Universidade Federal de Minas Gerais
Instituto de Ciências Biológicas
Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Conservação e
Manejo de Vida Silvestre
Avifauna dos campos rupestres e dos campos de
altitude do leste do Brasil: levantamento, padrões de
distribuição geográfica, endemismo e conservação
Marcelo Ferreira de Vasconcelos
Belo Horizonte
2009
Avifauna dos campos rupestres e dos campos de
altitude do leste do Brasil: levantamento, padrões de
distribuição geográfica, endemismo e conservação
Marcelo Ferreira de Vasconcelos
Tese apresentada ao programa de pósgraduação em Ecologia, Conservação e
Manejo de Vida Silvestre, da Universidade
Federal de Minas Gerais, como requisito
parcial à obtenção do título de doutor.
Orientador: Dr. Fernando Amaral da Silveira
Co-orientador: Dr. Karl-Lüdwig Schuchmann
Belo Horizonte
2009
ACRÔNIMOS DAS INSTITUIÇÕES
AMNH - American Museum of Natural History, New York.
ASEC - Arquivo Sonoro Prof. Elias Coelho, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro.
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.
CBRO - Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos.
DZUFMG - Coleção Ornitológica do Departamento de Zoologia da Universidade Federal de
Minas Gerais, Belo Horizonte.
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.
IEF-MG - Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais.
LMJ - Steiermärkisches Landesmuseum Joanneum, Graz.
MBML - Museu de Biologia Mello Leitão, Santa Teresa.
MCN - Museu de Ciências Naturais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo
Horizonte.
MCP - Museu de Ciências e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre.
MHNCI - Museu de História Natural Capão da Imbuia, Curitiba.
MHNT - Museu de História Natural de Taubaté, Taubaté.
MNHN - Muséum National d’Histoire Naturelle, Paris.
MNHNL - Museu Nacional de História Natural de Lisboa, Lisboa.
MNRJ - Museu Nacional do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
MPEG - Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém.
MZUSP - Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, São Paulo.
NKMBA - Naturkunde-Museum, Bamberg.
NMW - Naturshistorisches Museum, Wien.
SG - Coleção Rolf Grantsau, São Bernardo do Campo.
UFMT- Coleção Ornitológica do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Mato
Grosso, Cuiabá.
UFPE - Coleção Ornitológica do Departamento de Zoologia da Universidade Federal de
Pernambuco, Recife.
UNIVAP - Universidade Vale do Paraíba, Jacareí.
ZISP - Zoologicheskii Institut, Sankt-Peterburg.
ZMB - Museum für Naturkunde, Berlin.
ZMUC - Zoologisk Museum University of Copenhagen, København.
ZSM - Zoologische Staatssammlung, München.
I
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, gostaria de agradecer ao Dr. Fernando Amaral da Silveira por ter
me orientado no decorrer do presente estudo. Apesar de trabalhar principalmente com
sistemática de abelhas, ele me aceitou como seu primeiro aluno que estuda aves.
Embora isso pareça estranho, compartilhamos muitas idéias em comum, especialmente
sobre biogeografia, história natural e importância das coleções taxonômicas. Trabalhar
com ele durante estes últimos anos foi muito prazeroso, além de bastante instrutivo.
O Dr. Karl-Lüdwig Schuchmann foi o meu co-orientador. Apesar de morar do
outro lado do Oceano Atlântico, ele esteve, neste período, durante duas ou mais vezes
por ano no Brasil, quando pôde me dar toda sua atenção com relação às minhas
pesquisas. Ele também foi o responsável pela obtenção do financiamento da Brehm
Fonds, que possibilitou algumas das minhas expedições. Além disso, ele me enviou
importantíssima bibliografia (livros, revistas e artigos) que muito me auxiliou na
preparação desta tese.
Gostaria de expressar meus sinceros agradecimentos aos membros da banca
examinadora: Dr. José Rubens Pirani, Dr. Alexandre Salino, Dr. Marco Aurélio Leite
Fontes e Dr. Marcos Rodrigues, pelas importantes contribuições a este trabalho. Os Drs.
José Rubens Pirani e Alexandre Salino discutiram importantes aspectos sobre a
biogeografia dos campos rupestres e de altitude. O Dr. Marco Aurélio Leite Fontes teve
toda boa-vontade em me ensinar os princípios, os meios e os fins das análises
multivariadas. O Dr. Marcos Rodrigues foi quem viu todo esse projeto iniciar, quando
foi meu orientador de mestrado, entre 1999 e 2001, estando sempre pronto a apoiar
minhas pesquisas, além de me permitir livre acesso ao DZUFMG ao longo destes
últimos anos. Além destes, agradeço aos Drs. Mário Alberto Cozzuol e Paulo Christiano
de Anchietta Garcia por aceitarem participar como membros suplentes da banca
examinadora.
Sou especialmente grato às seguintes instituições que forneceram importante
apoio financeiro para a realização de expedições às montanhas do leste brasileiro:
Brehm Fonds, Associação Montanhas do Espinhaço, Conservação Internacional, World
Wildlife Fund e United States Agency for International Development. O financiamento
concedido pela Brehm Fonds (Brehm Fonds Mata Atlântica Brasilienprojekt)
II
possibilitou a compra de um veículo 4 X 4, além de diversos apoios em campo,
facilitando a pesquisa em áreas remotas da Cadeia do Espinhaço e da Serra da
Mantiqueira. Graças ao apoio da Conservação Internacional (projeto Fragmentos
Florestais da APA Fernão Dias), foi possível amostrar topos de montanha ainda
desconhecidos na Serra da Mantiqueira.
A CAPES forneceu-me uma bolsa de doutorado e o AMNH concedeu-me uma
collection study grant para o estudo de espécimes coletados nas montanhas brasileiras
que se encontram depositados nesta instituição.
O IBAMA emitiu licenças para a coleta de exemplares da avifauna e o IEF-MG
permitiu a pesquisa em algumas unidades de conservação.
Agradeço carinhosamente à minha esposa, Prinscila Neves Vasconcelos, que
sempre esteve ao meu lado e me auxiliou em todas as atividades de pesquisa,
principalmente no árduo processo de taxidermia de centenas de espécimes
ornitológicos.
Meus pais, Eustáquio Luiz de Vasconcelos e Heloisa Ferreira de Vasconcelos,
foram as pessoas que me forneceram todas as bases necessárias para se produzir esta
tese.
Também gostaria de agradecer a cinco professores da UFMG que tiveram papel
fundamental na minha formação de biólogo e naturalista: Terezinha Abreu Gontijo,
Denize Junqueira Domingos, Lívia Vanucci Lins, Julio Antonio Lombardi e Rogério
Parentoni Martins.
Santos D’Angelo Neto, além de seu enorme companheirismo, foi o responsável
por me apresentar às montanhas norte-mineiras, numa expedição preliminar à Campina
do Bananal e, posteriormente, me indicando para lecionar na Universidade Estadual de
Montes Claros entre os anos de 2001 e 2003, período no qual tivemos boas
oportunidades de explorar esta e outras serras da região.
Diego Hoffmann esteve sempre pronto a me ajudar na elaboração desta tese,
sendo o responsável pela preparação dos mapas e pelo grande auxílio na obtenção de
variáveis climáticas.
Henrique Belfort Gomes me acolheu em sua casa na Serra do Cipó e sempre
esteve próximo, nesta cidade sanguinolenta, para conversar sobre assuntos bons e ruins,
como o grande amigo que é para mim.
Herbert Pardini, com toda sua calma e segurança, foi o idealizador da
“Expedição Desafio do Espinhaço”, na qual percorremos o trecho desta cadeia de
III
montanhas entre Ouro Preto e Diamantina durante 21 dias, em setembro de 2006,
ocasião na qual pudemos efetuar novos registros importantes de aves e ganhamos um
enorme
aprendizado
como
montanhistas
e,
principalmente,
seres
humanos.
Posteriormente, ele também organizou a “Expedição Confins do Espinhaço”, realizada
entre dezembro de 2007 e janeiro de 2008, quando palmilhamos as serras do extremo
norte de Minas Gerais e obtivemos mais êxitos ornitológicos.
Leonardo Esteves Lopes e Augusto Cezar Francisco Alves foram dois grandes
companheiros que trabalharam comigo no DZUFMG ao longo destes anos e quero lhes
agradecer pelo excelente trabalho em equipe.
Edson Endrigo, Diego Hoffmann, Sidnei Sampaio, Herbert Pardini, Leandro
Nunes Souza, Marcus Vinícius Osório Vieira, Eurípedes Pontes Júnior e Bruno Costa e
Silva forneceram importantes fotografias que ilustram o presente trabalho.
O Pe. Lauro Palú, da Congregação da Missão, realizou uma criteriosa revisão do
português desta tese e lhe sou especialmente grato pelo rigor de suas correções e pela
prontidão em me ajudar.
O Dr. Paulo de Tarso Amorim Castro, do Departamento de Geologia da
Universidade Federal de Ouro Preto, ajudou-me bastante na interpretação de artigos e
forneceu importantes informações sobre a geologia da Cadeia do Espinhaço, além de ter
preparado um mapa geológico do setor setentrional deste sistema orográfico.
O amigo José Fernando Pacheco forneceu importante bibliografia e discutiu a
revisão histórica apresentada neste estudo.
Jordana Demicheli Ferreira foi uma excelente companheira na discussão sobre
as estatísticas utilizadas nesta tese e me ensinou a trabalhar com a estimativa jackknife.
O Dr. Jon Fjeldså, do ZMUC, traduziu informações do mapa com as regiões
fitogeográficas do Brasil, produzido por Warming no século XIX, além de ter
desenhado caudas de diversas espécies do gênero Asthenes em um dos artigos que
publicamos juntos.
Leandro Nunes Souza ajudou-me na formatação final desta tese.
Carlos Rodrigo Meirelles Abreu, Eduardo A. B. Almeida, Augusto Cezar
Francisco Alves, Marcelo Andrê, Marlon Moreira Arantes, Alexsandrer Araújo
Azevedo, José Bellon, Rubens Bomfim, Marcos Ricardo Bornschein, Rafael de Nassau
e Braga, Lucas Carrara, Carlos Eduardo de Alencar Carvalho, Eduardo Pio Mendes
Carvalho Filho, Warley Augusto Caldas Carvalho, Paulo Henrique Costa Corgosinho,
Santos D’Angelo Neto, Rodrigo França C. Dias, Mauro Guimarães Diniz, Renata
IV
Durães, Edson Endrigo, Luciene Faria, Alexandre Mendes Fernandes, Ruslan
Fernandes, José Cláudio Ferreira, Cleber Cunha Figueredo, Marcelo Freire Fonseca,
Marco Aurélio Leite Fontes, Henrique Belfort Gomes, Ricardo Gustavo Ribeiro
Gontijo, Fernando Goulart, Maíra Figueiredo Goulart, Gracimério José Guarneire,
Tadeu Guerra, Diego Hoffmann, Marco Aurélio Pereira Horta, João Julio Filho, Julio
Antonio Lombardi, Vitor Torga Lombardi, Leonardo Esteves Lopes, Ricardo Belmonte
Lopes, Zélia Loss, Gustavo Bernardino Malacco, Marcos Maldonado-Coelho, François
Sagot Martin, Giovanni Nachtigall Maurício, Tadeu Artur de Melo-Júnior, Luís
Guilherme de Moura Mendes, Rubens Custódio Mota, Edson Valpassos Reuter Motta,
André Nemésio, Caetano Troncoso Oliveira, Yoshika Oniki, Everton Vieira Ouriques,
Lauro Palú, Herbert Pardini, Eurípedes Pontes Júnior, Felipe Marcelo Fernandes
Ribeiro, Jussara Rocha, Marcos Rodrigues, Andrei Langeloh Roos, Alexandre Salino,
Karl-Lüdwig Schuchmann, Bruno Costa e Silva, Joaquim de Araújo Silva, Fernando
Amaral da Silveira, Luís Fábio Silveira, Charles Gladstone Duca Soares, Leandro
Nunes Souza, Paulo Henrique Leite de Souza, João Renato Stehmann, Aristônio Teles,
Lívia Godinho Temponi, Khelma Torga, Antônio de Pádua Vasconcelos, Carlos
Henrique de Faria Vasconcelos, Frederico Ferreira de Vasconcelos, Prinscila Neves
Vasconcelos, Marcus Vinícius Osório Vieira e Edwin O’Neill Willis acompanharam-me
em trabalhos de campo.
Frederico Ferreira de Vasconcelos, Francisco Mallet-Rodrigues, Felipe Leite,
Gustavo Bernardino Malacco, José Fernando Pacheco e Ricardo Parrini forneceram
dados referentes a alguns de seus importantes registros efetuados nas montanhas do
leste do Brasil.
Também agradeço às equipes das coleções ornitológicas visitadas ou receptoras
do material coletado, especialmente: Joel Cracraft, Paul Sweet e Peg Hart (AMNH),
Marcos Rodrigues (DZUFMG), Sérgio Lucena Mendes, Sabrina Klein, Marlene das
Graças Hoffmann e Wilson Alberto Hoffmann (MBML), Letícia Guimarães e Bruno
Garzon (MCN), Carla Suertegaray Fontana (MCP), Pedro Scherer Neto e Louri
Klemann (MHNCI), Herculano Marcos Ferraz Alvarenga (MHNT), David C. Oren,
Maria Luiza Videira Marceliano e Alexandre Aleixo (MPEG), Luís Fábio Silveira
(MZUSP), Rolf e Ilse Grantsau (SG), João Batista de Pinho e Tatiana Colombo Rubio
(UFMT) e José Maria Cardoso da Silva e Galileu Coelho (UFPE).
V
RESUMO
Os ambientes abertos ocorrentes nos topos das montanhas do leste do Brasil são
representados pelos campos rupestres (principalmente na Cadeia do Espinhaço) e pelos
campos de altitude (nas montanhas costeiras). Neste estudo, é apresentada uma
caracterização geral destes ambientes e uma breve revisão histórica sobre as atividades
de coleta e pesquisa da avifauna nestas áreas. Foi realizada uma revisão da avifauna dos
campos rupestres e de altitude com base em levantamentos de campo, museu e
bibliografia, sendo encontrado um total de 231 espécies. Nos campos rupestres, 205
espécies foram registradas, enquanto nos campos de altitude o total foi de 123 espécies,
sendo 97 comuns a ambos. Seis padrões de distribuição foram reconhecidos dentre as
aves que ocorrem nestes habitats: não-endêmicas (193 espécies, 83,5%), endêmicas da
Mata Atlântica (23 espécies, 10,0%), endêmicas do Cerrado (6 espécies, 2,6%),
endêmicas da Caatinga (2 espécies, 0,9%), quase-endêmica dos ambientes abertos dos
topos de montanha do leste do Brasil (1 espécie, 0,4%) e endêmicas destes ambientes (6
espécies, 2,6%). A baixa porcentagem de espécies endêmicas dos campos rupestres e de
altitude contrasta com o padrão geral encontrado para a flora destas áreas, representada
por uma alta porcentagem de endemismos. Espécies de aves com distribuição centrada
na Mata Atlântica apresentaram maior riqueza nos campos de altitude, enquanto
espécies endêmicas do Cerrado e da Caatinga foram mais bem representadas nos
campos rupestres. Estas diferenças estão ligadas aos contatos de cada uma destas
formações com províncias biogeográficas adjacentes. São feitas discussões sobre a
distribuição geográfica de algumas espécies, relacionando-as, sempre que possível, a
modificações paleoecológicas ocorridas na América do Sul. Também são discutidas as
prováveis origens dos endemismos dos topos de montanha. Entretanto, poucos estudos
filogenéticos envolvendo estas espécies ainda foram realizados, reforçando-se a
necessidade deste tipo de análise para um melhor entendimento de suas afinidades
biogeográficas. Apesar da existência de quatro subespécies que possivelmente são
endêmicas dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, maiores estudos taxonômicos
ainda são necessários para se esclarecer a validade destes táxons. Considerando os
padrões de distribuição geográfica das espécies endêmicas, foram reconhecidas duas
áreas de endemismo: a porção centro-meridional da Cadeia do Espinhaço e a região da
Chapada Diamantina. A região que separa estas duas áreas de endemismo coincide com
VI
a barreira geográfica aventada para a diferenciação da fauna e da flora dos campos
rupestres. Análises multivariadas (cluster, CCA e TWINSPAN) que objetivaram estudar
os padrões de diferenciação da avifauna dos campos rupestres e de altitude indicaram
que ambos os tipos de vegetação são distintos, cada um apresentando suas espécies
indicadoras, embora localidades com características intermediárias de vegetação
sugiram a existência de um gradiente entre os campos rupestres e de altitude.
Entretanto, este gradiente pode ser explicado pelas características físicas e geográficas
destas serras, associadas às possíveis conexões climático-vegetacionais e à alta
capacidade de dispersão de muitas espécies de aves campestres. O padrão geral obtido
pela CCA apresentou um primeiro eixo relacionado à distância do Oceano Atlântico,
com a diminuição da altitude e da precipitação e o aumento da temperatura, dos campos
de altitude das serras litorâneas, em direção aos campos rupestres da Cadeia do
Espinhaço. O segundo eixo indicou um gradiente das serras do setor central da Cadeia
do Espinhaço em direção à Chapada Diamantina, com o aumento da temperatura e a
diminuição da precipitação. Algumas espécies de aves ameaçadas de extinção ocorrem
nos campos rupestres e de altitude. Apesar de várias reservas terem sido criadas nestas
áreas, elas não garantem a conservação da avifauna sob os atuais níveis de gestão e
maiores esforços devem ser dirigidos à sua preservação.
PALAVRAS-CHAVE: avifauna, biogeografia, campos rupestres, campos de altitude,
conservação, distribuição geográfica, Cadeia do Espinhaço, Serra da Mantiqueira, Serra
do Mar.
VII
ABSTRACT
Open vegetation types occurring on eastern Brazilian mountaintops are represented by
the campos rupestres (principally in the Espinhaço Range) and by the campos de
altitude (in the coastal mountains). This study presents a general characterization of
these vegetation types and a brief historical review on the bird collecting activities and
ornithological research conducted in these areas. It is also presented an avifaunal survey
of the campos rupestres and de altitude based on fieldwork, specimens examined in
museums and literature review. A total of 231 bird species was recorded in the openhabitats of southeastern Brazilian mountaintops. In the campos rupestres, 205 species
were recorded, while in the campos de altitude, the total was 123 species. Ninety-seven
species were common to both vegetation types. Six patterns of distribution were
recognizable among birds occurring in these areas: non-endemic (193 species, 83.5%),
Atlantic Forest endemics (23 species, 10.0%), Cerrado endemics (6 species, 2.6%),
Caatinga endemics (2 species, 0.9%), semi-endemic of the open-habitats of eastern
Brazilian mountaintops (1 species, 0.4%), and endemic of these habitats (6 species,
2.6%). The low percentage of endemic bird species in the campos rupestres and de
altitude contrasts with the general pattern recorded for the local flora, which is
composed by a high percentage of endemic species. Bird species with distribution
centered in the Atlantic Forest showed higher richness in the campos de altitude, while
Cerrado and Caatinga endemics were well represented in the campos rupestres. These
differences are related to the contacts of these vegetation types with adjacent
biogeographic provinces. The geographic distribution of some species are discussed and
correlated, as ever as possible, to palaeoecological changes in South America. The
probable origins of the endemic species of these mountaintops are also discussed.
Nevertheless, a few phylogenetic studies involving these species were conducted,
stressing the need of more analyses in order to clarify their biogeographical affinities.
There are also four possible endemic subspecies of the campos rupestres in the
Espinhaço Range, but their taxonomic validity still deserves to be checked. Considering
the patterns of geographic distribution of the endemic species, it was possible to
recognize two areas of endemism: the southern-central Espinhaço Range and the
Chapada Diamantina region. The region that separates these two areas of endemism
coincides with the geographical barrier suggested for the differentiation of the campos
VIII
rupestres fauna and flora. Multivariate analyses (cluster, CCA, and TWINSPAN) that
aimed to study patterns of differentiation of the avifauna of the campos rupestres and de
altitude indicated that both vegetation types are distinct, each presenting their indicator
species. Nevertheless, localities with intermediate characteristics of the vegetation
suggest the existence of a gradient between the campos rupestres and de altitude.
However, this gradient can be explained by physical and geographical features of these
mountains, associated to possible climatic-vegetational connections and the high
capacity of dispersal of several species of grassland birds. The general pattern obtained
by the CCA presented a first axis related to the distance from the Atlantic Ocean, with
the decrease of altitude and precipitation and the increase of temperature, from the
campos de altitude of the coastal mountains, toward the campos rupestres of the
Espinhaço Range. The second axis indicated a gradient from the mountains of the
central sector of the Espinhaço Range toward the Chapada Diamantina, with the
increase of temperature and the decrease of precipitation. Some threatened birds live in
the campos rupestres and de altitude. Despite several reserves have been created in
these areas, they can not guarantee the conservation of birds under the current levels of
management and more efforts must be directed for their preservation.
KEYWORDS: avifauna, biogeography, campos rupestres, campos de altitude,
conservation, geographic distribution, Espinhaço Range, Serra da Mantiqueira, Serra do
Mar.
IX
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1. DELIMITAÇÃO DOS AMBIENTES DE ESTUDO: O
QUE SÃO CAMPOS RUPESTRES E CAMPOS DE ALTITUDE?.......1
O que são campos rupestres e campos de altitude?......................................................1
CAPÍTULO 2. BREVE HISTÓRICO DAS ATIVIDADES DE
COLETA E ESTUDOS ORNITOLÓGICOS CONDUZIDOS NOS
CAMPOS RUPESTRES E DE ALTITUDE DO LESTE DO
BRASIL........................................................................................................................22
INTRODUÇÃO.............................................................................................................22
Atividades de coleta.......................................................................................................22
Século XIX......................................................................................................................22
Friedrich Sellow..............................................................................................................23
Maximilian Alexander Phillip, Prinz zu Wied-Neuwied..................................................24
Augustin François César Prouvençal de Saint-Hilaire...................................................25
Johann Baptist von Spix..................................................................................................26
Georg Heinrich von Langsdorff......................................................................................28
Jean Moris Edouard Ménétriès.......................................................................................29
Peter Wilhelm Lund, Johannes Theodor Reinhardt e Johannes Eugenius Büllow
Warming..........................................................................................................................30
Pierre Emille Gounelle....................................................................................................32
Século XX........................................................................................................................33
Carlos Moreira................................................................................................................33
Alípio de Miranda-Ribeiro..............................................................................................33
Hermann Lüderwaldt.......................................................................................................34
Pedro Pinto Peixoto-Velho..............................................................................................34
Ernest G. Holt..................................................................................................................35
X
Maria Elisabeth Emilie Snethlage...................................................................................35
Emil Kaempfer.................................................................................................................36
Heinrich Maximilian Friedrich Hellmut Sick (Helmut Sick)...........................................37
Élio Gouvêa.....................................................................................................................38
José Leonardo Lima........................................................................................................39
Augusto Ruschi................................................................................................................39
Rolf Grantsau..................................................................................................................41
Geraldo Theodoro Mattos...............................................................................................42
Frederico Lencioni-Neto.................................................................................................42
Herculano Marcos Ferraz Alvarenga.............................................................................43
Conclusões.......................................................................................................................43
Estudos ornitológicos recentes......................................................................................44
Esforço de amostragem em campo...............................................................................46
Palmeiras-Lençóis...........................................................................................................46
Mucugê............................................................................................................................46
Serra das Almas...............................................................................................................46
Brejinho das Ametistas....................................................................................................47
Jacaraci............................................................................................................................47
Serra do Pau D’Arco........................................................................................................47
Serra da Formosa.............................................................................................................47
Gerais de Santana............................................................................................................47
Serra do Barão.................................................................................................................48
Campina do Bananal........................................................................................................48
Serra Resplandecente.......................................................................................................48
Serra do Cabral................................................................................................................48
XI
Diamantina.......................................................................................................................48
Serra do Gavião...............................................................................................................48
Arredores de Capivari e Três Barras..............................................................................48
Parque Estadual do Rio Preto.........................................................................................49
Serra do Barro Preto........................................................................................................49
Serra do Cipó...................................................................................................................49
Alto da Boa Vista.............................................................................................................49
Alto Palácio.....................................................................................................................49
Brumas do Espinhaço......................................................................................................49
Serra da Piedade..............................................................................................................50
Serra da Água Limpa.......................................................................................................50
Serra do Curral.................................................................................................................50
Serra do Rola-Moça.........................................................................................................50
Serra da Gandarela...........................................................................................................50
Serra do Caraça................................................................................................................51
Serra do Caraça (parte baixa)........................................................................................51
Pico do Sol.......................................................................................................................51
Pico do Inficionado.........................................................................................................51
Alegria.............................................................................................................................52
Serra do Capanema..........................................................................................................52
Serra do Batatal...............................................................................................................52
Serra da Moeda................................................................................................................52
Pico do Itacolomi.............................................................................................................52
Serra do Mascate.............................................................................................................52
Serra de Ouro Branco......................................................................................................53
XII
Serra do Caparaó.............................................................................................................53
Serra da Vargem Grande.................................................................................................53
Serra do Lenheiro............................................................................................................53
Serra do Ibitipoca.............................................................................................................53
Serra do Papagaio............................................................................................................53
Serra do Itatiaia................................................................................................................53
Pedra de São Domingos...................................................................................................54
Serra dos Poncianos.........................................................................................................54
Pedra Azul.......................................................................................................................54
Serra dos Órgãos..............................................................................................................54
CAPÍTULO 3. LEVANTAMENTO, PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO
GEOGRÁFICA E ENDEMISMO DA AVIFAUNA DOS CAMPOS
RUPESTRES E DE ALTITUDE DO LESTE DO BRASIL.....................66
INTRODUÇÃO.............................................................................................................66
MATERIAL E MÉTODOS..........................................................................................67
RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................71
Composição e riqueza de espécies................................................................................71
Padrões de distribuição geográfica da avifauna.........................................................72
Padrões de distribuição e afinidades biogeográficas das espécies endêmicas dos
campos rupestres e de altitude.....................................................................................76
Augastes lumachella e Augastes scutatus........................................................................76
Formicivora grantsaui.....................................................................................................79
Oreophylax moreirae.......................................................................................................80
Asthenes luizae................................................................................................................81
Polystictus superciliaris..................................................................................................82
Padrão de distribuição e afinidades biogeográficas de Embernagra longicauda,
espécie quase-endêmica dos campos rupestres e de altitude.....................................83
XIII
Outros possíveis táxons endêmicos dos topos de montanha do leste do Brasil........85
Áreas de endemismo da avifauna nos topos de montanha do leste do Brasil..........88
Conclusões......................................................................................................................90
CAPÍTULO 4. PADRÕES DE DIFERENCIAÇÃO DA AVIFAUNA
DOS CAMPOS RUPESTRES E DOS CAMPOS DE ALTITUDE E A
INFLUÊNCIA
DE
VARIÁVEIS
GEOGRÁFICAS
E
CLIMÁTICAS.........................................................................................................143
INTRODUÇÃO...........................................................................................................143
MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................145
Localidades e comunidades de aves analisadas........................................................145
Obtenção das variáveis geográficas e climáticas......................................................148
Análises multivariadas................................................................................................149
RESULTADOS............................................................................................................149
Distinção das avifaunas dos campos rupestres e dos campos de altitude...............149
Avifaunas dos campos rupestres e dos campos de altitude e suas relações com
variáveis geo-climáticas...............................................................................................150
Espécies indicadoras....................................................................................................152
DISCUSSÃO................................................................................................................153
CAPÍTULO 5. CONSERVAÇÃO DA AVIFAUNA DOS CAMPOS
RUPESTRES E DE ALTITUDE DO LESTE DO BRASIL...................177
“Parques de papel”......................................................................................................179
Falta de pessoal envolvido para fiscalização de atividades clandestinas................180
Turismo descontrolado................................................................................................181
Conclusões....................................................................................................................182
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................188
XIV
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1.1. Mapa mostrando os sistemas orográficos do leste do Brasil representados
por campos rupestres e de altitude considerados na presente revisão.............................13
Figura 1.2. Mapa mostrando as localidades de campos rupestres e de altitude
consideradas na presente revisão.....................................................................................14
Figura 1.3. Campo de altitude na Serra do Caraça, cerca de 1.950 m de altitude. Existem
grandes touceiras de gramíneas (possivelmente Cortaderia modesta), taquaras do
gênero Chusquea e sempre-vivas (Actinocephalus sp.). Em segundo plano, observam-se
afloramentos rochosos com a presença de campos rupestres..........................................15
Figura 1.4. Campo rupestre na Campina do Bananal, cerca de 1.300 m de altitude,
mostrando uma área de campo coberta predominantemente por gramíneas e ervas
rasteiras............................................................................................................................15
Figura 1.5. Campo rupestre na Serra da Formosa, cerca de 1.450 m de altitude,
mostrando grande adensamento de arbustos e árvores baixas em meio a afloramentos
rochosos...........................................................................................................................16
Figura 1.6. Campo de altitude na Serra do Itatiaia, cerca de 2.400 m de altitude,
mostrando, em primeiro plano, área com adensamento de arbustos. Em segundo plano
(Pico das Agulhas Negras), observam-se afloramentos rochosos onde se desenvolve
uma vegetação rupícola...................................................................................................16
Figura 1.7. Campo rupestre na Serra do Cipó, cerca de 1.300 m de altitude. Em primeiro
plano, observa-se uma área de campo limpo com predominância de gramíneas. Em
segundo plano, observam-se áreas com vegetação entre afloramentos rochosos............17
Figura 1.8. Campo de altitude na Serra do Caparaó, cerca de 2.700 m de altitude,
mostrando áreas com afloramentos rochosos..................................................................17
Figura 1.9. Campo rupestre ferruginoso sobre afloramento de canga na Serra do RolaMoça, cerca de 1.420 m de altitude.................................................................................18
Figura 1.10. Campo rupestre na Campina do Bananal, cerca de 1.300 m de altitude,
mostrando uma área brejosa com a presença de Philodendron uliginosum. Ao fundo,
observam-se áreas com afloramentos rochosos...............................................................18
Figura 1.11. Campo de altitude na Serra do Caparaó, cerca de 2.550 m de altitude,
mostrando áreas brejosas em meio à vegetação de taquaras (Chusquea sp.). Em segundo
plano, observam-se afloramentos rochosos.....................................................................19
Figura 1.12. Campo de altitude no topo da Pedra Azul, 1.822 m de altitude,
representado por uma área rochosa coberta por bromélias (Vriesea bituminosa),
quaresmas (Tibouchina sp.), gloxínias (Sinningia magnifica) e samambaias.................19
XV
Figura 1.13. Campo rupestre na Serra do Cipó, cerca de 1.300 m de altitude, mostrando
uma área de afloramentos rochosos com a presença de uma sempre-viva
(Actinocephalus sp.)........................................................................................................20
Figura 1.14. Campo rupestre na Serra da Água Limpa, cerca de 1.250 m de altitude,
mostrando uma área aberta com um grande indivíduo de canela-de-ema (Vellozia
sp.)...................................................................................................................................20
Figura 1.15. Campo de altitude no topo da Pedra das Flores (Parque Estadual da Pedra
Azul), 1.909 m. Existem muitos arbustos, principalmente de Baccharis platypoda e de
Tibouchina sp., intercalados por bromélias (Vriesea bituminosa). Ao fundo, observa-se
um aglomerado de taquaras (Chusquea sp.)....................................................................21
Figura 2.1. Síntipos de Polystictus superciliaris (AMNH 6785, 6789) coletados por
Wied nos “Campos Geraes”............................................................................................55
Figura 2.2. Holótipo de Colibri delphinae greenewalti (AMNH 788902)......................56
Figura 2.3. Holótipo de Augastes scutatus soaresi (AMNH 801437).............................57
Figura 2.4. Holótipo de Campylopterus largipennis diamantinensis (AMNH
801435)............................................................................................................................58
Figura 3.1. Beija-flor-de-gravata-vermelha (Augastes lumachella)..............................124
Figura 3.2. Beija-flor-de-gravata-verde (Augastes scutatus).........................................124
Figura 3.3. Distribuição geográfica de Augastes lumachella (triângulos) e de Augastes
scutatus (círculos)..........................................................................................................125
Figura 3.4. Mapa mostrando as idades das rochas no setor setentrional da Cadeia do
Espinhaço, mostrando o embasamento paleoproterozóico (branco), o Supergrupo
Espinhaço (cinza-escuro), o Supergrupo São Francisco (cinza-médio) e as coberturas
cenozóicas (cinza-claro)................................................................................................126
Figura 3.5. Topo da chapada na região de Caetité, próximo a Brejinho das Ametistas,
Bahia, mostrando vegetação típica de cerrado nas partes mais elevadas......................127
Figura 3.6. Macho de papa-formigas-do-sincorá (Formicivora grantsaui)..................128
Figura 3.7. Fêmea de papa-formigas-do-sincorá (Formicivora grantsaui)...................128
Figura 3.8. Distribuição geográfica de Formicivora grantsaui.....................................129
Figura 3.9. Garrincha-chorona (Oreophylax moreirae)................................................130
Figura 3.10. Distribuição geográfica de Oreophylax moreirae.....................................131
Figura 3.11. João-cipó (Asthenes luizae).......................................................................132
Figura 3.12. Distribuição geográfica de Asthenes luizae...............................................133
XVI
Figura 3.13. Padrões de cauda de diferentes representantes de Asthenes: A. luizae (A);
A. dorbignyi huancavelicae (B); A. d. usheri (C); A. d. dorbignyi (D); A. berlepschi (E);
A. baeri (F)....................................................................................................................134
Figura 3.14. Papa-moscas-de-costas-cinzentas (Polystictus superciliaris)...................135
Figura 3.15. Distribuição geográfica de Polystictus superciliaris................................ 136
Figura 3.16. Tibirro-rupestre (Embernagra longicauda)............................................. 137
Figura 3.17. Distribuição geográfica de Embernagra longicauda................................138
Figura 3.18. A orquídea Sobralia liliastrum nos campos rupestres da Serra dos
Carajás...........................................................................................................................139
Figura 3.19. Campos rupestres da Serra dos Carajás, Pará, mostrando indivíduos de
Vellozia sp. (Velloziaceae) em ambiente muito semelhante ao ocorrente na Cadeia do
Espinhaço.......................................................................................................................140
Figura 3.20. Serra do Ererê, na região de Monte Alegre, Pará. Montanha baixa isolada
na região amazônica, com a presença de afloramentos rochosos e vegetação rupícola,
semelhante fisionomicamente aos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço.............141
Figura 3.21. Áreas de endemismo reconhecidas para a avifauna dos campos rupestres da
Cadeia do Espinhaço: porção centro-meridional (pontilhado) e porção setentrional
(linha contínua)..............................................................................................................142
Figura 4.1. Mapa mostrando os dois principais gradientes hipotéticos para a distribuição
da avifauna dos campos rupestres e dos campos de altitude: 1 = de leste para oeste, da
costa atlântica ao centro-sul de Minas Gerais; 2 = de sul para norte, dos campos de
altitude mais meridionais, passando pela Cadeia do Espinhaço, até a região da Chapada
Diamantina.....................................................................................................................173
Figura 4.2. Curva cumulativa do número de espécies encontradas no Pico do
Inficionado, Serra do Caraça, ao longo de 36 dias de amostragem (losangos) e
estimativa jackknife (quadrados) para o mesmo conjunto de dados..............................174
Figura 4.3. Dendrograma mostrando a similaridade da avifauna entre 26 áreas de
campos rupestres e de altitude, utilizando o índice de Sørensen com UPGMA sobre
dados de presença e ausência de 224 espécies de aves..................................................175
Figura 4.4. Eixos 1 e 2 da CCA mostrando a ordenação de 26 áreas de campos rupestres
(círculos abertos) e de campos de altitude (círculos fechados), com base na presença de
224 espécies de aves e suas correlações com variáveis geo-climáticas (representadas por
vetores vermelhos).........................................................................................................176
XVII
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1.1. Localidades de campos rupestres e de altitude consideradas na presente
revisão................................................................................................................................9
Tabela 3.1. Localidades de campos rupestres e de altitude consideradas na presente
revisão e suas respectivas fontes de registros..................................................................92
Tabela 3.2. Distribuição das espécies de aves dos campos rupestres e dos campos de
altitude, analisada como uma única unidade e separadamente........................................95
Tabela 4.1. Localidades de campos rupestres e de altitude utilizadas nas análises e suas
respectivas variáveis geo-climáticas..............................................................................158
Tabela 4.2. Resultados da CCA e do teste de Monte Carlo para avifauna e variáveis geoclimáticas de 26 áreas de campos rupestres e de altitude com base em dados de
presença/ausência de 224 espécies de aves...................................................................159
Tabela 4.3. Correlações dos dois primeiros eixos de ordenação da CCA para avifauna e
variáveis geo-climáticas de 26 áreas de campos rupestres e de altitude com base em
dados de presença/ausência de 224 espécies de aves....................................................159
Tabela 4.4. Matriz de correlação para as variáveis geo-climáticas usadas na CCA......160
Tabela 4.5. Espécies de aves indicadoras de campos rupestres com base na classificação
do TWINSPAN para 26 áreas de campos rupestres e de altitude e 224 espécies de
aves................................................................................................................................160
Tabela 4.6. Espécies de aves indicadoras de campos de altitude com base na
classificação do TWINSPAN para 26 áreas de campos rupestres e de altitude e 224
espécies de aves.............................................................................................................161
Tabela 4.7. Espécies de aves não preferenciais (supertramps) com base na classificação
do TWINSPAN para 26 áreas de campos rupestres e de altitude e 224 espécies de
aves................................................................................................................................162
Tabela 5.1. Espécies de aves ameaçadas ou quase-ameaçadas de extinção no Brasil e no
mundo registradas nos campos rupestres e de altitude do leste do Brasil.....................184
Tabela 5.2. Reservas criadas nas localidades de campos rupestres e de altitude do leste
do Brasil.........................................................................................................................185
Tabela 5.3. Ocorrência de espécies endêmicas e ameaçadas nas reservas em localidades
de campos rupestres e de altitude do leste do Brasil.....................................................186
XVIII
ÍNDICE DE APÊNDICES
Apêndice 2.1. Lista de espécimes da avifauna coletados nos campos rupestres e de
altitude do leste do Brasil durante o presente estudo.......................................................59
Apêndice 3.1. Lista de fontes usadas na revisão da avifauna ocorrente nos campos
rupestres e de altitude do leste do Brasil.........................................................................96
Apêndice 3.2. Lista da avifauna registrada nos campos rupestres e de altitude do leste do
Brasil e padrões de endemismo.....................................................................................101
Apêndice 4.1. Matriz de presença (1) e ausência (0) das espécies de aves nas seguintes
localidades analisadas: 1 = Palmeiras; 2 = Mucugê; 3 = Almas; 4 = Pau D’Arco; 5 =
Barão; 6 = Bananal; 7 = Resplandecente; 8 = Cabral; 9 = Capivari; 10 = Alto da Boa
Vista; 11 = Brumas do Espinhaço; 12 = Alto Palácio; 13 = Piedade; 14 = Curral; 15 =
Gandarela; 16 = Caraça (parte baixa); 17 = Pico do Inficionado; 18 = Pico do Sol; 19 =
Alegria; 20 = Batatal; 21 = Mascate; 22 = Caparaó; 23 = Ibitipoca; 24 = Papagaio; 25 =
Itatiaia; 26 = Órgãos......................................................................................................164
Apêndice 4.2. Matriz de presença (1) e ausência (0) das espécies da família Cactaceae
ocorrentes em diferentes setores de campos rupestres na Cadeia do Espinhaço...........172
XIX
CAPÍTULO 1.
DELIMITAÇÃO DOS AMBIENTES DE ESTUDO: O QUE SÃO
CAMPOS RUPESTRES E CAMPOS DE ALTITUDE?
O presente estudo apresenta uma revisão da avifauna dos campos rupestres e de
altitude das montanhas do leste do Brasil, comentando sobre os padrões de distribuição
geográfica, o endemismo e a conservação das espécies. Assim, torna-se necessário
delimitar, primeiramente, quais ambientes foram considerados nesta revisão.
O que são campos rupestres e campos de altitude?
Os campos rupestres e de altitude ocorrem, principalmente, nos topos das
montanhas do leste do Brasil, sendo reconhecidos como importantes centros de
endemismo da flora e da fauna neotropical (Tryon, 1972; Giulietti & Pirani, 1988;
Rodrigues, 1988; Eiten, 1992; Silva, 1995a, 1997, 1998; Giulietti et al., 1997; Sick,
1997; Stattersfield et al., 1998; Safford, 1999a; Heyer, 1999; Rapini et al., 2001, 2002,
no prelo; Silva & Bates, 2002; Eterovick & Sazima, 2004; Juncá, 2005; Cardoso &
Carvalho, 2007; Gonçalves et al., 2007, Flores & Tozzi, 2008; Azevedo et al., no prelo;
Leite et al., no prelo; Salino & Almeida, no prelo; Vasconcelos et al., no prelo).
Em 1867, o botânico dinamarquês Johannes Eugenius Büllow Warming (ver
capítulo 2) apresentou um mapa das regiões fitogeográficas do Brasil, no qual destacou,
pela primeira vez, as vegetações de campos rupestres e de altitude como uma formação
à parte do Cerrado e da Mata Atlântica, denominando esses tipos vegetacionais de
“Höjeste med en alpinsk Flora beklædte Bjergtopper” (Gomes et al., 2006:45) ou “topos
de montanha mais elevados cobertos por uma flora alpina” (tradução do dinamarquês
por J. Fjeldså).
Richard R. von Wettstein, descrevendo a vegetação do sul do Brasil em sua obra
original de 1904, traduzida para o português (Wettstein, 1970), apresentou informações
sobre os campos de altitude do Itatiaia, ressaltando a ocorrência de taquaras do gênero
Chusquea e de algumas famílias botânicas características desta região.
O naturalista mineiro Alvaro Astolpho da Silveira, um dos pioneiros nos estudos
taxonômicos da família Eriocaulaceae nas serras brasileiras, não aplicou uma
1
denominação específica para as formações abertas desta região, usando termos como
“campo”, “campo limpo”, “campo alpestre” e “campo alpino” (Silveira, 1922, 1924).
Entretanto, este autor sugeriu nomes a serem aplicados a certos tipos de ambientes
restritos a estas regiões, tais como “chusqueal”, em referência a aglomerados de
taquaras do gênero Chusquea nas partes mais altas da Serra do Caparaó (Silveira,
1922:33), e “campos de eriocaulaceas”, na Serra do Cipó (Silveira, 1924:374).
Sampaio (1938) e Mello-Barreto (1949) denominaram a vegetação aberta dos
topos de montanha do leste brasileiro de “campos alpinos”, possivelmente seguindo a
sugestão de Gonzaga de Campos (1912). Azevedo (1962) considerou esses campos, na
região sul do estado de Minas Gerais, como uma única unidade, sugerindo o nome de
“savana especial dos altos divisores”.
Magalhães (1966) e Joly (1970) foram os primeiros a usar o termo “campos
rupestres” para a vegetação ocorrente nos topos de montanha ao longo da Cadeia do
Espinhaço. Entretanto, Joly (1970) considerou como “campos rupestres” tanto o tipo de
vegetação ocorrente nas partes mais elevadas das serras de Minas Gerais e Goiás (sobre
quartzito ou arenito), quanto nos topos das serras do Caparaó, dos Órgãos e do Itatiaia
(sobre rochas ígneas ou metamórficas), sugerindo que não haveria diferença na
classificação das vegetações abertas dos topos de montanha do leste e do centro do
Brasil.
Rizzini (1979) dividiu a vegetação aberta dos topos de montanha do leste
brasileiro, objetos da presente revisão, em “campo de canga couraçada”, para a
vegetação que ocorre nos afloramentos ferruginosos do Quadrilátero Ferrífero; “campos
quartzíticos”, para campos sobre quartzito ao longo da Cadeia do Espinhaço e “campos
altimontanos”, para vegetações sobre rochas ígneas ou metamórficas ocorrentes nas
Serras da Mantiqueira e do Mar.
Posteriormente, Ferri (1980) considerou os campos quartzíticos como “campos
rupestres” e os campos altimontanos como “campos de altitude”. Veloso et al. (1991)
consideraram ambos os campos rupestres e os campos de altitude como “refúgios
vegetacionais” ou “relíquias de vegetação”. Outras denominações mais recentes,
embora de uso restrito, são “complexos rupestres de altitude sobre rocha quartzítica”,
para os campos rupestres, e “complexos rupestres de altitude sobre rocha ígnea”, para os
campos de altitude (Semir, 1991; Benites et al., 2003, 2007).
Neste estudo, foram usadas as denominações de Ferri (1980) de “campos
rupestres” e “campos de altitude” por serem as mais comumente citadas pelos botânicos
2
e fitogeógrafos (e.g., Giulietti & Pirani, 1988; Harley, 1995; Giulietti et al., 1997;
Safford, 1999a, 2007; Caiafa & Silva, 2005). Seguindo as definições de Eiten (1992),
nesta revisão, os campos que ocorrem sobre afloramentos de óxido de ferro (“campo de
canga couraçada”, segundo Rizzini [1979]), também foram considerados como campos
rupestres, por apresentarem semelhanças florísticas e avifaunísticas com os campos
rupestres que ocorrem sobre quartzito ao longo da Cadeia do Espinhaço (Viana, 2008;
Hoffmann & Vasconcelos, 2008). Este tipo de ambiente foi também denominado
“campos ferruginosos”, “campos rupestres sobre laterita ferruginosa”, “campos
rupestres ferruginosos” ou “campos rupestres sobre canga hematítica couraçada”
(Brandão et al., 1994; Vincent et al., 2002; Vincent, 2004; Mourão et al., 2006; Mourão
& Stehmann, 2007; Viana & Lombardi, 2007; Jacobi, 2008; Viana, 2008). Embora este
tipo de vegetação tenha sido considerado como representante dos campos rupestres no
presente estudo, áreas campestres de canga nodular (Rizzini, 1979), que apresentam
fisionomia e composição florística mais relacionadas ao Cerrado, não foram
consideradas.
Em geral, os campos rupestres ocorrem principalmente acima de 1.000 m de
altitude, em montanhas cujas rochas são de origem pré-cambriana que foram
remodeladas por movimentos tectônicos a partir do Paleógeno, estando associados,
principalmente, a afloramentos de quartzito, arenito e minério de ferro (King, 1956;
Joly, 1970; Menezes & Giulietti, 1986; Giulietti & Pirani, 1988; Eiten, 1992; Saadi,
1993; Alves & Kolbelk, 1994; Giulietti et al., 1997; Ab’Sáber, 2000; Caiafa & Silva,
2005; Alves et al., 2007). Estes campos encontram-se distribuídos principalmente ao
longo da Cadeia do Espinhaço, embora áreas isoladas desse tipo de vegetação também
sejam encontradas nas serras do Brasil Central (e.g., Chapada dos Veadeiros, Serras dos
Pirineus e da Canastra) ou em montanhas da região de São João Del Rei (Serra do
Lenheiro), Tiradentes (Serra de São José) e Itutinga, consideradas como pertencentes à
Serra da Mantiqueira, mas com geologia e afinidades florísticas mais relacionadas aos
campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Menezes & Giulietti, 1986; Giulietti &
Pirani, 1988; Eiten, 1992; Alves & Kolbelk, 1994, 2009; Gavilanes et al., 1995; Harley,
1995; Giulietti et al., 1997; Alves et al., 2007; Drummond et al., 2007).
Já os campos de altitude são típicos dos pontos mais elevados de montanhas que
se soergueram principalmente durante o Terciário (Serras do Mar e da Mantiqueira),
estando geralmente situados acima de 1.500 m de altitude e associados a rochas ígneas
ou metamórficas, como granito, gnaisse e, no caso particular de Itatiaia, nefelino-sienito
3
(Segadas-Vianna, 1965; Petri & Fúlfaro, 1988; Saadi, 1993; Harley, 1995; Martinelli &
Orleans e Bragança, 1996; Giulietti et al., 1997; Safford, 1999a; Caiafa & Silva, 2005;
Alves et al., 2007; Mocochinski & Scheer, 2008). Uma exceção é representada pelos
campos de altitude do Parque Estadual da Serra do Mar, no Núcleo Curucutu, que
ocorrem em cotas mais baixas, entre 750 m e 850 m de altitude (Garcia & Pirani, 2003,
2005). Estes autores sugeriram que a altitude não seria determinante para a ocorrência
deste tipo de vegetação, mas uma combinação de fatores, tais como condições
topográficas, proximidade do oceano e circulação atmosférica.
Em geral, os campos rupestres da Cadeia do Espinhaço estão situados em áreas
de transição entre o Cerrado, a Caatinga e a Mata Atlântica, enquanto os campos de
altitude encontram-se totalmente inseridos na região da Mata Atlântica (Eiten, 1992;
Harley, 1995; Martinelli & Orleans e Bragança, 1996; Giulietti et al., 1997; Safford,
1999a; Caiafa & Silva, 2005; Vasconcelos & D’Angelo-Neto, 2007).
As localidades tratadas neste estudo foram divididas de acordo com suas
localizações nos três principais sistemas orográficos do leste do Brasil: Cadeia do
Espinhaço, Serra da Mantiqueira e Serra do Mar (Figuras 1.1 e 1.2). A maioria das
localidades da Cadeia do Espinhaço é representada por campos rupestres e todas as da
Serra do Mar são cobertas por campos de altitude (Tabela 1.1). Na Serra da
Mantiqueira, conforme acima mencionado, as Serras do Lenheiro e de São José,
formadas por quartzito, são consideradas como localidades de campos rupestres (Tabela
1.1).
Duas localidades, as Serras do Caraça e do Ibitipoca, aparentam ser
caracterizadas pelos dois tipos de vegetação. Na Serra do Caraça, no extremo
meridional da Cadeia do Espinhaço, os picos mais elevados (do Sol e do Inficionado),
que ultrapassam 2.000 m de altitude, possuem flora típica de campos rupestres sobre
afloramentos rochosos, embora vários táxons vegetais típicos dos campos de altitude
ocorram em áreas onde há algum tipo de solo ou em terrenos brejosos (Vasconcelos,
2000a; R. C. Mota, com. pess. – Figura 1.3). Apesar da maioria das localidades da Serra
da Mantiqueira ser representada por formações cristalinas, o Ibitipoca é uma serra
quartzítica (Silveira, 1922; Dias et al., 2002; Benites et al., 2007). De fato, não há
consenso quanto à classificação da vegetação campestre desta região. Giulietti & Pirani
(1988) e Rapini et al. (2002) consideraram os campos de Ibitipoca como rupestres.
Andrade & Sousa (1995) dividiram a vegetação campestre do Ibitipoca em três
formações: campo graminoso, campos rupestres e campo com arbustos e arvoretas.
