PLANO DE MANEJO
RPPN TAIPA RIO DO COURO
Itaiópolis – SC
Apoio:
Curitiba
Setembro de 2013
Plano de Manejo da RPPN Taipa Rio do Couro – Itaiópolis, SC
Realização: Sociedade Chauá
Apoio: Programa de Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica, coordenado pela Conservação
Internacional e Fundação SOS Mata Atlântica
Proprietários: Elza Nishimura Woehl e Germano Woehl Junior
Instituição parceira da RPPN: Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade
Coordenador do Plano de Manejo:
André Cesar Furlaneto Sampaio, Eng. Florestal, Esp. Gestão e Eng. Ambiental, MSc, Dr
Christopher Thomas Blum, Eng. Florestal, Esp. Gestão e Eng. Ambiental, MSc, Dr
(colaboração voluntária)
Equipe Técnica:
André Cesar Furlaneto Sampaio, Eng. Florestal, Esp. Gestão e Eng. Ambiental, MSc, Dr
Meio Social, Infraestrutura, Planejamento, Uso Público, Supervisão do Mapeamento, Apoio em Vegetação
Christopher Thomas Blum, Eng. Florestal, Esp. Gestão e Eng. Ambiental, MSc, Dr
Vegetação, Meio Físico, Compilação dos dados secundários de Fauna, Planejamento, Apoio em Uso Público
(colaboração voluntária)
Marlon Prestes, Geógrafo
Elaboração dos Mapas
Germano Woehl Junior
Apoio técnico geral, levantamento expedito de anfíbios, registro de ocorrências de flora, aves e mamíferos
Nota: os dados de mastofauna e avifauna foram extraídos do Plano de Manejo da RPPN Corredeiras
do Rio Itajaí (Sociedade Chauá, 2008), cujo diagnóstico de mamíferos e aves foi realizado pela
Mastozoóloga Fernanda Góss Braga (Bióloga, Esp. Conserv. de Biodiversidade, MSc, Dr) e
pelo ornitólogo Raphael Eduardo Fernandes Santos (Biólogo)
Fotografias da Capa:
Christopher Thomas Blum: taipa rochosa, paisagem do rio do Couro
Germano Woehl Jr: borboleta, gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus)
As demais fotos constantes no corpo do plano de manejo têm sua autoria devidamente referenciada
nas respectivas legendas.
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
APRESENTAÇÃO
O Plano de Manejo da RPPN Taipa Rio do Couro reúne diversas informações relacionadas
ao contexto ambiental da propriedade. Considerando os objetivos dos proprietários e
através de diagnóstico criterioso, a equipe de planejamento pôde detectar potencialidades e
fragilidades da área protegida, dados que guiaram a definição de seu zoneamento e de
programas de manejo para sua conservação.
A RPPN Taipa Rio do Couro faz parte de um complexo de RPPNs contíguas, ou muito
próximas entre si, que vem sendo adquiridas e criadas desde 2004. Atualmente, além da
Reserva Taipa Rio do Couro, este conjunto de áreas protegidas é constituído por mais sete
RPPNs (Corredeiras do Rio Itajaí, Corredeiras do Rio Itajaí II, Odir Zanelatto, Taipa do Rio
do Couro, Taipa do Rio Itajaí, Raso do Mandi, das Araucárias Gigantes), totalizando 849,51
ha, dos quais quase 800 ha são áreas contíguas.
Além de fazer parte deste importantíssimo conjunto de áreas protegidas, a RPPN Taipa Rio
do Couro encerra elementos de relevante valor de conservação em seu perímetro. Sua
localização fitogeográfica é caracterizada pela influência da Floresta Ombrófila Densa da
Serra do Mar (Floresta Atlântica), em contato com a Floresta Ombrófila Mista (Floresta com
Araucária), fato que viabiliza a existência de composições diferenciadas de seres vivos. A
existência de imponentes taipas rochosas (paredões) lhe agrega importância adicional, tanto
no aspecto cênico quanto por conservar estes ambientes rochosos muito especializados,
com grande potencial de endemismos. A riqueza de aves e plantas registradas na região da
reserva e das RPPNs vizinhas é muito significativa e a ocorrência de determinadas espécies
raras e/ou ameaçadas da fauna e da flora é particularmente notável.
O histórico de conservação da RPPN Taipa Rio do Couro e das RPPNs vizinhas,
caracterizado por muitas lutas contra crimes ambientais, muitas vezes provocados por
confrontantes diretos, é um exemplo de tenacidade a ser seguido por proprietários de áreas
rurais de todo o Brasil. É preciso que o respeito pelos ecossistemas nativos se sobreponha
aos atuais processos produtivos “imediatistas” e insustentáveis.
Deste modo, torna-se clara a necessidade de se conservar toda esta riqueza biológica,
garantindo sua proteção e potencializando seu valor ambiental em escala regional, meta que
deverá ser alcançada com a devida implementação do presente plano de manejo.
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
1
2. INFORMAÇÕES GERAIS
2
2.1
Acesso
2
2.2
Histórico da RPPN Taipa Rio do Couro
4
2.3
Ficha-resumo da RPPN Taipa Rio do Couro
5
3. DIAGNÓSTICO
3.1 Caracterização da Área de Entorno
6
6
3.1.1 Aspectos Históricos e Culturais do Município
6
3.1.2 Dados do Município
8
3.1.3 Iniciativas Favoráveis à Conservação Ambiental no Município
10
3.1.4 Entorno Imediato da RPPN Taipa Rio do Couro
12
3.2
14
Caracterização Ambiental da Área Protegida
3.2.1 Aspectos Gerais
14
3.2.2 Atividades Conflitantes com a Área Protegida
15
3.2.3 Clima
17
3.2.4 Geologia
17
3.2.5 Geomorfologia e Relevo
18
3.2.6 Pedologia
18
3.2.7 Hidrografia e Qualidade da Água
19
3.2.8 Vegetação
20
3.2.9 Fauna
30
3.2.10 Visitação
37
3.2.11 Pesquisa e Monitoramento
40
3.2.12 Ocorrência de Fogo
40
3.2.13 Atividades desenvolvidas na área protegida
40
3.2.14 Sistema de Gestão
41
3.2.15 Pessoal
41
3.2.16 Infraestrutura
41
3.2.17 Equipamentos e Serviços
42
3.2.18 Recursos financeiros
42
3.2.19 Formas de Cooperação
42
3.2.20 Comunicação e Relações Públicas
42
3.3
Possibilidade de conectividade
43
3.4
Declaração de significância
44
4 Planejamento
45
4.1
Objetivos específicos de manejo
45
4.2
Zoneamento
46
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
4.2.1 Zona Silvestre
46
4.2.2 Zona de Proteção
46
4.2.3 Zona de Visitação
47
4.2.4 Zona de Recuperação
47
4.2.5 Área de Consolidação das Divisas
47
4.3
Programas de Manejo
47
4.3.1 Programa de Administração
47
4.3.2 Programa de Fiscalização e Proteção
52
4.3.3 Programa de Restauração Ambiental
54
4.3.4 Programa de Pesquisa
56
4.3.5 Programa de Monitoramento
58
4.3.6 Programa de Comunicação
59
4.3.7 Programa de Visitação
60
4.3.8 Programa de Relacionamento e Conscientização da Comunidade do Entorno
61
4.4
63
Projetos específicos
4.4.1 Manejo de Trilhas
63
4.4.2 Diretrizes para Conservação do Complexo de Áreas Protegidas
72
5 Recomendações
75
6 Considerações Finais
75
7 Referências Bibliográficas
76
8 Anexos
80
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1: Distâncias da RPPN Taipa Rio do Couro para os principais centros urbanos da região. ........... 3
Tabela 3.1: Estabelecimentos de ensino, docentes e matrículas no ensino básico de Itaiópolis ................... 9
Tabela 3.2: Classes de cobertura vegetal da RPPN Taipa Rio do Couro..................................................... 25
Tabela 3.3: Unidades de Conservação num raio de 50km no entorno da RPPN Taipa Rio do Couro. ........ 43
Tabela 4.1: Definições e especificações dos componentes das trilhas na RPPN Taipa Rio do Couro. ....... 65
Tabela 4.2: Dimensões necessárias para valas com relação à declividade do terreno. .............................. 67
LISTA DE FIGURAS
Fig. 2.1: Inserção Regional da RPPN Taipa Rio do Couro (RTRC). ............................................................... 2
Fig. 3.1: Elza Nishimura Woehl realizando educação ambiental com alunos e professores de Itaiópolis .... 11
Fig. 3.2: Professores de Itaiópolis em atividade de campo pra educação e conscientização ambiental ...... 11
Fig. 3.3: Aspecto do uso do solo no entorno da RPPN Taipa Rio do Couro. ............................................... 13
Fig. 3.4: Intervenções antrópicas em áreas frágeis na margem direita do rio do Couro .............................. 16
Fig. 3.5: Deslizamento (1983) ocorrido em área atualmente englobada pela RTRC ................................... 16
Fig. 3.6: Lavoura de fumo na região da RTRC ............................................................................................. 16
Fig. 3.7: Erosão na margem do rio Itajaí do Norte potencializada por práticas agrícolas ............................. 16
Fig. 3.8: Vestígios (clareira e fogueira) de caçadores na região da RTRC ................................................... 16
Fig. 3.9: Cães domésticos circulando em RPPN próxima à RTRC .............................................................. 16
Fig. 3.10: Casal de cuiú-cuiús e troncos com colmeias de meliponídeos em casa de morador do entorno,
captura e coleta ilegais ......................................................................................................................... 16
Fig. 3.11: Vestígio de tiros de arma-de-fogo em placa da RPPN Refúgio do Macuco, ao sul ...................... 16
Fig. 3.12: Araucaria angustifolia .................................................................................................................... 22
Fig. 3.13: Bilbergia alfonsi-joannis ................................................................................................................ 22
Fig. 3.14: Dicksonia sellowiana ..................................................................................................................... 22
Fig. 3.15: Buchenavia kleinii ......................................................................................................................... 22
Fig. 3.16: Tetrorchidium rubrivenium............................................................................................................. 22
Fig. 3.17: Albizia edwallii ............................................................................................................................... 22
Fig. 3.18: Ocotea odorifera ........................................................................................................................... 22
Fig. 3.19: Cinnamomum glaziovii .................................................................................................................. 22
Fig. 3.20: Taiá invadindo a margem do rio do Couro .................................................................................... 24
Fig. 3.21: Planta jovem de uva-do-japão invadindo área protegida vizinha à RTRC .................................... 24
Fig. 3.22: Indivíduo adulto de uva-do-japão na RTRC .................................................................................. 24
Fig. 3.23: Lírio-do-brejo na margem do rio do Couro .................................................................................... 24
Fig. 3.24: Lírio-do-brejo no subosque da RPPN Refúgio do Macuco, ao sul ................................................ 24
Fig. 3.25: Trombeta nas margem do rio do Couro ........................................................................................ 24
Fig. 3.26: Estágio inicial da sucessão, com porte herbáceo/arbustivo ......................................................... 26
Fig. 3.27: Interior de floresta no estágio médio da sucessão ........................................................................ 26
Fig. 3.28: Floresta no estágio avançado da sucessão às margens do rio do Couro .................................... 26
Fig. 3.29: Interior de floresta no estágio avançado da sucessão .................................................................. 26
Fig. 3.30: Tucum (Bactris setosa) ................................................................................................................. 28
Fig. 3.31: Guaricana (Geonoma schottiana) ................................................................................................. 28
Fig. 3.32: Cyathea atrovirens ........................................................................................................................ 28
Fig. 3.33: Leandra fragilis .............................................................................................................................. 28
Fig. 3.34: Piper hispidum .............................................................................................................................. 28
Fig. 3.35: Mollinedia clavigera ....................................................................................................................... 28
Fig. 3.36: Rubus brasiliensis ......................................................................................................................... 28
Fig. 3.37: Philodendron bipinnatifidum .......................................................................................................... 28
Fig. 3.38: Nidularium innocentii ..................................................................................................................... 29
Fig. 3.39: Vriesea vagans ............................................................................................................................. 29
Fig. 3.40: Polypodium siccum ....................................................................................................................... 29
Fig. 3.41: Ctenanthe lanceolata .................................................................................................................... 29
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
Fig. 3.42: Corymborchis flava ....................................................................................................................... 29
Fig. 3.43: Anemia phyllitidis .......................................................................................................................... 29
Fig. 3.44: Aspidogyne kuczynskii .................................................................................................................. 29
Fig. 3.45: Pleurostachys gaudichaudii .......................................................................................................... 29
Fig. 3.46: Dryocopus lineatus ........................................................................................................................ 31
Fig. 3.47: Dryocopus galeatus ...................................................................................................................... 31
Fig. 3.48: Sporophila angolensis ................................................................................................................... 31
Fig. 3.49: Saltator fuliginosus ........................................................................................................................ 31
Fig. 3.50: Ovo de Tinamus solitarius ............................................................................................................. 31
Fig. 3.51: Carpornis cucullata ....................................................................................................................... 31
Fig. 3.52: Euphonia chalybea ........................................................................................................................ 31
Fig. 3.53: Spizaetus ornatus ......................................................................................................................... 31
Fig. 3.54: Puma concolor .............................................................................................................................. 34
Fig. 3.55: Leopardus trigrinus ....................................................................................................................... 34
Fig. 3.56: Alouatta guariba ............................................................................................................................ 34
Fig. 3.57: Puma yagouaroundi ...................................................................................................................... 34
Fig. 3.58: Eira barbara .................................................................................................................................. 34
Fig. 3.59: Nasua nasua ................................................................................................................................. 34
Fig. 3.60: Mazama gouazoubira .................................................................................................................... 34
Fig. 3.61: Dasyprocta azarae ........................................................................................................................ 34
Fig. 3.62: Leptodactylus notoaktites .............................................................................................................. 35
Fig. 3.63: Hylodes perplicatus ....................................................................................................................... 35
Fig. 3.64: Eleutherodactylus binotatus .......................................................................................................... 36
Fig. 3.65: Eleutherodactylus sp ..................................................................................................................... 36
Fig. 3.66: Hydromedusa tectifera .................................................................................................................. 36
Fig. 3.67: Salvator merianae ......................................................................................................................... 36
Fig. 3.68: Boiruna maculata .......................................................................................................................... 36
Fig. 3.69: Bothropoides jararaca ................................................................................................................... 36
Fig. 3.70: Paisagem das taipas da RPPN Taipa Rio do Couro ..................................................................... 39
Fig. 3.71: Base da taipa rochosa na RTRC .................................................................................................. 39
Fig. 3.72: Aspecto cênico da Trilha da Taipa na RTRC ................................................................................ 39
Fig. 3.73: Paisagem de taipas da RPPN Odir Zanelatto, avistadas a partir da RTRC ................................. 39
Fig. 4.1: Complexo de RPPNs do qual a RPPN Taipa Rio do Couro faz parte. ........................................... 45
Fig. 4.2: Escoamento superficial no terreno e sobre uma trilha. ................................................................... 64
Fig. 4.3: Terminologia básica das trilhas. ...................................................................................................... 65
Fig. 4.4: Etapas para a formação, suavização do talude e regularização do piso. ....................................... 66
Fig. 4.5: Passos para implantação de valas de drenagem. .......................................................................... 67
Fig. 4.6: Esquema de instalação e funcionamento da ETE por meio de zona de raízes .............................. 74
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
LISTA DE SIGLAS
ARIE – Área de relevante interesse ecológico
CASAN – Companhia Catarinense de Águas
CELESC – Centrais Elétricas de Santa Catarina S/A
CIDASC – Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina
CIRAM – Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa
Catarina
DEINFRA – Departamento Estadual de Infraestrutura
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EPAGRI – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S/A
FATMA – Fundação de Meio Ambiente
FBGPN – Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza
FOD – Floresta Ombrófila Densa
FOM – Floresta Ombrófila Mista
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMBIO – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
INPE – Instituto de Pesquisas Espaciais
MEC – Ministério da Educação
MMA – Ministério do Meio Ambiente
RTRC – RPPN Taipa Rio do Couro
RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural
SPVS – Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental
UNC – Universidade do Contestado
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
1.
Sociedade Chauá, 2013
INTRODUÇÃO
De acordo com dados recentes do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica –
Período 2011-2012 (SOS MATA ATLÂNTICA e INPE, 2013), os remanescentes de
vegetação natural do bioma Mata Atlântica estão reduzidos a apenas 14,5% do que existia
originalmente no Brasil. No referido trabalho verifica-se que no estado de Santa Catarina
foram suprimidos 4.693 ha de vegetação natural entre 2008 e 2012.
O município de Itaiópolis guarda as cabeceiras do rio Itajaí e até poucos anos atrás possuía
significativa cobertura de florestas nativas. No entanto, as últimas décadas se
caracterizaram por uma transformação drástica na cobertura vegetal, aspecto
verdadeiramente alarmante. A exploração madeireira e de carvão, associadas à expansão
agrícola e à ampliação de plantios florestais comerciais foram, e ainda são, pressões de
mercado que indicam uma tendência de redução contínua na já modesta cobertura florestal
nativa do município, que em 2008 alcançava apenas 34% da original (SOS MATA
ATLÂNTICA e INPE, 2008).
Desta forma, iniciativas de conservação como a observada na RPPN Taipa Rio do Couro
(RTRC) são absolutamente vitais para reverter o grave quadro de degradação em que se
encontram as florestas nativas. Ainda que já tenha sofrido exploração madeireira em alguns
trechos, o remanescente da RTRC tem grande relevância por exercer importante função de
conectividade entre os fragmentos florestais da região, além de proporcionar proteção à
margem esquerda do rio do Couro, afluente do rio Itajaí do Norte (rio Hercílio). A área
protegida insere-se na área prioritária para conservação MA086 – Serra da Abelha/ Santa
Terezinha, com importância biológica e prioridade de ação extremamente altas (MMA,
2007).
A conservação de ambientes frágeis como o de áreas ribeirinhas, o de encostas íngremes
sobre solos instáveis e o de cabeceiras de taipas rochosas, confere ainda mais importância
à área protegida, trazendo benefícios à conservação do solo e dos recursos hídricos, além
da biota associada. Os remanescentes florestais da região guardam ainda diversas espécies
ameaçadas de extinção como a canela-preta (Ocotea catharinensis), a canela-sassafrás
(Ocotea odorifera) e o xaxim-bugio (Dicksonia sellowiana), dentre as plantas; o pica-pau-decara-canela (Dryocopus galeatus), o macuco (Tinamus solitarius) e o gavião-pega-macaco
(Spizaetus tyrannus), dentre as aves; o bugio-ruivo (Alouatta guariba), a onça-parda (Puma
concolor) e a lontra (Lontra longicaudis), dentre os mamíferos, reiterando seu valor
ecológico.
Para que este importante remanescente florestal possa ser manejado adequadamente,
sendo devidamente protegido, e tendo sua qualidade ambiental e estado de conservação
melhorados, faz-se necessário um planejamento de ações e medidas baseadas num
diagnóstico detalhado da área protegida e de seu entorno. Estas ações consolidam o
presente Plano de Manejo da RPPN Taipa Rio do Couro.
A estrutura do plano de manejo foi baseada no Roteiro Metodológico para Elaboração de
Plano de Manejo para Reservas Particulares do Patrimônio Natural (FERREIRA et al.,
2004). O documento visou abranger, de forma detalhada e com linguagem simples, as
necessidades e prioridades da área protegida, buscando otimizar ações no sentido de
efetivar medidas prioritárias de manejo.
1
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
2.
Sociedade Chauá, 2013
INFORMAÇÕES GERAIS
A RPPN Taipa Rio do Couro encontra-se dentro dos limites de Itaiópolis, município
catarinense que tem a localização de sua sede determinada pelas coordenadas geográficas
26º 20' 12'' Sul e 49º 54' 29'' Oeste.
Itaiópolis integra a 6ª microrregião do Planalto Norte de Santa Catarina. O município possui
área de 1.295,8 km2, sendo o sétimo em extensão territorial no Estado. Limita-se ao norte
com Mafra; ao sul com Santa Terezinha, Vitor Meireles e José Boiteux; a leste com Mafra,
Rio Negrinho e Doutor Pedrinho; e a oeste com Papanduva. Sua sede está situada a cerca
de 920 m s.n.m. (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013).
A população local em 2010 era de 20.301 habitantes (IBGE, 2013) e as principais atividades
econômicas são a agropecuária e a silvicultura, com destaque para as produções de fumo,
leite, soja, milho, feijão, frutas e madeira. Em épocas passadas, destacavam-se também a
extração e o beneficiamento de madeira e erva-mate das florestas nativas (PREFEITURA
DE ITAIÓPOLIS, 2013; IBGE, 2013). De acordo com o Atlas dos Remanescentes Florestais
da Mata Atlântica (SOS MATA ATLÂNTICA e INPE, 2008), em 2005 restavam apenas
44.780,84 km2 de florestas no município de Itaiópolis, o que corresponde a 34% da
cobertura florestal original do município.
2.1
Acesso
A capital mais próxima à sede municipal de Itaiópolis é Curitiba – PR, que se distancia 135
km. O acesso principal a partir de Curitiba é realizado pela rodovia BR116 sentido sul,
tomando-se o entroncamento da SC419 (26º 14' 51'' S, 49º 55' 01'' W) cerca de 20 km após
Mafra. Pela SC419 segue-se por 8 km até Itaiópolis (Fig. 2.1).
RTRC
Fig. 2.1: Inserção Regional da RPPN Taipa Rio do Couro (RTRC) (Adaptado de DEINFRA-SC, 2009).
2
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
A despeito de haver um aeroporto de menor porte em Três Barras (70 km), o acesso mais
próximo a voos regulares é através do Aeroporto Internacional Afonso Pena (147 km),
situado em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, seguindo por via
terrestre até a sede de Itaiópolis. O aeroporto possui voos regulares para São Paulo e
Brasília, onde é possível fazer conexão com todas as cidades atendidas pelo transporte
aéreo no Brasil e também para voos internacionais.
O município de Itaiópolis é cortado pela linha férrea, hoje sob responsabilidade da empresa
América Latina Logística. Na altura do km 34 - Bairro Lucena, existe uma Estação
Ferroviária.
A RPPN Taipa Rio do Couro tem como centro aproximado as coordenadas geográficas 26º
32' 12'' Sul e 49º 55' 21'' Oeste, sendo que a capital mais próxima é Curitiba, no Paraná. Na
tabela 2.1 são apresentadas as distâncias da RTRC para as principais cidades da região,
considerando trajetos com predomínio de rodovias pavimentadas e em boas condições de
rodagem.
Tabela 2.1: Distâncias da RPPN Taipa Rio do Couro para os principais centros urbanos da região.
Cidade
Itaiópolis
Mafra
Canoinhas
Jaraguá do Sul
Curitiba
Itajaí
Florianópolis
Distância (Km)
33
61
109
164
168
251
360
Rodovias principais
SC 419
SC 419/ BR 116
SC 419/ BR 116/ SC 477
SC 419/ BR 116/ BR 280
SC 419/ BR 116
SC 419/ BR 116/ BR 280/ BR 101
SC 419/ BR 116/ BR 280/ BR 101
A RTRC possui duas formas de acesso potencial: a primeira pela estrada da localidade
Vontroba e a segunda representada por uma trilha com proposta de implantação no vale do
rio Monjolo. Existe ainda uma possibilidade mais remota que é o acesso a partir da RPPN
Refúgio do Macuco, demandando deslocamento pelo leito do rio do Couro. Em todos os
casos é preciso caminhar por trechos em áreas íngremes e atravessar propriedades
particulares para acessar os limites da área protegida.
O acesso pela estrada da Vontroba é o que permite chegar mais próximo da RTRC com
veículos automotores. O final da estrada da Vontroba fica a cerca de 250 m da divisa leste
da área protegida. No entanto, atualmente este caminho é inviável por demandar a
passagem não autorizada por propriedade particular vizinha à RTRC. Na hipótese de uma
mudança deste cenário, descreve-se a seguir o trajeto. A partir da sede do município de
Itaiópolis (26º 20' 12'' S e 49º 54' 29'' W), percorre-se a SC 419 no sentido sul por 13 km, até
a SC 477 (26º 25' 28'' S, 49º 53' 49'' W), onde se toma a esquerda seguindo por 12 km
passando pelo distrito de Itaió e chegando a um pequeno vilarejo (26º 32' 09'' S, 49º 51' 08''
W). No centro do vilarejo toma-se a direita sentido Serrinha do Itajaí seguindo por 600 m e
toma-se novamente a direita (26º 32' 24'' S, 49º 51' 22'' W) entrando na estrada da Vontroba,
a qual deve ser percorrida por 6,3 km até uma bifurcação (26º 32' 19'' S, 49º 54' 44'' W).
Toma-se a direita e percorre-se cerca de 700 m até o fim da estrada (26º 32' 13'' S, 49º 55'
05'' W). A partir deste ponto é necessário caminhar por área antropizadas cerca de 250 m
até a divisa leste da RTRC (26º 32' 13'' S, 49º 55' 14'' W) adentrando na área protegida
através da Trilha da Taipa.
O acesso pelo vale do rio Monjolo é uma alternativa viável para chegar à RTRC, embora
demande a abertura de uma longa trilha por terreno acidentado e seja necessário atravessar
áreas de terceiros. Os proprietários da área protegida eventualmente já utilizam este
acesso, aproveitando picadas abandonadas e atravessando trechos de floresta fechada ou
andando sobre o leito do rio. Descreve-se a seguir o trajeto. Da sede do município de
3
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
Itaiópolis (26º 20' 12'' S e 49º 54' 29'' W), percorre-se a SC 419 no sentido sul por 13 km, até
a SC 477 (26º 25' 28'' S, 49º 53' 49'' W), onde se toma a esquerda seguindo por 7 km. Após
o distrito de Itaió, pouco antes do posto de gasolina, toma-se a direita (26º 29' 34'' S, 49º 51'
32'' W) na Estrada Municipal Dr. Cerqueira (não pavimentada), no sentido sudoeste,
seguindo por 9 km até a propriedade do Sr. Felício Glovacki (26º 31' 9'' S, 49º 56' 15'' W).
Neste ponto toma-se à esquerda, seguindo por cerca de 550 m até o ponto onde é
necessário deixar o veículo e iniciar a caminhada. Como ainda não existe trilha definida no
local, o ponto de início da caminhada pode variar. De modo geral, parte-se da estrada na
direção leste caminhando entre 700 e 800 m até chegar nas proximidades do rio Monjolo. A
partir daí passa-se a acompanhar o curso do rio Monjolo na direção sul/sudeste por cerca de
1.600 m até a sua foz no rio do Couro. Neste ponto é necessário atravessar o rio do Couro
para atingir a RTRC que se encontra em sua margem esquerda.
2.2
Histórico da RPPN Taipa Rio do Couro
A história da região onde está inserida a RPPN Taipa Rio do Couro teve início com os
assentamentos dos primeiros imigrantes, não havendo registros de exploração no local onde
atualmente se encontra a área protegida.
Posteriormente, um trecho de 13.342.100 m2, limitado a oeste pela Estrada Geral Dr.
Cerqueira, ao sul pelo rio Itajaí do Norte e a leste pelo rio do Couro, foi adquirido pelo Sr.
Odir Zanelatto (in memoriam), que criou a Indústria Madeireira Lucena LTDA, utilizando o
nome do povoado que deu origem ao município de Itaiópolis. O trecho foi então subdividido
em quatro áreas distintas.
Em 1988, com autorização do IBAMA, através da aprovação de plano de manejo florestal, a
madeireira iniciou intensa exploração madeireira na região para extração de madeiras com
interesse econômico.
Devido à declividade e dificuldade de acesso às áreas próximas ao rio do Couro e de alguns
dos seus afluentes, estas não foram exploradas. Com o aumento das exigências ambientais
e a diminuição dos estoques madeireiros, no final da década de 90 a Madeireira Lucena
diminuiu a exploração na região.
O Sr. Germano Woehl Jr., nascido em Itaiópolis e desde jovem um fiel apreciador da
natureza, acompanhou a redução das florestas nativas do município de 80% a 34% (SOS
MATA ATLÂNTICA e INPE, 2008) de sua ocorrência original.
A forte ligação com a terra natal e suas paisagens naturais originais é um dos motivos que
instiga seu "instinto preservacionista" (CRUZ, 2008), o qual é apoiado e compartilhado pela
esposa Elza Nishimura Woehl.
O casal, utilizando suas economias, se engajou na proposta de preservar remanescentes
florestais no município de Itaiópolis, aproveitando as ofertas insistentes de uma vizinha que
queria se desfazer de um terreno às margens do rio Itajaí do Norte.
O terreno não estava com a documentação completa, mas o preço era acessível, apesar de
se ter ciência dos gastos elevados para obter a escritura definitiva, pagar o inventário e
outras complicações burocráticas.
O único documento de posse foi um recibo assinado pela antiga proprietária. A aquisição
aconteceu em 2004, sendo que apenas em 2007 finalmente foi obtida a escritura. Esta
primeira área, de 31,46 ha – que hoje integra a RPPN Corredeiras do Rio Itajaí – foi
adquirida em 15 de maio de 2004, da Sra. Nadia Androczevecz, espólio do Sr. Univaldo
Androczevecz, antigo funcionário da Indústria Madeireira Lucena Ltda.
A área da RPPN Taipa Rio do Couro foi adquirida cerca de um ano após, em 04 de abril de
2005, comprada da Sra. Clementina Kredens, que residia em Curitiba-PR. Após os trâmites
legais, foi oficialmente criada como Reserva Particular do Patrimônio Natural em julho de
2010 (Anexo 3) pela Portaria 56 do DOU 142 de 27/07/2010. Outras áreas contíguas ou
próximas também foram adquiridas e transformadas em RPPN.
4
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
2.3
Sociedade Chauá, 2013
Ficha-resumo da RPPN Taipa Rio do Couro
Quadro 2.1: Ficha-resumo da RPPN Taipa Rio do Couro.
Nome da área protegida
RPPN Taipa Rio do Couro
Proprietários e Gestores
Germano Woehl Jr. e Elza Nishimura Woehl
Instituição Parceira na Gestão
Instituto Rã-bugio
Endereço dos Proprietários
Rua Antonio Cunha, 160 - Sala 25, Jaraguá do Sul – SC
CEP 89256-140
Dados para contato
escritório: (47) 3274-8613
e-mail: [email protected] ou [email protected]
Endereço da área protegida
33 km da Sede do Município de Itaiópolis
Localidade Vontroba, margem esquerda do rio do Couro
Telefone da área protegida
sem telefone
Área
total
da
segundo matrícula
36,30 ha
propriedade
Área total real da propriedade
(mensurada no Plano de Manejo)
37,03 ha
Área oficial da RPPN
36,30 ha
Data de criação e nº da portaria
27/07/2010, Portaria 56 - DOU 142 - seção/pg. 01 - 60
Município / Estado
Itaiópolis, Santa Catarina
Coordenadas geográficas
26º 32' 12'' S e 49º 55' 22'' W
Variação de altitude
485 a 720 m s.n.m.
Distâncias de centros urbanos
Itaiópolis: 33 km; Mafra: 61 km; Canoinhas: 109 km; Jaraguá
do Sul: 164 km; Curitiba: 168 km; Itajaí: 252 km; Florianópolis:
360 km
Confrontantes
N: Rio do Couro; E: Elcira Eskelsen; SE: Julio Lada; W: RPPN
Odir Zanelatto (Rio do Couro)
Bioma e ecossistemas
Bioma Mata Atlântica
Contato entre a Floresta com Araucária (Floresta Ombrófila
Mista) e a Floresta Atlântica (Floresta Ombrófila Densa)
Ecossistema: floresta de encosta
Importância de conservação
Inserida na área prioritária para conservação: MA086 – Serra
da Abelha/ Santa Terezinha, com importância biológica e
prioridade de ação extremamente altas (MMA, 2007)
Atividades Pró-conservação
Atividades Conflitantes
Já em execução: Fiscalização esporádica e pontual; Proteção
através de denúncias de crimes ambientais na região;
Propostas: Fiscalização e proteção regulares, Pesquisa
científica; Restauração ambiental; Visitação
Na reserva: Caça e extração de recursos vegetais
No entorno: Supressão de florestas nativas, Agricultura
desordenada, Caça e extração de recursos vegetais; Estradas
em terrenos muito frágeis; Porte habitual de armas de fogo e
comum o uso da violência
5
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
3.
Sociedade Chauá, 2013
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da RPPN Taipa Rio do Couro aborda dois níveis geográficos distintos, que
são:

Caracterização da área do entorno – se refere a uma descrição mais aprofundada do
entorno imediato e uma caracterização geral do município de inserção da reserva,
sobre os quais foram tratados aspectos socioeconômicos e ambientais; e

