FÓRUM NACIONAL DE CRÍTICA CULTURAL 2
DIAGNÓSTICOS, PROPOSIÇÕES E AGENCIAMENTOS PARA OUTRA
RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO BÁSICA E CULTURA
Enquadrando desejos - Autor: Litho Silva
Confira a Programação nas Páginas 6 e 7
PÁGINA 3
SER
DIFERENTE
EM
TEMPOS DE
OPRESSÃO!
A participação
dos professores
indígenas da
Bahia no II Fórum
Nacional de
Crítica Cultural
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PÁGINA 11
FÓRUM NACIONAL
DE CRÍTICA
CULTURAL
MOBILIZA A REDE
PÚBLICA DE
ENSINO E OUTROS
ORGANISMOS
SOCIAIS
PÁGINA 5
ano 1 # 2 novembro 2010
AO ENCONTRO DOS
MOVIMENTOS:
pelo fim da violência
contra a mulher, pela
afirmação dos direitos
humanos, por uma
cultura educacional
que afirme a vida!
Interpelação e escuta sensível no 11
EDITORIAL
ano 1 # 2 novembro 2010
C
omo anunciamos no jornal
do Pré-Fórum, Heterotopia,
realizado em dezembro de 2009,
aqui está o FÓRUM NACIONAL DE
CRÍTICA CULTURAL 2, como uma
assembléia de communards a céu
aberto.
Na Programação, tons e modalidades de propostas (conferências
plenárias, mesas semi-plenárias,
comunicações individuais, espaços
de agenciamento, oficinas, minicursos, exposições, performances,
feira de ciências, passeata, atos
estético-políticos) reunidas através
das margens da literatura, das políticas de letramento e formação de
professores/as, bem como através
das narrativas, testemunhos e modos de vida.
Como nesse poema premiado
em 1o lugar no concurso de poesia
estudantil da Educação Básica –
TAL (Tempo de Arte Literária), ontem à noite, dia 29/10/2010, no
Museu de Arte Moderna da Bahia,
“Desafio descartar Descartes
Penso, logo não existo
Quisto, quiçá, quem sabe?
Dos antigos primores, usos
posteriores
A filosofia começa aqui, o resto
é pré
É histórico, é obsoleto.
Penso, logo suicídio literário.
Diz discurso, diz, não diz,
aparece?
Dito, não dito, reedito
Não penso, logo existo”.
Darlon Santos da Silva
(Aluno de Escola Pública de Cruz das
Almas–BA)
professores, estudantes, poetas,
produtores, agitadores culturais,
enquanto communards e em assembléia a céu aberto, se recusam
ao racionalismo instrumental das
instituições neoliberais e reacionárias e apostam numa filosofia
de vida e de produção a contrapelo. A condição de nossa visibilidade e de existência não deve
continuar sendo estabelecida por
um sistema científico, educacional
e cultural, que não reconhece o
ser humano em seus limites, em
suas dores, em sua capacidade de
reter o tempo e o espaço e fazer
deles um lugar da festa e da alegria, da celebração da potência de
criar e de gozar.
Por isso evocamos, através
da Oca Indígena Irmãos de Zapata
e da Feira de Ciências Zumbi dos
Palmares, um sopro de vida e uma
forma de pensamento, como um
ato inaugural, um rito de passagem, fundados na mais afirmativa
tradição da descontinuidade e
da bricolagem. “Penso, logo não
existo”/”Não penso, logo existo”,
é a fulguração de um paradoxo
capaz de reunir índios e negros, e
seus ancestrais e seus ascendentes, numa festa do pensamento
científico, político e cultural, para
fazer devir uma outra escola, não
mais uma máquina de reprodução;
fazer devir uma outra cultura, não
mais um bom negócio, que a mais
de 500 anos tem despejado povos
de suas línguas, culturas, territórios e modos de vida, além de
confundido formas de representação dessa realidade nefasta com
a realidade ela mesma enquanto
uma forma de ficção. Devir mulher,
enfim, do mundo patriarcal.
Participem do Fórum Nacional
de Crítica Cultural 2, lendo também o seu jornal: heterotopias
que cruzam tempos e espaços e
nos empoderam por um momento.
Por isso, essa fogueira. Por isso
esse retorno da vida comunitária,
como num sonho e enquanto obra
de arte.
Osmar Moreira
Coordenador do pós-critica/Uneb- Campus II
EXPEDIENTE
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB)
Lourisvaldo Valentim da Silva - REITOR
Amélia Tereza Santa Rosa Maraux - VICE-REITORA
Wilson Roberto de Mattos - PRÓ-REITOR DE PESQUISA E ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO
Adriana dos Santos Marmori Lima - PRÓ-REITORA DE EXTENSÃO
MESTRADO EM CRÍTICA CULTURAL - PÓS-CRÍTICA
DEDC / Campus II – Alagoinhas
Coordenador: Osmar Moreira
[email protected] - (75) 3422-1536 / 1139 - WWW.POSCRITICA.UNEB.BR
COORDENAÇÃO
Osmar Moreira
NÚCLEO DE PRODUÇÃO
Davi Soares
Isis Favilla
LithoSilva
APOIO
2
PRODUÇÃO
Expresso 18 - [email protected]
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Germano Carvalho (75) 9977-4350
TIRAGEM
8 mil exemplares
IMPRESSÃO
Gráfica Santa Helena
Distribuição gratuita
LITERATURA E CULTURA:
MOBILIZAÇÃO
CULTURAL DE SÁTIRO DIAS
C
omo se inicia um Movimento Cultural? Não há receita, mas no decorrer
da história podemos citar surgimentos de
diversas manifestações artístico-culturais
advindas da sociedade civil, que resultaram em grandes mudanças sociais. Muitas
vezes, sobressai-se um líder, entretanto,
é sabido que para este líder se tornasse
um ícone, muitas pessoas contribuíram
para sua invenção. Assim, neste artigo não
falaremos de uma pessoa, mas de grupos
minoritários, de anônimos civis, que em
Sátiro Dias, cidade do interior da Bahia, há
205km da capital, que começam a perceber
na cultura uma possibilidade de auto-sustentação econômica e social através da arte
e cultura, embora ainda não tenha constituído associações ou organizações não governamentais para em coletividade lutarem por
melhores condições de produção, circulação
e distribuição de seus bens culturais.
Tendo em vista as demandas do município de organizações que reivindiquem
os direitos que possibilitem a manutenção
dos grupos artístico-culturais, que tentam
manter sua produção, enfrentando dificuldades e buscando recursos de modo individual, superando-se e apresentando bons
resultados, embora em muitas situações
sejam barrados na burocracia e na falta
de conhecimento em relação às políticas
públicas para cultura, como já abordou
Rubim na questão das Leis para incentivo
à cultura, pode-se afirmar que o evento
de mobilização para o Fórum Nacional de
Crítica Cultural 2, ocorrido em Sátiro Dias,
visando a participação dos munícipes no
fórum promovido pelo mestrado em Crítica
Cultural, no campus II da UNEB, que ocorrerá
de 18 a 21 de novembro do corrente ano,
teve fundamental importância para artistas,
educadores e produtores culturais repensarem suas práticas.
No dia 11 de setembro de 2010 foram
convidados a reunirem-se no Colégio João
Domingos Batista da Costa em Sátiro Dias
artistas, agitadores culturais, professores e
comunidade em geral para participarem da
Mobilização Cultural de Sátiro Dias. O evento
incluía seguimentos da Educação e Cultura
local, mobilizando a sociedade a participar
do Fórum Nacional de Crítica Cultural 2. Sob
coordenação de Cristiana Alves, o evento
aconteceu e contou com a presença da
sociedade civil organizada, que participou de um debate junto a professores da
UNEB e artistas de Alagoinhas, que trouxeram propostas de engajamento cultural
e visibilizando possibilidades de políticas
públicas para o desenvolvimento cultural
da comunidade.
Para fomentar o diálogo entre a universidade e a comunidade, visitaram Sátiro
Dias os professores Dr. Osmar Moreira dos
Santos; Profa Dra Jailma Pedreira, Profa Iraci
Gama Santa Luzia; Profo Dr. Edvaldo de Jesus
dos Santos, casal de congolenses Mwewa
Lumbwe Muleka e Muleka Ditoka Wa Kalenga; os artistas plásticos Lithos Silva e
Márcia de Oliveira Almeida; a mestranda
Isabel Leslei F. M. Lima, que fez palestra no
CEDEPS, no dia 10/09/2010 sobre Literatura
afro-brasileira; Jesiane Conceição Santana
Ramos e Mácia Rita S. Souza. Alguns representante da Educação e da Cultura da
sociedade satirodiense estiveram presentes
ao evento, entre estes: Luís Claudio Alves
Saldanha; Paulo Roberto Cruz; Profa Magna
Pires, Profa Télquia Fonseca da C. Batista,
Profa Maria Valneide Cruz, Felipe Uadson da
Cruz Moreira, Giannine Carvalho de Souza;
José Raimundo da Silva ; Herval de Santana;
Abimael Borges; D. Terezinha Torres Batista,
Luiz Eudes Andrade José Erivaldo de Jesus;
Erika Guylliane Oliveira Batista Marcos Allan
Oliveira, José Aécio Dias de Sousa, Nanti
Cruz Andrade, Charles Costa Cruz, Alexandre Alves , Jânio Ezequiel Torres Santos,
Karine Campos, José Roberto de Jesus; os
artistas plásticos: Sarah Catherine Erenilton
CRISTIANA DA
CRUZ ALVES
MESTRANDA EM
CRÍTICA CULTUR
ORIENTADOR: PR
AL
OF. DR. LUCIANO
RODRIGUES LIM
A
de Jesus, José Abdum; Ângela Meire O. da
Cruz, Leizo Costa da Cruz e Marcos Antônio
Lopes Almeida que foram representando a
Biblioteca Pública Municipal Antônio Torres.
Os nomes citados são daqueles que fazem
parte do movimento e se fizeram presentes
neste evento, porém muitos outros artistas
e educadores de Sátiro Dias fazem circular
nos espaços locais e globais, nossa arte e
cultura, além destes estiveram presentes
no evento outras pessoas da sociedade civil
que apreciam o movimento artístico cultural
e apóiam se fazendo presentes.
O evento seguiu a programação planejada, porém com pequenas alterações,
tendo início às 10h com apresentação dos
Meninos flautistas, coordenado pelo professor Jair Junior, segue com o diálogo entre
a universidade e a comunidade, que expôs
seus anseios para os representantes da
universidade, que falam de suas propostas
e ouvindo da comunidade a possibilidade
de se abrir um diálogo mais próximo, estabelecendo relações de convivência entre
a cultura local satirodiense, a cultura da
região Norte Agreste de Alagoinhas e a
cultura nacional, que hoje se faz em via de
globalização e intercâmbios, quebrando as
fronteiras entre o local e o global. Assim se
estabelece o convite de levar para o Fórum
Nacional de Crítica Cultural 2 o seu modo
particular e ao mesmo tempo universal de
fazer educação, arte e cultura.
O diálogo foi interrompido devido ao
horário às 12h e 15 min. para almoço, entretanto, antes a comitiva visitou a Biblioteca
Pública Municipal Antônio Torres e pode observar um dos fatores que faz a comunidade
de Sátiro Dias mobilizar tantas pessoas em
torno das Artes e da Cultura, tendo como um
de seus principais veículos a Literatura. Contando com um vasto acervo, a Biblioteca Antonio Torres disponibiliza para seus leitores
livros de autores locais, regionais, nacionais
e estrangeiros nos diversos estilos, lá pode
ser encontrado de Erivaldo de Jesus a Pablo
Neruda, Antônio Torres a Gabriel Garcia Marquez, de Ademilton Saldanha a Edgard Allan
Poe. A Biblioteca pública oferece atendimento
adequado ao leitor e encontra-se sempre
aberta das 14h às 21h, não há atendimento
pela manhã devido a proximidade ao Banco
do Brasil que pode provocar risco aos leitores
no caso de assaltos em horário de funcionamento do banco. O município espera pela
aprovação do projeto de construção da sede
própria da Biblioteca que está em andamento. Embora o ambiente, no qual se encontra
instalada, oferece espaços e condições dignas de funcionamento, é importante possuir
o prédio próprio.
Após visita à biblioteca, rápido passeio pela cidade, almoço na praça Juracy
Magalhães Junior, na qual se encontra o
Mercado Municipal, igreja Matriz Nossa Senhora do Amparo; a casa de D. Sinhá, Sate
Batista, a casa onde morava os avôs maternos de Antonio Torres e também a casa
onde morou o próprio Antônio Torres, em
sua inância, quando era apenas o menino
Totinha, é a mesma praça na qual também
ficava a escola da professora Serafina Gonçalves, na qual por algum tempo estudou o
menino Caboclo setenta, hoje a escola é o
prédio onde funciona a agência de correios.
Na mesma praça também moraram D. Naná
de Chiquinho das Barrocas, figura religiosa
quase lendária, que organizava as festas
da igreja junto a tantas outras mulheres
que fizeram a história do município e não
foram registradas na “história oficial”, estas podem ter suas memórias resgatadas
e ser para jovens estudantes possibilidades
de pesquisas. Nela também morou o jovem
José Giese da Cruz, primo de Torres, que
inspirou a personagem principal de Carta ao
Bispo, Gil e que está sendo pesquisado pelo
professor Washington Flávio C. Carvalho, que
pretende estudar a Geopolítica de Sátiro
Dias: um releitura de Carta ao Bispo, fazendo um recorte no período em que José Giese
atuava no cenário político de Sátiro Dias e
circulava por os seus mundos Brasis em
busca de uma política que ultrapassasse
os limites do coronelismo da época e chegasse ao povo através de ações cotidianas.
O cidadão José Giese, como a personagem
Gil, de Carta ao bispo, já tinham em si o
germe do desejo desterritorializado de uma
política do cotidiano capaz de quebrar as
amarras do poder.
Voltando à Escola João Domingos
Batista da Costa, às 14h, podemos assistir
outra apresentação dos Flautistas de Sátiro
Dias, em seguida ocorreu o momento de autógrafos de Noite de Festa, de Luiz Eudes;
paralelo a falas e encenações: o escritor fala
do seu fazer literário, em seguida Roberto
Gusmão encena uma adaptação da crônica
A CNN no Junco, de Marcelo Torres, num diálogo com uma releitura de Brasil, do Cazuza,
feita pelo próprio Gusmão; na continuidade
entrega de certificados aos estudantes
Felipe Uadson Moreira e Giannine Carvalho
de Souza pelos textos das Olimpíadas de
Língua Portuguesa, sendo que Caíque Ferreira e Catharine Luanne Batista tiveram seus
certificados entregues a representantes.
Os textos foram lidos e levados à reflexão,
seus conteúdos que eram questionadores
e tinham um teor de crítica social e cultural que fomentaram o debate. Assim, os
professores em suas falas fizeram a sociedade refletir sobre seus próprios valores
e patrimônios culturais, sua memória com
falas que vinham de um olhar de viés que
dirigia a outro lugar de fala, com o objetivo
de tecer um diálogo cultural.
Os visitantes fazem um convite a
comunhão de cultura, na sua fala Lithos
Silva sugere como nos rituais indígenas a
antropofagia cultural; como num culto afro
de contemplação as diferenças pode-se ler
nas entrelinhas dos discursos dos africanos
Mwewa Lumbwe Muleka e Muleka Ditoka
Wa Kalenga, que encontram semelhanças
na paisagem do Junco/ Sátiro Dias e sua
terra no distante, Congo; como fica implícito
no poema do Professor Edvaldo de Jesus
Santos, que declara ter escrito o poema
enquanto estava ali, a terra, o memento,
as pessoas, a cultura na qual está inserido
naquele momento o impulsionou a escrever,
também pode ser visto na fala emocionada
e no discurso autêntico da professora Iraci
Gama ao falar da importância da memória
para um povo, no convite da professora Jailma Pedreira as mulheres artesãs a inserirse no processo de mobilização da cultura,
na abertura a discussão proposta pelo professor Osmar Moreira e no convite a participação no Fórum Nacional de Crítica Cultural;
do outro lado do discurso vem nas respostas dos artistas e agitadores culturais de
Sátiro Dias, que evidenciaram interesse e
desejo de inscrever-se no Fórum, além de
afirmarem que tem planos de continuidade
para a Mobilização da Cultura de Sátiro Dias,
indo além dos limites de seu estado.