4
Pires (1997) também sugeriu a existência de três tipos de vegetação campestre na
região: campos rupestres, campos rupestres arborizados e campo gramíneo-lenhoso.
Rodela (1998) reconheceu quatro tipos de vegetação aberta no Ibitipoca: cerrado de
altitude,
campo
rupestre,
campo
herbáceo-graminoso
e
campo
encharcável.
Recentemente, Dias et al. (2002) consideraram que os campos de Ibitipoca são
formados por um mosaico, sendo os campos rupestres típicos de áreas de afloramentos
rochosos ou de solos rasos e os campos de altitude ocorrentes em locais onde o solo é
mais profundo. Uma classificação semelhante à de Dias et al. (2002), foi apresentada
por Oliveira-Filho & Fluminhan-Filho (1999) para a Serra do Carrapato, em Lavras, de
modo que áreas de vegetação herbácea associada a afloramentos rochosos foram
tratadas como sendo campos rupestres, enquanto áreas sem afloramentos foram
consideradas como campos de altitude. Entretanto, outros autores que realizaram
estudos florísticos nesta mesma área, identificaram apenas a vegetação de campos
rupestres (Gavilanes & Brandão, 1991; Campos et al., 2007), o que condiz com a
vegetação já identificada para as serras adjacentes àquela região (Itutinga, São João Del
Rei e Tiradentes). Assim, essas classificações não são as mesmas usadas pelos
botânicos atuais, conforme acima mencionado, principalmente porque o que OliveiraFilho & Fluminhan-Filho (1999) consideraram como “campo de altitude” é um tipo de
vegetação bastante distinta da ocorrente nas altas montanhas de rochas ígneas ou
metamórficas das Serras da Mantiqueira e do Mar. Ao contrário dessas últimas, a flora
desses “campos de altitude” apresenta ocorrência marcante de espécies do Cerrado (ver
exemplos em Oliveira-Filho & Fluminhan-Filho [1999:63]).
Desta forma, para efeito de padronização nesta revisão, e devido à necessidade
de estudos mais detalhados sobre as afinidades fitogeográficas da flora de ambientes
altimontanos das Serras do Caraça e do Ibitipoca, os campos ocorrentes na Serra do
Caraça foram considerados rupestres, enquanto os campos de Ibitipoca foram
considerados de altitude, seguindo os padrões predominantes na maioria das localidades
dos sistemas orográficos onde estas duas serras estão inseridas (Tabela 1.1). Maiores
discussões sobre suas afinidades biogeográficas, baseadas no estudo da distribuição da
avifauna, são apresentadas nos capítulos 3 e 4.
Tanto os campos rupestres, quanto os campos de altitude são representados por
um conjunto de comunidades predominantemente herbáceo-arbustivas que variam em
função do relevo, microclima, profundidade do solo e natureza do substrato, o que dá
um caráter de mosaico a estes tipos de vegetação (Segadas-Vianna, 1965; Menezes &
5
Giulietti, 1986, 2000; Giulietti & Pirani, 1988; Harley, 1995; Giulietti et al., 1997;
Safford, 1999a; Conceição & Pirani, 2005; Conceição et al., 2005; Conceição, 2006;
Alves et al., 2007). Assim, ambos os tipos de vegetação apresentam uma ampla
variedade de fisionomias, desde áreas abertas cobertas por gramíneas e outras ervas
(Figura 1.4), a habitats com adensamento de arbustos e pequenas árvores (Figuras 1.5 e
1.6). Afloramentos rochosos (Figuras 1.7 a 1.9) e áreas brejosas (Figuras 1.10 e 1.11)
também ocorrem em ambas as vegetações, que abrigam diversas espécies de plantas
típicas e endêmicas, a exemplo de bromélias (Bromeliaceae – Figura 1.12), semprevivas (Eriocaulaceae – Figura 1.13), canelas-de-ema (Velloziaceae – Figura 1.14), além
de taquaras e capins (Poaceae – Figura 1.15) (Segadas-Vianna, 1965; Andrade et al.,
1986; Menezes & Giulietti, 1986, 2000; Eiten, 1992; Meguro et al., 1994; Harley, 1995;
Martinelli & Orleans e Bragança, 1996; Safford, 1999a; Conceição & Giulietti, 2002;
Benites et al., 2003; Pirani et al., 2003; Caiafa & Silva, 2005; Conceição & Pirani,
2005; Conceição, 2006; Ribeiro et al., 2007).
Apesar de os campos rupestres e de altitude apresentarem paisagens, até certo
ponto, semelhantes, além de compartilharem gêneros e espécies de plantas, os dois tipos
de vegetação mostram diferenças com relação às afinidades biogeográficas de suas
floras (Rizzini, 1979; Menezes & Giulietti, 1986; Giulietti & Pirani, 1988; Eiten, 1992;
Pirani et al., 1994; Harley, 1995; Martinelli & Orleans e Bragança, 1996; Giulietti et al.,
1997; Barros, 1998; Safford, 1999a, 2007; Garcia & Pirani, 2005; Alves et al., 2007;
Cardoso & Carvalho, 2007; Conceição et al., 2007; Furlan et al., 2007; Dutra et al.,
2008). Neste aspecto, a flora dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço apresenta
afinidades com as das serras do Brasil Central, do Escudo das Guianas (Tepuis) e das
restingas litorâneas ao longo do Oceano Atlântico (Steyermark, 1986; Giulietti et al.,
1987, 1997; Giulietti & Pirani, 1988; Giulietti & Hensold, 1990; Pirani et al., 1994;
Harley, 1995; Lohmann & Pirani, 1996; Barros, 1998; Boechat & Longhi-Wagner,
2000; Menezes & Giulietti, 2000; Torres et al., 2003; Harley & Giulietti, 2004; Nonato,
2005; van den Berg & Azevedo, 2005; Alves et al., 2007). Além disso, poucos
elementos andinos ou da região meridional do Brasil também são encontrados nos
campos rupestres (Giulietti et al., 1997; Salino & Almeida, no prelo).
Por outro lado, a flora dos campos de altitude mostra uma notável afinidade com
aquelas da região andino-patagônica e das serras do sul do Brasil (Ule, 1895; SimpsonVuilleumier, 1971; Simpson, 1979; Tryon, 1986; Harley, 1995; Martinelli & Orleans e
Bragança, 1996; Safford, 1999a, 2007; Sánchez-Baracaldo, 2004). Por este motivo, os
6
campos de altitude foram considerados “páramos brasileiros”, devido às suas
semelhanças florísticas, fisionômicas, climáticas e edáficas com as regiões mais altas
dos Andes e das montanhas da América Central (Harley, 1995; Safford, 1999a, b,
2007). Apesar disto, Ribeiro et al. (2007) ponderaram que os campos de altitude
apresentam maior efeito da sazonalidade e alta riqueza de espécies, sendo muitas delas
endêmicas restritas.
Dentre os grupos endêmicos mais característicos dos campos rupestres da
Cadeia do Espinhaço, destacam-se gêneros e espécies das famílias Bromeliaceae,
Eriocaulaceae, Melastomataceae, Orchidaceae, Velloziaceae e Xyridaceae (Joly, 1970;
Menezes & Giulietti, 1986, 2000; Giulietti et al., 1987, 1997; Giulietti & Hensold,
1990; Wanderley, 1990; Eiten, 1992; Barros, 1998; Filgueiras, 2002; Wanderley &
Forzza, 2003; Forzza, 2005; Rodrigues, 2005; Versieux & Wendt, 2007). Os campos de
altitude também apresentam diversos táxons endêmicos, com destaque para as famílias
Bromeliaceae, Ericaceae, Eriocaulaceae, Lycopodiaceae, Melastomataceae e Poaceae
(Martinelli & Vaz, 1988; Martinelli & Orleans e Bragança, 1996; Safford, 1999a; Alves
et al., 2007; Cardoso & Carvalho, 2007; Ribeiro et al., 2007).
Devido à enorme variedade de fitofisionomias ocorrentes nas áreas de campos
rupestres e de altitude, é importante delimitar quais tipos de ambientes foram
considerados na presente revisão. Assim, foram considerados todos os ambientes
abertos naturais ocorrentes nos topos das montanhas do leste do Brasil, do centro da
Bahia ao norte de São Paulo, abrangendo os três seguintes sistemas orográficos citados
acima (Cadeia do Espinhaço, Serra da Mantiqueira e Serra do Mar – Figura 1.1). Esses
habitats incluem brejos, áreas cobertas principalmente por capins e outras herbáceas,
moitas de taquaras (Chusquea spp.), afloramentos rochosos cobertos por ervas rupícolas
e arbustos, ou mesmo aglomerados de arbustos e árvores baixas e esparsas (Figuras 1.3
a 1.15). Para caracterização física e florística destes ambientes, ver Segadas-Vianna
(1965), Ferreira et al. (1977), Rizzini (1979), Andrade et al. (1986), Harley & Simmons
(1986), Menezes & Giulietti (1986, 2000), Giulietti et al. (1987, 1997), Giulietti &
Pirani (1988), Brandão & Gavilanes (1990), Brandão et al. (1991, 1994), Gavilanes &
Brandão (1991), Brandão (1992), Eiten (1992), Brandão & Silva-Filho (1993), Alves &
Kolbek (1994, 2009), Meguro et al. (1994), Pirani et al. (1994, 2003), Gavilanes et al.
(1995), Stannard et al. (1995), Martinelli & Orleans e Bragança (1996), Safford (1999a,
b), Conceição & Giulietti (2002), Dias et al. (2002), Benites et al. (2003, 2007), Zappi
et al. (2003), Vincent (2004), Caiafa & Silva (2005, 2007), Conceição & Pirani (2005,
7
2007), Conceição et al. (2005, 2007), Garcia & Pirani (2005), Conceição (2006), Jacobi
et al. (2007), Ribeiro et al. (2007), Viana & Lombardi (2007), Jacobi (2008) e Viana
(2008).
Por fim, cabe ressaltar que não foram considerados como ambientes abertos dos
topos de montanha do leste brasileiro, aquelas fisionomias típicas do Cerrado, tais como
cerrado em sentido restrito (abrangendo cerrado denso, cerrado típico, cerrado ralo e
cerrado rupestre), parque de cerrado e campo sujo (ver Ribeiro & Walter [1998] para
uma descrição detalhada destes tipos fisionômicos). Também não foram considerados
quaisquer ambientes florestais associados aos campos rupestres e aos campos de
altitude, tais como matas de galeria, matas nebulares (cloud forests), florestas anãs
(dwarf forests), matas de candeia, capões e matas de encosta (ver Segadas-Vianna
[1965], Giulietti et al. [1987, 1997], Meguro et al. [1996], Pires [1997]).
8
TABELA 1.1. Localidades de campos rupestres e de altitude consideradas na presente revisão. As
localidades são citadas de norte para sul e agrupadas por códigos de algarismos romano-arábicos de
acordo com os seguintes sistemas orográficos: I = Cadeia do Espinhaço; II = Serra da Mantiqueira; III =
Serra do Mar.
Código
Localidade
Coordenadas
o
o
Altitude (m)
Campo
I.1
Dias Coelho
11 29’S, 40 49’W
950
rupestre
I.2
Izabel Dias
11o30’S, 41o00’W
850
rupestre
930-1.000
rupestre
1.050-1.280
rupestre
900-1.250
rupestre
950
rupestre
o
o
I.3
Morro do Chapéu
11 34’S, 41 07’W
I.4
Paramirim
12o01’S, 42o15’W
I.5
Palmeiras-Lençóis
o
o
Entre 12 26’S, 41 25’W e
o
o
12 29’S, 41 30’W
I.6
Serra do Ribeirão
12o33’S, 41o25’W
o
o
I.7
Vale do Paty
12 48’S, 41 25’W
1.035
rupestre
I.8
Serra de Andaraí
Entre 12o46’S, 41o19’W e
730-1.150
rupestre
730-950
rupestre
870-1.320
rupestre
1.000-1.490
rupestre
1.220-1.640
rupestre
900-1.170
rupestre
900-1.120
rupestre
980-1.950
rupestre
1.130-1.235
rupestre
1.000-1.500
rupestre
1.050
rupestre
o
o
12 51’S, 41 23’W
I.9
Igatu
Entre 12o52’S, 41o18’W e
o
o
12 53’S, 41 20’W
I.10
Mucugê
Entre 12o57’S, 41o20’W e
o
o
13 01’S, 41 23’W
I.11
Roncador
Entre 13o08’S, 41o21’W e
o
o
13 08’S, 41 22’W
I.12
Piatã
Entre 13o08’S, 41o44’W e
o
o
13 10’S, 41 46’W
I.13
Serra do Cocal
Entre 13o14’S, 41o44’W e
o
o
13 16’S, 41 45’W
I.14
Morro do Ouro
Entre 13o15’S, 42o11’W e
o
o
13 16’S, 42 11’W
I.15
Serra das Almas
Entre 13o31’S, 41o49’W e
o
o
13 35’S, 41 58’W
I.16
I.17
Espigão do Taquari
Barra da Estiva
13o36’S, 41o27’W
o
o
Entre 13 40’S, 41 16’W e
o
o
13 41’S, 41 18’W
I.18
Brejinho das Ametistas
14o21’S, 42o32’W
o
o
I.19
Jacaraci
14 53’S, 42 31’W
1.330
rupestre
I.20
Serra do Pau D’Arco
Entre 15o03’S, 42o40’W e
1.150-1.600
rupestre
1.000-1.780
rupestre
o
o
15 04’S, 42 41’W
I.21
Serra da Formosa
Entre 15o12’S, 42o47’W e
o
o
15 15’S, 42 50’W
9
TABELA 1.1. Continuação.
Código
Localidade
I.22
I.23
Campos Geraes
Gerais de Santana
Coordenadas
o
o
15 27’S, 42 45’W
o
o
Entre 15 41’S, 42 48’W e
Altitude (m)
Campo
1.200
rupestre
1.100-1.400
rupestre
800-1.250
rupestre
1.100-1.360
rupestre
1.020-1.320
rupestre
950-1.250
rupestre
980
rupestre
880-1.520
rupestre
1.000-1.370
rupestre
1.020-1.370
rupestre
1.000-2.000
rupestre
1.170-1.300
rupestre
15o44’S, 42o50’W
I.24
Serra do Barão
Entre 16o12’S, 42o52’W e
o
o
16 36’S, 42 56’W
I.25
Campina do Bananal
Entre 16o50’S, 43o01’W e
o
o
16 51’S, 43 03’W
I.26
Serra Resplandecente
Entre 16o59’S, 43o19’W e
o
o
17 02’S, 43 21’W
I.27
Serra do Cabral
Entre 17o41’S, 44o10’W e
o
o
17 45’S, 44 17’W
I.28
I.29
Serra dos Poções
Serra do Ambrósio
18o04’S, 43o25’W
o
o
Entre 18 06’S, 43 02’W e
o
o
18 08’S, 43 08’W
I.30
Diamantina
Entre 18o08’S, 43o31’W e
o
o
18 16’S, 43 38’W
I.31
Datas
Entre 18o23’S, 43o36’W e
o
o
18 27’S, 43 39’W
I.32
Serra do Gavião
Entre 18o09’S, 43o17’W e
o
o
18 32’S, 43 27’W
I.33
Serra do Barro Preto
Entre 18o35’S, 43o53’W e
o
o
18 39’S, 43 55’W
I.34
Serra Talhada
18o48’S, 43o53’W
1.000-1.035
rupestre
I.35
Serra do Cipó
Entre 19o02’S, 43o25’W e
1.150-1.690
rupestre
1.400-1.740
rupestre
1.000-1.400
rupestre
1.250-1.330
rupestre
1.300-1.450
rupestre
1.470-1.640
rupestre
1.230-1.340
rupestre
o
o
19 25’S, 43 43’W
I.36
Serra da Piedade
Entre 19o48’S, 43o40’W e
19o49’S, 43o41’W
I.37
Serra da Água Limpa
Entre 19o49’S, 43o30’W e
o
o
19 54’S, 43 31’W
I.38
Serra do Curral
Entre 19o57’S, 43o54’W e
o
o
19 58’S, 43 55’W
I.39
Serra do Rola-Moça
Entre 20o00’S, 43o58’W e
o
o
20 05’S, 44 00’W
I.40
Serra da Gandarela
Entre 20o03’S, 43o39’W e
20o06’S, 43o42’W
I.41
Serra de Itatiaiuçu
Entre 20o07’S, 44o19’W e
o
o
20 07’S, 44 21’W
10
TABELA 1.1. Continuação.
Código
Localidade
I.42
Serra do Caraça
Coordenadas
o
o
Entre 20 03’S, 43 26’W e
o
Altitude (m)
Campo
1.200-2.070
rupestre
900-1.000
rupestre
1.400-1.700
rupestre
1.110-1.350
rupestre
1.240-1.810
rupestre
1.270-1.480
rupestre
1.200-1.720
rupestre
1.260-1.520
rupestre
1.350-1.620
rupestre
1.150-1.540
rupestre
1.900-2.890
altitude
1.500-1.750
altitude
1.300-1.980
altitude
1.000-1.430
rupestre
1.050-1.210
rupestre
1.400-1.780
altitude
1.500-2.150
altitude
2.000-2.787
altitude
2.797
altitude
2.050-2.250
altitude
o
20 08’S, 43 31’W
I.43
Alegria
Entre 20o07’S, 43o25’W e
o
o
20 12’S, 43 23’W
I.44
Serra do Capanema
Entre 20o10’S, 43o36’W e
20o11’S, 43o37’W
I.45
Serra Santa
Entre 20o11’S, 43o50’W e
o
o
20 14’S, 43 52’W
I.46
Serra do Batatal
Entre 20o13’S, 43o30’W e
o
o
20 18’S, 43 34’W
I.47
Serra da Moeda
Entre 20o13’S, 43o56’W e
o
o
20 22’S, 43 58’W
I.48
Pico do Itacolomi
Entre 20o24’S, 43o30’W e
20o26’S, 43o26’W
I.49
Serra de Belo Vale
Entre 20o26’S, 43o56’W e
o
o
20 27’S, 43 56’W
I.50
Serra do Mascate
Entre 20o27’S, 43o55’W e
o
o
20 28’S, 43 56’W
I.51
Serra de Ouro Branco
Entre 20o28’S, 43o35’W e
o
o
20 30’S, 43 44’W
II.1
Serra do Caparaó
Entre 20o22’S, 41o47’W e
20o29’S, 41o50’W
II.2
II.3
Serra da Vargem Grande
Serra do Brigadeiro
20o30’S, 42o04’W
o
o
Entre 20 33’S, 42 25’W e
o
o
20 47’S, 42 28’W
II.4
Serra de São José
Entre 21o02’S, 44o06’W e
o
o
21 06’S, 44 13’W
II.5
Serra do Lenheiro
Entre 21o08’S, 44o17’W e
o
o
21 09’S, 44 19’W
II.6
Serra do Ibitipoca
Entre 21o40’S, 43o52’W e
o
o
21 42’S, 43 54’W
II.7
Serra do Papagaio
Entre 22o00’S, 44o38’W e
o
o
22 03’S, 44 41’W
II.8
Serra do Itatiaia
Entre 22o21’S, 44o38’W e
o
o
22 25’S, 44 43’W
II.9
II.10
Pedra da Mina
Marins-Itaguaré
22o25’S, 44o50’W
o
o
Entre 22 29’S, 45 04’W e
o
o
22 29’S, 45 07’W
11
TABELA 1.1. Continuação.
Código
Localidade
II.11
II.12
Pedra de São Domingos
Serra dos Poncianos
Coordenadas
o
o
22 41’S, 45 57’W
o
o
Entre 22 53’S, 46 00’W e
Altitude (m)
Campo
2.000
altitude
1.800-2.010
altitude
1.050-1.350
altitude
1.450-1.910
altitude
1.400-2.263
altitude
1.500-2.200
altitude
22o53’S, 46o03’W
II.13
Atibaia
Entre 23o08’S, 46o30’W e
o
o
23 10’S, 46 31’W
III.1
Pedra Azul
Entre 20o24’S, 41o00’W e
o
o
20 24’S, 41 01’W
III.2
Serra dos Órgãos
Entre 22o20’S, 42o34’W e
o
o
22 29’S, 43 06’W
III.3
Serra da Bocaina
Entre 22o42’S, 44o34’W e
o
o
22 49’S, 44 46’W
12
FIGURA 1.1. Mapa mostrando os sistemas orográficos do leste do Brasil representados por campos
rupestres e de altitude considerados na presente revisão. Áreas acima de 1.000 m de altitude estão
destacadas em cinza-escuro. Estados brasileiros: BA = Bahia; DF = Distrito Federal; ES = Espírito Santo;
GO = Goiás; MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo; TO = Tocantins.
13
FIGURA 1.2. Mapa mostrando as localidades de campos rupestres e de altitude consideradas na presente
revisão. Os códigos das localidades são apresentados na Tabela 1.1. Áreas acima de 1.000 m de altitude
estão destacadas em cinza-escuro. Estados brasileiros: BA = Bahia; DF = Distrito Federal; ES = Espírito
Santo; GO = Goiás; MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo; TO = Tocantins.
14
FIGURA 1.3. Campo de altitude na Serra do Caraça, cerca de 1.950 m de altitude. Existem grandes
touceiras de gramíneas (possivelmente Cortaderia modesta), taquaras do gênero Chusquea e semprevivas (Actinocephalus sp.). Em segundo plano, observam-se afloramentos rochosos com a presença de
campos rupestres. Foto: M. V. O. Vieira.
FIGURA 1.4. Campo rupestre na Campina do Bananal, cerca de 1.300 m de altitude, mostrando uma área
de campo coberta predominantemente por gramíneas e ervas rasteiras. Foto: H. Pardini.
15
FIGURA 1.5. Campo rupestre na Serra da Formosa, cerca de 1.450 m de altitude, mostrando grande
adensamento de arbustos e árvores baixas em meio a afloramentos rochosos. Foto: H. Pardini.
FIGURA 1.6. Campo de altitude na Serra do Itatiaia, cerca de 2.400 m de altitude, mostrando, em
primeiro plano, área com adensamento de arbustos. Em segundo plano (Pico das Agulhas Negras),
observam-se afloramentos rochosos onde se desenvolve uma vegetação rupícola. Foto: H. Pardini.
16
FIGURA 1.7. Campo rupestre na Serra do Cipó, cerca de 1.300 m de altitude. Em primeiro plano,
observa-se uma área de campo limpo com predominância de gramíneas. Em segundo plano, observam-se
áreas com vegetação entre afloramentos rochosos. Foto: D. Hoffmann.
FIGURA 1.8. Campo de altitude na Serra do Caparaó, cerca de 2.700 m de altitude, mostrando áreas com
afloramentos rochosos. Foto: M. F. Vasconcelos.
17
FIGURA 1.9. Campo rupestre ferruginoso sobre afloramento de canga na Serra do Rola-Moça, cerca de
1.420 m de altitude. Foto: D. Hoffmann.
FIGURA 1.10. Campo rupestre na Campina do Bananal, cerca de 1.300 m de altitude, mostrando uma
área brejosa com a presença de Philodendron uliginosum. Ao fundo, observam-se áreas com afloramentos
rochosos. Foto: H. Pardini.
18
FIGURA 1.11. Campo de altitude na Serra do Caparaó, cerca de 2.550 m de altitude, mostrando áreas
brejosas em meio à vegetação de taquaras (Chusquea sp.). Em segundo plano, observam-se afloramentos
rochosos. Foto: M. F. Vasconcelos.
FIGURA 1.12. Campo de altitude no topo da Pedra Azul, 1.822 m de altitude, representado por uma área
rochosa coberta por bromélias (Vriesea bituminosa), quaresmas (Tibouchina sp.), gloxínias (Sinningia
magnifica) e samambaias. Foto: M. F. Vasconcelos.
19
FIGURA 1.13. Campo rupestre na Serra do Cipó, cerca de 1.300 m de altitude, mostrando uma área de
afloramentos rochosos com a presença de uma sempre-viva (Actinocephalus sp.). Foto: D. Hoffmann.
FIGURA 1.14. Campo rupestre na Serra da Água Limpa, cerca de 1.250 m de altitude, mostrando uma
área aberta com um grande indivíduo de canela-de-ema (Vellozia sp.). Foto: B. Costa e Silva.
20
FIGURA 1.15. Campo de altitude no topo da Pedra das Flores (Parque Estadual da Pedra Azul), 1.909 m.
Existem muitos arbustos, principalmente de Baccharis platypoda e de Tibouchina sp., intercalados por
bromélias (Vriesea bituminosa). Ao fundo, observa-se um aglomerado de taquaras (Chusquea sp.). Foto:
E. Pontes Júnior.
21
CAPÍTULO 2.
BREVE HISTÓRICO DAS ATIVIDADES DE COLETA E ESTUDOS
ORNITOLÓGICOS CONDUZIDOS NOS CAMPOS RUPESTRES E
DE ALTITUDE DO LESTE DO BRASIL
INTRODUÇÃO
A avifauna dos campos rupestres e de altitude nunca foi bem amostrada por
naturalistas do passado e pesquisadores atuais. Isto é, de certa forma, surpreendente, já
que esses tipos de vegetação estão associados a várias serras que serviram como ponto
de passagem a diversos naturalistas viajantes que rumavam do Rio de Janeiro ao interior
do Brasil, especialmente em direção às regiões onde havia núcleos urbanos ligados à
exploração de ouro e diamante, em Minas Gerais e Bahia. Além disso, estas áreas
encontram-se próximas às maiores cidades do sudeste brasileiro, onde existem diversos
centros de pesquisa. Assim, o objetivo deste capítulo é apresentar uma breve revisão
sobre as tentativas de amostragem da avifauna nesses ambientes.
Atividades de coleta
Século XIX
A vinda da corte Portuguesa ao Brasil, fugindo dos exércitos napoleônicos
(Gomes, 2007), foi um marco importante para o início das explorações ornitológicas nas
montanhas do leste brasileiro. Esse fato resultou no “Decreto de Abertura dos Portos às
Nações Amigas”, em 1808, que possibilitou a entrada de diversos naturalistas europeus
que puderam amostrar, pela primeira vez, a até então desconhecida biota desta região
(Vanzolini, 1996; Sick, 1997; Gomes, 2007). Antes desse período, nada foi encontrado
com relação aos estudos ornitológicos realizados nessas áreas altimontanas. É possível
que alguns colecionadores de peles tenham passado pela região (ver Ruschi [1962a],
Sick [1997], Pacheco [2000b]), obtendo material para venda no mercado de história
natural da Europa, embora nada tenha sido localizado de antes desse período.
22
A seguir, são citados aqueles que contribuíram para o conhecimento da avifauna
dos campos rupestres e de altitude do leste brasileiro, com uma breve descrição de suas
atividades realizadas na área de estudo durante o período em que amostraram a região
(entre parênteses após seus respectivos nomes).
Friedrich Sellow (1814-1831)
Sellow foi trazido ao Brasil em 1814 por intermédio de Langsdorff (ver adiante)
(Sick, 1997). Durante um ano (1814-1815), explorou o Rio de Janeiro e seus arredores,
incluindo a Serra dos Órgãos (Pacheco & Whitney, 2001), embora tenha se tornado
famoso como coletor botânico e por ter acompanhado Wied em sua viagem pela costa
brasileira, nos estados do Espírito Santo e da Bahia, entre 1815 e 1817 (Sick, 1997;
Pacheco & Whitney, 2001). A partir de 1818, Sellow iniciou, junto com o naturalista
Ignaz Franz von Olfers, uma série de expedições pelo interior do Brasil, incluindo os
estados de São Paulo e Minas Gerais, até se afogar no Rio Doce em 1831 (Sick, 1997;
Pacheco & Whitney, 2001; Straube & Scherer-Neto, 2001). Em Minas Gerais, consta
que esteve em Ouro Preto (Straube & Scherer-Neto, 2001), região circundada por
campos rupestres. Entre 1818 e 1820, Sellow coletou plantas nos campos rupestres da
Serra de São José, sendo homenageado na descrição de alguns táxons vegetais que
ocorrem nesta região, tais como Anthurium sellowianum, Mandevilla sellowii, Miconia
sellowiana e Stachytarpheta sellowiana (Alves & Kolbek, 2009).
Dentre suas coletas, destacam-se dois exemplares de Augastes scutatus, beijaflor endêmico dos campos rupestres do setor centro-meridional da Cadeia do Espinhaço
(ver capítulo 3), depositados no ZMB (números de registro 8652 e 8653). Tais
espécimes possuem as etiquetas com designações das localidades grafadas da seguinte
maneira: “Loc? Joan d. Rey”, o que estenderia a distribuição de A. scutatus para São
João Del Rei, fora da Cadeia do Espinhaço (Abreu, 2006). Entretanto, ainda é
necessário que sua ocorrência seja confirmada nesta localidade com base em estudos de
campo. Isso porque os espécimes ornitológicos coletados por Sellow (5.457 peles)
caíram nas mãos erradas do curador do ZMB, H. Lichtenstein (Pacheco & Whitney,
2001), que permutou e vendeu grande parte deste material. Como conseqüência, em
1854, restavam apenas 1.634 exemplares no ZMB, todos eles montados para exposição
e destituídos de suas etiquetas originais que continham os preciosos dados relativos à
coleta (Pacheco & Whitney, 2001). Isso fez com que a formidável coleção de Sellow
23
fosse dividida por colecionadores particulares desconhecidos e perdida para sempre pela
ciência.
Além disso, muitas espécies novas descritas por outros naturalistas do século
XIX, a exemplo de Wied, Vieillot e Temminck, já constavam na coleção de Sellow, mas
não haviam sido propriamente estudadas e descritas por Lichtenstein (Pacheco &
Whitney, 2001). Assim, perdeu-se um dos mais importantes acervos ornitológicos
provenientes do Brasil oriental, por falta de responsabilidade de um curador. Parte do
que restou da coleção de Sellow ainda se encontra depositada nas seguintes instituições:
ZMB, NMW, MNHNL e MNRJ (Pacheco & Whitney, 2001; Straube & Scherer-Neto,
2001; Roselaar, 2003).
Maximilian Alexander Phillip, Prinz zu Wied-Neuwied (1815-1817)
Wied chegou ao Brasil em 1815, partindo para uma longa expedição pela costa
brasileira, do Rio de Janeiro em direção ao Espírito Santo e Bahia, tendo sido
acompanhado por Sellow (ver acima) e Georg Wilhelm Freyress na primeira parte da
viagem, até Vitória (Vanzolini, 1996; Sick, 1997; Pacheco & Bauer, 2001b).
Posteriormente, embrenhou-se no sertão da Bahia e de Minas Gerais, região conhecida
por “Campos Geraes”. Essa área, de localização imprecisa (“confins de Minas e Bahia”,
segundo Wied), foi posteriormente considerada como parte do Espinhaço norte-mineiro,
próximo a Monte Azul e Rio Pardo de Minas (Paynter & Traylor, 1991). Recentes
expedições ornitológicas conduzidas nessas serras (Serra do Pau D’Arco, Serra da
Formosa e Gerais de Santana – ver adiante e capítulo 3) mostraram que a região
apresenta mosaicos de Cerrado, Caatinga e campos rupestres, o que explica a ocorrência
de espécies típicas destes três tipos de vegetação no material ornitológico coletado por
Wied na região. Dentre as aves típicas de campos rupestres, destacam-se os síntipos de
Polystictus superciliaris, espécie endêmica dos topos de montanha do leste brasileiro
(ver capítulo 3). Dois exemplares ainda existem no AMNH (Allen, 1889; Greenway,
1987 – Figura 2.1).
É possível que o caráter ecotonal dos “Campos Geraes” tenha impedido Wied de
apresentar descrições mais detalhadas sobre a vegetação dos campos rupestres, já que
tudo era novo para um naturalista germânico que acabara de sair da Mata Atlântica e
penetrar no sertão (Pacheco, 2000b), não sendo possível distinguir zonas de contato de
diferentes biomas. Entretanto, em alguns pontos, ele se refere às serras que compõem a
Cadeia do Espinhaço: “... continuando-se a viajar em direção à parte mais alta dos
24
campos gerais, atinge-se a cadeia de montanhas que se estende sôbre êles...” (Wied,
1940:389).
Após suas explorações, Wied retornou à Europa e publicou o relato da viagem
ao Brasil com inúmeras observações geográficas e ecológicas (o Reise nach Brasilien,
de 1820-1821, traduzido para o português – Wied [1940]), além de obras de grande
importância taxonômica para a ornitologia (os Beiträge de 1831-1833) (Vanzolini,
1996; Sick, 1997; Pacheco, 2000b). Neste aspecto, cabe ressaltar que a ornitologia foi o
campo em que Wied mais se destacou, de modo que suas descrições de espécies foram
bem detalhadas, contendo, muitas vezes, informações sobre história natural (Vanzolini,
1996; Sick, 1997). Sua coleção de aves brasileiras está no AMNH, onde vários tipos
ainda são encontrados em bom estado de conservação (Allen, 1889; Sick, 1997; obs.
pess.).
Augustin François César Prouvençal de Saint-Hilaire (1816-1822)
Este naturalista tinha mais interesse na botânica do que na zoologia. Embora
tenha chegado ao Brasil na companhia do zoólogo Pierre Delalande, este último
permaneceu apenas no Rio de Janeiro estudando beija-flores, tendo retornado à França e
falecido logo após (Pinto, 1952; Sick, 1997; Straube & Scherer-Neto, 2001). Assim, o
botânico viu-se na obrigação de coletar animais após a partida prematura de seu
compatriota, como pode ser percebido no seguinte trecho de sua narrativa: “Deixando a
França, tivera por companheiro de viagem o falecido sr. Delalande, naturalista do
Museu de Paris, cuja atividade e ardor para o trabalho devem fazer lastimável perda
para este estabelecimento. Fora forçado a voltar à Europa com o Duque de
Luxemburgo, e não pôde levar suas investigações além dos arredores do Rio de Janeiro.
Chegando a Ubá, comecei a ver insetos e pássaros que até então não encontrara;
excitado pelo desejo de tornar a viagem mais útil, tentei substituir meu companheiro
sem, no entanto, prejudicar minhas observações botânicas, e pus-me a formar coleções
de animais que continuei até a partida para a Europa, e que muito contribuiram [sic]
para aumentar minhas fadigas.” (Saint-Hilaire, 1975:28). Saint-Hilaire atravessou
diversas regiões montanhosas nas suas peregrinações pelo leste brasileiro, tendo
inclusive galgado áreas elevadas de campos rupestres no Espinhaço meridional, como
pode ser lido em um trecho em que ele descreveu a vegetação de um dos mais altos
picos da Serra do Caraça (Saint-Hilaire, 1975:101).
25
Regiões cobertas por campos rupestres ou de altitude do leste brasileiro nas
quais ele passou em suas viagens foram: Serra da Estrela, São João Del Rei, Ouro
Branco, Vila Rica (atual Ouro Preto), Mariana, Serra do Caraça, Sabará, Itabira, Itambé
do Mato Dentro, Conceição do Mato Dentro, Vila do Príncipe (atual Serro) e Tijuco
(atual Diamantina) (Pinto, 1952; Saint-Hilaire, 1975). Entretanto, as coleções
zoológicas de Saint-Hilaire não tiveram grande volume nem representatividade
(Vanzolini, 1996), de modo que sua coleção de aves não passou de meros 460
espécimes coligidos em diversas viagens científicas pelo Brasil (Straube & SchererNeto, 2001). Para piorar a situação, a maioria de seus espécimes ornitológicos,
atualmente depositados no MNHN, não traz etiquetas com dados relativos aos locais e
às datas de coleta (Pinto, 1952). Por esse motivo, este naturalista teve pouca
importância para o conhecimento da avifauna dos campos rupestres e de altitude.
Johann Baptist von Spix (1817-1818)
Spix e seu companheiro, Carl Friedrich Philipp von Martius, chegaram ao Brasil
em 1817, acompanhando a comitiva da arquiduquesa Leopoldina da Áustria (Vanzolini,
1996; Pacheco, 2000b; Straube, 2008). Em sua viagem ao interior do Brasil,
atravessaram locais onde ocorrem campos rupestres e de altitude, a exemplo da Serra
dos Órgãos (Fazenda Mandioca), trechos da Serra da Mantiqueira e diversos pontos do
Espinhaço mineiro (Serra de Ouro Branco, Pico do Itacolomi, Serra do Caraça, Serra do
Capanema, Serra da Piedade, Serra do Itambé [= Serra do Cipó] e Diamantina) e do
Espinhaço baiano (Caetité e Chapada Diamantina) (Spix & Martius, 1981a, b; Pacheco,
2000b; Alves & Kolbek, 2009). Na Serra do Caraça, há menção à coleta de besouros e
beija-flores: “No primeiro dia, colecionamos umas cem espécies de plantas, antes
desconhecidas; e, embora as regiões montanhosas sejam quase sempre pobres de
animais, aqui, entretanto, a coleta foi rica, sobretudo dos gêneros Cerambyx e Buprestis,
especialmente o Buprestis tricolor, semistriatus nob., e dos mais variegados colibris”
(Spix & Martius, 1981a:249).
Dentre as importantes contribuições de Spix ao conhecimento ornitológico dos
campos rupestres, cita-se a coleta e a descrição de Nothura minor (Spix, 1825), espécie
ameaçada de extinção em nível global (BirdLife International, 2007), no Brasil
(Machado et al., 2005) e no estado de Minas Gerais (Machado et al., 1998) (ver capítulo
5). Sua coleta, nos arredores de Diamantina, está relatada na narrativa da viagem:
“Depois de uma cavalgada de três horas, que passaram rápidas em agradável caçada às
26
abundantes codornas (Tinamus major et minor), chegamos a Lavra da Bandeirinha”
(Spix & Martius, 1981b:35). Após o registro de Spix em Diamantina, N. minor nunca
mais foi encontrada na Cadeia do Espinhaço, já que uma possível observação da espécie
na Serra do Cipó (Willis & Oniki, 1991) trata-se, provavelmente, de um erro de
identificação (Willis, 2003).
É importante ressaltar que parte da coleção de Spix foi abandonada após a
passagem pela região da Chapada Diamantina. De acordo com a narrativa, os
naturalistas, ao chegarem em Malhada, ainda não haviam despachado o material
coletado desde Ouro Preto: “Às nossas coleções, resultantes da viagem de Vila Rica até
aqui, dedicamos cuidados especiais... A totalidade da vultuosa bagagem constitui a
carga de vinte mulas, para as quais fazer uma viagem de mais de cem léguas, era tarefa
difícil nessa época do ano, pela quase completa falta de água no trecho a percorrer.”
(Spix & Martius, 1981b:116). Entretanto, a situação foi ficando complicada na região da
Chapada Diamantina: “Tudo nos fazia lembrar Tejuco, e de boa vontade mais nos
demoraríamos aqui, se não os obrigasse a seguir para diante, à falta absoluta de
forragem. Até o próprio vigário moreno do povoado não conseguia obter milho; assim,
nada mais nos restava a fazer, senão transpor, na manhã seguinte, a Serra de Sincorá”
(Spix & Martius, 1981b:130). Ao descerem com dificuldades a serra, com mulas já
fatigadas e intoxicadas por uma erva venenosa, e com a deserção do guia, os naturalistas
foram obrigados a se desfazer de boa parte de suas coleções em uma escolha pela
própria sobrevivência: “Aqui estávamos chegados ao umbral daquela mata de catingas,
cuja travessia devia ser muito perigosa e terrível, segundo nos tinham dito os sertanejos.
Pois até Maracás, a 20 léguas de nosso pouso, não podíamos contar nem com água, nem
com forragem. Na verdade, era desesperadora nossa situação, e iminente o risco de
ficarmos com a nossa bagagem nessa triste solidão, para morrer de inanição. Quanto
maior foi a nossa consternação, quando, após uma noite de ansiedade, demos pela falta
do capataz, nosso guia, contratado na Vila do Rio de Contas; e, depois de baldadas
buscas, tivemos que nos convencer de que ele, temeroso de ser capaz de conduzir-nos
através do deserto, havia desaparecido. Por culpa dele, as mulas, em sua maioria
estavam machucadas pelas cangalhas, e recusavam-se ao serviço; duas delas já tinham
ficado mortas na estrada. A nossa provisão de milho estava quase acabada, sem que nos
pudéssemos reabastecer nas roças dos raros e pobres habitantes dali; a água corrente ia
faltar-nos, numa distância de 20 léguas, e só em três ou quatro lugares deveriam existir
poças com água fétida e salgada. A própria região, uma mata morta e esturrada,
27
contornava-nos como quadro terrível de aniquilação lenta. Nessa extrema aflição,
tomamos a resolução de arriscar as nossas coleções, para somente cuidar de salvar as
nossas vidas. Levamos as caixas para uma garganta cerrada de mato, em lugar bem
assinalado; abandonamos as mulas, doentes e exaustas, entregues à sua sorte, e tocamos
o resto da tropa para diante, o mais depressa possível” (Spix & Martius, 1981b:130131). Embora seja mencionado que, dentre o material zoológico que foi abandonado,
constavam “... o esqueleto completo de uma anta e os de alguns jacarés” (Spix &
Martius, 1981b:131), é possível que parte da coleção ornitológica, oriunda dos campos
rupestres (trecho da Cadeia do Espinhaço entre Ouro Preto e a Chapada Diamantina),
tenha sido abandonada nesse momento.
Spix descreveu um grande número de táxons baseado no material coletado no
Brasil, na obra Avium species novae (1824-1825), publicada em dois volumes
(Vanzolini, 1996; Sick, 1997; Pacheco, 2000b). Seus espécimes foram depositados no
ZSM e, provavelmente, alguma parte ainda subsiste no NKMBA e no LMJ (Roselaar,
2003). Entretanto, com os severos bombardeios contra Munique durante a Segunda
Guerra Mundial, há relatos que vários exemplares de Spix foram perdidos para sempre
(Vanzolini, 1996; Pacheco, 2000b; K. -L. Schuchmann, com. pess.). Um inventário do
material remanescente, associado à procedência dos espécimes, seria extremamente
desejável.
Georg Heinrich von Langsdorff (1822-1825)
Langsdorff chegou pela primeira vez ao Brasil em 1813 na qualidade de cônsul
da Rússia, permanecendo aqui até 1820. Ele adquiriu uma propriedade, chamada
Fazenda Mandioca, na base da Serra da Estrela (parte da Serra dos Órgãos), localizada
no atual município de Magé (Ihering, 1902; Komissarov, 1997; Sick, 1997; Maior,
1999). Nessa propriedade, ele reuniu uma formidável biblioteca, além de coleções de
história natural. Assim, a Fazenda Mandioca serviu como importante ponto de
passagem e de encontro de vários naturalistas, a exemplo de Wied, Freyress, Sellow,
Natterer, Spix e Martius (Vanzolini, 1996; Komissarov, 1997; Sick, 1997). No seu
retorno ao Brasil, no ano de 1822, Langsdorff iniciou suas explorações nos arredores da
Fazenda Mandioca e também em Nova Friburgo (Vanzolini, 1996; Komissarov, 1997).
A partir de maio de 1824, partiu para uma longa viagem do Rio de Janeiro em direção a
Minas Gerais, na companhia do zoólogo Edouard Ménétriès (ver adiante), do botânico
Ludwig Riedel, do artista Moritz Rugendas e do astrônomo Nester Rubstov (Pinto,
28
1952; Komissarov, 1997; Sick, 1997; Pacheco, 2004). Tais estudiosos exploraram
diversas regiões serranas do sudeste do Brasil, a exemplo de São João Del Rei, São José
(atual Tiradentes), Ouro Preto, Mariana, Timbopeba, Inficionado (atual Santa Rita
Durão), Serra do Caraça, Serra da Piedade, Sabará, Congonhas do Norte e Diamantina
(Silva, 1997; Maior, 1999; Alves & Kolbek, 2009). O material ornitológico foi
depositado no ZISP (Roselaar, 2003). Entretanto, segundo Vanzolini (1996), a
contribuição zoológica das investidas de Langsdorff e sua equipe não foi de grande
relevância. Este autor conclui: “A contribuição de Langsdorff ao conhecimento da fauna
brasileira não está no nível da dos demais zoólogos aqui discutidos. Amadorismo e má
sorte conspiraram para que a aventura quase nada representasse zoologicamente”.
Vanzolini (1996) fez uma análise das aquarelas de vertebrados ilustrados durante as
investigações de Langsdorff, preparadas pelos artistas Taunay, Florence e Rugendas.
Nelas, não se encontra nenhuma espécie de ave endêmica de campos rupestres ou
campos de altitude, apesar de haver várias espécies de distribuição geográfica mais
ampla e que vivem nesses ambientes, a exemplo de Sarcoramphus papa, Caracara
plancus, Milvago chimachima, Athene cunicularia, Melanopareia torquata, Furnarius
rufus e Stephanophorus diadematus (ver capítulo 3).
Jean Moris Edouard Ménétriès (1822-1825)
Este naturalista francês veio ao Brasil a convite de Langsdorff para coletar e
preparar animais (Pinto, 1952; Sick, 1997; Pacheco, 2004). Nos dois primeiros anos,
parece que suas atividades estiveram mais restritas à Fazenda Mandioca e arredores
(Serra dos Órgãos) (Pinto, 1952; Pacheco, 2004). Em 1824, partiu para a viagem ao
interior de Minas Gerais na companhia de Langsdorff e sua comitiva. É certo que
Ménétriès tenha coletado aves em áreas de campos rupestres, como pode ser lido no
trecho do diário de Langsdorff, quando estiveram no topo da Serra da Piedade: “O Sr.
Riedel voltou com muita coleta, Rugendas desenhou, Ménétriès e Alexander mataram
alguns pássaros” (Silva, 1997:141). Entretanto, como afirmou Vanzolini (1996), tudo
indica que o volume de material coletado não foi muito expressivo. O próprio
Langsdorff, atravessando o coração do Espinhaço mineiro, reclamou em seu diário:
“Lamento imensamente ter que dizer que Ménétriès não está colhendo material como eu
desejaria” (Silva, 1997:263). Ao que consta, a maioria de seus exemplares foi
depositada no ZISP, mas uma pequena parte foi para o MNHN e alguns são tipos de
espécies características de regiões serranas do leste brasileiro, como Scytalopus
29
speluncae, coletado possivelmente nos arredores de São João Del Rei (Sick, 1997;
Pacheco, 2004; Raposo et al., 2006).
Entretanto, as localidades anotadas por Ménétriès apresentam vários equívocos
de etiquetagem, sendo que táxons típicos do Mato Grosso (Cercomacra melanaria,
Pyriglena leuconota maura e Myrmeciza atrothorax melanura) foram registrados como
se coletados em Minas Gerais e Psilorhamphus guttatus, espécie típica dos taquarais da
Mata Atlântica montana, foi citada como proveniente de Cuiabá, capital mato-grossense
(Pacheco, 2004). Por estas e outras impropriedades nas suas localidades de coleta,
mesmo os registros de espécimes representantes de táxons em localidades que se
encaixam nas áreas conhecidas de distribuição devem ser tratados com cautela, já que
existe a possibilidade de equívoco na atribuição de suas origens (Vanzolini, 1996;
Pacheco, 2004).
Peter Wilhelm Lund, Johannes Theodor Reinhardt e Johannes Eugenius Büllow
Warming (1825-1866)
Estes três naturalistas dinamarqueses são apresentados no mesmo tópico, já que
suas histórias de coleta e permanência no Brasil são ligadas por iniciativas semelhantes:
o interesse da coroa dinamarquesa em conhecer a biodiversidade brasileira. Nesse
aspecto, Lund foi o pioneiro, chegando ao Brasil pela primeira vez em dezembro de
1825, tendo coletado nos arredores do Rio de Janeiro durante o ano de 1826 (Pinto,
1950, 1952; Krabbe, 2007). No ano seguinte, subiu a região serrana do estado (Nova
Friburgo e Macaé), onde coletou importante material zoológico (Pinto, 1950, 1952;
Krabbe, 2007). Em janeiro de 1829, retornou à Europa, voltando definitivamente para o
Brasil em 1833, saindo do Rio de Janeiro e adentrando o estado de São Paulo, passando
próximo à Serra da Bocaina (Pinto, 1950). Lund atravessou diversas regiões do interior
paulista e do sertão de Minas Gerais até chegar a Lagoa Santa, em outubro de 1835,
onde se fixou até sua morte, em 1880 (Pinto, 1950, 1952; Schøllhammer, 2002; Krabbe,
2007). Nesse itinerário, passou por diversas regiões onde ocorrem campos rupestres, a
exemplo de Ouro Preto e Mariana (Pinto, 1950, 1952). No total, Lund coletou 1.662
espécimes de aves no Brasil, todos depositados no ZMUC (Krabbe, 2007).
Em junho de 1847, Reinhardt foi para Lagoa Santa como assistente de Lund,
atravessando diversas regiões serranas da Serra da Mantiqueira e do Espinhaço
meridional até chegar àquele arraial na margem esquerda do Rio das Velhas (Pinto,
1950, 1952; Krabbe, 2007). Reinhardt retornou à Europa em novembro de 1847,
30
voltando a Lagoa Santa em setembro de 1850, onde permaneceu até março de 1852,
quando realizou outra viagem à Europa (Pinto, 1950, 1952; Krabbe, 2007). Em
novembro de 1854, ele retornou a Lagoa Santa e lá permaneceu até o final do ano
seguinte (Pinto, 1950, 1952; Krabbe, 2007). Reinhardt coletou mais de 800 espécimes
de aves em áreas anteriormente desconhecidas do Cerrado mineiro. Analisando o
material coligido por ele mesmo junto com a coleção de Lund, no ZMUC, ele escreveu
um trabalho clássico sobre as aves campestres do Brasil (Reinhardt, 1870), infelizmente
ainda pouco conhecido por ter sido publicado apenas em dinamarquês. Apenas
recentemente, com a publicação dos dados dos exemplares coletados por estes dois
naturalistas (Krabbe, 2007), é que a maioria das informações do trabalho original de
Reinhardt foi mais bem divulgada.
Apesar da enorme contribuição da dupla dinamarquesa para a ornitologia
brasileira, parece que eles não coletaram em áreas de campos de altitude (na região
serrana do Rio de Janeiro e na travessia da Serra da Mantiqueira), nem nos campos
rupestres (no Espinhaço meridional). Pelo menos, na lista dos exemplares coletados por
Lund e Reinhardt, não se encontra nenhuma espécie endêmica desses ambientes e nem
localidades típicas de áreas altimontanas (Pinto, 1950; Krabbe, 2007). A única exceção
é um registro de Knipolegus lophotes, efetuado por Lund, para a Serra da Piedade
(conforme Pinto [1952:40]). Entretanto, esta localidade não é citada para esta espécie na
recente revisão de Krabbe (2007) e, dessa forma, fica a dúvida se Lund realmente teria
coletado ou realizado anotações de campo sobre aves na Serra da Piedade.