3.1
Caracterização da área protegida – descrição da RTRC, sobre a qual foi realizada
uma caracterização ambiental de maior profundidade.
Caracterização da Área de Entorno
3.1.1 Aspectos Históricos e Culturais do Município
A origem do nome Itaiópolis é um hibridismo no qual "polis", do grego, significa cidade, e
"Itaió" se compõe de "I" (água ou rio), e "taió" que vem de "ita" (pedra), termos da língua
tupi. O povoamento de Itaiópolis, anteriormente denominado Lucena, ocorreu no início da
república. Encontravam-se no local, em 1889, as famílias de João Reichardt, José
Wergonowiski e João Becker. Em 1890 o governo federal criou a Colônia Federal Lucena na
região das nascentes dos rios São João, Lança, Rio Negrinho, São Lourenço, Preto e
outros, resultando no desenvolvimento da região (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013).
Em 1891 chegaram os primeiros colonos de nacionalidade inglesa, ditos ex-trabalhadores
de Londres, e mais alguns poloneses e russos. Em 1895 o governo federal passou os
encargos da colonização ao estado do Paraná. Nesta fase foram encaminhados rutenos (do
rito ruteno) de São Paulo. Dali nasceu a Colônia Iracema (depois Iraputã), situada mais ao
sul de Itaiópolis. Pouco depois também foram introduzidas famílias polonesas. O
adensamento da população se fez ainda pela reemigrarão espontânea de alemães vindos
de São Bento do Sul (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013).
Em 18 de março de 1909, deu-se a primeira criação do município, pela Lei Estadual do
Paraná, nº 850, por desmembramento de Rio Negro – PR, que então se estendia também
ao lado catarinense. Foi supresso por decreto paranaense de 26 de maio de 1917, por se
haver transferido para Santa Catarina, onde inicialmente ficou como Distrito do novo
município de Mafra. Por fim, restaurou-se o município de Itaiópolis, por desmembramento de
Mafra, pela Lei Estadual de Santa Catarina, nº 1.220, de 28 de outubro de 1918, efetivada
em 1º. de janeiro de 1919 (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013).
Além da grande influência dos colonizadores europeus, existiu no município a presença da
cultura indígena brasileira, hoje refugiada na Terra Indígena de Ibirama La-Klanô ou Duque
de Caxias, com 14 mil hectares. Sua área estende-se pelos municípios de Vitor Meireles,
José Boiteux, Itaiópolis e Doutor Pedrinho. Atualmente, a comunidade indígena está dividida
em sete aldeias, denominadas: Sede, Bugio, Figueira, Toldo, Palmeirinha, Coqueiro e
Pavão. Sua população é flutuante, multiétnica (Xokleng e Guarani), e sua configuração vem
se alterando ao longo dos 91 anos de contato com o “homem branco”. De acordo com a
Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e o censo realizado em 1997, existiam 1.009 pessoas
morando na Terra Indígena (SIEGEL, 2005).
3.1.1.1
Histórico de luta contra a degradação ambiental na região da RPPN
A seguir é apresentado um relato histórico sobre a degradação ambiental e também de
ações pela fiscalização e proteção, ocorridos sobretudo na região da área protegida, os
vales do rio Itajaí do Norte e de seus principais afluentes. As informações apresentadas
foram fornecidas pelo próprio proprietário da RPPN Taipa Rio do Couro e também extraídas
de artigos como Woehl Jr. (2008a e 2008b).
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Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
Germano Woehl Jr. nasceu e viveu infância e adolescência em Itaiópolis, que há poucos
anos possuía ainda 75% de área preservada de Mata Atlântica (abrangendo Floresta
Atlântica e Floresta com Araucária), sendo esta rapidamente reduzida para o índice atual de
34%. Para quem aprendeu a valorizar o que certamente era a maior riqueza do município,
sua exuberância e diversidade natural, foi angustiante testemunhar os intensos anos de
devastação. Extensos pinheirais (Floresta com Araucária) – que originalmente chegavam
até o pátio da igreja matriz, da escola e de sua casa – foram rapidamente dizimados.
Um lugar de Itaiópolis que sempre exerceu grande fascínio foi o rio Itajaí do Norte. É a
região das cabeceiras do grande rio Itajaí. Antigamente suas águas eram muito cristalinas,
mas nos dias atuais permanecem predominantemente turvas pela erosão de suas margens.
Germano passou os melhores momentos de sua vida apreciando este rio e sua mata ciliar.
Porém, já naquela época eram notadas coisas erradas acontecendo no rio Itajaí do Norte.
Iniciou-se a derrubada da floresta ciliar para fazer carvão. Até então, só se fazia extrativismo
de madeira e erva-mate em Itaiópolis. O carvão foi uma novidade que apareceu no início
dos anos 70, a despeito de já haver o conhecimento da proibição de desmate em margens
de rios e nos terrenos muito íngremes. Os povoamentos de pinus vieram mais tarde.
Com a constatação destas destrutivas intervenções em ambientes florestais nativos,
Germano Woehl Jr. começou uma rotina de insistentes denúncias ao IBAMA. A sua
persistência foi premiada pela primeira vez em 2004, após muitos anos de esforço, quando
uma missão de fiscalização do IBAMA-SC atuou na região do alto vale do rio Itajaí. Nesta
ocasião os primeiros devastadores foram punidos.
Paralelamente ao desgastante esforço de denúncias ambientais, em 2004, Germano
começou um processo de aquisição de áreas nas proximidades do rio Itajaí do Norte,
visando sua proteção integral. O primeiro terreno adquirido, com 31,4 ha, era área contígua
aos 840 hectares de propriedade da Indústria Madeireira Lucena, que muito contribuiu com
o desenvolvimento do município. Esta madeireira era uma das poucas que beneficiava a
madeira, agregando valor e gerando muitos empregos em Itaiópolis, durante vários anos de
atividade. Até que, com o esgotamento das reservas de madeira mais acessíveis e o
aumento nas restrições ambientais, a empresa iniciou sua decadência. Deste modo, em
parte significativa da propriedade desta madeireira restaram florestas em bom estado.
Durante as visitas ao seu terreno nas margens do rio Itajaí do Norte, Germano e sua esposa
Elza perceberam que moradores do entorno e visitantes praticavam variados crimes
ambientais, como caça, pesca predatória, queimadas e corte de floresta em áreas de
preservação. Percebia-se também que o uso de armas-de-fogo era constante na região.
Outra ameaça no local é a premência por parte de alguns proprietários de reabrir estradas
antigas em áreas íngremes e frágeis. A abertura de estradas em áreas íngremes
potencializa o risco de deslizamentos de terra e de outras ameaças ambientais, além de
potencializar ações ilegais de caça e extração de predatória da vegetação.
Em 2005 um trecho na porção norte da RPPN Refúgio do Macuco, a menos de 500 m ao sul
da RTRC, sofreu a ação de crimes ambientais. Parte da propriedade foi desmatada para a
produção de carvão, por um morador vizinho. Este confrontante infrator foi processado e
multado pelo crime de desmatamento em área de preservação permanente. A autuação foi
feita pelo IBAMA, numa das operações de helicóptero em Itaiópolis. Poucos anos depois, a
mesma propriedade foi novamente invadida e teve parte da floresta suprimida para o
mesmo fim. As consequências destes desmatamentos foram deslizamentos ocorridos em
setembro de 2011, quando chuvas intensas saturaram o solo desprovido de cobertura
florestal madura. Nesta ocasião, o Sr. Germano constatou mais um pequeno desmatamento
no local e imediatamente solicitou medidas cabíveis à Promotoria de Justiça.
Entre 2009 e 2011 outros deslizamentos originados por supressão florestal em áreas frágeis
foram constatados. Dois deles ocorreram em áreas vizinhas à RPPN Taipa Rio do Couro,
um na margem direita do rio do Couro e outro na margem esquerda do rio Monjolo, ambos
potencializados por desmatamentos nas cabeceiras das encostas. Já em 2011, a abertura
7
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
ilegal de uma estrada na margem direita do rio Itajaí do Norte, nas proximidades da RPPN
Corredeiras do Rio Itajaí, também desencadeou deslizamento de considerável proporção.
Outro problema grave que vem ocorrendo nos remanescentes florestais da região é a caça.
Em maio de 2011 o Sr. Germano solicitou providências à Promotoria de Justiça para inibir a
ação de caçadores no entorno das reservas RPPN Taipa Rio do Couro e RPPN Corredeiras
do Rio Itajaí. Na ocasião, infratores construíram dois ranchos na margem esquerda do rio
Itajaí do Norte, os quais eram usados com frequência por grupos de caçadores vindos de
outros municípios. Estes caçavam intensivamente nas florestas do entorno e dentro das
RPPNs, utilizando cães de caça e armas de fogo. Vestígios de caça como cevas foram
encontrados na reservas. Em alguns períodos eles permaneciam por até uma semana
ocupando os ranchos, sendo que a frequência maior era nos finais de semana e feriados. O
acesso aos ranchos era feito por meio de botes cruzando o Rio Itajaí do Norte, a partir da
estrada em sua margem direita.
No vale do rio do Couro o histórico de caça também é intenso. Em 2010, dentro dos limites
da RTRC foi encontrado um barraco de lona plástica utilizado como base para caça. Mesmo
com a retirada do barraco, em 2011 o local foi novamente utilizado pelos caçadores, o que
motivou uma denúncia à Promotoria de Justiça. Por fim, em janeiro de 2013, o Sr. Germano
constatou novos vestígios de caça dentro da RTRC, incluindo uma trilha recém aberta,
restos de uma armadilha para capturar paca e sabugos de milho para ceva. Nova denúncia
foi realizada para Promotoria de Justiça.
3.1.2 Dados do Município
Aspectos da População
Segundo IBGE (2013), a população estimada para o município de Itaiópolis é de 20.301
habitantes, com base no Censo Demográfico 2010. Deste total, 47,1% residem na área rural
e 52,9% na área urbana. A população residente distribuía-se, no ano de 2010, em 9.892
mulheres e 10.409 homens (Censo Demográfico 2010 – IBGE, 2013).
De acordo com o Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2013), a população de Itaiópolis se
dividia da seguinte forma, por faixas etárias:
•
0 a 9 anos de idade – 3.409 habitantes;
•
10 a 19 anos de idade – 3.786 habitantes;
•
20 a 29 anos de idade – 3.323 habitantes;
•
30 a 39 anos de idade – 3.078 habitantes;
•
40 a 49 anos de idade – 2.635 habitantes.
•
50 a 59 anos de idade – 1.913 habitantes;
•
60 a 69 anos de idade – 1.252 habitantes; e
•
mais que 70 anos de idade – 905 habitantes.
O grau de escolaridade dos habitantes do município é indicado a seguir, através da
distribuição de habitantes por graus de instrução, considerando somente pessoas com mais
de 10 anos de idade (Censo Demográfico 2010 – IBGE, 2013):
•
sem instrução e fundamental incompleto – 10.171 habitantes;
•
fundamental completo e médio incompleto – 3.115 habitantes;
•
médio completo e superior incompleto – 2.677 habitantes; e
•
superior completo – 928 habitantes.
8
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
O potencial de ensino e capacitação do município é indicado a seguir na tabela 3.1,
demonstrando o número de escolas, docentes e matrículas registrados no ano de 2012, pelo
Ministério da Educação (IBGE, 2013):
Tabela 3.1: Estabelecimentos de ensino, docentes e matrículas no ensino básico de Itaiópolis, em 2012:
Parâmetros
Estabelecimentos de ensino
Docentes
Matrículas
Pré-escolar
21
33
562
Fundamental
16
181
3.192
Médio
5
73
937
Fonte: MEC – Ministério da Educação / Censo Educacional 2012
Segundo o Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2013), 4.726 habitantes não possuem
rendimento mensal. Dos que o possuem, 6.395 são homens e 5.771 são mulheres
(residentes com mais de 10 anos de idade), distribuindo-se da seguinte forma:
•
565 habitantes recebem até ¼ de salário mínimo;
•
767 habitantes recebem entre ¼ e ½ de salário mínimo;
•
3.908 habitantes recebem entre ½ e 1 salário mínimo;
•
4.770 habitantes recebem de 1 a 2 salários mínimos;
•
810 habitantes recebem de 2 a 3 salários mínimos;
•
803 habitantes recebem de 3 a 5 salários mínimos;
•
379 habitantes recebem de 5 a 10 salários mínimos;
•
63 habitantes recebem de 10 a 15 salários mínimos;
•
47 habitantes recebem mais de 15 salários mínimos.
Infraestrutura e Serviços Sociais
No que se refere aos serviços sociais, em 2009 o município de Itaiópolis contava com 14
estabelecimentos de saúde municipais (IBGE, 2013). A cidade possui três agências
bancárias e uma agência de correios, assim como escritórios da Celesc – Centrais Elétricas
de Santa Catarina S/A e da CASAN – Companhia Catarinense de Águas e Saneamento.
Com relação à cultura, Itaiópolis conta com a Biblioteca Municipal e a Casa da Cultura,
assim como duas rádios locais.
Com relação à segurança, estão presentes duas delegacias na cidade, sendo uma da
polícia militar (47 3652-2152) e uma da polícia civil (47 3652-1552). Também existe o Corpo
de Bombeiros Voluntários de Itaiópolis (47 3652-2908 – 193).
A cidade conta também com pelo menos 14 estabelecimentos que fornecem refeições, ao
menos três mercados e três hotéis, além de quatro postos de combustíveis, entre outros
estabelecimentos (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013).
Não existem escritórios de instituições públicas voltadas para o meio ambiente no município.
O escritório mais próximo da FATMA – Fundação de Meio Ambiente fica em Mafra. Em
Canoinhas encontra-se a 6ª. Companhia do Batalhão de Policia Militar Ambiental. Por fim,
os escritórios regionais do IBAMA mais próximos se encontram em Joinville, Rio do Sul e
Caçador.
Aspectos da Economia Municipal
O sistema econômico itaiopolense tem como principal força o setor primário, responsável
pela parcela mais significativa da renda e dos empregos gerados no município. A
agropecuária se destaca na produção de fumo, soja, milho, feijão e trigo. Também são
importantes o cultivo de frutas, a pecuária, o cultivo da erva-mate e a produção de leite e
mel (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013; IBGE, 2013).
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Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
Tanto a EPAGRI – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina
S/A, quanto a CIDASC – Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa
Catarina possuem representações na sede municipal e auxiliam a Secretaria de Agricultura
e Meio Ambiente na assistência técnica aos agricultores e fiscalização dos produtos
provenientes das áreas rurais.
A produção pecuária no município se divide entre diferentes grupos animais. No ano de
2011, de acordo com a “Produção da Pecuária Municipal 2011” o montante de aves de
granja chegou a 2.800.000 cabeças para corte (pintos, frangos, frangas e galos) e 30.000
galinhas para postura, as quais foram responsáveis pela produção de 260.000 dúzias de
ovos. A produção apícola resultou em 30.000 kg de mel (IBGE, 2013).
No mesmo ano foi registrado um rebanho bovino de 23.039 cabeças, sendo 2.300 vacas
ordenhadas, que produziram 4.325 mil litros de leite. É ainda expressivo o rebanho de
suínos, com 37.500 cabeças. De acordo com o Censo Agropecuário de 2006, Itaiópolis
possui 9.329 ha de pastagens (IBGE, 2013).
As culturas temporárias mais cultivadas em 2011 foram a soja (15.000 ha) e o milho (12.000
ha). Também foram relevantes o fumo (6.200 ha), e em menor escala o feijão e o trigo (cada
um com 1.200 ha). Dentre as lavouras permanentes destacaram-se a pera (110 ha) e outras
frutas como maçã, pêssego e uva (40 ha). Neste ano existiam cerca de 160 ha de plantios
de erva-mate (IBGE, 2013).
Outra atividade tradicional do município é a exploração florestal. Durante muito tempo, a
economia baseou-se na extração, beneficiamento e comércio de madeira e erva-mate.
Atualmente, devido às leis ambientais, a exploração de florestas nativas perdeu parte de sua
significância econômica. Mas a exploração madeireira em florestas nativas foi substituída
em parte pela silvicultura comercial, predominantemente de essências exóticas como o
pinus e o eucalipto que hoje ocupam mais de 20.000 ha, visando o suprimento de matéria
prima para as empresas de beneficiamento. Processar madeira é tradição de Itaiópolis
desde a chegada dos pioneiros (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013).
As industrias instaladas na cidade de Itaiópolis atuam em diversificadas áreas, são
fabricantes de malhas, produtos cerâmicos, de madeira. material elétrico e alimentos. O
município abriga também uma multinacional que atua na produção de componentes para
compressores de geladeira (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013). O setor terciário no
município era formado em 2011 por 565 empresas (IBGE, 2013).
O turismo ainda é pouco explorado no município, a despeito de abranger atrativos e
localidades de relevante beleza natural ou de importância cultural (PREFEITURA DE
ITAIÓPOLIS, 2013).
3.1.3 Iniciativas Favoráveis à Conservação Ambiental no Município
As iniciativas de conservação ambiental mais consistentes e efetivas realizadas no
município de Itaiópolis foram conduzidas pelo Instituto Rã-bugio para Conservação da
Biodiversidade, com o apoio de instituições parceiras como a Fundação Grupo Boticário de
Proteção à Natureza – FGBPN e a Fundação AVINA, todas no âmbito da educação
ambiental. A seguir são descritas, resumidamente, as ações e projetos implementados, de
acordo com informações do Sr. Germano Woehl Jr.
No ano de 2000 foram efetivadas, durante dois a três meses, exposições itinerantes sobre
anfíbios nativos e conservação, em todas as escolas de Itaiópolis. Esta iniciativa foi
patrocinada pela FGBPN, tendo como foco apontar os perigos do desmatamento e da
degradação dos corpos-d’água, entre outros. Além das exposições foram também
realizadas palestras nas escolas. Algumas exposições foram doadas para o município de
Itaiópolis ao final do projeto.
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Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
Em 30 de novembro de 2001, também com recursos viabilizados pela FGBPN, estudantes
da Escola Estadual de Educação Básica Odir Zanelatto (de Itaiópolis) foram levados em
excursão para conhecerem a Floresta Atlântica e outros ecossistemas do litoral catarinense.
Alguns professores também participaram desta atividade de educação ambiental.
Ainda em 2001 foi realizada em Itaiópolis a distribuição de cartilhas de educação ambiental
patrocinadas pela empresa WEG, numa extensão do projeto que em princípio beneficiaria
apenas a região de Jaraguá do Sul.
Durante o ano de 2002 foram realizadas outras ações educativas focando temas como
consequências do desmatamento e importância dos serviços ambientais fornecidos por
florestas preservadas. Estas atividades foram também patrocinadas pela FGBPN.
Posteriormente, alunos de Itaiópolis frequentaram atividades de Educação Ambiental na
sede do Instituto Rã-bugio, em Jaraguá do Sul. Estudantes de escola particular viajaram
com recursos de seus pais. Além disso, grande número estudantes de Itaiópolis tiveram sua
viagem viabilizada por ônibus fretados pela prefeitura municipal.
Em setembro de 2007, a equipe do Instituto Rã-bugio foi a Itaiópolis para trabalhar durante
quase uma semana com estudantes e professores do município (Figs. 3.1 e 3.2). Alguns dos
temas abordados foram o desmatamento e a conservação da bacia hidrográfica, incluindo
várias práticas (usando indicadores de poluentes, por exemplo). Cerca de 160 professores
da rede pública estadual e municipal de Itaiópolis participaram das atividades. O evento
mobilizou toda a equipe do Instituto Rã-bugio, e só foi possível graças ao apoio da
Secretaria Municipal de Educação de Itaiópolis, professores e diretores de escolas, e dos
patrocinadores: a PETROBRAS (Programa Petrobrás Ambiental) e a Fundação AVINA.
Fig. 3.1: Elza Nishimura Woehl realizando educação
ambiental com alunos e professores de Itaiópolis (Foto:
Acervo Instituto Rã-bugio)
Fig. 3.2: Professores de Itaiópolis em atividade de
campo pra educação e conscientização ambiental
(Foto: Acervo Instituto Rã-bugio)
A inscrição dos professores foi espontânea e surpreendeu, já que praticamente todos os
professores das zonas rural e urbana participaram, inclusive para as atividades em seu dia
de folga habitual. Com este evento foi quebrado o mito de que os professores de Itaiópolis
não se interessam pelos problemas ambientais locais. Adicionalmente, a secretaria de
educação de Itaiópolis determinou que todos professores da rede municipal deverão
desenvolver trabalhos focados no desmatamento.
Dentre as atividades ao ar livre, foram feitas visitas em locais desmatados em margens de
corpos-d’água e também em áreas preservadas de propriedades privadas. O objetivo foi
mobilizar localmente a sociedade para interromper a destruição das florestas ciliares e dos
últimos remanescentes. Além das informações sobre o ecossistema Floresta com Araucária,
sua biodiversidade e serviços ambientais, os professores aprenderam a usar os kits
indicadores da qualidade da água e a interpretar imagens de satélite.
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Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
De acordo com seus dirigentes, a presença do Instituto Rã-bugio passará a ser permanente
na região de Itaiópolis, especialmente pela necessidade de se assegurar a conservação dos
conjunto de RPPNs contíguas no vale do rio Itajaí do Norte.
No que se refere à estrutura municipal de gerenciamento das questões ambientais, de
acordo com informações obtidas na administração municipal Itaiópolis, a prefeitura conta
com uma Secretaria de Agricultura que abrange a temática de Meio Ambiente, que tende a
ficar em segundo plano frente a questão da agricultura.
Segundo informações obtidas com a prefeitura municipal, na gestão de 2008, além dos
projetos efetivados pelo Instituto Rã-bugio, existiam outros projetos e parcerias
desenvolvidos nas escolas do município com o objetivo de trabalhar a questão ambiental,
ainda que de forma mais secundária. Em parceria com a UNC – Universidade do
Contestado, de Mafra, foi desenvolvido o Projeto Curso de Desenvolvimento Regional. A
UNIPAF, em parceria com a EPAGRI, trabalhou na Cooperativa de Agricultura Familiar,
onde conceitos de uso adequado do solo e questões de saneamento foram trabalhadas com
os agricultores, além do estudo de alternativas de culturas agrícolas para as famílias da
zona rural. Outras ações e projetos de conservação foram citados, dentre estes estão:
Projeto PIAVA, conduzido pela FURB, com patrocínio do Programa Petrobras Ambiental; e
Projeto Verde é Vida – Levando a Natureza a Sério, da AFUBRA – Associação de
Fumicultores do Brasil.
Na gestão de 2012 foram ressaltados pela prefeitura: a Gincana Ambiental enfocando
reciclagem de resíduos, parceria com a EMBRACO; o Programa Minha Terra Minha Vida,
na Escola Rio da Estiva, onde eram exercitados experimentos com compostagem, enxertia,
vimi e esponja natural; e o Projeto PACA, parceria com a Rigesa, cujo tema é a proteção
das árvores através de capacitação dos professores de escolas municipais e estaduais.
3.1.4 Entorno Imediato da RPPN Taipa Rio do Couro
O entorno imediato da RTRC é representado por uma matriz de remanescentes florestais
nativos em variados estados de conservação. Num raio de cerca de 3 km a partir da RTRC
nas direções sul e oeste predomina a cobertura florestal contínua, havendo apenas algumas
áreas agrícolas e silviculturais esparsas. A partir desta distância, e também nas direções
leste e norte, a matriz passa a ser constituída por um mosaico variável de florestas nativas e
empreendimentos rurais com povoamentos comerciais de espécies arbóreas, plantios
agrícolas e pastagens (Fig. 3.3).
O predomínio das florestas nativas em boa parte do entorno da RTRC se deve ao relevo
bastante dobrado nos vale dos rios do Couro e Itajaí do Norte, que dificulta bastante o
desmatamento e a implementação de atividades antrópicas. Por outro lado, grande parte
dos trechos onde o relevo é mais suave já foi convertida em locais de aproveitamento
agropecuário, inclusive em áreas de preservação permanente. Este aspecto pode ser
observado na margem direita do rio Itajaí do Norte, onde os plantios agrícolas chegam
muitas vezes até a margem do rio.
Felizmente, contíguas ou muito próximas da RTRC existem outras sete RPPNs, todas sob
gerência dos proprietários Germano Woehl Jr. e Elza Nishimura Woehl. O total de reservas
criadas abrange 849,51 ha, dos quais quase 800 ha são áreas contíguas. Adicionalmente
uma nona propriedade (posse) foi adquirida recentemente e terá o mesmo objetivo de
proteção. A seguir descreve-se sucintamente as áreas protegidas próximas à RTRC:



RPPN Odir Zanelatto (212,07 ha / criada em 09/2012), faz confrontação direta na
divisa oeste da RTRC, na margem direita do rio do Couro.
RPPN Corredeiras do Rio Itajaí II (79,05 ha / criada em 07/2012), seu vértice
nordeste faz confrontação direta com a RTRC, na margem direita do rio do Couro.
RPPN Corredeiras do Rio Itajaí (332,92 ha / criada em 09/2009), situa-se ao
sul/sudoeste da RTRC, a menos de 300 m de distância nos trechos mais próximos.
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Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro




Sociedade Chauá, 2013
RPPN Refúgio do Macuco (31,86 ha / criada em 07/2010), situa-se ao sul da RTRC,
a cerca de 440 m de distância no trecho mais próximo.
RPPN das Araucárias Gigantes (55,73 ha / criada em 02/2011), situa-se a noroeste
da RTRC, a cerca de 1.500 m de distância no trecho mais próximo.
RPPN Raso do Mandi (54,34 ha / criada em 07/2012), situa-se a oeste/sudoeste da
RTRC, a cerca de 2.300 m de distância no trecho mais próximo.
RPPN Taipa do Rio Itajaí (23,12 ha / criada em 09/2009), situa-se a sudoeste da
RTRC, a cerca de 2.600 m de distância no trecho mais próximo.
Fig. 3.3: Aspecto do uso do solo no entorno da RPPN Taipa Rio do Couro (Nota: os contornos da propriedade
são apresentados de forma meramente ilustrativa) (Adaptado de GOOGLE EARTH, 2013).
A RPPN Taipa Rio do Couro tem linha de divisa seca com Elcira Eskelsen (E) e Julio Lada
(SE) (Mapa Base da RPPN Taipa Rio do Couro, Anexo 9). Ao norte e a oeste a área
protegida é limitada pelo rio do Couro, tendo a RPPN Odir Zanelatto na margem oposta.
Com exceção de pequenos trechos degradados imediatamente a noroeste, norte e leste,
nas demais direções o remanescente florestal nativo se estende de forma relativamente
contínua cobrindo uma área considerável. Parte destas florestas já sofreu exploração
madeireira, mas possuem inquestionável relevância pela sua extensão e por protegerem
encostas frágeis e cabeceiras de drenagem.
Salvo algumas exceções, os proprietários do entorno não apresentam preocupação com o
manejo sustentável dos recursos naturais, nem tampouco com a legislação ambiental.
13
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
3.2
Sociedade Chauá, 2013
Caracterização Ambiental da Área Protegida
A presente caracterização foi efetuada com base em visitas a campo e consulta a dados
secundários, visando subsidiar a proposição de ações de manejo e a elaboração dos mapas
temáticos da propriedade. Com relação aos mapas (Anexo 9) deve ser ressaltado que sua
elaboração procurou abranger de forma temática os principais aspectos da RTRC, não
sendo possível atingir grande detalhamento principalmente no que se refere à rede de
drenagem (pequenas drenagens e nascentes) e à posição exata dos traçados de trilhas, em
virtude das limitações dos equipamentos e do material de base (imagem de satélite)
utilizados.
3.2.1 Aspectos Gerais
A RPPN Taipa Rio do Couro situa-se no município de Itaiópolis, às margens do rio do
Couro.
Sua área oficial é de 36,30 ha. No entanto, as mensurações realizadas para elaboração dos
mapas do presente Plano de Manejo demonstraram que durante a medição topográfica que
embasou a criação da RTRC houve um equívoco na delimitação do curso do rio do Couro
na porção mediana da divisa oeste da propriedade. Neste local o rio não possui a curva
aguda para leste que foi considerada como limite oficial da RPPN. Deste modo, se for
considerado o curso real do rio do Couro, verifica-se que a propriedade apresenta na
realidade 37,03 ha. Esta discrepância se deve provavelmente às condições precárias de
medição topográfica à época de sua primeira mensuração. A retificação dos limites com a
delimitação precisa do curso do rio do Couro e o consequentemente ajuste de área só serão
possíveis após um georreferenciamento de precisão, ação prevista no Programa de
Administração do presente Plano de Manejo.
A RTRC encontra-se inteiramente coberta por comunidades vegetais nativas, em distintos
estágios de sucessão, mas predominam as florestas nos estágios avançado e médio. As
porções oeste e sul da RTRC são caracterizadas por encostas muito íngremes cobertas por
vegetação em bom estado de conservação. As áreas mais alteradas encontram-se próximo
à divisa leste, terrenos mais acessíves e de relevo menos íngreme.
O sistema de circulação da área protegida é muito incipiente. Existe apenas uma trilha
precária na RTRC, cuja abertura foi motivada para acessar uma grande taipa rochosa na
porção mediana da área protegida. Esta inicia na propriedade vizinha a leste nas
proximidades da divisa e segue por cerca de 370 m na direção oeste, até a extremidade da
taipa rochosa. O trânsito dentro da RTRC e até mesmo para acessá-la só é possível por
pedestres, não havendo estradas que permitam acesso motorizado às suas divisas.
Não existem edificações nem tampouco cercas na RPPN. Suas divisas norte e oeste são
delimitadas pelo rio do Couro. A oeste e sudoeste a RTRC faz confrontação com as RPPNs
Odir Zanelatto e Corredeiras do Rio Itajaí II, na margem oposta do rio do Couro.
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Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
3.2.2 Atividades Conflitantes com a Área Protegida
São várias as atividades que conflitam com a área protegida e com os remanescentes do
entorno, tendo o proprietário um histórico de ações em parcerias com órgãos ambientais e
instituições das diferentes esferas do poder público (IBAMA, FATMA, Polícia Ambiental,
Polícia Federal e Ministério Público) objetivando o cumprimento das leis ambientais.
Com base nas verificações em campo e entrevistas com os proprietários e moradores
vizinhos foram relacionados os principais problemas ambientais que ameaçam o equilíbrio e
a conservação dos ecossistemas protegidos pela RPPN Taipa Rio do Couro. A seguir, estes
são descritos de forma objetiva:










Intervenções inadequadas em áreas frágeis (Fig. 3.4 e 3.5)  o desmatamento,
exploração madeireira e a implantação de estradas em áreas muito íngremes
potencializam a ocorrência de deslizamentos de terra, além de aumentar a erosão e o
assoreamento dos curso d´água da região;
Incêndios acidentais ou criminosos  a constatação de queimadas em propriedades
do entorno aponta para o perigo de um incêndio descontrolado que possa vir a afetar a
RTRC;
Áreas agropecuárias vizinhas (Figs. 3.6 e 3.7)  por ocuparem frequentemente áreas
frágeis de preservação permanente, trazem impactos negativos como erosão e
contaminação dos rios e da fauna, acarretando a mudança de hábitos e desequilíbrios
nas comunidades de fauna;
Caça (Fig. 3.8)  é uma pressão constante sobre a fauna remanescente. Existe a
presença de caçadores profissionais que vêm de várias cidades, sendo apoiados por
alguns moradores locais, que também a praticam, seja para o abate ou para o tráfico
de animais silvestres;
Presença de cães domésticos (Fig. 3.9)  a circulação de cães domésticos
provenientes de propriedades vizinhas é nociva às comunidades de fauna da RTRC.
Os animais silvestres são afugentados, perseguidos ou mesmo caçados pelos cães
domésticos, além de poderem ser contaminados por doenças;
Extração predatória de recursos naturais  a constatação de troncos cortados com
colmeias de meliponídeos em residência da região (Fig. 3.10) demonstra o hábito de
adentrar nas florestas nativas para coletar mel ou mesmo extrair famílias inteiras de
meliponídeos, que causa danos tanto aos insetos quanto às árvores, que geralmente
tem de ser cortadas para a extração;
Presença de espécies exóticas invasoras  existem indivíduos de taiá (Colocasia
esculenta), uva-do-japão (Hovenia dulcis),trombeta (Brugmansia suaveolens) e líriodo-brejo (Hedychium coronarium) crescendo em meio à vegetação nativa da RPPN
Taipa Rio do Couro. As espécies exóticas invasoras têm grande capacidade
reprodutiva e de dispersão podendo, em pouco tempo, dominar espaços que deveriam
ser ocupados por espécies vegetais nativas;
Pesca predatória  é realizada com redes e armadilhas ao longo do rio Itajaí do Norte
e de seus afluentes, podendo causar desequilíbrios às comunidades de peixes;
Tradição de violência e uso de armas de fogo  diversos relatos de moradores,
notícias de periódicos impressos e até mesmo vestígios de tiros em placas (Fig. 3.11)
comprovam que a região do entorno da RTRC é perigosa por ser comum o porte de
armas de fogo e a hostilidade de alguns moradores; e
Cultura de desrespeito aos ambientes naturais  parece predominar uma ausência de
preocupação com os recursos naturais e com a biodiversidade na região.
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Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
Fig. 3.4: Intervenções antrópicas em áreas frágeis na
margem direita do rio do Couro (Foto: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.5: Deslizamento (1983) ocorrido em área
atualmente englobada pela RTRC (Foto: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.6: Lavoura de fumo na região da RTRC (Foto:
C.T.Blum)
Fig. 3.7: Erosão na margem do rio Itajaí do Norte
potencializada por práticas agrícolas (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.8: Vestígios (clareira e fogueira) de caçadores na
região da RTRC (Foto: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.9: Cães domésticos circulando em RPPN
próxima à RTRC (Acervo: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.10: Casal de cuiú-cuiús e troncos com colmeias de
meliponídeos em casa de morador do entorno, captura e
coleta ilegais (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.11: Vestígio de tiros de arma-de-fogo em placa
da RPPN Refúgio do Macuco, ao sul (Foto: C.T.Blum)
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Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
3.2.3 Clima
Devido a sua posição geográfica, a RPPN Taipa Rio do Couro está condicionada a
influência de dois tipos de clima – Cfa e Cfb – os quais são definidos por diferenças de
temperatura devidas à variação altitudinal.
De acordo com a classificação de Koeppen, as porções de menor altitude da RTRC são
caracterizadas pelo clima Cfa, que tem como características principais ser um tipo
subtropical úmido mesotérmico e com verões quentes. Este tipo climático ocorre até cerca
de 600 m de altitude. As geadas são pouco frequentes e não ocorre estação seca definida.
A temperatura média anual nos trechos influenciados por este clima no Alto Vale do Rio
Itajaí varia de 17,0 a 19,1ºC. A temperatura média das máximas varia de 23,5 a 26,0ºC, e
das mínimas de 11,8 a 15,4ºC. A precipitação pluviométrica total anual pode variar de 1.320
a 1.640 mm, com o total anual de dias de chuva entre 130 e 165 dias. A umidade relativa do
ar pode variar de 83 a 85% (EPAGRI e CIRAM, 2008).
Por outro lado, por apresentar altitudes em torno dos 650 m s.n.m. em suas porções mais
elevadas, a RTRC também é influenciada pelo clima do Planalto Norte Catarinense,
denominado Cfb. Este tipo climático é subtropical superúmido mesotérmico, com médias
térmicas mais baixas e a ocorrência de geadas no inverno. A temperatura média anual nos
trechos influenciados por este tipo climático no Planalto Norte Catarinense varia de 15,5 a
17,0ºC. A temperatura média das máximas varia de 26,6 a 24,0ºC, e das mínimas de 10,8 a
11,8ºC. A precipitação pluviométrica total anual pode variar de 1.360 a 1.670 mm, com o
total anual de dias de chuva entre 138 e 164 dias. A umidade relativa do ar pode variar de
80,0 a 86,2% (EPAGRI e CIRAM, 2008).
3.2.4 Geologia
A geologia da região onde se insere a RTRC está associada à Cobertura Sedimentar
Gonduânica, predominando rochas sedimentares como argilitos, folhelhos, siltitos,
conglomerados, ritmitos e arenitos das Formações Mafra, Rio Bonito, Rio do Sul e Palermo,
com inclusões das Formações Rio do Rastro e Serra Geral (EPAGRI e CIRAM, 2008). A
seguir são descritas brevemente, as formações acima citadas:






