Posições centrais em uma rede social: a estrutura da rede de ONGs de Pernambuco...
Posições centrais
em uma rede social:
a estrutura da rede de ONGs
de Pernanbuco associadas à ABONG
Marcela Cox1
Paulo Thiago Nunes Bezerra de Melo2
Helder Pontes Régis3
Resumo
Esse estudo se propõe a descrever e analisar a rede interorganizacional de ONGs de PE e
as suas respectivas redes de articulação. Especificamente, são estudadas as ONGs associadas à ABONG (Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais), no
que se refere às suas características estruturais, que fazem parte da dimensão estrutural do
capital social. Esta dimensão estrutural é conceituada como as conexões entre os atores,
ou seja, como os atores se conectam. São descritos os padrões e vínculos em termos de
medidas como densidade e centralidade. A centralidade de um ator pode ser determinada
tomando como referência a três diferentes atributos estruturais: seu grau, sua intermediação ou sua proximidade. O interesse na atividade de comunicação sugere uma medida
baseada no grau; o interesse no controle da comunicação requer uma medida baseada na
intermediação; e o interesse na independência e na eficiência leva à escolha de uma
medida baseada na proximidade. Para o mapeamento, mensuração da densidade e centralidade da rede foi utilizado o software UCINET 6. Identificou-se que a rede estudada
possui baixo nível de aproveitamento das relações possíveis. Também foi possível identificar os atores que se destacam por ocuparem posições estruturais de grande atividade
de comunicação, de controle da informação e de independência da informação.
Palavras-chave: Redes sociais. Estrutura social. Organizações não governamentais.
1 Mestranda em Gestão Empresarial pela Faculdade Boa Viagem – FBV.
[email protected].
2 Mestrando em Gestão Empresarial pela Faculdade Boa Viagem – FBV.
[email protected].
3 Doutor em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Professor da
Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE. Professor Colaborador do Centro de
Pesquisa e Pós-Graduação e Administração da Faculdade Boa Viagem (CPPA-MPGE).
[email protected].
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Marcela Cox, Paulo Thiago Nunes Bezerra de Melo e Helder Pontes Régis
Central position in a social network:
structure of the NGO network of Pernambuco associated with ABONG
Abstract
This study aims to describe and analyze the inter-organizational network of NGOs in PE
and their associated articulation networks. Specifically, the structural characteristics of
NGOs associated to ABONG (Brazilian Association of Non-Governmental Organizations)
were studied. The structural characteristics are part of the structural dimension of social
capital. This structural dimension is defined as the connections between actors or, in
other words, how the actors connect themselves. Patterns and linkages were described in
terms of measures such as density and centrality. The centrality of an actor can be
determined by reference to three different structural attributes: its degree, betweenness or
its closeness. Interest in communication activity suggests a measure based on the degree;
the interest in the control of communication requires a measure based on betweenness;
and the interest in independence and efficiency leads to the choice of a measure based on
closeness. The software UCINET 6 was used for the mapping and measurement of
density and centrality of the network. It was identified that the network studied has low
application of the possible relations. It was also possible to identify the actors who stand
out due to the occupation of structural positions of major activity in communication,
information control and information independence.
Key words: Social networks. Social structure. Non governmental organizations.
Introdução
Diante da crescente discussão em torno da cooperação entre as
organizações, o estudo de redes sociais torna-se relevante, visto que
um dos objetivos da estruturação de redes é a colaboração e o
compartilhamento de informação e conhecimento. Considerando o
imbricamento de objetivos entre as Organizações Não Governamentais (ONGs) e as redes sociais, tendo em vista que tais organizações
atuam no sentido de mobilizar pessoas e recursos para benefícios
coletivos e sociais, Marteleto e Silva (2004, p.46) afirmam que as
transformações dependem das redes existentes entre os indivíduos do
grupo e os atores localizados em outros espaços sociais. Argumenta
também que “os indivíduos organizam suas ações nos espaços políticos em função de socializações e mobilizações suscitados pelo próprio desenvolvimento de suas redes”.
Segundo dados da Rede de Informações do Terceiro Setor (Rits),
no Brasil há mais de 250 mil organizações do terceiro setor, empregando aproximadamente 2 milhões de pessoas (CAVALCANTI, 2006).
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Com 12 anos de existência, a Rits é uma organização privada sem fins
lucrativos e tem como missão dar suporte às organizações da sociedade civil e movimentos sociais em nível nacional, no que se refere ao
compartilhamento de informações, conhecimentos e recursos técnicos. Com isso, a Rits apoia a elaboração das estratégias das organizações da sociedade civil e a articulação destas entre si.
Diante desse contexto, torna-se relevante o estudo de como estão
configuradas as relações existentes entre as ONGs e como os objetivos das ONGs se relacionam com a configuração da rede formada por
elas.
Tendo em vista a importância das redes sociais para o desenvolvimento das ONGs, este artigo busca investigar a dimensão estrutural
da rede de ONGs de Pernambuco (PE) e de suas respectivas redes de
articulação. Portanto, este estudo buscou investigar não somente as
ONGs de PE, mas também as organizações engajadas na articulação
entre diversas ONGs com interesses semelhantes. É provável que
essas organizações responsáveis pela articulação de ONGs com interesses comuns (denominadas de redes de articulação) permitam a
existência de uma rede ampla de comunicação.
Cada vez mais, as pesquisas demonstram que o comportamento
de indivíduos e grupos é influenciado pelas redes sociais. Os efeitos
da centralidade dos atores em uma estrutura social sobre o comportamento, assim como a identificação de subgrupos em uma rede, têm
merecido atenção especial por causa de sua relevância teórica. A análise de redes sociais tem demonstrado considerável poder analítico como estratégia de pesquisa, sendo uma das abordagens que mais cresce
no campo de ciências sociais (MIZRUCHI, 2006).
Na próxima seção, serão apresentadas as abordagens referentes
as ONGs, redes sociais e sua dimensão estrutural, para em seguida
serem apresentadas a metodologia, os resultados e as conclusões do
estudo.
1
Redes de organizações não governamentais
As ONGs nasceram, em âmbito nacional, entre as décadas de
1970 e 1980, em um contexto pós-ditatorial, o qual reflete a sintonia
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com os objetivos das organizações populares e dos movimentos sociais que tinham como propósito proteger os direitos sociais e fortalecer a sociedade civil, focando nos trabalhos de educação popular,
atuando, elaborando e monitorando as políticas públicas (ABONG,
2009).