Por fim, houve cobranças da sociedade
civil para que o poder público seja mais presente nas questões que envolvem cultura,
bem como houve reclamações por parte do
diretor de Cultura, Paulo Roberto Cruz Júnior,
quanto a participação dos agentes culturais
em eventos, por este organizado, também
houve esclarecimentos sobre as políticas
públicas para cultura e o debate findou
sendo muito proveitoso e tendo como encaminhamento a organização de equipes que
se inscreveriam como movimento organizado
para participar do Fórum Nacional de Crítica
Cultural 2, em Alagoinhas, afim de conviver
num espaço de circulação cultural que agregará diferentes tribos culturais em prol do
desenvolvimento humano.
Interpelação e escuta sensível no 1
Interpelação e escuta sensível no 3
A
UNEB, CAMPUS II,
sas de debates no Fórum,
Alagoinhas, através
a fim de se repensar o
do programa de Pós Gra-
papel da escola e de que
duação em Crítica Cultural,
forma outros organismos
mobiliza a Rede Pública de
educacionais e sociais po-
Ensino e a sociedade civil
dem se aliar ao sistema
organizada para participar
educacional e empreender
das discussões propostas
esforços para a melhoria
pelo Fórum nacional de crí-
da educação nos municí-
tica cultural 2, que esta-
pios envolvidos nas dis-
belecerá um diálogo com a
cussões, como Alagoinhas,
educação básica e a cultu-
Crisópolis, Entre Rios, Rio
ra, vista enquanto iniciati-
Real, Pedrão, Sátiro Dias,
va popular para a constru-
Cardeal da Silva, Inhambu-
ção de novos paradigmas
pe, dentre outros. Possibi-
na cultura municipal.
litar incursões nessa linha
é viabilizar uma escuta
reunido coletivos educa-
sensível para os problemas
cionais como Secretários
da educação, tendo como
de Educação e Cultura da
atores principais repre-
região de Alagoinhas e/
sentantes de professores,
ou seus representantes,
estudantes,
Diretoria Regional – DIREC
psicólogos, representan-
03, Diretores de Escolas
tes de instituições legais,
Públicas Estadual e Munici-
como Conselho Tutelar,
pal, representante da APLB
Juizado de Menores, APLB-
– Sindicato, Professores e
Sindicato e advogados.
sociólogos,
alunos do curso de Mes-
Além disso, acontece-
trado em Crítica Cultural,
rão oficinas voltadas para
bem como coletivos cultu-
o público de estudantes da
rais, cujas discussões ver-
educação básica, a fim de
sam sobre problemas de
garantir a participação dos
ordem educacional, como a
mesmos, uma vez que é
violência na escola; a edu-
preciso desconstruir a ideia
cação inclusiva e políticas
de “aula” apenas no espaço
de governo para a efetiva-
da unidade escolar. Dessa
ção da mesma; o papel do
forma o Fórum possibilitará
professor no século atual,
a participação de docentes
considerando – se a diver-
e discentes em um espaço
sidade, a multirreferencia-
de construção do conheci-
lidade, a multiculturalidade
mento e desenvolvimento
e as condições psicosso-
de múltiplas habilidades,
ciais em que vivem os su-
e, ao mesmo tempo, esta-
jeitos da educação básica.
rá permitindo uma reflexão
Essas temáticas serão
sobre o conceito de “aula”
encaminhadas para as me-
e de “tempo pedagógico”.
3
Ave – Artes Visuais
Estudantis, Direc 3
– Abaporu n
dos Santos
egreiro, Au
, Entre Rios
tora – Dulcin
, Colégio Estadual Du
Secretaria da Educaç
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que de Caxias, Proje
ão do Estado da Bahia
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-Crítica
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A
ano 1 # 2 novembro 2010
Para isso tem-se
FÓRUM NACIONAL DE CRÍTICA CULTURAL MOBILIZA A
REDE PÚBLICA DE ENSINO E OUTROS ORGANISMOS SOCIAIS
Zenaide Maria Santos - Mestranda em Crítica Cultural
Profa. Dra. Maria Nazaré Mota de Lima
Ivana Sacramento - Mestranda em Crítica Cultural
Orientadora: Profa. Dra. Cláudia Martins Moreira
Interpelação e escuta sensível no 5
Interpelação e escuta sensível no 2
rando CULTURA, CIDADANIA E EDUCAÇÃO:
CRÍTICA CULTURAL: instau
REPRESENTAÇÃO DOS AGENTES
diálogos, ultrapassando fronteiras
CULTURAIS DE CATU
Vanise Albuquerque Santos
4
em dúvida, uma das etapas marcantes para a
realização do Fórum de Crítica
Cultural II vem sendo a forma
como se dá a mobilização dos
coletivos educacionais/culturais
representantes da diversidade
nos municípios. Esse processo
de “assanhamento” cultural de
convite ao encontro e diálogo
vem se mostrando fundamental não só para superar desafios e obstáculos próprios dos
processos históricos a que se
refere Rubim (2008), como
também para possibilitar o fortalecimento de uma malha cultural que traz como estratégia
a importância da participação
cidadã como um direito no atual cenário de políticas públicas
de cultura.
No município de Cardeal da
Silva, por exemplo – que também esteve presente no primeiro Fórum de Crítica Cultural
em 2005 na Uneb -, durante o
período de mobilização para o
Fórum deste ano, constatamos
que a cultura local se afirma
a cada dia, buscando o seu
espaço de direito na sociedade
apesar das dificuldades encontradas pelos agentes culturais. Atualmente, expressões
minoritárias se organizam e
desenvolvem práticas culturais que visam contemplar as
dimensões simbólica, cidadã e
econômica da cultura.
Interpelação e escuta sensível no 16
ano 1 # 2 novembro 2010
S
A cidade além contar com
atuações de samba de roda,
capoeira, artesanato, grupo de
dança afro e de mulheres da
terceira idade, festas tradicionais e o projeto Biblioteca itinerante, vem experimentando
práticas culturais econômicas
alternativas como, por exemplo, a organização de Associações e grupos que já praticam
a dinâmica de um trabalho
com caráter cooperativo na
busca pelo desenvolvimento
de um “pensamento emancipador” (Boaventura).
Nesse sentido o coletivo
cultural “Mulheres cardinalenses e a construção de novas
subjetividades” traz como proposta para o Fórum o trabalho
coletivo do grupo de mulheres
- em sua maioria também estudantes da EJA – que acreditam na força do diálogo entre
Instituições e grupos culturais
do Território como uma possível estratégia de disseminação
e fortalecimento de práticas
que contemplem a valorização
das suas expressões culturais
e pulsões subjetivas.
Movimentos como este
nos encoraja a ousar e nesse
contexto de políticas culturais
refletirmos: como através das
atuais políticas para a cultura
podemos nos articular – vis-
- mestranda em Crítica Cultural
lumbrando uma outra globalização (Milton Santos) que não
seja de exclusão, exploração
e anulação de sujeitos? Em
tempos de implementação das
políticas públicas culturais, até
que ponto a escola se percebe
nesse contexto e vem “ouvindo”, “dando visibilidade” e
“potencializando” as diferenças
presentes no espaço de sala
de aula?
É chegado então o momento em que todos – Secretários,
educadores, estudantes, coordenadores, pesquisadores,... - somos convocados para esse encontro de troca de experiências
e reavaliação de nossas práticas
para também visualizarmos a
potência do papel político-educacional no atual cenário cultural
pela prática de uma “cultura política nova” (Chauí).
Ora, se durante o período
de mobilização local, tivemos
por vezes que atravessar pontes
para chegarmos aos diferentes
lugares, percebamos o Fórum
como esta ponte por excelência
de ultrapassagem, de ligação
entre as “fronteiras” culturais/
educacionais na busca de superação dos processos excludentes e intensificação de ações
cada vez mais libertárias.
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Orientador: Prof. Dr. Osmar More
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Wilton Oli
Oliveir André Luiz
Que noção de cultura circula nas escolas de Entre
Rios? Como os professores
estão lidando com esse
termo tão escorregadio?
Quais as relações entre
os(as) agentes/produtores/entidades culturais
e as instituições de ensino
deste Município?
Tais perguntas são deveras
complexas e exigem de nós um
mínimo de sensibilidade e apuro
crítico, posto que suas repostas estejam, possivelmente,
escondidas por trás do que há
de mais óbvio. Ora, se podemos
chamar de cultura toda produção humana, a escola é por
sua vez também um produto
cultural. Se assim o é,
porque tanta dificuldade em articular outras noções de cultura,
para além do entretenimento, nas
instituições de ensino? Na afirmação dessa dificuldade não estaria
um ponto de conflito, um lugar de
submissões?
Imaginemos todas as escolas
de Entre Rios promovendo entre seus agentes uma noção de
cultura que, além tomar a escola
como seu produto, ponha em xeque os signos do capitalismo, disseminados pelos livros didáticos,
pela televisão, pela música, pelos
álbuns de figurinhas, pelas lan
houses... Imaginemos todos os
estudantes desmontando esses
signos e construindo outros.
Uma imagem disso seria, por
exemplo, um Saci-Pererê com
dentes de vampiro, desmontando tanto a festa do folclore
quanto o halloween.
Ou então, imaginemos nós,
professores do ensino básico,
promovendo círculos de discussão
para desmontagens de signos reativos imiscuídos nas mais diversas
pedagogias. Onde parariam os manuais para o “sucesso”, passados
de mão em mão nas reuniões de
professores? Muita gente teria
que procurar outra coisa para
fazer, porque seus livros criariam telhas de aranha nas livrarias ou então seriam legados ao
esquecimento, figurando apenas
nas páginas da Avon.
Esse posicionamento crítico só
torna-se possível ao tomarmos a
cultura também como um lugar de
enfrentamentos. Sendo assim, essa
falsa ideia de consenso sobre os
elementos culturais que constroem
a escola seria jogada por terra, à
medida que não suportaria ques-
O
Evanildes Teixeira (IC/FAPESB)
Orientador: Prof. Dr. Osmar Moreira
Jamille Pereira Lima(TCC/Letras)
Profa. Dra. Jailma Pedreira
coletivo cultural de Catu,
através do apoio da Secretaria Municipal de Educação
e Cultura, pretende expor as
atividades artísticas e manifestações culturais da comunidade
catuense, bem como as estratégias de cada artista, animador cultural que vem desenvolvendo um trabalho que não tem
muita visibilidade, mas que tem
muita importância e alcance na
periferia da cidade. Mas, afinal
de contas o que é cultura? É
possível falar de cultura em
Catu? O Grupo da Terceira Idade que realiza várias apresentações de danças, o trabalho
com artesanato, são cultura?
As práticas desenvolvidas pelas professoras de incentivo a
leitura, os trabalhos desenvolvidos pelo MAC – Movimento
de Adolescentes e Crianças -,
a produção dos escritores locais, a capoeira, também são
culturas?
De acordo com a perspectiva
antropológica, a cultura humana é
o conjunto de modos de viver que
se diversificam de tal modo que
só é possível falar em culturas,
no plural. Logo, somos produtores
de cultura porque produzimos a
nossa existência ao criarmos
os espaços em que vivemos, as
nossas expressões diversificadas
e ao desenvolver estratégias para
nossa sobrevivência.
Nessa perspectiva, os respectivos coletivos Grupos da
Terceira Idade (através das estratégias usadas pelas mulheres
idosas para saírem para o espaço
público, para serem respeitadas,
para enfim reescrevem suas vidas
através da dança, da música etc.,
são modos de resistências contra
comportamentos tradicionais),
professoras (que trabalham a
literatura e outras artes numa
perspectiva crítica, desenvolvendo também o potencial criativo
dos novos artistas, são forças
ativas que se colocam contra a
reprodução dos saberes), escritores locais (que usam a arte da
palavra para expressar a realidade em nosso entorno através
da prosa e da poesia), mestres
de capoeira (que ao longo dos
anos ensinam para a nossa juventude a história e as formas de
resistência dos povos africanos e
seus descendentes nesse país)
e agentes do Mac (militantes na
defesa pela arte, brincadeira e
direitos das crianças e adolescentes), bem como tantos outros grupos que permanecem no
anonimato são agentes culturais
que constroem e modificam realidades em Catu.
Quanto às manifestações
tionamentos do tipo quem produz
o livro didático, ou então, porque a
maior parte das escolas de Entre
Rios não possuem bibliotecas.
Outro questionamento seria
a respeito das condições de produção da cultura local de Entre
Rios. Tomando agora a escola
como um crivo desta cultura,
que outras demandas surgiriam
em relação aos produtores e/ou
ativistas culturais entrerrienses? Sem dúvida, enquanto as
instituições culturais/educacionais optarem unicamente pela
inclusão dos signos culturais locais, em seus projetos políticos
e/ou pedagógicos, como meros
“ornamentos” nos espetáculos
públicos ou “mercadorias” nas
feiras culturais, a cultura local
jamais comporá a agenda de
uma pedagogia da autonomia
nas escolas e de um devir cultural nos entrerrienses.
Neste sentido, ainda que
a “cultura” local seja frequentemente reduzida a “traço”
– neste caso, caracterizada
unicamente pelas manifesta-
ções populares tradicionais –
há, todavia, outras formas de
interpelá-la numa agenda que
incorpore sua relação ativa com
a educação. Em primeiro lugar,
de que maneira conceber manifestações artístico-culturais populares – a exemplo do Samba
de Roda do Gamba e do Terno
de Reis de Cinco Estradas – não
como últimos estertores duma
tradição em vias de desaparecer, mas como signos de uma
barbárie e, sobretudo, enquanto
motivos que provoquem debates
escolares e/ou questionamentos, em salas de aula, acerca
das condições históricas de exclusão de muitas comunidades
do município? Em segundo lugar,
se, de certa forma, tais manifestações populares são o índice
definidor da cultura local, como
não suspeitar das formas de
gestão pública que não considera a importância da elaboração
e execução de políticas públicas
de cultura com vistas à exploração e ao fortalecimento de sua
dimensão educacional?
tradicionais de cultura no município pode-se dizer que a cidade
ainda conserva algumas festividades que atravessam anos:
Festa de Reis – uma tradição
com meio século de existência
que acontece no bairro Barão de
Camaçari, no mês de janeiro, que
envolve a participação da comunidade na organização da festa,
que nos últimos anos incorporou
elementos do carnaval, como o
bloco “As Bonecas do Barão”,
onde os homens saem vestidos
de mulher acompanhados por
um mini-trio; também temos
um Terno de Reis Estrela D’Alva,
composto por mulheres do Grupo da Terceira Idade e outros;
Festas de padroeiros (São José,
Santo Antonio, São Miguel e Sra.
Sant’Ana); Festa de São João –
que também passou por atualizações, assemelhando-se a
uma festa de largo com bandas
de Forró no bairro Boa Vista. As
quadrilhas juninas revelam o potencial criativo das pessoas que
apesar do pouco investimento
financeiro fazem um espetáculo que encanta a comunidade;
Festa de Cavalo – que ocorre
desde 1940, sendo que hoje se
destaca a Festa de Cavalgada
organizada por vários grupos de
Sítio Novo, Pau Lavrado, inclusive
a Cavalgada do Grupo União.
No entanto, apesar de tudo
que foi exposto, o município de
Catu passa pela falta de políticas
públicas que garantam aos munícipes os direitos culturais, direitos estes que são parte integrante dos direitos humanos e devem
constituir-se como plataforma de
sustentação das políticas culturais. Em suma, acerca das práticas de cada segmento cultural
mencionado não resta dúvida de
que em Catu não falta cultura,
o que falta é a organização e
investimentos culturais, sendo o
Fórum Nacional de Crítica Cultural
2, um espaço privilegiado para
visibilizar o alcance das práticas
de professores na I Bienal Rural,
a produção literária do escritor
Wasigton de Oliveira, Grupo de
Assistência Social ao Idoso, Grupo
da Terceira Idade Estrela D’Alva,
Associação de Capoeira Filhos da
Liberdade do Mestre Sacramento,
os trabalhos do MAC, e refletir
sobre os modos de criatividade,
organização e diálogos entre a
cultura e a educação.