A Formação Mafra é uma sequência flúvio-marinha com influência glacial,
representada dominantemente por arenitos e secundariamente por diamictitos,
conglomerados, ritmitos, argilitos e argilitos várvicos.
A Formação Rio Bonito compreende uma seção superior de arenitos finos,
intercalados com argilitos e folhelhos carbonosos e, localmente, leitos de carvão; na
seção mediana encontram-se sedimentos marinhos, siltitos e folhelhos esverdeados,
com níveis carbonáticos, argilosos, silicificados e arenitos finos; a seção inferior
apresenta depósitos flúvio-deltáicos, arenitos esbranquiçados finos a médios, siltitos,
argilitos, folhelhos carbonosos, leitos de carvão e conglomerados.
A Formação Rio do Sul é composta por uma sequência glácio-marinha, constituída de
folhelhos, argilitos, ritmitos, arenitos finos e diamictitos.
A Formação Palermo é formada de depósitos marinhos representados por siltitos
arenosos amarelo-esverdeados.
A Formação Rio do Rastro constitui-se de depósitos de planícies costeiras e fluviais
constituídos de siltitos, argilitos e arenitos.
A Formação Serra Geral pertence ao grupo geológico denominado São Bento e é
constituída basicamente por rochas vulcânicas oriundas do vulcanismo basáltico que
alcançou a superfície através de fendas existentes na crosta durante o Juro-Cretáceo.
As rochas resultantes da Cobertura Sedimentar Gonduânica podem ser facilmente
encontradas na RPPN, na forma do grande paredões rochosos denominados regionalmente
como taipas, que afloram sobretudo nos trechos mais íngremes.
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Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
3.2.5 Geomorfologia e Relevo
A região onde se insere a RTRC é caracterizada pela unidade geomorfológica Patamares do
Alto Rio Itajaí. Esta se destaca pela intensa dissecação com patamares e vales estruturais,
cujo maior exemplo é o vale do rio Itajaí do Norte. A presença de extensos patamares e
relevos residuais de topo plano limitados por escarpas deve-se às litologias de diferentes
resistências à erosão: os arenitos são mais resistentes à erosão, enquanto os folhelhos,
mais facilmente erodidos. O relevo apresenta grandes variações altimétricas, com cotas que
variam de 700 a 1.220 m, sendo que as menores altitudes estão nos vales dos rios, por volta
de 400 m. Os rios maiores apresentam vales de fundo plano, limitados por encostas
íngremes, curso tortuoso com trechos retilinizados e corredeiras (EPAGRI e CIRAM, 2008).
A RPPN Taipa Rio do Couro caracteriza-se pelo predomínio de relevos ondulados a forteondulados, possuindo também vários trechos de relevo montanhoso. Por abranger uma
considerável variação altitudinal, aproximadamente entre 485 e 720 m s.n.m., toda a área
protegida se caracteriza por encostas íngremes que frequentemente apresentam escarpas
rochosas (taipas). Apenas trechos muito pontuais, principalmente próximo aos divisores de
água, podem apresentar relevo mais suave. Por toda a região verifica-se uma rede de
drenagem formada por vales encaixados e íngremes.
As porções mais elevadas da RTRC situam-se em sua região centro-leste, com altitudes
variando entre 680 e 720 m. Na margem do rio do Couro são verificadas as menores
altitudes, entre 485 e 505 m. A área protegida tem seu relevo marcado pela existência de
três vales dissecados: o vale do rio do Couro, que materializa suas divisas norte e oeste; e
outros dois vales de córregos menores, um que atravessa a porção mediana da RTRC e
outro que passa nas proximidades de sua divisa sul.
3.2.6 Pedologia
De acordo com o Mapa do “Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Estado de
Santa Catarina” (EMBRAPA, 2004), a região de Itaiópolis é caracterizada pelo predomínio
de duas associações de solo abrangendo predominantemente Cambissolos Álicos,
Neossolos Litólicos Álicos e Argissolos Bruno-Acinzentados. Estas associações são
descritas a seguir, com maior detalhe.
Associação Neossolos Litólicos Álicos A proeminente, textura média, fase pedregosa, relevo
montanhoso e escarpado (substrato folhelhos siltosos) + Cambissolo Álico Tb A
proeminente, textura média e argilosa, relevo montanhoso
Esta associação ocupa predominantemente o vale do rio Itajaí do Norte e seu entorno
próximo. Os solos integrantes desta associação encontram-se numa proporção estimada de
50% de Neossolos e 40% de Cambissolos. Os 10% restantes são representados por
inclusões: Afloramentos Rochosos e Neossolos Litólicos (substrato arenito). Enquanto o
primeiro componente da associação ocupa as áreas de topografia mais vigorosa, o segundo
situa-se nas partes menos declivosas. Estes solos não se prestam a nenhum tipo de
exploração, devendo, por conseguinte, permanecer com a cobertura vegetal natural,
servindo de abrigo à fauna silvestre (EMBRAPA, 2004).
Associação Cambissolo Álico Tb A moderado, textura argilosa + Argilossolo BrunoAcinzentado Álico A moderado, textura média/argilosa, relevo ondulado e forte ondulado
Predomina no entorno do vale do rio Itajaí do Norte, sendo bastante comum no município de
Itaiópolis. Os solos que integram esta associação encontram-se numa proporção estimada
de 55% de Cambissolos e 35% de Argissolos. Os 10% restantes são ocupados pelas
inclusões. O primeiro componente ocorre principalmente nas elevações de pendentes mais
curtas, enquanto que o segundo situa-se num mesmo tipo de relevo, porém com vertentes
mais longas e menos declivosas. As inclusões registradas são Cambissolo Álico Ta A
proeminente textura argilosa, Neossolos Litólicos (substrato sedimentos pelíticos) e
Argissolo Vermelho-Amarelo textura média/argilosa. Além da baixa fertilidade e dos altos
teores de alumínio trocável, estes solos têm o agravamento de se situarem em áreas de
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Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
topografia movimentada, muito sujeitas à erosão e de difícil acesso às máquinas agrícolas.
Estão sendo utilizados principalmente para pastagem, milho e fumo (EMBRAPA, 2004).
Além dos solos acima citados, nas áreas de convergência hídrica existentes em alguns
trechos da RTRC ocorrem pontualmente os solos hidromórficos, do tipo Gleissolos.
Os Gleissolos ocorrem geralmente na transição entre áreas hidromórficas e não
hidromórficas, nas cabeceiras de drenagem, proximidades de córregos e em drenagens
intermitentes. Sua principal característica é a existência de um horizonte sub-superficial
“glei”, originado pela redução do ferro devido a permanência de água estagnada, o que lhe
confere uma coloração acinzentada típica, muitas vezes com a ocorrência de mosqueados
alaranjados (EMBRAPA, 2006).
3.2.6.1
Fragilidade dos Solos
Aspecto importante constatado na região da área protegida é a fragilidade dos solos em
muitos trechos, o que traz como consequência fragilidade também aos recursos hídricos e à
biota de uma forma geral. Por serem oriundos predominantemente de rochas sedimentares
como arenitos e siltitos, os solos apresentam uma maior predisposição aos processos
erosivos, potencializada pelo relevo íngreme e pelo seu uso inadequado.
Solos rasos ou com gradientes texturais que impeçam níveis aceitáveis de permeabilidade à
água, relacionados a encostas íngremes e longas, quando destituídos de sua vegetação
original e/ou submetidos à compactação em áreas de convergência hídrica, se tornam
absolutamente expostos a ação erosiva das chuvas.
Isso resulta na formação de voçorocas, caracterizadas pelo entalhamento crescente que, a
medida em que o canal inicial é alimentado pela confluência do escoamento, ganha força e
poder de desagregação e transporte, tornando o canal cada vez mais longo e profundo
(DURLO e SUTILI, 2005). Também podem ocorrer deslizamentos e desmoronamentos.
Este processo tem como consequências o empobrecimento do solo pela perda de matéria
orgânica e redução nos horizontes superficiais, e também o assoreamento de cursos d’água
e secamento de nascentes.
Tais impactos representam um empobrecimento geral da paisagem natural e de suas
funções ecológicas, reduzindo drasticamente a resiliência do ambiente.
Devido à boa condição de cobertura florestal da RPPN Taipa Rio do Couro seus solos
frágeis encontram-se relativamente protegidos. Ainda assim, intervenções na cobertura
vegetal realizadas na confrontação leste (montante) podem desencadear processos
erosivos, como o deslizamento que ocorreu em 1983 no terço superior da encosta.
Nas propriedades do entorno existem diversos focos erosivos oriundos justamente da
retirada da cobertura vegetal e da utilização inadequada do solo em trechos frágeis. Estes
processos erosivos do entorno pode afetar indiretamente a RTRC.
3.2.7 Hidrografia e Qualidade da Água
A área protegida está inserida na bacia hidrográfica do rio Itajaí-Açu, que desemboca no
oceano Atlântico no município litorâneo de Itajaí. Encontra-se na porção noroeste da bacia.
O principal curso de água regional é o rio Itajaí do Norte (ou rio Hercílio). Este rio tem
corredeiras muito fortes intercaladas a algumas áreas de remanso, onde se formam grandes
poços, alguns com mais de 100 metros de largura. De acordo com o proprietário da RTRC,
o rio Itajaí do Norte possuía no passado águas bastante cristalinas. No entanto, devido aos
desmatamentos e uso inadequado do solo, sua turbidez aumentou significativamente.
A RTRC encontra-se às margens do rio do Couro, afluente da margem esquerda do Rio
Itajaí do Norte. O rio do Couro tem largura variável entre cinco e 10 metros e caracteriza-se
por um leito bastante rochoso com matacões e seixos de diversos tamanhos. Durante
episódios chuvosos seu nível pode subir consideravelmente, sendo comum a queda e o
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Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
transporte de árvores que estavam em suas margens. Existem nascentes e córregos
menores no interior da RPPN Taipa Rio do Couro, protegidos pela densa cobertura florestal
nativa.
Devido a continuidade e relativa integridade da cobertura florestal na RTRC e no entorno
norte e leste (cabeceiras), a conservação dos recursos hídricos que nascem na área
protegida permanece garantida. No entanto, é preciso ressaltar que o rio do Couro tem suas
nascentes a montante da RTRC e, portanto, sofre em algum grau impactos de erosão,
assoreamento e poluição por insumos agrícolas ou resíduos sólidos.
3.2.8 Vegetação
O presente capítulo compreende o diagnóstico da flora da RPPN Taipa Rio do Couro, com
base em dados coletados durante fase de campo realizada em dezembro de 2012. Para a
composição da lista de espécies ocorrentes foram também considerados registros
realizados nas RPPNs próximas (Corredeiras do Rio Itajaí, Corredeiras do Rio Itajaí II, Odir
Zanelatto, Refúgio do Macuco e Taipa do Rio Itajaí), todas num raio de menos de 3 km da
RTRC. Foram também aproveitados dados coletados em 2008 durante o diagnóstico da
flora da RPPN Corredeiras do rio Itajaí (Sociedade Chauá, 2008), contígua à RTRC, na
margem direita do rio do Couro.
3.2.8.1
Métodos Utilizados
A flora da RPPN Taipa Rio do Couro foi avaliada com base em dados coletados em campo.
Através de reconhecimento visual dos caracteres botânicos e dendrológicos, foram
identificadas espécies de árvores, arbustos, herbáceas e lianas, buscando uma
caracterização florística preliminar.
Foram percorridos trilhas e percursos no interior da vegetação fechada, obtendo dados em
grande parte dos ambientes existentes na área protegida. O proprietário contribuiu com
registros fotográficos de exemplares encontrados na região.
Com base no registro das espécies e nas demais informações coletadas, pôde-se
caracterizar a composição fisionômica e florística da RPPN Taipa Rio do Couro, assim como
suas classes de cobertura vegetal.
3.2.8.2 Caracterização Fitogeográfica
A RPPN Taipa Rio do Couro insere-se no domínio do Bioma Mata Atlântica, sendo
caracterizada pela situação de contato entre a Floresta Ombrófila Mista (Floresta com
Araucária) e a Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica).
Com base em critérios altitudinais para esta região latitudinal, Leite e Klein (1990) apontam
as formações de Floresta Ombrófila Mista ocorrentes acima dos 800 metros como sendo
mais típicas e representativas. Deste modo, tendo em vista que a RPPN Taipa Rio do Couro
não apresenta altitudes superiores aos 675 m s.n.m, não existem na área protegida
comunidades típicas de Floresta Ombrófila Mista. Por outro lado, apesar de altitudes mais
baixas favorecerem a predominância da Floresta Ombrófila Densa, a posição geográfica
bastante interiorizada do vale do rio Itajaí do Norte implica em condicionantes climáticas
diferenciadas, que acabam por impedir também a ocorrência de uma Floresta Ombrófila
Densa típica. Trata-se, portanto, de uma região de contato (IBGE, 1992) entre as tipologias.
3.2.8.3
Florística
Tendo em vista o tempo relativamente curto destinado para a caracterização florística em
campo, alcançou-se um número considerável de espécies vegetais detectadas na RPPN
Taipa Rio do Couro. O levantamento florístico da RTRC e dos remanescentes protegidos
num entorno de 3 km abrangeu 379 espécies pertencentes a 252 gêneros e 102 famílias
botânicas. A lista completa de espécies registradas é apresentada no Anexo 4. Ressalta-se
que, deste número total, 11 são plantas exóticas originárias de outros ecossistemas no
20
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
Brasil ou no Mundo. As 368 espécies restantes ocorrem naturalmente na região.
Sob o ponto de vista da riqueza específica, considerando apenas as espécies que ocorrem
naturalmente, destacam-se as famílias Myrtaceae, Fabaceae e Bromeliaceae,
respectivamente com 22, 21 e 19 espécies cada. Também são importantes: Lauraceae e
Rubiaceae (17 cada), Asteraceae e Melastomataceae (14 cada), Solanaceae (13),
Orchidaceae (12), Piperaceae (11) e Euphorbiaceae (10). Estas 11 famílias abrangem cerca
de 46 % do total de espécies nativas registradas. A abundância de espécies de Myrtaceae,
Lauraceae, assim como de Bromeliaceae e Orchidaceae, são um indicativo de boa
qualidade de conservação dos remanescentes, pois estas famílias tendem a predominar em
florestas nos estágios médio e avançado.
Do montante total de espécies nativas registradas, apenas 7,3% (n=27) são preferenciais ou
exclusivas da Floresta Ombrófila Mista, enquanto 16,6% (m=61) são preferenciais ou
exclusivas da Floresta Ombrófila Densa. As demais, 76,1%, se caracterizam por ocorrerem
facultativamente nas duas regiões fitogeográficas (algumas deste grupo tiveram sua área de
ocorrência indeterminada). Isto é comum em uma zona de contato, onde predominam
espécies de maior plasticidade adaptativa que se distribuem naturalmente pelas duas
tipologias florestais. Verifica-se uma maior influência da Floresta Ombrófila Densa, por haver
um número maior de espécies preferenciais ou exclusivas desta fitofisionomia, assim como
pela ausência da fisionomia típica das Florestas com Araucária.
Dentre as preferenciais ou exclusivas da Floresta Ombrófila Mista destacam-se Araucaria
angustifolia, Piptocarpha angustifolia, Vernonanthura discolor, Aechmea distichantha,
Dicksonia sellowiana, Sebastiania commersoniana, Cinnamomum sellowianum, Nectandra
lanceolata, Ocotea puberula, Mimosa scabrella, Myrcia hatschbachii e Vitex megapotamica.
Dentre os representantes preferenciais ou exclusivos da Floresta Ombrófila Densa
destacam-se Rollinia sericea, Aspidosperma tomentosum, Aspidosperma pyricollum, Bactris
setosa, Pseudobombax grandiflorum, Aechmea calyculata, Bilbergia alfonsi-joannis, Vriesea
carinata, Vriesea gigantea, Vriesea vagans, Sclerolobium denudatum, Buchenavia kleinii,
Alchornea iricurana, Pera glabrata, Myrocarpus frondosus, Nectandra membranacea,
Nectandra oppositifolia, Magnolia ovata, Byrsonima ligustrifolia, Piptadenia gonoacantha,
Bertolonia mosenii, Marlierea reitzii, Guapira opposita, Miltonia regnellii, Bathysa
meridionalis, Psychotria nuda, Meliosma selowii, Chrysophyllum inornatum e Trema
micrantha.
Espécies Ameaçadas de Extinção e/ou de Ocorrência Rara
Por ainda não haver uma lista estadual completa e atualizada da flora ameaçada de
extinção em Santa Catarina, para definir quais espécies apresentam maiores níveis de
ameaça na região da RPPN foi consultada a Relação de Espécies da Flora Brasileira
Ameaçadas de Extinção (MMA, 2008). Cinco espécies enquadram-se nesta lista: xaximbugio (Dicksonia sellowiana), a canela-sassafrás (Ocotea odorifera), bromélia poço-de-jacó
(Bilbergia alfonsi-joannis), araucária (Araucaria angustifolia), canela-preta (Ocotea
catharinensis). A presença destas espécies na região da área protegida reforça sua
importância ecológica em nível regional.
Apesar de não se enquadrarem como ameaçadas de extinção em nível nacional, algumas
espécies se caracterizam por apresentar ocorrência rara na região, demandando maior
atenção em pesquisas e programas de conservação. Dentre estas pode-se citar a
pindabuna (Duguetia lanceolata), o cortição (Rollinia sericea), mamoeiro-bravo
(Vasconcellea quercifolia), guarajuva (Buchenavia kleinii), canemaçu (Tetrorchidium
rubrivenium), angico (Albizia edwallii), cabreúva (Myrocarpus frondosus), cerejeira (Eugenia
involucrata), guaraparim (Ouratea parvifolia), azeitona-do-mato (Chionanthus filiformis), tatu
(Agonandra engleri), guaraiuva (Securinega guaraiuva), pau-fernandes (Meliosma sellowii),
pau-amargo (Picrasma crenata), Cinnamomum glaziovii e Hennecartia omphalandra.
Nas figuras 3.12 a 3.19 são apresentadas algumas espécies raras ou ameaçadas da RTRC.
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Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
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Fig. 3.12: Araucaria angustifolia (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.13: Bilbergia alfonsi-joannis (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.14: Dicksonia sellowiana (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.15: Buchenavia kleinii (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.16: Tetrorchidium rubrivenium (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.18: Ocotea odorifera (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.17: Albizia edwallii (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.19: Cinnamomum glaziovii (Foto: C.T.Blum)
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Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
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Frugivoria e espécies zoocóricas
As famílias Myrtaceae e Lauraceae se destacam na região da RTRC como as mais ricas em
espécies de interesse para a fauna, totalizando 39 taxa registrados. São também relevantes
neste aspecto as famílias Rubiaceae (13), Solanaceae (12), Melastomataceae (11),
Euphorbiaceae (8), Annonaceae, Cactaceae e Salicaceae (6 espécies cada).
Para que se tenha um panorama geral do contexto de espécies de interesse para a fauna
frugívora na região da área protegida, é interessante ressaltar que, do total de 368 espécies
nativas registradas, 193 (52,4%) produzem frutos consumidos pela fauna silvestre.
Algumas plantas importantes para a alimentação da fauna são as pixiricas (Leandra spp.),
as figueiras (Ficus spp.), o mandiocão (Schefflera morototoni), o pessegueiro-bravo (Prunus
brasiliensis), a maria-mole (Psychotria sessilis), jerivá (Syagrus romanzoffiana) e baga-depomba (Byrsonima ligustrifolia), além de diversas Aquifoliaceae, Myrsinaceae, Myrtaceae,
Lauraceae, Melastomataceae e Rubiaceae, fornecendo frutos em diferentes épocas e em
distintos estratos florestais.
Inúmeras espécies de animais consomem avidamente os frutos produzidos nos
remanescentes de vegetação da RTRC, com destaque para as aves. Em um exemplar de
baga-de-pomba (Byrsonima ligustrifolia), que apresentava frutificação abundante, foram
observadas diversas aves como Pteroglossus bailloni, Turdus albicollis, Hemithraupis guira
e Thraupis sayaca. Além destas são frugívoros comuns Penelope obscura, Pyrrhura
frontalis, Pionopsita pileata, Trogon surrucura, Ramphastos vitellinus, R. dicolorus,
Chiroxiphia caudata, Turdus rufiventris, T. amaurochalinus, Trichothraupis melanops,
Tachyphonus coronatus, Thraupis sayaca, Stephanophorus diadematus, Pipraeidea
melanonota, Tangara desmaresti, T. preciosa, Dacnis cayana e Euphonia chalybea, entre
outras. Além destes existe também o consumo frequente por morcegos, gambás, cotias,
quatis, mãos-pelada e o cachorro-do-mato, entre outros. Os frutos do jerivá (Syagrus
romanzoffiana) são particularmente apreciados por serelepes e outros roedores.
Espécies Vegetais Exóticas
Espécies exóticas são aquelas que ocorrem numa área fora de seu limite natural
historicamente conhecido, como resultado de introdução acidental ou intencional através de
atividades humanas.
À medida que uma espécie exótica introduzida consegue estabelecer populações
autossustentáveis, passa a ser considerada espécie estabelecida. Algumas das espécies
estabelecidas tornam-se aptas a avançar sobre ambientes naturais e alterados,
transformando-se em espécies invasoras. Desta forma, uma exótica invasora é uma espécie
introduzida que se propaga, sem o auxílio do homem, e passa a ameaçar ambientes fora do
seu território de origem, causando impactos ambientais e socioeconômicos (ZALBA, 2006).
As espécies exóticas invasoras são consideradas a segunda maior causa de extinção de
espécies no planeta, afetando diretamente a biodiversidade, a economia e a saúde humana
(MMA, 2006).
Foram detectadas quatro espécies exóticas invasoras na RTRC. São elas o taiá (Colocasia
esculenta), a trombeta (Brugmansia suaveolens), a uva-do-japão (Hovenia dulcis) e o líriodo-brejo (Hedychium coronarium) (Figs. 3.20 a 3.25). A maioria destas espécies concentra
sua invasão na parte baixa da RTRC, ao longo das margens do rio do Couro. Destacam-se
a uva-do-japão e o lírio-do-brejo, que tem razoável regeneração e já foram observadas em
maiores graus de invasão em RPPNs próximas. As demais foram detectadas na forma de
agrupamentos pontuais nas margens do rio, mas estão certamente num processo de
expansão populacional.
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Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
Fig. 3.20: Taiá invadindo a margem do rio do Couro
(Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.21: Planta jovem de uva-do-japão invadindo área
protegida vizinha à RTRC (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.22: Indivíduo adulto de uva-do-japão na RTRC
(Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.23: Lírio-do-brejo na margem do rio do Couro (Foto:
C.T.Blum)
Fig. 3.24: Lírio-do-brejo no subosque da RPPN
Refúgio do Macuco, ao sul (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.25: Trombeta nas margem do rio do Couro (Foto:
C.T.Blum)
3.2.8.4
Cobertura Vegetal
Na tabela 3.2 são apresentadas as áreas e porcentagens de cobertura para cada classe de
vegetação existente na RPPN Taipa Rio do Couro. Verifica-se que as classes de cobertura
vegetal mais representativas são as florestas nos estágios avançado e médio, que cobrem
95% da área protegida. As florestas no estágio avançado ocorrem nos trechos mais
íngremes, especialmente nas porções oeste e sul da área protegida. As comunidades no
estágio médio da sucessão se concentram nas porções norte e leste, em áreas que de
alguma forma sofreram alterações antrópicas pretéritas. Existem pequenos trechos de
vegetação no estágio inicial da sucessão próximas à divisa leste, no local onde o acesso é
mais facilitado a partir da estrada da Vontroba. Por fim, existe também uma área aberta por
um deslizamento ocorrido em 1983.
No Anexo 9 é apresentado o Mapa de Vegetação da RPPN Taipa Rio do Couro, com suas
distintas classes. A seguir são descritas as classes de cobertura vegetal:
24
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
Tabela 3.2: Classes de cobertura vegetal da RPPN Taipa Rio do Couro.
Classe
Floresta Estágio Inicial
Floresta Estágio Médio
Floresta Estágio Avançado
Área de deslizamento
Total
Área (ha)
1,53
17,08
17,41
0,28
36,30
%
4,2
47,0
48,0
0,8
100,0
Floresta no Estágio Inicial da Sucessão
As comunidades no estágio inicial da sucessão se dividem em duas subclasses, de acordo
com sua fisionomia e estrutura: estágio inicial herbáceo-arbustivo e estágio inicial arbóreo.
O estágio inicial herbáceo-arbustivo, que pode ser denominado vulgarmente como macega
ou capoeirinha, caracteriza-se por apresentar uma predominância de elementos arbustivos e
herbáceos, com estatura raramente superior a 2 ou 3 m de altura. Nas capoeirinhas é
comum a samambaia-das-taperas (Pteridium arachnoideum), formando densas populações
(Fig. 3.26). São frequentes gramíneas e ciperáceas, com destaque para o capim-navalha
(Rynchospora sp.), que forma cobertura quase homogênea em certos trechos. Também são
comuns Solanum mauritianum, Buddleja brasiliensis, várias Asteraceae (Baccharis
dracunculifolia, B. uncinella, B. trimera, Senecio brasiliensis) e algumas Melastomataceae
(Leandra australis, L. xanthocoma e Miconia sellowiana). De forma esparsa ocorrem
indivíduos jovens de espécies arbóreas pioneiras como o pau-que-chia (Symplocos
tenuifolia), a tucaneira (Aegiphila sellowiana), a grandiúva (Trema micrantha) e a bracatinga
(Mimosa scabrella), entre outras.
O estágio inicial arbóreo ocorre associado à fisionomia herbácea-arbustiva, nos trechos
onde já foi possível maior desenvolvimento. Estas comunidades já apresentam fisionomia
predominantemente arbórea, alcançando alturas entre 6 e 10m.
Destacam-se espécies como tapiá (Alchornea triplinervia), pau-jacaré (Piptadenia
gonoacantha), pau-que-chia (Symplocos tenuifolia), tucaneira (Aegiphila sellowiana),
grandiúva (Trema micrantha), bracatinga (Mimosa scabrella), pau-toucinho (Piptocarpha
tomentosa), vassourão-preto (Piptocarpha angustifolia) e fumo-bravo (Solanum granulosoleprosum). São comuns os agrupamentos densos de taquara (Merostachys multiramea).
Floresta no Estágio Médio da Sucessão
A floresta em estágio médio representa comunidades de maior porte, entre 11 e 20 m, com
maior complexidade estrutural e riqueza florística (Fig. 3.27). São comunidades com mais
tempo de desenvolvimento e que sofreram intervenções pontuais de exploração madeireira
no passado, mas que já conseguiram restabelecer sua estrutura em parte.
Nesta fisionomia ocorrem indivíduos remanescentes de grande porte no dossel, com
destaque especial para a canela-fogo (Cryptocarya aschersoniana). Outras árvores de
grande porte comuns são canjarana (Cabralea canjerana), cedro-rosa (Cedrela fissilis) e
perobinha (Aspidosperma pyricollum). O dossel apresenta frequentes descontinuidades e
clareiras, sendo formado por espécies como vassourão-preto (Piptocarpha angustifolia),
pau-jacaré (Piptadenia gonoacantha), maria-mole (Psychotria sessilis), tanheiro (Alchornea
glandulosa), vassourão (Vernonanthura petiolaris), vassourão-branco (Vernonanthura
discolor), orelha-de-mico (Ilex microdonta), canela (Ocotea corymbosa), canela-guaicá
(Ocotea puberula), pessegueiro-bravo (Prunus brasiliensis) e pau-andrade (Persea venosa),
entre outras. O sub-bosque varia entre denso e aberto, sendo comuns espécies herbáceoarbustivas como pixiricas (Leandra spp) e xaxins (Cyathea spp). Também nesta fisionomia
ocorrem agrupamentos de taquara. Nas partes mais abertas formam-se as populações de
capim-navalha (Rynchospora sp.).
Floresta no Estágio Avançado da Sucessão
As florestas no estágio avançado dominam a maior parte da RPPN Taipa Rio do Couro,
25
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
tendo sido preservadas principalmente pelo relevo bastante dobrado e íngreme.
Caracterizam-se por apresentarem diversidade muito elevada e indivíduos de grande porte,
com idades centenárias, dispersos em seu interior (Figs. 3.28 e 3.29). A altura média do
dossel varia entre 22 a 30 m, dependendo da espessura do solo e da declividade do terreno.
Em alguns trechos árvores emergentes podem chegar a mais de 30 m. Além do grande
porte, estas florestas apresentam estratificação vertical, epifitismo pronunciado e
diversidade abundante.
Pela sua diversidade, não existe uma espécie que se destaque as outras, mas sim uma
combinação de muitas espécies formando um dossel bastante diversificado. De um modo
geral se destacam as lauráceas, como canela-preta (Ocotea catharinensis), canela-fogo
(Cryptocarya aschersoniana), canela-graúda (Nectandra membranacea), canela-ferrugem
(Nectandra oppositifolia) e várias outras canelas (Ocotea spp.). Também são espécies
importantes no dossel da floresta: baguaçu (Magnolia ovata), cedro (Cedrela fissilis), tapiá
(Alchornea triplinervia), canjarana (Cabralea canjerana), maria-preta (Diatenopteryx
sorbifolia), pequiá (Aspidosperma tomentosum), tabocuva (Pera glabrata), limoeiro-do-mato
(Seguieria langsdorffii), perobinha (Aspidosperma pyricollum), maiate (Simira sampaioana),
figueira-de-folha-miúda (Ficus organensis) e guarajuva (Buchenavia kleinii).
No estrato intermediário são comuns espécies como: araticum (Annona cacans), canelasassafrás (Ocotea odorifera), guamirim-graúdo (Calyptranthes grandifolia), imbiruçu
(Pseudobombax grandiflorum), guabiroba (Campomanesia xanthocarpa), maria-mole
(Guapira opposita), aguaí-da-serra (Chrysophyllum inornatum), coração-de-bugre (Maytenus
robusta), entre várias outras. O sub-bosque é caracterizado por melastomatáceas arbustivas
como Leandra dasytricha e Leandra fragilis; palmeiras como Geonoma schottiana e Bactris
setosa; e monimiáceas como Mollinedia clavigera e Mollinedia uleana, entre outras.
Fig. 3.26: Estágio inicial da sucessão, com porte
herbáceo/arbustivo (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.27: Interior de floresta no estágio médio da
sucessão (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.28: Floresta no estágio avançado da sucessão às
margens do rio do Couro (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.29: Interior de floresta no estágio avançado da
sucessão (Foto: C.T.Blum)
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Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
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Comunidades vegetais não arbóreas
Dentre as plantas de porte arbustivo mais comuns no subosque da região da RTRC estão
as palmáceas Bactris setosa e Geonoma schottiana; xaxins como Blechnum brasiliense,
Cyathea atrovirens e Dicksonia sellowiana; diversas melastomatáceas como Leandra
dasytricha, L. fragilis, Miconia cinerascens e M. petropolitana; piperáceas como Ottonia
macrophylla, Piper gaudichaudianum e P. hispidum; rubiáceas como Palicourea marcgravii e
Psychotria suterella; e monimiáceas: Mollinedia clavigera e M. uleana (Figs. 3.30 a 3.35).
Nas áreas alteradas, clareiras e bordas de floresta são comuns arbustos heliófilos como
Rubus brasiliensis (Fig. 3.36), R. sellowii, Lantana fucata, Baccharis dracunculifolia e
Senecio brasiliensis.
Outro grupo relevante é o das epífitas, plantas que se fixam sobre outras plantas, mas ao
contrário das parasitas, não causam mal ao indivíduo que lhes fornece o apoio. A riqueza
em epífitas geralmente indica que a comunidade florestal se encontra em processo
avançado de sucessão e que não vem sofrendo perturbações.
A maior abundância em epífitas, tanto em quantidade quanto em riqueza, é observada nas
florestas das encostas mais íngremes na porção baixa do vale do rio Itajaí do Norte as quais
se encontram em ótimo estado de conservação.
Nesta região existem árvores densamente povoadas por comunidades epífitas. Dentre as
mais comuns estão: Philodendron bipinnatifidum e P. loefgrenii, dentre as aráceas;
Aechmea caudata, A. cylindrata, Bilbergia nutans, Nidularium innocentii, Tillandsia
geminiflora, T. tenuifolia, T. usneoides, Vriesea gigantea, V. platynema e V. vagans, dentre
as bromeliáceas; Lepismium cruciforme, L. houlletianum e L. lumbricoides, dentre as
cactáceas; Campyloneurum nitidum, Microgramma squamulosa, Polypodium siccum,
Pleopeltis pleopeltifolia e Serpocaulon catharinae, dentre as polipodiáceas. Além destas são
abundantes as espécies das famílias Orchidaceae e Piperaceae (Figs. 3.37 a 3.40).
Dentre as lianas ou trepadeiras, podem ser citadas guaco (Mikania glomerata), pente-demacaco (Pithecoctenium crucigerum) e japecanga (Smilax campestris), além de várias
outras espécies das famílias Sapindaceae, Fabaceae, Hippocrateaceae e Dioscoreaceae.
A composição do estrato herbáceo terrestre das florestas é bastante variável de acordo com
as condições ambientais de cada trecho da RTRC. No interior das florestas mais
conservadas e densas, sobretudo no terço inferior das convergências hídricas, formam-se
com frequência populações densas de Ctenanthe spp. Ainda nestes ambientes sombreados
e úmidos podem ser encontradas Corymborchis flava, Aspidogyne kuczynskii, Piper
mikanianum, P. xylosteoides, Adiantum raddianum, Diodia brasiliensis, Blechnum
sampaioanum, Pleurostachys spp., Bertolonia mosenii, Pilea astrogramma e Anemia
phyllitidis, dentre outras (Figs. 3.41 a 3.45). Nos trechos onde existe uma maior insolação
através do dossel são comuns os grupos de melastomatáceas como Leandra australis, L.
dispar e L. xanthocoma.
Em clareiras e trechos que sofreram intervenções de exploração forma-se a cobertura
herbácea de pioneiras com destaque para Rynchospora sp.. Também são comuns Pteridium
arachnoideum, Baccharis articulata, B. trimera e Buddleja brasiliensis.
Por fim, é notável a ocorrência de Cereus hildmannianus e Bromelia balansae sobre os
paredões rochosos (taipas).
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Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Fig. 3.30: Tucum (Bactris setosa) (Foto: C.T.Blum)
Sociedade Chauá, 2013
Fig. 3.31: Guaricana (Geonoma schottiana) (Foto:
C.T.Blum)
Fig. 3.32: Cyathea atrovirens (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.33: Leandra fragilis (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.34: Piper hispidum (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.35: Mollinedia clavigera (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.36: Rubus brasiliensis (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.37:
C.T.Blum)
Philodendron
bipinnatifidum
(Foto:
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Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
Fig. 3.38: Nidularium innocentii (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.39: Vriesea vagans (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.40: Polypodium siccum (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.41: Ctenanthe lanceolata (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.42: Corymborchis flava (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.43: Anemia phyllitidis (Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.44: Aspidogyne kuczynskii (Foto: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.45: Pleurostachys gaudichaudii (Foto: C.T.Blum)
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Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
3.2.9
Sociedade Chauá, 2013
Fauna
O presente capítulo apresenta de forma resumida os resultados dos levantamentos de
avifauna e mastofauna da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí (SOCIEDADE CHAUÁ, 2008),
área protegida muito próxima à RPPN Taipa Rio do Couro, a menos de 300 m a sudoeste,
na margem oposta do rio do Couro. Os referidos levantamentos foram realizados durante
fase de campo em abril de 2008, pelo Ornitólogo Raphael Eduardo Fernandes Santos e pela
Mastozoóloga Fernanda Góss Braga.
Adicionalmente, foram incluídos novos registros de aves e mamíferos, assim como de
herpetofauna, realizados pelo Sr. Germano Woehl Jr., que possui um vasto acervo
fotográfico (ou de gravações) e acumulou conhecimento autodidata sobre a fauna da região,
tendo apoio de especialistas dos diferentes grupos para a identificação das espécies.
3.2.9.1 Avifauna
Durante o inventário realizado pelo Ornitólogo Raphael Eduardo Fernandes Santos
(SOCIEDADE CHAUÁ, 2008), foram registradas na região 186 espécies pertencentes a 49
famílias e 20 ordens. Deste 2008 o Sr. Germano Woehl Jr obteve registros fotográficos e/ou
de áudio de mais 46 espécies de aves, os quais podem ser acessados em Instituto Rã-bugio
(2013). Deste modo, até o momento, 232 espécies de aves foram registradas na região
(Lista preliminar das aves registradas na região da RTRC, Anexo 5).
Em relação à composição da avifauna ficou nítida a presença de elementos da Floresta
Ombrófila Densa em simpatria com aves típicas da Floresta Ombrófila Mista. É importante
ressaltar que pesquisas mais detalhadas podem revelar a presença de um número mais
elevado de aves. O fato de a área estar inserida em uma região de ecótono entre duas
formações florestais certamente favorece a ocorrência de uma riqueza de espécies bastante
elevada.
Espécies de alto interesse conservacionista (adaptado de SOCIEDADE CHAUÁ, 2008)
Dentre o total de espécies observadas, 14 (Nonnula rubecula, Dryocopus lineatus, D.
galeatus, Heliobletus contaminatus, Xenops rutilans, Sclerurus scansor, Piprites chloris,
Cissopis leverianus, Hemithraupis guira, Euphonia chalybea, Sporophila angolensis,
Cyanoloxia moesta, Saltator fuliginosus e Cyanocompsa brissonii) (Figs. 3.46 a 3.49) são
consideradas raras em Santa Catarina por Rosário (1996). Provavelmente algumas destas
foram consideradas raras devido à falta de informações disponíveis na época. No entanto,
algumas destas espécies são mesmo escassas e ameaçadas: Dryocopus galeatus é
vulnerável no Brasil e no Mundo; Tinamus solitarius (Fig. 3.50) e Spizaetus tyrannus são
quase ameaçadas no Brasil; Procnias nudicollis é vulnerável em nível global; e outras oito
são consideradas quase ameaçadas em nível global (Piculus aurulentus, Scytalopus
indigoticus, Leptasthenura setaria, Carpornis cucullata, Cyanocorax caeruleus, Thraupis
cyanoptera, Amaurospiza moesta e Euphonia chalybea) (Figs. 3.51 e 3.52).
Dentre as 46 espécies registradas entre 2009 e 2013 pelo proprietário da RTRC, quatro
enquadram-se como quase ameaçadas no Brasil e em nível global: Leucopternis polionotus,
Phibalura flavirostris, Anabacerthia amaurotis e Psilorhamphus guttatus. Outras duas
espécies são consideradas quase ameaçadas apenas em nível global: Accipiter poliogaster
e Spizaetus ornatus (Fig. 3.53).
É importante ressaltar que o registro mais importante com relação à avifauna regional foi o
do pica-pau-cara-canela (Dryocopus galeatus) (Fig. 3.47), espécie que conta com
pouquíssimos registros para o Brasil, cuja biologia é totalmente desconhecida. Seu elevado
grau de ameaça (vulnerável) no Brasil e no mundo, bem como nos estados limítrofes Paraná
e Rio Grande do Sul (criticamente em perigo) ressalta a importância deste registro, e reforça
a ideia de que a RTRC e as áreas protegidas vizinhas possuem um forte potencial
conservacionista.
30
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
Fig. 3.46: Dryocopus lineatus (Foto: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.47: Dryocopus galeatus (Foto: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.48: Sporophila angolensis (Foto: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.49: Saltator fuliginosus (Foto: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.50: Ovo de Tinamus solitarius (Foto: G.Woehl
Jr.)
Fig. 3.51: Carpornis cucullata (Foto: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.52: Euphonia chalybea (Foto: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.53: Spizaetus ornatus (Foto: G.Woehl Jr.)
31
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
Aspectos da avifauna na região da RTRC (adaptado de SOCIEDADE CHAUÁ, 2008)
Conforme Sociedade Chauá (2008), a composição avifaunística, assim como a florística,
varia conforme diferenças altitudinais e também devido ao grau de interferência antrópica
nas comunidades florestais. Foi verificado que um grande número de aves típicas da
Floresta Ombrófila Densa (FOD) ocorre no mesmo local com elementos da Floresta
Ombrófila Mista (FOM). Na calha do rio Itajaí do Norte as espécies da Floresta Ombrófila
Densa são mais abundantes, ao passo que nas partes mais altas as aves da Floresta com
Araucária são predominantes.
Os trechos de maior altitude apresentam grande quantidade de taquaras (Merostachys
multiramea), que forma um ambiente utilizado por várias espécies, principalmente das
famílias Picidae, Thamnophilidae e Emberizidae.
A cobertura florestal tem potencial para a ocorrência de várias espécies não registradas
durante a amostragem expedita de 2008, como alguns gaviões (família Accipitridae), o
papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), a sabiá-cica (Triclaria malachitacea), o saí-depernas-pretas (Dacnis nigripes), além de vários representantes característicos da FOD,
como Orchesticus abeillei, Chlorophanes spiza e Malacoptila striata, entre muitos outros.
Em relação ao número de espécies por família, as mais representativas foram Tyrannidae,
Thraupidae, Furnariidae e Picidae. A presença de um elevado número de espécies das
famílias Thraupidae, Furnariidae e Picidae revela uma diversidade de aves florestais que
possuem exigências ambientais médias ou elevadas, o que reflete a boa recomposição da
floresta na região. A presença de várias aves frugívoras dispersoras de sementes é
fundamental para a recuperação destas áreas modificadas e, consequente, manutenção dos
ambientes naturais.
Quanto à abundância das espécies de aves registradas na área de estudo em 2008, 80
(43%) se mostraram abundantes, 64 (34%) foram consideradas frequentes, 35 (19%)
incomuns e 07 (4%) raras.
Os dados referentes à dependência de ambientes florestais revelam que grande percentual
da avifauna registrada em 2008 depende das florestas durante seus ciclos biológicos (115).
O número de espécies que independem é de 56 e as semidependentes totalizam 15. Se for
analisada a sensibilidade a distúrbios no hábitat, apenas 57 espécies toleram perturbações,
a minoria do total registrado. A maior parte das aves é parcialmente exigente de áreas
conservadas (66) ou altamente exigentes (63), enfatizando a importância da conservação
deste e dos demais remanescentes florestais do vale do rio Itajaí do Norte.
Em relação à sazonalidade das espécies de aves, a maioria registrada em 2008 é residente
(145) e utiliza a área de estudo durante todo o ano, reproduzindo-se nela. Algumas espécies
são consideradas residente-migratórias ou residentes de verão, e realizam deslocamentos
sazonais, se deslocando logo após encerrarem as atividades reprodutivas, indo para áreas
mais quentes no Brasil Central ou norte da América do Sul e retornando no início da
primavera (33). Apenas uma (01) é migratória, vindo do hemisfério norte e permanecendo
na área durante o inverno austral. Para sete espécies os deslocamentos sazonais são
indeterminados e não se enquadram seguramente em outra categoria.
Com relação à dieta das espécies registradas em 2008, o item mais consumido são os
insetos (124 insetívoras). Em seguida estão os frutos (72 frugívoras), o que é importante,
pois os frugívoros são importantes agentes dispersores de sementes, sendo responsáveis
pela recomposição das florestas em áreas alteradas. As aves que consomem sementes e
grãos ficaram em terceiro lugar (47), seguidas pelas aves que se alimentam de vertebrados
(27), peixes (10), néctar (06), carne em decomposição (05), vários itens dependendo da
oferta no ambiente (05), vegetais verdes (03) e invertebrados que vivem no solo, lodo ou
locais arenosos (1). Foi observado que um grande número de espécies consome insetos, e
a presença e manutenção destas aves na área também colabora para que algumas pragas
que provocam prejuízos agrícolas sejam controladas.
32
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
Foi observado também que várias espécies encontradas na área de estudo em 2008
apresentam alto interesse cinegético (16) ou sofrem forte pressão de captura para criação
em cativeiro e/ou tráfico ilegal (26). As espécies que são frequentemente caçadas na região
representam 23% de toda a comunidade de aves silvestres. Este valor é alto e, segundo
informações dos proprietários e de moradores locais entrevistados, a caça é frequente na
área de estudo, significando um grave problema para a conservação de algumas espécies
como o macuco (Tinamus solitarius), por exemplo.
Informações colhidas com moradores vizinhos indicam que a jacutinga (Aburria jacutinga)
ocorria em vários locais do vale do rio Itajaí do Norte e atualmente se encontra extinta na
região devido à caça predatória. Segundo os mesmo entrevistados a região é um tradicional
sítio de captura de curiós (Sporophila angolensis) e azulões (Cyanocompsa brissonii), que
abastecem o comércio ilegal.
3.2.9.2 Riqueza e Descrição dos Mamíferos (adaptado de SOCIEDADE CHAUÁ, 2008)
Durante o inventário realizado pela Mastozoóloga Fernanda Góss Braga (SOCIEDADE
CHAUÁ, 2008), foram registradas para a região 26 espécies pertencentes a 08 ordens e 17
famílias. Deste 2008 o Sr. Germano Woehl Jr obteve registros fotográficos que confirmaram
a ocorrência de algumas espécies e que acrescentaram duas novas espécies à lista
(INSTITUTO RÃ-BUGIO, 2013). Deste modo, até o momento, 28 espécies de mamíferos
foram registrados na região (Lista preliminar dos mamíferos registrados na região da RTRC,
Anexo 6). Esta riqueza corresponde a 75% do registrado por Cherem e Perez (1996) e
aproximadamente 18% das espécies ocorrentes no Estado, conforme Cherem et al. (2004).
Este inventário preliminar aponta uma riqueza que certamente aumentará com o aumento
do esforço de campo e seu direcionamento para grupos não amostrados nesta avaliação,
como pequenos roedores, marsupiais e morcegos.
Foram consideradas de alto interesse conservacionista aquelas espécies constantes em
listas de espécies ameaçadas. Dentre os registros pode-se ressaltar a ocorrência de três
mamíferos considerados vulneráveis no Brasil – Puma concolor, Leopardus pardalis,
Leopardus tigrinus – e um considerado quase ameaçado: Alouatta guariba (MMA, 2003)
(Figs. 3.54 a 3.56). Outras espécies merecem menção por constarem em listas de
ameaçadas dos estados limítrofes PR (MARGARIDO e BRAGA, 2004) e RS (FONTANA et
al., 2003), são elas: Puma yagouaroundi, Tamandua tetradactyla, Lontra longicaudis, Eira
barbara, Nasua nasua, Pecari tajacu, Mazama gouazoubira, Dasyprocta azarae e Cuniculus
paca (Figs. 3.57 e 3.61).
Aspectos da mastofauna na região da RTRC (adaptado de SOCIEDADE CHAUÁ, 2008)
Conforme Sociedade Chauá (2008), as espécies de mamíferos registradas são na grande
maioria de alta plasticidade ecológica (65%), o que significa que conseguem se adaptar com
facilidade a certos distúrbios do meio. Essas espécies estão presentes tanto em ambientes
conservados, quanto em ambientes com diferentes graus de perturbação. Apresentam
tempo de desenvolvimento curto, com esforço reprodutivo e mortalidade elevados. São
generalistas em relação ao habitat e alimentação, sendo que muitas vezes se beneficiam
das atividades de produção existentes na região, principalmente lavouras. Seis espécies
(23%) apresentam média plasticidade ecológica e apenas três (12%) se enquadram como
de alta plasticidade.
33
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
Fig. 3.54: Puma concolor (Acervo: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.55: Leopardus trigrinus (Acervo: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.56: Alouatta guariba (Foto: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.57: Puma yagouaroundi (Acervo: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.58: Eira barbara (Foto: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.59: Nasua nasua (Foto: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.60: Mazama gouazoubira (Foto: A.Milach)
Fig. 3.61: Dasyprocta azarae (Foto: G.Woehl Jr.)
34
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
A presença de espécies mais sensíveis, que requerem amplas áreas com menor grau de
alteração como o puma (Puma concolor), a jaguatirica (Leopardus pardalis), o cateto (Pecari
tajacu), a paca (Cuniculus paca), a jaguatirica (Leopardus pardalis) e o bugio (Alouatta
guariba), por exemplo, evidenciam a importância da área para a manutenção de espécieschave.
Considerando os tipos de alimento consumidos, 13 das espécies registradas (50%)
consomem frutos e o mesmo número consome invertebrados, nove consomem vertebrados
(35%), oito consomem sementes e o mesmo número brotos (31%), seis consomem raízes
(23%), três consomem néctar (12%), duas consomem detritos e o mesmo número peixes
(8%), e uma espécie consome sangue, assim como pólen (4%).
Os resultados apontam uma grande dependência da disponibilidade de frutos pelas
espécies de mamíferos que ocorrem na área, o que é importante por dois aspectos: aponta
a íntima relação entre as espécies da fauna com a flora e o importante papel da fauna na
dispersão de sementes e consequentemente para a manutenção da estrutura da floresta.
O alto consumo de invertebrados (principalmente insetos) também evidencia a importância
dos mamíferos no combate a proliferação de pragas, incluindo agrícolas e florestais. A
utilização de vertebrados na dieta, mesmo de pequeno porte, também foi expressiva,
mostrando que a área abriga espécies topo de cadeia, que são fundamentais ao equilíbrio
de qualquer sistema natural.
3.2.9.3 Riqueza de Anfíbios e Répteis
O Sr. Germano Woehl Jr. vem realizando, desde a aquisição da primeira área, um inventário
de anfíbios e répteis existentes na região da RPPN Taipa Rio do Couro. Esta pesquisa vem
sendo feita de forma expedita, com base em registros obtidos durante as visitas a campo.
Para a identificação das espécies o Sr. Germano consultou especialistas e literatura técnica.
A grande extensão da área, aliada ao seu bom estado de conservação e riqueza em
ambientes propícios possibilitam a ocorrência de diversas espécies de anfíbios e répteis.
Até o momento foram detectadas 38 espécies e 9 famílias de anfíbios. No âmbito dos
répteis foram registradas 16 espécies e 8 famílias. As listas preliminares de anfíbios e
répteis na região da RTRC são apresentadas nos Anexos 7 e 8. Nas figs. 3.62 a 3.69 a
seguir são demonstradas algumas das espécies registradas.
Fig. 3.62: Leptodactylus notoaktites
(Foto: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.63: Hylodes perplicatus
(Foto: G.Woehl Jr.)
35
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
Fig. 3.64: Eleutherodactylus binotatus
(Foto: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.65: Eleutherodactylus sp
(Foto: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.66: Hydromedusa tectifera
(Foto: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.67: Salvator merianae
(Foto: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.68: Boiruna maculata
(Foto: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.69: Bothropoides jararaca
(Foto: G.Woehl Jr.)
3.2.9.4 Ameaças à Fauna Silvestre (adaptado de SOCIEDADE CHAUÁ, 2008)
Conforme salientado em Sociedade Chauá (2008), a fauna em todos os ambientes naturais
está sujeita a diversos impactos. Alguns deles dizem respeito à própria manutenção do
equilíbrio dos ecossistemas como a predação e a competição. No entanto, em áreas
alteradas os impactos são maximizados, conforme o grau de perturbação. Áreas
antropizadas oferecem impactos distintos à fauna, desde aqueles causados diretamente ao
meio, até aqueles causados diretamente a espécies ou à comunidade de maneira geral.
De um modo geral, o desmatamento na região de entorno da RTRC ocasiona perda de
habitat para muitas espécies, e contribui para seu declínio populacional. A atividade
agrosilvipastoril, se conduzida de forma inadequada, provoca impacto diretos e indiretos na
fauna através da erosão e da poluição de habitats.
Além destes fatores de degradação, o principal fator de impacto observado para as
comunidades de fauna é a caça de espécies de interesse cinegético, como o macuco
36
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
(Tinamus solitarius), inambu (Crypturellus obsoletus), uru (Odontophorus capueira), jacu
(Penelope obscura), pombas (Patagioenas spp. e Leptotila spp.) e tucanos (Ramphastos
dicolorus e R. vitellinus), dentre as aves, e a paca (Cuniculus paca), cateto (Pecari tajacu) e
veados (Mazama spp.), dentre outros mamíferos.
Vizinhos da RTRC relataram a presença constante de caçadores no interior da floresta,
muitas vezes oriundos de centros urbanos próximos, sempre em busca destas espécies
com alto valor cinegético, as quais tendem a desaparecer se a caça continuar de forma
intensa e frequente. Segundo informações de moradores locais a atividade de caça já
extinguiu a jacutinga (Aburria jacutinga) da região e o mesmo pode acontecer com várias
outras espécies de aves e mamíferos.
A captura de psitacídeos e de passeriformes canoros para criação em cativeiro, assim como
para abastecer o comércio ilegal de animais silvestres, é também um sério problema na
região, relatado por vários moradores. Foi relatado um caso de venda de macucos
capturados na RTRC e negociados na cidade de Itaiópolis.
A presença de cães que circulam pela região da RTRC pode afetar expressivamente a
fauna de mamíferos pela predação, estando sujeitos a este tipo de pressão principalmente
tamanduás (Tamandua tetradactyla), cutias (Dasyprocta azarae), ouriços (Sphiggurus
villosus), tatus (Dasypus spp.) e preás (Cavia aperea), além de filhotes de veado (Mazama
spp.), de paca (Cuniculus paca) e de carnívoros de pequeno porte. Aves de hábitos
terrestres também podem ser afetadas pelos cães. Além disso, cães domésticos em
propriedades afastadas geralmente não são vacinados, podendo transmitir doenças,
ectoparasitos e parasitos intestinais às espécies de carnívoros silvestres que ocorrem na
RTRC (principalmente ao cachorro-do-mato, Cerdocyon thous), cujo impacto na população
pode ser irreversível.
3.2.10
Visitação
A visitação na RTRC ocorre de maneira muito pouco significativa, resumindo-se aos
proprietários, em visitas periódicas de acompanhamento.
De maneira irregular a reserva é visitada por invasores que adentram em seu interior para
caçar animais silvestres e extrair outros recursos naturais.
Por motivos de acesso e pelo fato de existirem outras RPPNs próximas com maior potencial
de atrativos, não está prevista visitação na RTRC, sendo a sua maior porção reservada
exclusivamente para a proteção da biodiversidade. No entanto, considerando uma eventual
mudança neste cenário, descreve-se a seguir as potencialidades de visitação da área
protegida. A possibilidade de serem efetivadas atividades de visitação mais direcionadas e
com menor intensidade também justificam uma análise das potencialidades da reserva.
3.2.10.1 Potencialidades para visitação
A RTRC possui atrativos naturais significativos para justificar atividades de ecoturismo.
Belas paisagens naturais, em especial as das imponentes taipas rochosas e do vale do rio
do Couro, além da elevada diversidade de flora e fauna, são boas opções de contato
primitivo com natureza.
Por outro lado, o acesso à reserva ainda é custoso e precário, demandando longa
caminhada em relevo íngreme, o que restringe a visitação a pessoas com boas condições
físicas e com experiência em caminhadas de trilha. Ressalta-se ainda que o acesso pela
estrada da Vontroba, o mais adequado sob o ponto de vista de menor esforço de
caminhada, atualmente ainda não é viável para fins de visitação, uma vez que demanda
passagem não autorizada por propriedade particular.
A rede de trilhas internas da RTRC ainda é demasiado incipiente para apoiar
adequadamente um circuito consistente de visitação, sendo necessária ampliá-la.
37
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
É preciso considerar também que o histórico de invasões de caçadores nos remanescentes
da RTRC e de seu entorno, assim como a frequência de episódios violentos na região,
apontam com um cenário desfavorável à efetivação de visitação nos moldes tradicionais em
curto prazo, principalmente pela falta de segurança.
Ainda assim, a previsão de implantação futura de um programa de visitação ecoturística na
RTRC é justificada pela possibilidade única de se caminhar na base de uma monumental
taipa rochosa em meio à vegetação bem conservada, de onde pode-se admirar também
belas paisagens do vale do rio do Couro, inclusive de taipas rochosas na margem oposta, já
na RPPN Odir Zanelatto. Isto será possível quando os empecilhos de acesso e de
segurança forem resolvidos.
Um tipo de visitação considerado relevante para a área protegida é aquele com fins de
conservação, através do qual a RTRC é apresentada para pessoas que apoiam
financeiramente seus programas de manejo e também o plano de ampliação de áreas
protegidas no entorno, visando incentivar e demonstrar a importância de seu apoio. No
entanto, ainda que se configure como mais esporádica e com grupos menores, esta forma
de visitação só poderá ser implementada quando a estrutura básica de apoio aos visitantes
for instalada, assim como quando forem efetivados guarda-parques na RTRC.
A seguir são descritos com maior detalhe alguns aspectos e potencialidades de visitação da
RPPN Taipa Rio do Couro e de seu entorno.
3.2.10.2 Iniciativas educacionais
Não existem atividades de educação ambiental no interior da área protegida. Como já
abordado nos itens anteriores, o cenário atual de falta de acessos, estrutura e segurança
impossibilita este tipo de ação na RTRC.
De qualquer forma, diversos projetos e atividades de educação ambiental já foram
efetivados pelo Instituto Rã-bugio junto às escolas do município de Itaiópolis, como descrito
no item “Iniciativas Favoráveis à Conservação Ambiental no Município”.
Desta forma, sendo o Instituto Rã-bugio uma entidade parceira na gestão da RTRC, assim
como das demais áreas protegidas que já existem no entorno, existe enorme potencialidade
educacional a ser explorada no município e especificamente na região da RTRC, podendo
inclusive ser utilizada uma das áreas protegidas do entorno, como a RPPN das Araucárias
Gigantes, que possui melhor acesso e maior segurança no cenário atual, para a visitação
com fins de educação ambiental. A RTRC pode participar indiretamente dos programas de
educação ambiental fornecendo subsídios ao temas abordados, pela sua importância de
conservação no contexto regional.
3.2.10.3 Aspectos culturais e históricos
O entorno da RPPN Taipa Rio do Couro apresenta um histórico típico observado em toda a
região onde se insere. Suas paisagens atuais são o reflexo das atividades econômicas
desenvolvidas desde o passado até o presente: a intensa e predatória exploração
madeireira e a conversão de florestas em áreas de aproveitamento agropecuário ou
silvicultural. Este histórico, do qual felizmente a RTRC foi uma exceção, pode e deve ser
abordado na informação de visitantes, se houverem. Da mesma forma, o histórico de defesa
e preservação do complexo de áreas protegidas da qual a RTRC faz parte também deve ser
constantemente divulgado.
38
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
3.2.10.4 Atrativos
Paisagem das taipas rochosas
A RPPN Taipa Rio do Couro tem seu nome inspirado na existência de enormes paredões
rochosos que afloram na região intermediária de suas encostas. A partir da divisa leste é
possível acessar a base da principal taipa rochosa através de uma trilha de 370 m (Figs.
3.70 a 3.72). Se esta trilha for ampliada de forma a contornar toda a encosta, permitirá a
visualização de belas paisagens do vale do rio do Couro e de taipas rochosas situadas na
sua margem oposta (Fig. 3.73).
Fig. 3.70: Paisagem das taipas da RPPN Taipa Rio do
Couro (Foto: G.Woehl Jr.)
Fig. 3.71: Base da taipa rochosa na RTRC (Foto:
C.T.Blum)
Fig. 3.72: Aspecto cênico da Trilha da Taipa na RTRC
(Foto: C.T.Blum)
Fig. 3.73: Paisagem de taipas da RPPN Odir Zanelatto,
avistadas a partir da RTRC (Foto: C.T.Blum)
Rio do Couro
Outro atrativo relevante da RTRC são as paisagens naturais das margens e do próprio rio
do Couro. Este rio oferece belas vistas de corredeiras, lajeados rochosos e florestas bem
conservadas. Trata-se de um ambiente propício para a observação de espécies da flora e
da fauna, um verdadeiro refúgio da biodiversidade silvestre. No entanto, não existe trilha que
explore a potencialidade destas paisagens, atualmente a única forma de se deslocar é pelo
próprio leito do rio, o que envolve riscos de quedas e torsões, além de acidentes com
trombas d’água.
39
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
3.2.10.5 Perfil de Potenciais Visitantes
Os tipos de visitantes que se adequam às características e atrativos da área protegida são:



