Sindicato dos Arquitetos e
Urbanistas do Estado de
Goiás
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Orgã oo icialdoSindicatodosArquitetoseUrbanistasdoEstadodeGoiá sanoIInº011Goiâ nia-GOAbrilde2015
ARQUITETURA E TURISMO
A capital Goiana passa por um novo ciclo de crescimento vertical que tem promovido uma forte
renovação de seu tecido urbano, colocando em risco importantes exemplares que identificam a
história da arquitetura moderna na cidade. Da identidade urbana dos planos iniciais da cidade,
resta pouco. O Setor Sul, projeto de Armando de Godoy, implantado na década de 1950 e ocupado
basicamente entre as décadas de 1960-70, permanece razoavelmente bem conservado no seu
conjunto. Mas falta de um processo integrado de avaliação e documentação deste patrimônio dos
outros bairros que tiveram sua ocupação consolidada neste período, dentre os quais os setores
Oeste, Jaó, Aeroporto, Coimbra, Bueno, Leste Universitário e Marista. Quanto ao centro de
Goiânia, a exemplo de outras cidades brasileiras, este apresenta um patrimônio moderno
diversificado e diluído com outras tendências que vem sendo constantemente alterado com a
contínua renovação de suas edificações. Quem está mais vulnerável é o acervo arquitetônico da art
déco, movimento das décadas de 1920 e 30 no mundo inteiro, que foi muito importante nas
primeiras construções de Goiânia , no início a cidade foi projetada em estilo Art Déco em 1933 por
Attílio Correia Lima. O art déco é marcado pelo rigor geométrico e predominância de linhas
verticais, havendo a tendência de tornar, através da percepção, o edifício mais alto. Os volumes
arquitetônicos são também marcados pelo escalonamento, pela transposição da ideia do Zigurate,
aproximação de formas aerodinâmicas. Tudo partiu de um movimento popular internacional que
teve seu início na Europa por onde perdurou cerca de vinte anos e foi se espalhando pelo mundo
por volta de 1930. Esse mesmo estilo pode ser apreciado no Empire State Building e o Rockefeller
Center em Nova York. O acervo arquitetônico e urbanístico Art Déco em Goiânia é o que reúne
maior número de exemplares do País, construído nas décadas de 1940 e 1950. Entre elas podemos
identificar o Palácio das Esmeraldas e a estação ferroviária.
Goiânia é linda, tem problemas sim, assim como outras cidades, mas possui uma história recente
de formação que lhe confere um acervo de art déco e de outros estilos também interessantes e que
deveriam estar sendo bem preservados. Vale a pena dar mais uma olhada no projeto de construção
dessa cidade, no planejamento urbano e em sua história. Mas estamos observando impotentes
diante da disseminação da perda de identidade dos espaços a fim de atender necessidades da
especulação imobiliária.
Recebi recentemente, ao lado da minha colega Arquiteta Rachel Pagliaro, um grupo de
empresários Portugueses e Franceses interessados em investir na construção civil na capital e
entorno; fazia parte da comitiva uma arquiteta portuguesa, apresentamos a cidade a eles,
escolhemos os melhores bairros , as melhores perspectivas de áreas para investimento, no final a
arquiteta visitante fez uma avaliação que me marcou,ela achou nossa arquitetura pobre, sem valor
histórico e descaracterizada. Na hora senti um baque , mas com o tempo acabei dando razão a ela.
Estamos sim sem história, sem o que apresentar ao turista, sem sinalização, sem monumentos,
sem arte e sem cultura. Dei o braço a torcer.
Nossa cidade deu vazão ao imediatismo, ao comercial, a demanda imobiliária, esqueceu do belo,
do novo, do contemporâneo e de seu passado. Com nosso trânsito caótico, sem investimento em
um transporte público eficiente, a metrópole sofre com a poluição do ar, sonora e visual. Onde o
que é belo são os interiores dos shoppings. Rica naturalmente em áreas verdes, nossos bosques
estão condenados a mesmice, ao abandono a ocupação comercial.
O turismo de negócios outro importante seguimento econômico infelizmente está sem
planejamento, áreas no entorno da rodoviária estão carregadas de galerias comerciais que não
obedecem a normas e parâmetros urbanísticos e nem de segurança dos seus
usuários, tudo em nome do vil metal.
