INTOXICAÇÃO
POR METAIS
Heloísa Rey Farza
Gerência Geral de Toxicologia
GENERALIDADES SOBRE OS
METAIS
 80 dos 105 elementos da Tabela Periódica são metais
 > 30 deles são tóxicos para os humanos
 metais pesados (cerca de 20)
 metais leves (Al, Be)
 metalóides: formam ânions e cátions (As, Se)
 sua toxicidade é conhecida desde a Antigüidade
 raramente interferem nos sistemas biológicos quando estão
em sua forma elementar (exceção = Hgo)
 alguns deles são essenciais em doses baixas, e tóxicos em
doses altas
“METAIS PESADOS”
 elementos metálicos que têm uma massa cujo valor mínimo
se situa entre 4000 kg/m3 e 5000 kg/m3 ?
 elementos metálicos situados entre o cobre e o chumbo na
Tabela Periódica dos Elementos, e mais o ferro e o cromo ?
 todos os elementos que pertencem ao quarto período da
Tabela Periódica dos elementos ?
Por confusão, dado o caráter potencialmente tóxico dos
“metais pesados” (Hg, Pb e Cd, em particular), incluem-se
nessa categoria alguns elementos tóxicos como o arsênico e
o antimônio (metalóides) e o selênio.
METAIS DE INTERESSE TOXICOLÓGICO
TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS
1
H*
Metais alcalinos
Metais alcalinos terrosos
Metais de transição
Metais representativos
Metalóides
2
Li Be
Na Mg
3
K Ca Sc
4
5
Ti
V
6
7
8
9
10
11
12
14
15
B
C
N* O* F* Ne*
P
17
He*
13
Al Si
16
18
S Cl* Ar*
Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr*
Rb Sr
Y
Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te
Cs Ba

Hf Ta W Re Os Ir
Fr Ra

Rf Db Sg Bh Hs Mt
I
Xe*
Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn*
-
-
-
 Lantanídios La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dv Ho Er Tm Yb Lu
 Actinídios
Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr
No atômico 82
Peso atômico 1,8
Grupo químico 4A
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E
QUÍMICAS






no atômico = 82
massa atômica = 207,2
maleável, cinza
temperatura de fusão = 327o C
temperatura de ebulição = 1620o C
minério com maior concentração de chumbo
= galena – PbS
+ vestígios de Ag, Zn, Cd, Sb, As, Bi, e Se
FONTES DE EXPOSIÇÃO
 metal não-ferroso mais usado na indústria
 produção mundial é de aproximadamente 6 milhões de ton/ano
 Fontes de exposição são principalmente ocupacionais
 60 % do chumbo  produção de baterias, principalmente de
automóveis
 13 %  pigmentos
 27 %  ligas para solda, PVC, munição e diversos outros
produtos
 Chumbo tetraetila - Pb(C2H5)4: aditivo antidetonante da gasolina
Brasil: 1978 - uso restrito  combustível de pequenos aviões
- produzido somente na Refinaria Presidente Bernardes, em
Cubatão/SP
COMPOSTOS INORGÂNICOS DE Pb
Arsenato de Pb
Pb3(AsO4)2
inseticida
Carbonato de Pb
2PbCo3Pb(OH)2
pigmento branco
Cromato de Pb
PbCrO4
pigmento amarelo
Óxido de Pb
Pb3O4
pigmento vermelho (zarcão)
Monóxido
PbO
pigmento amarelo (litargírio)
vitrificação (cristal)
Sesquióxido
Pb2O3
paetê; cristal
Peróxido
PbO2
baterias a placas de chumbo
COMPOSTOS ORGÂNICOS DE Pb
Acetato de Pb
Pb (C2H3O2)2
tinturas de cabelo
Estearato de Pb
Pb (C18H35O2)2
secante (lacas, vernizes,
graxas, ceras)
Chumbo tetraetila
Pb (C2H5)4
antidetonante para gasolina,
reações de etilação
Chumbo tetrametila
Pb (CH3)4
antidetonante para gasolina
FONTES INDUSTRIAIS DE EXPOSIÇÃO AO CHUMBO
 Mineração, fundição e refinamento de chumbo; produção de ligas
(bronze, latão)
Corte e solda de metais contendo chumbo [solda eletrônica: Sn + Pb]
 Fabricação de acumuladores elétricos chumbo/ácido e recuperação de
baterias
 Fabricação de corantes, tintas, vernizes, esmaltes e pigmentos
Esmaltação de cerâmicas
 Fabricação de “fritas”
 Fabricação de cabos elétricos, tubos e chapas
 Fabricação de PVC e outros plásticos; indústria de borracha
 Jateamento de areia de estruturas metálicas (pontes, navios)
 Fabricação de armas de fogo e munições
 Produção e utilização de compostos orgânicos de Pb (antidetonantes)
 Indústria de cristais (Swarovisky = 32% de PbO)
FONTES NÃO INDUSTRIAIS DE EXPOSIÇÃO
AO CHUMBO
 Uso de porcelana esmaltada
 Uso de utensílios em PVC (estearato, sulfeto tribásico e carbonato
de chumbo)
 Fabricação caseira de “chumbadas” de pesca e cartuchos
 Uso de tinturas de cabelo a base de chumbo
 Prática de tiro ao alvo
 Produção de cerâmica artística caseira
 Projétil de arma de fogo alojado em articulações ou canal medular
[Alimentos enlatados, tintas em brinquedos, água contaminadas por
canos de chumbo, gasolina com chumbo...]