3.2.11
Visitantes que contribuem financeiramente com os programas de conservação da
RTRC e/ou das áreas protegidas do entorno;
Grupos de universidades para pesquisas em campo;
Grupos de ecoturistas.
Pesquisa e Monitoramento
Até o momento a única pesquisa realizada na região da RTRC é um inventário de fauna e
flora não sistemático que vem sendo conduzido pelos proprietários das RPPNs. Para tal, de
forma esporádica e informal vem sendo registrados vestígios e visualizações de plantas,
aves, mamíferos, anfíbios e répteis.
O registro do raríssimo pica-pau-cara-de-canela (Dryocopus galeatus) durante os estudos
do Plano de Manejo da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí (Sociedade Chauá, 2008) resultou
na publicação de um artigo científico com informações gerais sobre a visualização da
espécie (SANTOS, 2008).
No entanto, por situar-se em área de contato entre a Floresta Ombrófila Mista e a Floresta
Ombrófila Densa, além de abranger comunidades vegetais em bom estado de conservação,
a RPPN Taipa Rio do Couro apresenta grande potencial para projetos de pesquisa nos
âmbitos da botânica e da zoologia, entre outras ciências naturais. Importantes contribuições
ao conhecimento da biodiversidade e também da ecologia de espécies ameaçadas podem
ser realizadas através da RTRC. Como exemplo deste potencial aponta-se o estudo que
deve ser realizado sobre a ecologia do pica-pau-de-cara-canela (Dryocopus galeatus), que
ocorre na área e sobre a qual muito pouco se sabe. Outro aspecto essencial a ser
pesquisado é a biodiversidade da comunidade biológica que vive no ambiente das taipas
rochosas.
Outras linhas de estudos e projetos aconselháveis para área protegida podem envolver
temas como controle de espécies exóticas invasoras, fitossociologia de comunidades
ecotonais, inventário florístico de longo prazo, inventários faunísticos de longo prazo
abrangendo os diversos grupos de animais, botânica de famílias complexas, ecologia de
espécies ameaçadas de extinção, monitoramento da fauna e outros.
3.2.12
Ocorrência de Fogo
Segundo informações coletadas no entorno da área protegida, há décadas atrás ocorreu um
incêndio dentro da RPPN Taipa do Rio Itajaí (a 2.600 m da RTRC), que se espalhou pelas
comunidades vegetais iniciais que colonizavam uma área de deslizamento nas proximidades
de uma antiga estrada. Desde então não há ocorrências de incêndios na região. No entanto,
existem registros de queimadas controladas no entorno da RTRC, principalmente na
margem direita do rio Itajaí do Norte, o que aponta para o risco de incêndios acidentais a
partir de propriedades vizinhas. As áreas mais elevadas da RTRC são mais suscetíveis a
incêndios, por estarem mais próximas da atividade antrópica de confrontantes. Nas
encostas inclinadas e calha do rio do Couro a vegetação densa e a própria existência dos
rios reduz bastante o risco de incêndios. A época em que a vegetação se encontra
suscetível a incêndios é principalmente no inverno, quando as chuvas são mais escassas.
3.2.13
Atividades desenvolvidas na área protegida
Atualmente não existe visitação formal nem tampouco atividades de educação ambiental
dentro da área protegida.
40
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
Atividades de fiscalização e proteção como rondas de averiguação nas divisas e
manutenção trilhas não são realizadas até o momento na RTRC. De forma eventual e
esporádica os proprietários fazem incursões na área protegida e no seu entorno, as quais
por vezes resultam na detecção de crimes ambientais como desmatamento e caça. Os
crimes constatados tem sido sempre denunciados pelos proprietários da RTRC, junto aos
órgãos ambientais responsáveis.
3.2.14
Sistema de Gestão
A RTRC é gerida pelos seus proprietários, com apoio do Instituto Rã-bugio. A área protegida
não conta ainda com um conselho consultivo.
3.2.15
Pessoal
O complexo de RPPNs contíguas do qual a RTRC faz parte não possui nenhum funcionário
contratado em dedicação integral para as atividades de manejo. Ações esporádicas de
fiscalização, proteção, registros de fauna e acompanhamento em visitas eventuais vem
sendo realizadas por um morador da região, com dedicação parcial. Tendo em vista a
grande amplitude do conjunto de RPPNs, e as fortes pressões predatórias no entorno, o
ideal seria a contratação de pelo menos dois funcionários que deverão dedicar-se de forma
integral prioritariamente às atividades de fiscalização e proteção, além de outras referentes
ao manejo da área protegida.
3.2.16
Infraestrutura
Edificações e Estrutura
Não existe nenhuma edificação na RTRC e nem tampouco nas demais RPPNs contíguas.
No entanto, está prevista a instalação de uma sede geral próxima à RPPN das Araucárias
Gigantes, em área já adquirida, propícia para a construção de uma sede administrativa e de
alojamentos para apoiar atividades de manejo e visitação no complexo de RPPNs. O local
previsto para a construção da Sede Geral fica a 25,8 km da RTRC, considerando o acesso
pela estrada da Vontroba. Considerando um trajeto mais curto através de caminhada pelo
vale do rio Monjolo – atualmente sem trilha – esta distância cai para cerca de 3.000 m.
Cercas
Não existem cercas nas divisas da propriedade, pelo fato de que a maioria dos limites
atravessa terrenos muito acidentados cobertos por floresta densa, ou é materializada pelo
rio do Couro. A implantação de cercas não é recomendada nos trechos onde a RTRC
mantem conectividade com outros remanescentes florestais. Caso julgue-se necessário
para evitar invasão de animais domésticos e inibir a invasão de caçadores pode ser
instalada cerca em parte da divisa leste, onde a área protegida confronta áreas
antropizadas.
Sinalização
Existem apenas algumas poucas placas de advertência na área protegida.
Sistema de Circulação e Acessos
O sistema de circulação na área protegida é bastante incipiente. A única trilha existente é na
verdade uma picada precária aberta para acessar uma grande taipa rochosa na porção
mediana da área protegida. Esta trilha inicia na propriedade vizinha a leste nas
proximidades da divisa e segue por cerca de 370 m na direção oeste, até a extremidade da
taipa rochosa.
É importante destacar que não existe acesso motorizado até a divisa da RTRC, sendo que
por qualquer acesso é necessário caminhar para alcançar a área protegida.
41
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
3.2.17
Sociedade Chauá, 2013
Equipamentos e Serviços
Não existem equipamentos e serviços disponíveis na RTRC atualmente. A área protegida
não é atendida por linha de energia elétrica e também não possui cobertura de telefonia
celular.
3.2.18
Recursos financeiros
Os recursos financeiros para manejo da RTRC provém essencialmente de seus
proprietários.
Uma iniciativa de captação de recurso financeiro relacionada a RTRC e para a conservação
de seu entorno é o Programa “Neutralize seu Carbono para Salvar o que Resta da Mata
Atlântica”, criado pelo Instituto Rã-bugio. Através desta campanha qualquer pessoa,
interessada em contribuir na conservação da biodiversidade e para a neutralização de
carbono, pode participar doando uma quantia financeira acima de R$ 50,00. As doações são
acumuladas até atingir o valor mínimo necessário para a compra de áreas no entorno da
RTRC, para ampliar a área protegida.
A RPPN Corredeiras do Rio Itajaí, que situa-se 300 m a sudoeste da RTRC, veio recebendo
nos últimos cinco anos recursos financeiros para seu manejo de conservação através do
termo de cooperação firmado entre o HSBC Corretora de Seguros S.A., a Sociedade de
Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental - SPVS e os proprietários, por
intermédio do Programa de Desmatamento Evitado, gerenciado pela SPVS. Através desse
programa, uma quantia mensal é repassada para investimento na área.
Mecanismos de captação de recursos como este podem ser utilizados também no
levantamento de fundos para subsidiar a gestão e manejo da RTRC. Editais de
financiamento para conservação também devem ser buscados.
3.2.19
Formas de Cooperação
O Instituto Rã-bugio é a principal instituição parceira da RPPN Taipa Rio do Couro,
participando de sua gestão e viabilizando formas de captação de recursos para seu manejo
de conservação.
Como já relatado no item anterior, a SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e
Educação Ambiental) foi parceira na gestão da área vizinha RPPN Corredeiras do Rio Itajaí
durante o período de convênio referente ao Programa de Desmatamento Evitado.
Outras parcerias com instituições de ensino e pesquisa, assim como outras organizações
conservacionistas, devem ser fomentadas. Trata-se de procedimento fundamental para que
mais projetos conservacionistas possam ser desenvolvidos, desde que pautados na
conservação dos ecossistemas nativos e valorização da área protegida.
Na medida do possível, havendo um cenário político favorável, podem também ser
buscadas parcerias com a prefeitura municipal de Itaiópolis.
3.2.20
Comunicação e Relações Públicas
Uma importante ferramenta para a conservação da RTRC é a comunicação. Através da
divulgação de sua existência, das ameaças existentes, e principalmente de seu elevado
valor ecológico, é possível sensibilizar as autoridades, conscientizar grande parte da
sociedade e até mesmo obter apoio de diversas formas.
Os proprietários da RTRC vêm realizando importantes avanços no âmbito da comunicação e
divulgação do complexo de RPPNs do qual ela faz parte. Matérias sobre seu histórico de
aquisição e conservação, assim como suas lutas contra crimes ambientais na região vem
sendo veiculadas em revistas e colunas de sites ambientais, entre outros. Destacam-se os
seguintes artigos: “Eles estão preservando” (MANSUR, 2008); “Salvaremos a Mata
Atlântica?” (WOEHL JR, 2008a); “Comprar para preservar resolve?” (WOEHL JR, 2008b); e
42
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
“A Arca dos Woehl” (CRUZ, 2008). Uma breve descrição sobre as principais características
das RPPNs que constituem o complexo de áreas protegidas também é disponibilizada no
site do Instituto Rã-bugio. Por fim, diversas notícias relevantes sobre as RPPNs tem sido
veiculadas no blog “Defensor da Natureza” (http://ra-bugio.blogspot.com.br/).
3.3
Possibilidade de conectividade
Unidades de Conservação
Num raio de cerca de 50 km em torno da RPPN Taipa Rio do Couro existem 12 unidades de
conservação oficialmente criadas (Tabela 3.3), sendo uma de proteção integral, sete RPPNs
e outras quatro de uso sustentável (Mapa de Conectividade, Anexo 9).
Tabela 3.3: Unidades de Conservação num raio de 50km no entorno da RPPN Taipa Rio do Couro.
Unidade
Categoria
Área (ha)
Município
RPPN Odir Zanelatto
Uso sustentável
212,07
Itaiópolis
RPPN Corredeiras do Rio Itajaí II
Uso sustentável
79,05
Itaiópolis
RPPN Corredeiras do Rio Itajaí
Uso sustentável
332,92
Itaiópolis
RPPN Refúgio do Macuco
Uso sustentável
36,3
Itaiópolis
RPPN das Araucárias Gigantes
Uso sustentável
55,73
Itaiópolis
RPPN Raso do Mandi
Uso sustentável
54,34
Itaiópolis
RPPN Taipa do Rio Itajaí
Uso sustentável
23,12
Itaiópolis
Reserva Biológica Estadual do Sassafrás
Proteção integral
6.972
Doutor Pedrinho
Benedito Novo
ARIE Serra da Abelha/ Rio da Prata
Uso sustentável
4.604
Vitor Meirelles
APA Municipal Represa do Alto Rio Preto
Uso sustentável
16.000
Rio Negrinho
APA Municipal Rio dos Bugres
Uso sustentável
8.000
Rio Negrinho
Floresta Nacional de Três Barras
Usos sustentável
4.458,5
Três Barras
Como já descrito anteriormente, a RTRC faz parte de um complexo de RPPNs que abrange
outras sete reservas contíguas ou muito próximas, todas interligadas por um remanescente
contínuo de floresta situado na margem esquerda do rio Itajaí do Norte. A área somada de
todas estas RPPNs, incluindo a RTRC, resulta em 849,51 ha.
A unidade de conservação mais próxima do complexo de RPPNs do qual a RTRC faz parte
é a Área de Relevante Interesse Ecológico Serra da Abelha/ Rio da Prata, a cerca de 20 km
ao sul. Também relativamente próximas, a aproximadamente 35 km, estão a APA da
Represa do Alto Rio Preto (a leste) e uma parte da Reserva Biológica Estadual do Sassafrás
(a sudeste).
O complexo de RPPNs do qual a RTRC faz parte tem concreta possibilidade de conexão
com a ARIE Serra da Abelha/ Rio da Prata, a Reserva Biológica Estadual do Sassafrás e a
APA da Represa do Alto Rio Preto, através das florestas de preservação permanente (APP)
do vale do rio Itajaí do Norte e de seus grandes afluentes, desde que tais florestas
encontrem-se bem conservadas ou seja restauradas. Estes corredores devem ser
encarados como prioritários em programas de conservação e ações de fiscalização
ambiental.
43
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
3.4
Sociedade Chauá, 2013
Declaração de significância
A criação e manutenção de áreas protegidas que resguardem o pouco que restou da Mata
Atlântica (no sentido amplo) demonstram comprometimento com o bioma, resultando, de
uma maneira local, mas bastante direcionada, na conservação dos últimos remanescentes
de suas fitofisionomias na região.
Desta forma, a RPPN Taipa Rio do Couro tem sua maior relevância por fazer parte de um
complexo de RPPNs que protege extenso remanescente florestal, predominantemente em
bom estado de conservação e caracterizado por uma situação de contato entre tipologias
florestais, além de seu posicionamento estratégico, bastante favorável no sentido de garantir
possibilidades de conectividade em nível regional.
A conservação de ecossistemas frágeis como como vegetação de paredões rochosos,
florestas ribeirinhas e florestas de encosta sobre solos instáveis também confere
importância à área protegida, assim como as nascentes e córregos existentes no seu
interior.
Por fim, o remanescente da RPPN Taipa Rio do Couro apresenta elevado valor ecológico
por guardar populações de diversas espécies ameaçadas de extinção como a canela-preta
(Ocotea catharinensis), a canela-sassafrás (Ocotea odorifera) e o xaxim-bugio (Dicksonia
sellowiana), dentre as plantas; o pica-pau-de-cara-canela (Dryocopus galeatus), o macuco
(Tinamus solitarius) e o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus), dentre as aves; o bugioruivo (Alouatta guariba), a onça-parda (Puma concolor) e a lontra (Lontra longicaudis),
dentre os mamíferos.
Adicionalmente, a relevância ecológica da RTRC é confirmada pelo fato de encontrar-se
inserida na área prioritária para conservação MA086 – Serra da Abelha/ Santa Terezinha,
definida pelo Ministério do Meio Ambiente como de importância biológica e prioridade de
ação extremamente altas (MMA, 2007).
44
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
4
Sociedade Chauá, 2013
PLANEJAMENTO
O planejamento de manejo da RPPN Taipa Rio do Couro levou em consideração o fato
relevante de que esta área protegida faz parte de um complexo de oito RPPNs contíguas ou
muito próximas entre si, todas pertencentes aos mesmos proprietários. Além disso, é
preciso considerar que existe a pretensão dos proprietários de adquirir e criar reservas em
outras áreas confrontantes às RPPNs já existentes. Considerando este cenário, o plano de
manejo foi estruturado visando a execução do manejo integrado do complexo de RPPNs, já
que, na prática, se trata da conservação de praticamente um só grande remanescente
florestal. Na Fig. 4.1 podem ser observadas as RPPNs já estabelecidas que fazem parte do
grande complexo de reservas (Fig. 4.1).
Fig. 4.1: Complexo de RPPNs do qual a RPPN Taipa Rio do Couro faz parte (Adaptado de Google Earth, 2013).
4.1
Objetivos específicos de manejo
O objetivo geral da RPPN Taipa Rio do Couro é “proteger um remanescente florestal do
Bioma Mata Atlântica, conservando seu equilíbrio e biodiversidade através de proteção
integral e manejo de conservação”. São objetivos específicos:






proteger e viabilizar a conservação de espécies da flora e da fauna ameaçadas de
extinção, raras e/ou endêmicas;
proteger amostras representativas de ecossistemas naturais do bioma Mata Atlântica;
proteger o solo e os recursos hídricos;
restaurar áreas perturbadas por antropismos e deslizamentos de terra;
restaurar áreas ocupadas por espécies vegetais exóticas invasoras, procedendo a sua
erradicação e controle, permitindo a regeneração natural da vegetação original;
proporcionar a neutralização de carbono visando atenuar as mudanças climáticas;
45
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro




4.2
Sociedade Chauá, 2013
propiciar a pesquisa científica, dentro das limitações impostas pelo plano de manejo;
propiciar a visitação com fins educativos, de conscientização e de ecoturismo;
servir como referência de conservação ambiental, estimulando proprietários do
entorno a respeitar a legislação ambiental e a seguir práticas conservacionistas; e
estabelecer relacionamento com a comunidade do entorno e proprietários das áreas
vizinhas, visando potencializar as ações de conservação da biodiversidade na região.
Zoneamento
O zoneamento da RPPN Taipa Rio do Couro foi realizado através de verificações em
campo, tendo como base a planta individual de seu perímetro (dados da matrícula) e
imagens de satélites. Foram elaborados dois mapas temáticos: Mapa Base e Mapa de
Vegetação. O cruzamento dos dados contidos nestes mapas temáticos, assim como de
várias informações relevantes levantadas em campo e resultantes do planejamento de
manejo, viabilizou a definição das distintas zonas da RPPN, descritas a seguir e
apresentadas no Mapa de Zoneamento (Anexo 9). Tendo em vista a possibilidade de que
áreas vizinhas sejam adquiridas e também transformadas em RPPNs, optou-se por não
incluir uma zona de transição no presente zoneamento.
É importante ressaltar que, durante os levantamentos e a elaboração dos mapas do
presente plano de manejo, foi constatado que a medição topográfica que embasou a criação
da RTRC apresentou um equívoco na delimitação do curso do rio do Couro na porção
mediana da divisa oeste da propriedade. Neste local o rio não possui a curva aguda para
leste que foi considerada como limite oficial da RPPN. Deste modo, se for considerado o
curso real do rio do Couro, verifica-se que a propriedade apresenta na realidade 37,03 ha.
Ou seja, a área real da propriedade da RPPN é 0,73 ha maior do que a área oficial que
consta na matrícula e no decreto de criação da RPPN. Este trecho adicional de área foi
denominado no zoneamento como Área de Consolidação das Divisas.
As zonas definidas para o manejo da RPPN são descritas nos tópicos abaixo e
apresentadas no Mapa de Zoneamento (Anexo 9).
4.2.1
Zona Silvestre
É aquela que contém as áreas melhor conservadas, sendo a maior parte de floresta no
estágio avançado da sucessão. Destina-se essencialmente à conservação da biodiversidade
e à proteção de trechos com fragilidade ambiental. Funciona como reserva de recursos
genéticos silvestres, onde são permitidos: pesquisas que não perturbem as comunidades
biológicas, estudos, monitoramento, proteção e fiscalização. Nesta zona a única
infraestrutura permitida é aquela destinada à sua proteção e fiscalização, como: aceiros,
cercas, trilhas de fiscalização e torres de observação.
Essa zona situa-se na porção sul da RTRC, tendo a linha de drenagem do córrego central
como seu limite norte. Resguarda nascentes, encostas íngremes e taipas rochosas.
4.2.2
Zona de Proteção
Essa zona abrange a maior parte da RTRC, totalizando 46,5% da área total. Contém
remanescentes relativamente conservados, mas que já receberam um certo grau de
intervenção humana, com predomínio de florestas no estágio médio da sucessão, existindo
trechos de florestas no estágio avançado. São permitidos pesquisa, estudos,
monitoramento, proteção, fiscalização e visitação de baixo impacto. A implementação de
infraestrutura é permitida, desde que estritamente voltada para o controle e a fiscalização,
como: guaritas, alojamentos para guardas-parque, aceiros, cercas, portão de entrada, trilhas
de fiscalização e torres de observação. Pode-se admitir visitação de baixo impacto, turismo
científico e observação de vida silvestre através de trilhas rústicas, sem infraestrutura e
equipamentos facilitadores.
46
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
Essa zona engloba toda a porção norte da RTRC (com exceção dos trechos de Zonas de
Visitação e Recuperação), tendo como limite sul a linha de drenagem do córrego central.
4.2.3
Zona de Visitação
Constitui-se de áreas naturais com potencial paisagístico, atrativos e localização estratégica
que justifiquem a visitação, onde se permite o uso indireto dos recursos, com alguma
alteração humana. Destina-se à conservação e às atividades de visitação, em especial
aquelas que envolvam educação e conscientização ambiental. Além destas, são também
permitidos turismo científico e ecoturismo. Nesta zona é permitida a instalação de
infraestrutura, equipamentos e facilidades como: trilhas, mirantes rústicos e trilhas
suspensas, sempre buscando adotar alternativas e tecnologias de baixo impacto ambiental.
A zona de visitação foi delimitada de forma a abranger a Trilha da Taipa considerando seu
traçado existente e também a ampliação proposta, formando uma faixa de 20 m para cada
lado desta trilha.
4.2.4
Zona de Recuperação
Esta zona abrange áreas com significativo grau de alteração que necessitam passar por
processos de recuperação ambiental. A recuperação poderá ocorrer por processos naturais
ou induzida por ações de manejo. A visitação de baixo impacto fica permitida desde que as
atividades não comprometam sua recuperação. É temporária, pois, uma vez recuperada, se
tornará zona de proteção.
A delimitação desta zona abrange toda área com vegetação no estágio inicial da sucessão e
também o trecho onde ocorreu o deslizamento de terra, na região centro-leste da RTRC.
4.2.5
Área de Consolidação das Divisas
A área de consolidação não se trata especificamente de uma zona, mas sim de uma porção
da propriedade que foi deixada fora dos limites da RPPN, mas que na prática pode ser
manejada como se pertencesse à área protegida. A matrícula da RPPN delimita essa área
na porção mediana da divisa oeste da propriedade. Neste local não existe a curva aguda
para leste do rio do Couro que foi considerada como limite oficial da RPPN. Numa ação
futura de retificação da matrícula e de georreferenciamento de precisão, fica recomendado
que essa área seja consolidada como parte da RPPN. Quando isso se concretizar, a área
de consolidação passará a fazer parte da zona silvestre.
4.3
Programas de Manejo
Os programas de manejo definem e ordenam as atividades a serem desenvolvidas,
regulamentando as estratégias e normas de uso para que os objetivos específicos da RPPN
sejam atingidos.
4.3.1
Programa de Administração
4.3.1.1 Sistema de Gestão da Área Protegida
Objetivo: gerir a área protegida de forma adequada dentro de diretrizes conservacionistas.
Atividades e Normas:
I.
Delineamento geral das atividades: A RPPN Taipa Rio do Couro será gerida pelos
seus proprietários, em parceria contínua com o Instituto Rã-bugio. Caso se julgue
necessário, poderá ser criado um conselho gestor para tornar mais efetivo o manejo de
conservação da área protegida, ainda que os proprietários sejam soberanos na
aprovação das ações a serem implementadas na área protegida. As regras a serem
seguidas para efetivação de qualquer atividade são listadas abaixo:
47
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
a)
conformidade com a legislação ambiental;
b)
comprometimento com a causa conservacionista;
c)
aprovação pelos proprietários; e
d)
conformidade com o plano de manejo da RTRC.
Sociedade Chauá, 2013
II.
Manual de Procedimentos da Área protegida: Com base no zoneamento, diretrizes e
programas que constituem o plano de manejo, deverá ser elaborado um breve manual de
procedimentos, de caráter didático e prático, o qual será diariamente utilizado nas
atividades de manejo da área protegida. Na medida em que todas as RPPNs do entorno
da RTRC tenham seus Planos de Manejo elaborados, é desejável que seja elaborado um
manual de procedimentos para todo o complexo de RPPNs, que será gerido de forma
conjunta.
III.
Infraestrutura e logística: Tendo-se em vista as atividades de manejo de conservação a
serem desenvolvidas na RPPN, estão previstas as seguintes demandas:
a)
Georreferenciamento de Precisão
Para que a RTRC possua uma delimitação precisa, em atendimento a Lei Federal 10.267 de
28/08/2001, faz-se necessária a efetivação de medições com suporte geodésico, atendendo
a precisão posicional exigida na regulamentação da nova legislação. Adicionalmente, deverá
ser realizada a retificação da matrícula da propriedade, no sentido de incorporar a porção
territorial que ficou de fora dos limites oficiais da RPPN.
b)
Obras e Adequações Logísticas:
b.1) Casa-sede externa aos limites da RTRC: está prevista a construção de uma casa-sede
que atenderá a todo o complexo de RPPNs da região, a qual será implantada em
terreno próximo à RPPN das Araucárias Gigantes, cerca de 25,8 km (via estrada da
Vontroba) ou 3 km (via caminhada pela Trilha do Monjolo, cujo traçado atualmente
ainda não foi implantado) da RPPN Taipa Rio do Couro. A referida casa sede
funcionará como centro de administração e de recepção de visitantes. Sua estrutura
básica deverá contar com uma sala, uma cozinha, pelo menos dois banheiros, um
refeitório e seis quartos. Maiores especificações são dadas no capítulo “Diretrizes para
Conservação do Complexo de Áreas Protegidas”.
b.2) Outras edificações: além da casa-sede externa, no cenário atual a RTRC não
necessita de edificações para suportar seus programas de manejo. No entanto, caso
futuros usos demandem alguma eventual edificação como um abrigo para guardasparques e/ou pesquisadores, deverão ser seguidas as recomendações a seguir:
- Recomendações para as obras:




as edificações devem possuir padrões de arquitetura que se harmonizem com o
ambiente natural;
os materiais utilizados nas construções deverão ser provenientes de empresas com
certificação ambiental, visando a conservação dos recursos naturais;
a madeira utilizada deverá ser tratada para aumentar sua durabilidade frente a
umidade e organismos que a degradem;
as obras devem primar pela otimização dos recursos naturais, como: aproveitamento
otimizado de luz natural, energia elétrica, captação de água da chuva,
aproveitamento da gravidade para abastecimento de água, e reutilização de água,
entre outros;
48
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro


c)
Sociedade Chauá, 2013
se porventura houver a demanda de edificações para a RTRC, estas só poderão ser
instaladas nas zonas de proteção, visitação ou recuperação, sendo necessário que
seu projeto e local sejam submetidos à avaliação de viabilidade por um profissional
da área ambiental; e
é proibida a implantação de edificações dentro de áreas de preservação permanente.
Manejo de Trilhas:
Para a efetivação dos programas de manejo da RTRC, é de vital importância a manutenção
de um sistema de circulação adequado. As principais ações são descritas abaixo. No
capítulo Projetos Específicos são detalhadas informações necessárias ao manejo de trilhas.
c1)
Manutenção do trecho existente da Trilha da Taipa: por se tratar do único acesso atual
ao interior da RTRC, é essencial a sua adequação e manutenção.
c2)
Implantação de outras trilhas: para viabilizar o acesso adequado aos atrativos da
RTRC e também a conexão via vale do rio Monjolo, são propostos dois traçados novos
de trilhas para a área protegida: I) continuação da Trilha da Taipa contornando a base
do paredão rochoso de forma a estabelecer um traçado circular; II) criação de uma
derivação da Trilha da Taipa que permita acesso pelo vale do rio Monjolo, que será
denominada Trilha do Rio Monjolo.
- Recomendações para instalação e manejo de trilhas:



d)
os planejamentos, análises de sítio, modificações e implementações de novos
traçados devem ser supervisionados por técnico da área ambiental,
preferencialmente com experiência em conhecimentos sobre fragilidade ambiental e
implantação de trilhas;
todos os pontos onde as trilhas cruzam drenagens, permanentes ou intermitentes,
deverão ser equipados com bueiros ou pontes adequadas utilizando material
resistente que não seja oriundo das comunidades vegetais nativas; e
a instalação e o manejo de trilhas deverá seguir as determinações do item “Manejo
de Trilhas” no capítulo “Projetos Específicos”.
Sinalização:
Tendo em vista a forte pressão de caça e de extração de recursos no interior da área
protegida, uma sinalização consistente é a primeira medida necessária para intimidar os
infratores. Deste modo, faz-se necessária a instalação de placas de advertência e de
sinalização, adotando-se formato padrão.
d.1) Placas de Advertência: deverão ser instaladas em todas as divisas, em pontos
estratégicos, nos trechos onde se verifica maior risco de incêndios, maior tráfego de
pessoas e/ou maior probabilidade de invasão da área protegida. Estas placas deverão
apresentar o nome da RTRC e indicar a proibição de entrada, de caça, pesca e coleta
de qualquer material no seu interior, sob pena de apreensão e multa, por tratar-se de
crime ambiental.
d.2) Placas Informativas: deve ser instalada ao menos uma placa na entrada da
propriedade com informações básicas sobre a RPPN (nome, área, resolução de
criação, etc).
Recomendações para a sinalização:


definir modelo e tamanho padrão para as placas da área protegida;
optar por um tamanho que permita a visualização à relativa distância, mas que não
prejudique a qualidade paisagística geral da área protegida;
49
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro



e)
Sociedade Chauá, 2013
as placas de advertência afixadas em troncos de árvores, devem ser instaladas da
forma menos agressiva possível, sendo proibida a fixação por arame no entorno do
tronco, que pode acarretar seu estrangulamento;
placas informativas devem ser afixadas em palanques próprios; e
todas placas devem ser afixadas em locais com boa visibilidade, de diversos ângulos
de visão, e preferencialmente a uma altura fora do alcance de vândalos.
Cercas e divisas:
A RTRC possui uma situação bastante diferenciada no que se refere ao uso de cercas. As
suas divisas atravessam terrenos muito acidentados cobertos por floresta densa, ou são
materializadas pelo rio do Couro. Além disso, a implantação de cercas na maior parte das
divisas secas não é recomendada pois existe a possibilidade de que áreas vizinhas possam
ser adquiridas e transformadas em RPPNs. Deste modo, somente será necessária a
instalação de cercas caso seja detectada invasão de gado na propriedade. Caso estas
invasões de gado sejam constatadas, recomenda-se implementar apenas trechos
relativamente curtos de cercas, em locais onde as trilhas e a declividade mais amena
permitiriam a circulação de gado.
Recomendação para as cercas:



f)
na eventual implantação e manutenção de cercas deverão ser utilizados apenas
palanques de concreto, plástico (madeira plástica) ou eucalipto tratado, sendo
vedado o uso de madeira nativa;
todas as cercas da RPPN deverão manter um padrão de, no máximo, seis fios,
sendo que os dois fios inferiores devem ser obrigatoriamente de arame liso; e
deverá ser realizada roçada periódica (no mínimo anual) das divisas onde forem
instaladas cercas, para facilitar seu monitoramento e manutenção.
Estradas e Acessos:
A RPPN não necessita nem comporta, devido ao seu relevo íngreme, estradas em seu
interior. No entanto, para que o acesso externo até a entrada da RTRC seja viabilizado
dentro de limites aceitáveis para a segurança e conservação ambiental, deve ser
formalizado acordo com os proprietários confrontantes para a utilização das estradas e
caminhos rurais de acesso à RTRC. De qualquer modo, o acesso final será sempre por
caminhada.
Recomendações para as estradas e acessos:




g)
não será permitida a implantação de estradas no interior da RTRC;
as adequações e ações de manutenção nos acessos externos devem ser feitas
aplicando-se técnicas de baixo impacto e em concordância com os confrontantes;
deverão ser mantidas e/ou construídas valas de drenagem nos acesso externos; e
os focos erosivos dos acessos externos devem ser controlados, recuperados e
monitorados.
Coleta e Destinação de Resíduos Sólidos:
Tendo em vista o baixo fluxo de pessoas previsto no interior da RTRC não haverá, num
primeiro momento, grande produção de resíduos sólidos. Caso este cenário se modifique,
serão necessários alguns cuidados com o lixo que possa ser produzido no local. Os
resíduos deverão ser armazenados em recipientes adequados como tambores plásticos ou
de fibra, que possam ser fechados. O lixo deverá ser separado em reciclável, não reciclável
e orgânico (este último deverá ser destinado na própria RPPN, desde que não contenha
sementes de espécies invasoras). Os resíduos recicláveis e não recicláveis deverão ser
50
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
retirados periodicamente e levados a locais apropriados. O lixo reciclável deverá chegar a
usinas de reciclagem e o lixo não reciclável deverá chegar em aterro sanitário. Os mesmo
cuidados devem ser seguidos para a casa-sede externa que atenderá a todo o complexo de
RPPNs.
f)
Tratamento de efluentes:
Com já mencionado, não existe necessidade atual de implantação de edificações na RTRC.
Com isso, a preocupação com tratamento de efluentes não é necessária no interior da
RPPN. No entanto, a casa-sede externa que atenderá todo o complexo de RPPNs deverá
estar equipada com um sistema de tratamento de efluentes, conforme descrito no capítulo
“Diretrizes para Conservação do Complexo de Áreas Protegidas”.
i)
Sistema de comunicação por rádio:
Considerando a extensão da RTRC e do complexo de RPPNs do qual faz parte, é essencial
a implementação de um sistema eficiente de comunicação por rádio HT, para que eventuais
emergências possam ser atendidas de forma ágil e eficaz. O sistema de comunicação por
rádio é de vital importância para as atividades de fiscalização e proteção da área protegida.
j)
Segurança e Primeiros socorros:
Para que todas as atividades de conservação e manejo da área protegida sejam conduzidas
com segurança, é necessário:



