Palácio Itamaraty, terceiro pavimento | 93
Itamaraty Palace, third floor |
Salão Nobre, Noble Salon |
Sala D. Pedro I
Sala Rio de Janeiro
Sala Bahia
Oratório
Sala Portinari
Sala D. Pedro II
Sala Brasília
Sala Duas Épocas
Salão Nobre
96 | Ministério das Relações Exteriores
Ministry of External Relations
Lasar Segall
Vilna, Lituânia, 1891 – São Paulo, SP, 1957
Pintor, gravador, escultor e desenhista
Sobre a obra do pintor, Mário de Andrade escreveu que, em Dresden, na Alemanha, já era condensada:
“Condensação anímica das figuras desvalorizadas proposital e insensualmente nos corpos, mas expandindo toda a significação dramática nas cabeças enormes de olhos ainda maiores, que ultrapassam
os limites dos rostos numa vibratilidade angustiosíssima. Condensação desenhística que soube compreender a lição da arte negra e do cubismo e também condensação cromática, que se exprimia em
tonalidades intensas enervadas ainda mais pela bravura do pincel”.
O escritor conta, ainda, sobre a segunda visita do pintor ao Brasil, que “a presença do moço expressionista era por demais prematura para que a arte brasileira, então em plena unanimidade acadêmica, se
fecundasse com ela. Mas em 1923 o pintor aportava de novo em nossa pátria. Então ele viu o Brasil e o
Brasil o viu, num primeiro amor a que o artista se entregou com toda a sua generosidade apaixonada”.
ANDRADE, Mário de. Lasar Segall. In: Modernidade: arte brasileira do século XX. Paris: Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris, 1988. p. 20.
Lasar Segall
Vilna, Lithuania, 1891 – São Paulo, SP, 1957
Painter, printmaker, sculptor, drawer
Mário de Andrade wrote that, in Dresden, Germany, the artist’s work was already characterized by its
condensation: “An animistic condensation in the bodies of intentionally and asexually devalued figures.
The work lays all of its dramatic meaning out on the giant heads and the even larger eyes, which exceed
the limits of the faces in a distressing vibratility. Its condensation shows an understanding of the lessons
of black art, cubism, and also chromatic condensation, which expressed itself in intense tonalities, enervated moreover by the brush’s brave strokes.”
The writer tells of the painter’s second visit to Brazil, during which “the presence of the young expressionist artist was too premature in the world of Brazilian art, at the time in full academic unanimity, to
inseminate it. But in 1923, the painter returned to our country. Finally, he saw Brazil and Brazil saw him,
fostering a love affair to which the artist devoted himself with all his passionate generosity.”
ANDRADE, Mário. Lasar Segall. In: Modernidade: arte brasileira do século XX. Paris: Musée d'Art Moderne
de la Ville de Paris, 1988. p. 20.
| Três Jovens, de Lasar Segall, bronze, bloco único fundido com pátina, 155 x 83 x 73 cm, 1939, doação da Associação Cultural de Amigos do Museu Lasar Segall, 2001 |
| Three Ladies, by Lasar Segall, bronze single block molten with patina, 155 cm x 83 cm x 73 cm, 1939,
donated by the Cultural Association of Friends of the Lasar Segall Museum, 2001 |
98 | Ministério das Relações Exteriores
Ministry of External Relations
Alfredo Ceschiatti
Belo Horizonte, MG, 1918 – Rio de Janeiro, RJ, 1989
Escultor, desenhista, professor.
O amigo Oscar Niemeyer disse sobre Ceschiatti que, como dois bons amigos, ambos vão caminhando
pela vida. O arquiteto absorvido pela profissão, inventando formas, brincando com o concreto armado,
e Ceschiatti fazendo esculturas. “Essas mulheres lindas, barrocas, cheias de curvas, que seu talento cria
para o mármore. Como gosto de vê-las! De sentir, depois de tantos anos que nosso amigo não mudou,
que não ingressou em caminhos alheios, mantendo-se autêntico, modesto, irrepreensível”.