Murillo da Silva Neto - Mestrando em Crítica Cultural - Prof. Dr. Cosme Batista dos Santos
C
onsiderando que o Fórum de Crítica
Cultural constitui-se num espaço que,
mais uma vez, segundo o Prof. Dr. Osmar
Moreira, Coordenador do Pós-Crítica, pretende “[...] marcar uma posição científica
e política que implique tanto num compromisso teórico quanto uma prática cultural
crítica e solidária (2010, p. 196).”, entendemos ser este um momento significativo
para que possamos discutir a idéia de que a
escola sempre teve dificuldade em lidar com
a pluralidade e a diferença. Isto porque o
presente Fórum tem também como intenção ser mais um passo para a superação
dessa postura visto que as questões culturais não podem mais ser ignoradas por
nós educadores e educadoras uma vez que
não há educação que não esteja imersa nos
processos culturais do contexto em que se
situa. Logo, não há como conceber uma prática pedagógica desvinculada das questões
culturais da sociedade, o que torna a relação
entre educação e cultura(s) como intrínseca.
Nesse sentido, torna-se urgente o (re)
conhecimento da pluralidade cultural do mundo em que vivemos visto que esta pluralidade
se manifesta em todos os espaços sociais
inclusive nas escolas e nas suas salas de
aula. Logo, essa pluralidade implica analisar a
escola e suas salas de aula enquanto espaços sócio-culturais compreendidos através da
ótica da cultura, o que certamente acarretará
confrontos e desafios a serem enfrentados
pelo(a) educador(a). Em contrapartida, é essa
pluralidade cultural um caminho propício para
a possibilidade de se tornar a escola como
um espaço da crítica cultural onde diferentes
noções como “[...] ‘cultura da linguagem e
linguagem da cultura’, ‘cultura da pedagogia
e pedagogia da cultura’, ‘cultura dos modos
de vida e modos de vida da cultura’, ‘cultura
da multiplicidade e multiplicidade da cultura’,
‘cultura da história e historicidade da cultura’,
Podemos morrer e descansar em paz! Vivemos
em um país democrático, plural, diverso, no qual
as pessoas se respeitam e vivem em comunhão... Ops! Que país é esse? Existe? Tem nome?
Se tiver, por favor, me avisem, pois preciso me
mudar para lá, não para morrer, mas, quem
sabe, descansar em paz. Porque aqui, neste
país, infelizmente, veem-se por aí pessoas tão
bitoladas, tão mal esclarecidas/informadas que,
pesarosamente, temos que ver ou ouvir coisas
demasiado indecorosas que, por vezes, devemos
parar para tentar dirimir, ou não. Intolerância!!!
Essa é a palavra do momento. Hoje, somos intolerantes a tudo. Não toleramos atrasos; trânsito
engarrafado; traições; não sermos correspondidos; não estarmos certos; o bonito; o feio; o
igual; o diferente... Não toleramos coisas que
facilmente poderiam ser toleradas se ôssemos
mais humildes e menos pretensiosos. O outro,
que não sou eu, tem direito de ser quem ele é:
alto, baixo, gordo, magro, negro, branco, careca,
cabeludo, surdo, cego, homem, homo, mulher,
hétero... Assim, poder-se-iam elencar substantivos/adjetivos que chegariam ao fim da página,
o que não considero necessário, posto que não
pararemos de imaginar o que nos torna diferentes dos outros. Em tempos de opressão, ser
diferente é necessário. É preciso que se saiba
que o diverso é o que torna tudo mais agradável. É preciso fazer os opressores perceberem
que “iguais” a eles só eles mesmos. Os olhares
esquisitos e os julgamentos alheios nos incomodam, mas penso que incomoda muito mais
aos outros, o fato de sermos “iguais” e felizes
nas diferenças. São nuances, possibilidades
‘culturais locais e localidades das culturas’
[...] (MOREIRA, 2010, p. 192)” romperiam com
a idéia de que não apenas as expressões culturais hegemônicas compusessem o currículo
escolar mas também as expressões culturais
subalternizadas sendo tanto aquelas como
estas objetos de apreciação e de crítica. A
partir desse caminhar, ao transformarmos a
escola em um espaço sócio-cultural, o papel
do(a) educador(a) também será transformado
na medida em que for instigado a desempenhar o papel de crítico cultural pois
[...] O que não é possível é estar
no mundo, com o mundo e com os
outros, indiferentes a uma certa compreensão de por que fazemos o que
fazemos, de a favor de que e de quem
fazemos, de contra que e contra
quem fazemos o que fazemos. O que
não é possível é estar no mundo, com
o mundo e com os outros, sem estar
tocados por uma certa compreensão
de nossa própria presença no mundo.
Vale dizer, sem uma certa inteligência da História e de nosso papel nela
(FREIRE, 2000. p. 125).
Assim, quando temos ciência da nossa
condição de sujeitos sócio-culturais e de
educadores(as) desempenhando a função
de crítico cultural, surge a possibilidade de
promovermos uma educação que viabilize o
diálogo entre os diferentes grupos sociais
e culturais que compõem o espaço escolar. Trata-se, nesse caminhar, de contribuir
para que a escola se afirme como um local
privilegiado para a construção de relações
interculturais positivas mesmo diante dos
conflitos e desafios que possam surgir,
pois só assim poderemos trilhar para um
caminhar que situe a escola num outro espaço de transformação cultural.
de sermos multi, pluri, que inquieta aos que
se dizem moldados por padrões sociais préestabelecidos, para tornar “igual” o que jamais
poderá ser. De que adianta o livre arbítrio se
não podemos viver livres? "Temos direito de ser
diferentes quando a igualdade nos descaracteriza” (Boaventura Souza Santos). Vivemos em um
país tão democrático, mas tão democrático, que
o poder - na mão de poucos - é que diz quais
políticas afirmativas podem favorecer aos negros
(oprimidos); quais políticas inclusivas permitirão
aos deficientes (oprimidos) o direito de estarem
em espaços de ensino regulares; se os homossexuais (oprimidos) terão direito a união civil
estável. É uma beleza! O país das desigualdades
econômico-político-sociais. Um país no qual a
política do pão e circo ainda funciona, e como
funciona! Este país no qual eu, você, aquele que
oprime, que é oprimido convive diante/perante
infinitas mazelas. Mas continuo dizendo: Precisamos ser diferentes. Mais que isso, precisamos
dessa diferença para que possamos manter o
equilíbrio. Entristeço-me, pois ao pensar que
estamos caminhando para termos nossos direitos a uma cidadania "plena" garantidos, pessoas
intolerantes (que, infelizmente, não são poucas)
ainda atravancarão nossos caminhos. Mas, chegará o dia em que poderemos viver a plenitude
de nossas escolhas, condições, opções, ou seja
lá que nome deem para o nosso modo de viver
a vida, de viver o outro, de estar no mundo. É
preciso lutar, perseverar, resistir até o dia em
que não sejamos vistos com os olhos discriminatórios dessa sociedade hipócrita. Neste dia,
poderemos morrer e descansar em paz!
SER DIFERENTE EM TEMPOS DE OPRESSÃO!
Interpelação e escuta sensível no 4
Iramayre Cássia Ribeiro Reis - Mestranda em Crítica Cultural
Prof. Dr. Murilo Ferreira
Interpelação e escuta sensível no 7
GESTÃO COMPARTILHADA: O
COLETIVO DE ARTISTAS
AGITADORES DO T18 NO CENTRO
DE CULTURA DE ALAGOINHAS
Écristio Raislan Bispo dos Santos - Mestrando em Crítica Cultural
Orientador: Prof. Dr. Sílvio Roberto dos Santos Oliveira
(Integrante do Coletivo de Artistas Agitadores do T18)
A
volta do Ministério da
Cultura no governo do
presidente Lula verteu uma
efervescência produtiva do
pensamento das políticas públicas culturais no Brasil. Visivelmente há uma preocupação
com a cultura em uma dimensão de problematização muito
maior do que a noção de cultura trabalhada pelo poder público, até então, abarcava. A Bahia,
nos últimos 4 anos, se inseriu
ativamente nesse momento
de transição desvinculando,
com muitos anos de atraso,
a secretaria de turismo da de
cultura. Repensando a noção de
cultura do estado com o Estado, o emprego democrático dos
recursos para fomento cultural
(com vários editais, fundos com
fundo, entre outras possibilidades) e, nesse ponto, a relação
capital x interior, que quando
da distribuição dos recursos
para cultura sempre foi desigual e cruelmente negligente.
A sociedade civil organizada aumentou, com as ainda
problemáticas conferências, sua
participação dentro do processo administrativo, não apenas
fora dele, como era de práxis,
por frentes como as dos movimentos sociais, culturais e
intelectuais. O que permitiu
a operacionalização de questionamentos que se repetiam,
eram acatados pelo poder público demagogicamente e com o
passar de dias estavam novamente a ver navios. Um destes
questionamentos é o papel da
existência de equipamentos
culturais que foram mantidos
pelo governo tanto materialmente quanto em fluxo produtivo. A manutenção material
foi/é problemática, levando-se
em consideração que os equipamentos culturais do interior
nunca tiveram a devida atenção, seja por quais motivos for,
da Fundação que os mantém.
O fluxo produtivo, proporcionado pelo poder público, acabou por construir uma
imagem elitista do “culto” em
tais espaços, imagem ancorada pelas produções de fora
das cidades onde existem estes equipamentos, afastando
grande parte das populações
da circulação e dos circuitos
existentes, além de invizibilizar
as produções locais com um
ranço de “amadorismo” negati-
5
LITHOSILVA
vo. É óbvio que estas afirmações,
no que diz respeito das produções
locais, não se aplicam generalizadamente a todo o interior baiano.
Existem cidades com forte cena
cultural em determinados segmentos artísticos e patrimoniais,
todavia, passam por problemas
peculiares ainda marcas da ação
equivocada de anos da Bahiatursa.
Neste bojo discursivo está o
Centro de Cultura de Alagoinhas
(CCA), que há um bom tempo
recebe, com certa infelicidade, a
alcunha de elefante branco. Não
pela falta de artistas e agitadores
locais para ocupá-lo, quando da
não existência dos espetáculos
caça níqueis, das formaturas e de
outras atividades parasitas que o
habitaram durante anos, mas pelo
distanciamento elitista e burocrático que foi construído ao logo de
várias gestões entre o equipamento e uma ocupação ativa.
E por uma perspectiva de
ocupação ativa foi criado o Coletivo de Artistas Agitadores do
Território 18 (CAA18), formado
por grupos que já atuam em
Alagoinhas e região em diversos
segmentos artísticos, de produção, e de pesquisa cultural. Que é
formado, atualmente, pelo Coletivo
de Artistas Marginais (Rio RealBA), Coletivo de Cinema Odradek
(Entre Rios), Deviríneos & Moleculares, Expresso 18, Família Bicho
Solto, Família SK8, O Grão, Petrolatividade e Teatro Quanta.
O CAA18 negociou junto à
Fundação Cultural do Estado da
Bahia (FUNCEB) desde o início
deste ano a ocupação no Centro
de Cultura, uma ocupação para
além da residência parasitária.
Afinal todos os grupos envolvidos
na ocupação já produzem independentemente do equipamento
cultural em questão. Não se quer,
pois, centralizar a produção cultural de Alagoinhas e região no
CCA, mas fazer com que essa
produção também seja protagonista daquele espaço, convivendo
harmoniosamente com a produção
nos bairros alagoinhenses e cidades que compõe o território de
identidade 18.
O Coletivo apresentou uma
proposta com o intuito de gerir de
forma compartilhada o CCA, respeitando a identidade cultural da
região, trazendo à tona e fomentando a diversidade desta produção, promovendo o intercâmbio e
a capacitação dos agentes culturais regionais contribuindo, assim,
para a criação de instrumentos de
auto-sustentação dos agentes e
produtores culturais regionais
em uma noção solidária de rede.
A fim de manter o equipamento
em constante movimento de produção e circulação.
O processo de ocupação, ainda que
em seu início, já permite a construção de várias imagens que o vislumbre inicial com a possibilidade
da ocupação ofuscou. Como negligencia e falta de respeito governamental com os grupos ocupantes,
vícios administrativos de longos
anos que precisam ser extirpados
do equipamento, os pormenores da
burocracia documental que precisa
ser assimilada pelos ocupantes
como um todo... Várias são as imagens que podem ser mapeadas...
indigestas e saborosas, e muitas
dessas imagens serão, assim
com mais informações sobre cada
um de seus componentes, serão
alegremente compartilhadas pelo
Coletivo de Artistas Agitadores do
Território 18 nos dias 18, 19, 20 e
21 de novembro no Fórum de Crítica Cultural 2.
ano 1 # 2 novembro 2010
A ESCOLA COMO UM ESPAÇO DE CRÍTICA CULTURAL: UMA
OUTRA PERSPECTIVA DE TRANSFORMAÇÃO CULTURAL
Interpelação e escuta sensível no 14
FÓRUM NACIONAL DE
CRÍTICA CULTURAL 2
Convidados:
Pesquisador convidado: Prof. Dr. Ubiratan Castro de Araujo (História Social –UFBA)
Personalidade cultural: Profa Ma. Iraci Gama SantaLuzia (Letras/UNEB, FIGAM)
Personalidade da Educação Básica: Profa. Ms. Vera da Silva Rocha – Coordenadora
do Grupo de Projetos Especiais (GPE) do Instituto Anísio Teixeira – SEC-BA.
Mesa 2 - Local: Sala 12
Educação, narrativas e poéticas afrobrasileiras
Coordenador: Prof. Dr. Sílvio Roberto dos Santos Oliveira (Pós-Crítica/UNEB)
Pesquisador convidado: Profa. Dra. Maria Anória de Jesus Oliveira (UNEB/UFPB) –
Relações étnico-raciais e seu material didático
Personalidade cultural: Prof. Dr. Murilo Ferreira da Costa
Personalidade da Educação Básica: Prof. Gilvan Barbosa (Pós-Crítica/UNEB,
Colégio Modelo)
13h30 às 14h - PROGRAMAÇÃO CULTURAL/PERFORMANCES
Um canto a ser ouvido: a dança político-cultural do MMTR de Inhambupe + Forró
Pé de Serra (alunos da Escola Maria José Bastos)
DIAGNÓSTICOS, PROPOSIÇÕES E
AGENCIAMENTOS PARA OUTRA RELAÇÃO
ENTRE EDUCAÇÃO BÁSICA E CULTURA
ano 1 # 2 novembro 2010
Dia 18/11/2010 (QUINTA-FEIRA)
15h – Credenciamento
Local: Oca Viveiro de Castros (Toldo sob as árvores entre estacionamento e a
Direção do DEDC II)
19h – Performance Dançando com Zaratustra
Local: Auditório da Conferência Plenária (Quadra de Esportes)
19h30 – Cerimônia de Abertura
Local: Auditório da Conferência Plenária (Quadra de Esportes)
20h – Conferência Plenária de Abertura – Margens da literatura
O Professor-artista: educação de si e revolução molecular - Prof. Dr. Sílvio Gallo
(Filosofia da Educação – UNICAMP)
Local: (Quadra de Esportes)
22h às 23h30 – Programação Cultural/Performances/Intervenções Musicais
MC Osmar – Alagoinhas-BA.
Carlitos França (Samba Rock) – Barra de Pojuca-BA.
