UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde
Curso de Medicina Veterinária
Susy Mariana Bisan
PRODUÇÃO E CLINICA DE ANIMAIS DE FAZENDA NA REGIÃO
DE ITARARÉ-SP
CURITIBA
2011
PRODUÇÃO E CLINICA DE ANIMAIS DE FAZENDA NA REGIÃO
DE ITARARÉ-SP
CURITIBA
2011
Susy Mariana Bisan
PRODUÇÃO E CLINICA DE ANIMAIS DE FAZENDA NA REGIÃO
DE ITARARÉ-SP
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
curso de medicina veterinária da faculdade de
Ciências biológicas e da saúde universidade
tuiuti do Paraná, como requisito parcial para
obtenção do título de medicina veterinária.
Professora orientadora: Prof. MSc.Elza
M.Ciffoni
Orientador Profissional: MV. Helder Wagner A.
da Silva
CURITIBA
2011
Reitor
Prof. Luiz Guilherme Rangel dos Santos
Pró-Reitor Administrativo
Sr. Carlos Eduardo Rangel dos Santos
Pró-Reitoria Acadêmica
Prof.ª Carmen Silva
Pró- Reitoria de Planejamento
Sr. Afonso Rangel dos Santos
Pró-Reitoria de Pós- Graduação, Pesquisa e Extensão
Prof.ª Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini
Secretariado Geral
Sr. Bruno Diniz
Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde
Prof. João Henrique Faryniuk
Coordenador do curso de Medicina Veterinária
Prof. ª Dra. Ana Laura Angeli
Coordenador do Estágio Curricular do Curso de Medicina Veterinária
Prof. ª Dra. Ana Laura Angeli
CAMPUS PROF. SIDNEY LIMA SANTOS
Rua Sidney A. Rangel Santos, 238- Santo Inácio
CEP: 82010-330 – Curitiba – Paraná
Telefone: 3331-7770
TERMO DE APROVAÇÃO
Susy Mariana Bisan
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (T.C.C.)
Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado para obtenção de título Médica
Veterinária por uma banca examinadora do curso de Medicina veterinária da Universidade Tuiuti
do Paraná.
Curitiba, 22 de junho 2011
___________________________
Medicina Veterinária
Universidade Tuiuti do Paraná
Orientadora:
_________________________
Prof.ª MSc. Elza Ciffoni
Universidade Tuiuti do Paraná
__________________________
Prof. Dr. Wellington Harttman
Universidade Tuiuti do Paraná
_________________________
Prof. Antonio Carlos Nascimento
Universidade Tuiuti do Paraná
AGRADECIMENTOS
Agradeço,
Primeiramente a Deus, por sempre abrir novos caminhos e me permitir
caminhar em segurança por eles.
Aos meus pais Tereza e Odair, por toda dedicação e cuidado, por todo
apoio e crédito que deram a mim.
Ao meu marido Leandro, por embarcar nesta viagem comigo e agüentar
todas as intempéries dessa jornada com bom humor e companheirismo. Por não
desistir e não me deixar desistir mesmo quando tudo parecia perdido.
Ao meu filho Emanuel, que trouxe nova razão de viver e me mostrou que
tenho capacidades que nem imaginava ter.
As minhas amigas Cíntia, irmãzinha de coração, que esteve comigo em
todos os momentos bons e não tão bons assim, dividindo e somando experiências
e Solange, com seu coração grande e generoso que abraça o mundo.
A minha orientadora Elza M. Ciffoni, que me acolheu na reta final e permitiu
que fosse possível a conclusão deste trabalho de cinco anos.
Ao meu querido filho gato Frodo, que proporcionou muita alegria e me
acompanhou apenas durante dois anos, mas que estará eternamente em meu
coração mesmo não estando mais em nosso convívio.
Agradeço ao meu orientador Dr. Helder, pela disposição em me transformar
em uma veterinária de verdade.
“A percepção do desconhecido é a mais fascinante das
experiências. O homem que não tem os olhos abertos para o
misterioso passará a vida sem ver nada”
Albert Einstein
APRESENTAÇÃO
Este trabalho de conclusão de curso (T.C.C.), apresentado ao curso de Medicina
Veterinária da Faculdade e ciências Biológicas e da Saúde Universidade Tuiuti do
Paraná, Campus Barigui, pela universitária Susy Mariana Bisan, como requisito
parcial para obtenção de título de Médica veterinária, é composto de Relatório de
estágio, no qual são descritas as atividades realizadas durante o período de 14 de
fevereiro a 30 de abril de 2011, a campo no município de Itararé- SP e relato de
dois casos que versam sobre os casos de maior incidência encontrados na região:
tristeza parasitária bovina, fotossensibilização e apresentar o relatório de auditoria
da fazenda Alvorecer.
RESUMO
O estágio curricular supervisionado foi realizado a campo no município de ItararéSP e região, o período de estágio foi entre 14 de fevereiro a 30 de abril de 2011,
totalizando 408 horas. As atividades desenvolvidas na área de clinica de bovinos,
fora: exames clínicos, diagnóstico de gestação, vacinações, coleta de materiais
para exame, intervenções cirúrgicas, sob orientação do orientador MV. Dr Helder.
W.A. da Silva. O presente trabalho tem como objetivo discutir dois casos de maior
incidência encontrados durante o estágio, sendo eles tristeza parasitária bovina,
fotossensibilização e apresentar o relatório de auditoria da fazenda Alvorecer.
Palavras chave: Babesiose, Anaplasmamose,Phitomyces chartarum,Filoetrina.
LISTA DE ABREVIATURAS
A. marginale...................Anaplasma marginale
AST...............................Aspartato aminotransferase
B. hyodysenteriae...........Brachispyra hyodysenteriae
B. bovis.........................Babesia bovis
B. bigemina....................Babesia bigemina
B. decumbens................Brachiaria decumbens
Brachiaria sp..................Brachiaria de várias espécies
Cm................................Centímetros
CCS..............................Contagem de células somáticas
CMT..............................Califórnia mastitis test
CRMV...........................Conselho Reginal De Medicina Veterinária
FA.................................Fosfatase alcalina
FC……………….............Fixação de complemento
GGT..............................Gamaglutamiltransferase..
h................................. .Horas
Há.................................Hectares
IFI.................................Imunofluorescência indireta
IM.................................Intramuscular
Kg.................................Kilograma
K20...............................Potássio
Mg................................Miligrama
Min................................Minutos
MS................................Matéria seca
N...................................Nitrogênio
PV.................................Peso vivo
P. chartarum..................Phitomyces chartarum
P205.............................Fósforo
R. microplus...........…...Rhipicephalus microplus
SDH.............................Sorbitol desidrogenase
TCR..............................Teste de conglutinação rápida
TGI...............................Trato gastrointestinal
Ton...............................Toneladas
TPB……………………....Tristeza parasitária bovina
UA................................Unidade animal
UV................................Ultravioleta
VG................................Volume globular médio
°C.................................Graus Celsius
%..................................Percentual
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO GERAL.....................................................................................17
2 DESCRIÇÃO LOCAL DE ESTÁGIO...................................................................18
2.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.....................................................................20
CAPITÚLO I
TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA: RELATO DE CASO..................................26
RESUMO................................................................................................................26
ABSTRACT.............................................................................................................27
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................28
2 REVISÃO DE LITERATURA...............................................................................29
2.1 EPIDEMIOLOGIA.............................................................................................29
2.2 TRANSMISSÃO................................................................................................30
2.3 PATOGENIA.....................................................................................................33
2.4 DIAGNÓSTICO.................................................................................................34
2.5 CONTROLE DO CARRAPATO........................................................................36
2.6 QUIMIOPROFILAXIA........................................................................................38
2.7 PREMUNIÇÃO..................................................................................................39
2.7.1 Vacinas..........................................................................................................41
3 RELATO DE CASO.............................................................................................42
3.1 SINAIS CLÍNICOS............................................................................................42
3.2 DIAGNÓSTICO.................................................................................................46
3.3 TRATAMENTO.................................................................................................46
4 DISCUSSÃO........................................................................................................47
5 CONCLUSÃO.....................................................................................................49
REFERENCIAS......................................................................................................50
CAPITULO II
FOTOSSENSIBILIZAÇÃO: RELATO DE CASO...................................................53
RESUMO................................................................................................................53
ABSTRACT.............................................................................................................54
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................55
2 REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................56
3 RELATO DE CASO.............................................................................................60
4 DISCUSSÃO........................................................................................................64
5 CONCLUSÃO......................................................................................................67
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................68
CAPÍTULO III
RELATÓRIO DE AUDITORIA DA FAZENDA ALVORECER...............................70
RESUMO...............................................................................................................70
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................71
2 MÉTODOS UTILIZADOS....................................................................................72
3 ÁREA DISPONÍVEL PARA DESENVOLVIMENTO DE PECUÁRIA DE
CORTE E LEITE....................................................................................................74
3.1 PECUÁRIA DE LEITE......................................................................................74
3.2.PECUÁRIA DE CORTE....................................................................................74
4 PESAGEM DE LEITE..........................................................................................80
5 AVALIAÇÃO DE NOVILHAS..............................................................................82
6 RESULTADOS DOS TESTES DE ALIZAROL E CMT.......................................83
7 DISTRIBUIÇÃO DOS LOTES.............................................................................88
7.1 INVERNO..........................................................................................................88
7.2 VERÃO.............................................................................................................89
8 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES REFERENTES ÀO
MANEJO.................................................................................................................92
8.1 BEZERROS......................................................................................................92
8.2 NOVILHAS DE 4 MESES A 1 ANO..................................................................94
8.3 NOVILHAS ACIMA DE 1 ANO.........................................................................94
8.4 VACAS EM LACTAÇÃO...................................................................................95
9 CONCLUSÃO......................................................................................................98
REFERENCIAS......................................................................................................99
ANEXOS.............................................................................................................. 101
CONCLUSÕES GERAIS......................................................................................116
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: ATENDIMENTOS REALIZADOS EM DIFERENTES ÁREAS NO
PERÍODO DE ESTÁGIO........................................................................................25
FIGURA 2- DISTRIBUIÇÃO RHIPCEFALUS(BOOPHILUS MICROPLUS
(CANESTRINI, 1887)..............................................................................................30
FIGURA 3: EXEMPLAR DE Stomoxys calcitrans ADULTO...................................31
FIGURA 4: EXEMPLAR ADULTO DE UM TABANÍDEO (MUTUCA).....................31
FIGURA 5: FÊMEAS DE Rhipicephalus microplus EM DIVERSAS FASES
DE DESENVOLVIMENTO CORPORAL................................................................32
FIGURA 6: ESQUEMA DA REAÇÃO DE IMUNOFLUORESCÊNCIA
INDIRETA ..............................................................................................................35
FIGURA 7: FLUORESCÊNCIA DA REAÇÃO IFI PARA Babesia .........................35
FIGURA 8: ESQUEMA DA REAÇÃO DO TESTE DE
CONGLUTINAÇÃO RÁPIDA..................................................................................35
FIGURA 9: ASPECTO DE UMA REAÇÃO POSITIVA NO TCR............................36
FIGURA 10: CICLO DO CARRAPATO Rhipicephalus microplus..........................38
FIGURA 11: VACA DE TRÊS ANOS APRESENTANDO MUCOSA
VAGINAL HIPOCORADA E ICTÉRICA.................................................................43
FIGURA 12: NOVILHA DE 10 MESES DEBILITADA APÓS
GRANDE INFESTAÇÃO DE CARRAPATOS E SINTOMAS DE TPB....................44
FIGURA 13: NOVILHA DE 10 MESES EMACIADA APÓS
SINTOMAS DE TPB...............................................................................................44
FIGURA 14: BEZERRA DE UM MÊS PROSTRADA E COM HIPERTERMIA.......45
FIGURA 15: OS PONTOS EM AMARELO MOSTRAM A
DISTRIBUIÇÃO DO FUNGO Phitomyces Chartarum PELO MUNDO..................57
FIGURA 16: TETO DE VACA COM SINTOMAS DE FOTOSSENSIBILIZAÇÃO APRESENTANDO NECROSE GANGRENOSA SECA.................................60
FIGURA 17: DESCAMAÇÃO DE PELE DE PARTES DESPIGMENTADAS
DO ÚBERE DE VACA COM SINAIS DE FOTOSSENSIBILIZAÇÃO....................61
FIGURA 18: DERMATITE EM PARTES DESPIGMENTADAS EM VACA
COM SINAIS DE FOTOSSENSIBILIZAÇÃO..........................................................61
FIGURA 19: PRESENÇA DE DESCAMAÇÃO DE PELE COMUM EM
CASOS DE DERMATITE POR FOTOSSENSIBILIZAÇÃO....................................62
FIGURA 20: CROQUI DA ÀREA RESERVADA PARA O GADO DE
CORTE E LEITE NA FAZENDA ALVORECER.....................................................75
FIGURA 21: PASTO COM MOMBAÇA ANTIGA AO FUNDO DA
IMAGEM, APRESENTANDO COLORAÇÃO AMARELADA.................................77
FIGURA 22: MG-5 ENCONTRADO NO PASTO ALVORECER 2..........................78
FIGURA 23: PASTO ALVORECER 1 COM PASTAGEM
DEGRADADA E APRESENTANDO EROSÃO DE TERRA ..................................78
FIGURA 24: COMPARATIVO DA PRODUÇÃO MÉDIA DOS ÚLTIMOS
5 MESES................................................................................................................80
FIGURA 25: COMPARATIVO PRODUÇÃO EM LITROS DOS ÚLTIMOS
5 MESES...............................................................................................................81
FIGURA 26: FORMAÇÃO DE GEL MOSTRANDO REAÇÃO
POSITIVA AO TESTE DO CMT.............................................................................84
FIGURA 27:FORMAÇÃO DE COÁGULOS MOSTRANDO REAÇÃO
POSITIVA AO TESTE DA ALIZARINA ..................................................................84
FIGURA 28: MOSTRANDO AMOSTRA ALCALINA COM COLORAÇÃO
LILÁS E LEITE COM COLORAÇÃO NORMAL OCRE..........................................85
FIGURA 29: LOCAL ONDE FICAM ALOJADAS AS BEZERRAS
ATÉ OS QUATRO MESES....................................................................................93
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1: MANEJO SANITÁRIO ACOMPANHADO DURANTE O ESTÁGIO
EM ITARARÉ/SP NO PERÍODO DE 14 DE FEVEREIRO A 3 DE ABRIL.............21
QUADRO 2: RELAÇÃO DE CASOS RELACIONADOS AO
MANEJO REPRODUTIVO ACOMPANHADOS DURANTE O ESTÁGIO..............22
QUADRO 3: RELAÇÃO DOS CASOS ACOMPANHADOS NA CLÍNICA
MÉDICA DE BOVINOS DURANTE O PERÍODO DE 14 DE FEVEREIRO
A 30 DE ABRIL DE 2001.......................................................................................23
QUADRO 4: RELAÇÃO DE ATENDIMENTOS ACOMPANHADOS EM
GRANJAS DE SUÍNOS E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO..........................................23
QUADRO 5: DIFERENTES MÉTODOS PARA CONFERIR IMUNIDADE
AO BOVINO CONTRA TPB..........................................................................40
1 INTRODUÇÃO GERAL
O presente relatório elaborado pela acadêmica Susy Mariana Bisan, do
Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná, tem como
finalidade descrever, revisar e discutir os casos acompanhados durante o período
do estágio curricular obrigatório.