O botânico Warming veio ao Brasil em 1863 a convite de Lund, tendo coletado
alguns espécimes de aves que foram mencionados no clássico estudo de Reinhardt
(Pinto, 1950, 1952; Krabbe, 2007). Embora mais interessado nas plantas, Warming
coletava e fazia anotações cautelosas sobre os animais, como pode ser lido na tradução
de seu artigo sobre a fauna do Cerrado (Gomes et al., 2006:109-141). Warming
empreendeu duas excursões de coleta botânica aos campos rupestres das partes mais
elevadas da Serra da Piedade, apresentando uma bela ilustração da região e descrevendo
a vegetação daquela área (Gomes et al., 2006). Suas visitas a esta localidade ajudaramno a compreender melhor as idéias de Humboldt sobre as zonas fitogeográficas (Gomes
et al., 2006). Entretanto, não está claro se ele coletou aves nos campos rupestres da
Serra da Piedade. Caso isso tenha ocorrido, é possível que o material ainda esteja
disponível para estudo no ZMUC.
31
Pierre Emille Gounelle (188?-1903)
Não se sabe quando Gounelle iniciou suas explorações nas montanhas do leste
do Brasil, sabendo-se apenas que esteve no país entre 1884 e 1903 (Gounelle, 1909;
Pinto, 1952; Pacheco, 2000b). Apesar de entomólogo, ele tinha especial interesse por
beija-flores, tendo coletado relevante material, incluindo táxons endêmicos, nas
seguintes localidades de campos rupestres e de altitude: Diamantina, Serra do Caraça,
Pico do Itacolomi e Itatiaia. Suas observações sobre ambientes e altitudes são muito
precisas para um naturalista daquela época. Em todos os registros de espécies de beijaflores, Gounelle (1909) apresentou altitudes e descreveu bem os tipos de habitats onde
os espécimes foram coletados. Aparentemente, a maior parte de sua coleção está
depositada no MNHN (coleção J. Berlioz, segundo Vielliard [1994]), embora espécimes
de Augastes scutatus e de Heliactin bilophus tenham sido encontrados no MZUSP.
Dentre suas coletas mais importantes, destacam-se espécimes de A. scutatus dos
campos rupestres de Diamantina, Serra do Caraça e Pico do Itacolomi, além de
Campylopterus largipennis, proveniente da Serra do Caraça. Pela primeira vez,
espécimes de A. scutatus, espécie endêmica da região centro-meridional da Cadeia do
Espinhaço, tiveram suas localidades de coleta e altitudes bem especificadas. Gounelle
(1909) também apresentou boa descrição de sua distribuição geográfica e informações
relevantes sobre sua história natural, inclusive sobre a visita às flores de Stachytarpheta
(Verbenaceae), fato comprovado por estudo feito um século após (Vasconcelos &
Lombardi, 2001). Embora Gounelle (1909) já tivesse chamado a atenção em seu artigo
sobre a notoriedade da ocorrência de C. largipennis na região do Caraça, espécie de
distribuição predominante no norte da América do Sul, seu registro foi descartado,
talvez por ser considerado duvidoso (Vielliard, 1994). Somente décadas depois, a
subespécie C. l. diamantinensis foi descrita, com base em exemplares coletados por A.
Ruschi em Diamantina, Minas Gerais (Ruschi, 1963c). Esta é a mesma forma coletada
por Gounelle na Serra do Caraça, com base em exemplares obtidos recentemente nessa
região (DZUFMG 2575, 2576, 2738, 2739, 2838, 2839, 3783) e comparados com o
holótipo no AMNH (número de registro 801435). Uma fotografia do entomólogo em
visita ao Dr. Hermann von Ihering, em São Paulo, foi recentemente publicada por
Azevedo (2000).
32
Século XX
Ao contrário do século XIX, quando os naturalistas estavam apenas de passagem
por diversas regiões serranas, o século XX foi marcado pelas primeiras expedições
voltadas especificamente para as montanhas do leste brasileiro. Abaixo, são citados
coletores que fizeram parte dessas expedições, além de outros que contribuíram de
maneira mais periférica para o conhecimento da avifauna dessas áreas altimontanas. O
período em que estes estudiosos trabalharam na região também é citado entre
parênteses.
Carlos Moreira (1900-1903)
Moreira era assistente da Seção de Zoologia do MNRJ. Aparentemente, suas
primeiras coletas no Itatiaia foram realizadas em 1900 (Ruschi, 1951), mas foi em julho
de 1901 que ele empreendeu, junto com o botânico Ernst Hemmendorff, uma expedição
aos campos de altitude dessa região que teve seus resultados publicados (Hemmendorff
& Moreira, 1903). Moreira foi o primeiro a coletar Oreophylax moreirae, espécie
endêmica dos topos de montanha do leste brasileiro (Miranda-Ribeiro, 1906; Gonzaga,
1989b – ver capítulo 3). Embora o relato da viagem de Moreira não apresente muitas
informações sobre a avifauna do Itatiaia, esses esforços, somados a outras excursões
subseqüentes à região, pelo menos até 1903, formaram a base para um importante artigo
publicado por Miranda-Ribeiro (1906) (ver abaixo).
Alípio de Miranda-Ribeiro (1904-1935)
Miranda-Ribeiro era chefe da Seção de Zoologia do MNRJ e passou alguns dias
de novembro de 1904 nos campos de altitude do Itatiaia, tendo decidido ajuntar os
resultados obtidos por ele mesmo e por Moreira para a produção da primeira lista das
aves da região, baseada em quase 100 espécimes, representantes de 43 espécies,
algumas delas das matas e não dos campos de altitude (Miranda-Ribeiro, 1906). Nesta
importante contribuição, ele descreveu duas novas espécies de aves: Oreophylax
moreirae e Hemitriccus obsoletus. Posteriormente, baseando-se em informações
adicionais, com base em coletas efetuadas por Peixoto-Velho (ver abaixo), ele publicou
uma revisão da lista da avifauna do Itatiaia, com algumas notas taxonômicas,
totalizando 105 espécies em toda a região, incluindo matas e campos de altitude
(Miranda-Ribeiro, 1923).
33
Miranda-Ribeiro também explorou os pontos mais altos da Serra dos Órgãos, em
Teresópolis, de 1915 até pelo menos 1935, constando que ele havia registrado O.
moreirae nos campos de altitude daquela localidade (Peixoto-Velho, 1923b; MirandaRibeiro, 1923, 1935; Holt, 1928; Ruschi, 1951).
Hermann Lüderwaldt (1906)
Embora quase nunca mencionado em revisões históricas, com poucas exceções
(Pinto, 1945, 1951, 1954), o naturalista alemão Lüderwaldt fez contribuições muito
importantes para a ornitologia da Serra da Mantiqueira, coletando material em Campos
do Jordão e nos campos de altitude do Itatiaia. A esta última localidade, ele foi enviado
a serviço do Dr. Hermann von Ihering, do MZUSP (na época Museu Paulista),
trabalhando entre abril e maio de 1906 e coletando espécimes, 64 dos quais enviados ao
MZUSP (Pinto 1951, 1954); alguns outros foram localizados no AMNH (obs. pess.). Os
resultados de sua contribuição ao estudo da avifauna dos campos de altitude do Itatiaia
foram publicados por ele mesmo (Lüderwaldt, 1909).
Pedro Pinto Peixoto-Velho (1921-1922)
Preparador da Seção de Zoologia do MNRJ, Peixoto-Velho fez duas investidas
em coleta de espécimes ornitológicos no Itatiaia: uma entre maio e junho de 1921 e,
outra, em fevereiro de 1922, publicando seus resultados (Peixoto-Velho, 1923a).
Entretanto, a maior parte do material (51 espécimes) é oriunda das matas. A exceção foi
um espécime de Oreophylax moreirae coletado nos campos de altitude dessa região
(Peixoto-Velho, 1923a; Pinto, 1951, 1954).
Em outubro de 1922, Peixoto-Velho empreendeu curta viagem de coleta à Serra
do Caparaó, apresentando uma lista do escasso material coligido (10 exemplares), junto
a alguns espécimes que o MNRJ havia adquirido de Holt (ver abaixo) (Peixoto-Velho,
1923b; Sick, 1970). Sabe-se que ele tentou alcançar o Pico da Bandeira, mas foi
impedido pelo nevoeiro. Infelizmente, na lista de espécies publicada, não constam as
altitudes e os ambientes de coleta, embora ele mencione um espécime de O. moreirae
coletado a 2.200 m de altitude (Peixoto-Velho, 1923b), obviamente, nos campos de
altitude daquela região.
34
Ernest G. Holt (1921-1922)
Holt foi enviado pelo Dr. Frank Murphy Chapman do AMNH para fazer estudos
sobre as zonas de vida ao longo do gradiente altitudinal do Itatiaia na composição da
avifauna da região. Chapman já havia amostrado e estudado este aspecto nos Andes
setentrionais e tinha grande interesse, já naquela época, em realizar uma comparação
desses estudos com a Serra do Itatiaia. Holt realizou coletas de grande importância no
período de dezembro de 1921 a abril de 1922, publicando os resultados de sua
amostragem numa revisão clássica da avifauna do Itatiaia (Holt, 1928). Os 559
exemplares, representantes de 187 espécies, coletados nessa ocasião, estão depositados
no AMNH. Suas séries foram muito bem preparadas por ele mesmo. Além disso, pela
primeira vez nas amostragens ocorridas nos campos de altitude do Itatiaia, houve a
coleta de séries constituídas por um número razoável de espécimes, de modo que
maiores estudos sobre variação individual ou geográfica de algumas espécies endêmicas
ou típicas dessas áreas altimontanas só serão possíveis graças aos esforços de Holt (e de
Kaempfer – ver adiante).
Ainda em julho de 1922, Holt explorou os campos de altitude da Serra do
Caparaó, coletando espécimes (Peixoto-Velho, 1923b; Holt, 1928; Ruschi, 1951; Sick,
1970). Segundo Peixoto-Velho (1923b), a maior parte de sua coleção desta localidade
foi enviada ao AMNH, mas cerca de 60 peles foram vendidas ao MNRJ.
Maria Elisabeth Emilie Snethlage (1926-1929)
A ornitóloga alemã Snethlage foi uma das maiores coletoras de aves do início do
século XX. Embora suas atividades de coleta tenham-se concentrado na região
amazônica, entre 1905 e 1922 (Cunha, 1989; Junghans, 2008), a serviço do MPEG,
Snethlage trabalhou posteriormente no MNRJ, de 1922 a 1929 (ano de sua morte),
tendo a oportunidade de amostrar as serras do sudeste brasileiro (Gonzaga, 1989a; Sick,
1997; Pacheco, 2000b). Suas coletas na região de Ouro Preto e Mariana, no Espinhaço
meridional, foram efetuadas entre janeiro e maio de 1926 (Ruschi, 1951; Schneider &
Sick, 1962; Mattos & Sick, 1985; Vasconcelos et al., 2008b). A maior parte do material
é possivelmente oriunda das áreas florestadas ao longo da drenagem do Rio Gualaxo.
Entretanto, Snethlage também coletou em áreas serranas da Cadeia do Espinhaço, como
é atestado pelos espécimes oriundos das Serras do Capanema e do Batatal, em Ouro
Preto (Vasconcelos et al., 2008b), e de três exemplares de Embernagra longicauda
35
obtidos na Fazenda Taveira, Mariana (Mattos & Sick, 1985). Estes exemplares foram os
primeiros da espécie a ter uma localidade específica anotada em suas etiquetas, já que a
mesma havia sido descrita com base em um único espécime-tipo procedente da
“América do Sul” (O’Brien, 1968).
Em abril de 1927, ela coletou na região do Itatiaia, como atesta um espécime de
Oreophylax moreirae (Melo-Júnior et al., 1998) depositado no MNRJ, além de
exemplares de outras espécies nesta mesma instituição (Ruschi, 1951; Schneider &
Sick, 1962; Gonzaga, 1989a).
Entre agosto e setembro de 1929, Snethlage coletou nos campos de altitude da
Serra do Caparaó, onde se encontrou com Emil Kaempfer (ver abaixo), trazendo para as
coleções do MNRJ espécimes de Oreophylax moreirae, Drymophila genei e Scytalopus
notorius (Miranda-Ribeiro, 1930; Snethlage, 1930; Ruschi, 1951; Schneider & Sick,
1962; Sick, 1970, 1997; Melo-Júnior et al., 1998; Straube & Scherer-Neto, 2001).
O material coletado por Snethlage nessas áreas altimontanas ainda necessita ser
cuidadosamente levantado, já que uma revisão de suas coleções nunca foi publicada.
Emil Kaempfer (1928-1929)
Kaempfer era coletor e taxidermista profissional, tendo sido contratado pela
milionária Elsie M. B. Naumburg para fazer coleções de referência no leste do Brasil e
no Paraguai, entre os anos de 1926 e 1931 (Naumburg, 1935; Pinto, 1952; Sick, 1997;
Pacheco, 2000b). Kaempfer, acompanhado de sua esposa, coletou e preparou mais de
10.000 exemplares nesse período, sendo seu trabalho um dos maiores esforços de coleta
de um único homem em contribuição à ornitologia do leste brasileiro (Naumburg, 1928,
1935). Após estudar parte do material (Naumburg, 1937, 1939), ela doou esta
importante coleção ao AMNH (Pacheco, 2000b), onde ela se encontra em perfeitas
condições nos dias atuais (obs. pess.). Das localidades de topos de montanha do leste
brasileiro, Kaempfer coletou nos campos rupestres de Morro do Chapéu, extremo norte
da Chapada Diamantina, e nos campos de altitude da Serra do Caparaó.
Kaempfer amostrou a região de Morro do Chapéu entre abril e maio de 1928
(Naumburg, 1935), tendo coletado importante material, incluindo espécies endêmicas e
quase-endêmicas dos topos de montanha do leste brasileiro (ver capítulo 3), a exemplo
de Augastes lumachella, Polystictus superciliaris e Embernagra longicauda (Ruschi,
1962a; Mattos & Sick, 1985; Sick, 1997; Vasconcelos et al., 2003). Neste aspecto, cabe
ressaltar que os espécimes de A. lumachella foram os primeiros a ter uma localidade
36
específica anotada em suas etiquetas, já que a espécie havia sido descrita com base em
material proveniente da “Bahia” (Pacheco, 2000b).
Na região do Caparaó, Kaempfer demorou-se de julho a setembro de 1929. Sua
coleção dos campos de altitude dessa localidade é a mais representativa de todos os que
por ali passaram antes e depois, sendo suas séries, para cada espécie coletada,
representada por um bom número de espécimes. Como exemplo, táxons tipicamente
serranos, tais como Stephanoxis lalandi lalandi, Oreophylax moreirae, Knipolegus
nigerrimus e Poospiza lateralis são representados por dezenas de exemplares nas séries
coletadas por ele nos campos de altitude da Serra do Caparaó.
Infelizmente, a coleção de Kaempfer nunca foi totalmente levantada, estudada e
divulgada, sendo extremamente desejável que um artigo semelhante ao de Krabbe
(2007) seja publicado a este respeito.
Heinrich Maximilian Friedrich Hellmut Sick (Helmut Sick) (1941-1985)
O alemão Sick veio ao Brasil em agosto de 1939 como assistente de Adolf
Schneider para participar de uma expedição ao norte do Espírito Santo (Gonzaga, 1991;
Pacheco & Bauer, 1995). Em setembro, com o início da Segunda Guerra Mundial, Sick
resolveu permanecer (ilegalmente, já que seu visto havia vencido) no Espírito Santo,
após o término da expedição (em dezembro), vivendo junto ao pastor luterano Leonhard
Friedrich Fuchshuber, na Serra de Jatiboca, próximo a Itarana (Gonzaga, 1991; Pacheco
& Bauer, 1995). Sick permaneceu nessa região até 1942, tendo coletado nos campos de
altitude da Serra do Caparaó e suas adjacências, entre fevereiro e abril de 1941
(Schneider & Sick, 1962; Sick, 1959, 1970). Foi nesta ocasião que redescobriu
Caprimulgus longirostris no Brasil (Sick, 1959, 1963) e coletou exemplares de várias
espécies serranas na região. Por estar em situação ilegal, Sick foi preso em março de
1942, permanecendo por quase três anos nos presídios da Ilha das Flores e da Ilha
Grande (Gonzaga, 1991; Pacheco & Bauer, 1995). Consta que seu material e anotações
também foram apreendidos, mas os espécimes da Serra do Caparaó, todos muito mal
preparados, encontram-se atualmente depositados no MNRJ e no AMNH (L. E. Lopes,
com. pess.; obs. pess.). Após a saída da prisão, Sick naturalizou-se brasileiro e foi
contratado pelo MNRJ, em 1960, permanecendo no Brasil até sua morte, em 1991
(Gonzaga, 1989a, 1991). É certo que Sick continuou amostrando áreas de campos
rupestres e de altitude, principalmente no Itatiaia (julho de 1952, janeiro de 1956, março
de 1968, novembro de 1969), Serra dos Órgãos (1946 [data não mencionada], setembro
37
de 1955, fevereiro e outubro de 1956), do Caparaó (1985) e possivelmente algumas
localidades da Mantiqueira (Pico do Selado – abril de 1956) e do Espinhaço, como pode
ser lido em alguns de seus artigos (Sick, 1959, 1970), em sua obra maior (Sick, 1997) e
nos relatos de Andrade (1991) e de Vuilleumier (1995). Em julho de 1974, Sick esteve
na Serra do Caraça, quando registrou a águia-chilena, Buteo melanoleucus (Sick, 1997).
Entretanto, não se sabe se ele coletou exemplares adicionais nestas localidades.
Sua sensibilidade para com o ambiente dos campos de altitude pode ser
percebida no seguinte trecho, quando caçava, à noite, no topo da Serra dos Órgãos: “O
luar iluminava os picos e prateava o mar de nuvens que fervilhava na extensa Baixada
Fluminense. A sombra das chusqueas retorcidas, eternamente castigadas pelas
ventanias, povoava de fantasmas as lajes serrilhadas dos declives abruptos. As negras
grotas expeliam golfadas de neblina em direção aos cumes, obscurecendo o ambiente e
tornando difícil a orientação naquele labirinto de penhascos. Finalmente, já a [sic] meianoite, numa íngreme escarpa da Baleia, consegui aproximar-me do meu objetivo o
suficiente para um tiro, e tive em mãos mais um comprovante (macho) de Caprimulgus
longirostris” (Sick, 1959). Estas palavras mostram que Sick era um montanhista hábil,
com alta capacidade para descrever os ambientes campestres das montanhas do leste
brasileiro. Só quem passou noites a fio nesses cumes seria capaz de fazer tal tipo de
descrição do ambiente, recheada de impressões poéticas.
Vale mencionar que Sick também coletou e descreveu Cinclodes pabsti, das
montanhas do sul do Brasil (Sick, 1969; Gonzaga, 1989b), mas recentemente registrada
nos campos rupestres da Serra do Cipó (Freitas et al., 2008). Dentre as mais importantes
contribuições de Sick à ornitologia das altas montanhas do leste brasileiro, destacam-se
seus estudos sobre Oreophylax moreirae nos campos de altitude (Sick, 1970) e, embora
superficial, seu artigo sobre a influência andino-patagônica na avifauna desta região
(Sick, 1985).
Élio Gouvêa (1944-1997)
Funcionário do Parque Nacional do Itatiaia, Gouvêa era um excelente coletor e
taxidermista, tendo acompanhado Lima em suas coletas (ver adiante). Em julho de 1952
e janeiro de 1956, esteve com Sick nos campos de altitude dessa região, tendo coletado
espécimes de Caprimulgus longirostris (Sick, 1959 – citando-o erroneamente como
Helio Gouveia). Ele foi responsável pela montagem das coleções científicas e
expositivas no museu desta reserva entre 1955 e 1979 (Vasconcelos & Gouvêa, 2001).
38
Tal coleção foi enviada, nos últimos anos, ao MNRJ (E. M. Gouvêa, com. pess.). Seus
trabalhos de campo no Itatiaia foram efetuados até recentemente, embora, a partir da
década de 1980, tenha concentrado esforços no anilhamento de aves, visando estudar
aspectos da migração altitudinal por algumas espécies. Nessas ocasiões, coletava alguns
espécimes que morriam acidentalmente durante a captura ou manuseio. Por ser um
residente da região durante décadas, Gouvêa era o maior conhecedor da avifauna do
Itatiaia. Um levantamento do material coletado por Gouvêa ainda necessita ser
realizado.
José Leonardo Lima (1949-1961)
Lima era um hábil coletor e taxidermista do Departamento de Zoologia da
Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio do Estado de São Paulo (atual MZUSP).
Ele foi incumbido por Olivério Mário de Oliveira Pinto de empreender expedições de
coleta de aves para aquela instituição no Itatiaia, entre os anos de 1949 e 1954, das quais
participaram Gouvêa (ver acima) e o próprio Olivério Pinto. Os campos de altitude
foram amostrados apenas durante uma semana, em maio de 1951 (Alto do Itatiaia:
Várzea dos Lírios), mas um volume interessante de material foi coletado (Pinto, 1951,
1954). Com base na última revisão da avifauna regional, Pinto (1954) listou mais de
240 espécies para o Itatiaia, incluindo aquelas de áreas florestadas e de campos de
altitude.
Lima também coletou na Serra da Bocaina, embora sua coleção nunca tenha sido
estudada e levantada. Merece destaque um espécime de Polystictus superciliaris que ele
coletou nessa área e que representa o primeiro registro desta espécie para o complexo da
Serra do Mar (Sick, 1997; Vasconcelos et al., 2003).
Augusto Ruschi (1956-1977)
As primeiras investigações de Ruschi nas altas montanhas do leste brasileiro
parecem ter ocorrido na Serra do Caparaó nos anos de 1956, 1957 e 1977, quando
coletou poucos espécimes, depositados no MBML (Bauer, 1999; obs. pess.).
Infelizmente, não é possível saber se ele coletou nos campos de altitude dessa região, já
que as anotações nas etiquetas não informam os tipos de ambiente em que os espécimes
foram coletados. Alguns deles, tais como um exemplar de Tangara desmaresti (MBML
4763) e outro de Poospiza lateralis (MBML 6528), coletados nas altitudes de 1.800 m e
1.700 m, respectivamente, podem ter sido coletados na transição da mata nebular para
39
os campos de altitude. Posteriormente, Ruschi apresentou listagens da avifauna do
Parque Nacional do Caparaó (Ruschi, 1978) e do Parque Estadual da Pedra Azul
(Ruschi, 1982b), onde também existem campos de altitude. Entretanto, nessas listagens
também não foram informados os ambientes e as altitudes dos registros, sendo
impossível saber quais deles foram efetuados nos campos de altitude. Além disso, essas
listagens
são
consideradas
duvidosas
e
possivelmente
tratam
de
fraudes
deliberadamente cometidas por este autor (ver Bauer [1999], Pacheco & Bauer
[2001a]).
O material coletado e divulgado em publicações indica que Ruschi iniciou suas
explorações nos campos rupestres do Espinhaço mineiro em março de 1958, quando
obteve espécimes de Augastes scutatus (Ruschi, 1962a). Em 1959, durante uma visita
ao AMNH, Ruschi descobriu os exemplares de A. lumachella coletados por Kaempfer
no Morro do Chapéu (Ruschi, 1962a; Sick, 1997). A partir daí, com o patrocínio do
magnata Crawford H. Greenwalt, ele investiu em uma série de expedições aos campos
rupestres da Cadeia do Espinhaço (em Minas Gerais e na Bahia), com o intuito de
coletar mais material dessas duas espécies de Augastes, ambas endêmicas desse sistema
orográfico (Ruschi, 1962a). Apesar de Ruschi ter cometido alguns erros relativos à
toponímia de certas localidades de ocorrência dessas duas espécies, sua revisão sobre a
distribuição geográfica de ambas é muito boa para aquela época (Ruschi, 1962a; 1963a,
b).
Em janeiro de 1962, Ruschi coletou e descreveu a subespécie Colibri delphinae
greenewalti (Figura 2.2) dos campos rupestres da Chapada Diamantina, em homenagem
a Greenwalt (Ruschi, 1962b). Este é um dos táxons menos conhecidos dos campos
rupestres e sua validade taxonômica ainda é discutida (Greenway, 1978; Vielliard,
1994; Stiles, 1999; Brammer, 2002). O fato é que todo o conjunto de caracteres
considerados diagnósticos da subespécie C. d. greenewalti ocorre de maneira isolada em
espécimes da forma nominal de outras regiões, mas não de maneira conjunta (K. -L.
Schuchmann, com. pess.; obs. pess.). Caso C. d. greenewalti seja considerada uma
forma válida, será um dos táxons endêmicos da Cadeia do Espinhaço com distribuição
das mais restritas (ver capítulo 3).
Com base em material coletado em setembro de 1962, na Fazenda da Alegria,
vertente meridional da Serra do Caraça, Ruschi (1963b) descreveu a subespécie
Augastes scutatus soaresi (Figura 2.3), sendo a mesma invalidada por Abreu (2006), por
se tratar de uma mera variação individual da espécie, conforme já aventado por
40
Vielliard (1994). Nesta mesma localidade, ele coletou e descreveu Phaethornis
eurynome pinheiroi (Ruschi, 1965), outra subespécie que foi recentemente invalidada
(Vasconcelos, 2008b).
Em setembro de 1963, Ruschi (1963c) descreveu Campylopterus largipennis
diamantinensis (Figura 2.4), de Diamantina, Minas Gerais, subespécie já coletada na
Serra do Caraça por Gounelle (ver acima).
A subespécie Phaethornis pretrei schwarti foi descrita com base em exemplares
coletados em abril de 1965 e abril de 1975, nos municípios de Mucugê e Andaraí,
Chapada Diamantina (Ruschi, 1975). A validade deste táxon também é questionável
(Grantsau, 1988; Vielliard, 1994).
Entre janeiro e fevereiro de 1973, Ruschi coletou também no Parque Estadual de
Forno Grande (Vielliard, 1994), sendo seus poucos exemplares depositados no MBML.
Infelizmente, também não é possível saber se esses exemplares foram coletados em
áreas de campos de altitude, por falta de informações nos rótulos.
Apesar das imprecisões e possíveis fraudes de alguns registros, principalmente
no Espírito Santo (ver Bauer [1999], Pacheco & Bauer [2001a]), além da falta de
critério científico na descrição de novos táxons, a contribuição de Ruschi ao estudo da
avifauna campestre dos topos de montanha do leste do Brasil é indiscutível, uma vez
que ele coletou e preservou espécimes que são de grande valia para os estudos de
taxonomia e de variação geográfica (ver Vielliard [1994], Abreu [2006]).
Rolf Grantsau (1964-)
O naturalista alemão Grantsau mudou-se para o Brasil em 1962, iniciando seus
trabalhos de coleta e estudo da avifauna brasileira junto à equipe do MZUSP, em 1963
(Grantsau, 1967, 1988). Apesar de trabalhar como desenhista de projetos industriais na
Mercedes-Benz do Brasil, Grantsau conseguiu reunir centenas de espécimes de aves em
suas horas vagas, um louvável trabalho que contou com a ajuda de sua esposa, Ilse
Grantsau. A maior parte do material encontra-se em sua coleção particular (SG), embora
espécimes coletados por Grantsau tenham sido localizados em diversas instituições
(e.g., AMNH, MZUSP e MPEG). Por ser interessado em beija-flores, entre julho de
1964 e outubro de 1965, ele seguiu a rota de Ruschi pelos campos rupestres da Cadeia
do Espinhaço com a intenção de estudar e coletar duas espécies endêmicas: Augastes
lumachella e A. scutatus (Grantsau, 1967, 1968). Dentre as localidades de campo
rupestre visitadas por Grantsau, destacam-se: Serra de Itatiaiuçu, Barão de Cocais, Serra
41
do Caraça, Serra Santa (onde também coletou Embernagra longicauda – MZUSP
61718), Serra do Cipó, Serra do Sincorá e Andaraí (Grantsau, 1967, 1968). Suas coletas
culminaram na descrição de uma nova subespécie em homenagem à sua esposa,
Augastes scutatus ilseae (Grantsau, 1967), que também é uma mera variação individual
da espécie (Abreu, 2006).
Grantsau foi o primeiro a coletar Formicivora grantsaui, em Igatu (1965),
espécie endêmica dos campos rupestres da Chapada Diamantina que foi recentemente
descrita em homenagem a ele (Gonzaga et al., 2007). Com mais de 80 anos de idade,
Grantsau até hoje é um ativo taxidermista e pesquisador de campo.
Geraldo Theodoro Mattos (1968-)
Mattos iniciou suas pesquisas de campo nas serras mineiras em 1968, quando
realizou uma visita à Serra da Gandarela junto com a equipe do Jardim Botânico do Rio
de Janeiro. Nesta ocasião, registrou Embernagra longicauda, espécie que continuou
estudando por vários anos em diversas localidades de campos rupestres na Cadeia do
Espinhaço, tais como: Serra de Ouro Branco, Pico do Itacolomi, Serra da Moeda, Serra
do Batatal, Serra do Caraça, Serra da Piedade, Serra do Cipó, Serro, Diamantina, Couto
de Magalhães, Grão Mogol, dentre outras (Mattos & Sick, 1985; Sick, 1997; Andrade,
1998). Entretanto, suas coletas nestas áreas não foram expressivas, havendo poucos
espécimes atualmente depositados no DZUFMG. Na Serra da Mantiqueira, Mattos
atuou como importante colaborador na preparação de listagens da avifauna de
localidades onde existem áreas de campos de altitude, tais como as Serras do Ibitipoca e
do Brigadeiro (Andrade, 1997a, b; Simon et al., 1999).
Frederico Lencioni-Neto (1985-)
Lencioni-Neto é professor adjunto da UNIVAP, além de grande ilustrador
científico e coletor de aves. Na Serra do Cipó, em dezembro de 1985, ele coletou o
primeiro exemplar de Asthenes luizae, espécie endêmica dos campos rupestres do setor
centro-meridional da Cadeia do Espinhaço (Vielliard, 1990b; Vasconcelos et al., 2008a
– ver capítulo 3). Posteriormente, ele retornou a esta área com Jacques Vielliard, em
dezembro de 1988, coletando um exemplar adicional. Ambos os espécimes foram
usados na descrição da espécie, que homenageou Luiza, sua esposa (Vielliard, 1990b).
Em setembro de 1987, ele esteve nos campos rupestres da região de Mucugê,
onde coletou e descreveu Knipolegus nigerrimus hoflingi (ver Lencioni-Neto [1996]),
42
táxon de validade questionável (Brammer, 2002). A maior parte das aves por ele
coletadas estão em seu acervo particular, embora os holótipos de A. luizae e de K. n.
hoflingi tenham sido enviados ao MZUSP.
Uma de suas contribuições artísticas é a produção de um pôster da “Série
Ecossistemas Brasileiros” (1987), no qual ele retratou a fauna e a flora dos campos
rupestres, com base na paisagem da Serra do Cipó. Este pôster e outras de suas
ilustrações naturalísticas dos campos rupestres foram recentemente publicados (Por et
al., 2005).
Herculano Marcos Ferraz Alvarenga (1999-)
O paleontólogo e ornitólogo Alvarenga é um dos maiores conhecedores da
avifauna da Serra da Mantiqueira. É fundador do MHNT, que abriga uma importante
coleção científica de esqueletos e peles de aves, a grande maioria coletada e preparada
por ele mesmo. Desde 1999, ele vem coletando esporadicamente nos campos de altitude
do Pico dos Marins, destacando-se espécimes de Oreophylax moreirae e de
Caprimulgus longirostris.
Conclusões
As amostragens da avifauna dos campos rupestres e de altitude do leste
brasileiro iniciaram tardiamente, a partir do século XIX. Entretanto, a maioria das
tentativas de coleta de aves naquele século trouxe poucos resultados significativos para
o conhecimento sobre a distribuição das espécies nessas áreas altimontanas. Os motivos
disso são, principalmente:
- falta de amostragens sistemáticas em uma mesma localidade, já que grande parte dos
naturalistas apenas passou por essas regiões;
- falta de cuidado com a etiquetagem do material, principalmente com relação à suas
localidades de coleta (Saint-Hilaire e Ménétriès);
- baixo esforço de coleta (Saint-Hilaire, Langsdorff e Ménétriès);
- passagem por áreas marginais de campos rupestres e de altitude (Wied, Lund,
Reinhardt e Warming);
- perda de material por emergência em campo e bombardeios nas instituições
depositárias (Spix);
43
- perda de material e troca de etiquetas originais de coleta por incompetência de curador
(Sellow).
Só a partir das grandes expedições de instituições nacionais e estrangeiras,
principalmente durante a primeira metade do século XX, é que a avifauna destas áreas
foi mais bem amostrada e conhecida, com a redescoberta dos táxons que haviam sido
descritos sem procedência exata (A. lumachella, A. scutatus e E. longicauda) e com a
descoberta e descrição de novas espécies (O. moreirae, A. luizae e F. grantsaui). Nesse
contexto, merecem destaque especial Holt e Kaempfer, que reuniram séries importantes
de várias espécies destas áreas, em especial dos campos de altitude do Itatiaia e do
Caparaó. Além disso, a maioria dos espécimes coletados no século XX ainda permanece
nas instituições onde foram depositados e apresenta dados precisos de procedência em
seus rótulos.
Entretanto, essas regiões altimontanas ainda necessitam ser mais amostradas, já
que as séries coletadas na primeira metade do século XX ainda não são suficientes para
se estudar padrões de variação geográfica das espécies endêmicas (e.g., Vasconcelos et
al., 2003). Como a maioria destas áreas foi transformada em reservas, as atividades de
coleta de aves (especialmente se for necessário o uso de armas de fogo) tornam-se
extremamente complicadas ou mesmo impossíveis (ver capítulo 5). Com essa tendência
ao declínio nas atividades de coleta científica de aves, é possível que o século XXI
contribua ainda menos para o conhecimento da avifauna das montanhas do leste do
Brasil que o próprio século XIX. Além disso, novas espécies ainda podem ser
descobertas em áreas isoladas ou de acesso difícil. Um bom exemplo é a recente
descrição de F. grantsaui na Chapada Diamantina (Gonzaga et al., 2007), uma região
relativamente bem conhecida em termos ornitológicos (Funch, 1999; Parrini et al.,
1999; Carvalhaes, 2001), localizada apenas 300 km a oeste de Salvador, capital do
estado da Bahia.
Estudos ornitológicos recentes
Apenas recentemente, foram publicados estudos mais específicos sobre a
avifauna dos campos rupestres e de altitude do leste do Brasil. Estes estudos enfocam,
principalmente:
44
- distribuição geográfica de diversas espécies (Carnevalli, 1982; Mattos & Sick, 1985;
Ribeiro, 1997; Andrade et al., 1998; Cordeiro et al., 1998; Machado et al., 1998; MeloJúnior et al., 1998; Pacheco & Bauer, 1998; Vasconcelos, 1999b, 2000b, 2001b, 2002;
Vasconcelos et al., 1999b, 2002a, 2003, 2006, 2007a, 2008c; Santos, 2000; Zorzin et
al., 2006; Olmos, 2007; Costa et al., 2008; Vasconcelos & Endrigo, 2008);
- levantamentos regionais (Carnevalli, 1980; Willis & Oniki, 1991; Andrade, 1997a, b,
1998; Vasconcelos & Brandt, 1998; Bauer, 1999; Funch, 1999; Parrini et al., 1999;
Simon et al., 1999; Carvalhaes, 2001; Melo-Júnior et al., 2001; Vasconcelos 2001a,
2003, 2007, 2008a; Vasconcelos & Melo-Júnior, 2001; Machado, 2005; Gomes &
Guerra, 2006; Mallet-Rodrigues et al., 2007; Vasconcelos & D’Angelo Neto, 2007;
Hoffmann & Vasconcelos, 2008; Pacheco et al., 2008);
- taxonomia (Vielliard, 1990b; 1994; Lencioni-Neto, 1996; Brammer, 2002;
Vasconcelos & Silva, 2003; Abreu, 2006; Raposo et al., 2006; Gonzaga et al., 2007;
Vasconcelos et al., 2008a);
- biogeografia (Silva, 1995a, b; Silva & Bates, 2002; Vasconcelos et al., 2003);
- biologia reprodutiva (Studer & Teixeira, 1993; Vasconcelos & Lombardi, 1996;
Vasconcelos, 1997; Vasconcelos & Ferreira, 2001; Vasconcelos et al., 2001, 2007a;
Machado et al., 2003b; Costa & Rodrigues, 2006a, 2007; Gomes, 2006; Hoffmann,
2006; Hoffmann & Rodrigues, 2006a, b; Vasconcelos & Endrigo, 2008);
- comportamento (Pearman, 1990; Vasconcelos et al., 1998, 1999a; Almeida & Raposo,
1999; Machado et al., 2003a; Hoffmann & Rodrigues, 2005, 2006c; Alves et al., 2006;
2007; Costa & Rodrigues, 2006b; Domingues & Rodrigues, 2006; Gomes, 2006;
Gomes & Rodrigues, 2006b; Guerra et al., 2006; Hoffmann, 2006; Ribon et al., 2006;
Hoffmann et al., 2007; Vasconcelos et al., 2007a, b; Freitas & Rodrigues, 2008);
- interação entre aves e plantas (Sazima, 1977; Pineschi, 1990; Sazima & Sazima, 1990;
Piratelli, 1997; Vasconcelos & Lombardi 1999, 2000, 2001; Romão et al., 2001; Willis,
2002; Coelho & Machado, 2003; Faustino & Machado, 2003, 2006; Faustino et al.,
2003; Machado, 2003; Santana & Machado, 2006; Guerra, 2005; Colaço et al., 2006;
Guerra & Alves, 2006; Machado et al., 2007a, b; Jacobi & Antonini, 2008; Vasconcelos
& Silveira, 2008);
- conservação (Vasconcelos, 1999b, 2000a; Silva, 1997, 1998; Silva & Bates, 2002;
Gomes & Rodrigues, 2006a).
45
Esforço de amostragem em campo
Para a compilação dos padrões de distribuição geográfica das espécies de aves
consideradas no presente estudo, diversas regiões serranas do leste brasileiro foram
amostradas em campo. Abaixo, são relacionadas essas áreas de campos rupestres e de
altitude. Detalhes sobre tais localidades são fornecidos na Tabela 1.1 (capítulo 1). O
esforço amostral (dias de levantamento) é apresentado para cada uma dessas áreas.
Sempre que possível, as espécies foram documentadas por meio de coleta de
exemplares com o uso de espingardas ou redes-de-neblina, ou pela gravação de suas
vocalizações. Os espécimes testemunhos foram taxidermizados e depositados no
DZUFMG. O Apêndice 2.1 apresenta a listagem dos espécimes coletados nessas
localidades, com seus respectivos números de tombo. As gravações de vocalizações
foram realizadas em fitas K-7, com o uso de gravadores Sony TCM-5000 EV e
Panasonic RQ-L31 e microfones direcionais Sennheiser ME-66 e ME-88. Cópias de
todas as gravações foram depositadas no ASEC. Em algumas ocasiões, as aves também
foram fotografadas.
Palmeiras-Lençóis
2002: 1o e 2 de junho. Caminhadas pelos campos rupestres do Morro do Pai
Inácio, em altitudes variando de 900 m a 1.250 m. Métodos: observação, gravação de
vocalizações e fotografias.
Mucugê
2002: 31 de maio e 3 de junho. Caminhada pelos campos rupestres nos arredores
da cidade e do Parque Municipal de Mucugê, entre 1.000 m e 1.100 m de altitude.
Métodos: observação e coleta de um exemplar encontrado atropelado.
Serra das Almas
2002: 30 de maio. Caminhada pelos campos rupestres da região do Pico das
Almas, entre 1.200 m e 1.600 m de altitude. Métodos: observação e fotografias.
46
Brejinho das Ametistas
2008: 29 e 30 de abril. Caminhada pelos campos rupestres sobre canga, a cerca
de 1.050 m de altitude. Métodos: observação, coleta de exemplares e gravação de
vocalizações.
Jacaraci
2008: 5 de maio. Caminhada pelos campos rupestres do Morro do Cruzeiro, a
cerca de 1.330 m de altitude. Métodos: observação e gravação de vocalizações.
Serra do Pau D’Arco
2001: 1o, 2 e 3 de setembro; 2006: 5, 6, 7, 8, 9 e 10 de dezembro; 2007: 27 e 28
de dezembro. Caminhadas pelos campos rupestres dessa localidade, entre 1.150 m e
1.600 m de altitude. Métodos: observação, coleta de exemplares e gravação de
vocalizações.
Serra da Formosa
2006: 4 de dezembro. Amostragens nas partes mais baixas da serra, na vertente
oeste do maciço, entre a Cachoeira do Pajeu (cerca de 700 m) e a cota 1.000 m de
altitude, em áreas de campo rupestre sobre afloramentos rochosos entremeados de
carrascos. Região denominada localmente de “Serra Geral”. Métodos: observação e
coleta de exemplares.
2007: 29 e 30 de dezembro. Caminhadas pelas partes mais altas dessa região,
representadas por campos rupestres, entre a vila de Mata de São João e a base do pico
mais elevado (entre 1.250 m e 1.600 m de altitude). Métodos: observação e gravação de
vocalizações.
Gerais de Santana
2007: 31 de dezembro; 2008: 1o de janeiro. Caminhadas pelos campos rupestres,
entre 1.100 m e 1.400 m de altitude. Métodos: observação e gravação de vocalizações.
47
Serra do Barão
2001: 4 de novembro; 2002: 23 de março, 27 de junho; 2008: 3 de janeiro.
Caminhadas pelos campos rupestres desta serra, entre 850 m e 1.250 m de altitude.
Método: observação.
Campina do Bananal
2000: 29 de fevereiro, 1o de março; 2002: 24 e 25 de janeiro; 2003: 22 e 23 de
março; 2008: 4 e 5 de janeiro. Caminhadas pelos campos rupestres, em altitudes
variando de 1.100 m a 1.360 m. Métodos: observação, gravação de vocalizações e
coleta de exemplares.
Serra Resplandecente
2003: 30 e 31 de agosto, 4 e 5 de setembro. Caminhadas pelos campos rupestres,
em altitudes variando de 1.020 m a 1.320 m. Métodos: observação, gravação de
vocalizações e coleta de exemplares.
Serra do Cabral
2006: 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24 e 25 de novembro; 2007: 10 de junho.
Caminhadas pelos campos rupestres, entre 950 m e 1.250 m de altitude. Métodos:
observação, gravação de vocalizações e coleta de exemplares.
Diamantina
1999: 23 de maio; 2004: 20 de maio; 2006: 22 e 23 de setembro. Caminhadas
pelos campos rupestres desta localidade, entre 1.000 m e 1.370 m de altitude. Métodos:
observação e coleta de exemplares.
Serra do Gavião
Arredores de Capivari e Três Barras
1998: 12 e 13 de janeiro; 2000: 27 e 28 de dezembro; 2002: 11 de janeiro; 2004:
24 e 25 de abril. Caminhadas pelos campos rupestres, entre 1.150 m e 1.400 m de
altitude. Métodos: observação, gravação de vocalizações e coleta de exemplares.
48
Parque Estadual do Rio Preto
2003: 19 e 20 de setembro; 2004: 15, 16, 17 e 18 de maio. Caminhadas pelos
campos rupestres, entre os arredores da Cachoeira do Crioulo e o Pico Dois Irmãos, em
altitudes variando de 1.100 m a 1.800 m. Métodos: observação, gravação de
vocalizações e coleta de exemplares.
Serra do Barro Preto
2006: 18 e 20 de setembro. Caminhadas pelos campos rupestres, entre 1.170 m e
1.300 m de altitude. Métodos: observação, gravação de vocalizações e coleta de
exemplares.
Serra do Cipó
Alto da Boa Vista
1994: 1o de outubro, 28 e 29 de dezembro; 1995: 3 e 4 de janeiro, 4 de março, 21
de abril; 1997: 1o e 2 de março, 23 de abril; 1998: 20 de janeiro, 21 de março, 17 de
maio, 6 de julho; 1999: 23, 26 e 29 de junho, 3, 6, 9, 11 e 16 de julho, 21 e 22 de
outubro; 2002: 5 de março; 2005: 30 de abril, 1o de maio, 8 e 9 de outubro; 2006: 1o de
agosto; 2008: 12 e 13 de fevereiro. Caminhadas pelos campos rupestres entre 1.150 m e
1.300 m de altitude. Métodos: observação, gravação de vocalizações, coleta de
exemplares e fotografias.
Alto Palácio
1995: 4 de janeiro, 17 de fevereiro, 21 de abril, 12 de maio; 1997: 1o de março;
1998: 21 de março; 1999: 21 de outubro; 2006: 1o de agosto, 14 de setembro; 2008: 12
de fevereiro. Caminhadas pelos campos rupestres entre 1.300 m e 1.350 m de altitude.
Métodos: observação e gravação de vocalizações.
Brumas do Espinhaço
2004: 1o e 2 de fevereiro; 2005: 9, 10, 11 e 12 de janeiro. Caminhadas pelos
campos rupestres entre 1.100 m e 1.350 m de altitude. Métodos: observação, gravação
de vocalizações e coleta de exemplares.
49
Serra da Piedade
1996: 18 de setembro; 1997: 4 e 20 de fevereiro, 24 de maio, 2 de junho, 20 e 25
de julho, 24 de outubro, 4, 21, 22, 23 e 25 de dezembro; 1998: 3 de janeiro, 7 e 15 de
março, 8 de novembro; 2000: 22, 23 e 24 de janeiro; 2004: 7 de janeiro, 17 de setembro,
9 de outubro, 22 e 28 de dezembro; 2005: 29 de janeiro; 2007: 1o de setembro e 11 de
novembro. Caminhadas pelos campos rupestres, entre 1.400 m e 1.700 m de altitude.
Métodos: observação, gravação de vocalizações, coleta de exemplares e fotografias.
Serra da Água Limpa
2006: 8 de setembro. Caminhadas pelos campos rupestres, entre 1.000 m e 1.400
m de altitude. Método: observação.
Serra do Curral
1995: 17 de março, 1o de abril, 4, 5, 13, 20 e 27 de agosto, 20 de setembro;
1996: 25 de fevereiro, 10 e 17 de março, 14 e 21 de abril, 12 e 19 de maio, 23 e 25 de
junho, 7, 16, 20 e 28 de julho, 4, 11, 15, 18 e 25 de agosto, 1o, 7, 15, 22 e 29 de
setembro, 6, 13 e 27 de outubro, 10 e 11 de novembro, 21 e 22 de dezembro; 1997: 7,
10 e 25 de janeiro, 6, 20 e 23 de fevereiro, 24 de março, 30 de maio, 30 de dezembro;
1998: 3, 6, 7 e 26 de janeiro. Caminhadas pela linha de crista da serra em áreas de
campo rupestre sobre canga, entre 1.250 m e 1.330 m de altitude. Métodos: observação
e fotografias.
Serra do Rola-Moça
2005: 2 de junho, 28 de dezembro; 2008: 2 de setembro, 25 de dezembro.
Caminhadas em áreas de campo rupestre sobre canga, entre 1.300 m e 1.450 m de
altitude. Métodos: observação e gravação de vocalizações.
Serra da Gandarela
2006: 4 de setembro; 2007: 11 de outubro; 2008: 13 de fevereiro, 10 e 25 de
setembro. Caminhadas pela linha de crista dessa serra em áreas de campo rupestre sobre
canga, entre 1.470 m e 1.640 m de altitude. Métodos: observação, gravação de
vocalizações e coleta de espécimes.
50
Serra do Caraça
Serra do Caraça (parte baixa)
1995: 22 de agosto; 1996: 24 de fevereiro, 5, 6, 7, 27 e 28 de abril, 25 de maio,
22 de junho, 21 de setembro, 27 e 28 de dezembro; 1997: 11 de janeiro, 28 e 29 de
março, 5, 19 e 21 de abril, 25 de julho, 30 e 31 de agosto, 31 de outubro, 29 de
novembro, 22 de dezembro; 1998: 17 de janeiro, 1o, 14 e 15 de março, 4 de abril, 31 de
maio, 11 de junho, 1o e 2 de agosto, 29 de setembro, 22 de novembro, 13 de dezembro;
1999: 16 de abril, 27 e 28 de julho, 17 de agosto, 1o de setembro; 2006: 7 e 8 de julho;
2007: 8 de setembro; 2008: 14 de fevereiro. Caminhadas pelos campos rupestres
ocorrentes nas partes mais baixas da serra, entre a trilha da Cascatona, Gruta do Padre
Caio e Capelinha, em altitudes variando entre 1.200 m e 1.450 m. Métodos: observação,
gravação de vocalizações, coleta de exemplares e fotografias.
Pico do Sol
1998: 8, 9, 10 e 11 de abril, 11 de junho; 1999: 27 e 28 de março, 15 e 16 de
agosto, 12 de setembro; 2000: 7 e 8 de junho; 2006: 7 e 8 de julho. Caminhadas pelas
partes mais elevadas do maciço do Pico do Sol e Pico da Carapuça, entre 1.750 m e
2.072 m de altitude, em áreas de campos rupestres sobre afloramentos rochosos
mesclados com campos e brejos de altitude. Métodos: observação, gravação de
vocalizações, coleta de exemplares e fotografias.
Pico do Inficionado
1999: 12, 13 e 14 de julho, 18, 27 e 28 de agosto, 1o, 2, 3, 4 de setembro, 8, 9, 10
e 11 de outubro, 22, 23, 24 e 25 de novembro, 15, 16, 17, 23 e 24 de dezembro; 2000: 7,
8, 9 e 10 de janeiro, 14, 15, 16 e 17 de fevereiro, 21, 22, 23 e 24 de março, 11, 12, 13 e
14 de abril, 11, 12, 13 e 14 de maio, 12, 13, 14 e 15 de junho, 19, 20, 23, 24 e 25 de
julho, 28, 29, 30 e 31 de agosto; 2003: 4, 5 e 6 de fevereiro; 2004: 19 e 20 de novembro.
Caminhadas pelas partes mais elevadas do maciço do Pico do Inficionado, entre 1.800
m e 2.068 m de altitude, em áreas de campos rupestres sobre afloramentos rochosos
entremeados a campos e brejos de altitude. Métodos: observação, gravação de
vocalizações, coleta de exemplares e fotografias.
51
Alegria
2003: 3, 5, 6 e 7 de novembro; 2004: 26, 27 e 28 de fevereiro, 1o de março;
2008: 1o, 2, 3 e 4 de abril. Caminhadas em áreas de campo rupestre sobre canga, entre
900 m e 1.000 m de altitude. Métodos: observação, gravação de vocalizações e coleta de
exemplares.