Local: a definir
Dia 19/11/2010 (SEXTA-FEIRA)
8h30 às 10h – Sessões de Comunicação e Espaços de Agenciamento ou
Mesas Coordenadas (total de 38)
Local: em 14 salas de aula + 24 toldos-salas de 5 X 5 m espalhados em 4
setores do Campus
10h30 às 12h30 – MESAS SEMIPLENÁRIAS
MARGENS DA LITERATURA
Mesa 1 - Local: Quadra de Esportes
6
Representações do cotidiano escolar em obras de arte
Coordenador: Prof. Dr. Osmar Moreira (Pós-Crítica/UNEB)
Convidados:
Pesquisador convidado: o escritor Antonio Torres (Imagens da escola em textos
literários)
Personalidade cultural: cineasta Deivison Fiuza – Comentando o filme Carregadoras de Sonhos
Personalidade da Educação Básica: Maria Ivanilde Nobre - comentando os projetos FACE (Festival Anual da Canção Estudantil), TAL (Tempos de Arte Literária) e
AVE (Artes Visuais Estudantis)
Mesa 2 - Local: Auditório do Campus II
Literatura e mídias: agenciamentos e entre-lugares nas configurações de gênero
e sexualidades
Coordenador: Prof. Dr. Paulo Garcia (Pós-Crítica/UNEB)
Convidados:
Pesquisador convidado: Prof. Dr. Djalma Thürler (Instituto de Humanidades,
Artes e Ciências
– IHAC/UFBA) - Dramaturgia e Produção Cultural
Personalidade cultural: Marcus Vinicius, escritor
Personalidade da Educação Básica: Állex Leila (UEFS)
LETRAMENTO, IDENTIDADES E FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Mesa 1 - Local: Sala 5
Raça/gênero, sexualidades e formação de professores/as
Coordenador: Profa. Dra. Maria Nazaré Mota de Lima (Pós-Crítica/UNEB)
Pesquisador convidado: Dr. Henrique Freitas (IL-UFBA)
Personalidade cultural: Anari Pataxó (mestranda do POSAFRO/UFBA)
Personalidade da Educação Básica: Prof. Ms. Nildon Carlos Santos Pitombo
(Superintendente de Desenvolvimento da Educação Básica da Secretaria
Estadual de Educação)
Mesa 2 - Local: Auditório da Feira de Ciências
Escola como um ponto de cultura
Coordenador: Profa. Dra. Eliana Brandão (Pós-Crítica/UNEB)
Pesquisador convidado: Prof. Me. Jairo Oliveira (UFPE)
Personalidade cultural: Profa. Angela Andrade - Superintendente de Cultura do
Estado da
Bahia
Personalidade da Educação Básica: Profa. Railda de Santana Teixeira (Coordenadora da Direc 3)
NARRATIVAS, TESTEMUNHOS E MODOS DE VIDA
Mesa 1 - Local: sala 3 (Prédio de Educação Física)
Cultura, história e tradição
Coordenador: Prof. Dr. Daniel Francisco dos Santos (Pós-Crítica/UNEB)
14 às 18h – OFICINAS E MINICURSOS
Oficina 1 - LEITURA E ESCRITA PARA MULHERES EM MOVIMENTOS SOCIAIS
Local: OCA GUACIRA LOPES
Oficina 2 - CORA CORALINA E AS MULHERES DA CHAMADA 3ª IDADE
Local: OCA REGINA ZILBERMANN
Oficina 3 - TARDE DE HISTÓRIAS E BRINCADEIRAS
Local: OCA ENEIDA CUNHA
Oficina 4 - TRANÇAS E NARRATIVAS: A PALHA TECENDO CONTOS
Local: OCA HELOÍSA BUARQUE DE HOLANDA
Oficina 5 - OFICINA DE XADREZ
Local: Sala 5
Minicurso 1 - A questão cultural em Cursos de Letras – Roberto Henrique Seidel
(UEFS/ Pós-Crítica/UNEB – Letras pela UFPE) - Local: Sala 8
Minicurso 2 - Hipertexto, ciberespaço e seus usos na ambiente escolar - Prof. Dr.
Luciano Rodrigues Lima (Departamento de Educação II/DEDC II, Alagoinhas, BA/
Letras UFBA) - Local: Sala 7
Minicurso 3 – Educação multicultural – Prof. Dr. Humberto Oliveira (UEFS) - Local:
OCA PAULO FREIRE
LETRAMENTO, IDENTIDADES E FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Oficina 1 - ORIGAMI E O ENSINO DE MATEMÁTICA: UMA COMBINAÇÃO PERFEITA
Local: Sala 6
Oficina 2 – OFICINA DE DIVERSIDADE SEXUAL: O PLURAL E O SINGULAR
Local: OCA MARILENA CHAUÍ
Oficina 3 - LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS: UM IDIOMA QUE SE VÊ
Local: Sala 12
Oficina 4 – GEOMETRIA E ARTE - Local: Sala 1
Oficina 5 – LIVRO DO LUGAR - Local: OCA MOACIR GADOTTI
Oficina 6 – SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA - Local: OCA IRACI GAMA
Minicurso 1 – Estéticas da fuleragem e suas ressonâncias na Educação Básica –
Prof. Dr. Josemar da Silva Martins (Departamento de Ciências Humanas III/DCH III,
Juazeiro, BA/Educação UFBA) - Local: Auditório do Campus II
Minicurso 2 – Práticas e rituais de consumo de substâncias psicoativas e suas
ressonâncias na educação básica - Prof. Dr. Marcos Luciano Lopes Messeder
(Campus I/UNEB – Salvador/ Sociologia e Antropologia Universite Lumiere Lyon 2,
U.LYON 2, França) - Local: OCA OSWALD DE ANDRADE
Minicurso 3 – Como pensar sexualidades na Educação Básica? Articulando teoria
feminista e teoria queer – Profa. Dra. Suely Messeder (Departamento de Ciências
Humanas e Tecnologias – DCHT XIX/Camaçari) - Local: OCA LEONELA INÊS DÍAZ
Minicurso 4 - Cultura indígena - Jucimar Pereira dos Santos (Coletivo Cultural e
Educacional/Programa de Pós-graduação em Crítica Cultural/UNEB/Ribeira do
Pombal/BA) - Local: Oca Indígena YBY YARA
Minicurso 5 - HISTÓRIAS, CRIANÇAS E INFÂNCIAS - Uerisleda Alencar Moreira
(Historia-UNEB/Teixeira de Freitas/BA) - Local: OCA EMÍLIA FERREIRO
Minicurso 6 – NEGROS PERSONAGENS TECENDO IDENTIDADES NA LITERATURA
INFANTO-JUVENIL BRASILEIRA E MOÇAMBICANA - Profa. Dra. Maria Anória de
Jesus Oliveira (Literatura e Cultura/Letras/UNEB/BA - Itaberaba). Local: Auditório da
Feira de Ciências Zumbi dos Palmares
NARRATIVAS, TESTEMUNHOS E MODOS DE VIDA
Oficina 1 – OFICINA DE CAPOEIRA
Local: Auditório das Conferências Plenárias (Quadra de Esportes)
Oficina 2 – BOLACHINHAS DE GOMA: A CULINÁRIA E A VIDA-LUTA DO MMTR
Local: OCA GAYATRI SPIVAK
Oficina 3 – Local: Lab 1, Lab 2, Lab 3
INFORMÁTICA PARA A COMUNIDADE DE ALAGOINHAS
Oficina 4 – Local: OCA ITALO CALVINO
Criando máscaras teatrais
Minicurso 1 – Surrealismo: teoria da história e inversão da tradição.– Prof. Dr.
Washington Luis Lima Drummond (Campus IV/UNEB – Jacobina/ Arquitetura e
Urbanismo-UFBA) - Local: OCA ANATOLY LUNACHARSKY
Minicurso 2 – A música tradicional no contexto da sala de aula – Profa. Dra. Katharina Döring (Campus I/UNEB) - Local: OCA PIERRE VERGER
Minicurso 3 – Cultura, História e Tradição – Prof. Dr. Ubiratan Castro de Araujo
(História Social/UFBA) - Local: Sala 10
Minicurso 4 – ESCOLA VIVA - SEXO, DROGAS, VIOLÊNCIA E ARTE - Prof. PhD. Osvaldo Francisco Ribas Lobos Fernandez (Pós-Crítica - UNEB/Salvador/BA) - Local:
Sala 2 (Prédio de Educação Física)
18 às 19h - PROGRAMAÇÃO CULTURAL/PERFORMANCES
Grupo Estrela D’alva / Catu + Grupo de Assistência Social ao Idoso + Cordel: um
Recital
MARGENS DA LITERATURA
Mesa 1 – Local: Auditório da Feira de Ciências
Segmentos artísticos marginais e seus modos de produção: ou a escola pública
com um setor de assessoria a projetos culturais comunitários - Coordenadora:
Profa. Dra. Carla Patrícia Santana Bispo (Pós-Crítica/UNEB)
Pesquisador convidado: Prof. Dr. Ricardo Oliveira de Freitas (UESC/PACC-UFRJ)
–Mídias alternativas e expressões identitárias
Personalidade cultural: Normelita Oliveira – Cultura e Educação do ponto de vista
da Coordenadora Geral do Fórum de Dirigentes Municipais de Cultura da Bahia
Personalidade da Educação Básica: Maria Ivanilde Nobre (SEC-Ba)
Mesa 2 – Local: Sala 5
O lugar da cultura local em livros e materiais didáticos
Coordenador: Profa. Dra. Jailma dos Santos Pedreira Moreira (Pós-Crítica/UNEB)
Pesquisador convidado: Profa. Ma. Iraci Gama Santaluzia – Uma imagem de
Alagoinhas a partir do Museu do Homem Livre
Personalidade cultural: Representante do Movimento de Organizações Comunitárias (MOC) – Ativismo local como incorporação e deslocamento do global
Personalidade da Educação Básica: Representante da Direc 3 – A escolha do livro
didático pelos professores/as
LETRAMENTO, IDENTIDADES E FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Mesa 1 – Local: Sala 3 (Prédio de Educação Física)
Educação literária afrodescendente: usos e sentidos
Coordenador: Prof. Dr. Murilo Ferreira (Pós-Crítica/UNEB)
Pesquisador convidado: Prof. Dr. Múleka Dítoka wa Kalenga (RDCongo/USP) Jogo de Búzios e Jogo Awale (Kissolo) como algoritmos matemáticos
Personalidade cultural: Prof. Nelson Maca – Movimento Blacktude
Personalidade da Educação Básica: Profa. Vanda Machado – Escola no Terreiro
da Mãe Estela em Salvador-Ba
Mesa 2 – Local – Auditório do Campus II
Letramento e novas tecnologias em contextos minoritários
Coordenador: Prof. Dr. Cosme Batista dos Santos (Pós-Crítica/UNEB)
Pesquisador convidado: Dr. Antônio Carlos Xavier (UFPE)
Personalidade cultural: Mc Osmar – Movimento Petrolatividade
Personalidade da Educação Básica: Lindomar Araújo - coordenador da Educação
no Campo da Secretaria da Educação do Estado da Bahia
NARRATIVAS, TESTEMUNHOS E MODOS DE VIDA
Mesa 1 – Local – Quadra de Esportes
Educação, patrimônio imaterial e memória
Coordenador: Prof. Dr. Arivaldo Lima (Pós-Crítica/UNEB)
Pesquisador convidado: Prof. Dra. Olga Rosa Cabrera Garcia (História Oral – UFG)
Personalidade cultural: Professor da Escola Intercultural Indígena
Personalidade da Educação Básica: Representante da União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação (UNDIME) – o direito de aprender sobre a memória,
na Educação Básica
Mesa 2 – Local: Oca Indígena YBY YARA
Educação, narrativas e saberes indígenas
Coordenador: Profa. Dra. Edil Silva Costa (Pós-Crítica/UNEB)
Pesquisador convidado: Prof. Dr. Marcos Luciano Lopes Messeder (Campus I/
UNEB – Salvador/ Sociologia e Antropologia Universite Lumiere Lyon 2, U.LYON
2, França)
Personalidade cultural: Artista plástico LithoSilva – Um devir tupinambá da cultura
e da educação (comentário a uma instalação)
Personalidade da Educação Básica: Rosilene Tuxá - Coordenadora de Educação
Indígena da Secretaria da Educação do Estado da Bahia
13h30 às 14h - MULHERES DO GRUPO DE CONVIVÊNCIA ALEGRIA DE VIVER:
CENTRO SOCIAL URBANO (CSU) + GRUPO DE DANÇA THÁTI - VA/(Entre Rios)
14h às 18h - OFICINAS E MINICURSOS
(ocas, salas, auditórios, acima mencionados)
MARGENS DA LITERATURA
Oficina 1 - Local: OCA OSWALD DE ANDRADE
OFICINA POESIA E PENSAMENTO
Oficina 2 – Local: Sala 4
OFICINA DE PRODUÇÃO DE VÍDEO DIGITAL
Oficina 3 – Local: OCA ENEIDA CUNHA
TARDE DE HISTÓRIAS E BRINCADEIRAS
Oficina 4 - Local: OCA CONCEIÇÃO EVARISTO
POESIA NEGRA FEMININA: EM CORPO, ALMA, TRAÇOS,VERSOS
Minicurso 1 – Local: OCA LEONELA INÊS DÍAZ
Arte-educação e programas oficiais de cultura para a educação básica – FACE,
TAL, entre outros: um lugar teórico para se pensar as novas relações educação
básica e cultura? Prof. Dr. Osmar Moreira (Departamento de Educação II/DEDC II,
Alagoinhas, BA/Letras UFBA);
Minicurso 2 – Local: OCA PIERRE VERGER
Democracia e multiculturalismo na África Ocidental - Prof. Dr. Detoubab Ndiaye
(Campus II/UNEB – Alagoinhas/ IFCH – UFBA)
Minicurso 3 – Local: Sala 1
Uma imagem da Rússia stalinista em filmes - Profa. Drª. Olga Belov Moreira
(Campus II/UNEB – Alagoinhas/Instituto de Letras da UFBA)
Minicurso 4 - Local: Sala 5
Mídias alternativas e expressões identitárias - Prof. Dr. Ricardo Oliveira de Freitas
(UESC/PACC-UFRJ);
20h – CONFERÊNCIA PLENÁRIA
LETRAMENTO, IDENTIDADES E FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Letramento, Identidades e Formação de Professores
Cultura escrita, diversidade cultural e poder - Profa. Dra. Ângela Kleiman (Linguística
Aplicada – UNICAMP) – Local: Quadra de Esportes
22 às 23h - INTERVENÇÕES MUSICAIS
Aborígenes – Alagoinhas-BA.
Rizoma – Candeias-BA.
Dia 20/11/2010 (SÁBADO)
8h30 – 10h – SESSÕES DE COMUNICAÇÃO E ESPAÇOS DE AGENCIAMENTO
Local: em 14 salas de aula + 24 toldos-salas de 5 X 5 m espalhados em 4 setores
do Campus
10h às 10h30 - MULHERES DA UNIVERSIDADE ABERTA A TERCEIRA IDADE +
TEATRO ESTRELAS DO SILÊNCIO: MÃOS QUE FALAM
10:30 às 12:30 - MESAS SEMIPLENÁRIAS
Oficina 1 - Local: Sala 6
ORIGAMI: POTENCIALIDADES PEDAGÓGICAS E TERAPÊUTICAS
Oficina 2 - Local: OCA EMILIA FERREIRO
CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS E LETRAMENTO
Oficina 3 - Local: Sala 7
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E A LÍNGUA INGLESA
Oficina 4 - Local: OCA GUACIRA LOPES LOURO
VAMOS FALAR DE SEXUALIDADE?
Oficina 5 - Local: Sala 8
EDUCAÇÃO ESPECIAL – BRAILLE, LIBRAS E SOROBÃ
Oficina 6 - Local: Sala 3 (Prédio Educ. Física)
JOGOS MATEMÁTICOS: O LÚDICO NA SALA DE AULA, DIVERSIDADE NA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Oficina 7 - Local: OCA ANÍSIO TEIXEIRA
ONDE ESTOU?
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Minicurso 1 – Local: Auditório do Campus II
Cultura escrita, diversidade cultural e poder - Profa. Dra. Ângela Kleiman (Linguística Aplicada – UNICAMP)
Minicurso 2 – Local: Sala 11
Construção da escrita infantil: possíveis percursos - Profª. Dra. Cláudia Martins
Moreira (Letras - UNEB/ Campus II/BA)[email protected]
Minicurso 3 – Local: Sala 12
Gênero e Literatura na Educação Básica
Profª. Ma. Ana Rita Santiago da Silva - Letras/UFRB/Salvador – BA
Minicurso 4 – Local: Oca Indígena YBY YARA
O que precisamos saber sobre o índio brasileiro? Jucimar Pereira dos Santos
(Coletivo Educacional/Programa de Pós-graduação em Crítica Cultural/UNEB/
Ribeira do Pombal/BA)
Minicurso 5 – Local: Sala 2 (Prédio Educ. Física)
Do giz ao mouse: novos desafios para o professor - Jaíra da Silva Santos (Especialista em Educação a Distância/UNEB/Alagoinhas- BA)
IGUALDADE EDUCACIONAL: SENTIDO E PROPOSTA + GRUPO DE SAMBA DE
RODA DA COMUNIDADE DE GAMBA/Entre Rios
20h - CONFERÊNCIA PLENÁRIA - Narrativa, Testemunhos e Modos de Vida
Por uma epistemologia dos saberes populares - Prof. Dr. José Jorge de Carvalho
(Antropologia Social/Universidade de Brasília, UNB, Brasil) – Local: Quadra de
Esportes
22 às 23h - INTERVENÇÕES MUSICAIS
A VIDA COMO ARTE – Sílvio Carvalho
Nana de Deus e os Censurados – Salvador-BA
Farinha de Guerra – Feira de Santana.