O estágio curricular foi realizado a campo, em Itararé – São Paulo, no
período de 14 de fevereiro a 30 de abril do ano 2011, totalizando 408 horas, sob
orientação do médico veterinário Helder W. A. da Silva, CRMV-SP 5224 e sob
orientação acadêmica da professora MSc. Elza Ciffoni, CRMV-PR 1673,
responsável pela disciplina de Doenças Infecciosas da Universidade Tuiuti do
Paraná.
Neste relatório estão descritas as atividades desenvolvidas na área clínica
de bovinos, assim como demais atendimentos a outras espécies animais.
O estágio curricular teve como objetivo aprimorar os conhecimentos
adquiridos durante a graduação interrelacionando conhecimento prático e teórico,
bem como o relacionamento interpessoal.
2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO
O estágio foi realizado no município de Itararé-São Paulo. A cidade está
situada em uma área conhecida como Campos de São Pedro, que vai do rio
Verde até o rio Itararé, que dá o nome ao município,
Itararé em tupi-guarani significa "pedra que o rio cavou", pois o rio Itararé
corre em um leito rochoso que foi sendo desgastado pela correnteza formando
altos paredões, grandes cachoeiras e belas grutas.
Inicialmente habitado por índios Guainazes, tornou-se ponto conhecido de
bandeirantes, exploradores, jesuítas e estudiosos, firmando-se como um dos
pontos de descanso dos tropeiros que convergiam do sul levando animais para a
feira de Sorocaba pelo conhecido Caminho das Tropas.
A Barreira de Itararé é o ponto onde o rio se estreita e suas margens se
unem, o que fornecia aos viajantes uma passagem natural, evitando um rio
caudaloso e perigoso de atravessar. O rio foi estabelecido como divisa entre as
vilas de Sorocaba e Curitiba, então Quinta comarca de São Paulo, que com sua
emancipação em 1853, tornou Província do Paraná, passando o rio Itararé a ser a
divisa.
A organização do município teve início em 1725 com a doação de três
sesmarias com o propósito de povoamento e desenvolvimento da agricultura e
criação. As três propriedades acabaram na mão de um mesmo dono, que
registrou a propriedade como "Fazenda de São Pedro" em 1836. Com o
desmembramento constante da propriedade, no ano de 1879 um dos fazendeiros
constrói uma capela no ponto de maior aglomeração, à margem do riacho da
"Prata", elevando seu status para povoado.
De passagem a caminho do sul, o naturalista e historiador, Auguste de
Saint-Hilaire, registra em seu livro a situação do povoado, o encontro do riacho da
"Prata" com o rio Itararé e até mesmo a existência de índios bárbaros que
atacavam fazendas próximas à mata.
Seguindo o mesmo caminho de Auguste de Saint-Hilaire, o célebre
naturalista francês, Jean Baptiste Debret fez uma aquarela da ponte de madeira
que existia sobre o rio Itararé, retratando a dificuldade em se atravessar com os
animais na estreita ponte.
Durante a Revolução de 1930 quando Getúlio Vargas partiu de trem rumo à
capital federal (então Rio de Janeiro), esperava-se que ocorresse uma grande
batalha em Itararé, que não ocorreu, pois a cidade acolheu Getúlio na estação
ferroviária, permitindo sua entrada no Estado de São Paulo, e os militares
depuseram o presidente Washington Luís em 24 de outubro daquele ano.
Itararé, distante cerca de 3 km da divisa do Estado de São Paulo com o
Paraná. Com 112 anos de emancipação político - administrativa, atualmente
abriga uma população de aproximadamente 50.000 habitantes, segundo
estimativa do IBGE. Têm na agricultura seu alicerce econômico, principalmente a
cultura do feijão, milho e soja, além de contar com uma forte atividade pecuária
com destaque para o gado leiteiro que tem crescido devido a novas técnicas
implementadas na criação e investimento em qualidade genética, melhorando a
qualidade do leite e sua produtividade. A existência de uma cooperativa de
laticínios e a implantação de uma nova, demonstra o interesse e potencial da
região em expandir as atividades relacionadas à pecuária leiteira. Itararé tem
ainda, a maior área de reflorestamento artificial do Brasil e está numa região cujo
conjunto é a terceira maior área do mundo.
O estágio se deu em diversas propriedades, sendo o orientador profissional
liberal, que presta serviço de assistência técnica em cerca de 20 propriedades na
região. Estas têm suas atividades voltadas para a produção de bovinos de corte,
bovinos de leite e suínos. Na fase final do estágio, as atividades se concentraram
durante 15 dias na Fazenda Alvorecer, com foco em bovinos de corte e produção
de leite.
2.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
A rotina de atendimento se deu de segunda a sexta-feira, das 07h00min às
18h00min, sendo que as visitas são pré-agendadas, porém, há sempre
atendimentos de casos de emergência.
O
número
de
visitas
no
período
chegou
150,
distribuídos
em
acompanhamento de casos clínicos e monitoramento zootécnico.
O manejo nutricional das propriedades visitadas tem por base o
fornecimento de volumoso, provenientes de pastagens, estas em sistema
extensivo ou em piquetes rotacionados, silagem de milho e/ou aveia no inverno e
concentrado, adquirido em cooperativas ou fabricados pelo próprio produtor.
O manejo reprodutivo é orientado de acordo com o rebanho encontrado,
partindo
de
acompanhamento
mensal
através
de
palpação
retal
para
determinação da necessidade de hormônioterapia e diagnóstico gestacional a
partir dos 45 dias. O uso de I.A., idade de inicio de trabalho das novilhas e manejo
das vacas variam bastante,
dependendo
das particularidades de
cada
propriedade.
O manejo sanitário é efetuado em todas as propriedades, com o uso de
vacinas, vermífugos, medicação pra secagem das vacas de acordo com cada
rebanho e pré e pós-deeping e uso de CMT (Califórnia Mastitis Test) em todas as
propriedades visando a saúde do úbere das vacas em produção.
As principais doenças controladas por vacinação são: clostridioses, febre
aftosa, brucelose, raiva, paratifo e leptospirose.
A qualidade do leite é controlada através do envio mensal de amostras pela
cooperativa a laboratórios autorizados.
A orientação ao produtor a respeito das melhores práticas de manejo fez
parte das atividades desenvolvidas.
Durante o estágio foram acompanhadas atividades desenvolvidas pelo
médico veterinário, relacionadas principalmente a prática de manejo sanitário,
reprodutivos e atendimentos clínicos tanto aos bovinos quanto suínos.
Com relação ao manejo sanitário foram atendidas 12 propriedades como
pode ser observado na QUADRO 1.
QUADRO 1: MANEJO SANITÁRIO ACOMPANHADO DURANTE O ESTÁGIO EM
ITARARÉ/SP NO PERÍODO DE 14 DE FEVEREIRO A 30 DE ABRIL
ATENDIMENTO
REALIZADO
N° DE
PROPRIEDADES
2
N° MÉDIO DE
ANIMAIS POR
PROPRIEDADE
150
Outras vacinas
(aftosa e
clostridiose)
Vermifugação
%
38.4
4
120
30.1
Vacina de
Brucelose
4
70
17.0
CMT
2
50
12.5
Há na região rebanho de diversos tamanhos desde aqueles com mão-deobra familiar até rebanhos com produção diária de 3.000 litros/dia, o manejo
sanitário foi acompanhado em propriedades de médio porte, porém, este é
realizado mesmo nas menores propriedades onde o profissional presta
assistência.
O principio ativo utilizado para vermifugação dos animais foi ivermectina
para bezerros até quatro meses e abamectina para novilhas e vacas secas.
Os animais de zero a dois anos receberam vacina contra febre aftosa e em
uma das propriedades foram vacinados contra clostridiose, bezerros de a partir de
um mês, mesmo sendo recomendada a primeira dose aos quatro meses , já que
houve ali a cerca de dois anos um surto de carbúnculo sintomático.
Durante o período foram realizados 58 atendimentos relacionados ao
manejo reprodutivo (QUADRO 2), estes constituídos principalmente de palpação
retal, método de diagnóstico de prenhes e disfunções reprodutivas mais utilizado
na região, sendo, portanto ponto importante no trabalho a campo para o bom
desempenho zootécnico do rebanho.
QUADRO 2: RELAÇÃO DE CASOS RELACIONADOS
REPRODUTIVO ACOMPANHADOS DURANTE O ESTÁGIO
ATENDIMENTO
REALIZADO
N° DE
ATENDIMENTOS
N° ANIMAIS
AO
MANEJO
%
Palpação retal
40
380
85,9
Hormônioterapia
15
60
13,5
Aborto
2
2
0,45
TOTAL
442
Os atendimentos relacionados a clinica médica de bovinos totalizaram 24,
como vemos na QUADRO 3, porém foram realizados também 17 atendimentos a
granjas de suínos e esporadicamente havia solicitação por parte dos clientes para
avaliar algum outro animal de estimação que havia na propriedade, como pode ser
observado no QUADRO 4.
QUADRO 3: RELAÇÃO DOS CASOS ACOMPANHADOS NA CLÍNICA MÉDICA
DE BOVINOS DURANTE O PERÍODO DE 14 DE FEVEREIRO A 30 DE ABRIL
DE 2001.
CLÍNICA MÉDICA
ATENDIMENTO
REALIZADO
Intoxicação
por
organofosforado
Tristeza parasitária
bovina
N° DE
ATENDIMENTOS
1
N° DE ANIMAIS
%
10
22.7
4
8
18.1
Diarréia em bezerro
4
8
18.1
Fotossensibilização
2
5
11.3
Mastite
5
5
11.3
Afecções podais
2
2
4.54
2
2
4.54
1
1
2.27
Pneumonia
bezerro
Aborto distócico
em
Intoxicação
1
1
2.27
Edema de úbere
1
1
2.27
Necropsias
1
1
2.27
alimentar
TOTAL
44
QUADRO 4: RELAÇÃO DE ATENDIMENTOS ACOMPANHADOS EM GRANJAS
DE SUÍNOS E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
ATENDIMENTO
REALIZADO
Diarréia por
Brachispira.
hyodysenteriae
N° ATENDIMENTOS
3
N° DE ANIMAIS
ATENDIDOS
102
%
44.7
1
60
26.3
1
30
13.1
Diarréia em leitões
5
20
8.7
Necropsias
2
8
3.5
Síndrome de
Glesser
2
2
0.8
1
2
0.8
1
1
0.4
1
1
0.4
Pneumonia
Coleta de sangue
Doença do edema
suíno
Prolapso de útero
Dermatite
bacteriana
Afecções podaiscavalos
1
1
0.4
Neoplasia mamáriacadela
TOTAL
1
1
0.4
228
Além do manejo sanitário, reprodutivo e dos atendimentos realizados na
clínica médica, durante o estágio foi realizado o monitoramento zootécnico das
propriedades, que nas granjas consistia em percorrê-las, verificando escore
corporal dos animais, presença de tosses e espirros, limpeza das instalações e
realizar anotação de todos os dados de desempenho zootécnico, assim como em
propriedades de aptidão leiteira, eram anotados todos os índices: pesagem do
leite, análise do leite, porcentagem de animais em lactação, número de novilhas,
descartes, abortos, entre outras variáveis com o objetivo de avaliar o desempenho
e evolução das propriedades.
Foram realizadas também neste período, dentro das atividades de
monitoramento duas auditorias com intuito de levantar dados relevantes para
adoção de novas estratégias de trabalho.
Os atendimentos relacionados ao monitoramento zootécnico totalizaram 90
dos 201 atendimentos realizados no período, representando a maior porcentagem
no total de atendimentos como podemos ver na FIGURA 1.
FIGURA 1: ATENDIMENTOS REALIZADOS EM DIFERENTES ÁREAS NO
PERÍODO DE ESTÁGIO NA REGIÃO DE ITARARÈ-SP
A seguir serão apresentados na forma de relato de caso, os atendimentos
de tristeza parasitária bovina e um caso de fotossensibilização. Na sequencia
estará exposto o relatório de auditoria de uma propriedade produtora de leite e
gado de corte.
