Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 RELATÓRIO TÉCNICO DOS RESULTADOS DO PRIMEIRO ANO DE ATIVIDADE – julho de 2006 Contrato: ENV/2004/081-390 Consórcio Comunidades e Florestas 1 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 INTERIM NARRATIVE REPORT Background Este relatório apresenta as atividades e resultados do primeiro ano do projeto Bridging the Divide: Enhancing Forest Tenure, Management and Marketing in the Brazilian Amazon, que tem duração prevista para quatro anos. Esse projeto corresponde ao contrato firmado entre a Comissão da Comunidade Européia (CCE) e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Para fins de nomenclatura, o projeto é denominado em português “Consórcio Comunidades e Florestas”. O formato apresentado segue as orientações do contrato (Annex II – General Conditions Applicable to European Community-financed grant contacts for external action). 1. Description 1.1. Name of beneficiary of grant contract: The Amazon Institute of People and the Environment - IMAZON 1.2. Name and title of the Contact person : Paulo Amaral – Management Project 1.3. Name of partners in the Action: Center for International Forestry Research (CIFOR), (Federation of Social and Educational Assistence Organisations (Fase) e International Institute of Education of Brazil (IEB) 1.4. Title of the Action: Bridging the Divide: Enhancing Forest Tenure, Management and Marketing in the Brazilian Amazon 1.5. Contract number: ENV/2004/081-390 1.6. Start date and end date of the reporting period: July, 01 of 2005 – June, 31 of 2006 2 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 1.7. Target country(ies) or region(s): Field activities of the action will take place in dynamic frontier regions of Gurupá, Porto de Moz and Marabá in the Brazilian Amazon. How conflicts among forest communities, industries and government play out in this region will foreshadow the future environmental and social conditions for the other 6 million families living in Amazonia. The lead institution, Imazon, is based in Belém, the capital of Pará. 1.8. Final beneficiaries &/or target groups1 (if different) (including numbers of women and men): A total of 9,350 families in three target areas will benefit directly from the action through improvements in tenure security and benefits from the forest. The local participating institutions are intermediate beneficiaries that will have their technical, institutional and organisational capacities strengthened. 1.9. Objectives: The overall objectives of the action are to conserve the biological diversity and ecological functions of the Amazon tropical forest ecosystem and to improve the standard of living and welfare of forest-dependent people. 1.10. The proposed action will focus on three interlinked issues: 1) forest management, which is strongly conditioned by 2) tenure security and 3) markets. As shown in, tenure security and markets also interact but more weakly. To effectively address these three issues, the action will work to bridge the divide between federal agencies responsible for land tenure (INCRA) and those responsible for forest management (IBAMA), as well as the environmental and social movements 1 “Target groups” are the groups/entities who will be directly positively affected by the project at the Project Purpose level, and “final beneficiaries” are those who will benefit from the project in the long term at the level of the society or sector at large. 3 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 1.11. The action is expected to generate the following results: a) Innovative experiences and technical information for strengthening local community tenure rights to forestland are identified, piloted and used to inform policy decision-making. b) Appropriate tools and systems for forest management are identified, tested and disseminated. c) Strategies to capture greater market value for forest products are developed and tested. 1.12. Resultados esperados Segurança fundiária - Componente I: A definição da situação fundiária da terra oferece garantias ao produtor para que ele possa planejar o uso dos recursos florestais a longo prazo. Estudando e documentando os mecanismos que podem assegurar a regularização da situação fundiária nas comunidades, é possível usar essa informação para catalisar processos similares de regularização fundiária nas áreas florestais do Pará. Manejo florestal – Componente II: O acesso a informações técnicas é fundamental para que as comunidades decidam manejar seus recursos florestais. Dessa forma, é essencial identificar e analisar quais espécies de árvore de valor madeireiro e não-madeireiro são importantes a partir da perspectiva das comunidades e do mercado, bem como estudar as diretrizes de manejo dessas espécies de acordo com o ponto de vista da comunidade. 4 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 Mercados – Componente III: É possível suprir a carência de informações econômicas por meio de uma análise do potencial de mercado para as espécies de árvores de valor madeireiro e não-madeireiro a serem manejadas pela comunidade. Possibilitar o acesso a essas informações contribui para que os interesses dos comunitários sejam compatíveis com os do mercado. 1.13. Principais metas para o primeiro ano: Estabelecer um sistema de governança e administração do projeto; Apresentar, discutir e acordar o projeto com sócios e comunidades locais; Levantar e sistematizar os processos fundiários na região de Gurupá; definir e iniciar o levantamento em Porto de Moz; Expandir os processos fundiários na região de Gurupá, a fim de atender um número maior de comunidades; Definir áreas de estudo e números de espécies arbóreas de importância madeireira e não-madeireira para as comunidades em Porto de Moz e Gurupá e instalar parcelas de estudos; Definir ações e iniciar os levantamentos de mercado nas regiões de Gurupá e Porto de Moz; Iniciar o planejamento das atividades do projeto em Marabá. 1.14. Resultados alcançados: Sistema de governança e administração entre os parceiros estabelecidos; Projeto negociado e aceito pelos parceiros locais; Processos sociais de regularização fundiária em Gurupá sistematizados e documentados; Expansão dos processos de definição fundiária para outras áreas do estuário do rio Amazonas, incluindo os municípios de Breves, Portel e Afuá; Estudo sobre a ecologia de espécies arbóreas de interesse (valor madeireiro e não-madeireiro) das comunidades iniciado; Estudos de mercados iniciados; Formalização do grupo de apoio à Resex Verde para Sempre. 5 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 1.15. Riscos e dificuldades: Dificuldade para formalizar contrato e repasse de recursos financeiros com um dos parceiros, o Cifor; Mudança na dinâmica fundiária na região de Porto de Moz, a partir da criação da Resex Verde para Sempre; Desvalorização cambial do Euro frente ao Real; As dificuldades operacionais e logísticas para trabalhar em três regiões (Marabá, Porto de Moz e Gurupá) são maiores que originalmente previstas; Problemas administrativos. Apesar de as atividades do projeto em Porto de Moz terem começado antes da data oficial prevista, no decorrer do primeiro ano, ocorreram atrasos nas atividades. A causa principal desse atraso foi a dificuldade para a formalização do contrato entre o Imazon e o Cifor. De um lado, o Cifor, que trabalha há oito anos no Brasil por meio de parcerias (MEN e PCT assinadas com a Embrapa e IICA), ainda não possui status legal próprio no país, o que obriga o repasse dos recursos do projeto para uma conta internacional do Cifor na Indonésia. De outro, o Imazon possui status legal de OSCIP, o qual impede o envio de remessas monetárias ao exterior. O Imazon e o Cifor ao tomarem conhecimento dessa situação, adotaram medidas e iniciativas para contorná-la. Inicialmente, como medida de emergência, o Cifor financiou com recursos próprios o pagamento de técnicos do projeto (Componente II ), bem como grande parte das atividades implantadas. O Imazon, por sua vez, administrou os recursos para o Cifor, contratando técnicos e efetuando o pagamento de várias atividades. Porém, apesar desses esforços, o projeto foi prejudicado, pois a busca por uma solução demorou três meses e as atividades iniciais eram pouco regulares e descontinuadas. Para viabilizar o repasse de recursos ao Cifor, o Imazon, o Cifor e o IICA estão celebrando um contrato tripartite. Desde o seu estabelecimento no Brasil (1998), o Cifor tem assinado acordos institucionais com o IICA, cujo status legal é Organização Internacional no Brasil. Esses acordos têm possibilitado a contratação de funcionários para o Cifor no país. Em maio de 2006 foi assinado um novo e mais amplo termo de cooperação com o IICA, o qual permite que este administre financeiramente os recursos do Cifor no Brasil. O contrato tripartite entrará em vigor a partir do início do segundo ano do projeto, respondendo a todos os requerimentos legais e institucionais para plena execução do projeto. 6 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 Ao considerar todas as dificuldades e riscos apresentados, o consórcio adotou como estratégia intensificar as atividades do primeiro ano do projeto nas regiões de Gurupá e Porto de Moz. Essa decisão considerou as seguintes questões: (i) melhorar a eficiência dos custos das atividades, pois os parceiros do consórcio já desenvolviam ações nas duas regiões; (ii) são regiões onde as dinâmicas fundiárias estão evoluindo mais rapidamente (com definição e arranjos locais para segurança fundiária) e podem ser repassadas à região de Marabá; (iii) em Porto de Moz havia maior necessidade de ação por causa dos conflitos e da dinâmica institucional, após a criação da Resex Verde para Sempre; e (iv) em Gurupá, a parceria Fase-Cifor já havia iniciado atividades relacionadas ao manejo florestal e segurança fundiária. 1.16. Meios propostos para alcançar os resultados O projeto contou com uma equipe dedicada exclusivamente às atividades distribuídas entre as instituições parceiras sob a coordenação administrativa do Imazon. Para a governança do projeto foram definidos dois comitês gestores. Um comitê técnico formado por coordenadores dos componentes (escolhidos entre os parceiros), coordenadores do projeto nas instituições e representantes dos sócios locais. Esse comitê se reúne ao menos uma vez por semestre ou sempre que necessário e tem como principal missão a execução das atividades propostas. O outro comitê constitui um Conselho Diretor formado pelos diretores das instituições parceiras, cuja função maior é monitorar as atividades do consórcio. O controle gerencial e financeiro foi estruturado em um sistema integrado online de lançamentos de gastos e despesas que permite um acompanhamento em tempo real de gastos e saldos. A seguir, a descrição das atividades previstas e executadas: 2. Assessment of implementation of Action activities Result 1: Innovative experiences and technical information for strengthening local community tenure rights to forest land are identified, piloted and used to inform policy decision-making A questão fundiária e sua relação com o manejo florestal têm ganhado destaque nos debates e proposições do governo federal para o ordenamento florestal. Por essa razão, uma série de medidas foi adotada no âmbito de políticas públicas nas esferas federal e estadual, destacando-se as seguintes. Primeiro, a criação de Unidades de Conservação de Uso 7 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 Sustentável para beneficiar populações tradicionais (Resexs e RDS). Segundo, recadastramento fundiário estabelecido pelo Incra para todas as propriedades maiores que 500 ha. Terceiro, a aprovação da nova lei florestal (Lei Gestão de Florestas Públicas) em março de 2006. Essa lei inibe drasticamente a grilagem ao mesmo tempo que assegura o domínio público sobre as florestas da Amazônia. Finalmente, o Governo do Pará definiu a política de Macrozoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), a qual tem servido de base para a criação de Unidades de Conservação de Uso Sustentável no Estado. Contudo, uma parcela importante de pequenos produtores ainda está fora do alcance dessas políticas públicas. Na região de Gurupá, pequenos produtores estão encontrando formas diferenciadas para obter a segurança fundiária a partir de processos participativos catalisados pela Fase. De fato, desde 2002, tem ocorrido iniciativas piloto para definição fundiária a partir de organização social e discussão coletiva sobre direitos de propriedades e uso com base no manejo florestal. O resultado entre os anos de 2002 e 2004 foi a regularização fundiária de aproximadamente 104 mil hectares, que beneficiou 357 famílias em modalidades de posse e direito de uso da terra de domínio coletivo e individual com base em regras locais estabelecidas por meio de discussões coletivas (Tabela 1). Além disso, essa iniciativa de definição fundiária foi levada para outros municípios da região de várzea, tais como Portel, Afuá e Breves (Figura 1). Finalmente, estão em andamento outros processos de definição fundiária que prevêem a regularização fundiária de aproximadamente 243 mil hectares de florestas, a qual beneficiará 540 famílias Tabela 2). A Fase tem liderado esses esforços com a participação do STR, Incra e Iterpa . 