Resumos | Abstracts
3º CONGRESSO INTERNACIONAL
DE ARTE-TERAPIA/PSICOTERAPIA
3rd international congress of art-therapy/psychotherapy
2013
14º Congresso Português de Arte-Terapia | 14th portuguese congress of art-therapy
4º Encontro Luso-Brasileiro de Arte-Terapia | 14th portuguese-brazilian art-therapy meeting
4º Encontro da Sociedade Internacional de Psicopatologia da Expressão e Arte-Terapia, em
Lisboa (SIPE-AT) | 4th international SIPE-AT meeting in Lisbon
arte, mito e relacionamento | art, mith and relationship
2 Novembro | Sessão de Abertura na Faculdade de Belas Artes de Lisboa | sessão gratuita
2nd november | Opening | free session
9 e 10 Novembro | Fundação Calouste Gulbenkian Lisboa
9th, 10th November | Presentations & conferences
Programa sujeito a acréscimos e a alterações. Program subject to additions and changes.
DIA 2 NOVEMBRO, 14h às 18h 2nd November, 2pm – 6pm
PRÉ-CONGRESSO / SESSÃO DE ABERTURA
Faculdade de Belas Artes de Lisboa – Chiado
Largo da Academia Nacional de Belas-Artes,1249-058 Lisboa
Telefone: (+351) 213 252 100 [email protected] | Metro: Baixa-Chiado
Sessão Gratuita. Inscrição prévia por email: [email protected]. Apresentações em português.
OPENING SESSION Faculty of Fine Arts of Lisbon. Free session. Registration by email: [email protected]
Presentations in Portuguese.
TEMA | Relação da Educação Artística com outras áreas educativas | Relationship of Arts
Education with other educational areas
Margarida Calado | Portugal
Professora associada e Coordenadora do Mestrado de Educação Artística da Faculdade de Belas
Artes de Lisboa
Transversalidade da Educação Artística
Perante as perspectivas dos actuais responsáveis pela educação, que parecem valorizar apenas
o conhecimento da língua e o domínio da matemática, queremos chamar a atenção para a
importância que uma sólida educação artística tem na formação de crianças e jovens e nas
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consequências sociais dessa prática: - O verdadeiro conhecimento da língua só se alcança pela
fruição estética dos grandes escritores e esse conhecimento pode ser articulado com as artes
plásticas e a arquitectura: por ex. Camões pode ser aproximado do Renascimento e
Maneirismo; Garrett e Herculano podem ser estudados na sua acção em defesa do património;
ou Eça de Queirós pode ser redescoberto à luz da pintura realista de Courbet.
- A educação artística pode contribuir para o desenvolvimento do espírito de tolerância pela
comparação entre as manifestações artísticas de diferentes povos, ajudando igualmente a
compreender diferentes crenças religiosas.
- A educação artística é um elemento fundamental no respeito pelo património histórico e
arquitectónico, evitando que as cidades fiquem desfiguradas por intervenções a nível de grafitti
mal orientados. A valorização do património, mesmo a sua consagração pela UNESCO atrai o
turismo que leva ao desenvolvimento social e económico a nível local.
- A educação artística tem efeitos terapêuticos quer a nível da fruição quer a nível da realização
de obras plásticas. Esses efeitos podem estender-se da ocupação de tempos livres para
crianças, adultos ou idosos, mas também tocar aqueles que necessitam de uma intervenção
mias focada em processos de cura.
Eis porque consideramos um erro a supressão do ensino destas áreas, desejando em
alternativa a sua ampliação.
TEMA | Arte-Terapia e a Educação Artística | Art Therapy and Art Education
Daniela Martins | Portugal | Arte-Psicoterapeuta, Mestre em Educação Artística
Liberdade criativa e desenvolvimento pessoal
E por que falar sobre Arte-Terapia no âmbito da Educação Artística? Pretendemos ressaltar o
ponto de vista artístico e educacional da Arte-Terapia apesar das evidências históricas que a
fazem estar ligada ao meio clínico, como um tratamento psicoterapêutico, de utilização da arte
apenas como um meio facilitador.
Historicamente a Arte-Terapia é cunhada a partir do trabalho efetuado dentro dos hospitais.
Contudo, a prática da Arte-Terapia é fundamentada no meio educacional por profissionais que
investiram esforços numa metodologia vocacionada para o desenvolvimento do potencial
criativo. As primeiras intervenções arte-terapêuticas, seja em Inglaterra, nos Estados Unidos ou
na França, estabelecem fortes ligações com a Educação Artística, sendo de grande influência as
teorias contemporâneas da Educação Artística. Autores como Herbert Read, Viktor Lowenfeld,
John Dewey, e mais tarde Howard Gardner, entre outros, são referências teóricas para
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aplicação da Arte-Terapia a crianças. É nesse momento que a intervenção arte-terapêutica sai
dos círculos hospitalares e instala-se nas escolas, quando é dada uma importância diferenciada
para o desenvolvimento integral infantil.
TEMA | Arte-Terapia e Educação | Art Therapy and Education
Inez Marçal | Espanha
Arteterapeuta no Projeto Terra/Barcelona e Arte-Educadora
Ser para Educar: Arteterapia e compreensão emocional na construção da identidade docente
A educação tem inúmeros desafios, principalmente porque a própria diversidade de miradas
implica distintos tópicos. Entre eles está as implicações emocionais procedentes da convivência
na prática do “ensinar e aprender”. Esto requere uma grande compreensão dos professores. No
entanto, “como compreender ao outro sem compreender a si mesmo? “
Normalmente as propostas de formação não preparam aos docentes para conhecerem a si
mesmos e aos demais. Tão pouco basta ser consciente da existência do outro e sim,
compreender o significado da experiência vivida. O ato compreensivo pode dar-se através do
saber, do intuir, do sentir e do amar... Para impulsioná-lo e potencia-lo é imprescindível cultivar
a atenção. É possível ser destro em observar, em sentir, em acompanhar o que está sucedendose, inclusive sem julgar. Para cultivar esta destreza implica, entre outras coisas: sensibilidade,
discernimento, conhecimento sobre como opera o fenómeno emocional e um saber pessoal
que pertence ao mundo interior em particular. A compreensão dá sustentação para saber
como atuar «em oportunidade de lugar e tempo» (Sesha).
Esta palestra aborda a importância da compreensão emocional, centralizando-se na falta de
espaço para abordá-la no contexto educacional. Enfoca a diversidade humana a partir da
FORMA DE SER de cada um, seus construtos pessoais e a intersubjetividade. O entrelaçamento
de esferas, âmbitos e experiências de vida, abarcam um amplo campo de relações, que é
definido como espectro emocional.
A Arteterapia com veículo de comunicação e representação permite o acesso ao mundo
subjetivo através de um método próprio de compreensão psíquica e educacional. Também se
trata de uma via de conhecimento do processo de individuação, que permite a compreensão
de si mesmo. Assim, ela tem muito a contribuir com a construção da identidade docente,
proporcionando tanto aos educadores como a outros profissionais, ferramentas para
compreender seu próprio SER e acompanhar aos demais.
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TEMA | Interações entre Arte e Qualidade de Vida | Interactions between Art and Life Quality
Angela Philippini | Brasil
Arteterapeuta, Psicóloga, Diretora da Clínica Pomar no Rio de Janeiro
Arteterapia: Novas Artes de Ser
Ver e produzir imagens são atividades presentes na condição humana desde o início dos
tempos, porém, construir imagens que deliberadamente possam transformar estados
emocionais é ação que se insere no contexto das novas e transformadoras práticas
terapêuticas. As recentes descobertas da neurociência, e mais especificamente da
neuroestética, aplicadas às estratégias arteterapêuticas ampliam horizontes, aprofundam a
compreensão das interações corpo e mente mediada pelas atividades criativas e expressivas.
Esta comunica ção pretende abordar e ilustra algumas destas possibilidades, fundamentada em
pressupostos teóricos elaborados pelos neurocientistas: Vilayanur Ramachandran e Giacomo
Rizzolatti.
TEMA | Arte-Terapia/Psicoterapia | Art Therapy/Psychotherapy
Ruy de Carvalho | Portugal | Presidente da SPAT
A Arte de Sonhar Ser - O Modelo Polimórfico de Arte-Terapia/Psicoterapia
Decorridos cerca de 20 anos da génese da Arte-Terapia/Psicoterapia em Portugal, o Modelo
desenvolvido e implementado por Ruy de Carvalho na Sociedade Portuguesa de Arte-Terapia
multiplicou-se em diversas intervenções, envolvendo largas centenas de pacientes, realizadas
pelos seus ex-discípulos e atuais colegas, bem como pelo próprio.
O cunho próprio da Arte-Terapia/Psicoterapia praticada no âmbito da Sociedade Portuguesa de
Arte-Terapia é-lhe conferido por parâmetros de intervenção teóricos e técnicos altamente
diferenciados onde se destaca:
- Formulação de projetos de Arte-Terapia coerentes e eficientes, com critérios de investigação e
validação.
- Especificação dos recursos técnicos artísticos de acordo com as suas valências simbólicas
criativas, comunicacionais e de concretização.
- Homogeneização da estrutura das intervenções de Arte-Terapia de acordo com a sua
fundamentação.
- Parâmetros de intervenção estabelecidos de acordo com princípios coerentes de ação arteterapêutica diferenciada.
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- Contextos de abordagem (settings) arte-psicoterapêuticos promotores da sustentação e
estabilização duma relação arte-psicoterapêutica favorecedora da criatividade colocada ao
serviço da significação mutativa.
- Indicação acurada dos modos de intervenção de acordo com a sua eficácia em função dos
indivíduos e das problemáticas.
Pretende-se aflorar a base dos princípios que distinguem a Arte-Terapia/Psicoterapia da
Sociedade Portuguesa de Arte-Terapia.
DIAS 9 e 10 NOVEMBRO, 10h às 18h
9th 10th November, 10am – 6pm
APRESENTAÇÕES | COMUNICAÇÕES
PRESENTATIONS | COMMUNICATIONS
Fundação Calouste Gulbenkian - Lisbon
Apresentações em português, inglês, francês, espanhol, italiano e russo. Inscrições prévias.
Presentations in Portuguese, English, French, Spanish, Italian and Russian. Prior registration.
TEMA | O Mito em Arte-Terapia | Myth in Art Therapy
Angela Philippini | Brasil
Arteterapeuta, Psicóloga, Diretora da Clínica Pomar no Rio de Janeiro
Imagens Míticas: Memória e Transformação
Esta comunicação tem como objetivo abordar no contexto arteterapêutico a importância da
narrativa e da imagem mítica. O mito escolhido para ilustrar o tema da memória será a história
de Mnemósime (deusa grega da Memória) e suas filhas, as Musas inspiradoras da criação
artística. Assim, lembrar, relembrar e transformar através dos processos de criação artística,
produções de imagens e reconexão ao inconsciente pessoal e coletivo fortalecendo o processo
de autoconhecimento.
Paula Guerrinha | Portugal
Arte-Psicoterapeuta, Membro da SPAT
Medusa e Narciso. O Olhar e o Espelho em Arte-Psicoterapia
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Os mitos de Medusa e Narciso remetem-nos para o medo e simultaneamente para a
sedução do olhar.
A imagem em Arte-Psicoterapia evoca ora o fascínio do espelho de água, ora a repulsa e
petrificação mortífera do olhar.
Criar em psicoterapia significa o confronto com a vertigem do espelho, com o Self e com o
Outro, persona e sombra.
Eu, aos meus olhos e Eu, aos olhos do Outro, componentes essenciais de autoimagem e do
processo identitário revelam-se nas criações-espelho como reflexo e projeção de um mundo
interno real e imaginário.
The myths of Medusa and Narcissus send us to fear and simultaneously to the seduction of
one´s looks. The image in art-psychotherapy evokes the fascination within the mirror of water
as well as the repulsion and deathly petrification of the eye. Creating in therapy implies
confrontation with the mirror´s vertigo, with one´s Self and the Other, persona and shadow.
Self in one´s own eyes and Self in the eyes of the Other, are essential components of self
portrait and identity. Mirror-Images reflect projections of a real and imaginary internal world.
Fátima Ferreira de Matos | Portugal
Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta, Arte-Psicoterapeuta, Membro da SPAT
Crepúsculo dos Deuses: A Verdade Como Reconstrução da Identidade
A semiologia da Arte Terapia em contexto Psicoterapêutico e o seu paralelismo a uma obra
clássica: tal como numa das obras de Wagner, a sociedade atual é patriarcal e disfuncional,
onde o poder se sobrepõe ao amor, contribuindo para o aprisionamento do verdadeiro self do
indivíduo.
No contexto psicoterapêutico, criação artística e mito, são muitas vezes, a chave para abrir as
profundezas do Eu do paciente e libertar o seu verdadeiro self.
Twilight of the Gods - The Truth and Reconstruction of Identity
The semiology of art therapy in psychotherapeutic context and its parallelism the a classic
work: as in the works of Wagner, today,s society is patriarcal and dysfunctional, where the
force of power overrides the power of love, contributing to the imprisonment of the true
self_of the individual. In the psychotherapeutic context, artistic_creation and myth are often,
are the key to open the depths of the patient, and release your true self.