CAPITULO I
TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA: RELATO DE CASO
SUSY M. BISAN1; ELZA M. CIFFONI2; HELDER W.A. DA SILVA3
1- Graduanda do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná
2- Docente das Disciplinas de Caprinocultura e Ovinocultura, Doenças Infecciosas e
Parasitárias dos Animais Domésticos e Deontologia e Legislação Aplicada à
Medicina Veterinária- orientadora acadêmica
3- Médico veterinário- orientador profissional
RESUMO
A TPB (tristeza parasitária bovina) é uma enfermidade que acomete o gado leiteiro
em diversas regiões do país, com grande impacto econômico.È uma doença
hemolítica desencadeada pela Babesia bovis e Anaplasma marginale, que têm
como principal vetor o carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus.
Revisa-se neste trabalho a transmissão, patogenia, diagnóstico e profilaxia desta
enfermidade.
Palavras-chave : Anaplasmose, Babesiose, Pré-imunização
ABSTRACT
The TPB (tick fever) is a disease that affects dairy cattle in different regions of the
country, with major economic impact. It is a hemolytic disease triggered
by Babesia bovis and Anaplasma marginale, which are the main vector tick
Rhipicephalus (Boophilus) microplus. Is reviewed in this paper the transmission,
pathogenesis, diagnosis and prevention of
this disease.
Keywords: Anaplasmosis, Babesiosis, premonition
1 INTRODUÇÃO
A TPB (tristeza parasitária bovina) compreende duas enfermidades: a
babesiose, causada pelos protozoários Babesia bovis e B. bigemina e a
anaplasmose causada por uma rickéttsia, a Anaplasma marginale.
Estas duas são de difícil diferenciação a campo, por isso muitas vezes a
presença de anaplasmose ou babesiose individualmente é diagnosticada e tratada
como TPB.
A presença de TPB está intimamente ligada a presença do carrapato,
porém há no Brasil zonas livres, como no extremo do Rio Grande do Sul, devido
ao intenso frio.Estas são áreas de risco, já que os animais não desenvolveram
imunidade natural contra os hemoparasitos, podendo ocorrer surtos graves com
alta mortalidade.
Conhecida no Brasil por vários nomes, como pindura, mal da ponta,
piroplasmose, mal triste dentre outros nomes, é reconhecidamente uma das
doenças que mais mata bezerros nos primeiros meses de vida, principalmente os
de raças européias importados ou não e aqueles provenientes de cruzamentos
industriais entre zebuínos e taurinos.
A demora na recuperação do animal infectado, a queda na produção e os
gastos com medicamentos, indicam a importância econômica da doença no país.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 EPIDEMIOLOGIA
Sendo uma doença hemolítica e febril, tem estreita relação com a
distribuição geográfica de seu principal vetor, o Rhipicephalus
(Boophilus)
microplus, que compreende as latitudes 32.º Norte e 32.º Sul, englobando México,
América central e quase totalidade da América do Sul, ficando de fora da área de
risco o município de Santa Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul, Uruguai e Sul
da Argentina (FIGURA 2). Ocorrendo em caráter endêmico no Brasil, a TPB
acarreta várias perdas econômicas na pecuária do país com a redução na
produção de leite e carne, infertilidade temporária de machos e fêmeas e custo de
tratamentos (VIDOTTO, 2002).
Apresenta uma grande variedade de fatores epidemiológicos, que
influenciam sua ocorrência, tais como: variação climática, práticas de manejo,
controle inadequado de carrapatos e introdução de bovinos susceptíveis
(GONÇALVES, 2000).
A incidência da doença depende principalmente da introdução de animal
susceptível e de aumento repentino da população de vetores em áreas
anteriormente não infectadas pelos carrapatos e insetos (RIBEIRO & PASSOS,
2002).
O índice de morbidade pode ser alto, mas a mortalidade pode variar,
dependendo da quantidade de antígeno que se localiza dentro do eritrócito e da
imunidade do hospedeiro. Os recém-nascidos são relativamente resistentes à
infecção enquanto durar a imunidade passiva adquirida através do colostro
(MARQUES, 2003).
FIGURA 2: DISTRIBUIÇÃO RHIPICEPHALUS (BOOPHILUS) MICROPLUS
FONTE: (CANESTRINI, 1887)
2.2 TRANSMISSÃO
A babesiose bovina e anaplasmose são enfermidades transmitidas
principalmente pelo carrapato Rhipicephalus microplus, sendo a anaplasmose
também, eventualmente, transmitida por moscas hematófagas como a Stomoxys
calcitrans, tabanídeos e culicídeos (FIGURAS 3 e 4 ) (GOLÇALVES,2000).
FIGURA 3: EXEMPLAR DE Stomoxys calcitrans ADULTO
FONTE: SKOCH (2007)
FIGURA 4: EXEMPLAR ADULTO DE UM TABANÍDEO (MUTUCA)
FONTE: SKOCH (2007)
A babesiose é transmitida exclusivamente pelo carrapato R. microplus em
nosso continente, sendo que a B. bovis é transmitida pelas larvas deste carrapato
e a B. bigemina pelas ninfas e adultos (FIGURA 5) (MASLIN,2004).
FIGURA 5: FÊMEAS DE Rhipicephalus microplus EM DIVERSAS FASES DE
DESENVOLVIMENTO CORPORAL
FONTE: PUGH (2009)
Segundo SCOLES et al. (2005) a transmissão biológica feita por carrapatos
é pelo menos duas vezes mais eficiente que a transmissão mecânica feita pela
mosca de estábulo.
A anaplasmose também pode ser disseminada mecanicamente por meio de
agulhas infectadas instrumentos de castração e descorna e por transfusão
sangüínea (GALE, 2001).
Para o hospedeiro vertebrado, a babesiose é transmitida através de
esporozoítos presentes na glândula salivar do carrapato infectado, que são
inoculados durante sua a alimentação tendo, portanto, como única via de
transmissão a biológica.
A anaplasmose pode ter via de transmissão mecânica, quando um inseto
realiza a transferência direta do sangue de um animal portador para outro
susceptível, e deve ocorrer após poucos minutos da alimentação no bovino
infectado. A transmissão por carrapatos se dá em suas diversas fases e é a mais
comum (EMBRAPA, 2001).
A transmissão intrauterina ocorre, porém é considerada muito rara no país
(BRACARENSE et. al 2001).
2.3 PATOGENIA
A anaplasmose e a babesiose são ambas doenças hemolíticas, porém seu
local de parasitemia e período de incubação variam.
O período de incubação médio de A. marginale é de 28 dias, variando
entre sete a sessenta dias, quando os eritrócitos passam a ser fagocitados pelo
sistema retículo-endotelial do bovino, desenvolvendo uma anemia branda a severa
e icterícia, sem hemoglobinúria e hemoglobinemia. Animais que sobrevivem a fase
aguda, desenvolvem infecções persistentes e tornam-se reservatórios
de
A.
marginale, tornando-se imunes a doença clínica. Os sinais clínicos podem ainda
incluir febre, perda de peso, aborto, letargia, diminuição na produção de leite e
frequentemente morte (RAMOS, 2006).
A babesiose tem um período de incubação de sete a vinte dias. Os
parasitas inoculados passam para dentro da circulação sangüínea e penetram nos
eritrócitos dos hospedeiros, onde sofrem divisão binária e saem para o plasma
para invadirem novas células. Do oitavo ao décimo quinto dia após a infecção, os
animais apresentam intensa parasitemia e a destruição dos eritrócitos é
responsável pela anemia hemolitica. A hemoglobina liberada é transformada em
pigmento biliar e o excedente é depositado nos tecidos, resultando em icterícia. O
excesso de hemoglobina é eliminado pela urina, causando a hemoglobinúria
(JONSSON, 2008)
Os sinais clínicos incluem febre, mucosas pálidas, hemólise aguda de baixa
intensidade, letargia, depressão, linfadenopatia, perda progressiva de peso,
anemia leve a moderada responsiva à terapia, desidratação, intolerância ao
exercício, icterícia, anorexia, ascite, e hepatomegalia (BLOOD & RADOSTITS,
1991citado por ASSIS et. al 2005). Na ocorrência de crise hemolítica intensa, com
a liberação sistêmica de fatores inflamatórios, observa-se insuficiência renal
aguda, babesiose cerebral, coagulopatias, icterícia e hepatopatias, anemia
hemolitica imunomediada, babesiose hiperaguda, síndrome do desconforto
respiratório agudo, hemoconcentração e choque (SMITH, 1994 citado por ASSIS
et. al 2005).
2.4 DIAGNÓSTICO
O diagnóstico a campo é feito basicamente pelos sinais clínicos, podendo
ser feitos esfregaços sanguíneos delgados, mediante punção de capilares das
margens da orelha, corados por May-Grunwals Giemsa, a fim de avaliar a
parasitemia (KESSLER e SCHENK 1998).
A avaliação hematológica pode ser feita por meio de hemograma, com
coleta mediante punção da veia jugular onde valores na contagem de hemácias,
da hemoglobina e do VG (volume globular), estarão com pequenas ou grandes
variações dependendo do grau de parasitemia (MENDONÇA et. al, 2003).
Na babesiose, a anemia, de maneira geral, é do tipo normocítica
hipocrômica, sendo algumas vezes observada a presença de ponteados
basofílicos, o que caracteriza nos ruminantes uma resposta regenerativa da
medula óssea (KOHAYAGAWA, 1993 citado por MENDONÇA, 2003).
O diagnóstico sorológico é feito principalmente por fixação de complemento
(FC), imunofluorescência indireta (IFI) (Figura 6 e 7), teste de conglutinação rápida
(TCR) (Figura 8 e 9) e teste indireto de imunoadsorção enzimática (ELISA)
(KESSLER & SCHENK, 1998).
FIGURA 6: ESQUEMA DA REAÇÃO
IMUNOFLUORESCENCIA INDIRETA
FONTE: EMBRAPA (2007)
FIGURA 7: FLUORESCÊNCIA DA
REAÇÃO IFI PARA Babesia
FIGURA 8: ESQUEMA DA REAÇÃO DO TESTE DE CONGLUTINAÇÃO RÁPIDA
FONTE: EMBRAPA (2007)
FIGURA 9: ASPECTO DE UMA REAÇÃO POSITIVA NO TCR
FONTE: EMBRAPA (2007)
O diagnóstico post-mortem pode ser realizado através da necropsia,
onde serão encontrados hepatomegalia, esplenomegalia, fígado amarelado, bile
espessa, hemorragias peri e endocárdicas e congestão do córtex cerebral
(ALMEIDA, 2006).
Deve-se fazer o diagnóstico diferencial de leptospirose, intoxicação por
Senna ocidentalis, hemoglobinúria bacilar, intoxicação por cobre, Pteridium
aquilinum, trombocitopenia aguda, severa intoxicação por Brachiaria sp, e diatesis
hemorrágica associada ao vírus da diarréia viral bovina (ÀVILA,2008).
2.5 CONTROLE DO CARRAPATO
O bovino é o principal hospedeiro do carrapato R. microplus. Sendo que
este gera grandes prejuízos devido à perda de peso, baixa conversão alimentar,
perdas na qualidade do couro, toxicoses, lesões de pele, anemia e transmissão de
agentes patógenos, como os da TPB. As perdas de produtividade e gastos com
tratamento são estimadas em um bilhão de dólares (VIDOTTO, 2002).
Daí a necessidade do combate racional ao carrapato evitando o uso
desordenado de produtos comerciais, empregados com a freqüência errada, que
fazem a seleção de carrapatos resistentes, dificultando ainda mais seu controle
(SANTOS et.al 1997 citado por VIDOTTO 2002).
Segundo GOMES (1998,) a correta aplicação dos carrapaticidas quanto à
concentração, dose, época e intervalo é uma forma eficiente de retardar por tempo
considerável o surgimento de populações resistentes aos princípios ativos, para
isso é necessário entender o ciclo do carrapato (FIGURA 10). A resistência
detectada através de testes de sensibilidade dos carrapatos aos carrapaticidas,
denominado de biocarrapaticidograma também faz parte de um controle
satisfatório do carrapato, assim como com o descanso das pastagens associadas
ao controle por fungos ou gramíneas (ROCHA, 2004).
FIGURA 10: CICLO DO CARRAPATO Rhipicephalus microplus
FONTE: KIKUGAWA, 2009
A intenção deste manejo, contudo, é manter a população de carrapato sobre
controle e não eliminá-la completamente, favorecendo uma circulação mínima dos
agentes causadores da TPB e o sistema imunológico dos bovinos ativo contra a
doença.
2.6 QUIMIOPROFILAXIA
A quimioprofilaxia baseia-se no uso de drogas específicas em doses
subterapêuticas. Na anaplasmose, consiste em duas a quatro aplicações de
subdoses de tetraciclina (2-4mg/kg/PV), pela via IM, intervaladas de 21 em 21
dias. Esse período é estabelecido de acordo com o período de incubação da
doença e pode ser implementada a partir de 30 dias de idade do animal. As
subdoses quimioterápicas permitirão ao animal adquirir a infecção sem sinais
clínicos ou com sinais brandos. Para a babesiose, tem-se empregado o imidocarb
na dosagem de 1- 2mg/kg/PV, com resultados satisfatórios, nos bezerros ao
serem colocados a pasto (KUTTLER & JOHNSON, 1986 citado por RIBEIRO et.
al, 2001). Esse procedimento evita a presença do agente no organismo ou
mantém sua população em níveis subclínicos, estabelecendo o estado de portador
ao animal. Apresenta a desvantagem de levar a resistência aos antibióticos e a
outros patógenos, como por exemplo, a Escherichia coli (HIRSH et al., 1974 citado
por GONÇALVES ,2000).
2.7 MÉTODOS DE PRÉ-IMUNIZAÇÃO DA TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA
A premunição é um método utilizado no Brasil e quando tecnicamente
acompanhado, apresenta resultados satisfatórios. Este método consiste em
induzir a imunidade coinfecciosa, pela inoculação de sangue total, parasitado
pela TPB, seguido de tratamento quimioterápico, quando se estabelece a
doença na fase aguda (MASSARD et. al, 2000).