8 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 Figura 1. Regiões das iniciativas de regularização fundiária com ações da Fase. Tabela 1. Processos consolidados de definição fundiária na região de Gurupá. Figura fundiária Ano Área de criação (ha) Número de Entidade local gestora famílias beneficiadas Remanescentes de Quilombos de Gurupá Projeto de Assentamento Estadual Agroextrativista Remanescentes de Quilombos de Maria Ribeira Cessão de Uso Gratuito da Ilha de Santa Bárbara 2000 83.437 300 2000 17.852 20 2000 2.031 20 2002 1.306 17 Associação dos Remanescentes de Quilombos de Gurupá Associação dos Trabalhadores Rurais do Camutá do Pucuruí Associação dos Remanescentes de Quilombos de Maria Ribeira Associação dos Trabalhadores Rurais da Ilha de Santa Bárbara 9 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 Tabela 2. Definição fundiária em andamento. Área Número de famílias (ha) beneficiadas Projeto de Assentamento do Incra 4.168 40 RDS do Jaburu/Tauari 64.735 100 Resex Marajoí/ Pucuruí 151.473 200 Cessão de Uso Gratuito da Ilha do Urutaí 11.533 50 Regularização fundiária familiar 2.820 100 Figura fundiária Ampliação da Área de Remanescentes de 8.073 50 Quilombos A partir das iniciativas em Gurupá, os debates foram ampliados para toda a região do estuário da bacia da ilha de Marajó com destaque para os municípios de Gurupá, Afuá, Breves, Portel, Curralinho e São Sebastião da Boa Vista. Esses debates foram realizados em encontros anuais de manejo florestal comunitário do estuário do rio Amazonas que acontecem desde 2002. Um resultado desses encontros foi a formalização em 2004 do Fórum de Manejo Florestal Comunitário do estuário do rio Amazonas (FAE). Esse fórum tem caráter político com a representação de Sindicatos dos Trabalhadores Rurais dos seis municípios envolvidos. O objetivo do FAE é fortalecer os processos de organização social para a definição fundiária e manejo florestal. Ao considerar a situação institucional mais favorável, o projeto concentrou suas ações neste primeiro ano (2005/2006) em Gurupá e Porto de Moz. Em Gurupá, a estratégia central é expandir as experiências de regularização fundiária para outras regiões, tais como Breves, Afuá e Portel. Em Porto de Moz, as ações foram concentradas no acompanhamento e documentação das discussões com organizações e instituições locais sobre os processos de regularização fundiária dentro e no entorno da Resex Verde para Sempre. Finalmente, há oportunidades para ampliar a discussão e intervenção dos temas “situação fundiária” e “manejo florestal” para todo estuário do baixo Amazonas, o que deve ser reforçado no segundo ano do projeto. 10 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 Activity 1-A: Identify, document and communicate innovative experiences for local communities to strengthen tenure rights to forestlands As experiências de regularização fundiária de mais de 104 mil hectares desenvolvidas em Gurupá foram sistematizadas. Para isso, documentaram-se as etapas de regularização e os processos políticos envolvidos e analisaram-se as lições aprendidas pelas comunidades e organizações locais. O produto será um documento a ser divulgado para outras organizações da Amazônia que estejam enfrentando situações similares, A ênfase será dada às instituições dos movimentos sociais (sindicatos, associações), ONGs de apoio social, órgãos públicos com atuação na área fundiária, Ministério Público e ONGs ambientalistas. Espera-se que o documento possa contribuir para catalisar ações de regularização fundiária em outras partes da Amazônia. A sistematização da experiência de Gurupá foi realizada em duas oficinas de trabalho com lideranças e comunitários durante os meses de abril a julho 2006. A primeira oficina foi estruturada em três etapas: (i) resgate da situação inicial vivida pelo grupo local antes do processo de regularização fundiária e caracterização do contexto e pressupostos que orientariam as ações posteriores dos grupos e organizações; (ii) descrição e análise crítica do processo de regularização fundiária e adoção de práticas de manejo florestal pelos grupos locais; e (iii) identificação dos novos aprendizados e lições vividas e aprendidas pelo processo em comparação aos pressupostos iniciais. Na segunda oficina, validaram-se as informações sistematizadas com o mesmo grupo da primeira e com outros representantes de organizações locais. Nas duas oficinas participaram aproximadamente 35 pessoas (7 mulheres), representando 10 comunidades (Anexos 1, 2 e 3: Oficina de Regularização Fundiária e Manejo Florestal Comunitário). O produto dessa sistematização será a publicação de um relatório no segundo ano do projeto, o qual apresentará as análises e os resultado dos processos de regularização fundiária e adoção de práticas de manejo florestal, além das lições vivenciadas e aprendidas pelas comunidades locais. O lançamento do relatório será em um seminário regional sobre aspectos fundiários e envolverá organizações comunitárias e órgãos do governo (Ibama, Incra e institutos de terras dos Estados da Amazônia). 11 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 Activity 1-B: Pilot mechanisms to strengthen local initiatives for securing forestland tenure rights in target communities Neste primeiro ano do projeto, o fortalecimento de iniciativas locais para assegurar os direitos fundiários das comunidades ocorreu por meio de seminários temáticos, capacitação de lideranças e fortalecimento da organização comunitária. Os objetivos dessas iniciativas foram: (i) identificar e documentar experiências nas quais a indefinição fundiária tem influenciado as práticas de manejo florestal nas comunidades; (ii) promover o intercâmbio entre lideranças comunitárias e organizações de representação e apoio sobre formas organizacionais para o manejo e regularização fundiária; e (iii) dialogar com os órgãos públicos acerca dos obstáculos para o manejo florestal e regularização fundiária. Eventos realizados Curso de capacitação para lideranças comunitárias de agricultores de Porto de Moz e Transamazônica. O IEB realizou em fevereiro de 2006, em Altamira, o curso de capacitação “Manejo Florestal Comunitário: Construindo Conhecimento e Valorizando Nossa Floresta”. O curso teve parceria do Neaf, do Laet e da CPT/Prelazia do Xingu. O evento tratou de temas como comercialização de produtos, calendários produtivos, vantagens e desvantagens do manejo florestal e realidade socioeconômica dos participantes. Além disso, foi realizada uma mesa redonda com o título Acessando Políticas Públicas para o Manejo Florestal Comunitário. Cerca de 100 pessoas entre pequenos produtores e representantes de órgãos públicos (–PNF. Incra e Ibama), organizações de representação e apoio aos movimentos sociais da região da Transamazônica e Porto de Moz, estudantes e profissionais liberais da região participaram do curso (Anexo 4: Carta do(a)s Agricultore(a)s Familiares da Transamazônica e Xingu pelo Manejo Florestal Comunitário). Um dos produtos desse seminário é uma carta direcionada aos órgãos públicos que apresenta as propostas e reivindicações dos agricultores e organizações de representação e apoio aos movimentos sociais (Anexo 5: Manifesto dos Trabalhadores e Trabalhadoras Agroextrativistas de Gurupá). 12 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 Treinamento em uso de GPS. Este curso teve com objetivo central capacitar os comunitários na operação de GPS para coleta de dados e produção de mapas temáticos com métodos participativos. Entre outros aspectos, o uso do GPS permite que as famílias acessem informações importantes na definição da modalidade fundiária para a regularização, bem como auxilia na gestão de recursos florestais, por meio da elaboração de planos de uso das áreas a serem regularizadas. O treinamento foi realizado no município de Afuá, em março de 2006, e contou com a participação de 24 alunos da Escola Família Agrícola do município, dos quais 8 eram mulheres IV Encontro de Manejo Florestal Comunitário do Estuário do Rio Amazonas. O evento foi coordenado pela Fase no município de Afuá e reuniu cerca de 70 comunitários (24 mulheres) de seis municípios do estuário do rio Amazonas (Figura 2). O objetivo central foi debater a gestão ambiental e territorial na região e levantar propostas de políticas públicas sobre o tema. Como parte do evento foram realizadas oficinas sobre Manejo Florestal Comunitário, cujo foco central foi desmistificá-lo para os produtores das regiões de várzea. No encontro foram debatidos os seguintes temas: (i) apresentação dos processos de definição fundiária em Gurupá; (ii) definição do diagnóstico a ser realizado nas regiões; e (iii) consolidação do encontro como Fórum de Representação da região. (Anexo 6: Encontro de Manejo Florestal Comunitário do Estuário do Rio Amazonas). Os principais resultados foram: Consolidação do FAE como Fórum de Representação e Carta Aberta de Afuá (Anexo 7: Carta de Afuá). Figura 2. Participantes do IV Encontro de Manejo Florestal Comunitário do Estuário do Rio Amazonas em Afuá. 13 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 II Seminário sobre Plano de Uso no Rio Acuti-Pereira em Portel. O evento, realizado em maio de 2006, na região do rio Acuti-pereira, teve como objetivo central discutir estratégias de plano de uso e definição do diagnóstico fundiário para a definição da situação fundiária. Aproximadamente 110 comunitários (50 mulheres) participaram deste seminário. O produto final foi a formalização do interesse das comunidades em desenvolver o plano de uso para o rio Acuti-Pereira, envolvendo 70 comunidades (Figura 3). Figura 3. Seminário sobre plano de uso na região do rio Acuti-Pereira em Portel. I Encontro Municipal de Manejo Florestal Comunitário de Breves. Este evento aconteceu em junho de 2003 e contou com a participação de 48 comunitários (8 mulheres). O objetivo desse encontro foi discutir com as comunidades locais o potencial para o Manejo Florestal Comunitário no munícipio. O resultado principal foi a adesão do STR de Breves ao Forún FAE. Curso de Manejo de Açaizais no Rio Jupatituba. Este treinamento aconteceu em julho de 2005 em Gurupá e contou com a participação de 31 comunitários (10 mulheres). O objetivo do curso foi capacitar produtores para o manejo de açaizais nas áreas de várzea do estuário do Rio Amazonas . 