MECANISMOS DE AÇÃO
VÁRIOS MECANISMOS DE AÇÃO
Principal mecanismo de ação:
inativação e modificação de enzimas e outras macromoléculas,
 alterações patológicas - ligação com radicais
 -SH, -H2PO3, -NH2 e -OH)
•
•
•
•
membranas celular e mitocondrial
síntese e funcionamento de neurotransmissores
síntese do heme
metabolismo dos nucleotídeos
TOXICOCINÉTICA
1. inalação de fumos ou particulados finos solúveis  absorção
rápida e extensa: principal via de exposição no ambiente
industrial
2. ingestão  absorção de 10 a 15% em adultos
45 a 50% em crianças
Deficiência em ferro aumenta a absorção do chumbo
3. absorção cutânea: considerável nas formas orgânicas do
chumbo
TOXICOCINÉTICA
 Atravessa as barreiras placentária e hematoencefálica
 Eliminação sangue e tecidos moles : meia-vida de 1 a 2 meses
ossos : meia-vida de anos ou décadas.
 Redistribuição lenta   tardio dos níveis no sangue
 Mobilização óssea (osteoporose, mieloma múltiplo) e
proximidade com o líquido sinovial antecipa  plumbemia
TOXICOCINÉTICA DO CHUMBO
ABSORÇÃO
 Inalatória = 60%
 Digestiva
Sangue
60 a 120 dias
 Adultos = até 80% em jejum
max. 16% com alimentos
 Crianças = até 50%
 Dérmica = só produtos orgânicos
Atravessa
meninges e placenta
 chumbo tetraetila
 acetato de Pb
Glóbulos
vermelhos
(90-99% Pb)
FIXAÇÃO
OSSOS (2/3 do Pb fixado - t1/2 vida= 2 a 10 anos) e dentina
rins, fígado, baço, vísceras ocas, etc. (t1/2 vida= 40 dias)
cérebro
feto
ELIMINAÇÃO (75% do absorvido)
URINA, FEZES, suor, salive, unhas, leite, cabelos
CLÍNICA
Intoxicação aguda por chumbo: pouco freqüente  ingestão de
grandes quantidades
dor abdominal
anemia hemolítica
hepatite
encefalopatia
Intoxicações subagudas ou crônicas: mais comuns
Efeitos gerais
fadiga, mal-estar
irritabilidade
anorexia, perda de peso
insônia
redução na libido
artralgias e mialgias
às vezes, hipertensão
Efeitos gastrintestinais
cólicas abdominais
náusea
constipação
às vezes, diarréia
CLÍNICA
Efeitos no sistema nervoso central:
Cefaléia
transtornos de concentração
incoordenação motora
tremor
Encefalopatia:
- agitação psicomotora ou letargia
- ataxia
- convulsões e coma por edema intracraniano
Efeitos no sistema nervoso periférico: extremidades superiores 
fraqueza da musculatura extensora - “punho caído”
Chumbo tetraetila mais neurotóxico (principalmente SNC), devido a sua
lipossolubilidade
CLÍNICA
Efeitos hematológicos
Efeitos renais
anemia normocrômica ou microcítica
às vezes, pontilhado basófilo e hemólise
necrose tubular aguda
fibrose intersticial aguda
hiperuricemia e gota
Efeitos reprodutivos
transtornos na produção de espermatozóides
abortamento
prematuridade, baixo peso ao nascer
transtornos do desenvolvimento neurológico
IARC:
Pb inorgânico = grupo 2B (provável
carcinógeno)
Pb orgânico = grupo 3 (não classificável)
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Associação de cólica abdominal,
encefalopatia
atividade profissional suspeita
Casos leves e moderados são de diagnóstico mais difícil: sintomas vagos
e inespecíficos  infecção viral?
