Curso de
Desenvolvimento
Gerencial do SUS
CADERNO DO ALUNO
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Ministro: ALEXANDRE PADILHA
Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde
Secretário: MILTON DE ARRUDA MARTINS
Diretora de Programa
Diretora: ANA ESTELA HADDAD
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
Reitora: MARIA LÚCIA CAVALLI NEDER
Vice-Reitor: FRANCISCO JOSÉ DUTRA SOUTO
Pró-Reitora Administrativa: VALÉRIA CALMON CERISARA
Pró-Reitora de Planejamento: ELISABETH A. FURTADO DE MENDONÇA
Pró-Reitora de Ensino de Graduação: MYRIAN THEREZA DE M. SERRA
Pró-Reitora de Ensino de Pós-Graduação: LENY CASELLI ANZAI
Pró-Reitor de Pesquisa: ADNAUER TARQUÍNIO DALTRO
Pró-Reitor de Cultura, Extensão e Vivência: LUIS F. CIRILLO DE CARVALHO
Pró-Reitor do Campus Universitário do Araguaia: JOSÉ MARQUES PESSOA
Pró-Reitora do Campus Universitário de Rondonópolis: CECÍLIA F. K. KIMURA
Pró-Reitor do Campus Universitário de Sinop: MARCO ANTÔNIO PINTO
Instituto de Saúde Coletiva
Diretora: MARTA GISLENE PIGNATTI
Núcleo de Desenvolvimento em Saúde
Coordenadora: NINA ROSA FERREIRA SOARES
CONSELHO DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE-MT
Presidente: ANDRÉIA FABIANA DOS REIS
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Reitor: RICARDO VIEIRALVES DE CASTRO
Instituto de Medicina Social
Diretor: CID MANSO DE MELLO VIANNA
Laboratório de Pesquisa sobre Práticas de Integralidade em Saúde
Coordenadora: ROSENI PINHEIRO
Centro de Estudos e Pesquisa em Saúde Coletiva
Presidente: CID MANSO DE MELLO VIANNA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM SAÚDE COLETIVA
Presidente: LUIZ AUGUSTO FACCHINI
CURSO DE DESENVOLVIMENTO GERENCIAL DO SUS
Coordenação
Fátima Ticianel Schrader
Júlio Strubing Müller Neto
Maria Angélica dos Santos Spinelli
Equipe Técnico-Administrativa
Aline Paula Motta
Ana Paula Louzada dos Anjos
Fátima Ticianel Schrader
Ilva Félix do Nascimento
Landrimar Trindade
Patrícia Santos Arruda
Responsável pelo Desenvolvimento do Projeto Pedagógico
Fátima Ticianel Schrader
Júlio Strubing Müller Neto
Consultoria Pedagógica
Aluísio Gomes da Silva Júnior
Roseni Pinheiro
Formação de Tutores
Alba Regina Silva Medeiros
Aluísio Gomes da Silva Júnior
Fátima Ticianel Schrader
Geny Catarina Francisca Rodrigues Lopes
Júlio Strubing Müller Neto
Nereide Lúcia Martinelli
Regina Lúcia Monteiro Henriques
Roseni Pinheiro
Sueli Batista de Almeida
Tutores e Participantes das Oficinas de Avaliação e Reformulação
Alba Regina Silva Medeiros (tutora)
Aline Paula Motta
Amaury Ângelo Gonzaga (tutor)
Ana Paula Louzada dos Anjos (tutora)
Ana Paula Silva de Faria
Crisley Suzane Rodrigues Araújo (tutora)
Diógenes Marcondes (tutor)
Edson Brunetti
Elizabeth Jeanne Fernandes Santos
Fátima Cristina M. Manfrin
Fátima Ticianel Schrader (tutora)
Geny Catarina Francisca Rodrigues Lopes (tutora)
Júlio Strubing Müller Neto
Landrimar Trindade (tutora)
Ligia Regina de Oliveira
Márcia de Campos (tutora)
Maria José Vieira Silva Pereira (tutora)
Maria Salete Ribeiro
Maria Silva Souza (tutora)
Marina Atanaka dos Santos
Miriam Tereza Vale Solé Rocha (tutora)
Nereide Lúcia Martinelli (tutora)
Oliani Nouey Machado Godoy
Ruth Terezinha Kehrig (tutora)
Simone Charbel (tutora)
Sônia Maria de Souza Correa (tutora)
Terezinha de C. Viana Gimenes (tutora)
Theodoro Carlos Magalhães Pinto (tutor)
Vânia Salete Marchese (tutora)
Caderno de Indicadores
Irani Machado Ferreira
Leila de Arruda Alencar
Noemi Dreyer Galvão
Terezinha de C. Viana Gimenes
Revisão e Normalização
Ana Maria Auler M. Peres
Valéria Marinho Nascimento Silva
Tatiana Coelho Lopes
COMPOSIÇÃO DO CONSELHO EDITORIAL DA EDUFMT
Presidente: MARINALDO DIVINO RIBEIRO
Membros
Ademar de Lima Carvalho
Aída Couto Dinucci Bezerra
Bismarck Duarte Diniz
Eliana Beatriz Nunes Rondon
Frederico José Andries Lopes
Janaina Januário da Silva
José Serafim Bertoloto
Jorge do Santos
Karlin Saori Ishii
Marluce Aparecida Souza e Silva
Marly Augusta Lopes de Magalhães
Moacir Martins Figueiredo Junior
Taciana Mirna Sambrano
Elisabeth Madureira Siqueira
Júlio Strubing Müller Neto
Fátima Ticianel Schrader
(Orgs.)
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial do SUS
CADERNO DO ALUNO
Cuiabá - MT
2011
copyright
©2011,
júlio strubing müller neto e fátima ticianel schrader
(orgs.).
todos os direitos reservados.
Curso de Desenvolvimento Gerencial do SUS – Caderno do Aluno
Supervisão Editorial
Ana Silvia Gesteira, Janaína Januário da Silva e Aline Paula Motta
Revisão
Suzana Silva
Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica
Mauro Corrêa Filho
Diagramação
Fabiano Grillaud
Impressão
Gráfica e Editora Defanti
Esta obra foi produzida com recurso do Governo Federal Projeto realizado em parceria com:
Centro de Estudos e Pesquisa em Saúde
Coletiva
Rua São Francisco Xavier, 524 – 7º andar - Maracanã
Rio de Janeiro – RJ – CEP 20550-900
Telefones: (21) 2334-0504 ramal 152 - Fax: (21) 2334-2152
Instituto de Saúde Coletiva - ISC
URL: www.lappis.org.br / www.ims.uerj.br/cepesc
Núcleo de Desnvolvimento em Saúde - NDS Endereço eletrônico: [email protected]
Av. Fernando Corrêa da Costa, 2.367 - Campus CEPESC é sócio efetivo do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).
Universitário - CCBS III - Boa Esperança
Cuiabá-MT – CEP 78060-900
Telefone: (65) 3615-8834
Conselho de Secretarias Municipais de Saúde
URL: www.ufmt.br/observarh
Endereço eletrônico: [email protected]
Rua Tenente Coronel Duarte, 1070 - Centro-Sul
Editora Universitária
Av. Fernando Corrêa da Costa, 2.367
Boa Esperança - Cuiabá-MT – CEP 78060-900
Telefone: (65) 3615-8322
URL: www.editora.ufmt.br
Endereço eletrônico: [email protected]
Cuiabá - MT - CEP: 78020-450
Telefone: (65) 3644-2406
URL: www.cosemsmt.org.br
Endereço eletrônico: [email protected]
Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas
usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer
os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos
lugares. É o tempo da travessia: e se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado para sempre à margem de nós mesmos.
Fernando Teixeira Andrade
O medo: o maior gigante da alma
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DO ISC/UFMT............................................................................................. 09
APRESENTAÇÃO DO COSEMS/MT ........................................................................................ 11
ESTRUTURA DO CURSO ...................................................................................................... 13
GRADE DO CURSO ............................................................................................................. 14
APRESENTAÇÃO DO CURSO ................................................................................................ 27
CONTRATO DE CONVIVÊNCIA ............................................................................................ 37
UNIDADE I – CONDIÇÃO DE VIDA, POLÍTICA E GESTÃO DO SUS
MÓDULO 1 – CONDIÇÃO DE VIDA E POLÍTICA DE SAÚDE
Conceitos Propostos na Figura Dahlgren e Whitehead ...................................................................... 43
Pacto pela Saúde (slides) ............................................................................................................ 45
A implementação do SUS em Mato Grosso: período 1995-2006 (slides) .................................................. 51
MÓDULO 2 – POLÍTICA E GESTÃO DE SAÚDE NO MUNICÍPIO
O desafio da mudança – gestão com pessoas no SUS (slides) ................................................................ 73
Orientação para construção da Memória Viva e do Mosaico: história da política municipal de saúde ............... 77
Trajetória assistencial: o caso do Sr. Pedro ..................................................................................... 81
MÓDULO 3 – INFORMAÇÃO E PLANEJAMENTO EM SAÚDE
Planejamento da saúde no nível local (slides) ................................................................................... 87
Rede explicativa dos problemas selecionados para construção da Agenda de Fortalecimento Gerencial ............ 97
A importância e o papel da informação em saúde ............................................................................. 99
TABNET ............................................................................................................................109
Rede explicativa dos problemas selecionados para construção da Agenda de Fortalecimento Gerencial ...........123
EIXO INTEGRADOR
Orientação para elaboração de resumo ........................................................................................127
Trabalho de campo (entrevistas e exercícios) ................................................................................. 131
UNIDADE II – GERENCIAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA E
SERVIÇOS DE SAÚDE: INTEGRALIDADE E DIREITO À SAÚDE
MÓDULO 4 – MODELOS TECNOASSISTENCIAIS EM SAÚDE E AVALIAÇÃO DO CUIDADO
Modelos tecnoassistenciais em saúde e avaliação do cuidado (slides) ......................................................143
Rede explicativa dos problemas selecionados para construção da Agenda de Fortalecimento Gerencial ...........153
Elaboração de caso a partir de entrevistas com usuários ....................................................................155
MÓDULO 5 – TRABALHO EM EQUIPE
Estudo de casos ....................................................................................................................159
Estudo dirigido .....................................................................................................................163
MÓDULO 6 – GERÊNCIA DE RECURSOS NA UNIDADE
Rede explicativa dos problemas selecionados para construção da Agenda de Fortalecimento Gerencial ...........167
MÓDULO 7 – EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA FORTALECIMENTO GERENCIAL
Educação Permanente em Saúde (slides) .......................................................................................171
Reflexão sobre Educação Permanente como estratégia de gestão de coletivos .........................................179
Consolidação da Agenda de Fortalecimento Gerencial .....................................................................183
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
APRESENTAÇÃO DO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA
Prezado(a) aluno(a),
É um prazer tê-lo(a) como participante do CDG-SUS, uma proposta de desenvolvimento das pessoas e das práticas
de gestão e do cuidado em saúde que adota a perspectiva da ética e da integralidade da atenção, visando à construção
do perfil e das competências desejadas para os gerentes dos serviços municipais de saúde.
O curso, desenvolvido à luz da política nacional de educação permanente, é apoiado financeiramente pelo
Ministério da Saúde e coordenado pelo Núcleo de Desenvolvimento em Saúde (NDS), que integra o Instituto de
Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
Desde 2007, o NDS realiza parcerias com as seguintes instituições para garantir a implementação do CDG-SUS:
Fundação Uniselva, Laboratório de Pesquisas sobre Práticas de Integralidade em Saúde (LAPPIS/IMS/UERJ),
Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS/MT) e Secretarias Municipais de Saúde de 52 municípios
do Estado de Mato Grosso.
A proposta foi alavancada em razão da demanda crescente do SUS por qualificação de gerentes e profissionais da
saúde, da complexidade do sistema, da diversidade de atores e de processos de trabalho em espaços da gestão,
o que requer a superação do modelo de planejamento e gestão normativo e pouco participativo ainda predominante nas instituições.
Para sua realização recebeu apoio integral da Diretora do Programa de Capacitação Gerencial do Ministério da
Saúde, Dra. Márcia Hiromi Sakai.
Seus objetivos específicos são: a) despertar o aluno para a sua corresponsabilidade com o processo de gestão e do
cuidado, colocando o usuário no centro do processo; b) estimular a organização e integração dos processos administrativos gerenciais entre as equipes gestoras e prestadoras de serviços; c) estimular a realização de parcerias e o
intercâmbio de conhecimento e experiências entre os profissionais da rede municipal; d) ampliar o conhecimento
dos participantes, identificando técnicas e procedimentos utilizados na resolução dos problemas; e) propiciar mais
interação entre os profissionais e trabalhadores de saúde e os usuários do SUS, seja individual ou coletivamente;
f) fortalecer a Rede de Apoio ao SUS do COSEMS.
9
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Para alcançar esses objetivos, o NDS realiza a capacitação permanente de tutores por meio de oficinas e de atividades denominadas laboratório de práticas. Tais profissionais são apoiados pelo trabalho de uma coordenação e ministram, em duplas, o CDG-SUS.
Os 25 tutores habilitados ao longo desses anos são atores sociais comprometidos com a proposta de ensino-aprendizagem – valorizam o conhecimento e as práticas dos participantes e apoiam-se no desenvolvimento profissional e
no fortalecimento dessas competências.
Outro ponto de destaque é a metodologia do CDG-SUS, que favorece a análise da realidade municipal. Abrange,
portanto, a política, o planejamento, a gestão, o financiamento, o controle social, a gestão de pessoas, a informação
e o gerenciamento da unidade de saúde, a organização dos serviços, o trabalho em equipe e a política de educação
permanente, tendo como eixos estruturantes o direito à saúde e a integralidade da atenção.
Os tutores utilizam técnicas participativas durante as aulas – como estudo dirigido, plenárias, estudo de casos, mosaico, memória viva, rede explicativa de problemas e construção da agenda de fortalecimento gerencial –, com os
propósitos de enfatizar a relação entre o conteúdo temático e a metodologia participativa e estimular a implantação
de coletivos de educação permanente.
Para que você, aluno(a), tenha acesso ao material do CDG-SUS, realizamos um trabalho conjunto de revisão do curso
– seis oficinas de planejamento e avaliação – com o envolvimento da equipe de coordenação, de tutores e consultores.
O aluno recebe também um Caderno de Indicadores preparado para cada município e um CD contendo legislações
do SUS, textos e aulas.
O resultado desse esforço, cuja marca é a inovação, está disponível em duas publicações: uma coletânea de textos
básicos e referências bibliográficas complementares e este caderno de atividades, contendo exercícios, estudos de
caso e aulas que possibilitam reflexão, avaliação e construção coletiva do conhecimento, cuja organização foi realizada pelo NDS/ISC/UFMT em cooperação com o LAPPIS/IMS/CEPESC/UERJ.
Aproveite. O CDG-SUS foi desenvolvido especialmente para você.
Maria Angélica dos Santos Spinelli
COORDENADORA DO PROJETO CDG-SUS
PROFESSORA DOUTORA DO ISC/UFMT
10
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
APRESENTAÇÃO DO COSEMS/MT
O Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso (COSEMS/MT), criado em 21 de maio de 1987,
tem uma trajetória de luta e compromisso com a Reforma Sanitária e com a efetivação do Sistema Único de Saúde
nas dimensões técnica, política e da organização dos serviços. Defensor intransigente do direito à saúde como condição fundamental de cidadania, o COSEMS/MT vem somando esforços para que a gestão municipal exerça sua
competência de forma autônoma, eficaz, democrática e solidária.
O Conselho de Secretarias Municipais é um ator de representação, mobilização e articulação nos contextos local,
regional, estadual e nacional para efetivação dos princípios e diretrizes do SUS: universalidade, equidade, descentralização e participação social, que continuam sendo os grandes desafios para as três esferas de governo.
Neste ideário, constrói permanentemente novas práticas e saberes para a superação dos grandes desafios, entre os
quais destacamos a área recursos humanos, seja pela ausência ou deficiência de Plano de Cargos, Carreiras e Salário,
conforme a Lei 8.142/90, ou pela consequente falta de uma política de gestão do trabalho e da educação na saúde
nos diferentes níveis do sistema, pautados na lógica da educação permanente.
Para enfrentar esses desafios, o COSEMS/MT priorizou na agenda política a parceria com o Núcleo de
Desenvolvimento em Saúde do Instituto de Saúde Coletiva (NDS/ISC) da Universidade Federal de Mato Grosso na
construção e execução do Programa Estratégico de Desenvolvimento e Capacitação Gerencial e de Gestores, visando também à qualificação dos profissionais, trabalhadores e conselheiros do SUS. O Programa tem como referência
o direito à saúde, a integralidade e as diretrizes da Política Nacional de Educação Permanente.
A parceria entre o COSEMS/MT e o ISC/UFMT vem contribuindo nesses anos com o fortalecimento do SUS e
buscando a superação das desigualdades e dificuldades de acesso dos trabalhadores da saúde e lideranças dos movimentos sociais aos programas de formação e pós-graduação; e, em diferentes projetos de extensão, integrando o
ensino, a pesquisa e os serviços no processo de educação permanente em saúde desenvolvida.
Nessa parceria, não podemos deixar de ressaltar as ações estratégicas realizadas, potencializadas e disseminadas
com a participação de integrantes do Projeto Rede de Apoio ao SUS, constituindo intenso processo de mobilização
e capacitação que vem atingindo as regiões de saúde do estado. A experiência tem permitido vivenciar novas práticas integradoras e o empoderamento dos sujeitos coletivos, e tem como raiz e fonte geradora a interação ensino e
serviços, viabilizada pela ação conjunta do COSEMS/MT e ISC/NDS desde 2004.
11
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
A avaliação positiva dos executores, alunos, monitores e gestores envolvidos na realização dos cursos em 2008
fortaleceu a decisão do COSEMS de priorizar a realização de novos cursos em 2009 e 2010, e, em agosto de 2008,
aprovar, na Comissão Intergestores Bipartite de Mato Grosso, 48 novos cursos para promover a educação permanente e o fortalecimento gerencial de aproximadamente 1.680 trabalhadores e conselheiros de saúde, atingindo as
14 regiões de saúde do estado. Nesse sentido, o CDG-SUS integra o programa estratégico de ação do COSEMS
no estado e sua execução somente tem sido possível na dimensão e amplitude propostas em decorrência da estreita
articulação e parceria entre as instituições promotoras.
Andréia Fabiana dos Reis
PRESIDENTE DO COSEMS/MT
12
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ESTRUTURA MODULAR DO CURSO
O CDG-SUS está estruturado em duas unidades e um eixo integrador, que correspondem a oitenta horas de qualificação, com aulas presenciais e um período de dispersão para o desenvolvimento de um trabalho de campo. Dessa
forma, garante ao aluno acesso às principais noções de saúde e doença, conceitos de política, planejamento, gestão
do SUS, organização do sistema e dos serviços de saúde, tendo a integralidade, o direito à saúde e a educação permanente como eixos.
Unidade I: Condição de vida, política e gestão do SUS
ƒƒ30 horas de aula presencial
Temas abordados
ƒƒMódulo 1 – 8 horas: Condição de vida e política de saúde
ƒƒMódulo 2 – 10 horas: Política e gestão de saúde no município
ƒƒMódulo 3 – 12 horas: Informação e planejamento em saúde
Eixo integrador: Trabalho de campo
ƒƒ20 horas de dispersão
Unidade II: Gerenciamento e organização do sistema e serviços de saúde: integralidade e
direito à saúde
ƒƒ30 horas de aula presencial
Temas abordados
ƒƒMódulo 4 – 12 horas: Modelos tecnoassistenciais em saúde e avaliação do cuidado
ƒƒMódulo 5 – 6 horas: Trabalho em equipe
ƒƒMódulo 6 – 7 horas: Gerência de recursos na unidade
ƒƒMódulo 7 – 5 horas: Educação permanente para fortalecimento gerencial
13
GRADE
DO CURSO
1.1 Condições de vida, saúde e doença
1.2 Política de saúde no
Brasil
TEMA
Das 13 às 16:45h
Das 17 às 18.45h
HOR.
1º DIA
Módulo 1 – CONDIÇÃO DE VIDA E POLÍTICAS DE SAÚDE
ESTRATÉGIA
Cerimônia de abertura.
Acolhimento.
Dinâmica de apresentação.
Exposição e diálogo.
Questão para reflexão:
Concepção de saúde e
doença. Exibição do filme
Ilha das Flores com debate
em plenária. Reflexão sobre
os determinantes sociais da
saúde propostos na figura
Dahlgren e Whitehead.
Debate sobre o filme, com
ênfase no período após os
anos de 1980 (cine fórum).
ATIVIDADE DO ALUNO
Apresentação.
Falar sobre suas expectativas e compromissos e
pactuar o contrato de convivência.
Participar da aula de apresentação do curso.
Escrever o que entende por processo de saúde
e doença e guardar a resposta para o momento
seguinte.
Assistir ao filme e discutir em plenária os pontos
relevantes.
No debate, relacionar a crítica do filme aos
conceitos propostos na figura Dahlgren e
Whitehead.
Retomar a resposta do exercício anterior e
complementar a reflexão, indicando se houve
mudança em relação à percepção inicial e após a
atividade realizada.
Assistir ao filme Políticas de saúde no Brasil e debatêlo conforme dinâmica sugerida.
Registrar as observações relevantes no período
histórico do filme e comentar o período indicado
pelo tutor.
Participar da coleta de documentos para
a construção do mosaico e contatar com
informante(s) - chave para a memória viva (módulo
seguinte);
MATERIAL E RECURSOS
Aula PP
Dinâmica de apresentação e
expectativa
Modelo de contrato de
convivência
Filme Ilha das flores
Figura Dahlgren e Whitehead
CD legislação
Filme Políticas de saúde no
Brasil.
Folhas coloridas para a
dinâmica
GRADE
DO CURSO
HOR.
TEMA
Das 13 às 14h
1.2 Política de saúde
no Brasil
Das 14 às 15:45h
1.3 Política de saúde
em Mato Grosso: a
implementação do SUS
no período de 1995-2006
2º DIA
MÓDULO 1 – POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL E EM MATO GROSSO
ESTRATÉGIA
Plenária com debate.
ATIVIDADE DO ALUNO
MATERIAL E RECURSOS
Debater.
Aula dialogada.
e participar da aula dialogada
Presença de um representante Assistir
sobre
o
Pacto
da Saúde.
Aula PP
do município para abordar a
situação do Pacto.
Exposição e diálogo.
Assistir e participar da aula dialogada
sobre Política de Saúde em Mato
Aula PP
Grosso.
2.1 A história viva da saúde no
município
Das 16 às 18:45h
Módulo 2 – POLÍTICA E GESTÃO DA SAÚDE NO MUNICÍPIO: a avaliação na
perspectiva do usuário, trabalhador e gestor
Trabalho em dois grupos,
conforme roteiro:
A) Mosaico;
B) Memória Viva.
Apresentar o resultado da coleta
de material/documentos para o
mosaico.
Elaborar painel/mosaico com fotos e/
ou recortes de documentos e jornais,
conforme roteiro.
Orientar o diálogo com
informante(s)-chave, conforme
roteiro.
Plenária com debate.
Continuar trabalho em grupo.
Grupos A e B: apresentação do
trabalho em plenária.
Fotos, documentos básicos
do município, jornais.
Informante(s)-chave
ao vivo ou em vídeo.
Entrevista.
Papel, cola, tesoura,
pincel, etc.
Roteiro para orientar os
grupos.
GRADE
DO CURSO
TEMA
2.2 Avaliação da gestão
municipal na perspectiva do
usuário
2.3 Avaliação na perspectiva da gestão municipal e dos trabalhadores
HOR.
Das 17 às 18:45h
Das 15 às 16.45h
Das 13 às 14:45h
3º DIA
Módulo 2 – POLÍTICA E GESTÃO DA SAÚDE NO MUNICÍPIO:
a avaliação na perspectiva do usuário, trabalhador e gestor
ESTRATÉGIA
Trabalho em grupo e
discussão em plenária.
Trabalho em quatro
grupos por tema:
A) planejamento em
saúde;
B) recursos humanos;
C) controle social;
D) financiamento.
Seleção de uma
situação-problema.
Plenária e debate (15
minutos para relato de
cada grupo)
ATIVIDADE DO ALUNO
Discutir e refletir sobre a
trajetória assistencial do
Sr. Pedro com base em roteiro.
Participar e contribuir com o
debate em plenária.
MATERIAL E RECURSOS
Caso do Sr. Pedro com roteiro de reflexão.
Textos de apoio
A) Planejamento, epidemiologia e programação como
Trabalho em quatro grupos:
instrumentos de gestão.
para a reflexão por área da
B) RH: o desafio da gestão do trabalho no SUS.
gestão municipal (planejamento,
C) Artigo Conferências de saúde e formulação de políticas
recursos humanos, controle
em 16 municípios de Mato Grosso (apenas resultados) e
social e financiamento), seguir
o texto Construindo a possibilidade da participação dos
a orientação: 1) utilizar os
usuários: conselhos e conferências no Sistema Único de Saúde.
textos específicos indicados para
D) Financiamento: a Emenda Constitucional n. 29, de
consulta e destacar os principais
13 de setembro de 2000.
conceitos abordados; 2) analisar
E) Documentos do municípios.
os documentos do município
Para todos os grupos
indicados para o tema do grupo
- Relatório da Conferência 2007.
e o caderno de informação,
- Termo de compromisso do Pacto pela Saúde.
caracterizando em forma de
Documentos específicos por grupo
texto os aspectos relevantes/
- Planejamento: Plano Plurianual de Saúde 2010/2013
preocupantes da gestão do
ou 2006/2009 e Programação Anual 2010 ou 2009.
município; 3) identificar se
- RH: PCCS e Relatório do CNES - Caderno de
as áreas da gestão debatidas
informação.
no grupo conseguem ouvir o
- Relatório de Gestão 2009/2010.
Sr. Pedro e as demandas da
- Controle social: Decreto de criação do Conselho
conferência; 4) selecionar um
Municipal e de atualização.
problema de gestão que o grupo
- Financiamento: lei de criação do Fundo Municipal
considere mais importante.
de Saúde.
- Caderno de informação.
Apresentar o resultado do
trabalho em plenária.
GRADE
DO CURSO
TEMA
3.1 Planejamento em saúde no nível local
3.2 A importância e o papel
da informação em saúde
Das 17 às 18:45h
Das 15 às 16:45h
Das 13 às 14:45h
HOR.
4º DIA
MÓDULO 3 – INFORMAÇÃO E PLANEJAMENTO EM SAÚDE
ESTRATÉGIA
ATIVIDADE DO ALUNO
MATERIAL E RECURSOS
Aula dialogada.
Participar da aula sobre planejamento local em saúde
e compreender como trabalhar a rede de explicação
Aula PP
de problemas no CDG-SUS para a construção de uma
Caderno de informação do
agenda de fortalecimento gerencial. Observar que a
Município
construção da rede explicativa ocorrerá em vários
módulos do curso.