As ONGs atuam junto a diversos atores, como o Estado, as empresas privadas e as comunidades. Essas organizações fazem parte de
uma prática denominada gestão social, que ganha impulso em todo o
mundo. A adoção de um compromisso social está cada vez mais frequente, e com isso surgem alternativas de gestão para enfrentar diversos problemas sociais: As ONGs surgem como opção de mudança e
como possibilidade de propiciar maior eficácia à gestão pública, sem
substituir o Estado, mas com a transferência de algumas demandas
sociais (JUNQUEIRA, 2006).
Estando as políticas sociais descentralizadas, há o surgimento de
diversos atores, trabalhando para a construção de alternativas voltadas
à resolução de problemas presentes na sociedade. Essa realidade
potencializa o aparecimento de redes sociais de forma a articular
poder público, sociedade civil e empresas privadas para trabalharem
juntos, visando a objetivos em comum. É o que Ribeiro (2006)
chamou de “malha de relações híbridas”. Essa nova dinâmica
possibilita também a valorização da gestão intersetorial, que enfatiza
a compreensão e a solução dos problemas sociais de modo integrado
(JUNQUEIRA, 2006).
É nesse contexto que surgem as redes sociais entre ONGs, que
podem trazer benefícios a essas organizações, fazendo com que elas
se desenvolvam e consigam dar uma resposta eficaz aos problemas de
políticas públicas. “A construção de uma rede organizacional deve
buscar o desenvolvimento a partir do envolvimento mútuo e da relação biunívoca equilibrada entre os parceiros. Em lugar de privilegiar o
espaço organizacional, deve se voltar para as relações entre indivíduos, grupos, organizações e setores” (MACIEL, 2004, p. 64).
A seguir, será apresentado o tópico referente a redes sociais,
enfatizando a importância da formação dessas em um cenário no qual
a busca e a troca de conhecimento são essenciais para o desenvolvimento das organizações.
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2
A perspectiva de redes sociais
As discussões em torno das redes sociais são cada vez mais
frequentes nos campos individual e organizacional. Redes sociais na
internet, redes sociais no âmbito do trabalho, rede de amigos e assim
por diante: é fácil perceber que de alguma forma as pessoas fazem
parte de redes sociais, já que o ser humano está sempre em contato
com outros, seja pessoalmente ou virtualmente, e esses contatos
podem tornar-se laços, os quais podem apoiar ou não as atividades
que se desejam desenvolver. Similarmente acontece com as organizações, que, no contexto atual, vivem em intensa competitividade, sendo
necessário haver cooperação entre os atores, visto que as transformações exigidas são tamanhas que extrapolam suas competências
internas. Essa cooperação cria interdependência entre os atores, de
forma que o sucesso da organização passa a depender de como ela se
relaciona com os outros atores (MALUF FILHO, 2005).
Segundo Mizruchi (2006, p. 73), “a análise de redes é um tipo de
sociologia estrutural que se baseia numa noção clara dos efeitos das
relações sociais sobre o comportamento individual e grupal”. A abordagem da sociologia estrutural admite que as restrições e oportunidades das estruturas sociais afetam mais o comportamento humano do
que as normas culturais ou outras condições subjetivas.
De acordo com Emirbayer e Goodwin (1994), rede social é o
conjunto de relações e ligações sociais entre determinados atores. Um
ator social pode ser uma pessoa ou uma organização que se comunica
em uma rede, desempenhando um papel específico na sociedade.
Segundo Régis et al. (2006, p. 3), “a literatura tem descrito as redes
como sendo composições de indivíduos, grupos ou organizações
voltadas para a perpetuação, a consolidação e o desenvolvimento das
atividades dos seus membros”. Granovetter (1973) discute sobre a
força dos laços como uma característica importante das redes sociais.
A força de um laço é uma combinação da quantidade de tempo,
intensidade emocional, intimidade e serviços recíprocos que caracterizam um laço.
Essa curiosidade pelas redes sociais advém dos possíveis benefícios gerados nos contatos estabelecidos entre diversos atores. As reGestão Contemporânea, Porto Alegre, ano 6, n. 6, p. 69-96, jan./dez. 2009
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des de relacionamento podem facilitar a transferência da informação e
com isso, apoiar a operacionalização da organização, através dos
conhecimentos dos atores-chave (interno ou externo à organização),
para o cumprimento de um objetivo. Krackhardt e Hanson (1993)
afirmam que uma rede informal dentro das organizações pode reduzir
o fluxo dos procedimentos formais para que os prazos sejam cumpridos. Já Marteleto (2001) afirma que redes sociais ou networks podem
unir idéias e recursos em torno de valores e interesses compartilhados.
No contexto de uma rede de ONGs, a proposta desse artigo corrobora
essa perspectiva.
Este estudo busca descrever a configuração de uma rede de
ONGs, identificando a densidade e a centralidade dos atores da rede,
conceitos que serão expostos a seguir.
2.1 Dimensão estrutural das redes sociais
As dimensões estruturais das redes sociais analisam as conexões
formadas pelos relacionamentos existentes. Por meio da análise estrutural, é possível avaliar como as informações são transmitidas pelas pessoas que estão interligadas e se a hierarquia da organização influencia
na comunicação organizacional. É possível compreender também os
comportamentos dos indivíduos através da quantidade de contatos que
um ator possui, avaliando o poder de intermediar relações e os modos
como se pode chegar à informação mais facilmente.
Essas análises são feitas a partir das posições dos atores na
composição da rede. Por meio dessa análise, é possível verificar o
quão flexível é a rede e como se comporta ou pode comportar-se a
troca de informações entre os atores (RÉGIS et al., 2006).
O capital social se refere a uma vantagem criada pela maneira
como as pessoas estão conectadas (BURT, 2005, p. 16). A dimensão
estrutural do capital social é conceituada como o padrão geral de
conexão entre os atores, que nada mais é do que o modo como os
atores se conectam e como eles deixam de conectar-se. As facetas da
dimensão estrutural são a ausência ou a presença de laços entre os
atores, a morfologia da rede para descrever o padrão de vínculos em
termos de medidas como densidade e centralidade, e a existência de
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redes criadas para um propósito, mas que podem ser usadas para outro
(NAHAPIET; GHOSHAL, 1998).
As redes sociais podem ser analisadas quantitativamente e qualitativamente. Seguindo a forma quantitativa, podem-se determinar, por
exemplo, a centralidade de um ator e a densidade da rede. Seguindo a
forma qualitativa, pode-se fazer a análise de uma rede através da diversidade de ligações, do conteúdo transacionado, do sentido do fluxo, da frequência e duração das interações (MARINHO-DA-SILVA,
2003).