Dia 21/11/2010 (DOMINGO)
8h às 11h30 - ATO ESTÉTICO-POLÍTICO: UMA PASSEATA
Coordenação: coletivos educacionais e culturais participantes do Fórum
Local de concentração: Pça Ruy Barbosa – destino: Centro de Cultura
12h às 14 h – AVALIAÇÃO E CONFRATERNIZAÇÃO DE ENCERRAMENTO
Local: Centro de Cultura
NARRATIVAS, TESTEMUNHOS E MODOS DE VIDA
Oficina 1 – Local: (Quadra de esportes)
A CAPOEIRA COMO ESPAÇO DE RESISTÊNCIA CULTURAL
Oficina 2 – Local: OCA MARILENA CHAUÍ
OFICINA SOBRE SAÚDE POPULAR
Oficina 3 – Local: Sala 1 (Prédio Educ. Física)
GINÁSTICA LÚDICA
Oficina 4 – Local: Sala 10
CARTÕES RECICLADOS: O GRIF EDUCANDO-NOS PARA A VIDA
Oficina 5 – Local: Laboratórios
OFICINA DE INFORMÁTICA BÁSICA
Oficina 6 – Local: OCA ÍTALO CALVINO
ALIMENTAÇÃO E SAÚDE: CONDIÇÕES BÁSICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA
APRENDIZAGEM
Minicurso 1 - Local: OCA MOACIR GADOTTI
Juventude, movimento estudantil e política: ontem e hoje – Prof. Dr. Antonio Mauricio Freitas Brito (Campus II/UNEB – Alagoinhas/IFCH – UFBA)
E MAIS
Dias 18, 19 e 20/11/2010 - LANÇAMENTOS DE LIVROS, REVISTAS
1. Meio dia de autógrafos com o escritor Antonio Torres (19/11);
2. Estudos de crítica cultural: diálogos e fronteiras, (orgs) Ari Lima e Edil
Costa;
3. Um Oswald de bolso: crítica cultural ao alcance de todos – Osmar Moreira;
4. Quase poemas – Irmã Marina Oliveira Reis
5. Entre outros de autoria de vários professores dos colegiados do Campus II
e de outros campi da UNEB;
6. Entre outros de autoria de participantes do Fórum Nacional de Crítica
Cultural
FEIRA DE CIÊNCIAS
Organizada pelos Colegiados dos Cursos do Campus II (Letras, História, Educação
Física, Biologia, Matemática, Análise de Sistema) e pela Coordenação do Fórum
Palavras-chave: encontro de saberes acadêmicos e populares; debates entre agentes de cultura e de educação; visibilidade científica do Campus II, e outros campi da
UNEB; agenciamentos, proposições.
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OFICINA DE LIBRAS
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LEGENDA DO MAPA
UNEB CAMPUS II - ALAGOINHAS-BA
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Quilombos - Oficinas, Minicursos I
Quilombos - Oficinas, Minicursos II
Quilombos - Oficinas, Minicursos III
Quilombos - Oficinas, Minicursos IV
Secretaria do Fórum
Corredor de Painéis
Coletivos de Educação e Cultura
Feira de Ciências, Stands Secretaria Estadual
e Municipal e/ou cultura
Palcos
Auditórios
Casa do Professor-Artista
Rua Estético-Política
Teatro
Oca
Camping
Praça de Alimentação
Parque Infantil
Boate
Sanitários Químicos
Telões
Salas, Oficinas, Minicursos V
Espaços Performáticos
ano 1 # 2 novembro 2010
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18 às 19h - SARAU INTERDISCIPLINAR
A POESIA QUE NOS ATRAVESSA + MULTICULTURALIDADE ÉTNICO-RACIAL E
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Interpelação e escuta sensível no 9
ano 1 # 2 novembro 2010
Um
recompondo novos artefatos verbais. Ou seja, nada de se esgotar
no único plano, no único foco de
visão, e sim problematizar os movimentos, as posições, a razão, o
pensar uniforme, com o propósito
de rastrear o que não se fala, não
se conjuga, não se enuncia.
Por uma crítica cultural que
visa compreender a vida social,
explorar o potencial cognitivo, nas
configurações de gênero e sexualidades, é tarefa de constante exercício. Certamente que, nas letras,
na literatura, no cinema, no teatro,
trata-se de formalizar a produção
de novas identidades, aquelas não
vistas, não problematizadas, não
ditas no veio simbólico. Para esse
tipo de crítica, é preciso sempre
conclamar para as experiências
de leituras, cuja continuidade dos
gestos ordenadores e impositores
estarão sempre presentes no meio
social e, para entendê-los, faz-se
importante desconstruir os modos
de vida reinantes e proclamados,
não com o intuito de modificá-los,
porém, com a tarefa empreendedora de rever os binários, os papeis
construídos, fazendo-se cada vez
mais urgente a tarefa com o social e cultural de contribuir para os
desmontes de desejos fabricados,
reprimidos, docilizados no processo
da fragmentação da subjetividade.
As proposições e novos agenciamentos na educação – seja
formação básica, média, superior,
dentro do viés cultural baiano e
local, a exemplo de situar, aqui, o
exercício do pensamento nos entre-lugares do desejo de homens
e de mulheres nas configurações
de gênero e das homossexualidades –, giram para o objetivo de
atingir com o lado estético, literatura, cinema, teatro, mídias não as
linguagens de arquivos em suas
complexas aspirações anunciativas e de raízes preconceituosas
e discriminantes, mas linguagens
que visam ao solo do diferente,
celebrando oportunidades abertas para o trânsito da existên-
cia do Outro, sem os encargos
ordinários de juízos e valores
fundamentalistas e a favor das
interpretações das identidades
de homens e de mulheres em
fluxos de vida. Esse movimento de leitura tende a renovar
as instâncias de enunciados
numa esteira em que o espaço
entre-linhas se tece por multicores, realinhando significados,
reestilizando formas, conceitos
e sentidos.
A presença de personalidades da cultura, das mídias, da literatura, como Állex Leila (UEFS),
professora e escritora baiana,
com uma rica e reconhecida
produção literária, Djalma Thürler
(UFBA), também professor e com
experiência consagrada no teatro
baiano e na cinematografia e
Marcus Vinicius, escritor baiano
premiado por uma poética de impacto sob a temática homoerótica. Todos eles tomarão a palavra
para ostentar uma política de
ruptura, tendo, em mente, suas
experiências como professor, escritor, artista, para nos mostrar,
ou melhor, oferecer retomadas
críticas sobre a formação do
sujeito, os entre-lugares que
se pautam para abordar os diferentes desejos, prazeres, conjugalidades, erotismos, cenas da
vida pós-moderna que se veem,
atuam, escrevem, pensam. Como
críticos da cultura, irão propor
um universo árido a respeito do
capitalismo globalizante e como
este nos mercantiliza, ao criar
as condições de descartes na
educação do indivíduo, sendo
este criado com promessas consequentes frente às realidades
de hegemonias e de atmosferas
contidas.
Esta mesa redonda do Fórum Cultural: Literatura e mídias:
agenciamentos e entre-lugares
nas configurações de gênero e
sexualidades é um convite para
debruçar-nos sob as inscrições
identitárias nos textos e nos
contextos, sob percursos da
educação, ou melhor, da formação do sujeito investida na sensibilidade dos projetos subjetivos e
de outros eus fora de ordem, da
performatização do sujeito pelo
avesso, das marginalidades individuais, da incitação da prática
da alteridade e das alternativas
para procurar entender formatos
de possíveis pensamentos diante
de escritas compartilhadas.
O II
Fórum Nacional de
Crítica Cultural que
acontecerá na cidade de Alagoinhas Bahia,
nos dias 18, 19, 20 e 21 de novembro, é
um convite a experimentação e subversão de
conceitos postos e enraizados. E será nesse espaço destinado a diferentes vozes,
mas principalmente aquelas que durante muito tempo foram relegadas ao silenciamento,
marginalização e a invisibilidade que as portas
estarão abertas para o agenciamento de novas
propostas para a Educação Básica e a Cultura.
Intitulado Educação Básica e Cultura:
diagnósticos, proposições e novos agenciamentos, o fórum tem como objetivo promover
o encontro entre o centro (intelectuais/universidade) e as margens (cultura/ educação
das periferias). E é nesse palco de fertilização de novas propostas educacionais que se
inauguram caminhos para se pensar um fazer
pedagógico em comunidades quilombolas.
Garantir a educação nesses territórios, respeitando sua história e suas práticas culturais é
uma proposta fundamental para uma educação
anti-racista. Uma educação que contemple as
particularidades étnicas, culturais e políticas
dessas comunidades é uma das formas de cumprimento da Lei 10639/03, uma vez que sua
trajetória constitui um exemplo da resistência/
persistência da cultura afro-brasileira. Portanto
a educação quilombola e a implementação da Lei
simboliza o rompimento do silêncio e da invisibilidade histórica que acompanham a trajetória
dessas comunidades e a construção da suas
identidades.
Presentemente, a legislação brasileira já
segue esta apreciação de identidade quilom-
bola e reconhece que a decisão da condição
quilombola ocorre da sua auto-identificação.
Com a Constituição Federal de 1988 o assunto quilombola faz parte da agenda das
políticas públicas. As atuais comunidades de
remanescentes de quilombo têm sua origem
nos negros que de diferentes maneiras resistiram e conseguiram a condição de camponeses autônomos, formando grupos com
costumes e educação particulares.
Parodiando o mestre Paulo Freire, a educação é uma ação permanente, e é nesse
sentido que a educação quilombola deve ser
compreendida, como um instrumento para a
construção de uma sociedade anti-racista,
que privilegie o ambiente escolar como um
espaço fundamental no combate ao racismo
e a discriminação racial. O espaço do aprimoramento e da reflexão para construção de
novos paradigmas educacionais, tais como:
questões relativas ao currículo e suas estruturas, a construção do conhecimento, os
processos de aprendizagem e construção de
uma identidade quilombola.
Destarte, acreditamos que as ações,
propostas nesse fórum, são fundamentais
no resgate da identidade e da auto-estima
quilombola, além de construir uma pedagogia
que vise desenvolver de uma postura etnográfica do educador e do educando.
Interpelação e escuta sensível no 6
Zenaide Maria Santos (Mestranda em Crítica Cultural)
Profa. Eulália Faustina (Colégio Maria José Bastos Silva/Alagoinhas)
LITHOSILVA
8
passo importante
do Programa de PósGraduação em Crítica Cultural
Pós-crítica, concentrado na área
de Letras, do campus II da UNEB,
município de Alagoinhas, situado
a pouco mais de 100km da cidade de São Salvador da Bahia,
é partir para os interesses que
visam situar a funcionalidade da
vida social, inserindo contextos
discursivos, como as configurações de gênero e sexualidades
nas margens da literatura. Essas
configurações, aliadas com as linguagens do cinema, da literatura,
das mídias eletrônicas e impressas, do teatro, bem como outras
textualidades buscam significar
os constructos de identidades
de homens e de mulheres, suas
sexualidades e papeis descritos
nos tempos modernos e no contemporâneo.
Na verdade, a crítica cultural aí se empenha em compreender como as relações entre
homens e mulheres, entre
homens e homens, mulheres
e mulheres expressam ideais,
sentimentos, medos, experiências, histórias, memórias,
são ordenados e ordenam,
centralizam e rompem com o
sistema social instituído, localizam e distanciam com os limites impostos e propostos. No
funcionamento da vida social
elencado nas relações gênero
– homens e mulheres e, nas
sexualidades – homossexualidades masculina e feminina,
bissexualidades, travestis, nas
performances do corpo – drag
queens ou, em transgêneros e
transsexuais, as identidades
são marcadas e seus estilos de
vida ressaltados de modo fluido, confluente, transitório.
A questão não se esgota
quando se formam pontos de
legibilidade e visibilidade do sujeito descontínuo e dos gestos
de enunciação não decorridos
no processo de essencializar o
eu, como o deslocar de sentidos a ele indicados e projetáveis. Assim, a crítica cultural é
compreendida como um choque
contra as fontes paradigmáticas e de concepções de leituras que não dão margem ao
diferente. Vale sempre lembrar
aí que a noção que se busca é
de negar o senso comum com a
possibilidade de ir ao encontro
com os reflexos, irradiações,
disseminações, compondo e
UMA ESCOLA QUILOMBOLA NA CRÍTICA CULTURAL
Prof. Dr. Paulo César García
Docente permanente do Pós-Crítica
Vilma Lúcia Salvador Cabral Lima
Mestranda em Crítica Cultural
Prof. Dr. Sílvio Roberto dos Santos Oliveira
LITHOSILVA
LITERATURA E MÍDIAS:
AGENCIAMENTOS E ENTRE-LUGARES
NAS CONFIGURAÇÕES DE GÊNERO
E SEXUALIDADES
Interpelação e escuta sensível no 13
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AULAS D
Trabalhar como educador e com
um público de adolescentes requer
muita criatividade e conhecimento
por parte dos docentes quanto às
questões de ordem social e cultural, além dos relacionados à psicopedagogia, a currículo e aos da
sua área de atuação, a fim de que
o currículo escolar esteja voltado
para áreas de interesse dos educandos, possibilitando a seleção de
conteúdos significativos para que
as aulas não se tornem desagradáveis e cansativas, ocasionando
grande desinteresse por parte dos
alunos e, em conseqüência, do próprio professor.
Conhecer elementos que estejam
diretamente ligados à cultura e
à identidade da classe jovem é
fundamental para que o ensinoaprendizagem aconteça de forma
satisfatória. Nessa linha o hip-hop
tem sido o aliado nas aulas de
Língua Portuguesa de turmas de
6a séries, a partir da percepção de
que era esse o ritmo identitário
das classes em questão.
O hip hop é uma cultura criada
nas ruas, através da união desses jovens de periferias, atrelando
a expressão de quatro vertentes
artísticas: o grafite, os DJs, os
MCings (rimas improvisadas) e
o break (estilo de dança).
Desses movimentos surgem as
letras agressivas e questionadoras, contra as imposições
das leis, as injustiças sociais,
violência nas favelas, a desvalorização do negro na sociedade,
sexo, drogas, dentre outros; o
ritmo envolvente e convidativo
produzido pelo estilo musical
reforça o gosto dos jovens pelo
hip-hop.
Diante disso, as aulas de Língua
Portuguesa ganharam outro ritmo, o que fez com que a turma
deixasse de lado a apatia, mostrando mais vontade e disposição para estar na Escola.
Interpelação e escuta sensível no 20
A PARTICIPAÇÃO DOS
PROFESSORES
INDÍGENAS DA BAHIA
NO II FÓRUM NACIONAL DE
CRÍTICA CULTURAL
Jucimar Pereira dos Santos - Mestrando Crítica Cultural - UNEB
Orientadora: Profa. Dra. Maria Nazaré Mota de Lima
A
LITHOSILVA
Estado da Bahia, que irão participar ativamente das atividades do referido fórum, com o
compromisso de na volta para
as suas comunidades, dialogar
com os seus “parentes”, seus
alunos e alunas, lideranças e
colegas de profissão, sobre o
que viram e ouviram, suas trocas de saber e de experiência.
Será assim um momento privilegiado, onde a presença de um
grupo de professores e professoras indígenas que estão em
um espaço de diálogo, para a
partir do seu ponto de vista,
poder construir outros pontos,
principalmente no contexto da
crítica cultural que permitirá a
esses participantes a reflexão
pertinente acerca do que é cultura, identidade, construções
e desconstruções acerca de
elementos importantes para a
convivência com a diversidade
e a interculturalidade.