Serra do Capanema
2002: 3 e 4 de maio; 2006: 4 de setembro. Caminhadas em áreas de campos
rupestres na linha de crista dessa serra, incluindo o Pico do Monge (entre 1.400 m e
1.700 m de altitude). Métodos: observação, gravação de vocalizações e coleta de
exemplares.
Serra do Batatal
2000: 20 e 23 de abril, 18, 19 e 20 de agosto; 2006: 2 e 3 de setembro; 2008: 13
de março. Caminhadas pela linha de crista da serra, amostrando os campos rupestres,
entre 1.250 m e 1.810 m de altitude. Métodos: observação, coleta de exemplares e
fotografias.
Serra da Moeda
1994: 13 de maio; 1997: 4 de junho; 10 de outubro. Caminhadas pelos campos
rupestres entre 1.270 m e 1.480 m de altitude. Método: observação.
Pico do Itacolomi
1998: 22 de janeiro, 13 de maio; 1999: 25 de abril. Caminhadas pelos campos
rupestres, entre 1.200 m e o ponto culminante, a 1.720 m de altitude. Método:
observação.
Serra do Mascate
2002: 2, 3, 4, 5, 6 e 7 de dezembro; 2005: 12, 13, 14, 25, 26, 27 e 28 de
novembro, 4, 5, 6, 7, 9 e 10 de dezembro; 2006: 10, 11 e 12 de julho. Caminhadas pelos
campos rupestres sobre canga e quartzito, entre 1.350 m e 1.650 m de altitude. Métodos:
observação, gravação de vocalizações e coleta de exemplares.
52
Serra de Ouro Branco
2005: 14 de outubro; 2007: 2 de setembro. Caminhadas pelos campos rupestres,
entre 1.150 m e 1.540 m de altitude. Método: observação.
Serra do Caparaó
2001: 15, 16, 17 e 18 de março; 2005: 26 e 27 de junho. Caminhadas pelas
partes mais elevadas do maciço do Caparaó, representadas por campos de altitude, entre
Tronqueira, Terreirão, Pico da Bandeira, Pico do Cristal e Macieiras, na divisa entre
Minas Gerais e Espírito Santo (entre 1.900 m e 2.890 m de altitude). Métodos:
observação, gravação de vocalizações e fotografias.
Serra da Vargem Grande
2006: 22 e 23 de março. Caminhadas pelos campos de altitude sobre
afloramentos rochosos entre 1.500 m e 1.750 m de altitude. Métodos: observação,
gravação de vocalizações e coleta de exemplares.
Serra do Lenheiro
2005: 16 de janeiro. Caminhadas em áreas de campos rupestres entre 1.050 m e
1.200 m de altitude. Métodos: observação e gravação de vocalizações.
Serra do Ibitipoca
2001: 15, 16, 17 e 18 de maio. Caminhadas sobre campos de altitude entre 1.400
m e 1.720 m de altitude. Método: observação.
Serra do Papagaio
1999: 9 de abril; 2007: 6 e 7 de abril. Caminhadas pelos campos de altitude
(entre 1.550 m e 2.150 m de altitude). Métodos: observação, gravação de vocalizações e
fotografias.
Serra do Itatiaia
2007: 3, 4 e 5 de abril. Caminhadas pelas áreas mais elevadas do planalto de
Itatiaia, amostrando campos de altitude, incluindo áreas brejosas, entre o Hotel Alsene,
Abrigo Rebouças, Prateleiras e Agulhas Negras (entre 1.950 m e 2.600 m de altitude).
Métodos: observação e gravação de vocalizações.
53
Pedra de São Domingos
2007: 4 e 27 de março, 10 de maio. Caminhadas pelas áreas mais altas,
representadas por campos de altitude sobre afloramentos rochosos (entre 1.950 m e
2.000 m de altitude). Métodos: observação, gravação de vocalizações e coleta de
exemplares.
Serra dos Poncianos
2007: 1o e 2 de abril. Caminhadas pela linha de crista na divisa entre Monte
Verde, Camanducaia (Minas Gerais) e São Francisco Xavier (São Paulo), amostrando
áreas de campos de altitude sobre afloramentos rochosos no Pico do Selado, Chapéu do
Bispo, Pedra Redonda e Pedra Partida (entre 1.850 m e 2.050 m de altitude). Métodos:
observação e gravação de vocalizações.
Pedra Azul
1998: 10 e 11 de fevereiro. Escaladas e caminhadas aos topos da Pedra Azul
(1.822 m) e da Pedra das Flores (1.909 m), amostrando campos de altitude sobre
afloramentos rochosos. Métodos: observação e fotografias.
Serra dos Órgãos
1998: 18 de julho. Caminhadas no ponto culminante da região (Pedra do Sino –
entre 2.000 m e 2.223 m de altitude). Método: observação.
54
FIGURA 2.1. Síntipos de Polystictus superciliaris (AMNH 6785, 6789) coletados por Wied nos
“Campos Geraes”. Foto: M. F. Vasconcelos.
55
FIGURA 2.2. Holótipo de Colibri delphinae greenewalti (AMNH 788902). Fotos: M. F. Vasconcelos.
56
FIGURA 2.3. Holótipo de Augastes scutatus soaresi (AMNH 801437). Fotos: M. F. Vasconcelos.
57
FIGURA 2.4. Holótipo de Campylopterus largipennis diamantinensis (AMNH 801435). Fotos: M. F.
Vasconcelos.
58
APÊNDICE 2.1. Lista de espécimes da avifauna coletados nos campos rupestres e de altitude do leste do Brasil durante o presente estudo. Sexo: F = fêmea; M = macho; I =
indeterminado.
Família
Tinamidae
Caprimulgidae
Caprimulgidae
Caprimulgidae
Caprimulgidae
Caprimulgidae
Caprimulgidae
Caprimulgidae
Caprimulgidae
Caprimulgidae
Caprimulgidae
Apodidae
Apodidae
Apodidae
Apodidae
Apodidae
Apodidae
Apodidae
Apodidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Espécie
Nothura maculosa
Caprimulgus longirostris
Caprimulgus longirostris
Caprimulgus longirostris
Caprimulgus longirostris
Caprimulgus longirostris
Caprimulgus longirostris
Caprimulgus longirostris
Hydropsalis torquata
Hydropsalis torquata
Hydropsalis torquata
Streptoprocne biscutata
Streptoprocne biscutata
Streptoprocne biscutata
Streptoprocne biscutata
Streptoprocne biscutata
Streptoprocne biscutata
Streptoprocne biscutata
Streptoprocne zonaris
Phaethornis pretrei
Phaethornis pretrei
Campylopterus largipennis
Campylopterus largipennis
Campylopterus largipennis
Campylopterus largipennis
Campylopterus largipennis
Campylopterus largipennis
Campylopterus largipennis
Campylopterus largipennis
Campylopterus largipennis
Campylopterus largipennis
Campylopterus largipennis
Eupetomena macroura
Eupetomena macroura
Eupetomena macroura
Eupetomena macroura
Eupetomena macroura
DZUFMG
2784
2570
2747
2937
3916
4270
4529
4530
2938
2939
2940
2683
2685
2686
2688
2690
2744
2941
5273
2743
4310
2575
2576
2738
2739
2838
2839
3783
4215
4343
5260
5261
3310
3311
3909
3915
4216
Localidade
Campina do Bananal
Estrada do Caraça, Serra do Caraça
Estrada do Caraça, Serra do Caraça
Estrada do Caraça, Serra do Caraça
Serra Resplandecente
Parque Estadual de Biribiri
Parque Estadual de Biribiri
Estrada do Caraça, Serra do Caraça
Estrada do Caraça, Serra do Caraça
Estrada do Caraça, Serra do Caraça
Estrada do Caraça, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Serra Geral
Serra do Cipó
Trilha para o Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Sol, Serra do Caraça
Pico do Sol, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Três Barras
Brumas do Espinhaço, Lapinha de Cima
Serra do Cabral
Serra do Cabral
Campina do Bananal
Campina do Bananal
Serra Resplandecente
Serra Resplandecente
Três Barras
Município
Botumirim
Catas Altas
Catas Altas
Santa Bárbara
Itacambira
Diamantina
Diamantina
Santa Bárbara
Santa Bárbara
Santa Bárbara
Santa Bárbara
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Monte Azul
Santana do Riacho
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Serro
Santana do Riacho
Joaquim Felício
Joaquim Felício
Botumirim
Botumirim
Itacambira
Itacambira
Serro
Estado
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
Data
01-03-2000
16-02-1999
13-12-1999
05-11-2000
04-09-2003
20-05-2004
20-05-2004
24-07-2005
05-11-2000
13-11-2000
13-11-2000
03-09-1999
04-09-1999
04-09-1999
02-09-1999
04-09-1999
16-12-1999
30-08-2000
04-12-2006
06-07-1999
20-11-2004
15-08-1999
15-08-1999
23-11-1999
08-10-1999
12-04-2000
12-04-2000
05-02-2003
25-04-2004
11-01-2005
22-11-2006
23-11-2006
24-01-2002
24-01-2002
30-08-2003
05-09-2003
25-04-2004
Sexo
F
M
F
F
M
I
I
M
F
I
M
M
F
F
M
F
M
M
F
M
F
F
F
F
M
M
M
F
M
F
M
F
F
M
M
I
F
59
APÊNDICE 2.1. Continuação.
Família
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Espécie
Eupetomena macroura
Eupetomena macroura
Eupetomena macroura
Eupetomena macroura
Colibri serrirostris
Colibri serrirostris
Colibri serrirostris
Colibri serrirostris
Colibri serrirostris
Colibri serrirostris
Colibri serrirostris
Colibri serrirostris
Chrysolampis mosquitus
Chlorostilbon lucidus
Chlorostilbon lucidus
Chlorostilbon lucidus
Chlorostilbon lucidus
Leucochloris albicollis
Leucochloris albicollis
Amazilia fimbriata
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
DZUFMG
5265
5266
5267
5287
2740
2771
2837
2890
3057
3413
4872
5288
5724
3058
5219
5220
5221
2799
3031
5736
3331
3332
3333
3334
3335
3336
3337
3338
3339
3340
3341
3342
3343
3344
3345
3346
3347
3348
3738
3910
3911
Localidade
Serra do Cabral
Serra do Cabral
Serra do Cabral
Serra do Pau D’Arco
Serra do Cipó
Campina do Bananal
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Serra do Batatal
Serra do Pau D’Arco
Pico do Monge, Serra do Capanema
Serra do Mascate
Serra do Pau D’Arco
Serra do Pau D’Arco
Serra do Pau D’Arco
Serra do Mascate
Serra do Mascate
Serra do Mascate
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Serra do Ibitipoca
Serra do Cabral
Serra do Cipó
Três Barras
Três Barras
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Campina do Bananal
Campina do Bananal
Campina do Bananal
Campina do Bananal
Campina do Bananal
Serra Resplandecente
Serra Resplandecente
Município
Joaquim Felício
Joaquim Felício
Joaquim Felício
Santo Antônio do Retiro
Santana do Riacho
Botumirim
Catas Altas
Ouro Preto
Santo Antônio do Retiro
Itabirito
Congonhas
Santo Antônio do Retiro
Santo Antônio do Retiro
Santo Antônio do Retiro
Congonhas
Congonhas
Congonhas
Catas Altas
Lima Duarte
Joaquim Felício
Santana do Riacho
Serro
Serro
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Botumirim
Botumirim
Botumirim
Botumirim
Botumirim
Itacambira
Itacambira
Estado
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
Data
22-11-2006
22-11-2006
21-11-2006
08-12-2006
06-07-1999
01-03-2000
12-04-2000
19-08-2000
03-09-2001
04-05-2002
06-12-2005
07-12-2006
28-12-2007
02-09-2001
13-11-2005
14-11-2005
14-11-2005
24-03-2000
17-05-2001
10-06-2007
06-07-1999
27-12-2000
27-12-2000
11-10-1999
10-10-1999
22-03-2000
12-04-2000
15-02-2000
22-03-2000
23-03-2000
12-04-2000
23-03-2000
24-03-2000
23-03-2000
01-03-2000
01-03-2000
01-03-2000
01-03-2000
22-03-2003
30-08-2003
31-08-2003
Sexo
M
M
M
M
M
M
M
M
M
F
M
M
M
F
I
M
M
M
I
F
M
M
M
M
M
M
F
M
F
M
M
M
M
M
M
F
M
M
M
F
M
60
APÊNDICE 2.1. Continuação.
Família
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Trochilidae
Bucconidae
Melanopareiidae
Melanopareiidae
Thamnophilidae
Rhinocryptidae
Rhinocryptidae
Rhinocryptidae
Rhinocryptidae
Rhinocryptidae
Rhinocryptidae
Furnariidae
Furnariidae
Furnariidae
Furnariidae
Furnariidae
Furnariidae
Furnariidae
Furnariidae
Furnariidae
Furnariidae
Furnariidae
Furnariidae
Furnariidae
Furnariidae
Furnariidae
Furnariidae
Furnariidae
Tyrannidae
Espécie
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Augastes scutatus
Nystalus chacuru
Melanopareia torquata
Melanopareia torquata
Myrmorchilus strigilatus
Scytalopus speluncae
Scytalopus speluncae
Scytalopus speluncae
Scytalopus speluncae
Scytalopus speluncae
Scytalopus speluncae
Oreophylax moreirae
Oreophylax moreirae
Oreophylax moreirae
Oreophylax moreirae
Oreophylax moreirae
Synallaxis frontalis
Asthenes luizae
Asthenes luizae
Asthenes luizae
Asthenes luizae
Asthenes luizae
Asthenes luizae
Asthenes luizae
Asthenes luizae
Asthenes luizae
Asthenes luizae
Lochmias nematura
Hemitriccus margaritaceiventer
DZUFMG
3912
4174
4214
4311
4344
4802
4803
4804
5262
5263
5264
5289
5290
5259
5253
5282
3906
4167
4168
4169
5333
5335
5336
2841
3280
3281
3282
3283
5252
2855
5325
5326
5327
5328
5329
5330
5331
5332
5673
2728
3711
Localidade
Serra Resplandecente
Pico Dois Irmãos, Parque Estadual do Rio Preto
Três Barras
Trilha para o Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Brumas do Espinhaço, Lapinha de Cima
Serra do Mascate
Serra do Mascate
Serra do Mascate
Serra do Cabral
Serra do Cabral
Serra do Cabral
Serra do Pau D’Arco
Serra do Pau D’Arco
Serra do Cabral
Serra do Cabral
Serra do Pau D’Arco
Serra Resplandecente
Pico Dois Irmãos, Parque Estadual do Rio Preto
Pico Dois Irmãos, Parque Estadual do Rio Preto
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Serra da Piedade
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Brumas do Espinhaço, Lapinha de Cima
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Sol, Serra do Caraça
Pico do Sol, Serra do Caraça
Pico do Sol, Serra do Caraça
Pico do Sol, Serra do Caraça
Serra do Cabral
Campina do Bananal
Campina do Bananal
Campina do Bananal
Serra Resplandecente
Três Barras
Três Barras
Três Barras
Alto da Boa Vista, Serra do Cipó
Serra do Barro Preto
Campina do Bananal
Pico do Sol, Serra do Caraça
Campina do Bananal
Município
Itacambira
São Gonçalo do Rio Preto
Serro
Catas Altas
Santana do Riacho
Congonhas
Congonhas
Congonhas
Joaquim Felício
Joaquim Felício
Joaquim Felício
Santo Antônio do Retiro
Santo Antônio do Retiro
Joaquim Felício
Joaquim Felício
Santo Antônio do Retiro
Itacambira
São Gonçalo do Rio Preto
São Gonçalo do Rio Preto
Catas Altas
Caeté
Catas Altas
Santana do Riacho
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Joaquim Felício
Botumirim
Botumirim
Botumirim
Itacambira
Serro
Serro
Serro
Santana do Riacho
Gouveia
Botumirim
Catas Altas
Botumirim
Estado
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
Data
04-09-2003
17-05-2004
24-04-2004
19-11-2004
11-01-2005
09-12-2005
09-12-2005
10-12-2005
20-11-2006
21-11-2006
22-11-2006
09-12-2006
06-12-2006
20-11-2006
24-11-2006
06-12-2006
30-08-2003
17-05-2004
17-05-2004
05-02-2003
07-01-2004
20-11-2004
10-01-2005
22-03-2000
07-05-2000
07-06-2000
07-06-2000
07-06-2000
19-11-2006
01-03-2000
23-03-2003
23-03-2003
04-09-2003
24-04-2004
24-04-2004
24-04-2004
01-05-2005
18-09-2006
04-01-2008
15-08-1999
23-03-2003
Sexo
M
M
F
M
I
M
M
M
M
M
M
F
M
M
M
M
M
M
F
I
F
M
M
M
M
F
F
F
M
M
F
M
F
F
M
F
F
M
M
M
I
61
APÊNDICE 2.1. Continuação.
Família
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Espécie
Hemitriccus margaritaceiventer
Hemitriccus margaritaceiventer
Phyllomyias fasciatus
Elaenia flavogaster
Elaenia mesoleuca
Elaenia cristata
Elaenia cristata
Elaenia cristata
Elaenia cristata
Elaenia cristata
Elaenia cristata
Elaenia cristata
Elaenia obscura
Elaenia obscura
Elaenia obscura
Elaenia obscura
Elaenia obscura
Elaenia obscura
Elaenia obscura
Camptostoma obsoletum
Camptostoma obsoletum
Camptostoma obsoletum
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
DZUFMG
3914
5733
2723
2558
2872
3068
3069
3317
3318
3907
3913
5274
2559
2721
2889
4508
5213
5214
5654
3067
3315
3316
2830
2831
2832
3034
3035
3036
3042
3043
3414
3415
4046
4047
4048
4049
4173
4509
4592
4864
4865
Localidade
Serra Resplandecente
Serra do Cabral
Serra da Piedade
Serra do Cipó
Pico do Sol, Serra do Caraça
Serra do Pau D’Arco
Serra do Pau D’Arco
Campina do Bananal
Campina do Bananal
Serra Resplandecente
Serra Resplandecente
Serra do Pau D’Arco
Serra do Cipó
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Serra do Batatal
Alto da Boa Vista, Serra do Cipó
Serra do Mascate
Serra do Mascate
Pedra de São Domingos
Serra do Pau D’Arco
Campina do Bananal
Campina do Bananal
Serra da Piedade
Serra da Piedade
Serra da Piedade
Trilha da Cascatona, Serra do Caraça
Serra do Cipó
Pico do Sol, Serra do Caraça
Serra do Batatal
Pico do Sol, Serra do Caraça
Pico do Monge, Serra do Capanema
Pico do Monge, Serra do Capanema
Serra Resplandecente
Serra Resplandecente
Serra Resplandecente
Serra Resplandecente
Chapada, Parque Estadual do Rio Preto
Alto da Boa Vista, Serra do Cipó
Serra do Mascate
Serra do Mascate
Serra do Mascate
Município
Itacambira
Joaquim Felício
Caeté
Santana do Riacho
Catas Altas
Santo Antônio do Retiro
Santo Antônio do Retiro
Botumirim
Botumirim
Itacambira
Itacambira
Santo Antônio do Retiro
Santana do Riacho
Catas Altas
Ouro Preto
Santana do Riacho
Congonhas
Congonhas
Gonçalves
Santo Antônio do Retiro
Botumirim
Botumirim
Caeté
Caeté
Caeté
Catas Altas
Santana do Riacho
Catas Altas
Ouro Preto
Catas Altas
Itabirito
Itabirito
Itacambira
Itacambira
Itacambira
Itacambira
São Gonçalo do Rio Preto
Santana do Riacho
Congonhas
Congonhas
Congonhas
Estado
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
Data
05-09-2003
10-06-2007
24-01-2000
09-07-1999
08-05-2000
03-09-2001
03-09-2001
25-01-2002
24-01-2002
30-08-2003
05-09-2003
08-12-2006
06-07-1999
02-09-1999
19-08-2000
30-04-2005
06-12-2005
06-12-2005
27-03-2007
01-09-2001
25-01-2002
25-01-2002
24-01-2000
24-01-2000
24-01-2000
14-12-2000
06-07-2000
08-05-2000
19-08-2000
08-05-2000
03-05-2002
04-05-2002
05-09-2003
05-09-2003
05-09-2003
05-09-2003
16-05-2004
30-04-2005
12-11-2005
12-07-2006
12-07-2006
Sexo
M
F
F
F
M
F
M
F
M
M
M
F
F
M
M
M
M
F
F
F
F
M
M
M
F
I
F
I
M
M
M
M
M
I
I
M
I
M
F
M
M
62
APÊNDICE 2.1. Continuação.
Família
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Tyrannidae
Hirundinidae
Troglodytidae
Turdidae
Motacillidae
Motacillidae
Motacillidae
Motacillidae
Coerebidae
Coerebidae
Coerebidae
Coerebidae
Coerebidae
Thraupidae
Thraupidae
Thraupidae
Thraupidae
Thraupidae
Espécie
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Polystictus superciliaris
Myiophobus fasciatus
Myiophobus fasciatus
Hirundinea ferruginea
Knipolegus nigerrimus
Knipolegus nigerrimus
Knipolegus nigerrimus
Knipolegus nigerrimus
Knipolegus nigerrimus
Knipolegus nigerrimus
Knipolegus nigerrimus
Knipolegus nigerrimus
Knipolegus nigerrimus
Knipolegus nigerrimus
Knipolegus nigerrimus
Knipolegus nigerrimus
Myiarchus ferox
Myiarchus ferox
Progne tapera
Troglodytes musculus
Turdus leucomelas
Anthus hellmayri
Anthus hellmayri
Anthus hellmayri
Anthus hellmayri
Coereba flaveola
Coereba flaveola
Coereba flaveola
Coereba flaveola
Coereba flaveola
Schistochlamys ruficapillus
Schistochlamys ruficapillus
Schistochlamys ruficapillus
Schistochlamys ruficapillus
Schistochlamys ruficapillus
DZUFMG
4866
4867
5181
5182
5183
5589
5590
3070
3327
2963
2630
2725
2781
2851
3071
3072
4176
4342
4860
5256
5257
5276
5212
5255
5180
2733
5254
4095
4175
5195
5196
2840
3302
3443
3917
5735
2655
2711
2887
2888
3059
Localidade
Serra do Mascate
Serra do Mascate
Serra do Barro Preto
Serra do Barro Preto
Serra do Barro Preto
Serra da Gandarela
Serra da Gandarela
Serra do Pau D’Arco
Três Barras
Gruta de Lourdes, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Sol, Serra do Caraça
Campina do Bananal
Campina do Bananal
Serra do Pau D’Arco
Serra do Pau D’Arco
Base do Pico Dois Irmãos, Parque Estadual do Rio Preto
Brumas do Espinhaço, Lapinha de Cima
Serra do Mascate
Serra do Cabral
Serra do Cabral
Serra do Pau D’Arco
Serra do Mascate
Serra do Cabral
Barão de Guacuí
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Serra do Cabral
Brumas do Espinhaço, Lapinha de Cima
Base do Pico Dois Irmãos, Parque Estadual do Rio Preto
Campo Redondo
Campo Redondo
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Campina do Bananal
Arredores da cidade de Mucugê, Chapada Diamantina
Serra Resplandecente
Serra do Cabral
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Pico do Sol, Serra do Caraça
Serra do Batatal
Serra do Batatal
Serra do Pau D’Arco
Município
Congonhas
Congonhas
Gouveia
Gouveia
Gouveia
Rio Acima
Rio Acima
Santo Antônio do Retiro
Serro
Catas Altas
Catas Altas
Catas Altas
Botumirim
Botumirim
Santo Antônio do Retiro
Santo Antônio do Retiro
São Gonçalo do Rio Preto
Santana do Riacho
Congonhas
Joaquim Felício
Joaquim Felício
Santo Antônio do Retiro
Congonhas
Joaquim Felício
Gouveia
Catas Altas
Joaquim Felício
Santana do Riacho
São Gonçalo do Rio Preto
Conceição do Mato Dentro
Conceição do Mato Dentro
Catas Altas
Botumirim
Mucugê
Itacambira
Joaquim Felício
Catas Altas
Catas Altas
Ouro Preto
Ouro Preto
Santo Antônio do Retiro
Estado
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
BA
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
Data
12-07-2006
12-07-2006
18-09-2006
18-09-2006
20-09-2006
11-10-2007
11-10-2007
03-09-2001
11-01-2002
14-11-2000
04-09-1999
16-08-1999
01-03-2000
01-03-2000
03-09-2001
03-09-2001
16-05-2004
11-01-2005
12-07-2006
24-11-2006
25-11-2006
06-12-2006
14-11-2005
24-11-2006
22-09-2006
25-11-1999
23-11-2006
02-02-2004
16-05-2004
16-09-2006
16-09-2006
11-04-2000
24-01-2002
03-06-2002
05-09-2003
10-06-2007
03-09-1999
15-08-1999
19-08-2000
20-08-2000
01-09-2001
Sexo
F
F
M
I
I
M
M
M
F
F
F
M
M
I
M
F
M
M
M
F
M
F
F
M
F
F
M
M
M
M
M
F
F
I
M
F
M
M
M
F
F
63
APÊNDICE 2.1. Continuação.
Família
Thraupidae
Thraupidae
Thraupidae
Thraupidae
Thraupidae
Thraupidae
Thraupidae
Thraupidae
Thraupidae
Thraupidae
Thraupidae
Thraupidae
Thraupidae
Thraupidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Espécie
Schistochlamys ruficapillus
Schistochlamys ruficapillus
Schistochlamys ruficapillus
Trichothraupis melanops
Stephanophorus diadematus
Stephanophorus diadematus
Pipraeidea melanonota
Pipraeidea melanonota
Tangara desmaresti
Tangara desmaresti
Tangara cayana
Tangara cayana
Tangara cayana
Tangara cayana
Zonotrichia capensis
Zonotrichia capensis
Zonotrichia capensis
Zonotrichia capensis
Zonotrichia capensis
Zonotrichia capensis
Zonotrichia capensis
Zonotrichia capensis
Zonotrichia capensis
Zonotrichia capensis
Zonotrichia capensis
Zonotrichia capensis
Zonotrichia capensis
Zonotrichia capensis
Zonotrichia capensis
Zonotrichia capensis
Ammodramus humeralis
Ammodramus humeralis
Porphyrospiza caerulescens
Porphyrospiza caerulescens
Haplospiza unicolor
Haplospiza unicolor
Poospiza thoracica
Sicalis citrina
Sicalis citrina
Sicalis citrina
Sicalis citrina
DZUFMG
3060
3061
3908
4857
3032
3045
2707
4858
2657
5591
4339
5211
5258
5281
2706
2864
3044
3062
3063
3064
3119
3120
3461
4269
4882
5216
5217
5244
5245
5734
2773
2933
5248
5723
2699
2700
5323
2703
3319
4341
4920
Localidade
Serra do Pau D’Arco
Serra do Pau D’Arco
Serra Resplandecente
Serra do Mascate
Serra do Ibitipoca
Serra do Ibitipoca
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Serra do Mascate
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Serra da Gandarela
Brumas do Espinhaço, Lapinha de Cima
Serra do Mascate
Serra do Cabral
Serra do Pau D’Arco
Pico do Sol, Serra do Caraça
Trilha para o Pico do Sol, Serra do Caraça
Serra do Ibitipoca
Serra do Pau D’Arco
Serra do Pau D’Arco
Serra do Pau D’Arco
Serra do Pau D’Arco
Serra do Pau D’Arco
Pico do Monge, Serra do Capanema
Chapada, Parque Estadual do Rio Preto
Serra do Mascate
Serra do Mascate
Serra do Mascate
Serra do Cabral
Serra do Cabral
Serra do Cabral
Campina do Bananal
Campina do Bananal
Serra do Cabral
Serra do Pau D’Arco
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Serra da Piedade
Pedra de São Domingos
Serra da Piedade
Campina do Bananal
Brumas do Espinhaço, Lapinha de Cima
Serra da Vargem Grande
Município
Santo Antônio do Retiro
Santo Antônio do Retiro
Itacambira
Congonhas
Lima Duarte
Lima Duarte
Catas Altas
Congonhas
Catas Altas
Rio Acima
Santana do Riacho
Congonhas
Joaquim Felício
Santo Antônio do Retiro
Catas Altas
Catas Altas
Lima Duarte
Santo Antônio do Retiro
Santo Antônio do Retiro
Santo Antônio do Retiro
Santo Antônio do Retiro
Santo Antônio do Retiro
Itabirito
São Gonçalo do Rio Preto
Congonhas
Congonhas
Congonhas
Joaquim Felício
Joaquim Felício
Joaquim Felício
Botumirim
Botumirim
Joaquim Felício
Santo Antônio do Retiro
Catas Altas
Caeté
Gonçalves
Caeté
Botumirim
Santana do Riacho
Divino
Estado
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
Data
01-09-2001
01-09-2001
30-08-2003
12-07-2006
17-05-2001
17-05-2001
11-10-1999
12-07-2006
03-09-1999
11-10-2007
10-01-2005
09-12-2005
24-11-2006
09-12-2006
15-08-1999
08-05-2000
17-05-2001
02-09-2001
03-09-2001
03-09-2001
03-09-2001
03-09-2001
04-05-2002
16-05-2004
13-11-2005
13-11-2005
14-11-2005
24-11-2006
24-11-2006
10-06-2007
29-02-2000
01-03-2000
24-11-2006
28-12-2007
17-12-1999
23-01-2000
27-03-2007
23-01-2000
24-01-2002
10-01-2005
23-03-2006
Sexo
F
M
M
F
M
F
F
M
F
M
F
M
F
M
I
M
F
I
F
F
M
M
M
I
M
M
I
M
F
F
F
M
M
M
F
M
M
M
F
M
M
64
APÊNDICE 2.1. Continuação.
Família
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Cardinalidae
Cardinalidae
Parulidae
Parulidae
Parulidae
Parulidae
Icteridae
Icteridae
Fringillidae
Fringillidae
Espécie
Emberizoides ypiranganus
Emberizoides ypiranganus
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Embernagra longicauda
Sporophila caerulescens
Saltator atricollis
Saltator atricollis
Geothlypis aequinoctialis
Geothlypis aequinoctialis
Geothlypis aequinoctialis
Geothlypis aequinoctialis
Gnorimopsar chopi
Gnorimopsar chopi
Euphonia cyanocephala
Euphonia cyanocephala
DZUFMG
4171
4172
3038
3041
3047
3050
3073
3326
3419
3420
3739
3918
3919
3920
4170
4340
4510
4590
4591
5246
5247
5277
5278
5279
5588
4921
2547
5249
2713
2714
2891
2892
5250
5251
4345
4346
Localidade
Chapada, Parque Estadual do Rio Preto
Chapada, Parque Estadual do Rio Preto
Campina do Bananal
Base do Pico do Itambé
Pico do Sol, Serra do Caraça
Pico do Inficionado, Serra do Caraça
Serra do Pau D’Arco
Campina do Bananal
Pico do Monge, Serra do Capanema
Pico do Monge, Serra do Capanema
Campina do Bananal
Serra Resplandecente
Serra Resplandecente
Serra Resplandecente
Chapada, Parque Estadual do Rio Preto
Brumas do Espinhaço, Lapinha de Cima
Alto da Boa Vista, Serra do Cipó
Serra do Mascate
Serra do Mascate
Serra do Cabral
Serra do Cabral
Serra do Pau D’Arco
Serra do Pau D’Arco
Serra do Pau D’Arco
Serra da Gandarela
Serra da Vargem Grande
Serra do Cipó
Serra do Cabral
Pico do Sol, Serra do Caraça
Pico do Sol, Serra do Caraça
Serra do Batatal
Serra do Batatal
Serra do Cabral
Serra do Cabral
Brumas do Espinhaço, Lapinha de Cima
Brumas do Espinhaço, Lapinha de Cima
Município
São Gonçalo do Rio Preto
São Gonçalo do Rio Preto
Botumirim
Serro
Catas Altas
Catas Altas
Santo Antônio do Retiro
Botumirim
Itabirito
Itabirito
Botumirim
Itacambira
Itacambira
Itacambira
São Gonçalo do Rio Preto
Santana do Riacho
Santana do Riacho
Congonhas
Congonhas
Joaquim Felício
Joaquim Felício
Santo Antônio do Retiro
Santo Antônio do Retiro
Santo Antônio do Retiro
Rio Acima
Divino
Santana do Riacho
Joaquim Felício
Catas Altas
Catas Altas
Ouro Preto
Ouro Preto
Joaquim Felício
Joaquim Felício
Santana do Riacho
Santana do Riacho
Estado
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
MG
Data
16-05-2004
16-05-2004
01-03-2000
28-12-2000
07-06-2000
13-05-2000
02-09-2001
25-01-2002
04-05-2002
04-05-2002
23-03-2003
05-09-2003
04-09-2003
05-09-2003
16-05-2004
10-01-2005
30-04-2005
14-11-2005
14-11-2005
20-11-2006
24-11-2006
07-12-2006
06-12-2006
06-12-2006
11-10-2007
23-03-2006
09-07-1999
24-11-2006
15-08-1999
15-08-1999
20-08-2000
19-08-2000
23-11-2006
23-11-2006
11-01-2005
11-01-2005
Sexo
M
M
I
M
F
F
M
F
M
F
F
M
M
M
F
M
F
F
F
M
M
M
M
F
M
M
F
F
M
M
M
I
F
I
F
M
65
CAPÍTULO 3.
LEVANTAMENTO, PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO
GEOGRÁFICA E ENDEMISMO DA AVIFAUNA DOS CAMPOS
RUPESTRES E DE ALTITUDE DO LESTE DO BRASIL
INTRODUÇÃO
Apesar da existência de levantamentos da avifauna em algumas áreas
altimontanas do leste brasileiro (ver capítulo 2), as comunidades de aves dos campos
rupestres e de altitude nunca foram analisadas em conjunto e nem estiveram sujeitas a
um estudo sobre seus padrões de distribuição geográfica. Além disso, apesar de se saber
que os campos rupestres e de altitude abrigam espécies endêmicas de aves (Sick, 1970,
1985, 1997; Silva, 1995a; Melo-Júnior et al., 1998; Stattersfield et al., 1998;
Vasconcelos et al., 2003; Gonzaga et al., 2007; Vasconcelos, no prelo), pouco ainda foi
discutido a respeito de suas afinidades biogeográficas (Sick, 1970, 1985, 1997; Willis,
1992; Cordeiro, 1997).
Neste contexto, afinidades biogeográficas já foram reconhecidas entre a avifauna
dos topos de montanha do leste do Brasil e aquelas da região andino-patagônica (Sick,
1970, 1985, 1997; Vielliard, 1990a, 1996; Willis, 1992). Admite-se que as serras
brasileiras foram colonizadas por elementos andino-patagônicos ao longo de eras
glaciais do Pleistoceno, quando possíveis conexões climático-vegetacionais teriam
ocorrido entre ambas as regiões (Sick, 1970, 1985, 1997; Simpson-Vuilleumier, 1971;
Simpson, 1979; Vielliard, 1990a; Cordeiro, 1997). Nesses períodos, o resfriamento teria
causado o rebaixamento das zonas vegetacionais ao longo das serras brasileiras,
aumentando a distribuição latitudinal da biota campestre ocorrente nas suas partes mais
elevadas, de maneira semelhante ao que se sugere ter ocorrido nos páramos andinos e
nos campos afro-alpinos (Vuilleumier, 1969; Simpson-Vuilleumier, 1971; Morton,
1972; van der Hammen, 1974; Simpson, 1979; van der Hammen & Cleef, 1986;
Hooghiemstra & Cleef, 1995; Behling, 1998, 2002; Ledru et al., 1998; Safford, 1999a,
2007). Durante períodos interglaciais, tais habitats montanos ter-se-iam retraído
66
novamente para áreas mais frias e altas, o que explicaria a ocorrência de táxons com
afinidades andino-patagônicas nos topos das montanhas do leste do Brasil (Simpson,
1979; Safford, 1999a). Este modelo sugere a dispersão de táxons andinos e da América
do Sul meridional em direção ao leste do Brasil durante períodos glaciais do
Quaternário, influenciando a composição de sua avifauna endêmica (Sick, 1970, 1985,
1997; Vielliard, 1990a, 1996; Willis, 1992; Cordeiro, 1997).
Os objetivos deste capítulo são:
1) apresentar o levantamento da avifauna dos campos rupestres e dos campos de
altitude;
2) descrever e discutir padrões de distribuição geográfica da avifauna desses
tipos de vegetação, com ênfase nos táxons endêmicos.
MATERIAL E MÉTODOS
Foi realizada uma compilação das espécies de aves ocorrentes nas áreas de
campos rupestres e de altitude do leste brasileiro (ambientes detalhados no capítulo
1). Foram compilados todos os dados obtidos em trabalhos de campo de 1994 a 2008
(capítulo 2). Também foram verificados diversos registros publicados e exemplares
depositados nas seguintes instituições: AMNH, DZUFMG, MBML, MCN, MCP,
MHNCI, MHNT, MPEG, MZUSP, SG, UFMT e UFPE (Tabela 3.1; Apêndice 3.1).
Informações publicadas relacionando espécimes depositados em outras instituições
não visitadas também foram consideradas (Apêndice 3.1).
Nesta revisão, não foram utilizadas as listagens de Ihering (1900) e de Ruschi
(1978, 1982b), uma vez que nelas não foram mencionadas as altitudes e os habitats
onde se registraram as espécies, sendo impossível saber se foram encontradas em
áreas de campos rupestres e de altitude ou em fitofisionomias adjacentes (ver
Remsen [1994]). De maneira semelhante, não foram considerados registros efetuados
em localidades duvidosas, especialmente aqueles em Ruschi (1962a, 1963a, b,
1982a) para o gênero Augastes. Em casos de espécies endêmicas dos campos
rupestres e dos campos de altitude, algumas coordenadas geográficas dos gazetteers
ornitológicos do Brasil (Paynter & Traylor, 1991; Vanzolini, 1992) correspondiam a
cidades, vilarejos ou localidades onde tais habitats não estão representados. Assim,
67
essas coordenadas foram corrigidas para áreas de ambientes propícios mais próximas
a essas localidades, com base em estudos de campo e na análise de imagens de
satélite (Google Earth, 2008).
Com base em experiência de campo, acumulada ao longo dos últimos 14 anos
nos topos de montanha do leste brasileiro, não foram incluídas espécies presentes em
algumas listas publicadas e que seguramente não ocorrem nos campos rupestres ou
de altitude, principalmente quando tais registros não eram documentados, isto é, não
foram baseados em espécimes, fotografias ou gravações de vocalizações.
Também não foram consideradas as espécies de aves que vivem estritamente em
ambientes florestais associados aos campos rupestres ou campos de altitude (ver
capítulo 1). Entretanto, algumas espécies com hábito predominantemente florestal
podem viver em brenhas densas de taquaras ou em aglomerados de arbustos nestes
ambientes abertos (e.g., Mackenziaena leachii, Drymophila genei, Hemitriccus
obsoletus, Phylloscartes difficilis e Haplospiza unicolor), sendo, neste caso, incluídas
na presente revisão. Além destas, também foram consideradas as espécies típicas da
Caatinga e que vivem em brenhas de arbustos (carrascos) nos campos rupestres do
setor centro-setentrional da Cadeia do Espinhaço (e.g., Sakesphorus cristatus,
Myrmorchilus
strigilatus,
Hemitriccus
margaritaceiventer
e
Hylophilus
amaurocephalus).
Os padrões de distribuição geográfica das espécies de aves foram definidos e
discutidos com base em:
1) trabalhos de campo conduzidos nas seguintes regiões: Brasil (Pará, Maranhão,
Ceará, Pernambuco, Tocantins, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul), Peru (Lima e Ancash), Bolívia (Santa Cruz) e Argentina
(Misiones);
2) espécimes depositados nas instituições acima mencionadas (Apêndice 3.1);
3) revisão da literatura (Apêndice 3.1).
A classificação e os nomes científicos seguem o CBRO (2007). O conceito de
espécie empregado pelo CBRO é o conceito filético geral de espécie ou general
68
lineage concept (GLC), que reconhece vários estágios do processo contínuo de
especiação, levando-se em consideração, principalmente, se populações são
diagnosticáveis e independentes evolutivamente (Queiroz, 1998, 2005; Aleixo,
2007). No entanto, não é objetivo deste estudo discutir os diversos conceitos de
espécie, em relação aos quais não há consenso mesmo na esfera dos grandes biólogos
evolutivos (Wheeler & Meier, 2000). A classificação do CBRO, assim, foi adotada
por ser a mais amplamente utilizada no Brasil. Embora em recentes estudos
filogenéticos Oreophylax moreirae tenha se agrupado no clado constituído por outras
espécies andinas do gênero Schizoeaca (Zyskowski & Prum, 1999; Irestedt et al.,
2006), neste estudo ainda seguiu-se a classificação do CBRO.
As espécies de aves foram classificadas de acordo com seu endemismo com base
em diversos autores (Cracraft, 1985; Ridgely & Tudor, 1989, 1994; Silva, 1995a, b,
1997; Stotz et al., 1996; Sick, 1997; Stattersfield et al., 1998; Brooks et al., 1999;
Silva & Bates, 2002; Vasconcelos et al., 2003; Silva & Santos, 2005; Lopes, 2008;
Vasconcelos, no prelo). Entretanto, não há consenso entre alguns autores com
relação à classificação de endemismo de certas espécies. Além disso, a definição de
uma espécie endêmica a uma determinada província biogeográfica é uma tarefa
árdua, tendo em vista os diversos sistemas de classificação e, especialmente, a
capacidade de dispersão das aves (ver Lopes [2008]). Uma vez que alguns sistemas
de classificação de biomas ou de províncias biogeográficas estão restritos a um único
país, optou-se por usar como base as províncias biogeográficas apresentadas por
Morrone (2001), já que elas abrangem toda a região neotropical. Assim, as categorias
de endemismo foram padronizadas neste estudo, sendo apresentadas abaixo:
1) Não-endêmicas: espécies amplamente distribuídas, não sendo endêmicas de
nenhuma província biogeográfica.
2) Endêmicas da Mata Atlântica: espécies com distribuição abrangendo a subregião Paranaense, que inclui as províncias: florestas litorâneas (código 53), florestas
semidecíduas interioranas (código 54) e florestas de araucária (código 55), conforme
Morrone (2001). Entretanto, a maioria destas espécies, com raras exceções (e.g.,
Drymophila genei, Scytalopus notorius, Phylloscartes difficilis, Poospiza thoracica e
Poospiza lateralis), penetra marginalmente nas províncias da Caatinga (código 48), do
Cerrado (código 49), do Chaco (código 50) ou do Pampa (código 51), embora suas áreas
69
de distribuição estejam centradas na Mata Atlântica. Assim, tais espécies foram
consideradas endêmicas da Mata Atlântica, seguindo-se as recomendações de Cracraft
(1985), Stattersfield et al. (1998), Brooks et al. (1999), Assis et al. (2007) e
Vasconcelos et al. (2008c). Embora Oreophylax moreirae tenha sido considerada
endêmica da Mata Atlântica por alguns autores (Cracraft, 1985; Stattersfield et al.,
1998; Brooks et al., 1999), neste estudo a espécie foi incluída na categoria de endêmica
dos ambientes abertos dos topos de montanha do leste do Brasil.
3) Endêmicas do Cerrado (código 49, segundo Morrone [2001]): espécies com
distribuição restrita à província biogeográfica do Cerrado (conforme Silva [1995a, b,
1997], Macedo [2002], Silva & Bates [2002], Silva & Santos [2005]), com exceção
daquelas intimamente associadas aos campos rupestres e/ou de altitude (Augastes
scutatus, Asthenes luizae, Polystictus superciliaris e Embernagra longicauda), aqui
incluídas em outras categorias (quase-endêmicas ou endêmicas dos ambientes abertos
dos topos de montanha do leste do Brasil).
4) Endêmicas da Caatinga (código 48, segundo Morrone [2001]): espécies
endêmicas da província biogeográfica da Caatinga, no interior do nordeste do Brasil.
Embora Marini & Lopes (2005) tenham registrado Sakesphorus cristatus na bacia
hidrográfica do Rio Doce (Conceição do Mato Dentro), aqui a espécie foi considerada
endêmica da Caatinga, já que ela provavelmente está expandindo sua área de
distribuição geográfica devido aos desmatamentos, como já fora observado para outras
aves típicas da Caatinga nessa bacia hidrográfica, a exemplo de Columbina picui,
Compsothraupis loricata e Icterus jamacaii (Willis & Oniki, 2002; Venturini & Paz,
2003; obs. pess.). O mesmo é válido para Aratinga cactorum, que penetra
marginalmente na província do Cerrado, mas tem a maior parte de sua área de
distribuição geográfica centrada na província da Caatinga. Por outro lado, Augastes
lumachella, considerada endêmica da Caatinga por Cracraft (1985), foi aqui incluída na
categoria de endêmica dos ambientes abertos dos topos de montanha do leste do Brasil.
5) Quase-endêmicas dos ambientes abertos dos topos de montanha do leste do
Brasil: espécies com distribuição predominante nos campos rupestres e de altitude, mas
com ocorrências esparsas em chapadas acima de 800 m de altitude cobertas por
vegetação de Cerrado.
70
6) Endêmicas dos ambientes abertos dos topos de montanha do leste do Brasil:
espécies endêmicas dos campos rupestres e de altitude do leste brasileiro.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Composição e riqueza de espécies
Foi encontrado um total de 231 espécies de aves nos ambientes abertos dos topos
de montanha do leste do Brasil (Apêndice 3.2). Destas, 205 foram registradas nos
campos rupestres e 123 nos campos de altitude (Apêndice 3.2). Noventa e sete espécies
são comuns aos campos rupestres e aos campos de altitude. Cento e oito espécies são
exclusivas dos campos rupestres, mas apenas 26 exclusivas dos campos de altitude
(Apêndice 3.2).
A maior riqueza de espécies registrada nos campos rupestres pode ser explicada
pelo fato de a Cadeia do Espinhaço encontrar-se em zonas de contato entre a Mata
Atlântica, o Cerrado e a Caatinga (Giulietti & Pirani, 1988; Ab’Sáber, 1990; Harley,
1995; Giulietti et al., 1997). Tal variedade de províncias biogeográficas e
fitofisionomias em contato com a Cadeia do Espinhaço leva a um aumento na riqueza
de espécies que habitam seus campos rupestres, especialmente porque aves nãoflorestais, típicas dos habitats abertos do Cerrado e semi-abertos da Caatinga, podem
viver nos campos rupestres (Parrini et al., 1999; Vasconcelos & D’Angelo-Neto, 2007).
Por outro lado, os campos de altitude podem ser considerados como ilhas de habitats
abertos, isoladas em uma matriz originalmente florestada na região da Mata Atlântica.
Uma vez que muitas espécies de aves florestais não vivem em áreas abertas (Sick,
1997), a colonização dos campos de altitude por espécies de habitats adjacentes deve ter
sido mais difícil que nos campos rupestres. Além disso, altitudes mais elevadas,
associadas a baixas temperaturas, geadas episódicas e até nevascas (Segadas-Viana &
Dau, 1965; Sick, 1970; Martinelli & Orleans e Bragança, 1996; Safford, 1999b) também
devem dificultar a colonização permanente por aves de ambientes abertos encontradas
em altitudes mais baixas (e.g., brejos) e que poderiam utilizar paisagens de origem
antrópica para alcançar os campos de altitude. Ademais, as áreas de campos rupestres
são naturalmente mais conectadas entre si do que as de campos de altitude, de modo que
isso também poderia explicar a menor riqueza de espécies encontrada nestes últimos,
71
conforme prevê a teoria de biogeografia de ilhas (MacArthur & Wilson, 1967).
Entretanto, estudos que utilizem estimativas de áreas ainda são necessários para se testar
esta hipótese, de maneira semelhante ao já realizado nos Andes setentrionais
(Vuilleumier, 1970), Tepuis (Cook, 1974) e Sierras Pampeanas (Nores, 1995).
Uma hipótese alternativa para explicar a menor riqueza da avifauna dos campos
de altitude seria o fato de os mesmos encontrarem-se localizados, em média, em
latitudes maiores do que campos rupestres, o que, normalmente, causa diminuição no
número de espécies (Fischer, 1960; Tramer, 1974; Rohde, 1992; Brown, 1995; Willig et
al., 2003). Entretanto, estudos sobre gradientes latitudinais não detectaram grandes
variações na riqueza, abundância e diversidade de aves ao longo de gradientes curtos,
ou seja, menores que 20o (Emlen et al., 1986; Fjeldså, 1995; Poulsen & Krabbe, 1997,
1998; Willig et al., 2003). O fato de que todas as localidades de campos rupestres e de
altitude analisadas estão dentro de um gradiente latitudinal de aproximadamente 11o,
contido dentro da faixa tropical, sugere que as maiores latitudes dos campos de altitude
não sejam responsáveis por sua menor riqueza de espécies. Uma análise sobre
gradientes ecológicos e as comunidades de aves é apresentada e discutida no próximo
capítulo.
Padrões de distribuição geográfica da avifauna
A distribuição das espécies de aves que ocorrem nos campos rupestres e de
altitude, por categoria de endemismo, é apresentada abaixo (Tabela 3.2):
1) Não-endêmicas: 193 espécies.
2) Endêmicas da Mata Atlântica: 23 espécies.
3) Endêmicas do Cerrado: 6 espécies.
4) Endêmicas da Caatinga: 2 espécies.
5) Quase-endêmica dos ambientes abertos dos topos de montanha do leste do
Brasil: 1 espécie.
6) Endêmicas dos ambientes abertos dos topos de montanha do leste do Brasil: 6
espécies.
A maior porcentagem de espécies que ocorrem nos ambientes abertos dos topos
de montanha do leste brasileiro é representada por aquelas amplamente distribuídas e
não endêmicas (83,5%), com apenas 2,6% endêmicas desses ambientes (Tabela 3.2).
72
Este padrão é bem diferente do encontrado na puna e no páramo andinos, onde 29% das
espécies são endêmicas e apenas 13,5% são amplamente distribuídas (Vuilleumier,
1986). No caso específico dos Andes, as barreiras geográficas são muito mais efetivas
para causar eventos vicariantes e impedir a ampla dispersão de espécies de aves
serranas (ver abaixo).
O pequeno número de espécies de aves endêmicas dos ambientes abertos nos
topos de montanha do leste brasileiro também contrasta com o padrão geral encontrado
para a flora local, que apresenta alta porcentagem de espécies endêmicas, estimada em
cerca de 30% do total nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Giulietti et al.,
1987, 1997; Eiten, 1992; Martinelli & Orleans e Bragança, 1996; Safford, 1999a;
Menezes & Giulietti, 2000; Rapini et al., 2002). Entretanto, ao analisar os padrões de
distribuição de pteridófitas ocorrentes na Cadeia do Espinhaço (não apenas dos campos
rupestres, incluindo também outras vegetações), Salino & Almeida (no prelo),
encontraram uma baixa porcentagem de táxons endêmicos associados a este sistema
orográfico (cerca de 4%), sugerindo que o alto poder de dispersão dos esporos deste
grupo contribua para isto. Uma vez que muitas aves também apresentam alta
capacidade de dispersão, é possível que a baixa porcentagem de espécies endêmicas das
serras do leste brasileiro também esteja relacionada a este fato.