Sempre lembrar de chumbo frente a dor abdominal,
cefaléia
anemia
associados a neuropatia motora
gota
nefropatia
Lembrar de chumbo frente a todo trabalhador com
- delirium ou convulsões
- principalmente se anemia associada
Linha de Burton
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Relação dose-efeito
25 a 60 µg/dL
cefaléia, irritabilidade
dificuldade de concentração
tempo de reação diminuído
anemia
redução na velocidade de condução nervosa
60 a 80 µg/dL
manifestações gastrintestinais
manifestações renais
> 80 µg/dL
manifestações hematopoiéticas
manifestações cardiovasculares
piora dos efeitos gastrintestinais e renais
> 100 μg/dL
encefalopatia
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
- plumbemia
- zinco protoporfirina
- protoporfirina eritrocitária livre
- chumbo urinário
Outros exames podem ser úteis:
- hemograma
- funções hepática e renal
- RX abdômen
- neuro-imagem
TRATAMENTO
-
manutenção dos sinais vitais
sintomáticos
descontaminação
retirada de projéteis (principalmente se próximos de articulações)
evitar neurolépticos (reduzem limiar para convulsão)
corticóides e manitol (úteis nos casos com edema intracraniano)
ANTÍDOTOS: quelantes




EDTA cálcio-dissódico (edeteato dissódico de cálcio)
BAL (dimercaprol)
DMSA (ácido 2,3-dimercaptosuccínico) - não disponível no Brasil:
menos efeitos colaterais
D-penicilamina (Cuprimine®); alternativa VO, porém com eficácia menor e
mais efeitos colaterais)
INDICADOR BIOLÓGICO DE EXPOSIÇÃO
Indicador Biológico de Exposição: chumbo sangüíneo (Plumbemia
/ Pb-S)
Coleta: uma amostra de sangue heparinizado (10 mL)
O momento da coleta não é crítico
Conservação: geladeira a 4ºC, por até 5 dias
V.R.: até 40 µg/dL
I.B.M.P.: 60 µg/dL
Método analítico: espectrofotometria de absorção atômica (EAA)
INDICADOR BIOLÓGICO DE EXPOSIÇÃO
Indicador Biológico de Exposição: Ácido deltaminolevulínico urinário (Ala-U)
Coleta: uma amostra de urina (20 mL). O momento da coleta não é crítico
Conservação: geladeira a 4ºC, por até 5 dias, protegendo a amostra da
luz direta
V.R.: até 4,5 mg/g de creatinina
I.B.M.P.: 10 mg/g de creatinina
Método analítico: Espectrofotometria visível
Observações:
1. O Ala-U encontra-se aumentado em pacientes com certas porfirias - raros
defeitos congênitos do metabolismo do heme
2. A exposição prolongada da amostra à luz intensa leva à degradação deste
metabólito
No atômico 24
Peso atômico 1,6
Grupo químico 6B
CARACTERÍSTICAS DO CROMO
 Sólido cristalino, extraído da cromita (FeCr2O4)
 Quatro formas: cromo metálico (Cr 0)
cromo trivalente (Cr 3+)
cromo hexavalente (Cr 6+)




Melhora a dureza dos metais e sua resistência à oxidação
Na natureza, encontra-se sobretudo na forma 3+
A maioria do cromo 6+ é produzido pelas atividades humanas
Todos têm importância toxicológica
 Ubiquitário:
 ar < 0,1 μg/m3
 água 1 a alguns μg/L
PRINCIPAIS FONTES DE EMISSÃO





Indústria química
Combustão de gás natural, óleo e carvão
Poeira de estradas
Usinas de produção de cimento
Indústrias utilizadoras de cromo
Mineração (Cr0) ............................................ Extração, fragmentação, secagem, calibragem,
separação
Transporte, condicionamento do mineral
Refinação de ferro-cromo
Ind. cimento (Cr6+) .....................................