Ao analisar a densidade da rede e a centralidade dos atores, é
possível determinar o valor estrutural da network para a organização e
para os que a compõem. O número de ligações existentes ou possíveis
em uma rede configura a densidade. A densidade da rede fornece
insights sobre certos fenômenos, como a velocidade com que a informação é difundida entre os atores e a extensão de suas restrições
(HANNEMAN; RIDDLE, 2005). Sugere-se que uma rede com baixa
densidade indica que o potencial da rede está sendo pouco explorado
(RIBEIRO, 2006).
Em geral, a densidade de uma rede é o valor médio das relações
obtidas sobre todas as díades possíveis. Quando grupos são identificados tomando a densidade dos laços entre os atores como o fator
delimitador, a similaridade de comportamento entre os membros de
um grupo é maior (GEST; MOODY; RULISON, 2007). Segundo
Granovetter (1973), existe uma associação entre a força dos laços e a
densidade de uma rede, de modo que o conjunto de laços fortes forma
uma rede densa e o conjunto de laços fracos forma uma rede menos
densa. Assim, este estudo busca responder a seguinte questão norteadora: Como é caracterizada estruturalmente a rede de ONGs
de PE associadas à ABONG e suas respectivas redes de articulação?
Atores que têm mais laços com outros atores podem ter vantagens nas suas posições: podem ter formas alternativas para satisfazer
suas necessidades e, portanto, estão menos dependentes de outros
indivíduos; podem ser capazes de demandar mais dos recursos da rede
como um todo; são muitas vezes os terceiros e os negociadores nas
trocas entre outros, e são capazes de se beneficiarem desta corretagem
(HANNEMAN; RIDDLE, 2005; MIZRUCHI, 2006, p. 74). A seguir,
os aspectos das posições estruturalmente favorecidas serão discutidos.
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2.2 Posições centrais na estrutura das redes
Existe uma relação entre posições centrais dos atores e sua
influência sobre o grupo (MIZRUCHI, 2006). As medidas de centralidade estão entre as mais frequentemente usadas de todas as medidas
de redes (BORGATTI; CARLEY; KRACKHARDT, 2006). Foi Freeman
(1979) quem sintetizou várias medidas de centralidade em três medidas que têm sido bastante utilizadas nos estudos de redes sociais
desenvolvidos nos últimos anos. São elas: centralidade de grau, centralidade de intermediação e centralidade de proximidade.
A mais simples e talvez mais óbvia concepção é que a centralidade do ator é alguma função do grau de um ator. O grau de um
ator é simplesmente a conta do número de outros atores que são adjacentes a ele e com os quais está, consequentemente, em contato direto
(FREEMAN, 1979; KRACKHARDT, 1992).
Enquanto o processo de comunicação acontece em uma rede
social, uma pessoa que está em uma posição que permite contato direto com muitas outras deve começar a ver a si mesma e ser vista pelos
outros como o maior canal de informação. De alguma forma, essa
pessoa é um ator focal de comunicação, ao menos com relação aos
outros com quem está em contato, e é provável que desenvolva um
sentido de estar no canal principal do fluxo de informação na rede
(FREEMAN, 1979).
Um ator de baixo grau está no extremo oposto. O ocupante de tal
posição provavelmente veja e seja visto pelos outros de forma periférica. Sua posição o isola do envolvimento direto com a maioria dos
outros na rede e o põe fora da participação ativa no processo de comunicação. O grau de um ator é importante com um índice de sua atividade de comunicação potencial (FREEMAN, 1979). Assim, este estudo busca responder a seguinte questão norteadora: Qual o grau de
atividade de comunicação das ONGs de PE associadas à ABONG
e suas respectivas redes de articulação?
Outra maneira de ver a centralidade é baseada na frequência com
que um ator está entre dois outros atores no menor caminho que os
conecta (FREEMAN, 1979, p. 221). A centralidade de intermediação
vê um ator numa posição favorecida na medida em que o ator está no
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caminho mais curto entre pares de outros atores na rede. Ou seja,
quanto mais as pessoas dependem de alguém para fazer conexões com
outras pessoas, maior é seu poder. Se, no entanto, dois atores estão
conectados entre si por mais de um caminho curto, e alguém não está
em nenhum deles, menor é seu poder (HANNEMAN; RIDDLE,
2005).
Uma pessoa com alto poder de intermediação está em uma
posição para agir como um guardião de informações que fluem pela
rede. Além disso, a intermediação é uma indicação da não redundância das fontes de informação. Conforme uma pessoa estiver conectada a partes de uma rede que de outra maneira estariam desconectadas e, em consequência, tiver acesso a diferentes e não redundantes
fontes de informação, esta pessoa terá um alto poder de intermediação
(KRACKHARDT, 1992).
A intermediação é útil como um índice do potencial de um ator
para o controle de comunicação (FREEMAN, 1979). Devido ao poder
de intermediação, o ator central pode extrair benefícios de qualquer
situação em que dois outros atores procurem se comunicar, intermediados por ele (MIZRUCHI, 2006).
Outra maneira de pensar na intermediação é buscando quais as
relações que são mais centrais, em lugar de atores. A definição de
Freeman pode ser facilmente aplicada: uma relação é intermediária na
medida em que seja parte do caminho geodésico entre pares de atores
(HANNEMAN; RIDDLE, 2005). Uma “ponte” é uma linha em uma
rede que fornece o único caminho entre dois pontos. Uma ponte local
em uma rede social será mais significativa como uma conexão entre
dois setores à medida que é a única alternativa para muitas pessoas
(GRANOVETTER, 1973).
Krackhardt (1992) estabelece o paralelo entre a medida de centralidade de intermediação e o conceito de Granovetter (1973) de ponte local. Uma ponte local é uma propriedade de um laço e a medida de
centralidade de intermediação é um atributo de um ator na rede. Mas
ambos medem o grau em que os atores alcançam partes diferentes e
desconectadas de um sistema social. Assim, este estudo também busca responder a seguinte questão norteadora: Qual a capacidade de
controle da comunicação das ONGs de PE associadas à ABONG e
suas respectivas redes de articulação?
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Outra concepção da centralidade do ator é baseada no quanto um
ator está perto de todos os outros atores na rede; é a centralidade de
proximidade. Esta concepção também está relacionada ao controle da
comunicação, mas de uma maneira diferente. Aqui um ator é visto
como central à medida que ele pode evitar o controle potencial de
outros (FREEMAN, 1979, p. 224). A abordagem da centralidade de
proximidade enfatiza a distância de um ator para todos os outros na
rede, centrando-se na distância de cada ator para todos os outros.
