Língua Portuguesa – Literatura Brasileira
Índice
A Semana de Arte Moderna
Antecedentes da Semana
A Semana - Documentação
Coleção Mário de Andrade do IEB/USP
O Brasil de 1922 a 1930
O modernismo dos anos 1920
A geração dos anos 1920
"O Homem Amarelo", de Anita Malfatti, 1915.
Óleo sobre tela, 61 x 51 cm.
Coleção Mário de Andrade do Instituto de Estudos Brasileiros – USP-SP.
A Semana de Arte Moderna
“O passado é lição para se meditar, não para reproduzir.”
ANDRADE, Mário de. Prefácio interessantíssimo. Pauliceia desvairada.
 A Semana de Arte Moderna é considerada o marco do modernismo no Brasil.
 As manifestações modernistas ocorreram principalmente nas artes plásticas e na
literatura, mas também houve presença da música e até mesmo da arquitetura.
 As manifestações se relacionavam com as transformações políticas, econômicas e
sociais do período.
 Os modernistas buscavam uma identidade nacional para as artes brasileiras,
influenciados pelos movimentos de vanguarda europeia: expressionismo, cubismo,
futurismo e surrealismo.
2
A Semana de Arte Moderna
© www.itaucultural.org.br
Vejamos alguns dos principais artistas
da Semana de Arte Moderna:
• Artes Plásticas:
 Anita Malfatti
 Di Cavalcanti
 Vicente do Rego Monteiro
 Victor Brecheret
• Música:
 O maestro Heitor Villa-Lobos
•
Literatura:
 Mário de Andrade
 Oswald de Andrade
"Mulheres, Flores e Arara”, de Emiliano Di Cavalcanti,
1966. Óleo sobre tela de c.i.d. 140 x cm
 Manuel Bandeira
3
A Semana de Arte Moderna
Não foi por acaso que a Semana de Arte Moderna aconteceu em São Paulo, no
Teatro Municipal, em fevereiro de 1922.
1922
Teatro Municipal
São Paulo
Comemoração
do
primeiro
Independência do Brasil.
centenário
da
Inaugurado em 1911, idealizado para as grandes
apresentações de Ópera, era orgulho da elite
paulistana. Considerado pelos modernistas o melhor
local dentro da cidade de São Paulo para realização
do evento.
Para os modernistas, apenas São Paulo reunia as
condições para sediar a Semana. Pela diversidade
de raças, crenças e classes sociais de sua
população era o palco ideal para o evento que
mostrava uma arte inovadora, que rompia com as
estruturas do passado.
Segundo Mário de Andrade, “São Paulo estava, ao
mesmo tempo, pela sua atualidade comercial e sua
industrialização, em contato mais espiritual e mais
técnico com a atualidade do mundo”.
4
Os Antecedentes da Semana
Mário de Andrade afirmava que a Semana de Arte Moderna abriu na verdade a
segunda fase do modernismo, que foi de 1922 a 1930. Para o autor, o modernismo
no Brasil teve início em 1917 com a exposição da pintura de Anita Malfatti.
 1917:
•
Oswald de Andrade conhece Mário de Andrade.
•
Mário de Andrade, com o pseudônimo de Mário Sobral,
publica o poema regionalista Juca Mulato.
•
O Pirralho, semanário humorístico dirigido por Oswald
de Andrade, publica a primeira versão de Memórias
sentimentais de João Miramar, com ilustrações de Di
Di Cavalcanti, pintor, ilustrador, caricaturista e desenhista
Para entender melhor o período que antecede a Semana, veremos a seguir uma
breve retrospectiva dos três anos anteriores:
Cavalcanti.
•
Di Cavalcante realiza sua exposição de caricaturas.
5
•
É inaugurada em São Paulo a rumorosa exposição
de Anita Malfatti.
• O Jornal Estado de São Paulo publica o polêmico
artigo “Paranoia ou mistificação? A propósito da
Exposição Malfatti”, assinado por Monteiro Lobato.