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TEMA | Arte e Relacionamento | Art & Relashionship
Luís Delgado | Portugal
Psicanalista e Professor Universitário ISPA e AP
Importância da Arte na Formação do Psicoterapeuta
Esta comunicação aponta algumas razões para incluir uma disciplina de sensibilização à Arte e
Literatura num programa estruturado de formação de terapeutas, tendo em conta as
características do fenómeno de recepção do objecto estético e o treino do psicoterapeuta na
escuta e compreensão da subjectividade do paciente e de si próprio.
- As artes plásticas e literária consideradas não como mero divertimento ou passatempo mas
como portadoras de um saber (diferente do saber científico) sobre o mundo e o humano;
- A dificuldade do conhecimento psicológico do outro é mitigado pela arte e literatura,
facilitando aceder ao outro para partilhar os seus pontos de vista e afectos;
- A arte e a literatura permite a empatia e identificação com o outro radicalmente diferente,
retirando o sujeito do seu mundo pessoal e estreito;
- A arte e a literatura propõem uma visão coerente e concreta das coisas, interrogando o
sujeito e obrigando-o a questionar-se e a conhecer-se.
Importance of Art to Training of the Psychotherapist
This communication outlines some reasons to include a discipline of awareness to the Art and
Literature in a structured program of training of therapists, taking into account the
characteristics of the phenomenon of reception of the aesthetic object and the training of the
psychotherapist in listening to and understanding of the subjectivity of the patient and
themselves own.
-
Visual arts and literary regarded not as mere amusement or pastime but as bearers of
knowledge (other than scientific knowledge) about the world and the human;
-
The difficulty of psychological knowledge of the other is mitigated by the art and
literature, facilitating access to each other to share their views and affections;
-
The art and literature allows empathy and identification with the radically different
one, removing the subject of his personal world and narrow;
-
Art and literature propose a coherent and concrete vision of things, questioning the
man and forcing him to question and know himself.
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Inez Marçal | Barcelona
Arteterapeuta E Arte-Educadora
As relações e a intersubjetividade emocional
São diversas as maneiras de enfocar as relações. Da mesma forma cada pessoa - seja educador
ou educando, marido ou esposa, patrão ou empregado... -, independente do contexto, todos
temos uma característica própria em nossa forma de relacionar-nos. Sejam estas conosco
mesmos ou com os demais.
Em cada momento da vida, nos manifestamos desde a esfera de um “eu, tu, nós, vocês, eles,
mundo...”. Em cada posição, apresentamos uma maneira de perceber e compreender nossas
vivências e as de quem nos rodeia. Cada “esfera” se manifesta dentro de um âmbito emocional,
próprio do contexto de interação. O que implica um tipo de experiência emocional e um tipo
de relação correspondente:
- âmbitos:
- subjetivo: experiência individual – relação “eu comigo”
- intersubjetivo: experiência com o outro – relação “interpessoal”
- coletivo: experiência compartida – relação “grupal”
- socio-cultural: experiência social – relação “informal”
Conforme expressa Tolle1, é difícil que uma pessoa se transforme a se mesma e certamente não
poderá transformar a nenhuma outra pessoa. O que sim se pode fazer é «criar um espaço para
que ocorra a transformação». Em este sentido, a arteterapia pode ser uma opção dada sua
facilidade para criar um ambiente para o diálogo e para assimilar a compreensão emocional.
Fausto Sergej Sommer | Suíça
Professor de arte e Arte-Psicoterapeuta
InArDI - Interpersonal Arts Dialogue
The method presented is a non-verbal psychotherapeutic method, which is informed by an
active involvement or even partnership of the therapist. This involvement includes not just the
intellectual faculties of the therapist but his whole creative being. In fact the method requires
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TOLLE, Eckhart (2001) “El Poder del Ahora” – Madrid: Gaia.
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the attention and awareness on many a dimension and a heightened conscious that bridges
scientific knowledge with artistic intuition. The therapist is not mere onlooker, intellectual
analyst, performer of a set act or follower of a rigid technique but rather a sensitive eye and
heart, both set in a quantum mechanical universe. Here the therapeutic environment becomes
a true relationship in which each particle is highly aware of the other and behaves accordingly.
The barriers of the secondary process are significantly reduced and the art process gains
centre stage. In fact the therapist and the client or the group become real bonded partners on
the path of finding a healing solution. This therapeutic relationship requires openness, trust,
acceptance, letting go of concepts and a creative mind, which is capable of utilizing the
unusual or even incomprehensible.
Although this method is new in its approach, application has been carried out successfully in
mental health institutions, care centres and private practices. Research has also been
undertaken proofing its efficiency.
Originating in Switzerland this method has spread far beyond its boarders. Accessing many a
dimension and going beyond normal thinking is its bedrock. Reflection occurs though artistic
reflection, emotional intelligence, intuition and last but nor least experience and knowledge.
What is required in order to learn and apply this method?
- An open mind
- Belief that existence is not restricted to three dimensions
- Sound knowledge of therapeutic interaction
- High trust in one’s own being, one’s own potentials and creativity.
TEMA | Infância, Adolescência, Mito e Arte-Terapia | Childhood, Adolescence, Myth & Art
Therapy
Carla Amaral e Catarina Capinha | Portugal
Arte-Terapeutas da Fundação “O Século”, Membros da SPAT
"Como se rasga o céu?" Intervenção de Arte-Terapia com crianças com dificuldades
relacionais
Na infância (e não só), passamos múltiplas vezes por certas dificuldades de expressão. Quantas
vezes a criança não compreende o que se passa à sua volta, coisas tão simples como a razão de
ter de ir para a mesa quando até passa na televisão a melhor cena dos desenhos animados. A
razão de ir para à escola mesmo que faça frio ou o cansaço e o sono os vença, a obrigação de
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fazer os trabalhos de casa quando a brincadeira os espera impaciente e para terminar, no final
do dia, quando esperam alguma contenção, eis que são as criaturas mais felizes do mundo
porque afinal...”são crianças e em criança é que se tem uma vida boa, sem preocupações”...
dizem os adultos.
Mas como explicar às crianças as dificuldades por elas vividas, quando a receita está
desequilibrada? Onde os pais têm tempo a menos, os professores têm alunos a mais e assim
decorre o tempo onde falamos muito das crianças mas falamos pouco com elas.
Surgem as dúvidas, as dificuldades, o porquê de não terem mais atenção, porque se sentem
tão pequenas no seu ambiente e porque é que não é compreendida. Dúvidas que as levam a
perguntas mais bizarras (para o adulto) até.... como se rasga o céu?
Apresentamos a intervenção com um grupo de crianças com tantas dúvidas como qualquer
humano, com idades compreendidas entre os 7 anos e 10 anos, e cujo as respostas ainda não
residem no seu saber. Procuram com a ajuda de um acompanhamento terapêutico de base
artística, respostas para o seu mundo onde a pequenez do tamanho é vencida pela
grandiosidade da curiosidade. Com sessões de Arte-Terapia em regime semanal, são
acompanhados na Fundação “O Século”, Instituição Particular de Solidariedade Social. Perante
as dificuldades de integração escolar e familiar torna-se importante estimular nestas crianças
as competências criativas e artísticas experimentando o prazer criativo, a autonomia e
capacidade de decisão, longe das regras e limitações da escola.
"As if ripping the sky?". Art Therapy Intervention with children with relational difficulties
In childhood (and not only), we went through certain difficulties of expression multiple times.
Often the child does not understand what is going on around, things as simple as the reason
for having to go to the table exactly when TV has the best cartoon scene. The reason to go to
school even if it is cold or fatigue and sleep mature, the obligation of doing homework when
waiting impatiently to play and finally, at the end of the day, when they expect some restraint,
behold, they are the happiest creatures in the world because after all ... "they are children and
as a child you have a good life without worries" ... adults say.
But how to explain to children the difficulties they experience when recipe is unbalanced?
Parents are short of time, teachers have too many students and thus time elapses, while
talking a lot about children but too little with them.
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Doubts and difficulties arise, why not having more attention, why do they feel so small in their
environment and why they do not understand me. Questions that lead to the most bizarre
questions (for an adult) as... if ripping the sky?
We now present the intervention with a group of children with so many doubts as any other
creature, who are aged between 7 and 10 years, and whose answers do not yet occupy their
knowledge. With the help of a therapeutic follow basic artistic, they seek responses to their
world, where smallness of size is overcome by the grandeur of curiosity. They are followed at
Foundation "O Século", a Private Institution of Social Solidarity, with art therapy sessions at
weekly regimen. Given the difficulties of schoolar and family integration, it becomes important
to stimulate these children in their creative and artistic skills, experiencing creative pleasure,
autonomy and ability to decide, away from the rules and limitations of the school.
Claudia de Carvalho Cavicchia | França
Arte-Terapeuta da Fondation des Apprentis d’Auteuil e Association des Groupes de Soutien à
l’Adoption (AGSA 44) – França, Membro da SIPE-AT
A dupla face de Eros como fundador de uma prática de Arte-Terapia com crianças e
adolescentes.
Esta apresentação pretende mostrar uma experiência em Arte-Terapia com jovens fundada
nos movimentos de criatividade engendrados pelos princípios de Eros primordial e do jovem
Eros como resposta a problemáticas identitárias e/ou de impulsividade, agitação, violência,
carências, falta de sentido à vida, inapetência escolar, apatia; deficit de autonomia, confiança,
autoestima, limites.
Quando comecei a acompanhar crianças e adolescentes como arte-terapeuta num centro
escolar francês, uma de minhas maiores dificuldades foi orientar minha prática em função das
problemáticas desses jovens, muito diferentes (pelo menos na expressão) das que eu
costumava ver em meu país natal, o Brasil.
Foi na mitologia grega que encontrei o fio condutor que me permitiu dar sentido (propósito e
orientação) à minha prática de Arte-Terapia com esses jovens.
Segundo Vernant, existem duas versões de Eros: Eros primordial, Deus da Criatividade, pulsão
responsável pelo dinamismo, que permite a manifestação da multiplicidade latente na unidade
pela contração da abundância; e o jovem Eros, Deus do Amor, que necessita do encontro entre
duas unidades para perpetuar a criação.
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Esse duplo movimento de Eros como gerador de criatividade constitui então o princípio
fundador de minha ação com tais jovens, cujos contextos socioculturais e familiares são fontes
de choques constantes, necessitando de grandes capacidades de resiliência para se
desenvolver positivamente e de simbolização para evitar, atenuar ou substituir o sintoma.
A necessidade de um e /ou outro movimento de Eros para tais fins (simbolização, resiliência) é
o que vai orientar minha pratica, apontando a direção do acompanhamento de cada jovem a
cada momento.
The double face of Eros as the founder of a practice in Art Therapy with Children and
Adolescents
This presentation intends to show an experience in Art Therapy with youngsters founded in
the creative movements generated by the principals of the primordial Eros and the young Eros
as a response to identity problems and / or impulsivity, agitation, violence, deprivation, lack of
meaning in life, uninterest in school, apathy; and the lack of autonomy, confidence, selfesteem and limits.
When I began my work as an art therapist with children and adolescents at a French school
center, one of the major obstacles I faced was to orient my practice towards the problems of
these youngsters, who were extremelly different (at least in their expression) to the ones I was
used to deal with in my country of origin, Brazil.
It was in the Greek Mythology where I found a conducting line that allowed me to bestow
meaning (purpose and orientation) to my practice of Art Therapy with these youngsters.
According to Vernant, there are two versions of Eros: The Primordial Eros who is the God of
Creativity, the pulsion responsible for dynamism that allows the manifestation of multiplicity
inherit in the unity by the contraction of abundance; and the Young Eros, God of Love, who
needs the encounter of two units to perpetuate creation.
This double movement of Eros as the begetter of creativity, constitutes then the founding
principle of my work with mentioned youngsters, whose socio-cultural and home contexts are
sources of constant shock, thus needing great capacity for resilience to be able to develop
poisitively and symbolization to avoid, attenuate and substitute the symptom.
The necessity of either moviment of Eros for such purposes (symbolization, resilience) is the
orienting factor in my practice, leading the way in the accompaniment of these youngsters.
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Lony Schiltz | Luxembourg
PhD in Clinical Psychology, HDR. Head of studies of the Master curriculum “DESS en Arts
therapies de l’Université du Luxembourg”
The Archetype of the Double: Favoring the Identity Quest of Adolescents with the help of
Stories Written under Musical Induction
During arts psychotherapy with adolescents, based on a combination of active music therapy
with the production of stories under musical induction and verbal elaboration, the archetype
of the alter ego frequently appears in texts written by adolescents. This archetype shows its
different facets during the psychotherapeutic process.
The content analysis of these meaningful figures allows us to answer the following questions:
-
Can we recognise in these symbols compensatory features regarding the subject’s
initial problems?
-
Do they gradually expand during the therapeutic progress, so that they reflect the
integration of the hidden and split parts of the self?
-
What is generally their role in the identity quest of adolescents, beyond the realm of
psychopathology?