(HANNEMAN; RIDDLE, 2005).
A independência de um ator é determinada por sua proximidade
para todos os outros atores na rede. Assim, a centralidade de proximidade pode ser usada quando medidas baseadas em independência e
eficiência são desejadas (FREEMAN, 1979). Este estudo também
busca responder a seguinte questão norteadora: Quais as situações de
dependência das ONGs de PE associadas à ABONG e suas respectivas redes de articulação na comunicação com a rede inteira?
A centralidade de um ator pode ser determinada tomando como
referência qualquer dos três diferentes atributos estruturais daquele
ator: seu grau, sua intermediação ou sua proximidade. A escolha de
um atributo estrutural específico e sua medida associada depende do
contexto da aplicação pretendida. O interesse na atividade de comunicação sugere uma medida baseada no grau; o interesse no controle da
comunicação requer uma medida baseada na intermediação; e o interesse na independência e na eficiência leva à escolha de uma medida
baseada na proximidade (FREEMAN, 1979, p. 226).
A centralidade também pode ser analisada como um atributo da
rede inteira, em lugar de um atributo dos atores. Dessa forma, a centralidade da rede inteira deve indicar a tendência de um único ator ser
mais central do que os demais atores na rede. As medidas da centralidade da rede são baseadas nas diferenças entre a centralidade do ator
mais central e de todos os outros atores. Elas são índices dessa centralização (FREEMAN, 1979, p. 227).
O presente estudo pretende analisar a dimensão estrutural de
uma rede de ONGs, mais especificamente, sua densidade e a centralidade dos atores. Na próxima seção, serão apresentados os métodos
utilizados para os objetivos do estudo em questão.
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Metodologia
Inicialmente, foi preciso delimitar o campo de estudo: as ONGs
de PE. Em seguida, buscou-se tomar informações de uma entidade de
natureza associativa, a Associação Brasileira de Organizações Não
Governamentais (ABONG). A escolha da ABONG foi fundamentada
nos objetivos da própria associação, que estão contidos em sua carta
de princípios. Essa organização é uma sociedade civil sem fins
lucrativos, com sede em São Paulo, atuando em nível nacional. Foi
fundada em 1991 e tem como um de seus objetivos promover o
intercâmbio entre entidades que buscam a ampliação da cidadania.
(ABONG, 2009).
Para estudar a estrutura das redes de ONGs de PE, foram utilizados dados secundários, disponíveis no banco de dados na página
eletrônica da ABONG. Foi realizada análise de conteúdo dos dados
para encontrar a existência de relações entre as ONGs e as redes às
quais elas pertencem (BARDIN, 2006). Estes dados foram coletados
pela ABONG em 2004.
Através da página eletrônica da ABONG é possível acessar uma
lista das ONGs associadas. Esse filtro pode ser realizado também por
unidade de federação. Dessa forma, foram localizadas 35 ONGs de
PE associadas. No cadastro de cada ONG, há uma série de informações que detalham suas atividades, um pouco do histórico, missão,
principal âmbito de atuação, principais beneficiários ou público-alvo,
áreas temáticas de atuação e redes de articulação das quais participam.
As informações deste último campo foram utilizas para caracterização
da existência ou não de uma relação. Havendo a citação de uma ou
mais rede de articulação no cadastro da ONG, foi considerada a existência de uma relação. Essas informações foram utilizadas para elaboração dos sociogramas e para análise da dimensão estrutural da rede.
Para identificar os atores com posições centrais na rede, foram
calculados índices que representam o poder de centralidade de cada
ator referente ao seu grau, a sua intermediação e a sua proximidade na
rede da seguinte maneira:
O número de atores adjacentes a um dado ator em uma rede
simétrica é o grau deste ator (centralidade de grau). O número de
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vezes que um ator está no caminho mais curto entre dois outros atores
é a intermediação daquele ator (centralidade de intermediação). A
soma dos passos dos caminhos mais curtos para todos os outros atores
é a distância de um ator. A medida inversa da distância é a proximidade de um ator (centralidade de proximidade) (BORGATTI et al.,
2002; FREEMAN, 1979).
Cada índice foi calculado para cada ator que compõe a rede. Os
índices de grau e intermediação aumentam na mesma proporção que
aumenta o índice de centralidade de um ator. Contudo, a proximidade
de um ator é uma medida inversa da distância dele, fazendo com que
quanto menor for o índice de proximidade, maior é a centralidade de
um ator.
Também foram calculados os índices de centralização da rede
inteira. Para uma dada rede com “n” atores e uma determinada centralidade (de grau, intermediação ou proximidade) máxima, a medida de
centralização de uma rede é a soma das diferenças entre a centralidade
máxima e a centralidade de cada indivíduo, dividido pelo valor
considerado se apenas um ator tivesse centralidade máxima e todos os
outros atores tivessem centralidade mínima, ou seja, dividido pelo
maior valor possível para o somatório (BORGATTI et al., 2002;
FREEMAN, 1979).
Para analisar e desenhar a rede, foram utilizados os softwares
UCINET 6.0 e NetDraw 2.1 (BORGATTI et al., 2002). Os dados coletados no website da ABONG foram inseridos no software UCINET
6.0, o que possibilitou a formação da matriz de adjacência da rede
estudada. Esta matriz alimenta o software NetDraw 2.1, que é vinculado ao UCINET, gerando os sociogramas que representam a rede.
Os softwares forneceram um retrato da estrutura da rede e os dados
estatísticos com relação às medidas da densidade e centralidade. Os
dados foram tratados como simétricos. Isso quer dizer que, se uma
ONG tem uma relação com uma determinada rede, automaticamente
esta rede também tem uma relação com a ONG. A relação fica independente da origem (HANNEMAN; RIDDLE, 2005).
A seguir serão apresentados os resultados da análise da dimensão estrutural da rede, bem como as considerações finais.
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Resultados
Nesta seção, serão apresentados os resultados deste estudo de
maneira pontual, respondendo cada questão norteadora apresentada.
Inicialmente, buscou-se responder como é caracterizada estruturalmente a rede de ONGs de PE associadas à ABONG e suas respectivas
redes de articulação. Cada ONG e cada rede de articulação será considerada como um ator da rede delimitada como sendo a de PE.
A análise estrutural de redes sociais é bastante facilitada pela
utilização de sociogramas. O Gráfico 1 traz o sociograma da estrutura
geral da rede de ONGs de PE que são associadas à ABONG e de suas
respectivas redes de articulação. Na rede estudada, encontram-se 113
atores (entre ONGs e redes de articulação) e um total de 111 laços
simétricos (5 entre ONGs e 106 entre ONGs e redes de articulação).