Trabalho em quatro
grupos (os mesmos
grupos do Módulo 2).
Plenária para
apresentação da
rede explicativa do
problema.
Fazer a rede explicativa do problema selecionado no
módulo anterior (da gestão).
Organizar a apresentação e participar da plenária.
Entregar trabalho digitado.
Modelo de rede explicativa/
agenda
Caderno de informação do
Município
Exposição e diálogo.
Participar da aula sobre a importância e o papel da
informação em saúde.
Aprender a utilizar o caderno de informação do
município, destacando os indicadores selecionados.
Participar da pesquisa TABNET dos sistemas de
informação em saúde, lembrando que o roteiro passo
a passo DATASUS foi incluído no CD.
Compreender o exercício sobre sistema de informação
a ser realizado no período de campo.
Aula PP
Internet
Caderno de informação do
Município
Exercício de campo
CD
GRADE
DO CURSO
3.2 A importância e o papel da informação
TEMA
em saúde
Orientação para dispersão e avaliação
do curso da Unidade I
Das 17 às 18:45h
Das 16:30 às
17h
Das 15 às
16:45h
Das 13 às 14:45h
HOR.
5º DIA
MÓDULO 3 – INFORMAÇÃO E PLANEJAMENTO EM SAÚDE
ESTRATÉGIA
Trabalho em quatro
grupos (os mesmos
do Módulos 2): 45
minutos.
Plenária para
apresentação do
trabalho.
Plenária com debate:
15 minutos para cada
grupo.
ATIVIDADE DO ALUNO
Ler os indicadores do caderno de informação do
município.
Selecionar um problema de saúde do caderno por
grupo.
Fazer a rede explicativa/agenda do problema
selecionado.
Avaliar se os problemas selecionados e explicados
pelo grupo foram ou não percebidos pelos atores e
incorporados ao Plano Municipal de Saúde e a outros
instrumentos de gestão.
Organizar a apresentação.
MATERIAL E RECURSOS
Caderno de informação do
Município
Documentos do município
(conforme descrito no Módulo
2)
Papel e pincel atômico
Apresentar o trabalho dos grupos em plenária.
Avaliação da Unidade I Participar da avaliação da primeira Unidade.
Baseando-se no roteiro e conforme orientação do tutor,
ler e resumir individualmente os textos.
Cada grupo entrevista dois trabalhadores (um ACS e
Orientação do trabalho um de outra categoria) e dois usuários de unidades de
Roteiro para resumo
de dispersão/campo e saúde (quatro grupos).
Formulários para entrevistas e
sua importância como Cada grupo preenche formulário de entrevista e
observação.
eixo integrador.
observação sobre gerenciamento de materiais da
unidade selecionada.
Entregar no início do Módulo 4 o resumo individual dos
textos, entrevistas e roteiro de observação.
GRADE
DO CURSO
TEMA
4.1 Modelos tecnoassistenciais em saúde e
organização de redes integrais de serviços
4.2 Avaliação da Atenção Básica/Saúde da Família sob a ótica da
integralidade
HOR.
Das 15 às 18:45h
Das 13 às 14:45h
6º DIA
UNIDADE II – GERENCIAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA
E SERVIÇOS DE SAÚDE: INTEGRALIDADE E DIREITO À SAÚDE
MÓDULO 4 – MODELOS TECNOASSISTENCIAIS EM SAÚDE E AVALIAÇÃO DO CUIDADO
ESTRATÉGIA
ATIVIDADE DO ALUNO
MATERIAL E RECURSOS
Acolhimento.
Repactuar o contrato de
convivência.
Plenária com debate.
Participação e discussão: comentários sobre a percepção
em relação ao trabalho de campo nas unidades
selecionadas.
Compreender os textos e relacioná-los à observação e às
entrevistas com os usuários realizadas nas unidades de
saúde e com o caso do Sr. Pedro.
Aula dialogada.
Participar da aula dialogada sobre modelos
tecnoassistenciais, avaliação do cuidado e redes integradas
Aula PP
de atenção à saúde e contribuir com o debate a partir da
leitura dos textos.
Grupos de Trabalho Construção de casos a
partir das entrevistas
Realizar a leitura das entrevistas com os usuários.
A partir da leitura, caracterizar e analisar as modalidades
de atenção, tendo como foco a unidade de saúde e as
entrevistas realizadas com os usuários.
Destacar as noções/conceitos de cuidado, o acolhimento,
o vínculo, a escuta, a coordenação, acesso/acessibilidade,
e responsabilização.
Redigir a narrativa do caso e preparar a apresentação,
podendo utilizar a dramatização ou outro recurso.
Preparar a digitação para entregar a narrativa do caso
para o tutor.
Instrumento de entrevista
preenchido na dispersão
Orientação para a narrativa
e construção do caso
Papel e pincel atômico
Objetos para teatro, etc.
Plenária seguida de
grupos de trabalho
Participar da apresentação dos casos na plenária e do
debate.
Trabalho em grupos: selecionar um problema a partir da
discussão anterior e produzir a rede explicativa/agenda.
Narrativas dos casos
construídos pelos alunos
Modelo de rede explicativa/
agenda
Contrato de convivência
Entrevistas
Caso do Sr. Pedro
GRADE
DO CURSO
MÓDULO 4 – MODELOS TECNOASSISTENCIAIS EM SAÚDE
E AVALIAÇÃO DO CUIDADO
HOR.
TEMA
Das 13 às 14:45h
4.2 Avaliação da Atenção Básica/Saúde
da Família sob a ótica da integralidade
7º DIA
ESTRATÉGIA
Plenária
ATIVIDADE DO ALUNO
MATERIAL E RECURSOS
Realizar a apresentação da rede explicativa/
agenda.
Entregar cópia das narrativas dos casos.
Das 17 às
18:45h
5.1 Trabalho em
equipe
Das 15 às 16:45h
MÓDULO 5 – TRABALHO EM EQUIPE
Leitura de texto com
estudo dirigido
Leitura do texto com elaboração de respostas: O
trabalho em equipe como dispositivo de integralidade:
experiências cotidianas em quatro localidades
brasileiras.
Plenária
Participar da apresentação das respostas do
estudo dirigido e do debate.
Papel e caneta
Roteiro do aluno.
GRADE
DO CURSO
TEMA
5.1 Trabalho em equipe
Das 13 às 16:45h
HOR.
8º DIA
MÓDULO 5 – TRABALHO EM EQUIPE
ESTRATÉGIA
ATIVIDADE DO ALUNO
MATERIAL E RECURSOS
Estudo de casos.
Leitura e reflexão sobre
as entrevistas com os
trabalhadores para a
construção da rede
explicativa.
Ler, discutir e preparar a apresentação do caso
selecionado, refletindo sobre a realidade local.
Discutir as entrevistas realizadas com os
trabalhadores na atividade de campo.
Elaborar uma narrativa caracterizando a situação
observada na(s) entrevista(s).
Selecionar um problema em relação à equipe local
e fazer a rede explicativa/agenda.
Casos elaborados pela equipe
do Lappis
Modelo rede explicativa/
agenda
Papel e pincel atômico
Plenária
Apresentar e discutir a narrativa do caso e a rede
explicativa/agenda do problema selecionado.
Papel e pincel atômico
6.1 Gerência de
recursos na unidade
Das 17 às 18:45h
MÓDULO 6 – GERÊNCIA DE RECURSOS NA UNIDADE
Leitura e reflexão do texto: A gerência dos meios de
produção na unidade da rede básica de saúde: um enfoque
integrado da administração de materiais, serviços gerais e
orçamentária-financeira.
Trabalho em grupo.
Com base na leitura e na entrevista/observação,
Rede explicativa/agenda.
caracterizar o gerenciamento da unidade.
Plenária.
Selecionar um problema gerencial e fazer a rede
explicativa/agenda.
Preparar a apresentação e a digitação da
produção do grupo.
Modelo rede explicativa/
agenda.
Roteiro de observação da
unidade/materiais.
GRADE
DO CURSO
HOR.
TEMA
Das 13 às 14:45h
6.1 Gerência de
recursos na unidade
9º DIA
MÓDULO 6 – GERÊNCIA DE RECURSOS NA UNIDADE
ESTRATÉGIA
ATIVIDADE DO ALUNO
Continua
Continua
Plenária
Participar da apresentação da rede explicativa/
agenda e da plenária.
MATERIAL E RECURSOS
7.1 - Política de Educação
Permanente no SUS
Das 15 às 18:45h
MÓDULO 7 - EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA O FORTALECIMENTO GERENCIAL
Aula dialogada.
Trabalho em grupo e plenária.
Assistir e participar da aula dialogada sobre
Educação Permanente em Saúde.
Trabalho em grupo baseado no roteiro estudo
Aula PP
dirigido: Reflexão sobre educação permanente
Roteiro estudo dirigido
como estratégia de gestão de coletivos.
Participar da plenária.
Digitar e entregar produtos dos grupos.
GRADE
DO CURSO
7.2 Construção da agenda de fortalecimento gerencial
TEMA
da SMS com base na educação permanente
Das 13 às 18:45h
HOR.
10º DIA
MÓDULO 7 – EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA O FORTALECIMENTO GERENCIAL
ESTRATÉGIA
ATIVIDADE DO ALUNO
Revisar e consolidar a proposta de fortalecimento
Trabalho em grupo para
gerencial da SMS, revendo todos os problemas
consolidação da agenda de
selecionados e as ações propostas durante o curso.
fortalecimento gerencial.
Preparar a apresentação em datashow.
MATERIAL E RECURSOS
Redes explicativas/agendas
construídas nas Unidades I e II.
Plenária, pactuação e
compromisso coletivo
Participar da apresentação das propostas dos
com a saúde da população grupos e da plenária.
do município.
Avaliação final do curso.
Realizar a avaliação do curso (oral e escrita).
Participar do encerramento do curso.
Formulário de avaliação final do
curso.
Apresentação do Curso
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Apresentação do CDG-SUS
Slide 1 (capa)
Apresentação
Slide 2
Instituições
Financiamento
ƒƒMinistério da Saúde/Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde
Execução
ƒƒNúcleo de Desenvolvimento em Saúde
ƒƒInstituto de Saúde Coletiva
ƒƒUniversidade Federal de Mato Grosso
ƒƒFundação de Apoio e Desenvolvimento da UFMT
Parceria
ƒƒConselho de Secretarias Municipais de Saúde
ƒƒSecretarias Municipais de Saúde
ƒƒLaboratório de Pesquisa sobre Práticas de Integralidade em Saúde da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Slide 3
Coordenação
ƒƒFátima Ticianel Schrader
ƒƒJúlio Strubing Müller Neto
ƒƒMaria Angélica dos Santos Spinelli
Consultoria pedagógica
ƒƒRoseni Pinheiro
ƒƒAluísio Gomes da Silva Júnior
27
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Formação de tutores
ƒƒAlba Regina Silva Medeiros
ƒƒAluísio Gomes da Silva Júnior
ƒƒFátima Ticianel Schrader
ƒƒGeny Catarina Francisca Rodrigues Lopes
ƒƒJúlio Strubing Müller Neto
ƒƒNereide Lúcia Martinelli
ƒƒRegina Lúcia Monteiro Henriques
ƒƒRoseni Pinheiro
ƒƒSueli Batista de Almeida
Slide 4
Tutores e Participantes das Oficinas de Avaliação e Reformulação
ƒƒAlba Regina Silva Medeiros (tutora)
ƒƒAline Paula Motta
ƒƒAmaury Ângelo Gonzaga (tutor)
ƒƒAna Paula Louzada dos Anjos (tutora)
ƒƒAna Paula Silva de Faria
ƒƒCrisley Suzane Rodrigues Araújo (tutora)
ƒƒDiógenes Marcondes (tutor)
ƒƒEdson Brunetti
ƒƒElizabeth Jeanne Fernandes Santos
ƒƒFátima Cristina M. Manfrin
ƒƒFátima Ticianel Schrader (tutora)
ƒƒGeny Catarina Francisca Rodrigues Lopes (tutora)
ƒƒJúlio Strubing Müller Neto
ƒƒLandrimar Trindade (tutora)
ƒƒLigia Regina de Oliveira
ƒƒMárcia Campos (tutora)
ƒƒMaria Salete Ribeiro
ƒƒMaria José Vieira Silva Pereira (tutora)
ƒƒMaria Silva Souza (tutora)
28
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ƒƒMarina Atanaka dos Santos
ƒƒMiriam Tereza Vale Solé Rocha (tutora)
ƒƒNereide Lúcia Martinelli (tutora)
ƒƒOliani Nouey Machado Godoy
ƒƒRuth Terezinha Kehrig (tutora)
ƒƒSimone Charbel (tutora)
ƒƒSônia Maria de Souza Corrêa (tutora)
ƒƒTerezinha de Cássia Viana Gimenes (tutora)
ƒƒTheodoro Carlos Magalhães Pinto (tutor)
ƒƒVânia Salete Marchese (tutora)
Equipe técnico-administrativa
ƒƒAline Paula Motta
ƒƒAna Paula Louzada dos Anjos
ƒƒFátima Ticianel Schrader
ƒƒIlva Félix do Nascimento
ƒƒLandrimar Trindade
ƒƒPatrícia Santos Arruda
Caderno de Indicadores
ƒƒIrani Machado Ferreira
ƒƒLeila de Arruda Alencar
ƒƒNoemi Dreyer Galvão
ƒƒTerezinha de Cássia Viana Gimenes
Slide 5
Proposta do CDG-SUS
Desenvolver pessoas e suas práticas de gestão e do cuidado em saúde.
ƒƒPerspectiva da ética e da integralidade da atenção.
Referências
ƒƒDireito à saúde
ƒƒNecessidades de saúde da população
29
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 6
Objetivos
ƒƒContribuir para a qualificação das práticas de gestão e do cuidado em saúde no município.
ƒƒFortalecer a relação entre as instituições de ensino e pesquisa e a gestão municipal do SUS na implementação
da educação permanente em saúde.
Slide 7
Objetivos específicos
ƒƒDespertar o aluno para a corresponsabilidade com o processo de gestão e do cuidado, colocando o usuário no
centro do processo.
ƒƒEstimular
a organização e integração dos processos administrativos gerenciais entre as equipes gestoras e
prestadoras de serviços.
ƒƒEstimular a realização de parcerias e o intercâmbio de conhecimento e experiências entre os profissionais da
rede municipal.
Slide 8
Objetivos específicos
ƒƒAmpliar
o conhecimento dos participantes, identificando técnicas e procedimentos utilizados na resolução
dos problemas.
ƒƒPropiciar mais interação entre os profissionais e trabalhadores de saúde e os usuários do SUS, seja individual
ou coletivamente.
ƒƒFortalecer a Rede de Apoio ao SUS coordenada pelo COSEMS/Mato Grosso.
Slide 9
Estratégias
ƒƒCriação e manutenção de uma Comissão Técnica Interinstitucional envolvendo instituições de Ensino e
Serviço para:
promover a gestão colegiada do curso nas fases de formulação/revisão, implementação e avaliação, buscando
pp
a integração ensino, pesquisa, extensão e serviço e a implementação de processos de educação permanente.
Membros: ISC/UFMT; ESP/MT; COSEMS/MT.
pp
30
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 10
Estratégias
ƒƒSeleção e capacitação permanente de tutores em oficinas e laboratório de práticas.
ƒƒRealização do curso nos municípios de MT com atividades presenciais e de dispersão.
Slide 11
Metas 2010 - 2011
ƒƒ48 cursos
ƒƒ42 municípios atingindo todas as regiões de saúde
ƒƒ1.680 gerentes capacitados
Slide 12
Como participar do CDG-SUS
Pré-requisitos
ƒƒIntegrar o sistema municipal.
ƒƒTer, preferencialmente, curso superior completo.
ƒƒTer inscrição autorizada pelo gestor local.
Slide 13
Público-alvo
Trabalhadores de saúde – 28 vagas
ƒƒGerente ou responsável técnico em unidades de saúde básica e especializada.
ƒƒGerente
ou responsável em unidade administrativa/apoio nas áreas de recursos humanos, orçamento, financiamento, material, almoxarifado, farmácia, serviços gerais, etc.
ƒƒTrabalhadores das diversas áreas assistenciais da saúde.
Slide 14
Público-alvo
ƒƒServidores que atuam em outras áreas do governo municipal – até
três vagas.
ƒƒRepresentantes de usuários: conselheiros municipais de saúde – quatro vagas.
31
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 15
Metodologia
ƒƒFavorece a análise da realidade municipal que abrange política, planejamento, gestão, financiamento, controle
social, gestão de pessoas, informação e gerenciamento da unidade de saúde, organização dos serviços, trabalho
da equipe e a Política de Educação Permanente, tendo como eixo estruturante o direito à saúde, a integralidade e o cuidado em saúde.
Slide 16
Metodologia
Técnicas participativas
ƒƒEstudo dirigido, plenárias, estudo de casos, construção da agenda de fortalecimento gerencial, etc.
Propósitos
ƒƒEnfatizar a relação entre o conteúdo temático e a metodologia participativa.
ƒƒEstimular a implantação de coletivos de educação permanente.
Slide 17
Estrutura do curso – 80 horas
Unidade I
ƒƒCondição de vida, política e gestão do SUS.
30 horas de aula presencial
pp
Eixo Integrador
20 horas de trabalho de campo
pp
Unidade II
ƒƒGerenciamento e organização do sistema e serviços de saúde: integralidade e direito à saúde.
30 horas de aula presencial
pp
Slide 18
Temas abordados – 80 horas
Unidade I
ƒƒMódulo 1 – 8 horas: Condições de vida e política de saúde.
ƒƒMódulo 2 – 10 horas: Política e gestão de saúde no município.
ƒƒMódulo 3 – 12 horas: Informação e planejamento em saúde.
32
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Eixo Integrador
ƒƒ20 horas de trabalho de campo: construído pelo aluno.
Unidade II
ƒƒMódulo 4 – 12 horas: Modelos tecnoassistenciais em saúde e avaliação do cuidado.
ƒƒMódulo 5 – 6 horas:
Trabalho em equipe.
ƒƒMódulo 6 – 7 horas:
Gerência de recursos na unidade.
ƒƒMódulo 7 – 5 horas:
Educação permanente para fortalecimento gerencial.
Slide 19
Avaliação e certificação
ƒƒFrequência obrigatória de 70% do total da carga horária presencial.
ƒƒTrabalho individual e/ou em grupo durante as aulas presenciais.
ƒƒTrabalho de campo programado a partir da primeira unidade.
ƒƒDesempenho e dedicação demonstrado pelo aluno.
Certificação
ƒƒUFMT
Slide 20
Material didático
Do aluno
ƒƒColetânea contendo os textos básicos e referências complementares para o curso e caderno de atividades com
aulas e exercícios.
Do monitor
ƒƒPasta contendo aulas com a metodologia, textos, filmes, instrumentos de apoio, diário dos alunos e formulário
para a avaliação do curso.
Slide 21
Contrapartida do município
Secretaria Municipal de Saúde
ƒƒSala de aula com recursos de multimídia e acesso à Internet.
ƒƒSalas para trabalho em grupo.
ƒƒDigitador/apoiador durante as aulas.
33
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ƒƒLanche diário.
ƒƒTécnico
de nível superior da SMS, preferencialmente da área de educação permanente em saúde, para apoio
e acompanhamento do curso.
Slide 22
Contrapartida do município
ƒƒElaborar termo de parceria para conhecimento e homologação do Conselho Municipal de Saúde.
ƒƒInformar ao Conselho Gestor Regional (CGR) a realização do curso.
ƒƒDisponibilizar documentos previamente com informações do município.
ƒƒIdentificar
o informante-chave e material para a construção do mosaico da história da política de saúde do
município.
ƒƒGarantir a participação do gestor na abertura do curso e na plenária final de apresentação da agenda de edu-
cação permanente.
Slide 23
Algumas considerações
ƒƒCDG-SUS prioriza as necessidades dos profissionais e dos usuários do SUS.
ƒƒIncorpora a participação dos gestores e profissionais na sua formulação, execução e avaliação.
ƒƒFortalece as parcerias entre as instituições de ensino e pesquisa e a gestão municipal.
Desenvolvido à luz da Política Nacional de Educação Permanente.
Slide 24
ƒƒA mudança das práticas de gestão orientou iniciativas do ISC/UFMT:
o estágio e o internato em saúde coletiva;
pp
06 cursos de especialização em Gestão de Sistemas e Serviços Municipais de Saúde: 04 realizados e 02 em
pp
organização.
Formação de especialistas em 85 municípios de MT.
pp
Slide 25
ƒƒEspecialistas, base da Rede de Apoio ao SUS, participaram do curso (CDG-SUS) como alunos e monitores.
ƒƒExperiência de MT: apresentada em fóruns do COSEMS/MT e nos Colegiados de Gestão das Regiões (CIBs
regionais).
ƒƒMinistério da Saúde: aprovação para 48 cursos em 2009 e 2010 no estado.
34
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 26
ƒƒIniciativa
que potencializa a apropriação das estratégias da educação permanente pelos atores que fazem as
mudanças.
ƒƒContribui para mobilização dos profissionais nos municípios, numa perspectiva de empoderamento dos sujei-
tos, priorização dos usuários na gestão do cuidado, do direito à saúde, integralidade e humanização.
Slide 27
Momentos do CDG-SUS
Slides 28 a 41
Apresentação de fotos relativas a cursos realizados, não reproduzidas aqui.
35
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Contrato de Convivência
Este Contrato tem por finalidade a construção de relação solidária e de condições favoráveis para obtenção de resultado desejado do Curso de Desenvolvimento Gerencial do SUS.
Devendo ser negociado e pactuado por todos os envolvidos no início do curso.
1)Conhecimento e compromisso com o objetivo do Curso;
2)Cumprir o horário estabelecido para início e término das aulas;
3)Respeitar e cumprir as deliberações e o prazo das pactuações realizadas entre gestores e coordenadores do curso;
4)Responsabilizar-se por realizar as atividades de sala de aula e de campo;
5)Respeitar as diferenças de opiniões culturais, políticas e etc. dos colegas;
6)Contribuir com o ambiente saudável durante as aulas;
7)Manter a sala limpa e organizada;
8)Manter o celular no modo silencioso e atendê-lo fora da sala;
9)Colaborar no zelo e manutenção dos materiais de suporte pedagógico, utilizá-los de forma consciente e sustentável;
10) Manter sigilo das informações com restrições de divulgação, repassadas em sala de aula;
11) Cooperar na gestão de conflitos que possa haver em sala de aula ou que extrapolar para fora da mesma;
12) Tratar dos assuntos referentes às aulas/curso com os tutores, preceptores e coordenação do curso;
13) Esforçar em tratar assunto de ordem pessoal que afeta a participação nas aulas com os tutores, preceptores,
apoiador local ou coordenação do curso;
14) Empenhar-se em concluir o curso e aplicar seus conhecimentos no cotidiano da produção da gestão e atenção
à saúde.
37
UNIDADE I
CONDIÇÃO DE VIDA, POLÍTICA E GESTÃO DO SUS
Módulo 1 – Condição de vida e política de saúde
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Conceitos Propostos na Figura Dahlgren e Whitehead
A figura de Dalhgren e Whitehead ajuda a entender a importância do emprego, da alimentação, do saneamento e do
meio ambiente saudável, entre outros, na vida das pessoas que vivem na Ilha das Flores, assim como a importância
da inclusão da ação social (redes sociais), e da ação estatal, por meio das políticas públicas, no enfrentamento dos
problemas enfrentados por esta população.
A figura sintetiza os determinantes sociais, econômicos e culturais do processo saúde X doença, tanto os mais
distais (emprego, educação, saneamento, etc.), quanto os mais proximais (estilo de vida, hábitos: alimentares, atividade física, fumo, etc.). Deve-se destacar a importância das redes sociais e comunitárias que fazem a mediação
entre os determinantes sociais e os individuais. Os determinantes no centro da figura, relativos à gênero, idade, hereditariedade, conformam os aspectos biológicos e individuais da determinação da doença e, em geral, são aqueles
mais valorizados pela formação e pela prática dos trabalhadores de saúde
Figura Dahlgren e Whitehead
Fonte: GUNNING-SCHEPERS, L. J. Models: instruments for evidence based policy. J Epidemiology Community Health, n. 53, p. 263, 1999.
43
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Pacto pela Saúde
Slide 1 (capa)
Pacto pela Saúde
Slide 2
Pacto pela Saúde
ƒƒPacto pela Vida
Conjunto
pp
de compromissos sanitários, expressos em objetivos de processos e resultados definidos pelos
governos federal, estaduais e municipais.
ƒƒPacto em Defesa do SUS
SUS como política de Estado e defesa vigorosa dos princípios basilares inscritos na Constituição Federal.
pp
“Repolitização da Saúde, Promoção da Cidadania e Garantia de Financiamento.”
pp
ƒƒPacto de Gestão
Estabelece as responsabilidades claras da gestão compartilhada e solidária do SUS de cada ente federado.
pp
Slide 3
Pacto pela Vida
Prioridades
I. Fortalecimento da Atenção Básica
II.Atenção à Saúde do Idoso
III.Promoção da Saúde
IV.Controle do câncer de colo de útero e de mama
V. Redução da mortalidade infantil e materna
45
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 4
Pacto pela Vida
VI. Fortalecimento da capacidade de respostas às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária, influenza, hepatite, Aids
VII.Saúde do Trabalhador
VIII. Saúde Mental
Slide 5
Pacto pela Vida
IX. Fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde às pessoas com deficiência
X. Atenção integral às pessoas em situação ou risco de violência
XI. Saúde do Homem
Slide 6
Pacto em Defesa do SUS
ƒƒRepolitização
ƒƒPromoção da
Cidadania - Saúde como direito
ƒƒGarantia do financiamento
Slide 7
Pacto de Gestão
Objetivos
ƒƒDefinir de forma inequívoca a responsabilidade sanitária de cada instância gestora do SUS: federal, estadual e
municipal, superando o processo de habilitação.
ƒƒEstabelecer as diretrizes para a gestão do SUS, com ênfase na descentralização; regionalização; financiamento;
programação pactuada e integrada; regulação; participação social; planejamento; gestão do trabalho e educação na saúde.
46
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 8
Pacto de Gestão
ƒƒDefinir de forma inequívoca a responsabilidade sanitária de cada instância gestora do SUS, superando o pro-
cesso de habilitação.
Federal
pp
Estadual
pp
Municipal
pp
Slide 9
Pacto de Gestão
ƒƒEstabelecer as diretrizes para a gestão do SUS, com ênfase:
Descentralização
pp
Regionalização
pp
Financiamento
pp
PPI - Programação Pactuada e Integrada
pp
Regulação
pp
Participação e Controle Social
pp
Planejamento
pp
Gestão do Trabalho
pp
Educação na Saúde
pp
Slide 10
Pacto pela Saúde
ƒƒ“Todos os gestores são plenos na responsabilidade pela saúde de sua população.”