Natacha Proença de Mascarenhas1 e Rita de Brito2 | Portugal
Psicóloga Clínica e Arte-Psicoterapeuta1; Psicóloga Educacional e Arte-Psicoterapeuta2
No Labirinto do Desamor como encontrar o Amor? História de vida de uma Adolescente
Institucionalizada
A idealização de um amor quando confrontado com as vicissitudes da vida pode levar a
deceções dolorosas que por vezes podem ser sentidas como irreversíveis. Assim sendo, como
pode a Arte-Terapia reparar o Desamor e transformá-lo na possibilidade de Amar e ser
Amado? Esta apresentação incide sobre a História de Vida de uma Adolescente
Institucionalizada, que atualmente está numa intervenção grupal em Arte-Terapia. Numa
breve reflexão pretendemos ilustrar o percurso realizado, nesta intervenção, por esta
adolescente.
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SEMINÁRIO | Arte-Terapia Grupanalítica | Seminar/Discussion | Art Therapy Grupanalitic
Gerry McNeilly | Inglaterra | Arte-Psicoterapeuta, formador da SPAT
TEMA | Mitos Pessoais na Arte | Personal Myths in Art
Clarissa Meroni de Souza e Ana Carla Martino van der Laan | Brasil
Psicólogas e Equoterapeutas
EquoArte: Equoterapia e Arte- terapia, (re)conectando-se a sua própria essência
O homem sempre buscou na história os arquétipos que norteiam o inconsciente humano e
que são identificados em sua conduta. O mito, por ser uma forma de expressão dos
arquétipos, instigou a pesquisa e a elaboração deste estudo. Conteúdos internos expressados,
através dos recursos da arte terapia, passíveis de relação ao Mito do Centauro foram
identificados naqueles que praticam Equoterapia ou o horsemanship.
O homem quando montado a cavalo, o percebe como uma extensão de si, e por um prisma
mítico, esta imagem se assemelha a de um centauro. Por séculos, homens e cavalos através
desta relação simbiótica e simbólica, revivem sentimentos arquetípicos provenientes desta
experiência singular de fusão, recriando em nossa memória ancestral uma experiência mítica
de nos sentirmos tal como o mito.
EquoArte é um programa que oportuniza vivências do Horsemanship, a construção de um
relacionamento de confiança, que reconhece a singularidade, a força e o poder deste animal, e
assim, reflete quanto aos sentimentos arquetípicos emergidos. Um ambiente de respeito é
construído e serve de alicerce para mudanças positivas e de crescimento pessoal, utilizando o
cavalo como um meio natural e a Arteterapia como ferramenta de expressão dos sentimentos
mobilizados durante este processo. Valores que alicerçam as relações interpessoais (respeito,
confiança, cooperação) o desenvolvimento de habilidades específicas (liderança, motivação,
persistência) são identificados e organizados simbolicamente através da construção de uma
Mandala.
Carl Jung introduziu o conceito de Mandalas na cultura ocidental como um símbolo que
representa a personalidade total, ou Self. Na arteterapia é um recurso de autoconhecimento.
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É possível dar atenção à linguagem do inconsciente, fortalecer nossa relação com o Self
criando Mandalas. Elas organizam energias arquetípicas do inconsciente numa forma que pode
ser assimilada pela consciência em favor do crescimento do indivíduo.
EquoArte : Equine Therapy and Art Therapy, ( re) connecting to its own essence
Man has always sought in history the archetypes that guide the human unconscious and that
are identified in their conduct. The myth, as a form of expression of the archetypes, instigated
the research and preparation of this study . Internal contents expressed through art therapy
resources, subject to the relation Myth Centauri were identified in those who practice
Therapeutic riding or horsemanship.
The man when on horseback, perceives it as an extension of themselves, and a mythical
perspective, this resembles a centaur. For centuries , men and horses through this symbiotic
relationship and symbolic , archetypal relive feelings from this experience unique fusion
recreating in our ancestral memory mythic experience of feeling as the myth .
EquoArte is a program that provides opportunities experiences Horsemanship, building a
relationship of trust , which recognizes the uniqueness , strength and power of this animal, and
thus reflected as the archetypal feelings emerged . A respectful environment is built and serves
as the foundation for positive change and personal growth, using the horse as a natural and
Art Therapy as a tool for expression of feelings mobilized during this process. Values that
underpin interpersonal relationships (respect, trust, cooperation) the development of specific
skills (leadership, motivation, persistence) are identified and organized symbolically by
constructing a Mandala .
Carl Jung introduced the concept of Mandalas in Western culture as a symbol that represents
the total personality, or Self. In art therapy is a resource of self.
It is possible to give attention to the language of the unconscious, to strengthen our
relationship with the Self creating Mandalas. They organize archetypal energies of the
unconscious in a form that can be assimilated by consciousness in favor of the growth of the
individual.
Juliana Maria de Melo Esteves | Brasil
Enfermeira e Arteterapeuta
Vivenciando Histórias: Imageação Terapêutica
3º CONGRESSO INTERNACIONAL DE ARTE-TERAPIA/PSICOTERAPIA
3rd international congress of art-therapy/psychotherapy 2013
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Esta proposta consiste num processo arteterapêutico que engloba uma sequência de fases
interligadas, dando sentido à necessidade de materializar mentalmente os desejos e as
emoções. Como a vivência remete a “presentes simbólicos”, a pessoa submetida ao processo
será chamada “presenteado”. São seis fases que vão ocorrendo uma após a outra. O primeiro
passo é a construção de uma história com inicio simples e final que desperte questionamentos
e aborde a necessidade de recebimento de alguns presentes; o segundo passo é a explicação
da proposta de trabalho, com a produção plástica enfocando as emoções que precisam ser
trabalhadas, quais os pontos que precisarão ser liberados no processo. No terceiro passo, será
preciso listar aproximadamente 3 características de descarte e 3 de recebimento. O
presenteado deita-se em decúbito ventral (de bruços). Com uma cuia posicionada na região
lombar, orienta-se o processo de imageação em que os elementos que devem ser descartados
vão para o interior da cuia, que aos poucos é preenchida desse material de descarte que deve
ser desprezado, devolvido para a natureza. No quarto passo ocorre o “Recebimento”: aqueles
elementos que precisam fazer parte do equilíbrio do presenteado, são colocados na cuia, que
simbolicamente foi limpa após a retirada, é derramado sobre o corpo do presenteado aqueles
componentes, percorrendo o corpo da pessoa em posição levemente inclinada e o
presenteado deve fazer a imageação desse recebimento. Quinto passo: Selando o processo- A
cuia percorre o corpo do presenteado, massageando e fazendo um movimento de
acabamento, com sua parte externa, lisa, selando as trocas que foram realizadas. O sexto
passo é uma fase de avaliação, em que o presenteado levanta-se lenta e confortavelmente,
fará suas observações sobre a experiência e deve referir-se à sua produção em que foi
simbolizado o descarte como exercício de reafirmação.
Experiencing Stories: Therapeutic Image-action
This proposal consists of an art therapeutic process which comprises a sequence of
interconnected phases, giving meaning to the need to mentally materialize desires and
emotions. As the experience refers to "symbolic gifts", a person undergoing the process will
be called "received". There are six subsequent phases that happen one after another. The first
step is the construction of a story with a simple beginning and end which trigger questions and
addresses the need of receiving some presents. The second step is the work proposal
explanation, comprising plastic production focusing on the emotions that need to be worked,
and the points that with need to be released in the process.
In the third step, it is going to be necessary to list approximately three characteristics of
discard and three of receipt. The "received" lies in prone position (on stomach). Using a
calabash placed on the lumbar region, and it starts the guidance through the process of
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making, inventing and composing images without decipher them in which the elements that
must be discarded will go to the inside of calabash, that little by little is filled with this material
of discard that must be discarded and returned to nature. In the fourth step the "reception"
occurs: the elements that need to be part of the "received" person’s balance are placed in the
calabash, which was symbolically cleaned after the withdrawal, and these elements are poured
over the rewarded person’s body, flowing through the person’s body which is in a slightly tilted
position and the "received" person should be able to make, invent and compose images
without decipher them (Image-action). Fifth step: Sealing the process – The calabash runs
through the "received" person’s body, massaging it and making final movement, with its flat
smooth outer part sealing the exchanges which were carried out during the process. The sixth
step is an evaluation phase, in which the "received" person stands up in a slowly and
comfortably way, and he/she will speak about his/her experience , and what he/she felt when
the negative elements were disposed, and this will be an exercise of reaffirmation.
Nara Maria Forte Diogo Rocha e Roxane Mangueira Sales Aragão Pinheiro | Brasil
Professoras universitárias - Universidade Federal do Ceará e Universidade de Fortaleza
Mito, arte e menstruação: uma análise do feminino em “a tenda vermelha”.
A menstruação constitui-se para Koss (2004) como um importante traço identitário do
feminino. Seu significado antes associado à possibilidade de conexão com os mistérios da
morte e da vida encontra-se atualmente esvaziado. A menstruação, assim como o feminino
encontram-se invisibilizados e tal situação tem severas consequências somato-psíquicas. Neste
âmbito é importante analisar a narrativa tecida por Diamant (2010) sobre outra forma de viver
a menstruação, e consequentemente o ser mulher, associada ao fluxo da vida, plena de
complexos significados. Assim, o presente texto visa dar subsídios para a facilitação de grupos
vivenciais de mulheres que abordem temáticas referentes à vida feminina. A obra de Diamant
(2010) retrata a perspectiva feminina da história bíblica de Jacó, do ponto de vista de sua filha
Dinah, que aqui é analisada como uma experiência de sentido (Campbell, 1988). A narrativa é
passada no cotidiano das quatro mulheres que cuidam de Dinah, bem como de suas
transformações e dos eventos que acontecem ao longo de sua vida, silenciados e esquecidos
como sua história e invisíveis como a vivência simbólica da tenda vermelha. Este espaço, a
tenda, era reservado às mulheres no período menstrual. Os significados atribuídos à este
espaço/tempo/fenômeno biológico são tensionados nos embates entre as culturas matrifocais
e patriarcais, o que permite às mulheres contemporâneas uma identificação com as
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personagens e então a narrativa opera. A menstruação pode ser experimentada como um
momento de recolhimento criativo, onde a vida e seu reverso se encontram sem a separação
sagrado/profano tão características das culturas patriarcais e solares. Diamant (2010)
possibilita assim uma compreensão do desenvolvimento da mulher de uma perspectiva lunar,
que engloba aquisições, progressos e avanços, bem como perdas, depressões, tropeços e
atrasos no contexto maior dos processos de transformação.
Myth and art period: an analysis of female in "red tent"
Menstruation is to Koss (2004 ) an important trait of feminine identity . Its meaning, before
associated with the possibility of connecting with the mysteries of death and life, is currently
emptied . Menstruation, as the feminine are invisible and this situation has severe
consequences somato - psychic . In this context it is important to analyze the narrative wrote
by Diamant (2010 ) about another way of experiencing menstruation, and therefore the
woman be associated with the flow of life , full of complex meanings . Thus, this paper aims to
make allowances for the facilitation of experiential groups of women that address issues
related to women's lives . The work of Diamant (2010 ) represents the female perspective of
the biblical story of Jacob , from the point of view of his daughter Dinah , which is analyzed
here as a sensitive experience ( Campbell , 1988) . The narrative talks about the routine of four
women who take care of Dinah , as well as their transformations and events that happen
throughout their lives , silenced and forgotten as its history and invisible as the symbolic
experience of the red tent . This space , the tent, was reserved for women in the menstrual
period . The meanings attributed to this space / time / biological phenomenon are tensioned in
clashes between cultures matrifocal and patriarchal , which allows contemporary women to
identificate with the characters and then the narrative operates . Menstruation may be
experienced as a creative time, where life and its reverse are together without tearing apart
sacred and profane aspects,
so characteristic of patriarchal and solar cultures . Diamant
(2010) thus provides an understanding of women's development from a lunar perspective ,
including acquisitions and advances , as well as loss , depression , setbacks and delays in the
larger context of the transformation processes.
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TEMA | Arte, Relacionamento e Saúde Mental | Art, Relashionship and Mental Health
Andresa Ribeiro Thomazoni1 e Tania Mara Galli Fonseca | Brasil
Psicóloga e doutoranda em Informática na Educação UFRGS1
Uma coleção de arte em meio a um hospício: potências de resistência e criação
Esta apresentação refere-se à pesquisa realizada na Oficina de Criatividade situada no Hospital
Psiquiátrico São Pedro, o hospício mais antigo do Rio Grande do Sul, Brasil, fundado em 29 de
junho de 1884. Criada em 1990, este espaço permite que usuários-moradores desenvolvam de
forma livre atividades de pintura, escrita, bordado e modelagem.
Em nossa pesquisa cartográfica, nos propomos a lançar um olhar para as forças que são
capazes de atravessar um corpo, o corpo de Luiz Guides, uma tentativa de captar o rumor
expressivo de uma vida. Não queremos aqui falar de uma história pessoal, de um sujeito
psicológico, de um ego ou uma identidade, mas visibilizar a potência do tempo, de sua cisão
em outras temporalizações possíveis expressas no conjunto das obras examinadas. Referimonos a um encontro com tintas e telas, encontro de expansão de vida que se concretizou por
Luiz Guides interno há 60 anos na clausura do hospício. Sua pintura torna-se assim um
território existencial possível em meio à adversidade do hospital psiquiátrico, pintura que nos
aparece como dobras da potência de um corpo, que nos faz pensar em tantos outros, também
silenciados pelos discursos da razão científica e moralizante. Vida e obra em imagem-tempo,
que nos lançam na vertigem de um intempestivo que se abre para devires de resistência e
criação.
