CONTROLE DO FLUXO DE PESSOAS UTILIZANDO
IDENTIFICAÇÃO POR RADIOFREQUÊNCIA
Matheus Stephano B. Moreira¹, Wyllian Fressatti¹
¹Universidade Paranaense (Unipar)
Paranavaí – PR - Brasil
[email protected], [email protected]
Resumo. Este artigo trata sobre a tecnologia RFID, descrevendo as suas diversas
áreas de atuação e o modo como as mesmas se desenvolvem. Apresenta ainda os
itens essências para o funcionamento destas, detalhando, a forma de atuação dos
referidos itens. Será apresentado um aplicativo para demonstrar o uso desta
tecnologia. O sistema fará o controle do fluxo de pessoas em um resort,
monitorando suas atividades dentro do parque sem ser, no entanto, invasivo. O
mesmo visa o conforto e segurança dos hóspedes e ainda trará para o
proprietário, um melhor controle de horários e localização de seus funcionários.
1. Introdução
A tecnologia RFID (ou Identificação por rádio frequência, em português) vem tendo um
destaque enorme nos últimos anos, isso se deve ao fato de que essa tecnologia pode
agilizar vários processos que hoje em dia ainda levam um tempo razoavelmente
demorado para serem colocados em prática, por exemplo, o processo de identificação de
produtos em grandes estoques.
A RFID funciona com microchips que são capazes de armazenar determinadas
informações. Esses microchips podem ser armazenados em diversos formatos e tipos de
recipientes como: botões, cápsulas de vidro, etiquetas, chaveiros, discos e vários outros.
Esses chips são capazes de responder a sinais de rádio enviados por uma base
transmissora. Apesar de muito pequenos, esses chips, trabalham constantemente. Os
mesmos podem ser divididos em duas categorias: passivos e ativos. Os microchips
conhecidos como “passivos” recebem energia do leitor para funcionar e assim que a
onda de rádio atinge a tag ela recebe essa energia e é “ativada”, isso faz com que este
tipo de tag tenha uma vida útil teoricamente infinita. Já a tag “ativa” funciona com uma
bateria própria interna que a faz trabalhar enviando o próprio sinal, porém este tipo de
tag tem uma vida útil menor podendo chegar a até 10 anos. Uma vantagem da tag ativa é
que ela possui uma memória capaz de armazenar vários dados que podem ser
substituídos a qualquer hora eletronicamente. [TEIXEIRA, 2011]
Os principais objetivos deste artigo é mostrar um pouco desta tecnologia que
vem crescendo diariamente. Mostrar como ela funciona, como é implantada e como ela
pode ser útil tendo em vista a agilidade e facilidade de manuseio que ela trás. Serão
abordadas algumas ferramentas necessárias para o uso da RFID, como é o
funcionamento das mesmas e também será explicado sobre a aplicação que foi proposta
neste trabalho, bem como as diversas funcionalidades que a mesma oferece.
2. Fundamentação Teórica Sobre RFID
A tecnologia presente na maioria dos supermercados, atualmente, utiliza-se de código de
barras, devendo o produto ser posicionado visualmente para o leitor. Cada produto, por
sua vez, tem a informação do seu código lida por um leitor, isso faz com que os dados
daquele determinado produto apareçam no sistema e assim por diante. Cada produto vai
sendo lido e somado o seu valor ao resultado final da compra, mas e se esse processo
mudasse? E se mudasse para melhor? As tags (etiquetas em português) RFID podem ser
utilizadas para esse fim Para que essa melhoria aconteça, ao invés de cada produto ser
lido por vez, eles poderiam ser lidos todos de uma vez e sem o menor esforço. Bastaria
apenas que o cliente passasse por um leitor RFID e todos esses produtos seriam lidos
imediatamente e automaticamente seria dado o valor de sua compra e as informações
dos produtos, porém essa não é a única função desta tecnologia que pode apresentar
várias outras qualidades em várias áreas diferentes.
2.1 Identificação de animais
Uma das primeiras aplicações com RFID foi a identificação de animais, utilizando tags
passivas. A utilização desta tecnologia ajuda no gerenciamento e monitoramento dos
animas e até em controle de epidemias e garantia de qualidade dos mesmos.
[TEIXEIRA, 2011]
2.2 Sistema antirroubo de carros
Em um sistema com RFID um leitor é colocado na barra de direção do veículo e uma
tag é aplicada em sua chave, com isso, se o número de identificação da chave não for o
que o carro está programado a ler, o motor não liga. [HECKEL, 2007]
2.3 Smart cards
Os primeiros smart cards foram desenvolvidos na década de 70, mas foi só na década de
90 que sua produção em grande escala se tornou viável. Estes cartões são de plástico e
possuem uma memória ROM. Alguns deles podem possuir microprocessadores.
