGNOSTICO DA SITUAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO INTRODUÇÃO ITEM V 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 5.1 GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS A gestão de resíduos pode ser definida como sendo o conjunto de ações voltadas para a sua minimização ao longo de todo o processo, desde a geração até a sua destinação final. As ações antrópicas mal direcionadas causam impactos muitas vezes irreversíveis não somente no meio ambiente natural, mas também no ambiente urbano, gerando uma série de problemas não somente de ordem física, mas também na saúde das pessoas. Assim, há uma necessidade crescente, no que tange à minimização desses impactos, de promover ações integradas interagindo o poder público, a sociedade civil e a iniciativa privada, que levem à preservação dos recursos naturais e à melhoria da qualidade de vida da população. A Política Nacional de Resíduos Sólidos dispõe de diretrizes voltadas para esse fim, traçando ações voltadas à busca de soluções para o gerenciamento correto dos resíduos sólidos, levando em consideração as dimensões políticas, econômicas, ambientais, culturais e sociais, com a ampla participação da sociedade, tendo como premissa o desenvolvimento sustentável e a minimização dos impactos advindos dessa atividade. A responsabilidade pela gestão dos resíduos do município Guaramirim é a Secretaria de Infraestrutura, que executa os serviços de forma terceirizada a coleta dos resíduos de origem domiciliar, comercial, dos provenientes da varrição, capina de vias, logradouros públicos, unidades de saúde, além da remoção de animais mortos. De forma individual os serviços de limpeza de córregos e paliativa os resíduos da construção civil/ demolição. A quantidade de resíduos sólidos de origem domiciliar, comercial e pública coletados no município, de acordo com a Tabela 3.1 – Item 3.1.1, é de 20,60 toneladas/dia, excluindo-se os provenientes dos grandes geradores, com índice de atendimento na área urbana e rural. A frequência de coleta é alternada para os resíduos de origem domiciliar por localidade. O índice de atendimento por coleta de lixo é de 100%. De acordo com informações do PIGIRS, existem no município cerca de 4 catadores independentes. Os materiais recicláveis são coletados porta a porta pelos mesmos, que não possui uma organização ou apoio. PRODUTO 2 DIAGNOSTICO DA SITUAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO INTRODUÇÃO ITEM VI 6. POTENCIALIDADES E DEFICIÊNCIAS 6.1 POTENCIALIDADES E DEFICIÊNCIAS PRODUTO 2 DIAGNOSTICO DA SITUAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO INTRODUÇÃO ITEM VII 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 7.1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PRODUTO 2 DIAGNOSTICO DA SITUAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO INTRODUÇÃO 8. ANEXO ITEM VIII 8.1 APRESENTAÇÃO DO DIAGNÓSTICO Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42