A collection of art inside an asylum: powers of resistance and creation
This presentation refers to research conducted at the “Oficina da Criatividade” (Creativity
Workshop), in the São Pedro Psychiatric Hospital, the oldest asylum in Rio Grande do Sul,
Brazil, founded on June 29, 1884. Since 1990, this space allows its users and residentes to
freely develop activities such as painting, writing, embroidery and modeling.
In our cartographic research, we propose to take a look at the forces that are able to cross a
body, the body of Luiz Guides. An attempt to capture the expressive whispering of a lifetime.
We don’t want to simply talk of a personal story, a psychological subject, an ego or identity,
but visualize the power of time, its split into other possible temporalizations expressed in the
set of works examined. We refer to an encounter with paint and canvas, a life expansion
encounter that was achieved by Luiz Guides, inmate for sixty years in the cloister of the
asylum. His painting thus became a possible existential territory, in the adversity of a
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psychiatric hospital. It appears as folds of the power of a body, which makes us think of many
others, also silenced by the moralizing discourse of scientific reason. Life and work in timeimage, that throw us in the vertigo of a becoming that is open to resistance and creation.
Stefanie Gil Franco | Brasil
Antropóloga
Osório César e a expressão artística dos alienados
Esta apresentação busca discorrer sobre as pesquisas de Osório César no Hospital Psiquiátrico
do Juquery, Município de Franco da Rocha, São Paulo, durante a primeira metade do século XX
– período em que produziu uma extensa pesquisa acerca da capacidade artística dos
alienados. Osório Thaumaturgo Cesar, além de sua formação em psiquiatria, muito se
interessava por crítica de arte. Unindo estes dois campos de estudos, produziu uma série de
trabalhos relacionados a capacidade dos “homens alienados” de produzirem, a partir de
expressões provindas do inconsciente, símbolos de interesse artístico. Para isso, Osório César
dedicou-se ao estudo da psicanálise freudiana e das formas instintivas ou primitivas de
produção artística, como ele próprio sugeria. Nesta apresentação a proposta é dialogar com o
livro publicado por ele em 1929, “A expressão Artística dos Alienados: contribuição para o
estudo dos symbolos na arte”, considerando sua importância não apenas para os estudos da
psicologia, mas também pelo interesse que esta publicação criou na produção de artistas
modernistas do período. A relevância do livro foi tamanha que, em 1933, Osório César junto a
Flávio de Carvalho – um dos grandes nomes do modernismo brasileiro – criou o “Mês das
Crianças e dos Loucos”, evento que uniu artistas e médicos psiquiatras entorno de um mesmo
interesse: a arte primitiva e sua simbologia. Para tanto, a apresentação buscará investigar os
principais caminhos teóricos perseguidos por Osório César na publicação de 1929 para, com
isso, compreender a importância dos símbolos ditos “primitivos” tanto para a área da
psicologia quanto para o campo das artes.
This communication intends to discuss about Osorio César’s research in the Psychiatric
Hospital of Juquery, in the city of Franco da Rocha, São Paulo, during the first half of the
twentieth century – a period he produced extensive research about the artistic ability of the
insane. Thaumaturgo Osório César, beyond his psychiatric education, was very interesting in
art criticism, having published several texts in local newspapers. Joining these two fields of
study, he produced a series of works about the ability of the “insane man” to produce, from
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the expressions of unconscious, symbols of artistic interest. For that, Osório César devoted
himself to Freudian psychoanalysis studies and to “instinctive or primitive forms of artistic
productions”, as he own suggested. In this communication, the proposal is a dialogue with the
book published by him in 1929, “The artistic expression from the insane: contribution to the
study of symbols in art”, considering its importance not only to the study of psychology, but
also for the interest which this publication created in modernist artist production of the
period. The relevance of the book was such that in 1933 Osório César along with Flávio de
Carvalho – one of the most important Brazilian modernist – created the “Month of Children
and Madmans”, an event which joined psychiatrics and artists around a common interest: the
primitive art and its symbology. Therefore, the communication propose to investigate the
main theorical paths pursued by Osório César on publication from 1929 to comprehend, with
this, the importance of the symbols called “primitive” to both psychology and arts.
TEMA | Arte, Palavras e Relacionamento | Art, Words and Relationship
Tiago Domingos de Oliveira Coelho | Brasil
Graduando do curso de Letras
Narrativa de contos como ferramenta motivacional na educação de jovens e adultos
O estágio supervisionado I da disciplina curricular do curso de Letras da Universidade Estácio
de Sá permitiu-me ter a primeira experiência coletiva com um grupo do Projeto Escolar de
Jovens e Adultos numa escola pública do Rio de Janeiro no período noturno.
O que se via eram jovens desatentos e despreocupados com seus estudos, mesmo aqueles que
estavam indo em busca de conhecimento faltava uma motivação à mais para que pudessem
permitir-se um melhor aproveitamento do convívio escolar. É relevante que as condições
sociais tenham um certo peso na vida desses jovens, pois há uma enorme diversidade de
problemas que envolvem o mundo desses alunos. Muitos se veem discriminados, esquecidos
diante da sociedade e dos governantes muitos deles moram em áreas carentes da cidade. Para
alguns alunos era nítido a impaciência e o tédio de estarem nas aulas, assim como outros
sequer anotavam a matéria no caderno.
A partir do primeiro trabalho usando o conto africano os alunos desenvolveram o desenho e a
escrita criativa.
Tive uma boa impressão daquele momento, de como aqueles alunos
conseguiram se expressar de maneira simples e objetiva. A relação turma, professor estagiário
e professor começou a ser mais dinâmica e confiável.
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A cada redação pude observar que os alunos começaram a manifestar seus dilemas e a
compartilhar suas preocupações e temores. A narrativa dos contos africanos proporcionou
uma experiência incrível, não havia mais necessidade de selecionar o que iria ser aplicado, mas
deixava que a energia que nos envolvia trouxesse o direcionamento. Assim foram
desenvolvidas variadas técnicas sempre relacionadas com a escrita criativa. Foi gratificante ver
ao final do período que os alunos se interagiam, se organizavam em grupos, se expressavam e
demonstravam melhor rendimento escolar.
Narrative stories as a motivational tool in education of youth and adults.
The discipline I supervised the course curriculum of Arts, University Estacio de Sa allowed me
to have the first group with a collective experience of Project School Youth and Adults in a
public school in Rio de Janeiro in the period night. What we saw were young and carefree
careless with their studies, even those who were going in search of knowledge lacked a
motivation for more so they could afford a better use of school life. It is important that social
conditions have a certain weight in the lives of these young people, because there is a huge
diversity of issues surrounding the world of these students. Many find themselves
discriminated against, neglected in society and governments many of them live in poor areas
of the city. For some students it was clear the impatience and boredom of being in class, as
well as other even wrote down the matter in the notebook.
From the first work using the tale African students developed the design and creative writing. I
had a good impression of the moment, how these students were able to express themselves
simply and objectively. The relationship class, student teacher and teacher began to be more
dynamic and reliable.
Every essay I observed that the students began to express their dilemmas and to share their
concerns and fears. The narrative of African tales provided an amazing experience, there was
no need to select which would be applied, but let that energy that surrounded us bring the
direction. So were developed various techniques always related with creative writing. It was
gratifying to see the end of the period that students interacted, organized themselves into
groups, were expressed and demonstrated better school performance. So were developed
various techniques always related with creative writing. It was gratifying to see the end of the
period that students interacted, organized themselves into groups, were expressed and
demonstrated better school performance.
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Juan Román Benticuaga | Espanha
Maestro. Doctorando Fac. Comunicación Univ. Sevilla
Construir palabras, escribir imágenes
Las experiencias Dedos dándose besitos y una ciudad bajo el mar y Cuaderno sin palabras
realizadas desde la aplicación de la creatividad y la Arteterapia en el contexto educativo han
permitido que alumnos y alumnas de tercer ciclo de Educación Primaria con Necesidades
Específicas de Apoyo Educativo como son las Altas Capacidades, Síndrome de Williams y
Trastorno de Déficit de Atención por Hiperactividad profundicen en la escritura creativa
mediante la creación de textos a partir de imágenes, conceptos visuales y construcción oral. La
experiencia permite que el alumnado a través de técnicas creativas, que profundizan en el
pensamiento divergente se introduzcan en la generación de analogías simbólicas para
construir su aprendizaje a través de producciones creativas en las que deciden por si mismos la
organización del proceso, situación, y producto final.
El uso de técnicas creativas partiendo del pensamiento visual ha permitido combinar las ideas
previas explícitas con su representación simbólica estableciendo una relación en la que cada
alumno y alumna ha expresado a través de la espontaneidad, las capacidades que demuestran
para expresar la belleza por encima de las diferencias, rompiendo los esquemas que los
conducen a precisar de adaptaciones curriculares, encontrando una vía en la que su tren
puede continuar progresando, descubriendo y creciendo como un valor de realización.
Build words, write images
The experiences “Fingers giving kisses and a city under the sea” and “Notebook without
words” made from the creativity application, and the Art-therapy in the educational context,
have enabled students of the third grade of primary education with specific educational needs
(as “High capacity symptom”, “Williams syndrome” and “Attention Deficit Disorder caused by
hyperactivity syndrome”) to go in depth on the creative writing through the creation of texts
based on pictures, visual concepts, and oral construction. This experience allows students,
through the use of creative techniques that deepen the divergent thinking, to introduce
themselves into the generation of symbolic analogies to build their learning, again following
creative productions in which they decide by their own the process organization, the situation,
and the final product.
The use of creative techniques based on visual thinking have allowed to combine explicit
previous ideas with their symbolic representation, establishing a relationship in which each
student has expressed, through the spontaneity, capabilities that demonstrate how to express
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the beauty above differences, breaking the schemes which lead them to need curricular
adaptations, finding a way in which the train can continue making progress, discovering and
growing as a self-realization value.
João Batista Saores Valença | Brasil
Psicólogo
Narrativas de contos como ferramenta para qualidade de vida de mulheres idosas
A velhice é uma fase da vida que comporta em si mesma toda a dimenção da experiência
humana. Ela é o resultado de sucessões de fases, de acúmulos, de histórias, mas é também um
lugar de perspectivas. Não importa se ficar velho seja relativo à expectativa de vida que os
teóricos estatístiocos determinam. Ela sempre chegará e sempre que chegar será a mesma
velhice de sempre.
Alguns vivem essa experiência abrigados no seio da família, compartilhando o dia-a-dia dos
seus membros e, de certa forma, se atualizando com as histórias de cada um. Outros são
colocados em casas ditas de longa permanência - algumas, também, legendadas de “lares” onde os sentimentos de asilamento os afastam do convívio familiar e, gradativamente, os
deslocam do convívio social. Nesses espaços, a individualidade passa a ser um lugar comum,
pois mesmo convivendo entre outros, não enxergar o sofrimento alheio é defesa para não se
enxergar. Não saber da história do outro é afastar-se de sua própria história e não sofrer.
Este trabalho demonstra como em uma experiência de campo de estágio em arteterapia, um
grupo de mulheres idosas, convivendo em uma casa de longa permanência, através das
narrativas de contos indígenas e africanos, conseguiram expressar-se plasticamente,
verbalizando suas lembranças e necessidades afetivas. A partir do contato com as suas
subjetividades nesse trabalho de grupo, conseguiram articular-se numa convivência integrada,
solidária e altruísta passando então a fazerem planos, a discutirem suas relações, a fazerem
contato com as memórias afetivas, a exigirem o lugar das suas falas no grupo, a reividicarem
seus direitos e a expressarem seus afetos, possibilitando, assim, uma qualidade de vida melhor
e com menos sofrimento, embora permanecessem em “lares” estranhos.
Narratives of short stories as a tool for quality of life elderly women
Old age is a stage of life that holds in itself all dimension of human experience. It is the result
of a succession of phases, accumulations of stories, but it is also a place of perspectives.
Whether getting old is on life expectancy theorists determine statistical. She always come and
will always come to the same age forever.
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Some live this experience housed within the family, sharing the day-to-day life of its members
and, in a way, if upgrading with the stories of each. Others are placed in homes said long stay some also labeled the 'homes' - where feelings of sheltering them away from family and
gradually moving the social life. In these spaces, individuality becomes a place common,
because even living among others, not to see the suffering of others defense is not to see. Not
knowing the history of the other is moving away from their own history and not suffer.
This work demonstrates how in a field experience internship Art therapy in a group of elderly
women, living in a house Long term, through the narratives of indigenous and African tales,
able to express themselves artistically, verbalizing their memories and affective needs. From
contact with their subjectivities that group work, managed to articulate an integrated
coexistence, solidarity and selfless then going to make plans, to discuss their relationships, to
make contact with the affectionate memories, to require the place of his lines in the group,
claim, to claim their rights and express their friendship, allowing thus a better quality of life
and less suffering although they remained in "homes" strangers.