Nas áreas de estabilidade enzoótica, os efeitos da TPB são minimizados,
pela exposição precoce dos animais à primoinfecção, embora esta imunidade
seja apenas temporária, porém em áreas de instabilidade ou quando são
importados animais de áreas indenes, os casos agudos apresentam altos
índices de mortalidade.
A imunização natural se dá pela inoculação dos hemoparasitos nos bovinos
a campo, cerca de 20 a 50 larvas do carrapato (SACCO, 2002). Este método foi
abandonado por apresentar muitos inconvenientes, além de não estabelecer o
número de formas infectantes dos hematozoários.
Há ainda a inoculação de carrapatos triturados e métodos antigos, que
também visam fornecer certa quantidade de antígeno suficiente, estimulando o
animal a desenvolver sua imunidade (QUADRO 5).
QUADRO 5: DIFERENTES MÉTODOS PARA CONFERIR IMUNIDADE AO
BOVINO CONTRA TPB
MÉTODO
PROCEDIMENTO
NHUTAL e THEILER
Vacinação com sangue de bovinos
adultos, portadores crônicos, contendo
o agente virulento.
LIGINIÉRES
Utiliza o inoculo de A.marginale após
sucessivas passagens em ovinos para
atenuação da virulência.
SERGENT
Consiste em coletar sangue de um
animal em fase crônica da doença e
passá-lo a um animal jovem, como
forma de atenuar sua virulência. O
sangue deste bezerro é então coletado
e serve como vacina.
ROSEMBUSH
Os animais são inoculados primeiro
com Anaplasma e após uma
recuperação da reação severa são
inoculados com Babesia.
FONTE: ADAPTADO DE MASSARD,2000.
Todos estes métodos requerem um acompanhamento intensivo dos
animais inoculados e medicação específica à medida que apresentam sintomas
clínicos, fazendo-se uma segunda e terceira inoculação, até que todos os animais
resistam à infecção sem apresentar sintomatologia. Além disso, tal procedimento
apresenta outros inconvenientes, principalmente a sensibilização para grupos
sanguíneos e o risco de inoculação de outras doenças transmissíveis pelo sangue.
Por isso atualmente recomenda-se o uso de vacinas (KESSLER et.al,2002).
2.7.1 Vacinas
As vacinas vivas atenuadas são produzidas a partir da inoculação do
agente em bezerros esplenectomizados (MASSARD, 2000).
Segundo KESSLER (2000) as vacinas atenuadas que estão sendo
utilizadas no Brasil, são: uma refrigerada, que é mais prática e econômica, porém
tem por inconveniente o fato de ter que ser usada até cinco dias após sua
produção. A outra é uma vacina congelada, que pode permanecer inalterada por
tempo indeterminado, sendo mantida em botijões de nitrogênio liquido, é mais
segura e permite o uso em um grande número de animais, sem a necessidade de
um acompanhamento intensivo.
Mesmo sendo o método mais recomendado atualmente, a produção de
vacina para a babesiose bovina, encontra entraves referentes às dificuldades de
testá-la experimentalmente. As babesias são espécies específicas e não se
multiplicam dentro de hemácias de outros animais como camundongos, ratos ou
outros animais de laboratório. Essa dificuldade faz com que as pesquisas
necessitem de bovinos livres de hemoparasitoses e áreas livres de carrapatos,
uma vez que esse ectoparasito é o principal vetor da doença e mesmo assim este
é um método que também não alcança 100% de sucesso (BITTAR et.al, 2004).
3 RELATO DE CASOS
Foram atendidos em diversas propriedades oito casos de bovinos
apresentando TPB.
A idade dos pacientes apresentou variação de um mês a três anos.
O primeiro caso uma vaca em produção de três anos de idade, o segundo
uma bezerra de seis meses, o terceiro, uma novilha de um ano, o quarto caso uma
novilha de nove meses, o quinto três novilhas de aproximadamente 10 meses e o
último uma bezerra de apenas um mês.
3.1 SINAIS CLÍNICOS
Todos os pacientes apresentavam debilidade, inapetência, mucosa hipocoradas,
hipertermia (temperatura > 40.º C) e dificuldade respiratória. A vaca em produção
(Figura 11) apresentou ainda diminuição na produção de leite e icterícia, o
rebanho neste caso apresentava baixa infestação por carrapatos.
FIGURA 11: VACA DE TRÊS ANOS APRESENTANDO MUCOSA VAGINAL
HIPOCORADA E ICTÉRICA
O fato de haver na propriedade um controle rigoroso de carrapatos, pode
ter favorecido o aparecimento de TPB neste paciente adulto, já que este não teve
a oportunidade de desenvolver a imunidade natural ao hemoparasita.
Outra propriedade em contraste apresentava intensa infestação de
carrapatos e quatro casos de manifestação de TPB, sendo que uma das novilhas
apresentava mesmo após um mês do aparecimento dos sinais clínicos, alopecia e
perda de peso (Figura 12) e outra, acentuada perda de peso (Figura 13)
FIGURA 12: NOVILHA DE 10 MESES DEBILITADA APÓS GRANDE
INFESTAÇÃO DE
CARRAPATOS E SINAIS DE TPB
FIGURA 13: NOVILHA DE 10 MESES EMACIADA APÓS SINTOMAS DE
TPB
Na mesma propriedade surgiu um caso de uma bezerra de apenas um mês
de idade, com sinais característicos de TPB, além de diarréia (Figura 14), ela
convivia com bezerras mais velhas e algumas já estavam parasitadas com
quantidade relevante de carrapatos.
FIGURA 14: BEZERRA DE UM MÊS PROSTRADA E COM HIPERTERMIA
O animal apesar de ainda possuir imunidade passiva apresentou sinais de
TPB, com prostração, inapetência e hipertermia. A ausculta pulmonar estava
normal e havia petéquias na mucosa vaginal.
A propriedade a qual as novilhas pertenciam apresentava dificuldade em
manter a infestação de carrapatos sobre controle, devido a resistência
desenvolvida a um grande número de carrapaticidas. As bezerras eram
pulverizadas, ás vezes, antes mesmo da desmama devido à grande infestação
que sofriam.
3.2 DIAGNÓSTICO
O diagnóstico foi feito apenas com base nos sinais clínicos, devido a
dificuldade encontrada a campo para realização de testes de identificação dos
agentes.
3.3 TRATAMENTO
Os animais foram todos tratados com dipropionato de imidocarb (2 mg/kg) e
oxitetraciclina( 11 mg/kg 5 dias),associados ao uso de Mercepton ® (metabólico
hepatoprotetor imunoestimulante).
Todos apresentaram melhora após inicio do tratamento evoluindo para cura
do quadro.
4 DISCUSSÃO
Os bovinos apresentaram sintomas clássicos de tristeza parasitária bovina,
como relata SILVA (2007), ainda que sem a observação de hemoglobinúria,
embora ANTUNES et al. (2008) cite a marcada presença desta nos casos de
babesiose.
Nos casos relatados não foi realizado nenhum exame complementar, para
comprovar a presença de babesiose ou anaplasmose ou mesmo diferenciá-las,
sendo todos os casos tratados como uma associação das mesmas, porém
PEREIRA, (2006) diz que observar o hemoparasita nos esfregaços é componente
importante do diagnóstico.
GONÇALVES (2000) também diz que, mesmo podendo ser diagnosticada
por sintomatologia aparente, é de extrema importância a realização de exames
laboratoriais para conclusão de diagnóstico.
Três dos casos relatados ocorreram em propriedades, onde havia um
controle excessivo de carrapatos, (caso do animal adulto) ou onde havia
dificuldade para manter o controle do mesmo (caso das quatro últimas novilhas),
isto pode ser explicado porque, segundo GONÇALVES, (2000) para se manter
uma área de estabilidade enzoótica recomenda-se que os rebanhos recebam de
10-20 larvas de carrapatos dia, favorecendo a imunidade natural, animais muito
infestados ou que tenham nenhum contato com carrapato são mais susceptiveis.
O tratamento recomendado em literatura, cita 11 Mg/kg de oxitetraciclina
uma vez
ao dia, por 3 a 5 dias (SMITH,2006), estando de acordo com o
tratamento empregado, ou ainda segundo SMITH,(2006), pode-se usar 1 ou 2
aplicações de oxitetraciclina de ação prolongada, na dose de 20 mg/kg, quaisquer
das opções por via intramuscular.
Já para a babesiose, é recomendado o uso de vários babesicidas, entre
eles o diisetionato de fenamidina (Lomdine), 8-3 mg/kg; diaceturato de
diminazona(Berenil ® ou Ganaseg ®) 3-5 mg/kg; dipripionato de imidocarb (Imizol
®)1-3
mg/kg
e
diisetionato
de
amicarbalide
(Diampron
®)
5-10
mg/kg.(SMITH,2006), conferindo com o tratamento a base de imidocarb
administrado.
O autor ainda cita a necessidade de uma transfusão de sangue integral
quando o VG (volume globular) estiver abaixo de 12%, além de fluidoterapia,
quando necessário.
Não há em literatura, citação do uso de Mercepton ® em casos de tristeza
parasitária.
5 CONCLUSÃO
Com base na revisão de literatura e casos acompanhados, foi possível
provar a importância de conhecer, tratar e prevenir a TPB, assim como
diagnosticar corretamente o agente envolvido, diminuindo assim os custos com o
tratamento.
Assim como também ter conhecimento sobre a necessidade da realização
de mais estudos, na tentativa de elaborar vacinas mais eficientes e seguras, que
garantam a sanidade do rebanho sem causar-lhes danos, embora, como já
discutida no trabalho, esta seja uma equação de difícil equilíbrio.
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CAPÍTULO II
FOTOSSENSIBILIZAÇÃO EM BOVINO NA REGIÃO DE ITARARÉ: UMA
REVISÃO
SUSY M. BISAN1; ELZA M. CIFFONI2; HELDER W.A. DA SILVA3
1- Graduanda do Curso de Medicina veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná
2- Docente das Disciplinas de Caprinocultura e Ovinocultura, Doenças Infecciosas e
Parasitárias dos Animais Domésticos e Deontologia e Legislação Aplicada à
Medicina Veterinária- orientadora acadêmica
3- Médico veterinário- orientador profissional
RESUMO
A fotossensibilização pode ter diversas causas, sendo a principal a ingestão de
plantas que alteram o metabolismo hepático e geram distúrbios na eliminação da
filoeritrina, que se acumula em tecido epitelial e reage com os raios UV, formando
dermatites crostosas.
Apresenta prevalência em gado europeu, por este ter muitas áreas
despigmentada, favorecendo o acúmulo de filoeritrina em extensa área corporal.
Embora o mecanismo da fotossensibilização já esteja bem esclarecido a etiologia
quando falamos em Brachiaria sp. e Phitomyces chartarum ainda causa grande
divergência entre autores.
Palavras-chave: Brachiaria sp, Colangiopatia, Phitomyces chartarum.
ABSTRACT
The photosensitization mayhave several causes,
the
in intake of plants that
alterthe hepatic metabolism and cause disturbances in the elimination
of filoeritrina, which accumulates in epithelial tissue and reacts with UV rays,
forming crusted dermatitis.
Has a
prevalence
of cases in European
cattle,
for it
has many areas
unpigmented, favoring the accumulation of a large area filoetrina body. Understood
Although the mechanism of photosensitization is already well when we talk
about the etiology Brachiaria sp..and Phitomyces chartarum still causes great
disagreement among authors.
Keywords: Brachiaria sp., cholangiopathy, Phitomyces chartarum
1 INTRODUÇÃO
A condição conhecida como fotossensibilização ou dermatite fotossensível
é diagnosticada há várias décadas em bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos,
suínos e, ocasionalmente, em equinos.
A fotossensibilização é classificada de acordo com o agente fotodinâmico
em três tipos: tipo I ou primária, em que pigmentos vegetais ou medicamentos
intrinsecamente fotodinâmicos são ingeridos, absorvidos e ingressam na
circulação sistêmica; tipo II, que ocorre em consequência da síntese anormal de
pigmentos endógenos, geralmente de origem hereditária; e tipo III, hepatógena,
ocorre pelo acúmulo de filoeritrina, produto de degradação da clorofila, em
consequência de lesão hepática que impede a sua excreção.
Quando essas substâncias fotodinâmicas entram em contato com os raios
solares (UV), ocorre a formação de radicais livres de oxigênio no citosol da célula,
que causa ruptura de mitocôndrias e lisossomos, degranulação de mastócitos
cutâneos, degradando membranas fosfolípidicas, polipeptídios protéicos e ácidos
nucléicos, ocorrendo uma intensa inflamação que caracteriza a fotodermatite
(SMITH, 1994; JONES et al., 2000).
A fossensibilização é conhecida vulgarmente pelos nomes de "Requeima"
e "Sapeca". Afeta bovinos de todas as idades. Ocorre principalmente quando os
animais estão em pastos de Brachiaria sp, especialmente a B. decumbens, e na
época das chuvas.
2 REVISÃO DE LITERATURA
A fotossensibilização pode ser primária, devido a agentes fotodinâmicos
exógenos, ou hepatógena, devido ao acúmulo de filoetrina (RADOSTITS, et.al
2000).
Os causadores da fotossensibilização hepatógena podem ser: Phitomyces
chartarum, (fungo comum da Brachiaria e Azevém); Periconia,( fungo do capim
Bermuda);
cianobactérias
associadas
a
algas
azul-esvedeada;
tremoço
(juntamente com o fungo Phomopsis leptostromiformis )e ervas daninha como:
Lantana camara, Lippia rehmanni, Nolina texana, Holocalix glaziovii, Myoporum
laetum, Crotália retusa, Senecio jacobea, entre outros (REBHUN,2000).
