17/11/2010
Atividade Física Adaptada à Gestação
Esp. Diego Roger
[email protected]
Atividade Física Adaptada à Gestação
A única certeza que se tem é a de que nós, profissionais
que vamos trabalhar com gestantes, devemos proporcionar
a elas uma atividade física agradável e segura, respeitando
a individualidade e principalmente, obedecendo regras
básicas de bom senso
(BARROS, 1999)
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Gestação
Pré-termo: IG < 38 semanas (prematuro)
Termo: 38 IG 42 semanas (esperado)
Pós-termo: IG > 42 semanas
IG + Peso
Três trimestres
Gestação
1º trimestre (semana 0 à 12):
Implantação do óvulo fertilizado no útero da mãe, 7 a
10 dias depois da fertilização surgem os primeiros
sintomas da gravidez (alterações emocionais,
aumento do tamanho e sensibilidade das mamas,
aumento da diurese e do cansaço, podendo sentir
também náuseas e vomitar)
É esperado da mãe um pequeno ganho de massa
corpórea, entre 0 e 1, 5 kg
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Gestação
2º trimestre (semana 13 à 26):
A gestante se sente muito bem, sem náuseas e com
mais disposição do que antes
A barriga se torna visível e a mulher se considera
realmente grávida
Primeiros movimentos fetais entre a 19º e a 21º
semana
Gestação
3º trimestre (semana 27 à 42):
Surgem os maiores desconfortos:
Falta de ar,
Dificuldade para encontrar uma posição confortável para
dormir,
Constipação intestinal,
Micção freqüente,
Inchaço nos pés e pernas,
Cansaço geral e dor na região lombar,
As contrações já se tornam regulares a partir do fim do
sétimo mês
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American College of Obstetricians and
Gynecologists - ACOG
Atualmente, recomenda a prática de 30 minutos ou
mais de exercícios físicos de moderada intensidade, em
quase todos os dias da semana durante a gestação,
desde que não hajam outras complicações médicas
( Artal R e O’Toole M. Guidelines of the American College of Obstetricians
and Gynecologists for exercise during pregnancy and the postpartum
period. Br J Sports Med 2003; 37:6 –12)
Atividade Física e Gravidez
Solicitações de orientações
Diversos programas disponíveis
Importante considerar, vantagens, riscos e benefícios
Procura freqüente?
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Objetivos da Atividade Física no Período
Gestacional
Manter ou promover condicionamento físico dentro do
limite fisiológico da gravidez
Reforço muscular
Reduzir risco de lesões em articulações e ligamentos
Correções das alterações posturais (lombalgia)
GRAVIDEZ E EXERCÍCIO FÍSICO
Mitos, Evidências e Recomendações: uma revisão
Gouveia et al
Acta Med Port 20: 209-214, 2007
Objetivo: avaliar os principais fatores que influenciam a
prática de exercício físico durante a gravidez e a
informação das mães relativamente aos seus efeito
Método: estudo longitudinal com 475 grávidas,
avaliação do estilo de vida através de um questionário,
tipo intensidade do exercício duração e período de
realização
Resultado: embora a maioria das mães compreenda os
benefícios do exercício físico na gravidez, isso não se
traduziu num aumento da sua prática.
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GRAVIDEZ E EXERCÍCIO FÍSICO
Mitos, Evidências e Recomendações: uma revisão
Gouveia et al
Acta Med Port 20: 209-214, 2007
Conclusão:
Assim, parece-nos fundamental o papel dos
profissionais de saúde na educação, informar as
mulheres de forma a reforçar os aspectos benéficos do
exercício físico no bem estar da grávida e do futuro
bebê, na tentativa de incentivar para o início e
manutenção da prática de atividade física regular.
Tipos de Atividade Física
Atividades de baixo risco
Atividades de médio risco
Atividades de alto risco (desfavoráveis)
(CRISTÓFALO, C.; MARTINS, J.A, TUMELERO, S. A prática de exercício físico
durante o período de gestação.Revista Digital - Buenos Aires - Año 9 - N 59 Abril de 2003)
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Baixo Risco
Caminhada
Bicicleta
Hidroginástica
Hidroterapia
Natação
Yoga ?
Tai – Chi Chuan
Pilates
(Cristófalo,2003)
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Médio
Risco
Ginástica aeróbica
Musculação
Esportes de raquete
Esqui
Patinação
(Cristófalo,2003)
Desfavoráveis
Corrida
Esportes de contato: voleibol, basquetebol...
Esportes de alto impacto: saltos, boxe, lutas...