TEMA | Mito e Espiritualidade | Myth & Spirituality
Elida Maria Matsumoto | Japão
Arte educadora, Artista, Terapeuta Complementar
O papel do “nós” e do “eu”
Esta apresentação pretende promover uma reflexão expressiva enfocando o corpo (I) como
uma combinação inteligente de camadas de frequências, a fim de dar um pequeno estímulo
para que possamos repensar a consciência sobre nós e os outros como uma existência feita de
pura energia e, então, sermos mais conscientes sobre como nós podemos influenciar o
ambiente e os outros através de nossa intenção em sentimentos, pensamento e expressão. Na
vida terrena o corpo físico tem um papel importante para expressar e apoiar a missão do
"corpo como um todo" durante o tempo desde o nascimento ao perecimento. Imbuídos em
ativar a energia que se move através das correntes psíquicas do nosso corpo pelos polos
essenciais: o polo centrado na terra o qual entramos em contato através de nossos corpos
físicos e o polo da consciência que experimentamos através de nossas mentes assumem certa
importância neste processo, pois ocorre um fluxo dinâmico de energia que experimentamos
como nossa força vital. No contato energético é necessário estarmos enraizados na sensação,
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no sentimento, na ação e na solidez do mundo material. Aterramento vem do contato
contínuo com a terra e proporciona uma ligação que nos faz sentir seguros, vivos, centrados
em nós mesmos, e enraizados em nosso meio.
Conectando os polos superiores e inferiores aumentamos os níveis de consciência através da
mente, o nosso entendimento interior, memória, sonhos e crenças, também organizando
nossa informação sensível. Desta forma, o reino espiritual se torna incorporado, tornando-a
tangível e eficaz como conectada no sistema, para que possamos entrar em sintonia com
várias frequências... Nosso ser, uma agregação de corpo, mente e espírito não esta separado
dos outros seres vivos. Arte age atingindo o nível do espírito, tornando-se a sua língua, e
liberando o fluxo de energia de cura do corpo e, consequentemente, resulta em uma condição
propícia de abertura para aos outros, porque o equilíbrio entre as forças traz o sentimento o
qual chamamos harmonia.
Gostaria de colaborar na promoção desta re-conexão física, mental, emocional e espiritual
através de um jogo simples com o auditório: (respiração, centralização e aterramento
orientados em consciência focada seguindo de manuseio e movimento de um papel branco
muito fino representado como extensão do corpo, ou sua parte espiritual. A contento,
enquanto o público está se movendo e movimentando o papel, luzes coloridas serão
direcionadas para o público e projetadas sobre os papéis em movimento, a fim de
enriquecerem a visualização de si como pura energia e parte do todo num período de 3:41
min.).
Conclusão: Voltar ao seu "espaço" corporal e verificar o aterramento e a centralização com
os olhos abertos.
2min. para pensar sobre como você se sentiu como um entre muitos "uns"? Onde estava
sua consciência enquanto se movia?
The role of “we” on “I”
This presentation intends to promote an expressive reflexion focusing body ( I ) as an
intelligent layered combination of frequencies in order to give a tiny stimuli to enwide our
consciousness about self and others as pure energy existence and then to be more aware
about how we can influence the environment and others through our intended feelings,
thought and expression. In the earthy life the physical body plays an important role to express
and support our living energy and the two essential poles of the body: earth-centered pole
which we contact through our bodies and the pole of consciousness that we experience
through our minds are fundamental importance in this process because between these poles
runs a dynamic flow of energy that we experience as our life force. Energetic contact is
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necessary to be rooted in sensation, feeling, action and the solidity of material world.
Grounding comes from the solid contact to the earth and provides a connection that makes us
to feel safe, alive, centered in ourselves, and rooted in our environment. In this way, the
spiritual realm becomes embodied, making it tangible and effective like plugged in the system,
so we can tune in various frequencies...soul and spirit are expressions of these polarities. Art
acts at the level of the spirit, becoming its language, it frees the body’s healing energy to flow
and consequently results in an open self to others because the equilibrium between forces
brings the feeling that we call harmony.
I would like to collaborate in promote the re-connection “I&I and I&Others” of everyone’s
physical, emotional, mind and spirit through a simple play with the audience: (Guided
breathing, centering and grounding focused consciousness followed to a very thin white paper
playing as extension of the physical body. In the way, while the audience is moving own body
and the paper as a body, colorful lights will be directed to the audience and projected on the
moving papers in order to enrich the visualization of self as pure energy for the length of
3:41min.).
Conclusion: Coming back to the “space” and checking grounding and centering with open eyes.
2min. to think about how did you feel as one among many “ones”? Where were your
consciousness while moving?
João Peneda | Portugal
Professor da Faculdade de Belas-Artes, Universidade de Lisboa, consultor, psicanalista e
terapeuta.
O subconsciente transpessoal
Com o propósito de enquadrar a nossa apresentação, começaremos por passar em revista as
tradicionais instâncias psíquicas na psicanálise de Sigmund Freud (1856-1939): inconsciente,
pré-consciente, consciente (1ª tópica) – id, ego e superego (2ª tópica). Faremos ainda
referência à crítica de Roberto Assagioli (1888-1974) através da sua psicossíntese. O autor
italiano acrescentou à cura de traumas e sintomas - integração da personalidade e
desenvolvimento de um ego saudável (psicossíntese pessoal de Assagioli) -, a proposta de uma
auto-realização, assim como a ideia de um desenvolvimento espiritual e transpessoal. Em
seguida, a partir da nossa prática terapêutica na área da hipnose repressiva, sobretudo
seguindo a orientação do método da americana Dolores Cannon, o nosso objectivo será
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discutir o papel da imaginação criativa (em resultado da indução e do transe) no advento de
um registo supra-consciente e transpessoal (imaginal, Henry Corbin, 1903-1978).
Terminaremos com uma reflexão sobre as características distintivas deste registo no contexto
terapêutico.
The subconscious transpersonal
In order to frame our presentation, we will begin to review the traditional psychic instances in
Sigmund Freud's (1856-1939) psychoanalysis: the unconscious, preconscious, conscious (1st
topic) - id, ego and superego (2nd topic). We will also mention Roberto Assagioli's criticism
(1888-1974) through his psychosynthesis. The Italian author added to the healing of traumas
and symptoms – integration of the personality and development of a healthy ego (Assagioli's
personal psychosynthesis) –, the proposal of a self-realization, as well as the idea of a spiritual
and transpersonal development. Then, from our therapeutic practice in the area of regressive
hypnotherapy, especially following the guidance of Dolores Cannon's method, our aim is to
discuss the role of the creative imagination (as a result of induction and trance) in the advent
of a supra-conscious and transpersonal sphere (imaginal, Henry Corbin, 1903-1978). We will
end with a reflection on the distinctive features of this sphere in the therapeutic context.
Patrícia Pinna Bernardo | Brasil
Psicóloga, arteterapeuta
O Sagrado Vivenciado: Mitologia Criativa, Arteterapia e Ecologia Profunda
A criatividade era considerada por C. G. Jung como um dos instintos humanos. O processo
criativo desencadeia processos de transformação que nos permitem resignificar pontos
importantes de nosso percurso existencial, abrindo-nos a um novo campo de experiências em
nosso desenvolvimento. Para ajudar o homem a atravessar as crises que acompanham sempre
esses processos de transformação, presentes nas mudanças de ciclos e na vivência de
passagens (adolescência, morte, nascimento, etc.), os povos ancestrais dispunham de rituais
de iniciação. Encontramos ainda hoje alguns desses rituais atuantes em nossa cultura
(batismo, casamento, enterro, etc.), mas perdeu-se a conexão com o seu sentido iniciático.
As atividades expressivas revelam o seu potencial terapêutico ao nos colocar em contato com
símbolos que guiam e estruturam o nosso desenvolvimento, e que se presentificam em
momentos cruciais em que uma transformação é-nos requisitada. Ao trabalhar sobre a matéria
com o intuito de abrir-se ao diálogo com a alma, aprendemos formas de relacionamento com a
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dimensão do sagrado, o que nos capacita a atravessar as nossas crises e a lidar de forma mais
integrada com as questões que nos são colocadas pela vida, e sua consorte – a morte.
Não dispomos atualmente de um mito coletivo que ofereça orientação diante do caos, o que
nos impulsiona a buscar em nosso mundo interno essa orientação. A Arteterapia floresce
justamente num momento em que a humanidade se depara com esse caos coletivo,
constituindo-se numa aliada no processo de resgate da vida simbólica, trazendo à tona a
dimensão do sagrado - como era e ainda é entre os povos ancestrais o papel da arte - para
comungar com a existência humana. Podemos encontrar nas mitologias das culturas ancestrais
mapas que nos fornecem referências importantes que nos auxiliam no resgate da dimensão do
sagrado em nossas vidas, e em todos os seus rituais de cura e aprendizado encontramos a
participação da arte e dos mitos.
TEMA | Mitos do Idoso Manifestos na Arte | Myths of the Elderly in Art
Teresa Vaz | Portugal
Socióloga, Formadora, Arte-Terapeuta, Arte-Psicoterapeuta, Membro da SPAT
Da força do Mar à Solidez da Terra: o resgate da Identidade da Mulher Idosa em ArteTerapia
Envelhecer traz consigo mudanças: físicas, psicológicas, sociais e relacionais. A mulher idosa
procura adaptar-se a essas mudanças, a uma nova realidade, que por vezes é sentida como
perda da sua própria identidade.
Um envelhecer que segue ao ritmo das águas do mar, nas ondas que vão e vêm, nas
tempestades que se viveram e que ainda estão para vir, e que ao embaterem na terra firme e
sólida, revelam e sossegam conflitos internos.
As imagens criadas em Arte-Terapia funcionam como espelho das lembranças que vão e vêm
sobre a memória. Revelam rituais que adormecem e acordam a alma da mulher, do antes, do
agora e do depois. Surgem como reflexos de uma nova abordagem do envelhecer, de ser
mulher e da própria vida.
Dos pregões ao Fado é nas lembranças do passado, que escutam as vozes do presente e
conquistam uma nova esperança para o futuro. Sendo aqui renovada a alegria da identidade
da alma feminina que todos os dias se lembra, vive e reinventa, na manifestação da sua
verdade pessoal e coletiva.
“Ali vimos a veemência do visível
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O aparecer total exposto inteiro
E aquilo que nem sequer ousáramos sonhar
Era o verdadeiro”
Sophia de Mello Breyner Andresen
From Sea strength to Earth consistency: the rescue of old women in Art-therapy
Aging brings about change: physical, psychological, social and relationship
transitions. Elderly women try to adapt themselves to these changes, to a new reality, which is
often felt as the loss of their own identity.
Getting old at the rhythm of the sea waves, which come and go, in storms already lived or still
to come and then, when they reach steady and reliable earth they display and pacify inner
conflicts of the self.
So, representations in Art-therapy are like a mirror of recollections that come and go on
memory. They reveal rituals that drop out and wake up the woman soul reaching the past, the
present and the future. They occur as a new realization of aging of being a woman and of life
itself.
It´s heard in banns and in Fado, that it is recollecting the past that we can live the present and
acquire a new hope for the future. Here, the joy of feminine’ soul identity is renewed. Every
day it is remembered, reinvented, unfolding its individual and whole truth.
"There we saw the vehemence of the visible
The whole arising entirely unsheltered
And what we did not even dared to dream
Was the truth”
Sophia de Mello Breyner Andresen
Andreia Carvalho | Portugal
Arte-Psicoterapeuta, Membro da SPAT
Estórias da minha história: reparação da narrativa pessoal através da escrita, na terceira
idade
Todos temos uma narrativa pessoal que depende do curso dos acontecimentos de vida de
cada um, da forma como aconteceram, do modo como foram vivenciados e da maneira como,
a cada momento, são recordados ou mantidos no esquecimento. Com um grande desejo de
esquecer eventos difíceis do passado foi, curiosamente, na sequência da verbalização dos
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mesmos - reintroduzindo-os num tempo e num espaço dentro da sua história - que a
octogenária Rosa começou a escrever sobre pequenos episódios felizes e caricatos, típicos da
sua infância - época que já não existe. A criação de um espaço para o ódio e a tristeza, abriu
lugar para novas perspetivas, incluindo o resgate da inocência, da magia e da imortalidade.
Stories of my history: Reparation of the personal narrative through writing, in the old age
We all have a personal narrative which depends on the course of events of one's life, on the
way they happened, on the way they were lived and on the way they are, in each moment,
remembered or kept in oblivion. With a great wish of forgetting difficult events of her past it
was curiosly enough after their verbalization - reintroducing them in a time and a space inside
her history - that the octogenarian Rosa started to write about short happy and droll episodes
from when she was a child, from a time that no longer exists. The creation of a space for hate
and sadness opened the door for new perspectives, inlcuding the rescue of innocence, magic
and immortality.