Respeitemos nosso passado, nossa história, nossos valores e as idéias
modernistas de seus idealizadores, pois assim iremos garantir uma identidade e
a consciência de lugar no presente. Não somos apenas uma cidade comercial,
temos muita história para contar, além de ainda ser reconhecida como a capital
de melhor qualidade de vida do país.
GARIBALDI RIZZO
Pres. Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Estado de Goiás
Qual cidade estamos construindo? E
qual o papel do arquiteto e urbanista
nesse processo?
Em 2050, a previsão é de que pelo menos 7
bilhões de pessoas estejam vivendo nas cidades.
Será mais de 75% da população mundial. Desde
já, multiplicam-se as discussões sobre como
encontrar soluções para os desafios políticos,
sociais, econômicos e ambientais que são
consequência do processo de urbanização.
Pergunto antes: que cidade desejamos? Um
lugar que nos abrigue, nos conecte, nos
proporcione mobilidade e o desfrutar de sua
estrutura em prol do bem-estar. Que seja
igualitária em oportunidades, salubridade,
segurança e beleza, e onde possamos vivenciar
as peculiaridades das quatro estações e a
diversidade da paisagem onde estamos
inseridos. Mas que cidade vem sendo construída
ao longo da nossa história? É certo que podemos
contabilizar muitos avanços em decorrência da
participação de técnicos especializados nas
tomadas de decisão do poder público, e das
parcerias firmadas entre governo e organizações
privadas, mas o caminho a ser percorrido se
mostra longo. Neste sentido, vejo que o papel do
arquiteto e urbanista terá que ser realmente
estruturador, embasado em análises e
proposições que contenham cada vez mais uma
visão abrangente do conjunto socioeconômico e
ambiental, e o desenho urbano proposto deverá,
necessariamente, estar impregnado de novos
significados, ou perderemos a
oportunidade de dar nossa
efetiva contribuição nesse
período da história.
TÂNIA PARMA
Arquiteta e Urbanista
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Conheça as principais diretrizes do Código de Ética dos
arquitetos e urbanistas
Para cumprir as normas estabelecidas na lei que regulamentou a
profissão de arquiteto, o CAU/BR, entidade de classe que
regulamenta a profissão, estabeleceu o Código de Ética e
Disciplina da categoria. Todos os arquitetos brasileiros devem
conhecer os princípios, regras e recomendações previstas neste
documento. Mas e quem não é arquiteto e não tem tempo de ler
um documento que não rege sua profissão?
Preparamos uma lista de 6 diretrizes do Código de Ética e
Disciplina do CAU/BR que você precisa conhecer, mesmo não
sendo um arquiteto.
Código de Ética e Disciplina do Conselho de Arquitetura e
Urbanismo do Brasil
Princípios
1.1.3. O arquiteto e urbanista deve reconhecer, respeitar e
defender as realizações
arquitetônicas e urbanísticas como parte do patrimônio
socioambiental e cultural,
devendo contribuir para o aprimoramento deste patrimônio.
Obrigações com o interesse público
Regras:
2.2.1. O arquiteto e urbanista deve considerar o impacto social e
ambiental de suas
atividades profissionais na execução de obras sob sua
responsabilidade.
2.2.7. O arquiteto e urbanista deve adotar soluções que garantam
a qualidade
da construção, o bem-estar e a segurança das pessoas, nos
serviços de sua autoria e
responsabilidade.
Obrigações para com os colegas
Regras:
5.2.2. O arquiteto e urbanista deve declarar-se impedido de oferecer vantagem ou
incentivo material ou pecuniário a outrem, visando favorecer indicação de eventuais futuros
contratantes.
5.2.3. O arquiteto e urbanista deve estipular os honorários ou quaisquer remunerações
apenas quando solicitado a oferecer serviços profissionais.
Obrigações com o CAU
Regras:
6.3.3. O arquiteto e urbanista deve empenhar-se no conhecimento, na aplicação,
no aperfeiçoamento, na atualização e na divulgação deste Código de Ética e Disciplina,
reportando ao CAU e às entidades profissionais as eventuais dificuldades relativas a sua
compreensão e a sua aplicabilidade cotidiana.
Acesse a íntegra do código: http://www.caubr.gov.br/wp-content/uploads/2013/11/AF-NFolder-codigo_etica-.pdf
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J u s t i ç a m a rc a a u d i ê n c i a d e
conciliação entre SARQ/GO e CEF
A Justiça Federal do Estado de Goiás marcou
audiência de conciliação entre o Sindicato dos
Arquitetos e Urbanistas de Goiás (SARQ/GO) e a
Caixa Econômica Federal (CEF). A convocação é
resultado de ação movida pelo sindicato pedindo que a
CEF chame três arquitetos e urbanistas aprovados em
concurso realizado no ano de 2012. Será no dia 6 de
maio, às 14h30, na sede da Justiça Federal em Goiânia.