Os atores foram identificados por números e a legenda mostra as cores utilizadas para distinguir as ONGs e as redes de articulação de que
elas participam. O Apêndice A traz a codificação de cada ONG e de
cada rede de articulação.
Onze ONGs não aparecem no sociograma, pois não há citação,
em seu cadastro, das redes de articulação das quais eles participam.
São as ONGs 1, 7, 12, 15, 22, 25, 28, 29, 31, 33 e 35. Existem seis
ONGs que, por meio dos dados analisados, não estão conectadas com
a rede maior, configurando-se em “ilhas”. Este é o caso das ONGs 11,
13, 14, 17,19 e 24. As ONGs 11, 13 e 17 participam de uma mesma
área de atuação (agricultura), mas não participam das mesmas redes
de articulação. É possível tirar conclusão similar para as ONGs 14, 19
e 24, cujas áreas de atuação incluem, dentre outras, a educação, porém
os dados indicam que não há participação desses atores nas mesmas
redes de articulação.
Como citado anteriormente, o número de ligações existentes em
uma rede configura a densidade, que é definida como a soma dos laços
existentes dividida pelo número de laços possíveis. A densidade da rede
de relações entre as ONGs e as redes de articulação das quais elas
participam é de 3,88%, ou seja, de todas as possibilidades de relações
entre as ONGs e as redes, 3,88% estão presentes no caso estudado,
indicando que não estão sendo utilizados 96,12% das relações possíveis.
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Esse baixo percentual da densidade é devido a terem sido analisadas informações de apenas 35 atores (ONGs), por meio dos dados
da ABONG sobre as relações existentes entre eles e suas respectivas
redes de articulação. Seria necessário obter dados sobre os outros 78
atores (redes de articulação) para registrar as relações que estes têm
com outras ONGs. Além disso, uma grande quantidade de atores
participantes de uma rede influencia o índice da densidade, de modo
que existe a expectativa de decréscimo na densidade para redes amplas, como é o caso em estudo.
De maneira geral, a rede de ONGs de PE associadas à ABONG é
caracterizada por ter um núcleo forte de articulação focado na educação, justiça e abuso sexual de crianças, jovens e adolescentes. Além
disso, é possível afirmar que as redes de articulação conectam as
ONGs que, de outra forma, estariam buscando seus objetivos de maneira fragmentada no tecido social. Contudo, as possibilidades de
conexões entre as ONGs de PE ainda são amplas.
Posteriormente, buscou-se responder qual o grau de atividade de
comunicação das ONGs de PE e suas respectivas redes de articulação.
Para identificar os papéis desempenhados pelos atores na rede estudada, foi calculada a centralidade, que é um indicador estrutural da rede
(NORMAN; ALEJANDRO, 2005). A centralidade de grau mede o número de ligações pertencentes a um ator. O Gráfico 1 mostra quais atores possuem maior centralidade de grau. Os nodos no sociograma
aparecem com tamanho associado ao índice de centralidade. Quanto maior
a centralidade do ator, maior é o nodo que representa o ator no sociograma.
A ONG referenciada pelo número 5, circulado, se destaca por
possuir o maior número de ligações. A ONG 26 também se destaca
por possuir um elevado número de ligações. As ONGs 32 e 6 também
merecem destaque. A ONG 5 pode ser considerada bem articulada, o
que pode levá-la a constantes trocas de informações e com isso apoiar
o seu desenvolvimento, como também o desenvolvimento dos atores
que estão ligados a ela.
A ONG 5 tem como área temática de atuação a educação, a
saúde o trabalho e a renda. A organização tem como público-alvo
crianças e adolescentes. Com quase 30 anos de existência, a ONG 5
tem como missão formar cidadãos através de um processo sócio-educativo. A ONG 26 foi fundada em 1975, possuindo 34 anos de exis82
Gestão Contemporânea, Porto Alegre, ano 6, n. 6, p. 69-96, jan./dez. 2009
Posições centrais em uma rede social: a estrutura da rede de ONGs de Pernambuco...
tência. Tal ONG tem como missão lutar por justiça social, através da
promoção dos direitos humanos numa perspectiva de gênero e etnia.
O público beneficiário são mulheres, adolescentes, jovens e comunidades negras rurais quilombolas. A ONG 6 tem 37 anos de existência
e atua na área de educação, assim como a 5. A ONG 32 tem 10 anos
de existência e atua na área de educação, relações de gênero e discriminação sexual entre jovens e crianças. Percebe-se que os dois atores
com maior centralidade de grau são organizações com bastante tempo
de experiência e, talvez, por isso, possuam um número maior de ligações, já que buscam articulação há mais tempo.
ONGs
Redes de articulação
Atores mais centrais
Gráfico 1 – Rede de ONGs enfatizando os atores
que possuem maior centralidade de grau
Para responder qual a capacidade de controle da comunicação
das ONGs e de redes de articulação em PE, buscou-se o índice de
centralidade de intermediação, que diz respeito ao papel do ator como
Gestão Contemporânea, Porto Alegre, ano 6, n. 6, p. 69-96, jan./dez. 2009
83
Marcela Cox, Paulo Thiago Nunes Bezerra de Melo e Helder Pontes Régis
intermediador de outros atores da rede. O Gráfico 2 mostra quais os
atores que possuem maior grau de centralidade de intermediação.
Os atores 5, 92, 26, 4 e 36, circulados, apresentaram maior grau
de intermediação. Corroborando as afirmações de Marinho da Silva
(2003), os atores citados podem ser considerados corretores de informação para que atores não adjacentes na rede possam obter informações através deles. Também são considerados importantes, visto que
possuem o poder de controlar as informações transmitidas na rede e o
caminho que elas podem percorrer. A ONG 5 se destaca mais uma
vez, resultando em um maior grau de centralidade de intermediação,
possuindo, portanto, papel significativo na ligação entre outras ONGs
e com outras redes de articulação.