Substituição do processo de habilitação
pp
Adesão ao Pacto pela Saúde
pp
Assinatura do Termo de Compromisso de Gestão
pp
47
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 11
Termo de Compromisso de Gestão
ƒƒOs Termos de Compromisso de Gestão Municipal, do Distrito Federal, Estadual e Federal são os documentos
de formalização do Pacto nas suas dimensões pela Vida e de Gestão.
ƒƒA
assinatura dos Termos de Compromisso de Gestão Municipal, do Distrito Federal, Estadual e Federal é a
declaração pública dos compromissos assumidos pelo gestor perante os outros gestores e perante a população
sob sua responsabilidade.
ƒƒOs
Termos de Compromisso de Gestão devem ser construídos em sintonia com os respectivos Planos de
Saúde.
Slide 12
Municípios que aderiram ao Pacto em 2010 (2.753)
Slide 13
Municípios de Mato Grosso em relação ao Pacto pela Saúde em fevereiro de 2010 (fonte: CIB-MT)
ƒƒMunicípios de MT: 141
ƒƒAderiram ao Pacto: 101
ƒƒNão aderiram ao Pacto: 40
Slide 14
Referências
ƒƒPortaria MS nº 399/GM, de 22 de fevereiro de 2006 – Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde.
ƒƒPortaria MS nº 598/GM, de 23 de março de 2006 – Descentralização para as CIBs dos processos adminis-
trativos relativos à Gestão do SUS.
ƒƒPortaria MS nº 648/GM, de 28 de março de 2006 - Política Nacional de Atenção Básica.
ƒƒPortaria MS nº 649/GM, de 28 de março de 2006 - Financiamento para o ano de 2006, com vistas à estru-
turação de Unidades Básicas de Saúde para as equipes de Saúde da Família.
ƒƒPortaria MS nº 650/GM, de 28 de março de 2006 - Financiamento do PAB fixo e variável.
Slide 15
ƒƒPortaria MS nº 687/GM, de 30 de março de 2006 – Política Nacional de Promoção da Saúde.
ƒƒPortaria
MS nº 699/GM, de 30 de março de 2006 – Regulamento das diretrizes operacionais dos Pactos
pela Vida e de Gestão.
48
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ƒƒPortaria
MS nº 822/GM, de 17 de abril de 2006 – Altera critérios para definição das ESF dispostos na
Política Nacional de Atenção Básica.
ƒƒPortaria MS nº 1097/GM, de 22 de maio de 2006 - Programação Pactuada e Integrada da Assistência em
Saúde.
ƒƒPortaria MS nº 494/SAS, de 30 de junho de 2006 - Incentivo financeiro para a implantação e/ou implemen-
tação de Complexos Reguladores.
ƒƒPortaria MS nº 3.277/GM, de 22 de dezembro de 2006 – Contratualização.
Slide 16
ƒƒPortaria MS nº 3.085/GM, de 01 de dezembro de 2006 –
Regulamenta o Sistema de Planejamento do SUS.
ƒƒPortaria MS nº 3.332/GM, de 28 de dezembro de 2006 –
ƒƒPortaria MS nº 91/GM, de 10 de janeiro de 2007 –
Instrumentos do PlanejaSUS.
Unificação dos Pactos.
ƒƒPortaria
MS nº 153/GM, de 17 de janeiro de 2007 – Prorroga o prazo para assinatura do Termo de
Compromisso de Gestão.
ƒƒPortaria MS nº 204/GM, de 29 de janeiro de 2007 –
Regulamenta os Blocos de Financiamento.
ƒƒPortaria MS nº 372/GM, de 16 de fevereiro de 2007 – Altera parcialmente a PT 699, de 30 de março de 2006.
ƒƒPortaria MS nº 1229/GM, de 24 de maio de 2007 – Aprova o fluxo do relatório de Gestão.
Slide 17
ƒƒProdução sobre o Pacto - 9 cadernos;
1) Diretrizes
2) Regulamento
3) Regionalização
4) Atenção Básica
5) PPI
6) Regulação
7) Promoção da Saúde
8) Planejamento
9) Contratação – em fase de finalização
ƒƒQuatro vídeos
49
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
A implementação do SUS em
Mato Grosso: período 1995-2006
Slide 1 (capa)
A implementação do SUS em Mato Grosso no período de 1995-2006
Slide 2
Mato Grosso: caracterização do estado
ƒƒO
Estado de Mato Grosso está situado na Região Centro-Oeste do Brasil e a estimativa populacional para o
ano 2000 era de 2.498.150 residentes (IBGE, Censo 2000).
ƒƒA distribuição dessa população é predominantemente urbana, seguindo a tendência do país.
ƒƒBaixa densidade demográfica, em torno de 2,75 habitantes por quilômetro quadrado (IBGE, Censo 2000).
Slide 3
Área territorial: 906.807 Km2
ƒƒDensidade: 2,75 hab./Km2
ƒƒBrasil = 19,92 hab./Km2
Capital: Cuiabá – 482.498 hab. (IBGE, Censo 2000)
Distância da capital
ƒƒMaior: 1.600 Km
ƒƒMédia: 533 Km
Vegetação
ƒƒFloresta Amazônica ou Equatorial – 47%
ƒƒCerrados – 39%
ƒƒComplexo do Pantanal – 14%
51
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Clima
ƒƒTropical Superúmido de Monção
ƒƒTropical
Slide 4
Mato Grosso: caracterização do estado
ƒƒMato Grosso possui 141 municípios.
ƒƒOs municípios são pequenos em termos populacionais e apenas três cidades têm populações com mais de 100
mil habitantes. Na capital, Cuiabá, residem 20% da população do estado.
ƒƒHá dificuldades de acesso, grandes distâncias e barreiras geográficas entre as cidades.
ƒƒAs 39 etnias que compõem a população indígena no estado representam 1,3% da população estadual (IBGE,
Censo 2000).
Slide 5
Mato Grosso – População – Crescimento Demográfico (mapa)
Slide 6
Mato Grosso: caracterização do estado
ƒƒOs investimentos públicos na década de 1990 ocorreram nas infraestruturas de transportes, energia e arma-
zenagem.
ƒƒA expansão econômica foi acompanhada por grandes fluxos migratórios e crescimento populacional superior
à média nacional. No período 1996-2000, a arrecadação tributária do estado aumentou nove vezes.
ƒƒNo
ano 2000, o Mato Grosso foi o maior produtor nacional de soja, líder de produção nacional de algodão,
vice-líder na safra de arroz e o quarto em rebanho de reses.
Slide 7
Condições de saúde em Mato Grosso: alguns indicadores
ƒƒEntre a população masculina, em 1997, a primeira causa de morte foi por causas externas (26%) e a segunda
por doenças do aparelho circulatório (25%).
ƒƒNa
população feminina, esse perfil é distinto: as doenças do aparelho circulatório são a principal causa de
morte (28%) e as neoplasias a segunda (13%).
52
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 8
Condições de saúde em Mato Grosso: alguns indicadores
ƒƒSegundo
estimativa, apenas 13% da população do estado dispunham de algum plano ou seguro privado de
saúde (PNAD, 2000).
ƒƒO
predomínio da dependência do SUS sobre o acesso aos planos privados de saúde reforça a necessidade de
melhoria dos serviços do SUS.
Slide 9
ƒƒA expectativa de vida em 1997 era de 65,01 anos para homens e 71,12 para mulheres.
ƒƒA taxa de mortalidade infantil era de 29,3 por mil nascidos vivos
(IDB/1997).
Slide 10
Década de 1970
ƒƒForam reestruturados os programas verticais do MS, sobretudo o materno-infantil, TB e Hanseníase e o Pro-
grama Nacional de Imunização (depois da epidemia de meningite em SP em 1974/75).
ƒƒNo
final da década é criado o Programa Integrado de Saúde Mental (PISAM) e levado a todas as unidades
sanitárias do estado.
ƒƒSão
construídos os Pronto Atendimentos Médicos (PAMs) em diversos municípios tais como Cuiabá,
Rondonópolis, Campo Grande, Corumbá, Dourados, etc.
ƒƒA prefeitura de Cuiabá implanta o Pronto Socorro Municipal no anexo da Santa Casa.
Slide 11
Década de 1970
ƒƒO Mato Grosso é dividido: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (ou Paraguai do Leste).
ƒƒÉ implantado o FUNRURAL, que leva pela primeira vez a assistência médica ao campo e constrói alguns hos-
pitais no interior (Pontes e Lacerda, Barras do Garças, Barra do Bugres, Poconé, etc.).
Slide 12
Década de 1980
ƒƒCriado o Dia Nacional de Vacinação contra a Pólio em 1982.
ƒƒAs
Ações Integradas em Saúde-AIS são implantadas a partir de 1983 e começam a estimular a criação e
o financiamento de serviços municipais de saúde, assim como a promover uma programação orçamentária
integrada (POI).
53
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ƒƒSão
criadas as comissões interinstitucionais municipais de saúde (CIMS) e a Comissão Interinstitucional de
Saúde de MT (CIS/MT).
ƒƒÉ
implantado pela primeira vez em Mato Grosso, no município de Rondonópolis, o Programa de Agentes
Comunitários de Saúde (1984).
ƒƒÉ implantada a rede municipal de saúde em Cuiabá com a construção de numerosos centros de saúde, postos
de saúde rurais, três policlínicas e o Hospital Municipal. Também são criados quatro distritos sanitários, além
do Centro de Controle de Zoonoses (1986/1988).
Slide 13
Década de 1980
ƒƒÉ fundado o Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde de MT (COSEMS/MT) e três municípios
do estado entram no Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde - SUDS (Cba/Roo/Cáceres).
ƒƒSão criados os cursos de Medicina, Enfermagem, Nutrição e Serviço Social da UFMT e o Hospital Universi-
tário Júlio Müller inicia suas atividades no local do antigo Sanatório de Tuberculose da SES.
Slide 14
Década de 1990
ƒƒÉ aprovada a nova Constituição Estadual em 1990, que incorpora os princípios e diretrizes do SUS.
ƒƒEm
1991-92, com a NOB/91, ocorre a transferência das unidades sanitárias da SES para os municípios, incluindo os recursos humanos então disponíveis. Recursos financeiros são transferidos via convênios.
ƒƒEm 1992, é aprovada a Lei Complementar nº 22/92, que cria os fundamentos legais para o SUS em MT.
ƒƒEm
1993/1994, a Comissão Intergestores Bipartite - CIB começa a reunir-se e dá-se início ao processo de
habilitação dos municípios (NOB/93).
Slide 15
Lei Complementar 22/92
ƒƒCria a Conferência Estadual de Saúde, o Conselho Estadual de Saúde (CES) e o Fundo Estadual de Saúde.
ƒƒEstabelece diretrizes para a política estadual.
ƒƒO Artigo 4º é muito importante: direitos dos usuários.
ƒƒFormula diretrizes para planos municipais de saúde, orientados para a vigilância à saúde.
54
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 16
Municipalização: habilitação na NOB/93
ƒƒNa tipologia do Ministério da Saúde, o modelo de municipalização de MT até 1994 era “atomizado”: cada sis-
tema municipal de saúde desenvolvia-se de forma isolada (MS/SAS, 1995 e 1995a apud GUIMARÃES, 2002).
ƒƒA
gestão estadual não exercia papel na definição de estratégias, mecanismos e instrumentos para promover
acordos e pactos entre os gestores.
ƒƒAs
NOB 91 e 93 não dão conta de questões específicas da realidade tão diferenciada de quase seis mil municípios.
Slide 17
Habilitação dos municípios na NOB 93 (1994-1997)
Fonte: Elaborado com base em informações do MS/SAS, 1997.
Slide 18
Municipalização regionalizada
ƒƒReferências
ƒƒDiretrizes
ƒƒEstratégias
ƒƒImplementação da NOB/96
ƒƒPapel da capital
Slide 19
Referência para a política estadual de saúde
ƒƒA
política teve as bases expressas no documento Política de Saúde em Mato Grosso: diretrizes, estratégias e
projetos prioritários, de julho de 1995 (SES/MT, 2000b).
55
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ƒƒA
SES incentivou os municípios a constituírem consórcios de saúde, em parcerias com o estado, mediante
apoio técnico, político e financeiro.
ƒƒA articulação e a integração entre políticas de governo (intersetorialidade) deveriam enfrentar problemas re-
lativos à pobreza, à fome, às questões ambientais, à violência.
Slide 20
I Curso Técnico de Enfermagem Indígena – 1997 a 2000 (fotografia)
Slide 21
Diretrizes para a política estadual de saúde
ƒƒDemocratização e participação social
ƒƒVigilância à saúde
ƒƒMelhoria quantitativa e qualitativa dos serviços assistenciais
ƒƒRegionalização, descentralização e novos modelos assistenciais
ƒƒPolíticas de ciência e tecnologia
ƒƒPolítica de recursos humanos
ƒƒRedefinição do papel institucional da SES/MT e os novos modelos de gestão e organização
Slide 22
Estratégias para a política estadual de saúde
A capacidade de os municípios isolados assumirem a gestão da saúde era restrita. Tampouco o estado, isoladamente,
tinha a capacidade de assumir a provisão de serviços mais complexos.
A ação cooperativa entre/com municípios visava a criar regiões como espaços de decisão e de articulação intergovernamental.
Slide 23
Estratégias para a política estadual de saúde
ƒƒA política estadual de saúde no período estabelece três grandes linhas estratégicas:
a construção
pp
de um modelo de gestão regionalizada, com base nos consórcios, fortalecendo as referências
regionais;
a reorientação do modelo de atenção, com base na atenção primária e no Programa Saúde na Família - PSF;
pp
o fortalecimento de Cuiabá como referência estadual.
pp
56
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 24
IV Conferência Estadual de Saúde - I Mostra Estadual da Saúde da Família – 17 a 20/10/00 (fotografia)
Slide 25
Implementação da NOB/96
ƒƒNo primeiro ano de vigência da NOB/96, ocorreram as habilitações de todos os municípios.
ƒƒA capital foi habilitada na condição de gestão plena de sistema e os outros municípios na condição de plena da
atenção básica.
ƒƒA NOB/96 favoreceu as mudanças na organização do modelo de atenção com a transferência Fundo a Fundo
a todos os municípios de recursos do Piso de Atenção Básica - PAB, e com a implantação dos Programas de
Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e de Saúde da Família (PSF).
Slide 26
Habilitação dos municípios na NOB 96 (1998-2000)
Fonte: Elaborado com base em informações do MS/SAS, 2000.
Slide 27
Referência estadual: papel da capital
ƒƒCuiabá foi habilitada em abril de 1995 na gestão semiplena, com um teto financeiro equivalente a 32% do total
do teto financeiro estadual, pois era referência para outros municípios.
ƒƒToda
a rede hospitalar e 90% da ambulatorial ficaram sob gestão municipal, enquanto o estado gerenciava
algumas unidades de referência: hemocentro, reabilitação, saúde mental e outras.
Slide 28
O papel da capital
ƒƒAté 1996, fluía para a capital a totalidade das demandas do interior por atendimento médico-hospitalar espe-
cializado (simples fraturas e cirurgias de catarata, por exemplo).
ƒƒA
procedência das internações realizadas na capital demonstra variação importante. Em 1995, 47,9% das
internações eram de residentes em Cuiabá. Em 1998, a percentagem passa a ser de 61,6%, com a diminuição
dos encaminhamentos do interior, sobretudo nas regiões consorciadas.
57
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 29
(fotografia)
Slide 30
Reengenharia do modelo de gestão
ƒƒMacrofunções da SES.
ƒƒMecanismos de participação e integração regional:
fortalecimento dos conselhos e conferências;
pp
criação das Comissões Biparites Intergestores Regionais (biparites regionais);
pp
realização da programação integrada da atenção e da vigilância;
pp
organização dos consórcios de saúde;
pp
conformação do sistema de referência e regulação;
pp
adequação das normas e do marco legal.
pp
Slide 31
As macrofunções da SES/MT
ƒƒFormulação e coordenação da política estadual de saúde.
ƒƒCooperação para a municipalização e regionalização.
ƒƒFormação e desenvolvimento de recursos humanos.
ƒƒRedistribuição de recursos financeiros com critérios equitativos.
Slide 32
As macrofunções da SES/MT
ƒƒApoio técnico e financeiro para implantação de novos modelos com ênfase na promoção e na atenção primária.
ƒƒGarantia da oferta de serviços especializados de referência regional e estadual.
ƒƒControle e avaliação da prestação de serviços públicos e privados.
Slide 33
Estrutura organizacional
ƒƒCriados em 1992, os nove polos existentes até o ano 2000 exerciam funções de distribuição de medicamentos,
alimentos e vacinas.
58
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ƒƒEm 1995, novas finalidades e atribuições de articulação regional:
assessoria;
pp
planejamento;
pp
programação;
pp
controle e avaliação.
pp
ƒƒEducação permanente das equipes técnicas.
Slide 34
Estrutura organizacional
ƒƒAdequação da estrutura da SES em 2001 às novas funções com criação das superintendências (SES/MT, 2002):
Política;
pp
Gestão;
pp
Atenção Integral à Saúde ;
pp
Saúde Coletiva.
pp
ƒƒA partir da nova estrutura organizacional foram criadas mais quatro (do total de 13) unidades descentralizadas
e renomeadas como Escritórios Regionais.
Slide 35
Mato Grosso – Regiões de Saúde e respectivas sedes
Slide 36
Fortalecimento dos fóruns participativos
ƒƒTotal apoio à realização das etapas municipais da X e da XI Conferência Nacional de Saúde.
ƒƒPriorização na realização da III (1996) e da IV (2000) Conferência Estadual de Saúde, fundamentais na defi-
nição das novas políticas de mudança de modelos.
ƒƒImplantado
programa estadual, com recursos próprios, de capacitação de conselheiros de saúde estaduais e
municipais, em parceria com o Grupo de Saúde Popular (GSP).
Slide 37
Criação dos fóruns de articulação regional
ƒƒViabilizada
a construção de um espaço de negociação e consenso mais próximo aos municípios para facilitar
a descentralização.
ƒƒImplantação e funcionamento de bipartites regionais em todas as regiões de saúde do estado no período 1995-1997.
59
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 38
Realização da Programação Pactuada e Integrada (PPI)
ƒƒA Resolução CIB/MT n. 003/95 deu início ao processo regionalizado de programação, controle e avaliação,
no âmbito da atenção ambulatorial e hospitalar.
ƒƒA programação dessas ações ocorreu em momentos distintos devido às informações disponíveis e à necessidade
de definir parâmetros pactuados com gestores municipais.
ƒƒA gerência da atenção hospitalar era feita na Bipartite Regional em conjunto com municípios que passaram a
controlar as AIHs.
Slide 39
Realização da Programação (PPI)
ƒƒA
luta para regulação, controle e avaliação das internações foi política: contra o modelo hospitalocêntrico
privado, que era hegemônico.
ƒƒOs parâmetros para a assistência ambulatorial foram aprovados em 1997 (Resolução CIB 007/97).
ƒƒEm Mato Grosso, a PPI incluiu os recursos dos municípios, do estado e as ações realizadas pelos consórcios.
ƒƒEm 1998, o estado concluiu a programação da assistência ambulatorial e hospitalar (PPI), elaborada democra-
ticamente em fóruns regionais. O MT foi o segundo estado no Brasil a ter sua PPI.
Slide 40
Publicação da PPI Mato Grosso como experiência inovadora no SUS (fotografia)
Slide 41
Consórcios
ƒƒO Consórcio Intermunicipal de Saúde é uma sociedade política entre municípios, composta de conselhos di-
retores de prefeitos e conselhos técnicos de secretários de saúde (KEINERT, 2004).
ƒƒA SES propôs a criação dos consórcios em 1996 e participa do seu financiamento desde então.
ƒƒCinco (5) diferentes modelos de consórcios (CIS) foram implantados em MT para interiorizar especialidades
como ortopedia, neurologia, traumatologia e cirurgia (MOTA, 2002).
ƒƒEm 2000 a população coberta pelos dez (10) CIS em Mato Grosso era de 1.196.444 habitantes, o correspon-
dente a 51,3% da população.
Slide 42
Mapa de Mato Grosso
60
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 43
Sistema estadual de referência e regulação
ƒƒO sistema de referência, em MT, qualifica a prestação de cuidados, organizando o fluxo de pacientes na rede
de serviços, interligando os sistemas municipais, regionais e estadual.
ƒƒCriaram-se 13 microrregiões em 1999, acompanhando o desenho dos consórcios, as afinidades geopolíticas e
as condições de acesso.
Slide 44
Sistema estadual de referência e regulação
ƒƒEm
cada região, definiu-se um hospital de referência (estadual, municipal ou filantrópico), priorizado nos
investimentos para melhorar sua resolução: Sorriso (1997), Colíder (1997), Água Boa (1998), Alta Floresta
(1998), Barra do Garças (2000), São Félix do Araguaia (2001), Juína (2001), Barra do Bugres (2002).
ƒƒInaugurados
H. R. de Cáceres (2001) e Rondonópolis (2002), que passaram a ser as referências para as
respectivas regiões.
Slide 45
Fotografia do Hospital Regional de Sorriso
Slide 46
Sistema estadual de referência e regulação
ƒƒA base da organização das referências foi a PPI.
ƒƒEm
2001, a SES realizou oficinas em todas as regiões para redefini-la, de acordo com a Norma Operacional
da Assistência à Saúde - NOAS.
ƒƒAs
bases institucionais da criação do sistema de referência foram aprovadas na CIB (Resolução CIB/MT Nº
021/98).
Slide 47
Sistema estadual de referência e regulação
ƒƒAs referências estaduais implantadas inicialmente diziam respeito aos serviços de:
transplante renal (central transplante, implantada em 1998);
pp
urgência e emergência, SIATE (pré-hospitalar, em 2000);
pp
gestante de alto risco (1999-2001);
pp
as redes de reabilitação (75 UMR), saúde mental (20 CAPS) e a hemorede (17 UCT e 30 AT)
pp
(SCHRADER, 2002).
61
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 48
Mapa da Rede de Unidades de Reabilitação Física em Mato Grosso 2001
Slide 49
Hemorrede de Mato Grosso – 2001
Slide 50
Centrais de Regulação
ƒƒCentrais de Regulação são formas de controle do acesso e do uso de leitos, de consultas, exames especializados
e outros procedimentos, de acordo com o programado e o pactuado entre os gestores.
ƒƒFuncionam
no âmbito municipal, regional e estadual e gerenciam encaminhamentos para outras unidades
mais complexas dentro e fora do município e da região.
ƒƒEm Mato Grosso os consórcios foram a base para implantar as centrais regionais, pois já operavam como cen-
trais de marcação de consultas e de regulação de fluxos de pacientes na região.
Slide 51
Centrais de Regulação
ƒƒA Central de Regulação mais abrangente é a Estadual de Cuiabá, criada pela Resolução CIB 31/99.
ƒƒEla se articula às centrais regionais para regular o fluxo de pacientes para a capital e entre as regiões de saúde.
ƒƒA
gestão dessa central foi compartilhada entre a SES/MT e a Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá
(SCHRADER, 2002) até 2008, quando a SES decidiu abrir mão da cogestão.
Slide 52
Central de Regulação Estadual (fotografia)
Slide 53
Centrais de Regulação
ƒƒA Central Estadual de Regulação constituiu-se como complexo regulador integral desde o início de seu fun-
cionamento, em 2001:
controla a oferta de vagas de leitos, exames e consultas;
pp
atende aos tratamentos fora de domicílio (TFD);
pp
regula a urgência/emergência;
pp
regula a alta complexidade e o transplante.
pp
62
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 54
Marco legal e desenvolvimento institucional
ƒƒEm 1999 foi promulgada a Lei Estadual 7.110/99, que implanta o Código Sanitário do estado.
ƒƒEm 2000 foi aprovada a Lei 7.360, que instituiu o PCCS do SUS, implantou o regime de 30 horas e quatro (4)
cargos (auxiliar, assistente, técnico e profissional de NS).
ƒƒAprovado no CES, em 2000, o Plano Estadual de Saúde (PES) 2000-2003: dez programas e 21 projetos prio-
ritários, incluindo metas e ações para este período.
Slide 55
A NOAS e a Gestão Plena
ƒƒEm 2002 a SES foi habilitada como Gestora Plena do SUS pela NOAS/2002.
ƒƒAprovado no CES (2001) o Plano Diretor de Desenvolvimento Regional - PDR;
ƒƒTambém foram habilitados como plenos de sistema os municípios:
Alta Floresta;
pp
Diamantino;
pp
Campo Verde;
pp
Rondonópolis;
pp
Pedra Preta;
pp
Barra do Garças;
pp
Sinop.
pp
Slide 56
Reorientação dos modelos de atenção com base na atenção primária e no PSF
Slide 57
Descentralização e modelos de atenção
ƒƒO
PACS foi implantado no estado em 1995, em dez municípios, dando prioridade aos riscos de mortalidade
na infância.
ƒƒEm 1997 havia agentes comunitários de saúde (ACS) em 77 municípios (21 de risco), com cobertura estimada
de 934.200 habitantes.
63
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 58
Descentralização e modelos de atenção
ƒƒEm
2001 foi implantado o Programa de Agentes Comunitários de Saúde Rural – PASCAR – com recurso
próprio do estado: um agente atendia de 50 a 60 famílias assentadas.
ƒƒEm 2002 havia 338 ACS Rural implantadas em todo o estado e um total de 3.273 ACS
em 138 (de 139) mu-
nicípios.
Slide 59
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e Programa de Saúde da Família (PSF) – Mato Grosso, 1995 a 1998
Slide 60
Descentralização e modelos de atenção: PSF
ƒƒA
implantação do PSF teve início em 1996, com a celebração de convênios em cinco municípios: Cáceres,
Denise, Diamantino, Nortelândia e Nova Mutum.
ƒƒA III Conferência Estadual de Saúde, realizada em 1996, teve como destaque a discussão sobre a reorientação
do modelo de atenção e o PSF.
Slide 61
III Conferência Estadual de Saúde – 1996 (fotografia)
Slide 62
Descentralização e modelos de atenção: PSF
ƒƒEntre 2000 e 2001 houve incremento significativo no número de equipes e na cobertura populacional: 15,2%
para 32,7%.
ƒƒEm 2002, a cobertura atingiu 43,8% da população, com 344 ESF, em 133 (de 139) municípios (MS/DATASUS,
2006).
ƒƒEm 2004, o PSF atingiu 53,8% de cobertura.
ƒƒO
PSF gerou intenso processo de interiorização de profissionais de saúde e configura uma nova modalidade
de atenção em MT.
Slide 63
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e Programa de Saúde da Família (PSF) – Mato Grosso, 1995
a outubro/2001
64
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 64
Cobertura populacional do PACS e PSF em Mato Grosso - 2000-2005
Fonte: Elaborado com base em informações da SES/MT, 2008.