Museu de Arte Contemporânea
da Universidade de São Paulo
Os Antecedentes da Semana
• Os jovens artistas de São Paulo, liderados por Mário
de Andrade e Oswald de Andrade, unem-se em
defesa de Anita e da arte moderna.
"A Boba", de Anita Malfatti, 1917.
Óleo sobre tela, 61 x 50,6 cm. Museu de Arte
Contemporânea, São Paulo-SP.
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de
São Paulo (MAC-USP).
6
Os Antecedentes da Semana
 1919:
•
Guilherme de Almeida publica Messidor.
•
Manuel Bandeira publica Carnaval.
 1921:
•
Manifesto do Trianon: primeira manifestação artística do
grupo que no ano seguinte faria a Semana de Arte
Moderna.
•
Mário de Andrade escreve os poemas de Pauliceia
Desvairada.
•
Mário de Andrade publica uma série de artigos críticos
sobre os poetas parnasianos, que ainda dominavam o
ambiente literário, eram os chamados Mestres do passado.
Nesses artigos entre outras ironias afirma:
7
Os Antecedentes da Semana
Malditos para sempre os Mestres do
Passado! Que a simples recordação de um
de vós escravize os espíritos no amor
incondicional pela Forma! Que o Brasil seja
infeliz porque vos criou! Que o universo se
desmantele porque vos comportou!
E que não fique nada! nada! nada!
BRITO, Mário da Silva. História do Modernismo Bras.: antecedentes da Semana de Arte
Moderna. 4.ed. Rio de Janeiro: Civilização Bras., 1974.
•
Em novembro de 1921 acontece a exposição de
Di Cavalcanti, Fantoches da meia-noite. O pintor
conhece Graça Aranha, durante a mostra, e
nessa mesma ocasião surge a ideia de realizar a
Semana de Arte Moderna.
8
 A Semana de Arte Moderna foi amplamente
divulgada pela imprensa.
Editora 34
IEB/USP
A Semana - documentação
Capa do catálogo da exposição de artes
plásticas da Semana, desenho assinado por Di
Cavalcanti.
Páginas internas do catálogo da
exposição da Semana de Arte
Moderna de 1922, com a relação dos
artistas e obras apresentadas,
realizada em São Paulo. fac-símile
Brecheret, Anita Malfatti, Di
Cavalcanti, Tarsila do Amaral,
Vicente do Rego Monteiro, e outros
mencionados
9
O Modernismo dos anos 1920
Claro Gustavo Jansson
O Brasil depois de 1922
 Quebra da Bolsa de Valores de
Nova York.
 Fundação dos partidos Comunista
(1922) e Democrático (1926).
 Formação da Coluna Prestes.
 Revolução de 1930 - ascensão de
Getúlio Vargas ao poder.
Getúlio Vargas sendo recepcionado por uma multidão
em Itararé-SP
 Inicia-se uma nova era da história
brasileira.
10
O Modernismo dos anos 1920
Moça linda bem tratada
Moça linda bem tratada,
Três séculos de família,
Burra como uma porta:
Um amor.
Grã-fino do despudor,
Esporte, ignorância e sexo,
Burro como uma porta:
Um coió.
Mulher gordaça, filó
De ouro por todos os poros
Burra como uma porta:
Paciência...
Plutocrata sem consciência,
Nada porta, terremoto
Que a porta do pobre arromba:
Uma bomba.
ANDRADE, Mário de. Poesias completas.
São Paulo: Círculo do Livro, 1976
11
O Modernismo dos anos 1920
As revistas e os manifestos
Divulgação
 KLAXON
•
Primeiro periódico modernista.
•
Fruto das agitações de 1921 e da Semana de
Arte Moderna de 1922.
•
Circulou de maio de 1922 a janeiro de 1923.
•
Anunciava a modernidade do século XX.
Klaxon cogita principalmente de arte. Mas quer
representar a época de 1920 em diante. Por isso é
polimorfo, onipresente, inquieto, cômico, irritante,
contraditório, invejado, insultado, feliz.