[HECKEL, 2007].
Dentre as vantagens dos smart cards sobre os cartões de tarja magnética
podemos destacar a sua maior capacidade de armazenamento (alguns microchips podem
chegar a mais de 256kb) e uma maior variedade de mecanismos de segurança.
[OLIVEIRA; PEREIRA, 2006].
Esses cartões, geralmente são usados para controle de acessos a áreas restritas e
para controle de pagamentos. Vários ônibus, em várias cidades, já usam esse processo
para fazer pagamento da passagem. Esses cartões são encontrados também em bancos.
2.4 Bibliotecas
As tags RFID podem ser utilizadas para fazer controle do acervo de bibliotecas e centros
de informação. Algumas aplicações desta tag são: autoatendimento, devolução,
empréstimo, estatística de consulta local, leitura de estante para inventário do acervo,
localização de exemplares indevidamente colocados no acervo, localização de
exemplares em outras bibliotecas da rede e re-catalogação. [TEIXEIRA, 2011].
3. Como Funciona
As etiquetas colocadas nos produtos são dotadas de um microchip que pode ser
rastreado por ondas de radiofrequência e possui também uma resistência de metal (ou
carbono) que é utilizada como antena. Para fazer a transmissão de dados, as etiquetas
respondem a sinais de rádio emitidos de um transmissor, enviando de volta informações
como sua localização e identificação. [PINHEIRO, 2004].
Figura 1 Comunicação com Dispositivo. Fonte: [PINHEIRO, 2004]
Existem quatro itens que são essenciais para o funcionamento desta tecnologia: Antena,
Leitor (ou Transceiver), Tags (Transponders ou RF Tags) e o Módulo de Middleware.
3.1 Antena
De acordo com Pinheiro [2004] a Antena é o que ativa a tag para trocar/enviar
informações (processo de leitura ou escrita).
As antenas criam campos eletromagnéticos que de acordo com a especificação
da antena podem ser transmitidos de diferentes maneiras. A antena trabalha emitindo
sinais de rádio que servem para ativar a tag para trocar informações. Esse sinal pode
realizar tanto leitura quanto escrita de dados dependendo da tag utilizada que depois de
lidos são enviados para o middleware do sistema. É necessário que, tanto a tag como o
leitor possuam antenas para fazer a troca das informações, porém, em muitos casos, os
transceivers já vêm com antenas acopladas, sendo chamados de leitores [CUNHA,
2005].
3.2 Transceiver ou leitor
São os leitores que fazem a comunicação do sistema RFID com as Tags. Eles trabalham
enviando sinais de radiofrequência e depois captam os sinais que são devolvidos pelas
tags. O leitor é a parte mais cara de um sistema RFID e a escolha dele é parte
fundamental da implantação do sistema, isso se deve ao fato de que, cada leitor, pode
possuir características específicas de funcionamento.
Existem dois tipos de leitores, leitores de “leitura” e os de “leitura/escrita” os
leitores que apenas fazem leitura são utilizados com tags passivas, sua função é receber
os dados da etiqueta energizada. Leitores que fazem “leitura/escrita” são utilizados em
tags ativas, podendo tanto receber quanto enviar dados. [DE SOUZA et al, 2010].
3.3 Tags
Também conhecidas como transponders, RF Tags ou Etiquetas, as mesmas possuem
microchips de silício contendo informações. São classificadas em dois tipos: tags
passivas e tags ativas. As tags passivas utilizam energia do leitor para funcionar, o leitor
envia um sinal de radiofrequência e essas tags utilizam esse sinal para gerar energia para
si mesmas. Em tags ativas o processo é diferente. Elas possuem uma bateria própria que
as mantém funcionando e também possuem uma memória RAM que pode armazenar
várias informações. A desvantagem destas tags em relação a passiva é que elas possuem
um tempo de vida limitado de até 10 anos por causa de sua bateria. Já as tags passivas
possuem uma vida útil teoricamente infinita. [TEIXEIRA, 2011].
3.4 Módulo de middleware
O módulo de middleware também conhecido como software final ou aplicação é um
dispositivo de interface que faz o controle de todo o sistema periférico de RFID. É
também responsável por filtrar a grande demanda de dados que são coletados pelos
leitores, pelas antenas e tem o objetivo de transformar isso em algo que o sistema do
usuário possa interpretar. [HECKEL, 2007].