Os padrões de distribuição geográfica das aves dos campos rupestres e dos
campos de altitude apresentam algumas diferenças. Embora ambos os tipos de
vegetação mostrem uma dominância de espécies amplamente distribuídas, espécies
endêmicas da Mata Atlântica são mais bem representadas nos campos de altitude
(15,5%) do que nos campos rupestres (6,3%), de modo que os campos de altitude
possuem 19 das 23 espécies endêmicas da Mata Atlântica (82,6%) já registradas nestas
áreas altimontanas, enquanto apenas 13 delas (56,5%) foram registradas nos campos
rupestres (Tabela 3.2). Isso pode ser explicado pelo fato de os campos de altitude se
encontrarem em uma matriz de Mata Atlântica, de modo que sua avifauna apresenta
influência das vegetações circunjacentes. Além disso, as áreas de distribuição de muitas
espécies de aves endêmicas da Mata Atlântica que ocorrem nos campos de altitude não
alcançam a região dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, a noroeste. Alguns
exemplos são: Stephanoxis lalandi, Drymophila genei, Scytalopus notorius, Hemitriccus
obsoletus, Phylloscartes difficilis, Poospiza thoracica e Saltator maxillosus. Apenas
73
algumas espécies endêmicas da Mata Atlântica alcançam os campos rupestres,
especialmente na porção meridional da Cadeia do Espinhaço. Dentre elas, pode-se citar:
Leucochloris albicollis, Muscipipra vetula, Tangara desmaresti e Haplospiza unicolor.
A ocorrência de espécies endêmicas da Mata Atlântica no Espinhaço meridional
(Quadrilátero Ferrífero) já havia sido relatada anteriormente (Vasconcelos et al., 1999b;
Vasconcelos & Melo-Júnior, 2001) e pode ser explicada pela proximidade geográfica
desta região com as serras pertencentes ao complexo da Mantiqueira (incluindo as
Serras do Brigadeiro e do Caparaó). Além disto, os contrafortes orientais e meridionais
da Cadeia do Espinhaço são ou eram originalmente cobertos pela Mata Atlântica.
Dentre as espécies de aves endêmicas da Mata Atlântica, duas (Stephanoxis
lalandi e Scytalopus iraiensis) estão associadas às montanhas no sudeste do Brasil,
embora ocorram em altitudes baixas ou elevadas nas regiões subtropicais do sul do
Brasil e áreas adjacentes (ao sul de 23o30’S). Este padrão também já foi reconhecido
para alguns táxons vegetais (Simpson, 1979; Harley, 1995; Barros, 1998; Safford,
1999a; Ribeiro et al., 2007), para espécies de abelhas (Silveira & Cure, 1993; Azevedo
et al., no prelo) e para um roedor (Gonçalves et al., 2007), sugerindo que estes táxons
teriam sido mais amplamente distribuídos durante períodos glaciais do Pleistoceno, com
possível dispersão de regiões meridionais da América do Sul em direção ao sudeste do
Brasil (Simpson, 1979; Silveira & Cure, 1993; Safford, 1999a, 2007; Gonçalves et al.,
2007). Durante períodos interglaciais, com a predominância de climas mais quentes,
populações destes táxons ter-se-iam retraído para o sul e para as áreas mais elevadas.
Neste último caso, as populações possivelmente teriam ficado restritas a “refúgios
glaciais”, representados pelos topos de montanha do leste do Brasil (ver Gonçalves et
al. [2007]). Não foi possível encontrar qualquer evidência de variação geográfica com
base em espécimes de S. iraiensis coletados nas serras do sudeste do Brasil e na região
sulina (Vasconcelos et al., 2008c). Entretanto, a espécie S. lalandi é representada por
duas subespécies distintas: S. l. lalandi (montanhas do sudeste do Brasil) e S. l.
loddigesii (terras baixas e/ou altas ao sul de 23o30’S). Este é o mesmo padrão de
distribuição encontrado nas espécies-irmãs Poospiza lateralis / P. cabanisi (Assis et al.,
2007), sugerindo que, para estes dois complexos, o isolamento geográfico já tenha
causado diferenciações diagnósticas nas populações, tal como registrado para dois pares
74
de espécies de anfíbios anuros, que também apresentam um padrão de distribuição
semelhante (Leite et al., no prelo).
Embora não sejam endêmicas da Mata Atlântica, Stephanophorus diadematus e
Emberizoides ypiranganus também apresentam um padrão de distribuição muito
semelhante ao de Stephanoxis lalandi e Scytalopus iraiensis, estando restritos às serras
no leste brasileiro, mas ocorrendo em terras altas ou baixas na região subtropical (ver
discussão para E. ypiranganus em Vasconcelos et al. [2006]).
Outra espécie sulina tipicamente serrana e recentemente encontrada nos topos de
montanha do leste do Brasil é Cinclodes pabsti (Freitas et al., 2008). Embora esta
descoberta sugira conexões climático-vegetacionais entre as serras do sul e as do
sudeste do Brasil durante eventos glaciais, conforme já sugerido para táxons vegetais
(Safford, 2007), este caso deve ser tratado com cautela, já que diversas espécies do
gênero Cinclodes apresentam excelente capacidade de vôo e algumas delas possuem
hábitos migratórios e nomádicos (Fjeldså & Krabbe, 1990; Ridgely & Tudor, 1994;
Remsen, 2003). Assim, é possível que alguns indivíduos de C. pabsti das montanhas
sulinas (Serra Geral) possam vagar ocasionalmente até as serras do sudeste do Brasil.
Nenhuma espécie endêmica da Caatinga foi registrada nos campos de altitude e
apenas uma endêmica do Cerrado (0,8%) foi encontrada neste ambiente. Baixas
porcentagens de espécies endêmicas do Cerrado (2,9%) e da Caatinga (1,0%) foram
encontradas, também, nos campos rupestres (Tabela 3.2). Todas as espécies endêmicas
do Cerrado, registradas nos campos rupestres, apresentam áreas de distribuição
geográfica que não alcançam as montanhas costeiras, exceto Cyanocorax cristatellus.
Esta espécie tem expandido sua área de distribuição original em direção a leste, devido
aos desmatamentos ocorrentes na Mata Atlântica (Alvarenga, 1990; Vasconcelos,
1999a; Mallet-Rodrigues et al., 2007; Lopes, 2008), mas é possível que ela seja
autóctone na única área de campos de altitude onde foi registrada (Serra do Ibitipoca), já
que esta região está localizada em uma zona de transição entre a Mata Atlântica e o
Cerrado, com espécies de aves típicas de cada uma dessas províncias biogeográficas
(Pacheco et al., 2008). Alguns setores do Espinhaço central e setentrional estão em
contato com a Caatinga, o que explica a ocorrência de duas espécies endêmicas dessa
província biogeográfica nos campos rupestres.
75
As espécies de aves que apresentam distribuição geográfica restrita aos
ambientes abertos dos topos de montanha do sudeste do Brasil são representadas por
baixas porcentagens em ambas as formações: 2,9% nos campos rupestres e 1,6% nos
campos de altitude (Tabela 3.2). Além destas, apenas uma espécie quase-endêmica dos
campos rupestres e de altitude foi encontrada (Embernagra longicauda).
Nos próximos tópicos, são apresentados os padrões de distribuição das seis
espécies endêmicas e da única quase-endêmica, com discussões sobre suas possíveis
afinidades biogeográficas.
Padrões de distribuição e afinidades biogeográficas das espécies endêmicas dos
campos rupestres e de altitude
As seis espécies endêmicas dos campos rupestres e de altitude do leste do Brasil
são: Augastes lumachella, Augastes scutatus, Formicivora grantsaui, Oreophylax
moreirae, Asthenes luizae e Polystictus superciliaris. Abaixo, são apresentados e
discutidos os seus padrões de distribuição geográfica e suas afinidades biogeográficas.
Augastes lumachella (Figura 3.1) e Augastes scutatus (Figura 3.2)
Estes dois beija-flores são considerados aloespécies (Sick, 1997), com um deles
ocorrendo na porção setentrional da Cadeia do Espinhaço (Augastes lumachella) e o
outro se distribuindo na porção centro-meridional deste sistema orográfico (A. scutatus)
(Figura 3.3). Uma terceira espécie (A. geoffroyi), que ocorre na porção centrosetentrional da Cordilheira dos Andes (Fjeldså & Krabbe, 1990; Schuchmann, 1999), é
considerada como grupo-irmão destas duas espécies (Sibley & Monroe, 1990; Willis,
1992; Silva, 1995a). Considerando-se este grupo de três espécies, foi sugerido um
evento vicariante entre a Cadeia do Espinhaço e a região andina, seguido por outro
dentro do próprio Espinhaço (Silva, 1995a). Esta hipótese sugere a existência de uma
linhagem ancestral mais amplamente distribuída no passado, com extinções de
populações intermediárias, deixando as três espécies resultantes desses processos
restritas a áreas montanhosas da América do Sul. Ela também sugere que as duas
espécies de Augastes que ocorrem nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço sejam
irmãs, como aventado por Sick (1997). Entretanto, há dúvidas se a espécie andina deva
ser considerada como pertencente aos gêneros Augastes ou Schistes (Schuchmann,
76
1999), de modo que as relações entre estas três espécies e outros beija-flores serão mais
bem compreendidas apenas por meio de análises filogenéticas (ver introdução em Abreu
[2006]).
Ambas as espécies de Augastes endêmicas da Cadeia do Espinhaço apresentam
íntima relação com a flora dos campos rupestres, alimentando-se de néctar e usando
material para a construção de ninhos a partir de várias espécies de plantas típicas ou
endêmicas deste tipo de vegetação (e.g., Ruschi, 1962a; Grantsau, 1967, 1968, 1988;
Romão et al., 2001; Vasconcelos & Lombardi, 2001; Vasconcelos et al., 2001;
Machado et al., 2003b, 2007a). A possível vicariância entre as duas espécies talvez
esteja relacionada às mudanças climáticas ocorridas durante o Pleistoceno. É possível
que, durante eventos de resfriamento global, táxons de plantas e animais típicos dos
campos rupestres, que ocorrem atualmente nos topos das serras, tenham descido para
altitudes menos elevadas (ver Harley [1988], Safford [2007]). Neste caso, uma linhagem
ancestral das duas espécies de Augastes estaria distribuída em uma área mais ampla.
Durante um ou mais ciclos de aquecimento, esta linhagem teria sido forçada a
acompanhar a retração da vegetação, em direção ao cume das montanhas. Com isso,
populações ancestrais teriam se isolado nas “ilhas” de campos rupestres nos cumes das
montanhas. Isoladas uma da outra por uma barreira geográfica, estas duas populações
ter-se-iam diferenciado, levando à especiação.
Certos táxons vegetais e espécies de anfíbios anuros também apresentam um
padrão de distribuição semelhante ao das duas espécies de Augastes endêmicas da
Cadeia do Espinhaço, com algumas espécies ocorrendo em sua porção setentrional
(Chapada Diamantina) e seu possível par vicariante distribuindo-se em sua porção
centro-meridional (Espinhaço mineiro) (Harley, 1995; Lugli & Haddad, 2006a, b; Leite
et al., no prelo). Neste caso, admite-se que a ampla região de baixada, representada
pelas bacias hidrográficas dos Rios de Contas, Pardo e Jequitinhonha, originalmente
coberta por vegetação de Caatinga ou floresta, que separa os setores centro-meridional e
setentrional da Cadeia do Espinhaço, seria a barreira geográfica que teria propiciado a
diferenciação desses táxons e impedido a troca de elementos florísticos entre essas duas
regiões (e.g., Harley, 1988; Borba et al., 2001; Lugli & Haddad, 2006a, b; Ribeiro et al.,
2008; Rapini et al., no prelo). Além disto, outros grupos de plantas de campos rupestres
também apresentam baixa similaridade entre os setores mineiro e baiano da Cadeia do
77
Espinhaço, a exemplo de espécies das famílias Apocynaceae (Rapini et al., 2002) e
Orchidaceae (Azevedo & van den Berg, 2007), reforçando a hipótese de que esta região
teria atuado como uma barreira efetiva para a troca de elementos da flora.
Alguns autores (e.g., Ribeiro et al., 2008; Rapini et al., no prelo) sugerem que
esta disjunção entre os campos rupestres de Minas Gerais e da Bahia seja de 300 km.
Entretanto, serras altas com afloramentos rochosos, caracterizadas por campos
rupestres, ocorrem ao norte de Grão Mogol, no extremo norte do estado de Minas
Gerais (Gerais de Santana, Serras da Formosa e do Pau D’Arco) e também no extremo
sul da Bahia (região de Jacaraci), de modo que esta disjunção seria de apenas 160 km
(entre Jacaraci e Rio de Contas) e representada somente pela drenagem do Rio de
Contas. Além disso, levando-se em consideração a existência de registros de A. scutatus
em serras isoladas (e.g., Serra do Cabral), o que sugere uma relativa capacidade de
dispersão, e ao se analisar as áreas com altitudes superiores a 1.000 m nos mapas,
observa-se um divisor de águas na região de Caetité, sul da Bahia, que poderia ser uma
ponte de ligação entre populações destas duas espécies de beija-flores (e de outros
táxons) (Figura 3.3). As serras entre Grão Mogol e Jacaraci são formadas pela unidade
predominantemente quartzítica pertencente ao Supergrupo Espinhaço, que foi
depositada num rifte continental (início há cerca de 1.752 milhões de anos atrás),
tectonizada, metamorfizada e soerguida na Orogênese Brasiliana (entre 650 e 550
milhões de anos atrás) (Figura 3.4). Com os eventos tectônicos que resultaram na
separação de Gonduana, no Mesozóico, esta região sofreu movimentos diferenciais com
soerguimento e afundamentos de blocos vizinhos. Esta movimentação teve
continuidade, com menor intensidade, ao longo do Cenozóico. O soerguimento se deu
em intensidade muito menor, porém é parcialmente contemporâneo à Orogênese Andina
(Petri & Fúlfaro, 1988; Saadi, 1993, 1995; Uhlein et al., 1995; Horn et al., 1996; Potter,
1997; Ab’Sáber, 2000; Cruz & Alkmim, 2007; Knauer, 2007; P. T. A. Castro, com.
pess.). Porém, ao norte de Jacaraci, as partes mais elevadas (1.000-1.100 m) da chapada
na região de Caetité, que parecem ser uma continuação do espigão mineiro do
Espinhaço (ou Serra Geral), são cobertas predominantemente por uma vegetação de
Cerrado (“gerais”) com áreas muito restritas de afloramentos rochosos e quase ausência
de vegetação típica de campos rupestres (Figura 3.5). Esta região é formada por rochas
sedimentares cenozóicas (Figura 3.4), ou seja, dos últimos 60 milhões de anos, tendo
78
sido depositadas em áreas topograficamente baixas em relação às serras adjacentes,
acumulando sedimentos (Cruz & Alkmim, 2007; P. T. A. Castro, com. pess.). Assim,
durante o Cenozóico, a região de Caetité não deve ter sido representada por serras altas
formadas por rochas do Supergrupo Espinhaço e, mesmo com altitudes acima de 1.000
m atualmente, nunca apresentou áreas representativas de campos rupestres capazes de
manter populações viáveis de vários táxons associados a este tipo de vegetação. Esta
região, associada às áreas de baixada da bacia hidrográfica do Rio de Contas, deve ter
sido a barreira geográfica que propiciou a especiação entre os dois Augastes na Cadeia
do Espinhaço e a diferenciação entre populações de plantas e anfíbios, assim como
dificultou a troca de elementos florísticos entre o setor mineiro deste sistema orográfico
e a região da Chapada Diamantina.
De qualquer forma, a coleta de exemplares de A. scutatus nos campos rupestres
da Serra do Pau D’Arco, no extremo norte de Minas Gerais, quase na divisa com o
estado da Bahia, sugere que esta espécie possa ocorrer em áreas serranas da região de
Jacaraci (também representada pelo Supergrupo Espinhaço) e adjacências, no extremo
meridional da Bahia, sendo necessárias pesquisas mais detalhadas nesta área.
Mais ao norte de Caetité (regiões de Riacho de Santana e Macaúbas), as rochas
que compõem as serras são mais antigas, da idade do Supergrupo Espinhaço (Figura
3.4; Cruz & Alkmim, 2007; P. T. A. Castro, com. pess.). A avifauna destas serras nunca
foi amostrada e a descoberta de populações de qualquer espécie do gênero Augastes
nesta região seria de fundamental importância para se refinar o conhecimento sobre a
possível barreira geográfica que teria levado à vicariância destas duas formas.
Formicivora grantsaui (Figuras 3.6 e 3.7)
Esta espécie, recentemente descrita por Gonzaga et al. (2007) e com distribuição
restrita à porção setentrional da Cadeia do Espinhaço (Figura 3.8), não foi incluída na
análise filogenética de Formicivora realizada por Gonzaga (2001) por ainda não ser
conhecida até então. Na sua descrição original, Gonzaga et al. (2007) sugeriram que F.
grantsaui seja proximamente relacionada a F. acutirostris, F. grisea e F. rufa. Uma vez
que as áreas de distribuição destas três espécies são, em grande parte, não coincidentes,
ainda não é possível discutir com detalhes sobre as afinidades biogeográficas de F.
grantsaui. Entretanto, uma nova hipótese filogenética para o gênero, incluindo F.
79
grantsaui, está sendo desenvolvida (L. P. Gonzaga, com. pess.), o que deverá elucidar,
com maior clareza, as relações filogenéticas e biogeográficas desta espécie.
Oreophylax moreirae (Figura 3.9)
Oreophylax moreirae foi considerado endêmico dos campos de altitude das
montanhas costeiras altas (diversos picos na Serra da Mantiqueira, Serra dos Órgãos e
Serra do Caparaó) (Miranda-Ribeiro, 1906; Holt, 1928; Sick, 1970, 1985, 1997; Willis
& Oniki, 1993; Ridgely & Tudor, 1994; Santos, 2000), mas foi recentemente descoberto
nos picos mais elevados da porção meridional da Cadeia do Espinhaço, na Serra do
Caraça (Melo-Júnior et al., 1998; Vasconcelos, 2000a; Vasconcelos & Melo-Júnior,
2001 – Figura 3.10). Nas partes mais elevadas da Serra do Caraça, existem mosaicos de
campos rupestres mesclados a campos de altitude (ver capítulo 1), de modo que a
espécie utiliza manchas dos dois tipos de vegetação para forragear (Vasconcelos et al.,
2007b).
Oreophylax moreirae foi descrito inicialmente no gênero Synallaxis (MirandaRibeiro, 1906). Posteriormente, a espécie foi transferida por Cory & Hellmayr (1925)
para o gênero monotípico Oreophylax, arranjo aceito por outros autores (Sick, 1970;
Pinto, 1978; Meyer de Schauensee, 1982; Ridgely & Tudor, 1994). Baseando-se no tipo
de ninho e no padrão de vocalização, e seguindo o proposto por Vaurie (1980), Sick
(1985, 1997) incluiu esta espécie no gênero Schizoeaca, com oito espécies distribuídas
ao longo dos Andes centro-setentrionais (S. perijana, S. coryi, S. fuliginosa, S.
griseomurina, S. palpebralis, S. vilcabambae, S. helleri e S. harterti; conforme Remsen
[2003]). Sibley & Monroe (1990) também aceitaram esta proposta de classificação.
Recentemente, Zyskowski & Prum (1999) apresentaram uma hipótese filogenética para
a família Furnariidae, baseada em caracteres da arquitetura de ninhos, de modo que os
gêneros Schizoeaca (com quatro espécies analisadas) e Oreophylax foram agrupados em
um único clado, o que foi confirmado em um recente estudo de filogenia molecular
(Irestedt et al., 2006). Ambos os gêneros foram agrupados, na hipótese apresentada por
Zyskowski & Prum (1999), com base na sinapomorfia de seus ninhos, construídos com
uma camada de musgos do gênero Sphagnum, encapsulada por ramos de plantas
herbáceas. Assim, admite-se que O. moreirae seja filogeneticamente relacionada às
espécies andinas do gênero Schizoeaca.
80
Sick (1985, 1997) sugeriu que O. moreirae seria originário de linhagens
ancestrais provenientes dos Andes, que teriam colonizado o sudeste do Brasil durante
uma das glaciações pleistocênicas por uma via austral, através de um corredor contínuo
de vegetação. Em períodos interglaciais, essa linhagem ancestral teria acompanhado a
retração deste tipo de vegetação “andina” (Simpson, 1979; Safford, 1999a), isolando-se
nos altos topos de montanha do leste brasileiro e originando um novo táxon. Sick (1985)
também sugeriu uma hipótese alternativa para colonização das serras do sudeste do
Brasil, a partir da região andina, por meio de “saltos” entre montanhas isoladas, como já
sugerido por Mayr & Phelps (1967) para os elementos andinos da avifauna que teriam
colonizado a região dos Tepuis venezuelanos. Entretanto, levando-se em consideração a
baixa capacidade de vôo de O. moreirae e sua ausência em altitudes abaixo de 1.700 m,
esta hipótese parece pouco provável.
Asthenes luizae (Figura 3.11)
Asthenes luizae é uma espécie restrita à porção centro-meridional da Cadeia do
Espinhaço (Pearman, 1990; Vielliard, 1990b; Andrade et al., 1998; Cordeiro et al.,
1998; Vasconcelos, 2002; Vasconcelos et al., 2002a, 2008a; Bencke et al., 2006;
Vasconcelos & D’Angelo-Neto, 2007 – Figura 3.12).
Antes de sua descrição formal, Pearman (1990) havia comparado vocalizações
de A. luizae com as de A. modesta modesta, A. humilis robusta, A. wyatti graminicola,
A. dorbignyi dorbignyi e A. baeri baeri, concluindo que seu canto era mais parecido
com o de A. d. dorbignyi. Ele também concluiu, baseado em caracteres de plumagem e
vocalizações, que as espécies mais próximas de A. luizae possivelmente seriam A.
dorbignyi e A. patagonica.
Silva (1995a) considerou, com base na coloração da plumagem, que A. luizae
compartilharia um ancestral comum com A. pyrrholeuca e com A. baeri. Asthenes
pyrrholeuca distribui-se ao longo do Chaco, da Patagônia e de áreas adjacentes dos
Andes, enquanto A. baeri ocorre no Chaco e nos Pampas (Fjeldså & Krabbe, 1990;
Ridgely & Tudor, 1994; Remsen, 2003). Entretanto, Silva (1995a) não examinou
nenhum espécime de A. luizae e não incluiu a espécie em uma análise cladística.
Em um estudo filogenético da família Furnariidae, baseada na arquitetura de
ninhos, A. luizae foi inserida na mesma unidade taxonômica operacional que A.
81
pudibunda, A. cactorum, A. humicola, A. dorbignyi huancavelicae, A. d. arequipae, A.
d. dorbignyi, A. berlepschi, A. steinbachi, A. baeri e A. patagonica (Zyskowski & Prum,
1999). A hipótese filogenética resultante deste estudo sugeriu que o gênero Asthenes
seja polifilético, o que foi recentemente confirmado por uma análise filogenética de
caracteres moleculares, que não incluiu A. luizae (Irestedt et al., 2006).
O ninho, construído principalmente com gravetos (Studer & Teixeira, 1993;
Remsen, 2003; Gomes, 2006), e detalhes da plumagem sugerem que A. luizae esteja no
mesmo grupo que A. pyrrholeuca, A. steinbachi, A. baeri, A. patagonica (da América do
Sul meridional), A. dorbignyi, A. berlepschi (dos Andes centrais) e dois táxons ainda
não descritos dos Andes peruanos (Narosky et al., 1983; Fjeldså & Krabbe, 1990;
Zyskowski & Prum, 1999; Remsen, 2003; de la Peña, 2005; Vasconcelos et al., 2008a).
Caracteres diagnósticos da plumagem deste grupo compreendem a ausência de estrias; a
mancha gular que varia de laranja a negra (embora ausente em algumas populações);
abdômen mais ou menos amarronzado; e cauda relativamente longa e graduada,
composta por rectrizes de pontas arredondadas e de coloração marrom-enegrescidas
com margens geralmente marrom-avermelhadas (Fjeldså & Krabbe, 1990; Narosky &
Yzurieta, 2003; Remsen, 2003; Vasconcelos et al., 2008a – Figura 3.13).
Uma vez que as características compartilhadas por A. luizae com os outros
táxons acima considerados ocorrem em diferentes regiões geográficas, da Patagônia aos
Andes peruanos, elas devem ser plesiomórficas para a espécie, não sendo informativas
sobre quais espécies estariam mais proximamente relacionadas a A. luizae. Assim, na
ausência de análises filogenéticas incluindo as diversas espécies do gênero, é impossível
levantar hipóteses mais detalhadas sobre as relações biogeográficas de A. luizae.
Polystictus superciliaris (Figura 3.14)
Polystictus superciliaris foi considerada uma espécie endêmica dos campos
rupestres da Cadeia do Espinhaço e, concomitantemente, endêmica do Cerrado (Silva,
1995a, 1997; Macedo, 2002; Silva & Bates, 2002; Silva & Santos, 2005). Entretanto,
esta espécie foi registrada fora da Cadeia do Espinhaço, na Serra da Canastra e nas
montanhas costeiras da Mata Atlântica, a exemplo da Serra da Bocaina e de diversos
pontos na Serra da Mantiqueira (Serras do Itatiaia, do Papagaio, do Ibitipoca e do
Caparaó) (Sick, 1997; Silveira, 1998; Vasconcelos, 1999a, b, 2008a; Vasconcelos et al.,
82
2003 – Figura 3.15). Seu padrão de distribuição sugere conexões climáticovegetacionais, durante eventos de resfriamento global, entre os campos rupestres e os
campos de altitude, o que já foi registrado para algumas espécies de plantas (ver
capítulo 1) e de abelhas (Azevedo et al., no prelo).
Uma suposta espécie filogeneticamente relacionada a P. superciliaris é P.
pectoralis, de distribuição mais ampla ao longo de formações abertas, com ocorrência
disjunta em regiões setentrionais e centro-meridionais da América do Sul e na
Cordilheira dos Andes (Ridgely & Tudor, 1994). Em uma recente hipótese filogenética
apresentada para os Tyrannidae, P. pectoralis foi agrupada no mesmo clado constituído
por espécies dos gêneros Mecocerculus, Anairetes, Culicivora, Pseudocolopteryx e
Serpophaga (Ohlson et al., 2008). No entanto, esta análise não incluiu P. superciliaris,
de modo que suas afinidades filogenéticas e, conseqüentemente, biogeográficas,
permanecem mal resolvidas, já que vários agrupamentos taxonômicos em Tyrannidae se
mostraram artificiais (Ohlson et al., 2008).
Padrão de distribuição e afinidades biogeográficas de Embernagra longicauda,
espécie quase-endêmica dos campos rupestres e de altitude
Embernagra longicauda (Figura 3.16), assim como Polystictus superciliaris, foi
considerada uma espécie endêmica dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço e da
província biogeográfica do Cerrado (Silva, 1995a, 1997; Macedo, 2002; Silva & Bates,
2002; Silva & Santos, 2005). Porém, no nordeste de Minas Gerais, especialmente na
bacia do Rio Jequitinhonha, a espécie ocorre em chapadas de solo arenoso, acima de
800 m de altitude, cobertas por vegetação de Cerrado, conhecida localmente como
“gerais” (Carnevalli, 1982; Mattos & Sick, 1985; Vasconcelos & D’Angelo-Neto, 2007
– Figura 3.17). Ela também foi registrada nos campos de altitude da Serra do Caparaó
(Vasconcelos, 2003; Vasconcelos et al., 2003 – Figura 3.17). Além disso, E. longicauda
tem expandido recentemente sua área de distribuição geográfica no vale do Rio Doce
devido aos desmatamentos, ocorrendo em áreas degradadas (Machado et al., 1998;
Vasconcelos, 2000b). Assim, E. longicauda não pode ser considerada nem endêmica do
Cerrado e nem dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço. Devido às ocorrências
nas chapadas cobertas pelos “gerais” e nas áreas degradadas ao longo da bacia do Rio
Doce, E. longicauda é classificada como quase endêmica dos campos rupestres e de
83
altitude do leste brasileiro (Figura 3.17), estando geralmente associada a áreas abertas
acima de 800 m de altitude. Os indivíduos registrados nas áreas degradadas da bacia do
Rio Doce parecem ser oriundos das serras adjacentes, pertencentes à Cadeia do
Espinhaço (e.g., Serra do Caraça – Vasconcelos, 2000b).
A ocorrência de E. longicauda nas partes mais elevadas da Serra do Caparaó
sugere conexões climático-vegetacionais entre os campos de altitude dessa região e as
áreas mais interioranas de campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, no Brasil Central,
um padrão também encontrado em algumas plantas, a exemplo de Xyris celiae
(Xyridaceae) (Giulietti & Pirani, 1988) e Paliavana gracilis (Gesneriaceae) (Araujo et
al., 2005), além de um roedor do gênero Akodon (Gonçalves et al., 2007). Este padrão
também é compartilhado por Oreophylax moreirae e Polystictus superciliaris, espécies
que ocorrem em áreas de campos rupestres e de altitude (ver acima).
Silva (1995a) considerou como grupo irmão de E. longicauda o clado formado
por E. platensis platensis (distribuída a leste do Chaco em vegetações abertas na região
da Mata Atlântica e áreas adjacentes) e por E. platensis olivascens (da região oeste do
Chaco e de áreas adjacentes da encosta dos Andes), sugerindo duas hipóteses para
explicar a origem desta espécie:
1) A primeira estaria ligada ao tectonismo ocorrido durante o Plio-Pleistoceno,
admitindo que E. longicauda teria se originado a partir de um evento vicariante entre a
Cadeia do Espinhaço e a região do Chaco e áreas adjacentes (Pampas, Patagônia e
encostas andinas). De acordo com este autor, este evento vicariante estaria relacionado
ao intenso soerguimento dos Andes durante o final do Plioceno e início do Pleistoceno,
com a concomitante subsidência do Chaco e áreas adjacentes e soerguimento do
Planalto Brasileiro, da Cadeia do Espinhaço e das Serras das Mantiqueira e do Mar (ver
também Freitas [1951], Petri & Fúlfaro [1988], Saadi [1993]). Silva (1995a) sugeriu que
as linhagens ancestrais de E. longicauda e de seus parentes de distribuição mais austral
devem ter sido isoladas por barreiras geográficas impostas por severas condições
ecológicas que ocorreram na região do Chaco, tais como climas frios e secos, além de
alagamentos provocados por mudanças no nível do mar (ver Potter [1997]). Neste caso,
uma das linhagens teria se isolado nas montanhas do leste brasileiro (Cadeia do
Espinhaço) e a outra, nas encostas andinas, onde as condições ecológicas seriam mais
84
estáveis. Após certo período, os táxons que divergiram nas encostas dos Andes ter-seiam dispersado para outras regiões centro-meridionais da América do Sul.
2) A segunda hipótese estaria relacionada às flutuações climático-vegetacionais
do Quaternário. Esta hipótese sugere que linhagens ancestrais de E. longicauda ter-seiam dispersado em direção ao leste brasileiro a partir de uma região mais austral durante
glaciações do Quaternário. Em períodos interglaciais, com a ocorrência de climas mais
quentes e úmidos, estas linhagens ancestrais ter-se-iam retraído para o sul e para as
montanhas do leste brasileiro, isolando duas populações e resultando num evento
vicariante.
Entretanto, em recente revisão taxonômica, Hayes (2003) apresentou uma série
de evidências sugerindo que E. platensis compreende mais de uma espécie. Além disso,
as duas hipóteses levantadas por Silva (1995a) são altamente especulativas, sendo
necessários estudos filogenéticos mais detalhados para se estabelecer melhor as relações
de E. longicauda com os outros táxons do gênero e com as espécies de Emberizoides,
outro gênero provavelmente relacionado (Eisenmann & Short, 1982; Vasconcelos &
Silva, 2003).
Outros possíveis táxons endêmicos dos topos de montanha do leste do Brasil
Além das espécies endêmicas, quatro subespécies de aves parecem ser restritas
aos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço: Phaethornis pretrei schwarti,
Campylopterus largipennis diamantinensis, Colibri delphinae greenewalti e Knipolegus
nigerrimus hoflingi.
Phaethornis pretrei schwarti teria sua distribuição restrita aos municípios de
Mucugê e Andaraí, na Chapada Diamantina, sem que sejam conhecidos detalhes sobre
seu habitat (Ruschi, 1975). Grantsau (1988) relatou que, mesmo após quatro expedições
conduzidas à sua localidade-tipo, nenhum exemplar desta forma foi encontrado, sendo,
no entanto, P. p. pretrei relativamente freqüente. Vielliard (1994) considerou que P. p.
schwarti seria uma simples variação individual de coloração mais escura.
O mesmo parece ser válido para C. d. greenewalti (Figura 2.2), descrito da
região da Chapada Diamantina (Ruschi, 1962b). Na mais recente revisão sobre a família
Trochilidae, Stiles (1999) não incluiu esta subespécie, alegando que as características
diagnósticas apontadas por Ruschi também poderiam ser encontradas em alguns
85
indivíduos da forma nominal, representando, portanto, apenas extremos na variação
morfológica individual da espécie (ver capítulo 2). Entretanto, Vielliard (1994) e
Brammer (2002) consideraram que esta subespécie deva ser reconhecida com base nos
caracteres apresentados por Ruschi (1962b), em sua descrição original. Brammer (2002)
sugeriu, inclusive, que esta subespécie poderia ser aceita como uma boa espécie
filogenética. Colibri delphinae greenewalti é restrita aos campos rupestres da porção
setentrional da Cadeia do Espinhaço e a forma nominal (C. d. delphinae) ocorre nos
Tepuis, dos Andes setentrionais até a Guatemala e Belize, como também em Trinidad
(Stiles, 1999). Este padrão de distribuição assemelha-se, parcialmente, àquele
encontrado para alguns táxons vegetais comuns aos campos rupestres e aos Tepuis
(Steyermark, 1986; Giulietti & Pirani, 1988; Giulietti & Hensold, 1990; Harley, 1995;
Menezes & Giulietti, 2000; Harley & Giulietti, 2004). Mais interessante, ainda, é que
vários gêneros e espécies de plantas que ocorrem nos Tepuis e na Cadeia do Espinhaço
estão restritos ao setor setentrional deste último sistema orográfico, assim como C.
delphinae. Exemplos são: Chamaecrista roraimae (Leguminosae), Clusia melchiori
(Clusiaceae), Sobralia liliastrum (Orchidaceae – Figura 3.18) e o gênero Verrucularia
(Malpighiaceae) (Giulietti & Pirani, 1988; Barros, 1998; Harley & Giulietti, 2004).
Barros (1998), ao analisar os padrões de distribuição geográfica de orquídeas de campos
rupestres, concluiu que os campos da Bahia são mais semelhantes às montanhas das
Guianas do que aos de Minas Gerais. Este padrão de distribuição sugere uma conexão
biogeográfica entre o setor setentrional da Cadeia do Espinhaço e as montanhas ao norte
da bacia Amazônica (Escudo das Guianas). Esta conexão poderia ter ocorrido em
períodos mais frios e secos do Quaternário, através da separação das florestas da
Amazônia central por um corredor de savanas, que acompanharia uma faixa de menor
precipitação, ligando o sul da Venezuela ao centro-nordeste do Brasil (Haffer, 1969,
1974; Hoogmoed, 1979; Sick, 1997). Evidências de expansão de ambientes mais abertos
nesta região foram também levantadas com base em estudos paleontológicos (Toledo et
al., 1999; Rossetti et al., 2004; Rossetti & Toledo, 2007). Além disso, a atual faixa de
baixa precipitação na Amazônia praticamente liga os Tepuis às serras do Brasil Central.
Uma espécie de orquídea (Cyrtopodium parviflorum) também apresenta um padrão de
distribuição que sugere fortemente este tipo de conexão (Barros, 1998:36). Além disso,
na faixa de baixa precipitação da Amazônia são encontradas áreas de savanas (Andrade-
86
Lima, 1958; Miranda, 1993; Gottsberger & Silberbauer-Gottsberger, 2006; Pennington
et al., 2006) e serras com ambientes fisionomicamente semelhantes aos campos
rupestres que se encontram isoladas no interior da Amazônia (e.g., Serras dos Carajás e
do Ererê – Figuras 3.19 e 3.20) (Porto & Silva, 1989; Silva et al., 1996). Tais serras e
outros tipos de vegetações abertas, outrora mais amplas, poderiam ter atuado como vias
propícias para a expansão geográfica de organismos com boa capacidade de dispersão,
sendo possível a colonização do Espinhaço por táxons setentrionais e vice-versa. A
distribuição geográfica da orquídea Sobralia liliastrum (Figura 3.18), que ocorre no
Planalto das Guianas, em áreas abertas da Amazônia (incluindo campinas e campos
rupestres da Serra dos Carajás) e na Chapada Diamantina (Silva et al., 1996; Barros,
1998), reforça este padrão.
Entretanto, Silva (1995a), analisando os padrões de distribuição da avifauna do
Cerrado, encontrou evidências de que as conexões mais recentes entre o Cerrado e as
savanas do norte da América do Sul teriam ocorrido através da costa atlântica e da
Cordilheira dos Andes. Estes resultados não dariam suporte à presença de um corredor
de savanas através da Amazônia, uma das suposições da teoria dos refúgios florestais
(Haffer, 1969, 1974). Assim, também é possível ter havido conexões entre a Cadeia do
Espinhaço e os Tepuis através da costa atlântica, uma vez que existem táxons vegetais
comuns aos campos rupestres e às restingas litorâneas (Giulietti & Pirani, 1988;
Giulietti & Hensold, 1990; Harley, 1995; Barros, 1998; Menezes & Giulietti, 2000;
Harley & Giulietti, 2004; Alves et al., 2007). Além disso, algumas espécies de plantas
que ocorrem nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço e nas restingas também
ocorrem nos Tepuis (Harley & Simmons, 1986; Barros, 1998). Com a diminuição do
nível do mar (Haq et al., 1987), estas restingas e outros tipos de vegetações savânicas
poderiam ter formado um corredor vegetacional ao longo da costa atlântica, conectando
estas duas áreas montanhosas durante períodos glaciais. De qualquer forma, as
afinidades biogeográficas (principalmente com relação à flora) entre a Cadeia do
Espinhaço e os Tepuis ainda permanecem pouco estudadas e devem ser levadas em
consideração em futuras análises (ver Por et al. [2005]). Entretanto, com base nos
padrões de distribuição de vários táxons, é possível que estas conexões tenham ocorrido
durante diferentes eventos geológicos e de mudanças climático-vegetacionais, que nem
87
sempre se repetiram exatamente no mesmo espaço geográfico, gerando padrões
semelhantes, mas não idênticos, na distribuição de táxons de idades diferentes.
Campylopterus largipennis diamantinensis (Figura 2.4), descrito com base em
exemplares provenientes de Diamantina, Minas Gerais (Ruschi, 1963c), ocorre nos
campos rupestres da porção centro-meridional da Cadeia do Espinhaço (Grantsau, 1988;
Vasconcelos & Melo-Júnior, 2001). Espécimes coletados por J. M. C. Silva e
colaboradores nas matas decíduas dos vales dos Rios Paranã e São Francisco foram
atribuídos a este táxon (Silva, 1990; 1995b). Porém, com a coleta de material adicional
nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço e nas florestas decíduas do vale do Rio
São Francisco, e com a reanálise do holótipo no AMNH (ver capítulo 2), foram
encontradas características morfológicas que apontam que as duas formas representem
táxons distintos e que C. l. diamantinensis seja realmente endêmico dos campos
rupestres da Cadeia do Espinhaço.
Ainda não foram realizados estudos específicos sobre a taxonomia de K. n.
hoflingi, subespécie também descrita da região da Chapada Diamantina (Lencioni-Neto,
1996). Brammer (2002), sem analisar exemplares desta subespécie, considerou que ela
não deva ser aceita como uma boa espécie filogenética. Farnsworth & Langham (2004)
consideraram K. n. hoflingi como uma subespécie válida em recente revisão sobre a
família Tyrannidae. Entretanto, devido à ampla distribuição de K. nigerrimus nas
montanhas do leste brasileiro (Apêndice 3.2) e ao reduzido número de exemplares de K.
n. hoflingi, é possível que esta forma não passe de uma mera variação geográfica da
região da Chapada Diamantina.
Áreas de endemismo da avifauna nos topos de montanha do leste do Brasil
Conforme apresentado acima, todas as seis espécies endêmicas dos topos de
montanha do leste do Brasil ocorrem nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço,
mas apenas duas (Oreophylax moreirae e Polystictus superciliaris) foram registradas
nos campos de altitude das Serras da Mantiqueira e do Mar. A ocorrência de O.
moreirae nas partes mais elevadas da Serra do Caraça, onde parece haver um mosaico
de ambos os tipos de vegetação, pode mascarar um endemismo dos campos de altitude,
já que a espécie poderia estar restrita a esse tipo de habitat naquela localidade. Porém, a
espécie também vive nos campos rupestres típicos dessa região (Vasconcelos et al.,
88
2007b) e, enquanto estudos fitogeográficos detalhados não forem conduzidos nos picos
da Serra do Caraça, é mais prudente não considerar esta espécie como endêmica dos
campos de altitude. Assim, não existem espécies restritas aos campos de altitude das
montanhas costeiras, mas quatro delas (Augastes lumachella, Augastes scutatus,
Formicivora grantsaui e Asthenes luizae) são endêmicas dos campos rupestres da
Cadeia do Espinhaço.
Considerando-se que uma área de endemismo é representada por uma região que
abriga, pelo menos, dois táxons endêmicos (ver Platnick [1991]), duas áreas de
endemismo podem ser delimitadas na Cadeia do Espinhaço. Uma delas é representada
pela porção centro-meridional (setor mineiro) deste sistema de montanhas, abrigando
Augastes scutatus e Asthenes luizae (Figura 3.21). A outra seria a porção setentrional da
Cadeia do Espinhaço (região da Chapada Diamantina e montanhas adjacentes), onde
ocorrem Augastes lumachella e Formicivora grantsaui (Figura 3.21). Se o argumento
de Cracraft (1985) for levado em consideração, de que uma área de endemismo não é
definida, necessariamente, com base no habitat, então Scytalopus diamantinensis, uma
espécie florestal descrita recentemente (Bornschein et al., 2007), poderia ser adicionada
à porção setentrional da Cadeia do Espinhaço. Cabe salientar que a região que separa
estas duas áreas de endemismo na Cadeia do Espinhaço é representada pela mesma
barreira geográfica que foi aventada para a possível vicariância entre as duas espécies
de Augastes (ver acima) e que também deve ter restringido a dispersão de A. luizae para
a Chapada Diamantina e a de F. grantsaui para o setor mineiro da Cadeia do Espinhaço.
O número de formas restritas a ambas as áreas de endemismo aumentaria, caso
as subespécies “endêmicas” fossem consideradas taxonomicamente válidas, com a
adição de C. l. diamantinensis na porção centro-meridional (setor mineiro) da Cadeia do
Espinhaço e com a adição de P. p. schwarti, C. d. greenewalti e K. n. hoflingi na região
da Chapada Diamantina. Desta forma, novos estudos taxonômicos ainda se fazem
necessários para resolver a validade dessas subespécies, visando um maior
conhecimento sobre os padrões de endemismo da avifauna na Cadeia do Espinhaço.
Neste caso, vale ressaltar que a coleta de mais exemplares é extremamente importante,
já que a maioria destas subespécies é representada apenas pelos exemplares-tipo. Além
disto, são necessários espécimes provenientes de serras dos setores norte-mineiro e
89
baiano-meridional do Espinhaço para se avaliar a existência de prováveis variações
clinais ou individuais.
Conclusões
A revisão apresentada neste capítulo mostrou que a maioria das aves que
ocorrem nos ambientes abertos dos topos de montanha do leste do Brasil (campos
rupestres e de altitude) é representada por espécies de ampla distribuição geográfica, em
contraste com o padrão geral reconhecido para a flora.
A influência biogeográfica andino-patagônica na avifauna dessas montanhas não
é tão representativa como havia sido anteriormente enfatizado (Sick, 1970, 1985, 1997;
Vielliard, 1990a, 1996; Willis, 1992; Cordeiro, 1997). Contudo, quatro espécies
endêmicas parecem apresentar relações de parentesco com espécies dos Andes centrosetentrionais (Augastes lumachella, A. scutatus e Oreophylax moreirae) ou chaquenhoandino-patagônicas (Asthenes luizae) (Sick, 1970, 1985; Silva, 1995a; Vielliard, 1996;
Schuchmann, 1999; Zyskowski & Prum, 1999; Irestedt et al., 2006; Vasconcelos et al.,
2008a). Entretanto, com exceção de O. moreirae, estas suposições foram feitas sem a
aplicação de análises filogenéticas mais detalhadas. Assim, essas análises são
fortementemente recomendadas para se determinar, com maior precisão, as relações
históricas e biogeográficas dessas espécies.
Todas as espécies das serras do leste brasileiro para as quais foram aventadas
origens andino-patagônicas pertencem a táxons que se originaram na região neotropical,
muito possivelmente na América do Sul, após sua separação da África, durante o
Cretáceo (Trochilidae e Suboscines [Furnariidae, Thamnophilidae, Rhinocryptidae e
Tyrannidae]) (Sick, 1997; Schuchmann, 1999; Remsen, 2003). Assim, a idéia corrente
sobre a origem andino-patagônica da avifauna dos topos de montanha do leste brasileiro
apresenta um problema: a superfície onde estão localizadas as montanhas do centro e
leste do Brasil (Escudo Brasileiro) é formada sobre rochas de idade pré-cambriana,
muito mais antiga que a Cordilheira dos Andes, que teve soerguimento pronunciado
bem mais recentemente, apenas durante o Mioceno (Ab’Sáber, 2000). Deste modo, é
possível que as linhagens ancestrais de um ou mais destes táxons com representantes
isolados nas serras brasileiras e na região andino-patagônica sejam originárias do
Escudo Brasileiro, e não dos Andes ou da Patagônia (ver discussões em Garcia & Pirani
90
[2003, 2005]). Depois do soerguimento andino, durante eventos de resfriamento global,
tais táxons poderiam ter se dispersado em direção aos Andes e sofrido especiação
explosiva nessa cordilheira, devido às gigantescas barreiras geográficas impostas por
vales profundos, grandes lagos glaciais e geleiras – barreiras também associadas a
mudanças climáticas do Pleistoceno (Vuilleumier, 1969; Simpson-Vuilleumier, 1971;
Fjeldså & Krabbe, 1990; Poulsen & Krabbe, 1998; Krabbe, 2008). Pelo menos, no caso
de dois gêneros de pteridófitas (Jamesonia e Eriosorus), a colonização dos Andes por
linhagens do leste brasileiro já foi sugerida (Sánchez-Baracaldo, 2004). Após a
colonização da região andina, estas plantas teriam sofrido rápida radiação adaptativa,
por apresentarem diversas características morfológicas e ecológicas para viver em
habitats que se originaram apenas durante os últimos 15 milhões de anos nos Andes
centrais e há menos de 5 milhões de anos nos Andes setentrionais (Sánchez-Baracaldo,
2004). No entanto, não pode ser descartada a origem das linhagens destas espécies
endêmicas dos campos rupestres e de altitude em superfícies meridionais da América do
Sul, também antigas (pré-cambrianas – ver Mendes & Petri [1971]). Neste caso, tais
linhagens poderiam ter-se originado no maciço (nesocrato) das Sierras Pampeanas ou no
Patagônico, com posterior dispersão para os Andes e as montanhas do sudeste do Brasil
durante eventos glaciais. Neste sentido, Prum (1988) já havia proposto que algumas
linhagens de aves que ocorrem nos Tepuis e nos Andes teriam sido originárias da
superfície geologicamente mais antiga da primeira região (Escudo das Guianas), ao
contrário da hipótese de Mayr & Phelps (1967), que sugeriram uma origem andina
destes táxons, com posterior dispersão para os Tepuis. Assim, investigações adicionais
devem ser realizadas, por meio de estudos filogenéticos detalhados, incluindo as
espécies de aves endêmicas dos campos rupestres e de altitude, que apresentam
possíveis parentes na região andino-patagônica, a fim de se testarem estas hipóteses.
Por fim, cabe ressaltar que, devido à pequena quantidade de espécimes das
subespécies possivelmente endêmicas, maiores esforços de coleta devem ser dirigidos a
estas formas visando novos estudos para se avaliarem suas validades taxonômicas.
91
TABELA 3.1. Localidades de campos rupestres e de altitude consideradas na presente revisão e suas
respectivas fontes de registros. As localidades são citadas do norte para o sul e agrupadas por códigos de
algarismos romano-arábicos de acordo com os seguintes sistemas orográficos: I = Cadeia do Espinhaço;
II = Serra da Mantiqueira; III = Serra do Mar. Os códigos numéricos para as fontes são apresentados no
Apêndice 3.1.
Código
Localidade
Fontes
I.1
Dias Coelho
21
I.2
Izabel Dias
21
I.3
Morro do Chapéu
21, 23, 24, 31, 36, 38, 41, 49, 50, 58, 63, 68, 70, 71, 104, 107,
109, 151
I.4
Paramirim
21, 24, 68
I.5
Palmeiras-Lençóis
21, 22, 23, 24, 50, 68, 70, 71, 82, 85, 87, 101, 104, 106, 132, 167
I.6
Serra do Ribeirão
132
I.7
Vale do Paty
132
I.8
Serra de Andaraí
21, 22, 23, 24, 33, 50, 58, 68, 151, 157
I.9
Igatu
21, 22, 23, 24, 29, 30, 50, 68, 132, 159
I.10
Mucugê
21, 22, 23, 24, 33, 50, 51, 68, 70, 71, 82, 92, 96, 97, 98, 99, 100,
104, 106, 113, 126, 132, 134, 135, 152, 157, 158, 159, 167
I.11
Roncador
21
I.12
Piatã
21, 24, 50, 68
I.13
Serra do Cocal
21
I.14
Morro do Ouro
21
I.15
Serra das Almas
68, 70, 71, 82, 104, 157, 167
I.16
Espigão do Taquari
21
I.17
Barra da Estiva
21, 23, 24, 50, 58, 68, 107
I.18
Brejinho das Ametistas
152, 167
I.19
Jacaraci
167
I.20
Serra do Pau D'Arco
104, 140, 152, 167
I.21
Serra da Formosa
144, 152, 167
I.22
Campos Geraes
2, 151
I.23
Gerais de Santana
144, 167
I.24
Serra do Barão
21, 23, 24, 25, 27, 38, 50, 58, 63, 104, 107, 139, 153, 167
I.25
Campina do Bananal
94, 104, 107, 139, 140, 150, 152, 156, 167
I.26
Serra Resplandecente
36, 104, 139, 150, 152, 167
I.27
Serra do Cabral
127, 140, 152, 167
I.28
Serra dos Poções
36, 38, 63, 104
92
TABELA 3.1. Continuação.