Margarete Teresinha Barriquel De Cesaro | Brasil
Professora Universitária
Centro de Convivência Laura Brancer Rigo: Vivências Arteterapêuticas Através da Fotografia
O presente artigo é um relato de experiências arteterapêuticas aplicadas a um grupo de idosas
que
freqüentam
o
Centro
de
Conveniência Laura
Brancer
Rigo
do
município
de Marau/RS/Brasil, tendo como suporte as Artes Visuais com um enfoque especial para
a fotografia. O objetivo foi oportunizar ao grupo, através da valorização de sua auto-estima, a
melhoria de sua qualidade de vida com propostas que envolveram técnicas como desenho,
fotografia, escultura e outras. No decorrer das atividades procurou-se dar ênfase aos
momentos atuais e, através desses momentos, fazer com que as idosas percebessem que
podem se reinventar a cada momento através da arteterapia. As atividades plásticas e a ênfase
dada à fotografia foram trabalhadas com esse intuito, desde fazer com que elas perdessem
seus medos, inclusive o medo de pegar a máquina fotográfica propriamente dita, até a
revelação de seus conflitos nas suas buscas pelo autoconhecimento que abriria a possibilidade
das idosas poderem se reinventar. O grupo já se conhecia e já tinha alguns laços de amizade e,
mesmo assim, ficou claro que as atividades expressivas proporcionaram ou, até mesmo,
aumentaram a alegria e o entrosamento do grupo.Tratou-se de uma pesquisa qualitativa
de cunho etnográfico que utilizou como instrumento o registro das observações
participantes no diário de campo.A investigação completa consta de duas partes, a primeira
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trata dos subsídios teóricos e a segunda da descrição e compreensão dos encontros realizados
com o grupo que vivenciou as atividades arteterapêuticas onde será dada uma ênfase maior
na descrição das atividades em que a técnica da fotografia foi utilizada. Com base nos
resultados obtidos foi possível perceber, por meio uma análise qualitativa, que os idosos do
grupo que participaram das atividades, uns com mais facilidade de compreensão e outros nem
tanto, foram prestativos, interessados e solícitos.
This article is an account of experiences arteterapêuticas applied to a group of old ladies who
attend the convenience Center Laura Brancer Rigo do município de Marau/RS/Brazil, having as
support the Visual Arts with a special focus to the photo. The objective was create
opportunities to the group, through the recovery of their self-esteem, improvement of their
quality of life with proposals involving techniques such as drawing, photography, sculpture and
other. In the course of activities sought to emphasize the current moments and, through these
moments, make the elderly perceive that they can reinvent every moment through art
therapy. Plastic activities and the emphasis given to photography were worked to this end,
since make them lose their fears, including the fear of catching the camera itself, until the
revelation of their conflicts in their search for self-knowledge that would open the possibility
of the elderly be able to reinvent yourself. The group already knew and had some bonds of
friendship, and even then, it was clear that expressive activities provided or even increased the
joy and the relationship of the group. This was a qualitative research of ethnographically which
used as an instrument the registration of participating observations in the field journal. The full
investigation consists of two parts, the first dealing with theoretical subsidies and the second
of the description and understanding of the meetings held with the group that experienced
arteterapêuticas activities where greater emphasis will be given in the description of the
activities in which the technique of photography was used. Based on the results obtained it
was possible to realize, through a qualitative analysis, that the elderly of the group that
participated in the activities, some with more ease of understanding and others less so, were
helpful, concerned and very helpful.
Claudia Franco Monteiro¹ e Glaucia Cruzes Duarte² | Brasil |
Terapeuta Ocupacional, Artista Plástica, Arteterapia Yunguiana1; Médica, Gerontóloga,
Especialista em Cuidados Paiativos2
Mito de Quíron e a morte tranquila: reflexões sobre o desafios clínicos em cuidados
paliativos junto dos profissionais de saúde
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Este trabalho procurou promover uma reflexão junto aos profissionais de saúde de uma
Residência Multiprofissional em Contexto Hospitalar, onde por meio da demanda levantada
pelos mesmos, como: a sensação de impotência diante de um paciente e a sua eminência da
morte; dificuldades em propor intervenções clínicas em cuidados paliativos com pacientes
graves e seus familiares têm sido apontadas ao longo de suas experiências na residência
multiprofissional.
Desta forma, foi proposto ao grupo de profissionais de saúde espaços de reflexões por meio de
vivências em arteterapia, onde a arte foi o veículo de comunicação das sensações vividas pelos
profissionais de saúde para lidar com sentimentos de impotência diante da morte do outro. Tal
reflexão foi construída por meio do mito de Quíron e a morte tranquila. Notou-se que a
proposta de reflexão sobre a morte e cuidados paliativos por meio da arteterapia foi efetiva
para promover entre os profissionais de saúde um ambiente acolhedor e de escuta quanto às
suas ansiedades e frustrações causadas pela sensação de impotência quanto a morte de seus
pacientes. Os mesmos compreenderam que lidar com propostas em cuidados paliativos vai
além dos cuidados do ponto de vista técnico, é importante ainda antes, desconstruir fantasias
pessoais, advindas da própria cultura e vivência pessoal e permitir auto-conhecer-se neste
processo.
TEMA | Relacionamento e Criatividade | Relationship & Creativity
Marta Tagarro e Susana Catarino | Portugal
Psicólogas e Arte-Psicoterapeutas, Membros da SPAT
“In Body and Soul” – do mito da exclusão à criatividade
A Arte-Terapia como potenciadora da libertação de mitos de exclusão a nível individual, grupal
e institucional.
A nível individual e grupal, as autoras associam à experiência pioneira em Portugal da
intervenção com Arte-Terapia em pessoas com VIH/S, e partilham as suas intervenções
refletidas no capítulo “In Body and Soul”, do livro “Art Therapy and Health Care”.
A nível institucional, as autoras apresentam uma experiência inovadora “- do mito da exclusão
à criatividade,” na reflexão da consequente aplicação de Arte-Terapia em grupos formativos e
de desenvolvimento pessoal, em diferentes serviços institucionais. A potenciação do acesso ao
sentido de uma criatividade intrínseca, demonstra o desmistificar do sentido de
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aprisionamento, paralisação, cristalização, e autoexclusão do sentido de vivências criativas,
permitindo uma liberdade interna, facilitadora na rede dos relacionamentos pessoais e
institucionais.
The art therapy work with people with HIV / AIDS has been shown to be effective in recent
years in different countries. Some papers have reported the importance of integrating the arts
in the therapeutic process with this population showing up their potential in the release of
myths of exclusion in individual, group and institutional levels. The authors will talk about
pioneering experience in Portugal with art therapy for people with HIV / AIDS and share their
interventions reflected in the chapter "In Body and Soul," from the book Art Therapy and
Health Care.
Institutionally, the authors present an innovative experience - the myth of exclusion to
creativity, thinking about consequent application of art therapy groups in training and personal
development, in different institutional services. The potentiation of access towards intrinsic
creativity, demonstrates the sense of imprisonment, paralysis, crystallization, and selfexclusion from the sense of creative experiences, allowing an inner freedom, facilitating the
network of personal and institutional relationships.
Luciana Pellegrini Baptista Silva | Brasil
Psicóloga e Arteterapeuta
“Conexões em Linha ligações de afeto” - O processo de inclusão através do trabalho
arteterapêutico com o grupo de pais
A busca pela inclusão nunca se fez tão presente como no momento atual, a julgar pela enorme
quantidade de manifestações que acompanhamos no nosso cotidiano: olimpíadas para os
deficientes, programas de acessibilidade, ingresso na rede pública de ensino para alunos com
os mais diversos tipos de (in)capacidades, mesmo que as escolas ainda não estejam
totalmente organizadas para tamanha realização no acolhimento a este segmento da
sociedade.
Há muito se questiona a maneira de agir do passado em que pessoas que apresentassem
algum “defeito”, fosse ele físico ou mental, eram excluídas, “guardadas” entre seus familiares,
escondidas do olhar de todos. Os programas de atendimento multidisciplinar que fazem parte
destes muitos benefícios que estão sendo oferecidos a esta população têm como estrutura
uma equipe organizada, de forma a possibilitar àqueles pacientes, através de trocas entre
profissionais, a busca de uma eficiência na solução ou amenização de suas necessidades.
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Dentro dos limites possíveis, o objetivo é proporcionar maior integração social, atendendo aos
preceitos que garantem a cidadania.
O projeto objeto desse estudo tem sua origem na necessidade de dar continuidade ao
processo de inclusão social. Para tanto é fundamental o apoio das famílias. O interesse por
este projeto com os deficientes e com seus familiares se deu a partir da necessidade de
conscientizar os membros do grupo familiar de sua importância na conquista da valorização
daquele parente desfavorecido por suas limitações.
Em todo esse processo no atendimento terapêutico, em uma instituição para deficientes
mentais ou múltiplos em Natal/RN, em que atuei no período de 2007 atá 2010, observei que
os pais ou responsáveis não estavam comprometidos, de forma a nos auxiliar na proposta de
inclusão.
Connections in lines, links of affection
The process of inclusion through art therapy work with the group of parents
The quest for inclusion never did so present as now, judging by the huge number of events
that we follow in our daily lives: the Olympics for the handicapped, accessibility programs,
entering the public school for students with various types of (in) abilities, even if the schools
are not yet fully organized for such achievement in receiving this segment of society.
It has long been questioning the way of the past where people displaying some "defect", be it
physical or mental, were excluded, "saved" from their families, hidden from the eyes of all.
Multidisciplinary programs that are part of these many benefits being offered to this
population have as a team organized structure, so as to enable those patients, through
exchanges between professionals, the search for efficiency in the solution or alleviation of
their needs . Within the limits possible, the goal is provide greater social integration, taking
into account the principles that guarantee citizenship.
The object of this study design has its origin in the need to continue the process of social
inclusion. For this it is essential to support families. The interest in this project with the
disabled and their families took from the need to raise awareness among members of the
family of their importance in gaining the appreciation that relative disadvantaged by its
limitations.
In this whole process in therapeutic care in an institution for the mentally handicapped
or multiple in Natal / RN, where I worked from 2007 right until 2010, I observed that the
parents or guardians were not committed in order to assist us in the proposed inclusion.
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CONFERÊNCIA | Conference
Ruy de Carvalho | Portugal
Arte-Psicoterapeuta Didata, Presidente da SPAT
Apolo, Vénus e Pã: Mito Interno, Relação Objetal, Criação em Contexto Relacional ArtePsicoterapêutico e Realidade
No espaço imaginário onde decorre a sessão de Arte-Psicoterapia, operam mitos equivalentes
a três Deuses da antiguidade:
- Apolo, deus da guerra ou da agressividade combativa e também da música, especialista na
harpa grega.
- Vénus, deusa do amor e inspiradora dos criadores.
- Pã, deus da natureza obscura, perito nos embustes, tocador de flauta e na acepção de
Fernando Pessoa criador e destruidor ao mesmo tempo.
O próprio espaço da sessão da Arte-Psicoterapia é um gradiente mítico onde operam a
sobreposição dos mitos acerca do tratamento psicológico do Arte-Psicoterapeuta e do
paciente. Tais mitos podem propiciar a eficácia do tratamento (o mito do efeito placebo) ou
trazer obstáculos á sua efectividade (mito do efeito displacebo).
O contexto relacional arte-psicoterapêutico, sendo de vocação triangular, com o criador
paciente, o arte-psicoterapeuta e a criação ocupando os catetos do triângulo, contem em si
particularidades e qualidades que o tornam facilitador da emergência dos mitos internos do
paciente. O registo mito-poético que se organiza no contexto relacional permite que a
configuração das crenças/ mitos quer conscientes quer inconscientes, se possam tornar
plausíveis de serem reperspectivados à luz da realidade intersubjectiva disponibilizada pelo
arte-psicoterapeuta. Tal fornece as internalizações transmutativas com acção perlaborativa na
matriz do si próprio (self). Por efeito dominó torna-se possível a mudança da estrutura da
personalidade do indivíduo.
São estas as ideias que o autor pretende desenvolver na sua conferência, baseando-se na sua
experiência clinica da Arte-Psicoterapia individual e grupal.
Apollo, Venus and Pan: Internal Myth, Object Relation, Creation in an Art-psychotherapeutic
Relating Context and Intersubjective Reality.
In the imagery place where the Art-therapy session occurs, the mythology of three Gods from
antiquity is present:
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- Apollo the God of war or aggressive fight and also the God of music, especially skilled in
playing the Greek harp.
- Venus the Goddess of love and the inspiring muse of artists.
- Pan the God of the dark nature of being and adept of mystification who plays the flute.
Fernando Pessoa regards Him as creator and destroyer at the same time.
The Art-therapy session itself is like a mythical gradient, where overlapping myths around the
psychological processing of the art-psychotherapist and the patient operate. Such myths can
enable the effectiveness of the treatment, (the myth of the placebo effect) or may obstruct its
effectiveness (the myth of the displacebo effect).
The Art-psychotherapy relationship’s framework rests on a triangular structure, where the
creating patient, the art-psychotherapist and the created work occupy the catheti of this
triangle. This allows circumstances and capacities for the emergence of the patient’s internal
myths.
The mythic-poetical record organized into the relationship framework enables the setting of
both conscious and unconscious beliefs/ myths to become capable of being considered in a
new perspective through the intersubjective reality given by the art-psychotherapist. This
provides the transmutative internalizations which have a working through action in the core of
the Self. As a domino effect, change in the individual’s personality framework becomes
possible.
These are the ideas the author wants to elaborate in his lecture, relying on his clinical
experience of individual and group Art-psychotherapy.