Revista Klaxon. Edição fac-similar. São Paulo: Livraria Martins/Secretaria da
Cultura, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, 1976.
12
O Modernismo dos anos 1920
Divulgação /FAAP/ Tarsila do Amaral
Empreendimentos
As revistas e os manifestos
 Manifesto da Poesia Pau-Brasil
•
Escrito por Oswald de Andrade.
•
Inicialmente publicado no jornal Correio da
Manhã, em 18 de março de 1924.
•
Em 1925, uma forma reduzida e alterada do
texto, abriu o livro de poesias Pau-Brasil.
•
Proposta de uma literatura vinculada à
realidade brasileira, a partir da redescoberta
do Brasil.
“A poesia existe nos fatos. Os
casebres de açafrão e de ocre nos
verdes da Favela, sob o azul
cabralino, são fatos estéticos.
A Poesia para os poetas. Alegria
dos que não sabem e descobrem.”
"Pau Brasil", livro com ilustrações de Tarsila do
Amaral para o marido, Oswald de Andrade, que faz
parte da exposição "Da Antropofagia a Brasília-Brasil,
1920 a 1950", na FAAP-SP.
ANDRADE, Oswald de. A utopia antropofágica.
São Paulo: Globo, Secretaria do Estado da Cultura,
1990.
13
O Modernismo dos anos 1920
As revistas e os manifestos
 A Revista
•
Publicação responsável pela divulgação do modernismo em Minas Gerais.
•
Circulou entre agosto de 1925 e janeiro de 1926.
•
Carlos Drummond de Andrade era um de seus redatores.
14
O Modernismo dos anos 1920
As revistas e os manifestos
 Verde-Amarelismo
•
Grupo formado por Plínio Salgado, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida e
Cassiano Ricardo, em 1926.
•
Era contra o nacionalismo Pau-Brasil, de Oswald de Andrade.
•
Apresentava a proposta de um nacionalismo primitivista, ufanista, identificado com o fascismo.
•
Idolatra o Tupi.
•
Elege a anta como símbolo nacional, por conta disso também fica conhecido como “Escola
da Anta”.
•
Oswald contra-ataca, primeiro em 1927 com o artigo Antologia, depois em 1928 com o
Manifesto Antropófago.
•
Em 1929, o grupo verde-amarelista também publica um manifesto, intitulado “Nhengaçu
Verde-Amarelo - Manifesto do Verde-Amarelismo ou da Escola da Anta”.
15
O Modernismo dos anos 1920
As revistas e os manifestos
•
Teve duas fases (ou “dentições”, segundo os antropófagos):
Divulgação
 Revista de Antropofagia
1ª: publicada entre maio de 1928 a fevereiro de 1929.
2ª: Apareceu semanalmente no jornal Diário de São Paulo,
de março a agosto de 1929.
•
Surgiu como uma nova etapa do nacionalismo Pau-Brasil.
•
Resposta ao grupo verde-amarelista.
Principais representantes antropófagos:
Capa da edição fac-similar reunindo os 16 números
da Revista de Antropofagia, lançada em 1977 pela
Metal Leve, SP.
 Oswald de Andrade, Raul Bopp, Geraldo Ferraz,
Oswald Costa, Tarsila do Amaral e a jovem Patrícia
Galvão, a Pagu.
16
O Modernismo dos anos 1920
As revistas e os manifestos
 Outras Revistas
•
De setembro de 1927 a janeiro de 1928, Revista Verde de Cataguazes – Minas Gerais.
•
Em 1924, Revista Estética – Rio de Janeiro.
•
Em 1926, Revista Terra Roxa e Outras Terras – São Paulo.
•
Em 1927, Revista Festa – Rio De Janeiro.
17
O Modernismo dos anos 1920
Características Gerais do Primeiro Momento Modernista
 Rompimento com todas as estruturas do passado; caráter anárquico e forte sentido
destruidor.