Dentre os principais causadores de fotossensibilização no Brasil e em
várias partes do mundo, encontramos o fungo Phitomyces chartarum (FIGURA
15), que é saprófito de material vegetal em decomposição, sendo este
responsabilizado pela maioria dos quadros registrados, especialmente quando os
bovinos encontram-se em pastagem de Brachiaria sp. Durante muitos anos,
defendeu-se a tese de que somente na presença deste fungo é que a ingestão de
Brachiaria pelo bovino poderia gerar casos de fotossensibilização, porém hoje em
dia, vem sendo questionada a possibilidade de que a própria planta possa ser
tóxica sem a participação de outros agentes (RADOSTITIS,et al 2000).
FIGURA 15: OS PONTOS EM AMARELO MOSTRAM A DISTRIBUIÇÇAO
DO FUNGO Phitomyces Chartarum PELO MUNDO.
FONTE: GBIF (2008)
Diversos experimentos indicam que o P.chartarum é fundamental para
eclosão do processo, pela liberação de esporedesmina. Porém para a ocorrência
do fungo é necessária a presença de condições climáticas favoráveis, com
umidade superior a 90%, temperatura mínima do solo de 12 graus por no mínimo
72 h e elevada taxa de lotação da pastagem.
Outros estudos mostram que a presença de saponinas estereoidais em
Brachiaria e Panicum pode acarretar insuficiência hepática e com isto a falta de
eliminação da filoetrina pelo sangue portal. A filoeritrina produzida no TGI (trato
gastrointestinal), pela degradação da clorofila, normalmente é excretada pela bile.
Quando há obstrução biliar a filoeritrina não é eliminada e se acumula nos tecidos
em áreas despigmentadas, que quando expostas a luz reage com os raios UV e
causa dermatite. Como a filoeritrina segue os mesmos caminhos de excreção dos
pigmentos biliares, é comum, porém não obrigatório observar icterícia nos animais
acometidos (SANTOS 2008).
DRIEMEIER (1998), sugere que em Brachiarias sem P. chartarum, os
bovinos apresentem sinais de colangiopatia com acúmulo de cristais, sem lesões
macroscópicas de fotossensibilização, devido ao discreto grau das lesões
hepáticas, já LIMA (2009) diz que a fotossensibilização associada a Brachiaria
,pode estar relacionada não somente a quantidades importantes de P. chartarum,
mas também a uma predisposição individual de animais jovens, podendo ter
inclusive envolvimento genético.
O inicio dos sinais se dão de 14-28 dias após ingestão e é caracterizado
por animais que ficam inquietos, procuram a sombra, têm apetite reduzido,
icterícia, lesões crostosas na pele com necrose e desprendimento (ROSSETI,
2009).
A presença do fungo, ou mesmo da esporedesmina não tem sido
confirmada em muitos surtos de fotossensibilização no Brasil (LEMOS 1996).
Como diagnóstico são indicados a biopsia e testes da função hepática,
incluindo os que medem o transporte (secreção, conjunção e excreção), tais como
bilirrubina e ácidos biliares; a atividade enzimática no soro, para detector necrose,
colestase e carcinomas e bioquímicos, que avaliam a capacidade de
metabolização. Para bovinos adultos são recomendados os testes de GGT(gamaglutamiltransferase),FA(fosfatasealcalina),SD(sorbitol- Desidrogenase)
aspartato-aminotransferase.Estes
e AST(
testes todos indicados para
identificação de uma hepatite crônica, porém nenhum é eficaz em bezerros
menores de dois meses (ANDREWS,2008).
Sendo recomendado neste caso como método de diagnóstico a biopsia em
lesões difusas e biopsia guiada por ultrassom em lesões focais (BARROS, 2007).
Na necropsia se encontra o fígado aumentado de volume e com coloração
amarelo cobre intenso, a vesicular biliar pode apresentar-se distendida e com bile
viscose e espessa, a urina também pode ter coloração castanho escura. Nos
linfonodos podem-se encontrar nódulos brancos ou com estrias vermelho escura
(LIMA, 2009).
Evitar o problema requer o manejo correto do pasto. A pastagem não deve
passar de 20 cm de altura. Acima dessa medida, o capim excedente acumula-se
no solo. Os esporos do fungo encontram nos restos de pastagem úmida a
condição ideal para o desenvolvimento, dando origem à doença. A suplementação
mineral adequada, com atenção especial ao zinco, e o controle parasitário são
outras medidas recomendadas para garantir maior resistência do animal
(FAGLIARI, 1998, citado por CHAGAS, 2005)
3 RELATO DE CASO
Foi atendido na propriedade Bandoni, em Itararé no dia 15 de fevereiro de
2011 um paciente apresentando necrose gangrenosa seca nos tetos (FIGURA 16
e 17), descamação da pele por dermatite (FIGURA 16 e 17), apatia, prurido,
queda na produção de leite, e aversão ao sol, os parâmetros fisiológicos como:
frequência respiratória, frequência cardíaca e temperatura encontravam-se dentro
da normalidade.
FIGURA 16: TETO DE
VACA
COM
FOTOSSENSIBILIZAÇÃO APRESENTANDO NECROSE
SECA.
SINAIS
DE
GANGRENOSA
FIGURA 17: DESCAMAÇÃO DE PELE DE PARTES DESPIGMENTADAS
DO ÚBERE DE VACA COM SINAIS DE FOTOSSENSIBILIZAÇÃO
FIGURA 18: DERMATITE EM PARTES DESPIGMENTADAS EM VACA
COM SINAIS DE FOTOSSENSIBILIZAÇÃO
FIGURA 19: PRESENÇA DE DESCAMAÇÃO DE PELE COMUM EM
CASOS DE DERMATITE POR FOTOSSENSIBILIZAÇÃO
O animal encontrava-se a 37 dias numa pastagem de Brachiaria
decumbens e a uma semana havia apresentado os primeiros sinais.
A época do ano era quente com alta incidência de chuvas.
Foi realizada investigação no local a procura de plantas que pudessem
causar fotossensibilização primária ou hepatógena e não foi encontrada nenhuma
outra espécie além da própria Brachiaria.
Há relato do proprietário de incidência esporádica de casos como este,
porém com manifestações mais brandas.
O animal foi retirado da pastagem imediatamente, colocado em local com
acesso a sombra e tratado com protetores hepáticos (Mercepton durante cinco
dias),
corticóide
(Azium®
15
mg
por
via
intramuscular),
antibiótico
(enrofloxacina,2,5 mg/kg,durante sete dias) como preventivo da ocorrência de
septicemia e pomada de aplicação tópica antisséptica e anestésica local nos tetos
duas vezes ao dia (Farmaron®). Em duas semanas o animal apresentou melhora
no quadro, não havendo recidivas.
4 DISCUSSÃO
Observando que a fotossensibilização pode ter diversos fatores etiológicos
como, plantas, fungos, defeitos congênitos no metabolismo da porfirina, problemas
no metabolismo hepático ou mesmo em alguns casos etiologia incerta (MOTTA,
2000), devemos sempre analisar as diversas variáveis que possam contribuir para
o aparecimento de casos ou surtos.
É importante ainda segundo REBHUN (2000), reconhecer os sinais
clínicos o mais brevemente possível, realizando a rápida retirada do elemento
desencadeador da fotossensibilização e iniciando tratamento, pois o quadro, não
raro evolui para morte.
Segundo SANTOS (2008), os sinais iniciam com eritema, seguidos por
edema, fotofobia, e dor. Ocorre espessamento da área afetada com presença de
exsudato e formação de crostas, deixando a pele lesada com aparência de casca
de arvore, que finalmente se desprende. Lesões estas que conferem com o
quadro encontrado na propriedade, as lesões mais graves se localizam no dorso e
partes expostas ao sol quando o animal se deita que também foram observadas
no caso descrito.
Quanto aos exames, importantes para identificar grau de lesão fígado,
não foram realizados, pois não há na região laboratório de análises clinica
especializado em veterinária, porém os parâmetros normais dos exames em
bovinos: Proteínas totais (6,5 - 8,5g/dl), Albumina (2 - 4g/dL), Creatinina (1 2mg/dL),Ureia
(10
(FERREIRA,2009).
-
45mg/dL),
GGT
(0-
50U/L),AST
(13
-
110U/L)
O diagnóstico final da etiologia do caso não pode ser concluído, pois
apesar de ser sugestivo de intoxicação por Brachiaria, não se sabe se havia ou
não a presença do fungo P. chartarum, ainda que as condições climáticas
favorecessem a presença do mesmo, já que ALBERNAZ (2010), diz que a
fotossensibilização observada em pastagens de Brachiaria sp. era até algum
tempo atrás atribuída exclusivamente à toxina esporodesmina produzida por
esporos do fungo Pithomyces chartarum nas pastagens ,porém, atualmente a
toxicidade para animais é também atribuída à presença de saponinas esteroidais
litogênicas na própria gramínea ocorrendo em qualquer época do ano,
principalmente em bezerros, próximo ao desmame.
Há ainda a possibilidade de o quadro estar relacionado a outra etiologia
mesmo havendo sido feito uma inspeção no pasto em busca de outras plantas e
na anamnese o proprietário não tenha revelado nenhuma informação sugestiva de
outras causas.
Segundo LEMOS (2004), diagnóstico baseia-se no histórico, nos sinais
clínicos e dever ser confirmado com a realização de necropsias e exames
laboratoriais. A enfermidade deve ser diferenciada de outras causas de
fotossensibilização,
principalmente
a
intoxicação
por Enterolobium
contortisiliquum e a Lantana sp. Nestes casos é importante a interpretação dos
dados clínicos e epidemiológicos, uma vez que a intoxicação por Enterolobium
contortisiliquum ocorre entre os meses de agosto a novembro, afetando também
animais adultos e de forma severa, sendo que vacas prenhes geralmente abortam.
Por sua vez, a intoxicação por Lantana sp, geralmente está associada a transporte
ou fome e causa sinais clínicos severos, com alta mortalidade de animais adultos.
Por outro lado é importante lembrar que plantas do gênero Panicum, inclusive
forrageiras, podem produzir fotossensibilização .
O tratamento Segundo a literatura constitui-se basicamente da retirada
imediata do bovino do pasto, administração de antibióticos, corticóides ou
antiinflamatórios não esteroidais, pomadas locais, laxantes, protetores hepáticos e
tratamento dos sinais de intoxicação, visando apenas dar suporte para que o
animal se recupere (EMBRAPA, 1998)
5 CONCLUSÃO
Orientar o proprietário a reconhecer precocemente os sinais da
fotossensibilização, faz parte das medidas a serem adotadas para evitar surtos,
removendo as animais o mais rapidamente possível da pastagem assim que
apareçam os primeiros sinais.
O manejo adequado das pastagens assim como a diversificação das
espécies ofertada aos animais também compõe pontos importantes para
prevenção do aparecimento de casos de fotossensibilização, assim como não
fazer a desmama de bezerros em pastagem de Brachiaria sp.,são ações simples,
mas que podem diminuir significativamente os custos com tratamento dos
rebanhos.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Bras. 28(1): p.1-14. 2008.Disponível em:
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www.discoverlife.org/mp/20m?kind=Pithomyces+chartarum
CAPITULO III
RELATÓRIO DE AUDITORIA FAZENDA ALVORECER
RESUMO
O presente relatório tem por objetivo discriminar o número de animais presentes
na propriedade, bem como suas categorias, avaliando o manejo conduzido e
sugerir outros que se encaixem melhores a realidade da propriedade ou que
obtenham resultados mais satisfatórios.
Os problemas com manejo foram os que mais mereceram atenção e são mais
amplamente discutidos. Embora seja este relatório apenas parte inicial do projeto
em andamento e uma quantidade maior de itens, além dos aqui elencados,
merecerá atenção no transcorrer dos trabalhos, servindo este como base para se
ter um panorama geral da atual situação da propriedade.
1 INTRODUÇÃO
A avaliação da propriedade se deu entre o dia 15 a 30 de maio de 2011, na
propriedade Alvorecer, do município de Itaberá - São Paulo.
Teve como objetivo principal fazer um panorama geral sobre a área disponível
para o gado de leite e corte, os tipos e qualidade das pastagens, sobre o número
de animais existentes e o manejo utilizado.
A proprietária demonstra interesse em ampliar as atividades tanto na
produção de leite, quanto de gado de corte, porém encontra muitas dificuldades,
principalmente em manter a produção leiteira e conseguir produzir leite de
qualidade.
Torna-se importante então a realização da auditoria para determinar os
pontos críticos e assim realizar melhores ajustes, visando alcançar os objetivos
traçados.
2 MÉTODOS UTILIZADOS
Para realizar a contagem dos animais, estes foram trazidos ao curral e
aproveitando-se do manejo de vacinação e vermifugação, onde passaram um a
um pelo brete, foram contados e marcados com crayon. Posteriormente foi
realizada vistoria a campo, para confirmar se todos os animais possuíam a
marcação. Este procedimento foi realizado com o gado de corte e todas as
categorias do gado de leite e os resultados encontram-se em anexo (p.97 a 104 e
p.105).
A delimitação da área de pastagem foi feita com o auxilio de um GPS e toda
área foi percorrida a pé ou a cavalo, dependendo das dificuldades de locomoção.
A inspeção quanto a qualidade foi subjetiva, através de análise visual das áreas
percorridas.
A medição do leite foi feita com régua existente na leiteria, porém, não reflete
a realidade e é apenas uma estimativa devido ao método utilizado e ao material
(régua) de acurácia duvidosa. Sendo sugerido o uso de balanças para a pesagem
do leite, ou ao menos a compra de uma régua de melhor qualidade, os resultados
estão discriminados em anexo (p.108).
A pesagem das novilhas se deu em balança fixa e todos os dados foram
anotados e analisados e encontram-se em anexo (p.106).