Slide 65
Financiamento dos modelos: Fundo a Fundo
ƒƒInicialmente, a estratégia utilizada pelo estado foi a criação de incentivo financeiro mediante contrato tempo-
rário dos médicos e enfermeiros das ESF.
ƒƒEm 2000, incentivos são repassados por meio de convênios entre a SES e os municípios.
ƒƒEm 2001, os incentivos estaduais são repassados por meio do Sistema de Transferência do Fundo Estadual para
os Fundos Municipais de Saúde (Decreto Nº 2.312/2000).
ƒƒA medida influenciou a expansão e a interiorização do PSF em Mato Grosso (MARQUES; MENDES, 2003).
Slide 66
Modelos de atenção e educação permanente
ƒƒA Escola de Saúde Pública, inaugurada em 07/04/2000, definiu a Educação Permanente (EP) das equipes de
saúde da família como eixo central de sua atuação.
ƒƒRealiza o introdutório e o Básico (80 horas), modelo canadense, para as ESF.
65
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ƒƒA
Escola realiza Cursos de Especialização, Residência Multiprofissional, Cursos Técnicos (THD, Enfermagem, Laboratório).
ƒƒA Escola de Saúde Pública revela-se essencial para a expansão e consolidação das novas práticas.
Slide 67
Auditório da Escola de Saúde Pública (fotografia)
Slide 68
Publicações da SES (Plano Estadual de Saúde – 2000-2003; Caderno do Gestor Municipal de Saúde de Mato Grosso;
A regionalização da saúde de Mato Grosso)
Slide 69
Imagem do Parque da Saúde – Zé Bolo Flô
Slide 70
Consolidação do SUS: 2000-2006
Slide 71
Continua a expansão da cobertura do PSF, com aumento do incentivo estadual Fundo a Fundo.
ƒƒConsolida-se também o funcionamento das centrais de regulação regionais.
ƒƒSão implantados mais dois consórcios de saúde e três escritórios regionais.
ƒƒSão incluídos no sistema e também implantados novos leitos de UTI.
ƒƒA V Conferência Estadual de Saúde delibera pela continuidade da Escola de Saúde Pública e contra sua trans-
formação em Escola de Governo.
ƒƒSão feitas várias alterações na estrutura organizacional da SES.
ƒƒRevisão do PDR/MT/2005.
ƒƒExpansão dos serviços de Alta Complexidade: Terapia Renal Substitutiva em Sinop (2004) e Tangará da Serra
(2008).
Slide 72
ƒƒDebate e mobilização em prol do Pacto pela Saúde nas suas três dimensões: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa
do SUS e Pacto de Gestão.
ƒƒAdesão da SES ao Pacto pela Saúde – assinatura do Termo de Compromisso.
66
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ƒƒAdesão dos municípios ao Pacto pela Saúde.
ƒƒImplantação da Rede de Apoio ao SUS pelo COSEMS.
ƒƒMudança da nomenclatura das CIBs Regionais pra CGR (Colegiado de Gestão Regional), para compatibilizá-las
com a terminologia do Pacto de Gestão.
ƒƒImplantação do Polo de Educação Permanente em Saúde – 2006.
ƒƒRealização da VI Conferência Estadual de Saúde em 2007.
Slide 73
O desafio da Avaliação
Scatena (2000) assinala:
1.Mudança no perfil assistencial dos pequenos municípios, que aumentaram o atendimento ambulatorial no
período 1994-1998, concomitantemente à diminuição das internações hospitalares feitas pela rede privada,
como provável reflexo da PPI.
2.Já na capital e nos municípios maiores, observou-se o desenvolvimento de um modelo de atenção que prioriza a assistência médica, individualizada, com grande uso e dependência de tecnologia, em detrimento da atenção primária.
Slide 74
O desafio da Avaliação
3.Os dados quantitativos evidenciam que a descentralização teve impactos positivos nos municípios, expressos em:
maior aporte de recursos financeiros;
pp
melhor organização das secretarias;
pp
aumento da produção e da resolutividade de vários serviços;
pp
melhoria da situação.
pp
Slide 75
O desafio da Avaliação
ƒƒHá poucos estudos avaliativos da política de saúde e muitas questões a serem investigadas:
A porta de entrada dos serviços foi equacionada?
pp
O crescimento das equipes de SF em MT garantiu a universalidade e a qualidade do atendimento?
pp
Por que os municípios mais populosos, Cuiabá e Várzea Grande, mantiveram-se presos ao modelo tradicional
pp
de rede básica?
A proposta da estratégia de SF recebeu investimentos contínuos em educação permanente?
pp
67
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 76
O desafio da Avaliação
ƒƒA organização do modelo, baseado na SF, garantiu referência integral para o cuidado?
ƒƒOs
programas especiais continuaram sendo implantados “verticalmente” e permaneceram as duas lógicas de
organização da rede de atenção?
ƒƒOs Consórcios (CIS) operaram como
instrumentos de ampliação e regulação do acesso aos serviços especia-
lizados?
ƒƒA ação regulatória do acesso foi impossibilitada? Qual o peso da limitação da capacidade da oferta no sistema
e da ausência de expansão da rede pública entre as dificuldades da regulação?
Slide 77
O desafio da Avaliação
ƒƒA
dificuldade de formular e implementar políticas de saúde intersetoriais limitou o escopo e o impacto de
muitas das ações implementadas, como a redução da violência, por exemplo.
ƒƒFrágil articulação das instituições de ensino e pesquisa com os serviços, o que limita a produção de conhecimen-
tos, a educação permanente e a formação dos quadros para saúde pública: como as CIES estão implantadas.
Slide 78
Referências
ƒƒGUIMARÃES, Luiza. Política de saúde em Mato Grosso: dois mandatos para a construção da regionalização.
In: Müller Neto, J. S. (Org.) A regionalização da saúde em Mato Grosso: em busca da integralidade da atenção.
Cuiabá: SES 2002b.
ƒƒKEYNET,
Tânia M. M.; ROSA, Tereza E.; MENEGUZZO, Marco. Inovação e cooperação intergovernamental:
microregionalização, consórcios, parcerias e terceirização no setor saúde. São Paulo: Annablume, 2006.
ƒƒMARQUES,
Rosa M.; MENDES, Áquila. Atenção Básica e Programa de Saúde da Família (PSF): novos rumos para a política de saúde e seu financiamento? Rev Ciência & Saúde Coletiva 2003; 8 (2): p. 403-15.
ƒƒMOTA,
Ubirajara S. Os consórcios intermunicipais de saúde como cerne da estratégia para implementação
das microrregiões de saúde em Mato Grosso. In: Müller Neto, J. S. (Org.) A regionalização da saúde em Mato
Grosso: em busca da integralidade da atenção. Cuiabá: SES, 2002.
68
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 79
ƒƒMÜLLER
NETO, Júlio S. (Org.) Guia do Usuário: Sistema Único de Saúde em Mato Grosso. Cuiabá, MT:
Secretaria de Estado da Saúde, 2002.
ƒƒMATO GROSSO. Secretaria de Estado da Saúde. Leis e Decretos: organização do SUS. Cuiabá: SES, 2000a.
92 p. Série Legislação da Saúde em Mato Grosso, I.
ƒƒMATO GROSSO. Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso.
Avaliação da política de saúde de Mato Grosso
1995-1998. Cuiabá: 2000b.
ƒƒMATO GROSSO. Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso. A regionalização da saúde em Mato Grosso: em
busca da integralidade da atenção. Cuiabá: 2002.
ƒƒSCATENA, João Henrique G. Avaliação da descentralização da assistência à saúde no estado de Mato Grosso. Tese de
doutorado apresentada à Faculdade de Saúde Pública da USP. São Paulo: FSP/USP, 2000 (214p).
ƒƒSCHRADER, F. A. T. et al. Microrregionalização da atenção integral à saúde do indivíduo. In: MÜLLER NETO,
J. S. (Org.) A regionalização da saúde em Mato Grosso: em busca da integralidade da atenção. Cuiabá: SES, 2002.
Slide 80
Aula elaborada pelo Professor Adjunto do ISC/UFMT Júlio Strubing Müller Neto.
69
Módulo 2 – Política e gestão de saúde no município
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
O desafio da mudança – gestão com pessoas no SUS
Slide 1 (capa)
O desafio da mudança: gestão com pessoas no Sistema Único de Saúde
Slide 2
Cenário
ƒƒReestruturação produtiva.
ƒƒNovo perfil do trabalhador.
ƒƒFlexibilização das relações de trabalho.
ƒƒRedução do poder regulador dos Estados Nacionais.
ƒƒAumento da informalidade e da precariedade das relações de trabalho: desafio.
Slide 3
Trabalho na administração pública
ƒƒDescentralização das políticas sociais (Constituição de 1988): saúde, educação, segurança pública, assistência
social, saneamento básico, e outras.
ƒƒReconcentração da receita de impostos e tributos em mãos da União.
ƒƒLei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
ƒƒRegime Jurídico Único (RJU).
ƒƒConcentração de trabalhadores da área social nos estados e municípios com desresponsabilização da União.
Slide 4
Trabalho na Saúde
ƒƒPeculiaridades:
foco nas pessoas e suas relações;
pp
práticas muito abrangentes, multi e interdisciplinares.
pp
ƒƒTendência de crescente aumento de incorporação de trabalhadores de saúde aos serviços.
73
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 5
Trabalho e Políticas de Saúde
ƒƒMunicipalização da saúde: aumento significativo de serviços de saúde municipais.
ƒƒMudança do perfil epidemiológico e envelhecimento da população.
ƒƒNovos modelos de atenção baseados na atenção primária, com destaque para o Programa de Saúde da Família:
estratégia de expansão rápida e ampla cobertura.
Slide 6
Situação da força de trabalho no SUS
ƒƒCrescimento exponencial do contingente de trabalhadores de saúde nos estados e municípios, a partir de 1990.
ƒƒMunicípios:
de 1980 para 2003, o número de empregos da saúde cresceu de 43.086 (16,2%) para 791.397
(66,3%), o que representa um aumento de 1.740% (CONASEMS, 2006).
ƒƒEstados: em 2003, havia 457.123 trabalhadores de saúde (ativos e inativos), que representavam um gasto de
R$ 5,3 bilhões/ano, equivalente a 55% do gasto total em saúde nesse ano.
Slide 7
ƒƒUnião: de 1980 para 2003, redução de 113.297 empregos (42,6%) para 96.064 (8,1%), incluídos os servidores
transferidos para estados e municípios.
ƒƒNão reposição de 50 mil servidores do ex-INAMPS que custavam R$ 1 bilhão/ano em 2002 (CONASS, 2002).
Slide 8
Situação da gestão do trabalho no SUS
ƒƒAumento do processo de terceirização da força de trabalho: respostas às necessidades de ampliação de cober-
tura e expansão dos serviços.
ƒƒIngresso lento e insuficiente de novos trabalhadores por meio de concursos públicos.
ƒƒInsuficiência de planos de carreira específicos para o SUS: a grande maioria dos municípios e mais da metade
dos estados não possuem um; a União tem muitos e conflitantes planos.
ƒƒGrande heterogeneidade de vínculos nas três esferas de gestão.
Slide 9
ƒƒAumento da precariedade das relações de trabalho.
ƒƒPouca capacidade da gestão para negociar com trabalhadores e gerenciar vínculos: tratamento desigual e insa-
tisfação do servidor público.
ƒƒAutorregulação das profissões de saúde: conflitos entre profissões e ausência do Estado.
74
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 10
Situação da educação do trabalhador de saúde no SUS
ƒƒDeficiências
educacionais na graduação e na pós-graduação: conhecimentos, habilidades, atitudes e valores
insuficientes e inadequados ao desempenho profissional no SUS.
ƒƒPolítica e projetos adequados na área da educação técnica, mas insuficientes frente às necessidades.
ƒƒInexistência de política e de projetos consistentes e institucionalizados de educação permanente.
Slide 11
Capacidade institucional para a gestão do trabalho
ƒƒBaixa capacidade institucional para gestão do trabalho no SUS:
desconhecimento quanto ao perfil e às necessidades da força de trabalho;
pp
capacidade de planejamento inexistente ou insuficiente;
pp
monitoramento inadequado, com visão controladora e burocrática;
pp
pouca prioridade política e administrativa para área de RH;
pp
quantidade insuficiente e formação deficiente dos técnicos e gerentes da área de RH.
pp
Slide 12
Gestão com pessoas: mudanças necessárias
Slide 13
Pacto de Gestão
ƒƒA incorporação da área da gestão do trabalho e da educação na saúde no Pacto de Gestão, entre os gestores do
SUS, é politicamente relevante e constitui um avanço significativo, mas insuficiente para o enfrentamento dos
grandes desafios hoje existentes na área da gestão do trabalho e da educação na saúde.
Slide 14
Visão da gestão do trabalho no SUS
ƒƒComponente estratégico na implementação do SUS: política de Estado versus prioridade governamental.
ƒƒAção integrada entre as três esferas de gestão: responsabilidade conjunta.
ƒƒFunção solidária entre gestores e trabalhadores: prioridade política versus compromisso ético do trabalhador.
Slide 15
Medidas de ordem político-legal
ƒƒInstitucionalização de mesas de negociação, comissões de avaliação e outros mecanismos de gestão participa-
tiva: superação do modelo burocrático-controlista da gestão.
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Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ƒƒInstitucionalização do Programa de Saúde da Família, de programa de governo à política de Estado: garantia
legal aos municípios.
ƒƒRegulamentação da Lei de Responsabilidade Fiscal: excepcionalidade da saúde.
ƒƒEsforço integrado das três esferas de gestão para regularização das situações de informalidade e precariedade
dos vínculos: projetos de cooperação técnica e financeira.
Slide 16
Gestão com Pessoas
ƒƒImplementação de planos de cargos, carreira e salários próprios do SUS: ação prioritária, pactuada pelos go-
vernos e negociada com trabalhadores.
ƒƒDesenvolvimento de mecanismos legais para prêmios de incentivos baseados em desempenho e metas.
ƒƒInstitucionalização do planejamentos de RH: parte integrante do sistema de planejamento.
Slide 17
Modelo de gestão: gerencial
ƒƒDesenvolvimento de sistemas de informações sobre a força de trabalho: superar informação produzida apenas
pela folha de salários.
ƒƒImplantação de práticas gerenciais ágeis e instrumentos e ferramentas flexíveis de gestão em busca de objetivos
e resultados.
ƒƒQualificação e educação permanente dos gerentes e técnicos da área de gestão do trabalho: prioridade dos governos.
ƒƒReformas administrativas e da estrutura organizacional da área de gestão do trabalho.
Slide 18
Gestão da educação na Saúde
ƒƒAmpliar a clientela, o objeto e a cobertura regional do ensino técnico e profissional.
ƒƒMudanças nos cursos de graduação da área da saúde com base nas competências profissionais.
ƒƒMudanças nos cursos de pós-graduação da área da saúde, priorizando a atenção básica.
ƒƒImplementar
política de educação permanente apoiada nos órgãos de gestão colegiada do SUS, articulando
instituições de ensino e pesquisa, trabalhadores de saúde e representantes dos usuários.
Slide 19
O Desafio da Mudança: Gestão com Pessoas
ƒƒTrabalho apresentado no colóquio lusofrancófano (Colufras) no âmbito do IV Congresso Brasileiro de Ciências
Sociais e Humanas em Saúde, da ABRASCO.
ƒƒSalvador, 13 a 18 de julho de 2007.
ƒƒAula elaborada pelo Professor Adjunto do ISC/UFMT Júlio Strubing Müller.
76
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ORIENTAÇÃO PARA CONSTRUÇÃO
DA MEMÓRIA VIVA E DO MOSAICO
História da política municipal de saúde
Memória Viva
Objetivo
Conhecer e ressignificar a história da saúde pública do município contada por um informante-chave (líder, profissional de saúde, parteira, etc.).
Como organizar a atividade dos grupos responsáveis pela Memória Viva
1.Com o apoiador local do CDG-SUS e com ajuda dos alunos, o gestor deverá localizar pessoa com perfil e convidá-la a participar do curso no horário estabelecido na programação, orientando-a em relação ao objetivo da
atividade. Poderá haver mais de um informante-chave.
2.Perfil do informante: pessoa que vivenciou ou conheceu os fatos históricos do município, tais como seus primeiros
habitantes, o surgimento e o crescimento dos serviços públicos (como era o atendimento no início), destacando
quem foram os primeiros profissionais da saúde e os primeiros secretários de saúde, a existência de movimentos
sociais no campo da saúde, e, se possível, os fatos que marcaram a implantação do Sistema Único de Saúde.
3.No dia marcado, juntamente com o apoiador local, o tutor deverá acolher o informante e apresentá-lo aos alunos,
destacando sua trajetória de vida.
4.Primeiramente, o informante contará aos alunos do grupo responsável pela memória viva os fatos relevantes da
história da saúde pública no município, conforme orientação do item 2.
5.Escolher um coordenador do grupo: ele será responsável pela atividade e organização da apresentação na plenária a partir de um pequeno roteiro, ou contará a história livremente, a partir de sua compreensão e vivências.
Orientá-lo no sentido de que outras questões poderão ser discutidas a partir do interesse dos alunos do grupo e
do informante. Motivar e organizar o debate e a apresentação no grande grupo.
6.O relato do informante poderá ser gravado em vídeo, se autorizado por ele.
7.Como atividade de síntese, os alunos do grupo deverão registrar as questões centrais, as palavras-chave e outros temas abordados, destacando nomes e locais de acontecimento e organizar um memorial para compor a
agenda do curso.
77
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
8.Na construção do memorial, inserir os aspectos relevantes da trajetória do município, pontuando na linha do
tempo as informações, os fatos e o contexto. No final, o tutor faz a síntese do debate.
9.Após o término do relato, fazer as considerações finais e agradecer a contribuição do(s) informante(s).
Mosaico
Objetivo
Conhecer e ressignificar a história da saúde pública do município por meio de documentos, fotos, artigos, recortes
de jornais e revistas, relatórios, etc.
Como organizar a atividade dos grupos responsáveis pelo Mosaico
1.Com o apoiador local do CDG-SUS e com ajuda dos alunos, o gestor deverá localizar fotos, documentos/relatórios, jornais e revistas relacionados ao objetivo da atividade que identifiquem os fatos históricos do município: o
surgimento e o crescimento dos serviços públicos (como era o atendimento no início) destacando quem foram os
primeiros profissionais da saúde e os primeiros secretários de saúde, a existência de movimentos sociais da saúde
e os fatos que marcaram a implantação e implementação do Sistema Único de Saúde.
2.Esse instrumento permite a representação das imagens/fatos que retratam acontecimentos de um determinado
período. O grupo organiza o mosaico segundo a lógica sequencial da linha do tempo. Para essa atividade poderão
ser criados dois grupos conforme o roteiro de análise da história da política municipal de saúde em dois períodos:
antes e após a implantação do SUS (a partir da década de 1990).
3.O grupo irá descrever os fatos relevantes que marcaram a história da saúde pública no município em cada período, conforme orientação do item 1.
4.Escolher um coordenador de cada grupo: ele será responsável pela atividade e organização da apresentação na
plenária a partir do roteiro. Orientá-lo no sentido de que outras questões poderão ser discutidas a partir do interesse dos alunos do grupo. Motivar e organizar o debate e a apresentação na plenária.
5.A apresentação do mosaico poderá ser gravada em vídeo.
6.Como atividade de síntese, os alunos do grupo deverão registrar as questões centrais, palavras-chave e outros
temas abordados na plenária e organizar um memorial para compor a agenda do curso.
7.A construção/análise do mosaico deverá levar em consideração os itens contemplados no roteiro ao longo dos
períodos, resgatando as informações com base no material disponibilizado pela SMS e a discussão em relação à
política nacional e estadual de saúde.
78
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
GRUPO I – Aspectos da Política Institucional da Saúde
ƒƒHistórico da criação da Secretaria Municipal de Saúde: legislação, organograma.
ƒƒGestão de pessoas: número de profissionais, categorias profissionais, capacitações, PCCS, concurso ao longo do
tempo.
ƒƒPlano Municipal de Saúde – existência e prioridades.
ƒƒConselho
Municipal de Saúde – criação e organização: realização de reuniões, participação, composição, deliberações, capacitações.
ƒƒMovimentos sociais – existência e influência na história das políticas municipais.
ƒƒConferências municipais – realização, participação e deliberações.
ƒƒAplicação dos recursos – orçamento geral e despesa com saúde.
ƒƒProcesso de avaliação – prestação de contas, indicadores.
GRUPO II – Modelo tecnoassistencial
ƒƒHistórico da organização dos serviços de saúde pública na linha do tempo (antes e após o SUS), relacionando-o à
implantação do SUS no estado e no país.
ƒƒA capacidade instalada dos serviços e a expansão de cobertura.
ƒƒDesenho
do modelo de atenção – PSF, PACS, porta de entrada/acesso: atenção básica e urgência-emergência;
referência – transporte, acesso, apoio diagnóstico, sistema de transferência.
ƒƒExperiências inovadoras.
ƒƒOutros – a critério do grupo.
79
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
TRAJETÓRIA ASSISTENCIAL: O CASO DO SR. PEDRO1, 2, 3
Ana Paula Silva de Faria4
Trata-se um texto que narra a história de vida, saúde e doença do Sr. Pedro5, que descobriu ter Diabetes Mellitus
(DM); de como ele foi incorporando a doença como parte do seu viver e como os serviços de saúde se organizaram
para atender e reconhecer suas necessidades.
Este texto tem por objetivo propiciar momentos de reflexão sobre o modo como pensamos e planejamos as ações
nos serviços de saúde e sobre como essas ações se refletem nos usuários e suas famílias.
O Sr. Pedro tem 52 anos, é separado, mecânico de profissão, e possui a condição crônica por diabetes mellitus há
mais de 15 anos. Ele descreve a doença como um problema que promove restrições e alterações no seu cotidiano.
[...] Não sei por que eu sou diabético [...] não sei como é. [...] É um problema, né? Que tem muitas coisas que a gente
quer fazer, mas não pode fazer por causa do... por causa da diabetes.... É por causa disso que a gente não pode fazer
isso, muitas coisas, né? [olhos muito brilhantes e com voz de choro].
Nesta abordagem, consideramos condição crônica qualquer situação que promova alterações na vida de usuários, de
suas famílias e nos serviços de saúde.
Ao chegar à cidade onde reside atualmente, o Sr. Pedro trabalhou numa empresa de agronegócios, na qual permaneceu por cinco anos. Nessa época, já sabendo que tinha diabetes mellitus, fazia acompanhamento e tratamento com
o médico da empresa, procurando o posto de saúde apenas para pegar as medicações prescritas por esse médico
e/ou quando se sentia mal.
[...] Sempre estava lá com o doutor. Sempre lá no médico. Eu nunca larguei o médico. O tempo todo lá com o médico, o tempo todo. Por isso que eu tava com cuidado com esses problemas aí, por causa da doença do pé. [...] E na hora
que aconteceu logo. Eu vou logo no médico. Quando sai algum probleminha nos meus pés eu vou logo no médico.
1 Texto e reflexões extraídos da dissertação de Mestrado: FARIA, Ana Paula Silva de. A experiência de adoecimento e a busca por cuidado empreendida pela
pessoa com diabetes mellitus, 2007. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Curso de Pós-Graduação em Enfermagem. Universidade Federal de Mato
Grosso, Faculdade de Enfermagem, Cuiabá, 224p.
2 Pesquisa financiada pelo CNPq sob o nº 402866/2005-3 – Ed. 342005-BR163 2aEt/Edital MCT/CNPq/MS-SCTIE-DECIT 34/2005 – Área de
influência da BR 163 e desenvolvido pelo Instituto de Saúde Coletiva/UFMT e Grupos de Pesquisa GPESC e GEPLUS da FAEN/UFMT.
3 Esboço do projeto de extensão: Trajetórias assistenciais e suas possibilidades na Avaliação em Saúde na perspectiva no usuário e família em
condição crônica de saúde.
4 Mestre em Enfermagem pela UFMT, docente do Curso de Enfermagem do Campus Universitário de Rondonópolis/UFMT, membro do Grupo
de Pesquisa “Enfermagem, Saúde e Cidadania” – GPESC/ UFMT. E-mail: [email protected]
5 Nome fictício como forma de garantir o anonimato, de acordo com a Resolução 196/96.
81
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Além das preocupações quanto às alterações que as fases de agudização da doença promovem no corpo, o Sr. Pedro
foi obrigado a interromper suas atividades, conforme a narrativa a seguir.
[...] Eu tava trabalhando e agora não posso tá trabalhando agora porque eu tô doente. Tô doente das pernas. [...] Não
tinha carteira assinada. Trabalho por minha conta. [...] É porque... Doente... É porque a gente tá aí trabalhando e tem
que pegar um ferro. Aí incha as pernas. É esse que eu tô com cuidado. Porque quando eu ia trabalhar eu podia pegar
nas coisas, nos ferros porque quem trabalha num negócio de oficina tem que estar pegando [...] ferros, e batendo e
ajeitando e aí tudo mais. E aí eu não posso fazer isso agora. Enquanto eu não ficar bom mesmo como é que eu vou
pegar no ferro? Se eu pegar vai inchar as minhas pernas de novo [tom de voz triste].
Os problemas que o Sr. Pedro narra vão além das alterações no seu corpo, repercutindo também no seu sustento,
uma vez que as limitações lhe impõem um ritmo que nem sempre se adapta às suas necessidades de sustento. É nesse
sentido que ele enfatiza a dificuldade inclusive para continuar a receber o Auxilio Doença:
[...] O problema foi só esse que deu. Problema, problema do diabetes. Agora, o que tá dando problema é esse, problema do dinheiro aí. Como é que eu vou ficar? Sem receber o dinheiro, como é que que vou passar?
Para refletir
ƒƒEsse caso acontece no seu município? Quais os aspectos que vocês acreditam que determinam essa situação?
ƒƒAo enfocar a vulnerabilidade e a organização/gestão do sistema, quais são as necessidades de vida do Sr. Pedro?
Vocês acreditam que os gestores conseguem responder a todas as necessidades apresentadas?
ƒƒComo o serviço orienta os usuários e suas famílias sobre a condição crônica?
ƒƒDe
que maneiras poderíamos ofertar o atendimento com base nos princípios da integralidade? Como podemos
evitar e/ou amenizar as vulnerabilidades vivenciadas pelo Sr. Pedro e pelo usuário do seu município?
O Sr. Pedro narrou suas dificuldades em compreender as alterações que a doença promovia em seu corpo e como
o serviço lhe ofertava o cuidado em relação à insulinoterapia.
[...] Aí era ruim porque eu não sabia aplicar. Aí o rapaz foi e me ensinou. O rapaz lá do posto. Ele me ensinou porque
eu ia para lá e ninguém queria fazer. Tá me entendo? Eu ia lá todo dia fazer. Era aquele negócio enrolado. Era a maior
luta para aplicar no mim. Aí pedi para o rapaz me ensinar como é que aplicava essa injeção. [...] Eu aprendi a aplicar
porque estava difícil de eu ir todo dia lá. E era um sacrifício para aplicar em mim demorava demais.