 No final da década de 1920, a postura nacionalista apresenta duas vertentes distintas: de um
lado um nacionalismo crítico, consciente, de denúncia da realidade brasileira, politicamente
identificado com as esquerdas; de outro, um nacionalismo ufanista, utópico, exagerado,
identificado com as correntes políticas de extrema direita.
 O nacionalismo se manifesta em suas múltiplas facetas: uma volta às origens, a pesquisa de
fontes quinhentistas, a procura de uma “língua brasileira” (a língua falada pelo povo nas
ruas), a valorização do índio verdadeiramente brasileiro.
 Paródias: tentativa de repensar a história e a literatura brasileiras.
18
A geração dos anos 1920
Os principais autores da primeira geração de modernistas
 Mário de Andrade
 Oswald de Andrade
 Manuel Bandeira
 Alcântara Machado
Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiados
E vão fazendo telhado
Oswald de Andrade
19
A geração dos anos 1920
Arquivo Mário de Andrade/IEB
Mário de Andrade:
“Minha obra badala assim: Brasileiros, chegou a hora de realizar o Brasil.”
 Mário Raul de Morais Andrade (1893-1945).
 Chamado “papa do modernismo”.
 Estreia em 1917 com Há uma gota de sangue em cada
poema, sob o impacto da Primeira Guerra Mundial; são
poemas que refletem influência parnasiana.
 A adesão absoluta aos padrões modernos se manifesta em
Pauliceia Desvairada, com poemas inspirados na cidade
de São Paulo.
 Em 1928, lança a prosa antropofágica Macunaíma, em
um estilo muito pessoal, que é um marco no modernismo
e na literatura brasileira.
20
A geração dos anos 1920
Mário de Andrade
Características:
 A poesia de Mário de Andrade tem
caráter revolucionário, que rompe
com todas as estruturas do passado.
 Em toda a sua obra, o autor lutou por
uma língua brasileira, que estivesse
mais próxima do falar do povo.
 Valorizava os brasileirismos e o folclore,
como bem atestam os livros Clã do
jabuti e Remate de males.
Poema de abertura do livro Pauliceia Desvairada:
Inspiração
São Paulo! comoção de minha vida...
Os meus amores são flores feitas de original...
Arlequinal!...Traje de losangos...Cinza e ouro...
Luz e bruma...Forno e inverno morno...
Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes...
Perfumes de paris...Arys!
Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal!...
São Paulo! comoção de minha vida...
Galicismo a berrar nos desertos da América!
ANDRADE, Mário de. Poesias completas. São Paulo: Círculo do livro, 1976.
 Suas poesias, romances e contos
revestem-se de uma nítida crítica
social, tendo como alvo a alta
burguesia e a aristocracia.
21
A geração dos anos 1920
Revista de Antropofagia
Oswald de Andrade:
“Como poucos, eu amei a palavra liberdade e por ela briguei.”
 José Oswald de Souza Andrade (1890-1954)
 Foi figura fundamental dos principais acontecimentos
da vida cultural brasileira na metade do século XX.
 Polêmico, irônico, gozador.
"Manifesto Antropófago" escrito por Oswald de
Andrade, inspirado no quadro "Abaporu", de Tarsila
do Amaral. Revista de Antropofagia, ano I, n. 1, São
Paulo, maio de 1928. In. Mestres do
Modernismo/coord. Editorial e introdução de Maria
Alice Milliet; textos de Marcelo Mattos Araújo, Paulina
Nemirowsky, Fernando Xavier Ferreira e outros. São
Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo:
Fundação José e Paulina Nemirowsky e Pinacoteca do
Estado, 2005. Pág. 226.
 Foi idealizador dos principais manifestos modernistas.
22
A geração dos anos 1920
Global Editora
Oswald de Andrade:
Características:
 A obra de Oswald apresenta um nacionalismo que busca
as origens sem perder a visão crítica da realidade
brasileira.
 Utiliza a paródia como forma de repensar a literatura.