14 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 Fortalecimento da organização comunitária para regularização fundiária e gestão territorial e ambiental As ações desenvolvidas nesta atividade incluíram a consolidação das estratégias de articulação regional desenvolvidas pela Fase na região do estuário do rio Amazonas, principalmente por meio do Fórum de Manejo Florestal Comunitário do Estuário do Rio Amazonas (FAE). As ações estão baseadas no fortalecimento da organização social das comunidades por meio do assesoramento aos SRT’s nas regiões de Afuá, Breves e Portel. Nesses municípios a organização social é ainda bastante deficiente. No município de Afuá existem processos diferenciados de organização comunitária visando à regularização fundiária. Na ilha do Meio, as famílias têm debatido a modalidade de regularização mais adaptada à organização local. No rio Serraria Grande, a Fase assessorou a criação da Associação de Trabalhadores e Trabalhadoras Agroextrativistas do Rio Serraria Grande, envolvendo 72 comunitários, dos quais 20 são mulheres. O objetivo da entidade é discutir a regularização fundiária no município, caracterizando um mecanismo diferenciado de organização comunitária. Em Portel, na comunidade de Acuti-Pereira, foram realizados dois seminários com a participação de 12 comunidades locais. Os participantes discutiram a modalidade de regularização fundiária e a elaboração de planos de uso. A Fase assessorou a comunidade para a criação de um conselho a fim de discutir o estabelecimento de uma Resex de cerca de 100 mil hectares que beneficiará 200 famílias de 12 comunidades. Os próximos passos serão a condução de um diagnóstico socioeconômico e fundiário das comunidades e a elaboração de um plano de uso. Em Breves, a Fase também realizou eventos de sensibilização para a organização social e manejo dos recursos naturais em comunidades da região do rio Jupatitupa. Para isso, foram realizadas visitas técnicas e um seminário envolvendo 46 comunitários, dos quais 17 eram mulheres. Objetivo foi discutir práticas de manejo florestal e modalidades fundiárias que possam ser implantadas na região. O próximo passo será a realização de oficinas de capacitação para o manejo florestal. 15 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 Activity 1-C: Formulate policies to strengthen local initiatives for legal recognition of tenure rights to forestland by forest dependent communities De um modo geral, as atividades de formulação de políticas públicas estão previstas para o os próximos anos. A estratégia do projeto foi divulgar a experiência desenvolvida pela Fase na região de Gurupá e debatê-la nos eventos promovidos. Além disso, o acúmulo de experiência da Fase tem influenciado a aprovação de planos de manejo de pequena escala, na qual a Associação dos Remanescentes de Quilombos do Município de Gurupá A(RQMG) protocolou 76 planos no período de 2005 a 2006. As experiências acumuladas pela Fase também foram apresentadas no II Encontro Nacional de Agroecologia, realizado em Recife de 2 a 5 de junho de 2006. Nesse evento, que representa a principal articulação das organizações de representação e apoio aos movimentos sociais de práticas agroecológicas, o IEB coordenou uma oficina sobre manejo florestal de uso múltiplo. Além disso, o consórcio atuou na definição de políticas públicas florestais e fundiárias para a região, entre as quais: Participação e influência da Fase em estudos conduzidos no âmbito do ProVárzea sobre a questão fundiária e criação de Unidades de Conservação em áreas de várzea, tais como: “Aspectos Jurídicos e Fundiários da Utilização Social, Econômica e Ambiental da Várzea”, que subsidiou a política de regularização fundiária para as áreas de várzea da Amazônia, e “Bases Científicas para a Conservação da Várzea: Identificação e Caracterização de Regiões Biogeográficas e de Áreas Prioritárias para a Conservação da Várzea". Participação em processos técnicos e políticas: Participação no processo de discussão do Projeto de Lei de Gestão de Florestas Públicas coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA); Participação no grupo de trabalho para elaboração de procedimentos técnicos do Ibama Amapá; Participação no processo de discussão da revisão da Instrução Normativa para Manejo Florestal Comunitário, coordenado pelo PNF – MMA; Participação no Seminário para Interação entre GRPU e Ibama para discutir a autorização de uso das áreas de várzea do estuário do Rio Amazonas. Os 16 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 eventos aconteceram em Belém e Macapá e tiveram como resultados a elaboração de uma pauta de demandas a serem analisadas pela GRPU; Oficina de Discussão e Construção dos Métodos de Avaliação Socioeconômica dos projetos apoiados pelo Ibama/ProManejo. Result 2: Appropriate tools and systems for forest management are identified, tested and disseminated Neste primeiro ano do projeto foram realizadas ações para definir a estratégia de inserção do consórcio nas comunidades, bem como as atividades de interesse dessas comunidades. Para isso, priorizaram-se ações em poucas comunidades nas regiões de Gurupá e Porto de Moz. Os avanços, resultados e desafios estão detalhados por atividade abaixo. Um diagrama da estratégia geral do componente de manejo está ilustrado no Anexo 8. Atividade 2-A: Sintetizar informações relevantes sobre espécies prioritárias localmente valiosas e sistemas de manejo florestal de usos múltiplos existentes Região de Gurupá Formalização de colaboração com as comunidades Em Gurupá foram realizadas duas oficinas de trabalho com as comunidades locais para apresentar as estratégias do consórcio e elaborar um plano de trabalho conjunto. Houve uma oficina em cada comunidade, nas quais participaram cerca de 30 famílias (quinze em cada uma) interessadas nas atividades do projeto. A comunidade envolvida na oficina localiza-se na RDS Itatupã-Baquiá, Unidade de Conservação de Uso Sustentável decretada em julho de 2005. A Fase, como um dos membros do consórcio, iniciou o trabalho numa reunião com toda a comunidade, na qual apresentou e discutiu a proposta de consórcio que foi aprovada por unanimidade. Nessa mesma ocasião, o Plano de Trabalho a ser desenvolvido na comunidade no primeiro ano foi apresentado, discutido e adaptado. 17 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 Identificação das espécies importantes para as comunidades Para definir as espécies de interesse e importância locais foram realizadas duas reuniões com as comunidades locais. Nessas reuniões, construiu-se de forma participativa uma lista global com 94 espécies (Anexo 9: relação das espécies). Destas foram selecionadas 42 espécies prioritárias (21 arbóreas, 7 palmeiras, 11 cipós e 3 gramíneas). Finalmente, destas últimas foram destacadas as espécies andiroba (Carapa guianensis), açaí (Euterpe oleraceae) e virola (Virola surinamensis), pela sua importância econômica e de subsistência para as famílias. Para essas três espécies serão realizados estudos ecológicos a fim de definir diretrizes de manejo ao longo dos três primeiros anos do projeto. Mapeamento participativo dos recursos florestais A partir da definição das espécies de árvores de valor de uso comercial (madeireiro e não-madeireiro) foi realizada uma oficina de dois dias sobre mapeamento participativo na comunidade (Figura 4), que contou com a participação de mais de 30 comunitários. O objetivo dessa atividade foi gerar mapas temáticos de distribuição e uso das espécies nas comunidades. Vinte e duas das 42 principais espécies foram mapeadas por meio de interpretação de imagens de satélite, resultando em mapas temáticos referentes a cada espécie. Assim, foram sistematizadas informações a respeito dos padrões de distribuição espacial, densidade, tipos de manejo, entre outros das espécies incluídas no mapeamento. Esses mapas foram transferidos para o computador por meio de scanner e digitalizados no software ArcGis. Os mapas serão usados pelas comunidades para definir e planejar o uso dos recursos florestais. 18 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 Figura 4. Oficinas sobre mapeamento participativo realizadas na comunidade São João do Jaburu, Gurupá, Pará. A partir dos mapas participativos, as informações foram digitalizadas em um Sistema de Informação Geográfica, resultando em uma coleção de diversos mapas temáticos. Essa coleção está sendo estruturada em um banco de dados sobre as espécies e forma de uso dos recursos. Os mapas abordam densidade, distribuição, tipos de uso e níveis de exploração de mais de 20 espécies importantes, evidenciando a grande diversidade de uso de recursos na comunidade. Os Anexos 10 a 16 ilustram alguns desses mapas. Em função do interesse das comunidades nas oficinas sobre mapeamento participativo e nos mapas produzidos, foi solicitada uma oficina sobre mapeamento participativo envolvendo mais quatro comunidades da RDS Itatupã-Baquiá. Nessa oficina participaram cerca de 30 representantes dessas comunidades. Com as informações geradas nos mapeamentos participativos, foi possível gerar mapas para uma área de 64 mil hectares cobrindo a extensão da área da RDS. Inventário de recursos florestais A partir dos mapas gerados foram definidos os locais para instalação das parcelas a serem inventariadas. De acordo com a classificação local de ambientes e histórico de uso – identificados no mapeamento participativo– realizou-se um inventário estratificado, considerando-se quatro diferentes tipos de floresta e dois níveis de intensidade de exploração florestal (alto e baixo). Dessa forma, para cada tipo florestal e nível de exploração existente, foram distribuídas três parcelas de 1 hectare cada, totalizando 24 hectares de floresta inventariados (Figura 5 e Anexos 17 e 18). 19 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 A partir das informações que estão sendo geradas nos inventários será possível identificar, por exemplo, o grau de sustentabilidade em que a exploração madeireira e nãomadeireira (palmito, por exemplo) vem sendo realizada na comunidade. Com essas informações, as comunidades podem planejar o manejo de determinadas espécies, bem como reivindicar políticas e regulamentos que atendam as especificidades das populações ribeirinhas. Além disso, essas informações permitirão estimar o real potencial de uso múltiplo das espécies na comunidade e na região, indicando zonas potenciais de produção e facilitando a interação com o mercado. Figura 5. Atividades do inventário dos recursos florestais na comunidade São João do Jaburu, Gurupá, Pará. Porto de Moz As atividades do primeiro ano de atuação do consórcio, em Porto de Moz, foram limitadas pelo impedimento de formalização contratual entre o Imazon e o Cifor. Por esse motivo, os esforços foram concentrados na seleção das comunidades, identificação das demandas locais a serem inseridas na proposta e no fortalecimento das relações institucionais entre o Cifor e as comunidades e parceiros em Porto de Moz. 20 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 Formalização de colaboração entre sócios locais do consórcio e identificação das espécies cruciais para as comunidades O primeiro passo para a formalização de colaboração entre os sócios locais do consórcio e identificação das espécies em Porto de Moz foi a escolha das comunidades em julho de 2005. Essa seleção contou com a participação do Comitê de Desenvolvimento Sustentável e do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Porto de Moz, sócios locais do consórcio. Entre as cinco comunidades, foram selecionadas a Espírito Santo e a São João, localizadas no município de Porto