Na Unidade de Saúde da Família, o Sr. Pedro fazia o acompanhamento com o médico da unidade, participava uma
vez por mês das atividades de reunião, ou seja, a atividade mensal com o grupo de usuários com hipertensão arterial
e diabetes mellitus que era comandada pelo médico da unidade. Nessa reunião são realizadas palestras educativas e
após a atividade são entregues os medicamentos, exceto a insulina.
82
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
[...] porque lá aonde a gente está não tem insulina. [...] Lá no postinho eu só pego os outros medicamentos. [...] Em
pé é longe. Fica lá no centro. [...] É, eu pegava a bicicleta e eu ia lá. [...] O posto central fica pertinho do hospital.
Hospital de um lado e o posto central do outro lado. [...] Eu ia lá receber remédios lá. [...] Que era a insulina, pegá o
aparelho para aplicar a insulina que eu ia pegar lá. Só isso que eu fazia lá. Pegar lá.
No entanto, a insulina é distribuída de forma centralizada no posto localizado no centro da cidade, onde todos os
usuários deverão apresentar o receituário médico para retirar a medicação, as agulhas e seringas para aplicação.
A centralidade da distribuição da insulina foi definida
[...] pela Secretaria de Saúde. O enfermeiro frisou que essa prática pode estar gerando uma dificuldade na adesão ao
grupo e ao tratamento. Ele nos disse também que não tem como armazenar essa insulina e que não pode colocá-la na
mesma geladeira das vacinas. (Notas de Observação - 25/06/2007)
O município em que o Sr. Pedro reside dispõe de uma rede de atenção que está organizada com
[...] 14 unidades de PSF, 01 Centro de Especialidade, 02 postos de saúde, enfatizando que a porta de entrada do sistema de saúde são os PSFs. [...] Posto Central fica localizado atrás do Hospital Regional, onde funcionam, também,
três unidades de saúde da família. E o Centro de Especialidades Médicas atende determinadas especialidades médicas
somente para usuários do município... (Notas de Observação - 25/06/2007)
[...] O Centro de Especialidades atende as seguintes especialidades médicas: cardiologia, dermatologia, pediatria,
ginecologia, urologia, ortopedia, realização de alguns tipos de exames de eletrocardiograma. [...] para o usuário ser
atendido no Centro de Especialidade, deverá ser encaminhado pelo médico dos PSFs do município. No próprio PSF
é feito o agendamento da consulta para o Centro de Especialidade. Além disso, ele nos relatou o caráter assistencial
do Centro de Especialidade no atendimento para áreas que não estão cobertas pelos PSF e pelo PACS, tais como: as
fazendas da região, um assentamento e outros bairros da cidade. Para esses usuários oriundos dessas áreas citadas,
o atendimento é caracterizado por livre demanda. O horário de funcionamento da unidade é das 07 h às 11 h e das
13h às 17 h. No horário do almoço, a unidade é fechada para atendimento ao público. Entretanto, após esse horário
o Centro de Especialidade funciona como Pronto Atendimento. Nesse regime de plantão, das 17 h às 19 h há dois
médicos que atendem a demanda espontânea. Após as 19 h fica apenas um médico de plantão até as 24 h. (Notas de
Observação - 26/06/2007)
O Centro de Especialidade Médica é considerado pela população como porta de entrada para o Hospital Regional
situado nesse município, que é referência para outros municípios da microrregião.“Esse hospital não deveria se chamar Hospital Regional de... pois, além de atender o município, este é referência para mais 20 municípios da região.
E a população de... não entende essa organização” (Notas de Observação – 25/06/2007).
Para ter acesso ao Hospital Regional, os usuários têm que “pegar” um encaminhamento médico do Centro de Especialidades Médicas através de
[...] consulta médica ou pelo pronto-atendimento que funciona no mesmo local, porém, em horário diferente, das 17
às 24 horas de segunda a sexta-feira. Entretanto, depois da meia noite, finais de semana e/ou horário do almoço, as
pessoas podem procurar diretamente o pronto socorro do Hospital Regional. (Notas de Observação – 26/06/2007)
83
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Para refletir durante o curso
ƒƒO que significam a responsabilização e a resolutividade em saúde na perspectiva do usuário e suas famílias?
ƒƒComo deveriam ser as práticas de saúde sob a ótica do acolhimento e vínculo frente às demandas do Sr. Pedro em
reconhecer o autocuidado e as dificuldades em compreender o uso da insulinoterapia?
ƒƒOs
profissionais de serviço recebem algum tipo capacitação para o atendimento ao usuário? O seu município
oferece algum tipo de educação permanente sobre protocolo clínico assistencial e de educação em saúde para
esse tipo de problema?
ƒƒComo
vocês perceberam a regulação assistencial deste usuário no sistema de saúde (incluindo a referência ou
contra referência)? Esse modo de organização consegue promover a responsabilização dos profissionais/serviços
por este usuário?
ƒƒComo
vocês acreditam que as redes sociais e os mediadores (família, vizinhos, lideranças comunitárias) poderiam fazer diferença no acesso ao cuidado no sistema de saúde?
84
Módulo 3 – Informação e planejamento em saúde
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Planejamento da saúde no nível local
Slide 1 (capa)
Planejamento da Saúde no nível local: desafios
Slide 2
ƒƒPode dizer-me que caminho devo tomar?
ƒƒIsto depende do lugar para onde você quer ir. (Respondeu com muito propósito o gato.)
ƒƒNão tenho destino certo.
ƒƒNeste caso, qualquer caminho serve. (“Alice no País da Maravilhas” - Lewis Carrol)
Slide 3
Planejamento no SUS - base legal
 atribui à direção nacional do SUS a responsabilidade de elaborar o planejamento nacional no
âmbito do SUS em cooperação com os estados e municípios e o Distrito Federal.
ƒƒLei 8.080/90
ƒƒArt.36 – O processo de planejamento e orçamento do SUS será ascendente, do nível local até o federal, ouvi-
dos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da política de saúde com a disponibilidade
de recursos em planos de saúde dos municípios, dos estados, do Distrito Federal e da União.
ƒƒArt.37 – O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem observadas na elaboração dos pla-
nos de saúde, em função das características epidemiológicas e da organização dos serviços em cada jurisdição
administrativa.
Slide 4
Planejamento no SUS - base legal
8.142/90  Define que para o recebimento de recursos financeiros provenientes do Fundo Nacional de
Saúde os municípios e estados devem contar com o Plano de Saúde e o Relatório de Gestão (Art. 4º).
ƒƒLei
ƒƒPacto
pela Saúde/2006 => O PlanejaSUS é objeto do item 4 do Anexo do Pacto pela Saúde 2006 (Port.
399/22/02/06).
87
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 5
Planejamento no SUS – Pacto pela Saúde
ƒƒCritério para processo de planejamento: necessidades de saúde da população.
ƒƒIntegração dos instrumentos de planejamento.
ƒƒInstitucionalização e fortalecimento do sistema de
planejamento do SUS, incluídos o monitoramento e avalia-
ção, como instrumentos estratégicos de gestão.
ƒƒCooperação
entre as três esferas de gestão para o fortalecimento e a equidade no processo de planejamento
do SUS.
Slide 6
PlanejaSUS - Diretrizes
ƒƒDeve ser desenvolvido de forma articulada, integrada e solidária entre as três esferas de governo.
ƒƒQue cada esfera de governo realize o seu planejamento contemplando as peculiaridades, necessidades e reali-
dades de saúde locorregionais.
ƒƒBuscar
de forma tripartite a pactuação de bases funcionais de planejamento, monitoramento e avaliação do
SUS, promovendo a participação social e a integração intra e intersetorial, considerando os determinantes e
condicionantes de saúde.
Slide 7
PlanejaSUS - Objetivos
ƒƒIntegrar os processos de planejamento e orçamento do SUS.
ƒƒMonitorar e avaliar as ações implementadas e os resultados alcançados.
ƒƒContribuir para a transparência do processo de gestão.
ƒƒCoordenar o processo de planejamento no âmbito do SUS.
ƒƒPactuar as diretrizes gerais para o processo de planejamento.
ƒƒFormular metodologias unificadas e instrumentos básicos do planejamento e monitoramento/avaliação.
ƒƒImplementar
e difundir uma cultura de planejamento que integre e qualifique as ações do SUS entre as três
esferas de governo e subsidie a tomada de decisão por parte de seus gestores.
Slide 8
PlanejaSUS – Instrumentos
ƒƒO Plano de Saúde é um dos instrumentos de gestão do SUS para 4 anos.
88
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ƒƒAlém do Plano, os outros instrumentos são:
Programação Anual de Saúde (PAS)
pp
Relatório Anual de Gestão (RAG)
pp
ƒƒTodos esses instrumentos devem ser compatíveis com:
o Plano Plurianual
pp
a Lei de Diretrizes Orçamentárias e
pp
a Lei Orçamentária Anual
pp
Slide 9
PlanejaSUS: formulação, gestão e avaliação do plano
ƒƒO Plano é a expressão de um compromisso = uma ação que visa a resultados e não apenas uma proposta que
fica no papel.
ƒƒElaborado, o Plano – flexível e adaptável às especificidades locais – deve ser aplicado/implementado.
ƒƒPara alcançar os resultados programados, o Plano precisa ser gerenciado e acompanhado/monitorado.
Slide 10
PlanejaSUS: formulação, gestão e avaliação do Plano
ƒƒA avaliação dos resultados alcançados permite:
ampliar a comunicação entre os atores;
pp
a flexibilização diante das necessidades de mudança;
pp
a atualização e correção para que o Plano não se desvie da situação-objetivo definida no momento inicial.
pp
Slide 11
Planejamento Estratégico Situacional - PES
ƒƒIdealizado pelo chileno Carlos Matus na década de 1970, surgiu no âmbito
do planejamento econômico-social.
ƒƒO método utiliza o enfoque estratégico de planejamento que permite apreender a complexidade dos processos so-
ciais e fornece ferramentas operacionais para a construção de projetos e planos de ação para problemas estratégicos.
Slide 12
Planejamento Estratégico Situacional - PES
ƒƒPlanejamento: cálculo que precede e preside a ação.
ƒƒProblema: uma realidade insatisfatória que é superável suscita a ação e permite um intercâmbio favorável com
outra realidade.
89
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 13
ƒƒPES:
é utilizado principalmente para os problemas quase estruturados, abordados em suas múltiplas dimensões: política, econômica, social e cultural.
Slide 14
Planejamento Estratégico Situacional – PES
ƒƒProblema: deve ser definido e declarado por um ator capaz de enfrentá-lo.
Slide 15
Planejamento Estratégico Situacional – PES
ƒƒAtor: deve ter base organizativa, ter um projeto definido e controlar variáveis importantes para a situação.
Slide 16
PES  “Ator” e “Situação”
ƒƒO ator que planeja vive a situação.
ƒƒA situação depende do espaço no qual se situa o ator.
ƒƒQuem planeja executa.
Slide 17
PES  Quem é o ator do Plano?
ƒƒUm ator social pode ser:
O Prefeito
pp
Secretário Municipal de Saúde
pp
Diretor de um Sindicato
pp
Presidente do Conselho de Saúde
pp
ƒƒUm ator é alguém que responde pelo Plano!
ƒƒAlém do ator-eixo ou ator principal, pode haver outros atores, que controlem recursos ou variáveis importantes.
Slide 18
Planejamento Estratégico Situacional – PES
ƒƒClassificação dos problemas
Bem estruturados
pp
Quase estruturados
pp
90
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 19
Planejamento Estratégico Situacional – PES
ƒƒCaracterísticas dos problemas quase estruturados:
1.mobilizam vários atores;
2.destacam-se no âmbito sociopolítico;
3.possuem múltiplas causas;
4.dependem do contexto em que se inserem;
5.requerem enfoque estratégico reflexivo e abordagem multissetorial.
Slide 20
Planejamento Estratégico Situacional – PES
Momentos do PES
ƒƒExplicativo
ƒƒNormativo
ƒƒEstratégico
ƒƒTático-operacional
Slide 21
Planejamento Estratégico Situacional – PES
Momento explicativo
ƒƒConsiste na seleção e análise dos problemas. A seleção é feita por um grupo de pessoas, mediante o uso de téc-
nicas (tempestade de ideias) e protocolo.
Slide 22
Planejamento Estratégico Situacional - PES
Momento explicativo
ƒƒApós a seleção é feita a descrição dos problemas, por meio de indicadores ou descritores (quantitativos ou qua-
litativos) que os definam com clareza.
91
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 23
Planejamento Estratégico Situacional – PES
Momento explicativo
ƒƒApós a descrição, os problemas devem ser analisados por meio da construção de uma rede de causalidade simpli-
ficada.
Slide 24
Planejamento Estratégico Situacional - PES
Momento explicativo
ƒƒNós críticos são as causas mais importantes do problema, os pontos que devem ser enfrentados, sobre os quais
serão elaboradas propostas de ação.
Slide 25
Planejamento Estratégico Situacional - PES
Momento explicativo
ƒƒPerguntas que orientam a escolha de um nó crítico:
1. A intervenção sobre essa causa trará um impacto sobre os descritores do problema, no sentido de modificá-lo positivamente?
2. Há possibilidade de intervenção direta sobre esse nó crítico?
3. É oportuno politicamente intervir?
ƒƒQuando
essas três questões forem respondidas afirmativamente, o nó deve ser selecionado como crítico, ou
seja, como ponto de enfrentamento.
Slide 26
Planejamento Estratégico Situacional – PES
Momento normativo
ƒƒConsiste em desenhar o plano de intervenção, tomando como referência os nós críticos selecionados.
ƒƒPara cada nó crítico deverão ser elaboradas uma ou mais operações que correspondam às propostas de interven-
ção sobre cada um deles (os verbos das operações devem indicar uma ação concreta).
ƒƒCada operação será detalhada em ações que expressem com maior precisão o seu conteúdo.
ƒƒCada ação deve ter seus produtos e resultados determinados, seus responsáveis, recursos empregados e tempo
de realização definidos.
92
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 27
Planejamento Estratégico Situacional - PES
ƒƒA
situação objetivo é a nova situação a ser atingida. Cada descritor deverá ser transformado num resultado esperado.
ƒƒAs operações são conjuntos de ações que empregam vários tipos de recursos, gerando produtos e resultados.
ƒƒOs
produtos podem ser bens e serviços produzidos, fatos políticos, conhecimentos gerados, normas, leis ou
regulações criadas, obras realizadas e outros.
ƒƒOs resultados correspondem ao impacto produzido sobre as causas do problema.
Slide 28
Planejamento Estratégico Situacional – PES
Momento estratégico
ƒƒConsiste na análise de viabilidade do plano em suas dimensões política, econômica, cognitiva e organizativa.
ƒƒCaso
essa análise resulte negativa, cabe a construção de estratégias para torná-la viável, seja por cooperação,
oposição ou confronto.
Slide 29
Planejamento Estratégico Situacional – PES
Momento estratégico
ƒƒOs cenários correspondem às possibilidades futuras de conformação do contexto que envolve o Plano.
ƒƒDevem ser consideradas, também, as surpresas ou eventos. Pode ser necessário construir um plano de contingência.
Slide 30
Planejamento Estratégico Situacional – PES
Momento tático-operacional
ƒƒÉ o momento de preparar-se para pôr o Plano em ação.
ƒƒSua finalidade é designar o responsável pelas operações e estabelecer prazos.
Slide 31
Planejamento Estratégico Situacional – PES
Gestão do Plano
ƒƒSignifica a criação de um sistema de alta responsabilidade (Matus, 1987).
93
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ƒƒPara haver chance de ser executado com sucesso, o Plano precisa de sistema de direção altamente comunicativo,
com clara definição de responsabilidades e dispositivos de prestação regular de contas.
Slide 32
Planejamento Estratégico Situacional - PES
Gestão do Plano
ƒƒOs três sistemas constitutivos da Teoria das Macro-organizações são fundamentais para o sistema local.
1. Agenda do Dirigente: no nível local pode ser acompanhada por uma equipe responsável pelo Plano,
que deve se preocupar com os problemas e questões relevantes e delegar os demais.
2. Sistema de Petição de Prestação de Contas: em cada local deve imperar o hábito de pedir e prestar
contas sobre cada atividade.
3. Sistema de Gerência por Operações: deve constituir-se num sistema recursivo até os níveis operacionais, baseado na eficácia. Sem isso, não é possível avaliar o grau de realização do Plano.
Slide 33
Planejamento Estratégico Situacional – PES
Gestão do Plano
ƒƒÉ fundamental, também, o Sistema de Monitoramento ou Acompanhamento e Avaliação do Plano.
ƒƒMatus
destaca que a informação é importante em todo o processo de planejamento. Defende o princípio da
redução da variedade de informações, ou seja, a necessidade de se trabalhar com informações seletivas para não se
perder em dados inúteis.
Slide 34
Planejamento Estratégico Situacional - PES
Gestão do Plano
ƒƒAs variáveis a serem monitoradas segundo o PES
a. Os descritores do problema.
b. Os descritores dos nós críticos.
c. A implementação das operações considerando recursos e produtos e o tempo.
d. Os processos relacionados à aprovação e implementação das operações.
e. O comportamento das variantes (cenários) e a possibilidade de surpresas.
f. A evolução estratégica do Plano por meio da verificação dos resultados das estratégias e necessidades de
modificações.
94
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 35
Para construção da Agenda de Fortalecimento Gerencial do SUS, o CDG-SUS utiliza algumas noções do PES.
Slide 36
Oito passos para analisar o problema e desenhar a intervenção
1. Listagem e seleção da situação-problema preocupante.
2. Descrição do problema: onde acontece, quando acontece e quanto (indicadores da realidade).
3. Explicação do problema: condicionantes (qual a causa, por que esta situação acontece) e determinantes (o
que a determina).
4. Priorização: qual a situação/problema prioritário; nós críticos para intervenção.
Slide 37
5. Objetivos: situação desejada.
6. Ações Estratégicas: propostas para intervir.
Discuta as facilidades e dificuldades para intervir. Faça análise dos cenários (favoráveis e desfavoráveis).
7. Responsáveis pelas ações.
8. Prazos para execução das ações previstas no plano.
Slide 38
Rede explicativa dos problemas selecionados para construção da Agenda de Fortalecimento Gerencial
Modelo desenvolvido para o CDG-SUS
95
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 39
Referências
ƒƒARTMANN,
E. O Planejamento Estratégico Situacional no nível local de saúde: uma visão multissetorial.
Cadernos da Oficina social n 3, COEPBRASIL. FEV, 2000.
ƒƒMATUS, C. Planejamento e governo. Brasília: IPEA, 1993.
ƒƒTESTA, M. 1995. Pensamento estratégico e lógica da programação. O caso da Saúde. São Paulo-Rio de Janeiro: Ed.
Hucitec.
ƒƒO’DWYER, G.; DE SETA, M. H.; OLIVEIRA, S. P. de. Planejamento, epidemiologia e programação como
instrumentos de gestão. In: BRASIL. Ministério da Saúde. GESTHOS: gestão hospitalar. Modulo II. Gestão
Contemporânea nas organizações de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
ƒƒCECÍLIO, L. C. O. Uma sistematização e discussão de tecnologia leve de planejamento estratégico aplicada ao
setor governamental. In: MERHY, Emerson Elias; ONOCKO, Rosana (Org.). Agir em saúde: um desafio para
o público. São Paulo: HUCITEC, 1997. p.151-167.
Slide 40
Aula Elaborada pela Msc. Nereide Lúcia Martinelli e colaboradores: Fátima Ticianel Schrader, Diógenes Marcondes, Maria José Pereira, Landrimar Trindade e Ruth Terezinha Kehring.
96
Explique o problema:
causas primárias e
secundárias
(o 1º porquê e o 2º porquê)
Objetivos*
(por causa)
Ação Estratégica
Responsáveis/
Parceiros
Prazo
*Obs.: As metas e os indicadores por objetivo, assim como o detalhamento das ações respectivas não estão inseridos neste instrumento, mas poderão ser aprofundados com o gestor.
Situação-Problema
(seleção)
Defina o problema:
onde, quando, quanto
(indicadores), com quem e
como acontece
Identificação: Secretaria Municipal de Saúde de _________________________ Ator que planeja _________________________ Data:____/____/________
REDE EXPLICATIVA DOS PROBLEMAS SELECIONADOS PARA
CONSTRUÇÃO DA AGENDA DE FORTALECIMENTO GERENCIAL
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
A importância e o papel da informação em saúde
Slide 1 (capa)
A importância e o papel da Informação em Saúde
Slide 2
Informação em Saúde
ƒƒSubsidiar processos de decisão – ação.
ƒƒDeve ser utilizada por todos os envolvidos no planejamento, gestão e avaliação dos serviços de saúde.
ƒƒÉ preciso disponibilizá-la atualizada aos usuários dos serviços de saúde.
ƒƒAlcançar objetivos definidos para enfrentar situações.
Slide 3
Conhecimento da situação de saúde
ƒƒConhecer padrões e tendências de morbidade e mortalidade.
ƒƒConhecer o nível de suscetibilidade e de risco de grupos populacionais em áreas definidas.
ƒƒFormular as medidas de controle adequadas e avaliar sua eficácia.
ƒƒDescrever a realidade por características de pessoa, tempo e lugar, definidas territorialmente.
ƒƒConhecer os processos sociais e suas relações com os problemas de saúde.
ƒƒArticular com outros conhecimentos de interesse para o entendimento da situação de saúde.
ƒƒConsiderar as necessidades de saúde e a participação da população.
Slide 4
Produção de informações
ƒƒConhecimento
ƒƒInformação
ƒƒDados
ƒƒTomada de decisão, intervenção...
99
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 5
Dado ≠ Informação?
ƒƒDADOS diferem de INFORMAÇÃO, que difere de INDICADORES.
Laurenti et. al. (1987); Moraes (1994).
Slide 06
Dado
Matéria-prima da informação
ƒƒÉ
uma descrição limitada do real, desvinculada de um referencial explicativo e difícil de ser utilizada como
informação por ser ininteligível, ou seja...
ƒƒ...o que chamamos de dado tem como característica básica ser incompleto, de forma a não permitir, por si só,
uma interpretação.
ƒƒValores quantitativos não trabalhados – simples enumeração de eventos.
ƒƒEx.: peso ao nascer, nº de óbitos e nº de casos dengue.
Slide 07
Fonte de dados
Os dados podem ser obtidos nas seguintes fontes:
ƒƒDados secundários (ou de fonte secundária): dados já existentes (arquivados, registrados, processados ou pu-
blicados). Ex.: estudar a taxa ou coeficiente de mortalidade infantil em Mato Grosso com base nos óbitos
registrados no SIM.
ƒƒDados
primários (ou fonte primária): são dados levantados diretamente junto à população pesquisada. Ex.:
estudar a prevalência do aleitamento materno com base em entrevista das mães no Dia D da Campanha de
Vacinação contra Pólio.
Slide 08
Informação
ƒƒÉ uma descrição mais completa do real, associada a um referencial.
ƒƒÉ o dado contextualizado.
ƒƒImplica interpretação por parte do usuário.
Dados analisados e interpretados;
pp
representação quantitativa da realidade;
pp
decidir como melhor gerenciar uma situação.
pp
100
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 9
Informação
ƒƒEtapa
primordial para a ação, a informação por si só não produz conhecimento; não é seu correspondente,
mas é imprescindível para que ele se realize, cabendo a ela o papel de agente mediador na produção do conhecimento.
ƒƒÉ importante encontrar a informação adequada para decidir como melhor gerenciar uma situação.
ƒƒTambém são informações de saúde aquelas referentes à alimentação, moradia, saneamento e outras. Ou seja,
todas aquelas relacionadas às condições gerais de vida e trabalho.
Slide 10
Exemplo de informação
ƒƒA proporção de nascidos vivos com baixo peso ao nascer (inferior a 2.500 gramas) pode revelar a proble-
mática de gestantes em risco nutricional e contribuir para implantação de serviços que visem à redução desses
problemas de saúde.
Slide 11
Conhecimento
ƒƒUm passo além da informação.
ƒƒÉ o conjunto de informações acumuladas no decorrer de sua utilização em uma dada realidade, gerando novas
informações.
ƒƒEsse
raciocínio possibilita dizer que o conhecimento é o legado histórico da experimentação, o patrimônio
permanente, crescente e diferencial de um indivíduo ou instituição.
Slide 12
Indicador
ƒƒDeriva de dados e gera informações.
ƒƒQuantificação da realidade.
ƒƒPermite comparar níveis de saúde entre diferentes populações, ou ao longo do tempo.
Slide 13
Indicadores em saúde
ƒƒMedidas utilizadas para descrever e analisar uma situação existente, avaliar o cumprimento de objetivos, me-
tas e suas mudanças ao longo do tempo, além de confirmar tendências passadas e prever tendências futuras
(ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO, 2003).
101
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 14
Slide 15
Como expressar um indicador
Número absoluto
ƒƒValores ou números brutos ou frequência absoluta
ƒƒUsado na monitoração da ocorrência de doenças infecciosas e em situações de epidemia em um determinado
tempo e local.
Ex.: casos notificados de meningites no Estado de Mato Grosso, 2000-2008.
Slide 16
Como expressar um indicador
Proporção
ƒƒFrequência relativa de um determinado atributo.
ƒƒRelação entre o número de indivíduos que apresentam esse atributo e o total de indivíduos considerados.
Ex.: mortalidade proporcional, segundo grupos etários, no Estado de Mato Grosso, 2000-2007.
102
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 17
Como expressar um indicador
Razão
ƒƒExpressa a relação entre duas magnitudes da mesma dimensão e natureza, em que o numerador corresponde
a uma categoria que exclui o denominador.
Ex.: razão de sexos; razão de exames Papanicolau em mulheres de 25 a 49 anos.
Slide 18
Como expressar um indicador
Coeficiente ou taxa
ƒƒÉ uma relação entre dois valores numéricos, que estimaria uma probabilidade ou risco.
ƒƒAquilo
que está expresso no denominador (população) está sujeito ao risco de apresentar o evento discriminado no numerador.
Ex.: coeficiente de mortalidade geral.
Slide 19
Como expressar um indicador
Índice
ƒƒNão indica probabilidade.
ƒƒO que está expresso no denominador não está sujeito ao risco de vir a apresentar o evento expresso no nume-
rador.
Exemplos:
médicos/habitantes;
pp
leitos/habitantes;
pp
enfermeiras/habitantes.
pp
Slide 20
Medidas  Indicadores
Grupos de indicadores de saúde (OMS)
ƒƒTraduzem diretamente a situação de saúde (ou sua falta) em um grupo populacional.
Ex.: mortalidade e morbidade.
pp
103
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ƒƒReferem-se às condições ambientais que influenciam a área de saúde.
Ex.: abastecimento de água, rede de esgotos.
pp
ƒƒMedem os recursos materiais e humanos relacionados às atividades de saúde.