ONGs
Redes de articulação
Atores mais centrais
Gráfico 2 – Rede de ONGs enfatizando os atores
que possuem maior centralidade de intermediação
Outros atores que não foram destacados quanto à centralidade de
grau, merecem ser destacados quando se fala da centralidade de inter84
Gestão Contemporânea, Porto Alegre, ano 6, n. 6, p. 69-96, jan./dez. 2009
Posições centrais em uma rede social: a estrutura da rede de ONGs de Pernambuco...
mediação. É o caso da ONG 4 e das redes de articulação 92 e 36. A
ONG 4 atua na área de saúde e relações de gênero, assim como discriminação sexual. A rede de articulação 92 existe há 18 anos e tem
como objetivo o aprimoramento das políticas públicas para mulheres,
adolescentes, jovens e idosas. Esta rede reúne várias entidades que
desenvolvem trabalhos políticos e de pesquisa nas áreas da saúde da
mulher, direitos sexuais e reprodutivos. Vale destacar que a ONG 26
também atua na área de relações de gênero e discriminação sexual.
Buscou-se identificar também quais as relações (em lugar de
atores) que fazem mais intermediações, corroborando Hanneman e
Riddle (2005). Desta maneira, foram identificadas as “pontes” argumentadas por Granovetter (1973). O Gráfico 3 mostra as relações que
são pontes na rede por meio da espessura da linha que conecta os atores. Quanto mais grossa é uma linha, maior é seu poder de intermediar
outras relações, servindo assim de ponte.
ONGs
Redes de articulação
Relações com poder de intermediação
Gráfico 3 – Redes de ONGs enfatizando os laços
que possuem maior centralidade de intermediação
Gestão Contemporânea, Porto Alegre, ano 6, n. 6, p. 69-96, jan./dez. 2009
85
Marcela Cox, Paulo Thiago Nunes Bezerra de Melo e Helder Pontes Régis
A ponte com maior poder de intermediação é a relação entre a
ONG 4 e a rede de articulação 92. (Organizações já foram caracterizadas anteriormente). Esse resultado indica que, se a relação entre os
atores 4 e 92 não existisse, vários caminhos mais curtos entre outros
atores também deixariam de existir, sendo forçados a usarem caminhos mais longos. Outra ponte também com bastante poder de intermediação é a relação entre a rede de articulação 92 e a ONG 5. A
ABONG (ator 36) também aparece, formando uma ponte com bastante poder de intermediação na relação com a ONG 4.
Existe, portanto, uma certa congruência nas áreas de interesse
das organizações que possuem o maior poder de intermediar relações
e controlar informações dos outros atores da rede inteira. Os resultados também reafirmam a importância da ABONG como um intermediador das relações entre ONGs e redes de articulação.
Buscou-se o índice de centralidade de proximidade para responder quais as situações de dependência das ONGs de PE e de suas
respectivas redes de articulação na comunicação com a rede inteira. A
centralidade de proximidade é considerada pelo número mínimo de
passos que o ator deve seguir para entrar em contato com os demais
atores da rede.
A medida de centralidade tem uma peculiaridade em relação às
medidas de centralidade de grau e intermediação. Para calcular a
centralidade de proximidade dos atores de uma rede, todos os atores
devem estar de alguma forma conectados, não sendo possível a existência de atores isolados ou ilhas sem conexão com outras partes da
rede. Para tais situações, a centralidade de proximidade deve ser
calculada separadamente para cada conjunto de atores que forma cada
parte da rede. Para o estudo que está sendo apresentado, foi utilizada a
maior parte da rede mapeada, representada por um conjunto de 85
atores conectados. O Gráfico 4 mostra a rede e quais atores possuem
maior grau de centralidade de proximidade.
86
Gestão Contemporânea, Porto Alegre, ano 6, n. 6, p. 69-96, jan./dez. 2009
Posições centrais em uma rede social: a estrutura da rede de ONGs de Pernambuco...
ONGs
Redes de articulação
Atores mais centrais
Gráfico 4 – Rede de ONGs enfatizando os atores
que possuem maior centralidade de proximidade
Como mencionado anteriormente, quanto maior a centralidade
de proximidade, mais perto estará o ator dos demais, interagindo com
estes de forma mais rápida (MARINHO-DA-SILVA, 2003). Assim,
os atores 5, 92, 41, 26 e 69, destacados com círculo, são aqueles com
maior grau de centralidade de proximidade, ou seja, esses atores têm a
vantagem de percorrer caminhos mais curtos para alcançar qualquer
outro ator da rede inteira. Eles possuem a capacidade de acessar as
outras pessoas da rede com mais facilidade. Mais uma vez o ator 5 se
destaca com grau maior, sugerindo ser uma ONG bastante articulada.
Os atores em evidência são considerados importantes para o
desenvolvimento da rede, do potencial de cooperação entre as ONGs
e das redes de articulação às quais pertencem.
Os atores 5, 26 e 92 já foram apresentados anteriormente como
atores centrais. Já os atores 41 e 69 surgem como atores centrais apenas para a medida de proximidade, consistindo redes de articulação. A
rede de articulação 41 possui 13 anos de existência e tem como objeGestão Contemporânea, Porto Alegre, ano 6, n. 6, p. 69-96, jan./dez. 2009
87
Marcela Cox, Paulo Thiago Nunes Bezerra de Melo e Helder Pontes Régis
tivo formular propostas de políticas públicas, particularmente no campo da AIDS, e fortalecer a sociedade civil para o controle social. Com
27 anos de existência, a rede de articulação 69 atua em todo o território brasileiro. Ela tem como objetivo, articular a luta e a promoção
dos direitos humanos no território nacional. Esses atores são relativamente mais independentes para entrar em contato com a rede inteira
se comparados aos outros atores da rede estudada. Percebe-se que eles
têm como foco de suas atividades a luta pelos direitos humanos e pela
justiça social, além das questões de gênero, como discriminação sexual, saúde da mulher e AIDS.
A Tabela 1 reúne os três índices de centralidade para cada ator
destacado nas análises. Por meio dessa tabela, é possível verificar
quais atores são mais centrais em quais tipos de centralidade. Quanto
maior forem os índices de centralidade de grau e intermediação, mais
central é o ator. A medida de centralidade de proximidade é inversa,
de forma que, quanto menor for o índice, maior é a centralidade do
ator. Pode-se perceber que o ator 5 é o mais central para todas as três
medidas, sendo aquele com a posição mais favorável na rede. O ator
26 também merece destaque por ter medidas bastante relevantes para
os três tipos de centralidade.
Tabela 1 – Índices de centralidade dos atores mais centrais
Ator
Grau
Intermediação
Proximidade*
4 (ONG)
6
744.867
283
5 (ONG)
25
1.876.934
222
6 (ONG)
8
409.083
277
26 (ONG)
10
1.007.417
261
32 (ONG)
9
530.500
310
36 (Rede)
4
650.667
344
41 (Rede)
3
564.117
252
69 (Rede)
3
227.533
263
92 (Rede)
6
1.304.566
230
* Medida invertida
88
Gestão Contemporânea, Porto Alegre, ano 6, n. 6, p. 69-96, jan./dez. 2009
Posições centrais em uma rede social: a estrutura da rede de ONGs de Pernambuco...