IV.
a)
capacitar funcionários em práticas de primeiros socorros e definir uma rotina
emergencial de salvamento e transporte de feridos para o hospital mais próximo;
funcionários, pesquisadores ou visitantes deverão sempre utilizar equipamentos de
proteção individual, adequados a cada atividade, quando em atividade externa; e
deverá ser mantido um kit de primeiros socorros com as equipes que estiverem no
interior da área protegida, e outro kit na casa-sede do complexo de RPPNs. Ambos
kits deverão ser periodicamente repostos.
Recursos humanos: O manejo adequado da RTRC e do complexo de RPPNs do qual
ela faz parte depende da dedicação integral de, no mínimo, um funcionário. O funcionário
deve ser treinado e orientado para exercer todas as funções executivas descritas no
presente plano de manejo. Considerando as demandas de manejo de todo o complexo
de RPPNs, é prudente salientar que seria ideal pelo menos dois funcionários para realizar
adequadamente todas as atividades de manejo necessárias. É recomendável que o(s)
funcionário(s) participe(m) de cursos específicos para formação de guarda-parques e que
dominem procedimentos de fiscalização, manutenção de trilhas, acompanhamento de
pesquisadores, reconhecimento e controle de espécies exóticas invasoras, combate a
incêndios e primeiros-socorros, entre outros.
Atividades no período diurno:
Durante o dia, o funcionário deverá se dedicar integralmente às demandas dos programas
de manejo da área protegida, com enfoque especial nos que envolvem fiscalização,
proteção e recuperação ambiental.
b)
Atividades no período noturno:
Durante a noite o funcionário será responsável pela vigília da casa-sede do complexo de
RPPNs, fazendo também eventuais fiscalizações noturnas (sempre acompanhado).
51
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
c)
Sociedade Chauá, 2013
Atividades e demandas adicionais:
Atividades além da demanda rotineira da área protegida deverão ser consideradas
adicionais e os custos deverão ser remunerados pela parte que gerou a demanda
(proprietário ou parceiros). Para determinados serviços de manutenção poderão ser
contratados mais funcionários para auxiliarem os funcionários fixos. Caso a pressão de caça
e a ameaça de intervenções violentas se intensifiquem no complexo de RPPNs, pode ser
estudada a contratação de funcionários especializados no ramo da segurança.
4.3.2
Programa de Fiscalização e Proteção
4.3.2.1 Fiscalização da Área Protegida
Objetivo: Detectar e evitar atividades que não estejam em conformidade com aquelas
permitidas no plano de manejo e que tragam degradação ambiental como caça, pesca,
coleta, invasões, incêndios e outros.
Atividades e Normas:
I. Rondas de Fiscalização: A fiscalização constante no interior e no entorno da área
protegida é essencial para sua proteção. Durante as rondas devem ser verificados e
anotados em diário de campo vestígios da passagem de transeuntes, armadilhas, cevas ou
qualquer outra atividade que não seja permitida na área. Armadilhas e vestígios
encontrados devem ser levados à sede para constarem como registro. O material
necessário para as rondas é: máquina fotográfica, rádio comunicador, facão, uniforme,
botas de cano longo e/ou perneiras, caderneta de campo e caneta.
O acesso a RPPN Taipa Rio do Couro é difícil, pois o terreno é íngreme. Para tal é
indicado que se reserve sempre um dia inteiro de atividade de fiscalização.
Em épocas onde se observe maior pressão de invasão e caça devem ser intensificadas as
rondas, aumentando a frequência da ronda no percurso completo e nos locais mais
visados pelos infratores. Recomenda-se que sazonalmente sejam efetivadas operações
conjuntas com a Polícia Ambiental e/ou fiscais do IBAMA ou da FATMA, especialmente
para fiscalizar o entorno, inibindo a ação de infratores ambientais.
Recomendações para rondas de fiscalização (considerando o complexo de RPPNs):










o funcionário deve deixar avisado na sede do complexo de RPPNs (verbalmente ou
em quadro de recados) o local onde estará fazendo a ronda, para sua segurança;
carregar o rádio comunicador para comunicação com a sede e manter sistema
eficiente de comunicação na área protegida.
é desejável que as rondas de fiscalização sejam realizadas em duplas;
é de vital importância que as rondas sejam efetuadas em horários e trajetos variados
ao longo do mês, de maneira que os infratores não consigam detectar uma rotina;
os funcionários devem dispor de um meio de transporte ágil e prático (recomenda-se
motocicleta ou bicicleta) que permita acesso rápido à área protegida e também
rápida evacuação, caso necessário;
carregar máquina fotográfica para possíveis registros;
manter as trilhas de rondas sempre limpas;
verificar a ocorrência de espécies invasoras e já removê-las, quando possível;
montar ficha-padrão de ocorrências na área protegida;
registrar todas as ocorrências verificadas (visando formar um histórico); e
52
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro

Sociedade Chauá, 2013
estabelecer um procedimento padrão de ação em casos emergenciais como
acidentes, detecção de caçadores, um animal ferido ou de um foco de incêndio,
principalmente no sentido de agilizar o contato com a Polícia Ambiental ou o Corpo
de Bombeiros.
II. Monitoramento com câmeras (armadilhas fotográficas): De forma complementar, existe
também a possibilidade de instalação de armadilhas fotográficas e filmadoras em pontos
estratégicos, para monitoramento de atividades ilegais e também para registros da vida
selvagem.
4.3.2.2 Proteção da Área Protegida
Objetivo: promover a proteção e manutenção dos remanescentes da área protegida.
Atividades e Normas:
I. Proteção contra incêndios: A área protegida está sujeita a incêndios nos períodos mais
secos do ano, seja por acidentes ou por vandalismo. Desta forma, são necessários os
seguintes procedimentos:








diálogo com os proprietários vizinhos no sentido de responsabilizá-los também, no
engajamento contra queimadas e incêndios;
fiscalização constante nas áreas e épocas de maior risco
manutenção de aceiros nas áreas de maior risco, caso se julgue necessário;
treinamento dos funcionários em cursos de combate a incêndios;
aquisição de equipamentos de combate a incêndios: 8 abafadores; 5 enxadas
grandes; 2 pulverizadores costais; 5 pás;
contato com o Corpo de Bombeiros responsável pela região, intensificado durante
as épocas de maior risco;
elaboração de plano de emergência no caso de incêndios, que deverá abranger
comunicação e ações de controle sistematizadas; e
manter sistema eficiente de comunicação na área protegida.
II. Sistema integrado de comunicação e ação: é de extrema importância a busca de
parcerias e do estabelecimento de diálogo com pessoas e entidades relacionadas
direta ou indiretamente à conservação da área protegida. Desta forma, a seguintes
diretrizes devem ser seguidas:



efetivação de ações de conscientização ambiental da população do entorno,
salientando os benefícios indiretos das áreas naturais, a necessidade de
conservação do solo, da água e da biodiversidade, a importância das práticas de
agroecologia e, principalmente, as penalidades ao descumprimento da legislação
ambiental (avaliar a possibilidade de mobilizar a Polícia Ambiental, IBAMA e/ou
FATMA a participarem destas ações de conscientização e advertência);
busca de parceria com os vizinhos para que estes comuniquem a ocorrência de
incêndios (e até auxiliem no seu combate) ou invasões na área protegida; e
contato com a Polícia Ambiental e com o Corpo de Bombeiros, tanto pelo
proprietário, quanto pelos funcionários e vizinhos. Todos diretamente relacionados à
área protegida deverão ter contato contínuo com estas instituições, com o objetivo de
reprimir possíveis invasores e manter bom relacionamento entre as partes.
53
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
4.3.3
Sociedade Chauá, 2013
Programa de Restauração Ambiental
4.3.3.1 Restauração de Florestas
Objetivo:
permitir os processos de sucessão natural de maneira a facilitar a restruturação
de florestas em áreas perturbadas da RTRC.
Atividades e Normas: A área definida como zona de recuperação deve ser monitorada e
protegida para que sua restauração se dê a contento. Tendo em vista a dificuldade de
acesso e a existência de abundantes fontes de propágulos no entorno, não é recomendada
a efetivação de plantios de enriquecimento, apenas a condução da regeneração natural.
Para tal, indivíduos jovens de espécies arbóreas secundárias e climácicas podem ter seu
desenvolvimento acelerado através de roçadas locais que reduzam a competição exercida
por gramíneas e outras herbáceas do entorno.
Recomendações para a restauração de florestas:


as roçadas em torno das plantas jovens de regeneração natural são opcionais e
devem ser realizadas de forma cuidadosa para não suprimir outras plântulas de
espécies arbóreas, concentrando-se exclusivamente em gramíneas e outras
herbáceas anuais; e
é desejável que as roçadas sejam feitas ao menos duas vezes por ano,
principalmente nos períodos de maior crescimento vegetativo, primavera e verão.
4.3.3.2 Erradicação e Controle de Espécies Exóticas Invasoras
Objetivo:
Combater o desenvolvimento de espécies exóticas invasoras visando erradicar
suas populações ou ao menos mantê-las em níveis controláveis.
Atividades e Normas:
I. Uva-do-japão (Hovenia dulcis): Todos os indivíduos de uva-do-japão que forem
encontrados dentro da RTRC deverão ser anelados, cortados ou arrancados. De acordo
com as seguintes normas e procedimentos:






o corte deverá ser realizado procurando-se causar o menor impacto possível à
vegetação nativa;
caso seja usada motosserra, seu operador deverá ser devidamente habilitado e
capacitado através de treinamento anterior;
todos os funcionários envolvidos deverão estar utilizando os equipamentos de
proteção individual necessários às diferentes atividades de erradicação e deverão
ser treinados por técnico responsável antes dos procedimentos;
a uva-do-japão tem como característica apresentar intenso rebrotamento após
anelamento ou corte. Deste modo, faz-se necessária a marcação exata dos locais,
de maneira a viabilizar seu monitoramento contínuo e periódico, procedendo
desbrotas sucessivas, até que a planta morra por exaustão.
além do anelamento ou corte de indivíduos grandes, deverá ser realizada a
erradicação sistemática dos indivíduos juvenis, arrancando-os com raiz; e
as áreas onde se realizarem procedimentos de controle e erradicação deverão ser
periodicamente monitoradas efetuando-se controle de novos indivíduos que
porventura apareçam.
54
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
II. Lírio-do-brejo (Hedychium coronarium): Tendo em vista o grande potencial invasor
desta espécie herbácea, em especial nos vales úmidos e nas margens de corpos-d’água, é
de vital importância que todos seus indivíduos sejam arrancados, evitando sua dispersão
para as outras áreas. Para tal, são necessários os seguintes procedimentos:




todas as touceiras de lírio-do-brejo deverão ser arrancadas, sendo acondicionadas
em saco fechado durante o arranquio;
caso as touceiras não apresentem frutos, pode-se abandonar a parte aérea no local
e transportar apenas seus rizomas para posterior incineração ou compostagem.
Caso os indivíduos apresentem frutos, estes deverão também ser retirados da área
protegida;
O monitoramento de controle desta espécie deverá ser permanente, tendo em vista a
dificuldade de sua erradicação. O arranquio sucessivo de novos indivíduos deverá
ser rotina constante durante ações de fiscalização da área protegida; e
As áreas onde foram desencadeadas as atividades de erradicação, pela sua
especificidade ecológica, devem ser deixadas ao encargo da regeneração natural
para restaurarem-se.
III. Taiá (Colocasia esculenta), trombeta (Brugmansia suaveolens) e outras: Estas
espécies e todas as outras espécies exóticas que se apresentem estabelecidas ou
invasoras na RTRC deverão ser erradicadas, por competirem por recursos com a
vegetação nativa causando desequilíbrios nos locais onde se estabelecem ou invadem.
Deste modo, todos os indivíduos destas espécies que forem encontrados na área
protegida deverão ser cortados ou arrancados. Para tal, são necessários os seguintes
procedimentos:




o corte ou arranquio deverá ser realizado procurando-se causar o menor impacto
possível à vegetação nativa;
todos os funcionários envolvidos deverão estar utilizando os equipamentos de
proteção individual necessários às diferentes atividades de controle e deverão ser
treinados por técnico responsável antes dos procedimentos;
os locais onde foram cortados ou arrancados indivíduos de espécies exóticas
invasoras ou estabelecidas devem ser monitorados periodicamente para a contenção
de rebrotas e remoção de novas infestações; e
O monitoramento de controle destas espécies deverá ser permanente.
Recomendações para a erradicação e o controle de espécies exóticas invasoras:






outras espécies com potencial invasor detectadas durante atividades de manejo no
interior dos remanescentes naturais ou em áreas de recuperação também deverão
ser erradicadas;
é necessária licença do órgão ambiental para supressão de vegetação em
propriedades rurais, mesmo se tratando de espécies exóticas invasoras;
necessário treinamento dos funcionários para reconhecimento das espécies;
necessário treinamento para uso da motosserra e corte de árvores;
necessário uso de equipamentos de proteção individual em todas as atividades
relacionadas; e
obrigatório acompanhamento de técnico responsável, nas primeiras fases de
procedimentos.
55
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
4.3.4
Sociedade Chauá, 2013
Programa de Pesquisa
Objetivo Geral:
geração de conhecimento sobre flora, fauna, conservação ambiental e
todas as ciências correlatas, pertinentes na área protegida.
Atividades e normas:
A seguir são listados alguns dos projetos de pesquisa considerados prioritários para a área
protegida. Além destes, outros estudos científicos também poderão ser aceitos e todos
deverão seguir os seguintes procedimentos:










submeter o projeto à aprovação dos proprietários;
solicitar junto ao órgão ambiental competente a autorização para desenvolvimento da
pesquisa, quando for caso;
respeitar o zoneamento e normas previstas neste plano de manejo;
não serão admitidos danos e/ou perturbações a plantas e animais durante as
pesquisas;
marcar com antecedência a excursão a campo, em acordo com o responsável pela
área protegida, bem como solicitar autorização de uso de alguma infraestrutura caso
haja tal necessidade;
providenciar seguro de vida para eventuais acidentes ocorridos durante a realização
da pesquisa;
utilizar equipamento de proteção individual (EPI) adequado ao tipo de pesquisa
realizado (mínimo necessário: luvas de couro, botas de borracha, perneiras, óculos
de segurança);
nunca efetuar excursões a campo sem acompanhante (mínimo de duas pessoas);
preferencialmente ser acompanhado por um funcionário da área protegida, ao menos
nas primeiras visitas de reconhecimento; e
fornecer à área protegida, para o estabelecimento de um acervo, uma cópia
impressa dos resultados na forma de um relatório, assim como artigos e livros, caso
os dados resultantes sejam publicados.
Infraestrutura disponível:
Atualmente ainda não existe infraestrutura para apoio às atividades de pesquisa. Com a
construção da casa-sede de administração do complexo de RPPNs do qual a RTRC faz
parte, haverá possibilidade de alojamento paras pesquisadores próximo à RTRC, desde que
devidamente autorizado com antecedência pelo proprietário, e que sigam rigorosamente
todas as normas internas de uso. A limpeza dos locais utilizados será de responsabilidade
do(s) pesquisador(es).
Projetos sugeridos:
Abaixo são apresentadas as pesquisas básicas necessárias, a serem desenvolvidas
prioritariamente na área protegida. Outras linhas também poderão ser desenvolvidas.
I.
Estudos de Riqueza, Estrutura e Ecologia da Flora na Área Protegida
Objetivo:
caracterizar qualitativa e estruturalmente os diferentes tipos de vegetação da
área protegida
Atividades e normas:

caracterização fitossociológica das comunidades florestais, abrangendo as diferentes
fases sucessionais e enfocando a situação de ecótono;
56
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro








Sociedade Chauá, 2013
estudo da dinâmica florestal através de parcelas permanentes;
inventário de quantificação do carbono imobilizado pela floresta;
inventário florístico de longa duração, com vistas a abranger a maior parte da flora
existente na área protegida;
caracterização florística e fitossociológica das comunidades epifíticas;
caracterização florística e fitossociológica das comunidades rupícolas, sobretudo nas
taipas;
estudos taxonômicos dirigidos a famílias botânicas de maior complexidade como
Myrtaceae, Melastomataceae, Lauraceae e Orchidaceae, entre outras;
estudos de dinâmica populacional e autoecologia de espécies-chave na floresta,
assim como de taxa ameaçados de extinção; e
todos os projetos deverão seguir critérios científicos e sua execução dependerá de
autorização e/ou licença ambiental junto ao órgão competente.
II. Estudos sobre a Restauração Florestal
Objetivo:
avaliar a restauração florestal na RTRC, acompanhando o processo de sucessão
ecológica
Atividades e normas:


implementar estudo da dinâmica de desenvolvimento sucessional da floresta através
do monitoramento de parcelas permanentes; e
é importante que os estudos tenham um caráter permanente com avaliações
periódicas da evolução das áreas.
III. Estudos sobre Espécies Exóticas Invasoras na Área Protegida
Objetivo:
diagnosticar as estratégias e impactos da invasão, além de desenvolver e avaliar
métodos de erradicação e controle de espécies exóticas invasoras
Atividades e normas:



IV.
estudos de ecologia da invasão das diferentes espécies invasoras ou estabelecidas
na área protegida, avaliando intensidade e formas de dispersão, relações com fauna
e flora nativas, e impactos causados;
estudos dos métodos de erradicação e controle de espécies exóticas invasoras,
assim como análise de sua eficiência e de impactos paralelos; e
todos os projetos deverão seguir critérios científicos e sua execução depende de
licença ambiental junto ao órgão competente.
Estudos de Fauna na Área Protegida
Objetivo:
estudar os diferentes grupos de fauna existentes na área protegida,
caracterizando sua riqueza, biologia e dinâmica
Atividades e normas:


realização de inventário ornitológico durante pelo menos um ciclo anual completo,
visando abranger grande parte da riqueza de aves na área protegida;
realização de estudos de ocorrência, estimativa populacional, biologia,
comportamento e monitoramento do pica-pau-cara-canela (Dryocopus galeatus) no
complexo de RPPNs, para a obtenção de informações que embasem estratégias de
conservação da espécie;
57
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro







4.3.5
Sociedade Chauá, 2013
avaliação de outras espécies raras e ameaçadas para verificação de seu status local
em todo complexo de RPPNs, subsidiando ações de manejo que viabilizem a
conservação das mesmas;
inventário da chiropterofauna (morcegos), preferencialmente contemplando todas as
estações do ano;
inventário de pequenos mamíferos terrestres (marsupiais
preferencialmente contemplando todas as estações do ano;
e
roedores),
avaliação das interações entre fauna e flora, para análises de dispersão/predação de
sementes, e recrutamento de novas plântulas;
inventário e ecologia de répteis e anfíbios;
inventário e ecologia da fauna aquática; e
avaliação da riqueza e estado de conservação das populações de meliponídeos.
Programa de Monitoramento
Objetivo:
Monitorar a condição e evolução dos recursos naturais da área protegida;
verificar o andamento das atividades e programas propostos, avaliando
resultados e impactos através de indicadores e metas.
Atividades e normas:
Desenvolver e aplicar um sistema de monitoramento e verificação da qualidade ambiental,
dos impactos das atividades desenvolvidas e da efetividade dos programas propostos na
área protegida. Para tal, apresenta-se os seguintes detalhamentos:
a)
Monitoramento Ambiental:
a.1) Instalar réguas de vazão em trechos estratégicos de rios e córregos da área protegida,
fazendo leituras e registros periódicos sobre os níveis de água (opcional).
a.2) Instalar pluviômetro e sensores de temperatura e umidade relativa do ar na região da
casa-sede do complexo de RPPNs para monitorar o clima na região (opcional).
a.3) Registrar sistematicamente fenômenos meteorológicos como geadas, grandes
tempestades e períodos de estiagem, entre outros.
a.4) Avaliar a evolução das comunidades vegetais nos estágios inicial e médio da
sucessão, verificando seu desenvolvimento estrutural e ingresso de espécies da flora
e da fauna através de monitoramento permanente (opcional).
a.5) Implementar monitoramento constante da fauna através de armadilhas fotográficas
e/ou esforços de captura periódicos, para avaliar melhorias na capacidade de suporte
à fauna da área protegida (opcional).
a.6) Registrar aspectos ambientais relevantes durante as atividades rotineiras de
fiscalização e proteção, como vestígios de animais, nidificação, frutificação de
espécies raras e relações entre fauna e flora de maneira geral, entre outros.
b)
Monitoramento das Medidas e Programas de Manejo:
b.1) Registrar periodicamente, através de fotografias, a área de implementação do
Programa de Restauração Ambiental.
b.2) Registrar vestígios de caça e extração de outros recursos naturais no interior da área
protegida, com local, data e provável origem dos infratores.
b.3) Registrar ações de vandalismo aos recursos naturais ou a infraestrutura da área
protegida, com local, data e provável origem dos vândalos.
58
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
b.4) Monitorar as áreas de controle e erradicação de espécies exóticas invasoras,
quantificando rebrotas e ingresso de indivíduos (também em áreas novas).
b.5) Registrar a ocorrência de focos de incêndio dentro e no entorno da área protegida,
fazendo breve relato de sua origem e seu desfecho.
b.6) Registrar a ocorrência de focos de erosão, assim como avaliar a restauração dos
focos remediados em trilhas.
b.7) Avaliar as condições das trilhas existentes na área, planejando sua utilização e
definindo locais criticamente afetados ou passíveis de erosão.
b.8) Registrar a invasão de animais domésticos na RTRC, com data, local e origem.
b.9) Monitorar toda a infraestrutura do complexo de RPPNs, relatando degradações e
necessidade de manutenções.
c)
Revisão do Plano de Manejo:
c.1) Com base nos indicadores levantados, assim como na experiência adquirida e nos
resultados de pesquisas científicas, o presente plano de manejo deve ser
periodicamente revisto e readequado; e
c.2) A revisão do plano de manejo deve ser realizada em intervalos de cinco anos, de
forma a manter a gestão e o manejo atualizados de acordo com os cenários futuros.
Recomendações para o monitoramento:








4.3.6
a elaboração de um sistema de monitoramento deve ser feita por um conselho gestor
constituído pelos proprietários, instituições parceiras e técnicos habilitados,
prevendo-se a análise semestral ou anual, por parte desse conselho, das atividades
desenvolvidas;
a área protegida deverá contar com um diário onde serão registradas informações
gerais resultantes do monitoramento;
deverão ser elaboradas fichas específicas de fácil preenchimento para determinados
aspectos de monitoramento como no caso do acompanhamento do nível dos
córregos, da pluviosidade, da ocorrência de espécies exóticas invasoras, etc.;
alguns itens de monitoramento devem ser implementados em parceria com
instituições de pesquisa, especialmente aqueles que demandem técnicos com
conhecimento específico;
detectar impactos e atribuir-lhes parâmetros de intensidade;
verificar se a intensidade do impacto não altera a qualidade ambiental da área
protegida ou se está interferindo de forma negativa na mesma;
definir medidas potencializadoras, mitigadoras ou anular o impacto dentro da área
protegida; e
ao final do ano, deverá ser elaborado um relatório com resultado do monitoramento.
Programa de Comunicação
Objetivo:
utilizar diferentes formas e meios de comunicação e relações públicas para
atingir os objetivos de conservação da área protegida, assim como viabilizar
seus programas de manejo.
Atividades e normas:

estabelecer contato constante com os responsáveis pelo policiamento ambiental na
região, favorecendo ações rápidas e efetivas de repressão a possíveis crimes
ambientais;
59
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro








4.3.7
Sociedade Chauá, 2013
realizar levantamento de instituições de pesquisa potenciais e estabelecer contato
apresentando a área protegida, suas potencialidades e normas de pesquisa, no
sentido de fomentar o programa de pesquisa;
estabelecer contato com a secretaria municipal da educação, visando estabelecer
parceria na educação ambiental das crianças do município;
criar uma logomarca do complexo de RPPNs, para ser usada em uniformes, folhetos
e outros;
criação de um link na rede mundial de computadores, visando divulgar o exemplo de
conservação do complexo de RPPNs, além de seus atributos naturais;
elaborar um folheto sobre o complexo de RPPNs, para divulgar seus objetivos de
conservação e seus programas de manejo;
distribuir materiais informativos às prefeituras e moradores do entorno;
realizar matérias em jornais e revistas, assim como na TV ou mesmo no rádio; e
participar de eventos, redes e fóruns de discussão sobre assuntos ligados a
conservação da natureza e educação ambiental expondo o caso da RPPN Taipa Rio
do Couro, buscando formas de interação entre iniciativa privada, sociedade civil
organizada e proprietários de áreas protegidas.
Programa de Visitação
A visitação somente poderá ser implementada na RTRC quando forem cumpridas as
seguintes premissas: I) implementação do traçado completo da Trilha da Taipa; II)
viabilização de acesso autorizado pela estrada da Vontroba; III) redução nas atividades de
caça e porte de armas na região, com consequente aumento da segurança dos visitantes.
No cenário atual, o programa de visitação é de importância secundária para a RTRC e só
será implementado caso os proprietários da área protegida o julguem necessário para os
cumprimentos de seus objetivos específicos na eventual mudança de cenário descrita no
parágrafo anterior. Assim, caso a visitação seja de fato implementada, ainda que em níveis
reduzidos, as diretrizes e normas apresentadas adiante devem ser seguidas com rigor.
4.3.7.1 Visitação para fins de Conservação
Objetivo:
apresentar a RTRC para pessoas que apoiam financeiramente seus programas
de manejo e também o plano de ampliação de áreas protegidas no entorno,
visando incentivar e demonstrar a importância de seu apoio.
Atividades e Normas:
Tendo em vista a elevada quantia de recursos necessária para o manejo de conservação da
área protegida, assim como para as ações previstas no seu entorno, é relevante a visitação
de apoiadores efetivos ou potenciais para conhecer as áreas com as quais estão ou estarão
contribuindo. Para que estas atividades esporádicas decorram na normalidade, devem ser
seguidas as seguintes diretrizes:




os grupos de visitantes devem ser pequenos e estar obrigatoriamente
acompanhados por um responsável pela gestão da RTRC, assim como de um
guarda-parque;
as visitas deverão se efetivadas apenas por agendamento prévio;
manter controle da visitação, por meio de um cadastro; e
estabelecer e comunicar regras de comportamento e segurança.
60
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
4.3.7.2 Ecoturismo
Objetivo:
proporcionar aos visitantes oportunidades recreativas que propiciem integração
com o ambiente natural e conscientização ambiental.
Atividades e Normas:
A RTRC possui atrativos significativos para sustentar atividades de ecoturismo. No entanto,
este só poderá ser viabilizado na área protegida quando houver estrutura adequada e
principalmente segurança aos visitantes. Enquanto houver dificuldade de acesso, elevada
quantidade de caçadores e também registros freqüentes de violência na região, nenhuma
atividade de ecoturismo deverá ser efetivada. Caso este cenário se modifique, em longo
prazo poderá ser explorado o ecoturismo de baixo impacto com numero controlado de
visitantes na zona de visitação da RTRC. Este se configurará em passeios pela Trilha da
Taipa e, eventualmente, na Trilha do Rio Monjolo.
As atividades deverão ser realizadas somente após serem repassadas orientações de
segurança no centro de visitantes (casa-sede de administração do complexo de RPPNs).
Dentro das atividades de ecoturismo, serão necessárias as premissas listadas a seguir:









4.3.8
não haverá estruturas facilitadoras para a visitação, sendo permitido apenas o
ecoturismo rústico e de baixo impacto;
pela dificuldade das trilhas não serão permitidos grupos de crianças, sendo as
atividades ecoturísticas recomendadas apenas para jovens e adultos;
os grupos de visitantes devem obrigatoriamente estar acompanhados de guia
profissional e de um guarda-parque;
as visitas deverão se efetivadas apenas com agendamento prévio;
manter controle da visitação, por meio de um cadastro;
instalar placa informativa sobre os atrativos, contendo informações (medidas de
segurança, extensão, tempo de duração, grau de dificuldade, necessidade de
supervisão e um croqui para localização);
instalar placas de sinalização no percurso desde a localidade de Itaió até a casasede do complexo de RPPNs, indicando a distância ou tempo restante;
padronizar todas as placas de modo que se integrem com o ambiente natural; e
estabelecer e comunicar regras de comportamento relativas a estacionamento,
ruídos, destinação do lixo e outros.
Programa de Relacionamento e Conscientização da Comunidade do Entorno
Objetivo:
criar um relacionamento de respeito e parceria com a comunidade do entorno,
conscientizando os moradores sobre as questões ambientais e incentivando o
estabelecimento de práticas conservacionistas.
Atividades e normas:
Atividades que se destinam à disseminação de conceitos conservacionistas na região são:



reconhecer as diferenças quanto a habilidades, interesses, necessidades e formas
de uso dos recursos naturais entre homens e mulheres, considerando diferentes
faixas etárias, classes sociais e etnias, para definir formas e estratégias de
aproximação com as populações do entorno da área protegida (IBAMA/GTZ, 2001);
identificar parceiros potenciais já simpatizantes com as questões ambientais na
comunidade do entorno, que possam ser multiplicadores da causa conservacionista;
implementar ação de conscientização ambiental com os simpatizantes identificados,
procurando torná-los parceiros da área protegida;
61
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro










Sociedade Chauá, 2013
manter um processo sistemático de conversas informais (por exemplo, uma vez a
cada 6 meses) com proprietários e/ou moradores do entorno, visando informá-los
sobre o status da área protegida e as razões que levaram à transformação em
RPPN, resultados alcançados e atividades realizadas na área;
estabelecer um cadastro de informações levantadas sobre as propriedades de
entorno durante as conversas informais, visando identificar possíveis pressões à
RPPN. Para isso pode ser elaborado um questionário simples para levantamento de
dados, que será preenchido durante ou logo após cada conversa, contendo:
atividades realizadas atualmente em cada propriedade, atividades planejadas para
curto e médio prazo, número de funcionários em cada área, entre outros.
realizar periodicamente um almoço de integração entre os principais proprietários e
moradores do entorno do complexo de RPPNs. Para essa reunião, deverão ser
planejadas, além do almoço em si, apresentações do projeto, das atividades
executadas, de resultados das pesquisas realizadas no local, além de atividades de
percepção e sensibilização a serem realizadas com os participantes do almoço, que
poderão caminhar pelas trilhas implantadas, por exemplo, ou realizar alguns jogos
cooperativos, visando disseminar conceitos de conservação e propiciar a reflexão
sobre as relações e interações existentes entre a sociedade e a natureza.
desenvolver ações educativas junto às escolas do entorno, permitindo o contato
indireto com os aspectos relevantes do complexo de RPPNs, viabilizando o
entendimento da dinâmica dos ciclos biogeoquímicos, gerando a noção de
pertencimento ao meio ambiente, a sensibilização e a compreensão da importância
de se conservar os recursos naturais;
trabalhar abordagens que gerem interesse e a curiosidade pelo meio ambiente como
estratégia de conscientização, evitando argumentos que prezem pela
problematizarão, buscando a formulação participativa de alternativas factíveis para
os problemas que se apresentarem;
realizar exposição com painéis interpretativos nas escolas do entorno para estimular
o entendimento da dinâmica e interação/interdependência da fauna e flora na região
e a importância da conservação da natureza;
desenvolver projetos de educação continuada de alunos e professores sobre a
questão ambiental;
organizar palestras e cursos educativos para estudantes do entorno, orientando-os
na implantação de alternativas de renda compatíveis com a conservação ambiental e
salientando a importância de manejar corretamente os recursos naturais;
identificar moradores que não possuem nenhuma preocupação ambiental, sendo
inclusive infratores por caça, desmatamento e outras atividades ilegais. Viabilizar a
visitação com ação educativa destes moradores, que deverá ser realizada pela
Polícia Ambiental, por fiscais do IBAMA e/ou da FATMA; e
o programa deve também ser implementado na margem direita do rio Itajaí do Norte.
Recomendações para o programa de relacionamento com a comunidade do entorno:




as conversas devem ser realizadas de forma natural, amigável e sem impor ideias;
a coleta de dados deve ser realizada de maneira discreta e transparente, evitando
desconfiança e mal entendidos;
os materiais elaborados, assim como as apresentações a serem realizadas na
reunião de integração, devem ter linguagem simples de fácil compreensão; e
as atividades de percepção e sensibilização devem ser realizadas por educador
experiente, de maneira a maximizar os resultados a serem alcançados.
62
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
4.4 Projetos específicos
4.4.1
Manejo de Trilhas
Com a finalidade de viabilizar a implementação de alguns dos principais programas e
medidas de manejo da área protegida é apresentado a seguir o detalhamento do manejo de
trilhas da RPPN Taipa Rio do Couro. A trilhas existentes ou potenciais para a RTRC foram
avaliadas de acordo com sua posição geográfica e seus aspectos biofísicos, sendo em
seguida classificadas por categoria de uso, além de terem listadas suas deficiências e
potencialidades. A seguir são descritos princípios e ações a serem seguidas na implantação
e no manejo de conservação das trilhas da área protegida, de acordo com Lechner (2006).
4.4.1.1. Princípios
Segundo Lechner (2006), é preciso sempre compreender de forma clara os princípios
básicos relacionados às trilhas, que são:






entender as oportunidades e as limitações da área protegida e da trilha;
conhecer os objetivos da área protegida e da trilha;
avaliar o local realizando análises do sitio;
desenhar mapas, fazer notas para a construção, demarcar traçados;
implementar; e
monitorar e dar manutenção.
4.4.1.2. Definição do Traçado Ideal
A implantação de uma trilha em ambientes naturais de uma área protegida representa uma
perturbação que pode trazer relevantes impactos negativos caso aspectos básicos não
sejam observados na definição do traçado.
O desenho de um traçado é delimitado pelos pontos de controle. Estes são: o ponto inicial, o
final, e vários outros intermediários que determinam a direção e as curvas da trilha. Existem
duas categorias de pontos de controle intermediários. Os limitantes são aqueles que
obrigam a trilha a tomar determinada direção para desviar de áreas frágeis como várzeas,
nascentes, trechos demasiadamente inclinados e entorno de rios, entre outros. Os pontos
de controle atrativos são os que atraem o traçado da trilha por representarem elementos de
interesse para visitantes, como cachoeiras, paisagens e árvores centenárias, entre outros.
A topografia deve ser a preocupação central na construção ou readequação de qualquer
trilha. A declividade da trilha e a inclinação do terreno possibilitarão a drenagem e a
condução de água. No entanto, se a trilha for mal planejada e/ou instalada, a topografia
acarretará na erosão excessiva e no desmoronamento da trilha.
O escoamento superficial é o caminho percorrido pela água ao descer o terreno, devendo
ser observado no planejamento de uma trilha. Se a trilha implantada acumular água,
provavelmente será arrancada de sua posição pré-definida quando houver uma chuva muito
forte, abrindo valetas na trilha e inviabilizando sua utilização. O acúmulo de água em certos
pontos sem o dimensionamento de passagens adequadas pode gerar sulcos e até
voçorocas. Isto sem falar na alteração do fluxo hídrico na parte inferior da trilha, o que pode
influenciar a dinâmica de fauna e flora. O desenho das trilhas deve manter ou manejar de
forma menos impactante possível o escoamento superficial (Fig. 4.2).
63
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
Fig. 4.2: Escoamento superficial no terreno e sobre uma trilha (LECHNER, 2006).
A seguir são descritas algumas premissas para a definição de traçados de trilhas:









deve ser mantida uma zona-tampão (mínimo de 30 m) entre a trilha e corpos-d’água
ou áreas úmidas, para evitar degradação do solo e dos recursos hídricos, assim
como perturbações à vida silvestre;
evitar travessias de rios, mas, quando necessário, o fazer em ângulos retos e no seu
ponto mais estreito;
a trilha jamais deve subir perpendicularmente às curvas de nível, devendo ser
escolhido um traçado de ascensão variando de paralelo a oblíquo;
medir as inclinações dos trechos erodidos em trilhas já existentes, visando obter a
informação de uma inclinação máxima aceitável para as trilhas novas e também nas
readequações das trilhas antigas;
características do solo, do regime de chuvas e da cobertura vegetal também devem
ser consideradas na definição da inclinação máxima aceitável;
o ideal é que a declividade ótima da trilha represente um terço da inclinação do
terreno por onde está passando, no caso de locais com topografia acidentada;
prever áreas de descanso a intervalos regulares, as quais deverão apresentar
declividades baixas;
no caso de utilizar antigas estradas como trilhas, deve-se analisar criteriosamente se
o traçado antigo é apropriado, podendo haver desvios da nova trilha, de modo a
evitar trechos mal planejados da estrada; e
durante a análise de sítio, planejamento e definição do traçado deverão ser utilizados
equipamentos como: caderno de notas, câmera, bússola e clinômetro.
4.4.1.3. Componentes Básicos da Trilha
Não se pode falar em trilhas sem a adequada identificação de seus vários componentes,
representados na Fig. 4.3 e na tabela 4.1 a seguir.
64
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
Fig. 4.3: Terminologia básica das trilhas (adaptado de LECHNER, 2006).
Tabela 4.1: Definições e especificações dos componentes das trilhas na RPPN Taipa Rio do Couro.
Componente
Definição
Linha central
Centro da trilha
Piso
Superfície sobre a qual é realizada
a caminhada
Corredor
Espaço do entorno da
ocupado pelos caminhantes
Inclinação
natural
Talude superior
Borda crítica
Inclinação
lateral
Escoamento
superficial
Declividade
Especificações

trilha,
Desenho original da encosta
cortada pela trilha
Parte superior da encosta que foi
cortada para a construção da trilha
Limite inferior da beira da trilha,
oposto ao talude superior
Inclinação do piso da trilha no
sentido da encosta
Padrão de drenagem superficial
Inclinação no sentido do traçado da
trilha














linha de marcação com estacas no caso
de implementação de novos traçados
0,8 a 1,2 m de largura
retirar o material orgânico
compactar o solo homogeneamente
1,40 m de largura
2,5 m de altura
o espaço com as medidas acima
especificadas deverá ser mantido limpo
através de podas e roçadas
árvores não deverão ser cortadas
procurar manter a mesma inclinação
natural no entorno da trilha
o talude superior deverá ter inclinação
suave para manter estabilidade da trilha
não pode ser mais elevada que o piso
da trilha
recomendado 3% de declividade
a trilha não deve formar barreiras para
o escoamento da água
até 20 %
evitar trechos completamente planos
4.4.1.4. Construção ou Readequação de Trilhas
Após a análise de sítio e o planejamento criterioso do traçado, deverão ser seguidos os
seguintes passos para a construção ou readequação de trilhas (LECHNER, 2006):
a)
Marcação do traçado:
A marcação do traçado geralmente é feita com estacas de madeira ou bambu, ou ainda com
fitas coloridas que vão sendo amarradas em galhos e troncos. Deve-se procurar demarcar
sempre o que será a linha central da trilha.
65
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
b)
Sociedade Chauá, 2013
Limpeza:
É o primeiro passo na implantação efetiva da trilha. Na região onde será o seu piso
pequenos arbustos e arvoretas poderão ser retirados, assim como a cobertura vegetal
herbácea. Árvores deverão ser poupadas, fazendo desvios ou, em último caso, permitindo
que componham o próprio traçado da trilha, desde que de forma esparsa. A área do
corredor deve ser livre de galhos que impeçam a circulação desimpedida dos pedestres. Os
galhos devem ser podados o mais próximo do tronco possível. Xaxins e plantas jovens de
árvores ameaçadas de extinção deverão ser transplantados para fora do corredor da trilha,
não sendo permitida sua supressão.
c)
Implantação da Trilha:
A partir da linha central deve ser estabelecido o limite lateral do piso na encosta superior da
trilha. Usando um enxadão ou picareta, é raspada uma linha que indica o limite superior do
piso (fig. 4.4). Em seguida define-se o limite inferior da trilha. Definidos os limites do piso
inicia-se a remoção da serapilheira (folhas e matéria orgânica semidecomposta) e das
raízes. O trabalhador deve utilizar ao máximo a área do futuro piso, evitando impactos nas
laterais da trilha. Após a retirada dos materiais orgânicos deve-se dar forma ao nível da
trilha e, em seguida efetua-se o corte do talude superior procurando-se manter seu formato
original sempre que possível.
Por fim, deve-se dar forma ao piso da trilha conferindo-lhe a inclinação lateral adequada e
também ajustar a vertente abaixo da trilha, a partir de sua borda. A borda critica deve ser
arredondada e limpa de forma a não permitir a retenção de água.
Fig. 4.4: Etapas para a formação, suavização do talude e regularização do piso
(LECHNER, 2006).
4.4.1.5
a)
Estruturas para Manejo de Água
Vala de drenagem:
A vala de drenagem é uma das melhores estruturas isoladas para o manejo e a condução
da água, desde que concebida, construída e mantida adequadamente. Devem ser
selecionados pontos estratégicos para sua instalação.
Em muitos casos, as mais eficientes valas de drenagem são construídas nas reversões das
declividades e dos drenos naturais porque representam canais naturais de drenagem.
As valas de drenagem devem ser dispostas ao longo de toda a extensão da trilha e não
apenas nos locais mais baixos. Com base em Lechner (2006), as valas de drenagem devem
ser construídas em seis etapas, de acordo com a fig. 4.5.
66
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
As dimensões da vala de drenagem dependem da declividade (Tabela 4.2). A medida em
que esta aumenta, a rampa superior fica maior, a valeta deve ser mais profunda, e a rampa
inferior precisa ser mais inclinada e curta.
Esta intensificação nas medidas se destina a tornar a vala apta a receber e aguentar
adequadamente a água que vem em maior velocidade devido à inclinação.
Tabela 4.2: Dimensões necessárias para valas com relação à declividade do terreno (LECHNER, 2006).
Declividade
3%
9%
15%
Comprimento da
rampa superior
3%
9%
15%
Comprimento da
rampa inferior
100 cm
85 cm
74 cm
Profundidade
da vala
12 cm
23 cm
33 cm
Fig. 4.5: Passos para implantação de valas de drenagem (LECHNER, 2006).
b)
Condução e cruzamento da água:
Em locais onde a trilha cruza nascentes, drenagens intermitentes ou pequenos córregos,
torna-se necessária a construção de bueiros. Estes podem ser construídos de diversos
materiais como pedra, cimento ou plástico. O tamanho do bueiro depende do tamanho da
drenagem que vai receber as águas direcionadas para o bueiro. De um modo geral, bueiros
muito pequenos tendem a entupir e causar problemas graves. Os bueiros devem ser
dispostos com uma inclinação razoável que viabilize a passagem da água e de entulhos.
A abertura de drenagem deve ser grande o suficiente para permitir sua limpeza e
manutenção. Suas paredes devem ser construídas nas entradas e saídas de fluxo, para
prevenir erosão, principalmente durante a ocorrência de águas torrenciais. Elas devem ter
67
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
um ângulo de cerca de 30º e ser compridas o suficiente para estabilizar as paredes do canal
natural de drenagem. Uma vez que a estrutura de drenagem tenha sido criada, esta deve
ser coberta com 150 a 300 mm do mesmo material da superfície da trilha.
4.4.1.6
a)
Outras Estruturas da Trilha
Degraus e escadas:
Estas estruturas são usadas frequentemente quando não é possível evitar áreas íngremes
ou para atenuar uma trilha já implantada de forma irregular. Em geral, nas declividades
superiores a 20% as escadas tornam-se uma opção bastante necessária, facilitando a
passagem e evitando processos erosivos. Dois fatores são importantes quando se
constroem escadas: a altura e a largura dos degraus.
De acordo com Lechner (2006), a altura e a largura, quando somadas, devem resultar num
valor entre 38 e 46 cm. Em geral no início e no fim das escadas são construídas as
plataformas, que são áreas muito largas e compridas. Estas podem ser usadas como zonas
de descanso, principalmente em escadarias muito longas.
O melhor material para construir escadas são as pedras, devido a sua durabilidade e
estabilidade, desde que corretamente instaladas. Elas devem ser pesadas (entre 40 e 90 kg)
e muito bem apoiadas. Na falta de pedras grandes, os degraus podem ser escavados na
própria terra, sendo sua borda protegida por tábuas fixadas por estacas.
b)
Pontes e travessias sobre água:
No que se refere ao modelo e aos materiais constituintes, as pontes podem variar bastante,
dependendo do ambiente onde serão instaladas, do zoneamento da área protegida, do perfil
dos usuários e também dos recursos disponíveis.
Por este motivo é necessária uma análise cuidadosa dos fatores de influência acima
descritos, para que a ponte atenda os objetivos de acessibilidade ao usuário, redução nos
impactos ambientais e sustentabilidade da estrutura em longo prazo. A seguir são
apresentados alguns procedimentos importantes a serem considerados na construção de
pontes (LECHNER, 2006):








avaliação do regime hidrológico do curso d’água a ser transposto, a ponte dever ser
mantida acima do nível d’água máximo atingido nas épocas mais chuvosas;
avaliação das características das margens ou de áreas aterráveis para a ponte;
as margens devem ser preparadas ou reforçadas com rochas ou gabiões para
proteger os aterros ou fundações da ponte (quando for o caso);
no corpo d’água deve ser escolhido o trecho mais estreito e profundo, para reduzir o
vão da ponte ao mínimo, assim como para minimizar a necessidade de elevação da
estrutura em relação ao nível máximo da água;
devem ser utilizadas preferencialmente pedras na construção das fundações da
ponte ou da base de seu aterro;
as fundações devem ser maciças e planejadas para suportar esforços grandes e
constantes provocados pelo fluxo da água (quando for o caso);
a estrutura da ponte pode ser constituída por toras ou toretes de eucalipto tratado,
sobre a qual será construído o piso; caso haja disponibilidade de madeira com boa
durabilidade oriunda do controle de espécies exóticas na própria área protegida, esta
também pode ser utilizada na estrutura da ponte;
sobre a estrutura devem ser fixadas tábuas tratadas de 5 a 10 cm de largura, para
formar o piso da ponte;
68
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro


4.4.1.7
Sociedade Chauá, 2013
pontes com vãos maiores que cinco metros ou que tenham que suportar veículos
motorizados deverão ser projetadas por engenheiros qualificados. O mesmo se
aplica às pontes pênseis; e
todas as pontes da área protegida devem ser inspecionadas com regularidade em
intervalos não superiores a seis meses.
Monitoramento e Manutenção das trilhas
O sistema de monitoramento e manutenção leva em conta avaliações periódicas e a
prioridade de proteção dos recursos naturais, além de questões de segurança, condições da
utilização da trilha, recursos financeiros disponíveis, necessidades dos usuários e relação
entre custo e benefício.
As técnicas de manutenção devem ser simples, para viabilizar o trabalho financeira e
logisticamente. A seguir são apresentados os principais serviços necessários à manutenção
de trilhas (LECHNER, 2006):








manutenção do talude da trilha, reduzindo a erosão e evitando a deposição de
sedimentos sobre seu piso;
remoção de ressaltos, vegetação e outros obstáculos que tenham se estabelecido na
borda crítica, visando restabelecer os padrões naturais de drenagem;
a limpeza de valas, barreiras de água e bueiros é também muito importante para
manter a drenagem eficiente;
podas de limpeza na área do corredor, evitando que usuários contornem obstáculos
na trilha desviando de seu traçado original, alargando e causando colapso no piso;
corrigir trechos comprometidos por acúmulos de água;
manter sustentação e drenagem de escadas e degraus;
tratar periodicamente com impermeabilizantes as estruturas e pisos de pontes e
passarelas, de maneira a prolongar a sua durabilidade; e
apenas retirar a serapilheira (folhas e galhos secos) quando esta estiver propiciando
a retenção de água no piso da trilha.
A manutenção das trilhas deve ser realizada a cada quatro meses, de modo que se possa
restabelecer e/ou manter os padrões específicos definidos para cada componente das
trilhas na área protegida.
Deve ser elaborado um banco de dados para registrar as necessidades de intervenções,
local onde será realizado o trabalho e a quantidade de mão-de-obra, além dos materiais e
ferramentas necessárias. Desta forma tem-se uma estimativa de custo para o sistema de
manutenção. As atividades futuras deverão ser previstas no plano orçamentário anual da
área protegida.
4.4.1.8
Normas Gerais de Uso
As seguintes regras deverão ser seguidas para o uso e manutenção adequados das trilhas
da RPPN Taipa Rio do Couro:



não será permitido o acesso de animais domésticos ao longo das trilhas;
em períodos de pluviosidade intensa as trilhas deverão permanecer interditadas à
circulação, até que a água tenha sido adequadamente drenada de seus pisos;
os trechos em que o traçado de trilha segue sob paredões rochosos de taipas devem
ser avaliados e monitorados quanto ao risco de queda de rochas que possam causar
acidentes a usuários; o uso de capacete de segurança pode ser recomendável.
69
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
4.4.1.9
Sociedade Chauá, 2013
Descrição e Aspectos de Manejo das Trilhas da RPPN Taipa Rio do Couro
A análise das trilhas existentes e potenciais na RPPN Taipa Rio do Couro, assim como de
suas condições e ambiente onde se localizam, permitiu a identificação de potencialidades e
deficiências que precisam ser manejadas para o devido atendimento aos objetivos da área
protegida. As trilhas existentes são apresentadas no Mapa Base (Anexo 9).
Considerando aspectos como topografia, dificuldade, obstáculos, riscos de erosão (linhas de
drenagem e escorrimento de água), fragilidade ambiental do entorno, atrativos, localização
estratégica, público e uso potencial, as trilhas foram descritas e classificadas, recebendo
diretrizes de manejo específicas.
a)
Trilha da Taipa (traçado existente)
O traçado existente da Trilha da Taipa é representado por uma picada precária que inicia na
propriedade vizinha a leste nas proximidades da divisa e segue por cerca de 370 m na
direção oeste, até a extremidade de uma imponente taipa rochosa, na porção mediana da
RTRC. Foi aberta justamente para acessar a formação geológica, tendo em vista seu
aspecto monumental. O traçado atual é discreto e irregular, sendo de difícil visualização em
alguns pontos.
a.1) Análise de Sítio:
Relevo: ondulado, com trechos suave-ondulados.
Usos históricos e situação da área: seu traçado é usado esporadicamente para acessar a
base da taipa rochosa. Atualmente é a única trilha que permite a circulação na RTRC.
Facilidades: cruza a porção central da RTRC sendo estratégica para atividades de manejo e
de visitação.
Fragilidades: atravessa trechos íngremes e com relevo pedregoso.
Atrativos: proporciona acesso à taipa rochosa e a paisagens do rio do Couro.
Segurança: apresenta risco de quedas pela irregularidade do piso e corredor; também existe
o risco de queda de rochas da taipa.
a.2) Planejamento:
Instalações e manejo: Em todo o percurso deve ser feita a padronização do piso e corredor
da trilha, assim como a construção de degraus em trechos íngremes, valas de drenagem e
contenção de focos erosivos.
Características da trilha:



com trechos íngremes e pedregosos;
ida e volta pelo mesmo trajeto; e
extensão aproximada (desconsiderando o ramal norte): 370 m.
Atividades: fiscalização, proteção, restauração ambiental, pesquisa e visitação
Nível de Dificuldade: médio, recomendada para jovens e adultos
b)
Ampliação da Trilha da Taipa (proposta)
A proposta de ampliação da Trilha da Taipa contornando a base da taipa rochosa de modo a
se concretizar um traçado circular se justifica para permitir o acesso adequado para
fiscalização, proteção, pesquisa e visitação na RPPN. O traçado proposto acompanha a a
linha de base do paredão rochoso seguindo por cotas de 560 a 580 m, primeiramente na
70
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
direção norte e depois declinando para leste até encontrar a divisa leste, a qual passa a
acompanhar sentido sul até encontrar o início do traçado já existente da Trilha da Taipa.
Este traçado permitirá explorar adequadamente as potencialidades de atrativos e também
servirá como facilidade de ligação com outro caminho proposto, a Trilha do Rio Monjolo.
b.1) Análise de Sítio:
Relevo: suave-ondulado e ondulado.
Usos históricos e situação da área: a linha de base da taipa rochosa já foi usada como
referência para deslocamentos exploratórios na RTRC, no entanto não existe nenhuma trilha
ou picada no trecho proposto.
Facilidades: possibilitará o adequado acesso a boa parte da porção norte da RPPN,
viabilizando fiscalização, proteção, pesquisa e visitação. Adicionalmente, facilitará um
acesso alternativo à casa-sede do complexo de RPPNs, através da Trilha do Rio Monjolo,
também proposta.
Fragilidades: atravessará áreas relativamente íngremes e pedregosas.
Atrativos: a maior parte de seu traçado acompanhará imponentes paredões rochosos, além
de permitir a visualização de paisagens do vale do rio do Couro.
Segurança: apresenta risco de quedas decorrentes do relevo íngreme, quedas de rochas
dos paredões, e também o risco relacionado à distância e dificuldade de acesso, no caso de
acidentes.
b.2) Planejamento
Instalações e manejo: o traçado deverá ser instalado e manejado dentro dos padrões
estabelecidos neste projeto específico. Em todo o percurso devem existir pontes ou bueiros
na travessia de córregos, degraus nos trechos íngremes, valas de drenagens e placas de
advertência e de sinalização.
Características da Trilha:



Circula pela porção norte da RTRC;
Trajeto circular, não sendo necessário voltar pelo caminho da ida; e
extensão aproximada: 870 m.
Atividades: fiscalização, proteção, pesquisa e visitação.
Nível de Dificuldade previsto: médio, com dificuldade pela extensão; recomendado para
jovens e adultos com bom preparo físico.
c)
Trilha do Rio Monjolo (proposta)
Trilha proposta para oferecer um acesso alternativo para o local da casa-sede do complexo
de RPPNs (próximo à RPPN das Araucárias Gigantes). Adicionalmente permitirá acessar a
margem do rio do Couro a partir da Trilha da Taipa. Seu traçado proposto parte da
extremidade oeste da Trilha da Taipa e desce a encosta na direção noroeste até chegar à
margem do rio do Couro, já nas proximidades da foz do Rio Monjolo. A implantação da trilha
na margem oposta do rio do Couro (fora dos limites da RTRC) depende de acordo com os
confrontantes.
c.1) Análise de Sítio:
Relevo: o traçado deverá priorizar trechos de menor declividade.
Facilidades: possibilitará o acesso ao rio do Couro na extremidade noroeste da RTRC,
viabilizando também acesso alternativo para o local da casa-sede do complexo de RPPNs.
71
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
Fragilidades: atravessará pequenas áreas íngremes e terá seu final na margem do rio do
Couro.
Atrativos: permitirá acesso a paisagens do rio do Couro.
Segurança: apresenta risco de quedas e também o risco relacionado à distância e
dificuldade de acesso, no caso de acidentes.
c.2) Planejamento
Instalações e manejo: a trilha deverá ser implantada dentro dos padrões estabelecidos neste
projeto específico. Em todo o percurso devem existir pontes ou bueiros na travessia de
córregos, degraus nos trechos íngremes, valas de drenagens e placas de advertência.
Características da Trilha:



Cruza a extremidade noroeste da RTRC, para acessar o rio do Couro;
ida e volta pelo mesmo trajeto; e
extensão aproximada: 250 m.
Atividades: fiscalização, proteção, restauração e pesquisa.
Nível de Dificuldade previsto: médio.
4.4.2
Diretrizes para Conservação do Complexo de Áreas Protegidas
Considerando que a RPPN Taipa Rio do Couro faz parte de um complexo de RPPNs
contíguas ou muito próximas entre si, faz-se necessária uma abordagem integrada no
manejo destas áreas protegidas, principalmente pelo fato de todas estarem sob a mesma
gestão. Adicionalmente, outros remanescentes do entorno tem elevado potencial para
conservação e poderão ser adquiridos para este fim no futuro. Deste modo apresentam-se a
seguir algumas diretrizes para orientar ações de manejo integradas de forma a viabilizar a
conservação de todo o complexo de RPPNs situadas na região do rio Itajaí do Norte e do rio
do Couro:
a)



b)

Aquisição de Novas Áreas para Conservação
a aquisição de novas áreas no entorno da RTRC é uma ação prioritária para ampliar
a garantia de conservação e minimizar o risco de perturbações antrópicas;
a aquisição de novas áreas deverá considerar a formação de um bloco compacto e
homogêneo de áreas protegidas, procurando evitar, se possível, a existência de
bordas muito recortadas ou de fragmentos isolados; e
as áreas prioritárias para aquisição são aquelas que se encontram em melhor estado
de conservação, assim como as que apresentam vantagens estratégicas de
conservação por englobarem acessos importantes.
Manejo de Conservação dos Acessos
o Caminho da Pedreira e o ramal da Estrada Geral Dr. Cerqueira são acessos
importantes para o complexo de RPPNs. No entanto, pelas suas condições precárias
e pelo risco de graves processos erosivos, estas deverão ser usadas prioritariamente
por motocicletas, bicicletas e pedestres, sendo necessárias diversas e intensas
ações de conservação como construção de valetas de drenagem, contenção de
focos de erosão, suavização de taludes, restauração ambiental de bordas suscetíveis
a deslizamentos, entre outras.
72
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
c)






d)
Sociedade Chauá, 2013
Construção da Casa-Sede
uma casa-sede para gerenciamento de todo o complexo de RPPNs deverá ser
implantada em frente à RPPN das Araucárias Gigantes. Esta edificação servirá de
base de operações, centro de visitantes e alojamento para todas as RPPNs;
a casa-sede deverá servir como moradia ou alojamento para os proprietários,
devendo haver espaço também para funcionário(s), além de ser o ponto de apoio
para a administração e a implantação dos programas de manejo das áreas
protegidas. A edificação deve prever também o alojamento de pesquisadores e um
espaço mínimo para a recepção de visitantes;
é recomendável que possua, no mínimo, uma varanda ampla, uma sala, um espaço
para armazenamento de ferramentas e materiais, seis quartos, uma cozinha, um
refeitório e pelo menos dois banheiros;
a casa-sede será atendida pela rede elétrica e a água poderá ser bombeada de um
poço ou de uma nascente próxima;
os efluentes deverão ser tratados pelo sistema de filtro de raízes, como descrito mais
adiante; e
a casa-sede deverá contar com móveis e eletrodomésticos necessários para uma
acomodação minimamente confortável.
Infraestrutura necessária à visitação do complexo de RPPNs
A infraestrutura sugerida na casa-sede para a implantação de Programa de Visitação em
algumas RPPNs do complexo é descrita a seguir:




e)
uma área coberta com no mínimo 80m2, equipada com mesas e bancos, que deverá
funcionar não apenas como um Centro de Visitantes, mas como um espaço multiuso,
onde poderão ser realizadas pequenas exposições, palestras, reuniões e onde os
visitantes poderão, se quiserem, realizar piqueniques ou refeições simples. Deverá
ter também no mínimo dois banheiros (um feminino e um masculino);
uma área plana, livre e gramada com aproximadamente 250m2 de área (25m x 10m)
para realização de atividades educativas e jogos.
uma exposição contendo de três a cinco painéis, a serem expostos na área multiuso,
para que os visitantes possam melhor compreender os objetivos do complexo de
RPPNs e conhecer as dinâmicas e os processos naturais da floresta, assim como as
interações e interelações existentes entre os diferentes elementos do ambiente local;
Instalação de lixeiras para coleta seletiva de resíduos em locais estratégicos, que
sejam de fácil visualização e utilização pelos visitantes;
Tratamento de efluentes da casa-sede
Os sanitários e efluentes da cozinha da casa sede deverão estar interligados a um sistema
de estações de tratamento de efluentes (ETE) através do sistema de zona de raízes.
O processo de tratamento por zona de raízes além de possuir um aspecto de canteiro de
flores, tem ausência de cheiro e pode tornar-se um atrativo educativo aos visitantes, por ser
reconhecidamente um tratamento ambientalmente correto.
O sistema de tratamento de esgoto por meio de zona de raízes utiliza um processo de
filtragem física em brita e areia, e um biofiltro constituído pela zona de raízes (Fig. 4.8). Para
sua implantação é necessária a escavação do solo (cava) com uma área pré-estabelecida
para a quantidade de pessoas que utilizarão os banheiros e com 1 metro de profundidade.
73
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
De acordo com Sipinski e Van Kaick (2000), a área para o tratamento de esgoto de uma
estação experimental em Antonina (PR) foi de 1m2 para cada habitante, com profundidade
de 1 m. Dessa forma, imaginando uma utilização inicial média de 15 pessoas usufruindo os
sanitários da RPPN, deverá ser escavada uma cava de 15 m², com profundidade de 1 m. A
cava deve ser impermeabilizada através de revestimento com uma lona plástica de 200
micras de espessura ou de concreto armado. Sobre este revestimento deve ser colocada
uma camada de areia com 40 cm de espessura, e uma camada de brita (brita n. 2) também
com 40 cm de espessura.
Os efluentes deverão ser lançados por meio de uma rede de tubulações perfuradas,
instaladas na superfície da estação, logo acima da camada de brita. Sobre este sistema
deverá se plantar plantas macrófitas, sendo que a mais frequentemente plantada é o copode-leite (Zantedeschia aethiopica), que formarão a zona de raízes. No fundo da ETE, na
extremidade oposta à da entrada dos efluentes, deve haver uma tubulação que coleta o
dejeto já filtrado, lançando-o para fora do sistema por diferença de nível.
Fig. 4.6: Esquema de instalação e funcionamento da ETE por meio de zona de raízes
FONTE: Adaptado de Van Kaick (2002) apud Lemes et al. (2008).
É importante ressaltar que os efluentes devem passar por um tratamento preliminar e
primário antes de serem lançados na ETE por zona de raízes. Deve ser realizada a remoção
dos sólidos grosseiros e de parte da matéria orgânica por sedimentação. Para tal, os
efluentes devem passar previamente por uma caixa de gordura (cozinha) e uma fossa
séptica (sanitários). A ETE por zona de raízes necessita de vistorias e limpezas periódicas
na tubulação da parte superior, bem como na caixa de gordura que recebe os resíduos
provenientes da cozinha. A substituição das plantas também é necessária quando
apresentarem sintomas de intoxicação ou se morrerem após completarem seu ciclo.
O funcionamento do sistema de filtro de raízes se dá através do oxigênio captado pelas
folhas das macrófitas que é levado através do caule até as raízes, não apenas para suprir a
demanda respiratória dos tecidos das raízes, mas também para oxigenar sua rizosfera. A
saída do oxigênio das raízes para o filtro cria condições de oxidação no meio, possibilitando
a decomposição da matéria orgânica (BRIX, 1994 apud LEMES, 2008).
Segundo Van Kaick (2002), para implantar uma ETE por zona de raízes, os custos podem
variar de R$ 500,00 a R$ 1.200,00 por unidade (para 5 pessoas), dependendo do material
utilizado na impermeabilização (lona ou concreto). Para instalação e melhor determinação
de dimensões do sistema é aconselhável a contratação de empresa especializada.
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Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
5
RECOMENDAÇÕES