Hipismo
Mergulho: vasoconstrição, hipóxia, hipercapnia
(aumento de CO2)
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Interrupção de Atividade Física
Sangramento vaginal e história de abortos
Dispinéia (falta de ar) pós esforço
Tontura e taquicardia
Dor de cabeça e no peito
Risco de prematuridade
Fraqueza muscular
Diminuição do movimento e sofrimento fetal
Perda de líquido amniótico.
(Acog, 2002)
Interrupção(Matsudo,
de Atividade
Física
2005)
Em caso de doença...
Curar a mãe, sem prejudicar o futuro bebe!
Contra-indicações absolutas: - Doenças miocárdicas:
Enfermidade cardíaca reumática - Trombo flebite - Embolismo
pulmonar recente - Enfermidade infecciosa aguda. - Risco de
parto prematuro - Colo uterino incompetente - Gestação
múltipla - Rotura da bolsa - Retardo de crescimento intrauterino - Suspeita de estresse fetal
Contra-indicações relativas : - Hipertensão arterial? - Falta de
controle pré-natal - Anemia - Enfermidade tiroideanaObesidade excessiva ou extremo baixo peso
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Modificações Psicofisiológicas
↑ Peso corporal: entre 9 –12 Kg até o fim da
gestação
↑ Sobrecarga articular
Dores musculares (coluna, sacro)
↑ Sono (até 4º mês)
↑ Elasticidade ligamentar (risco de lesões)
↑ Débito cardíaco (30 a 50%)
↑ Metabolismo basal
Comprometimento postural
↑ Sensibilidade emocional
Mudança da auto- imagem corporal
Alterações Hormonais]
(Stoppard, M. 2000)
O corpo da mulher, um guia para a vida !
GONADOTROPINA CORIÔNICA:
Hormônio de transição
Aumenta o nível de progesterona no início e estimula
testosterona no final, para o desenvolvimento do
feto masculino
Não estimula mais a ovulação
Impede a involução do corpo lúteo
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Alterações Hormonais
(Stoppard, M. 2000)
O corpo da mulher, um guia para a vida !
PROGESTERONA:
Impede as contrações precoces uterinas
Inibidor da musculatura uterina - relaxamento
Permite um maior concentração de nutrientes
armazenado no endométrio
Alterações Hormonais
(Stoppard, M. 2000)
O corpo da mulher, um guia para a vida !
RELAXINA:
Reduz a estabilidade articular
Flexibilidade dos ligamentos
Maior alongamento da musculatura
PROLACTINA:
Produção de leite e desenvolvimento das mamas
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Alterações Hormonais
(Stoppard, M. 2000)
O corpo da mulher, um guia para a vida !
ESTROGENIO:
Aumento da vascularização uterina
Desenvolve e prolifera a musculatura uterina
Aumentam os ductos e depositam nutrientes nas
células glandulares (aumentam de número)
Alterações Hormonais
(Stoppard, M. 2000)
O corpo da mulher, um guia para a vida !
ALDOSTERONA:
Secretado pelas supra renais
Reduz a excreção de sódio pela urina
Aumento do teor aquoso dos tecidos: edema
EMBEBIÇÃO GRAVÍDICA
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Alterações Hormonais
(Stoppard, M. 2000)
O corpo da mulher, um guia para a vida !
OCITOCINA:
Potencializa as contrações uterinas
GH:
Diabetes gestacional
Alterações Cardiovasculares
Elevação cardíaca, aumento do VE
Aumento dos glóbulos vermelhos: 20%
Aumento do DC: 30-50%
Volume sanguíneo pelo aumento do volume
plasmático: 40 – 50%
Vasos sanguíneos mais relaxados → ↑ quantidade de
sangue → ↑ FC e ↑ temperatura periférica
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Observações Importantes
Retorno venoso prejudicado + aumento do peso
→ veias varicosas e edema de MMII
FC em repouso é igual FC de treino :
Hidro diminui a FC por melhorar o retorno venoso
A cada 1h de exercício sem hidratação há aumento de 1ºc
da nossa temperatura
Observações Importantes
Diminuição da PA até a metade da gestação
Aumento da PA do meio para o final
Aumento da PA está associada a morbidade e
mortalidade fetal
PRÉ ECLAMPSIA:
hipertensão+edema+proteinúria
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Alterações Respiratórias
Elevação da cúpula diafragmática
Aumento do consumo de O2: 20%
Aumento da ventilação
Aumento da FR
Aumento de Peso
Tecido
X
Peso
Sangue..............................................2-3Kg
Feto..................................................3-4Kg
Gordura............................................2-3Kg
Seio..................................................0,5-1Kg
Líquido amniótico.............................1Kg
Útero..................................................1Kg
Placenta.............................................750g
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DIÁSTASE ABDOMINAL
Diástase Abdominal
Segundo Teixeira (2008), os dois músculos que
formam o reto abdominal normalmente são
unidos ao meio por uma linha média, a linha alba.