Ex.: nº de profissionais de saúde, nº de leitos hospitalares em relação à população.
pp
Slide 21
Dificuldades e obstáculos x Informações
ƒƒProblemas com a qualidade dos dados.
ƒƒPoucas informações adequadas.
ƒƒInformações dispersas.
ƒƒGrande esforço para localizá-las e integrá-las.
ƒƒ“Utilidade” das informações disponíveis (nem todos os dados se transformam em informação útil).
Slide 22
Dificuldades e obstáculos x Informações
ƒƒAs informações importantes não são partilhadas por todos os interessados.
ƒƒInformações não disponíveis no momento oportuno para intervenção
(estratégicas).
ƒƒA apresentação das informações não facilita o entendimento e o conhecimento da situação.
ƒƒPouca ou nenhuma padronização.
Slide 23
Dificuldades e obstáculos x Informações
ƒƒ“Cultura institucional”: decidir sem informações.
ƒƒPouca disponibilidade de informações organizadas por nível de gestão.
ƒƒTecnologia e ambiente informacional.
ƒƒQualificação profissional.
ƒƒFalta de apoio da gestão.
Slide 24
Caderno de Indicadores do Município: a informação da saúde no município
104
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 25
Análise de situação de saúde
Indicadores
ƒƒDemográficos:
população total, população feminina e masculina, razão de sexo, taxas de crescimento, de
natalidade, etc.
ƒƒSociais e econômicos: taxa de analfabetismo, IDH.
ƒƒCondições
de vida e fatores ambientais: proporção da população com acesso a rede abastecimento de água,
coleta de lixo.
ƒƒMorbidade e mortalidade: incidência e prevalência de doenças, internações; mortalidade infantil, mortalidade
geral.
ƒƒRelativos a
serviços: estabelecimentos de saúde, serviços de apoio diagnóstico, leitos do SUS, referências; RH.
ƒƒFinanciamento da saúde: total orçamento municipal investidos na saúde, custeio/investimentos, $ per capita,
fontes de financiamento, % destinados à AB, MAC, etc.
Slide 26
Na utilização dos SIS é importante...
ƒƒSaber perguntar para buscar informação desejada.
ƒƒSaber dos limites e possibilidades de cada sistema.
ƒƒDispor de conhecimento crítico para selecionar as variáveis disponíveis e necessárias.
ƒƒSaber que você pode buscar subsídios para superar os problemas existentes.
Slide 27
Crescimento tecnológico - Saúde
ƒƒCrescimento do campo de informática nas últimas décadas.
ƒƒConscientização da
importância da área:
maior necessidade de treinamento de profissionais;
pp
desenvolvimento de diversos programas de treinamento.
pp
Slide 28
Sistemas de Informação em Saúde
105
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 29
SIAB – Sistema de Informação da Atenção Básica
Alimentado pelas fichas de cadastro/produção/acompanhamento (PACS/PSF)
ƒƒPopulação coberta
ƒƒ% população coberta pelo programa
ƒƒMédia
mensal de visitas/família
ƒƒ% de crianças c/esq. vacinal básico em dia
ƒƒ% de cobertura de consultas de pré-natal
ƒƒTaxa de mortalidade infantil por diarreia
ƒƒPrevalência de desnutrição
ƒƒTaxa de hospitalização por pneumonia
ƒƒTaxa de hospitalização por desidratação
Slide 30
SINASC – Sistema de Informação de Nascidos Vivos
Alimentado pela Declaração de Nascidos Vivos
ƒƒTaxa de fecundidade
ƒƒTaxa de natalidade
ƒƒMortalidade infantil e materna (denominador)
ƒƒProporção de gravidez na adolescência
ƒƒProporção de recém-nascidos com baixo peso
ƒƒProporção de partos cesáreos e/ou domiciliares
Slide 31
SIM – Sistema de Informação de Mortalidade
Alimentado pela Declaração de Óbito
ƒƒIndicadores
Mortalidade (geral, grupos específicos e por causa)
pp
106
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 32
SINAM – Sistema de Informação de Agravos de Notificação
Alimentado pelas Fichas de Notificação e Investigação
ƒƒIndicadores
Coeficientes de incidência
pp
Prevalência
pp
Letalidade
pp
Permite analisar a qualidade dos serviços
pp
Slide 33
SIH/SUS – Sistema de Informações Hospitalares do SUS
Alimentado pelas AIH – Autorização de Internação Hospitalar
ƒƒIndicadores assistenciais
Perfil da rede hospitalar (natureza, gestão)
pp
Oferta de leitos e clínicas disponíveis
pp
Serviços e procedimentos realizados
pp
Meios diagnósticos e terapêuticos
pp
Evolução do paciente e tempo de internação
pp
Valores pagos com a internação (faturamento dos hospitais)
pp
Slide 34
SIH/SUS – Sistema de Informações Hospitalares do SUS
ƒƒIndicadores epidemiológicos
Frequências absoluta e relativa
pp
Coeficiente de internação ou mortalidade hospitalar (letalidade)
pp
Razão entre
pp
internação e notificação de agravos
Coeficientes específicos (causa, sexo e faixa etária)
pp
Slide 35
SIA/SUS – Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS
Alimentado pelos Relatórios Ambulatoriais de Ocorrência/de Produção
ƒƒIndicadores assistenciais
Perfil da rede ambulatorial
pp
Oferta de serviços e profissionais por especialidade
pp
107
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Quantidade e atos/procedimentos realizados (frequência e valores)
pp
Serviços diagnósticos e terapêuticos
pp
Avaliação dos serviços (prioridades políticas)
pp
Planejamento e controle - avaliação das ações de saúde implantadas
pp
Slide 36
SISPACTO – Instrumento virtual para a pactuação de prioridades, objetivos, metas e indicadores do
Pacto pela Saúde
Alimentado pelos vários SIS, com instrumento pronto virtual
Aprovação/Resolução do CMS
ƒƒMunicípio digita e valida a pactuação e resultado no final do ano.
ƒƒRegional de Saúde – analisa junto com o município.
ƒƒAprovação/Resolução – CRG.
ƒƒAprovação/homologação – CIB Estadual.
ƒƒMS – disponibiliza no SISPACTO.
Slide 37
SIOPS – Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde
Alimentado por SI/transferências Fundo a Fundo; contabilidade/setor financeiro
Slide 38
Slide 39
Aula elaborada por Irani Machado e Noemi Dreyer Galvão da SES/MT e Leila de Arruda Alencar - Pesquisadora
associada do ISC/UFMT.
108
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
TABNET
Slide 1 (capa)
TABNET
Slide 2
Objetivo
ƒƒRecuperar no site do Datasus os dados e informações em saúde do município.
PASSOS:
ƒƒIniciar o Internet Explorer ou Mozilla Firefox.
ƒƒAbra o site do Datasus www.datasus.gov.br
Slide 3
ƒƒClique na página
do DATASUS –
INFORMAÇÕES
DE SAÚDE.
109
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 4
Slide 5
ƒƒClique em
Indicadores
de Saúde.
110
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 6
Há cinco seleções para escolher.
1. Selecione: Indicadores de Dados Básicos – IDB – 2008. Ao lado aparece OK, clique e aguarde.
ƒƒEstão disponíveis indicadores – demográficos; socioeconômicos; de mortalidade; de morbidade e fatores de
risco; de recursos; de cobertura segundo REGIÃO, ESTADO e CAPITAL.
ƒƒAbaixo de cada Indicador há um resumo – planilha do Excel.
ƒƒEstá disponível ainda a publicação “Indicadores básicos para a saúde no Brasil: conceitos e aplicações”. Esse
documento apresenta o conteúdo técnico completo das fichas de qualificação do IDB, trazendo conceitos
utilizados, matriz de indicadores, fichas de qualificação e resumo das fontes de informação adotadas. Slide 7
111
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 8
2. Volte à página
principal de
Indicadores de
Saúde. Selecione
Indicadores
do Pacto da
Atenção Básica
– Veja que do lado
direito aparece OK
e Nota Técnica.
Selecione Nota
Técnica; volte e
clique OK.
Slide 9
ƒƒSelecione Estado
ou Região.
ƒƒAbra a tela do
TABNET - Com
Linha; Coluna;
Conteúdo;
Períodos
Disponíveis
e Seleções
Disponíveis.
ƒƒPode-se
selecionar
somente uma
variável da linha;
da coluna, do
conteúdo.
112
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 10
Ou selecione uma variável na linha, deixa coluna (não ativa); selecione todas as variáveis do conteúdo e no
período selecione apenas um ano.
Exercício 1
ƒƒLinha – município
ƒƒColuna – não ativa
ƒƒConteúdo – selecione todas as variáveis
ƒƒPeríodo – 2005
ƒƒSeleções disponíveis – deixe todas as categorias SELECIONADAS
ƒƒClique mostrar; observe as informações;
ƒƒAbaixo da tabela clique em cópia como CSV. Abrir. Após salvar como Excel (abrir tabela Excel
procedimento normal para salvar).
Slide 11
Exercício 2
ƒƒLinha – município
ƒƒColuna – ano
ƒƒConteúdo – selecione apenas uma variável ƒƒPeríodo – selecione todos os anos (2006 a 2000)
ƒƒSeleções disponíveis
Primeiramente selecione um município.
pp
Depois, selecione as demais categorias .
pp
ƒƒClique mostrar; observe as informações.
ƒƒAbaixo da tabela clique em cópia como CSV. Abrir. Após, salvar como Excel (abrir tabela Excel –
procedimento normal para salvar).
113
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 12
3. Volte para a página inicial de Indicadores de Saúde e selecione Cadernos de Informações de Saúde.
INFORMAÇÃO POR MUNICÍPIO
Selecione o estado.
Em seguida abre outra tela com as seguintes opções:
ƒƒArquivo compactado, com todas as planilhas dos municípios, que pode ser descomprimido e salvo no
formato XLS (Excel);
ƒƒCaderno do Estado do Mato Grosso;
ƒƒCaderno para cada município.
Slide 13
ƒƒSelecione um município e aguarde o arquivo abrir em planilha do EXCEL.
ƒƒObserve as informações:
114
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 14
4. Volte para a
página inicial de
Indicadores de
Saúde e selecione
Indicadores
Municipais de
Saúde – disponíveis os
indicadores (situação
mais recente) que
compõem os Cadernos
de Informações de
Saúde.
Slide 15
5. Volte para a página inicial de Indicadores de Saúde e selecione Sala de Situação – Clique OK.
Disponibiliza indicadores gerenciais e epidemiológicos com apresentação gráfica e tabular.
Slide 16
115
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 17
ƒƒVolte para a
página inicial –
INFORMAÇÕES
DE SAÚDE
e clique em
Assistência à
Saúde.
Slide 18
Aguarde.
Abre uma página com várias opções de dados e informações sobre assistência à saúde, o que se refere às variáveis
de gestão da assistência e algumas epidemiológicas:
ƒƒInternações Hospitalares
ƒƒInternações Hospitalares por especialidade – não tem variáveis epidemiológicas como de causa básica, sexo,
idade e outras.
Selecione esse item e o estado no mapa e clique OK – Abre a tela do TABNET –
pp
observe as variáveis
existentes na linha, coluna e conteúdo.
Faça uma seleção: Linha – Município; Coluna – Especialidade; Conteúdo – Internações; Período –
pp
ago/2007 a jan/2007; e nas seleções disponíveis – deixe selecionadas todas as categorias, clique em
mostrar.
ƒƒProcedimentos hospitalares (Local e Residência) – selecione os procedimentos por local.
ƒƒProdução ambulatorial.
ƒƒImunização – cobertura e doses aplicadas.
ƒƒAtenção básica.
ƒƒVigilância alimentar e nutricional – dados epidemiológicos (sexo, raça/cor, idade, peso, etc.).
116
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 19
ƒƒVolte para a
página inicial –
INFORMAÇÕES
DE SAÚDE
e clique em
Epidemiológicas e
Morbidade.
ƒƒDisponibiliza dados sobre internações no SUS (causa básica, sexo, idade), doenças de notificação compulsória
(AIDs e demais doenças de notificação compulsória), estado nutricional (usuários da Atenção Básica e do
Programa Bolsa Família) e outros agravos (Hiperdia – cadastramento e acompanhamento de hipertensos e
diabéticos, câncer de colo de útero e de mama).
Slide 20
ƒƒVolte para a
página inicial –
INFORMAÇÕES DE
SAÚDE e clique em
Rede Assistencial
– disponibiliza dados
sobre cadastro do
SUS (rede hospitalar,
ambulatorial e
cadastro nacional de
estabelecimentos) e da
Pesquisa Assistência
Médico Sanitária
(AMS) de 2002, 1999,
1992, 1990-1981.
117
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 21
ƒƒVolte para a página inicial – INFORMAÇÕES DE SAÚDE e clique em Estatísticas Vitais. Disponibiliza
dados sobre Nascidos Vivos, Mortalidade e Câncer.
ƒƒSelecione Nascidos vivos – abre a tela do TABNET, observe as variáveis existentes.
ƒƒFaça sua seleção.
ƒƒEm seguida, selecione Mortalidade Geral – abre a tela do TABNET, observe as variáveis existentes. Faça
sua seleção.
118
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 22
ƒƒVolte para a página inicial
– INFORMAÇÕES
DE SAÚDE e clique
em Demográficas e
Socioeconômicas –
dados sobre população
residente (censos e
estimativas do IBGE),
Educação e Saneamento.
Slide 23
ƒƒVolte para a página inicial
– INFORMAÇÕES
DE SAÚDE e clique em
Inquéritos e Pesquisas
– dados e informações
sobre a PNAD – Pesquisa
Nacional por Amostra
Domicílios, VIGITEL
– Vigilância de fatores
de risco e proteção
para doenças crônicas
(inquérito telefônico),
VIVA – Pesquisa sobre
Acidentes e Violências
e Inquéritos de Saúde
Bucal.
119
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 24
ƒƒVolte para a
página inicial –
INFORMAÇÕES
DE SAÚDE e
clique em Saúde
Suplementar –
dados e informações
sobre a distribuição
dos beneficiários (UF,
Região, município).
Clique na página da
ANS.
Slide 25
ƒƒSelecione “Consultas”.
120
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 26
ƒƒVolte para a página inicial – INFORMAÇÕES FINANCEIRAS.
ƒƒEstão disponíveis seis categorias:
1.Recursos do SUS – disponibiliza dados sobre recursos federais por município e valores da produção por
prestador.
2.SIOPS – Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde – disponibiliza informações
sobre orçamento, despesas, indicadores financeiros, acompanhamento da EC29 por municípios e estados,
entre outros.
3.BDAIH – disponibiliza dados do Banco de Dados do SIH/SUS (dados cadastrais, financeiros e outros).
4.Transferências aos Municípios – abre uma página no site do Ministério da Saúde direcionando para o
site do Fundo Nacional de Saúde, disponibilizando dados de transferências efetuadas Fundo a Fundo.
5.Créditos a Prestadores – permite a consulta de créditos dos serviços prestados, disponibilizados pelo
SIH/SUS.
6.GAP- Não está disponível até o momento.
Slide 27
121
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 28
Sugestão de exercícios:
ƒƒSolicitar aos alunos como tarefa extra-aula (se não houver tempo/equipamentos disponíveis).
ƒƒColeta de dados no site do Datasus sobre o município, no último ano disponível:
Nascidos vivos segundo número de consultas pré-natal.
pp
Óbitos infantis segundo faixa etária.
pp
Óbitos por grupo de causa (Capítulo CID).
pp
População por sexo.
pp
Percentual aplicado pelo município de acordo com a EC29.
pp
Morbidade Hospitalar.
pp
Número de leitos SUS.
pp
pp
Slide 29
Aula elaborada por: Irani Machado e Noemi Dreyer Galvão da SES/MT e Leila de Arruda Alencar - Pesquisadora
do ISC/UFMT.
122
Explique o problema:
causas primárias e
secundárias
(o 1º porquê e o 2º porquê)
Objetivos*
(por causa)
Ação Estratégica
Responsáveis/
Parceiros
Prazo
*Obs.: As metas e os indicadores por objetivo, assim como o detalhamento das ações respectivas não estão inseridos neste instrumento, mas poderão ser aprofundados com o gestor.
Situação-Problema
(seleção)
Defina o problema:
onde, quando, quanto
(indicadores), com quem e
como acontece
Identificação: Secretaria Municipal de Saúde de _________________________ Ator que planeja _________________________ Data:____/____/________
REDE EXPLICATIVA DOS PROBLEMAS SELECIONADOS PARA
CONSTRUÇÃO DA AGENDA DE FORTALECIMENTO GERENCIAL
EIXO INTEGRADOR
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ORIENTAÇÃO PARA ELABORAÇÃO DE RESUMO
Elaborado pela Profª. Dra. do ISC/UFMT Marina Atanaka dos Santos
ƒƒNormas gerais: apresentar o resumo com o máximo de três páginas.
ƒƒApresentar o título e nome(s) do(s) autor(es).
ƒƒData do resumo.
ƒƒResumo.
ƒƒDestacar a ideia central (“qual é o assunto”) e os objetivos do texto (“o que o autor quer transmitir”).
ƒƒDestacar, no texto, os principais conceitos e propostas para a solução de problemas apontados pelo(s) autor(es).
ƒƒDescrever resumidamente os itens e subitens relevantes.
ƒƒAnalisar a importância do texto na sua área de trabalho.
ƒƒVer exemplo de resumo em anexo.
127
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Exemplo de resumo
DATA: 21/03/02
TEMA: SAÚDE PÚBLICA/SAÚDE COLETIVA
Saúde coletiva: uma “nova saúde pública” ou campo aberto a novos paradigmas?
PAIM, J. S.; ALMEIDA FILHO, N. 1998.
Tendo como tema central a crise de saúde pública constatada a partir da década de 1980 e a emergência de um campo,
na América Latina, que se designou como Saúde Coletiva, os autores elegem como problema motivador a “necessidade
de construção de um marco teórico-conceitual capaz de reconfigurar o campo social da saúde, atualizando-o face às evidências
de esgotamento do paradigma científico que sustenta as suas práticas” (p. 301), e propõem “compreender esse marco conceitual
enquanto corpo doutrinário estruturador de um dado campo científico (e seu paradigma dominante) e um âmbito de práticas” (p.
301). Caracterizado como estudo exploratório sobre a “retórica paradigmática do campo da saúde, consubstanciada nas
redes produtoras e difusoras dos seus elementos ideológicos”, o texto foi organizado em três etapas: (1) análise dos elementos
de discurso dos movimentos ideológicos que construíram o campo social da saúde entre a Segunda Guerra Mundial
e os dias atuais; (2) tentativa de sistematização do marco conceitual da saúde coletiva, situando-o como um conhecimento transdisciplinar; (3) proposição desse movimento ideológico para articulá-lo a novos paradigmas científicos
capazes de abordar o objeto saúde-doença-cuidado respeitando sua historicidade e integralidade.
Faz uma breve retrospectiva histórica citando a Polícia Médica, Medicina Social, o Sanitarismo e a Saúde Pública
como movimentos do século XIX; Saúde Pública, a partir do Relatório Flexner, a Medicina Preventiva, a Saúde
Comunitária ou Medicina Comunitária cujos paradigmas oscilaram de Teoria Microbiológica a História Natural
das Doenças e ênfase no indivíduo e na fisiopatologia. Com a incorporação de conceitos como Atenção Primária
à Saúde e Promoção da Saúde, iniciada pelo movimento de implementação do Plano Saúde Para Todos no Ano 2000,
novos elementos discursivos são incorporados como Modos de Vida (estilos de vida, condições de vida), condições de
trabalho e meio ambiente. Estudos sobre a situação de saúde acabam por incorporar a categoria “Qualidade de Vida”
como eixo para Promoção da Saúde e Vigilância à Saúde, ampliando o objeto de intervenção. Nesse movimento de
ampliação do objeto de conhecimento e intervenção em saúde pública, os autores destacam a Nova Saúde Pública e
Saúde Coletiva como dois movimentos presentes nas discussões atuais.
A Nova Saúde Pública, segundo Terris (1992 apud 1998, p. 301), atualizando a definição de Saúde Pública, de Winslow,
da década de 1920, é “a arte e a ciência de prevenir a doença e a incapacidade, prolongar a vida e promover a saúde física e mental
mediante os esforços organizados da comunidade” e tem quatro tarefas básicas: (a) prevenção das doenças não infecciosas;
(b) prevenção das doenças infecciosas; (c) promoção da saúde; (d) melhoria da atenção médica e da reabilitação. Para
Frenk, 1992 (apud 1998, p. 302), o campo de aplicação da Nova Saúde Pública está nas condições de respostas assentadas
nas bases científicas das ciências biológicas, sociais e comportamentais, tendo como áreas de aplicação populações,
problemas e programas. As investigações seriam por níveis de atuação: (a) individual e subindividual; (b) populacional,
que toma como objetos de análise as condições (pesquisa epidemiológica); e (c) as respostas sociais aos problemas de
128
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
saúde, organização de sistemas de saúde, investigação em serviços de saúde e recursos de saúde. Para Rodriguez (1994,
apud 1998, p. 307), considerando a Nova Prática da SP, os profissionais seriam capazes de cumprir: (a) função históricopolítica; (b) função agregadora de valor por meio da produção e gestão de conhecimento científico-tecnológico;
(c) função de gerência estratégica de recursos escassos e mediador das relações entre as necessidades, problemas de
saúde e as decisões políticas; (d) função de advocacy. Como propostas destacam-se a reatualização das concepções e
práticas acerca da saúde pública – proposta de “Renovação da Saúde para Todos” (RSPT) e a criação de espaços de
excelência – espaços transdisciplinares – que funcionem como redes institucionais agregadoras de valor, tendo como eixo a
investigação e articulação com os serviços de saúde; com a desvinculação administrativa em relação às faculdades de
medicina (I Conferência Panamericana sobre Educação em Saúde Pública, 1994).
A Saúde Coletiva (SCo), movimento iniciado na América Latina a partir da década de 1980, tem como Marco Conceitual, segundo Paim, em 1982, diretrizes para as pesquisas, extensão e ensino em SCo, os pressupostos que ainda
sugerem a SCo ser uma ciência ou disciplina: (a) “A saúde, enquanto estado vital, setor de produção e campo de saber, está
articulada à estrutura da sociedade através das suas instâncias econômicas e político-ideológico, possuindo, portanto uma historicidade; (b) As ações de saúde (promoção, proteção, recuperação, reabilitação) constituem uma prática social e trazem consigo as
influências do relacionamento dos grupos sociais; (c) O objeto de SCo é construído nos limites do biológico e do social e compreende
a investigação dos determinantes da produção social das doenças e da organização dos serviços de saúde, e o estudo da historicidade
do saber e das práticas sobre os mesmos. Sugere o caráter interdisciplinar do objeto; (d) o conhecimento não se dá pelo contato com
a realidade, mas pela compreensão das suas leis e pelo comprometimento com as forças capazes de transformá-la.”
Para Fleury (1985, apud 1998, p. 309), SCo é a “área de produção de conhecimentos que tem como objeto as práticas e os saberes
em saúde, referidos ao coletivo enquanto campo estruturado das relações sociais onde a doença adquire significação”. No entanto, na
década de 1990, Almeida Filho, 1997; Paim, 1982; Ribeiro, 1991 (apud 1998, p. 309) já indicam a SCo como campo
interdisciplinar e consideram como disciplinas básicas: a epidemiologia, o planejamento/administração de saúde e as
ciências sociais em saúde (1998, p, 310). No âmbito de práticas, a SCo toma como objeto as necessidades sociais de
saúde, como instrumentos de trabalho de distintos saberes, disciplinas, tecnologias materiais e não materiais, e como
atividades/intervenções centradas nos grupos sociais e no ambiente. Privilegia quatro objetos de intervenção: políticas
(formas de distribuição de poder); práticas (mudança de comportamentos, cultura, instituições, produção de conhecimentos, práticas institucionais, profissionais e relacionais), técnicas (organização de recursos e processos produtivos,
corpos/ambientes) e instrumentos (meios de produção da intervenção) (1998, p. 312). Como campo de conhecimento, a
SCo estuda o fenômeno saúde/doença em populações enquanto processo social; investiga a produção e a distribuição
das doenças na sociedade como processo de produção e reprodução social; analisa as práticas de saúde na sua articulação com as demais práticas sociais; procura compreender as formas como a sociedade identifica suas necessidades e
problemas de saúde, busca sua explicação e se organiza para enfrentá-los (1998, p. 309). Novos objetos têm sido incorporados: comunicação social em saúde e vigilância em saúde (1998, p. 310). A ampliação do objeto de intervenção
tem provocado o deslocamento da noção de prevenção e atenção primária para as de qualidade de vida e promoção da
saúde. Assim, segundo Donnangelo (1982, apud 1998, p. 312), a SCo é entendida como “conjunto de saberes que dá suporte
às práticas de distintas categorias e atores sociais face às questões de saúde/doença e da organização da assistência” e encontra seus
limites na distribuição de poder no setor saúde e numa dada formação social, isto é, SCo é um conjunto de práticas
(econômicas, políticas, ideológicas, técnicas e outras) que tomam como objeto as “necessidades sociais da saúde”.
129
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ENTREVISTA E OBSERVAÇÃO DA UNIDADE
Município:______________________________________________________________________________
Unidade: ________________________________ Tempo de funcionamento: _______________________
Considerando que os principais integrantes do processo de produção em saúde são os setores envolvidos na prestação de serviços aos clientes externos/usuários (área-fim), e os de apoio ou área-meio (administração de materiais,
serviços gerais e orçamentário-financeiro), observe e registre as questões abaixo relacionadas à unidade de saúde:
Atenção: pode ser utilizada entrevista com o gerente e/ou técnica de observação com análise de documentos.
Administração de materiais
1.A missão e os objetivos da unidade são explicitados para conhecimento dos setores envolvidos.
2.Existência de pessoal suficiente e capacitado para atuar na área meio.
3.A normalização (seleção e padronização) de itens para compras com especificação/classificação e codificação.
4.Sistema de controle (gestão e valoração de estoque), incluindo a quantidade, o tempo de reposição de estoques
com valores de entrada e saída de material.
5.Orientação do setor responsável no município quanto à padronização de procedimentos e princípios para aquisição, compra e alienação dos materiais.
6.Existência de almoxarifado e regras de armazenamento de materiais que definem a comunicação entre o nível
central e a unidade de saúde, incluindo: inspeção da qualidade, do movimento, do transporte, armazenamento e
distribuição.
Serviços gerais
ƒƒBoas práticas de relacionamento do pessoal da limpeza com a equipe de enfermagem e consciência do pessoal da
equipe sobre o papel de cada um na limpeza, higienização e controle de infecção.
ƒƒPrioridades fixadas na unidade quanto à utilização de veículos pela equipe.
131
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ƒƒOs serviços administrativos (protocolos) são definidos por escrito e incluem os processos de trabalho referentes
à entrada de documentos, movimentação/fluxos, controle, saída e guarda de documentos.