de Moz. Os critérios para essa seleção estavam relacionados à organização social, interesse em participar da proposta e maior relação com atividades florestais. O início da proposta de consórcio também ocorreu por meio de uma reunião com as duas comunidades. Na apresentação e discussões sobre a proposta de consórcio, os grupos iniciaram a elaboração de mapas das comunidades para ilustrar principalmente a localização dos lotes e as áreas de maior tensão exercida pelos madeireiros da região. Esses mapas ainda necessitam de ajustes para fornecer informações mais seguras. Nas reuniões, procurou-se ajustar as demandas locais com as atividades propostas. Entre as principais demandas estão: (i) intercâmbio com outras experiências de manejo na Amazônia; (ii) inventário dos recursos florestais após a identificação de espécies com valor comercial; (iii) treinamento em extração de óleos vegetais; (iv) promoção da coesão das comunidades de São João e Espírito Santo, uma vez que ela se encontra dividida em dois grupos: o que trabalha com os madeireiros e o que não trabalha. Além disso, foi feita uma lista das espécies prioritárias para as comunidades, bem como o tipo de uso a que se destinam. Assim foi possível conhecer a diversidade de produtos que são utilizados pelos habitantes do rio Majari, além de indicar quais produtos seriam incluídos no estudo de mercado do consórcio. As comunidades pretendem realizar exploração de madeira na área comunitária, enquanto outros produtos florestais devem ser explorados nas propriedades individuais. É necessário realizar capacitação em mapeamento e manejo de recursos florestais madeireiros e não-madeireiros, visto que as análises iniciais mostram que existem um subaproveitamento desses recursos. Marabá As atividades em Marabá estão previstas para começar a partir do segundo ano. Porém, no primeiro ano foram realizadas duas reuniões com lideranças comunitárias e com a instituição local parceira, o Lasat. Essas reuniões serviram para consolidar compromissos de colaboração para o segundo ano, definir as prioridades das comunidades para apoio do 21 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 projeto e identificar preliminarmente as espécies arbóreas (madeireiras e não-madeireiras) mais importantes na região. No contato inicial com as comunidades foi possível identificar espécies não-madeireiras potenciais de interesse para o manejo, por exemplo, o cupuaçu nativo, a castanha-do-brasil (Bertholllitia excelsa H.B.K.), a andiroba (Carapa guianensis) e o açaí (Euterpe oleraceae). As comunidades também têm interesse em manejar espécies madeireiras. No entanto, a forma de manejar essas espécies é bem diferente da de outras comunidades locais da Amazônia. Os comunitários estão interessados em manejar pequenas áreas anuais (entre 1 a 3 hectares) para consumo local nas construções e instalações rurais. Revisão e sistematização de informações sobre espécies florestais Paralelamente aos estudos de campo, estão em andamento pesquisas bibliográficas acerca das principais espécies arbóreas (madeireiro e não-madeireiro) e de temas envolvendo Manejo Florestal Comunitário de uso múltiplo. Foram construídos três bancos de dados com os seguintes objetivos: (i) organizar informações sobre ecologia e manejo de uso múltiplo; (ii) sistematizar informações sobre a distribuição de espécies arbóreas importantes em toda a Amazônia; e (iii) gerar equação volumétrica para florestas de várzea em Gurupá, que servirá para o desenvolvimento de planos de manejo florestal para produtos madeireiros. Os bancos de dados serão disponibilizados nos sites das instituições parceiras e nas redes de informações sobre manejo florestal em meados de 2007. Atividade 2-B: Preencher as lacunas de informação, aumentar a capacidade local e regional e desenvolver ferramentas necessárias para implantar sistemas de manejo florestal de uso múltiplo Estuário/Gurupá Manejo de Andiroba A andiroba (Carapa guianensis Aubl.) é uma das três espécies arbóreas mais importantes, dentre as 42 espécies escolhidas pelas comunidades, pelo seu valor madeireiro e não-madeireiro. Há quatro anos, o grupo de mulheres da comunidade de São João do Jaburu dedica seus esforços para extrair e comercializar o óleo da semente de andiroba. Essa iniciativa tem reduzido a pressão sob a venda da madeira dessa espécie na região. Em 2003, foi submetido ao Ibama o “Plano de Manejo Comunitário de Andiroba do Rio Jaburu, Distrito do Itatupã, Gurupá, Pará”, aprovado no início de 2005. Apesar de a extração de semente de andiroba estar sob um plano de manejo, não existem dados confiáveis sobre a 22 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 ecologia dessa espécie que possam contribuir para a elaboração de recomendações de manejo em níveis sustentáveis de colheita. Para gerar essas informações, foram estabelecidas parcelas amostrais a fim de estimar a produção de sementes. Foram selecionados (a partir dos mapas temáticos) 32 indivíduos adultos (DAP > 30 cm), distribuídos em quatro classes de tamanho e nos três ambientes de ocorrência da espécie (Figura 6 e Anexo 19). Os indivíduos selecionados foram cercados (com redes de nylon), uma vez que se trata de ambiente de várzea, onde a água da maré invade semanalmente o solo da floresta, carregando a maioria das sementes rio abaixo. Além disso, as redes impedem que animais comam as sementes das árvores que estão sob o experimento, permitindo determinar mais precisamente a produção de frutos. Além disso, observou-se a fenologia de 150 árvores de andiroba com diâmetro a partir de 10 centímetros nos três diferentes ambientes. O objetivo foi estimar a proporção produtiva da população e observar relações entre produção de frutos e outros fatores como quantidade de luz recebida, presença de cipós e qualidade da copa. Figura 6. Coleta de dados ecológicos: observação fenológica e monitoramento da produção de frutos de andiroba (Carapa guianensis Aubl.), comunidade São João do Jaburu, Gurupá, Pará. 23 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 Os dados coletados até o momento mostram que a produção de sementes de andiroba não varia muito com o ambiente nem com as diferentes classes de tamanho (30 cm - 90 cm de DAP), com uma média global de 13,25 quilos de sementes por árvore de andiroba. Essas informações são importantes para que a comunidade possa planejar o potencial de produção e a produção real de óleo de andibora. Por exemplo, multiplicando-se a densidade de andiroba (árvores/ha) pela área de seu respectivo ambiente (ha) e multiplicando-se o número total de árvores pela produção média de sementes por árvore e pela proporção da população produtiva (dado obtido por meio das atividades de observação fenológica), pode-se estimar a produção média total de sementes de andiroba na área de uma comunidade. No caso da comunidade São João do Jaburu: 269.989 quilos de sementes por ano. De acordo com os dados de um estudo detalhado sobre a coleta de sementes de andiroba no Jaburu em 2004 (Londres & García-Fernández, não-publicado), o grupo de mulheres coletou 949,2 quilos de sementes de andiroba em um ano, ou seja, apenas 0,35% do total produzido na área (Figura 7 ). Figura 7. Proporção entre a quantidade total de sementes de andiroba coletada em 2004 pelas famílias da comunidade de Jarubu e a estimativa total de produção de sementes viáveis na área da comunidade. Treinamentos Mapeamento participativo Foram realizados dois treinamentos em mapeamento participativo. Um para a comunidade de São João do Jaburu, com a qual estamos trabalhando este ano (2006) e o outro para quatro comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de ItatupamBaquia que solicitaram o curso. Cada treinamento contou com a participação de 30 comunitários. Com as informações geradas nos mapeamentos participativos, foi possível elaborar mapas para uma área de 64 mil hectares cobrindo a extensão da área da RDS. Essa 24 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 mesma equipe que se especializou em mapeamento participativo dará cursos no próximo ano nas outras comunidades do estuário e nas outras microrregiões incluídas no projeto. Manejo de Açaí Como parte das ações do programa de promoção de manejo técnico de açaí da Fase (desenvolvido na região, envolvendo 2 comunidades e beneficiando 46 pessoas (17 mulheres) foi realizado um treinamento na região do rio Jupatiruba, Breves, Pará. Foram treinados 31 comunitários (10 mulheres) em técnicas de manejo de açaizais nativos. Enriquecimento florestal A produção de mudas florestais é um componente importante tanto para o reflorestamento de áreas degradadas como para o enriquecimento de florestas manejadas. A Fase treinou 21 comunitários (4 mulheres) em produção de mudas florestais na Escola Manoel Januário, Gurupá, Pará. Também foi implantado um viveiro florestal na Escola Manoel Januário, para atender demandas de mudas florestais nas comunidades envolvidas. Atividade 2-C: Influenciar políticas públicas relativas a sistemas de manejo florestal de uso múltiplo Os dados levantados em campo neste primeiro ano do consórcio estão em processo de análise. Portanto, ainda não é o momento de utilizar essas informações para influenciar políticas públicas relativas a sistemas de manejo. No entanto, no decorrer do primeiro ano, algumas atividades no âmbito de políticas públicas foram realizadas com base em informações geradas em anos anteriores, a fim de melhorar sistemas de manejo em grande e pequena escala. A seguir, uma lista dessas atividades. i) Um membro do consórcio participa de um grupo de especialistas, o qual está elaborando a nova norma de manejo florestal para a Amazônia brasileira; ii) O ipê (Tabebuia impetiginosa) é uma espécie de grande importância por causa da madeira pesada e resistente e das propriedades bioquímicas da casca, eficazes no tratamento de certas doenças. No entanto, a espécie corre risco de extinção comercial devido à extração descontrolada de madeira. Membros do consórcio elaboraram um documento direcionado aos tomadores de decisão nacionais e internacionais que mostra os riscos das práticas não-sustentáveis de exploração de ipê e propõe proteções legislativas que poderiam garantir a viabilidade populacional da espécie, enquanto permitiriam o seu uso sustentável por comunidades florestais. Uma comparação dos custos e benefícios do uso da 25 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 madeira e produtos não-madeireiros para comunidades florestais está prevista para este ano. Além disso, o ipê foi incluído na lista de espécies em extinção do Estado do Pará. iii) A Fase realizou reuniões no Ibama de Macapá/Amapá com a participação de lideranças comunitárias e sindicais, a fim de pressionar os órgãos competentes para adaptar a legislação à realidade dos pequenos produtores do estuário do Rio Amazonas . Em função dessas intervenções, o Ibama começou a realizar vistorias de campo para atender as demandas das comunidades. Todos os 58 planos de manejo familiares analisados na região de Gurupá estavam regulares. Esse foi o primeiro passo para harmonizar os padrões de fiscalização do Ibama com a realidade das comunidades de várzea. Resultado 3: Estratégias para capturar maior valor de mercado para produtos florestais testadas e desenvolvidas Para as atividades de mercado foram selecionadas as mesmas comunidades onde as atividades do componente de manejo haviam sido selecionadas. Dessa forma, as atividades em Gurupá foram centradas nas comunidade de São João do Jaburu) e, em Porto de Moz, as atividades foram realizadas em duas comunidades: São João e Espírito Santo. Activitividade 3-A - Identificar nichos locais e regionais para produtos florestais Mapear os fluxos de comércio de produtos derivados das espécies florestais prioritárias, coletando sistematicamente informações sobre oportunidades de comércio, nichos, custos de transação em mercados de escala local, regional e nacional Para identificar nichos de mercado de produtos florestais comunitários, é necessário primeiramente conhecer a comunidade com a qual se está trabalhando. Isto foi realizado por meio de entrevistas com cada família das comunidades de São João do Jaburu, em Gurupá, e Espírito Santo e São João em Porto de Moz. Essas entrevistas visaram identificar as fontes de renda de cada família, seus usos da floresta, seu envolvimento na comunidade e indicadores de qualidade de vida. No total foram aplicados 78 questionários. Esses dados também serão utilizados no futuro para avaliar impactos do projeto nessas comunidades. 