Manifestará, portanto, com
a benção e permissão dos encantados um legítimo diálogo
em um programa de pós-graduação que busca estabelecer
em uma sociedade excludente
como a nossa, uma conexão
de saberes, de que o conhecimento não pode pertencer
somente a um pequeno grupo privilegiado, favorecendo a
uns poucos, mas ao contrário,
nos meios dos excluídos socialmente podemos encontrar
infinitos saberes, conhecimentos, os modos de viver
e sobreviver, que no diálogo
sincero oportuniza a troca de
experiências, de conhecimentos, e isso é animador e nos
fortalece sempre.
VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS E IDENTIDADE
MULTIFACETADA DE PROFESSORES
Zenaide Maria Santos - Mestranda em Crítica Cultural - Orientadora: Profa. Dra. Maria Nazaré Mota de Lima
I
Cresce cada vez mais o número
de queixas sobre agressividades
verbais e ísicas no âmbito das
Escolas tanto públicas, quanto
particulares. Já não há mais a diferença entre classes média, alta
ou baixa, pois as queixas são as
mesmas, talvez, em menor proporção nas escolas particulares, estas
mais reais. Os motivos são direcionados para os alunos da Escola
pública tem a influência da falta
de estrutura familiar, da violência
em casa, da falta de punição e limites dispensados pela família, do
envolvimento claro de muitos com
as drogas e com a prostituição e,
para os alunos da Escola particular,
fica uma interrogação: Se a família
pode, financeiramente, cuidar da
educação dos filhos, dar assistência médica adequada em caso de
transtornos psicológicos, o que,
então, leva os jovens dessas classes a se comportarem de forma
agressiva e violenta?
O resultado desse drama está
estampado na fisionomia dos profissionais da educação, porque a
maioria dos professores encontrase doente, com transtornos múltiplos, sem motivação para “encarar”
a sala de aula. Para muitos, o
palco do conhecimento letrado se
transformou em arena de disputa
de palavras de baixo calão e/ou de
luta livre e de ameaça constante à
integridade ísica e moral tanto de
alunos, quanto de professores. É
comum ouvir de professores a expressão “eu finjo que ensino e eles
fingem que aprendem”, “eu preparo
aulas na tentativa de despertar a
atenção, mas não adianta”... Tudo
bem que existem outras implicações nesses discursos, sejam elas
de ordem pedagógica, filosófica,
política, enfim, mas há uma realidade violenta que se apresenta, seja
nos gritos, nos palavrões, nos tapas e pontapés, ou ainda na apatia
medrosa de muitos que se calam
com medo de “apanhar lá fora”.
Assim, a discussão dessa temática na Mesa intitulada A Cultura
da Violência na Escola pretende dialogar com um Sociólogo, com o Juizado de Menores, com um Psicólogo,
com a Promotoria Pública e com um
Professor, a fim de pensar na questão que ora se apresenta de forma
assustadora e viabilizar meios para
amenizar o problema, conforme as
leis que amparam a criança, o adolescente e o adulto; pensar em leis
que garantam a integridade ísica
do sujeito e o respeito a valores morais esquecidos, senão substituídos
pela cultura da violência.
II
Professor! Que profissional é este?
Se esta pergunta fosse feita na
primeira metade da década de 90,
bem próxima da atual, a resposta
seria imediata: Professor, orientador,
merecedor de respeito e consideração, o Mestre na arte de ensinar. E
o Professor? Este se sentia bem em
ser professor, conhecia o seu papel
de transmissor de conhecimento;
tinha orgulho da profissão. Então, o
que houve em tão pouco tempo que
mudou essa visão?
A sociedade do século XXI
encontra-se envolvida por um
caos. De um lado, o desenvolvimento tecnológico desenfreado,
arrobando fronteiras, antes pensadas intransponíveis, penetrando
no mundo das ciências humanas,
exatas e sociais, das artes, das
múltiplas linguagens; uma
sociedade carregada de novos
valores (ou seriam “desvalores”),
de concepção de sujeito e de mundo; de outro, a educação, ainda
perdida, sem condições de acompanhar estruturalmente essas
mudanças, já anunciadas pela Lei
de Diretrizes e Bases da Educação
9.394/96. A diversidade cantada
e recitada por autores e artistas
brasileiros ganhava respaldo legal
na nova LDB, ganhava espaço também o tempo pedagógico do aluno
dentro da Escola, sendo-lhe garantido o aumento de dias letivos,
como se o problema da aprendizagem do aluno estivesse atrelada a
mais dias ou menos dias dentro
da Escola. O professor também
ganharia acompanhamento em
serviço obrigatório para saber lidar
com essas diversidades, porém,
não lhe foi oferecida a garantia de
acompanhamento multidisciplinar
para contribuir com a tarefa de
trabalhar com os diferentes sujeitos, oriundos de espaços distintos
e, muitos deles, de experiências de
vida envolta na marginalidade.
A concepção de Educação
ganha outro patamar: as palavras
de ordem são diversidade, multi-
culturalidade, referencialidade,
transversalidade, interdisciplinaridade, avaliação processual e contínua, currículo integrado, enfim, o
mundo muda, a educação não tem
condições de seguir os passos na
mesma escala, pois a formação
que os profissionais da área educacional receberam foi aquela do
início da década de 90. E o Professor? Encontra-se sem saber como
gerenciar essa multiplicidade.
Diante do novo olhar para a
Educação do Século XXI, a proposta é reunir profissionais ligados à APLB – Sindicato, a fim de
discutir a situação do Professor,
com destaque para as questões
legais ligadas à carga horária intensa e às condições de saúde
dos mesmos, na tentativa de
refletir sobre a questão inicial,
uma vez que a identidade desse
profissional encontra-se “muito”
facetada, consequentemente,
sem uma definição que dignifique a profissão.
Interpelação e escuta sensível no 10
PROFESSORA/O: SUJEITO SUPOSTO SABER
Elisete França - Mestranda em Crítica Cultural - Profa. Dra. Maria Nazaré Mota de Lima
Graciela Nieves Pellegrino Fernandez - Mestranda em Crítica Cultural - Prof. Dr. Osvaldo Fernandez
Quando falamos de avaliação de saberes queremos saber que saberes são
esses e quais os deslocamentos possíveis para apreendermos esses saberes. A pergunta continua sendo: que
saberes são esses que necessitam ser
avaliados? Os saberes de alunos são
avaliados pelos saberes dos professores? Quem avalia os professores? Que
avaliação é essa? Do seu conhecimento,
do seu comportamento, das suas convicções, da sua capacidade de se relacionar? E se não houver saberes nesse
saber, como saberemos? Quem complementará esse não saber? Questão até
filosófica, entre o que se sabe e o que
se desconhece, mas que para o educador é imperioso saber, já que ele está
mesmo no lugar do sujeito suposto saber. Mas então, ele sabe? Quanto sabe?
E o que não sabe quanto está disposto
a aprender? E os seus não saberes, se
cristalizados, teriam chance de tornarse refratários para permitir adições (não
as aquelas pelas quais são avaliados os
professoras /es), aquelas adições que
correspondem à etimologia da palavra:
somar, acrescer.
Que conhecimentos seriam necessários para que professoras/es trabalhassem Orientação Sexual nas escolas? Se
ele/a está no lugar do sujeito suposto
saber, logo poderíamos nos arriscar a
dizer que já tem esse conhecimento.
Mas esse conhecimento pode não ser o
suficiente para a proposta sugerida pelos PCN. Sexualidade não se aprende na
escola, diriam alguns desavisados, logo
esse professor tem lacunas que vêm da
sua formação, mas não só dela. Sexualidade se aprende na escola, arrisco dizer,
no entrelace das relações afetivas e descobertas que lá acontecem. O curso de
formação de professores, especialmente
a Pedagogia, não tem na sua estrutura
curricular disciplinas que contemplem
conhecimentos relacionados a Gênero e
Sexualidade. As /os alunas/os têm oportunidade de ver muito rapidamente algo
sobre sexualidade quando estudam o
corpo humano, sempre em uma vertente
medicalizante e preventiva. Trabalhando
na desconstrução de mitos e preconceitos, surge esta proposta da UNEB, dentro
do II Fórum Nacional de Crítica Cultural,
com a Campanha dos 16 dias de Ativismo
Pelo Fim da Violência Contra a Mulher organizando diversas atividades, entre elas
a mesa Gênero, raça e sexualidade na escola e a oficina sobre diversidade sexual
que tratarão das temáticas. É a Universidade oportunizando não só o acesso aos
graduandos dos diversos cursos como
aos professores da rede pública e aos diversos atores sociais, considerando que
direitos sexuais são direitos humanos.
9
ano 1 # 2 novembro 2010
s conquistas relacionadas
às questões da educação
escolar indígena no contexto do
Brasil, e em especial na Bahia,
tem motivado a todos nós que
trabalhamos com a questão
indígena, a fortalecermos cada
vez mais as práticas escolares
desenvolvidas por esses(as)
professores(as) em contextos
diferentes de atuação.
Os professores e professoras indígenas que atuam na
educação básica nas escolas
indígenas da Bahia têm ocupado espaços de diálogo nos
meios acadêmicos de forma
bastante interessante. Nestes espaços, os professores
indígenas saem da condição
de dominados, excluídos socialmente, de serem vistos de
forma pejorativa ou folclórica
por pessoas que se dizem
“não-índios” para serem protagonistas, sujeitos de todo
esse processo.
Muitos são os eventos em
que a abertura da participação
desses povos como pessoas
que estabelecem um diálogo
intercultural são realizados no
Brasil de forma substancial a
exemplo de congressos, simpósios, seminários, fóruns, e isso
nos anima, pois vemos nessa
participação o espaço de diálogo com a sociedade acadêmica,
sem que os índios sejam vistos
como “peças de representação cultural” como víamos em
determinados momentos, em
que eram convidados para os
eventos para fazerem as suas
“apresentações culturais”, muitas vezes sem serem reconhecidos em seus valores étnicos,
culturais, espirituais, sua forma
de organização social, sendo
que a partir da participação
dos mesmos enquanto protagonistas partilhando os seus
saberes e conhecimentos, a
cultura indígena passa a ter
um outro tratamento.
Portanto a participação
dos professores indígenas no
II Fórum Nacional de Crítica
Cultural marca um momento
histórico, pois será um grupo
de professores indígenas representando várias etnias do
Interpelação e escuta
sensível no 21
LETRAMENTO, ORALIDADE E ESCRITA EM UMA
ESCOLA DO CAMPO: UMA DISCUSSÃO DE PODER
ano 1 # 2 novembro 2010
Interpelação e escuta sensível no 8
Thays Macedo Mascarenhas - Mestranda em Crítica Cultural - Orientador: Prof. Dr. Cosme Batista dos Santos
A PLATAFORMA
FREIRE NO CAMPUS
II - ALAGOINHAS
Prof. Me. Gregório Benfica - (Diretor do Departamento de Educação do Campus II, historiador)
LITHOSILVA
V
isando discutir as concepções
de letramento, as relações estabelecidas entre oralidade e escrita, seus mitos e as tensões de poder imbricadas, através da análise
dos registros de dados parciais gerados em pesquisa, de cunho etnográfico, que tem como contexto de
estudo a investigação das práticas
de leitura e escrita em uma sala de
aula do campo, situada na Fazenda Escoval, zona rural de Feira de
Santana-Ba é que será apresentado
esse texto no II Fórum de Crítica
Cultural/UNEB - Campus II. Através
dessa pesquisa busco responder a
algumas questões que norteiam o
trabalho: O que, como e para que
se lê e se escreve na sala de aula
do campo? Que sentido a comunidade local dá para a escrita? O que
a escrita faz com essas pessoas?
Que estratégias de empoderamento são ou podem ser potencializas
por esses sujeitos? É senso comum,
que as práticas de escrita na es-
cola são centradas na transcrição
do código da língua, propiciando
o desenvolvimento de habilidades
técnicas específicas do contexto
escolar, desprestigiando as práticas
que o aprendiz já conhece, o que
nos aponta para a ideologia escolar ao prestigiar práticas de escrita
características das classes letradas
dominantes. Segundo Silva (2003),
a reprodução social ocorre por meio
da cultura, ou seja, ocorre na reprodução cultural; que pela transmissão da cultura dominante fica
garantida a sua hegemonia.
A Educação do campo deve servir às intencionalidades de formação de novas relações de trabalho
e na formação de uma consciência
política que atue na resistência
cultural contra os processos de
dominação e de degradação das
condições de vida dos sujeitos do
campo, propiciando um novo olhar
para educação nesses espaços,
além de uma nova visão sobre si
Interpelação e escuta sensível no 19
Elizabete Bastos da Silva - Mestranda em Crítica Cultural - Orientador: Prof. Dr. Cosme Batista dos Santos
O AGENTE DE LETRAMENTO
NO MOVIMENTO HIP HOP
10 O
Interpelação e escuta sensível no 22
Petrolatividade é um evento
organizado por Mc Osmar e o
seu grupo de mesmo nome Petrolatividade. O evento foi fundado em
02 de julho de 2006 por Mc Osmar,
na comunidade da baixada, bairro Jardim Petrolar de Alagoinhas/
Bahia. O bairro tem cerca de 24 mil
habitantes e o Petrolatividade surgiu nesse contexto para suprir a
necessidade de atividades culturais
na comunidade. O evento costuma
ocorrer uma vez ao ano, mas às
vezes chega a ocorrer duas vezes,
depende da necessidade e do interesse/envolvimento da comunidade.
As produções, práticas e eventos do Mc Osmar e do Petrolatividade, sujeito e coletivo do Movimento
Hip Hop de Alagoinhas contribui
para a potencialização (empoderamento) dos agentes sociais, em
sua cultural local, através dos elementos constitutivos do Hip Hop,
em suas vozes da cultura. Segundo
Certeau(2009:41),”essas maneiras
de fazer constituem as mil práticas
pelas quais usuários se apropriam
do espaço organizado pelas técnicas
da produção sociocultural”.
As práticas, “as maneiras de
fazer” do Movimento Hip Hop em
questão demonstram a apropriação
do espaço, da linguagem e de toda
produção sociocultural no contexto,
dessa forma, o evento do Petrolatividade e seu agente visa justamente dar “vozes” aos silenciados
e marginalizados da sociedade. Tal
característica de letramento encontra suporte na versão ideológica,
que se fundamenta na idéia revolucionária, crítica e colabora para que
essas vozes tenham força para irem
de encontro a uma ordem vigente
e hegemônica (Rojo, 2009:100). A
letra o Rap abaixo nos mostra a voz
das múltiplas identidades que subjaz o sujeito do gueto e da periferia.
É possível observar a questão das
identidades, além de jovem, homem,
negro, morador da periferia, é nordestino e por isso:
Descendente do cangaço
autor: mc osmar
descendente atual do cangaço, à
frente da revolução no sertão, tô na
marcha dos injustiçados.
guerrilheiro dos versos sou ágil, nordestino que nem virgulino, também
tenho o sexto sentido aguçado (...)
O rapper caracteriza a luta do
sertão, a questão do cangaço, para
LITHOSILVA
mesmos. É preciso pensar em uma
educação que valorize a cultura
da oralidade, a cultura da escrita
e a identidade do povo do campo, além de oportunizar a essas
comunidades o acesso a práticas
sociais de letramento. Consideramos que o campo precisa de uma
educação diferenciada, que não se
restrinja às necessidades agrícolas e do mercado de trabalho, mas
uma formação letrada que privilegie a aquisição e a recriação dos
conhecimentos científicos levando
em consideração aspectos multiculturais. É importante também
que o processo de escolarização
possa assegurar a valorização das
identidades, da auto-estima dos
alunos e cumpra a principal função
da escola, no âmbito do ensino de
língua materna, que é ampliar a
gama de recursos comunicativos
dos alunos para poder atender às
convenções sociais do contexto
em que interagir.
representar a luta e resistência
de um povo. Mas, apresenta também a questão dos injustiçados e
dos marginalizados da sociedade
atual, porém o rapper assume
o papel de fazer a diferença,
quando se assume com sentido
“aguçado”, que denota um sujeito
político e crítico que faz o uso
da sua voz e da sua palavra para
divulgar e trazer para o cenário
as vozes silenciadas da periferia
e das minorias sociais. Essa letra
de Rap faz parte de uma coletânea organizada e registrada do 1o
Sarau do Petrolatividade, realizado em maio/2010:
As vozes da minoria do Movimento Hip Hop são exemplos de
práticas e eventos de letramentos:
seja pelas letras do rappers ou
pelo próprio Movimento Hip Hop
que se caracteriza muito mais que
uma prática musical ou de escrita,
mas uma prática de luta, resistência e de ideologia, uma prática
social de leitura e escrita, fora do
ambiente escolar e em um contexto cultural específico. Tal trabalho
não se apresenta completo, mas
posso afirmar que o Movimento
Hip Hop é educação, é letramento,
é luta, é cultura, é resistência:
são vozes que precisam ecoar,
pois são muitas vezes criticados,
marginalizados por uma “elite”
política, social e cultural hegemônica e preconceituosa.