 Valoriza o falar cotidiano, numa busca do que seria a
língua brasileira.
 Inovou a poesia com seus pequenos poemas, em que
sempre haviam um forte apelo visual, criando os
chamados “poemas pílulas”.
 Seus romances quebram com toda a estrutura dos
romances tradicionais.
Capa do livro "Serafim Ponte Grande", de Oswald de
Andrade, publicado em 1933.
Oferta
Quem sabe
Se algum dia
Traria
O elevador
Até aqui
O teu amor
Oswald de Andrade
 Critica a sociedade burguesa capitalista, notadamente nas
obras produzidas após 1930, como o romance Serafim
Ponte Grande e a peça O rei da vela.
23
A geração dos anos 1920
Reprodução
Manuel Bandeira:
“Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.”
 Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho (1886-1968).
 Aos 18 anos contraiu tuberculose, doença que o
acompanhou por toda a vida, afirmava que era “um tísico
profissional”. Desenganado pelos médicos, viveu para as
letras e preparando-se para a morte.
 Sua obra inicialmente foi influenciada por parnasianos e
simbolistas.
 Bandeira inicia sua produção modernista com a
publicação dos livros Carnaval, em 1919, O ritmo
dissoluto, em 1924.
Poeta Manuel Bandeira tocando violão
Fonte: Enciclopédia Ilustrada do Brasil –
Vol.5, p. 1452. Bloch Editores.
 Em 1930 publicou Libertinagem, uma das obras mais
importantes da literatura brasileira, na qual estão alguns
de seus mais famosos poemas, como Poética,
Pneumotórax, Evocação do Recife e Irene no Céu.
24
A geração dos anos 1920
Manuel Bandeira
Características de sua obra:
 Liberdade de conteúdo e forma.
 Valorização do português falado no Brasil.
Irene no céu
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor
Imagino Irene entrando no céu:
-Licença, meu branco!
E São Pedro, bonachão:
-Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.
Manuel Bandeira
 A tristeza e a alegria dos homens.
 Idealização de um mundo melhor.
 Humor.
 Ceticismo.
 Ironia.
 Buscou na própria vida inspiração para
seus grandes temas:
De um lado
Do outro
A família
A rua por onde transitavam os
mendigos
A morte
As prostitutas
A infância no Recife
Os meninos carvoeiros
O Rio Capibaribe
Os carregadores de feira-livre
25
A geração dos anos 1920
 Antônio de Alcântara Machado (1901-1935).
 Participou da primeira “dentição” da Revista de Antropofagia.
 Teve seu nome consagrado com a publicação dos livros de
contos Brás, Bexiga e Barra Funda (1927) e Laranja
da China (1928).
Características:
 A característica mais marcante de sua obra está no retrato,
ao mesmo tempo crítico, anedótico, apaixonado, mas
sobretudo humano, que faz da cidade de São Paulo e de seu
povo, com particular atenção para os imigrantes italianos,
quer os moradores de bairros mais pobres, quer os que se
vão aburguesando.
 Narrado no dialeto paulistano, ou “português-macarrônico”.
Livraria José Olympio Editora
Alcântara Machado: retratos da São Paulo Macarrônica
Delírio futebolístico no Parque Antártica
Camisas verdes e calções negros corriam pulavam, chocavam-se,
embaralhavam-se, caíam, contorcionavam-se, esfalfavam-se, brigavam.
Por causa da bola de couro amarelo que não parava, que não parava um
minuto, um segundo. Não parava.
- Neco! Neco!
Parecia um louco. Driblou. Escorregou. Driblou. Correu. Parou. Chutou.
- Gooool! Gooool!
Alcântara Machado
Capa do livro "Novelas Paulistanas" de Antônio de
Alcântara Machado. Neste exemplar estão reunidos
os contos: “Brás, Bexiga e Barra Funda”, “Laranja da
China” (1928), e alguns contos avulsos.
26
Download

Semana_arte_moderna_portugues