Literatura
Prof. Henrique
Modernismo - Prosa
2º Tempo - Brasil
Modernismo – 2º tempo
 Contexto Histórico
 Anos 30:
 Getúlio Vargas
 Ditadura
 Nacionalismo
 Crise de 29
 Fortalecimento das ideologias totalitárias

Fascismo / nazismo
Modernismo – 2º tempo
 Contexto Histórico
 Anos 30:
 Comunismo / Socialismo
 Mudança na sociedade: revolução
 Utopia: busca de um mundo melhor
 Prosa: mostrar a realidade do país
 Congresso Regionalista do Recife-1926
 José Lins do Rego, José Américo de Almeida,
Gilberto Freire
 Temática : NE e sua sociedade
Modernismo – 2º tempo
 Congresso Regionalista do Recife-1926
 José Lins do Rego, José Américo de
Almeida, Gilberto Freire
 Temática : NE e sua sociedade





Latifúndio e exploração
Seca e retirantes
Jagunços, cangaceiros
Misticismo e fanatismo
Sociedade patriarcal e sua degradação
Modernismo – 2º tempo







Contexto Histórico
Prosa: mostrar a realidade do país
Miséria e exploração no NE
Homem = universal
Empatia ao homem explorado
Drama do cotidiano
Visão: da elite sobre o povo explorado, não dele
mesmo
 A prosa regionalista deve ser considerada apenas
uma prosa de caráter político, militante?
Modernismo – 2º tempo
 A prosa regionalista deve ser considerada apenas




uma prosa de caráter político, militante?
Drama humano, não apenas político
Prosa: arte: construção
Busca de uma linguagem / estética que represente a
realidade: Metalinguagem consciente, renovação da
prosa
Aprofundamento psicológico: indivíduos diante da
realidade, não apenas tipos sociais pré-determinados

Aponte as diferenças entre o regionalismo literário
dos anos 1930 e o romance naturalista do final do
XIX.
Modernismo – 2º tempo



Prosa regionalista: dramas humanos na realidade distante do eixo RJ-SP
NE : seca, exploração, errância do imigrante, esperança e frustração:
Autores importantes:
 Rachel de Queiróz
O Quinze – 1930
 Memorial de Maria Moura – 1992
 José Lins do Rego
 Menino de Engenho-1932
 Fogo Morto -1943
 Graciliano Ramos
 Vidas Secas -1938
 Jorge Amado
 Capitães de Areia-1937

 Érico Veríssimo
 RS: O Tempo e o Vento -1948
Modernismo – 2º tempo
 “Vidas Secas” – Graciliano Ramos
 Biografia : Alagoas, jornalista, RJ, morte em
1953
 Preso pela ditadura Vargas por ser comunista
 obras:
 São Bernardo – 1934
 Vidas Secas – 1938
 Memórias do Cárcere - 1953
Modernismo – 2º tempo
 “Vidas Secas” – Graciliano Ramos
 Vidas Secas – 1938 : X Estado Novo de
Vargas, 1937
 Nacionalismo / progresso / unidade
 Censura : DIP
 Leis trabalhistas : povo que apóia a ditadura
 Perseguição ao comunismo: Intentona
Comunista de 1935 – fracasso
 Ascensão do nazifascismo : II Guerra - 1939
Modernismo – 2º tempo
 “Vidas Secas” – Graciliano Ramos
 Narrativa : família de retirantes
 Fabiano, Sinha Vitória, filhos , cachorra
Baleia
 Pequenas histórias com um fio narrativo
 Sem rumo certo, fogem da seca, do
autoritarismo ( Patrão, Soldado Amarelo)
 Natureza: “personagem” presente: seca
 Injustiça social: fuga e esperança
Modernismo – 2º tempo






“Vidas Secas” – Graciliano Ramos
Personagens:
Fabiano : fala curta, falta de expressão
Animalização
Baleia : sentimento humano
Filhos : não tem nome, desumanização
 Narrador : 3ª pessoa :
 Pensamentos e expressão mínima de Fabiano:
denúncia da animalização que a exploração traz mas
ao mesmo tempo, profunda humanização,
individualização do drama social.
Modernismo – 2º tempo
 “Vidas Secas” – Graciliano Ramos
 Personagens:
 Fabiano : fala curta, falta de expressão:
 “Admirava as palavras compridas e difíceis da gente
da cidade, tentava reproduzir algumas, em vão, mas
sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas”
 Não há “exotismo” da paisagem, nem mesmo
opiniões políticas do narrador
 Documentário estético: mostrar a realidade, mas
humanizá-la, torná-la uma denúncia universal, para
além das ideologias.
Modernismo – 2º tempo
 “Vidas Secas” – Graciliano Ramos
 Personagens:
 Fabiano : líder da família, mas ao mesmo tempo,
fraco, sem capacidade de expressão, sem “lições”
possíveis a seus filhos ( novo e velho)
 Baleia : “líder” humano da família, sentimento que se
perde na miséria absoluta – sacrificada por Fabiano.
 “Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo
cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um
Fabiano enorme”.
 Final do romance: possibilidade de migração para a
cidade – esperança ou frustração ?
Modernismo – 2º tempo
“Vidas Secas” – Graciliano Ramos
Narração:
Não há opinião política
Denúncia = está no receptor do livro
Frases curtas, cenas descritas com grande precisão,
retrato da psicologia dos personagens.
 Discurso indireto livre:
 “Olhou a caatinga amarela, que o poente
avermelhava. Se a seca chegasse, não ficaria planta
verde”.
 Monólogo interior : típico do romance urbano da
mesma época, mas usado na prosa regionalista
de Vidas Secas.