26 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 Identificar fatores que determinam a demanda de longo prazo de produtos florestais em mercados regionais-chave, para embasar projeções sob cenários de população, renda e oferta variáveis Foram realizados estudos de mercado de seis produtos florestais não-madeireiros em cinco centros de demanda de consumo, para compreender como funciona a demanda por esses produtos e a cadeia de comercialização de cada um deles. A escolha dos produtos foi feita baseada em uma lista de produtos potenciais das comunidades (ver atividade 3B) e conhecimentos preliminares de espécies com potencial de mercado. Assim, após a definição da metodologia a ser empregada, cinco alunos de graduação (três mulheres e dois homens) foram treinados em estudos de mercado e pesquisas de marketing para coleta de dados. O estudo tornou-se viável com a consolidação de parcerias institucionais nas cidades que fizeram parte da pesquisa: Ibens, em São Paulo, a Ufam, em Manaus, a Embrapa-AP, em Macapá, e a UFPA – campus de Marabá, no Pará. Cada assistente/estagiário aplicou questionários a comerciantes e consumidores nos centros consumidores selecionados. A escolha desses centros tomou com base a escala de mercado local (Macapá, Marabá e Belém), regional (Belém e Manaus) e nacional (São Paulo). Realizaram-se entrevistas em feiras livres, supermercados e outros estabelecimentos que vendem os produtos de interesse. A Tabela 3 a seguir apresenta os resultados dos questionários aplicados. Tabela 3: Questionários aplicados a comerciantes e consumidores em centros de demanda. Centro de demanda Comerciantes Consumidores Belém 185 715 Manaus 49 215 Macapá 54 42 Marabá 70 410 São Paulo 296 425 As comunidades carecem não apenas de informações básicas de mercado (por exemplo, preço, preferências dos consumidores e fatores que influenciam a demanda), mas também de contatos comerciais diretos. Para identificar compradores potenciais de produtos comunitários em escala nacional e identificar tendências de mercado, comunitários participaram de duas feiras em São Paulo. A primeira, Feira Mercado Floresta, aconteceu de 5 a 8 de novembro de 2005 (com uma visitação de 8.400 pessoas, além de centenas de expositores de todo o país). O objetivo dessa feira foi mostrar ao consumidor final a diversidade de produtos não-madeireiros, madeiras com certificação FSC e serviços 27 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 relacionados, oriundos da floresta amazônica, da mata atlântica, da caatinga, do cerrado e dos demais ecossistemas florestais −, além de alternativas sustentáveis para seu consumo. Dois comunitários de Gurupá participaram como expositores da feira para divulgar seus produtos (camarão e machetaria). A outra feira, Feira Brasil Certificado, um projeto conjunto do Imazon, Imaflora e Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC Brasil), ocorreu de 18 a 20 de abril de 2006 e teve a participação de 56 expositores que receberam 6125 visitantes. Esta feira surgiu em 2004 com o objetivo de promover o setor florestal brasileiro comprometido com a sustentabilidade. O resultado das duas feiras descritas acima foi uma lista de compradores potenciais de óleos de produtos florestais foi entregue para a comunidade e para a Fase. Analisar casos bem sucedidos de esforços comunitários na comercialização de produtos florestais de outros locais na Amazônia brasileira É necessário identificar potencialidades e riscos de empreendimentos comunitários. Para tanto, é importante conhecer projetos e iniciativas ben-sucedidas −que indicam as potencialidades dos empreendimentos comunitários−, bem como projetos que não deram certo, os quais mostram os obstáculos e erros a serem evitados. Com este intuito, foi realizado um levantamento do estado atual de 21 comunidades existentes na Flona Tapajós, uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável com bom histórico de participação comunitária. Esses dados serão analisados até o final de 2006 (Figuras 8 e 9). Seis alunos de graduação (três mulheres e três homens) foram treinados para auxiliar na aplicação dos questionários socioeconômicos. O treinamento foi dividido em três partes: (i) esclarecimento sobre o objetivo da pesquisa, informações a serem obtidas e histórico de intervenções na Flona (inclusive uma conversa com a Chefe da Flona para apresentação dos projetos desenvolvidos); (ii) aplicação de questionários na feira de Santarém para discutir questões referentes à aplicação de questionários, respostas completas, dificuldades em conseguir informações etc; e (iii) familiarização com o questionário a ser utilizado, resposta a perguntas e treinando sua aplicação. Como resultado dessa ação, pretende-se obter conhecimentos sobre produtos e projetos que foram bem recebidos pelas comunidades da Flona, no que se refere à comercialização, bem como identificar potenciais entraves e problemas que possam ser evitados no desenvolvimento do projeto nas comunidades de Gurupá, Porto de Moz e Marabá. 28 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 Figura 8. Levantamento na Floresta Nacional do Tapajós: equipe de estagiários, reuniões com as comunidades e aplicação de questionários às famílias. Figura 9. Exemplos de produtos comunitários produzidos na FlonaTapajós: banco de madeira da Oficina Cabocla do Tapajós e bolsas de couro vegetal da Eco. Para analisar as técnicas inovadoras de manejo e novas perspectivas de comercialização de açaí e andiroba (os principais produtos potenciais da comunidade de Gurupá, onde houve maior avanço das atividades do projeto (nos componentes fundiário e de manejo) foram realizados levantamentos preliminares de mercado em duas comunidades periurbanas de Belém, nas ilhas do Igarapé do Combu e Boa Vista. Por estarem mais próximas do mercado e, portanto, terem mais incentivos para intensificar a produção, essas 29 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 comunidades podem orientar o processo de comercialização nas demais comunidades. Nesse levantamento, foram entrevistadas 36 famílias nas duas comunidades durante os meses de junho e julho. Os dados estão sendo processados no momento e serão analisados ate o fim de 2006. Sabe-se que o ambiente político também influencia o potencial de sucesso de atividades comunitárias. Para identificar o nível de apoio às comunidades e ao manejo florestal foram entrevistadas 20 lideranças comunitárias em Porto de Moz. Essa atividade será estendida para Gurupá e Marabá no segundo ano do projeto, quando também serão coletados dados semanais de preços de produtos potenciais das comunidades em mercados regionais e locais. Essas informações serão repassadas para as comunidades por rádio. Atividade 3-B: Desenvolver planos de comercialização para a venda de produtos madeireiros e não-madeireiros das comunidades-alvo, incluindo-se discussões sobre custos e benefícios para essas comunidades. Esta atividade inclui principalmente capacitação das comunidades-alvo do projeto para a comercialização da sua produção ( Figura 10). Figura 10: Reunião de apresentação e votação do projeto na comunidade de São João do Jaburu em Gurupá 30 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 O passo inicial foi selecionar as comunidades-alvo que gostariam de se envolver no projeto. Para isso, realizaram-se reuniões de apresentação do projeto tanto em Gurupá como em Porto de Moz, das quais mais de 20 pessoas de cada comunidade participaram e votaram a respeito da comunidade se envolver ou não no projeto (Figura 11). Em seguida, os participantes elaboram uma lista de espécies florestais a serem trabalhadas pelo projeto. Da lista geral das espécies foram selecionadas, pelos comunitários, duas espécies com potencial não-madeireiro em cada comunidade. Em Gurupá, identificou-se a andiroba (Carapa guianensis) e o açaí (Euterpe oleraceae) e, em Porto de Moz, o uxi (Endopleura uchi) e piquiá (Caryocar villosum). Estas espécies foram incorporadas à lista de espécies dos estudos de mercado e pesquisas de marketing (ver atividade 3A) que inclui: andiroba, copaíba (Copaifera sp.), açaí, castanha-do-brasil (Bertolletia excelsa), uxi e piquiá. Figura 11. Reunião com a comunidade e discussão sobre preços de produtos comunitários em Porto de Moz. 31 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 Desenvolver métodos inovadores para incorporar perspectivas comunitárias nas análises de custo-benefício O processo de formação de recursos humanos iniciou com a capacitação das comunidades em comercialização. No curso “Entendendo Nossa Resex e Planejando Nossa Produção”, organizado pelo IEB, em Porto de Moz, o componente lecionou a parte sobre comercialização (8 horas) a outra parte foi selecionado pela comunidade. Esse curso aconteceu entre os dias 29 de agosto e 3 de setembro de 2005 e contou com a participação de 33 lideranças comunitárias da região (18 homens e 15 mulheres). Em Gurupá, foi realizado o “Curso de Comercialização” (20 horas), nos dias 26 a 28 de maio de 2006, para 20 lideranças (15 homens e 5 mulheres) de 15 comunidades do município. Este curso tratou dos temas “custos de produção”, “formação de preço” e “oferta e demanda”. Também se discutiu sobre os desdobramentos do curso, dentre eles a formação de uma comissão de comercialização em cada uma das comunidades envolvidas, bem como o acompanhamento das vendas nessas comunidades para que se tenha uma noção melhor dos volumes comercializados e potencialidades. É importante ressaltar que esses cursos não estavam previstos inicialmente no projeto; eles foram sendo incluídos à medida que as comunidades envolvidas os solicitavam. Também é importante observar que tanto em Gurupá como em Porto de Moz o curso contou com a participação de muito mais comunidades do que aquelas com as quais este projeto atua diretamente. Além de acompanhar a venda de produtos comunitários também se desenvolveu a metodologia para o acompanhamento da coleta de produtos florestais não-madeireiros de maneira mais detalhada na comunidade de São João do Jaburu. Essas fichas de produção estão sendo preenchidas por 20 famílias desta comunidade, com o acompanhamento de duas monitoras locais (comunitárias) treinadas especificamente para este trabalho. O objetivo é identificar o uso de espécies florestais, tanto para subsistência como para comercialização. Esse trabalho começou em maio de 2006 e pretende seguir pelos próximos anos. Desenvolver planos de comercialização com a participação plena das comunidadesalvo, inclusive intercâmbios entre as comunidades e visitas a mercados As comunidades possuem produtos diferentes e características próprias de produção e comercialização. Por isso, o plano de comercialização de cada comunidade deve incluir a estratégia de marketing mais apropriada ao seu tipo de produto, produção e comercialização, além de integrar os conhecimentos locais. Dessa forma, para iniciar a discussão sobre os planos de comercialização (a serem desenvolvidos