Análise das funções de técnico de enfermagem para compor indicadores de habilidades e competências na seleção profissional Raquel de Sousa Montoril Graduada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) [email protected] Rua Dr Mário Negócio, nº 1921, 2º andar, Quintas, Natal/RN Fone: (0XX84) 3653-8157 João Carlos Alchieri Prof. Dr Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) [email protected] Resumo: O presente artigo contextualiza a atividade de Técnico de enfermagem junto as diversas ações realizadas em âmbito hospitalar e ambulatorial nas instituições hospitalares da cidade do Natal, RN. Busca-se identificar e caracterizar as principais atividades profissiográficas por meio de investigações laborais, junto as direções de recursos humanos e chefias imediatas de forma a elencar um conjunto de descritores psicológicos com vistas a direcionar os processos seletivos em um hospital oncológico da capital. Apontam-se alguns aspectos comportamentais e psicológicos relacionados ao desempenho laboral. Observa-se que os processos seletivos empregados para admissão de profissionais Técnicos de enfermagem ainda não são pautados por ações e procedimentos mais atuais e específicos ao perfil profissiográfico. Pensa-se que tal dificuldade ainda se pauta na tradicional forma de avaliar somente o conhecimento prático e de execução, sem levar em considerações potenciais, competências e habilidades profissionais de forma a manter o colaborador na instituição por mais tempo. Palavras chave: Técnico de enfermagem, perfil profissiográfico, avaliação psicológica. Abstract: This article analyzes the activity of nursing technician with the various actions undertaken in the hospital and outpatient care in hospitals of the city of Natal, RN. The aim is to identify and characterize the main activities profissiografic through labor investigations, along the directions of staff and immediate supervisors in order to cast a set of psychological descriptors in order to direct the selection processes in an oncology hospital in the capital. It raises some behavioral and psychological aspects related to job performance. It is observed that the selection processes used for admission of professional nursing technicians are not yet guided by actions and procedures more current and specific to the profile profissiografic. It is thought that this difficulty is still in the traditional way staff to evaluate only the practical knowledge and execution, without taking into consideration potential, skills and professional skills in order to maintain the employee at the institution longer. Key words: nursing technician, profile profissiografic, psychological assessment. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Introdução Mercado de trabalho do Técnico de Enfermagem em Natal, RN O início na área de Nível Médio da Enfermagem ocorre após a conclusão do curso Técnico de Enfermagem cuja duração de 02 anos tendo o Ensino Médio completo como sendo requisito mínimo de escolaridade. A formação relaciona teoria e prática, por meio de estágios em diversos locais como postos de saúde, maternidades, pronto socorro e outros setores. Atualmente, profissionais que possuem mais de dois vínculos empregatícios não são vistos com bons olhos por instituições que abrem processo seletivo para Técnicos de Enfermagem. O resultado de uma carga horária elevada de trabalho pode ser observado na grande quantidade de funcionários afastados com problemas de saúde que não cobrem a necessidade na instituição. No hospital pesquisado, segundo dados fornecidos pelo Setor Pessoal no mês de outubro de 2009, 33 técnicos de enfermagem apresentaram atestados e dentre as principais queixas encontram-se tendinite na perna, dores lombares e artrite, demonstrando que na Enfermagem problemas osteomúsculo-articulares se fazem presentes com certa freqüência. Conseqüentemente, à medida que um profissional se ausenta, imediatamente sua falta tem que ser coberta, e outro colega terá que compensar. Com intuito de atender situações como esta e minimizar a carga horária excessiva está tramitando pela Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania, da Câmara de Deputados do P.L 2295/2000 o projeto que reduz a carga horária de trabalho para 30 horas. Segundo Magalhães (2009) “um recente estudo nacional, apresentou resultados que