Modernismo – 2º tempo
 “Vidas Secas” – Graciliano Ramos
 Comparações :
 Jorge Amado
 X “cores fortes”, frases intensas, olhar no exótico,
exuberância dos personagens
 = romance regional, denúncia social ( Capitães de
Areia)
 Machado de Assis
 X falta de denúncia social explícita, romance urbano,
foco na elite
 = psicologia intensa dos personagens, olhar atento
aos detalhes, frases curtas e precisas.
Modernismo – 2º tempo
 “O Quinze” – Rachel de Queiróz
 1ª fase: fortemente militante, socialista, mas
com presença do estudo psicológico dos
personagens
 2ª fase: identificação com as raízes
nordestinas, tradicionalismo dos costumes
Modernismo – 2º tempo
 “O Quinze” – Rachel de Queiróz
 Seca de 1915, CE
 Fazenda Logradouro: Conceição, vinda da
cidade e educada,Vicente, seu primo,
fazendeiro semi-analfabeto
 Conceição volta para a cidade e ajuda as
famílias de retirantes que fogem da seca
 A chuva volta ao interior
Modernismo – 2º tempo
 “Fogo Morto” – José Lins do Rego
 PB/PE: infância no engenho de cana do avô
 Memória afetiva X denúncia social
 Oralidade da narração
 Transição econômica:
 Do engenho a usina: modernização
capitalista destrói a memória afetiva das
relações sociais existentes
Modernismo – 2º tempo
 “Fogo Morto” – José Lins do Rego
 Engenho Santa Fé: Lula de Holanda
 Fazendeiro decadente, orgulhoso de seu
poder do passado
 Capitão Vitorino:
 Elite reformadora, luta pelos oprimidos
 Escravos libertos, cangaceiros, policiais
opressores
 Fogo morto: engenho decaído
Modernismo – 2º tempo
 “Fogo Morto” – José Lins do Rego
 Narrativa: oralidade das tradições do NE
 Afastamento do romance experimental do início do
Modernismo
 Memória afetiva X denúncia social:
 Afetividade das relações sociais, mas ao mesmo
tempo, consciência da injustiça dessas mesmas
relações
 Romance histórico e regionalista
 Mudanças da economia do NE, com o decaimento
dos antigos engenhos e modernização da produção
Modernismo – 2º tempo
 Regionalismo: momentos
 Romantismo:
 Idealismo, visão “de fora”, pitoresco, construção de uma






unidade nacional – José de Alencar
Pré-Modernismo:
Visão determinista, cientificista, o homem como mistura de
raças e o meio como elemento determinante da ação do
homem – Euclides da Cunha
Modernismo – 1º tempo
Prosa experimental, articulação entre a cidade grande e a visão
onírica das narrativas lendárias regionais – Mário de Andrade
Modernismo – 2ºtempo
Visão “de dentro”, ainda que da elite, denúncia social aliada ao
fator psicológico dos personagens, prosa próxima da oralidade
regional, sem experimentalismos
Modernismo – 2º tempo
 Jorge Amado
 Escritor mais conhecido do Brasil antes de
Paulo Coelho
 Afastado das tendências estéticas
sofisticadas contemporâneas
 Produção literária desigual
 Livros adaptados para a tv
 Casamento com Zélia Gattai, “Anarquista,
graças a Deus”
 Temática: Bahia
Modernismo – 2º tempo
 Jorge Amado
 “populismo literário, que repousa na
pieguice e na volúpia, em vez de paixão:
estereótipos, em vez do trato orgânico
dos conflitos sociais; pitoresco, em vez de
captação estética do meio; “tipos
folclóricos”, em vez de pessoas; descuido
formal a pretexto de oralidade, uso
imoderado do palavrão”. – Alfredo Bosi
Modernismo – 2º tempo
 Jorge Amado
 “a mistura de realismo e romantismo, de poesia e
documento, voltando-se para a gente de cor de
sua terra, que apresenta, com uma simpatia
calorosa, um vivo senso do pitoresco e, sempre,
um imperativo de justiça social, sobrepairando a
narrativa. Sua obra é dominada pelo impulso,
sendo cheia de altos e baixos que revelam o
descuido da fatura, prejudicando, muitas vezes, o
efeito de sua capacidade fabuladora”– Antônio
Cândido
Modernismo – 2º tempo
 Jorge Amado
 Pitoresco: gente, costumes e ambiente da
Bahia vistos sob o prisma do exótico, do
estranho – atração pelo leitor estrangeiro
 Sensualidade: forte temática sexual dos
personagens e do ambiente
 Socialismo/ denúncia da injustiça social: 1ª
fase do autor, depois matizada.
 Oralidade: forma mais próxima do falar
cotidiano
Modernismo – 2º tempo
 Jorge Amado
 Romances:
 Cacau-1933
 Suor-1934
 Mar Morto-1936
 Capitães da Areia-1937
 Terras do Sem Fim-1943
 Gabriela, Cravo e Canela-1958
 Dona Flor e seus Dois Maridos-1967
 Tieta do Agreste-1977
Modernismo – 2º tempo
 Romances:
 Cacau-1933
Vida do trabalhador das fazenda do cacau: exploração social
Suor-1934
 Romances sobre a vida do proletariado baiano, e sua tentativa de
greve
Mar Morto-1936
 Marinheiros e pescadores, história de amor
Terras do Sem Fim-1943
 Disputa de terras do cacau entre duas famílias da elite do cacau
Gabriela, Cravo e Canela-1958
 Nacib e Tonico são os amantes de Gabriela, crítica a moralidade
burguesa
 disputa entre dois fazendeiros de cacau, um menos retrógado que
o outro
Dona Flor e seus Dois Maridos-1967
 Temática de uma mulher que compartilha seus amores entre seu
marido e seu ex-marido, morto, mas que continua a amá-la