Com o avanço da idade gestacional, essa
musculatura se estira até o seu limite podendo
ocorrer o alongamento e o afilamento da linha
alba, com a separação dos músculos
Separação maior do que 2 cm ou dois dedos é
considerada importante. Ocorre em 66% das
gestantes no terceiro trimestre de gestação e pode
persistir em 30 a 60% destas mulheres durante o
período pós-parto
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Diástase Abdominal
Diástase Abdominal
Teste: primeira gestação testar a partir do 4º mês
Homem?
Idosas?
(Teixeira, 2008)
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Diástase Abdominal Ausente
Separação até 1 dedo
Abdominais normais
(Teixeira, 2008)
Diástase Abdominal Presente
Separação de 2 dedos
Não realizar
rotação de tronco
Exercícios abdominais são permitidos coma ajuda da
própria gestante
(Teixeira, 2008)
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Diástase Abdominal Presente
Diástase Abdominal Presente
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Diástase Abdominal Presente
Separação mais de 2 dedos
Não realizar:
Elevação de cabeça
Exercícios com MMII
Rotação e flexão nem com ajuda
O que pode fazer então?
Diástase Abdominal Presente
Separação mais de 2 dedos
Contração isométrica
Báscula de pelve
Exercícios respiratórios
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Isometria
Mesma conduta
Solo
Hidro
Respiração
RESPIRAÇÂO FORÇADA
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Observação
Diástase severa
Herniação e flacidez importante
ABDOMINOPLASTIA
Estrutura Básica de Aula
• Parte inicial:
Soltura
Aquecimento articular e orgânico
• Parte principal:
Trabalho aeróbio e /ou localizado
• Parte final:
relaxamento / alongamento
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Observações
O alongamento pode ser proposto em
qualquer parte da aula, mas NÃO
antes do aquecimento!
Adaptação ao meio !!!
Estrutura Básica de Aula
Com ou sem música?
As músicas devem ter melodia agradável ao invés
de uma batida forte
Para trabalhos aeróbios as músicas devem ter
entre 125 e 135 bpm?
Para exercícios localizados, entre 115 e 125 bpm?
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Aleitamento Materno
Estrógeno e progesterona→
aumento e desenvolvimento
das mamas
Aproximação do parto →
aumento volume e peso das
mamas → colostro; IgA
Após o parto → ↓ abrupta de
estrógeno e progesterona→ ↑
prolactina → leite materno
Aleitamento Materno
1o. Leite: colostro: (7 dias)
2o. Leite: Leite de transição (7 – 15 dias)
3o. Leite: Leite maduro ( 15 em diante)
Vínculo mãe e bebê
Proteger contra a mortalidade e morbidade
Infantil
Nutrição de alta qualidade promovendo o
crescimento e desenvolvimento
Menor índice de infecções no RN
Promove o desenvolvimento cognitivo
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Bibliografia
A.C.O.G. Committee on Obstetric Practice. Exercise during
pregnancy and postpartum period, Committee Opinion. No.267.
Int J Gynaecol Obstet, [Sl], v.77, n.1, p.79-81, jan.2002.
ARTRAL, R; WISWELL, R. A; DRINKWATER, B. L. O exercício na
gravidez. 2.ed.São Paulo: Editora Manole, 1999
BARROS.T.L; GHORAYEB, N. Exercícios, Saúde e Gravidez - in: O
Exercício - Preparação Fisiológica, Avaliação Médica, Aspectos
Especiais e Preventivos. Ed. Atheneu, 1999.
BATES, A.; HANSON, N. Exercícios aquáticos terapêuticos. São
Paulo: Editora, Manole, 1998.
BATISTA, D. C.; CHIARA, V. L.; GUGELMIN, S. A. et al. Atividade
física e gestação: saúde da gestante não atleta e crescimento fetal.
Rev. Bras. Saúde Mater.Infantil. v.3, n.2. (ISSN 1519-3829). abr./jun.,
2003.
CUNHA, M.C.;LABRONICI, R.H.D.D.; OLIVEIRA, A.S.B.; GABBAI, A . A.
Hidroterapia .Ver. Fisioterapia Brasil, 2001, 2(6) ,379-385.
DEGANI, Adriana M., Hidroterapia: os efeitos físiológicos e terapêuticos
da áqua.Rev. Fisioterapia em movimento1998,11(1),91-106
26
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