convergem com os achados internacionais, indicando que os trabalhadores de enfermagem apresentam absenteísmo relacionado às doenças provenientes do cansaço físico e mental, pelas más condições de trabalho, à jornada diária e a realização de tarefas em ritmo acelerado”. Em relação aos baixos salários Stacciarini e Tróccoli (2002), afirmam que a remuneração não atende as necessidades pessoais dos trabalhadores e das suas respectivas famílias, levando grande parte dos profissionais a ter dupla e até tripla jornada de trabalho, o que acarreta uma maior exposição a riscos profissionais e de saúde. Um são os afastamentos dos trabalhadores da área motivados por doenças ocupacionais. Segundo dados fornecidos pelo Setor Pessoal do hospital em questão no mês de outubro de 2009, 18 técnicos de enfermagem encontravam-se afastados das suas atividades laborais, recebendo benefícios do INSS, levando em consideração que o hospital dispõe de 251 técnicos de enfermagem, 7,2% dos profissionais não participaram da rotina diária da Enfermagem no último mês. Laus (2008) realizou um estudo em um hospital escola, obtendo como resultado que aos maiores percentuais relacionados à ausências por licença INSS e licença médica correspondem as categorias técnico/auxiliar de enfermagem. A carga horária de seis horas por dia em cada emprego e o baixo piso salarial da categoria facilita a procura por outra oportunidade de trabalho, dessa forma os profissionais têm como conciliar dois ou três empregos. O que VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br preocupa é que apesar da quantidade de horas ser pequena, o grau de esforço necessário para a função é acentuado. Existem inclusive, alguns hospitais da cidade de Natal que seguem “escala mista”, ou seja, em um mês o técnico está pela manhã, no outro está à tarde e depois pode ir para a noite. O turno da noite ainda é considerado o turno desgastante, devido a pouca quantidade de profissionais Enfermeiros no hospital e também porque a jornada de trabalho são doze horas corridas, tendo uma hora de descanso. Essa falta de horário fixo dificulta até mesmo o planejamento de outras atividades como, por exemplo, estudos e outros compromissos. Os profissionais diante da pouca quantidade de folgas durante o mês possuem quase nenhum momento de lazer e diversão. “Sabe-se que, por causa dos baixos salários pagos, esses trabalhadores [ necessitam ter ] dois e até mais vínculos empregatícios. Sua atenção ao trabalho diminui e os compele a fortes pressões físico-emocionais. Em conseqüência, relacionam-se instavelmente com a equipe e são por vezes intranqüilos ao atender pacientes. A partir de tais constatações, cabe registrar os estresses cotidianos decorrentes da natureza da atividade: enfrentam dor, sofrimento de familiares e morte de pacientes.” (Pinho, 2007) Os Técnicos de Enfermagem podem exercer atividades em hospitais, em residências cuidando de pacientes particular ou ainda em clínicas que cuidam de idosos, por exemplo. Nesses locais, a família deixa o idoso sob os cuidados de uma equipe (Técnicos de Enfermagem, Enfermeiros, Fisioterapeutas, Médicos etc) e em alguns casos, fazem visitas rotineiramente. Atualmente, um serviço da área que está em alta é o sistema Home Care no qual pacientes dependentes (termo utilizado para pacientes que precisam de atenção total), são cuidados em casa por profissionais vinculados à uma empresa que presta atendimento durante todo o período necessário, isso seria uma tentativa de diminuir a hospitalização uma vez que o paciente fica mais próximo da família na sua residência. Técnicos de enfermagem podem trabalhar em setores isolados como, por exemplo, UTI e Centro Cirúrgico, os quais são considerados setores “fechados”, por não ser permitida a entrada e saída constantemente de funcionários para evitar os riscos de infecção, sendo até a vestimenta diferenciada de outros setores. A pressão nesses ambientes é constante, o técnico instrumentador, por exemplo, tem que ter atenção redobrada sempre que estiver em um procedimento cirúrgico para que entregue corretamente os materiais solicitados pelo médico durante a cirurgia. O risco de óbito dos pacientes que estão internados na UTI é constante na rotina de um técnico que esteja trabalhando nesse setor, equilíbrio para tomar decisões e atitudes em uma situação de urgência, se faz necessário. Além dos cuidados básicos que devem ser oferecidos ao paciente, o profissional da Enfermagem deve ter os cuidados pós-morte também, limpando o corpo, levando familiar para reconhecê-lo e entregando certidão de óbito. A radiação é um dos riscos ao qual o profissional da Enfermagem pode ficar exposto, setores que realizam procedimentos de Radioterapia obrigam a empresa a fornecer dosímetros (aparelhos que avaliam periodicamente a quantidade de radiação a que os profissionais estão expostos) à todos os profissionais que realizam atividades de trabalho nesse setor. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Elaboração de indicadores profissiográficos para atividades dos técnicos em diversos contextos de ação. Segundo informações obtidas na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), esses profissionais tem a seguinte descrição primária para o cargo,: “Desempenham atividades técnicas de enfermagem em hospitais, clínicas e outros estabelecimentos de assistência médica, embarcações e domicílios; atuam em cirurgia, terapia, puericultura, pediatria, psiquiatria, obstetrícia, saúde ocupacional e outras áreas; prestam assistência ao paciente, atuando sob supervisão de enfermeiro; desempenham tarefas de instrumentação cirúrgica, posicionando de forma adequada o paciente e o instrumental, o qual passa ao cirurgião; organizam ambiente de trabalho, dão continuidade aos plantões. Trabalham em conformidade às boas práticas, normas e procedimentos de biossegurança. Realizam registros e elaboram relatórios técnicos; comunicamse com pacientes e familiares e com a equipe de saúde.” Dentre as competências pessoais exigidas para o cargo destacam-se: trabalho com ética, respeito ao paciente, zelo pelo conforto do paciente, preservação da integridade física do paciente, escuta atenta do paciente, observação das condições gerais do paciente, demonstração de compreensão, manutenção do ambiente terapêutico, propor ao paciente a auto-suficiência, manipulação de equipamentos, apoio psicológico ao paciente, cálculo da dosagem de medicamentos, participação em campanhas de saúde pública, incentivo à continuidade do tratamento. Esses profissionais possuem vínculo empregatício como assalariados, com carteira assinada, podendo trabalhar também de forma autônoma, prestando serviços temporários em clínicas ou em residências, trabalham em setores fechados com revezamentos de turnos, sendo expostos constantemente à pressão, fato que os levam à situações de estresse. Em alguns casos, existe a possibilidade de serem expostos à contaminação biológica, material tóxico e à radiação. “A exposição ocupacional por material biológico é entendida como a possibilidade de contato com sangue e fluidos orgânicos no ambiente de trabalho e as formas de exposição incluem inoculação percutânea, por intermédio de agulhas ou objetos cortantes, e o contato direto com pele e/ou mucosas.” (Pinho, 2007) Segundo descrição das atividades realizada em diferentes setores da Enfermagem de um hospital oncológico de Natal, algumas funções se repetem demonstrando que independente do setor e da necessidade de atendimento ao paciente, o Técnico de Enfermagem possui responsabilidades comuns ao cargo. Verifica-se que as atividades de receber o plantão do turno anterior, bem como, passar para o próximo turno o que aconteceu com cada paciente no seu horário; aferir sinais vitais (temperatura, pulso, respiração e pressão arterial); conferir e VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br administrar medicação prescrita; realizar cuidados com a higiene pessoal do paciente; curativos, realizar anotações de enfermagem, dedicar atenção à medicamentos, materiais e equipamentos que estejam no posto de enfermagem, auxiliar médicos e enfermeiros, orientar pacientes quanto à alimentação, curativos, uso de compressas, realização de exames e retorno ao médico, por exemplo, foram citados por quase todos os técnicos que descreveram suas atividades diárias. Dentre as atividades específicas de cada setor identificou-se que em um, o profissional deve ter conhecimento em quimioterapia, vias de administração, reações adversas, além de conhecimento no manuseio de pacientes imunocomprometidos e cirúrgicos. Em outros setores, os profissionais tinham contato com isolamento seja respiratório ou de contato. Outro