O advogado do SARQ/GO, Aurelino Dias, explica que
o primeiro e segundo colocados já foram nomeados,
entretanto ainda falta chamar os profissionais que
ficaram em terceiro, quarto e quinto lugares. “Desde
2012 a Caixa vem abrindo editais para credenciamento
de arquitetos e empresas de arquitetura para prestar
serviço de forma terceirizada, sinal de que estavam
precisando de mais profissionais na função”,
argumenta.
Além da convocação dos arquitetos e urbanistas
integrantes de cadastro de reserva, o pedido deito por
meio da ação judicial inclui ainda "a nulidade dos
contratos de prestação de serviços realizados com
escritórios de arquitetura, por irregular terceirização" e
o afastando das "contratações realizadas com a
finalidade de não ofertar as vagas existentes aos
arquitetos aprovados no referido certame".
Levando em conta que a situação das contratações
terceirizadas pela CEF é semelhante em todo o país, a
Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas
(FNA) orienta que todos os sindicatos ingressem com
ações nos respectivos Estados para reivindicar a
nomeação de mais arquitetos e urbanistas aprovados
no concurso realizado em 2012.
O papel da arquitetura na
sociedade contemporânea
O papel da arquitetura em uma sociedade é
responder a uma demanda de determinada época.
Se até então a demanda partia do topo de
uma hierarquia (raiz), na sociedade contemporânea
não existe mais uma hierarquia definidora (rizoma).
A partir de então a arquitetura precisa se expressar
para uma visão multifacetada.
O arquiteto, nesse contexto globalizado onde
as demandas e usuários estão em fluxo constante,
tem a função de proteger e reforçar elos existentes
além de prever, controlar e viabilizar a criação de
novos elos entre as pessoas e o território. Isto
consiste em criar um ambiente global propício para a
desterritorialização e reterritorialização..
Existem demandas que não estão explícitas,
as quais precisam ser identificadas e supridas pelo
arquiteto para que possam coexistir com aquelas que
são atendidas ou, no mínimo, identificadas.
A sociedade atual tem uma facilidade de
misturar conhecimentos, que são trazidos pela
facilidade de comunicação e transporte. Não existe
uma regra a ser seguida, todas são válidas. O
arquiteto contemporâneo tem esta característica de
receber influências muito distintas e adequá-las para
um contexto, fazendo com que sua obra seja tão
globalizada quanto local, sem que seja classificada
como certa ou errada; ela não aceita definições.
Ariadne Batista de Souza
Aluna do curso de Arquitetura e Urbanismo
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MOBILIDADE
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GOIANIA
PARCERIA EM DEFESA DA CIDADE
O Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Estado de Goiás firmou parceria com a organização
SOS Mobilidade Goiânia. O ato aconteceu na primeira quinzena de março durante uma reunião
na sede do SARQ/GO, onde estiveram presentes o presidente do sindicato, Garibaldi Rizzo, o
vice presidente, Guilherme de Freitas, o assessor jurídico do SARQ/GO, Aurelino Ivo Dias,
além dos representantes do SOS Mobilidade Goiânia, Eduardo Yaghi, Cecílio Pereira da Silva
Neto e Maxwell Souto Baliza.
Dentre os assuntos discutidos e que serão tema de várias ações conjuntas entre as entidades está a
revitalização do centro de Goiânia e a mobilidade urbana.
O empresário Eduardo Yahgi disse que está mantendo contatos diretos com várias entidades
representativas goianienses para ampliar o debate e que, segundo ele, o Sindicato dos Arquitetos
terá papel fundamental como articulador entre os segmentos envolvidos. "Os arquitetos e
Urbanistas conhecem como ninguém não só os traçados de nossa cidade, mas também os setores
verdadeiramente envolvidos e que comungam com nossa proposta de mobilidade urbana em
Goiânia", disse.
"Apoiamos todas as ações que busquem uma melhor qualidade de vida para a população",
afirmou o presidente do SARQ/GO que na oportunidade aceitou o convite para atuar como o
coordenador técnico do SOS Mobilidade Goiânia.
SINDICATO DOS ARQUITETOS E URBANISTAS DO ESTADO DE GOIÁS
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