Ind. química (cromatos e dicromatos de
Na e K)....................................................................
Produção de cimento Portland
Produção, uso e armazenamento de compostos
cromados, produção de Vit K e ceras
Ind. de madeiras (Cr6+) ........................... Preservação de madeira
Manufatura de sapatos (sulfatos de
Cr) ......................................................................... Beneficiamento de couro
Indústria de vidro (Cromato de Pb) ..... Coloração de vidros e espelhos
Ind. de cerâmicas (dicromato de K) .. Coloração de louças e ladrilhos
Ind. têxtil (cromato de Pb) .......................... Tintura de tecidos
Metalurgia (Cr3+) .......................................... Solda com arco voltaico (aço inoxidável),
cromagem de metais, eletrodeposição de
cromo, uso como inibidor de corrosão
Industria de plásticos e
borrachas ..................................................... Elemento de plasticidade, anti-ruptura
Manufatura de explosivos
(dicromatos de Na) ............................................... Oxidação de TNT
Tipografia (dicromatos de Na) .................... Aplicação de soluções fotossensíveis
INDICADOR BIOLÓGICO DE EXPOSIÇÃO
 Indicador Biológico de Exposição: cromo urinário (Cr-U)
 Coleta: uma amostra de urina pós jornada de trabalho (20 mL)
coletada no último dia da semana de trabalho
 Conservação: geladeira a 4ºC, por até 7 dias
 V.R.: até 5 µg/g de creatinina
 I.B.M.P.: 30 µg/g de creatinina
 Método analítico: espectrofotometria de absorção atômica (EAA)
CONCENTRAÇÕES EM AMBIENTE DE
TRABALHO




Minas: poeira de cromo
Refinação de ferrocromo
Atividades de cromagem
Concentração no cimento Portland
1,3 a 16,9 mg/m3
0,03 a 3,3 mg/m3
1 μg a 4 mg/m3
1 a 83 g/kg de cimento
TOXICOCINÉTICA
 Cr 3+ - nutriente importante para o homem
 necessidade diária - 50 a 200 µg
 Cr 3+ inalado se deposita no parênquima pulmonar
 concentração pulmonar  com a idade, enquanto a dos outros
tecidos 
 totalmente eliminado pela urina
 Baixa absorção intestinal do Cr: 0,5 à 2 %
Estômago reduz Cr 6+ em Cr 3+, que é pouco absorvido
Absorção intestinal do Cr 6+ :
 3 a 6% do total ingerido
 3 a 5 vezes mais absorvido do que o Cr 3+
 Cromatos solúveis são facilmente absorvidos por inalação
TOXICOCINÉTICA
 Baixa absorção cutânea, exceto em caso de saturação  queimaduras
 penetração
Dicromato de K (Cr 6+) e cloreto de Cr (Cr 3+) atravessam a barreira
cutânea
 Cr absorvido passa para o sangue e se acumula nas hemácias
 passa rapidamente do sangue aos tecidos  dosagem no sangue não
representativa
 aporte de glicose libera o Cr dos tecidos   imediato das
concentrações no sangue e na urina
 Metabolizado nos pulmões e hemácias via NADPH: Cr 6+  Cr 3+
 Eliminação urinaria
Eliminação biliar (10%)
 Cr atravessa a barreira placentária
INTOXICAÇÃO AGUDA
 Absorção de sais de Cr
 inflamação massiva do tubo digestivo
 necrose da boca ao jejuno
 Colapso e morte em algumas horas
 Se sobrevivência: necrose hepática e renal
Dores abdominais
Vômitos
Diarréia
Hematêmese
 Ingestão de fortes doses de Cr 6+
 síndrome hepatorrenal
 coagulopatia severa
 hemólise intravascular
Vertigens
Sensação de sede
Dores abdominais
Diarréia hemorrágica
Casos graves: coma e morte
Dose letal de C 3+ por via oral : 1 a 3 g
Dose letal de cromatos por via oral: 50 a 70 mg /kg de peso corporal
INTOXICAÇÃO CRÔNICA
 Cr 3+ é um composto natural do organismo
Não ha estudos sobre sua toxicidade isolada
 Cr 6+ : o aparelho respiratório e o seu órgão-alvo
< 0,002 mg/m3
Epistaxe
Rinorréia crônica
Irritação, prurido e atrofia da mucosa nasal