Também foram calculados os índices de centralização da rede
para avaliar o quanto a centralidade da rede como um todo está
igualmente distribuída entre os atores. Foram calculados os índices de
centralização da rede para os três tipos de centralidade abordada no
estudo. A Tabela 2 apresenta estes resultados.
Tabela 2 – Índices de centralização da rede
Centralização da rede
Grau
20.94%
Intermediação
28.77%
Proximidade
27.39%
A rede estudada possui uma distribuição mais desigual para a
centralidade de intermediação e mais homogênea para a centralidade
de grau. Isto significa que o ator com maior centralidade de grau não
possui vantagens tão distintas quanto o ator com maior centralidade
de intermediação. Em outras palavras, significa que os atores são mais
distintos uns dos outros pelas suas posições centrais quando a centralidade em questão é a de intermediação.
A seguir, será apresentada a conclusão deste trabalho abordando
algumas implicações, limitações e sugestões para pesquisas futuras.
Considerações finais
Identificou-se que a rede estudada possui baixo nível de aproveitamento das relações possíveis. A utilização do potencial restante,
por meio do aumento de contatos, poderia permitir que os atores desfrutassem do integral alcance na “malha de relações” (RIBEIRO,
2006). Considerando esse resultado, sugere-se o investimento em
eventos que possam facilitar a interação social, favorecendo a criação
de laços entre as organizações e as redes de articulação pertencentes à
rede social pernambucana.
Gestão Contemporânea, Porto Alegre, ano 6, n. 6, p. 69-96, jan./dez. 2009
89
Marcela Cox, Paulo Thiago Nunes Bezerra de Melo e Helder Pontes Régis
Observou-se também que alguns atores se destacaram com relação às medidas de centralidade. A ONG 5 (Casa de Passagem) mostrou ser bastante articulada, possuindo uma posição favorável por receber comunicação de várias outras organizações, por ter uma grande
capacidade de controlar a passagem de informações entre organizações que precisam dela para comunicar-se e por gozar de maior
independência do resto da rede para alcançar qualquer outra organização. Apesar de um pouco menos favorável, a ONG 26 (Grupo Mulher Maravilha) também demonstrou ter uma posição que lhe proporciona as mesmas vantagens da posição da ONG 5.
Quando se trata da atividade de comunicação na rede, a ONG 32
(Instituto Papai) também demonstrou ser um importante canal de
informação por estar em uma posição que permite contato direto com
muitas outras organizações. Assim como essas ONGs citadas, de alguma forma, a ONG 32 é um ator focal de comunicação. Essas organizações podem utilizar as vantagens dessas posições tornando a suas
opiniões conhecidas por várias outras organizações. Portanto, elas
devem pensar em quais informações precisam ser difundidas entre
outras ONGs e utilizar as conexões que suas posições lhe permitem
para isto.
Assim como as ONGs 5 e 26, a rede de articulação 92 (Rede
Feminista de Saúde) também possui uma posição central que lhe
garante tanto a vantagem de controle da informação que circula na
rede quanto a vantagem de ter independência no alcance de informação na rede. Essa rede de articulação pode evitar o controle
potencial de outros, uma vez que tem grande facilidade de alcançar
todos os outros. Essa vantagem é resultado da diversidade de caminhos que ela pode utilizar para alcançar alguma outra organização,
garantindo-lhe maior independência na rede.
A vantagem de controle da informação que circula na rede
permite à rede de articulação 92 agir como um guardião de informações que fluem pela rede. Além disso, a posição desse ator lhe dá
acesso a diferentes e não redundantes fontes de informação. Devido
ao poder de intermediação, a rede de articulação 92 pode extrair benefícios de qualquer situação em que dois outros atores procurem comunicar-se, intermediados por ele. Também merece destaque a posição
da ABONG 36 na rede, por ser um importante intermediador de rela90
Gestão Contemporânea, Porto Alegre, ano 6, n. 6, p. 69-96, jan./dez. 2009
Posições centrais em uma rede social: a estrutura da rede de ONGs de Pernambuco...
ções. Apesar de a ONG 4 (Cais do Parto) ser o ator com o quarto
melhor índice de intermediação, a sua relação com a rede de articulação 92 é a relação ponte com maior poder de intermediação. Portanto,
a ONG 4 ocupa uma posição importante na conexão da rede, por dar
acesso a atores que de outra forma não poderiam se comunicar-se
devido à sua relação com a rede de articulação 92.
No presente estudo, não foi possível avaliar a direção das relações entre os atores, considerando todas as relações como simétricas.
Sugere-se para estudos futuros, a utilização de um conjunto de métodos que permita avaliar a direção das relações para analisar medidas
de centralidade de entrada e saída, importantes para avaliar o prestígio
e a expansividade dos atores em rede.
Este estudou analisou um conjunto de dados em que as ONGs de
PE citam as redes de articulação de que participam. Porém, não foram
avaliadas as citações das redes de articulação, por não constarem nos
registros da página eletrônica da ABONG. Sugere-se que se realize a
coleta desses dados e que futuras pesquisas possam investigar as redes
de articulação, bem como mapear uma rede que, por meio delas,
ultrapasse os limites das unidades federativas nas relações entre
ONGs do Brasil.
Recebido em novembro de 2009.
Aprovado em novembro de 2009.