O QUE É A PLATAFORMA FREIRE
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996, estabeleceu que
todos os professores da educação
básica devem possuir Licenciatura
de Nível Superior. A Plataforma Freire
é a denominação correntemente que
damos ao Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação
Básica e representa um novo esforço para atender a exigência da Lei.
O Plano foi concebido para ser uma
ação conjunta do Ministério da Educação, das Instituições Públicas de
Educação Superior e das Secretarias
de Educação dos Estados e Municípios. Esse regime de colaboração da
União com os estados e municípios
é o elemento novo e desafiador na
história das políticas públicas de
formação de professores no Brasil.
O público alvo da Plataforma
Freire são os professores em exercício das escolas públicas estaduais
e municipais sem formação superior.
Hoje, com a participação de 76
Instituições Públicas de Educação
Superior, das quais 48 Federais e
28 Estaduais, entre elas a UNEB,
A Plataforma Freire está presente
nos municípios de 21 estados da
Federação.
A PARTICIPAÇÃO DO DEDC II
NA PLATAFORMA FREIRE
A UNEB tem uma boa experiência na
formação de professores em serviço,
posto que, desde 1998 participa do
Programa Especial de Formação de
Professores, mais conhecido como
REDE UNEB 2000. Este Programa
possibilitava a capacitação de professores municipais sem que eles
precisassem se deslocar para grandes centros urbanos ou se afastar
de suas atividades pedagógicas.
Dessa forma, a UNEB graduou mais
de 17.000 professores em exercício
nos cursos de Pedagogia, Matemática, Biologia, História, Geografia e
Letras.
Em 2008, quando um levantamento oficial apresentou um quantitativo de 50.000 professores sem
licenciatura, atuando no magistério
da educação básica da Bahia, mesmo após 12 anos de implementação
da LDB, que exigia essa formação, a
UNEB foi convocada a participar do
desafio da Plataforma Freire. Desde
então o projeto foi elaborado e sua
implementação se deu a partir do
início do ano de 2010. A estrutura
multicampi e sua experiência em
projetos especiais de formação pro-
fessores, credenciou a UNEB como a
mais importante parceira da Plataforma Freire.
Pelo Projeto, quando uma cidade tem uma demanda suficiente
para formar uma turma, o curso é
ali implantado com uma estrutura
semanal de aulas no turno noturno
e o professor em formação assiste
as aulas em seu próprio município,
como ocorre em 4 cidades da nossa
região: Inhampube (Letras e Pedagogia), Crisópolis, Nova Soure e Sátiro
Dias com uma turma de Pedagogia
em cada cidade. Quando no município a demanda não é suficiente para
formar uma turma, os professores
são reunidos na sede do pólo formador, em nosso caso, Alagoinhas,
onde fica o campus. Nessa cidade
foram instalados 9 cursos com
estrutura modular (Letras, Matemática, Biologia, História, Geografia,
sociologia, Artes, Educação Física e
Pedagogia), ou seja, os professores
em formação se deslocam quinzenalmente para o pólo para 4 dias de
aulas intensivas em dois turnos. Em
ambas as modalidades os cursos
tem duração de 3 anos.
Os desafios enfrentados pelo
campus II para a implantação da Plataforma Freire foram grandes: desde
a falta de espaço ísico a escassez
de professores-formadores para
o imenso volume de turmas e os
problemas de assistência material
aos estudantes, essa, a cargo das
prefeituras. Temos, desde o início do
ano de 2010, mantido um diálogo
com os municípios com o objetivo de
sanar as dificuldades que vão surgindo ao longo do percurso. Como a
experiência é pioneira e de grandes
proporções, inúmeras situações
novas e inesperadas surgem a cada
momento, desafiando os coordenadores e professores do Projeto a
administrarem interesses diversos e
dificuldades de toda ordem.
A tarefa que assumimos é
enorme, mas a enfrentamos com a
serenidade de quem vislumbra o impacto positivo que a formação, em
nível superior, de 600 professores
que já atuam na região, trará para
a educação de nossas crianças e
jovens. Esse é o horizonte que nos
anima e faz com que o nosso diaa-dia da Plataforma Freire seja de
compromisso com uma educação
pública de qualidade e que possa
promover o desenvolvimento humano e social de nossos professores e
estudantes.
Interpelação e escuta sensível no 18
Jailma dos Santos Pedreira Moreira - Docente permanente do Pós-Crítica
AO ENCONTRO DOS MOVIMENTOS: PELO FIM DA VIOLÊNCIA
CONTRA A MULHER, PELA AFIRMAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS,
POR UMA CULTURA EDUCACIONAL QUE AFIRME A VIDA!
A
Interpelação e escuta sensível no 15
para os movimentos, os ruídos,
os silêncios que rasuram um
texto tão bem ensinado, que se
naturalizou, apesar do movime
nto sempre existir, resistir, devir.
A escola patriarcal, capitalista,
etnocêntrica, racista, no Brasil,
está em quase todo lugar: na sala
de aula, nos livros escolares, em
nossa casa, na indústria cultural,
na linguagem que nos engendra
sócio-culturalmente, e, como tal,
enquanto germe da linguagem,
que tanto nos expressa como nos
produz, carrega também consigo
o simulacro, o desalinhamento
da ordem, a traição do modelo, o
questionamento, a desnaturalização, o movimento.
Assim, procurando visualizar
estes movimentos, procurando afinar nossa sensibilidade,
também construída, buscamos
ouvi-los, quando saímos em mobilização para a campanha deste
ano, para a realização deste Fórum. Em visita a duas reuniões,
de Movimentos de mulheres em
Alagoinhas, a primeira escuta
sensível foi feita dos depoimentos
das estudantes que me acompanharam e que se inseriram este
ano na Iniciação Científica, através de subprojetos vinculados ao
Projeto que coordeno Literatura
em Movimentos de Mulheres: dos
movimentos de escritoras e teóricas feministas às reescritas de
mulheres em movimentos sociais.
Tais estudantes, portanto, no
trajeto do encontro com estes
Movimentos, esboçaram uma ansiedade em conhecê-los. Durante o encont ro, a ansiedade era
multiplicada: queriam saber tudo
sobre aquelas mulheres, demonstrando um total desconhecimento. Diziam: “Eu nunca ouvi falar
disso quando estudei, não sabia
que existia aqui em Alagoinhas.
Mesmo na Universidade, só agora
pude vê-los”.
A segunda escuta sensível foi
feita das próprias falas e práticas
dessas mulheres em Movimentos.
Quando encontramo-nos com
mulheres do Grupo Inspiração
LITHOSILVA
Feminina (GRIF) e do Movimento
de Mulheres Trabalhadoras Rurais
de Alagoinhas (MMTR), propomos
uma discussão sobre educação,
cultura e os Movimentos e ouvimos delas frases que apontavam
para uma (não)relação entre esses fatores. Estas mulheres falavam de um distanciamento como
desconhecimento, desvalorização
desta cultura-política local feminina, por parte de setores educacionais, de membros da comunidade,
do bairro onde moravam, de outras mulheres, de suas próprias
filhas e de outros membros da
família.
Questionaram as celebrações
do oito de março, que não agregavam discussões sobre a vida real
e local de mulheres, sobre suas
lutas, conquistas e impasses.
Disseram também que, quando lembradas, somente o eram
como mães, na data considerada
dia das mães, ou como mulheres
generalizadas, apagadas em uma
universalidade. Em nenhum momento, segundo elas, foi demonstrado por estes agentes culturais
e educacionais o interesse nos
saberes que estes Movimentos de
mulheres estão produzindo sobre
si e sobre as relações humanas,
as histórias de vida das mulheres
que os integram, as lutas destes
Movimentos pelo fim da violência
contra a mulher, em suas diversas
formas, pela afirmação dos direitos mais básicos de existência. O
dia 8 de março está sendo lembrado, comemorado, mas as mulheres que lutaram, se movimentaram contra uma opressão, são
sempre outras, bem distanciadas,
nunca as mulheres da zona rural
de Alagoinhas, do chamado Ponto
do Beiju, onde nos encontramos,
nem mesmo as mulheres que
costuram, fazem artesanato em
qualquer um desses bairros de
Alagoinhas.
As mulheres em movimentos
não foram vistas, não estão sendo
ouvidas, mesmo quando elas estão nos ensinando cotidianamente
como lutar contra uma violência
institucional pulverizada que as
apaga, como acontece com muitas trabalhadoras rurais que até
hoje inexistem legalmente, visto
que não têm documentos nem
se auto-identificam como trabalhadoras rurais. As mulheres em
Movimentos não estão sendo ouvidas, mesmo quando estas nos
falam, através de suas práticas
cooperativas de reciclagem e posição no mercado, de um novo modo
de vida pautado na auto-sustentabilidade e na economia solidária,
como é o caso do Grupo Inspiração
Feminina de Alagoinhas.
A violência do apagamento,
da não escuta, foi generalizada e
naturalizada. Seguindo a percepção de que esta violência está em
nós e de que precisamos, portanto, rever nossas formações para
avaliar as novas formas de formação que propomos, é que continuamos na busca pela escuta sensível do movimento disseminado,
invisibilizado,
desconsiderado,
como um contra-poder resistente
nessa relação de forças. O espaço
escolar como lugar de produção
de subjetividades, de disciplinarização, de controle de movimentos
questionadores da ordem de sa-
beres que devem ser ensinados,
privilegiados, foi considerado, a
partir do momento que também
procurávamos os sujeitos de ssa
(re)produção discursiva, os graus
de sua sujeição.
Nessa linha, encontramos
com um movimento de professoras, em uma reunião, feita no
chamado Colégio Modelo de Alagoinhas, para discutir a inserção
de professores e alunos no Fórum.
O convite para reunião foi feito
para diretores e professores representantes de colégios e de órgãos educacionais de Alagoinhas.
Quando lá chegamos encontramos
um movimento pequeno, aparentemente calado, e totalmente feito
de mulheres. Havia ali um movimento de mulheres, apenas aparentemente calado, porque quando puxamos a discussão sobre a
relação entre educação, cultura e
suas vidas, as falas foram muitas
e variadas, todas sinalizando diversas questões, violências, que
incidem sobre a vida dos professores, em sua maioria professoras. Assim, falou-se da sobrecarga
de trabalho, - principalmente para
mulher, que além de mãe e dona
de casa, ainda trabalha vários turnos para ter uma renda a mais - e
também do verdadeiro domínio do
tempo dos sujeitos femininos da
educação e suas consequentes
doenças. Em meio a isso, também
se falou de trabalhos interessantes que professoras desenvolviam
em determinadas escolas e das
dificuldades de convencer outras
colegas e gestoras a participarem
daquela aula diferencial e coletiva,
que seria o Fórum. Dificuldade de
se desprender de um currículo
que deveria ser cumprido, de
um cronograma bem organizado,
de um conteúdo a ser ensinado.
As políticas públicas sindicais
também não foram esquecidas,
como algo que deveria ser partilhado no sentido de saber que
valores estão sendo dados para
estas questões e quais os seus
encaminhamentos.
Com isso, como dissemos,
aquele que parecia ser o lugar da
reprodução, da disciplinarização
também era um lugar de inquietação, o que parecia precisar era
de uma mediação, da criação de
um espaço-tempo outro que nos
possibilitasse discutir realmente
nossas questões, o que nos aflige, o que recalca nossa potência
de perceber e transformar, o que
nos impede de ser o que podemos e queremos ser. Era preciso
um espaço de encontro, um
tempo de escuta, uma abertura
para o fora que está dentro, um
fio que reunisse e disseminasse
estes movimentos. Isto eu pensava, neste caminho de encontro
com os movimentos, dos outros
e meus.
É isso, a busca pelo movimento, sua escuta sensível,
continua. Acreditamos que
esta é a proposta do Fórum,
da campanha e seminário que
buscamos realizar: diagnosticar
os movimentos, descrevê-los e
ouvi-los com o fim de propor
novos agenciamentos. As atividades nos promovem isso: um
espaço de encontro, de descobertas de movimentos; espaço
de auto-questionamento, de
trocas de aprendizagens, de
entrelaçamento de forças culturais-educacionais-subjetivas,
que lutam pela afirmação dos
sujeitos, principalmente os femininos, enquanto sujeitos de
direitos. Direito à saúde, à dignidade de viver, à vida em suas
múltiplas possibilidades, em
sua plenitude estética, em suas
singularidades criativas. Direito,
portanto, ao movimento.
POESIA NEGRA FEMININA: EM CORPO, ALMA, TRAÇOS, VERSOS
Alda Santos Pereira
Mestranda Crítica Cultural
Orientador: Profa. Dra. Carla Patrícia
Daniel de C. Oliveira
Letras Vernáculas/Campus II-IC/PIBIC
Profa. Dra. Edil Silva Costa
Isabel Leslie F. de M. Lima
Mestranda Crítica Cultural
Orientador: Prof. Dr. Murilo Ferreira
Mas
o que é poesia negra
feminina? E existe especificidade em literatura? E por que este
subtítulo: corpo, alma, traços e versos?
O título é construído de maneira a trazer provocações, já que a oficina traz
em si características aparentemente
contraditórias como a coordenação
compartilhada por sujeitos com identidades diferenciadas. Contracenar e dialogar diferentes ideias, construções que
coloquem em evidência a produção poética-performática de “eus enunciadores
que se querem negras” é uma das propostas desta oficina, que também traz,
dentre outras vontades, a discussão
acerca da atuação de poesias negras femininas na afirmação de identidades; a
importância da performance, o trabalho
com o corpo, que dança, fala, questiona, visando a criação literário-corporal
por parte das pessoas presentes, e,
conjuntamente, leitura dramática de
poesias negras femininas já divulgadas,
como as produzidas por escritoras(es)
como Conceição Evaristo; Cuti; Esmeralda Ribeiro; Miriam Alves, tal como, de
escritoras(es) locais, também havendo
espaço para construção coletiva ou individual e pensar estratégias em prol
da circulação das poesias construídas
pelas estudantes, professoras(es) e
demais interessadas(os).
LITHOSILVA
11
ano 1 # 2 novembro 2010
campanha dos 16 dias de
ativismo pelo fim da violência contra mulher é internacional. No Brasil ela ultrapassa
este número de dias para inserir
outras questões, como a violência racial. Na UNEB, tal campanha tem sido promovida pelo
Núcleo de Estudos de gênero e
sexualidade – Nugsex-Diadorim
e, no Campus II, movida pela
linha de pesquisa do grupo
Lingua(gem) e crítica cultural,
denominada Políticas de gênero,
subjetividades e crítica feminista, estas irradiações ganham
singularidade, através da organização do Seminário Modos de
luta pelo fim da violência contra
mulher e de afirmação dos direitos hum anos e da caminhada,
pelas ruas de Alagoinhas, como
expressão e disseminação dessa luta conjunta.
Este ano, no campus II, tais
atividades organizadas em prol
da referida campanha ocorrem
em sua terceira edição e, desta
vez, serão realizadas em parceria com o Fórum Nacional de
critica Cultural, que tem como
tema Educação básica e cultura:
diagnóstico, proposições e novos agenciamentos.
A proposta de realização
intercalada do Seminário, da
caminhada, ou seja, desta campanha, no campus II, com o Fórum de crítica cultural citado, se
deu principalmente pelo nosso
trabalho articulado nessas duas
frentes organizacionais, nos
mostrando, o tempo todo, sua
intercalação.