setor buscava profissionais que soubessem de cuidados com pacientes que submeteram a cirurgias: geral, ginecológica, torácica, urológica e plástica. Percebe-se nas descrições que dentre os setores que a Enfermagem mais trabalha em conjunto, Farmácia e o Arquivo são os mais citados. Medicamentos e doses prescritos pelos médicos são digitados no sistema pelos assistentes administrativos, solicitados e encaminhados pela farmácia para então, serem conferidos e administrados ao paciente pela enfermagem. Já o arquivo é de suma importância porque é nesse setor que os prontuários e todo o histórico do paciente é arquivado e se tem acesso, após solicitação via sistema também. Como aspectos adicionais, frisa-se a utilização de EPI (Equipamento de Proteção Individual), lavagem das mãos, participação em reuniões e treinamentos, citados pela quase totalidade das chefias diretas, demonstrando que são obrigações essenciais e esperadas na atividade em equipe. Experiências práticas em recrutamento e seleção na área de Enfermagem As ações de recrutar e selecionar profissionais para desempenhar as atividades exige ter em mente qual o setor que aquele técnico de enfermagem estará concorrendo à vaga. A Enfermagem é uma profissão que possui uma diversidade de áreas de atuação, dessa forma, para o mesmo cargo, existem setores e necessidades de profissionais com habilidades e competências diferentes. Em enfermarias pós operatórias, por exemplo, é importante um profissional que tenha habilidades em administração de medicamentos, conhecimento de sondas e drenos, e verificação de sinais vitais; em setores como quimioterapia é imprescindível que o profissional tenha habilidade com punção e conhecimento em urgência, pois várias intercorrências podem ocorrer, tendo que o profissional estar preparado para agir nessas situações. A mão de obra se apresenta em excesso no mercado e não é raro encontrar pessoas que terminaram o curso, mas estão afastadas da área há certo tempo, tendo que trabalhar em outro ramo. Essa situação preocupa tendo em vista que a área de Enfermagem exige constante prática. “O processo de atendimento em saúde é fundamentalmente uma relação de pessoas que implica em interação, VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br intervenção e trocas. A resolutividade e a qualidade do atendimento em saúde estão intrinsecamente relacionadas aos recursos humanos que os desenvolvem” (Magalhães, 2009) O recrutamento inicia pela análise de currículos e pode se dar através da procura em banco de dados, o qual está dividido em Técnicos de Enfermagem com experiência, sem experiência, aqueles que fizeram apenas estágios extra curriculares, técnicos com experiência em Centro Cirúrgico e burocratas que são aqueles profissionais que já trabalharam na digitação de medicamentos, prontuários etc. O perfil do profissional depende da necessidade da vaga aberta, em algumas situações um colega e Enfermeira podem treinar um novo funcionário e pessoas sem experiência ou apenas com estágios podem participar da seleção, em contrapartida, se a chegada do profissional for urgente e caso não haja tantas pessoas para acompanhá-lo, é preferível se buscar pessoas com experiência na área. Recrutados pelos currículos, os profissionais começam a participar do processo seletivo que na maioria dos hospitais se inicia com prova de conhecimento específico, essa seria a etapa que mais elimina candidatos. No hospital pesquisado, durante o mês de agosto foi realizada uma turma de prova com 138 profissionais, desses, apenas 30 foram selecionados para a próxima etapa que seria a avaliação pelo RH. Por vezes o despreparo e a pouca importância atribuída por parte das chefias imediatas ao processo seletivo ainda se faz presente. Assim, a preocupação apenas com a experiência e apresentação pessoal do profissional dificulta a percepção de competências que poderiam contribuir para a equipe de trabalho. Investimento em treinamentos, orientação e acompanhamento de novos funcionários demandam tempo, dedicação de coordenadores da equipe e possivelmente sejam esses os motivos que comprometem a contratação de técnicos com pouco tempo de prática. É importante orientar as chefias quanto às observações de competências e habilidades para que a avaliação realizada pelo setor de recrutamento e seleção seja mais bem aproveitada. Acompanhar