O teste de CMT foi realizado com produto específico, utilizando dois ml de leite
acrescidos de dois ml do produto homogeneizando-os e após 10 segundos
realizado leitura visual ( BRITTO,2007), assim também como o teste do alizarol foi
conduzido da mesma maneira, os resultados estão em anexo (p.110).
Para determinação dos possíveis erros de manejo, toda a rotina da fazenda foi
acompanhada durante quinze dias.
3 ÁREA DISPONÍVEL PARA DESENVOLVIMENTO PECUÁRIA DE CORTE E
LEITE
3.1PECUÁRIA DE LEITE
-pasto piqueteado(Mombaça velha) 14,67,ha
-Área novilhas (Brachiaria) -4,57 há
-Pasto pinheiro (Mombaça nova)-12,9 há
- Brachyaria -2,1ha
-tifton- 0,39 há
-pasto sujo (Brachiaria)-9,07 há
-Cana- 3,11- ha
-Total área de leite – 46,4 há
3.2 PECUÁRIA DE CORTE
Pasto alvorecer 1(Brachiaria)-37,67 há
Pasto alvorecer 2 MG-5)– 13,9 há
Pasto usina 1- sem medir
Pasto usina 2 – sem medir
As áreas de pasto denominado Usina, não foram medidas por falta de
disponibilidade do equipamento, todas as áreas acima descritas foram passadas
para um croqui, para que se pudesse visualizar melhor a distribuição das
pastagens. (FIGURA 20).
FIGURA 20: CROQUI DA ÁREA RESERVADA PARA GADO DE CORTE E LEITE
DA FAZENDA ALVORECER
A Mombaça antiga encontra-se em condições de pastoreio e com boa coloração,
já o pasto ao fundo dos piquetes apresenta Mombaça sementeando, com
coloração amarelada e de baixa qualidade. (FIGURA 21).
Toda área para melhor aproveitamento poderia ser reformada, fazendo
análise do solo e correção do mesmo, assim como fazer a manutenção constante
da mesma, através da adubação.
O custo de recuperação de pastagens é elevado, utilizando num processo
mais simples com cerca de 1,5 t/ha de calcário, 300 kg/ha de adubo formulado e
mais a descompactação do solo. Já em uma recuperação mais completa seriam
aplicados 3 t/ha de calcário, 300 kg/ha de superfósforo simples e mais 300 kg/ha
de adubo formulado, com um preparo completo de solo de incorporação de
corretivos
e
fertilizantes
e
trabalhos
de
conservação
do
solo,
como
terraceamento(ZIMMER,1998). Porém estes valores são apenas estimados,
dependendo de uma analise do solo pra fixar quantidades e valores.
É necessária ainda, uma adubação de manutenção que em sistemas
menos intensivos, normalmente só são efetuadas quando a pastagem apresentar
sinais de declínio, geralmente a cada 3 anos, na base de 30 a 60 kg de P2O5/ha
ou, mais completamente, de 30 a 60 kg de N, P2O5 e K2O/ha, conforme a análise
de solo. O modo de aplicação é a lanço sobre a pastagem, após uma limpeza e no
início das chuvas, de uma ou de duas vezes. Em sistema de pastejo rotacionado
intensivo, com pastagem de alta produtividade e alta lotação animal, recomendamse 50 a 100 kg de N, P2O5 e K2O/ha/ano, conforme a análise de solo. Nesse
caso, a adubação dos piquetes é necessariamente parcelada, logo após cada
pastejo ou cada dois pastejos (VEIGA, 2005)
FIGURA 21: PASTO COM MOMBAÇA ANTIGA AO FUNDO DA IMAGEM,
APRESENTANDO COLORAÇÃO AMARELADA.
Os demais pastos de Mombaça apresentam aparência melhor, porém é
necessária também uma manutenção adequada, já que há áreas em que a
Brachiaria está tomando espaço.
Outra área que necessita de reforma é o pasto Sujo, composto de
Brachiaria, está infestado de ervas-daninha, como toda área é importante para
que as vacas sejam alocadas próximo ao curral, então se recomenda o cuidado
com estas áreas, para que possam fornecer alimento de qualidade aos animais.
A cana apresenta-se em boas condições de corte fornecendo alimento
para o inverno e a área de Tifton, também de boa qualidade, poderá ser usada
para fabricação de feno para os bezerros.
Na área destinada ao gado de corte há MG-5 de boa qualidade no pasto
alvorecer 2 (FIGURA 22), e optou-se por divisá-lo em dois piquetes de 19 há,
sobrando 13 há do pasto alvorecer 1 de qualidade muito inferior, que também
precisará ser reformado (FIGURA 23), este,embora menor também será utilizado
para rotacionar o gado de corte.
FIGURA 22: MG-5 ENCONTRADO NO PASTO ALVORECER 2
FIGURA 23: PASTO ALVORECER 1 COM PASTAGEM DEGRADADA E
APRESENTANDO EROSÃO DE TERRA
A área de pasto denominado Usina, também poderá ser usada pelo gado
de corte, porém a área de pasto Alvorecer atualmente suporta bem as 141
cabeças existentes.
Todas as reformas necessárias em diversas pastagens deverão ser feitas
após realização da análise da terra, pois só assim se poderá determinar as
quantidades necessárias de macro e micronutrientes para o bom desenvolvimento
da pastagem.
4 PESAGEM DO LEITE
A medição do leite apresentou produção média de 12,7 litros (FIGURA 24),
somando 630 litros/dia (FIGURA 25).
Entre os maiores problemas encontrados na propriedade está a dificuldade
em manter a produção leiteira sendo que esta oscilou grandemente nos últimos
meses, sendo relatado pelos funcionários que esta oscilação vem se repetindo ao
longo dos anos.
O acompanhamento da medição do leite não era realizado a alguns meses
atrás e as vezes não acontece, como no mês de fevereiro, tornando assim
complicada
a
análise
dos
índices
zootécnicos
da
propriedade
e
seu
desenvolvimento.
È sugerido que seja feita a aferição e anotação mensal destes dados
fazendo deste procedimento parte integrante da rotina de produção.
FIGURA 24: COMPARATIVO DA PRODUÇÃO MÉDIA DOS ÚLTIMOS 5 MESES
FIGURA 25: COMPARATIVO PRODUÇÃO EM LITROS DOS ÚLTIMOS 5 MESES
5 AVALIAÇÃO DAS NOVILHAS
A pesagem das novilhas também é manejo adotado recentemente E
verificando a numeração destas no levantamento realizado e as anotações de
pesagens dos meses anteriores, verifica-se que muitas vezes ficam novilhas de
fora da pesagem mensal, aparecendo animais em determinados meses que não
estando em outros.
Isso deve ser evitado, pois impede uma análise real do desenvolvimento
das novilhas (CONTROLE..., 2008)
Outro problema encontrado foi referente ao ganho de peso destas, sendo
que na pesagem realizada no mês de abril, somente 30% das novilhas ganharam
o peso esperado de 0, 600 Gr/dia, 32% ganharam peso, porém muito pouco e 38
% perderam peso.(CAMPOS)
Isto explica o fato das novilhas estarem parindo em sua maioria acima dos 3
anos e 2 meses, quando poderiam estar parindo com cerca de 2 anos e 3 meses,
algumas novilhas chegam a idade de cobertura porém não alcançaram o peso
ideal, tendo assim que atrasar seu inicio da vida reprodutiva(OLIVEIRA,2008).
6 RESULTADOS DOS TESTES DE CMT E ALIZAROL
Foram realizados na fazenda os testes de CMT (Califórnia mastitis test) e
Alizarol, devido ao fato de que a alguns meses a propriedade não consegue
entregar o leite produzido ao laticínio, pois o mesmo apresenta resultado positivo
ao teste do alizarol no tanque expansor.
Procedeu-se então o teste de CMT, para verificação da saúde do sistema
mamário, e alizarol para estimar o perfil de acidez individual dos animais.
Os resultados encontrados mostraram que 83,3% do lote um 66,6% do lote
dois, e 75% do rebanho total, apresentaram resultado positivo ao teste de CMT
(FIGURA 26).
Segundo INTERVET (2009), o teste de CMT, baseia-se no aumento de
células somáticas presentes no leite que reagem com um detergente aniônico.
A avaliação do teste de CMT segue um padrão determinado sobre o grau do
aumento da viscosidade numerada em uma, duas ou três cruzes.
A avaliação consiste na seguinte classificação:

Leite é considerado normal quando for classificado como traços ou
negativo.

Leite é considerado anormal quando for classificado como 1, 2 ou 3
Quando a vaca apresenta teste da caneca de fundo preto negativo e CMT positivo,
a mastite é denominada subclínica.
No trabalho realizado por Philpot em 1984, estabeleceu-se uma correlação
entre os dados de perda da produção leiteira, com os testes de CMT, com os
seguintes resultados:

CMT +1, perda de 10 a 11%.

CMT + 2, perda de 16 a 26%.

CMT + 3, perda de 25 a 46%.
FIGURA 26: FORMAÇÃO DE GEL MOSTRANDO REAÇÃO POSITIVA AO
TESTE DO CMT
Já o teste de alizarina apresentou resultado positivo com formação de
grumos em 66,6% no lote um 45,83% no lote dois e 56,25% do rebanho total em
lactação (FIGURA 27). Além dos resultados positivos houve casos de leite
alcalino, indicativo de mastites ou leite adulterado, opção descartada neste caso já
que o teste foi realizado com leite retirado direto da glândula mamária. (FIGURA
28).
FIGURA 27: FORMAÇÃO DE COÁGULOS MOSTRANDO REAÇÃO
POSITIVA AO TESTE DA ALIZARINA
FIGURA 28: AMOSTRA ALCALINA COM COLORAÇÃO VIOLETA E LEITE
NEGATIVO AO ALIZAROL COM COLORAÇÃO NORMAL OCRE.
No lote um a média de idade de lactação fica em 3,9 meses, e no lote dois
em seis meses.
A alimentação consiste apenas de pastoreio sobre MG-5 e concentrado
com 18% de proteína antes da ordenha, sem controle da quantidade consumida e
produção individual.
Os animais positivos a acidez apresentaram variação de 2 a 11 meses de
lactação, a média de produção leiteira é de 12,7 litros.
Das vacas positivas ao alizarol, 86,0 % eram também positivas ao CMT e
apenas 10,4% apresentaram resultados negativos para ambos os testes.
Há na fazenda uma quantidade muito grande de vacas positivas no teste
do alizarol, o que resulta num leite ácido no tanque resfriador.
Este teste pode dar positivo nas seguintes condições: se o leite está ácido;
se o índice de mastite no rebanho estiver elevado; se houver muitas vacas
próximas da secagem ou recém-paridas e se houver desequilíbrio salino do leite
(excesso de cálcio e magnésio em relação a fosfato e citrato).
Quando o teste de alizarol der positivo, primeiro, deve-se descartar a
possibilidade de acidez. A acidez é resultado da contaminação bacteriana do leite.
Portanto, para que este fator seja descartado, deve se fazer uma análise da
contagem total de bactérias (esta análise deverá apresentar um índice de 100 mil
ufc/ml, ou menor). A situação da mastite pode ser avaliada pela contagem de
células somáticas (CCS) ou pelo CMT. A CCS do leite do rebanho deve ser menor
que 400 mil/ml. Deve-se também verificar se a maioria das vacas está no início da
lactação ou próximo da secagem. Se não for nenhum desses casos, pode estar
ocorrendo desequilíbrio salino. Nesta situação, não há tratamento. O desequilíbrio
salino é influenciado por diversos fatores, como por exemplo, mastite, estágio da
lactação, mudança brusca na alimentação, individualidade da vaca, raça, estação
do ano ou baixa qualidade da alimentação (SANTOS, 2005)
Para descartar a possibilidade de o resultado ser um falso positivo, sugerese fazer um teste complementar, o Dornic (MARQUES, 2005).
Assim após resultado conclusivo, achar possíveis soluções, sejam estas
relativas a higiene, um melhor controle da mastite, correção alimentar ou da
genética do rebanho.
O Teste de CMT (californian Mastitis Test),também teve grande quantidade
de animais positivos, isto reflete um rebanho onde é necessário atentar mais para
o método de secagem das vacas, seguindo sempre recomendação do veterinário
e também uma melhor higiene na ordenha , mergulhando as teteiras em solução
desinfetante entre uma vaca e outra, para que não aja contaminação das novilhas
que entram em lactação.Esta pode ser uma das causas para a acidez no leite, já
que mais da metade das vacas positivas para o alizarol, também são positivas
para o CMT.A presença de mastite subclinica reflete numa menor produção de
leite, e em sua menor qualidade, estando aí dois bons motivos para uma secagem
correta da vaca.
7 DISTRIBUIÇÃO DOS LOTES
7.1 INVERNO
Vacas no leite
Devem comer de manhã no cocho do pasto das novilhas, silagem de sorgo e
cana com uréia (20 kg de cana com uréia e silagem de sorgo), desde a hora da
ordenha
até
as
10h00min
da
manhã,
depois
descer
para
o
pasto
pinheiro(mombaça nova), pastorear até a hora da ordenha, após ordenha voltar ao
cocho, onde passaram a noite.
Novilhas menores de um ano
Continuam por enquanto no mesmo pasto, comem no cocho cana com uréia e
concentrado 12% uma vez ao dia.
Novilhas maiores de um ano
Passam a pastorear nos piquetes de mombaça velha, sobem para os cochos ás
10h00min da manhã onde comem cana com uréia e ficam até as 14h00min,
quando voltam para a área piqueteada.
Vacas secas
Por enquanto continuam no pasto da usina, por falta de estrutura para comportálas junto com as outras vacas.
Vacas no pré-parto
Pastoreiam em piquete de Mombaça nova, sobem junto com as novilhas às
10h00min da manhã para comer no cocho cana com uréia e voltam as 14h00min
para seu piquete
O manejo acima descrito é devido à dificuldade encontrada, por parte dos
funcionários, em executar os devidos rearranjos de cercas.