CESCHIATTI, Alfredo. Ceschiatti. São Paulo: MAM, 1976. p. 2
Alfredo Ceschiatti
Belo Horizonte, MG, 1918 – Rio de Janeiro, RJ, 1989
Sculptor, drawer, teacher
Oscar Niemeyer said of himself and his friend Ceschiatti that, like two good friends, they walk through life
together: the architect, absorbed by his profession, inventing shapes, playing with concrete; Ceschiatti,
making sculptures. “These beautiful, baroque, curvaceous women that he creates out of marble - how I
love to see them, to feel that after this many years our friend hasn’t changed, that he did not follow other
paths. He kept himself authentic, modest, irreprehensible.”
CESCHIATTI, Alfredo. Ceschiatti. São Paulo: MAM, 1976. p. 2.
Palácio Itamaraty, terceiro pavimento | 99
Itamaraty Palace, third floor |
Salão Nobre, Noble Salon |
| Eva, de Alfredo Ceschiatti, bronze
fundido, patinado, polido e cinzelado,
147 x 47 x 34 cm, 1965 |
| Duas Amigas, de Alfredo Ceschiatti, bronze
fundido, patinado, polido e cinzelado, 255 x 127 x
58 cm, 1967-1968 |
| Eve, by Alfredo Ceschiatti, cast
bronze, in patina, polished and chiseled,
147 cm x 47 cm x 34 cm, 1965 |
| Two Girlfriends, by Alfredo Ceschiatti, cast
bronze, in patina, polished and chiseled, 255 cm
x 127 cm x 58 cm, 1967-1968 |
100 | Ministério das Relações Exteriores
Ministry of External Relations
Victor Brecheret
São Paulo, SP, 1894 – 1955
Escultor
Em depoimento a Maria Antônia, Brecheret disse que foi parar em Paris depois da 1ª Grande Guerra e o que
lá encontrou era completamente diverso do que aprendera. Ficou aturdido e confuso. Passou um ano sem
trabalhar, embora freqüentasse ateliers e artistas. Depois, arrastado pelo ambiente, entrou na fase modernista.
Ele declarou que o que se fazia à época no estrangeiro ou no Brasil já tinha sido feito na Europa depois
de 1920. Naquele tempo, segundo o artista, desejava-se acabar com o convencionalismo na arte. “Fora
das bases clássicas, seria inútil tentar criar alguma coisa nova. Aliás, na arte, tudo o que se poderia conseguir já tinha sido feito”, como contou.
ANTONIA, Maria. Brecheret fala de arte. In: BRECHERET: 60 anos de notícia. São Paulo: s.n., 1976. p.93-95.
Victor Brecheret
São Paulo, SP, 1894 – 1955
Sculptor
In a statement given to Maria Antônia, Brecheret said he arrived in Paris after World War I and what he
found there was completely different from what he’d been taught. Dazed and confused, he spent a
year not working, though still visiting studios and artists’ homes. However, the environment eventually
dragged him into the modernist phase.
He said that what was being done both abroad and in Brazil at that time was already being done in Europe since 1920. In those days, the artist explained, conventionalism in art was no longer wanted. “Outside of the classical bases, it would be useless to try to create something new. Besides, in art, everything
you could do had already been done,” he claimed.
ANTONIA, Maria. Brecheret fala de arte. In: BRECHERET: 60 anos de notícia. São Paulo: s.n., 1976. pp.93-95.
Palácio Itamaraty, terceiro pavimento | 101
Itamaraty Palace, third floor |
Salão Nobre, Noble Salon |
| Nu Deitado, de Victor Brecheret, gesso patinado e polido, 65 x 130 x 27,5 cm, 1940 (circa), doação da
família do artista. Este gesso é o molde da escultura em bronze intitulada Depois do Banho, localizada
no Largo do Arouche em São Paulo |
| Lying Nude, de Victor Brecheret, plaster in patina, polished, 130 cm x 27.5 cm x 65 cm, 1940,
donated by the family of the artist. This plaster is the mould of the bronze sculpture named “After the
Bath”, located at the Largo do Arouche, in São Paulo |
| Canto da Noite, de Maria Martins, bronze polido. Obra fundida em bloco único de bronze, patinado
em amarelo ouro e polido, 170 x 203 x 122 cm, 1968 |
| Song of the Night, by Maria Martins, polished bronze. Work cast in a single bronze block, in
gold yellow patina, polished, 170 cm x 203 cm x 122 cm, 1968 |
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Salão Nobre - Ministério das Relações Exteriores