ƒƒRealização de capacitações voltadas à administração de materiais e serviços gerais.
ƒƒNormas de manutenção de equipamentos.
Administração orçamentária e financeira
1.Existência de plano de trabalho que expresse os problemas e as prioridades de saúde da unidade, as medidas
necessárias e os recursos para o desenvolvimento das atividades programadas para a unidade, em função do orçamento municipal.
2.Os processos são organizados para análise e monitoramento do gasto da unidade e controle da sua execução.
3.Existência de fluxo constante de informações com unidade/setor orçamentário para corrigir distorções e aprimoramento na programação da unidade.
4.A unidade constitui unidade orçamentária? Em caso afirmativo, observar a existência de uma programação de
liberação de recursos para a unidade realizar despesas.
5.A unidade utiliza suprimentos de fundos? Em caso afirmativo, observar a sistemática para recebimento de empenho e as despesas autorizadas.
6.Implantação de sistema de análise dos custos dos serviços que prestam e parâmetros para acompanhamento.
132
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ENTREVISTAS COM TRABALHADORES 1 E 2
Município:______________________________________________________________________________
Unidade: ________________________________ Tempo de funcionamento: _______________________
1.Idade:________ anos
2.Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
3.Escolaridade (último grau): ________________________________________________________________
4.Profissão:______________________________________________________________________________
5.Cargo que exerce na unidade:________________________________________________________________
6.( ) Estatutário ( ) Prestador
7.Há quanto tempo trabalha na unidade?________________________________________________________
8.Quais atividades o trabalhador desenvolve na equipe? Elas são planejadas e avaliadas coletivamente pela gerência
da unidade? Os usuários participam do planejamento das atividades? Em caso afirmativo, como?
9.Como a equipe planeja e organiza o atendimento da unidade? Você se sente inserido nesse processo?
133
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
10.Como você avalia o trabalho em equipe: motivação, relacionamento, solidariedade, divisão de trabalho?
11.A sua equipe desenvolve práticas de integralidade tais como acolhimento do usuário, atitude de escuta e respeito
às necessidades do usuário? Exemplifique.
12.Você considera que os membros da equipe desenvolvem atitudes de cuidado com os usuários e estabelecem confiança na relação profissional-paciente?
13.Existe um plano de capacitação dos profissionais da equipe com base nas atividades desenvolvidas e necessidades
do serviço? Em que áreas?
134
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ENTREVISTAS – USUÁRIOS 1 E 2
Município:______________________________________________________________________________
Unidade: ________________________________ Tempo de funcionamento: _______________________
Orientações iniciais
Você buscará um usuário na unidade e explicará a ele o objetivo da entrevista. Deixe que ele fale livremente e evite
fazer novas perguntas. Além da entrevista, você deverá (se autorizado) acompanhar o paciente em todo o percurso
dele na unidade de saúde e observar, sem interferir, o funcionamento dela, identificando fatores que facilitam ou
dificultam o atendimento. Preparar uma síntese dessas observações, bem como das informações e impressões da
entrevista, a ser apresentada ao grupo.
1. Características da unidade
Descreva o tipo de unidade – Saúde da Família, Centro de Saúde ou Unidade Especializada –, os principais serviços
prestados e a população da área de abrangência.
2. Entrevista
a.Dados pessoais (idade, sexo, ocupação e renda familiar)
135
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
b.Por que você (o usuário) procurou essa unidade? (O motivo; se foi a primeira vez; se fez agendamento prévio;
quem o recebeu e como foi recebido; como se sentiu.)
c.Como chegou aqui? (Se o usuário não disser, pergunte a ele sobre o meio de transporte que utilizou, o tempo
gasto, se precisou faltar ao trabalho.)
d.Posteriormente, você observará esse usuário no trajeto dele dentro da unidade (lugares que passou e pessoas com
quem teve contato, se ele seguiu o fluxo adequado para solucionar o problema que o levou a procurar a unidade;
se ele recebeu orientações, caracterizar de que tipo). Observe também o tempo gasto nos diversos espaços – recepção, consultório – e anote suas impressões sobre o atendimento.
e.Logo após a saída do usuário, aborde-o novamente e pergunte-lhe se suas expectativas foram atendidas. Posteriormente, solicite a ele que, a partir da experiência vivida, sugira melhorias para o atendimento na unidade:
136
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
EXERCÍCIOS DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE
Município:________________________________________________________________________________
1. Faça uma pesquisa no SIOPS/Municípios e preencha o quadro abaixo.
Indicadores
2009
Despesa total com saúde (R$)
Despesa total com saúde por habitante (R$)
Despesa com recursos próprios em saúde (R$)
Despesas com recursos próprios por habitante (R$)
Receita transferência do SUS (R$)
Transferência SUS por habitante (R$)
Despesa com pessoal (R$)
Receita de impostos conforme transferências constitucionais e legais (EC 29/2000) (R$)
Recursos próprios aplicados em saúde conforme EC 29/2000 (%)
2. Preencha o quadro de indicadores de morbidade de seu município no ano de 2009.
Malária
População
2009
Nº
IPA
Dengue
Nº
Inc.
LTA
Nº
Inc.
TB
Nº
Influenza A
H1N1
MH
Inc.
N.º
casos
novos
Inc.
Total
casos
Prev.
Nº
Inc.
Legenda: LTA – Leishmaniose Tegumentar Americana; TB – Tuberculose; MH – Hanseníase; IPA – Índice Parasitário Anual; Inc. –
Incidência; Prev. - Prevalência
137
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
3. Faça uma pesquisa no Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB) e preencha o quadro abaixo.
2008
Nº de famílias cadastradas (dezembro)
Nº habitantes cadastrados (dezembro)
Percentual da população coberta pelo PSF/PACS
Média mensal de consultas médicas por habitantes cadastrados
Taxa (%) de encaminhamentos para serviço de especialidade
Taxa (%) de encaminhamentos para hospitalização
Média mensal de visitas domiciliares por família (pelos ACS)
Taxa (%) de gestantes de 10 a 19 anos
Taxa (%) de crianças menores de quatro meses com aleitamento materno exclusivo
Taxa (%) de crianças menores de dois anos com baixo peso
Coeficiente de Mortalidade Infantil (por 1.000 nascidos vivos)
138
2009
UNIDADE II
GERENCIAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA E SERVIÇOS DE SAÚDE:
INTEGRALIDADE E DIREITO À SAÚDE
Módulo 4 – Modelos tecnoassistenciais em saúde
e avaliação do cuidado
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
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CADERNO
DO ALUNO
Modelos tecnoassistenciais
em saúde e avaliação do cuidado
Slide 1 (capa)
Modelos Assistenciais em Saúde
Slide 2
Modelo Assistencial
“diz respeito ao modo como são organizadas, em uma dada sociedade, as ações de atenção à saúde, envolvendo os
aspectos tecnológicos e assistenciais. Ou seja, é uma forma de organização e articulação entre os diversos recursos
físicos, tecnológicos e humanos disponíveis para enfrentar e resolver os problemas de saúde de uma coletividade.”
(SILVA JUNIOR, ALVES, 2007)
Slide 3
ƒƒNo
mundo há diversos modelos assistenciais calcados na compreensão da saúde e da doença, nas tecnologias
disponíveis em determinada época para intervir na saúde e na doença e nas escolhas políticas e éticas que priorizam os problemas a serem enfrentados pela política de saúde.
ƒƒNão há modelos certos ou errados, ou receitas que, quando seguidas, dão certo.
143
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
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CADERNO
DO ALUNO
Slide 4
Características de modelos assistenciais construídos no Brasil
Sistematizado a partir de Silva Junior e Alves (2007).
Slide 5
Medicina científica ou biomedicina ou modelo flexneriano
ƒƒO modelo foca a assistência à doença em seus aspectos individuais e biológicos, centrado no hospital, nas es-
pecialidades médicas e no uso intensivo de tecnologia.
ƒƒConcepção da assistência médica previdenciária na década de 1940, expandindo-se na década de 1950.
ƒƒO modelo orienta a organização dos hospitais estaduais e universitários.
Slide 6
Sistema Nacional de Saúde (1975)
ƒƒAtividades de saúde pública ainda desarticuladas da assistência médica individual.
ƒƒDécada marcada pelos limites da biomedicina: pouca efetividade da ação da biomedicina no enfrentamento
dos problemas de saúde gerados pelo processo acelerado de urbanização (doenças psicossomáticas, neoplasias,
violência, doenças crônico-degenerativas).
144
Curso de
Desenvolvimento
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CADERNO
DO ALUNO
Slide 7
Crise e críticas ao modelo hegemônico
ƒƒModelo biomédico – hegemônico no mundo.
ƒƒRaciocínio biomédico de “lesões objetivadas”: o paciente não é visto de forma contextualizada.
ƒƒNecessidade de exames complexos para o diagnóstico de doenças.
ƒƒPredomínio do uso de tecnologias duras em detrimento das leves: cuida-se menos do sofrimento dos pacientes.
ƒƒAumento de custos do sistema de saúde.
ƒƒMaior dificuldade de acesso para as populações com condições econômicas precárias: iniquidade.
Slide 8
Propostas alternativas
Década de 1970
ƒƒDebate internacional sobre modelos de assistência, considerando as deficiências do modelo biomédico.
ƒƒPropostas que enfatizavam a racionalização do uso das tecnologias na atenção médica e o gerenciamento eficiente.
A mais difundida: Atenção Primária à Saúde (APS) ou medicina comunitária.
pp
Slide 9
Impacto da APS na saúde da população
Cuba, anos selecionados
Redução do PIB de 33%
145
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
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CADERNO
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Slide 10
Brasil
ƒƒProposta
vista por grupos de oposição ao governo militar como estratégia para redemocratizar a política e
levar assistência à saúde à população em geral.
ƒƒDécada de 1980 – municípios organizaram redes de unidades de saúde para atenção primária com a ajuda das
universidades – Niterói, Londrina, Campinas, etc.
ƒƒExperiências
servem de base para o Movimento de Reforma Sanitária (VIII Conferência Nacional de Saúde,
em 1986).
ƒƒAs
diretrizes da VIII Conferência ganham forma de lei na Constituição de 1988 e na Lei Orgânica de Saúde
(8.080/90).
Slide 11
Brasil
ƒƒOutras alternativas construídas ao longo da implementação do SUS, nos anos de 1990:
Ação Programática ou Programação em Saúde;
pp
a versão brasileira de Sistemas Locais de Saúde (Silos);
pp
as Cidades Saudáveis ou Saudecidade;
pp
Movimento em Defesa da Vida.
pp
Slide 12
ƒƒEm relação às alternativas, há consenso no que diz respeito à reformulação dos serviços de saúde, com destaque para:
a definição de problema de saúde visto de forma ampliada – não centrado na doença;
pp
a percepção das desigualdades regionais e microrregionais – estratégias para orientar propostas redistribupp
tivas de recursos;
a reorganização das práticas de saúde – abordagem interdisciplinar para a compreensão da saúde e da doença
pp
em seus aspectos individuais e coletivos;
Slide 13
a ampliação da compreensão dos aspectos biológicos, psíquicos e sociais dos usuários – desenvolvimento de
pp
ações de promoção da saúde, de prevenção dos agravos, de cura e recuperação de indivíduos/coletivos e de
vigilância à saúde;
a revisão dos conceitos de hierarquização de serviços;
pp
o reconhecimento de que os problemas das populações requerem
pp
ção em rede (integralidade na rede de serviços).
146
abordagem multiprofissional e articula-
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 14
A construção dos modelos assistenciais no SUS
Década de 1990
ƒƒEstratégia de Saúde da Família (ESF)
ƒƒForma de organização e hierarquização das redes assistenciais - ideia predominante envolve uma imagem em
pirâmide para a atenção à saúde:
complexidade
pp
crescente em direção ao topo (hospital) e rede básica como porta de entrada do sistema de
saúde.
Na prática, essa forma de organização e hierarquização não funciona: a população entra no sistema por todas as portas.
Slide 15
Pontos relevantes
ƒƒDesvalorização da Atenção Básica - entendida como simplificada.
ƒƒLimitações
para exames laboratoriais e radiológicos ou para apoio nas áreas de reabilitação e outras, para a
continuidade da atenção.
ƒƒA
atenção básica não pode ser entendida apenas como porta de entrada do sistema, porque essa ideia caracteriza
baixa capacidade de resolver problemas.
Slide 16
ƒƒA
atenção básica não pode ser o único lugar de acolhimento – todo o sistema precisa se responsabilizar pela
vida das pessoas.
ƒƒAs
CIT, CIB e conselhos se dedicam mais ao debate da organização e financiamento do sistema do que ao
debate sobre a organização da atenção.
ƒƒCarência de processos de avaliação que transcendam os aspectos normativos e quantitativos do cumprimento
de metas.
ƒƒNovos
modelos assistenciais precisam entrar em curso com referência na escuta aos usuários e na criação de
dispositivos de escuta.
Slide 17
Redes integradas de atenção à saúde: um desafio para o SUS
147
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 18
Do sistema hierárquico para a rede horizontal
Regionalização
ƒƒTerritório sanitário materializado no PDR.
ƒƒResponsabilidade sanitária.
ƒƒCooperação gerenciada.
ƒƒSentimento de pertencimento coletivo.
ƒƒIntegração dos atores: CIB, CES, Colegiados Gestores Regionais.
ƒƒFortalecimento da capacidade de gestão.
Slide 19
Organização da rede
Os serviços se estruturam numa rede de pontos de atenção:
equipamentos;
pp
distribuição ótima;
pp
economia de escala: diminuição de custos e aumento do volume de atividades – custos fixos altos;
pp
escopo - aumento da variedade dos serviços ofertados.
pp
Slide 20
Acesso aos serviços
ƒƒCusto da oportunidade da utilização dos serviços.
ƒƒSeveridade percebida da condição que gera a necessidade de busca dos serviços.
ƒƒEfetividade esperada dos Sistemas de Saúde (SS).
ƒƒDistância dos SS.
Slide 21
Desenho da rede de atenção
ƒƒCentros de Comunicação – localizados na APS – lugares que desempenham papel coordenador para interação
entre os elementos integrantes da rede.
ƒƒPontos de Atenção – lugares que ofertam determinados serviços.
ƒƒSistemas logísticos.
ƒƒSistemas de apoio.
ƒƒGestão da rede.
ƒƒNós da rede – distintos pontos de atenção.
148
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 22
Slide 23
149
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 24
Avaliação da atenção básica sob a ótica da integralidade e da integração
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Integralidade, para Pinheiro (2001):
“(...) uma ação social resultante da permanente interação dos atores na relação demanda e oferta, em planos distintos de atenção à saúde (plano individual – onde se constroem a integralidade no ato da atenção individual e o
plano sistêmico – onde se garante a integralidade das ações na rede de serviços), nos quais os aspectos subjetivos
e objetivos sejam considerados.”
Slide 26
Integralidade – termo polissêmico
Sentidos da integralidade, para Mattos (2001):
ƒƒAtributos das práticas dos profissionais de saúde.
ƒƒOrganização dos serviços na perspectiva de superar a dissociação entre as práticas de saúde pública e assistencial.
ƒƒRespostas governamentais aos problemas de saúde da população ou às necessidades de certos grupos específicos.
Slide 27
Articulação de conceitos que traduzem a integralidade
ƒƒSilva Junior e Mascarenhas (2004) entendem integralidade como atributo das práticas profissionais de saúde e
da organização de serviço. Articulam outros conceitos para traduzi-la como:
acolhimento;
pp
vínculo/responsabilização;
pp
qualidade da atenção.
pp
Slide 28
Acolhimento
“uma postura de escuta, compromisso de dar uma resposta às necessidades de saúde trazidas pelo usuário e
um novo modo de organizar o processo de trabalho em saúde a partir de um efetivo trabalho em equipe.”
(MALTA et al., 1998, p. 139)
150
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 29
Dimensões do acolhimento
ƒƒComo postura - escuta, atitude profissional, relação intra-equipe.
ƒƒComo técnica – trabalho em equipe, capacitação dos profissionais, aquisição de tecnologias, saberes e práticas.
ƒƒComo reorientação dos serviços – projeto institucional, supervisão, processo de trabalho.
Slide 30
Vínculo
“é o profissional de saúde ter relações claras e próximas com o usuário, integrando-se com a comunidade em seu
território, no serviço, no consultório, nos grupos e se tornar referência para o paciente, individual ou coletivo,
que possa servir à construção de autonomia do usuário.” (MERHY, 1997, p. 138)
Slide 31
Responsabilização
“é o profissional assumir a responsabilidade pela vida e morte do paciente, dentro de uma dada possibilidade de intervenção, nem burocratizada nem impessoal. O profissional assume a indicação e garantia dos caminhos a serem
percorridos para a resolução do problema, não cabendo a transferência burocrática para outra instância decisória
ou nível de atenção.” (MERHY, 1997, p. 138)
Slide 32
Dimensões do vínculo/responsabilização
ƒƒAfetividade – gosto pela profissão, interesse pela pessoa do paciente, vínculo profissional-paciente.
ƒƒContinuidade
– expectativas e percepções do paciente, aceitação e relacionamento de confiança, adesão ao
tratamento, singularidade do paciente.
ƒƒRelação
terapêutica – eficácia do tratamento, paciente como sujeito no processo de tratamento, confiança
profissional-paciente, atitude de cuidado, redução de abandono.
Slide 33
Qualidade da atenção
ƒƒPara
Donabedian (1988), qualidade da atenção se define como o tratamento que é capaz de alcançar melhor
equilíbrio entre os benefícios de saúde e os riscos.
151
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 34
Articulação dos conceitos
ƒƒOs conceitos de acolhimento, vínculo/responsabilização e qualidade da atenção articulados e operaciona-
lizados por meio da indagação aos atores envolvidos no processo de atenção à saúde permitem inferir sobre
a integralidade nessa atenção e verificar a direcionalidade da construção do modelo tecnoassistencial em
coerência com os princípios do SUS.
Slide 35
Slide 36
Referências
ƒƒOPAS – Organização Pan-Americana de Saúde.
ƒƒSCHRADER, Fátima Ticianel. A implementação do Programa de Saúde da Família no município de Campo Verde: desafios e pers-
pectivas para o gerenciamento e a gestão [dissertação de mestrado]. Cuiabá: Instituto de Saúde Coletiva da UFMT; 2007.
ƒƒSILVA JÚNIOR, Aluísio Gomes da; ALVES, Carla Almeida. Modelos assistenciais em saúde: desafios e perspectivas.
In: MOROSINI, Márcia Valéria G. C.; CORBO, Anamaria D. Andrea. (Orgs.) Modelos de atenção e a saúde da família.
Rio de Janeiro: EPSJV/Fiocruz, 2007. p. 27-41.
ƒƒSILVA JÚNIOR, Aluísio Gomes da; MASCARENHAS, Mônica Tereza Machado. Avaliação da atenção básica em saúde
sob a ótica da integralidade: aspectos conceituais e metodológicos. In: PINHEIRO, Roseni; MATTOS, Ruben Araújo de.
(Orgs.) Cuidado: as fronteiras da integralidade. Rio de Janeiro: CEPESC-UERJ/ABRASCO, 2005. p. 241-57.
ƒƒMENDES, Eugênio Vilaça. Redes de atenção à saúde. Minas Gerais: Banco Mundial, 2005.
Slide 37
Aula elaborada pela Mestre e pesquisadora associada do NDS/ISC/UFMT Fátima Ticianel Schrader e colaboração
de Valéria Marinho do LAPPIS/IMD/UERJ.
152
Defina o problema:
onde, quando, quanto
(indicadores), com quem e
como acontece
Explique o problema:
causas primárias e
secundárias
(o 1º porquê e o 2º porquê)
Objetivos*
(por causa)
Ação Estratégica
Responsáveis/
Parceiros
Prazo
*Obs.: As metas e os indicadores por objetivo, assim como o detalhamento das ações respectivas não estão inseridos neste instrumento, mas poderão ser aprofundados com o gestor.
Situação-Problema
(seleção)
Identificação: Secretaria Municipal de Saúde de _________________________ Ator que planeja _________________________ Data:____/____/________
REDE EXPLICATIVA DOS PROBLEMAS SELECIONADOS PARA
CONSTRUÇÃO DA AGENDA DE FORTALECIMENTO GERENCIAL
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ELABORAÇÃO DE CASO A PARTIR DE
ENTREVISTAS COM USUÁRIOS
A atividade consiste na elaboração de um caso pelo grupo para caracterização, análise e compreensão de como se
dá o cuidado numa unidade de saúde, local onde foi realizada a entrevista com o(s) usuário(s). Portanto, serão mantidos os grupos de trabalho de campo para a produção de quatro casos:
ƒƒlevantar
os principais problemas e situações preocupantes a partir da entrevista com o usuário na unidade de
saúde e da observação dos alunos;
ƒƒanalisar a situação, observando os princípios do SUS, o conteúdo dos textos estudados sobre modelo de atenção
e avaliação do cuidado e o caso do Sr. Pedro;
ƒƒescrever
um caso sobre os problemas, definir e organizar a apresentação na plenária enfocando o produto da
discussão do grupo. Sugere-se a apresentação criativa do grupo em forma de teatro, jogral, etc.
ƒƒA apresentação do caso elaborado deverá focar o usuário, o acolhimento, o cuidado e outros aspectos relevantes
no contexto da unidade. Procurar não se restringir apenas ao apontamento de “falhas”, mas apontar elementos
dos serviços e do sistema que possam suscitar questões gerenciais para o debate.
ƒƒDiscutir em plenária a apresentação de cada grupo.
155
Módulo 5 – Trabalho em equipe
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ESTUDO DE CASOS
Elaborado pela Profª. Dra. Roseni Pinheiro (LAPPIS/IMS/UERJ) e equipe
ORIENTAÇÃO PARA DISCUSSÃO
Analisar os casos e relacioná-los com a experiência vivenciada no SUS local.
Responder às questões apontadas nos casos e o que pode ser feito para o enfrentamento delas, considerando o compromisso e o potencial de cada sujeito no processo.
Caso 1
Uma Unidade Básica de Saúde está passando por uma série de dificuldades no que diz respeito à permanência da
sua equipe de trabalho no local. Pelo fato de a unidade estar localizada em uma área de risco, os trabalhadores da
UBS decidiram fechá-la mais cedo do que o horário definido para seu funcionamento. Isso está ocorrendo há seis
semanas e nesse período as queixas dos moradores da região só têm feito crescer. O Conselho Municipal de Saúde
irá se reunir amanhã e dentre os problemas que deverá examinar encontra-se um rol de queixas que têm sido encaminhadas à direção da unidade em questão, com cópia para a Secretaria e Conselho Municipal, por ação de várias
associações de moradores da localidade.
Os problemas mais frequentes dizem respeito à dificuldade de a população obter atendimento por falta do profissional ou porque o número de atendimentos ficou reduzido.
Você faz parte do Conselho Municipal de Saúde. Como entende a questão e como se conduziria em sua análise? Se
você fosse gestor da unidade, como encaminharia a solução do problema?
Caso 2
A família de Carmem mora em uma comunidade periférica de um grande centro urbano. Seu marido, Jonas, é pedreiro, e como não precisam pagar aluguel, quase toda a renda da família é revertida em alimentos e roupas para as
filhas, uma de seis e a outra de oito anos. Elas são a alegria do casal, que tenta, à custa de muito sacrifício, garantir a
alimentação que consideram mais adequada para as meninas: o maior orgulho de Carmem é que suas filhas tomam
sempre “leite em pó”, e que pode, com frequência, comprar biscoitos, refrigerantes e outros produtos industrializados que as meninas apreciam muito. Carmem é considerada pela comunidade como uma mãe e dona de casa “muito
caprichosa”, mas na última consulta à pediatra, esta comentou que as meninas estavam acima do peso esperado para
a idade, o que poderia resultar em um problema de obesidade no futuro. Carmem sentiu-se surpresa e confusa com
159
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
esse comentário, e Jonas achou que a pediatra estava falando “bobagem”, pois não sabia da luta deles para manter as
meninas tão bem cuidadas. Tanto Carmem como Jonas estão acima do peso, e Jonas tem sofrido algumas crises de
hipertensão arterial nos últimos meses.
A irmã de Carmem (sugira um nome para ela) veio morar na parte mais distante e pobre da comunidade há um
ano. Seu marido, Pedro, deixou-a com quatro crianças: Carlos, Ana Paula, Juliana e Pablo, de oito, sete, três e um
ano de idade, respectivamente. A irmã de Carmem não conseguiu trabalho fixo e sobrevive com a renda eventual
de biscates, a ajuda da igreja local e alguma ajuda de Carmem e Jonas. As crianças têm sofrido de problemas respiratórios há meses, e há dois dias Pablo piorou, com um diagnóstico de pneumonia aguda. A irmã de Carmem teve
de rodar por várias horas até conseguir uma vaga de internação em um hospital público, e deixou os outros filhos
com uma vizinha, revezando-se, desde então, entre a casa e o hospital. Carmem está preocupada com a irmã, que
fica muito abalada quando algum filho está doente, e tende, nesses momentos, a abusar do álcool, gastando o pouco
dinheiro que tem na compra de cachaça.
No mês passado, na comunidade delas, instalou-se uma unidade de Saúde da Família, e a equipe – que conta com
uma médica, uma enfermeira e quatro agentes comunitários de saúde – está visitando as famílias para a identificação das necessidades em saúde.
1.Quais os procedimentos que a equipe precisa adotar para que sua atuação esteja de acordo com os princípios
constitucionais e o proposto na estratégia saúde da família?
2.Como a família de Carmem entraria no plano de cuidados da equipe e quais atividades seriam desenvolvidas pelos
ACS?
3.E a família da irmã dela?
Caso 3
Lara é a enfermeira responsável pela supervisão e apoio aos ACS Eliane e João Carlos, que trabalham nas microáreas
onde moram Carmem e sua irmã, respectivamente. Os ACS desta comunidade foram selecionados há cerca de três
meses e já estão contratados e atuando.
Eliane tem quarenta anos, é casada, e é uma liderança importante na comunidade, nascida e criada no lugar. Conhece todos os moradores. Eliane está tentando terminar o ensino fundamental, estudando em casa e fazendo as provas
do supletivo. Ela tem receio de que seu vínculo como ACS seja ameaçado caso não consiga terminar os estudos até
o fim do ano. Está ansiosa pelo início do Curso de Formação de ACS.
João Carlos mora há apenas cinco anos na comunidade, e por isso achou que não seria selecionado. Tem 38 anos e
é solteiro. Já possui o ensino fundamental completo e tem muitas dúvidas sobre o Curso de Formação para ACS
que irá começar em algumas semanas: será que ele, por ter terminado o Primeiro Grau, ficará de fora? João Carlos
gostaria muito de estudar mais e sentir-se mais seguro na sua atuação como ACS.