Perfuração do septo nasal (cromatos)
Bronquite e pneumonia
Insuficiência respiratória
 Conjuntivites, faringites e laringites  trióxido de Cr
INTOXICAÇÃO CRÔNICA
 Compostos solubilizados Cr 6+ têm efeito sensibilizante
 asma
Prurido nasofaríngeo
Tosse
Broncoespasmo
Diminuição do volume máximo respiratório
 dermatites alérgicas, principalmente nos braços
Eritema cutâneo
Pápulas e vesículas secretantes e pruriginosas
Ulcerações indolores, podendo atingir as articulações
INTOXICAÇÃO CRÔNICA
OUTROS EFEITOS DO CROMO
 Anomalias gastrintestinais: epigastralgias, gastrites e úlceras
 Câncer do pulmão (Cr 3+ e CR 6+) nos trabalhadores de produção
de cromatos e pigmentos, solda, cromagem eletrolítica
 Cromatos de cálcio (Ca), estrôncio (Sr) e zinco (Zn)
Câncer da cavidade nasal, laringe e estomago
Câncer ósseos, da próstata, órgãos genitais, bexiga, rins e
sangue
 Teratogenicidade provável
INDICADOR BIOLÓGICO DE EXPOSIÇÃO
Indicador Biológico de Exposição: Cromo urinário (Cr-U)
Coleta: uma amostra de urina pós jornada de trabalho (20 mL)
coletada no último dia da semana de trabalho
Conservação: geladeira a 4ºC, por até 7 dias
V.R.: até 5 µg/g de creatinina
I.B.M.P.: 30 µg/g de creatinina
Método analítico: espectrofotometria de absorção atômica (EAA)`
No atômico 33
Peso atômico 2,0
Grupo químico 5A
USO DO ARSÊNIO
Manufatura de munições
Produção de grades de
baterias de Pb ácido
Desfolhante para algodão
Herbicidas
Indústria de couro
Indústria têxteis
Madeireiras
Indústria de vidros
Extração de Au, Co, Cu, Pb
Indústria têxtil
Curtumes
Indústria pirotécnica
Indústria de vidro
Indústria da cerâmica
Arsênio
metálico
Fundidores
Arsênio
orgânico:
Agricultores
DSMA, MSMA
Tratamento de couro
Trióxido de Mordente para tecidos, descorantes
arsênio ou Preservante e inseticida
arsênio branco Agentes de afinamento de vidro
Fundidores
Arsenito de
sódio (As3+)
Secagem de tecidos
Depiladores de couro
Produção de fogos de artifício
Acido arsênico
Pentóxido de Tratamento para a coloração de vidros
arsênio
Triclorato de
arsênio
Impressão colorida
CLÍNICA DA INTOXICAÇÃO POR ARSÊNIO
 Intoxicação aguda
 Intoxicação crônica
 conjuntivite
– Perfuração do septo nasal
 bronquite e dispnéia
– Irritação da árvore respiratória
 distúrbios gastrintestinais e
vômitos
– Eczema, pústula, dermatites das áreas
 choque e morte
Em caso de ingestão:
 vômitos intensos e diarréia
expostas, hiperqueratose, melanoma,
estrias ungueais e câncer de pele
– Neuropatia sensorial unilateral,
distúrbios motores e parestesias
 edema facial
– Anemia e leucopenia
 cãibras
– Câncer de pele
 distúrbios cardíacos
– Câncer pulmonar
Se sobrevivência:
 perfuração do septo nasal em
algumas semanas
 seqüelas neurológicas periféricas
DIAGNÓSTICO
 Valores laboratoriais
Sangue: < 5μg/L ou < 0,0665 μmol/L
Urina 24h: > 50 μg/dia ou > 0,665 μmol/dia
 Nível de intervenção: > 100 μg/dia ou > 13,3 μmol/dia
(urinas de 24h)
Valores menores podem necessitar de intervenção, com
base no estado clínico do paciente
INDICADOR BIOLÓGICO DE EXPOSIÇÃO
Indicador Biológico de Exposição: Arsênico urinário (As-U)
Coleta: uma amostra de urina pré jornada (50 mL), coletada no último
dia da semana de trabalho
Conservação: geladeira a 4ºC, por até 7 dias
V.R.: até 10 µg/g de creatinina
I.B.M.P.: 50 µg/g de creatinina
Método analítico: espectrofotometria de absorção atômica (EAA)
Observações:
Alguns frutos do mar podem conter altas concentrações de compostos
organoarsenicais que, quando ingeridos, são rapidamente excretados na
urina. O examinando deve ser alertado para evitar ingerir frutos do mar pelo
menos dois dias antes da coleta.