Ou seja, fazer crítica cultural é fazer crítica aos nossos
modos de vida, aos modos como
fixamos de ser homem, ser
mulher, de fazer educação, de
ler, ver, viver. Assim, fazer crítica cultural é rever modos de
educar, de formar sujeitos, de
como fomos formados. É abrir
brechas nos modos de olhar e
ouvir, atentando para outras
realidades existentes, outras
realidades possíveis; atentando
Interpelação e escuta sensível no 17
O PROJETO CHÃO DA ESCOLA E AS INTERPELAÇÕES DE PROFESSORES
LÍNGUA PORTUGUESA E
LITERATURA: LIÇÕES DE CIDADANIA
Profa. Cristiana Alves - (Colégio Democrático Estadual Profo Edgar Santos/Sátiro Dias)
ano 1 # 2 novembro 2010
“A pobreza do eu. A opulência do mundo...” (Carlos Drummond de Andrade)
12
Percorrendo os caminhos da educação, vivendo a realidade de professora de Língua
Portuguesa e Literatura e sendo reconhecida como poeta, “malino” a língua e vivo a
paixão pela diversidade cultural e lingüística no cotidiano, em grande parte dividido
entre as atividades do colégio onde leciono e à Biblioteca Pública Municipal Antônio
Torres, onde presto serviço. Tendo como parceiros alunos e colegas de profissão
das escolas municipais de Sátiro Dias, através de visitas a essas escolas com
oficinas de leitura e produção de texto, tem sido possível perceber os seguintes
problemas: o afastamento entre a linguagem oral e a escrita, que leva o aluno
a ter medo de “errar”; a realidade cultural e social de cada localidade, ou até
mesmo de bairros, causando um distanciamento entre a vida cotidiana do aluno e
a realidade vivida em sala de aula; a falta de integração da família e da comunidade
à escola. É importante, enquanto educadores, vencermos os preconceitos sociais,
culturais e lingüísticos e buscarmos quebrar os obstáculos que interferem na
aprendizagem do aluno e no sucesso da educação. Não podemos negar esses
problemas. Temos que buscar alternativas para solucioná-los, sem nos culparmos
pelo fracasso, mas buscando, em cada obstáculo, forças para vencer os desafios
e fazermos da educação um “lugar de conhecimento caleidoscópio” – múltiplo.
Enquanto educadora, sonho e busco contagiar a meus alunos, e a quem encontro
no caminho, com uma educação que seja capaz de transformar a sociedade, mas
para isso a nossa prática educativa precisa estar entranhada de vida, e de poesia.
Apenas movidos por esse espírito, de revolução e poesia, teremos condições de
enfrentar o caos e a partir dele formar novos cidadãos, cidadãs, com força e
dignidade suficientes para multiplicá-lo, experimentá-lo (o caos produtivo!).
ADEUS À LITERATURA?
Profa. Ana Gabriela Pereira - (Escola Pública de Catu-BA)
Ao longo de 10 anos de experiência docente, tive a oportunidade de conviver
com alunos que estabelecem relações diversas com a literatura. Alguns são
apaixonados, lêem tudo o que têm em mãos, produzem textos literários, enfim,
vivenciam a literatura. Outros, a maioria, ou são indiferentes ou têm aversão.
Na minha opinião, a dificuldade que nós, professores em geral e em especial de
língua portuguesa e literatura, enfrentamos é conseqüência de um processo de
desvalorização da escola na sociedade atual. A história da educação no Brasil
mostra que, nas décadas anteriores, a escola tinha uma função social bem
determinada para as famílias. Ora tinha o papel de promover ascensão social,
ora de preparar para o mercado de trabalho. Hoje, as famílias, oriundas de um
processo de desestruturação, não sabem o que esperar ou o que cobrar da escola. Assim, esta parece carecer de um propósito, de uma função clara nas vidas
dos futuros cidadãos, tornando-se, dessa forma, uma instituição ineficiente.
Por outro lado, vivemos na era da imagem, na qual tudo está pronto para ser
consumido sem exigir grandes esforços. Nesse contexto, o texto literário perde
espaço, pois necessita de exercícios de reflexão e de construção de sentido.
Assim, a literatura, no imaginário do aluno, apresenta-se alheia à sua realidade
e às suas necessidades. É como se representasse algo inacessível e obscuro,
num mundo de praticidade e de facilidades. Em vista disso, as dificuldades são
muitas. O oício de professor de literatura é muito diícil. Fico me perguntando o
que fazer para a leitura conseguir competir com o vídeo game, com a televisão,
etc. Às vezes me desespero e me sinto ridícula, principalmente quando a minha
paixão por literatura é considerada arcaica e, portanto, alvo de zombarias por
parte dos alunos. Tento driblar isso relacionando a literatura com outras formas
de arte, como o cinema ou a música, o que, muitos vezes, não produz resultados
positivos. Sinceramente, acredito que a única forma de reverter esse quadro é
com mudança de postura da sociedade, que tem que fazer as pazes com a
Escola e perceber a Educação como uma forma eficiente de preservar cultura e
promover desenvolvimento. Na minha opinião, só assim darão certo as aulas de
literatura, matemática, química, história...
modalidade que necessita de atenção diferenciada; d) o espaço ísico inapropriado;
e) a falta de material didático condizente com a EJA; f ) a falta de diálogo e a indiferença política por parte da maioria dos professores; g) a falta de criatividade...
Nesse contexto, buscamos fazer da sala de aula um lugar de discussão, através
de narrativas necessárias para a construção de “olhares” mais atentos diante
das tiranias do dia-a-dia. Além disso, nos aliamos a outras vozes para fazermos
acontecer protestos, performances, falas etc., como modo de enfrentamento à
insensibilidade reinante dentro e fora do ambiente escolar. Assim, o projeto O Chão
da escola surge como mais uma via de discussão e criação de novas fulgurações
necessárias para as atividades pedagógicas e inventivas nas escolas da microrregião. Salve o pensamento ativo!
SALA DE AULA: AMBIENTE PASSÍVEL
DE TRANSFORMAÇÃO OU NÃO?
Profa. Norma Suely Macedo Nascimento - (Colégio Est. Brazilino Viegas – Alagoinhas – Ba)
Desde que iniciei minha prática pedagógica envolvendo a disciplina Língua Portuguesa, percebi a existência não só de um, mas vários entraves a uma prática
educativa de qualidade, tais como: carência de recursos atrelada à superlotação
nas salas de aula, a falta de perspectiva do alunado, no que se refere ao sentido
e significado em estudar, como também do ato de ler (daí sua indiferença), carência de biblioteca, dentre outros. Desse modo, diante de tais percalços, procurei
transformar minhas aulas em ambiente favorável à formação de cidadãos autônomos, investindo na criatividade, postura crítica e sensibilização para os inúmeros
desafios que a vida apresenta. Nesse sentido, o ato da leitura torna-se o ápice da
prática pedagógica, dizendo não àquela sala de aula que funciona como lugar onde
o trabalho com a leitura está restrito à pesquisa e consulta, mas sim, como espaço
voltado para a problematização das necessidades mais amplas do ser humano.
Daí a utilização dos diversos estilos literários nas ações voltadas para leitura,
pois compreendi que havia essa dificuldade: fazer uso da literatura tanto como
objeto de leitura quanto de formação pessoal e intelectual do indivíduo, criando e
recriando um universo de possibilidades que o texto literário nos oferece. Assim,
mesmo diante de tantos empecilhos, os quais muitas vezes nos desanimam, a
esperança, sem horizonte de espera, é saber que ainda existem possibilidades
de desenvolvimento de uma prática pedagógica inovadora e sem medo de encarar
quaisquer desafios.
ENTRE O SABER MECÂNICO E O
SABER CRÍTICO E APRECIATIVO
Ana Clara Schramm Pereira - (Colégio Estadual Maria José Bastos Silva/Alagoinhas - Ba)
Lecionando a disciplina de História, sempre me inquieto com as formas de travamento que parecem fazer parte da natureza das escolas: o excesso de alunos
por turma, a carga horária excessiva aos professores, a quase absoluta falta de
verbas para se ter os recursos e as condições para as aulas prazerosas. Como
conseqüências, temos a mesmice do cotidiano tradicional e a impossibilidade de
qualquer mudança ou transformação. Isso me leva a duas questões: Como posso
romper com a permanência sucessiva dessas atividades educacionais obsoletas e
trazer à tona projetos de auto-afirmação aos meus discentes? De que maneira a
educação deve e pode abolir esse saber mecânico e torná-lo um saber apreciativo,
crítico, dando tempo propício ao lazer de estudo e conhecimento? O contato com
o projeto O Chão da escola me faz refletir sobre essa problemática, além de estimular a uma outra prática pedagógica, agora mais voltada ao conhecimento dos
perfis dos estudantes/educandos, seus cotidianos, suas aptidões e habilidades.
O exercício pedagógico, então, deve envolver uma avaliação permanente de nossa
inquietação, do contexto em que o processo educativo se dá e do tipo de aluno
que queremos formar: se ouvindo os apelos do mercado ou se de uma sociedade
humana mais libertária.
(Centro Educ.l Profa Ma de Lourdes Almeida Veloso/Entre Rios-BA)
É preciso não ter medo, é preciso ter a coragem de dizer. (Marighella)
Em quase cinco anos de trabalho na rede pública de educação tenho enfrentado
terríveis problemas. Nos dois últimos anos, tais problemas têm se intensificado.
Nesse período, tenho atuado no ensino fundamental com a disciplina Língua
Portuguesa, e minha prática pedagógica se faz cotidianamente junto a estudantes da periferia de Entre Rios, mais especificamente com a EJA – Educação de
Jovens e Adultos. Dentre as forças reativas que se empenham em aniquilar com
o ânimo criativo dentro do universo escolar, citamos: a) a indiferença do governo
municipal com a educação; b) a indicação de gestores por critérios políticos
partidários (o balcão de negócios!); c) a falta de discussão da EJA enquanto uma
Profa. Valkiria França - (Escola Brazilino Viegas/Alagoinhas - Ba)
A mudança de um país se faz pela educação
A minha prática pedagógica na sala de aula deixa-me muito inquieta no que
diz respeito à educação. São muitos os fatores que contribuem com esta insatisfação. Por exemplo: a) o espaço ísico (áreas livres para atividades não
existem); b) recursos didáticos modernos condizentes com a realidade (a mídia
de um modo geral supera a sala de aula, é moderna e rápida); c) falta de
interdisciplinaridade: tudo fica isolado sem uma dinâmica educativa, social, e
isso atrofia o crescimento dos indivíduos. A escola necessita dessa prática,
mas a carga horária...E assim vai...Sabemos que educação se faz a toda hora, a
todo momento se troca conhecimentos e são esses saberes que transformam
e impulsionam a vida. São vários empecilhos e entraves, mas existem possibilidades de mudanças, provocando sentimentos de esperança e ânimo para se
combater esses entraves do sistema. O projeto O chão da escola é uma das
metodologias mais ricas que podemos ter na busca de uma prática pedagógica
verdadeira e transformadora (gostei! experiência maravilhosa): discussão em
rede, visitas às escolas, promoção de encontros entre alunos e professores, leituras, muitas leituras performáticas de livros, filmes, músicas, documentários.
Tudo isso, associado a uma reelaboração positiva de tudo aquilo que fizemos
em nossa prática como educadores, pode auxiliar por demais a nossa postura
diante da vida (alunos, colegas, família) e me colocar, como sempre, como um
agente transformador em minha escola Brazilino Viegas, em Alagoinhas-Bahia.
LÍNGUA E LITERATURA NO ENSINO
MÉDIO: IMPORTANTES, MAS
ENFADONHAS?
Profa. Cristiane Almeida - (Colégio Estadual Duque de Caxias/Entre Rios-Ba)
O ensino de Língua e Literatura na atualidade vem exigindo do professor constantes reflexões sobre sua prática pedagógica, uma vez que, apesar das outras
disciplinas que compõem o currículo serem de grande importância, parece que
recai apenas sobre o professor de Língua a responsabilidade de desenvolver
competências e habilidades de compreensão de textos, estimular uma postura
crítica diante do que lê e do que produz, e criar condições para a aquisição de
conhecimentos a cerca da produção cultural ao longo da história. Diante desta
responsabilidade nos vemos desafiados a tornar os conteúdos interessantes
para o aluno, além de “prepará-los” para possíveis situações em que poderão
estar concorrendo a processos seletivos fora da escola. Na minha prática como
professora de Língua e Literatura encontro como principal entrave a falta de
orientação pedagógica, para tornar esta produção mais atrativa, já que grande
parte dos alunos sabem da importância desta disciplina, mas acham-na enfadonha e provavelmente isto se deve em parte à forma como ela é desenvolvida.
Outro problema são os recursos a serem utilizados, pois, na escola pública,
muitas vezes os equipamentos eletrônicos disponibilizados para tornar a aula
mais atrativa, encontram-se quebrados. Mas, retornando ao primeiro obstáculo
citado, para superar aquela dificuldade já tentei relacionar alguns textos literários a situações contemporâneas e utilizei a metodologia de incentivar os alunos a produzirem novos textos, músicas, paródias a partir de textos literários
trabalhados. Ainda assim, careço de orientações que possam me ajudar a tornar
este ensino mais agradável, além de proporcionar aos alunos uma aprendizagem
mais “viva” e eficaz.
Por Prof. Cristopher Moura - (Centro Educacional de Baixa Grande/município de Inhambupe - BA)
O ESTRANHO MUNDO DA LEITURA E
DA LITERATURA NO ENSINO MÉDIO
Desde que comecei a lecionar na zona rural do município de Inhambupe, povoado
de Baixa Grande, a menos de um ano, identifiquei dois monstros horríveis. O
monstro da indiferença generalizada que nada escuta, nada ouve e nada sente; e,
o outro, filho do primeiro - um corolário mesmo! -, que não sabe andar, ou melhor,
esqueceu como se anda. De fato, o desejo de nada que povoa a instituição escolar
com suas festas cíveis inúteis e projetos estéreis, associada à perda do “eu quero”,
docente, domesticou o estudante a práticas “decorebas” (tu deves) o afastando
das aulas de história. Na minha prática de professor de história procurei abundar
minha indiferença para não adoecer e assim elevar minha paixão criadora - criar já
é destruir! Assim trato de usar as minhas aulas de história não como um coveiro,
aquele que vigia e separa os mortos dos vivos, mas, pelo contrário, aponto que
os mortos podem possuir os corpos, as entranhas dos vivos, afinal, o coronelismo
ainda pulsa no coração da instituição escolar, da família, e do desejo popular.
Matemos as bestas!
Meu percurso de mais de dez anos pelos caminhos da Literatura no Ensino
Médio não tem sido fácil. Trabalhar no âmbito da leitura, produção de texto e
gramática, fazendo a contextualização, é complicado porque os alunos, em sua
maioria, chegam ao ensino médio sem terem apreendido esses conhecimentos
de forma satisfatória, desinteressadíssimos pela leitura, querendo apenas terminar o segundo grau. Sinto-me muito incomodada e muitas vezes “fracassada”,
pois às vezes parece que estou num mundo estranho, falando uma língua diferente, esta é a sensação que sinto muitas vezes ao sentir os olhares “perdidos”
dos meus alunos sobre mim. Tento aproximar-me ao máximo deles, provocá-los,
incitá-los a falar, a expor suas idéias, mas nem sempre consigo, vários fatores
interferem nesse processo... Não quero ser uma professora conteudista, nem
medíocre, quero fazer a diferença para meus alunos, injetar neles o gosto pela
leitura e pela busca dos conhecimentos. Este foi o motivo pelo qual me interessei pelo projeto O Chão da escola para buscar caminhos para melhorar o
processo de ensino-aprendizagem em Literatura.
EXPERIÊNCIAS DE GESTOS, FALAS E DA PEDAGOGIA LIVRE
ESCRITAS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS É preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante. (Zaratustra)
E ADULTOS
Prof. Wilton Oliveira dos Santos
SALA DE AULA: UM ESPAÇO LIVRE,
PRAZEROSO DE CONHECIMENTO OU
UM ESPAÇO REACIONÁRIO?
Profa. Arlane Reis de Pinho Menezes - (Colégio Est. Duque de Caxias/Entre Rios-Ba)
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Salve