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6
Sociedade Chauá, 2013
é essencial manter funcionário(s) e colaborador(es) para viabilizar a execução dos
programas de manejo da RTRC, sendo igualmente importante proporcionar
capacitação e condições de trabalho adequadas para estes funcionários;
tendo em vista a considerável biodiversidade regional, é importante apoiar pesquisas
científicas que se enquadrem dentro dos objetivos e que sirvam de base para a
complementação do plano de manejo da área protegida;
ainda que se trate de processo gradual e lento, devem ser voltados esforços para
educar e engajar os moradores do entorno da RTRC em atividades de conservação
ambiental, especialmente contra a caça e extração ilegal de recursos florestais;
a implantação de estruturas e de alguns programas propostos deve ser
acompanhada por profissional qualificado;
a construção de qualquer infraestrutura ou manejo dos recursos naturais da área
deve ter autorização do órgão ambiental e garantir o mínimo de impacto sobre o
ambiente, mediante projeto desenvolvido por um profissional habilitado;
todas as atividades de manejo devem sempre considerar atentamente os limites e
restrições das áreas de preservação permanente definidas por lei; e
o presente plano de manejo deve ser atualizado periodicamente, visando atualizar os
programas e medidas a novos cenários que porventura venham a se concretizar.
Recomenda-se o espaço de tempo de cinco anos entre cada atualização.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da atual situação em que se encontram as fitofisionomias da Mata Atlântica em Santa
Catarina, com sua cobertura original tendo sido significativamente dizimada, é muito
importante que a extensão dos remanescentes da RPPN Taipa Rio do Couro se encontre
atualmente protegida e com possibilidades de ser manejada para melhorar seu estado de
conservação.
Salienta-se que a devida conservação da RPPN Taipa Rio do Couro só será atingida com a
implementação de seus programas, especialmente aqueles mais emergenciais cuja
execução foi indicada já para o 1º. ano no cronograma de atividades (Anexo 1). Como
referencial para o planejamento de manejo da RTRC é apresentado um orçamento estimado
para a implementação das principais atividades de manejo, no Anexo 2.
75
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
7
Sociedade Chauá, 2013
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Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
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Sociedade Chauá, 2013
ANEXOS
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ANEXO 1: Cronograma de atividades de manejo da RPPN Taipa Rio do Couro.
Atividades
Programa de Administração
Subprograma: Sistema de Gestão da Área Protegida
Elaboração do Manual de Procedimentos
Georreferenciamento de Precisão
Instalação de placas de advertência e de informação
Destinação adequada do lixo armazenado
Implementar sistema de comunicação por rádio
Treinamento de funcionário(s) e colaborador(es) para a efetivação dos programas de manejo
Definição de uma rotina emergencial de salvamento e transporte de feridos
Aquisição de equipamentos de proteção individual, adequados a cada atividade desenvolvida
Aquisição de kit de primeiros socorros e reposição do kit de primeiros socorros
Revisão e atualização do Plano de Manejo
Programa de Fiscalização e Proteção
Subprograma: Fiscalização da Área Protegida
Implementação de rotina de fiscalização por rondas na área protegida
Aquisição de materiais necessários: máquina fotográfica, caderneta e caneta
Teste de fiscalização e monitoramento com câmeras (armadilhas fotográficas)
Elaboração de ficha-padrão de ocorrências na área protegida
Organização e atualização de banco de dados de ocorrências
Definição de um procedimento padrão de ação em casos emergenciais
Efetivação de operações conjuntas com a Polícia Ambiental e/ou fiscais do IBAMA ou FATMA
Subprograma: Proteção da Área protegida
Treinamento do(s) funcionário(s) e colaborador(es) em cursos de combate a incêndios
Aquisição de equipamentos de combate a incêndios
Elaboração de plano de emergência no caso de incêndios
Implementar sistema integrado de comunicação e ação
Programa de Restauração Ambiental
Subprograma: Restauração de Florestas
Condução da regeneração natural
Monitoramento da regeneração natural
Subprograma: Erradicação e Controle de Espécies Exóticas Invasoras
Treinamento do(s) funcionário(s) para reconhecimento das espécies
Treinamento do(s) funcionário(s) em procedimentos de erradicação e controle
Aquisição de insumos, ferramentas e equipamentos de proteção individual
Supervisão de técnico experiente nas primeiras etapas
Ano 1
Etapas
Ano 3
Ano 4
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Ano 2
Ano 5
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Atividades
Erradicação de uva-do-japão (Hovenia dulcis)
Erradicação e controle de lírio-do-brejo (H. coronarium)
Erradicação e controle das demais exóticas invasoras
Monitoramento de controle de todas as espécies exóticas invasoras
Programa de Pesquisa
Estabelecimento de contato com instituições de pesquisa interessadas
Formalização de parcerias e definição de regras de conduta com instituições de pesquisa
Desenvolvimento de projetos de pesquisa
Programa de Monitoramento
Elaboração de um sistema de monitoramento
Criação de um diário onde serão registradas informações gerais resultantes do monitoramento
Elaboração de fichas específicas para monitoramento
Contato com instituições de pesquisa para efetivar parcerias no monitoramento
Registro de fenômenos hidrológicos e climáticos
Avaliação da evolução das comunidades vegetais nos estágios inicial e médio da sucessão
Implementação de monitoramento constante da fauna
Registro de aspectos ambientais, erosão, caça, extrativismo, vandalismo e invasão de animais domésticos
Registro de focos de incêndio dentro e no entorno da área protegida
Monitoramento da infraestrutura da área protegida
Elaboração de relatório direto com resultados dos monitoramentos
Programa de Comunicação
Estabelecimento de contato com os responsáveis pelo policiamento ambiental na região
Estabelecimento de contato com o Corpo de Bombeiros
Estabelecimento de contato com os responsáveis dos órgãos ambientais
Estabelecimento de contato com a secretaria municipal da educação
Outras atividades
Programa de Relacionamento e Conscientização da Comunidade do Entorno
Identificar no entorno parceiros potenciais simpatizantes com as questões ambientais
Manter um processo sistemático de conversas com os principais proprietários do entorno
Estabelecer cadastro de informações levantadas sobre as propriedades do entorno
Distribuir aos vizinhos material específico sobre a RPPN
Realizar anualmente almoço de integração entre proprietários do entorno
Desenvolver ações educativas junto às escolas do entorno
Outras atividades
Programa de Visitação
Subprograma: Visitação para fins de Conservação
Subprograma: Ecoturismo
Ano 1
Ano 2
X
X
X
X
X
X
X
Etapas
Ano 3
X
X
X
X
Ano 4
Ano 5
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Na dependência da demanda
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Na dependência da demanda
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Na dependência da demanda
Na dependência da demanda
Na dependência da demanda
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Atividades
Ano 1
Ano 2
Etapas
Ano 3
Ano 4
Ano 5
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Projeto específico: Manejo de Trilhas
Monitoramento e manutenção das trilhas
Manejo: Trilha da Taipa – traçado existente
Padronização do piso e corredor
Implantação de valas de drenagem e degraus
Manejo: Ampliação da Trilha da Taipa
Definição do traçado e padronização do piso e corredor
Implantação de valas de drenagem, degraus e pontes ou bueiros
Manejo: Trilha do Rio Monjolo
Definição do traçado e padronização do piso e corredor
Implantação de valas de drenagem, degraus e pontes ou bueiros
Projeto Específico: Diretrizes para Conservação do Complexo de Áreas Protegidas
Ação: Aquisição de Novas Áreas para Conservação
Ação: Manejo de Conservação dos Acessos
Ação: Construção da Casa-Sede e infraestrutura associada
X
X
X
X
X
Na dependência da demanda
X
X
Na dependência da obtenção de recursos
ANEXO 2: Orçamento estimado para as principais atividades de manejo da RPPN Taipa Rio do Couro.
Atividades
Ano 1
Ano 2
Etapas
Ano 3
Ano 4
Ano 5
Programa de Administração
Sub-programa: Sistema de Gestão da Área Protegida
Elaboração do Manual de Procedimentos
R$ 840,00
Georreferenciamento de Precisão
Instalação de placas de advertência e de informação
R$ 1.000,00
Implementar sistema de comunicação por rádio
R$ 2.000,00
Treinamento de funcionário(s) e colaborador(es) para a efetivação dos programas de manejo
R$ 700,00
Aquisição de equipamentos de proteção individual, adequados a cada atividade desenvolvida
R$ 500,00
Aquisição de kit de primeiros socorros e reposição do kit de primeiros socorros
R$ 120,00
R$ 2.500,00
R$ 2.500,00
R$ 120,00
R$ 120,00
R$ 700,00
R$ 120,00
Revisão e atualização do Plano de Manejo
R$ 120,00
R$ 5.000,00
Programa de Fiscalização e Proteção
Sub-programa: Fiscalização da Área Protegida
Implementação de rotina de fiscalização por rondas na área protegida
R$ 960,00
Aquisição de materiais necessários: máquina fotográfica (opcional), caderneta e caneta
R$ 700,00
R$ 960,00
Aquisição de câmeras fixas para monitoramento e fiscalização
R$ 960,00
R$ 960,00
R$ 960,00
R$ 1.200,00
R$ 1.200,00
R$ 1.200,00
R$ 500,00
R$ 500,00
Sub-programa: Proteção da Área protegida
Treinamento do(s) funcionário(s) e colaborador(es) em cursos de combate a incêndios
R$ 700,00
Aquisição de equipamentos de combate a incêndios
R$ 800,00
Programa de Restauração Ambiental
Sub-programa: Restauração de Florestas
Condução da regeneração natural (roçada em torno das plântulas)
R$ 1.500,00
Monitoramento da regeneração natural
R$ 1.000,00
R$ 500,00
Sub-programa: Erradicação e Controle de Espécies Exóticas Invasoras
Treinamento do(s) funcionário(s) para reconhecimento das espécies
R$ 400,00
R$ 200,00
Treinamento do(s) funcionário(s) em procedimentos de erradicação e controle
R$ 500,00
R$ 300,00
Atividades
Aquisição de insumos, ferramentas e equipamentos de proteção individual
Ano 1
Ano 2
R$ 800,00
R$ 300,00
Etapas
Ano 3
Ano 4
Ano 5
R$ 500,00
R$ 500,00
R$ 500,00
R$ 500,00
R$ 50,00
R$ 50,00
R$ 50,00
R$ 650,00
R$ 650,00
R$ 650,00
R$ 200,00
R$ 200,00
R$ 200,00
R$ 200,00
R$ 800,00
R$ 800,00
R$ 800,00
R$ 600,00
Supervisão de técnico experiente nas primeiras etapas
R$ 1.800,00
Erradicação de uva-do-japão (Hovenia dulcis)
R$ 1.200,00
R$ 1.200,00
R$ 800,00
Erradicação e controle de lírio-do-brejo (H. coronarium)
R$ 2.000,00
R$ 1.200,00
R$ 500,00
R$ 1.200,00
R$ 500,00
Erradicação e controle das demais exóticas invasoras
Monitoramento de controle de todas as espécies exóticas invasoras
Programa de Comunicação
Impressão de folheto sobre a RPPN (100/ano)
R$ 50,00
R$ 50,00
Programa de Relacionamento e Conscientização da Comunidade do Entorno
Realizar anualmente almoço de integração entre proprietários do entorno (estimadas 30 pessoas)
Projeto específico: Manejo de Trilhas
Monitoramento e manutenção das trilhas
R$ 600,00
Implantação de trilhas
Combustível para logística de viabilização dos programas (estimado etanol para 500 km/mês)
R$ 1.000,00
R$ 1.000,00
R$ 1.000,00
R$ 1.000,00
R$ 1.000,00
TOTAL
R$ 15.170,00
R$ 11.230,00
R$ 10.780,00
R$ 8.980,00
R$ 11.280,00
ANEXO 3: Certificado de criação da RPPN Taipa Rio do Couro.
ANEXO 4: Lista preliminar da flora na região da RPPN Taipa Rio do Couro, Itaiópolis, SC, acrescida de registros obtidos em levantamentos
expeditos de áreas próximas (RPPNs Corredeiras do Rio Itajaí II, Odir Zanelatto, Taipa do Rio Itajaí e Refúgio do Macuco), assim como da
compilação da lista de flora do Plano de Manejo da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí (Sociedade Chauá, 2008). LEGENDA: Hábito (Hab.), ab – arbusto, at –
arvoreta, av – árvore, hb – herbácea, hbe – herbácea epífita, li –liana; Ambiente (Amb.), flo – floresta, ini – estágio inicial da sucessão, umi – áreas úmidas; Status, int – exótica
introduzida, inv – exótica invasora, nat – nativa; Frugivoria (Frug.), F – espécies com frutos consumidos por animais.
Taipa Rio RPPNs do
Família
Espécie
Nome vulgar
Háb. Amb. Status Frugi do Couro
entorno
Acanthaceae
Acanthaceae
Acanthaceae
Acanthaceae
Alismataceae
Anacardiaceae
Anemiaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Annonaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Aquifoliaceae
Aquifoliaceae
Aquifoliaceae
Aquifoliaceae
Aquifoliaceae
Araceae
Araceae
Araceae
Araceae
Araceae
Araliaceae
Justicia brasiliana Roth.
Justicia carnea Lindl.
Justicia floribunda (C.Koch) Wassh.
Staurogyne mandioccana Nees
Echinodorus grandiflorus Mitch.
Schinus terebinthifolius Raddi
Anemia phyllitidis (L.) Sw.
Annona cacans Warm.
Duguetia lanceolata A. St. - Hil
Guatteria australis A.St.-Hil.
Rollinia rugulosa Schltdl.
Rollinia sericea (R.E. Fr.) R.E. Fr.
Rollinia sylvatica (A. St.-Hil.) Martius
Aspidosperma pyricollum Müll. Arg.
Aspidosperma tomentosum Mart.
Oxypetalum sp.
Tabernaemontana catharinensis A. DC.
Ilex brevicuspis Reissek
Ilex dumosa Reissek
Ilex microdonta Reissek
Ilex paraguariensis A. St.-Hil.
Ilex theezans Mart.
Anthurium gaudichaudianum Kunth
Asterostigma lividum (Lodd.) Engl.
Philodendron bipinnatifidum Schott ex Endl.
Philodendron loefgrenii Engl.
Philodendron missionum (Hauman) Hauman
Dendropanax cuneatus (DC.) Decne. & Planch.
justicia-vermelha
justicia-rosa
farroupilha
chapéu-de-couro
aroeira
samambaia
ariticum-cagão
pindabuna
embira-preta
araticunzinho
cortição
araticum-do-mato
perobinha
pequiá
cipó-de-leite
leiteira
orelha-de-mico
congonha
orelha-de-mico
erva-mate
caúna
antúrio-de-árvore
costela-de-adão
filodendro
filodendro
maria-mole
ab
ab
ab
hb
hb
av
hb
av
av
av
av
av
av
av
av
li
av
av
av
av
av
av
hep
hb
hbe
hbe
hbe
av
flo
flo
flo
flo
umi
flo
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flo
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nat
nat
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x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Família
Araliaceae
Araliaceae
Araliaceae
Araucariaceae
Arecaceae
Arecaceae
Arecaceae
Aspleniaceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Begoniaceae
Begoniaceae
Begoniaceae
Begoniaceae
Begoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Bignoniaceae
Espécie
Hydrocotyle bonariensis Lam.
Hydrocotyle sp.
Schefflera morototoni (Aubl.) Mag., Stey. & Frodin.
Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze
Bactris setosa Mart.
Geonoma schottiana Mart.
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman
Asplenium gastonis Fée
Baccharis articulata (Lam.) Pers.
Baccharis dracunculifolia DC.
Baccharis trimera DC.
Baccharis uncinella DC.
Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera
Mikania glomerata Spreng.
Piptocarpha angustifolia Dusén ex Malme
Piptocarpha regnellii (Sch. Bip.) Cabrera
Piptocarpha tomentosa Baker
Senecio brasiliensis (Spreng.) Less.
Solidago chilensis Meyen
Vernonanthura discolor (Spreng.) H. Rob.
Vernonanthura petiolaris (D.C.) H. Robinson
Vernonia sp.
Begonia cucullata Willd.
Begonia setosa Klotzsch
Begonia sp.01
Begonia sp.02
Begonia sp.03
Arrabidea sp.
Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart.
Jacaranda micrantha Cham.
Jacaranda puberula Cham.
Pithecoctenium crucigerum (L.) A.H. Gentry
Nome vulgar
mandiocão
pinheiro
tucum
guaricana
jerivá
samambainha
carquejinha
vassourinha
carqueja
vassourinha
cambará
guaco
vassourão-preto
vassoura
pau-toucinho
flor-das-almas
erva-de-lança
vassourão-branco
vassourão
assa-peixe
azedinha
begônia-miúda
begônia-branca
begônia
begônia
cipó
ipê-verde
caroba
carobinha
pente-de-macaco
Háb.
Amb.
Status
hb
hb
av
av
ab
ab
av
hbe
hb
ab
hb
ab
av
li
av
av
av
ab
hb
av
av
ab
hb
hb
hbe
hb
hb
li
av
av
av
li
ini,umi
flo
flo
flo
flo
flo
flo
flo
ini
ini
ini
ini
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ini,flo
ini,flo
ini,flo
ini,flo
ini
ini
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ini,flo
ini
flo,umi
umi
flo
flo
flo
flo
flo
flo
flo
ini,flo
nat
nat
nat
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nat
nat
nat
nat
nat
nat
nat
nat
nat
nat
nat
nat
nat
nat
nat
nat
nat
nat
nat
nat
nat
Frugi
Taipa Rio
do Couro
RPPNs do
entorno
x
F
F
F
F
F
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Família
Bignoniaceae
Blechnaceae
Blechnaceae
Blechnaceae
Boraginaceae
Boraginaceae
Bromeliaceae
Bromeliaceae
Bromeliaceae
Bromeliaceae
Bromeliaceae
Bromeliaceae
Bromeliaceae
Bromeliaceae
Bromeliaceae
Bromeliaceae
Bromeliaceae
Bromeliaceae
Bromeliaceae
Bromeliaceae
Bromeliaceae
Bromeliaceae
Bromeliaceae
Bromeliaceae
Bromeliaceae
Cactaceae
Cactaceae
Cactaceae
Cactaceae
Cactaceae
Cactaceae
Campanulaceae
Espécie
Pithecoctenium dolichoides (Cham.) Bureau ex K. Schum.
Blechnum binervatum (Poir.) C.V. Morton & Lellinger
Blechnum brasiliense Desv.
Blechnum sampaioanum Brade
Cordia ecalyculata Vell.
Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud.
Aechmea calyculata (E.Morren) Baker
Aechmea caudata Lindm.
Aechmea cylindrata Lindm.
Aechmea distichantha Lem.
Aechmea recurvata (Klotzsch.) L. B. Sm.
Ananas bracteatus (Lindley) Schultes.
Bilbergia alfonsi-joannis Reitz
Bilbergia nutans Wendl.
Bromelia balansae Mez
Hohenbergia augusta (Vell.) E.Morren
Nidularium innocentii Lem.
Tillandsia geminiflora Brongn.
Tillandsia stricta Sol. ex Sims
Tillandsia tenuifolia L.
Tillandsia usneoides L.
Vriesea carinata Wawra.
Vriesea gigantea Gaudich.
Vriesea platynema Gaudich.
Vriesea vagans (L.B. Smith) L.B. Smith
Cereus hildmannianus K. Schum.
Lepismium cruciforme (Vell.) Miq.
Lepismium houlletianum (Lem.) Barthlott
Lepismium lumbricoides (Lem.) Barthlott
Rhipsalis cereuscula Haw.
Rhipsalis teres (Vell.) Steud.
Siphocampylus sp.
Nome vulgar
pente-de-macaco
samambaia
xaxim-do-banhado
samambainha
chá-de-bugre
louro-pardo
gravatá
bromélia
bromélia
pé-de-pombo
bromélia
ananás-vermelho
poço-de-jacó
bromélia
gravatá
gravatá
bromélia
cravo-do-mato
cravo-do-mato
cravo-do-mato
barba-de-velho
bromélia
bromélia-graúda
bromélia
bromélia
mandacaru
conambaia
cacto-de-árvore
conambaia
conambaia
conambaia
Háb.
Amb.
Status
li
hbe
ab
hb
av
av
hbe
hbe
hbe
hbe
hbe
hb
hbe
hbe
hb
hbe
hbe
hbe
hbe
hbe
hbe
hbe
hbe
hbe
hbe
ab
hbe
hbe
hbe
hbe
hbe
hb
ini,flo
flo
flo
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nat
nat
nat
nat
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nat
nat
nat
nat
nat
nat
nat
nat
Frugi
Taipa Rio
do Couro
RPPNs do
entorno
x
x
x
x
x
F
F
F
F
x
x
x
x
x
F
x
F
x
x
x
x
x
F
F
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x
x
x
x
x
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x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Família
Canellaceae
Cannabaceae
Cannabaceae
Cannaceae
Cardiopteridaceae
Caricaceae
Celastraceae
Celastraceae
Clethraceae
Combretaceae
Commelinaceae
Cunoniaceae
Cyatheaceae
Cyatheaceae
Cyatheaceae
Cyperaceae
Cyperaceae
Cyperaceae
Dennstaedtiaceae
Dicksoniaceae
Dioscoreaceae
Dryopteridaceae
Dryopteridaceae
Elaeocarpaceae
Erythroxylaceae
Escalloniaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Espécie
Cinnamodendron dinisii Schwacke.
Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg.
Trema micrantha (L.) Blume
Canna indica L.
Citronella paniculata (Mart.) R.A. Howard
Vasconcellea quercifolia A. St.-Hil.
Maytenus aquifolium Mart.
Maytenus robusta Reissek
Clethra scabra Pers.
Buchenavia kleinii Exell
Commelina sp.
Lamanonia speciosa (Cambess.) L.B. Sm.
Alsophylla sp.
Cyathea atrovirens (Langsd. & Fisch.) Domin
Cyathea corcovadensis (Raddi) Domin
Pleurostachys gaudichaudii Brongn.
Pleurostachys urvillei Brongn.
Rynchospora sp.
Pteridium arachnoideum (Kaulf.) Maxon
Dicksonia sellowiana Hook.
Dioscorea sp.
Elaphoglossum sp.
Rumohra adiantiformis (G. Forst.) Ching.
Sloanea lasiocoma K. Schum.
Erythroxylum deciduum A. St.-Hil.
Escallonia bifida Link & Otto.
Acalypha gracilis Spreng.
Alchornea glandulosa Poepp. & Endl.
Alchornea sidifolia Müll. Arg.
Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll. Arg.
Bernardia pulchella (Baill.) Müll. Arg.
Croton sp.
Nome vulgar
pimenteira
espora-de-galo
grandiúva
cana-do-mato
congonha
mamoeiro-bravo
espinheira-graúda
coração-de-bugre
carne-de-vaca
guarajuva
trapoeraba
guaperê
xaxim-de-espinho
xaxim-de-espinho
xaxim-de-espinho
tiririca
tiririca
capim-navalha
samambaia-das-taperas
xaxim-bugio
milomem
samambaia-preta
sapopema
cocão
canudo-de-pito
tapa-buraco
tanheiro
tapiá-guaçu
tapiá
capixingui
Háb.
Amb.
Status
Frugi
av
av
av
hb
av
av
av
av
av
av
hb
av
ab
ab
ab
hb
hb
hb
hb
ab
li
heb
hb
av
av
at
ab
av
av
av
ab
av
flo
flo,ini
ini,flo
flo
flo
flo
flo
flo
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flo
flo
flo
flo
flo
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ini
flo
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flo,ini
flo
flo
flo
flo
flo,ini
flo
nat
nat
nat
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nat
nat
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nat
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nat
nat
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nat
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nat
F
F
F
F
F
F
F
Taipa Rio
do Couro
x
x
x
x
x
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x
x
x
x
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x
x
x
x
x
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x
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x
x
x
x
x
x
F
x
F
x
x
F
F
F
x
x
x
x
F
RPPNs do
entorno
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Família
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Gesneriaceae
Gesneriaceae
Gleicheniaceae
Hippocrateaceae
Hymenophyllaceae
Hypericaceae
Lamiaceae
Espécie
Sapium glandulatum (Vell.) Pax
Sebastiania argutidens Pax & K. Hoffm.
Sebastiania commersoniana (Baill.) L.B. Sm. & Downs
Tetrorchidium rubrivenium Poepp.
Acacia sp.
Albizia edwallii (Hoehne) Barneby & J.W. Grimes
Bauhinia sp.
Calliandra brevipes Benth.
Dalbergia brasiliensis Vogel
Dalbergia frutescens (Vell.) Britton
Desmodium incanum DC.
Erythrina falcata Benth.
Galactia speciosa Britton
Inga marginata Willd.
Inga sessilis (Vell.) Mart.
Lonchocarpus muehlbergianus Hassl.
Machaerium hatschbachii Rudd
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth.
Machaerium stipitatum (DC.) Vogel
Machaerium vestitum Vogel
Mimosa scabrella Benth.
Myrocarpus frondosus Allemão
Ormosia arborea (Vell.) Harms
Piptadenia gonoacantha (Mart.) J. F. Macbr.
Sclerolobium denudatum Vogel
Sinningia canescens (Mart.) Wiehler
Sinningia douglasii (Lindl.) Chautems
Gleichenella pectinata (Willd.) Ching.
Hippocratea sp.
Trichomanes sp.
Hypericum sp.
Aegiphila integrifolia (Jacq.) Moldenke
Nome vulgar
leiteiro
tajuvinha
branquilho
canemaçu
angico
cipó-escada-de-macaco
sarandi-rosa
jacarandazinho
timbó
carrapicho
corticeira
jetirana
ingá-feijão
ingá-ferradura
feijão-cru
jacarandá-de-espinho
jacarandá-ferro
sapuva
cateretê
bracatinga
cabreúva
olho-de-cabra
pau-jacaré
passuaré
rainha-do-abismo
samambaia-de-barranco
cipó
samabaia-plástico
tucaneira
Háb.
Amb.
Status
Frugi
av
at
av
av
li
av
li
ab
av
at,li
hb
av
ab
av
av
av
av
av
av
av
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av
av
av
av
hb
hbe
hb
li
hep
hb
av
flo
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aflo
flo
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nat
F
F
F
F
Taipa Rio
do Couro
RPPNs do
entorno
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
F
F
x
x
x
x
F
F
Família
Lamiaceae
Lamiaceae
Lamiaceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lauraceae
Lindsaeaceae
Loganiaceae
Lycopodiaceae
Lycopodiaceae
Lythraceae
Lythraceae
Lythraceae
Magnoliaceae
Malpighiaceae
Malpighiaceae
Malvaceae
Malvaceae
Espécie
Ocimum micranthum Willd.
Salvia melissaeflora Benth.
Vitex megapotamica (Spreng.) Moldenke
Cinnamomum glaziovii (Mez) Kosterm.
Cinnamomum sellowianum (Nees & C. Martius ex Nees) Kosterm.
Cryptocarya aschersoniana Mez
Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F. Macbr.
Nectandra lanceolata Nees
Nectandra membranacea (Sw.) Griseb.
Nectandra oppositifolia Nees & Mart.
Ocotea catharinensis Mez
Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez
Ocotea elegans Mez
Ocotea floribunda (Sw.) Mez
Ocotea indecora (Schott) Mez
Ocotea nectandrifolia Mez
Ocotea odorifera (Vellozo) Rohwer
Ocotea puberula (Rich.) Nees
Ocotea silvestris Vattimo-Gil
Persea venosa Nees & Mart. ex Nees
Lindsaea sp.
Strychnos brasilensis (Spreng.) Mart.
Huperzia sp.
Lycopodium sp.
Cuphea sp.
Heimia myrtifolia (Cham. & Schltdl.)
Lafoensia pacari A. St.-Hil.
Magnolia ovata (A. St.-Hil.) Spreng.
Byrsonima ligustrifolia A. Juss.
Heteropteris sp.
Abutilon amoenum K.Schum.
Byttneria sp.
Nome vulgar
alfavaca-do-mato
sálvia-do-mato
tarumã
canela-raposa
canela-fogo
canela-frade
canela-amarela
canela-graúda
canela-ferrugem
canela-preta
canela
canela
canela-de-folha-larga
canela
canela-bugia
canela-sassafráz
canela-guaicá
canela
pau-andrade
samambainha
esporão
sete-sangrias
dedaleiro
baguaçu
baga-de-pomba
sininho-branco
Háb.
Amb.
Status
hb
hb
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Família
Malvaceae
Malvaceae
Malvaceae
Malvaceae
Maranthaceae
Maranthaceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Meliaceae
Meliaceae
Meliaceae
Meliaceae
Meliaceae
Monimiaceae
Monimiaceae
Monimiaceae
Moraceae
Moraceae
Moraceae
Moraceae
Espécie
Luehea divaricata Mart.
Pavonia sepium A. St.-Hil
Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Robyns
Sida rhombifolia L.
Ctenanthe lanceolata Petersen
Ctenanthe muelleri Petersen.
Bertolonia mosenii Cogn.
Leandra australis (Cham.) Cogn.
Leandra dasytricha (A. Gray) Cogn.
Leandra dispar (Gardner) Cogn.
Leandra fragilis Cogn.
Leandra sp.01
Leandra sp.02
Leandra xanthocoma (Naudin) Cogn.
Miconia cinerascens Miq.
Miconia petropolitana Cogn.
Miconia pusilliflora Beurl.
Miconia sellowiana Naudin
Tibouchina sellowiana Cogn.
Tibouchinasp.01
Cabralea canjerana (Vell.) Mart.
Cedrela fissilis Vell.
Trichilia claussenii C. DC.
Trichilia elegans A. Juss.
Trichilia sp.01
Hennecartia omphalandra J. Poiss.
Mollinedia clavigera Tul.
Mollinedia uleana Perkins
Dorstenia sp.
Ficus insipida Willd.
Ficus luschnathiana (Miq.) Miq.
Ficus organensis Miq.
Nome vulgar
açoita-cavalo
pavônia-amarela
imbiruçu
guanxuma
caetê
caetê
pixirica
pixirica
pixirica
pixirica
pixirica
pixirica
pixirica
pixirica
pixirica
pixiricão
pixirica-da-folha-fina
quaresmeira
aleluia
canjarana
cedro
quebra-machado
pau-ervilha
catiguá
pimenteira
capixim
figueira-branca
figueira
figueira-de-folha-miúda
Háb.
Amb.
Status
av
ab
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hb
hb
hb
hb
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ab
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Família
Moraceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Nyctaginaceae
Nyctaginaceae
Ochnaceae
Oleaceae
Onagraceae
Onagraceae
Opiliaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Espécie
Sorocea bonplandii (Baill.) W.C. Burger, Lanj. & Wess. Boer
Calyptranthes concinna DC.
Calyptranthes grandifolia O. Berg
Calyptranthes sp.
Campomanesia xanthocarpa O. Berg
Eugenia involucrata DC.
Marlierea reitzii D. Legrand
Myrceugenia miersiana (Gardn.)Legrand & Kausel
Myrceugenia myrcioides (Camb.) Berg
Myrcia anacardiifolia Gardner
Myrcia cf. hebepetala DC.
Myrcia guianensis (Aubl.) DC.
Myrcia hatschbachii D.Legrand
Myrcia sp.01
Myrcia sp.02
Myrcia sp.03
Myrcia sp.04
Myrcia splendens (Sw.) DC.
Myrciaria tenella (DC.) O. Berg
Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum
Plinia trunciflora (O. Berg) Kausel
Psidium cattleianum Sabine
Psidium sp.
Bougainvillea glabra Choisy
Guapira opposita (Vell.) Reitz
Ouratea parvifolia Engl.
Chionanthus filiformis (Vell.) P.S. Green
Fuchsia regia (Vell.) Munz
Ludwigia sp.
Agonandra engleri Hoehne
Acianthera saundersiana (Rchb. f.) Pridgeon & M.W. Chase
Acianthera sonderana (Rchb. f.) Pridgeon & M.W. Chase
Nome vulgar
xinxo
guamirim-de-facho
guamirim-graúdo
guabiroba
cerejeira
guamirim
guamirim
rapa-guela
guamirim-ferrugem
guamirim
caingá
guamirim
guamirim
guamirim
guamirim
guamirim-da-folha-fina
camboim
craveiro
jabuticabeira
araçá
araçazeiro-bravo
três-marias
maria-mole
guaraparim
azeitona-do-mato
brinco-de-princesa
tatu
orquídea
Taipa Rio
do Couro
RPPNs do
entorno
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Háb.
Amb.
Status
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Família
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Peraceae
Phyllanthaceae
Phytolaccaceae
Phytolaccaceae
Phytolaccaceae
Piperaceae
Piperaceae
Piperaceae
Piperaceae
Piperaceae
Piperaceae
Piperaceae
Piperaceae
Piperaceae
Piperaceae
Piperaceae
Plantaginaceae
Poaceae
Poaceae
Poaceae
Poaceae
Poaceae
Espécie
Acianthera sp.
Aspidogyne kuczynskii (Porsch) Garay
Brasiliorchis picta (Hook.) R.B. Singer, S. Koehler & Carnevali
Corymborchis flava (Sw.) Kuntze
Epidendrum sp.
Eurystiles sp.
Miltonia regnellii Rchb. f.
Oncidium sp.
Prostechea sp.
Trichocentrum pumilum (Lindl.) M.W. Chase & N.H. Williams
Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill.
Securinega guaraiuva Kuhlm.
Phytolacca dioica L.
Seguieria aculeata Jacq.
Seguieria langsdorffii Moq.
Ottonia macrophylla Kunth
Peperomia catharinae Miq.
Peperomia corcovadensis Gardner
Peperomia sp.01
Peperomia sp.02
Peperomia sp.03
Peperomia tetraphylla (G. Forst.) Hook. & Arn.
Piper gaudichaudianum Kunth
Piper hispidum Sw.
Piper mikanianum (Kunth) Steud.
Piper xylosteoides (Kunth) Steud.
Plantago sp.
Andropogon sp.
Chusquea sp.
Merostachys multiramea Hack.
Parodiolyra micrantha (Kunth) Davidse & Zuloaga
Setaria sp.
Nome vulgar
orquídea
orquídea
orquídea-amarela
orquídea
chuva-de-ouro
tabocuva
guaraiuva
ceboleiro
limoeiro-do-mato
falso-jaborandi
falso-jaborandi
falso-jaborandi
falso-jaborandi
capim
criciúma
taquara
capim-da-mata
capim-da-folha-larga
Háb.
Amb.
Status
hbe
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Família
Polygonaceae
Polygonaceae
Polypodiaceae
Polypodiaceae
Polypodiaceae
Polypodiaceae
Polypodiaceae
Polypodiaceae
Polypodiaceae
Polypodiaceae
Polypodiaceae
Pontederiaceae
Primulaceae
Primulaceae
Primulaceae
Proteaceae
Pteridaceae
Pteridaceae
Rosaceae
Rosaceae
Rosaceae
Rosaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Espécie
Polygonum hydropiperoides Michx.
Rumex sp.
Campyloneurum nitidum (Kaulf.) C. Presl.
Microgramma squamulosa (Kaulf.) de la Sota
Niphidium crassifolium (L.) Lellinger
Pleopeltis hirsutissima (Raddi) de la Sota.
Pleopeltis pleopeltifolia (Raddi) Alston
Polypodium guianense Aubl.
Polypodium pectinatiforme Lindm.
Polypodium siccum Lindm.
Serpocaulon catharinae (Langsd. & Fisch.) A.R. Sm.
Heteranthera reniformis Ruiz & Pav.
Myrsine coriacea (Sw.) R. Br. ex Roem. & Schult.
Myrsine hermogenesii (J.-Mend. & Bern.) Freit.& Kinos.
Myrsine umbellata Mart.
Roupala brasiliensis Klotzsch
Adiantum raddianum Presl.
Vittaria lineata (L.) Sm.
Prunus brasiliensis (Cham. & Schltdl.) Dietrich
Rubus brasiliensis Mart.
Rubus erythroclados Mart. ex Hook.f.
Rubus sellowii Cham. & Schltdl.
Alseis floribunda Schott
Amaioua guianensis Aubl.
Bathysa meridionalis L.B. Sm. & Downs
Cordiera concolor (Cham.) Kuntze
Coussarea contracta (Walp.) Müll. Arg.
Diodia brasiliensis Spreng.
Hillia parasitica Jacq.
Hoffmannia peckii K. Schum.
Ixora venulosa Benth.
Palicourea marcgravii A. St.-Hil.
Nome vulgar
cairuçu
língua-de-vaca
rabo-de-arara
rabo-de-arara
samambainha
samambaia
samambaia
samambainha
samambainha
hortelã-do-brejo
capororoca
capororocão
capororocão
carvalho-brasileiro
avenca
pessegueiro
amora-branca
amora
amora-preta
arma-de-serra
carvoeiro
queima-casa
falso-guamirim
maria-mole
poaia
cafezinho-bravo
erva-de-rato
Háb.
Amb.
Status
hb
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heb
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Família
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rutaceae
Rutaceae
Rutaceae
Rutaceae
Sabiaceae
Salicaceae
Salicaceae
Salicaceae
Salicaceae
Salicaceae
Salicaceae
Sapindaceae
Sapindaceae
Sapindaceae
Sapindaceae
Sapindaceae
Sapindaceae
Sapotaceae
Scrophulariaceae
Selaginellaceae
Simaroubaceae
Smilacaceae
Solanaceae
Solanaceae
Solanaceae
Espécie
Posoqueria latifolia Roem. & Schult.
Psychotria nuda (Cham. & Schltdl.) Wawra
Psychotria sessilis (Vell.) Müll.Arg.
Psychotria sp.
Psychotria suterella Müll. Arg.
Rudgea jasminoides (Cham.) Müll. Arg.
Simira sampaioana (Standl.) Steyerm.
Esenbeckia grandiflora Mart.
Pilocarpus pennatifolius Lem.
Zanthoxylum rhoifolium Lam.
Zanthoxylum riedelianum Engl.
Meliosma selowii Urb.
Banara parviflora (A. Gray) Benth.
Casearia decandra Jacq.
Casearia obliqua Spreng.
Casearia sp.
Casearia sylvestris Sw.
Prockia crucis P. Browne ex L.
Allophylus edulis (A. St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk.
Allophylus petiolulatus Radlk.
Cupania vernalis Cambess.
Diatenopteryx sorbifolia Radlk.
Matayba elaeagnoides Radlk.
Serjania sp.
Chrysophyllum inornatum Mart.
Buddleja brasiliensis Jacq. Ex Spreng.
Selaginella sp.
Picrasma crenata Engl. in Engl. & Prantl
Smilax campestris Griseb.
Brunfelsia pauciflora (Cham. & Schltdl.) Benth.
Capsicum sp.
Cestrum intermedium Sendtm.
Nome vulgar
araçá-de-macaco
maria-mole
pasto-de-anta
café-do-mato
maiate
guaxupita
mamica-de-porca
mamica
pau-fernandes
cambroé
guassatunga
guassatunga
cafezeiro-bravo
cambroé
vacum
vacum-serrado
cuvatã
maria-preta
miguel-pintado
aguaí-da-serra
barbasco
pau-amargo
japecanga
manacá
coerana
Háb.
Amb.
Status
Frugi
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Taipa Rio
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RPPNs do
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Família
Solanaceae
Solanaceae
Solanaceae
Solanaceae
Solanaceae
Solanaceae
Solanaceae
Solanaceae
Solanaceae
Solanaceae
Styracaceae
Symplocaceae
Theaceae
Urticaceae
Urticaceae
Urticaceae
Urticaceae
Verbenaceae
Verbenaceae
Winteraceae
Araceae
Balsaminaceae
Euphorbiaceae
Musaceae
Myrtaceae
Rhamnaceae
Rutaceae
Rutaceae
Solanaceae
Zingiberaceae
Poaceae
Espécie
Cyphomandra diploconos (Mart.) Sendtn.
Dyssochroma longipes (Sendtn.) Miers
Solanum bullatum Vell.
Solanum cf. argenteum Dunal
Solanum granuloso-leprosum Dunal
Solanum mauritianum Scop.
Solanum pseudoquina A.St.-Hil.
Solanum sanctae-catharinae Dunal.
Solanum sp.
Vassobia breviflora (Sendtn.) Hunz.
Styrax sp.
Symplocos tenuifolia Brand
Laplacea fructicosa (Schrad.) Kobuski.
Boehmeria caudata Sw.
Pilea astrogramma Miq.
Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd.
Urtica sp.
Lantana camaraL.
Lantana fucata Lindl.
Drymis brasiliensis Miers
Colocasia esculenta (L.) Schott
Impatiens walleriana Hook. f.
Ricinus communis L.
Musa paradisiaca L.
Psidium guajava L.
Hovenia dulcis Thunb.
Citrus deliciosa Ten.
Citrus limonia Osbeck
Brugmansia suaveolens (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Bercht. & J. Presl
Hedychium coronarium J. König
Bambusa sp.
Nome vulgar
baga-de-veado
faceira
fumeiro-vassourão
cuvitinga
fumo-bravo
fumo-bravo
quina-brava
cuvitinga
canema
canema-miúda
pau-que-chia
santa-rita
urtiga-brava
urtigão
camará
camara-roxo
cataia
taiá
beijo-de-frade
mamona
bananeira
goiabeira
uva-do-japão
mexerica
limão-cravo
trombeta
lírio-do-brejo
bambu-graúdo
Háb.
Amb.
Status
Frugi
ab
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ab
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F
F
F
F
F
F
F
F
F
F
F
Taipa Rio
do Couro
RPPNs do
entorno
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
F
F
F
x
F
F
F
F
F
F
F
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
ANEXO 5: Lista preliminar das aves registradas na região da RPPN Taipa Rio do Couro, Itaiópolis, Santa Catarina, resultado da compilação da lista
elaborada pelo ornitólogo Raphael Eduardo Fernandes Santos no Plano de Manejo da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí (Sociedade Chauá, 2008) e
dos registros realizados por Germano Woehl Jr. Espécies ameaçadas conforme MMA, 2003, SAVE Brasil (2013) e IUCN (2013). Legenda: (VU)
vulnerável; (NT) quase-ameaçada.
Ordem
Família
Nome científico
Nome popular
Registro
TINAMIFORMES
Tinamidae
Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815)
inhambu-guaçu
Soc. Chauá (2008)
TINAMIFORMES
Tinamidae
Tinamidae
Nothura maculosa (Temminck, 1815)
Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815)
codorna-comum
perdiz
Soc. Chauá (2008)
TINAMIFORMES
TINAMIFORMES
Tinamidae
Tinamus solitarius (Vieillot, 1819)
macuco
Soc. Chauá (2008)
ANSERIFORMES
Anatidae
Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789)
ananaí ou pé-vermelho
Soc. Chauá (2008)
GALLIFORMES
Cracidae
Penelope obscura Temminck, 1815
jacuguaçu
Soc. Chauá (2008)
GALLIFORMES
Odontophoridae
Odontophorus capueira (Spix, 1825)
uru
Soc. Chauá (2008)
PELECANIFORMES
Phalacrocoracidae
Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789)
biguá
Soc. Chauá (2008)
CICONIIFORMES
Ardeidae
Ardea alba Linnaeus, 1758
garça-branca-grande
Soc. Chauá (2008)
CICONIIFORMES
Ardeidae
Ardea cocoi Linnaeus, 1766
garça-moura
Soc. Chauá (2008)
CICONIIFORMES
Ardeidae
Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758)
garça-vaqueira
Soc. Chauá (2008)
CICONIIFORMES
Ardeidae
Butorides striata (Linnaeus, 1758)
socozinho
Soc. Chauá (2008)
CICONIIFORMES
Ardeidae
Egretta thula (Molina, 1782)
garça-branca-pequena
Soc. Chauá (2008)
CICONIIFORMES
Ardeidae
Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758)
savacu
Soc. Chauá (2008)
CICONIIFORMES
Ardeidae
Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824)
maria-faceira
Soc. Chauá (2008)
CICONIIFORMES
Threskiornithidae
Theristicus caudatus (Boddaert, 1783)
curicaca
Soc. Chauá (2008)
CATHARTIFORMES
Cathartidae
Cathartes aura (Linnaeus, 1758)
urubu-de-cabeça-vermelha
Soc. Chauá (2008)
CATHARTIFORMES
Cathartidae
Accipitridae
Coragyps atratus (Bechstein, 1793)
Accipiter poliogaster (Temminck, 1824)
urubu-de-cabeça-preta
tauató-pintado
Soc. Chauá (2008)
FALCONIFORMES
FALCONIFORMES
Accipitridae
Accipiter striatus (Vieillot, 1808)
gavião-miúdo
Germano Woehl Jr
FALCONIFORMES
Accipitridae
Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758)
gavião-tesoura
Germano Woehl Jr
FALCONIFORMES
Accipitridae
Leucopternis polionotus (Kaup, 1847)