A proposta inicial que deverá ser adotada como manejo definitivo é a
colocação de uma cerca no meio do cocho principal, dividindo a área em dois
piquetes, que acomodariam os dois lotes de vacas em lactação, estes andariam
sempre separados, inclusive, pastoreando em piquetes distintos no pasto pinheiro
(Mombaça nova).
As novilhas menores de um ano iriam para a mesma área das novilhas
maiores de um ano (Mombaça velha), porém, em piquetes separados e
receberiam suplemento no cocho da mangueira.
As vacas secas ficariam na área ao fundo dos piquetes de mombaça, em
pasto de Mombaça e Brachiaria e as vacas no pré-parto, continuariam em piquete
exclusivo, na pastagem de Mombaça nova e sendo suplementadas no cocho da
mangueira.
Este projeto se tornou impossível de imediato, porque os funcionários
alegam falta de tempo para construir uma cerca nova no cocho principal, e colocar
os fios extras da cerca elétrica para segurar as novilhas pequenas, já que na área
onde é pretendido fazer a realocação destas, há apenas um fio de arame.
Sendo importante o inicio imediato da suplementação dos animais a cocho,
optou-se pela divisão dos lotes acima citada temporariamente, porém sem
abandonar a idéia do projeto inicial.
7.2 VERÃO
No verão a pastagem, a principio, seria a principal fonte de alimentação
das vacas, sendo suplementadas com concentrado (20%PB), apenas as vacas em
lactação, na proporção de 1 Kg de ração para cada 3 litros de leite, e as novilhas
em crescimento com concentrado (12% PB) (ALVIM et al.,2005)
Porém, na atual situação que se encontra a pastagem, a lotação
comportada é muito baixa, sendo necessário realizar correção do solo para tentar
melhorar a qualidade do mesmo. Se não forem realizadas as correções
necessárias do solo para aumentar a capacidade de lotação do capim, haverá
falta de pastagem para o gado de leite, sendo necessária uma nova realocação de
animais.
A produção esperada de Brachiaria decumbens para a atual situação e
que se encontra a pastagem é de 7 ton MS/ano, sendo que 70% é produzida no
verão, então teremos uma produção média de 4,9 ton/MS/ verão.
Já a produção da Mombaça, nas atuais condições, fica em torno de 18 ton/MS/
ano, tendo também 70% de sua produção no verão, temos disponível 12,6 ton/MS
verão.
Os animais consomem em média 25 Kg de MS por unidade animal/ dia,
teremos 210 dias de consumo, portanto precisaremos de 5250 Kg/UA/período.
A capacidade de suporte da B.decumbens está em torno de 0,93 UAs/ha,
levando em consideração que temos 20,84 ha de pastagem de B. decumbens,
então, isto nos possibilita acomodar 19,38 UAs.
A Mombaça por sua vez comporta 2,4 UAs/ha, temos 22,49 ha desta
variedade, acomodando 54 UAs. Havendo então, no total, pasto suficiente para
73,38 UAs.
Levando em consideração que há atualmente 116,75 unidades animal na
propriedade, faltará pastagem para 47,37 UAs.
A solução seria um tratamento correto do solo, ampliando assim a
capacidade de suporte do capim Mombaça para 5,4 unidades animal no verão(
CORREA e SANTOS,2003) e da Brachiaria para 1,6 unidades animais, então
haveria sobra de pastagem e a possibilidade de acomodar todas as categorias ao
redor da mangueira, onde podem ser mais bem monitoradas e cuidadas.
Caso esta correção de solo e manutenção da pastagem não seja feita de
forma correta, será necessário realocar o gado, utilizando pastagem do gado de
corte, havendo possibilidade de alojar as vacas secas no pasto da usina, assim
também como as novilhas que ainda não estão em reprodução.
Em todo caso, as vacas em lactação têm que estar pastoreando nos
piquetes rotacionados de mombaça nova, as novilhas novas nos piquetes de
mombaça velha, para que se possa detectar o cio e inseminá-las, assim como as
vacas pré-parto necessitam de acompanhamento mais intensivo.
8 DISCUSSÕES E RECOMENDAÇÕES REFERENTES Á MANEJO
8.1 BEZERROS
A auditoria na fazenda alvorecer teve por objetivo a contagem do número de
animais da fazenda e avaliação do manejo realizado.
Foi constatado que as bezerras são alojadas de maneira adequada, em
piquete próprio, com casinhas para a proteção das variações climáticas. Recebem
um sucedâneo de boa qualidade (SPRAYFO®), e quantidade adequada de leite,
este é diluído de maneira e temperatura correta e ofertado em baldes até os
quatro meses de idade.
Porém notou-se que não havia disponibilidade de água desde o primeiro dia
de vida, nem ao uso de feno durante toda fase em que ficam no bezerreiro, a
ração é fornecida a partir do quinto dia, o que está de acordo com o recomendado.
Os cochos de água são limpos aproximadamente a cada 15 dias e estão em boas
condições. Sugere-se então a colocação de cochos de água e feno junto às
casinhas do bezerreiro, para que estas tenham um desenvolvimento ruminal mais
precoce (OLIVEIRA, 2008). (FIGURA 29)
FIGURA 29: LOCAL ONDE FICAM ALOJADAS AS BEZERRAS ATÉ OS
QUATRO MESES.
As bezerras poderiam ainda ser amamentadas em mamadeiras, pois isso
facilita o posicionamento adequado da cabeça e a conseqüente passagem do leite
pela
goteira
esofágica,
melhorando
o
aproveitamento
nutricional
(RODRIGUES,2002).
O peso das novilhas ao desmame não pode ser aferido, pois não há dados
específicos anotados.
Foi observado ainda o fato das bezerras em um determinado dia ficarem
presas as cordas por um período muito prolongado (cerca de duas horas) após o
aleitamento, para só então ser ofertado a elas a ração, isto deve ser evitado.
A aparência geral das bezerras deixa a desejar, com a presença de algumas
com pelos arrepiados, magras, pequenas ou com muitos carrapatos.
É necessário corrigir pequenos detalhes de manejo para que possa
desmamá-las aos quatro meses com um peso adequado.
8.2 NOVILHAS DE 4 A 12 MESES
Os animais após desmama seguem para piquete, separados em idade de 4 a
12 meses, porém o pasto não é de boa qualidade, não há suplementação nem de
feno ou ração e as novilhas acabam muitas vezes perdendo peso. Há presença
em especial de quatro animais realmente debilitados que estão recebendo
tratamento especial em piquete separado, a água é oferecida a vontade, porém os
bebedouros não são limpos.
A média de peso das novilhas nesta idade é de 173 kg, quando próximas de
um ano deveriam ter cerca de 240.
O manejo pode ser mudado de forma a favorecer o ganho de peso, com a
suplementação destas novilhas no cocho com 1 Kg de concentrado 12%,
favorecendo uma entrada mais precoce na vida reprodutiva (CAMPOS).
Assim como uma a subdivisão do lote em novilhas de quatro a oito meses e
de nove a doze meses, conseguiria uma melhor uniformidade das mesmas e
menor competição por alimentação favorecendo o ganho de peso geral.
8.3 NOVILHAS ACIMA DE UM ANO
Acima dos 12 meses as novilhas vão para um pasto muito distante, justo
quando deveriam estar perto do curral, para que se possa observar o cio e
inseminá-las. Os animais não recebem feno nem ração ou silagem, tem água
fresca á vontade, as novilhas chegam a esta idade normalmente abaixo do peso
para serem inseminadas iniciando sua vida reprodutiva tardiamente.
Há novilhas com bom score corporal e outras que não acompanham
desenvolvimento do lote. Estas acabam trazendo as médias de peso das demais
pra baixo e a média animais prenhes da fazenda também.
Não há lote específico para novilhas de 13 a 22 meses, nem para animais já
inseminados ou animais em inicio da lactação.
Os animais secos vão para o pasto junto com as novilhas maiores de 12
meses e recebem o mesmo tratamento.
É recomendado então neste caso, que as novilhas sejam alocadas em pasto
próximo ao curral, onde possam ser monitoradas e inseminadas.
O lote de novilhas entre um e três anos é muito desuniforme, havendo alguns
animais com cerca 190 kg e outros que passam dos 500 kg, sendo que ficaria
mais homogêneo,se na atual circunstância, a divisão dos lotes fosse feita por peso
e não por idade.
8.4 VACAS EM LACTAÇÃO
Os animais em lactação são separados em dois lotes de acordo com a
produção leiteira, a média de produção do lote A é 15,79 litros e do lote B é e 12,4
litros, a maior produção individual do lote A é de 25 litros e do lote B 16 litros, na
separação não se considera o estágio de lactação.
A condição corporal média dos animais é boa, coma presença de alguns
animais com algumas doenças que comprometem sua estada no rebanho, e
quatro com score corporal muito baixo, não há lotes separados de novilhas e
vacas na ordenha.
O arraçoamento é feito antes da ordenha, porém é impossível determinar
quanto cada animal ingere, pois o cocho é conjunto e todas as vacas do lote se
alimentam simultaneamente A silagem só é ofertada durante o inverno.
Observou-se uma má divisão dos lotes ocorrendo de ter vacas em inicio de
lactação no lote dois e também mistura de animais na entrada pra ordenha.
Isto pode ser resolvido com o uso de colares nas vacas do primeiro lote ou
então colocando os dois lotes para andar o tempo todo separados, inclusive na
hora do pastoreio.
Há também a necessidade de um melhor arraçoamento, individual de
acordo com a produção de cada vaca, fornecendo o concentrado em canziz
individuais.
Notou-se ainda que em determinados dias a ordenha não começa às cinco
horas da manhã, e que não é respeitado o período de 12 horas para a segunda
ordenha, o que resulta numa possível menor produção de leite (FILHO).
Existem
nos
lotes
em
produção,
vários
animais
com
sérios
comprometimentos como: câncer de pele, câncer de olho, de vagina, tumores nos
úberes, problemas de aprumos, que poderiam ser descartados, com certeza todos
estes animais tem seu potencial suprimidos
Os equipamentos de ordenha são muito bem limpos .
.
O teste do alizarol não é realizado diariamente. Durante o período foi
realizado duas vezes ao dia, na coleta da manhã do dia 16 de maio, segunda-feira
foi constatada acidez e a partir de então, até o dia 30, todos os testes no tanque
expansor apresentaram alterações ao teste em maior ou menor intensidade.
Durante dois dias foi notado que o tanque expansor só foi lavado por volta
do meio-dia (o caminhão coletor de leite passa as 9h00min). A lavagem do mesmo
logo após a retirada do leite é importante para manter a qualidade do leite
armazenado.
Os funcionários foram todos atenciosos e atenderam prontamente as
solicitações.
Reclamam de não haver muitas vezes material disponível para realizar
certos trabalhos, como uma farmácia para medicar prontamente um animal que
adoece, embora relatem que muita coisa já melhorou.
Queixam-se ainda da falta de uma liderança, já que não há uma união por
parte deles para execução dos serviços.
9 CONCLUSÃO
Há na propriedade, muitos problemas de manejo a serem resolvidos, assim
como também é importante investir na melhoria do rebanho, descartando vacas
velhas e investindo em genética para produção de leite.
È necessário também o treinamento dos profissionais para realização de
um programa de inseminação artificial, visando esta melhoria genética.
Torna-se indispensável um acompanhamento especializado a respeito de
mudanças no manejo, necessárias diante da pretensão de aumentar a
produtividade e a produção de leite.
Deve haver disposição por parte dos funcionários em acatar ordens
relativas a estas mudanças, para que se possa obter êxito nas metas pretendidas.
Alavancar produção aliando a qualidade do leite não é tarefa das mais
simples e exigirá empenho de todas as partes.
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http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/doc/doc70/index.html
ANEXOS
10 LEVANTAMENTO REBANHO DE LEITE
Total
Rebanho fêmeas :137
2
11
bezerros machos femeas Total rebanho:139
Total
56
novilhas
Total
70
vacas
Obs: deixando de lado 2 bezerros machos
Total
3
touros
11 DIVISÃO DO GADO DE LEITE EM LOTES
- NOVILHAS DE 0-3 MESES
11 bezerras /2 machos/ 1 nelore
ULTIMA
COBERT
URA
N°.COB
ERT.
PREVIS
ÃO
PARTO
SITUAÇ
ÃO
REPRD.
PERIOD
O LACT.
LITROS
PRODUZ
IDOS
23
2a3m
27
2a
32 b
8 meses
33
1a1m
34
1a6m
36b
1a2m
37b
1 a 1m
38b
1a3m
39b
1a1m
40B
1a2m
41 b
1a1m
42B
1a1m
43b
1a1m
44 b
1a3m
45 b
1a1m
46 b
11 m
47 b
11 m
48 b
11 m
49 b
11 m
50 b
10 m
52 b
10 m
53 b
10 m
54 b
9m
55 b * 11 m
56 b
9m
57 b* 10 m
61 b
7m
62 b
7m
63 b
7m
64 b 6 m
65 b
6m
66 b
5m
Total fêmeas
Total animais
PARTO
IDADE
Num.
11.1 NOVILHAS ATÉ 12 MESES
-
-
-
-
-
-
-
-
-
--
-
--
-
-
32
34
LITROS
PROD.
SITUAÇ
ÃO
REPRO
DUTIVA
PERIO
DO
LACT.
aborto 26/10/
10
06 b 2 a 8 m 08 b 3 a 2 m 30/08/
10
09 b 2 a 10m 31/08/
10
11b 2 a 9 m 31/08/
10
12 b 2 a 5 m 15/02/
11
13 b 3 a 4 m 04/02/
11
16b 2 a 9m 29/03/
11
18 b 2 a 10m 24/07/
10
19b 2 a 9 m 22/10/
10
22 b 2 a 5 m 22/10/
10
25b 2 a
26 2 a 9m 28 b 2 a
29 b 1 a 8m 30 b 2 a
31 b 1 a 1 m 35
1 a 5m 58
59
Total fêmeas 22
N°.COB
ERTUR.