4. Caso de Uso
O principal objetivo quando vai se visitar um resort é relaxar. Foi pensando nisso que
este sistema foi proposto. O objetivo principal é trazer conforto, segurança e agilidade
para as pessoas que irão frequentar este resort e do mesmo modo melhorar a qualidade
de gestão e lucro dos empreendedores.
O sistema utiliza a tecnologia de RFID que através de pequenas etiquetas (tags)
possibilita que, por meio de um sinal de radiofrequência, o usuário seja identificado
através de um leitor, sem a necessidade de nenhum contato físico ou óptico entre os
dois. Desse modo, podemos adicionar várias informações de um usuário no sistema e
quando o código da tag, que ele estiver usando, for identificado pelo leitor,
automaticamente seus dados serão reconhecidos. Assim ele poderá circular nas áreas
permitidas a ele sem se preocupar em portar documentos, cartão de crédito ou valor em
espécie, possibilitando ainda a visita a diversas áreas como: piscinas, saunas,
brinquedos, sem nenhuma limitação. O usuário necessita apenas portar a tag com os
seus dados.
Dentre as várias funcionalidades disponíveis, o usuário poderá fazer todo tipo de
pagamento utilizando-se da tag que possui, sem necessidade de nenhum outro
procedimento. De brinquedos a comidas, tudo pode ser pago com a tag RFID e ao final
da estadia será efetuada a soma total dos gastos do usuário que poderá pagar as despesas
da forma que lhe for adequada. Há ainda a opção de bloqueio. Se o usuário responsável
pelas tags de seus filhos, crianças ou adolescentes desejar, pode bloquear o acesso da/o
mesma/o a determinados locais (bares, boates) brinquedos, comidas, bebidas alcoólicas,
frituras, doces, enfim, o usuário pode ter também essa comodidade.
Uma funcionalidade bem interessante é o sistema de localização de usuários, se
por um acaso, ocorrer um desencontro entre pais e filhos isso pode ser rapidamente
resolvido, pois ela permite a localização de qualquer individuo que a esteja portando.
Para o empreendedor permite ainda o controle dos seus funcionários como: horário de
entrada e saída e localização dos mesmos.
5. Conclusão
Após os estudos sobre a tecnologia de RFID pode-se concluir que a mesma é uma opção
para agilizar alguns processos trabalhosos e pouco seguros quando feitos de forma
manual. A tecnologia apresentada possibilita fazer a identificação e controle de itens,
produtos, animais e em alguns casos específicos; pessoas (como é o caso deste projeto).
Acrescente-se ainda que a mesma traz maior segurança e comodidade para seus
usuários.
Com o sistema proposto conclui-se que a RFID traz conforto e segurança para os
hóspedes em um resort que possua a referida tecnologia. Concluiu-se também que em
relação ao proprietário do resort, ela é igualmente muito útil, pois além de facilitar o
processo de recebimento das despesas dos hóspedes ainda possibilita a ele fazer o
controle de seus funcionários, isto é, a entrada e saída e localização dos mesmos.
6. Referências
CUNHA R. P. O Uso da Tecnologia RFID no Gerenciamento de uma Cadeia de
Suprimentos. Dissertação (Bacharelado) – Engenharia da Computação, Faculdade de
Engenharia de Sorocaba, Sorocaba, 2005.
DE SOUZA. C. D. R. et al. RFID – Identificação por Radiofrequência. Trabalho de
Conclusão de Curso (Monografia) – Ciência da Computação, Universidade da
Amazônia – UNAMA, Belém – Pará, 2010.
HECKEL, A.P. Identificação por Radiofrequência (RFId) Estudo Teórico e
Experimentação Via Simulação. Trabalho Conclusão de Curso (Monografia) – Ciência
da Computação, Centro Universitário Feevale, Novo Hamburgo, Novembro 2007.
OLIVEIRA, A. de S.; PEREIRA M. F. Estudo da tecnologia de tdentificação por
radiofrequência – RFID. Dissertação (Projeto de Graduação) – Faculdade de Tecnologia
– Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade de Brasília, Brasília, 2006.
PINHEIRO, J. M. S. RFID – Identificação por Radiofrequência. Disponível em:
<http://www.projetoderedes.com.br/artigos/artigo_identificacao_por_radiofrequencia.ph
p>. Acesso em: 29 jul. 2013.
TEIXEIRA T. Controle de Fluxo de Pessoas Usando RFID. Trabalho de Conclusão de
Curso (Monografia) – Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações, Instituro Federal
de Santa Catarina, São José, 2011.
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Matheus Stephano Beltrame Moreira