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FREQUENCIA DE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM
PACIENTES ATENDIDOS COM QUEIXAS DE DOR TORÁCICA
AGUDA EM SERVIÇOS DE REFERÊNCIA EM URGÊNCIA
HOSPITALAR NO CEARÁ
CARVALHO, Rebeka Rafaella Saraiva1
LEITE, Ana Claudia de Souza2
LIMA, Danielly Sousa3
CASEMIRO, Ismael Lima3
SANTIAGO, Thais Nascimento3
LOPES, Larissa Vasconcelos3
Introdução: Estima-se quantitativo de 4 milhões de atendimentos anuais por dor
torácica no Brasil. Esta é certamente uma das causas mais comuns de procura de
assistência médica na salas de emergência. O manuseio diagnóstico de pacientes
com queixa de dor torácica constitui-se num dos grandes desafios da saúde
pública, pois gera custo muito alto, já que é necessária a hospitalização para
haver investigação diagnóstica (afastar infarto agudo do miocárdio). Além disso,
muitos pacientes são liberados erroneamente para casa sem ter o diagnóstico
feito na sala de emergência. Esses dados apontam para a necessidade de se
estabelecer métodos e critérios de identificação rápida daqueles portadores de
doenças de alto risco, a fim de tratá-los precoce e apropriadamente, e daqueles
não portadores de cardiopatia, a fim de liberá-los de imediato, com segurança e
baixo custo. Objetivos: Diante de tal contexto esta pesquisa busca avaliar a
importância da prevenção na promoção da saúde pelo enfermeiro e atentar para a
necessidade de se estabelecer um verdadeiro atendimento de saúde, o qual
enfoque o estilo de vida, as condições sociais e o ambiente. O paciente, como ser
maior e diferente que a soma de suas partes, não deve ser apenas diagnosticado
e tratado com drogas, mas sim cuidado, respeitado, nutrido, compreendido e
auxiliado. Apesar de existirem inúmeras doenças que causam dor torácica,
aquelas originadas do aparelho cardiovascular – que incluem o infarto agudo do
1
Discente do Curso de Enfermagem. Universidade Estadual do Ceará (UECE). Bolsista de
Iniciação Científica (IC-UECE). Integrante do Grupo de Pesquisa Tecnologia para os Cuidados
Clínicos da Dor (TECDOR-UECE). E-mail: [email protected]
2
Enfermeira. Doutora em Enfermagem Clínico-Cirúrgica. Professora da Universidade Estadual do
Ceará (UECE). Líder do Grupo de Pesquisa Tecnologia para os Cuidados Clínicos da Dor
(TECDOR-UECE).
3
Discente do Curso de Enfermagem. Universidade Estadual do Ceará (UECE). Bolsista do Grupo
de Pesquisa Tecnologia para os Cuidados Clínicos da Dor - TECDOR-UECE
21
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miocárdio (IAM) – são as que trazem maiores preocupações aos profissionais de
saúde e ao próprio paciente. Isto é explicado pelo maior risco de mortalidade e de
necessidade de hospitalização. Entretanto, somente 10 a 15% dos pacientes que
chegam às salas da emergência com dor no peito apresentam IAM, porém, mais
de 50% são hospitalizados para investigação diagnóstica. No Brasil, a Cardiopatia
Isquêmica é uma das principais causas de morte e de hospitalização da rede
pública. Na primeira metade da década de 90, representavam 30% do total das
mortes. No Nordeste, os dados do SUS mostram que as doenças do aparelho
circulatório somam 30,3% da mortalidade, sendo que destas há prevalência do
infarto agudo do miocárdio (IAM) (17,8%), não ficando longe da realidade do
Estado do Ceará. Desse modo, esta pesquisa tem como objetivo geral identificar
a presença de infarto agudo do miocárdio em pacientes atendidos com dor
torácica aguda em um hospital de referência do Estado do Ceará. Metodologia:
Pesquisa descritiva e exploratória, realizada com pacientes que relatam dor
torácica e procuraram atendimento no Hospital de Messejana (HM) no período de
março de 2007 a agosto de 2009, com 430 pacientes entrevistados. A amostra foi
composta de apenas 128 pacientes. Utilizou-se formulário contendo questões
sócio-demográficas, referentes a presença de episódios anteriores e diagnóstico
atual de IAM. A análise e discussão utilizou-se de estatística descritiva simples e
literatura pertinente ao tema. Os aspectos éticos presentes nas Diretrizes e
Normas Regulamentadoras da Pesquisa envolvendo seres humanos da
Resolução nº 196/96 foram respeitados. Resultados e Discussão: O perfil sóciodemográfico da amostra apontou para 54,2% do sexo feminino, 45,8% do sexo
masculino, 43% de idosos e 60% casados. Encontrou-se que 47,65 % dos
pacientes atendidos no hospital de Messejana Dr.Carlos Alberto Studart Gomes
com queixa de dor torácica já sofrem de doença cardíaca. Apesar da expressiva
redução da letalidade hospitalar por IAM, decorrente da introdução de novas
tecnologias, como o advento das unidades coronarianas, uso de agentes
fibrinolíticos, da aspirina e betabloqueadores e, mais recentemente, da
angioplastia coronária primária, a questão da mortalidade pré-hospitalar
permanece praticamente inalterada, acarretando inúmeros prejuízos à sociedade.
Portanto um dos grandes desafios no esforço de reduzir a mortalidade por infarto
e minimizar seus danos físicos, psicológicos e sociais é reconhecer o motivo do
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retardo pré-hospitalar (período decorrido entre o início dos sintomas e a chegada
ao hospital) para, então, promover a valorização por parte dos pacientes da busca
de tratamento médico precoce. Conclusão: Conclui-se então que sendo a
Enfermagem uma ciência cuja essência é o cuidado ao ser humano,
desenvolvendo atividades de promoção, proteção, prevenção e recuperação da
saúde, torna-se necessário promover a educação da população de risco (acima
de 65 anos) para doenças cardíacas com o intuito de prevenir o próprio infarto ou
reduzir seus danos físicos, psicológicos e sociais, o que demanda a necessidade
de reflexão e proposição de estratégias de prevenção individualizadas para a
modificação de estilos de vida que propiciem a manutenção ou progressão da
doença arterial coronariana e a valorização por parte dos pacientes da busca de
tratamento médico precoce. Possibilitando assim, transformação social e
sustentabilidade ambiental, já que a prevenção promove contenção dos custos e
melhoria da assistência em saúde.
Descritores: Dor torácica, Prevenção, Infarto agudo do miocárdio
BIBLIOGRAFIA:
BASSAN, R. et al. Dor Torácica na Sala de Emergência. A Importância de uma
Abordagem Sistematizada. Arq. Bras. Cardiol. Rio de Janeiro, v.74, n.1, p.13-21,
2000.
BASSAN, R. et al. Eficácia de uma Estratégia Diagnóstica para Pacientes com Dor
Torácica e sem Supradesnível do Segmento ST na Sala de Emergência. Arq.
Bras. Cardiol. Rio de Janeiro, v.74, n.5, p.405-411, 2000.
BASSAN, R.; PIMENTA, L.; LEÃES, P. E.; TIMERMAN, A. Sociedade Brasileira de
Cardiologia. I Diretriz de Dor Torácica na Sala de Emergência. Arq. Bras.
Cardiol. v.79, p.1-23, 2002.
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Trabalho 2824 - 4/4
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61o. Congresso Nacional de Enfermagem