TEMA | Auto-estima, Mito e Relacionamento| Self-esteem, Myth & Reltionship
Régis Bernadet | França | Docteur en Psychopathologie, Psychologue, Acteur et Metteur en
scène.
Jean Luc Sudres | França |Professeur des Universités. Docteur en psychopathologie. Université
de Toulouse le Mirail.
Christian Prim | França | Médecin Psychiatre. Clinique du Château de Vernhes.
Vanessa Roma | França |
La dramathérapie avec le patient obèse: de la rencontre de soi, à la rencontre de l'autre
L'intervention que nous allons proposer comporte le compte rendu :
- des 5 séances standardisées d'un atelier de théâtre thérapeutique réalisé avec 94 patients
obèses
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- de l'évaluation des changements suscité par cette pratique.
Le théâtre thérapeutique réalisé, utilise les exercices théâtraux et l'improvisation. Toutes les
séances débutent par un échauffement corporel et émotionnel, puis vient une relaxation, puis
des d'improvisations, et enfin une mise en commun de ressenti.
Les séances nous permettent d'aborder 5 thématiques. La première séance aborde le thème
de la rencontre, la deuxième celui du refus, la troisième le travail et l'expression des émotions,
la quatrième les relations inter-individuelles, et la cinquième les relations précoces
satisfaisantes ou non.
Un groupe de 50 sujets bénéficient du même programme de soin mais sans théâtre
thérapeutique ; ils forment le groupe contrôle. Tous ont été explorés en procédure test/retest
au niveau de l’alexithymie (TAS-20), l’estime de soi (ETES), les troubles du comportement
alimentaires (EDI-2), et les stratégies de coping (Brief COPE). Par ailleurs, les représentations et
le vécu de l'atelier du groupe expérimental a été recueilli en post hospitalisation
(questionnaires ECTM). Pour ce travail nous ne intéresseront qu'aux changements apportés
par cette activité de théâtre thérapeutique quant à la relation à autrui.
Les résultats indiquent une augmentation significative
des scores de l'estime de soi
émotionnelle et d'utilisation des stratégies de coping tournées vers le soutien social. Les
patients perçoivent le groupe de l’atelier très vite comme moteur à la création ainsi qu’à
l’expression. Après quelques difficultés en début de session, le groupe peut jouer son rôle de
miroir, de soutien émotionnel, pourvoyeur d’informations nécessaires à l’action. On voit très
clairement se dessiner l’augmentation des stratégies de coping de « use of emotional support "
et de « use of instrumental support", permettant d’accepter ce qui doit l’être («acceptance »)
et passer à l’action pour résoudre certaines difficultés (« active coping »)
Cette étude permet d'avancer la pertinence d'utiliser une technique de théâtre thérapeutique
structurée et manuélisée auprès de patients obèses.
María José Malpica Soto | Espanha
Profesora Universitaria. Escuela Universitaria Osuna Sevilla
Mito y Género. Arquetipos femeninos de poder como herramienta para el empoderamiento
femenino
Los mitos de género modelan la construcción de feminidad y de masculinidad. Los mitos
constituyen un poderoso reflejo que nos modela. Se parte de una revisión de género de cuáles
han sido los mitos predominantes en nuestra cultura, y se reivindican los arquetipos femeninos
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de poder para ayudar a desarrollar aspectos carenciales y olvidados , a través de modelos
mitológicos que resaltan valores relacionados con el empoderamiento femenino, entendido
como soberanía sobre las propias elecciones sin que ningún “techo de cristal” invisible,
determine desde el inconsciente el posicionamiento en la parte “desfavorecida” del binomio
dominio/sumisión.
Se ha creado un “Taller de las Diosas” que se ha realizado en una ocasión, y que se presenta a
través de la intervención desde la arteterapia y los arquetipos se pretende que las mujeres
participantes construyan su propio modelo de “Deidad”.
La confluencia de la fuerza del arquetipo asociado a la fuerza de la propia creación artística
potencia la transformación a nivel inconsciente de las estructuras limitativas.
Adjunto una pequeña ficha de la intervención:
Objetivos:
-Potenciar el autoconocimiento y la exploración de lo femenino a través de la expresión
artística espontánea, y el juego.
-Re-conectar con el potencial femenino a través de los arquetipos ancestrales portadores de
poder.
-In-corporar la Diosa emergente en nuestra vida.
Algunos contenidos:
Breve recorrido por el modelo cultural, social y relacional del cual partimos.
Respiración y toma de tierra. Pintura de mandalas: diosa/esclava.
Visualización creativa . Elección del arquetipo. Espacio personal y relacional.
Encarnando a las diosas. La transformación.Aliada o Pinche. El diálogo.
El gozo de vivir. Baile en el Olimpo.
Metodología:
Activa y participativa. Vivencial. Experimentación corporal previa a la síntesis teórica.
Movimiento danzaterapia. Movimiento expresivo. Juegos sensoperceptivos. Arteterapia.
Myth and Gender. Feminine Archetypes of Power as a Tool of Empowerment.
Construction of feminity and masculinity is modelled on gender myths. Myths are a powerful
reflection that models us. This is based on a gender review regarding the main gender myths in
our culture, reclaiming feminine archetypes of power in order to help develop deficiency and
forgotten aspects through mythological models that emphasize values related to the feminine
empowerment. Feminine empowerment is understood as the sovereignty of one’s own
choices without any invisible glass ceiling which could determine from the subconscious the
disadvantaged position at the Dominance/Submission tandem.
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A Workshop of the Goddesses has been created -it has been carried out once- which is
presented through an art therapy intervention and through archetypes, trying that women can
make their own Deity model.
The confluence of the archetype force linked to the own artistic creation force empowers
subconsciously a transformation of the limiting structures
I have attached a brief form of this intervention:
Objectives:
Promote self-awareness and exploration of feminity through spontaneous artistic expression
and through games.
Re-connect female potential through the ancestral power-carrying archetypes.
Incorporate the Goddess existing in our life.
Some contents:
- Brief approach of the social, relational and cultural model on which we are based.
- Breathing and earth connection. Painting mandalas: goddess / slave.
- Creative Visualization. Choosing the archetype. Personal and relational space.
- Embodying the goddesses. The transformation. Ally or Damn. The dialogue.
- The pleasure of living. Dancing on Olympus.
Paulo Emilio Macedo Pinto | Brasil
Psicólogo. Doutorando em Educação Artística
Fora da caixa: “essa boneca tem manual”, a condição feminina para educadoras do
Programa Chapéu de Palha
A Boneca é um dos brinquedos mais antigos e populares do mundo, e reproduz formas
humanas predominantemente femininas e infantis. É também considerada como brinquedo
que prepara para maternidade. Em alguns países as bonecas não são apenas brinquedos
infantis, são símbolos da história dos costumes. No Carnaval, em algumas cidades do Estado de
Pernambuco, as ruas se enchem de bonecos gigantes movidos por foliões. Alguns deles
retratam figuras típicas, míticas ou famosas. Na cultura pernambucana a boneca também está
presente nas miniaturas de cerâmica policromada ou barro cozido, representadas por diversos
artistas populares. Encontramos esta forte presença lúdica na arte dos mestres
mamulengueiros de várias cidades do interior do Estado, que constroem com madeira de
árvores nativas seus bonecos manipuláveis, encantadores de adultos e crianças. No Maracatu
Nação, de baque virado, a calunga é uma boneca de cera e madeira que compõe o cortejo,
despertando admiração pela conotação religiosa que encerra. A alegoria da boneca em
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Pernambuco estende-se pelas mãos de inúmeras artesãs que desde criança usam pano, palha
e outros materiais para se representarem socialmente, repassando valores e saberes.
Embebecido pela cultura local, e através dos recursos arteterapêuticos, usamos a boneca
Anastácia como mote de uma capacitação sobre gênero, sexualidade, raça, classe social e
violência para educadoras do Programa Chapéu de Palha na cidade de Petrolina. Este
programa deseja formar uma Rede de Agentes de Políticas Públicas para Mulheres Rurais, e é
organizado pela Secretaria da Mulher, que tem como missão promover os direitos das
mulheres de Pernambuco, Brasil.
TEMA | Arte-Terapia, Símbolo e Relacionamento | Art Therapy, Symbols & Relationship
Graciela Ormezzano | Brasil
Arte-terapeuta, arte-educacora, Professora Universitária
Arteterapia e relações interculturais com um grupo de exilados tibetanos
Em Dharamshala, Índia, muitos tibetanos preferiram viver no exílio a continuar morando no
Tibet sob o governo chinês. Essa situação acabou transformado Dharamshala na Capital
Budista mundial. Dada a característica do local e na tentativa de atingir um público de diversas
nacionalidades, no inverno de 2013 foram oferecidas as vagas para formação de uma oficina
de educação estética e interculturalidade com atividades arteterapêuticas. O objetivo da
investigação foi compreender a significação dos cinco encontros realizados com os
participantes ao relacionar os elementos da matéria com diversos materiais, na tentativa de
contribuir com estas pessoas que pertencem a tipologias diferentes e que se encontravam em
situação de vivenciar um processo de interculturalidade forçados pelas circunstâncias políticosociais. Cinco nacionalidades diferentes participaram do grupo, mas para este texto foram
selecionadas somente as pessoas de nacionalidade tibetana. Os participantes eram de ambos
os sexos, treze solteiros e uma mulher casada, com idades entre quinze e cinqüenta e seis
anos, estudantes, trabalhadores e desempregados que se encontravam exilados na cidade
indiana mencionada. Trata-se de uma pesquisa de cunho hermenêutico simbólico que utilizou
dados visuais, fundamentada na psicologia analítica de Jung (2000), na teoria do imaginário de
Durand (2001) e no simbolismo dos cinco elementos que foram utilizados na intervenção
grupal. Organizou-se a programação dos encontros focando em atividades que pretendiam o
desenvolvimento dos sentidos, incluindo a música, a visualização, a expressão corporal, a
dança, a pintura, a construção tridimensional em madeira, a escultural em metal, o desenho e
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a modelagem. O que os participantes expressaram foi que seja respeitada a autodeterminação
dos tibetanos quanto à sua tradição cultural, o desejo de que haja convivência pacífica
independentemente de religiões e de nacionalidades, também, destacaram que as atividades
realizadas na oficina foram bastante meditativas e lhes permitiu viver momentos de
tranqüilidade em que se sentiram felizes.
Roberta Bassani Federizzi | Brasil
Professora Universitária
Cultura Polonesa: arte como relacionamento e (re) significação para a vida
A. é agricultora e reside numa pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul- Brasil, onde
grande parte dos moradores é descendente de imigrantes poloneses. Expressar-se
artisticamente foi a forma encontrada por ela para amenizar a depressão causada pela perda
da única irmã. A necessidade em atender os pais idosos e o distanciamento de seu marido e
filhos promoveu a mudança de seus hábitos e de residência. Buscou nas bases da cultura
polonesa elementos que a auxiliassem a preencher seu cotidiano, pois A. não tem formação
artística, sendo que a arte surgiu para ela como um espaço de descobertas e de pesquisas. O
relacionamento com a arte resultou na compreensão de símbolos poloneses e no desejo de
desenhar e pintar os móveis e o velho casarão, pois era necessário dar vida nova àquele lugar
e trazer de volta a alegria para viver. A pintura promoveu prazer e abrandou suas dores,
vivenciando atividades em arteterapia onde os traços passaram a ser carregados de
simbologia. A filha de descendentes de imigrantes poloneses voltou-se para sua comunidade e
fez surgir um grupo de danças folclóricas, pois aprendeu a valorizar suas raízes culturais,
sentimento que repassou aos jovens. Também passou a confeccionar o artesanato típicolepianka, uma marchetaria em palha de trigo, sendo hoje uma de suas maiores ocupações e
fonte de renda. Trata-se de um estudo de caso, de cunho qualitativo, cujo objetivo foi
compreender a importância da arte como expressão, terapia e ressignificação da vida. Os
instrumentos utilizados foram: entrevista onde os elementos foram transcritos no diário de
campo, bem como o suporte bibliográfico de autores afins. Hoje curada, A. expressa a
importância da arte, pois transformou-se em educadora e recebe alunos e turistas, a quem
ensina de maneira não formal a arte popular polonesa, valorizando sua vida, potencializada
pela criatividade.
Polish Culture: Art as Relationship and (Re) Signification for Life
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A. is a farmer and resides in a small town in the countryside of Rio Grande do Sul, Brazil, where
most of the inhabitants are descendants of Polish immigrants. Express themselves artistically
was the way found by it to ease the depression caused by the loss of one sister. The need to
take care of her elderly parents and estrangement from her husband and children promoted
the change of habits and residence. Sought on the basis of Polish culture elements that should
assist to fill their daily lives, because A. has no artistic training, and art came to her as a place
of discovery and research. The relationship with art resulted in the understanding of symbols
Poles and the desire to draw and paint the furniture and the old house, it was necessary to
give new life to the place and bring back the joy to live. Painting promoted pleasure and
slowed their pain, experiencing moments where art therapy activities traits became laden with
symbolism. The daughter of descendants of Polish immigrants returned to their community
and brought forth a group of folk dances since learned to appreciate their cultural roots,
feeling that transferred youth. Also began to fabricate the traditional typical-lepianka a wheat
straw marquetry, being today one of its major source of income and occupations. This is a case
study, a qualitative, whose goal was to understand the importance of art as expression,
therapy and re-signification of life. The instruments used were interviews where the elements
were transcribed in the field daily, as well as support literature by authors related. Today
healed, A. expressed the importance of art as it became an educator and welcomes students
and tourists, who teaches in a non-formal Polish folk art, appreciating your life, enhanced by
creativity.