o novo funcionário mesmo após sua admissão, tendo em vista que as observações feitas durante a seleção tendem a sofrer alterações positivas ou negativas ao longo do tempo, torna-se uma ação imprescindível do RH. Atenção, agilidade manual e na tomada de decisões e iniciativa são características importantes para um profissional da área da Enfermagem. A atenção pode ser observada quando o Técnico tem que administrar a medicação no paciente de acordo com o horário estabelecido pelo médico, caso esse horário passe despercebido um novo ciclo de medicação deve se iniciar o que atrasa ainda mais o tratamento. A agilidade por sua vez, é imprescindível tendo em vista que cada Técnico fica responsável por no mínimo, cinco pacientes, em alguns hospitais, o profissional chega a cuidar de sete pacientes devendo assisti-lo em todos os cuidados durante seu horário de trabalho. Iniciativa é uma competência necessária tendo em vista que soluções devem ser VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br encontradas sempre que surgir alguma situação inesperada e que exija resolutividade. Com vistas a apresentar uma proposta de identificação e caracterização profissiográficas, o presente artigo procura apresentar um modelo sintético dos processos realizados pela equipe, focando e especificando as ações de competência e habilidades do Técnico de Enfermagem na realidade do Natal, RN. Com base nas atividades realizadas em um grande hospital da capital foram identificadas atividades e descritores profissiográficos com vistas a implementar um perfil psicológico do candidato as diversas atividades hospitalares. Nestes aspectos (ver tabela abaixo) caracterizam-se as principais variáveis psicológicas a investigar nos processos seletivos e de treinamento admissionais. Atividade Caracterização Aferir sinais vitais Manuseia aparelhos como termômetro, estetoscópio, tensiômetro e relógio para acompanhar os sinais vitais do paciente. Sintomas como cefaléia e tontura devem ser observados no discurso do paciente. Habilidade técnica, durante o período de experiência, o técnico será avaliado quanto ao desempenho nessa função. Conferir doses/medicações Confere a lista de medicamentos enviada pela farmácia e o pedido deve estar de acordo com a solicitação feita e a prescrição médica, após a conferência, as medicações são armazenadas na gaveta de cada paciente. Administração de medicamentos O conhecimento teórico sobre o assunto pode ser abordado em uma avaliação de conhecimentos da área. Atenção e habilidade numérica O Técnico precisa estar atento tanto à dose prescrita pelo médico, quanto àquela enviada pela farmácia. A habilidade numérica é necessária nas situações de diluição, divisão de medicação de acordo com o horário etc. A atenção pode ser avaliada através de instrumento psicológico e a habilidade numérica pode ser abordada em estudos de caso presentes na avaliação de conhecimentos da área. Habilidade técnica, durante o período de experiência, o técnico será avaliado quanto ao VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Organizar e ministrar aos pacientes, através das vias, oral, endovenosa, subcutânea, instramuscular ou retal. desempenho nessa função. Auxílio no banho e higiene pessoal que ocorre no sentido céfalo-caudal. Durante o banho, o profissional também realiza a troca de lençol, curativos, assepsia da cama e nova fralda é colocada no paciente. Deve-se avaliar no profissional quanto a empatia e o cuidado e o respeito á integridade física do paciente. Realização de curativos Habilidade técnica, durante o período de experiência, o técnico será avaliado quanto ao desempenho nessa função. Punção venosa Habilidade técnica, durante o período de experiência, o técnico será avaliado quanto ao desempenho nessa função. Realizar cuidados com o pós morte, atentando para a identificação do corpo Realizar anotações de enfermagem Deve-ser avaliar no profissional o equilíbrio emocional, bem como, sua percepção acerca da morte e respeito pela dor dos familiares. Deve-se avaliar no profissional quanto a empatia e o cuidado e o respeito á integridade física do paciente. Organização - O técnico precisa organizar e colocar em ordem as anotações e acontecimento dos procedimentos realizados com o paciente. Responsabilização - À medida que o técnico escreve e assina indicando o número do