Código
Localidade
Fontes
I.29
Serra do Ambrósio
152
I.30
Diamantina
1, 6, 17, 18, 21, 23, 24, 25, 27, 36, 37, 38, 50, 58, 104, 107, 151,
152, 153, 157, 159, 167
I.31
Datas
36, 104
I.32
Serra do Gavião
38, 62, 63, 74, 93, 94, 104, 107, 108, 127, 129, 150, 152, 167
I.33
Serra do Barro Preto
150, 152, 167
I.34
Serra Talhada
62, 94
I.35
Serra do Cipó
21, 23, 24, 29, 30, 34, 36, 37, 38, 41, 42, 44, 46, 47, 48, 49, 50,
57, 58, 61, 62, 63, 74, 84, 87, 89, 91, 94, 104, 107, 110, 111, 112,
114, 115, 116, 117, 118, 119, 125, 131, 140, 142, 144, 145, 146,
147, 149, 150, 151, 152, 153, 157, 159, 160, 167
I.36
Serra da Piedade
18, 21, 24, 37, 50, 58, 63, 74, 77, 89, 95, 102, 104, 107, 140, 152,
153, 167
I.37
Serra da Água Limpa
161, 167
I.38
Serra do Curral
53, 59, 63, 66, 67, 74, 75, 76, 77, 87, 89, 104, 138, 167
I.39
Serra do Rola-Moça
77, 87, 104, 105, 120, 121, 122, 123, 128, 133, 152, 154, 167
I.40
Serra da Gandarela
38, 58, 63, 104, 152, 164, 167
I.41
Serra de Itatiaiuçu
51, 159
I.42
Serra do Caraça
6, 17, 21, 24, 29, 30, 35, 36, 37, 38, 40, 50, 51, 58, 63, 64, 74, 81,
86, 87, 88, 89, 90, 102, 103, 104, 107, 108, 129, 141, 149, 151,
152, 153, 155, 157, 158, 159, 160, 167
I.43
Alegria
24, 50, 107, 151, 152, 153, 167
I.44
Serra do Capanema
104, 152, 163, 167
I.45
Serra Santa
18, 24, 29, 30, 104, 107, 158, 159, 160
I.46
Serra do Batatal
38, 102, 104, 152, 157, 167
I.47
Serra da Moeda
38, 58, 63, 74, 77, 89, 104, 107, 167
I.48
Pico do Itacolomi
6, 17, 18, 21, 23, 24, 37, 38, 60, 77, 87, 89, 102, 104, 167
I.49
Serra de Belo Vale
77, 152
I.50
Serra do Mascate
152, 167
I.51
Serra de Ouro Branco
38, 63, 104, 107, 157, 167
II.1
Serra do Caparaó
10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 26, 28, 32, 45, 50, 58,
64, 65, 69, 78, 83, 102, 104, 130, 151, 167
II.2
Serra da Vargem Grande
140, 152, 167
II.3
Serra do Brigadeiro
72
II.4
Serra de São José
63, 87, 104
II.5
Serra do Lenheiro
63, 104, 140, 167
93
TABELA 3.1. Continuação.
Código
Localidade
Fontes
II.6
Serra do Ibitipoca
54, 55, 104, 148, 152, 167
II.7
Serra do Papagaio
73, 104, 140, 143, 167
II.8
Serra do Itatiaia
3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12, 13, 16, 17, 18, 19, 20, 26, 32, 38, 39, 43,
51, 52, 58, 64, 102, 104, 151, 157, 159, 167
II.9
Pedra da Mina
79
II.10
Marins-Itaguaré
137, 156
II.11
Pedra de São Domingos
140, 152, 167
II.12
Serra dos Poncianos
167
II.13
Atibaia
56
III.1
Pedra Azul
65, 80, 167
III.2
Serra dos Órgãos
8, 11, 20, 26, 32, 52, 58, 64, 124, 136, 151, 157, 162, 165, 166,
167
III.3
Serra da Bocaina
49, 52, 58, 104, 158, 159
94
TABELA 3.2. Distribuição das espécies de aves dos campos rupestres e dos campos de altitude,
analisada como uma única unidade e separadamente.
Campos rupestres e
de altitude
Padrão de distribuição
Campos
rupestres
Campos de
altitude
N
%
N
%
N
%
Não-endêmicas
193
83,5
177
86,3
100
81,3
Endêmicas da Mata Atlântica
23
10,0
13
6,3
19
15,5
Endêmicas do Cerrado
6
2,6
6
2,9
1
0,8
Endêmicas da Caatinga
2
0,9
2
1,0
0
0
Quase-endêmicas dos ambientes abertos dos
topos de montanha do leste do Brasil
1
0,4
1
0,5
1
0,8
Endêmicas dos ambientes abertos dos topos
de montanha do leste do Brasil
6
2,6
6
2,9
2
1,6
231
100
205
100
123
100
Total
95
APÊNDICE 3.1. Lista de fontes usadas na revisão da avifauna ocorrente nos campos rupestres e de
altitude do leste do Brasil. Os números na primeira coluna se referem aos códigos das fontes apresentadas
no Apêndice 3.2.
Número
Fonte
1
Spix (1825)
2
Wied (1831)
3
Ule (1895)
4
Hemmendorff & Moreira (1903)
5
Miranda-Ribeiro (1906)
6
Gounelle (1909)
7
Lüderwaldt (1909)
8
Miranda-Ribeiro (1923)
9
Peixoto-Velho (1923a)
10
Peixoto-Velho (1923b)
11
Holt (1928)
12
Miranda-Ribeiro (1930)
13
Snethlage (1930)
14
Naumburg (1937)
15
Naumburg (1939)
16
Pinto (1951)
17
Ruschi (1951)
18
Pinto (1952)
19
Pinto (1954)
20
Sick (1959)
21
Ruschi (1962a)
22
Ruschi (1962b)
23
Ruschi (1963a)
24
Ruschi (1963b)
25
Ruschi (1963c)
26
Sick (1963)
27
Ruschi (1964)
28
Schubart et al. (1965)
29
Grantsau (1967)
30
Grantsau (1968)
31
O’Brien (1968)
96
APÊNDICE 3.1. Continuação.
Número
Fonte
32
Sick (1970)
33
Ruschi (1975)
34
Sazima (1977)
35
Carnevalli (1980)
36
Carnevalli (1982)
37
Ruschi (1982a)
38
Mattos & Sick (1985)
39
Dorst & Vuilleumier (1986)
40
Grantsau (1988)
41
Ridgely & Tudor (1989)
42
Pearman (1990)
43
Pineschi (1990)
44
Sazima & Sazima (1990)
45
Vielliard (1990a)
46
Vielliard (1990b)
47
Willis & Oniki (1991)
48
Studer & Teixeira (1993)
49
Ridgely & Tudor (1994)
50
Vielliard (1994)
51
Lencioni-Neto (1996)
52
Martinelli & Orleans e Bragança (1996)
53
Vasconcelos & Lombardi (1996)
54
Andrade (1997a)
55
Andrade (1997b)
56
Piratelli (1997)
57
Ribeiro (1997)
58
Sick (1997)
59
Vasconcelos (1997)
60
Andrade (1998)
61
Andrade et al. (1998)
62
Cordeiro et al. (1998)
63
Machado et al. (1998)
64
Melo-Júnior et al. (1998)
65
Pacheco & Bauer (1998)
66
Vasconcelos & Brandt (1998)
67
Vasconcelos et al. (1998)
97
APÊNDICE 3.1. Continuação.
Número
Fonte
68
Almeida & Raposo (1999)
69
Bauer (1999)
70
Funch (1999)
71
Parrini et al. (1999)
72
Simon et al. (1999)
73
Vasconcelos (1999a)
74
Vasconcelos (1999b)
75
Vasconcelos & Lombardi (1999)
76
Vasconcelos et al. (1999a)
77
Vasconcelos et al. (1999b)
78
Pacheco (2000a)
79
Santos (2000)
80
Vasconcelos & Lombardi (2000)
81
Vasconcelos (2000a)
82
Carvalhaes (2001)
83
Gonzaga & Castiglioni (2001)
84
Melo-Júnior et al. (2001)
85
Romão et al. (2001)
86
Vasconcelos (2001a)
87
Vasconcelos (2001b)
88
Vasconcelos & Ferreira (2001)
89
Vasconcelos & Lombardi (2001)
90
Vasconcelos & Melo-Júnior (2001)
91
Vasconcelos et al. (2001)
92
Brammer (2002)
93
Vasconcelos (2002)
94
Vasconcelos et al. (2002a)
95
Willis (2002)
96
Coelho & Machado (2003)
97
Faustino & Machado (2003)
98
Faustino et al. (2003)
99
Machado (2003)
100
Machado et al. (2003a)
101
Machado et al. (2003b)
102
Vasconcelos (2003)
103
Vasconcelos & Silva (2003)
98
APÊNDICE 3.1. Continuação.
Número
Fonte
104
Vasconcelos et al. (2003)
105
Hoffmann & Rodrigues (2005)
106
Machado (2005)
107
Abreu (2006)
108
Alves et al. (2006)
109
Colaço et al. (2006)
110
Costa & Rodrigues (2006a)
111
Costa & Rodrigues (2006b)
112
Domingues & Rodrigues (2006)
113
Faustino & Machado (2006)
114
Gomes (2006)
115
Gomes & Guerra (2006)
116
Gomes & Rodrigues (2006a)
117
Gomes & Rodrigues (2006b)
118
Guerra & Alves (2006)
119
Guerra et al. (2006)
120
Hoffmann (2006)
121
Hoffmann & Rodrigues (2006a)
122
Hoffmann & Rodrigues (2006b)
123
Hoffmann & Rodrigues (2006c)
124
Raposo et al. (2006)
125
Ribon et al. (2006)
126
Santana & Machado (2006)
127
Vasconcelos et al. (2006)
128
Zorzin et al. (2006)
129
Alves et al. (2007)
130
Assis et al. (2007)
131
Costa & Rodrigues (2007)
132
Gonzaga et al. (2007)
133
Hoffmann et al. (2007)
134
Machado et al. (2007a)
135
Machado et al. (2007b)
136
Mallet-Rodrigues et al. (2007)
137
Olmos (2007)
138
Vasconcelos (2007)
139
Vasconcelos & D’Angelo-Neto (2007)
99
APÊNDICE 3.1. Continuação.
Número
Fonte
140
Vasconcelos et al. (2007a)
141
Vasconcelos et al. (2007b)
142
Freitas & Rodrigues (2008)
143
Vasconcelos (2008a)
144
Vasconcelos & Endrigo (2008)
145
Costa & Rodrigues (em prep.)
146
Costa et al. (2008)
147
Freitas et al. (2008)
148
Pacheco et al. (2008)
149
Vasconcelos et al. (2008c)
150
Vasconcelos et al. (2008a)
151
AMNH
152
DZUFMG
153
MBML
154
MCN
155
MCP
156
MHNT
157
MNRJ
158
MPEG
159
MZUSP
160
SG
161
F. F. Vasconcelos (com. pess.)
162
F. Mallet-Rodrigues (com. pess.)
163
F. S. Leite (com. pess.)
164
G. B. Malacco (com. pess.)
165
J. F. Pacheco (com. pess.)
166
R. Parrini (com. pess.)
167
Observação pessoal
100
APÊNDICE 3.2. Lista da avifauna registrada nos campos rupestres e de altitude do leste do Brasil e
padrões de endemismo. Códigos numéricos para localidades e fontes são apresentados na Tabela 3.1 e no
Apêndice 3.1, respectivamente. Endemismo: NE = não-endêmica; AF = endêmica da Mata Atlântica; CE
= endêmica do Cerrado; CA = endêmica da Caatinga; QE = quase-endêmica dos ambientes abertos dos
topos de montanha do leste do Brasil; MT = endêmica dos ambientes abertos dos topos de montanha do
leste do Brasil. As linhas preenchidas por cinza correspondem às espécies endêmicas e quase-endêmica
dos ambientes abertos dos topos de montanha do leste do Brasil.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Tinamidae
Crypturellus parvirostris
I.5, I.10, I.15, I.18,
70, 71, 84, 106,
I.20, I.23, I.24,
139, 167
NE
I.25, I.27, I.32,
I.35, I.36, I.37,
I.43, I.44
Rhynchotus rufescens
I.10, I.15, I.24,
II.6, II.8
3, 5, 7, 8, 11, 16,
NE
I.25, I.26, I.33,
19, 39, 58, 70, 71,
I.35, I.37, I.40,
82, 84, 139, 145,
I.44
148, 167
Nothura minor
I.30
1, 18
CE
Nothura maculosa
I.5, I.10, I.25, I.26,
5, 8, 11, 16, 18,
NE
II.6, II.8
I.30, I.32, I.35,
19, 54, 84, 106,
I.50
139, 145, 148,
152, 167
Threskiornithidae
Theristicus caudatus
I.32
93, 167
NE
11, 16, 19, 47, 84,
NE
Cathartidae
Cathartes aura
I.10, I.15, I.18,
II.1, II.6, II.8
I.20, I.24, I.25,
90, 106, 139, 145,
I.26, I.32, I.35,
148, 167
I.37, I.42, I.43,
I.44, I.46, I.50,
I.51
101
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Coragyps atratus
I.3, I.5, I.10, I.18,
II.2, II.6, II.7,
5, 8, 11, 16, 19,
I.20, I.24, I.25,
II.8, II.11, II.12,
39, 47, 59, 70, 71,
I.26, I.27, I.35,
III.1, III.2
84, 90, 106, 136,
I.36, I.37, I.38,
138, 139, 145,
I.40, I.42, I.43,
148, 162, 164,
I.46, I.47, I.48,
166, 167
NE
I.50, I.51
Sarcoramphus papa
I.3, I.27, I.35, I.42,
70, 71, 84, 90,
I.46, I.48
145, 167
NE
Accipitridae
Elanus leucurus
II.6
148
NE
Ictinia plumbea
I.5
106
NE
Geranospiza caerulescens
I.32, I.35
61, 167
NE
Heterospizias meridionalis
I.35
145, 148
NE
Harpyhaliaetus coronatus
I.5, I.35, I.39
57, 71, 128
NE
II.8
11, 16, 19
NE
II.6, II.8, II.11
84, 86, 90, 106,
NE
Percnohierax leucorrhous
Rupornis magnirostris
I.5, I.10, I.15, I.20,
II.6
I.21, I.24, I.25,
138, 139, 145,
I.26, I.27, I.32,
148, 164, 167
I.35, I.36, I.38,
I.40, I.42, I.43,
I.44, I.46, I.47,
I.48, I.50
Buteo albicaudatus
I.18, I.26, I.27,
II.1, II.2, II.6,
47, 52, 84, 90,
I.32, I.35, I.36,
II.8, II.10, II.11,
136, 137, 138,
I.38, I.40, I.42,
III.1, III.2
139, 145, 148,
I.44, I.46, I.50,
NE
162, 164, 167
I.51
Buteo melanoleucus
Buteo albonotatus
I.5, I.15, I.20, I.25,
II.6
47, 70, 71, 82, 88,
I.35, I.38, I.42,
90, 138, 139, 145,
I.46
148, 167
I.18, I.35, I.36,
84, 86, 90, 145,
I.42
167
NE
NE
Falconidae
102
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Caracara plancus
I.3, I.10, I.26, I.27,
II.6, II.7, II.8
70, 71, 82, 84, 90,
I.33, I.35, I.36,
106, 138, 139,
I.37, I.38, I.40,
143, 145, 148,
I.42, I.43, I.44,
164, 167
NE
I.46, I.48, I.50,
I.51
Milvago chimachima
I.3, I.5, I.10, I.15,
II.6, II.8
7, 8, 47, 70, 71,
I.24, I.25, I.26,
82, 84, 86, 90,
I.27, I.32, I.33,
138, 139, 145,
I.35, I.36, I.38,
148, 164, 167
NE
I.40, I.42, I.43,
I.50, I.51
Herpetotheres cachinnans
I.20, I.35, I.42
II.6, II.7
90, 145, 148, 167
NE
Falco sparverius
I.3, I.10, I.15, I.25,
II.6, II.7, II.8
7, 8, 11, 16, 19,
NE
Falco femoralis
Falco peregrinus
I.27, I.32, I.35,
39, 47, 71, 82, 84,
I.36, I.38, I.42,
90, 138, 145, 148,
I.43, I.44, I.49
152, 167
I.15, I.27, I.35,
II.6
47, 70, 71, 82, 90,
NE
I.38, I.42
138, 148, 167
I.42
86, 167
NE
I.35
167
NE
NE
Rallidae
Porzana albicollis
Cariamidae
Cariama cristata
I.5, I.10, I.15, I.20,
II.1, II.6, II.7,
7, 11, 16, 19, 52,
I.24, I.26, I.27,
II.8, III.2, III.3
58, 70, 71, 82, 84,
I.32, I.33, I.35,
90, 106, 136, 139,
I.36, I.37, I.42,
143, 145, 148,
I.43, I.50, I.51
162, 167
Gallinago paraguaiae
I.15, I.27
70, 71, 167
NE
Gallinago undulata
I.32, I.35
167
NE
Columbina minuta
I.10
71, 82
NE
Columbina talpacoti
I.35, I.38, I.40
10, 47, 84, 102,
NE
Scolopacidae
Columbidae
II.1
164, 167
103
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Columbina squammata
I.32, I.35, I.43
84, 167
NE
Columbina picui
I.5, I.10, I.23, I.24
106, 139, 167
NE
Patagioenas picazuro
I.26, I.27, I.35,
84, 138, 139, 145,
NE
I.36, I.38, I.40, II.5
164, 167
Patagioenas cayennensis
I.35, I.42
II.6
84, 90, 145, 148
NE
Patagioenas plumbea
I.40
II.8
5, 7, 8, 11, 16, 19,
NE
43, 164
Zenaida auriculata
I.18, I.35
145, 152, 167
NE
Leptotila verreauxi
I.38, I.42
90, 138, 167
NE
148
NE
167
NE
90, 139, 143, 148,
NE
Psittacidae
Primolius maracana
II.6
Diopsittaca nobilis
I.27
Aratinga leucophthalma
I.20, I.25, I.26,
II.6, II.7, II.8
I.32, I.36, I.42,
152, 167
I.43, I.44, I.49
Aratinga auricapillus
I.27
167
NE
Aratinga aurea
I.24, I.27, I.32,
47, 84, 138, 139,
NE
I.35, I.38, I.41,
145, 152, 159, 167
I.46, I.47, I.50
Aratinga cactorum
I.3, I.5, I.10, I.15,
70, 71, 82, 106,
I.19, I.20, I.21,
139, 167
CA
I.23, I.24, I.25
Pyrrhura frontalis
I.5, I.15, I.27
II.8, III.2
5, 8, 16, 19, 71,
AF
82, 136, 166, 167
Forpus xanthopterygius
I.35
47, 84, 167
NE
Brotogeris chiriri
I.24, I.26, I.27,
139, 167
NE
7, 8, 11, 16, 19
AF
90, 139, 167
NE
I.5
106
NE
I.5, I.27, I.35, I.40,
71, 82, 90, 145,
NE
I.42
164, 167
I.36
Pionopsitta pileata
Pionus maximiliani
II.8
I.20, I.26, I.27,
I.42, I.43
Amazona aestiva
Cuculidae
Piaya cayana
104
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Crotophaga ani
Guira guira
I.5, I.10, I.15, I.32,
47, 71, 82, 84, 90,
I.35, I.42, I.46
106, 167
I.26, I.35
II.1, II.8
10, 11, 16, 19, 84,
NE
NE
102, 139, 145, 167
Tytonidae
Tyto alba
II.6
148
NE
II.6
148
NE
139, 167
NE
47, 84, 148, 167
NE
I.35
84, 167
NE
Chordeiles pusillus
I.25, I.43
139, 167
NE
Caprimulgus longirostris
I.10, I.20, I.26,
II.1, II.2, II.6,
20, 26, 28, 58, 67,
NE
I.27, I.30, I.32,
II.8, II.10, III.2
69, 70, 71, 76, 82,
Strigidae
Megascops choliba
Glaucidium brasilianum
I.26, I.27, I.32
Athene cunicularia
I.18, I.33, I.35,
II.6
I.46
Nyctibiidae
Nyctibius griseus
Caprimulgidae
I.35, I.36, I.38,
84, 90, 102, 136,
I.40, I.42, I.44,
138, 139, 145,
I.46, I.49, I.50
148, 152, 155,
156, 157, 159,
163, 164, 165, 167
Caprimulgus parvulus
I.35
Hydropsalis torquata
I.35, I.42, I.46,
II.6
145
NE
84, 90, 148, 152,
NE
I.50
167
I.15, I.35
70, 71, 82, 152,
Apodidae
Cypseloides senex
NE
167
Streptoprocne zonaris
I.10, I.15, I.21,
II.6, II.8, III.2
11, 16, 19, 70, 71,
I.35, I.38, I.40,
82, 84, 90, 106,
I.42, I.50
136, 138, 145,
NE
148, 152, 162,
164, 167
105
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Streptoprocne biscutata
I.5, I.10, I.20, I.21,
II.6, II.8, III.2
5, 8, 70, 71, 82,
I.26, I.27, I.32,
88, 90, 136, 148,
I.35, I.36, I.38,
152, 156, 159,
I.42, I.43, I.46,
165, 166, 167
NE
I.51
Chaetura meridionalis
I.38, I.40, I.42
II.6, II.12
90, 138, 148, 164,
NE
167
Trochilidae
Phaethornis pretrei
I.3, I.5, I.8, I.10,
II.1, II.3, II.13
6, 10, 25, 29, 33,
I.15, I.18, I.20,
47, 50, 56, 68, 70,
I.21, I.23, I.24,
71, 72, 75, 82, 84,
I.25, I.26, I.27,
89, 90, 96, 98, 99,
I.30, I.32, I.33,
100, 102, 106,
I.35, I.36, I.38,
109, 126, 134,
I.42, I.43, I.44,
135, 138, 139,
I.46, I.47, I.48,
145, 152, 167
NE
I.50, II.5
Phaethornis eurynome
Campylopterus largipennis
II.6, II.8
7, 16, 19, 148, 167
AF
I.24, I.27, I.30,
6, 25, 27, 50, 64,
NE
I.32, I.35, I.42
89, 90, 139, 151,
152, 153, 167
Eupetomena macroura
Florisuga fusca
Colibri delphinae
I.3, I.8, I.15, I.24,
II.3, II.7
6, 25, 47, 50, 70,
I.25, I.26, I.27,
71, 72, 74, 75, 82,
I.30, I.32, I.35,
84, 89, 90, 91,
I.36, I.38, I.42,
109, 118, 139,
I.43, I.47, I.50
145, 152, 167
I.30, I.38, I.42,
II.3
25, 72, 75, 89, 90,
I.45
138, 158, 167
I.5, I.8, I.9, I.10
22, 50, 68, 70, 71,
NE
AF
NE
82, 151
106
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Colibri serrirostris
I.3, I.5, I.9, I.10,
II.1, II.2, II.3,
6, 7, 8, 11, 16, 19,
I.15, I.18, I.20,
II.6, II.7, II.8,
25, 29, 34, 39, 44,
I.23, I.24, I.25,
II.11, II.13,
47, 50, 52, 56, 58,
I.26, I.27, I.30,
III.1, III.2
68, 69, 70, 71, 72,
I.32, I.33, I.35,
75, 80, 82, 83, 84,
I.36, I.38, I.42,
89, 90, 96, 98,
I.43, I.44, I.45,
102, 106, 126,
I.46, I.47, I.48,
134, 136, 138,
I.50, I.51
139, 143, 145,
NE
148, 152, 159,
162, 167
Anthracothorax nigricollis
Chrysolampis mosquitus
II.3
72
NE
I.3, I.5, I.8, I.10,
50, 68, 70, 71, 82,
NE
I.20, I.35
96, 98, 100, 106,
134, 145, 152, 167
Stephanoxis lalandi
II.1, II.2, II.3,
5, 6, 7, 8, 10, 11,
II.6, II.8, II.10,
16, 17, 19, 50, 52,
II.11, II.12,
58, 69, 72, 102,
III.2, III.3
136, 137, 148,
AF
151, 152, 159,
162, 166, 167
Chlorostilbon lucidus
I.3, I.5, I.8, I.10,
II.1, II.3, II.7,
6, 10, 17, 25, 29,
I.15, I.18, I.20,
II.8, II.13
44, 47, 50, 56, 68,
I.24, I.27, I.30,
70, 71, 72, 74, 75,
I.35, I.36, I.37,
82, 84, 86, 89, 90,
I.38, I.40, I.42,
96, 98, 99, 100,
I.43, I.44, I.46,
102, 106, 109,
I.47, I.48, I.50
126, 134, 138,
NE
139, 143, 145,
152, 164, 167
Thalurania furcata
I.30, I.35, I.42
Thalurania glaucopis
I.8, I.42, I.50
Hylocharis cyanus
25, 90, 167
NE
II.11, II.13
50, 56, 89, 90, 167
AF
II.1, II.3
17, 72
NE
107
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Leucochloris albicollis
I.40, I.42, I.50
II.1, II.2, II.3,
5, 6, 7, 8, 10, 11,
II.6, II.7, II.8,
16, 17, 19, 52, 56,
II.11, II.13,
72, 80, 90, 102,
III.1, III.2
136, 143, 148,
AF
152, 162, 167
Amazilia versicolor
I.8, I.30, I.36
25, 50, 167
NE
Amazilia fimbriata
I.3, I.8, I.24, I.27,
25, 50, 68, 152,
NE
I.30
167
Amazilia lactea
I.10, I.30, I.35,
II.3
6, 18, 25, 72, 75,
I.36, I.38, I.40,
84, 89, 90, 96,
I.42, I.43, I.45,
100, 106, 134,
I.46, I.50
138, 145, 159,
NE
164, 167
Clytolaema rubricauda
I.42
II.1, II.3, II.7,
5, 6, 7, 8, 10, 11,
II.8, II.11, II.12,
16, 17, 19, 52, 72,
III.2
90, 102, 136, 143,
AF
159, 167
Augastes scutatus
I.20, I.24, I.25,
6, 17, 18, 21, 23,
I.26, I.27, I.29,
24, 25, 29, 30, 34,
I.30, I.32, I.33,
37, 40, 42, 44, 47,
I.35, I.36, I.37,
50, 58, 60, 61, 62,
I.39, I.40, I.42,
64, 74, 77, 81, 84,
I.43, I.44, I.45,
89, 90, 91, 93, 95,
I.46, I.47, I.48,
107, 108, 115,
I.50, I.51
129, 131, 139,
MT
145, 151, 152,
153, 157, 158,
159, 160, 161,
164, 167
Augastes lumachella
I.1, I.2, I.3, I.4, I.5,
21, 23, 24, 29, 30,
I.8, I.9, I.10, I.11,
38, 50, 58, 68, 70,
I.12, I.13, I.14,
71, 82, 85, 96,
I.15, I.16, I.17
100, 101, 106,
MT
107, 134, 151,
153, 159, 167
108
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Heliactin bilophus
I.9, I.15, I.27, I.30,
25, 68, 70, 71, 82,
I.33, I.35
84, 89, 145, 159,
NE
167
Calliphlox amethystina
I.8, I.10, I.30, I.35,
II.3
I.36, I.42
25, 29, 47, 50, 72,
NE
89, 90, 96, 98,
100, 106, 134, 167
Bucconidae
Nystalus chacuru
I.15, I.32, I.35,
84, 145, 152, 167
NE
148
NE
90, 164, 167
NE
10, 47, 102, 148,
NE
I.46, I.48, I.49
Ramphastidae
Ramphastos toco
II.6
Picidae
Picumnus cirratus
I.35, I.36, I.40,
I.42, I.50
Melanerpes candidus
I.32, I.35
II.1, II.6
167
Veniliornis mixtus
I.35
Colaptes campestris
I.5, I.10, I.15, I.21,
I.23, I.24, I.25,
145
NE
II.1, II.6, II.7,
5, 7, 8, 10, 11, 16,
NE
II.8
19, 39, 47, 71, 82,
I.26, I.27, I.32,
84, 90, 102, 106,
I.33, I.35, I.36,
138, 139, 143,
I.37, I.38, I.40,
145, 148, 164, 167
I.42, I.43, I.44,
I.46, I.47, I.48,
I.50, II.5
Melanopareiidae
Melanopareia torquata
I.5, I.10, I.15, I.19,
53, 62, 70, 71, 77,
I.20, I.25, I.27,
82, 84, 139, 152,
I.34, I.35, I.38,
167
CE
I.44, I.46, I.49,
I.50
Thamnophilidae
109
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Mackenziaena leachii
I.35, I.36, I.42,
II.1, II.8, III.2
I.46, I.48
7, 8, 11, 14, 16,
AF
18, 19, 58, 60, 78,
90, 102, 136, 159,
162, 166, 167
Taraba major
I.27
167
NE
Sakesphorus cristatus
I.3, I.20, I.24, I.26
70, 71, 139, 167
CA
Thamnophilus doliatus
I.23, I.24
139, 167
NE
II.6, II.8, II.10,
5, 7, 11, 16, 19,
NE
III.2
136, 137, 148,
Thamnophilus caerulescens
165, 166
Thamnophilus torquatus
Thamnophilus ruficapillus
I.10, I.5, I.15, I.19,
70, 71, 77, 82, 84,
I.20, I.35, I.36
106, 145, 167
I.42, I.48, I.50
II.1, II.6, II.8,
10, 11, 14, 16, 18,
II.10, III.2
19, 43, 58, 65, 69,
NE
NE
90, 102, 136, 137,
148, 162, 166, 167
Myrmorchilus strigilatus
I.15, I.20, I.21,
139, 152, 167
NE
I.24, I.26
Herpsilochmus atricapillus
I.20, I.27
167
NE
Formicivora serrana
I.36, I.42, I.43
77, 90, 167
AF
Formicivora melanogaster
I.20
167
NE
Formicivora rufa
I.15, I.26, I.27
70, 71, 82, 139,
NE
167
Formicivora grantsaui
I.5, I.6, I.7, I.9,
70, 71, 82, 132
MT
II.1, II.2, II.8,
7, 11, 15, 16, 18,
AF
II.10, III.1, III.2
19, 58, 65, 102,
I.10
Drymophila genei
136, 137, 159,
162, 166, 167
Conopophagidae
Conopophaga lineata
II.1, II.8, III.2
5, 7, 8, 11, 14, 16,
NE
18, 19, 28, 52, 58,
102, 136, 151,
159, 165, 166
Rhinocryptidae
110
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Scytalopus notorius
II.1, II.2, II.6,
5, 7, 8, 11, 12, 13,
II.7, II.8, II.10,
16, 18, 19, 28, 39,
II.11, II.12,
45, 52, 58, 102,
III.2
124, 136, 137,
AF
148, 151, 152,
157, 159, 162,
166, 167
Scytalopus speluncae
I.32, I.35, I.36,
47, 77, 84, 90,
I.37, I.40, I.42,
152, 155, 159, 167
NE
I.44, I.46, I.48
Scytalopus iraiensis
I.35, I.42
149, 167
AF
Lepidocolaptes
I.20, I.21, I.24,
47, 84, 90, 139,
NE
angustirostris
I.25, I.26, I.27,
167
Dendrocolaptidae
I.35, I.42
Furnariidae
Cinclodes pabsti
I.35
Furnarius rufus
I.15, I.26, I.27,
II.1
I.32, I.35, I.36,
147, 152
AF
10, 47, 84, 102,
NE
139, 164, 167
I.40, I.46, I.48
Oreophylax moreirae
I.42
II.1, II.8, II.9,
5, 7, 8, 9, 10, 11,
II.10, III.2
16, 19, 32, 39, 43,
MT
52, 58, 64, 69, 79,
81, 90, 102, 104,
136, 137, 141,
151, 152, 155,
156, 157, 159,
162, 165, 166, 167
Synallaxis frontalis
I.3, I.5, I.15, I.18,
71, 82, 84, 139,
I.20, I.24, I.26,
152, 167
NE
I.27, I.35
Synallaxis albescens
I.23, I.24, I.25,
84, 139, 145, 167
NE
I.26, I.35, I.50
111
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Synallaxis spixi
I.5, I.10, I.15, I.20,
II.1, II.3, II.6,
39, 47, 70, 71, 72,
I.21, I.25, I.26,
II.7, II.8, II.11,
82, 84, 90, 102,
I.27, I.32, I.35,
III.2
104, 136, 138,
I.36, I.38, I.40,
139, 148, 152,
I.42, I.44, I.46,
162, 164, 166, 167
NE
I.48, I.50
Cranioleuca pallida
I.42
II.1, II.8, III.2
5, 8, 11, 16, 19,
NE
90, 136, 166, 167
Asthenes luizae
I.21, I.25, I.26,
42, 46, 48, 61, 62,
I.32, I.33, I.34,
84, 93, 94, 114,
I.35
115, 116, 117,
MT
119, 139, 145,
150, 152, 156,
157, 159, 167
Phacellodomus rufifrons
I.15, I.21, I.25,
II.1
I.26, I.33, I.35,
47, 84, 102, 139,
NE
167
I.46, I.50
Anumbius annumbi
I.35, I.37, I.48,
II.7
84, 167
NE
I.21, I.23, I.25,
II.1, II.6, II.7,
7, 8, 10, 11, 16,
NE
I.32, I.35, I.42,
II.8, III.2
19, 84, 102, 136,
I.51
Lochmias nematura
I.46, I.48
148, 152, 159,
166, 167
Tyrannidae
Hemitriccus obsoletus
II.8, II.10
5, 7, 8, 11, 16, 19,
AF
137, 159
Hemitriccus
I.10, I.15, I.18,
71, 82, 106, 139,
margaritaceiventer
I.20, I.25, I.26,
145, 152, 167
NE
I.27, I.32, I.35
Todirostrum cinereum
I.15
Phyllomyias fasciatus
I.32, I.35, I.36,
I.42, I.43, I.44,
II.8
167
NE
7, 11, 16, 19, 47,
NE
84, 152, 159, 167
I.46
112
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Elaenia flavogaster
I.15, I.20, I.21,
47, 70, 71, 84, 90,
I.24, I.25, I.26,
138, 139, 145,
I.27, I.32, I.33,
152, 164, 167
NE
I.35, I.38, I.40,
I.42, I.43, I.47,
I.48, I.50
Elaenia albiceps
II.6
Elaenia parvirostris
I.43
Elaenia mesoleuca
I.42, I.44
II.8, III.2
148
NE
167
NE
11, 16, 19, 43,
NE
136, 152, 159,
162, 167
Elaenia cristata
I.5, I.10, I.15, I.18,
47, 70, 71, 82, 84,
I.20, I.21, I.23,
113, 118, 139,
I.24, I.25, I.26,
145, 152, 167
NE
I.27, I.32, I.33,
I.35, I.50, II.5
Elaenia chiriquensis
I.20, I.27, I.35,
84, 90, 145, 167
NE
NE
I.42, I.43, I.50
Elaenia obscura
Camptostoma obsoletum
I.15, I.24, I.25,
II.6, II.8, II.10,
5, 8, 16, 19, 47,
I.26, I.27, I.32,
II.11, III.2
84, 90, 104, 136,
I.35, I.36, I.40,
137, 139, 145,
I.42, I.43, I.44,
148, 152, 159,
I.46, I.49, I.50
164, 165, 166, 167
I.3, I.5, I.10, I.15,
II.1, II.6, II.7
47, 71, 82, 84, 90,
I.18, I.20, I.21,
138, 139, 143,
I.23, I.24, I.25,
145, 148, 152,
I.26, I.27, I.35,
164, 167
NE
I.36, I.38, I.40,
I.42, I.43, I.46,
I.50
Serpophaga nigricans
I.42
II.8
86, 159, 167
NE
Serpophaga subcristata
I.35, I.42, I.43
II.1, II.7, II.8
7, 11, 16, 19, 90,
NE
102, 167
Phaeomyias murina
I.20, I.24, I.32,
84, 90, 139, 167
NE
I.35, I.42, I.43
113
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Polystictus superciliaris
I.3, I.5, I.15, I.20,
II.6, II.7, II.8,
2, 35, 38, 42, 47,
I.22, I.25, I.26,
III.3
49, 53, 58, 60, 62,
I.32, I.33, I.35,
66, 70, 71, 73, 74,
I.36, I.37, I.38,
77, 81, 82, 84, 90,
I.39, I.40, I.42,
93, 104, 105, 115,
I.43, I.44, I.46,
119, 120, 121,
I.48, I.50
122, 123, 133,
MT
138, 139, 143,
145, 148, 151,
152, 159, 164, 167
Phylloscartes ventralis
I.40
Phylloscartes difficilis
II.6, II.7, II.8,
5, 7, 8, 11, 16, 19,
II.11
43, 148, 164, 167
II.8, III.2
5, 7, 8, 11, 16, 19,
NE
AF
52, 136, 165, 166
Culicivora caudacuta
I.35
Myiophobus fasciatus
I.18, I.20, I.25,
II.1, II.7
167
NE
10, 47, 84, 90,
NE
I.26, I.27, I.32,
102, 138, 139,
I.35, I.36, I.38,
143, 145, 152, 167
I.40, I.42, I.43,
I.46, I.48, I.50
Hirundinea ferruginea
I.3, I.5, I.10, I.15,
II.2, II.3, II.6,
60, 70, 71, 72, 82,
I.20, I.23, I.24,
II.11
84, 90, 106, 138,
I.25, I.27, I.32,
NE
139, 148, 152, 167
I.35, I.36, I.38,
I.42, I.43, I.44,
I.46, I.48, I.50, II.5
Pyrocephalus rubinus
Knipolegus cyanirostris
I.35, I.42
II.3
72
NE
II.1, II.2, II.6,
5, 7, 8, 10, 11, 16,
NE
II.8, II.10
19, 52, 90, 102,
137, 148, 167
Knipolegus lophotes
I.26, I.32, I.35,
II.1, II.6, II.7,
7, 8, 11, 16, 18,
I.36, I.38, I.40,
II.8
19, 47, 58, 60, 84,
I.42, I.44, I.45,
90, 102, 138, 139,
I.48, I.50, I.51, II.5
143, 145, 148,
NE
159, 164, 167
114
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Knipolegus nigerrimus
I.3, I.5, I.10, I.15,
II.1, II.2, II.6,
4, 5, 7, 8, 10, 11,
I.20, I.21, I.23,
II.7, II.8, II.10,
16, 19, 51, 54, 58,
I.24, I.25, I.26,
II.11, II.12,
66, 69, 70, 71, 82,
I.27, I.29, I.32,
III.1, III.2
84, 90, 92, 97,
I.33, I.35, I.36,
102, 104, 106,
I.37, I.38, I.40,
113, 119, 136,
I.41, I.42, I.43,
137, 138, 139,
I.44, I.46, I.48,
143, 145, 148,
I.49, I.50, I.51, II.5
151, 152, 159,
NE
162, 164, 165,
166, 167
Xolmis cinereus
Xolmis velatus
I.10, I.24, I.25,
II.8
4, 5, 8, 11, 16, 19,
I.26, I.27, I.32,
47, 70, 71, 82, 84,
I.35, I.38, I.42,
90, 138, 139, 145,
I.46
167
I.25, I.35, I.40,
II.6, II.7, II.8
I.43, I.51
7, 8, 47, 84, 143,
NE
NE
145, 148, 152,
164, 167
Muscipipra vetula
I.35, I.42, I.46,
II.1, II.8, II.11
I.48
5, 8, 10, 11, 16,
AF
19, 60, 90, 102,
167
Myiozetetes similis
I.15, I.26, I.42
Pitangus sulphuratus
I.5, I.10, I.24, I.32,
II.1, II.8
90, 139, 167
NE
7, 10, 11, 16, 19,
NE
I.35, I.38, I.40,
47, 84, 90, 102,
I.42, I.46
106, 138, 139,
145, 164, 167
Megarynchus pitangua
I.5, I.15, I.40, I.42
90, 106, 164, 167
NE
Tyrannus albogularis
I.40
164
NE
Tyrannus melancholicus
I.5, I.10, I.15, I.24,
5, 8, 11, 16, 19,
NE
Tyrannus savana
II.6, II.8
I.32, I.35, I.38,
71, 84, 90, 106,
I.40, I.42, I.43,
145, 148, 152,
I.50
164, 167
I.35, I.38, I.40,
138, 145, 164, 167
NE
90, 167
NE
I.43
Myiarchus swainsoni
I.27, I.42
115
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Myiarchus ferox
I.26, I.27, I.35,
II.6
I.36, I.38, I.42,
47, 84, 90, 139,
NE
148, 152, 167
I.46, I.48, I.50
Myiarchus tyrannulus
I.42
Ramphotrigon
II.1
90
NE
18, 102
NE
167
NE
NE
megacephalum
Tityridae
Tityra cayana
I.27
Vireonidae
Cyclarhis gujanensis
Hylophilus
I.10, I.18, I.20,
II.1, II.6, II.7,
5, 7, 10, 11, 16,
I.21, I.23, I.24,
II.8, III.2
19, 28, 47, 52, 84,
I.25, I.27, I.32,
90, 97, 102, 106,
I.35, I.36, I.38,
113, 136, 138,
I.40, I.42, I.43,
145, 148, 164,
I.46, I.50
166, 167
I.21
167
NE
84, 138, 145, 148,
CE
amaurocephalus
Corvidae
Cyanocorax cristatellus
Cyanocorax cyanopogon
I.25, I.27, I.32,
II.6
I.35, I.38
167
I.27
167
NE
106, 148, 167
NE
138, 167
NE
NE
Hirundinidae
Progne tapera
I.5, I.10, I.24
Progne chalybea
I.24, I.36, I.38,
II.6
I.51
Pygochelidon cyanoleuca
I.5, I.10, I.15, I.20,
II.1, II.6, II.7,
5, 11, 16, 19, 47,
I.21, I.24, I.26,
II.8, II.11, II.12,
58, 70, 71, 82, 84,
I.35, I.36, I.37,
III.1, III.2
90, 136, 138, 139,
I.38, I.42, I.44,
143, 145, 148,
I.46, I.47, I.50,
152, 165, 167
I.51
Alopochelidon fucata
I.25, I.35, I.38
47, 84, 138, 167
NE
116
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Stelgidopteryx ruficollis
I.15, I.21, I.24,
47, 71, 82, 84, 90,
I.25, I.26, I.27,
138, 139, 145,
I.32, I.35, I.36,
164, 167
NE
I.38, I.40, I.42,
I.43, I.46, I.50
Troglodytidae
Troglodytes musculus
I.5, I.10, I.15, I.18,
II.6, II.7, II.11
47, 71, 82, 84, 90,
I.20, I.21, I.23,
106, 138, 139,
I.24, I.25, I.26,
145, 148, 152,
I.27, I.32, I.33,
164, 167
NE
I.35, I.36, I.38,
I.40, I.42, I.43,
I.44, I.46, I.48,
I.50, II.5
Pheugopedius genibarbis
I.5, I.10, I.15
70, 71, 82, 167
NE
I.3, I.10, I.15, I.18,
70, 71, 139, 167
NE
5, 7, 8, 11, 16, 19,
NE
Polioptilidae
Polioptila plumbea
I.20, I.25
Turdidae
Turdus flavipes
I.35, I.42
II.8
43, 52, 145, 167
Turdus rufiventris
I.5, I.27, I.35, I.40,
II.1, II.6, II.8,
7, 10, 11, 16, 19,
I.42
III.2
52, 84, 102, 106,
NE
136, 148, 159,
164, 166, 167
Turdus leucomelas
I.3, I.5, I.10, I.15,
II.6, II.8
7, 11, 47, 71, 82,
I.18, I.20, I.21,
84, 90, 97, 106,
I.24, I.25, I.26,
113, 138, 139,
I.27, I.32, I.35,
145, 148, 152, 167
NE
I.36, I.38, I.42,
I.46, I.50, II.5
Turdus amaurochalinus
I.27, I.35, I.40
II.7, II.8
16, 19, 84, 159,
NE
164, 167
Turdus albicollis
II.6
148
NE
Mimidae
117
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Mimus saturninus
I.5, I.10, I.15, I.21,
II.1, II.6, II.7
10, 47, 70, 71, 84,
I.23, I.24, I.26,
90, 102, 106, 145,
I.27, I.32, I.35,
148, 164, 167
NE
I.36, I.37, I.38,
I.40, I.42, I.46,
I.43, I.47, I.48,
I.50
Motacillidae
Anthus hellmayri
I.32, I.35, I.46,
II.1, II.6, II.7,
5, 7, 8, 11, 16, 19,
I.48, I.49, I.50,
II.8, III.2
39, 47, 54, 55, 58,
I.51
NE
84, 102, 125, 136,
143, 145, 148,
152, 159, 165, 167
Coerebidae
Coereba flaveola
I.3, I.5, I.10, I.15,
II.1
10, 28, 71, 82, 84,
I.18, I.20, I.24,
90, 98, 102, 106,
I.25, I.26, I.27,
113, 126, 138,
I.35, I.36, I.38,
139, 152, 167
NE
I.42, I.43, I.48,
I.50
Thraupidae
Schistochlamys ruficapillus
I.3, I.5, I.10, I.15,
II.1, II.3, II.6,
10, 47, 52, 70, 71,
I.18, I.20, I.21,
II.8, III.2
72, 82, 84, 90, 97,
I.24, I.25, I.26,
102, 106, 112,
I.27, I.29, I.32,
113, 118, 119,
I.33, I.35, I.36,
136, 138, 139,
I.37, I.38, I.40,
145, 148, 152,
I.41, I.42, I.43,
159, 162, 164, 167
NE
I.44, I.46, I.48,
I.50
Cypsnagra hirundinacea
I.26, I.35
84, 115, 139, 145,
NE
167
Trichothraupis melanops
I.50
152, 167
NE
118
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Piranga flava
I.5, I.10, I.15, I.24,
II.6, II.8
5, 11, 16, 19, 70,
NE
I.27, I.32, I.35,
71, 82, 84, 90, 97,
I.36, I.38, I.42,
106, 113, 138,
I.50
145, 148, 167
Tachyphonus rufus
I.20
167
NE
Thraupis sayaca
I.5, I.10, I.20, I.24,
47, 84, 90, 106,
NE
I.26, I.27, I.35,
139, 164, 167
I.36, I.38, I.40,
I.42, I.43, II.5
Stephanophorus
II.1, II.2, II.6,
5, 7, 8, 10, 11, 16,
diadematus
II.7, II.8, II.10,
18, 19, 43, 52, 58,
II.11, II.12,
69, 73, 102, 104,
III.1, III.2
136, 137, 143,
NE
148, 152, 159,
162, 166, 167
Pipraeidea melanonota
I.35, I.42, I.50
II.8
5, 8, 11, 16, 19,
NE
90, 145, 152, 167
Tangara desmaresti
I.40, I.42
II.1, II.6, II.7,
7, 8, 10, 11, 16,
II.8, II.11, III.2
19, 43, 90, 102,
AF
136, 143, 148,
152, 159, 164,
166, 167
Tangara cyanoventris
I.10, I.15, I.36,
66, 71, 77, 82, 90,
I.38, I.40, I.42,
138, 164, 152, 167
AF
I.49
Tangara cayana
I.5, I.10, I.15, I.18,
II.6, II.7, II.11
47, 71, 82, 84, 90,
I.20, I.21, I.24,
106, 138, 139,
I.26, I.27, I.32,
143, 145, 148,
I.35, I.36, I.38,
152, 167
NE
I.42, I.43, I.46,
I.48, I.50, II.5
Tersina viridis
I.35, I.42
90, 118
NE
Dacnis cayana
I.25, I.27, I.36,
90, 138, 139, 164,
NE
I.38, I.40, I.42
167
I.27
167
Hemithraupis guira
NE
119
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Conirostrum speciosum
I.48
167
NE
NE
Emberizidae
Zonotrichia capensis
Ammodramus humeralis
I.3, I.5, I.10, I.15,
II.1, II.6, II.7,
4, 5, 7, 8, 10, 11,
I.18, I.20, I.21,
II.8, II.10, II.11,
16, 19, 39, 43, 47,
I.23, I.24, I.25,
II.12, III.2, III.3
52, 58, 68, 71, 82,
I.26, I.27, I.32,
84, 90, 97, 102,
I.33, I.35, I.36,
106, 113, 136,
I.37, I.38, I.40,
137, 138, 139,
I.42, I.43, I.44,
143, 145, 148,
I.46, I.47, I.48,
151, 152, 159,
I.50, I.51, II.5
162, 164, 166, 167
I.5, I.10, I.15, I.20,
II.6
47, 70, 71, 82, 84,
I.24, I.25, I.26,
139, 145, 148,
I.27, I.32, I.35,
152, 164, 167
NE
I.40, I.43, I.48
Porphyrospiza
I.15, I.20, I.24,
53, 70, 71, 77, 82,
caerulescens
I.25, I.27, I.32,
84, 115, 139, 145,
I.35, I.38, I.39,
152, 164, 167
CE
I.40, I.47
Haplospiza unicolor
I.36, I.42
II.1, II.8
10, 11, 16, 19, 43,
AF
90, 102, 152, 167
Donacospiza albifrons
I.35, I.42, I.48
II.1, II.8, III.2
16, 19, 58, 102,
NE
136, 159, 166, 167
Poospiza thoracica
II.1, II.7, II.8,
4, 5, 7, 8, 10, 11,
II.10, II.11,
16, 19, 52, 73,
II.12, III.2, III.3
102, 136, 137,
AF
143, 152, 158,
159, 162, 166, 167
Poospiza lateralis
II.1, II.7, II.8,
7, 8, 10, 11, 16,
II.11, II.12,
19, 52, 69, 102,
III.3
130, 143, 151,
AF
159, 157, 167
Poospiza cinerea
I.27, I.35, I.38
53, 111, 115, 119,
CE
145, 167
120
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Sicalis citrina
I.5, I.10, I.15, I.18,
II.2, II.6, II.7,
60, 62, 70, 71, 82,
I.20, I.21, I.23,
II.11, II.12
84, 90, 138, 139,
I.24, I.25, I.26,
140, 143, 144,
I.27, I.32, I.34,
145, 148, 152, 167
NE
I.35, I.36, I.37,
I.38, I.42, I.43,
I.46, I.48, I.49,
I.50, II.5
Sicalis flaveola
I.5, I.10
II.1, II.6, II.8
7, 8, 10, 11, 16,
NE
19, 54, 55, 102,
106, 167
Emberizoides herbicola
Emberizoides ypiranganus
I.15, I.24, I.25,
II.6, II.8
7, 8, 11, 16, 19,
NE
I.26, I.27, I.35,
47, 54, 55, 70, 71,
I.38, I.42, I.46,
82, 84, 86, 104,
I.48, I.50, II.5
139, 145, 148, 167
I.32, I.35
127, 146, 152, 167
NE
5, 8, 11, 16, 19,
NE
Embernagra platensis
II.1, II.8, II.10
38, 43, 58, 102,
137, 167
Embernagra longicauda
I.3, I.5, I.10, I.15,
II.1
31, 35, 36, 38, 41,
I.19, I.20, I.21,
42, 47, 53, 58, 60,
I.23, I.24, I.25,
61, 62, 63, 64, 70,
I.26, I.27, I.28,
71, 74, 77, 81, 82,
I.29, I.30, I.31,
84, 87, 90, 93,
I.32, I.33, I.34,
102, 103, 104,
I.35, I.36, I.38,
115, 119, 127,
I.39, I.40, I.42,
138, 139, 142,
I.43, I.44, I.45,
145, 151, 152,
I.46, I.47, I.48,
154, 157, 159, 167
QE
I.50, I.51, II.4, II.5
Volatinia jacarina
Sporophila plumbea
I.5, I.10, I.24, I.35,
70, 71, 82, 84,
I.38, I.40, I.43,
106, 138, 139,
I.46, I.50
145, 152, 164, 167
I.24, I.25
139, 167
NE
NE
121
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Sporophila nigricollis
I.5, I.10, I.20, I.24,
84, 90, 106, 139,
I.25, I.27, I.32,
164, 167
NE
I.35, I.36, I.40,
I.42, I.43
Sporophila caerulescens
I.35
Sporophila bouvreuil
I.25
Coryphospingus pileatus
I.35, I.43, I.50
II.1
47, 84, 102, 167
NE
167
NE
10, 84, 102, 167
NE
I.10, I.15, I.20,
90, 97, 113, 138,
NE
I.21, I.27, I.35,
164, 167
II.1
Cardinalidae
Saltator similis
I.38, I.40, I.42
Saltator maxillosus
II.8, III.3
5, 7, 8, 11, 16, 19,
AF
43, 159
Saltator atricollis
I.3, I.5, I.10, I.15,
47, 68, 70, 71, 82,
CE
I.26, I.27, I.32,
84, 90, 115, 139,
I.35, I.42
145, 152, 167
Parula pitiayumi
I.20, I.27
167
NE
Geothlypis aequinoctialis
I.5, I.10, I.15, I.25,
28, 69, 70, 71, 82,
NE
Parulidae
II.1
I.26, I.27, I.35,
84, 90, 102, 138,
I.38, I.42, I.43,
139, 145, 152, 167
I.44, I.46, I.48,
I.50
Icteridae
Gnorimopsar chopi
I.5, I.10, I.15, I.24,
II.6
47, 70, 71, 82, 84,
I.25, I.26, I.27,
106, 139, 145,
I.32, I.33, I.35,
148, 152, 167
NE
I.46
Pseudoleistes guirahuro
I.35
84, 119, 145, 152,
NE
167
Molothrus bonariensis
I.26, I.35, I.36,
I.37, I.38
II.8
7, 11, 16, 19, 46,
NE
84, 110, 139, 145,
167
Fringillidae
122
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie
Campo rupestre
Campo de
Fontes
Endemismo
altitude
Carduelis magellanica
I.5, I.24, I.35, I.50
II.6, II.7, II.8
5, 7, 8, 11, 16, 19,
NE
43, 71, 82, 84,
139, 145, 148, 167
Euphonia chlorotica
I.5, I.10, I.15, I.18,
71, 82, 84, 90,
I.21, I.27, I.35,
106, 164, 167
NE
I.38, I.40, I.42,
I.44
Euphonia cyanocephala
I.24, I.35, I.42
139, 152, 167
NE
Chlorophonia cyanea
I.36, I.42, I.44
90, 152, 167
NE
123
FIGURA 3.1. Beija-flor-de-gravata-vermelha (Augastes lumachella). Foto: E. Endrigo.