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APÊNDICE A – Codificação das ONGs e Redes de Articulação
1
AFABE – Associação dos Filhos
e Amigos de Bezerros
2
AFINCO – Administração e
Estadual de Educação
Finanças para o Desenvolvimento 58
Contra Violência
Comunitário
3
CAATINGA – Centro
de Assessoria e Apoio
59 Grupo de Apoio em Gênero
aos Trabalhadores e Instituições
Não Governamentais Alternativas
4
CAIS DO PARTO – Centro
Ativo de Integração do Ser
5
CASA DE PASSAGEM – Centro
Brasileiro da Criança
61 Hospital das Clínicas (HC)
e do Adolescente
6
CCLF – Centro de Cultura
Luiz Freire
62
7
CEAS URBANO – Centro
de Estudos e Ação Social
Urbano de PE
63 Jovens do Nordeste do Equipe
8
CECOR – Centro de Educação
Comunitária Rural
64
Movimento de Adolescentes
Brasileiros (MAB)
9
CENAP – Centro Nordestino
de Animação Popular
65
Movimento de Apoio
aos Meninos de Rua
57 ESAB
60 Grupo Ruas e Praças
Internacional Educacional
Socialista (IFM-SEI)
Gestão Contemporânea, Porto Alegre, ano 6, n. 6, p. 69-96, jan./dez. 2009
93
Marcela Cox, Paulo Thiago Nunes Bezerra de Melo e Helder Pontes Régis
10
Movimento de Homens
CENDHEC – Centro Dom Helder
66 pelo fim da Violência
Câmara de Estudos e Ação Social
contra a Mulher
CENTRO SABIÁ – Centro
11 de Desenvolvimento
Agroecológico Sabiá
12
CENTRU – Centro de Educação
e Cultura do Trabalhador Rural
Movimento Integrado
67 de Profissionais de Saúde
para Adolescentes – MIP
68
Movimento Internacional
dos Falcões
CHAPADA – Centro
Movimento Nacional
13 de Habilitação e Apoio
69
de Direitos Humanos – MNDH
ao Pequeno Agricultor do Araripe
CIELA – Centro
14 Interuniversitário de Estudos
da América Latina, África e Ásia
70
Movimento Nacional
de Meninos e Meninas de Rua
15
CJC – Centro de Estudos
e Pesquisas Josué de Castro
71 NOVIB
16
CMC – Centro
das Mulheres do Cabo
72
17
CMN – Casa
a Mulher do Nordeste
73 Parceiras Brasileiras Plataforma
18 CMV – Coletivo Mulher Vida
74
PAD – Processo de Articulação e
Diálogo entre Agências Ecumênicas
Pastoral da Criança e Instituto
Materno Infantil de PE (Imip)
19
CNMP – Centro Nordestino
de Medicina Popular
75 Plataforma de DH
20
CURUMIM – Grupo Curumim
Gestação e Parto
76
Processo de Articulação
e Desenvolvimento – PAD
21
EQUIP – Escola de Formação
Quilombo dos Palmares
77
Programa de Articulação
e Diálogo
22
ESCOLAPECIRCO – Escola
Pernambucana de Circo
78 Rede Abelha do Nordeste
ETAPAS – Equipe Técnica
23 de Assessoria, Pesquisa e Ação
Social
24
94
79 Rede Brasil
GAJOP – Gabinete de Assessoria
Rede de Atendimento
80
à Organizações Populares
à Criança e ao Adolescente
Gestão Contemporânea, Porto Alegre, ano 6, n. 6, p. 69-96, jan./dez. 2009
Posições centrais em uma rede social: a estrutura da rede de ONGs de Pernambuco...
25
GESTOS – Soropositividade,
Comunicação e Gênero
Rede de Combate
81 à Violência Doméstica e Sexual
contra Crianças e Adolescentes
26 GMM – Grupo Mulher Maravilha 82
Rede de Conselheiros
Usuários de Saúde
27
GRUPO ORIGEM – Grupo
Origem
83
28
GTP+ – Grupo de Trabalho
em Prevenção Positivo
84 Rede de educadores populares
29
LOUCAS DE PEDRA LILÁS –
Loucas de Pedra Lilás
85 Rede de Jovens do Nordeste
30
MIRIM BRASIL – Movimento
Infanto-Juvenil de Reivindicação
86 Rede de Mulheres em Rádio
31
MTNM – Movimento Tortura
Nunca Mais
87
32 PAPAI – Instituto Papai
SOS CORPO – Instituto
Feminista para a Democracia
Rede de Mulheres
Produtoras do NE
88 Rede de ONGs da Mata Atlântica
33 SJP-PE – Serviço de Justiça e Paz 89
34
Rede de Educação
e Leitura de PE
Rede de Segurança
Alimentar e Cidadania
90 Rede Economia e Feminismo
UMBU-GANZÁ – Centro
35
de Cidadania Umbu-Ganzá
Rede Estadual de Prevenção
e Combate ao abuso e Exploração
91
Sexual de Crianças
e Adolescentes
36 ABONG
92 Rede Feminista de Saúde
37 Ação Jovem do Semi-árido
93 Rede H
38
Ana (Articulação Nacional
de Agroecologia)
39 ANCED/MNDH
94 Rede IBFAN
95 Rede Jornal Escola
40 ARCA TERCENDO PARCERIAS 96 Rede Jovem Brasil
41 Articulação AIDS de PE
97
Rede Juvenil do IFM-SEI
da América Latina
Articulação de Mulheres
Brasileiras
98
Rede Latino – Americana
e do Caribe de Saúde da Mulher
42
Gestão Contemporânea, Porto Alegre, ano 6, n. 6, p. 69-96, jan./dez. 2009
95
Marcela Cox, Paulo Thiago Nunes Bezerra de Melo e Helder Pontes Régis
43
Articulação de Políticas Públicas
Rede de rurais
99 Rede Mulher e Democracia
44
Articulação Estadual de Negros
e Negras de PE
100
Rede Municipal de Educação
Popular em Saúde
45 Articulação Feminista Marcosur
101
Rede Nacional de Parteiras
Tradicionais
Articulação Latino-americana em
Rede Nacional
46 Prol da Convenção em Direitos
102 pela Humanização do Parto
Sexuais e Direitos Reprodutivos
e Nascimento (REHUNA)
47
Articulação Nacional
de Luta contra a AIDS
103
48 ASA – Articulação do Semi-árido 104
Rede pela Humanização
do Nascimento
105
Rede Pernambucana de Redução
de Danos – REDOR
Campanha Nacional
50 Quem Financia a Baixaria
é Contra a Cidadania
106
Rede PIPA – Projeto
de Inclusão pela Arte
51 Cáritas
107
Rede Projeto Humanização
e Qualidade de Vida
108
Rede PTA (Projetos
de Tecnologias Alternativas)
49
52
Campanha Nacional
pelo Direito à Educação
Rede Norte-Nordeste
de Estudos Feministas
Coletivo de Jovens
Feministas de PE
Comitê Interinstitucional
53 de Prevenção e Enfrentamento
ao Tráfico de Seres Humanos
109 Rede Reflect Ação-Brasil
Conselho de Educação
54 de Adultos da América Latina –
CEAAL
110 Rede Tecendo Parcerias
55 Conselho Diretor Nacional
111 Redes e Juventude
56
Departamento Materno
Infantil da UFPE
112
Sociedade Pernambucana
de Pediatria
113 WABA
96
Gestão Contemporânea, Porto Alegre, ano 6, n. 6, p. 69-96, jan./dez. 2009
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