nos próximos anos do 32 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 projeto) foram identificadas diferentes metodologias para desenvolvê-los. O resultado foi a formação de uma coletânea de planos de comercialização e de negócios desenvolvidos por outros projetos (ProManejo, ProVarzea). Também foi formalizada a parceria (e participação no conselho) com o Programa Bolsa Amazônia ligado ao Poema (www.bolsaamazonia.com). Esse programa é um consorcio regional que promove produtos amazônicos sustentáveis; fomenta parcerias entre produtores amazônicos e empresas interessadas no uso sustentável da biodiversidade; fortalece a capacidade gerencial, tecnológica e mercadológica de produtores e empresas associativas de base comunitária; e estabelece uma rede de negócios e de cooperação entre a Bolívia, Brasil, Colômbia e Equador. A Bolsa Amazônia traz ao mercado a possibilidade de realização de negócios sustentáveis e de contato com novos produtos regionais, com interesse em comercializar produtos acabados das comunidadesalvo envolvidas no projeto. Atividade 3-C: Aumentar a consciência sobre os produtos florestais por meio do desenvolvimento da capacidade e elaboração de políticas públicas A maior parte das ações desta atividade se concentra a partir do segundo e terceiro anos do projeto. Uma primeira ação foi compreender o sistema de coleta e analise de dados oficiais do IBGE e fazer contatos iniciais para verificar a possibilidade de os resultados dos projetos serem incluídos nos boletins de estatísticas anuais desse órgão. Para isso, foram realizadas visitas ao escritório nacional do IBGE no Rio de Janeiro e ao escritório regional de Belém. Verificou-se que a coleta de dados é bastante problemática e se pode contribuir com metodologia e informações para melhorar a coleta a partir das experiências que estamos acumulando.. O maior problema do IBGE é a falta de recursos financeiro e pessoal capacitado para realizar seu trabalho, que interfere na qualidade dos dados. O contato foi estabelecido e uma troca de informações poderá ser viabilizada no futuro. Com vistas a ampliar a compreensão do papel dos mercados e outros mecanismos econômicos em políticas publicas, foi realizado o curso “Métodos Práticos de Análise de Políticas Públicas” entre os dias 19 e 23 de junho de 2006. Esse curso contou com a participação de 19 pessoas, entre profissionais de ONGs (Imazon, WWF-Brasil, Cifor, Ipê, Usaid, IEB, Ipam, IFT, Pesacre, Associação de Defesa Etno Ambiental - Kanindé) e agências governamentais (Embrapa–Cpatu, Embrapa–AP, Ibama, Escola Agrotécnica Federal de Manaus) (Anexo 20) . O curso foi realizado em parceria com o Serviço Florestal Americano e a Universidade Estadual da Carolina do Norte com co-financiamento da Usaid. Esse curso focalizou áreas-chave como demanda por serviços ambientais, avaliação de programas, manejo florestal, além de noções básicas de economia. A avaliação dos participantes foi 33 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 muito positiva, inclusive com pedidos para repeti-lo em outros locais, estendê-lo a outro público e realizar outros cursos semelhantes abordando temas diferentes. Um todo, que foi afetado por restrições orçamentárias no primeiro ano, cuidados e deliberações requeridas no desenvolvimento de relações com as comunidades locais e o algo grau de integração entre os componentes. Isso significa que muito tempo no primeiro ano foi utilizado para a realização de trabalhos de base para ações nos próximos anos. 2.1. resultados alcançados no primeiro ano de atividades Percebe-se que na maioria das casos foram realizadas atividades além das planejadas (por exemplo foram realizadas pesquisas de mercado em cinco cidades e não em apenas três como estava planejado). Assim, conclui-se que o primeiro ano do projeto foi bastante produtivo, os objetivos foram alcançados e grande parte do cronograma foi cumprido no prazo estipulado. Nos momentos em que isso não aconteceu a falha ocorreu por causa de limitações administrativas (efetivação do contrato com parceiro), que deve ser equacionado no próximo período. A seguir, apresenta-se um resumo dos resultados alcançados em relação aos resultados esperados. 34 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 Tabela X. Resultados previstos do projeto e resultados alcançados no primeiro ano de atividade. Resultados Objetivos Meios de verificação Comunidades debatem e influenciam Fóruns sobre reforma agrária, regionais e em propostas de políticas fundiárias, locais, constituídos e fortalecidos, Resultados alcançados esperados I. Capacidades comunitárias de análise, decisão para e manejo florestal realizados, negociação regularização fundiária são 4 fóruns sobre regularização fundiária e Comunidades têm situação fundiária Definição fundiária de cerca de 500 mil definida, hectares de área das comunidades aumentadas. 243 mil hectares processo 10 Planos de uso comunitários são Planos de uso elaborados e aprovados pelas utilizados comunidades como instrumento para de 20 Comunidades adotam praticas de florestas definição em fundiária, beneficiando 540 famílias, Sistematização regularização fundiária de das experiências Posicionamento político sobre processos de RF comunitária de definição fundiária em elaborados; Gurupá. Documento em edição, manejo a partir de estratégias de segurança fundiária Participação em fóruns políticos e técnicos sobre regularização fundiária, Propostas de apresentadas políticas visando públicas estimular o 203 comunitários mercado de produtos florestais e sua treinados transparência florestal em (79 práticas comunitário e mulheres) de manejo organização comunitária, 3 planos de uso elaborados e em processo de discussão na região de Gurupá 35 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 II. Sistemas de manejo Três sistemas de manejo de uso Monitoramento ambiental e sócio-econônico 3 experimentos de manejo de uso florestal de uso múltiplo múltiplo dos projetos múltiplo implantados em Gurupá, são validados adaptados praticados e da floresta adaptados e Produção de mapas temáticos sobre pelas comunidades Comunidades têm informações e acesso treinamento a distribuição e uso dos recursos florestais Relatórios de atividade do projeto que serão base para elaboração de sobre estes sistemas (no mínimo 5 materiais Atas de reunião/treinamentos planos de uso, técnicos e populares publicados, 500 Monitoramento do projeto 112 Sistema Famílias usam e adaptando de monitoramento do projeto: e técnicas de manejo, espécies de interesse para produção Registros do IBAMA de florestal, regulamentações Participação em fóruns para revisão e florestais é debatida e negociada em Diagnósticos sócio-econômicos e produção em adaptação fóruns comunidades com ação direta do projeto manejo florestal, de políticas participação mulheres) Formulação de banco de dados sobre entrevistas práticas desenvolvidas no projeto Adaptação (35 treinados em mapeamento participativo pessoas treinadas) 100 comunitários públicas representativa com da regulamentação de de Aumento da produção de produtos florestais comunidades manejados, Informações sobre uso do território e de recursos florestais por comunidades locais apóiam processos de regularização fundiária III. Estratégias para Sistema piloto de informações de Monitoramento da quantidade, qualidade e 10 (6 mulheres) comunitários treinados capturar maior valor de mercado testado e disponível para volume em estudos de mercados e pesquisa de de vendas nas comunidades 36 Relatório técnico intermediário – Consórcio Comunidades e Floresta Período junho de 2005 a julho de 2006 envolvidas, marketing, envolvidas receberem e fazerem uso Publicações e relatórios do projeto bem como 20 destas informações, sua demanda comercialização Informações disponíveis no site do projeto e preços, mercado para produtos incorporação florestais oficiais, são desenvolvidas e testadas. 5 à coleta além planos das de de dados comunidades comercialização de mulheres)treinados e formulação em de dos parceiros, Estudos sobre mercados para produtos produtos florestais desenvolvidos nas Cobertura da mídia de atividades e resultados comunidades envolvidas no projeto, (5 florestais, em 5 regiões, iniciados, apoiados pelo projeto Demanda de 100 treinamentos e/ou Monitoramento de indicadores específicos, 19 (5 mulheres) técnicos e publicações referentes à metodologia pesquisadores treinados em métodos de práticos de análise de políticas públicas, construção comercialização de planos de participativos por comunidades além do escopo do Participação e 2 feiras internacionais projeto sobre mercados de produtos florestais, utilizando metodologia desenvolvida, Formalização de parceiras com Melhora na qualidade, volume e/ou organização para uso das informações preço geradas (Bolsa Amazônica), recebidos florestais pelos das produtos comunidades envolvidas, Propostas de apresentadas políticas visando públicas estimular o mercado de produtos florestais e sua transparência 37 2.2. Cronograma de atividades para o Segundo Ano Tabela 5. Cronograma de atividades proposto para o Segundo ano de atividade do Projeto. ANO 2 Semestre 1 ATIVIDADES Implementing Semestre 2 Body 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 COMPONENTE 1 Analisar processos locais (estudos de caso) para definição fundiária em Gurupá, Porto de Moz e Marabá. Realizar seminário local para analisar as oportunidades e impedimentos legais dos arranjos locais para definição fundiária Identificar iniciativas locais promissoras de definição fundiária na Amazônia (Brasileira, Boliviana e Peruana), Realizar Workshop com especialistas para analisar as oportunidades e limites dos arranjos locais para definição fundiária, Apresentar proposições para políticas públicas fundiárias Realizar capacitação nas comunidades de Porto de Moz e Gurupá em mapeamento participativo e elaboração de planos de uso Publicar documento com a sistematização das experiências de regularização fundiária das comunidades de Gurupá Analisar os processos de regularização fundiária na ResEX Verde para Sempre Publicar guia sobre metodologias de mapeamento participativo para elaboração de planos de uso por comunidaes COMPONENTE 2 Identificar espécies importantes (Marabá) Cifor, Fase, IEB Cifor, Fase, Ieb, Imazon Cifor, Imazon, Ieb Cifor, Fase, Ieb, Imazon Cifor, Fase, Ieb, Imazon Cifor, Fase, Ieb, Fase, Imazon, Cifor, Ieb Imazon, Ieb, Cifor, Fase Fase, Imazon, Ieb, Cifor IMAZON Mapeamento participativo (Marabá, Porto de Moz, comunidade 2 Estuário (Afuá) Preparação de banco de mapas no SIG (Marabá, Porto de Moz, comunidade 2 Estuário) CIFOR, IMAZON IMAZON Testar mapas (Marabá, Porto de Moz, comunidade 2 Estuário) CIFOR, IMAZON Definir áreas para inventários (Marabá, Porto de Moz, comunidade 2 Estuário) CIFOR, IMAZON Documentar conhecimento local (todos os sitios) CIFOR, IMAZON Sintetizar informação científica sobre espécies CIFOR, IMAZON Analisar a literatura sobre uso múltiplo CIFOR, IMAZON Coletar dados ecológicos estratégicos CIFOR, IMAZON Inventário de espécies de interesse dos comunitários (Marabá, Porto de Moz, comunidade 2 Estuário) CIFOR, IMAZON Estudos da produção (todos os sítios) CIFOR, IMAZON Formular propostas para regulamentos florestais CIFOR, IMAZON Produzir resumos sobre questões políticas chaves CIFOR, IMAZON Disseminar informação para movimentos sociais e comunidades CIFOR, IMAZON COMPONENTE 3 Estudo de mercado e produção peri-urbano – relatório Digitar e analisar dados da Flona Tapajós Continuar estudo de produção e disseminação de informação e demandas em Gurupá Disseminação de informações de mercado (possivelmente através de rádio ou através de cursos, seminários e outras atividades com outros componentes) Continuar estudo de produção e disseminação de informação e demandas em Porto de Moz Assistência com comercialização em Gurupá Assesoria jurídica para as comunidades em questões de comercialização 38 Aplicar questionário de opiniões em Marabá Aplicar questionário de diagnóstico em Marabá Estudo de produção e disseminação de informação e demandas em Marabá Reunião com IBGE para apresentar resultados do 1º ano e verificar possibilidades de colaboração para o 2º ano Curso de comercialização para lideranças comunitarias com apoio do SEBRAE Treinamento de estagiários Coleta de dados em Belém Coleta de dados em Manaus Coleta de dados em Macapá Coleta de dados em Marabá Coleta de dados mais aprofundada em São Paulo, com o financiamento de aluno de pós-graduação para realizar tese sobre o assunto 2.3. Equipe Técnica e Administrativa do Projeto. Imazon Paulo Amaral – M.Sc. Manejo Florestal e Conservação da Biodiversidade.Coordenador Geral do Projeto Marina Londres – Engenheira Florestal Waldir Pinto – Técnico Comunitário Simone Bauch – Engenheira Florestal Edson Vidal – Dr. Ciências da Engenharia Ambiental. Pesquisador Associado Mark Schulze – Dr. Ecologia. Pesquisador Associado Rodney Salomão – Engenheiro Florestal Ana Cláudia Rodrigues – Contadora Elson Vidal – Gerente Financeiro Isabelle Correa – Assistente Financeira Verônica Oki – Controller Wanessa Ferreira – Assistente Financeira. IEB Manuel Amaral – Ms. Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável. Coordenador Katiuscia Fernandes – Engenheira Ambiental Sybele Menezes – Secretária Ailton Dias – Especialista em Desenvolvimento Rural Lidiane Melo – Bacharel em Ciências Políticas 39 FASE Carlos Augusto Ramos – Engenheiro Florestal - Coordenador Lucidéa da Silva – Gestão em turismo.Assistente Administrativa Girolamo Treccani – Advogado.Consultor jurídico Francisco Barbosa – Engenheiro agrônomo. Consultor Nilza Miranda – Técnica Agrícola e Florestal Adamor da Silva – Agente Comunitário de Desenvolvimento Local Manoel da Costa – Agente Comunitário de Desenvolvimento Local Pedro Vieira – Agente Comunitário de Desenvolvimento Local Maria Antônia do Nascimento – Secretária Executiva 3. Partners and other Co-operation 4. Visibilidade Brochura para Divulgação do Projeto. Este produto tem sido usado para divulgar o projeto em seminários e reuniões técnicas (Anexo 21), especialmente nas regiões onde estão sendo executadas ações diretamente no campo. Grupo de Apoio a Ações da Resex Verde para Sempre. Os parceiros do projeto ajudaram a constituir um grupo de apoio para definir e implantar ações estratégicas para a Resex Verde para Sempre. Participam desse grupo o Ibama/Cnpt, o Greenpeace, CPT Prelazia do Xingu, o Conselho Nacional dos Seringueiros, o Imazon, a Fase, o IEB e o Cifor. A principal atividade desse grupo foi desenvolver uma série de reuniões em Porto de Moz para definir as ações para a efetivação da Resex. O projeto participou das seguintes reuniões internacionais: III Reunión Anual de Investigación sobre Manejo Forestal O evento organizado pelo IBIF contou com apresentação de cerca de 80 trabalhos acadêmicos e técnicos sobre manejo florestal. Paulo Amaral ministrou a palestra “Manejo Comunitario en la Cuenca Amazónica: roles y retos para las instituciones locales”, a qual foi considerada uma das melhores do evento. A apresentação contou com um público 40 aproximado de 70 pessoas, entre estudantes, pesquisadores e técnicos do governo. O evento foi bastante útil para renovar contatos com instituições locais (Cadefor, Bolfor) e estabelecer novos contatos (IBIF). Small Medium Forest Enterprise Development for Poverty Reduction: Opportunities and Challenges in Globalizing Markets Paulo Amaral participou deste seminário no período de 23 a 25 de maio/2006 no Catie em Costa Rica na Costa Rica. O seminário, Organizado pelo Catie e FAO, contou com a participação de 200 pessoas de 36 países. Foram apresentados 32 casos de relação de negócios entre empresas e comunidades. O pesquisador participou de um painel sobre manejo comunitário e mercados. Os resultados serão publicados em um relatório do evento previsto para agosto. Um resultado importante foi o contato com a Universidade de La Paz que convidou o consórcio para fazer parte de uma rede de intercâmbio para Manejo Florestal Comunitário na América Latina. 41 ANEXOS Anexo 1 42 Anexo 2 Lista de participantes da 1º Oficina de Regularização Fundiária e Manejo florestal comunitário Local: FASE – Gurupá/Pará Data: 17 a 21 de abril de 2006 Nº Nome 1 Adenauer Silva 2 Adelino Pantoja da Costa 3 Alcione Gomes Pimentel 4 Alípio Corrêa 5 Almir Malheiros Barbosa 6 Antonio do Socorro Cordovil 7 Benevaldo Marques Correa 8 Coriolano Ferreira do Nascimento 9 Edgar Pantoja de Souza 10 Erizane Palheta dos Santos 11 Erminio Marques Tenório 12 Hermes Viana da Costa 13 José Antonio Pereira Ferro 14 José Ivanildo Gama Brilhante 15 José Trindade Silva de Souza (Zé Pimba) 16 José Vagner Primavera Pinto 17 Manoel Francisco 18 Manoel Moacir Gonçalves Alho 19 Manoel Pantoja da Costa 20 Manoel Vitório Neto 21 Manuel Cordovaldo Chaves de Souza (Codó) 22 Maria da Conceição Martins Fernandes 23 Nelcindo Rodrigues de Jesus 24 Nelsindo Rodrigues de Jesus (presidente da Cooperativa) 25 Paulo Fernandes Barbosa 26 Pedro Pereira de Almeida Protásio dos Santos Silva (presidente da Colônia de 27 pescadores) 28 Raimundo Godofredo de Castro Veiga (presidente do STR) 29 Sandra Primavera Pinto 30 Sebastião Gonçalves Pena 31 Sebastião Oliveira do Nascimento Sexo M M F M M M M M M F M M M M M M M M M M M F M M M M M M F M M 43 Anexo 3 Lista de participantes da 2º Oficina de Regularização Fundiária e Manejo florestal Comunitário Local: COOMAG – Gurupá/Pará Data: 30 de junho de 2006 Nº Nome Idade Sexo Localidade 1 Adamor Chaves 2 Adelino Pantoja da Costa 3 Alcione Gomes Pimentel 4 Alípio Corrêa M 5 Almir Malheiros Barbosa M 6 Antonio do Socorro Cordovil 7 Benevaldo Marques Correa M Carrazedo (Área remanescente de Quilombo) 8 Coriolano Ferreira do Nascimento M Camutá do Ipixuna (Área remanescente de Quilombo) 9 Edgar Pantoja de Souza 71 M Marajoí 10 Erizane Palheta dos Santos 15 F Marajoí 11 Erminio Marques Tenório 47 M 12 Hermes Viana da Costa 13 José Antonio Pereira Ferro 52 M 14 José Ivanildo Gama Brilhante 25 M 15 José Trindade Silva de Souza (Zé Pimba) 40 M Marajoí 16 José Vagner Primavera Pinto 27 M COOMAG 17 Manoel Francisco M 18 Manoel Moacir Gonçalves Alho M Gurupá - Moju 19 Manoel Pantoja da Costa 54 M FASE (Quimlombola) 20 M 22 Manoel Vitório Neto 56 Manuel Cordovaldo Chaves de Souza 48 (Codó) Maria da Conceição Martins Fernandes 19 F 23 Nelcindo Rodrigues de Jesus M 24 Nelsindo Rodrigues de Jesus (presidente da Cooperativa) 25 Paulo Fernandes Barbosa 26 Pedro Pereira de Almeida 27 Protásio dos Santos Silva (presidente da Colônia de pescadores) 28 Raimundo dos Santos Ferreira 21 M Ilha Gurupaí 71 M Gurupá Mirim (Área remanescente de Quilombo) 20 F 36 M M 58 Ilha de Stª Bárbara (Projeto de Assentamento Agroextrativista) Ilha das Cinzas (Projeto de Assentamento Agro-extrativista) M Gurupá-Mirim (Área remanescente de Quilombo) Alto Jaburu (Reserva de Desenvolvimento Sustentável) M Moju 23 M 82 M STR Camutá do Estadual) 65 (Assentamento Agroextrativista M Rio Veado (Projeto de Assentamento Agro-extrativista) M Camutá do Estadual) M Moju 30 Raimundo Godofredo de Castro Veiga 58 (presidente do STR) Sandra Primavera Pinto 32 F COOMAG 31 Sebastião Gomes de Farias 49 M 32 Sebastião Gonçalves Pena 58 M 33 Sebastião Oliveira do Nascimento 50 M 29 Pucuruí Pucuruí (Assentamento Agroextrativista 44 Anexo 4 Carta do(a)s Agricultore(a)s Familiares da Transamazônica e Xingu pelo Manejo Florestal Comunitário A pressão sobre os recursos florestais na Amazônia brasileira tem aumentado a cada ano, causando altas taxas de desmatamento e afetando a vida das pessoas que dependem do uso da floresta. Embora em situação desfavorável, especialmente no que diz respeito à implementação de políticas públicas que favoreçam práticas mais sustentáveis de uso dos recursos florestais, o(a)s agricultore(a)s familiares da Amazônia brasileira têm experimentado vários modelos de manejo florestal. Na região da Transamazônica e Xingu, o manejo florestal comunitário tem sido discutido por centenas de famílias. Estas, no entanto, enfrentam uma série de barreiras para consolidar ações de manejo florestal comunitário, entre as quais: (i) indefinição fundiária; (ii) infra-estrutura precária que compromete o acesso das comunidades aos mercados; (iii) inexistência de assessoria técnica qualificada para trabalhar com manejo florestal pelo(a)s agricultore(a)s; (iv) falta de informações sobre e acesso a mercados; entre outras. Para aprofundar essas questões e identificar as condições necessárias para que as famílias possam implementar ações de manejo florestal comunitário, várias organizações da região têm realizado ações de sensibilização e capacitação de agricultore(a)s nessa direção. Entre estas, o IEB, o LAET, a CPT/Prelazia do Xingu e a UFPA realizaram o curso Manejo Florestal Comunitário: construindo conhecimentos e valorizando nossa floresta, no período de 07 a 10 de fevereiro de 2006, no Centro de Formação Bethânia, em Altamira. Como parte do programa do curso, realizou-se a mesa redonda: “Acessando Políticas Públicas para o Manejo Florestal Comunitário”, na qual participaram representantes dos órgãos governamentais, organizações de representação e apoio aos movimentos sociais, estudantes e técnicos da região. As lideranças de agricultore(a)s presentes no curso vêm a público apresentar os problemas que as famílias vivem e reivindicar: Ao INCRA e ITERPA • A imediata regularização fundiária das áreas que estão em processo na região, em especial da expansão do PA Itapuama (Naufal), com a devida demarcação dos lotes, e nas comunidades de Porto de Moz que se encontram fora da ResEx (rio Majari). Ao MDA • Acesso às políticas da Reforma Agrária, assegurando questões estruturais por exemplo, crédito, estradas, educação, saúde, etc. para as famílias terem condições favoráveis para desenvolverem o manejo florestal comunitário; • Apoio às iniciativas de comercialização dos produtos florestais comunitários; • Criação e implementação de programas de capacitação em manejo florestal comunitário para técnicos de órgãos do governo (INCRA, IBAMA, BASA e órgãos de assessoria técnica), considerando não só aspectos técnicos de manejo florestal de pequena escala e baixa intensidade (a partir da perspectiva de uso múltiplo), mas também aspectos sócio-organizacionais, culturais e políticos para que reflitam questões específicas dos agricultores familiares; e • Considerar o aproveitamento da floresta pelas famílias nos programas de assessoria técnica oficial. 