Eliane conhece a família de Carmem desde que vieram morar na comunidade. Embora Carmem seja considerada
uma ótima mãe, Eliane acha que ela exagera nos mimos às filhas, que comem de tudo a qualquer hora. Bem que
160
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
tentou falar com Carmem sobre o excesso de peso da família, mas não achou que seria bem recebida. Como abordar
essa questão? Será que Lara poderia ajudar?
João Carlos acompanha a irmã de Carmem e seus filhos, visitando-os toda semana. Cada vez que chega na casa, João
Carlos sente-se desamparado e cheio de dúvidas: e se encontrá-la alcoolizada, como já aconteceu? As crianças estão
sempre gripadas e tossindo – como melhorar a saúde delas?
Lara nem sempre tem tempo de visitar essas famílias com João Carlos e Eliane. Esta semana, reunido-se com os
ACS, Lara decidiu: “Precisamos elaborar o nosso planejamento – e segui-lo! Temos condições de fazer ações de saúde, mesmo antes de vocês passarem pelo Curso de Formação!” Os ACS sentem-se inseguros em muitos momentos
e não concordam integralmente com Lara. Como ela pode agir e por onde começar?
Caso 4
Na última supervisão do bairro Jaguaribe, ficou clara a diferença de resultados apresentados por cada uma das
equipes de Saúde da Família que lá trabalham. Na primeira equipe, com o mapeamento da área completo e o cadastramento das famílias também, foi apresentado o plano de ação que vinha sendo desenvolvido de acordo com os
problemas identificados. A equipe apresentou os casos demonstrando tê-los discutido previamente, conhecimento
por parte de toda a equipe do que estava acontecendo na sua área de abrangência e sobre as famílias ali residentes.
Todos os membros da equipe eram capazes de discernir em que haviam avançado e onde estavam as dificuldades na
realização de seu trabalho. Durante a reunião fizeram questão de apresentar sugestões, de refletir juntos sobre o
que vinham fazendo. A segunda equipe, que estava tendo muitas dificuldades para completar o cadastramento das
famílias, teve o seu relato apresentado pela enfermeira Patrícia, com muitas interrupções por parte da ACS Emília,
moradora do bairro e antiga liderança daquela comunidade. A médica Otília pouco se manifestou e, nas poucas
vezes que o fez, desqualificou o trabalho realizado por Emilia e Patrícia, além de desconhecer a área de atuação
da equipe (a atuação de Otília restringe-se às consultas na unidade, que ambas agendavam). A enfermeira Patrícia
também se referiu à sua insatisfação com o trabalho de Everardo, outro ACS. Disse que ele nunca encontra os moradores em casa, e acrescenta que duvidava de que Everardo de fato estivesse fazendo as visitas, já que sua área tinha
o acesso bastante dificultado pela topografia e disposição das casas, além de ter esgoto a céu aberto, porcos, galinhas
e cabras em grande quantidade, circulando livremente.
1.Quais problemas você identifica nesse relato?
2.Como construiria a explicação estratégica para esses problemas?
3.A partir da explicação, como você planejaria uma intervenção?
161
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ESTUDO DIRIGIDO
Os grupos devem ler o texto e responder às perguntas por escrito. Na plenária,
alternar as respostas pelos diferentes grupos.
O TRABALHO EM EQUIPE COMO DISPOSITIVO DE INTEGRALIDADE
1.Como os autores definem integralidade?
2.Quais são as três referências relacionadas pelos autores para entender “o que fazer” dos profissionais de saúde?
3.Por que o espaço da produção da saúde é um espaço de conflito?
4.Como a concepção do modelo assistencial hospitalocêntrico entende a equipe multiprofissional?
5.Os autores propõem igualar todos os saberes e fazeres?
6.De acordo com Campos, quais são os dois modelos de trabalho em equipe que devem ser superados? Dê um
exemplo de superação.
7.Como se define a orquestração do trabalho em equipe? Exemplifique.
8.Quais atitudes permitem a superação da desresponsabilização citada por Campos? Exemplifique.
9.Quais são os dois valores fundamentais para entender a equipe como gestão coletiva? Exemplifique.
10. Por que o trabalho efetivamente realizado não se reduz jamais às normas e prescrições?
11. Explique a frase: “trabalhar é escolher, negociar, inventar meios, arriscar-se”.
12. Por que os serviços de saúde são espaços privilegiados de formação de profissionais de saúde? Exemplifique.
163
Módulo 6 – Gerência de recursos na unidade
Defina o problema:
onde, quando, quanto
(indicadores), com quem e
como acontece
Explique o problema:
causas primárias e
secundárias
(o 1º porquê e o 2º porquê)
Objetivos*
(por causa)
Ação Estratégica
Responsáveis/
Parceiros
Prazo
*Obs.: As metas e os indicadores por objetivo, assim como o detalhamento das ações respectivas não estão inseridos neste instrumento, mas poderão ser aprofundados com o gestor.
Situação-Problema
(seleção)
Identificação: Secretaria Municipal de Saúde de _________________________ Ator que planeja _________________________ Data:____/____/________
REDE EXPLICATIVA DOS PROBLEMAS SELECIONADOS PARA
CONSTRUÇÃO DA AGENDA DE FORTALECIMENTO GERENCIAL
Módulo 7 – Educação permanente
para fortalecimento gerencial
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Educação Permanente em Saúde
Slide 1 (capa)
Educação Permanente em Saúde
Slide 2
Contexto
ƒƒDesde que foi criado, o SUS provocou profundas mudanças nas práticas de saúde e trouxe conquistas como o
acesso universal aos serviços de saúde pública; a ampliação da oferta de serviços; a criação de instâncias intergestoras, com decisões consensuadas e o controle social, entre outros (MERHY et al., 2006).
Slide 3
Contexto
ƒƒPrincípios e diretrizes do SUS são contra-hegemônicos na sociedade, e isso explica, em parte, a distância entre
o “SUS ideal” e as práticas de saúde vigentes. E, também, o descompasso na formação dos profissionais e as
necessidades do SUS.
Contradições
ƒƒO SUS é um sistema descentralizado, mas com
práticas historicamente centralizadas/centralizadoras. Implementado via mecanismos indutores, como o financiamento e as capacitações.
ƒƒO Ministério e as Secretarias de Saúde trabalham tradicionalmente de modo fragmentado e especializado.
Slide 4
Contexto
ƒƒA maioria dos cursos forma profissionais distanciados das necessidades de saúde da população.
ƒƒEm algumas regiões há grande oferta de cursos de formação na área da saúde, enquanto em outras existe escassez.
171
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ƒƒO estudo fragmentado dos problemas de saúde leva à formação de especialistas que não conseguem lidar com
realidades complexas. Por exemplo:
profissionais que dominam tecnologias, mas são incapazes de lidar com a subjetividade e a diversidade moral,
pp
social e cultural;
a dificuldade de adesão a tratamentos, a autonomia no cuidado, a educação em saúde,
pp
o sofrimento e a dor,
o enfrentamento das perdas e da morte, entre outros.
Slide 5
Contexto
ƒƒDiante desse contexto, a educação permanente é a estratégia proposta para melhorar a gestão, a formação, o
cuidado e a participação social, fortalecendo o SUS.
Slide 6
Educação Permanente em Saúde
ƒƒMotta (2010) define a educação permanente como os processos de aprendizagem no trabalho, a partir da sua
reflexão, levantando problemas e necessidades de natureza pedagógica, em que as estratégias de enfretamento
acontecem preferencialmente nos ambientes de trabalho.
ƒƒA
EP recebe influência de metodologias ativas de aprendizagem (inclui elementos da pedagogia crítica, do
construtivismo e do planejamento estratégico). Fundamenta-se no diálogo, no qual a construção do saber é
coletiva, crítica e inserida no contexto social.
Slide 7
Educação Permanente em Saúde
ƒƒBaseia-se na aprendizagem significativa e admite que o conhecimento se origina na identificação das necessi-
dades e na busca de soluções para os problemas encontrados.
ƒƒTodo
conhecimento é válido, independentemente de sua origem. A atividade do trabalhador pode ser ponto
de partida de seu saber real, determinando sua aprendizagem subsequente.
ƒƒO processo de trabalho em saúde é tomado como eixo fundamental da aprendizagem profissional e objeto de
reflexão, com a participação ativa dos trabalhadores.
172
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 8
Educação Permanente em Saúde
ƒƒPorém,
é necessário reconhecer as complexidades envolvidas nesse processo de trabalho: disputas de poder,
lógicas corporativas, problemas pouco estruturados, pouca governabilidade para se enfrentar problemas críticos e organizações complexas (MERHY, 2006).
ƒƒO convite à mudança proposto pela educação permanente requer a provocação de “incômodos”, criando-se mo-
mentos para reflexão dos atores envolvidos sobre as limitações, insuficiências e problemas com seu trabalho.
ƒƒRequer, também, oferecer elementos para a construção de alternativas.
Slide 9
Educação Permanente em Saúde
ƒƒSeu eixo norteador é a integralidade da atenção à saude, porque direciona o trabalho em saúde para a aborda-
gem transdisciplinar e multiprofissional.
ƒƒA integralidade envolve a compreensão dos problemas de saúde em suas várias dimensões. Envolve relação de
cuidado, acolhimento e comprometimento com o processo e as pessoas.
ƒƒA
educação permanente deve ter como finalidade a contribuição para que cada coletivo possa conquistar a
capacidade de ser co-autor no processo de reinvenção das práticas e instituições de saúde.
Slide 10
Paralelo entre a Pedagogia da Educação Continuada e a Pedagogia da Educação Permanente
173
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 11
Paralelo entre a Pedagogia da Educação Continuada e a Pedagogia da Educação Permanente
Slide 12
Paralelo entre a Pedagogia da Educação Continuada e a Pedagogia da Educação Permanente
Fonte: Viana, A. L. D´Ávila. Relatório da Pesquisa de Programa e Acompanhamento da Política de Educação Permanente em Saúde. Módulo III. São
Paulo, 2008. (Adaptado para CDG/SUS).
174
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 13
Bases para a Política de Educação Permanente em Saúde
ƒƒ2003:
Formulação do documento “Política de Formação e Desenvolvimento para o SUS: caminhos para a
educação permanente em saúde”, pactuado na Comissão Intergestores Tripartite e aprovado na Conferência
Nacional de Saúde, que gerou a Política de Educação Permanente em Saúde, pautada nos princípios e diretrizes do SUS e voltada para atender suas necessidades.
Slide 14
Bases para a Política de Educação Permanente em Saúde
ƒƒ2004: instituída a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS)
Portaria 198, de fevereiro de 2004, reformulada pela Portaria 1.996/2007
pp
Estratégia do SUS para a gestão, atenção, formação e desenvolvimento dos trabalhadores e controle social
pp
e cidadania
Slide 15
Política Nacional de Educação Permanente em Saúde
Portaria GM/MS 1.996/07
ƒƒMaior protagonismo da gestão: Pacto pela Saúde/Colegiado de Gestão Regional (CGR).
ƒƒDecisão e pactuação entre os gestores do CGR.
ƒƒDescentralização do recurso financeiro.
ƒƒVinculação das ações de EP em saúde aos pactos e respectivos planos construídos no âmbito municipal, regio-
nal ou estadual.
ƒƒCriação das Comissões de Integração Ensino/Serviço (CIES).
Slide 16
ƒƒCondução regional: se dará pelos CGRs, com participação das CIES.
ƒƒPrevê a elaboração de um Plano de Ação Regional de Educação Permanente em Saúde.
ƒƒCIES:
instâncias intersetoriais e interinstitucionais permanentes que participam da formulação, condução e
desenvolvimento da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde.
ƒƒCGR: instâncias de pactuação permanente e cogestão solidária e cooperativa, formadas pelos gestores munici-
pais e estadual. O CGR deve instituir processo de planejamento regional para a educação permanente.
175
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
Slide 17
ƒƒA
abrangência do território de referência para as CIES deve seguir os mesmos princípios da regionalização
instituída no Pacto pela Saúde.
ƒƒAs CIES deverão contar com uma secretaria executiva para encaminhar as questões administrativas envolvidas
na gestão dessa política no âmbito regional.
Slide 18
Composição das CIES:
ƒƒGestores de saúde municipais, estaduais
ƒƒGestores estaduais e municipais de educação e/ou seus representantes
ƒƒTrabalhadores do SUS e/ou entidades representativas
ƒƒInstituições de ensino com cursos na área da saúde (distintos segmentos)
ƒƒMovimentos sociais ligados à saúde e ao controle social no SUS
Portaria define atribuições para:
ƒƒColegiado de Gestão Regional;
ƒƒComissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço;
ƒƒComissão Intergestores Bipartite;
ƒƒConselho Estadual de Saúde.
Slide 19
Papel do Colegiado de Gestão Regional
ƒƒPossibilita o enfrentamento criativo dos problemas e maior efetividade da ações de saúde e educação.
ƒƒDefine
as prioridades na área de educação permanente a partir da discussão dos problemas de saúde que podem ser superados com ações de EP por meio de educação em serviço e oficinas de trabalho, “capacitações”
de curta duração, apoio e cooperação técnica (consultoria institucional) ou cursos regulares: de nível técnico
ou de pós-graduação.
Slide 20
Papel das Comissões de Integração Ensino-Serviço (CIES)
I. Apoiar e cooperar tecnicamente com os Colegiados de Gestão Regional para a construção dos Planos Regionais de Educação Permanente em Saúde da sua área de abrangência.
176
Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
II. Articular instituições para propor, de forma coordenada, estratégias de intervenção no campo da formação
e desenvolvimento dos trabalhadores, à luz dos conceitos e princípios da Educação Permanente em Saúde,
da legislação vigente e do Plano Regional para a Educação Permanente em Saúde, além do estabelecido nos
anexos a esta Portaria.
Slide 21
III. Incentivar a adesão cooperativa e solidária de instituições de formação e desenvolvimento dos trabalhadores
de saúde aos princípios, à condução e ao desenvolvimento da Educação Permanente em Saúde, ampliando a
capacidade pedagógica em toda a rede de saúde e educação.
IV. Contribuir com o acompanhamento, o monitoramento e a avaliação das ações e estratégias de Educação
Permanente em Saúde implementadas.
V. Apoiar e cooperar com os gestores na discussão sobre Educação Permanente em Saúde, na proposição de intervenções nesse campo e no planejamento e desenvolvimento de ações que contribuam para o cumprimento
das responsabilidades assumidas nos respectivos Termos de Compromisso de Gestão.
Slide 22
Cada região deverá ter um Plano de Ação Regional de Educação Permanente em Saúde, que deverá considerar as
Políticas Nacional, Estadual e Municipal de Saúde no que diz respeito à educação na saúde.
Slide 23
Plano de ação regional de EP em Saúde
ƒƒDeverá contemplar as necessidades de saúde e as metodologias que serão utilizadas.
ƒƒMostrará as mudanças que poderão advir de sua execução para as ações e serviços de saúde, para a formação,
a educação popular, a produção e disseminação de conhecimentos.
ƒƒMostrará o número e a diversidade de atores, serviços e práticas incluídas no plano.
ƒƒDeverá ser encaminhado em forma de projetos para
pactuação no Colegiado de Gestão Regional.
Slide 24
Desafios
ƒƒImpõe-se um novo modelo que:
propicie o trabalho cooperativo, a interação entre as experiências individuais e coletivas; a mobilização dos
pp
distintos saberes envolvidos no objeto saúde;
fomente a autonomia e a responsabilização dos profissionais, que ampliem seu compromisso com a missão
pp
institucional e com os resultados em saúde.
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Curso de
Desenvolvimento
Gerencial
do SUS
CADERNO
DO ALUNO
ƒƒArticular educação e trabalho: formação e produção de processos e práticas nos locais de serviço.
ƒƒMudança
nas práticas de formação e nas práticas de saúde, buscando a articulação ensino – gestão – atenção
– controle social.
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Referências
ƒƒBRASIL. Ministério da Saúde. Portaria/GM n. 198, de 13 de fevereiro de 2004. Institui a Política Nacional de
Educação Permanente em Saúde como estratégia do Sistema Único de Saúde para a formação e o desenvolvimentos de trabalhadores para o setor e dá outras providências. Brasília: MS, 2004.
ƒƒBRASIL. Ministério da Saúde. Portaria/GM n. 1.996, de
20 de agosto de 2007. Dispõe sobre as diretrizes para
a implementação da Política Nacional de Educação Permanentes em saúde e dá outras providencias. Brasília,
2007.
ƒƒCECCIM, Ricardo Burg e FEUERWERKER, Laura C. M. O quadrilátero da formação para a área da saúde:
ensino, gestão, atenção e controle social. Physis . 2004, vol.14, n.1, pp. 41-65.
ƒƒCECCIM, Ricardo Burg. Educação Permanente em Saúde: desafio ambicioso e necessário. Interface. 2005,
vol.9, n.16, pp. 161-168.
Slide 26
Referências
ƒƒMERHY, E.E.; FEUERWERKER, L.C.M.; CECCIM, R.B. Educación Permanente em Salud: uma estrategia
para intervenir em la micropolítica del trabajo em salud. Revista Salud Colectiva, Buenos Aires, 2(2): 147-160,
mayo-agosto, 2006.
ƒƒMOTTA, J. I. J. Processos de Educação Permanente em Saúde: desafios Conceituais II Encontro Estadual de Educa-
ção Popular com ênfase na Educação Popular. Porto Alegre RS. 24 a 26 de Mar. 2010.
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Aula elaborada pelas tutoras do CDG-SUS Ana Paula Louzada, Geny Catarina Rodrigues Lopes, Márcia de Campos
e Simone Charbel.
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REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO PERMANENTE
COMO ESTRATÉGIA DE GESTÃO DE COLETIVOS
Com a Revolução Científica, que começou na época do Renascimento, a ciência passou a se desenvolver pautada na
metodologia científica para descobrir o mundo e a se organizar por disciplinas para possibilitar, por meio da especialização, o aprofundamento do conhecimento nas mais diversas áreas.
Entretanto, essa racionalidade parece não mais conseguir responder aos desafios do mundo contemporâneo, exigindo o diálogo entre saberes, conhecimentos e disciplinas para a solução de problemas.
No campo da saúde, há problemas graves para o financiamento dos sistemas de saúde, e o modelo de atenção predominante não responde às necessidades da população, que também está insatisfeita com a relação com os profissionais de saúde.
Esse quadro tem muito a ver com o SUS e a educação permanente em saúde. O SUS vem conseguindo superar
obstáculos políticos importantes: os serviços públicos de saúde foram ampliados, cresceu o número de trabalhadores no setor, conseguiu-se assegurar recursos mínimos para o SUS, o sistema é descentralizado, existem instâncias
de pactuação entre os gestores e de controle social. Isso foi possível porque o SUS foi construído com base em um
movimento social vigoroso, que associou a saúde à conquista da democracia no País.
No entanto, o SUS está embasado em princípios contra-hegemônicos e a sua consolidação implica a superação de
conceitos e práticas sociais que são predominantes há muito tempo.
Você já pensou sobre isso? No seu município/locorregião existem práticas democráticas de saúde?
As diferentes maneiras de entender a gestão, o trabalho em saúde e a condução das políticas
Tradicionalmente, o Ministério e as secretarias de saúde trabalham com as políticas de saúde de modo fragmentado: gestão separada da atenção, atenção separada da vigilância e cada uma delas dividida em tantas áreas técnicas
quantos sejam os campos de saber especializado.
O trabalho em saúde é organizado de maneira parcelar, de modo que cada profissional é responsável apenas pela
realização de uma de suas partes, sem a participação e compreensão do todo, o que leva à alienação e à desresponsabilização do profissional em relação aos resultados finais.
Existe, além do mais, uma valorização moral diferenciada do trabalho dos profissionais, particularmente dos médicos e, também, a ideia de que cada serviço corresponde a um todo orgânico, constituído por diversos órgãos, cada
um deles com um papel a cumprir.
Você já vivenciou uma experiência desse tipo? O que ela mobilizou em você?
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do SUS
CADERNO
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Dessa maneira, é impossível assegurar a qualidade da atenção e a integralidade no campo da saúde. Um sistema de
saúde usuário-centrado somente pode ser construído com trabalhadores que se responsabilizem por seu trabalho,
que estejam dispostos a acolher e a cuidar. Para isso, é preciso ter trabalhadores e unidades que possam contar com
o apoio necessário para enfrentar com responsabilidade situações que extrapolam sua governabilidade.
Uma outra interpretação é possível. Como se baseia em uma relação entre pessoas, o trabalho em saúde não é algo
completamente controlável: na sua realização, ele está sujeito aos desígnios do trabalhador em questão.
O serviço de saúde é palco da ação de um time de atores, que têm intencionalidade em suas ações e que disputam o
sentido geral do trabalho. O cotidiano tem duas faces: a das normas e papéis institucionais e a das práticas privadas
de cada trabalhador.
Você já vivenciou esse jogo? Ele era explícito? Que consequências ele trazia para o trabalho em saúde?
Existem pelo menos três campos de tensão que operam dentro das organizações de saúde: 1) o território das práticas de saúde – espaço de múltiplas disputas e de constituição de políticas desenhado a partir da ação de distintos
atores; 2) a produção de atos de saúde – terreno do trabalho vivo, onde predominam as tecnologias leves (relacionais) em detrimento das tecnologias duras (equipamentos e saberes estruturados); 3) o terreno das organizações de
saúde – espaço de intervenção de diferentes atores a partir de suas capacidades de autogoverno, que está sempre
tensionado pela polaridade entre autonomia e controle.
Esses três campos de tensão são lugares estratégicos para qualquer intervenção com o objetivo de aumentar a governabilidade do gestor ou para definir as possibilidades de implementação de um dado desenho organizativo da
atenção.
Eles podem ser também espaços estratégicos para disparar novos processos de produção da saúde, novos desafios às
práticas e conceitos dominantes e novas relações de poder.
A Educação Permanente em Saúde como estratégia para a gestão de coletivos
Reconhecendo o cenário de disputas e diversidade de compreensões, o primeiro passo é criar oportunidades para
a explicitação dos diferentes modos de entender a realidade vivida e compreender as práticas de saúde em espaços
coletivos que tenham como objeto de discussão o processo de trabalho de cada unidade de produção. O primeiro tema
sobre o qual se deve buscar construir acordos é: para que serve o trabalho da unidade e o significado do trabalho em saúde.
Quando nos referimos aos espaços coletivos como arranjo organizacional, queremos dizer que são espaços concretos destinados à escuta e à circulação de informação, à elaboração e tomada de decisão.
Cada grupo humano e cada ator dispõem de recursos de interpretação de sua realidade, que podem ser potencializados como recursos de poder. A construção do processo de cogestão cria espaços de poder compartilhado e possibilita
a ampliação significativa da aprendizagem no trabalho, podendo contribuir para estimular o compromisso e a responsabilização pelo processo e por seus resultados.
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CADERNO
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É necessário subverter a “ordem” existente na organização tradicional, na qual, em geral, não há espaço nem tempo
para escuta e construção coletiva. É necessário descentralizar sem perder o norte e para isso precisamos envolver
todos para dar identidade ao coletivo.
Construir novos saberes implica identificar interesses; confrontar os saberes anteriores com as realidades; desequilibrar certezas ou desestabilizar convicções; garantir condições para o diálogo; construir uma nova forma de
aproximação, formulação e comunicação com os saberes produzidos.
Você já viveu uma experiência de gestão democrática? Que lições você tira dela?
Por que isso é tão importante?
A construção do SUS é um jogo complexo: uma tensão permanente entre saúde como direito do cidadão e saúde
como mercadoria. Ao mesmo tempo em que avançamos na implementação do sistema público, também o subsistema privado, chamado complementar, avançou em sua organização.
As forças construtoras do SUS não conseguiram transformar a distribuição dos recursos, que seguem fortemente
orientados à atenção terciária (chamada de alta complexidade).
O subsistema privado reforça, na sociedade e junto aos profissionais de saúde, valores que o SUS quer desconstruir.
O direito à saúde, traduzido como direito a consumir serviços médicos; a incorporação de tecnologia a qualquer preço;
a oferta de serviços diferenciados de acordo com o poder de compra da pessoa, a centralidade do hospital e outros.
Essas ideias e o que elas representam interferem a todo o momento na possibilidade de construção do SUS. Mas, ao
mesmo tempo, há insatisfação e crítica. Há percepção dos problemas e insuficiências, da insatisfação da população
com a qualidade da atenção e dos profissionais com as oportunidades de prática que lhes são oferecidas. E há propostas alternativas e forças sociais disputando outra proposta.
A grande possibilidade de quebra da lógica predominante é sua desconstrução no espaço da micropolítica, no espaço
da organização do trabalho e das práticas de saúde. Por isso, a educação permanente é tão importante, uma vez que possibilita
operar uma dinâmica inovadora de relações e conceitos, e é assim que o mundo vai mudar: pela transformação do poder em
autoridade compartilhada, do direito despótico em direito democrático, em todos os espaços da vida humana.
Em suma, a educação permanente em saúde possibilita a produção de novos pactos e novos acordos coletivos de trabalho
no SUS. Seu foco são os processos de trabalho (formação, atenção, gestão e controle social), seu alvo são as equipes,
seu lócus de operação são os coletivos, pois o olhar “do outro” é fundamental para a possibilidade de problematização
e produção de “incômodos”.
As possibilidades de inovação e mudança das concepções e práticas de saúde dependem da ruptura com a alienação
do trabalho, do resgate da possibilidade de produzir conhecimento a partir das práticas e da democratização da
gestão dos processos de trabalho.
Exatamente por ser uma estratégia para a aprendizagem coletiva a partir das práticas de trabalho é que a educação
permanente em saúde é parte constitutiva da gestão democrática: ela é uma estratégia para a gestão de coletivos.
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Curso de
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REFERÊNCIA
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão
da Educação na Saúde. Curso de formação de facilitadores da educação permanente em saúde: unidade de aprendizagem –
análise do contexto da gestão e das práticas de saúde. Rio de Janeiro: Brasil. Ministério da Saúde/FIOCRUZ, 2005.
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Explique o problema:
causas primárias e
secundárias
(o 1º porquê e o 2º porquê)
Objetivos*
(por causa)
Ação Estratégica
Responsáveis/
Parceiros
Prazo
*Obs.: As metas e os indicadores por objetivo, assim como o detalhamento das ações respectivas não estão inseridos neste instrumento, mas poderão ser aprofundados com o gestor.
Situação-Problema
(seleção)
Defina o problema:
onde, quando, quanto
(indicadores), com quem e
como acontece
Identificação: Secretaria Municipal de Saúde de _________________________ Ator que planeja _________________________ Data:____/____/________
REDE EXPLICATIVA DOS PROBLEMAS SELECIONADOS PARA
CONSTRUÇÃO DA AGENDA DE FORTALECIMENTO GERENCIAL
Sobre o Livro
Formato: 210x280 mm.
Mancha Gráfica: 174x220 mm.
Tipologias utilizadas: Perpetua e Bauhaus
Papel: Sulfite 90g (miolo)
e Papel Triplex 250g (capa)
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Parte 1 - Observa RH