TRATAMENTO GERAL DAS
INTOXICAÇÕES POR METAIS
 manutenção dos sinais vitais
 descontaminação
 tratamento sintomático
Antídotos: quelantes




EDTA
BAL
D-penicilamina
DMPS
Todos os quelantes apresentam efeitos adversos
EDTA CaNa2
Esquema e Doses
 Ciclos repetidos
– 5 a 7 dias
– intervalo mínimo entre ciclos = 2 dias
 Associar BAL na encefalopatia
 EV ou IM
− dose EV = 15 a 75 mg/kg/dia
diluído em SF 0,9% ou SG 5% 500ml em 3 a 4 horas
− dose IM = 300 mg 12/12 hs
− VO = absorção menor que 5%
− aumentar as doses quando houver piora de sintomas
Dimercaprol - BAL
Doses e duração do tratamento:
 3 mg/kg a cada 4 horas, durante 48 horas
 cada 12 horas por 7 a 10 dias
 mudança deste esquema conforme o monitoramento
da excreção urinária de As ou Pb, se possível
Principais quelantes em uso clínico terapêutico e suas respectivas indicações
AGENTE QUELANTE
(nome científico) e [nome comercial]
METAIS QUELADOS
E OUTROS USOS TERAPÊUTICOS
Dimercaprol (BAL) ou (2,3-dimercaptopropanol)
As, Hg, Pb, Au
DMPS (ácido dimercapto propanil-1- sulfônico)
[Dimaval; Unithiol]
As, Hg, Pb
DMSA (ácido dimercaptosuccínico) [Chemet ;
Succimer]
Pb, As, Hg, Al
(D-penicilamina) [Cuprimine; Depen]
Cu, Pb, As, Hg, Au,
Doença de Wilson, cirrose biliar
Pb
EDTACaNa2 (ácido etilenodiamino- tetracético
cálcico dissódico) [Versenato de Ca]
Desferoxamina (mesilato de desferoxamina)
[Desferal; DFO]
(N-acetilcisteina) [Acetilcisteina; N-acetil;
Mucomyst]
(N-acetil-D,L-penicilamina)
Fe
Azul da Prússia (Fe4[Fe(CN)6]3) [Ferrocianeto
férrico; Ferrocianeto de K]
137
(Dihidrocloreto de trientina) [Trientina ; Trien]
Cu,
Doença de Wilson
239
Pu
DTPACaNa3 (ácido dietilenoamino- pentacético
cálcico trissódico)
FONTE: Modificado de ANGLE, 1995.
Hg, Co,
Acetoaminofen
Hg
Cs, Ta
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
GERÊNCIA GERAL DE TOXICOLOGIA
Tel.: (61) 448 6201
448 6203
448 6203
Fax: (61) 448 6287
[email protected]
Heloísa Rey Farza
Coordenação dos Cursos de Toxicologia
[email protected]
Succinil CoA + glicina
ALA-S
Pb
CoA + CO2
Acido δ-aminolevulínico
ALA-U
ALA–D
Pb
Porfobilinogênio
AÇÃO DO Pb SOBRE
Uroporfobilinogênio
Uro-U
A SÍNTESE DO
HEME
UPG-descarboxilase
Coproporfirinogênio
Copro-U
CPG descarboxilase
Pb
Protoporfirinogênio
Protoporfirina
+Fe+2
+Zn
Heme-sintetase
HEME
PPZ
 HEMOGLOBINA 
Pb
GLOBINA

Download

Intoxicação por metais