Banca Melhor Médio ou Pequeno Banco Mais Rentável e Mais Sólido Ser o melhor, ano após ano Quente & Frio Eficiência a toda a prova Com um rácio de cost to income de 20,33% no ano passado, o melhor entre os congéneres, o BIG prima pela nível de eficiência. “Tentamos adequar a estrutura de custos ao que pensamos que será a evolução da nossa atividade, sempre com muito conservadorismo”, afirma o presidente do banco, Carlos Rodrigues, indicando que o banco tem grande flexibilidade de custos, nomeadamente ao nível dos incentivos para os quadros. O Banco de Investimento Global foi, mais uma vez, o melhor entre os pares. Solidez e rentabilidade fazem a diferença / Texto Sónia M. Lourenço Ser o melhor entre os seus pares, ano após ano. Tem sido assim o percurso do Banco de Investimento Global (BIG), que, pela oitava vez consecutiva, é distinguido como o Melhor Médio ou Pequeno Banco. Além de arrebatar os galardões de Médio ou Pequeno Banco Mais Rentável e Mais Sólido. Aliás, rentabilidade e solidez têm sido pilares na trajetória do BIG. O ano passado não foi exceção. Depois de 2013 “já ter corrido muito bem, 2014 correu ainda melhor”, destaca Carlos Rodrigues, fundador e presidente do BIG. O banco expandiu o balanço e a atividade sem sacrificar eficiência, rentabilidade e solvência. Com exceção da margem financeira (recuou 2,4%), “todos os indicadores melhoraram, apesar do maior volume do produto bancário”, afirma. Os resultados estiveram à vista: os lucros aumentaram 40,8%, para 82,5 milhões de euros. Um valor que colocou o BIG entre os resultados mais gordos do sector em 2014, ano em que os prejuízos varreram a banca em Portugal. E a rentabilidade do capital (medida pela rentabilidade dos capitais próprios, o ROE) atingiu 46,43%, destacando o BIG dos concorrentes. Qual foi o segredo? Em primeiro lugar, “uma leitura correta de como se iriam dar Crédito recua mais de 30% No ano passado, a carteira de crédito a clientes do BIG encolheu 30,9%. O presidente do banco, Carlos Rodrigues, explica que esta quebra se deveu “ao pagamento a um ritmo muito mais rápido do que o esperado do stock de hipotecas do banco, na sequência da queda acentuada das taxas de juro. E não por termos deixado de conceder crédito”. E revela que em 2015 o crédito do BIG já mais do que duplicou. “ os ajustamentos nos países periféricos e do Sul da Europa, como Portugal, Espanha, Itália e Irlanda”, diz Carlos Rodrigues. O que permitiu alcançar ganhos significativos em operações financeiras (sobretudo com dívida de empresas e dívida pública), que chegaram a 132,8 milhões de euros, mais 42,7% do que em 2013. O nível de comissões também foi “interessante”, indica. Por fim, o banqueiro nota que “os custos de financiamento cresceram mais devagar do que o produto bancário”. Capital é bom conselheiro Ao mesmo tempo, o balanço do BIG continuou a primar pela liquidez, com o banco a preservar níveis de capital muito sólidos. Os elevados níveis de capital constituem, aliás, uma marca distintiva do BIG desde a sua fundação, no final de 1998. Sinal disso, no ano passado o rácio de capital common equity tier 1 (rácio de capital chave) atingiu 35,1%, um patamar muito acima dos concorrentes. “Podem apontar que temos uma base de capital desmesuradamente grande face ao nosso nível de atividade. Mas acreditamos que essa base de capital é boa conselheira para quando as coisas não correm bem”, frisa Carlos Rodrigues. Quando os ativos são criteriosamente escolhidos e sólidos, dificilmente haverá borrascas que abanem a instituição 136/Exame 500/maiores & melhores FOTO TIAGO MIRANDA Os elevados níveis de capital constituem uma marca distintiva do BIG desde a sua fundação. Carlos Rodrigues diz que essa base “é boa conselheira” Por isso a linha orientadora seguida no BIG é muito clara: pelo menos metade dos resultados anuais transitam para capital, e, preferencialmente, essa parcela atinge os dois terços. Aliás, durante os anos da troika em Portugal, mais de 70% dos resultados líquidos transitaram para capital. O objetivo foi “ter capital para fazer face a todas as incertezas”, afirma o banqueiro, que assume a postura “muito conservadora” do banco: “Tentamos provisionar todos os riscos.” Carlos Rodrigues considera que esse foi um dos pilares do banco durante os anos de ajustamento luso. Afinal, num período em que a banca enfrentou grandes problemas em Portugal, o BIG destacou-se pelo desempenho e geração de resultados. O outro pilar foi “a qualidade dos ativos. Passem modas ou regras contabilísticas, quando os ativos são criteriosamente escolhidos e sólidos, muito dificilmente haverá borrascas que abanem a instituição”, afirma, considerando que “esse foi o principal calcanhar de Aquiles do sec- 0,14% Foi o peso do crédito vencido há mais de 90 dias no crédito total do BIG no ano passado 35,1% Foi o valor do rácio de capital chave, common equity tier 1, do BIG no ano passado tor”. O segredo do BIG “esteve nos anos anteriores à crise. Achávamos que o que muitos bancos estavam a fazer tinha um nível de risco e de qualidade dos ativos que não passava no nosso crivo”. Uma lógica que ajuda a perceber porque é que o banco quase não tem crédito malparado (o peso do crédito vencido há mais de 90 dias no crédito total é de apenas 0,14%), quando este é um dos maiores problemas do sector em Portugal. Sobre o ano que está a terminar, Carlos Rodrigues diz que “foi mais difícil do que 2014, mas ainda bastante positivo”, perspetivando que a instituição feche o ano com resultados líquidos “um pouco abaixo, mas não muito”, em relação a 2014. Já em relação a 2016, prevê “um ano bastante difícil”. Tudo por causa do menor otimismo em torno do crescimento económico global e, em relação a Portugal, “a situação de indefinição política vai ter alguns reflexos num abrandamento do ritmo de investimento, que há anos permanece aquém do que o país precisa para crescer”. E maiores & melhores /Exame 500/137