Modernismo – 2º tempo
 “Capitães da Areia” – Jorge Amado
 Paralelo com romance Jubiabá-1935
 Antônio Balduíno: órfão, vadio, lutador,
operário, militante político
 Protegido por Jubiabá, pai de santo
 Balduíno – Lindinalva: morte da amada,
casada com um advogado que trata mal
 Balduíno adota o filho de Lindinalva
Modernismo – 2º tempo
“Capitães da Areia” – Jorge Amado
Jubiabá-1935
Antônio Balduíno:
Da vida errante até a consciência política
Realismo socialista + sensualidade do povo
baiano
 Realismo socialista: teoria e prática da URSS
que propunha que a estética deveria estar a
serviço da ideologia socialista, retratando
com fidelidade as classes operárias.





Modernismo – 2º tempo
 “Capitães da Areia” – Jorge Amado
 Jubiabá-1935
 Sabendo-se da teoria do “realismo
socialista”, o escritor Jorge Amado a dota de
forma literal ou a adapta ao ambiente
brasileiro?
Modernismo – 2º tempo
 “Capitães da Areia” – Jorge Amado
 Tema : meninos de rua em Salvador
 Grupo:







Pedro Bala : líder, filho de um líder sindical assassinado numa
greve
João Grande: forte e vice-líder do grupo. Tem poucas aptidões
cognitivas, mas instintivamente defende os mais fracos
O gato: malandro, sustentado em parte por uma prostituta (Dalva)
Volta Seca: deseja tornar-se cangaceiro, odeia autoridade
Professor: tenta fugir de sua condição pela leitura
Pirulito: deseja ser padre
Sem-Pernas: coxo, é o espião do grupo.
Modernismo – 2º tempo
 “Capitães da Areia” – Jorge Amado
 Tema : meninos de rua em Salvador
 Grupo:







Pedro Bala : líder, filho de um líder sindical assassinado numa
greve
João Grande: forte e vice-líder do grupo. Tem poucas aptidões
cognitivas, mas instintivamente defende os mais fracos
Gato: malandro, sustentado em parte por uma prostituta (Dalva)
Volta Seca: deseja tornar-se cangaceiro, odeia autoridade
Professor: tenta fugir de sua condição pela leitura
Pirulito: deseja ser padre
Sem-Pernas: coxo, é o espião do grupo.
Modernismo – 2º tempo
 Érico Veríssimo
 RS
 Escritor popular, com obras adaptadas a tv
 Sofre críticas por parte dos teóricos
 Romances urbanos e psicológicos
 Regionalismo histórico de amplo espectro
temporal
Modernismo – 2º tempo
 Érico Veríssimo
 O Tempo e o Vento-1948 a 1961



O Continente
O Retrato
O Arquipélago
 Colonização até fins da era Vargas
 Família Cambará
Modernismo – 2º tempo
 Érico Veríssimo
 Incidente em Antares – 1971
 “realismo fantástico”
 Romances latino-americanos, como “Cem anos de
solidão”, Gabriel Garcia Márquez
 Antares: cidade disputada pelas famílias Campolargo
e Vacariano, as duas unidas apenas contra os
comunistas
 Greve dos coveiros: mortos não morrem e passam a
criticar a vida política e moral da cidade
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