FIGURA 3.2. Beija-flor-de-gravata-verde (Augastes scutatus). Foto: E. Endrigo.
124
FIGURA 3.3. Distribuição geográfica de Augastes lumachella (triângulos) e de Augastes scutatus
(círculos). A área circundada pela elipse corresponde às chapadas da região de Caetité, que, junto com as
áreas baixas correspondentes à bacia do Rio de Contas, deve ter atuado como barreira geográfica que
levou à vicariância destas duas espécies. Áreas acima de 1.000 m de altitude estão destacadas em cinzaescuro. Estados brasileiros: BA = Bahia; DF = Distrito Federal; ES = Espírito Santo; GO = Goiás; MG =
Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo; TO = Tocantins.
125
FIGURA 3.4. Mapa mostrando as idades das rochas no setor setentrional da Cadeia do Espinhaço,
mostrando o embasamento paleoproterozóico (branco), o Supergrupo Espinhaço (cinza-escuro), o
Supergrupo São Francisco (cinza-médio) e as coberturas cenozóicas (cinza-claro). Desenho de P. T. A.
Castro, adaptado de Cruz & Alkmim (2007).
126
FIGURA 3.5. Topo da chapada na região de Caetité, próximo a Brejinho das Ametistas, Bahia, mostrando
vegetação típica de cerrado nas partes mais elevadas. Foto: L. N. Souza.
127
FIGURA 3.6. Macho de papa-formigas-do-sincorá (Formicivora grantsaui). Foto: S. Sampaio.
FIGURA 3.7. Fêmea de papa-formigas-do-sincorá (Formicivora grantsaui). Foto: S. Sampaio.
128
FIGURA 3.8. Distribuição geográfica de Formicivora grantsaui. Áreas acima de 1.000 m de altitude estão
destacadas em cinza-escuro. Estados brasileiros: BA = Bahia; DF = Distrito Federal; ES = Espírito Santo;
GO = Goiás; MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo; TO = Tocantins.
129
FIGURA 3.9. Garrincha-chorona (Oreophylax moreirae). Foto: M. F. Vasconcelos.
130
FIGURA 3.10. Distribuição geográfica de Oreophylax moreirae. Áreas acima de 1.000 m de altitude estão
destacadas em cinza-escuro. Estados brasileiros: BA = Bahia; DF = Distrito Federal; ES = Espírito Santo;
GO = Goiás; MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo; TO = Tocantins.
131
FIGURA 3.11. João-cipó (Asthenes luizae). Foto: E. Endrigo.
132
FIGURA 3.12. Distribuição geográfica de Asthenes luizae. Áreas acima de 1.000 m de altitude estão
destacadas em cinza-escuro. Estados brasileiros: BA = Bahia; DF = Distrito Federal; ES = Espírito Santo;
GO = Goiás; MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo; TO = Tocantins.
133
FIGURA 3.13. Padrões de cauda de diferentes representantes de Asthenes: A. luizae (A); A. dorbignyi
huancavelicae (B); A. d. usheri (C); A. d. dorbignyi (D); A. berlepschi (E); A. baeri (F). Desenho de J.
Fjeldså. Fonte: Vasconcelos et al. (2008a).
134
FIGURA 3.14. Papa-moscas-de-costas-cinzentas (Polystictus superciliaris). Foto: E. Endrigo.
135
FIGURA 3.15. Distribuição geográfica de Polystictus superciliaris. Áreas acima de 1.000 m de altitude
estão destacadas em cinza-escuro. Estados brasileiros: BA = Bahia; DF = Distrito Federal; ES = Espírito
Santo; GO = Goiás; MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo; TO = Tocantins.
136
FIGURA 3.16. Tibirro-rupestre (Embernagra longicauda). Foto: M. F. Vasconcelos.
137
FIGURA 3.17. Distribuição geográfica de Embernagra longicauda. Áreas acima de 1.000 m de altitude
estão destacadas em cinza-escuro. Estados brasileiros: BA = Bahia; DF = Distrito Federal; ES = Espírito
Santo; GO = Goiás; MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo; TO = Tocantins.
138
FIGURA 3.18. A orquídea Sobralia liliastrum nos campos rupestres da Serra dos Carajás. Foto: M. F.
Vasconcelos.
139
FIGURA 3.19. Campos rupestres da Serra dos Carajás, Pará, mostrando indivíduos de Vellozia sp.
(Velloziaceae), ambiente muito semelhante ao ocorrente na Cadeia do Espinhaço. Foto: M. F.
Vasconcelos.
140
FIGURA 3.20. Serra do Ererê, na região de Monte Alegre, Pará. Montanha baixa isolada na região
amazônica, com a presença de afloramentos rochosos e vegetação rupícola, semelhante fisionomicamente
aos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço. Foto: M. F. Vasconcelos.
141
FIGURA 3.21. Áreas de endemismo reconhecidas para a avifauna dos campos rupestres da Cadeia do
Espinhaço: porção centro-meridional (pontilhado) e porção setentrional (linha contínua). Áreas acima de
1.000 m de altitude estão destacadas em cinza-escuro. Estados brasileiros: BA = Bahia; DF = Distrito
Federal; ES = Espírito Santo; GO = Goiás; MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo; TO
= Tocantins.
142
CAPÍTULO 4.
PADRÕES DE DIFERENCIAÇÃO DA AVIFAUNA DOS CAMPOS
RUPESTRES E DOS CAMPOS DE ALTITUDE E A INFLUÊNCIA
DE VARIÁVEIS GEOGRÁFICAS E CLIMÁTICAS
INTRODUÇÃO
Conforme apresentado no capítulo 1, os campos rupestres e os campos de
altitude são considerados tipos distintos de vegetação que ocorrem nos topos das serras
do leste do Brasil. Entretanto, existem áreas que parecem abrigar os dois tipos
vegetacionais (Serras do Caraça e do Ibitipoca) e similaridades da flora e da avifauna já
foram registradas entre os campos rupestres e os campos de altitude (capítulos 1 e 3).
Ademais, três espécies de aves – duas endêmicas (Oreophylax moreirae e Polystictus
superciliaris) e uma quase-endêmica (Embernagra longicauda) destes topos de
montanha – que ocorrem tanto nos campos rupestres, quanto nos campos de altitude,
sugerem conexões climático-vegetacionais entre estes dois tipos de vegetação (capítulo
3). Estas evidências tornam duvidosa a caracterização dos campos rupestres e de
altitude como vegetações distintas, de modo que ambas poderiam simplesmente
representar um único tipo de vegetação campestre sujeita às modificações em sua biota
ao longo de um ou mais gradientes ecológicos.
As montanhas do leste brasileiro consideradas nesta revisão ocorrem em
diferentes tipos climáticos. Assim, sua biota pode estar sujeita a variações ao longo de
gradientes geográficos e climáticos. No sudeste do Brasil, por exemplo, a precipitação
está relacionada ao anticiclone do Atlântico Sul, que transporta massas oceânicas de ar
úmido para o interior do continente durante todo o ano (Nimer, 1989). Por este motivo,
regiões mais próximas ao litoral recebem maior precipitação que regiões interioranas,
especialmente por causa das barreiras orográficas impostas pelas Serras do Mar e da
Mantiqueira, onde a precipitação anual pode ultrapassar 3.000 mm (Segadas-Viana &
Dau, 1965; Safford, 1999a). Além disso, a variação anual na zona de convergência
intertropical (ZCIT) causa alta precipitação no sudeste brasileiro durante o verão e uma
breve estação seca durante os meses de inverno. No interior do nordeste brasileiro, as
143
chuvas geradas pela ZCIT ocorrem geralmente no final do verão e correspondem às
principais precipitações na região, que se concentram de três a cinco meses e são
bastante erráticas (Sampaio, 1995). Durante o inverno, frentes frias da Antártica
produzem forte precipitação ao encontrar massas de ar tropicais. Embora as
precipitações causadas por estas frentes frias sejam mais comuns no sul e no sudeste do
Brasil (província biogeográfica da Mata Atlântica), elas quase não alcançam o nordeste
(província biogeográfica da Caatinga), causando uma estação seca bem mais
pronunciada nesta última região, onde a precipitação anual varia de 300 mm a 1.000
mm (Nimer, 1989; Sampaio, 1995). Assim, dentre as serras consideradas no presente
estudo, há uma constante diminuição na precipitação do litoral para o interior e do sul
para o norte. Ademais, há um gradual aumento na temperatura das serras do sudeste
(mais meridionais) em direção àquelas localizadas no nordeste do Brasil (Nimer, 1989).
Neste caso, levando-se em consideração que os campos de altitude estão
concentrados nas Serras do Mar e da Mantiqueira, ambas localizadas mais próximas à
costa atlântica do sudeste do Brasil e mais ao sul do que os campos rupestres, é possível
hipotetizar dois gradientes principais que poderiam explicar modificações na
composição da avifauna destes tipos de vegetação:
1) O primeiro seria ao longo de um eixo leste-oeste, dos campos de altitude das
serras litorâneas em direção aos campos rupestres do Espinhaço meridional, indo da
costa atlântica ao centro-sul de Minas Gerais (Figura 4.1). Este gradiente implicaria,
teoricamente, na diminuição da precipitação, com o aumento da distância do Oceano
Atlântico, das serras costeiras para as interioranas.
2) O segundo gradiente seria ao longo de um eixo sul-norte, dos campos de
altitude mais meridionais (província biogeográfica da Mata Atlântica [código 53,
conforme Morrone, 2001] ou floresta ombrófila densa [conforme IBGE, 1993]), das
Serras do Mar e da Mantiqueira, passando pela Cadeia do Espinhaço, até seu setor mais
setentrional (Chapada Diamantina), localizado no semi-árido do nordeste brasileiro
(província biogeográfica da Caatinga) (Figura 4.1). Este gradiente implicaria,
teoricamente, no aumento da temperatura e na diminuição da precipitação, das serras
meridionais em direção às localizadas mais ao norte.
Estudos sobre comunidades de aves ao longo de gradientes ecológicos são raros
na região neotropical. A maioria deles está concentrada na região andino-patagônica
(e.g., Terborgh, 1971, 1977; Terborgh & Weske, 1975; Graham, 1990; Thiollay, 1991,
1996; Peris, 1997; Poulsen & Krabbe, 1997, 1998; Vuilleumier, 1998; Kessler et al.,
144
2001) ou em outras áreas montanhosas (Loiselle & Blake, 1991; Navarro, 1992). No
Brasil, apesar de descritivos, destacam-se os estudos de Bencke & Kindel (1999),
Goerck (1999), Buzzetti (2000) e Pacheco & Olmos (2005), conduzidos ao longo de
gradientes altitudinais ou latitudinais. Além destes, recentes estudos de macroecologia,
com enfoque bastante teórico, foram desenvolvidos para aves neotropicais, levando-se
em consideração os gradientes latitudinal e/ou altitudinal (e.g., Ruggiero & Lawton,
1998; Cordeiro, 2001; Diniz-Filho et al., 2002; Rangel et al., 2002; Sant’Ana et al.,
2002; Valgas et al., 2003). Entretanto, nenhum destes trabalhos utilizou análises
multivariadas de ordenação para se visualizar estes gradientes ecológicos e obter
correlações entre comunidades de aves e variáveis climáticas e geográficas. Neste
aspecto, alguns artigos sobre fitogeografia no Brasil já abordaram estes tipos de análises
(e.g., Oliveira-Filho & Ratter, 1995; Oliveira-Filho & Fontes, 2000; Oliveira-Filho et
al., 2005), com destaque para os estudos de Barros (1998) e de Azevedo & van den
Berg (2007), que analisaram padrões de distribuição geográfica de orquídeas dos
campos rupestres.
Assim, este capítulo objetiva estudar os padrões de diferenciação das
comunidades de aves dos campos rupestres e dos campos de altitude, abordando-se as
seguintes perguntas:
1) As avifaunas dos campos rupestres e dos campos de altitude podem ser
consideradas como uma única unidade ecogeográfica ou são distintas?
2) Quais variáveis climáticas e geográficas se relacionam com a distribuição dos
elementos da avifauna dos campos rupestres e dos campos de altitude?
3) Se as avifaunas dos campos rupestres e dos campos de altitude são distintas,
quais são as espécies de aves indicadoras de cada tipo de vegetação?
MATERIAL E MÉTODOS
Localidades e comunidades de aves analisadas
As áreas de campos rupestres e de altitude utilizadas nas análises são as mesmas
mencionadas nos capítulos anteriores. Entretanto, algumas delas foram desmembradas
em mais de uma localidade, a fim de se refinar as variáveis geográficas de acordo com
as características de cada uma. Por exemplo, a Serra do Caraça, tratada como uma única
localidade nos capítulos anteriores (código I.42), apresenta uma enorme variação
altitudinal de ambientes campestres altimontanos (de 1.200 m a 2.070 m). Assim, essa
145
região foi dividida em três localidades de amostragem: Serra do Caraça (parte baixa –
1.360 m), Pico do Inficionado (2.030 m) e Pico do Sol (2.000 m). No caso destes dois
picos, as altitudes não correspondem a seus pontos culminantes, mas a altitudes médias
dos pontos de amostragem em ambas as áreas (ver abaixo). O mesmo foi realizado para
a Serra do Cipó (código I.35), que foi dividida nas seguintes localidades: Alto Palácio
(1.330 m), Alto da Boa Vista (1.230 m) e Brumas do Espinhaço (1.250 m). Embora,
neste caso, as altitudes das localidades não sejam tão discrepantes, uma delas (Alto
Palácio) está situada na vertente leste da serra, recebendo, teoricamente, maior umidade
litorânea, enquanto as outras duas (Alto da Boa Vista e Brumas do Espinhaço) estão na
vertente oeste da serra.
Em algumas localidades, como Mucugê, Serra das Almas, Capivari, Caparaó e
Itatiaia, várias amostragens foram realizadas por diferentes autores e/ou coletores dentro
de um raio de menos de 3 km. Assim, foram utilizadas coordenadas de uma área central
que possuísse altitude média dos pontos amostrados e ambiente propício (campos
rupestres ou de altitude), de maneira semelhante ao realizado por Oliveira-Filho &
Fontes (2000).
Outro problema encontrado foi como definir se uma localidade fora bem ou mal
amostrada para decidir se ela seria ou não considerada nas análises. Com exceção de
uma única localidade (Pico do Inficionado), os dados coletados para o presente estudo
não puderam ser usados na elaboração de curvas do coletor ao longo de dias de
amostragem por dois motivos:
1) o levantamento da avifauna dos campos rupestres e de altitude do leste
brasileiro foi baseado em uma mistura de dados obtidos em campo, bibliografia e museu
(capítulos 2 e 3), impossibilitando a padronização de esforços de amostragem;
2) na maioria das localidades onde houve amostragem de campo, concentrou-se
nas atividades de coleta e taxidermia de espécimes ornitológicos. As atividades de
coleta ocorreram do nascer do Sol ao final da tarde e o processo de taxidermia estendeuse, muitas vezes, até à madrugada, geralmente em condições altamente precárias de
acomodação (em grutas ou barracas) e de trabalho (luz baixa de lampião e lanterna, falta
de mesa e cadeira). Dessa maneira, não houve tempo hábil, em cada dia, para a
realização de anotações sistemáticas, de modo que, somente ao final de cada expedição,
era compilada uma lista geral de todas as espécies de aves registradas em determinada
localidade. Tais registros envolveram tanto as espécies que foram coletadas (geralmente
146
a minoria, devido ao enorme tempo tomado pela taxidermia), observadas ou que tiveram
suas vocalizações ouvidas e/ou gravadas.
Na ausência de curvas do coletor para a maioria das localidades, optou-se por
estipular um número de espécies de aves para se considerar uma localidade
minimamente bem amostrada, com base em experiência de campo e em revisão da
literatura. A definição deste número é arbitrária, especialmente porque, como parecem
sugerir os levantamentos de campo e de bibliografia, a heterogeneidade ambiental
parece influenciar positivamente a riqueza de espécies. No entanto, esta é uma variável
de difícil quantificação, não sendo objetivo deste estudo analisar sua relação com a
composição da avifauna de cada área.
Então, para se definir o número mínimo de espécies necessário para que uma
localidade fosse incluída nas análises, tomou-se por base os números de espécies
obtidos em duas localidades que poderiam ser consideradas bem amostradas, uma pela
estimativa de riqueza e a outra pelo tempo ao longo do qual ela tem sido amostrada: o
Pico do Inficionado e a Serra dos Órgãos, respectivamente.
A avifauna das partes mais elevadas do Pico do Inficionado (Serra do Caraça)
foi amostrada mensalmente, por meio de três transecções lineares de 800 m de extensão,
espaçadas 250 m uma das outras. Estas amostragens foram realizadas durante três dias
por mês, ao longo de um ano (entre setembro de 1999 e agosto de 2000). As transecções
foram amostradas em manhãs consecutivas e de forma alternada, com início às 06:30 h
e término às 13:00 h. O levantamento baseado nas transecções detectou 37 espécies de
aves ao longo de um ano e a curva do coletor apresentou uma tendência à estabilização
(Figura 4.2). O único registro adicional para o Pico do Inficionado (Scytalopus
iraiensis) é oriundo de observações aleatórias conduzidas posteriormente nesta área
(Vasconcelos et al., 2008c). A riqueza estimada para esta área, obtida pelo jackknife de
primeira ordem (Heltshe & Forrester, 1983), através do programa EstimateS (Colwell,
1997), foi de 44,78 ± 2,46 espécies (Figura 4.2). Por outro lado, os campos de altitude
da Serra dos Órgãos tiveram sua avifauna bem amostrada desde o início do século XX
até os dias atuais (Miranda-Ribeiro, 1935; Mallet-Rodrigues et al., 2007). Neste
intervalo, foram registradas 35 espécies de aves. Assim, considerou-se nas análises,
aquelas localidades que apresentaram um número mínimo de 30 espécies.
Desta forma, foram selecionadas 26 localidades de campos rupestres e de
altitude, no total das quais foram registradas 224 espécies de aves, o que corresponde a
97% do total de espécies da avifauna levantadas nestes dois tipos de vegetação (capítulo
147
3). A matriz de presença e ausência das 224 espécies nas 26 localidades é apresentada
no Apêndice 4.1. Aquelas localidades que não apresentaram o número mínimo de
espécies foram descartadas das análises, embora tenham sido utilizadas na listagem
geral da avifauna e nas discussões sobre padrões de distribuição geográfica de algumas
espécies, apresentadas no capítulo anterior.
Obtenção das variáveis geográficas e climáticas
As variáveis geográficas e climáticas usadas nas análises (a partir de agora
citadas como geo-climáticas) foram: latitude, longitude, altitude, distância mínima do
oceano, precipitação anual e temperaturas (média anual e médias das máximas e das
mínimas). Na maioria das localidades, as variáveis geográficas (latitude, longitude e
altitude) foram obtidas em campo com auxílio de receptor GPS e altímetro barométrico.
Em poucos casos, na ausência destes dados coletados em campo, tais informações foram
obtidas a partir de imagens de satélite disponíveis na rede (Google Earth, 2008). A
distância mínima do oceano (em km), para cada localidade, foi obtida pela ferramenta
ruler do mesmo programa.
As variáveis: precipitação anual e temperatura média anual foram obtidas na
base disponível em WorldClim (2008). Ambas as variáveis foram derivadas de valores
mensais interpolados para o período entre os anos 1950 e 2000, com resolução espacial
de aproximadamente 0,0083o x 0,0083o (cerca de 1 km2), em escala global (Hijmans et
al., 2005). As médias mensais das temperaturas máximas e mínimas são oriundas da
base do IPCC (2008) para o período de 1961 a 1990, em células de 0,5o x 0,5o (New et
al., 1999). Estas variáveis foram obtidas através da intersecção das localidades em um
sistema de informação geográfica (Arcview 3.2 – Environmental Systems Research
Institute, ESRI, Redlands, Califórnia, USA), usando as bases de dados climáticos acima
mencionadas.
Obviamente, a escala de análise destas quatro variáveis climáticas pode parecer
grosseira, em se tratando de montanhas que estão localizadas imediatamente acima da
unidade de paisagem regional para a qual tais médias foram obtidas, de modo que se
esperaria o registro de temperaturas mais baixas e de precipitações mais altas nestas
áreas elevadas, especialmente porque erros e incertezas nas interpolações dessas
variáveis tendem a ser maiores em regiões montanhosas (Hijmans et al., 2005).
Entretanto, na ausência de estações meteorológicas em cada uma destas serras e
considerando-se que o gradiente das localidades analisadas apresenta uma escala
148
continental de mais de 1.100 km (ao longo do eixo norte-sul da Chapada Diamantina à
Serra dos Órgãos), optou-se pelo uso dessas variáveis, uma vez que elas podem indicar,
minimamente, tendências nas relações entre elas e a composição da avifauna. A Tabela
4.1 apresenta, para cada localidade, as variáveis geo-climáticas, assim como o número
de espécies de aves registrado.
Análises multivariadas
Para se testar se as avifaunas dos campos rupestres e dos campos de altitude
podem ser consideradas como uma única unidade ou como unidades distintas, foram
realizadas análises de classificação e de ordenação. A análise de classificação (cluster)
utilizou o índice de Sørensen e o método de agrupamento UPGMA (unweighted pairgroup method using arithmetic averages) (Sneath & Sokal, 1973; Kent & Coker, 1992).
O índice de Sørensen foi utilizado, seguindo as sugestões de Kent & Coker (1992) e
Azevedo & van den Berg (2007), para dar maior peso às espécies em comum entre as
localidades, já que muitas espécies não são compartilhadas entre as diversas áreas
usadas na presente análise. Além disso, o UPGMA é recomendado como a técnica de
agrupamento que apresenta melhores resultados em trabalhos ecológicos (Gauch, 1982;
Krebs, 1989; Barros, 1998).
A análise de correspondência canônica, ou CCA (canonical correspondence
analysis – ter Braak, 1987, 1995), visou avaliar a existência de gradientes na
composição das avifaunas altimontanas, assim como as relações entre as variáveis geoclimáticas e a composição da avifauna. O teste de permutação de Monte Carlo foi usado
para avaliar a significância das correlações.
Para a identificação das espécies indicadoras dos campos rupestres e dos campos
de altitude foi realizada uma análise TWINSPAN (two-way indicator species analysis –
Hill, 1979).
Todas as análises acima mencionadas foram processadas pelo programa PCORD 4.0 (McCune & Mefford, 1999).
RESULTADOS
Distinção das avifaunas dos campos rupestres e dos campos de altitude
A análise de classificação apresentou separação entre as localidades de campos
de altitude (Caparaó, Itatiaia, Órgãos, Ibitipoca e Papagaio) e de campos rupestres
149
(demais localidades) (Figura 4.3). Dentre as localidades de campos de altitude, as Serras
do Ibitipoca e do Papagaio agruparam-se marginalmente às outras, enquanto as Serras
do Itatiaia e dos Órgãos estiveram mais proximamente agrupadas (Figura 4.3).
Com relação às localidades de campos rupestres, os altos picos da Serra do
Caraça (Inficionado e Sol) foram os que se agruparam mais marginalmente às outras
serras, seguidos pela Serra da Gandarela (Figura 4.3). Com exceção da localidade
Alegria (Espinhaço meridional), que se agrupou com a Serra do Pau D’Arco (Espinhaço
centro-setentrional), as demais localidades do Espinhaço centro-meridional (Batatal,
Brumas, Palácio, Boa Vista, Curral, Mascate, Caraça [parte baixa] e Piedade) e centrosetentrional (Pau D’Arco, Bananal, Capivari, Barão, Cabral, Resplandecente, Almas,
Mucugê e Palmeiras) foram perfeitamente separadas em dois grupos distintos (Figura
4.3). É importante ressaltar que, dentre as localidades do Espinhaço centro-setentrional,
aquelas localizadas na Chapada Diamantina (Almas, Mucugê e Palmeiras) estão no
mesmo agrupamento, sendo que Mucugê e Palmeiras estão mais próximas entre si do
que de Almas (Figura 4.3).
Avifaunas dos campos rupestres e dos campos de altitude e suas relações com
variáveis geo-climáticas
Os resultados da CCA são apresentados na Tabela 4.2. O eixo 1 apresentou um
autovalor de 0,358, sugerindo um maior turnover de espécies, ao contrário dos eixos 2
(0,186) e 3 (0,138), que apresentam gradientes mais curtos (Tabela 4.2). A porcentagem
cumulativa da variância explicada para a presença das espécies foi relativamente alta
(Tabela 4.2). Além disso, as correlações de Pearson para espécies-ambiente foram altas
nos três primeiros eixos e os testes de permutação de Monte Carlo indicaram alta
significância para a correlação dos dados de espécies e variáveis geo-climáticas nos dois
primeiros eixos (Tabela 4.2).
O eixo 1 da CCA apresentou maiores correlações positivas com a altitude, com a
precipitação anual e com a latitude e maiores correlações negativas com distância do
oceano e com as temperaturas (média anual e médias das máximas e das mínimas)
(Tabela 4.3, Figura 4.4). A distância do oceano também foi positivamente
correlacionada com as temperaturas e negativamente correlacionada com a altitude, com
a precipitação e com a latitude (Tabela 4.4). A altitude, outra variável importante no
gradiente geográfico, apresentou correlações positivas com a precipitação e com a
latitude e correlações negativas com a distância do oceano e com as temperaturas
150
(Tabela 4.4). Assim, a estrutura dos dados do primeiro eixo reflete um gradiente do
oceano para o interior, com origem nas montanhas mais altas do sudeste do Brasil
(Serras do Mar e da Mantiqueira), onde há maior precipitação, em direção àquelas mais
baixas e interioranas (na Cadeia do Espinhaço), com aumento gradual das temperaturas
e diminuição da precipitação. Este padrão corrobora a hipótese do primeiro gradiente ao
longo de um eixo leste-oeste (Figura 4.1).
O segundo eixo da CCA apresentou maiores correlações negativas com a
longitude e com a latitude (Tabela 4.3, Figura 4.4). A longitude e a latitude estiveram
positivamente correlacionadas (Tabela 4.4), isto porque muitas serras mais meridionais
estão localizadas em maiores longitudes (entre 44oW e 45oW), enquanto aquelas mais
setentrionais encontram-se em longitudes menores (entre 41oW e 42oW), embora
maiores longitudes não estejam correlacionadas a maiores distâncias do oceano (Tabela
4.4), já que a costa do Brasil apresenta um aumento da longitude de norte para sul. A
longitude também esteve positivamente correlacionada com a precipitação (Tabela 4.4).
Assim, menores longitudes correspondem a menores precipitações (serras do semiárido). Além disso, tanto a longitude quanto a latitude apresentaram altas correlações
negativas com as temperaturas (exceto para longitude e temperatura média) e altas
correlações positivas com a precipitação (Tabela 4.4), indicando que maiores latitudes e
longitudes correspondem a menores temperaturas e maiores precipitações. Este padrão
corrobora a hipótese do segundo gradiente ao longo de um eixo sul-norte (Figura 4.1),
onde as serras do sudeste do Brasil são mais frias e recebem maior precipitação em
comparação com aquelas localizadas mais ao norte.
As relações entre as variáveis geo-climáticas nos dois eixos principais da CCA
são apresentadas na Figura 4.4, onde é possível visualizar o primeiro gradiente, de leste
para oeste (eixo 1) e o segundo, de sul para norte (eixo 2).
Ao longo do eixo 1, no lado direito do diagrama, são observadas as localidades
de campos de altitude (Órgãos, Itatiaia, Caparaó, Papagaio e Ibitipoca) e, do centro para
o lado esquerdo, as localidades de campos rupestres do Espinhaço centro-meridional,
que correspondem às serras do Quadrilátero Ferrífero (Sol, Inficionado, Caraça [parte
baixa], Gandarela, Mascate, Piedade, Batatal, Curral e Alegria) e do maciço
montanhoso entre a Serra do Cipó e a região do planalto de Diamantina (Palácio, Boa
Vista, Brumas e Capivari) (Figura 4.4). Da direita para a esquerda, as localidades de
campos de altitude estão exatamente na mesma ordem em que se encontram no espaço
geográfico, da costa atlântica para o interior (Figuras 1.2 e 4.4). O padrão resultante
151
para as localidades de campos de altitude está ligado ao aumento da altitude, da latitude
e da precipitação e à diminuição das temperaturas e da distância do oceano. Por outro
lado, o padrão encontrado para os campos rupestres está ligado ao aumento da distância
do oceano e das temperaturas. Vale ressaltar que, no gradiente do eixo 1, é possível
visualizar a separação das localidades de campos de altitude das de campos rupestres.
Entretanto, aquelas serras que parecem apresentar ambos os tipos de vegetação,
representadas pelos altos picos da Serra do Caraça (Sol e Inficionado) e pela Serra do
Ibitipoca, tomaram uma posição relativamente intermediária entre as localidades de
campos rupestres e de campos de altitude, mas, ainda assim, estão agrupadas com outras
localidades dos sistemas orográficos nas quais se encontram localizadas.
No lado esquerdo do diagrama, ao longo do eixo 2, estão as localidades
representadas por serras do Espinhaço central e setentrional. Neste segundo gradiente,
as localidades aparecem, de baixo para cima, na mesma ordem em que estão localizadas
de sul para o norte na Cadeia do Espinhaço (da Serra Resplandecente à região do
Palmeiras – Figuras 1.2 e 4.4). Além disso, a Serra do Cabral, maciço completamente
isolado da porção central da Cadeia do Espinhaço (Figura 1.2), também aparece isolada
das demais localidades do setor norte-mineiro deste sistema orográfico (Figura 4.4). O
padrão resultante para o eixo 2 está ligado ao aumento da temperatura mínima e à
diminuição da longitude, da latitude e da precipitação.
Espécies indicadoras
A primeira dicotomia do TWINSPAN separou claramente as áreas de campos
rupestres (no lado negativo) das de campos de altitude (no lado positivo). A única
exceção foi a Serra de Ibitipoca que, por seu caráter intermediário, tanto geográfico,
quanto vegetacional, agrupou-se junto às demais localidades de campos rupestres.
Entretanto, tanto a Serra de Ibitipoca quanto os altos picos da Serra do Caraça (Sol e
Inficionado) foram considerados pela análise como localidades que se agruparam
marginalmente às outras (borderline negatives).
Um total de 136 espécies de aves foi discriminado pela primeira dicotomia do
TWINSPAN, sendo 53 delas indicadoras dos campos rupestres (Tabela 4.5), 45
indicadoras dos campos de altitude (Tabela 4.6) e 38 não preferenciais (supertramps)
(Tabela 4.7). Ao analisar estas listagens, com base em conhecimento prévio de campo,
percebe-se que elas tiveram grande sentido biogeográfico.
152
Na segunda divisão, as localidades do Espinhaço meridional (Serras do Mascate,
do Batatal, da Gandarela, do Curral, da Piedade, do Caraça [parte baixa], Picos do Sol e
do Inficionado, Alto da Boa Vista, Alto Palácio e Brumas do Espinhaço) e Ibitipoca (no
lado positivo) foram separadas daquelas localizadas no Espinhaço centro-setentrional
(Capivari, Serras Resplandecente, do Cabral, do Barão, do Pau D’Arco, das Almas,
Campina do Bananal, Mucugê e Palmeiras) (no lado negativo). A única exceção foi
Alegria, que, da mesma forma que na análise de classificação, agrupou-se com as
localidades do Espinhaço setentrional. Entretanto, a partir desta segunda divisão, as
espécies indicadoras apresentaram pouco sentido biogeográfico, com algumas exceções.
Por exemplo, esta divisão indicou espécies que estão claramente associadas ao setor
centro-setentrional da Cadeia do Espinhaço, tais como: Columbina picui, Aratinga
cactorum, Colibri delphinae, Chrysolampis mosquitus, Amazilia fimbriata, Augastes
lumachella, Sakesphorus cristatus, Myrmorchilus strigilatus, Synallaxis frontalis,
Hemitriccus margaritaceiventer e Polioptila plumbea. Da mesma forma, as espécies
indicadoras das serras do setor meridional da Cadeia do Espinhaço, discriminadas pela
análise, e que realmente se concentram nesta região deste sistema orográfico são:
Thalurania glaucopis, Leucochloris albicollis, Amazilia lactea, Picumnus cirratus,
Mackenziaena leachii, Scytalopus speluncae, Muscipipra vetula, Anthus hellmayri,
Tangara desmaresti e Pseudoleistes guirahuro. Por outro lado, esta subdivisão
apresentou espécies típicas de um ou outro setor da Cadeia do Espinhaço como
supertramps, tais como Campylopterus largipennis, Augastes scutatus e Asthenes
luizae. Isto ocorreu porque as montanhas localizadas no setor central da Cadeia do
Espinhaço (norte de Minas Gerais), que apresentam afinidades biogeográficas da
avifauna com aquelas do setor meridional (capítulo 3), agruparam-se com localidades da
Chapada Diamantina pela segunda subdivisão da análise.
DISCUSSÃO
A distinção das comunidades de aves das localidades de campos rupestres e de
campos de altitude foi perfeitamente corroborada pela análise de classificação (Figura
4.3). Dentre as localidades de campos rupestres, a única localidade que não se agrupou
perfeitamente com outras mais próximas geograficamente foi Alegria, o mesmo
ocorrendo na análise do TWINSPAN. Esta localidade do Espinhaço meridional
(Quadrilátero Ferrífero) agrupou-se junto àquelas do Espinhaço centro-setentrional. Isto
153
pode ser explicado pelo fato de Alegria ser a localidade que apresenta as mais baixas
altitudes no Espinhaço meridional (cerca de 900 m), o que permite que algumas
espécies de aves não encontradas em altitudes elevadas no Quadrilátero Ferrífero, mas
que vivem nos campos rupestres mais ao norte, ocorram nessa região. Exemplos são:
Columbina squammata, Pionus maximiliani, Chordeiles pusillus e Phaeomyias murina,
espécies que foram discriminadas pelo TWINSPAN para o agrupamento de Alegria
junto àquelas outras localidades mais setentrionais. Estas espécies talvez tenham sua
distribuição limitada por temperaturas mais baixas e/ou maiores precipitações, de modo
que podem ocorrer em campos rupestres de serras mais altas no Espinhaço setentrional,
mas apenas em áreas mais baixas (e mais secas) do Espinhaço meridional.
Os resultados obtidos pela CCA condizem com os dois principais gradientes
previstos (Figura 4.1), sendo um deles no sentido leste-oeste, apresentando contínua
diminuição da altitude e da precipitação e aumento das temperaturas e da distância do
oceano. O outro gradiente se dá no sentido sul-norte, com gradativo aumento das
temperaturas e diminuição da precipitação. É interessante notar que, há 40 anos, Brieger
(1969) já havia identificado estes dois gradientes com base em estudos sobre a
distribuição de espécies de orquídeas, tendo encontrado substituição progressiva de
espécies da região litorânea em direção ao Brasil central e do sul para o norte.
A correlação altamente positiva entre a latitude e a precipitação provavelmente
está ligada a um aumento gradual da semi-aridez nessas serras, do sul para o norte. De
acordo com dados compilados na revisão da família Cactaceae para o leste brasileiro
(Taylor & Zappi, 2004), foram encontrados os seguintes números de espécies de
campos rupestres nos diferentes setores da Cadeia do Espinhaço, do sul para o norte
(Apêndice 4.2): Espinhaço Sul (7), Serra do Cipó (7), planalto de Diamantina (16),
Norte de Minas Gerais (21) e Chapada Diamantina (24). Isto indica que, do sul para o
norte, há um aumento gradual na riqueza de espécies desta família, constituída
principalmente por plantas xerófitas, adaptadas à maior semi-aridez, o que condiz com
os resultados da CCA. Além disso, espécies de aves típicas da Caatinga, incluindo duas
endêmicas desta província biogeográfica, vivem nos campos rupestres da região centrosetentrional da Cadeia do Espinhaço, mas não em sua porção meridional (Parrini et al.,
1999; Vasconcelos & D’Angelo-Neto, 2007). Por outro lado, Salino & Almeida (no
prelo), analisaram os padrões de distribuição das pteridófitas da Cadeia do Espinhaço,
incluindo espécies de campos rupestres e formações adjacentes, concluindo que a
riqueza de espécies deste grupo, mais diversificado em regiões tropicais úmidas (Tryon,
154
1986), diminui do sul para o norte, o que também concorda com os resultados da CCA.
Nesse caso específico, o Quadrilátero Ferrífero, região com forte influência de
elementos da Mata Atlântica, apresentou a maior riqueza de pteridófitas na Cadeia do
Espinhaço (Salino & Almeida, no prelo). A ocorrência de espécies de aves típicas da
Mata Atlântica de altitude também foi registrada nos campos rupestres do Quadrilátero
Ferrífero (capítulo 3).
Aquelas localidades que parecem apresentar vegetações com características
intermediárias entre campos rupestres e campos de altitude, apesar de apresentarem
posições marginais em todas as análises (classificação, CCA e TWINSPAN),
agruparam-se com os sistemas orográficos nos quais as mesmas estão inseridas nas
análises de agrupamento e de ordenação (Figuras 1.1 e 1.2), ou seja, os altos picos da
Serra do Caraça (Sol e Inficionado) estiveram mais próximos das outras localidades de
campos rupestres que se encontram na Cadeia do Espinhaço, enquanto a Serra do
Ibitipoca esteve mais próxima ao conjunto de localidades dos campos de altitude que
fazem parte da Serra da Mantiqueira (Papagaio, Itatiaia e Caparaó). Na análise de
TWINSPAN, Ibitipoca agrupou-se marginalmente às localidades de campo rupestre da
Cadeia do Espinhaço. Embora na CCA as posições intermediárias dessas serras sugiram
que as comunidades de aves dos campos rupestres e dos campos de altitude possam
indicar um gradiente de leste para oeste, a análise também separou os dois tipos de
vegetação, o que condiz com os resultados da análise de classificação (Figuras 4.3 e
4.4). Assim, embora pareça haver um leve gradiente nas comunidades de aves dos
campos de altitude para os campos rupestres, é possível afirmar que as avifaunas de
ambos os tipos de vegetação são distintas.
O gradiente sugerido pelas três localidades com características vegetacionais
intermediárias entre campos rupestres e de altitude pode ser explicado por três motivos:
1) Os picos do Sol e do Inficionado apresentam altitudes muito elevadas (acima
de 2.000 m) em comparação com as outras localidades de campos rupestres, o que pode
restringir a ocorrência de espécies de aves que não suportam temperaturas muito baixas,
apresentando, além disso, aqueles táxons típicos das serras mais altas, representadas
pela vegetação dos campos de altitude. Um exemplo é Oreophylax moreirae, espécie
com distribuição nos campos de altitude das Serras do Mar e da Mantiqueira, com
ocorrência única na Cadeia do Espinhaço nos altos picos da Serra do Caraça (Figura
3.10). A ocorrência desta espécie no Espinhaço talvez esteja ligada às glaciações do
Pleistoceno, quando conexões climático-vegetacionais podem ter ocorrido entre as
155
montanhas do leste brasileiro, possibilitando a troca de elementos da fauna e da flora
(ver capítulos 1 e 3). Safford (2007), concluiu que “parece claro que, durante o último
máximo glacial, muitos habitats atualmente restritos aos topos de montanha foram
ecologicamente conectados por ambientes semelhantes, pelo menos ao longo dos eixos
dos maiores sistemas orográficos. Com múltiplas recorrências deste cenário, ao longo
do final do Terciário e Quaternário, as oportunidades para migrações, colonizações,
extinções e diferenciação genética teriam sido muitas vezes maiores. As distribuições de
muitos táxons vegetais ao longo das serras do sudeste do Brasil apóiam exatamente tal
cenário de repetidas conexões e desconexões entre os ambientes montanos através das
atuais lacunas geográficas” (tradução minha). Deste modo, a ocorrência isolada de O.
moreirae, assim como de manchas de campos de altitude nas partes mais elevadas da
Serra do Caraça devem ser relictos de populações possivelmente originárias das
montanhas costeiras durante eventos glaciais.
2) A Serra do Ibitipoca, pertencente ao complexo da Mantiqueira, é uma
formação quartzítica (Silveira, 1922; Dias et al., 2002; Benites et al., 2007), à
semelhança de muitas serras da Cadeia do Espinhaço e diferente das outras pertencentes
à Serra da Mantiqueira, que são formadas principalmente por granito e gnaisse (Petri &
Fúlfaro, 1988; Martinelli & Orleans e Bragança, 1996; Safford, 1999a; Caiafa & Silva,
2005). Este substrato rochoso de Ibitipoca, semelhante ao da Cadeia do Espinhaço, deve
favorecer a existência de diversos táxons vegetais típicos dos campos rupestres (ver
Rapini et al. [2001], Menini-Neto et al. [2007], M. A. L. Fontes, com. pess.),
responsáveis pela manutenção de uma paisagem e de possíveis recursos mais propícios
a elementos da avifauna da Cadeia do Espinhaço, em comparação com outras
localidades da Serra da Mantiqueira. Exemplos indicados pelo TWINSPAN são:
Rupornis magnirostris, Milvago chimachima, Falco femoralis, Hydropsalis torquata,
Tyrannus melancholicus, Myiarchus ferox, Cyanocorax cristatellus, Turdus leucomelas,
Piranga flava, Tangara cayana, Sicalis citrina e Gnorimopsar chopi.
3) Uma vez que os altos picos da Serra do Caraça encontram-se quase no
extremo sudeste da Cadeia do Espinhaço, portanto, mais próximos geograficamente da
Serra da Mantiqueira, e a Serra do Ibitipoca é uma das localidades mais interioranas da
Serra da Mantiqueira, a posição intermediária destas serras deve propiciar a troca de
elementos da avifauna até os dias atuais, já que muitas espécies de aves campestres
apresentam alta capacidade de dispersão. Além disso, as montanhas da região de
Ibitipoca e dos campos das vertentes (Carrancas, São João Del Rey, Tiradentes e
156
Lavras) estão praticamente conectadas àquelas do setor meridional da Cadeia do
Espinhaço por ambientes campestres (ver Azevedo [1962]), em altitudes acima de 1.000
m (Figuras 1.1 e 1.2), o que pode facilitar a dispersão de espécies de aves de áreas
abertas entre os dois sistemas orográficos.
A análise de TWINSPAN apresentou bons resultados para indicação de espécies
de campos rupestres e de campos de altitude, pelo menos na primeira divisão.
Obviamente, algumas destas espécies, apesar de mais características de um tipo de
vegetação, podem ocorrer marginalmente em outro. Exemplos são Leucochloris
albicollis, Mackenziaena leachii e Oreophylax moreirae, espécies discriminadas pela
análise como indicadoras de campos de altitude, embora ocorram marginalmente nos
campos rupestres do setor meridional da Cadeia do Espinhaço. Entretanto, de maneira
geral, a análise indicou muito bem as espécies mais características de cada tipo de
vegetação, com base em conhecimento de campo. Estes resultados não coincidem com
os obtidos por Barros (1998) para orquídeas de campos rupestres, estudo no qual as
análises de TWINSPAN não apresentaram resultados satisfatórios. Entretanto, Barros
(1998) usou na análise apenas uma pequena parcela das espécies de orquídeas
ocorrentes nos campos rupestres (72 das mais de 190 – ver Azevedo & van den Berg
[2007]), o que pode ter levado a resultados não satisfatórios e pouco definidos com
relação às espécies indicadoras. Além disso, seus resultados, baseados em análises de
classificação e de ordenação (CA e DCA), apresentaram poucos padrões coincidentes
ou comparáveis com os obtidos nas análises do presente estudo, especialmente porque o
trabalho de Barros (1998) foi baseado em análises do “modo R”, que levam em
consideração matrizes de distâncias entre as espécies, mas não entre as localidades
(“modo Q”), da forma aqui apresentada. Por outro lado, o estudo sobre orquídeas de
Azevedo & van den Berg (2007), embora concentrado em apenas sete localidades de
campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, apresentou resultados coincidentes tanto nas
análises de classificação, quanto de ordenação obtidos no presente estudo, sendo o fato
mais notável, a separação das localidades de campos rupestres da Chapada Diamantina
de outras localizadas no estado de Minas Gerais. Estes resultados coincidentes para aves
e orquídeas reforçam a hipótese da barreira geográfica entre os setores mineiro e baiano
da Cadeia do Espinhaço, conforme discussão no capítulo anterior.
157
TABELA 4.1. Localidades de campos rupestres e de altitude utilizadas nas análises e suas respectivas
variáveis geo-climáticas. As localidades são as mesmas citadas nos capítulos anteriores e estão agrupadas
por códigos de algarismos romano-arábicos de acordo com os seguintes sistemas orográficos: I = Cadeia
do Espinhaço; II = Serra da Mantiqueira; III = Serra do Mar.
Legenda: Lat. = latitude S; Long. = longitude W; Alt. = altitude (m); D. Oc. = distância do oceano (km);
Prec. = precipitação anual (mm); Tméd. = temperatura média anual (oC); Tmáx. = temperatura máxima
média (oC); Tmín. = temperatura mínima média (oC); S = Número total de espécies.
Campo
Lat.
Long.
Alt.
D. Oc.
Prec.
Tméd.
Tmáx.
Tmín.