45 Ao IBAMA • Sensibilidade e agilidade na análise e aprovação dos planos de manejo florestal comunitário na região; e • Apresentação imediata do resultado do cadastramento das famílias residentes na ResEx Verde para Sempre. Ao BASA • Simplificação dos procedimentos para acesso às linhas de crédito para o manejo florestal comunitário; e • Capacitação de técnicos para elaboração e acompanhamento de projetos. Ao MMA • Continuação das ações de organização comunitária, sensibilização, capacitação, aprovação e operacionalização das etapas do manejo, apoiadas pelo ProManejo, como mecanismo de consolidação do manejo florestal comunitário na região. Para isso, o(a)s agricultore(a)s participantes da capacitação se comprometem a unir esforços para: • Criar e consolidar um fórum sobre manejo florestal comunitário na região da Transamazônica e Xingu, constituído por agricultores familiares, seus representantes e organizações de apoio como mecanismo promoção e acompanhamento da implementação de políticas públicas que favoreçam o manejo florestal comunitário; e • Criar e implementar programas de capacitação aos agricultores para lidarem com a questão do manejo florestal comunitário. Altamira, 10 de fevereiro de 2006 Assinam: 46 Anexo 5 Manifesto dos trabalhadores e trabalhadoras agroextrativistas de Gurupá Como continuidade dos processos de luta e articulação dos trabalhadores e trabalhadoras agroextrativistas do município de Gurupá, foi realizado no rio Uruaí, na sede da Casa Familiar Rural de Gurupá, nos dias 09 e 10 de junho de 2006, o I Encontro Municipal sobre o Manejo Comunitário dos Recursos Naturais com a participação atuante de entidades representativas do município. As organizações presentes constataram que as comunidades gurupaenses têm implantado ao longo dos anos a prática do manejo dos recursos naturais na região, representada pela regularização fundiária; pela adoção de planos de uso; acordos de pesca; manejo florestal dos açaizais nativos e conseqüente diminuição da devastação pelo corte de palmito; plano de manejo madeireiro e não madeireiro e sensibilização para que outras famílias busquem se regularizar perante os órgãos ambientais; conscientização ambiental; enfim, as comunidades estão fazendo o seu dever para com a sociedade amazônica de conservar os recursos naturais que as cercam. Apesar das conquistas alcançadas nos últimos tempos, entendemos que muito é preciso melhorar. Mais do que isso, é necessário o reconhecimento dos órgãos municipais, estaduais e federais do nosso esforço em defender a Amazônia. Desta forma, exigimos como cidadãos de Gurupá: • Que o poder público municipal insira os métodos de manejo florestal, pesca artesanal e regularização fundiária no plano diretor que está sendo elaborado para Gurupá; • Que o poder público municipal crie políticas públicas pautadas nas ações de manejo florestal do Movimento Popular, ajudando a disseminar as técnicas pelo município; • Que as entidades locais promovam a troca de experiências entre comunitários sobre o manejo florestal dentro do município; • Que a prefeitura municipal de Gurupá faça a representação junto ao IBAMA para a aprovação dos planos de manejo florestal comunitários. • Que o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente crie uma certificação municipal para reconhecer a atividade de manejo para o produtor agroextrativista consciente e atuante do uso sustentável da natureza. As entidades que participaram deste evento também têm a certeza que o órgão ambiental federal, ou seja, o IBAMA, não atendeu a demanda das comunidades tradicionais ou muito pouco faz para mudar a distância entre trabalhadores rurais e o órgão. Assim, legitimados pelas nossas ações conservacionistas, exigimos: • Que os planos de manejo florestais comunitários, uma vez analisados e aprovados, sejam liberados em tempo hábil para a exploração florestal. Do jeito que está, torna-se inviável continuar acreditando no IBAMA; • Maior participação do IBAMA nas discussões envolvendo os trabalhadores rurais e suas demandas florestais. 47 O tempo do debate com os órgãos ambientais e fundiários sem resultados para nós acabou. Como somos prejudicados na valorização da nossa madeira e de nossos outros produtos pela lentidão do IBAMA e dos órgãos fundiários, buscaremos os meios pacíficos de manifestação para demonstrar nossa insatisfação. Também acionaremos o Ministério Público para agir contra a inoperância de tais órgãos governamentais a nível estadual e federal. Gurupá, 10 de junho de 2006. Assinam o manifesto: Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Gurupá - STR Associação dos Produtores do Rio Jaburu - APROJA Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas do Distrito do Itatupã - ATAEDI Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Ilha de São Salvador - ATAISS Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos de Gurupá - ARQMG Associação dos Trabalhadores Rurais Agroextrativistas do Rio Turé - ATART Associação dos Trabalhadores Rurais da Ilha das Cinzas - ATAIC Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Setor Moju - APROSEM Associação da Casa Familiar Rural do Município de Gurupá – ACFAG Cooperativa Mista Agroextrativista de Gurupá - COOMAG Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional – FASE Câmara Municipal de Vereadores de Gurupá 48 Anexo 6 49 Anexo 7 Carta de Afuá As comunidades agroextrativistas, sindicatos de trabalhadores rurais, Fórum de Articulação de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais para o Manejo Florestal Comunitário no Estuário do Rio Amazonas - FAE, entidades representativas da região e instituições públicas, reunidas na cidade de Afuá-PA, nos dias 11, 12 e 13 de novembro de 2005, vêm através deste documento, exigir o atendimento pelas autoridades competentes das seguintes necessidades: ⇒ Realização de seminários no Marajó sobre regularização fundiária em benefício de populações tradicionais envolvendo INCRA, GRPU, IBAMA, ITERPA e demais instituições públicas ligadas ao assunto; ⇒ Inclusão do FAE no Comitê Gestor de Várzeas para a regularização fundiária nas várzeas, processo que está sendo coordenado pela GRPU; ⇒ Criação de departamentos específicos no IBAMA para tratar assuntos relacionados ao manejo florestal comunitário; ⇒ Fortalecimento do IBAMA Breves para atender aos municípios abrangidos por seu trabalho; ⇒ Apoio financeiro e institucional pela Secretaria de Educação do Estado do Pará à Implantação de casas familiares rurais nos municípios do estuário do rio Amazonas; ⇒ Promover mudanças na lei do defeso, adequando-a às realidades regionais. Além das demandas acima levantadas, o FAE, associações comunitárias e sindicatos de trabalhadores rurais propõem-se ao longo de 2006 a: ⇒ Trabalhar a capacitação das comunidades tradicionais nos temas ligados ao manejo dos recursos naturais e documentação da terra; ⇒ Mobilizar os trabalhadores e trabalhadoras agroextrativistas do estuário para os debates sobre gestão ambiental e territorial; ⇒ Incentivar a realização de diagnósticos sócio-econômicos e elaboração de planos de uso dos recursos naturais nos municípios abrangidos pelo FAE; ⇒ Acompanhar os debates sobre pesca artesanal em sua área de abrangência; ⇒ Incentivar a realização de oficinas sobre artesanato na região de abrangência do FAE. ⇒ Realização do V Encontro de Manejo Florestal Comunitário do Estuário do Rio Amazonas no Município de Curralinho. Destaca-se como um ponto marcante do evento o fortalecimento do FAE como um dos principais instrumentos para a consolidação das propostas aprovadas, assim como para o encaminhamento de demandas que representem o interesse das comunidades envolvidas. Afuá (PA), 13 de novembro de 2005. Assinam este documento: Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Afuá 50 Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Anajás Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Breves Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Portel Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Curralinho Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Gurupá Colônia Z 68 de Melgaço Colônia Z 62 de Breves Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas do Rio Acutipereira/ATAA - Portel Associação dos Trabalhadores Agroextrativista do Jaburu/APROJA – Gurupá Associação dos Pequenos Produtores da Ilha de Santa Bárbara/ATRISB - Gurupá Associação Livre dos Pescadores e Pescadoras Artesanais de Gurupá/ALPPAR Associação dos Trabalhadores Agroextrativista da Ilha das Cinzas/ATAIC - Gurupá Associação Municipal da Casa Familiar Rural da Gurupá/CFR Federação de Órgãos Para Assistência Social e Educacional/FASE Associação Comunitária de Desenvolvimento Sustentável Agroextrativista do Rio Majari de Porto de Moz Associação dos Pequenos Extratores de Madeira do Município de Portel IBAMA –Breves Associação de Mulheres da Área Rural de Curralinho Vereadora Simone Moura da Silva – PT Portel Vereador Nilton Paes - PT Afuá Grupo de Trabalho da Amazônia/GTA Associação dos Trabalhadores Agroextrativista da Ilha de São Salvador/ATAISS-Gurupá Projeto Manejo dos Recursos Naturais da Várzea – ProVárzea/IBAMA Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Rio Acutipereira/APERAP – Portel Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia - IMAZON CPATU - EMBRAPA Amazônia Oriental Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas do Rio Turé - Gurupá Associação dos Produtores Tucano-açu/APROTAÇU - Breves Associação dos Trabalhadores Agroextrativista do Distrito do Itatupã/ATAEDI - Gurupá Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Afuá Universidade Federal Rural da Amazônia/UFRA 51 Anexo 8 IDENTIFICATION OF PRIORITY SPECIES PARTICIPATORY MAPPINGS DEFINITION OF STRATEGIES FOR RESOURCE INVENTORY AND ECOLOGICAL STUDIES FOREST RESOURCE COLLECTION OF INVENTORIES STRATEGIC ECOLOGICAL DATA IMPROVE MULTIPLE - DEVELOP LOCAL USE MANAGENT SYSTEMS AND REGIONAL CAPACITY INFLUENCE PUBLIC POLICY RELATED TO SUSTAINABLE FOREST USE Diagram of strategic action plan for component 2 (forest management). 52 Anexo 9 Relação das 94 espécies escolhidas, distribuídas entre porte, tipos de uso (madeira, PFNM e múltiplo uso) e importância (alta, média e baixa). Comunidade São João do Jaburu, Gurupá/PA. A B Figuras de algumas espécies de interesse. A- flor C D da andiroba; B- açaizal na beira do rio; CFotos: © Marina Londres árvore de pau- mulato; D- folha do arumã. 53 Anexo 10 54 Anexo 11 55 Anexo 12 56 Anexo 13 57 Anexo 14 58 Anexo 15 59 Anexo 16 60 Anexo 17 61 Anexo 18 Densidades de árvores comerciais de uso madeireiro (DAP >45 cm) e não madeireiro (DAP >30 cm) nos quatro tipos de floresta/ambiente da Comunidade São João do Jaburu, Gurupá/PA. A B Fotos: © Marina Londres C D Imagens dos quatro diferentes tipos de floresta da comunidade São João do Jaburu. A- Terra Preta; B- Igapó; C- Baixio; D- Restinga. 62 Anexo 19 63 Anexo 20 Economia florestal: Métodos práticos de análise de políticas públicas Participante 1. Alberto Tavares Pereira Júnior 2. Amintas de Oliveira Brandão Júnior 3. 4. 5. 6. 7. 8. Danielle Celentano Denys Serrão Pereira Denis Ribeiro do Valle Eduardo H. Ditt Eric Stoner Gordon Armstrong 9. Katiuscia Amanda Fernandes Nascimento 10. Lidiane Rocha de Oliveira Melo 11. Lucilene Oliveira da Silva Amaral Instituição WWF-Brasil Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia – Imazon Imazon Imazon CIFOR/Embrapa – Cpatu Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPÊ US Agency for International Development Instituto Internacional de Educação do Brasil – IEB do IEB 12. Maximiliano Roncoletta 13. Ronei Sant’Ana de Menezes 14. Samuel Vieira Cruz 15. Sérgio Evandro Costa Martins Filho 16. Sergio Luiz do Bomfim 17. Wandreia N. dos Santos Baitz 18. Carlos Gabriel Gonçalves Koury 19. Antonio Claudio Almeida de Carvalho Observers: Paulo Amaral Marco Lentini Instructors: Sven Wunder Alexander Macpherson Erin Sills Subhrendu Pattanayak Thomas Holmes Simone Bauch IEB Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM Instituto Floresta Tropical O Grupo de Pesquisa e Extensão em Sistemas Agroflorestais do Acre - Pesacre Kanindé - Associação de Defesa Etno Ambiental CIFOR/Embrapa – Cpatu Ibama Imazon Escola Agrotécnica Federal de Manaus Embrapa AP Imazon Imazon Center for International Forestry Research - CIFOR University of Florida North Carolina State University (NCSU) NCSU/ Research Triangle Institute US Forest Service Imazon 64 The European Commission may wish to publicise the results of Actions. Do you have any objection to this report being published on EuropeAid Co-operation Office website? If so, please state your objections here. Name of the contact person for the Action: …………………………………………… Signature: ……………………………………… Location: ……………………………………… Date report due: ……………………..………… Date report sent: ………………………………. 65