A
PREVIS
ÃO
PARTO
3 a 2m
2 a 6m
3a2m
ULTIMA
COBER
TURA
IDADE
01b
02b
03b
PARTO
Num.
11.2 NOVILHAS DE ACIMA 12 MESES
2
vazia
09/08/11 prenha
-
-
1
vazia
13/06/11 prenha
-
-
1
14/06/11 prenha
-
-
1
14/06/11 prenha
-
-
2
29/11/11 prenha
-
-
2
18/11/11 prenha
-
-
1
10/01/12 prenha
-
-
1
07/05/11 prenha
-
-
2
05/08/11 prenha
-
-
2
05/08/11 prenha
-
-
1
-
27/10/10
-
-
-
-
--
crestar
Liso/vazia
prenha
crestar
-
SITUAÇ
ÃO
REPRO
DUTIVA
N°
COBER
T.
PREVIS
ÃOPAR
TO
ÚLTIMA
COBER
T.
PARTO
07B
14B
IDADE
Num.
11.3 VACAS SECAS
3a2m
3a1
m
13/12/11 30/03/11 1
03/2/11 31/03/11 1
11/01/11 prenha
12/01/11 prenha
08/4/10
25/02/11 8
09/12/11 prenha
-
15 a
20b
3 a 2m
23/3/11
-
21 b
3 a 3m
13/8/10
27/09/10 1
11/07/11 prenha
26 a
-
-
-
-
-
-
21/07/10
04/07/10
07/06/09
13/04/10
16/08/10
31/07/10
-
06/10/10
08/02/11
04/02/11
13/12/10
17/10/10
15/12/10
-
1
5
3
5
1
5
-
20/07/11
22/11/11
18/11/11
26/09/11
31/07/11
28/09/11
-
prenha
prenha
crestar
retoque
prenha
prenha
-
27a
34 a
38 a
47 a
48 a
59 a
108 a
Total fêmeas 13
Total grupo
14
-
vazia
NÚM.
IDADE
PARTO
ULTIMA
COBER
TURA
QTD.
COBER
T.
PREVIS
ÃO
PARTO
SITUAÇ
ÃO
REPRO
DUTIVA
11.4 VACAS PARA PARIR
05 A
17 A
23 A
41 A
97 A
110 A
119 A
120 A
740 BN
-
29/03/10
28/06/10
07/01/10
01/07/10
19/04/10
16/06/10
15/07/10
24/04/10
15/03/10
19/07/10
11/08/10
23/08/10
29/09/10
20/08/10
15/08/10
21/08/10
01/08/10
15/07/10
2
1
3
3
2
1
1
2
1
prenha
prenha
prenha
prenha
Prenha
Prenha
Prenha
Prenha
Prenha
26/06/11
25/05/11
06/06/11
13/07/11
03/06/11
29/05/11
04/06/11
15/05/11
28/04/11
07/08/1
1
26/12/1
1
02/05/1
1
28/04/1
1
23/01/1
2
15/05/1
1
-
--
07/07/10
7/4/11
6
-
12/10/10
22 A
-
25/02/11
51 A
-
23/02/10
52 A
-
11/09/10
61 A
64 A
-
16/04/11
08/05/10
70 A
-
26/04/10
73 A
-
18/03/11
92 A
-
16/04/10
111
A
121
A
122
A
123
A
133
A
138
A
543
BN
546
BN
585
BN
594
BN
613
BN
-
3
1
1
1
2
-
2
-
25/02/1
1
12/06/10/ 22/07/1
0
04/01/11 11/03/1
1
26/12/10 17/04/1
0
01/03/11 17/04/1
1
14/03/11 -
-
13/11/10
1
-
07/09/10
-
-
-
09/04/1
1
29/02/1
1
09/11/1
0
1
1
PRODU
ÇÃO L.
5
23/12/10
24/10/1
0
14/03/1
1
19/07/1
0
15/07/1
0
11/04/1
1
01/08/1
0
-
-
SITUAÇ
ÃO
REPR.
PERIO
DO
LACT.
N°.COB
ERT.
1
10B
20 A
PREVIS
ÃO
PARTO
ULTIMA
COBER
TURA
01/10/1
0
IDADE
26/02/11
05/08/10
Num.
PARTO
11.5 VACAS EM LACTAÇÃO
lote 1
15/07/1
1
3m
prenh 9 m
a
retoqu
e
prenh 3 m
a
clod
5m
13
16
vazia
pariu
1m
1m
8
13
Pariu
1m
21
Prenh
a
Prenh
a
Retoq
ue
Prenh
a
Prenh
a
prenh
a
Prenh
a
2m
22
20 d
24
5m
11
10 m
20
7m
12
20 d
20
4m
14
5m
20
2m
22
2m
16
19/01/1
2
09/12/1
1
05/05/1
1
23/12/1
1
1
1
-
6
1
8
12
29/01/1
2
-
Prenh
a
21/01/1
2
08/12/1
1
23/08/1
1
Prenh
a
Vazia
6m
11
8m
11
Lisa
7m
16
626
BN
634
BN
752
BN
Total lote 1
I touro
07/08/10
19/08/10
15/03/10
05/12/1
0
10/04/1
1
15/07/1
0
2
18/09/1
1
22/01/1
2
28/04/1
1
5
1
Vazia
4m
13
Vazia
9m
15
Prenh
a
20 d
21
24
25
ULTIMA
COBER
TURA
QTD.C
OBERT.
PREVIS
ÃO
PARTO
SITUAÇ
ÃO
REPR.
PERIO
DO
LACT.
PROD.
L.
09/02/11
-
19/07/10
2
02/05/11
vazia
vazia
3m
1m
12
13
06
A
13
A
15
B
17
B
24ª
40
A
53
A
56
A
60
B
65
A
66
A
68
A
77
A
79
A
87
A
-
14/10/10
23/11/10
2
06/09/10
prenha
7m
11
-
03/10/08
26/07/10
4
09/05/11
prenha
9m
14
3a
24/02/11
-
-
CLOD
3m
14
2a10m
-
24/07/10
1
07/05/11
prenha
1m
09
-
10/12/10
22/04/10
04/08/10
2
18/05/11
vazia
prenha
5m
1m
13
13
-
01/02/11
-
-
-
3m
05
-
28/09/10
23/11/10
1
06/09/11
Lis0/va
zia
prenha
8m
10
3a 3 m
-
30/07/10
13/05/11
pariu
1m
16
-
25/02/11
-
-
-
-
3m
14
-
17/05/10
08-
1a
14
07/02/11
1
24/12/11
12/12/11
prenha
-
12/03/11
28/02/11
-
11/06/10
08/03/11
9
20/12/11
Clod
-
18/10/10
26/02/11
1
10/12/11
Prenha 7 m
06
-
06/06/10
19/07/10
2
02/05/11
Prenha 11 m
0
IDADE
04B 2a10m
05B 3a 2 m
Num.
PARTO
Lote 2
Prenha
11
11 m
8
96
A
101 A
201 A
202 A
207 A
627 A
MA LH
AD
A
Total lote 2
09/06/10
21/10/10
3
04/08/11
prenha
19/04/10
20/08/10
2
03/06/11
Prenha 9 m
10
14/08/10
30/10/10
3
13/08/11
Prenha 1 m
14
23/06/10
14/12/10
2
27/09/11
Prenha 11 m
7
09/04/11
-
-
-
Vazia
1m
16
03/12/10
07/04/11
3
19/01/12
Prenha 5 m
15
19/04/10
10/04/11
9
22/01/12
CLOD
CLOD- corpo lúteo ovário esquerdo
24
11 m
8
1
a 12
1m
12 LEVANTAMENTO REBANHO DE CORTE
NÚMERO
01
02
03
05(BP)
06(BP)
07(BP)
08(BP)
09(BP)
10
11
12(BP)
13
14
15
16
42(BP)
71
88(BP)
125
126(BP)
132(BP)
153(BP)
154(BP)
162(BP)
169(BP)
200
212
223(BP)
225 (BP)
230
1 S/ NUM(BP)
TOTAL VACAS ADULTAS
TOUROS
BEZERROS
TOTAL REBANHO
BP- bezerro ao pé
NÚMERO
234
235
285
301
302(BP)
305
308
317
318(BP)
337(BP)
339
340(BP)
342(BP)
345
346(BP)
348 (BP)
350(BP)
351
353
355(BP)
356
357
358(BP)
359
361(BP)
362
363
364(BP)
366
367(BP)
1 S/NUM(BP)
93
2
46
141
NÚMERO
368(BP)
369
371
371
374(BP)
375
376
378(BP)
383
385
386
387(BP)
389(BP)
391
392
399
401 ( BP)
402(BP)
403
404 (BP)
406(BP)
407
408
409
415
414(BP)
417
418
421 (BP)
425(BP)
431
13 COMPARATIVO DE PESO DAS NOVILHAS
PESAGEM NOVILHAS
03/03/11
NÚMERO
PESO
01
02
03
06
07
8
09
11
12
13
14
16
18
19
21
22
23
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
420
362
450
372
500
490
370
360
450
510
480
380
400
170
300
360
210
260
390
300
340
230
110
210
243
170
180
160
179
180
170
140
145
108
172
135
23/04/11
PESO
440
380
442
395
507
495
414
385
380
480
410
506
500
389
470
410
169
323
370
207
280
387
310
355
220
1105
230
248
199
190
165
180
185
198
156
155
162
125
COMPARATIVO MÊS 03/04
KG
+20
+18
-8
+13
-5
+24
+15
+20
+30
-4
+20
+9
+10
-1
+23
+10
-3
+20
-3
+10
+15
+10
-5
+20
+5
+28
+10
+5
+1
+6
+18
+16
+10
-10
-10
47
48
49
50
52
53
54
55
56
57
59
60
62
61
63
64
65
S/N
150
125
105
103
120
115
106
124
108
220
370
520
-
139
140
98
148
130
120
223
361
130
126
107
100
82
-11
+15
-7
+28
+15
-4
-3
-9
-
14 PRODUÇÃO DE LEITE DOS ÚLTIMOS 3 MESES
VACA NUM.
PROD.
PROD.
PROD.
MARÇO
ABRIL
MAIO
10 b
12
13
13
20 a
11
21
16
22a
12
18
13
51 a
14
13
08
52 a
16
13
12
61 a
22
25
64 a
13
70 a
26
21
73 a
18
22
92 a
8
24
111 a
16
16
11
121 a
17
19
20
122 a
13
16
12
123 a
20
133 a
20
20
14
138 a
18
18
20
543 bn
23
22
546 bn
24
16
585bn
16
11
594 bn
12
13
11
613 bn
15
16
16
626 bn
12
16
13
634 bn
15
18
15
752 bn
21
04 b
05b
06 a
13 a
15b
17 b
24 a
40 a
53 a
56 a
60 b
65 a
66 a
68 a
77 a
79 a
87 a
13
9
13
7
4
16
-9
15
11
18
11
9
11
-
8
6
14
15
14
9
9
15
18
11
9
10
9
9
13
11
11
14
14
13
13
05
10
16
14
14
11
08
06
14
96 a
101 a
201ª
202ª
207 a
627 bn
malhada
14
16
12
9
14
11
11
15
14
7
18
15
10
08
10
14
07
16
15
12
15 RESULTADOS DOS TESTES DE ALIZAROL E CMT
Lote 1
Lote 2
Num. CMT
ALIZAROL
Num.
CMT
10B
Positivo
negativo
04B
negativo
ALIZAROL
positivo
20 A
Positivo
negativo
05B
negativo
negativo
22 A
Negativo
negativo
06 A
positivo
negativo
51 A
Positivo
positivo
13 A
positivo
positivo
52 A
Positivo
positivo
15 B
negativo
negativo
61 A
Positivo
positivo
17 B
negativo
positivo
64 A
Positivo
negativo
24 a
positivo
negativo
70 A
Negativo
negativo
40 A
positivo
positivo
73 A
Positivo
positivo
53 A
positivo
negativo
92 A
Negativo
positivo
56 A
positivo
positivo
111
A
121
A
122
A
123
A
133
A
138
A
543
BN
546
BN
585
BN
594
BN
613
BN
626
positivo
negativo
60 B
negativo
positivo
positivo
positivo
65 A
positivo
positivo
positivo
negativo
66 A
positivo
negativo
negativo
positivo
68 A
positivo
positivo
positivo
positivo
77 A
positivo
negativo
positivo
positivo
79 A
negativo
negativo
positivo
positivo
87 A
positivo
negativo
positivo
positivo
96 A
positivo
positivo
positivo
positivo
101 A
positivo
positivo
positivo
positivo
201 A
positivo
negativo
positivo
positivo
202 A
positivo
positivo
positivo
positivo
207 A
positivo
negativo
BN
634
BN
752
BN
positivo
positivo
627 A
positivo
negativo
negativo
positivo
MALHADA positivo
negativo
CONCLUSÕES GERAIS
O estágio curricular proporcionou aprendizado constante no trabalho do diadia à campo, oferecendo oportunidade de colocar em prática de forma conjunta a
teoria aprendida em sala de aula.
Favoreceu a vivencia de diversas experiências que testaram meus
conhecimentos e capacidade e reação e permitiu-me comparar as diferenças entre
a rotina e metodologia encontradas na faculdade e as encontradas a campo.
Além disso também aprimorou o relacionamento interpessoal, facilitando a
convivência com proprietários e prestadores de serviço,que exigem da parte do
profissional, cada qual, uma forma diferente de postura e comunicação.
Uma rotina intensa e focada na realidade do campo me mostrou maneiras
diferentes de conduzir situações e foi de extrema importância para meu
crescimento como futura profissional.
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