Palmeiras
Localidade
I.5
Código
rupestre
12,448
41,458
1.140
285
822
21,0
27,0
16,2
S
60
Mucugê
I.10
rupestre
12,975
41,358
900
260
974
19,8
27,1
16,3
64
Almas
I.15
rupestre
13,530
41,910
1.450
315
943
20,6
27,5
16,7
66
Pau D’Arco
I.20
rupestre
15,057
42,670
1.400
390
920
20,0
28,6
17,8
54
Barão
I.24
rupestre
16,513
42,907
1.250
395
1.007
19,1
27,7
16,1
60
Bananal
I.25
rupestre
16,865
43,044
1.300
390
1.087
20,3
27,5
16,0
56
Resplandecente
I.26
rupestre
17,045
43,347
1.210
415
1.117
21,0
27,5
15,8
63
Cabral
I.27
rupestre
17,700
44,258
1.155
485
1.316
20,1
26,9
15,0
82
Capivari
I.32
rupestre
18,440
43,413
1.230
385
1.497
18,2
25,5
14,2
60
Alto da Boa
Vista
Brumas do
Espinhaço
Alto Palácio
I.35
rupestre
19,294
43,583
1.230
340
1.576
18,7
26,2
14,3
103
I.35
rupestre
19,040
43,718
1.250
370
1.542
20,1
26,3
14,3
54
I.35
rupestre
19,233
43,500
1.330
340
1.595
18,0
26,4
14,3
72
Piedade
I.36
rupestre
19,820
43,677
1.650
325
1.624
19,9
25,5
14,2
60
Curral
I.38
rupestre
19,961
43,912
1.330
340
1.507
19,2
25,5
13,7
64
Gandarela
I.40
rupestre
20,100
43,675
1.635
290
1.652
16,4
24,5
13,1
55
Caraça (parte
baixa)
Pico do
Inficionado
Pico do Sol
I.42
rupestre
20,100
43,474
1.360
290
1.624
17,0
25,4
13,8
57
I.42
rupestre
20,136
43,454
2.030
290
1.695
19,4
25,4
13,8
38
I.42
rupestre
20,111
43,445
2.000
290
1.770
19,4
25,4
13,8
32
Alegria
I.43
rupestre
20,143
43,421
910
285
1.429
19,4
25,4
13,8
52
Batatal
I.46
rupestre
20,255
43,538
1.440
275
1.574
20,2
24,9
13,3
54
Mascate
I.50
rupestre
20,457
43,925
1.485
260
1.606
17,7
24,6
13,0
60
Caparaó
II.1
altitude
20,419
41,809
2.400
120
1.779
13,5
25,5
13,3
55
Ibitipoca
II.6
altitude
21,678
43,877
1.635
135
1.690
19,6
24,0
13,5
72
Papagaio
II.7
altitude
22,047
44,688
2.045
105
2.076
15,0
23,1
11,1
38
Itatiaia
II.8
altitude
22,386
44,680
2.450
70
2.375
10,2
22,6
11,0
76
Órgãos
III.2
altitude
22,454
43,041
2.165
25
1.861
14,6
24,8
15,6
35
158
TABELA 4.2. Resultados da CCA e do teste de Monte Carlo para avifauna e variáveis geo-climáticas de
26 áreas de campos rupestres e de altitude com base em dados de presença/ausência de 224 espécies de
aves.
Autovalor
Porcentagem cumulativa da variância explicada para a presença das espécies
Correlação de Pearson para espécies-ambiente
Significância da correlação espécies-ambiente (teste de Monte Carlo)
Eixo 1
0,358
13,6
0,990
0,01
Eixo 2
0,186
20,7
0,986
0,01
Eixo 3
0,138
25,9
0,950
0,16
TABELA 4.3. Correlações dos dois primeiros eixos de ordenação da CCA para avifauna e variáveis geoclimáticas de 26 áreas de campos rupestres e de altitude com base em dados de presença/ausência de 224
espécies de aves.
Variáveis
Longitude
Latitude
Altitude
Precipitação anual
Temperatura média anual
Temperatura máxima média
Temperatura mínima média
Distância do oceano
Eixo 1
0,275
0,729
0,894
0,837
-0,845
-0,767
-0,667
-0,895
Eixo 2
-0,696
-0,614
0,045
-0,413
-0,009
0,187
0,410
-0,341
159
TABELA 4.4. Matriz de correlação para as variáveis geo-climáticas usadas na CCA.
Variáveis
Latitude
Altitude
Precipitação anual
Temperatura média anual
Temperatura máxima média
Temperatura mínima média
Distância do oceano
Long.
0,766
0,258
0,686
-0,323
-0,598
-0,686
-0,046
Lat.
Alt.
Prec.
Tméd.
Tmáx.
Tmín.
–
0,595
0,914
-0,596
-0,824
-0,842
-0,504
–
0,736
-0,775
-0,644
-0,580
-0,737
–
-0,783
-0,902
-0,915
-0,641
–
0,699
0,684
0,715
–
0,931
0,744
–
0,560
TABELA 4.5. Espécies de aves indicadoras de campos rupestres com base na classificação do
TWINSPAN para 26 áreas de campos rupestres e de altitude e 224 espécies de aves.
Espécie
Crypturellus parvirostris
Sarcoramphus papa
Rupornis magnirostris
Buteo melanoleucus
Milvago chimachima
Falco femoralis
Patagioenas picazuro
Aratinga aurea
Aratinga cactorum
Crotophaga ani
Hydropsalis torquata
Phaethornis pretrei
Campylopterus largipennis
Eupetomena macroura
Amazilia lactea
Augastes scutatus
Nystalus chacuru
Melanopareia torquata
Thamnophilus torquatus
Scytalopus speluncae
Lepidocolaptes angustirostris
Synallaxis frontalis
Synallaxis albescens
Asthenes luizae
Hemitriccus margaritaceiventer
Elaenia flavogaster
Elaenia cristata
Elaenia chiriquensis
Hirundinea ferruginea
Tyrannus melancholicus
Myiarchus ferox
Cyanocorax cristatellus
Stelgidopteryx ruficollis
160
TABELA 4.5. Continuação.
Espécie
Troglodytes musculus
Turdus leucomelas
Coereba flaveola
Piranga flava
Thraupis sayaca
Tangara cyanoventris
Tangara cayana
Dacnis cayana
Ammodramus humeralis
Porphyrospiza caerulescens
Sicalis citrina
Emberizoides herbicola
Embernagra longicauda
Volatinia jacarina
Sporophila nigricollis
Saltator similis
Saltator atricollis
Geothlypis aequinoctialis
Gnorimopsar chopi
Euphonia chlorotica
TABELA 4.6. Espécies de aves indicadoras de campos de altitude com base na classificação do
TWINSPAN para 26 áreas de campos rupestres e de altitude e 224 espécies de aves.
Espécie
Percnohierax leucorrhous
Patagioenas plumbea
Pyrrhura frontalis
Pionopsitta pileata
Guira guira
Phaethornis eurynome
Stephanoxis lalandi
Hylocharis cyanus
Leucochloris albicollis
Clytolaema rubricauda
Mackenziaena leachii
Thamnophilus caerulescens
Thamnophilus ruficapillus
Drymophila genei
Conopophaga lineata
Scytalopus notorius
Oreophylax moreirae
Cranioleuca pallida
Anumbius annumbi
Lochmias nematura
161
TABELA 4.6. Continuação.
Espécie
Hemitriccus obsoletus
Elaenia mesoleuca
Serpophaga nigricans
Serpophaga subcristata
Phylloscartes ventralis
Phylloscartes difficilis
Knipolegus cyanirostris
Muscipipra vetula
Ramphotrigon megacephalum
Turdus flavipes
Turdus rufiventris
Turdus amaurochalinus
Anthus hellmayri
Stephanophorus diadematus
Tangara desmaresti
Haplospiza unicolor
Donacospiza albifrons
Poospiza thoracica
Poospiza lateralis
Sicalis flaveola
Embernagra platensis
Sporophila caerulescens
Coryphospingus pileatus
Saltator maxillosus
Carduelis magellanica
TABELA 4.7. Espécies de aves não preferenciais (supertramps) com base na classificação do
TWINSPAN para 26 áreas de campos rupestres e de altitude e 224 espécies de aves.
Espécie
Rhynchotus rufescens
Nothura maculosa
Cathartes aura
Coragyps atratus
Buteo albicaudatus
Caracara plancus
Herpetotheres cachinnans
Falco sparverius
Cariama cristata
Columbina talpacoti
Aratinga leucophthalma
Caprimulgus longirostris
Streptoprocne zonaris
Streptoprocne biscutata
Colibri serrirostris
162
TABELA 4.7. Continuação.
Espécie
Chlorostilbon lucidus
Melanerpes candidus
Colaptes campestris
Furnarius rufus
Synallaxis spixi
Phacellodomus rufifrons
Phyllomyias fasciatus
Elaenia obscura
Camptostoma obsoletum
Polystictus superciliaris
Myiophobus fasciatus
Knipolegus lophotes
Knipolegus nigerrimus
Xolmis cinereus
Xolmis velatus
Pitangus sulphuratus
Cyclarhis gujanensis
Pygochelidon cyanoleuca
Mimus saturninus
Schistochlamys ruficapillus
Pipraeidea melanonota
Zonotrichia capensis
Molothrus bonariensis
163
APÊNDICE 4.1. Matriz de presença (1) e ausência (0) das espécies de aves nas seguintes localidades analisadas: 1 = Palmeiras; 2 = Mucugê; 3 = Almas; 4 = Pau D’Arco; 5 =
Barão; 6 = Bananal; 7 = Resplandecente; 8 = Cabral; 9 = Capivari; 10 = Alto da Boa Vista; 11 = Brumas do Espinhaço; 12 = Alto Palácio; 13 = Piedade; 14 = Curral; 15 =
Gandarela; 16 = Caraça (parte baixa); 17 = Pico do Inficionado; 18 = Pico do Sol; 19 = Alegria; 20 = Batatal; 21 = Mascate; 22 = Caparaó; 23 = Ibitipoca; 24 = Papagaio; 25
= Itatiaia; 26 = Órgãos. As espécies estão apresentadas na mesma ordem nomenclatural do Apêndice 3.2.
Espécie
Localidades
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
Crypturellus parvirostris
1
1
1
1
1
1
0
1
1
0
0
0
1
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
Rhynchotus rufescens
0
1
1
0
1
1
1
0
0
1
0
1
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
0
Nothura maculosa
1
1
0
0
0
1
1
0
1
1
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
0
1
0
Theristicus caudatus
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Cathartes aura
0
1
1
1
1
1
1
0
1
1
1
1
0
0
0
1
1
0
1
1
1
1
1
0
1
0
Coragyps atratus
1
1
0
1
1
1
1
1
0
1
0
1
1
1
1
1
0
1
1
1
1
0
1
1
1
1
Sarcoramphus papa
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
0
1
0
0
0
1
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
Elanus leucurus
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
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0
0
Ictinia plumbea
1
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0
0
0
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0
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0
0
0
0
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0
0
Heterospizias meridionalis
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0
0
0
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0
0
0
0
1
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
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Harpyhaliaetus coronatus
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Percnohierax leucorrhous
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
Rupornis magnirostris
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
0
1
0
Buteo albicaudatus
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
0
0
1
1
1
1
0
1
1
Buteo melanoleucus
1
0
1
1
0
1
0
0
0
1
0
0
0
1
0
1
1
1
0
1
0
0
1
0
0
0
Buteo albonotatus
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
1
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Caracara plancus
0
1
0
0
0
0
1
1
0
1
0
0
1
1
1
0
0
0
1
1
1
0
1
1
1
0
Milvago chimachima
1
1
1
0
1
1
1
1
1
1
0
1
1
1
1
1
1
0
1
0
1
0
1
0
1
0
Herpetotheres cachinnans
0
0
0
1
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0
0
0
1
0
0
0
0
0
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0
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0
0
0
1
1
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0
Falco sparverius
0
1
1
0
0
1
0
1
1
1
0
1
1
1
0
0
1
0
1
0
0
0
1
1
1
0
Falco femoralis
0
0
1
0
0
0
0
1
0
1
0
0
0
1
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0
0
0
0
0
0
0
1
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0
Falco peregrinus
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0
0
0
0
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0
0
0
0
0
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0
0
0
1
0
0
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0
0
0
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0
Porzana albicollis
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0
0
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0
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0
0
0
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Cariama cristata
1
1
1
1
1
0
1
1
1
1
0
1
1
0
0
0
0
0
1
0
1
1
1
1
1
1
164
APÊNDICE 4.1. Continuação.
Espécie
Localidades
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
Gallinago paraguaiae
0
0
1
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
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0
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0
0
0
Gallinago undulata
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Columbina minuta
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Columbina talpacoti
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
1
1
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
Columbina squammata
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
Columbina picui
1
1
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Patagioenas picazuro
0
0
0
0
0
0
1
1
0
1
0
0
1
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Patagioenas cayennensis
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0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
Patagioenas plumbea
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
Zenaida auriculata
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Leptotila verreauxi
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
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0
0
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0
0
0
0
0
Primolius maracana
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0
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
Diopsittaca nobilis
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0
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1
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0
0
0
0
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0
0
0
0
0
0
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0
0
0
0
Aratinga leucophthalma
0
0
0
1
0
1
1
0
1
0
0
0
1
0
0
0
1
0
1
0
0
0
1
1
1
0
Aratinga auricapillus
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0
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0
0
0
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1
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0
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0
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0
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0
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0
0
0
Aratinga aurea
0
0
0
0
1
0
0
1
1
1
1
1
0
1
0
0
0
0
0
1
1
0
0
0
0
0
Aratinga cactorum
1
1
1
1
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Pyrrhura frontalis
1
0
1
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0
0
0
1
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
Forpus xanthopterygius
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Brotogeris chiriri
0
0
0
0
1
0
1
1
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Pionopsitta pileata
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
Pionus maximiliani
0
0
0
1
0
0
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
Amazona aestiva
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Piaya cayana
1
0
0
0
0
0
0
1
0
1
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Crotophaga ani
1
1
1
0
0
0
0
0
1
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
Guira guira
0
0
0
0
0
0
1
0
0
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
1
0
Tyto alba
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
Megascops choliba
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
Glaucidium brasilianum
0
0
0
0
0
0
1
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Athene cunicularia
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
1
0
0
0
165
APÊNDICE 4.1. Continuação.
Espécie
Localidades
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
Nyctibius griseus
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Chordeiles pusillus
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0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
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0
0
0
0
0
0
Caprimulgus longirostris
0
1
0
1
0
0
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
0
1
1
1
1
0
1
1
Caprimulgus parvulus
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
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0
Hydropsalis torquata
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
1
0
0
0
1
1
0
1
0
0
0
Cypseloides senex
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Streptoprocne zonaris
0
1
1
0
0
0
0
0
0
1
0
1
0
1
1
0
0
1
0
0
1
0
1
0
1
1
Streptoprocne biscutata
1
1
0
1
0
0
1
1
1
0
1
0
1
1
0
1
1
0
1
1
0
0
1
0
1
1
Chaetura meridionalis
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
Phaethornis pretrei
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
1
1
1
1
1
1
0
0
0
0
Phaethornis eurynome
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
0
Campylopterus largipennis
0
0
0
0
1
0
0
1
1
0
1
0
0
0
0
1
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
Eupetomena macroura
0
0
1
0
1
1
1
1
1
1
0
0
1
1
0
0
0
0
1
0
1
0
0
1
0
0
Florisuga fusca
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Colibri delphinae
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Colibri serrirostris
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Chrysolampis mosquitus
1
1
0
1
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Stephanoxis lalandi
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
0
1
1
Chlorostilbon lucidus
1
1
1
1
1
0
0
1
0
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
1
1
1
0
1
1
0
Thalurania furcata
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Thalurania glaucopis
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
0
0
1
0
0
0
0
0
Hylocharis cyanus
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
Leucochloris albicollis
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
0
0
0
1
1
1
1
1
1
Amazilia versicolor
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Amazilia fimbriata
0
0
0
0
1
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Amazilia lactea
0
1
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
1
1
1
1
0
0
1
1
1
0
0
0
0
0
Clytolaema rubricauda
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
1
1
Augastes scutatus
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
1
1
1
1
1
1
0
0
0
0
0
Augastes lumachella
1
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Heliactin bilophus
0
0
1
0
0
0
0
1
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
166
APÊNDICE 4.1. Continuação.
Espécie
Localidades
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
Calliphlox amethystina
0
1
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
1
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Nystalus chacuru
0
0
1
0
0
0
0
0
1
1
1
1
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
Ramphastos toco
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
Picumnus cirratus
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
0
1
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
Melanerpes candidus
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
0
0
0
Veniliornis mixtus
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Colaptes campestris
1
1
1
0
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
Melanopareia torquata
1
1
1
1
0
1
0
1
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
1
1
0
0
0
0
0
Mackenziaena leachii
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
0
0
0
1
1
0
1
0
1
0
0
1
1
Taraba major
0
0
0
0
0
0
0
1
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0
0
0
0
0
0
0
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0
0
0
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0
0
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0
Sakesphorus cristatus
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0
0
1
1
0
1
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0
0
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0
0
0
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0
0
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0
0
0
0
Thamnophilus doliatus
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1
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0
0
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
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0
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0
0
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
1
Thamnophilus torquatus
1
1
1
1
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0
0
0
1
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0
1
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0
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0
Thamnophilus ruficapillus
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0
0
0
0
0
1
1
1
0
1
1
Myrmorchilus strigilatus
0
0
1
1
1
0
1
0
0
0
0
0
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0
0
0
0
0
0
0
0
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Herpsilochmus atricapillus
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0
0
1
0
0
0
1
0
0
0
0
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0
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Formicivora serrana
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1
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0
1
0
0
1
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0
0
0
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0
Formicivora melanogaster
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0
0
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
Formicivora rufa
0
0
1
0
0
0
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Formicivora grantsaui
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Drymophila genei
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
1
1
Conopophaga lineata
0
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0
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
1
1
Scytalopus notorius
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
Scytalopus speluncae
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
0
1
1
1
1
0
1
0
0
0
0
0
0
Scytalopus iraiensis
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Lepidocolaptes angustirostris
0
0
0
1
1
1
1
1
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Cinclodes pabsti
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Furnarius rufus
0
0
1
0
0
0
1
1
1
1
1
0
1
0
1
0
0
0
0
1
0
1
0
0
0
0
Oreophylax moreirae
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
0
0
0
1
0
0
1
1
167
APÊNDICE 4.1. Continuação.
Espécie
Localidades
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
Synallaxis frontalis
1
0
1
1
1
0
1
1
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Synallaxis albescens
0
0
0
0
1
1
1
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
Synallaxis spixi
1
1
1
1
0
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
1
1
1
1
1
1
Cranioleuca pallida
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
1
1
Asthenes luizae
0
0
0
0
0
1
1
0
1
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Phacellodomus rufifrons
0
0
1
0
0
1
1
0
0
1
1
1
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
0
0
0
0
Anumbius annumbi
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
Lochmias nematura
0
0
0
0
0
1
0
0
1
1
1
1
0
0
0
0
1
1
0
1
0
1
1
1
1
1
Hemitriccus obsoletus
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
Hemitriccus margaritaceiventer
0
1
1
1
0
1
1
1
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Todirostrum cinereum
0
0
1
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Phyllomyias fasciatus
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
0
1
1
0
0
1
0
0
1
1
0
0
0
0
1
0
Elaenia flavogaster
0
0
1
1
1
1
1
1
1
1
0
0
0
1
1
1
0
0
1
0
1
0
0
0
0
0
Elaenia albiceps
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
Elaenia parvirostris
0
0
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
Elaenia mesoleuca
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
1
1
Elaenia cristata
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
1
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0
0
0
0
Elaenia chiriquensis
0
0
0
1
0
0
0
1
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
0
0
0
0
0
Elaenia obscura
0
0
1
0
1
1
1
1
1
1
0
0
1
0
1
1
1
1
1
1
1
0
1
0
1
1
Camptostoma obsoletum
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
1
1
1
1
1
1
0
0
1
1
1
1
1
1
0
0
Serpophaga nigricans
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
Serpophaga subcristata
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
1
0
0
1
0
1
1
0
Phaeomyias murina
0
0
0
1
1
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
Polystictus superciliaris
1
0
1
1
0
1
1
0
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
1
1
0
Phylloscartes ventralis
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
0
Phylloscartes difficilis
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
Culicivora caudacuta
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Myiophobus fasciatus
0
0
0
1
0
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
1
1
1
1
0
1
0
0
Hirundinea ferruginea
1
1
1
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1
1
1
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1
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1
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1
0
0
0
1
0
0
0
0
0
1
1
0
1
0
168
APÊNDICE 4.1. Continuação.
Espécie
Localidades
1
2
3
4
5
6
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8
9
10
11
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13
14
15
16
17
18
19
20
21
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24
25
26
Knipolegus lophotes
0
0
0
0
0
0
1
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1
1
1
1
1
1
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0
0
0
0
1
1
1
1
1
0
Knipolegus nigerrimus
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
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1
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Turdus leucomelas
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1
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1
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0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
0
169
APÊNDICE 4.1. Continuação.
Espécie
Localidades
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
Turdus albicollis
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0
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1
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1
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1
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1
1
1
1
1
1
1
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1
1
1
1
1
1
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1
1
1
1
Coereba flaveola
1
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1
1
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Schistochlamys ruficapillus
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
1
Cypsnagra hirundinacea
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1
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1
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Tachyphonus rufus
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0
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1
1
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1
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1
1
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1
1
1
1
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1
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1
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1
1
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1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Ammodramus humeralis
1
1
1
1
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1
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Sicalis citrina
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
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1
1
1
1
1
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1
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1
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
170
APÊNDICE 4.1. Continuação.
Espécie
Localidades
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
Embernagra platensis
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0
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0
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0
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1
1
1
1
1
1
1
1
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1
1
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1
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1
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Sporophila nigricollis
1
1
0
1
1
1
0
1
1
0
1
0
1
0
1
0
0
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1
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0
0
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0
Sporophila caerulescens
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
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1
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0
Sporophila bouvreuil
0
0
0
0
0
1
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Coryphospingus pileatus
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
1
0
0
0
0
Saltator similis
0
1
1
1
0
0
0
1
0
0
1
0
0
1
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Saltator maxillosus
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
Saltator atricollis
1
1
1
0
0
0
1
1
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Parula pitiayumi
0
0
0
1
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Geothlypis aequinoctialis
1
1
1
0
0
1
1
1
0
1
1
1
0
1
0
0
0
1
1
1
1
1
0
0
0
0
Gnorimopsar chopi
1
1
1
0
1
1
1
1
1
1
1
1
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
1
0
0
0
Pseudoleistes guirahuro
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Molothrus bonariensis
0
0
0
0
0
0
1
0
0
1
0
0
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
Carduelis magellanica
1
0
0
0
1
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
1
1
0
Euphonia chlorotica
1
1
1
0
0
0
0
1
0
0
1
1
0
1
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Euphonia cyanocephala
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Chlorophonia cyanea
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Total
60
64
66
54
60
56
63
82
60
103
54
72
60
64
55
57
38
32
52
54
60
55
72
38
76
35
171
APÊNDICE 4.2. Matriz de presença (1) e ausência (0) das espécies da família Cactaceae ocorrentes em
diferentes setores de campos rupestres na Cadeia do Espinhaço. Dados compilados a partir da revisão de
Taylor & Zappi (2004). Os setores do Espinhaço mineiro estão de acordo com Rapini et al. (2002).
Espécie
Espinhaço
Sul
0
Serra do
Cipó
0
Planalto de
Diamantina
0
Norte de
Minas
0
Chapada
Diamantina
1
Arrojadoa dinae
0
0
1
1
1
Arrojadoa penicillata
0
0
0
0
1
Arrojadoa rhodantha
0
0
0
1
1
Arthrocereus glaziovii
1
0
0
0
0
Arthrocereus melanurus
0
1
1
0
0
Arthrocereus rondonianus
0
0
1
0
0
Brasicereus markgrafii
0
0
0
1
0
Cipocereus bradei
0
0
1
0
0
Cipocereus crassisepalus
0
0
1
0
0
Cipocereus laniflorus
1
0
0
0
0
Cipocereus minensis
1
1
1
1
0
Cipocereus pusilliflorus
0
0
0
1
0
Coleocephalocereus goebelianus
0
0
0
1
1
Discocactus horstii
0
0
0
1
0
Discocactus placentiformis
1
0
1
0
0
Discocactus pseudoinsignis
0
0
0
1
0
Discocactus zehntneri
0
0
0
0
1
Epiphyllum phyllanthus
0
1
1
1
0
Facheiroa squamosa
0
0
0
0
1
Leocereus bahiensis
0
0
0
1
1
Melocactus bahiensis
0
0
0
1
1
Melocactus concinnus
0
0
0
1
1
Melocactus glaucescens
0
0
0
0
1
Melocactus oreas
0
0
0
0
1
Melocactus paucispinus
0
0
0
0
1
Melocactus violaceus
0
0
0
0
1
Melocactus zehntneri
0
0
0
0
1
Micranthocereus albicephalus
0
0
0
1
0
Micranthocereus auriazureus
0
0
0
1
0
Micranthocereus flaviflorus
0
0
0
0
1
Micranthocereus purpureus
0
0
0
0
1
Micranthocereus streckeri
0
0
0
0
1
Micranthocereus violaciflorus
0
0
0
1
0
Opuntia monacantha
0
0
1
0
0
Pilosocereus aurisetus
1
1
1
0
0
Pilosocereus fulvinatans
0
0
0
1
0
Pilosocereus glaucochrous
0
0
0
0
1
Pilosocereus pachycladus
0
0
1
1
1
Rhipsalis floccosa
1
1
0
1
1
Rhipsalis lindbergiana
1
1
1
1
1
Rhipsalis russellii
0
1
1
1
1
Stephanocereus luetzelburgii
0
0
0
0
1
Tacinga inamoena
0
0
0
1
0
Uebelmannia buiningii
0
0
1
0
0
Uebelmannia gummifera
0
0
1
0
0
Uebelmannia pectinifera
0
0
1
0
0
Total
7
7
16
21
24
Arrojadoa bahiensis
172
FIGURA 4.1. Mapa mostrando os dois principais gradientes hipotéticos para a distribuição da avifauna dos
campos rupestres e dos campos de altitude: 1 = de leste para oeste, da costa atlântica ao centro-sul de
Minas Gerais; 2 = de sul para norte, dos campos de altitude mais meridionais, passando pela Cadeia do
Espinhaço, até a região da Chapada Diamantina. Áreas acima de 1.000 m de altitude estão destacadas em
cinza-escuro. Estados brasileiros: BA = Bahia; DF = Distrito Federal; ES = Espírito Santo; GO = Goiás;
MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo; TO = Tocantins.
173
Número cumulativo de espécies
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
1
3
5
7
9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37
Dias de levantamento
FIGURA 4.2. Curva cumulativa do número de espécies encontradas no Pico do Inficionado, Serra do
Caraça, ao longo de 36 dias de amostragem (losangos) e estimativa jackknife (quadrados) para o mesmo
conjunto de dados.
174
Similaridade (%)
100
75
50
25
0
Alegria
Pau D’Arco
Bananal
Capivari
Barão
Cabral
Respland.
Almas
Mucugê
Palmeiras
Batatal
Brumas
Palácio
Boa Vista
Curral
Mascate
Caraça
Piedade
Gandarela
Inficionado
Sol
Caparaó
Itatiaia
Órgaos
Ibitipoca
Papagaio
FIGURA 4.3. Dendrograma mostrando a similaridade da avifauna entre 26 áreas de campos rupestres e de altitude, utilizando o índice de Sørensen com UPGMA sobre dados
de presença e ausência de 224 espécies de aves.
175
Palmeiras
Mucugê
Eixo 2
Almas
Órgaos
Pau D’Arco
Itatiaia
Barão
Tmín
Ibitipoca
Caparaó
Tmáx
Tméd
Bananal
Resplandecente
Oceano
Papagaio
Capivari
Altitude
Gandarela
Mascate
Alegria
Cabral
Brumas
Boa Vista
Longitude
Piedade
Precipitação
Latitude
Batatal
Curral
Sol
Inficionado
Caraça
Palácio
Eixo 1
FIGURA 4.4. Eixos 1 e 2 da CCA mostrando a ordenação de 26 áreas de campos rupestres (círculos abertos) e de campos de altitude (círculos fechados), com base na presença de 224 espécies de
aves e suas correlações com variáveis geo-climáticas (representadas por vetores vermelhos).
Legenda: Oceano = distância do oceano (km); Tméd. = temperatura média anual (oC); Tmáx. = temperatura máxima média (oC); Tmín. = temperatura mínima média (oC).
176
CAPÍTULO 5.
CONSERVAÇÃO DA AVIFAUNA DOS CAMPOS RUPESTRES E
DE ALTITUDE DO LESTE DO BRASIL
Os campos rupestres e de altitude do leste brasileiro são reconhecidos como
áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade. Como exemplos, recentemente
foram identificadas 19 áreas importantes para a conservação das aves no leste do Brasil,
ao longo das áreas de campos rupestres e de altitude tratadas na presente revisão
(Bencke et al., 2006), sendo elas: Parque Estadual do Morro do Chapéu (código BA05),
Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA12), Botumirim (MG07), Parque Estadual
do Rio Preto (MG09), Parque Estadual do Pico do Itambé/Serra do Gavião (MG10),
Serra do Cipó (MG11), Serra do Caraça (MG14), Ouro Preto/Mariana (MG16), Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro (MG17), Parque Estadual da Serra do Papagaio
(MG18), Parque Nacional do Caparaó (ES/MG01), Complexo Pedra Azul/Forno
Grande (ES07), Parque Estadual do Desengano e entorno (RJ01), Parque Nacional de
Itatiaia (RJ/MG01), Região Serrana do Rio de Janeiro (RJ02), Serra dos Órgãos (RJ04),
Serra da Bocaina (RJ/SP01), Serra da Mantiqueira (SP/MG01) e São Francisco
Xavier/Monte Verde (SP/MG02).
Além disso, diversas regiões de campos rupestres e de altitude foram
consideradas como prioritárias para a conservação da biodiversidade do Cerrado (MMA
et al., 1999) e da Mata Atlântica (Conservation International do Brasil et al., 2000). No
Cerrado, destacam-se as seguintes áreas de campos rupestres: Parque Nacional da
Chapada Diamantina (código 108), Diamantina (código 205), Grão Mogol (código 206),
Serra do Cipó (código 207) e Serra do Cabral (código 209). Na Mata Atlântica, foram
identificadas como áreas prioritárias: Lençóis/Andaraí (código 144), Pico do Barbado
(código 147), região de Ouro Preto/Serra do Caraça (código 232), Serra do Caparaó
(código 235), Pedra Azul/Forno Grande (código 236), Serra do Brigadeiro (código 242),
Serra de São José (código 245), Ibitipoca (código 250), Serra dos Órgãos (código 402),
Serra da Mantiqueira (código 404) e Serra da Bocaina (código 409).
No estado de Minas Gerais, todas as localidades de campos rupestres e de
altitude ocorrentes na Cadeia do Espinhaço (códigos 10, 30, 57 e 85) e na Serra da
177
Mantiqueira (código 112) foram indicadas como áreas de importância especial para a
conservação da biodiversidade (Drummond et al., 2005). Ainda em Minas Gerais, a
UNESCO reconheceu, recentemente, a Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, pelo
fato de esta região abrigar espécies endêmicas da fauna e da flora e por ser uma das
maiores formações de campos rupestres no Brasil (UNESCO, 2008).
A revisão apresentada no capítulo 3 mostrou que espécies de aves endêmicas da
Mata Atlântica, do Cerrado e da Caatinga vivem nos campos rupestres e de altitude do
leste do Brasil. Além deste caráter de contato entre formações vegetacionais distintas,
tais habitats abrigam suas próprias espécies endêmicas. Dentre as espécies de aves
ocorrentes nestas áreas, 16 são consideradas ameaçadas ou quase-ameaçadas de
extinção em nível global ou nacional (Tabela 5.1). É notável, entretanto, que algumas
discrepâncias sejam observadas entre as listagens global e nacional. Por exemplo, nestas
áreas existem quatro espécies ameaçadas e duas quase-ameaçadas no Brasil (Machado
et al., 2005), enquanto que, na lista global, são encontradas seis espécies ameaçadas e
10 quase-ameaçadas (BirdLife International, 2007) (Tabela 5.1). Dois exemplos são
Asthenes luizae e Poospiza cinerea, espécies não consideradas ameaçadas no Brasil,
mas incluídas na categoria de vulnerável em nível global (Tabela 5.1). Tais
discrepâncias se devem, principalmente, ao fato de estas listagens serem revisadas por
diferentes profissionais, de modo que, os revisores estrangeiros são mais conservadores
que os brasileiros, mantendo espécies em categorias de ameaça, mesmo após a
publicação de dados sobre extensões em suas áreas de distribuição geográfica (e.g,
Vasconcelos et al., 2002a).
Foram decretadas 33 reservas que preservam áreas representativas de campos
rupestres e de altitude ao longo da área de estudo, considerando-se apenas as Unidades
de Proteção Integral (Parques Nacionais, Estaduais e Municipais; Monumentos
Naturais) e uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (Camargos, 2001; Rocha et
al., 2005; Bencke et al., 2006; IBAMA, 2008; IEF-MG, 2008) (Tabela 5.2). As
Unidades de Uso Sustentável não foram consideradas neste estudo, uma vez que não
garantem a conservação das áreas de vegetação nativa, a exemplo da Área de Proteção
Ambiental Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte, decretada no Quadrilátero
Ferrífero (Camargos, 2001), onde quase todas as áreas de campos rupestres sobre canga
estão sendo rapidamente destruídas pela atividade mineradora (Jacobi, 2008).
Após a revisão do capítulo 3, apenas dois novos registros recentes para Augastes
scutatus e Asthenes luizae foram realizados no Parque Nacional das Sempre-Vivas
178
(Vasconcelos et al., 2008d), região anteriormente desconhecida ornitologicamente.
Adicionando-se Formicivora grantsaui (endêmica da Chapada Diamantina) à listagem
da Tabela 5.1, percebe-se que a representatividade de espécies endêmicas e ameaçadas
de extinção nas reservas ainda apresenta diversas lacunas de ocorrência (Tabela 5.3).
Por exemplo, Nothura minor não está representada em nenhuma unidade de
conservação. Espécies que apresentam distribuição geográfica relativamente ampla ao
longo da área de estudo e que poderiam ter sido registradas em mais unidades de
conservação
são:
Harpyhaliaetus
coronatus,
Primolius
maracana,
Aratinga
auricapillus, Phylloscartes difficilis, Culicivora caudacuta, Porphyrospiza caerulescens
e Poospiza cinerea (Tabela 5.3). Isto se deve, principalmente, ao fato de que a maioria
destas áreas protegidas nunca foi amostrada por ornitólogos. Neste aspecto, cabe
mencionar que nenhuma destas espécies de valor conservacionista ainda foi registrada
em oito destas 33 reservas (Tabela 5.3), o que reforça a necessidade de levantamentos
ornitológicos nestas áreas. Por outro lado, espécies tais como Augastes scutatus,
Augastes lumachella, Asthenes luizae, Polystictus superciliaris e Embernagra
longicauda são relativamente bem representadas nestas reservas ao longo de suas áreas
de distribuição geográfica (Tabela 5.3).
Dentre as reservas que abrigam maiores números de espécies endêmicas e
ameaçadas de extinção, destacam-se os Parques Nacionais da Chapada Diamantina e da
Serra do Cipó, além dos Parques Estaduais da Serra do Cabral e da Serra do Rola-Moça,
áreas onde recentes levantamentos foram realizados (capítulos 2 e 3).
Além das lacunas no conhecimento sobre espécies de aves endêmicas e
ameaçadas de extinção, tais reservas ainda não podem garantir a conservação de sua
avifauna devido a vários problemas de gestão e de controle de atividades clandestinas.
Alguns destes problemas são amplamente distribuídos em todas as unidades de
conservação, enquanto outros são mais locais, dependendo da região. Abaixo, são
apresentados alguns destes principais problemas que tornam um desafio a conservação
da avifauna e de toda a biota nessas reservas:
“Parques de papel”
Muitas das reservas aqui mencionadas existem apenas no papel, ou seja, foram
criadas por decreto, mas não houve implantação de qualquer tipo de obra de infraestrutura, nem contratação de pessoal, não havendo controle de atividades ilegais
(Salino & Almeida, no prelo). Exemplos são os Parques Estaduais de Serra Nova, Grão
179
Mogol, Serra do Cabral e o Parque Nacional das Sempre-Vivas. Além destes, o Parque
Nacional da Chapada Diamantina tem apenas cerca de 50% de sua área regularizada
(Bencke et al., 2006).
Muitas destas reservas foram criadas sem que os proprietários rurais tivessem
recebido qualquer tipo de compensação financeira por suas terras. Como resultado,
alguns ex-proprietários de terras, revoltados, ateiam fogo de maneira recorrente nos
campos rupestres dos Parques Estaduais da Serra do Cabral e de Grão Mogol, como
uma forma de reclamar pelo dinheiro que nunca receberam (ver abaixo). No Parque
Nacional das Sempre-Vivas, ainda vivem garimpeiros da região que continuam a
executar suas atividades de garimpo, além de plantarem roças, realizarem queimadas e
criarem animais, como bois e cavalos.
Falta de pessoal envolvido para fiscalização de atividades clandestinas
As equipes que trabalham nessas reservas, quando existentes, são compostas por
poucas pessoas, incapazes de fiscalizar amplas áreas de vegetação nativa contra a
pilhagem do patrimônio natural. Nas regiões situadas entre a Serra do Cipó e o planalto
de Diamantina, na Serra do Cabral e na Chapada Diamantina, muitas famílias vivem
com base na coleta e na venda de sempre-vivas, plantas endêmicas das famílias
Eriocaulaceae, Cyperaceae, Poaceae e Xyridaceae, valiosas para fins ornamentais
(Giulietti et al., 1987, 1997; Giulietti et al., 1988; Pirani et al., 1994; Harley, 1995).
Adicionalmente, turistas também coletam plantas raras e endêmicas, tais como
orquídeas, bromélias, cactos e lírios (Giulietti et al., 1987, 1997; Conceição, 2000;
Vasconcelos, 2000a). Na Reserva Particular do Patrimônio Natural do Caraça, turistas
retiram canelas-de-ema (Velloziaceae) dos campos rupestres, usando-as como lenha em
acampamentos (Vasconcelos, 2000a). O mesmo ocorre na Chapada Diamantina, onde a
população local utiliza canelas-de-ema como lenha (Harley, 1995; Giulietti et al., 1997).
O fogo é outra ameaça significativa nesses topos de montanha e amplas áreas de
vegetação nativa queimam quase todos os anos nos Parques Nacionais da Chapada
Diamantina e da Serra do Cipó (Conceição, 2000; Ribeiro, 2006; obs. pess.). Na região
da Serra do Caraça, um incêndio criminoso afetou um dos brejos onde Scytalopus
iraiensis havia sido registrado. Após o incêndio, a espécie não foi mais encontrada nesta
área (obs. pess.). Infelizmente, muitos dos incêndios que ocorrem nos ambientes
campestres dos topos de montanha do leste do Brasil são causados por turistas que
acampam nessas áreas (ver abaixo), por criadores de gado que possuem pastagens nas
180
adjacências ou por ex-proprietários, descontentes por não terem sido pagos por suas
terras desapropriadas pela criação de reservas (Giulietti et al., 1997; Ribeiro, 2006). As
modificações ambientais causadas pelo fogo nos campos rupestres e de altitude incluem
o empobrecimento da flora nativa, facilitando a ocorrência de espécies de plantas
invasoras que competem por espaço e luz com as espécies nativas e endêmicas
(Martinelli & Orleans e Bragança, 1996; Safford, 1999a; Vasconcelos, 2000a;
Vasconcelos et al., 2002b; Harley & Giulietti, 2004; Martens, 2008; Mocochinski &
Scheer, 2008). Nos campos rupestres da Serra de São José, a presença de gado bovino
contribui para a fertilização do solo, facilitando o estabelecimento de plantas invasoras,
tais como o capim-gordura (Melinis minutiflora), que contribuem para o aumento dos
incêndios (Alves & Kolbek, 2009). A descaracterização da vegetação dos ambientes
campestres altimontanos é, assim, uma grave ameaça à sua avifauna, já que existem
várias interações entre aves e plantas nestas áreas (Vasconcelos & Lombardi, 2001;
Faustino & Machado, 2006; Machado et al., 2007a).
Turismo descontrolado
Muitas destas reservas, assim como suas adjacências, estão ameaçadas pelo
crescente turismo descontrolado. A recém-criada rota da “Estrada Real”, ligando a costa
do sudeste do Brasil (Parati e Rio de Janeiro) às serras de Minas Gerais, é uma perigosa
ameaça à conservação da avifauna dos campos rupestres e de altitude, uma vez que o
número de turistas aumenta rapidamente a cada ano. O asfaltamento de parte desta
“estrada ecológica” destruiu parcialmente os campos rupestres da localidade-tipo de
Asthenes luizae, uma espécie globalmente vulnerável (BirdLife International, 2007).
Este tipo de desenvolvimento representa uma séria ameaça a esta espécie de ave na
região (Gomes & Rodrigues, 2006a), como também à Coccoloba cereifera
(Polygonaceae), uma espécie de planta endêmica restrita e ameaçada de extinção (Melo,
2000; Mendonça & Lins, 2000; Viana et al., 2005).
Nos campos de altitude dos Parques Nacionais do Caparaó, do Itatiaia e da Serra
dos Órgãos, assim como no Parque Estadual do Ibitipoca, um grande número de turistas
acampa nos topos das montanhas, pisoteando a vegetação nativa e causando incêndios
acidentais. É comum encontrar centenas de pessoas acampadas nessas áreas durante
finais de semana, férias ou feriados. No Parque Nacional do Caparaó, mulas carregam
turistas aos campos de altitude (Vasconcelos, 2003). Esses animais pisoteiam e pastam a
181
flora nativa dos campos de altitude da Serra do Caparaó, composta por espécies de
plantas endêmicas e raras (Giulietti & Hensold, 1990; Leoni, 1997).
Fora das reservas, os impactos acima mencionados também representam
importantes ameaças à avifauna. Adicionalmente, outros impactos que afetam a
avifauna destes topos de montanha são representados principalmente pela mineração
(Vasconcelos et al., 1999b). No Quadrilátero Ferrífero, extensas áreas de campos
rupestres que ocorrem sobre afloramentos rochosos ricos em minério de ferro (canga)
têm sido rapidamente destruídas pela mineração (Jacobi et al., 2007; Versieux &
Wendt, 2007; Jacobi, 2008). A perda de áreas deste tipo especial de campos rupestres
provavelmente levou Augastes scutatus à extinção local em duas serras do Quadrilátero
Ferrífero (Vasconcelos, 1999b; H. B. Gomes, com. pess.). Além disso, esportes
“radicais” praticados por motoqueiros vêm causando profundas erosões na região
(Martens, 2008).
Conclusões
Apesar de as áreas de campos rupestres e de altitude do leste brasileiro serem
reconhecidas como prioritárias para a conservação da biodiversidade, além do fato de
um número relativamente expressivo de unidades de conservação ter sido criado nestas
regiões, pouco ainda é conhecido da avifauna de boa parte destas reservas.
Levantamentos biológicos (incluindo a avifauna) deveriam ser uma prioridade para os
órgãos gestores, que poderiam incentivar e facilitar a pesquisa dentro das unidades de
conservação. Em alguns casos, o levantamento da avifauna dentro destas reservas tornase extremamente burocrático e complicado, especialmente se envolver coleta de
exemplares, porque muitos gerentes não permitem ou apresentam um ponto de vista
radical contra esta atividade. Infelizmente, os recentes estudos de campo em ornitologia,
não apenas no Brasil, mostram um forte declínio nas atividades de coleta científica de
espécimes (e.g., Remsen, 1995; Winker, 1996; Peterson et al., 1998; Tubelis & Tomas,
2003; Freymann & Schuchmann, 2005). Vários são os motivos que os gestores usam
como argumento contra as atividades de coleta científica de aves. Dentre eles, existe a
falsa idéia de que os museus já estejam abarrotados de espécimes, não sendo mais
necessário coletar aves, de modo que tal atividade poderia comprometer a conservação
das espécies. Entretanto, cálculos científicos demonstraram que a coleta de exemplares
não afeta a maioria das populações de aves e que outras atividades humanas são as
182
grandes responsáveis pela maior perda da biodiversidade da avifauna (Remsen, 1995;
Oniki & Willis, 1996). Além disso, quase nada se sabe sobre variação geográfica das
espécies de aves no Brasil e novas espécies só puderam ser descritas com base em
coleta de material zoológico. Uma vez que uma nova espécie é descrita, maiores
argumentos se têm para conservar seu habitat. Deste modo, a coleta de exemplares
contribui para um maior conhecimento da avifauna, gerando informação de base para
sua conservação (Vuilleumier, 1988, 2000; Remsen, 1995; Rojas-Soto et al., 2002;
Stiles, 2002; Cuervo et al., 2006; Kannan, 2007), devendo ser vista pelos gestores como
uma atividade científica e não como uma pilhagem do patrimônio natural. Assim, mais
inventários avifaunísticos devem ser realizados nos topos de montanha do leste do
Brasil, visando um melhor conhecimento de sua avifauna. As recentes descobertas e
descrições de Asthenes luizae e Formicivora grantsaui (Vielliard, 1990b; Gonzaga et al,
2007) são bons exemplos de como a avifauna dos campos rupestres da Cadeia do
Espinhaço ainda é pouco conhecida. A partir destes levantamentos e de estudos sobre a
biologia das diversas espécies, será possível elaborar planos de manejo para a
conservação da avifauna e de seus habitats nestas áreas protegidas.
Os órgãos gestores também deveriam priorizar a implantação de infra-estrutura
nos “parques de papel”, assim como contratar um número realista de pessoas que
trabalhem na fiscalização de atividades ilegais nas unidades de conservação e em seus
arredores. Uma vez que incêndios tendem a se alastrar com facilidade nos campos
rupestres e de altitude durante a estação seca, a criação de brigadas de combate a
incêndios também deveria ser incentivada.
Além disso, cada reserva deveria investir esforços na elaboração de planos de
manejo, com a contratação de uma equipe multidisciplinar, visando zonear áreas onde
as atividades turísticas possam ou não ocorrer (ver Rocha et al. [2005]). É também
importante que estes estudos considerem o número máximo de turistas que podem
utilizar as áreas de acesso permitido, durante determinado período.
Por fim, uma vez que as atividades mineradoras vêm degradando rapidamente os
campos rupestres sobre canga, maiores esforços devem ser orientados para a criação de
reservas em áreas onde há este tipo especial de vegetação, tanto no Quadrilátero
Ferrífero (ver Salino & Almeida [no prelo]), quanto na região de Conceição do Mato
Dentro. A única reserva que preserva pequenas áreas de campo rupestre sobre canga é o
Parque Estadual da Serra do Rola-Moça (Viana, 2008).
183
TABELA 5.1. Espécies de aves ameaçadas ou quase-ameaçadas de extinção no Brasil e no mundo
registradas nos campos rupestres e de altitude do leste do Brasil. Categoria: NT = quase-ameaçada (nearthreatened); VU = vulnerável (vulnerable); EN = ameaçada (endangered).
Família / Espécie
Brasil
Mundo
VU
VU
VU
EN
Primolius maracana
NT
NT
Aratinga auricapillus
-
NT
Augastes scutatus
-
NT
Augastes lumachella
-
NT
-
NT
EN
EN
Cinclodes pabsti
NT
NT
Asthenes luizae
-
VU
Polystictus superciliaris
-
NT
Phylloscartes difficilis
-
NT
Culicivora caudacuta
VU
VU
Porphyrospiza caerulescens
-
NT
Poospiza cinerea
-
VU
Embernagra longicauda
-
NT
Tinamidae
Nothura minor
Accipitridae
Harpyhaliaetus coronatus
Psittacidae
Trochilidae
Thamnophilidae
Drymophila genei
Rhinocryptidae
Scytalopus iraiensis
Furnariidae
Tyrannidae
Emberizidae
184
TABELA 5.2. Reservas criadas nas localidades de campos rupestres e de altitude do leste do Brasil.
Códigos numéricos para as localidades são apresentados na Tabela 1.1, com exceção do Parque Nacional
das Sempre-Vivas, que não foi considerado na presente revisão. Estados: BA = Bahia; ES = Espírito
Santo; MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo.
Número
Reservas
Estados
Localidades
1
Parque Estadual do Morro do Chapéu
BA
I.3
2
Monumento Natural Cachoeira do Ferro Doido
BA
I.3
3
Parque Nacional da Chapada Diamantina
BA
I.5, I.6, I.7, I.8, I.9, I.10
4
Parque Municipal de Mucugê
BA
I.10
5
Parque Municipal da Serra das Almas
BA
I.15
6
Parque Estadual de Serra Nova
MG
I.23
7
Parque Estadual de Grão Mogol
MG
I.24
8
Parque Nacional das Sempre-Vivas
MG
-
9
Parque Estadual da Serra do Cabral
MG
I.27
10
Parque Estadual de Biribiri
MG
I.30
11
Parque Estadual do Pico do Itambé
MG
I.32
12
Parque Estadual do Rio Preto
MG
I.32
13
Parque Nacional da Serra do Cipó
MG
I.35
14
Parque Estadual da Serra do Intendente
MG
I.35
15
Parque Municipal Salão de Pedras
MG
I.35
16
Monumento Natural Serra da Ferrugem
MG
I.35
17
Monumento Natural Serra da Piedade
MG
I.36
18
Parque Municipal das Mangabeiras
MG
I.38
19
Parque Municipal Paredão da Serra do Curral
MG
I.38
20
Parque Estadual da Serra do Rola-Moça
MG
I.39
21
Reserva Particular do Patrimônio Natural do Caraça
MG
I.42
22
Parque Estadual do Itacolomi
MG
I.48
23
Parque Nacional da Serra do Caparaó
ES/MG
II.1
24
Parque Estadual da Serra do Brigadeiro
MG
II.3
25
Parque Estadual do Ibitipoca
MG
II.6
26
Parque Estadual da Serra do Papagaio
MG
II.7
27
Parque Nacional do Itatiaia
MG/RJ
II.8
28
Parque Municipal Itapetinga Grota Funda
SP
II.13
29
Parque Estadual da Pedra Azul
ES
III.1
30
Parque Nacional da Serra dos Órgãos
RJ
III.2
31
Parque Estadual do Desengano
RJ
III.2
32
Parque Estadual dos Três Picos
RJ
III.2
33
Parque Nacional da Serra da Bocaina
RJ/SP
III.3
185
TABELA 5.3. Ocorrência de espécies endêmicas e ameaçadas nas reservas em localidades de campos rupestres e de altitude do leste do Brasil. Códigos numéricos para as
reservas são apresentados na Tabela 5.2. As células preenchidas por cinza correspondem às localidades que estão dentro das áreas de distribuição geográfica de cada espécie.
Reservas
Família / Espécie
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
X
X
31
32
33
Tinamidae
Nothura minor
Accipitridae
Harpyhaliaetus coronatus
X
X
Psittacidae
Primolius maracana
X
Aratinga auricapillus
X
Trochilidae
Augastes scutatus
Augastes lumachella
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Thamnophilidae
Formicivora grantsaui
X
Drymophila genei
X
X
Rhinocryptidae
Scytalopus iraiensis
X
X
Furnariidae
Cinclodes pabsti
X
Asthenes luizae
X
X
X
X
X
X
X
X
Tyrannidae
Polystictus superciliaris
X
X
X
X
X
Phylloscartes difficilis
X
X
X
X
X
X
Culicivora caudacuta
X
X
X
X
Emberizidae
Porphyrospiza caerulescens
X
X
X
X
X
186
TABELA 5.3. Continuação.
Reservas
Família / Espécie
1
2
3
4
5
6
7
8
Poospiza cinerea
9
10
11
12
X
Embernagra longicauda
X
Total
3
X
1
5
X
1
1
X
0
2
5
14
15
16
17
18
X
X
2
13
0
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
0
2
1
3
0
1
2
0
0
1
X
X
X
X
X
4
4
9
3
0
0
X
X
X
X
X
X
X
3
1
4
6
4
3
2
187
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