seu COREN, todas as VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br responsabilidades recaem sobre esse profissional. Auxiliar enfermeiras e médicos em procedimentos como troca de sondas, biópsias etc Cooperação e iniciativa para se revelar disponível sempre que for necessária sua contribuição para o trabalho. Percepção de necessidades e visão de conjunto das atividades agindo com iniciativa e desenvoltura. Organização e planejamento das atividades e ações ao longo do turno de trabalho. Recolher materiais e encaminhar para a CME Ações de orientação de alta (retornos, exames, curativos, cuidados com drenos) e educação para o paciente e sua família. Durante uma entrevista o candidato pode ser avaliado quanto à sua percepção sobre trabalho em equipe. Iniciativa, empatia, clareza de idéias, organização e planejamento das atividades e ações ao longo do turno de trabalho. Em uma entrevista pode-se avaliar o discurso do candidato. Organizar material de trabalho Organização e planejamento das atividades e ações ao longo do turno de trabalho. Controle de débitos O conhecimento teórico sobre o assunto pode ser abordado em uma avaliação de conhecimentos da área. Organização e planejamento das atividades e ações ao longo do turno de trabalho. Instalar dieta enteral Habilidade técnica, durante o período de experiência, o técnico será avaliado quanto ao desempenho nessa função. Cuidados específicos de setores Caracterização VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Receber pacientes após a cirurgia atentando para hidratação venosa, curativos, sondas, tubos etc. Organização e planejamento das atividades e ações ao longo do turno de trabalho. Posicionar o paciente de acordo com o tipo de anestesia O conhecimento técnico sobre o assunto pode ser abordado em uma avaliação de conhecimentos da área. Retirar pontos Habilidade técnica, durante o período de experiência, o técnico será avaliado quanto ao desempenho nessa função. Conferir materiais como compressas, agulhas antes da cavidade cirúrgica ser fechada Organização e planejamento das atividades e ações ao longo do turno de trabalho. Avaliação de enfermagem no pré-operatório imediato Entregar de forma rápida e correta o instrumental solicitado pelo médico durante a cirurgia Comunicação, modulação emocional e trabalho em equipe. A comunicação e o trabalho em equipe pode ser avaliada na entrevista e o equilíbrio emocional pode ser avaliado através de instrumentos psicológicos. Organização e planejamento das atividades e ações ao longo do turno de trabalho. Conclusão Observa-se que os processos seletivos empregados para admissão de profissionais Técnicos de enfermagem ainda não são pautados por ações e procedimentos mais atuais e específicos ao perfil profissiográfico. Pensa-se que tal dificuldade ainda se pauta na tradicional forma de avaliar somente o conhecimento prático e de execução, sem levar em considerações potenciais, competências e habilidades profissionais de forma a manter o colaborador na instituição por mais tempo. Infere-se que esta prática é ainda alimentada pela alta rotatividade e oferta de mão de obra acessível e pouco custosa. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Sugere-se a adoção de processos seletivos avaliativos principalmente dirigidos aos aspectos técnicos e teórico de forma a incrementar o aperfeiçoamento individual como base para o exercício profissional. Os pontos destacados de um perfil profissiográfico são uma forma de auxiliar o enfermeiro a inteirarem-se nas demais atividades seletivas, orientando-o nos aspectos relacionados a competências e desenvolvimento de habilidades. Sugere-se ainda que outros estudos possam implementar novas formas de avaliação e, capacitação profissional de maneira a promover o desenvolvimento profissional da atividade de enfermagem. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Referências: Site do Ministério do Trabalho e Emprego - Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/ResultadoFamiliaCompeten cias.jsf Site do Conselho Federal de Enfermagem, link notícias COFEN a respeito da redução da jornada de trabalho da Enfermagem. http://www.portalcofen.gov.br/2007/materias.asp?ArticleID=10056§ionID =38 STACCIARINI, Jeanne Marie R.; TRÓCCOLI, Bartholomeu T. Estresse ocupacional. 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