O Flow
no teletrabalho
jornalístico
Ana Manssour
Faculdade Cenecista N. Sra. dos Anjos
As categorias
Flow no trabalho
Trabalho e
satisfação pessoal
Trabalho e
realização pessoal
Sofrimento e Prazer
no trabalho
As dificuldades
antes do teletrabalho
Prazer
no trabalho
Sofrimento
no trabalho
Categorias Iniciais
Trabalho e realização pessoal
• Realização profissional e pessoal, privilégio de fazer o
que se gosta e se sabe fazer, satisfação por realizar a
vocação.
Tanto que, sem sacanagem, sem hipocrisia, eu te diria que se
eu ganhasse na Mega Sena um dinheirão desses que a gente
joga aí, eu gostaria de continuar trabalhando porque o
trabalho que eu faço eu gosto muito dele. (entrevista 7)
Categorias Iniciais
As dificuldades antes do teletrabalho
• A “pré-história do jornalismo”, processo longo,
demorado, muitos recomeços, causador de problemas e
angústias.
Ah, eu já peguei a fase pré-histórica da empresa, digamos
assim, não tanto, mas na década de cinqüenta, sessenta, era
um trabalho artesanal, mesmo. As redações só com máquina
de escrever, impressoras ainda antigas, linotipo, coisa assim,
todo aquele trabalho. (entrevista 1)
Categorias Iniciais
Prazer no trabalho
• Desafios, felicidade, satisfação por desenvolver um bom
trabalho, reconhecimento do público.
Prazer no trabalho como escritor é escrever uma coisa que eu
queria escrever, que eu me torturei escrevendo, que eu
reescrevi 10 vezes e no final eu li e disse assim: saiu bem! (...)
Prazer no trabalho como jornalista é chegar aqui e lançarem um
desafio: hoje tu vais ter que tratar desse tema, complexo,
envolve muitos interesses... e eu entro ali, acabo dando o meu
recado e se eu dou esse recado bem, eu sinto prazer no
trabalho. (entrevista 4)
Categorias Iniciais
Sofrimento no trabalho
• Falta de tempo, pressão das datas-limite, rotina,
dependência de terceiros, dificuldades estruturais,
período antes da tecnologia da informação causadora de
angústia, somatização.
... essa foi uma fase de sofrimento, por causa dessa angústia,
tanto que, vou te revelar um dado pessoal, eu não tenho
nenhuma dúvida... eu peguei uma hipertensão no tempo que eu
trabalhava no jornal X, de tanta angústia que eu tinha (...). Foi
(...) atribuída à causa emocional. (entrevista 5)
Categorias Intermediárias
Trabalho e satisfação pessoal
• Forma de satisfação profissional e pessoal, realização
de vocação mais importante que remuneração.
Pra mim o trabalho é qualquer atividade que te realize
profissionalmente, independente da remuneração em si. Quero
dizer o seguinte, de repente eu posso fazer o trabalho que não
envolva uma relação de dinheiro, mas que me realize.(...)
Geralmente a gente tem que ganhar uma remuneração por isso,
né, porque a gente precisa sobreviver. (entrevista 2)
Categorias Intermediárias
Sofrimento e prazer no trabalho
• Todo trabalho tem uma parcela de sofrimento em
contraponto ao prazer.
Então eu acho que a atividade profissional, essa coisa do
prazer e do sofrimento, eu acho que tem os dois componentes,
né, e tu ser bem-sucedido numa profissão depende muito do
teu prazer ser maior do que o teu sofrimento, o teu
sofrimento não te causa tanto incômodo, né, quando o prazer
que tu tem de ser um profissional correto e fazer as coisas
que gosta de fazer da maneira como faz. (entrevista 2)
Categoria Final
“Flow” no trabalho
• Trabalho jornalístico oportuniza situações de flow,
diversão, desafios, reconhecimento profissional e
realização pessoal, é uma “cachaça”.
Eu gosto de trabalhar, gosto das pessoas com quem eu
trabalho, eu gosto do tipo de trabalho, eu me divirto. Além de
uma realização, de sobrevivência, também é uma diversão.
(entrevista 3).
E os jornalistas chamam isso de cachaça, que a cachaça é a
parte do prazer. A cachaça é aquilo, é tu ter essa sensação de
tu estares contribuindo pra mudar a sociedade. (entrevista 2).
Conclusões
•O sofrimento é inerente ao trabalho porque a
organização do trabalho ainda está nos modelos de
trabalho e vida industrial.
•Exercer a vocação garante parcela de prazer que ajuda a
compensar o sofrimento.
•O reconhecimento profissional é mais uma parcela de
prazer que compensa o sofrimento no trabalho.
•Trabalho é fonte de “flow” especialmente quando se está
fazendo o que se gosta.
•Satisfação e felicidade no trabalho podem ser mais
facilmente alcançados a partir do estabelecimento de um
novo significado para o trabalho baseado em uma nova
relação com ele.
Metodologia
• Pesquisa qualitativa
– Tema pouco explorado, pequeno número de sujeitos
• Estudo de Caso
– Exame detalhado de uma situação em particular,
análise de uma unidade social, múltiplas fontes de
evidência
• Análise de conteúdo temática
– Entrevistas semi-estruturadas gravadas, transcrição
para texto
• Objetivo
– Analisar impactos do teletrabalho na satisfação
pessoal dos teletrabalhadores
• Objeto de estudo
– Empresa jornalística
• Sujeitos
– Jornalistas-colunistas
Revisão teórica
• Trabalho e Comunicação
– Domenico de Masi
– Giovani Giovannini
– Marvin Perry
• Teletrabalho
– Joel Kugelmass
– Jack Nilles
– Domenico de Masi
• Sofrimento e prazer no trabalho
– Christophe Dejours
– Cláudio Mazzilli e Wilson Lunardi Fº
• “Flow” e felicidade
– Mihaly Csikzentmihalyi
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10. A Controvérsia do Teletrabalho II