Ana Maria Cruz de Freitas Coelho | Brasil
Arteterapeuta, arte-educadora, diretora de teatro
Mito e Criação no Processo Terapêutico
Mostrar como o uso de propostas e processos de Arteterapia podem se constituir num
instrumento seguro de condução na busca da individuação _ a descoberta de nossa identidade
profunda, através da realização de nossos potenciais e da distinção dos nossos conteúdos
inconscientes.
O mito contemporâneo, para Jung, é o mito do significado: a compreensão do sentido da vida,
que está ligado à ampliação da consciência. E sua função, dentro de um primeiro nível, é
revelar um ato de criação: seu poder não está em ser falso ou verdadeiro, mas em ser efetivo.
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E é através da imagem que a força arquetípica se apresenta na natureza, exerce influência no
inconsciente coletivo e faz a intermediação entre o consciente e o inconsciente.
Os mitos refletem a camada mais profunda e perene do psiquismo humano. Trabalhar a
imagem é viver a energia contida no símbolo
O processo criativo consiste na ativação inconsciente de uma imagem arquetípica e a
elaboração dessa imagem numa linguagem do presente, tornando possível encontrar o
caminho de volta aos momentos mais profundos da origem de nossas vidas, utilizando a
linguagem simbólica, a mais profunda que existe.
O processo terapêutico busca transformar a energia inconsciente em símbolos, deixando que
eles sinalizem o caminho da cura, à medida que vão se integrando. A intuição, que está na
base do processo de criação se liga com a percepção, reformulando dados circunstanciais do
mundo interno e externo, tornando-os significativos.
Tudo isso será demonstrado através de imagens produzidas na trajetória de um processo
criativo, vivenciado por uma cliente, em torno do mito de Demeter.
Myth and Creation in the therapeutic process
Show how the use of proposals and processes of art therapy can be an instrument driving
insurance in the individuation search _ the discovery of our deep identity, through the
realization of our potentials and distinction of our unconscious contents. The contemporary
myth, for Jung, is the myth of meaning: understanding the meaning of life, which is connected
to the expansion of consciousness. And its function within a first level, is to reveal an act of
creation: his power is not about being fake or real, but to be effective. And it is through the
image that the archetypal force presents itself in nature, exerts influence on the collective
unconscious and the intermediary between the conscious and the unconscious. The myths
reflect the deepest layer and the perennial human psyche. Work the image is live the energy
contained in the symbol.
The creative process consists of the unconscious activation of an archetypal image and this
image in a language of the present, making it possible to find your way back to the moments of
deepest source of our lives, using the symbolic language, the deepest ever.
The therapeutic process seeking to transform the unconscious energy into symbols, letting
them signals the way of cure, as they integrated. Intuition, which is at the basis of the process
of creating links with the perception, reframing circumstantial data from internal and external
world, making them meaningful.
All this will be demonstrated through images produced on the trajectory of a creative process,
experienced by a customer, around the myth of Demeter.
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TEMA | Relacionamento, Arte e Mito |Relationship, Art & Myth
Svitlana Vardevanyan1 e Nikita Sarnatzkyi2 | Ucrânia
Lecturers of the University. Candidate of Philological Sciences 1; Candidate of Philosophy2.
The myth of fratricide and its possibilities to explain internal and external realities of a
modern man.
(videoconferencia em inglês)
“The Middle Ages come back” – Umberto Eco has already warned us, diagnosing the modern
society (Umberto Eco. A Passo di gambero: Guerre calde e populismo mediatico). And the third
millennium demonstrates the following: time looks back because in the full-fledged societies
morals do not keep pace with progressing technology. War, proven nonsense, is still the means
of policy realization. Hatred “to the Other one” – is still the best key factor for unity of people.
The problem of formation of a moral subject is a problem characteristic to the modern epoch.
The search of the myth, which could illustrate a binary opposition, "I and Other one", conflict
of human sub-personalities with the further projection of the conflict on the relationship of
this person to the other, have led us to the world-wide cult of twins - demiurge, and to such a
variant, in which one brother acts as a positive, the second brother acts as a negative
character, in particular when opposition’s end is fatal.
Myth about hostile brothers is in Egyptian, Greek, Roman, Iran, German-Scandinavian, Slavic
and other mythologies.
But unlike most of the myths of the biblical story becomes a source of moral evaluation of
Cain’s actions. Existential meaning of the story is the following: in contrast to the only Adam,
Cain and Abel find out “the Other one”.
Relying on theoretical statements of archetypal critique, we consider the Old Testament story
of Cain as a metaphor for individuation of a primitive man, that is, the process of mental
development of an individual, the gradual separation of the individual consciousness of the
collective unconsciousness, the change in the balance of the consciousness and the
unconsciousness in a human being, the awakening to the individual conscious existence.
The problem is that the Cain’s individuation did not happen. In other words, Cain’s
individuation failed. Committing the murder of the Other one, he thereby commits an offense
against himself, loses integrity and fullness of being. The story of Cain and Abel is a metaphor
that describes the moral formation of man, or rather the failure of such formation. In this
sense, Cain is our contemporary, "one-dimensional man" (Herbert Marcuze) whose needs are
false and imposed on him from outside, making him a slave of his own needs, or the Jean
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Baudrillard’s man, who became disabled because he can not exist without his prosthetic
devices (new technologies).
Lorella Natalizi(1); Francesca Ciani(2) | Itália
(1)Antropologa Teatrale e Arteterapetua; (2)Francesca Ciani Coordinatore Infermieristico
Institution Usl2 Umbria
Il mito tra le linee, i fili, i nodi e i colori del gruppo
Arteterapia nella formazione del personale della Terapia Intensiva. I medici, gli infermieri, gli
operatori sanitari, non hanno certo l’obiettivo di diventare attori, scrittori, pittori, ma nel
processo arte-terapico trovano l’occasione di dar voce ai propri vissuti umani e professionali, ai
propri bisogni, ai propri interessi. Abbiamo avviato il nostro laboratorio partendo dal mito di
Filottète, il celebre arciere greco abbandonato nell’isola di Lemno dai suoi compagni su
consiglio di Ulisse perché ferito e debole e in tali condizioni si rivela solo un peso per il gruppo
di guerrieri.L’oracolo predice che senza il suo arco e le sue frecce non si potrà vincere la guerra
di Troia e i soldati tornano a riprenderlo... Il mito è stato lo spunto per attivare e sprigionare
con l’aiuto dei linguaggi arte-terapici la dimensione gruppale e le tante di emozioni complesse
che ne scaturiscono. Il rapporto arte e salute e arte e guarigione è lontanissimo. Nel corso dei
secoli arte e medicina hanno preso strade differenti, con differenti significati, ponendosi in
contrapposizione. Solo a partire dal novecento i due saperi si sono riavvicinati, grazie anche
alle scoperte scientifiche che hanno dato altra veste alle discipline artistiche. L’arte terapia,
ribadisce lo scopo di costituire una relazione volta a promuovere un miglioramento nella
qualità della vita dei partecipanti, dei pazienti, ma non solo.
The myth between lines, threads, knots and colours in group
The role of art therapy in training the Intensive Therapy Staff. Doctors, nurses and hospital
personnel do not have the objective to become actors, writers or painters. Nevertheless,
during the art therapy workshop they are given the chance to express their human and
professional experiences and also their personal needs and interests.. We have begun our
activity taking inspiration from the myth of Filotetes, the famous Greek archer abandoned on
the Isle of Lemnos by his comrades. Ulysses had told them to do so as Filotetes, weak and
wounded, had become a burden to them.
When the oracle predicted that the war of Troy could not be won without Filotetes’ bow and
arrows, his comrades decided to return to Lemnos and rescue him… We have used this myth
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to activate and express by means of the art therapy techniques the group dynamics and the
complex emotions they produce. The relationship between art and health and art and recovery
is still quite poor. Throughout the centuries art and medicine took opposite routes. Only since
the beginning of the 20th century the two spheres have become closer thanks also to the
scientific discoveries that have given a new importance to artistic disciplines. Art therapy
intends to establish and reinforce this relationship in order to improve the quality of life of the
participants, the patients and others…..
Nathalie Bounhoure | França
Médecin Psychiatre. Coordinatrice des chargés de mission de la Société Internationale de
Psychopathologie de l'Expression et d'Art-Thérapie (S.I.P.E-AT).
La petite histoire d’un atelier percussions
Un hôpital de jour dans un contexte de restructuration complète, « du rêve à la réalité », et un
atelier percussions qui fait trace dans ce contexte …
L’atelier d’avant, l’atelier d’aujourd’hui, celui de demain ?
L’éternelle question des groupes ouverts, des groupes fermés ….
Nous vous proposons de vous présenter les mouvements (élans de vie, créatifs) qui ont
accompagnés cet espace au fil des derniers mois.
Comment parler de ces espaces soutenus par le bruit, la pulsation, le rythme, l’émergence du
lien, l’écoute, la naissance d’un groupe ….
Pas de trace ? Oui il y en a bien une, celle de ces moments éphémères de nos groupes
thérapeutique, bien qu’ils s’inscrivent à la fois sur une permanence (même temps, même lieu),
tout en traversant le temps …et nos Institutions.
La musique, cet « air sonore », ne laisserait pas de trace ? Notre propos sera illustré par des
exemples sonores enregistrés.
Musique et temporalité, affections psychiques et distorsions temporelles : peut-être existe –il
une spécificité de ce média, qui au travers de ces espaces thérapeutiques d’improvisation, qui
accompagnent nos patients. Le travail d’improvisation en percussion s’appuie sur les
fonctionnements pulsionnels de nos patients, mais le silence, le rythme, le lien, l’instrument
et le son qui peuvent faire tiers soutiennent avec peut-être une nouvelle spécificité,
l’élaboration psychique des patients, dans leur rapport au temps.
Un Atelier d’improvisation de percussion : le temps signifié : de l’archaïque à la psyché ?
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Argument offers : " the story of percussion workshop "
A day hospital in the context of restructuring complete " From dream to reality," and a
percussion workshop which trace in this context ...
The workshop before, today's workshop, one of the future?
The eternal question of open groups, closed groups ...We propose to present the movements
(flights of life, creative) that accompanied this space over the last few months.
How about those supported by the noise, pulse , rhythm, emergence of the link , listening …
The birth of a group spaces ...
No trace? Yes, there is one, one of those fleeting moments of our therapeutic groups, which
form both a permanently (same time, same place), while passing the time... in our Institutions.
Music, the "air sound ", do not leave a trace? Our purpose will be illustrated by examples of
sound recorded.
Music and temporality, mental disorders and temporal distortions: perhaps is there a
specificity of this medium, which, through the therapeutic areas of improvisation,
accompanying our patients.
The work of improvisation percussions pressing instinctual functions of our patients, but the
silence, the rhythm, the link, the instrument and the sound , which may be third , support ,
perhaps with a new specificity the mental development of our patients, particularly in their
relationship to time .
An improvised percussion workshop time served, or the archaic psyche?
PERFORMANCE| Pássaros urbanos |Urban birds
Doriedson Bezerra Roque & Paulo Emilio Macedo Pinto
Coletivo Tuia de Artifícios
As aves constroem ninhos de todos os tipos: colados, costurados, tecidos, esculpidos e
escavados. E usam os mais diversos materiais: folhas, saliva, pelo de outros animais e até lixo
produzido pelo homem. Geralmente eles são pendurados em árvores, escondidos em ocos de
plantas, dentro de cupinzeiros, atrás de cachoeiras, no meio de lagoas, em paredões de pedra,
alto de construções, torres de igrejas etc. Algumas usam ninhos prontos que outros pássaros já
usaram e abandonaram; outras dividem o ninho com outros animais. Algumas aves enfeitam o
ninho e outras não aceitam acasalar com um par que não saiba construir um ninho adequado.
Algumas invadem os ninhos dos outros e lhes impõe os filhotes, e outros fazem ninhos à prova
de invasões. Nossa proposta é desenvolver, através da linguagem da performance, reflexões
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acerca da necessidade dos agrupamentos sociais para que as coisas evoluam e atinjam outras
dimensões maiores que os ninhos que construímos. Os ninhos são espaços de criação e
desenvolvimento, e são necessários para a construção da condição do ser, das ideias, dos
sentimentos... São os primeiros registros que nos impulsionam para a liberdade, para a
criatividade. Como pássaros urbanos pretendemos construir nossos ninhos com materiais
diversos e em locais diversos, e com as pessoas também, deixando nossas ideias de futuro bem
presentes, convidando outros pássaros, adormecidos, a construírem os seus próprios ninhos.
Todo ninho carrega em si uma esperança de acolhimento atemporal. Dois pássaros urbanos
irão construir seus ninhos nos espaços da arte, nos espaços do mundo, envolvendo as pessoas,
despertando seus pássaros adormecidos.
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