gavião-pombo-grande
Germano Woehl Jr
FALCONIFORMES
Accipitridae
Accipitridae
gavião-carijó
gavião-de-penacho
Soc. Chauá (2008)
FALCONIFORMES
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788)
Spizaetus ornatus (Daudin, 1800)
FALCONIFORMES
Accipitridae
Spizaetus tyrannus (Wied, 1820)
gavião-pega-macaco
Soc. Chauá (2008)
FALCONIFORMES
Falconidae
Caracara plancus (Miller, 1777)
carcará
Soc. Chauá (2008)
FALCONIFORMES
Falconidae
Falco sparverius Linnaeus, 1758
quiriquiri
Soc. Chauá (2008)
FALCONIFORMES
Falconidae
Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817)
gavião-caburé
Soc. Chauá (2008)
Ameaçadas
Brasil
Ameaçadas
Mundo
NT
NT
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
NT
NT
Germano Woehl Jr
NT
NT
NT
Ordem
Família
Nome científico
Nome popular
Registro
FALCONIFORMES
Falconidae
Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817)
falcão-relógio
Soc. Chauá (2008)
FALCONIFORMES
Falconidae
Milvago chimachima (Vieillot, 1816)
carrapateiro
Soc. Chauá (2008)
GRUIFORMES
Rallidae
Aramides saracura (Spix, 1825)
saracura-do-mato
Soc. Chauá (2008)
GRUIFORMES
Rallidae
Gallinula chloropus (Linnaeus, 1758)
frango-d'água-comum
Soc. Chauá (2008)
CHARADRIIFORMES
Charadriidae
Vanellus chilensis (Molina, 1782)
quero-quero
Soc. Chauá (2008)
CHARADRIIFORMES
Jacanidae
Jacana jacana (Linnaeus, 1766)
jaçanã
Soc. Chauá (2008)
COLUMBIFORMES
Columbidae
Columbina talpacoti (Temminck, 1811)
rolinha
Soc. Chauá (2008)
COLUMBIFORMES
Columbidae
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792)
gemedeira
Soc. Chauá (2008)
COLUMBIFORMES
Columbidae
Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855
juriti
Soc. Chauá (2008)
COLUMBIFORMES
Columbidae
Patagioenas picazuro (Temminck, 1813)
asa-branca
Soc. Chauá (2008)
COLUMBIFORMES
Columbidae
Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818)
pomba-amargosa
Soc. Chauá (2008)
COLUMBIFORMES
Columbidae
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847)
avoante
Soc. Chauá (2008)
PSITTACIFORMES
Psittacidae
Pionopsitta pileata (Scopoli, 1769)
cuiú-cuiú
Soc. Chauá (2008)
PSITTACIFORMES
Psittacidae
Pionus maximiliani (Kuhl, 1820)
maitaca
Soc. Chauá (2008)
PSITTACIFORMES
Psittacidae
Pyrrhura frontalis (Vieillot, 1817)
tiriba-de-testa-vermelha
Soc. Chauá (2008)
CUCULIFORMES
Cuculidae
Crotophaga ani Linnaeus, 1758
anú-preto
Soc. Chauá (2008)
CUCULIFORMES
Cuculidae
Crotophaga major Gmelin, 1788
anu-coroca
Soc. Chauá (2008)
CUCULIFORMES
Cuculidae
Guira guira (Gmelin, 1788)
anú-branco
Soc. Chauá (2008)
CUCULIFORMES
Cuculidae
Cuculidae
Piaya cayana (Linnaeus, 1766)
Tapera naevia (Linnaeus, 1766)
alma-de-gato
saci
Soc. Chauá (2008)
CUCULIFORMES
STRIGIFORMES
Strigidae
Strigidae
buraqueira
caburé
Soc. Chauá (2008)
STRIGIFORMES
Athene cunicularia (Molina, 1782)
Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788)
STRIGIFORMES
Strigidae
Megascops choliba (Vieillot, 1817)
corujinha-do-mato
Germano Woehl Jr
STRIGIFORMES
Strigidae
Strix hylophila Temminck, 1825
coruja-listrada
Soc. Chauá (2008)
STRIGIFORMES
Tytonidae
Caprimulgidae
Tyto alba (Scopoli, 1769)
Hydropsalis forcipata (Nitzsch, 1840)
suidara
bacurau-tesoura-gigante
Soc. Chauá (2008)
CAPRIMULGIFORMES
CAPRIMULGIFORMES
Caprimulgidae
Caprimulgidae
tuju
bacurau
Soc. Chauá (2008)
CAPRIMULGIFORMES
Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789)
Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789)
APODIFORMES
Apodidae
Chaetura cinereiventris Sclater, 1862
andorinhão-de-sobre-cinzento
Soc. Chauá (2008)
APODIFORMES
Apodidae
Trochilidae
andorinhão-de-coleira
beija-flor-mosca
Soc. Chauá (2008)
APODIFORMES
Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796)
Calliphlox amethystina (Boddaert, 1783)
APODIFORMES
Trochilidae
Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812)
beija-flor-de-bico-vermelho
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Ameaçadas
Brasil
Ameaçadas
Mundo
Ordem
Família
Nome científico
Nome popular
Registro
APODIFORMES
Trochilidae
Colibri serrirostris (Vieillot, 1816)
beija-flor-de-orelha-violeta
Germano Woehl Jr
APODIFORMES
Trochilidae
Eupetomena macroura (Gmelin, 1788)
beija-flor-tesoura
Germano Woehl Jr
APODIFORMES
Trochilidae
Florisuga fusca (Vieillot, 1817)
beija-flor-preto
Soc. Chauá (2008)
APODIFORMES
Trochilidae
Leucochloris albicollis (Vieillot, 1818)
papo-branco
Soc. Chauá (2008)
APODIFORMES
Trochilidae
Phaethornis eurynome (Lesson, 1832)
rabo-branco-de-garganta-rajada
Soc. Chauá (2008)
APODIFORMES
Trochilidae
Stephanoxis lalandi (Vieillot, 1818)
beija-flor-de-topete
Soc. Chauá (2008)
APODIFORMES
Trochilidae
Trogonidae
tesoura-de-fronte-violeta
surucuá-de-barriga-amarela
Soc. Chauá (2008)
TROGONIFORMES
Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788)
Trogon rufus (Gmelin, 1788)
TROGONIFORMES
Trogonidae
Trogon surrucura Vieillot, 1817
surucuá-variado
Soc. Chauá (2008)
CORACIIFORMES
Alcedinidae
Ceryle torquatus (Linnaeus, 1766)
martim-pescador-grande
Soc. Chauá (2008)
CORACIIFORMES
Alcedinidae
Chloroceryle amazona (Latham, 1790)
martim-pescador-verde
Soc. Chauá (2008)
CORACIIFORMES
Alcedinidae
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788)
martim-pescador-pequeno
Soc. Chauá (2008)
GALBULIFORMES
Bucconidae
Bucconidae
macuru
pedreiro
Soc. Chauá (2008)
GALBULIFORMES
Nonnula ruficapilla (Tschudi, 1844)
Nystalus chacuru (Vieillot, 1816)
PICIFORMES
Picidae
Campephilus robustus (Lichtenstein, 1818)
pica-pau-rei
Germano Woehl Jr
PICIFORMES
Picidae
Celeus flavescens (Gmelin, 1788)
pica-pau-de-cabeça-amarela
Soc. Chauá (2008)
PICIFORMES
Picidae
Colaptes campestris (Vieillot, 1818)
pica-pau-do-campo
Soc. Chauá (2008)
PICIFORMES
Picidae
Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788)
pica-pau-verde-barrado
Soc. Chauá (2008)
PICIFORMES
Picidae
Dryocopus galeatus (Temminck, 1822)
pica-pau-de-cara-canela
Soc. Chauá (2008)
PICIFORMES
Picidae
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766)
pica-pau-de-banda-branca
Soc. Chauá (2008)
PICIFORMES
Picidae
Melanerpes candidus (Otto, 1796)
birro
Soc. Chauá (2008)
PICIFORMES
Picidae
Melanerpes flavifrons (Vieillot, 1818)
benedito-de-testa-amarela
Soc. Chauá (2008)
PICIFORMES
Picidae
Piculus aurulentus (Temminck, 1821)
pica-pau-dourado
Soc. Chauá (2008)
PICIFORMES
Picidae
Picumnus temminckii Lafresnaye, 1845
pica-pau-anão-de-coleira
Soc. Chauá (2008)
PICIFORMES
Picidae
Veniliornis spilogaster (Wagler, 1827)
pica-pauzinho-verde-carijó
Soc. Chauá (2008)
PICIFORMES
Ramphastidae
Pteroglossus bailloni (Vieillot, 1819)
araçari-banana
Soc. Chauá (2008)
PICIFORMES
Ramphastidae
Ramphastos dicolorus Linnaeus, 1766
tucano-de-bico-verde
Soc. Chauá (2008)
PICIFORMES
Ramphastidae
Ramphastidae
Ramphastos vitellinus Lichtenstein, 1823
Selenidera maculirostris (Lichtenstein, 1823)
tucano-de-bico-preto
araçari-poca
Soc. Chauá (2008)
PICIFORMES
PASSERIFORMES
Cardinalidae
Cyanocompsa brissonii (Lichtenstein, 1823)
azulão
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Cardinalidae
Cardinalidae
Cyanoloxia moesta (Hartlaub, 1853)
Habia rubica (Vieillot, 1817)
negrinho-do-mato
tiê-da-mata
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Ameaçadas
Brasil
Ameaçadas
Mundo
VU
VU
NT
NT
NT
NT
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Ameaçadas
Brasil
Ameaçadas
Mundo
NT
NT
Soc. Chauá (2008)
NT
NT
Germano Woehl Jr
NT
NT
araponga
pavó
Soc. Chauá (2008)
VU
VU
Dendrocolaptes platyrostris Spix, 1825
arapaçu-grande
Soc. Chauá (2008)
Dendrocolaptidae
Lepidocolaptes falcinellus (Cabanis & Heine, 1859)
arapaçu-escamado-do-sul
Soc. Chauá (2008)
Dendrocolaptidae
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818)
arapaçu-verde
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Dendrocolaptidae
Xiphocolaptes albicollis (Vieillot, 1818)
arapaçu-de-garganta-branca
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Dendrocolaptidae
Emberizidae
arapaçu-rajado
tico-tico-do-campo
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Xiphorhynchus fuscus (Vieillot, 1818)
Ammodramus humeralis (Bosc, 1792)
PASSERIFORMES
Emberizidae
Coryphospingus cucullatus (Statius Muller, 1776)
tico-tico-rei
Germano Woehl Jr
PASSERIFORMES
Emberizidae
Haplospiza unicolor (Cabanis, 1851)
cigarra-bambu
Germano Woehl Jr
PASSERIFORMES
Emberizidae
Poospiza lateralis (Nordmann, 1835)
quete
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Emberizidae
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766)
canário-da-terra-verdadeiro
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Emberizidae
Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766)
curió
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Emberizidae
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823)
coleirinho, papa-capim
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Emberizidae
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766)
tiziu
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Emberizidae
Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776)
tico-tico
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Formicariidae
Chamaeza campanisona (Lichtenstein, 1823)
tovaca-campainha
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Fringilidae
Fringilidae
pintassilgo
gaturamo-bandeira
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Carduelis magellanica (Vieillot, 1805)
Chlorophonia cyanea (Thunberg, 1822)
PASSERIFORMES
Fringilidae
cais-cais
gaturamo-rei
NT
NT
Fringilidae
Euphonia chalybea (Mikan, 1825)
Euphonia cyanocephala (Vieillot, 1818)
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
PASSERIFORMES
Fringilidae
Furnariidae
ferro-velho
limpa-folha-miúdo
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Euphonia pectoralis (Latham, 1801)
Anabacerthia amaurotis (Temminck, 1823)
NT
NT
PASSERIFORMES
Furnariidae
Automolus leucophthalmus (Wied, 1821)
barranqueiro-de-olho-branco
Soc. Chauá (2008)
Ordem
Família
Nome científico
Nome popular
Registro
PASSERIFORMES
Cardinalidae
Cardinalidae
Saltator fuliginosus (Daudin, 1800)
Saltator maxillosus (Cabanis, 1851)
pimentão
bico-grosso
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
PASSERIFORMES
Cardinalidae
Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye, 1837
trinca-ferro-verdadeiro
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Conopophagidae
Conopophaga lineata (Wied, 1831)
chupa-dente
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Corvidae
Cyanocorax caeruleus (Vieillot, 1818)
gralha-azul
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Corvidae
Cyanocorax chrysops (Vieillot, 1818)
gralha-picassa
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Cotingidae
PASSERIFORMES
Cotingidae
Carpornis cucullata (Swainson, 1821)
Phibalura flavirostris (Vieillot, 1816)
corocochó
tesourinha-da-mata
PASSERIFORMES
Cotingidae
PASSERIFORMES
Cotingidae
Procnias nudicollis (Vieillot, 1817)
Pyroderus scutatus (Shaw, 1792)
PASSERIFORMES
Dendrocolaptidae
PASSERIFORMES
PASSERIFORMES
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Ameaçadas
Brasil
Ameaçadas
Mundo
NT
NT
Germano Woehl Jr
NT
NT
Soc. Chauá (2008)
NT
NT
Ordem
Família
Nome científico
Nome popular
Registro
PASSERIFORMES
Furnariidae
Cranioleuca obsoleta (Reichenbach, 1853)
arredio-meridional
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Furnariidae
Furnarius rufus (Gmelin, 1788)
joão-de-barro
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Furnariidae
Heliobletus contaminatus Berlepsch, 1885
trepadorzinho
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Furnariidae
Leptasthenura setaria (Temminck, 1824)
grimpeiro
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Furnariidae
Lochmias nematura (Lichtenstein, 1823)
joão-porca
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Furnariidae
Philydor rufum (Vieillot, 1818)
limpa-folha-testa-baia
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Furnariidae
Synallaxis cinerascens Temminck, 1823
joão-teneném-da-mata
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Furnariidae
Synallaxis ruficapilla Vieillot, 1819
pichororé
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Furnariidae
Synallaxis spixi Sclater, 1856
joão-teneném
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Furnariidae
Syndactyla rufosuperciliata (Lafresnaye, 1832)
trepador-quiete
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Furnariidae
Xenops rutilans Temminck, 1821
bico-virado-carijó
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Grallariidae
Grallaria varia (Boddaert, 1783)
tovacuçu
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Grallariidae
Hylopezus nattereri Pinto, 1937
pinto-do-mato
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Hirundinidae
Hirundinidae
andorinha-doméstica-grande
andorinha-do-campo
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Progne chalybea (Gmelin, 1789)
Progne tapera (Vieillot, 1817)
PASSERIFORMES
Hirundinidae
Hirundinidae
Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817)
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817)
andorinha-pequena-de-casa
andorinha-serradora
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
PASSERIFORMES
Icteridae
Cacicus chrysopterus (Vigors, 1825)
soldado, tecelão
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Icteridae
Cacicus haemorrhous (Linnaeus, 1766)
guaxe
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Icteridae
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789)
chopim, gaudério
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Icteridae
Mimidae
chopim-do-brejo
sabiá-do-campo
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Pseudoleistes guirahuro (Vieillot, 1819)
Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823)
PASSERIFORMES
Parulidae
Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830)
pula-pula
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Parulidae
Basileuterus leucoblepharus (Vieillot, 1817)
pula-pula-assobiador
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Parulidae
Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789)
pia-cobra
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Parulidae
Parula pitiayumi (Vieillot, 1817)
mariquita
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Pipridae
Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793)
tangará, dançador
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Pipridae
Rhinocryptidae
Piprites chloris (Temminck, 1822)
Psilorhamphus guttatus (Ménétriès, 1835)
papinho-amarelo
tapaculo-pintado
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
PASSERIFORMES
Rhinocryptidae
PASSERIFORMES
Rhinocryptidae
Scytalopus indigoticus (Wied, 1831)
Scytalopus notorius (Raposo, Stopiglia, Loskot & Kirwan, 2006)
macuquinho
tapaculo-preto
PASSERIFORMES
Scleruridae
Sclerurus scansor (Ménétriès, 1835)
vira-folhas
Soc. Chauá (2008)
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Ordem
Família
Nome científico
Nome popular
Registro
PASSERIFORMES
Thamnophilidae
Batara cinerea (Vieillot, 1819)
matracão
Germano Woehl Jr
PASSERIFORMES
Thamnophilidae
Drymophila malura (Temminck, 1825)
choquinha-carijó
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Thamnophilidae
Drymophila rubricollis (Bertoni, 1901)
trovoada-de-bertoni
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Thamnophilidae
Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823)
choquinha-lisa
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Thamnophilidae
Hypoedaleus guttatus (Vieillot, 1816)
chocão-carijó
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Thamnophilidae
Thamnophilidae
Mackenziaena leachii (Such, 1825)
Mackenziaena severa (Lichtenstein, 1823)
borralhara-assobiadora
borralhara
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
PASSERIFORMES
Thamnophilidae
Pyriglena leucoptera (Vieillot, 1818)
papa-taoca-do-sul
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Thamnophilidae
Thamnophilus caerulescens Vieillot, 1816
choca-da-mata
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Thraupidae
Cissopis leverianus (Gmelin, 1788)
tietinga
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Thraupidae
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766)
saí-azul
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Thraupidae
Thraupidae
Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766)
Hemithraupis ruficapilla (Vieillot, 1818)
saíra-de-papo-preto
saíra-da-mata
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
PASSERIFORMES
Thraupidae
Pipraeidea melanonota (Vieillot, 1819)
saíra-viúva
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Thraupidae
Pyrrhocoma ruficeps (Strickland, 1844)
cabecinha-castanha
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Thraupidae
Stephanophorus diadematus (Temminck, 1823)
sanhaçu-frade
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Thraupidae
Tachyphonus cononatus (Vieillot, 1822)
tiê-preto
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Thraupidae
Tangara desmaresti (Vieillot, 1819)
saíra-lagarta
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Thraupidae
Thraupidae
Tangara preciosa (Cabanis, 1850)
Tangara seledon (Statius Muller, 1776)
saíra-preciosa
saíra-de-sete-cores
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
PASSERIFORMES
Thraupidae
Thraupidae
saí-andorinha
sanhaço-amarelo
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tersina viridis (Illiger, 1811)
Thraupis bonariensis (Gmelin, 1789)
PASSERIFORMES
Thraupidae
Thraupis cyanoptera (Vieillot, 1817)
sanhaçu-de-encontro-azul
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Thraupidae
Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766)
sanhaçu-cinzento
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Thraupidae
Trichothraupis melanops (Vieillot, 1818)
tiê-de-topete
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tityridae
Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827)
caneleiro
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tityridae
Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818)
caneleiro-preto
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tityridae
Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823)
caneleiro-de-chapéu-negro
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tityridae
Schiffornis virescens (Lafresnaye, 1838)
flautim
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tityridae
Tityra cayana (Linnaeus, 1766)
anambé-branco-de-rabo-preto
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tityridae
Troglodytidae
Tityra inquisitor (Lichtenstein, 1823)
Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819)
anambé-branco-de-bochecha-parda
garrinchão-de-bico-grande
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Ameaçadas
Brasil
Ameaçadas
Mundo
NT
NT
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Ordem
Família
Nome científico
Nome popular
Registro
PASSERIFORMES
Troglodytidae
Troglodytes musculus Naumann, 1823
corruíra, cambaxirra
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Turdidae
Platycichla flavipes (Vieillot, 1818)
sabiá-una
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Turdidae
Turdus albicollis Vieillot, 1818
sabiá-coleira
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Turdidae
Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850
sabiá-poca
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Turdidae
Turdus rufiventris Vieillot, 1818
sabiá-laranjeira
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Turdidae
Tyrannidae
Turdus subalaris (Seebohm, 1887)
Attila phoenicurus (Pelzeln, 1868)
sabiá-ferreiro
tinguaçu-castanho
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Tyrannidae
risadinha
viuvinha
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824)
Colonia colonus (Vieillot, 1818)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Contopus cinereus (Spix, 1825)
papa-moscas-cinzento
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Elaenia mesoleuca (Deppe, 1830)
tuque
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Elaenia parvirostris Pelzeln, 1868
guaracava-de-bico-pequeno
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Tyrannidae
peitica
noivinha
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Empidonomus varius (Vieillot, 1818)
Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788)
gibão-de-couro
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Tyrannidae
Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868)
Legatus leucophaius (Vieillot, 1818)
enferrujado
bentevi-pirata
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846
cabeçudo
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Machetornis rixosa (Vieillot, 1819)
bentevi-do-gado
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766)
bentevi-de-bico-chato
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Mionectes rufiventris Cabanis, 1846
abre-asa-de-cabeça-cinza
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Muscipipra vetula (Lichtenstein, 1823)
tesoura-cinzenta
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Tyrannidae
maria-cavaleira
irré
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Myiarchus ferox (Gmelin, 1789)
Myiarchus swainsoni (Cabanis & Heine, 1859)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776)
bentevi-rajado
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Myiopagis caniceps (Swainson, 1835)
guaracava-cinzenta
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776)
filipe
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Myiornis auricularis (Vieillot, 1818)
miudinho
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Myiozetetes similis (Spix, 1825)
bentevizinho-penacho-vermelho
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822)
piolhinho
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Phylloscartes ventralis (Temminck, 1824)
borboletinha-do-mato
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766)
bentevi
Soc. Chauá (2008)
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Ameaçadas
Brasil
Ameaçadas
Mundo
Ordem
Família
Nome científico
Nome popular
Registro
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Platyrinchus mystaceus Vieillot, 1818
patinho
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Tyrannidae
ferreirinho-de-cara-canela
príncipe
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Poecilotriccus plumbeiceps (Lafresnaye, 1846)
Pyrocephalus rubinus (Boddaert, 1783)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818)
suiriri-pequeno
Germano Woehl Jr
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Serpophaga subcristata (Vieillot, 1817)
alegrinho
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Sirystes sibilator (Vieillot, 1818)
gritador
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Tolmomyias sulfurescens (Spix, 1825)
bico-chato-de-orelha-preta
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819
suiriri
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Tyrannidae
Tyrannus savana Vieillot, 1808
tesoura
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Vireonidae
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789)
pitiguari
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Vireonidae
Hylophilus poicilotis Temminck, 1822
verdinho-coroado
Soc. Chauá (2008)
PASSERIFORMES
Vireonidae
Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766)
juruviara
Soc. Chauá (2008)
Germano Woehl Jr
Ameaçadas
Brasil
Ameaçadas
Mundo
ANEXO 6: Lista preliminar dos mamíferos registrados na região da RPPN Taipa Rio do Couro, Itaiópolis, Santa Catarina, resultado da compilação da
lista elaborada pela mastozoóloga Fernanda Góss Braga no Plano de Manejo da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí (Sociedade Chauá, 2008) e dos
registros realizados por Germano Woehl Jr. Espécies ameaçadas conforme MMA, 2003 e IUCN (2013). Legenda: Tipo de registro: (L) Literatura, (C)
Evidência em Campo, (E) Entrevista, (P) acervo do proprietário, (A) atropelamentos. Categorias de ameaça (MMA, 2003): (VU) Vulnerável, (NT) Quase ameaçada.
Táxon
Nome popular
Registro
Tipo de
registro
Status de Ameaça no Brasil
Soc. Chauá (2008)
Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr
E,A
P
-
ORDEM DIDELPHIMORPHIA
Família DIDELPHIDAE
Didelphis albiventris
Micoureus paraguayanus
Gambá-de-orelha-branca
Cuíca, guaiquíca
ORDEM XENARTHRA (Pilosa+Cingulata)
Família MYRMECOPHAGIDAE
Tamandua tetradactyla
Tamanduá-mirim
Soc. Chauá (2008)
E
-
Família DASYPODIDAE
Cabassous tatouay
Dasypus novemcinctus
Tatu-de-rabo-mole
Tatu-galinha
Germano Woehl Jr.
Soc. Chauá (2008)
P
E
-
ORDEM CHIROPTERA
Família PHILLOSTOMIDAE
Anoura geoffroyi
Carollia perspicillata
Desmodus rotundus
Morcego-focinhudo-grande
Morceguinho-fruteiro
Morcego-vampiro
Soc. Chauá (2008)
Soc. Chauá (2008)
Soc. Chauá (2008)
L
L
L,E
-
ORDEM PRIMATES
Família CEBIDAE
Cebus nigritus
Macaco-prego
Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr
E,P
-
Família ATELIDAE
Alouatta guariba
Bugio-ruivo
Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr
E,C,P
NT
ORDEM CARNIVORA
Família CANIDAE
Cerdocyon thous
Cachorro-do-mato
Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr
E,A,P
-
Família FELIDAE
Puma concolor
Puma yagouaroundi
Leopardus pardalis
Leopardus tigrinus
Puma
Gato-mourisco
Jaguatirica
Gato-do-mato-pequeno
Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr
Germano Woehl Jr
Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr
Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr
E,P
P
E,P,C,
E,P,C
VU
VU
VU
Família MUSTELIDAE
Lontra longicaudis
Eira barbara
Galictis cuja
Lontra
Irara
Furão
Soc. Chauá (2008)
Soc. Chauá (2008)
Soc. Chauá (2008)
E
E
E
-
Táxon
Nome popular
Registro
Tipo de
registro
Status de Ameaça no Brasil
Soc. Chauá (2008)
Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr
E
E,P
-
Soc. Chauá (2008)
E,C
-
Família PROCYONIDAE
Procyon cancrivorus
Nasua nasua
Mão-pelada
Quati
ORDEM ARTIODACTYLA
Família TAYASSUIDAE
Pecari tajacu
Cateto
Família CERVIDAE
Mazama gouazoubira
Veado-catingueiro
Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr
E,P
-
ORDEM RODENTIA
Família SCIURIDAE
Guerlingetus ingrami
Serelepe
Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr
E,C,P
-
Família ERETHIZONTIDAE
Sphigurus villosus
Ouriço-cacheiro
Soc. Chauá (2008)
E,A
-
Família CAVIIDAE
Cavia aperea
Hydrochoeris hydrochaerus
Preá
Capivara
Soc. Chauá (2008)
Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr
E
E,P
-
Família DASYPROCTIDAE
Dasyprocta azarae
Cutia
Soc. Chauá (2008)
E
-
Família CUNICULIDAE
Cuniculus paca
Paca
Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr
E,P
-
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
ANEXO 7: Lista preliminar dos anfíbios registrados no complexo de RPPNs dos vales dos
rios do Couro e Itajaí do Norte, Itaiópolis, SC.
Família
Amphignathodontidae
Bufonidae
Bufonidae
Centrolenidae
Cicloramphidae
Cicloramphidae
Cycloramphidae
Hylidae
Hylidae
Hylidae
Hylidae
Hylidae
Hylidae
Hylidae
Hylidae
Hylidae
Hylidae
Hylidae
Hylidae
Hylidae
Hylidae
Hylidae
Hylidae
Hylidae
Hylidae
Hylidae
Hylidae
Leiuperidae
Leiuperidae
Leiuperidae
Leiuperidae
Leptodactylidae
Leptodactylidae
Leptodactylidae
Leptodactylidae
Leptodactylidae
Leptodactylidae
Microhylidae
Espécie
Flectonotus fissilis (Miranda-Ribeiro, 1920)
Bufo crucifer (Wied, 1821)
Bufo ictericus (Spix, 1824)
Hyalinobatrachium uranoscopum (Muller, 1924)
Proceratophrys boiei (Wied-Neuwied, 1825)
Proceratophrys sp
Odontophrynus americanus (Duméril & Bibron, 1841)
Aplastodiscus albosignatus (A.Lutz & B.Lutz, 1938)
Aplastodiscus ehrhardti (Muller, 1924)
Aplastodiscus perviridis (A. Lutz in B. Lutz, 1950)
Dendropsophus minutus (Peters, 1872)
Dendropsophus nahdereri (B. Lutz & Bokermann, 1963)
Hyla albopunctata (Spix, 1824)
Hyla microps (Peters, 1872)
Hylodes perplicatus (Miranda-Ribeiro, 1926)
Hypsiboas bischoffi (Boulenger, 1887)
Hypsiboas faber (Wied-Neuwied, 1821)
Hypsiboas prasinus (Burmeister, 1856)
Hypsiboas semiguttatus (A. Lutz, 1925)
Phyllomedusa distincta (A. Lutz in B. Lutz, 1950)
Scinax cf. duartei (B. Lutz, 1951)
Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925)
Scinax hayii (Barbour, 1909)
Scinax perpusillus (A. Lutz & B. Lutz, 1939)
Scinax rizibilis (Bokermann, 1964)
Scinax sp.2 - grupo catharinae
Sphaenorhynchus surdus (Cochran, 1953)
Physalaemus cuvieri (Fitzinger, 1826)
Physalaemus gracilis (Boulenger, 1883)
Physalaemus nanus (Boulenger, 1888)
Physalaemus obtectus Bokermann, 1966
Adenomera marmorata (Steindachner, 1867)
Eleutherodactylus binotatus (Spix, 1824)
Eleutherodactylus guentheri. (Steindachner 1864)
Leptodactylus notoaktites (Heyer, 1978)
Leptodactylus ocellatus (Linnaeus, 1758)
Leptodactylus plaumanni (Ahl, 1936)
Chiasmocleis leucosticta (Boulenger, 1888)
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
Sociedade Chauá, 2013
ANEXO 8: Lista preliminar dos répteis registrados no complexo de RPPNs dos vales dos
rios do Couro e Itajaí do Norte, Itaiópolis, SC.
Família
Nome científico
Nome comum
Chelidae
Hydromedusa tectifera (Cope, 1869)
cágado
Anguidae
Ophiodes fragilis (Raddi, 1820)
lagarto-quebra-quebra
Leiosauridae
Enyalius iheringii (Boulenger, 1885)
camaleão
Teiidae
Tupinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839)
lagarto-teiú
Colubridade
Spilotes pullatus (Linnaeus, 1758)
caninana
Dipsadidae
Boiruna maculata (Boulenger, 1896)
muçurana
Dipsadidae
Liophis miliaris (Linnaeus, 1758)
cobra-da-água
Dipsadidae
Oxyrhopus cf. petola (Linnaeus, 1758)
cobra-coral-falsa
Dipsadidae
Oxyrhopus clathratus (Duméril, Bibron & Duméril, 1854)
cobra-coral-falsa
Dipsadidae
Philodryas aestiva (Duméril, Bibron & Duméril, 1854)
cobra-verde
Dipsadidae
Taeniophallus affinis (Günther, 1858)
cobra-cabeça-preta
Dipsadidae
Thamnodynastes cf hypoconia (Cope, 1860)
cobra-espada
Dipsadidae
Tomodon dorsatus (Duméril, Bibron & Duméril, 1854)
cobra espada
Dipsadidae
Xenodon neuwiedii (Günther, 1863)
jararaca-falsa
Elapidae
Micrurus corallinus (Merrem, 1820)
cobra-coral
Viperidae
Bothropoides jararaca (Wied, 1824)
jararaca
Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro
ANEXO 9: Mapas da RPPN Taipa Rio do Couro
1.
Mapa de Localização
2.
Mapa Base
3.
Mapa de Vegetação
4.
Mapa de Zoneamento
5.
Mapa de Conectividade
Sociedade Chauá, 2013
Rio Negro
!
!
Três Barras
Mafra
!
Bela Vista do Sul
!
Rio Preto do Sul
!
4
SC 19
Itaiópolis
BR - 116
!
Major Vieira
!
Papanduva
Paraguaçu
!
!
SC
-4
22
Iraputã
!
!
Monte Castelo
Água Clara
!
Itaió
Vila de Volta Grande
!
!
Paiol Velho
!
TAIPA RIO DO COURO
Moema
!
Craveiro
!
BR
-4
Colorado
ou
jaí
Ita
!
lio
rcí
He
Residência Fuck
!
77
Rio
Rio da Anta
!
N
do
e
o rt
!
Nova Cultura
Lajeadinho
!
Santa Terezinha
!
Alto Vigante
Serra da Abelha
Santa Maria
!
!
!
Vitor Meireles
!
Taiozinho
Barra do Dollman
!
!
Witmarsum
!
Rio do Campo
!
!
Salete
Caçador
!
49°48'0"W
Mafra
Três Barras
Convenções Cartográficas
26°0'0"S
26°0'0"S
Localização Geográfica
Perímetro da Propriedade
!
Itaiópolis
Sedes e Localidades
Rio Negrinho
Escala
Rio dos Cedros
0
2,500
5,000
Hidrografia (rios principais)
1:300,000
Divisão Municipal
Vitor Meireles
José Boiteux
49°48'0"W
MAPA DE LOCALIZAÇÃO
Proprietário/Propriedade
Fuso: 22
Estradas Secundárias
Doutor Pedrinho
Mapa
Datum Horizontal: SAD/69 (South American 1969)
Caminhos
Santa Terezinha
Execução:
!
Sistema de Projeção UTM - Universal Transversa de Mercator
Rodovias e Estradas Principais
Papanduva
Dona Emma
!
Dados Técnicos
José Boiteux
Área Matrícula (ha):
ELZA NISHIMURA WOEHL E
GERMANO WOEHL JUNIOR
RPPN TAIPA RIO DO COURO
²
36,3000
Área Mensurada (ha):
36,3000
Nº Matrícula:
Projeto
10,000
metros
Plano de Manejo
Apoio:
Município
7.553
Escala:
1:300,000
Estado
Data:
Itaiópolis
SC
abril/2013
607400
607600
7065000
607200
7065000
607000
7064800
a
do
Ri
o
M
on
jol
o
7064600
7064400
7064200
RPP
7064200
NO
Ju
li
o
La
di r Z
da
anel
atto
7064400
7064600
Rio d
o Co
ur o
Tr
ilh
a
Elcira Eskelsen
lha
Tri
ip
Ta
da
7064800
Rio Mo
njolo
Rio do Couro
7064000
7064000
Áreas Mensuradas
Divisa seca da RPPN - 36,3000
Área de Consolidação das Divisas - 0,7277 ha
607000
49°48'0"W
Hidrografia
Existentes
Rio Negrinho
Rio dos Cedros
Santa Terezinha
Propostas
Escala
0
35
70
Proprietário/Propriedade
²
José Boiteux
49°48'0"W
Área Matrícula (ha):
ELZA NISHIMURA WOEHL E
GERMANO WOEHL JUNIOR
RPPN TAIPA RIO DO COURO
Projeto
140
metros
Doutor Pedrinho
1:3,500
Vitor Meireles
MAPA BASE E USO PÚBLICO
Fuso: 22
Divisa seca da RPPN
Itaiópolis
Mapa
Datum Horizontal: SAD/69 (South American 1969)
Trilhas
Papanduva
Execução:
607600
Sistema de Projeção UTM - Universal Transversa de Mercator
Área de Consolidação das Divisas
Mafra
Três Barras
607400
Dados Técnicos
Convenções Cartográficas
26°0'0"S
26°0'0"S
Localização Geográfica
607200
36,3000
Área Mensurada (ha):
36,3000
7.553
Nº Matrícula:
Plano de Manejo
Escala:
Apoio:
Município
1:3,500
Estado
Data:
Itaiópolis
SC
abril/2013
607400
607600
7065000
607200
7065000
607000
7064800
a
do
Ri
o
M
on
jol
o
7064600
7064600
Rio d
o Co
ur o
Tr
ilh
a
Elcira Eskelsen
lha
Tri
ip
Ta
da
7064800
Rio Mo
njolo
Rio do Couro
7064400
7064200
RPP
7064200
NO
Ju
li
o
La
di r Z
da
anel
atto
7064400
!
607000
Convenções Cartográficas
26°0'0"S
26°0'0"S
Localização Geográfica
49°48'0"W
!
Dados Técnicos
Existentes
Santa Terezinha
Propostas
Rio Negrinho
Escala
0
35
70
Doutor Pedrinho
1:3,500
Vitor Meireles
José Boiteux
49°48'0"W
MAPA DE VEGETAÇÃO
Proprietário/Propriedade
Fuso: 22
Trilhas
Rio dos Cedros
Mapa
Datum Horizontal: SAD/69 (South American 1969)
Divisa seca da RPPN
Itaiópolis
Execução:
607600
Sistema de Projeção UTM - Universal Transversa de Mercator
Área de Consolidação das Divisas
Papanduva
607400
Nascente
Hidrografia
Mafra
Três Barras
607200
7064000
7064000
Cobertura Vegetal - RPPN
Floresta no Estágio Inicial - 1,5305 ha
Floresta no Estágio Médio da Sucessão - 17,0769 ha
Floresta no Estágio Avançado da Sucessão - 17,4093 ha
Área de Deslizamento - 0,2833 ha
Cobertura Vegetal - Área de Consolidação das Divisas
Floresta no Estágio Avançado da Sucessão - 0,7277 ha
Área Matrícula (ha):
ELZA NISHIMURA WOEHL E
GERMANO WOEHL JUNIOR
RPPN TAIPA RIO DO COURO
²
Projeto
140
metros
36,3000
Área Mensurada (ha):
36,3000
7.553
Nº Matrícula:
Plano de Manejo
Escala:
Apoio:
Município
1:3,500
Estado
Data:
Itaiópolis
SC
abril/2013
607400
607600
7065000
607200
7065000
607000
7064800
a
do
Ri
o
M
on
jol
o
7064600
7064600
Rio d
o Co
ur o
Tr
ilh
a
Elcira Eskelsen
lha
Tri
ip
Ta
da
7064800
Rio Mo
njolo
Rio do Couro
7064400
7064200
RPP
7064200
NO
Ju
li
o
La
di r Z
da
anel
atto
7064400
!
607000
Convenções Cartográficas
26°0'0"S
26°0'0"S
Localização Geográfica
49°48'0"W
!
Dados Técnicos
Existentes
Propostas
Santa Terezinha
Rio Negrinho
Escala
0
35
70
Doutor Pedrinho
1:3,500
Vitor Meireles
José Boiteux
49°48'0"W
MAPA DE ZONEAMENTO
Proprietário/Propriedade
Fuso: 22
Divisa seca da RPPN
Rio dos Cedros
Mapa
Datum Horizontal: SAD/69 (South American 1969)
Área de Consolidação das Divisas
Itaiópolis
Execução:
607600
Sistema de Projeção UTM - Universal Transversa de Mercator
Trilhas
Papanduva
607400
Nascente
Hidrografia
Mafra
Três Barras
607200
7064000
7064000
Zoneamento - RPPN
Zona Silvestre - 13,82563 ha
Zona de Proteção - 16,8710 ha
Zona de Recuperação - 1,3926 ha
Zona de Visitação - 4,2108 ha
Zoneamento - Área de Consolidação das Divisas
Zona Silvestre - 0,7277 ha
Área Matrícula (ha):
ELZA NISHIMURA WOEHL E
GERMANO WOEHL JUNIOR
RPPN TAIPA RIO DO COURO
²
Projeto
140
metros
36,3000
Área Mensurada (ha):
36,3000
7.553
Nº Matrícula:
Plano de Manejo
Escala:
Apoio:
Município
1:3,500
Estado
Data:
Itaiópolis
SC
abril/2013
!
!
Rio Negro
Três Barras
!
Mafra
!
Marcílio Dias
São Cristóvão
!
Canoinhas
!
Campo da Água Verde
Três Barras
Canoinhas
Bela Vista do Sul
Mafra
!
!
FN de Três Barras
Rio Preto do Sul
!
Rio Negrinho
Bela Vista do Toldo
!
!
Itaiópolis
Bela Vista do Toldo
!
Major Vieira
Papanduva
!
APA do Rio dos Bugres
Paraguaçu
!
!
São Bento do Sul
Iraputã
!
!
Papanduva
Paiol Velho
Água Clara
!
Itaió
Itaiópolis
Major Vieira
Corupá
Rio Negrinho
!
Monte Castelo
Vila de Volta Grande
!
!
TAIPA RIO DO COURO
Moema
!
Craveiro
Rio dos Cedros
!
!
Residência Fuck
!
Timbó Grande
!
Rio da Anta
APA da Represa do Alto Rio Preto
Colorado
Santa Terezinha
Monte Castelo
Nova Cultura
Benedito Novo
!
Lajeadinho
Doutor Pedrinho
Doutor Pedrinho
!
RB do Sassafrás
!
Campo do Areão
!
!
Santa Terezinha ARIE Serra da Abelha/Rio da Prata
Lebon Régis
Alto Vigante
Serra da Abelha
Santa Maria
!
!
ARIE Serra da Abelha/Rio
da Prata
!
RB do Sassafrás
Vitor Meireles
José Boiteux
Vitor Meireles
Rio do Campo
!
Benedito Novo
!
Taiozinho
Barra do Dollman
!
Santa Cecília
Witmarsum
!
Witmarsum
Rio do Campo
!
Santa Cecília
!
!
Salete
Salete
Caçador
!
José Boiteux
Dona Emma
!
Ascurra
!
Dona Emma
!
01
Passo Manso
!
!
RPPNs
no Entorno
Ibirama
Dalbérgia
FN Ibirama
Presidente Getúlio
Ibirama
!
Mirador
!
04
Taió
01 - RPPN das Araucárias
Gigantes
Presidente Getúlio
02 - RPPN Raso do Mandi
Subida
Taió
!
!
Ponte Alta do Norte
08
!
02
Ponte Alta do Norte
!
Pouso Redondo
Pouso Redondo
Aterrado Torto
!
08 - RPPN Refúgio do Macuco
São Cristovão do Sul
26°0'0"S
Localização Geográfica
Convenções Cartográficas
26°0'0"S
49°48'0"W
Ponte Alta
Execução:
MAPA DE CONECTIVIDADE
Datum Horizontal: SAD/69 (South American 1969)
Hidrografia (rios principais)
RPPN
Escala
0
2,450 4,900
Uso Sustentável
1:400,000
Vitor Meireles
José Boiteux
Proteção Integral
Área Indígena de Ibirama
49°48'0"W
Mapa
Sistema de Projeção UTM - Universal Transversa de Mercator
Rod. e Estradas Principais
Rio dos Cedros
Aurora Presidente Nereu
!
Fuso: 22
Rio Negrinho
Agronômica
Trombudo Central
Dados Técnicos
Raios de 10 em 10km
Papanduva
Apiúna
Agronômica
Perímetro da RPPN
Divisão Municipal
Mafra
!
!
!
Otacílio Costa
Lontras
Rio do Sul
Rio do Sul
Laurentino
!
Laurentino
06 - RPPN Corredeiras do Rio Itajaí II
São Cristovão do Sul
Doutor Pedrinho
Rio do Oeste
Mirim Doce
!
Santa Terezinha
Lontras
!
07 - RPPN Corredeiras do Rio Itajaí
Itaiópolis
Anta Gorda
Rio do Oeste
!
07
Três Barras
!
04 - RPPN Taipa Rio do Couro
Mirim
05 - RPPN
Taipa do Rio
ItajaíDoce
João Machado
!
06
05
Apiúna
03 - RPPN Odir Zanelatto
03
Proprietário/Propriedade
Área Matrícula (ha):
ELZA NISHIMURA WOEHL E
GERMANO WOEHL JUNIOR
RPPN TAIPA RIO DO COURO
²
36,3000
Área Mensurada (ha):
36,3000
7.553
Nº Matrícula:
Projeto
9,800
metros
Plano de Manejo
Escala:
Apoio:
Município
1:400,000
Estado
Data:
Itaiópolis
SC
abril/2013
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